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CRIMINOLOGIA por Concur se iro Fora da C ai xa RESUMO Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 01 Sumário Noções Gerais de Criminologia ...................................................................................................................................................... 2 Conceito ........................................................................................................................................................................................................................2 Objeto da Criminologia ............................................................................................................................................................................................2 Métodos da Criminologia .........................................................................................................................................................................................3 Criminalização Primária e Secundária .................................................................................................................................................................3 Escolas Criminológicas ................................................................................................................................................................... 4 Teorias Sociológicas da Criminalidade (Sociologia Criminal) ..................................................................................................... 5 Teorias do Consenso..................................................................................................................................................................................................5 Teorias do Conflito ....................................................................................................................................................................................................6 Atores Desencadeantes da Criminalidade ..................................................................................................................................... 7 Estatísticas Criminais (Cifras) ....................................................................................................................................................... 8 Prevenção da Criminalidade........................................................................................................................................................... 9 Reação Social ao Delito ................................................................................................................................................................... 9 Vitimologia e Vitimização ............................................................................................................................................................ 10 Expoentes da Vitimologia..................................................................................................................................................................................... 10 Complexo Criminológico entre Vítima e Autor .............................................................................................................................................. 11 Vitimização Primária, Secundária e Terciária ................................................................................................................................................ 11 Nova Criminologia ........................................................................................................................................................................ 12 Extra – Questões (TEC) .................................................................................................................................................................. 12 Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 02 NOÇÕES GERAIS DE CRIMINOLOGIA CO N CEI TO A Criminologia é a ciência “do ser”, prática, humana, empírica (foco na experiência e observação) e experimental, que utiliza de métodos biológicos e sociológicos. Ademais, é interdisciplinar (por comunicar com outros ramos das ciências) e autônoma (com métodos e objetos próprios de estudos, visando uma finalidade específica). A Criminologia subdivide-se em: • Geral: sistematização, comparação e classificação dos estudos da criminologia; • Clínica ou Microcriminologia: é a aplicação dos conhecimentos teóricos no tratamento do criminoso. CRIMINOLOGIA X DIREITO PENAL o Método empírico (baseada na observação) o Interdisciplinar e integrada o Método indutivo (caso particular para geral) o É a ciência “do ser” o Método dogmático-normativo o Valorativo / axiológico o Método dedutivo (dever-ser) o É abstrato e lógico Políticas Criminais: é o conjunto de discussão sobre as políticas de segurança pública e medidas de prevenção ao crime implementadas pelo Estado. Criminogênese (Etiologia Criminal): dedica-se à investigação das raízes e dos fatores que propiciam o surgimento de comportamentos criminais, englobando perspectivas jurídicas, sociais, antropológicas, psicológicas e biológicas. O BJETO D A CR IM I NO L OG I A O objeto da criminologia pode ser classificado em duas fases: a “pré-científica”, baseada em pseudociência e a “científica”, fundada em métodos científicos (experimentação). Assim, seu objeto de estudo pode ser dividido da seguinte forma: Fase Pré-Científica Fase Científica Crime / delito Criminoso/delinquente Vítima – Controle social da conduta1 – 1 O controle social da conduta é o conjunto de mecanismos de intervenção que cada sociedade ou grupo social possui e que são usados como forma de garantir a conformidade do comportamento dos indivíduos. Divide-se em: Controle Social Formal ▪ Polícia (1ª seleção) ▪ Ministério Público (2ª seleção) ▪ Defensoria Pública (2ª seleção) ▪ Poder Judiciário (3ª seleção) Controle Social Informal ▪ Família e Vizinhança; ▪ Escola; ▪ Igreja; ▪ Ciclo profissional Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 03 M ÉTO D O S D A CRI M IN OL O G IA Empírico A Criminologia empírica baseia-se na observação e análise da realidade para estudar o crime, o criminoso, a vítima e o controle social. Ela adota uma abordagem experimental e se apoia em levantamentos estatísticos e análise de dados para entender a dinâmica e as variáveis do delito. Indutivo Utiliza uma abordagem indutiva que começa com casos específicos para desenvolver teorias gerais sobre o crime. Difere do método dedutivo do Direito Penal, que parte de uma teoria geral para aplicar ao caso concreto. Interdisciplinar A Criminologia interdisciplinar integra conceitos e métodos de várias ciências — como sociologia, filosofia e biologia — para formar um entendimento mais amplo e profundo sobre o fenômeno do crime e a realidade social. CR I M IN A LI ZA ÇÃ O P RI M ÁR I A E SECUN D Á RI A Criminalização Primária X Criminalização Secundária É o processo pelo qual o legislador ou agências políticas sancionam uma LEI que define certas ações como criminosas, permitindo a punição de determinados indivíduos. Esse ato cria a base legal para identificar e processar o comportamento considerado crime. Refere-se à ação punitiva que é exercida sobre pessoas específicas, destacando-se por sua seletividadee vulnerabilidade. Está intrinsecamente ligada à teoria do labeling approach, que descreve como os indivíduos são rotulados como criminosos. Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 04 ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS Vale ressaltar que, em meados do século XX, a Terza Scuola Italiana tentou jungir os ideais da Escola Positiva com os ideais da Escola Clássica, assim dispondo do Direito Penal como uma ciência autônoma e independente, do determinismo como base para a responsabilidade moral do delinquente, do crime como fenômeno social e individual, e da pena com caráter de dissuasão. E S C O L A S C R IM IN O L Ó G IC A S Escola Clássica CBF (Carrara, Beccaria e Feuerbach) Dedutivo, normativo, abstrato e lógico. O indivíduo é racional e possui livre-arbítrio. Ele é visto como um pecador, como alguém que optou pelo mal. Crime é aquilo previsto em LEI, isto é, trata-se de uma infração ao direito; contenção ao poder punitivo Penas: prazo DETERMINADO; pena tem caráter retributivo. Parte de duas teorias: Jusnaturalismo/Direito Natural/jus naturale Hugo Grócio defendia a existência de um Direito constituído por um conjunto de princípios inerentes à própria essência humana, antes mesmo de qualquer sistema de normas criado e adotado; Contratualismo/Utilitarismo/Teoria do Contrato Social Aqui, Rousseau defende a ideia de um “grande pacto”, ou seja, um contrato social entre os homens para preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade, prevalecendo a soberania da sociedade e a vontade política coletiva. Escola Positiva LFG (Lombroso, Ferri e Garofalo) A ideia da criminologia surge com a escola positiva Interdisciplinar, empírico, indutivo e pré-constituído. O criminoso nasceu criminoso, é a figura do delinquente nato / atávico, influenciado pelo determinismo Biológico. Crime decorre de fatores biológicos, físicos e sociais. O indivíduo NÃO tem liberdade de escolha, o homem NÃO tem controle de seus atos. Ênfase na defesa social. Penas: prazo INDETERMINADO;pena tem caráter curativo Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 05 TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA CR IMINALIDADE (SOCIOLOGIA CRIMINAL) As teorias sociológicas da criminologia em sua essência buscam explicar quais as causas do crime, porque parte da sociedade tende a praticar crimes, qual a sua origem no corpo social e a reação da sociedade frente a ele. • Dica para memorizar: “C.A.S.A em CONSENSO, não entra E.M CONFLITO”. TEO R I A S D O CON SEN SO Escola de Chicago / Ecológica / Ecologia Criminal ● Século XX: Robert Park, Ernest Burguess, Donald Pierson e Mackenzie; ● Explicação ecológica do crime; ● Desorganização social causa o fenômeno criminal; ● Efeito criminógeno dos centros urbanos; ● Criminalidade: debilidade do controle social informal, desordem, falta de integração/solidariedade social; ● Desorganização social provocada pelo crescimento acelerado das cidades, leva pessoas de baixa renda a se concentrarem em regiões periféricas afastadas e sem estrutura; ● Enfraquecimento do controle social informal (família, vizinhança solidária, escola e Igreja) forma as áreas de delinquência Teorias Sociológicas da Criminalidade Teorias do Consenso Baseadas na ideia de que a sociedade possui um conjunto comum de valores e normas. O crime é visto como uma violação desses valores compartilhados, enfatizando a manutenção da ordem e da conformidade social. Possuem um cunho CONSERVADOR. Chicago Anomia Subcultura do Dlinquente Aprendizagem Social Teorias do Conflito Enfatizam as divisões sociais e de poder, argumentando que as leis são criadas pela classe dominante para manter controle. O crime é visto como uma resposta a desigualdades e injustiças sociais. Possuem um cunho PROGRESSISTA. Etiquetamento Marxista Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 06 Anomia / Estrutural Funcionalista ● Durkheim 1. Desintegração das normas sociais (anomia = ausência de normas / injustiça / desordem); 2. Crime é tido como fenômeno social que fere a consciência coletiva; 3. Crime é visto como necessário e útil, desde que nos limites toleráveis. ● Merton 1. Meios socioestruturais não satisfazem as expectativas culturais da sociedade (falta de oportunidades); 2. A motivação da delinquência seria a impossibilidade de o indivíduo atingir as suas metas desejadas. Subcultura Delinquente ● Albert Cohen - Delinquent Boys (1955): existência de subculturas paralelas à cultura predominante que retratam os sentimentos e valores de determinado subgrupo, a conduta delitiva seria produto; ● Reação das minorias menos favorecidas; ● Busca pelo hedonismo / status (crimes sem motivação), é o prazer de infringir normas, criminoso como ídolo. Aprendizagem Social / Social Learning Subdivide-se em 4 (quatro vertentes), quais sejam: 1. Associação Diferencial / Aprendizado / Imitação - Edwin Sutherland ○ Crime não é hereditário/fortuito/irracional, não se imita/inventa. A conduta se aprende com outras pessoas; ○ Processo de aprender alguns tipos de comportamento desviantes pela comunicação ou interação, a exemplos dos crimes do colarinho branco. 2. Identificação Diferencial - Daniel Glaser ○ É a visualização do criminoso como “referência”, tal qual um herói. 3. Condicionamento Operante - Ronald Akers e Robert Burges ○ Aprendizagem por estímulos contínuos na vida do indivíduo e produto de suas experiências passadas. 4. Neutralização - David Matza e Gresham Syhes ○ Técnicas que neutralizam a culpa. TEO R I A S D O CON FL I TO Marxista / Crítica / Radical ● De base marxista (Karl Marx); ● Década de 70; ● Crime é visto como um fenômeno decorrente do sistema capitalista; ● Por interesse, a elite dominante define os atos e consequentemente os indivíduos considerados criminosos; ● Propões reformas na sociedade a fim de reduzir desigualdades para diminuição da criminalidade; ● A teoria crítica foi dividida em três correntes principais (tratadas com mais detalhes no tópico “Nova Criminologia”): 1. Neorrealismo de esquerda 2. Teoria do Direito Penal Mínimo 3. Abolicionismo Penal Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 07 Etiquetamento / Rotulação Social / Labelling Approach ● Origem e Defensores: Desenvolvida nos EUA na década de 1960 por Erving Goffman, Edwin Lemert, e Howard Becker, em um contexto de crescimento econômico pós-guerra e questionamento de valores culturais e sociais. ● Fundamentos: Enfatiza que o crime é o resultado de um processo social de interação, rotulação e estigmatização. A criminalidade é vista como um subproduto do controle social, que é seletivo e discriminatório. ● Desvio Primário e Secundário: Diferencia entre o desvio primário (atos desviantes não rotulados) e o desvio secundário (comportamento que surge em resposta à rotulação e estigmatização). ● Consequências do Rotulamento: A rotulação leva à estigmatização e marginalização do indivíduo, podendo resultarem reincidência e adoção de uma identidade desviante. ● Interacionismo Simbólico: A teoria enfatiza a importância das interações sociais e percepções na definição e rotulação do comportamento desviante. ● Instituição Total e Homem Institucionalizado: Conceitos como instituição total (Goffman) destacam o impacto da longa permanência em instituições totais, como prisões, no processo de desculturamento e prisionização do indivíduo. ● Tipos de Comportamento (Becker): Identifica quatro tipos - comportamento apropriado, desviante puro, falsamente acusado e desviante secreto. ● Política dos quatro Ds (Shecaira): Propõe descriminalização, diversão, devido processo legal e desinstitucionalização para reduzir o estigma da justiça criminal. ● Críticas e Limitações: A teoria é criticada por não explicar a origem inicial do comportamento desviante e por potencial minimização da responsabilidade individual. ATORES DESENCADEANTES DA CRIMINALIDADE Para a Sociologia Criminal, há alguns fatores sociais negativos que condicionam e desencadeiam a criminalidade, dentre eles: 1. Sistema econômico desigual; 2. Pobreza e miserabilidade; 3. Fome e desnutrição; 4. Habitação precária; 5. Crescimento populacional desordenado (ver Teoria Consensual - Ecológica); 6. Desemprego e subemprego; 7. Infância negligenciada e abandonada; 8. Baixa ou nenhuma escolaridade, entre outros. Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 08 ESTATÍSTICAS CRIMINAIS (CIFRAS) CIFRA NEGRA Crimes que NÃO CHEGAM ao conhecimento do Estado para registro por razões subjetivas. Como consequência não são solucionados / punidos. É a cifra “genérica”, que abrange todas as demais. CIFRA CINZA Crimes que CHEGAM ao conhecimento da autoridade policial, mas não prosperam na fase processual, haja vista a composição das partes ou a ausência de representação. CIFRA AMARELA Crimes praticados por funcionários públicos, com abuso de poder ou arbitrariedade ou violência policial e não são notificados aos órgãos fiscalizadores competentes (corregedoria, por exemplo). CIFRA AZUL Crimes praticados pelas classes menos favorecidas da sociedade (conexão com a teoria consensual da Subcultura Delinquente). CIFRA BRANCA Delitos que foram efetivamente levados ao Poder Judiciário, ocorrendo a condenação ou a absolvição por parte do acusado. CIFRA DOURADA Também denominados “crimes do colarinho branco” (conexão com a teoria consensual da Associação Diferencial), são os crimes praticados pela “elite”, geralmente, políticos e empresários (ex: sonegação). CIFRA ROSA Crimes de preconceito ligados à orientação sexual (homofobia, transfobia etc) que não chegam ao conhecimento do estado. CIFRA VERMELHA Crimes praticados por serial killers, assassinos em série, psicopatas (ex: Caso Lázaro em Goiás). CIFRA VERDE Crimes ambientais cuja autoria não identificada, impossibilitando a responsabilização do delinquente (exemplo: pichação, desmatamento, etc). Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 09 PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE Prevenção: Conjunto de medidas adotadas para evitar a ocorrência delitiva. REAÇÃO SOCIAL AO DELITO PRIMÁRIA • Causas e origem do delito; • Prevenir e neutralizar; • Destinado à coletividade; • Acesso a direitos sociais para toda a população (ex: moradia e saúde) • Instrumentos preventivos de médio e longo prazo. SECUNDÁRIA • Finalidade de neutralizar o risco; • Prevenção situacional / precoce • Geralmente associada aos serviços de saúde e assistência social; • Proteção de vítimas; • Curto e médio prazo TERCIÁRIA • Após a prática delitiva, visando evitar a reincidência; • Dirigida ao criminoso / delinquente; • Caráter punitivo e ressocializante; • Política criminal e controle jurídico-penal Sistemas de Reação ao Delito CLÁSSICO / DISSUASÓRIO / RETRIBUTIVO ● Relacionado à Justiça Retributiva, ou seja, a pena tem a finalidade de retribuir, proporcionalmente, ao autor do crime, o dano que tenha causado; ● O crime é um ato que atinge a sociedade; ● Interesse público em punir o delinquente; ● Caráter intimidatório e punitivo. RESSOCIALIZADOR ● A pena tem caráter utilitário; ● Prevenção especial positiva (reinserção do indivíduo no meio social); ● Visa a ressocialização, a segunda chance; INTEGRADOR ou CONSENSUAL ● Tem-se a relação entre o modelo e a Justiça Restaurativa, a qual visualiza o crime como um ato que impacta não só a sociedade, mas também vítima e autor, e foca na restauração do dano provocado pelo indivíduo delinquente; ● Há a reparação de interesses entre as partes envolvidas e os danos sofridos pela vítima; ● O foco é a medida diversa da prisão, como: acordo, conciliação, negociação ou algum instituto despenalizador (transação, suspensão etc). Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 10 VITIMOLOGIA E VITIMIZAÇÃO A Vitimologia é o estudo da vítima em seus diversos planos. Estuda-se a vítima sob o aspecto global, integral: psicológico, social, econômico e jurídico. A criminologia tradicional não tinha como foco a vítima, mas sim o delinquente e o delito, sua etiologia e prevenção. Fases da Vitimologia EX P O EN TES DA V I TI M OL O GI A Benjamin Mendelsohn – considerado um dos pais da vitimologia. ● Vítima inocente ou ideal: completamente inocente, não colabora para o crime ou seu resultado (exemplo: sequestro, infanticídio, etc); ● Vítima menos culpada ou culpada por ignorância: age de maneira inadequada, por negligência ou desconhecimento, acaba colaborando para o crime (exemplo: frequentar lugar desconhecido e perigoso sozinho); ● Única ou exclusivamente culpada (ou imaginária): é a agressora, a dissimulada ou imaginária, normalmente em crimes culposos (exemplo: roleta russa, legítima defesa, etc); ● Vítima tão culpada quanto o criminoso (voluntária): participação é essencial para a prática do crime (exemplo: aborto consentido, rixa, pacto de suicídio, etc); ● Vítima mais culpada (provocadora): dão causa ao crime (exemplo: injusta provocação da vítima que é agredida/morta por quem foi provocado). Hans von Hentig – dividiu sua classificação de vítimas em grupos, quais sejam: 1º: indivíduo sucessivamente criminoso-vítima-criminoso O sujeito comete crime, vai preso e, após a experiência traumática do encarceramento, volta a delinquir quando reinserido, devido ao preconceito social. 2º: simultaneamente criminoso-vítima-criminoso Muito ligado ao tráfico de drogas, onde muitos usuários viciados, por não possuírem condições de sustentar o vício, passam a traficar em troca de porções da droga. 3º: criminoso-vítima Já neste caso, não há previsão de que algo acontecerá para vitimar alguém, mas, acontece, passando o indivíduo de uma condição à outra. A exemplo de linchamentos, atos reflexos ou, até mesmo, atos inconscientes. Revalorização ou Descobrimento Inicia a partir da 2ª Guerra, quando tornou-se necessário observar a vítima com olhar mais humano Neutralização ou Esquecimento Surge com o processo inquisitivo e com a assunção do poder público tendo o monopólio da punição Idade do Ouro (Protagonismo da Vítima) A vítima possuía o poder de punir (ex: lei de Talião)Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 11 CO M P L EX O CR I MI NO L Ó GI CO EN TR E VÍ TI MA E AU TO R V I TI MI ZA ÇÃ O P RI M Á RI A , SECUN D Á RI A E TER CIÁ R IA Vitimização Primária Processo em que a vítima sofre, direta e indiretamente, as consequências do delito / crime. Vitimização Secundária Trata-se do sofrimento sofrido pela vítima nas fases de inquérito e processual (ex: ter que relembrar fatos perturbadores). Vitimização Terciária Omissão estatal e/ou ausência de receptividade social pós-delito. Pode-se resumir com “a vida da vítima virou de cabeça para baixo”. C o m p le x o s C ri m in o ló g ic o s Síndrome de Estocolmo: afeição / identificação afetiva da vítima por seu criminoso. Síndrome de Londres: contrária à Síndrome de Estocolmo, dispõe de uma inimizade, uma hostilidade, uma desobediência, uma rebeldia entre vítimas e autor(es) do fato. Síndrome da Mulher de Potifar: termo referente à passagem bíblica (Gên. 39) que trata da conduta de uma pessoa que fora rejeitada e, por vingança, acusa falsamente outra de crime sexual. Falsas Memórias: a vítima acredita fielmente que determinado indivíduo seja autor de uma infração penal, não havendo que se falar em má-fé. Síndrome de Lima: aqui, o criminoso simpatiza por suas vítimas, criando laços emocionais. Síndrome de Paris: crises ansiosas, distúrbios psicológicos, delírios e alucinações ligados, geralmente, à primeira visita à capital francesa ou à Europa devido ao choque cultural e à quebra de expectativa. Síndrome de Veneza: ligada ao livro Morte em Veneza do escritor Thomas Mann, diz respeito aos visitantes da cidade italiana que lá vão para tirarem a própria vida. Síndrome de Florença ou hiperculturemia: desmaios, aceleração e até delírios causados pela exposição à abundante riqueza de Florença. Síndrome de Jerusalém: diz respeito à obsessão, ao delírio ou ideias psicóticas relacionadas à temática religiosa por quem tenha visitado a cidade de Jerusalém. Síndrome da Barbie: trabalha com a ideia de "coisificação" da mulher, na qual ela é vista como um objetio de desejo , pronto para "servir" Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br Criminologia C o nc u rse i ro F o ra da Cai x a concurseiroforadacaixa.com.br | 12 NOVA CRIMINOLOGIA Abolicionismo Penal Movimento que questiona a eficácia do sistema penal e propõe a sua abolição, argumentando que ele é mais danoso do que as condutas que pretende punir. Surgiu na década de 90, baseando-se em críticas ao papel estigmatizante e marginalizador das prisões e do Direito Penal. Neorrealismo Abordagem que enfatiza a importância de políticas sociais eficazes para controlar as zonas de alta delinquência. Garantismo Penal Abordagem jurídica que defende a intervenção penal mínima, respeitando os direitos e a dignidade humana, e restringindo o poder punitivo do Estado. Direito Penal do Inimigo Conceito desenvolvido por Günther Jakobs que classifica certos indivíduos como "inimigos" do Estado (como terroristas e membros de organizações criminosas), justificando um regime penal mais severo para eles. Direito Penal de Emergência Situação em que o Estado limita garantias individuais para combater altos índices de criminalidade. Direito Penal Simbólico Uso das leis penais pelo Estado mais para efeitos de demonstração de autoridade ou controle social do que para efetiva prevenção ou punição do crime. Direito Penal Promocional Uso das leis penais pelo Estado com o objetivo de promover a imagem dos políticos, ao invés de focar na justiça ou no bem-estar social. Direito Penal Paralelo Exercício informal de poder punitivo por entidades que atuam paralelamente ao sistema penal oficial, muitas vezes sem o devido processo legal. Direito Penal Subterrâneo Fenômeno pelo qual o sistema penal, de forma seletiva e simbólica, tende a criminalizar desproporcionalmente as classes menos favorecidas, destacando a discrepância entre a teoria e a prática da aplicação da lei. EXTRA – QUESTÕES (TEC) São questões de várias bancas (basta excluir das questões as bancas que não te interessam) e níveis (questões simples às complexas). Complemente esse caderno com questões que você já selecionou como favoritas / importantes, para revisar nas semanas anteriores à prova. Aliando este resumo com a resolução de questões você certamente estará MUITO bem preparado(a)! Link: https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2y6Mv Preparado exclusivamente para Priscilla Bernardes Brito | CPF: 03731056143 https://www.concurseiroforadacaixa.com.br/ https://www.concurseiroforadacaixa.com.br