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AULA - Tema 3 - Organização Gênica Funções, estrutura e organização do genoma procariótico Estrutura gênica dos procariotos Os organismos procarióticos compreendem bactérias e arqueas, apresentando uma organização celular distinta dos eucarióticos. Uma das principais diferenças é a ausência de compartimentalização interna por membranas. O material genético (DNA) encontra-se localizado em uma região denominada nucleoide , que não é envolvida por membrana nuclear. Assim, o DNA está disperso no citoplasma, mas organizado em uma estrutura compacta. Em alguns casos, a microscopia eletrônica permite visualizar o nucleoide bacteriano. A maioria das bactérias apresenta um único cromossomo circular de DNA de dupla fita , densamente organizado. Contudo, existem exceções: o gênero Borrelia , por exemplo, possui cromossomos lineares . Esse DNA cromossômico contém todos os genes essenciais para a sobrevivência celular. Além do cromossomo principal, muitas bactérias possuem plasmídeos , moléculas de DNA extracromossômicas, geralmente circulares, que podem conter genes vantajosos, como os de resistência a antibióticos. As arqueas , embora sejam procariotos, apresentam particularidades bioquímicas e genéticas. Elas habitam ambientes extremos, como bordas de vulcões ou lagos hipersalinos, graças à plasticidade genética que lhes permite adaptações rápidas por meio de mutações, recombinações e rearranjos genômicos. Apesar da diversidade ecológica e fisiológica dos procariotos, a organização genética apresenta características comuns: ● Os genes procarióticos estão frequentemente organizados em operons (grupos de genes transcritos juntos sob controle de um mesmo promotor). ● A transcrição e a tradução ocorrem de forma acoplada (simultânea no citoplasma). ● Há uma alta economia genética , ou seja, pouco espaço é desperdiçado com regiões não codificantes. ● O genoma pode se modificar com rapidez, facilitando a adaptação a diferentes condições ambientais. Assim, a estrutura gênica procariótica combina simplicidade organizacional com alta eficiência adaptativa , sendo a base para a sobrevivência desses organismos em praticamente todos os habitats do planeta. Versão acelerada Os procariotos (bactérias e arqueas) são seres vivos que não têm núcleo . O DNA deles fica em uma região chamada nucleoide , que não tem membrana. Normalmente, eles possuem um único cromossomo circular de DNA. Algumas exceções, como a bactéria Borrelia , têm cromossomos lineares . Muitas bactérias também têm plasmídeos , que são pedacinhos extras de DNA com genes que dão vantagens, como resistência a antibióticos . As arqueas são famosas por viverem em ambientes extremos (vulcões, lagos salgados, etc.) porque conseguem mudar seu DNA rapidamente — sofrem mutações e rearranjos que ajudam na adaptação. Os genes nos procariotos são organizados de forma prática: ● Ficam em operons (um conjunto de genes funcionando juntos). ● A transcrição e tradução acontecem ao mesmo tempo . ● Pouco espaço é desperdiçado com DNA "inútil". Resumindo: os procariotos têm um DNA simples, compacto e muito adaptável, o que explica porque eles sobrevivem em praticamente qualquer lugar. Resuminho + fofoca/historinha Imagina uma república de estudantes superorganizada chamada Procariotos City : ● Eles não têm “quartos separados” (núcleo). Todo mundo mora junto no salão comunitário chamado nucleoide . ● Quase sempre têm apenas um grande livro de regras circular (cromossomo), mas uns diferentões como a família Borrelia usam livro retangular (linear) ● Alguns moradores carregam caderninhos extras (plasmídeos) com truques especiais, tipo “receita secreta de resistência a antibióticos”. ● As arqueas são os mochileiros radicais da galera: vivem no vulcão, na salina, no lugar mais doido, porque conseguem editar o livro de regras rapidinho (mutação e rearranjo). ● E pra não perder tempo, nessa república eles fazem a receita enquanto já comem → a transcrição e tradução rolam juntas! Moral da fofoca: os procariotos podem parecer simples, mas são os reis da sobrevivência, sempre se virando em qualquer situação. Conceitos iniciais do genoma procariótico Resumo de vídeo: O vídeo apresenta conceitos iniciais sobre o genoma procariótico, começando pela classificação geral dos seres vivos, que são divididos em três domínios: bactéria, arquea e eucária. O foco é nos procariontes (bactérias verdadeiras e arqueas), cujo material genético está compactado em uma região chamada nucleóide, sem membrana separando do citoplasma, ao contrário dos eucariotos que possuem núcleo e organelas delimitadas por membranas. O vídeo explica que a maioria das bactérias possui um cromossomo circular de DNA, mas alguns gêneros podem apresentar cromossomo linear, e todo o material genético essencial está concentrado no nucleóide. Destaca-se também a enorme capacidade de adaptação dos procariotos, devido à plasticidade do seu genoma, permitindo colonizar diversos ambientes, incluindo locais extremos como bordas de vulcões e lagos salinos. Por fim, o vídeo menciona que, apesar da grande diversidade genética, os genomas dos procariotos compartilham aspectos organizacionais comuns, como sequências codificantes e reguladoras, que serão discutidas futuramente. Encerrando, o apresentador deseja bons estudos aos espectadores. Estrutura básica dos genes procarióticos Estrutura básica dos genes procarióticos Um gene pode ser definido como um segmento de DNA que contém a informação necessária para a síntese de um produto funcional, que pode ser: ● RNA mensageiro (RNAm) → posteriormente traduzido em proteína; ● RNA transportador (RNAt) → responsável por levar aminoácidos durante a tradução; ● RNA ribossomal (RNAr) → componente estrutural e funcional dos ribossomos. Nos procariotos , os genes são constituídos de duas grandes partes: 1. Região codificadora ○ É o trecho de DNA que contém a sequência de nucleotídeos que será transcrita em RNA. ○ Essa sequência determina diretamente qual será o produto final (RNAm, RNAt ou RNAr). 2. Sequências reguladoras ○ São regiões que controlam quando, onde e em que intensidade o gene será expresso. ○ Não participam diretamente da produção do RNA, mas funcionam como “sinais de controle”. ○ Entre elas, destacam-se: ■ Promotor → região onde a RNA polimerase se liga para iniciar a transcrição. ■ Terminador → região que sinaliza o fim da transcrição. A analogia da receita ajuda a compreender: ● A região codificadora é como os ingredientes e o passo a passo para fazer um bolo. ● As sequências reguladoras são as anotações extras (“só faça no aniversário”, “use cobertura de chocolate só em festa”), ou seja, instruções de quando e como usar a receita . Expressão gênica em procariotos A expressão de um gene procariótico envolve: 1. Transcrição → a sequência de DNA é copiada em RA. ○ O RNA pode ser RNAt, RNAr ou RNAm. 2. Tradução (quando o produto é RNAm) → o RNA mensageiro serve de molde para a síntese de proteínas. Assim, os genes procarióticos são compactos e altamente regulados, permitindo uma resposta rápida às condições do ambiente. Versão acelerada Um gene é como uma receita escrita no DNA. Ele tem duas partes principais: ● Região codificadora → é a parte “principal da receita”, que manda fazer o RNA (pode virar proteína ou ser um RNA funcional como RNAt ou RNAr). ● Sequências reguladoras → são “anotações extras na receita”, que dizem quando e como usar (promotor inicia, terminador encerra). Nos procariotos: 1. O DNA é(50-200 pb). ○ Enhancers (promotores distais) → podem estar milhares de pb distantes, reforçam a transcrição. ■ Alguns são específicos de tipo celular → dependem de proteínas específicas para atuar. Regulação da Expressão Gênica ● Pode ativar ou silenciar genes dependendo de sinais internos/externos. ● Inclui controle de: ○ Início e término da transcrição ○ Eficiência de tradução ○ Estabilidade do mRNA ○ Estabilidade/atividade da proteína RESUMO ACELERADO ● Gene = região de DNA + promotor + UTRs. ● Transcrição → inicia no promotor → RNA polimerase forma RNA → termina em sequências específicas. ● Procarioto: RNA polimerase liga-se direto ao promotor (-10 = TATA box, -35 = reconhecimento). ● Eucarioto: precisa de fatores de transcrição → promotor principal + proximais + enhancers. ● Regulação gênica = célula decide ligar/desligar genes conforme necessidade. RESUMINHO + FOFOCA/HISTÓRIA Imagina o DNA como uma avenida com vários restaurantes (genes). Cada restaurante precisa de: ● Placa de endereço (promotor) → indica onde começa o cardápio. ● Cardápio (região codificadora) → o que vai ser produzido. ● Garçom chefe (RNA polimerase) → que só entra se alguém abrir a porta. No bairro procarioto , o garçom é mais roots: ele vê a placa "-10 (TATA box)" e já entra sozinho. No bairro eucarioto , o garçom é chique: precisa que os seguranças (fatores de transcrição) deixem ele entrar. Às vezes, os influencers da vizinhança (enhancers) aparecem para bombar o restaurante e trazer mais clientes (aumentar transcrição). E claro, tem os fiscais de saúde (repressoras) que podem fechar o restaurante se ele estiver produzindo demais. Ou seja, o DNA está sempre sob controle para que a produção seja equilibrada! Sequências reguladoras em eucariotos e procariotos O vídeo apresenta uma explicação sobre as sequências reguladoras em procariotos e eucariotos, abordando suas diferenças e funções na regulação da expressão gênica. De início, o vídeo relembra o processo de transcrição, dividido em três etapas: iniciação, alongamento e terminação, detalhando como a RNA polimerase se liga às regiões promotoras – que marcam o início da transcrição. Em procariotos, as regiões reguladoras ficam próximas das regiões codificadoras, com destaque para as sequências conservadas na região -10 (TATA box) e -35, além de sítios específicos que podem ser ativados ou bloqueados por proteínas reguladoras. Nos eucariotos, há maior complexidade: o promotor principal possibilita a transcrição basal e pode contar com promotores proximais (próximos ao início da transcrição) ou distais/intensificadores (enhancers), encontrados longe do gene, que aumentam a afinidade do complexo de transcrição pela região promotora. O vídeo reforça que tanto procariotos quanto eucariotos regulam a expressão gênica em resposta a estímulos externos e internos, podendo ativar ou bloquear genes em diferentes etapas, como o início da transcrição, processamento pós-transcricional, tradução, modificação, degradação ou transporte de proteínas. A explicação é finalizada destacando a importância das sequências reguladoras para o funcionamento dos organismos e desejando bons estudos aos espectadores. Estrutura da cromatina de eucariotos Problema central: O DNA é MUITO maior que o núcleo onde está guardado. ● Se esticássemos todo o DNA de uma célula humana → ~1,8 m de comprimento . ● Mas precisa caber num núcleo de ~6 μm de diâmetro . ● Solução: compactação controlada → forma cromatina . O que é cromatina? ● Cromatina = DNA + proteínas associadas (principalmente histonas). ● É uma estrutura nucleoproteica organizada e dinâmica . ● Função: permitir que: ○ DNA caiba no núcleo. ○ Processos celulares (replicação, transcrição, reparo) ocorram no momento certo. Componentes da cromatina Principais proteínas associadas ao DNA e seus efeitos: Proteín a M as sa Forma funcional Sítio de ligação no DNA Efeito sobre o DNA Histon as centrai s (H2A, H2B, H3, H4) 11 –1 4 kD a Homodíme ros (formam nucleosso mo) Regiões com dinucleotí deos TA a cada 10 pb, intercalad os com GC Enrola mento do DNA Histon as de ligação (H1, H5) ~2 1 kD a Homodíme ros Sequência s ricas em AT Interlig ação dos nucleo ssomo s Proteín as HMG 11 –3 8 kD a Homo/hete rodímeros Trechos ricos em AT Dobra mento do DNA Proteín as SMC (ex.: SMC2- SMC4, conden sina) ~1 40 kD a Heterodím ero Regiões com estrutura secundári a Interlig ação de longos domíni os Níveis de compactação Embora o texto não tenha detalhado aqui, é importante lembrar: ● DNA + histonas → nucleossomos (parecem "contas de colar"). ● Nucleossomos + H1 → fibra de 30 nm . ● Compactação progressiva → cromatina eucromática (menos condensada, ativa) ou heterocromática (mais condensada, inativa). Resumo Conceitual ● Cromatina = embalagem dinâmica do DNA. ● Formada por histonas + proteínas reguladoras. ● Compactação é organizada → não atrapalha os processos celulares. ● Varia o grau de compactação dependendo da atividade do gene . RESUMO ACELERADO ● DNA é enorme → precisa ser compactado para caber no núcleo. ● Cromatina = DNA + proteínas (histonas + proteínas HMG/SMC). ● Histonas centrais formam nucleossomos (DNA enrolado). ● H1 e H5 ligam os nucleossomos, formando fibras. ● HMG dobram o DNA. ● SMC/condensinas ajudam a organizar e condensar cromossomos. ● Compactação pode ser frouxa ( eucromatina ) ou apertada ( heterocromatina ). RESUMINHO + FOFOCA/HISTÓRIA Imagina que o DNA é um fio gigante de macarrão com 1,8 m de comprimento. Se jogássemos no núcleo da célula, ia virar um nó absurdo! Então entram as histonas , que são como carretéis que enrolam o macarrão bem bonitinho. A H1 é tipo o clipe que prende o fio para não soltar. As proteínas HMG são as "decoradoras de interiores": dobram e organizam tudo para caber no espaço. E as SMC (condensinas) são os seguranças que amarram os fios para deixar tudo firme e condensado na hora de dividir as células. Moral da fofoca: o DNA é um baita rolo, mas a célula é uma ótima organizadora de armário! Proteínas da Cromatina eucariótica Histonas – Proteínas principais da cromatina ● Presença: Quase todos os eucariotos. ● Proporção: Massa similar à do DNA total da cromatina. ● Função: Compactação básica do DNA e formação de nucleossomos. ● Características gerais: ○ Altamente básicas (ricas em lisina e arginina → interagem bem com o DNA, que é negativo). ○ Codificadas por famílias de genes parálogos, principalmente as histonas centrais. Tipos de histonas canônicas: Tip o Exem plos Função / Estrutura Cen trai s H2A, H2B, H3, H4 Formam o núcleo do nucleossomo; ~100 aminoácidos; domínio com 3 alfa-hélices separado por alças → enovelamento de histonas (histone fold) De liga ção H1, H5 Ligam nucleossomos entre si; ajudam na compactação de níveis mais altos Proteínas não histônicas – Organização avançada ● Presença: Menos abundantes que histonas, mas essenciais para compactação e regulação. ● Função: Estruturação da cromatina em níveis mais complexos; apoio à replicação e transcrição. Principais proteínas não histônicas: Proteína Função / Característica HMG (High Mobility Group) Pequenas (11–38 kDa), cromossômicas, ajudam na flexibilidade e dobramento do DNA; divididas em famílias: • HMGA: ligam-sea trechos curtos ricos em AT via gancho • HMGB: domínios de ligação ~80 aa, sem especificidade de sequência • HMGN: ligam-se a nucleossomos (30 aa) SMC (Structural Maintenance of Chromosome s) Formam complexos em anel com DNA, regulam organização e estrutura da cromatina; associados a cleisinas para condensação Outras proteínas DNA e RNA polimerases; proteínas reguladoras da transcrição e replicação Resumo funcional ● Histonas: compactação básica → nucleossomos e fibras de cromatina. ● Proteínas não histônicas (HMG, SMC, polimerases, reguladoras): organização avançada, suporte à estrutura tridimensional e regulação funcional do DNA. ● Compactação = DNA acessível para transcrição, replicação e reparo, mas ainda bem protegido. RESUMO ACELERADO Proteínas da Cromatina Histonas (principal compactador): ● Centrais (H2A, H2B, H3, H4) → núcleo do nucleossomo, enrolam DNA (~100 aa, domínio histone fold). ● De ligação (H1, H5) → ligam nucleossomos e ajudam a formar fibras de cromatina mais compactas. ● Ricas em lisina e arginina → atração com DNA negativo. Proteínas não histônicas (compactação avançada e regulação): ● HMG: pequenas, flexibilidade do DNA. Famílias: ○ HMGA → liga AT curtos ○ HMGB → liga DNA sem sequência específica ○ HMGN → liga nucleossomos ● SMC: formam anéis com DNA, ajudam a estruturar cromatina. ● Outras → DNA/RNA polimerases, proteínas reguladoras da transcrição e replicação. Resumo funcional: Histonas = nível básico de organização; HMG e SMC = níveis mais complexos e regulatórios. RESUMO + FOFOCA/HISTÓRIA Imagina que o DNA é um fio gigante de lã . ● Histonas centrais (H2A, H2B, H3, H4) são os novelos de lã : enrolam o fio para formar “contas” (nucleossomos). ● H1 e H5 são os clipes que prendem os novelos juntos, fazendo um colar bonito. Agora entram os “assessores” da cromatina (proteínas não histônicas): ● HMGs → arquitetos do DNA: dobram, torcem e organizam espaços entre os novelos. ● SMCs → seguranças e engenheiros estruturais: formam anéis que mantêm tudo firme e organizado. ● Polimerases e reguladoras → são os trabalhadores que vão ler o fio e fabricar proteínas, garantindo que a “cidade do DNA” funcione sem bagunça. Moral da história: DNA é um rolo gigante, mas a célula tem novelos, clipes, arquitetos e engenheiros para deixar tudo arrumadinho e funcional ! Entendendo a estrutura da cromatina eucariótica Esse é um resumo de um vídeo sobre a estrutura da cromatina eucariótica: O vídeo começa abordando a curiosidade sobre o tamanho do DNA humano, que mede cerca de 1,8 metros e precisa ser compactado para caber no pequeno núcleo celular, de apenas 6 micrômetros de diâmetro. Essa compactação acontece principalmente por meio da interação entre o DNA e proteínas específicas, chamada cromatina. O processo é altamente organizado e regulado, permitindo a replicação do DNA e expressão gênica. A principal família de proteínas envolvida na compactação do DNA são as histonas, divididas em histonas centrais (H2A, H2B, H3 e H4) e histonas de ligação (H1 e H5). As centrais formam um núcleo proteico chamado nucleossomo, que é a unidade básica da cromatina, onde o DNA dá duas voltas ao redor das histonas. As histonas de ligação atuam externamente ao nucleossomo e ajudam a estabilizar a estrutura. Todas essas proteínas possuem muitos aminoácidos positivos, facilitando a interação forte com o DNA, que tem carga negativa. Além das histonas, há proteínas não-histônicas, como as das famílias HGM (HGMA, HGMB, HMGN), que se associam ao DNA de formas variadas, e as proteínas SMC, que participam da organização da cromatina. Também atuam as polimerases e proteínas reguladoras envolvidas nos processos de transcrição e replicação do DNA. O vídeo destaca a beleza e complexidade da estrutura da cromatina, mostrando como distintos tipos de proteínas colaboram para compactar e organizar o material genético, garantindo seu funcionamento adequado. Finaliza desejando bons estudos e convidando para próximos conteúdos. Nucleossomo eucariótico e organização da cromatina A forma estrutural básica da cromatina eucariótica é uma partícula formada por DNA e histonas, chamada de nucleossomo. Observe a imagem. Estrutura básica ● O nucleossomo é a unidade fundamental da cromatina . ● É formado por: ○ Octâmero de histonas (2 cópias de H2A, H2B, H3 e H4). ○ ~146 pares de bases de DNA que dão duas voltas em torno desse octâmero. ○ Histona de ligação (H1 ou H5): ajuda a estabilizar o DNA enrolado e contribui para compactação adicional (fibra de 30 nm). Caudas de histonas ● As caudas N-terminais das histonas se projetam para fora. ● Elas sofrem modificações pós-traducionais (acetilação, metilação, fosforilação etc.), que regulam a acessibilidade e a expressão gênica. Forma ● Estrutura de cilindro achatado . ● O DNA enrolado não fica igualmente exposto. Posicionamento rotacional ● Refere-se à orientação da dupla hélice em relação ao octâmero. ● Apenas uma face do DNA fica exposta. ● Proteínas regulatórias (ex.: fatores de transcrição) só conseguem se ligar se seu sítio estiver na face externa do DNA. ● Esse posicionamento é influenciado por: ○ Sequências nucleotídicas específicas. ○ Remodeladores de cromatina (complexos ATP-dependentes que reposicionam nucleossomos). Função biológica ● O nucleossomo compacta o DNA e controla o acesso às sequências regulatórias. ● É peça-chave no controle da expressão gênica, replicação e reparo do DNA . Resumo Acelerado Fórmula do nucleossomo: DNA (~146 pb) + octâmero (H2A, H2B, H3, H4 ×2) + histona de ligação (H1/H5). Funções principais: ● Compactação do DNA. ● Controle de acessibilidade → regulação da expressão gênica. Dicas de memória: ● Octâmero = 8 peças → 2 de cada (2A, 2B, 3, 4). ● Histona H1 = "fecho" → segura a embalagem. ● Caudas = anteninhas químicas → recebem sinais (acetilação, metilação). ● Rotacional = só um lado aparece → fator de transcrição só entra se a “porta” estiver virada pra fora. Resuminho + Fofoca/Historinha Imagina o DNA como uma fita gigante que precisa ser guardada numa caixa. Essa caixa é o nucleossomo , que funciona como uma carretel de costura chique . No centro do carretel temos um grupo VIP de histonas (H2A, H2B, H3 e H4 – duas de cada). Eles são os “moradores” do carretel, sempre em dupla, tipo casalzinho. Aí chega a Histona H1 (ou H5) , que é como aquela tia que coloca o alfinete de segurança no cabelo pra nada soltar. Ela garante que o DNA fique firme no rolo. As caudas das histonas são tipo “braços de festa”: ficam pra fora e aceitam pulseirinhas químicas (acetil, metil, fosfato). Dependendo da pulseira, elas deixam o DNA mais aberto (pra todo mundo ver) ou mais fechado (segredo guardado). Mas tem um detalhe picante: só um lado do DNA enrolado fica exposto! É tipo festa com cortina — só quem tiver na parte aberta consegue entrar. Se o fator de transcrição (aquele fofoqueiro que quer ler o DNA) não encontrar a porta virada pra ele, já era, fica de fora. Resultado? O nucleossomo é quem decide quem entra ou não na balada do DNA . Níveis de organização da cromatina Estrutura básica ● A cromatina é formada por DNA + proteínas (principalmente histonas). ● Sua unidade fundamental é o nucleossomo . ● A partir do nucleossomo, há níveis crescentes de compactação, que variam conforme a fase do ciclo celular e a atividade da célula. Tipos de cromatina (visíveis na interfase) ● Eucromatina ○ Menos compactada. ○ Região ativa → genespodem ser transcritos. ● Heterocromatina ○ Mais compactada. ○ Região inativa → não ocorre transcrição. Heterocromatina – classificações 1. Constitutiva ○ Sempre condensada. ○ Formada por DNA repetitivo (microssatélites). ○ Localização típica: telômeros, centrômeros, regiões organizadoras do nucléolo . ○ Nunca transcrita. 2. Facultativa ○ Pode estar condensada em algumas células e ativa em outras. ○ Exemplo: cromossomo X inativo em células de mamíferos fêmeas (corpúsculo de Barr). ○ Mais abundante em células diferenciadas. ○ Não é formada por sequências simples de DNA. Condensação da cromatina durante o ciclo celular ● Interfase : cromatina alterna entre eucromatina (ativa) e heterocromatina (inativa). ● Divisão celular (mitose e meiose) : cromatina condensa ao máximo, formando os cromossomos metafásicos , que são transcricionalmente inativos. Níveis de organização estrutural 1. Fibra de 10 nm : sequência linear de nucleossomos (“colar de contas”). 2. Fibra de 30 nm : nucleossomos enrolados em uma estrutura mais compacta (ziguezague ou solenoide). 3. Fibra de 300 nm : organização em alças cromossômicas ancoradas por proteínas estruturais. 4. Compactação progressiva → cromossomos metafásicos (estado máximo de condensação). Resumo Acelerado Eucromatina = aberta, ativa, transcrição rola solta. Heterocromatina = fechada, inativa. Heterocromatina tipos ● Constitutiva = sempre fechada, DNA repetitivo, centrômero/telômero. ● Facultativa = às vezes fechada, ex: cromossomo X inativo. Níveis de compactação ● 10 nm = colar de contas. ● 30 nm = enroladinha (ziguezague). ● 300 nm = alças cromossômicas. ● Cromossomo = top do enovelamento. Mnemônico pra lembrar : “10 → 30 → 300 → Cromossomo” (escadinha da compactação). Resuminho + Fofoca/Historinha Imagina o DNA como um cabelo gigante . Ele pode estar: Eucromatina = cabelo solto, leve, cheio de vida → dá pra passar a escova (RNA polimerase) e fazer penteados (transcrição). Heterocromatina = cabelo preso num coque apertado → ninguém mexe, nada entra, nada sai. Agora, dentro da heterocromatina tem dois estilos: ● Constitutiva = coque fixo com laquê → nunca solta, sempre fechado (telômeros, centrômeros). ● Facultativa = coque de pregador → às vezes solto, às vezes preso, depende da ocasião (tipo o cromossomo X das meninas). E na hora da mitose/meiose ? O cabelo não é só coque, é tipo megapenteado de casamento → vira o cromossomo bem firme e brilhante, pronto pro desfile. Escadinha do penteado: ● 10 nm = fiozinho solto (colar de contas). ● 30 nm = começa a enrolar. ● 300 nm = faz mechas e alças. ● Cromossomo = coque final glamouroso. Diferentes níveis de organização da cromatina O vídeo apresenta uma explicação sobre os diferentes níveis de organização da cromatina nas células eucarióticas. Ele começa ressaltando que a unidade básica da cromatina é o nucleossomo, formado por segmentos de DNA enrolados em torno de um octâmero de histonas, com proteínas de ligação associadas. É discutido como o posicionamento do DNA em relação às histonas pode influenciar os processos de expressão gênica, replicação e transcrição, sendo o acesso ao DNA dependente da estrutura da cromatina. A cromatina é mostrada com diferentes graus de compactação, desde a forma menos compacta conhecida como "colar de contas" até a estrutura extremamente condensada dos cromossomos. Durante o ciclo celular, a organização da cromatina se modifica: na interfase, há eucromatina (menos compacta, ativa na expressão gênica) e heterocromatina (mais compacta, geralmente inativa); durante mitose e meiose, os cromossomos apresentam máxima condensação e inatividade transcricional. O vídeo também diferencia heterocromatina constitutiva (sempre condensada com DNA repetitivo, encontrada em regiões específicas do cromossomo) da facultativa (pode ser compactada de acordo com o tipo celular ou fase do ciclo, como o cromossomo X inativo). Por fim, o narrador ressalta a importância dessas mudanças estruturais para os processos fisiológicos celulares e conclui desejando bons estudos aos espectadores. Observação: Este é um resumo do conteúdo apresentado em vídeo.lido → vira RNA (transcrição). 2. Se for RNAm → esse RNA é traduzido em proteína. 3. Se for RNAt ou RNAr → já funcionam diretamente no processo de síntese proteica. Resumindo: gene procariótico = receita simples e prática, com parte que dá o conteúdo (região codificadora) e parte que controla o uso (regiões reguladoras). Resuminho + fofoca/historinha Imagina que o DNA é um caderno de receitas : ● O gene é uma receita específica (ex: bolo de chocolate). ● A região codificadora é a lista de ingredientes + modo de preparo. → sem isso, não sai bolo nenhum. ● As sequências reguladoras são aquelas anotações rabiscadas no canto da página: ○ “Só faça no aniversário” (promotor = hora de começar). ○ “Pare quando dourar o topo” (terminador = hora de parar). ● Se o bolo (gene) for RNAm , ele ainda vira outro prato mais elaborado → a proteína. ● Se for RNAt ou RNAr , já serve direto na mesa, ajudando na produção de outros pratos. Conclusão da fofoca: no “restaurante procarioto”, as receitas são curtas, diretas e vêm com bilhetinhos de quando usar. Isso garante que os chefs (células) nunca percam tempo e consigam se adaptar rapidinho ao pedido do cliente (o ambiente). Homologia e tamanho dos genes procarióticos Homologia e tamanho dos genes procarióticos Uma característica marcante dos genes procarióticos é a colinearidade entre o gene e o seu produto. Isso significa que a sequência de nucleotídeos do DNA corresponde diretamente à sequência de nucleotídeos do RNA ou à sequência de aminoácidos da proteína. Nos procariotos, essa relação é direta e contínua. Nos eucariotos, em contrapartida, a sequência gênica é frequentemente interrompida por íntrons , que precisam ser removidos no processo de splicing. Homologia gênica Os genes procarióticos podem apresentar semelhanças entre si , chamadas de homologias , que se originam a partir de processos evolutivos: ● Genes parálogos → surgem após duplicação de uma região cromossômica. Uma cópia mantém a função original, enquanto a outra pode adquirir uma nova função relacionada. ● Pseudogenes → resultam de mutações que inativam um gene, de forma que ele perde a função, mas mantém a homologia com o gene ancestral. Tamanho dos genomas procarióticos Os genomas procarióticos apresentam grande variação de tamanho, indo de 150.000 pares de base (150 kb / 0,15 Mb) até cerca de 13.000.000 pares de base (13 Mb) . ● Bactérias → geralmente apresentam genomas entre 2 a 5 Mb . ● Arqueas → predominam espécies com genomas em torno de 2 Mb . Essa variação está associada a processos de ganho ou perda de sequências ao longo da evolução , refletindo a adaptação a diferentes ambientes. Conceito de genoma mínimo O genoma mínimo representa o menor conjunto de genes necessários para sustentar a vida celular. Esse conceito é fundamental para compreender os limites da complexidade biológica e para aplicações em biotecnologia e biologia sintética. Versão acelerada Nos procariotos , o DNA é lido de forma direta : o gene no DNA → vira RNA → vira proteína (sem interrupções). Isso se chama colinearidade . Já nos eucariotos, o DNA tem pedacinhos que atrapalham (íntrons) e precisam ser retirados. Sobre semelhança entre genes : ● Se um gene é copiado e a cópia muda um pouco → temos parálogos (genes parecidos, mas com funções diferentes). ● Se um gene perde a função, mas continua “lembrando” o original → vira pseudogene . Quanto ao tamanho do genoma : ● Pode variar MUITO → de 150 mil bases até 13 milhões. ● Bactérias → geralmente entre 2 a 5 milhões de bases (Mb) . ● Arqueas → normalmente em torno de 2 Mb . Existe o conceito de genoma mínimo , que é o menor conjunto de genes necessários para uma célula sobreviver. Resuminho + fofoca/historinha Pensa que o DNA dos procariotos é um texto corrido sem pausas: ● O que você lê é o que você fala → colinearidade. ● Já nos eucariotos, o texto vem cheio de “palavras riscadas” (íntrons) que precisam ser apagadas antes de entender a mensagem. Agora, sobre homologia , é tipo fofoca de família: ● O parálogo é o primo que nasceu de uma cópia → parece com você, mas faz outra coisa da vida. ● O pseudogene é aquele tio que já aposentou → não trabalha mais (sem função), mas ainda tem o mesmo sobrenome. No quesito tamanho do genoma , dá pra imaginar assim: ● Tem procarioto com “livrinho de bolso” de 150 mil letras. ● E tem procarioto com “tijolão” de 13 milhões de letras. ● As bactérias normalmente carregam um manual médio (2 a 5 Mb). ● As arqueas gostam de caderninho compacto (em torno de 2 Mb). E ainda existe o genoma mínimo → tipo a “receitinha básica de sobrevivência”: o conjunto de genes indispensáveis pra célula continuar viva. Conceito de gene, homologia e tamanho dos genes procarióticos O vídeo aborda conceitos fundamentais sobre genes, especialmente em organismos procarióticos. Explica que o gene é um segmento de DNA responsável pela síntese de produtos como RNA transportador, ribossomal ou mensageiro, sendo este último traduzido em proteína. Nos genes procarióticos, há duas regiões principais: a codificadora (que contém a sequência para transcrição do RNA) e as reguladoras (promotora e terminadora), que controlam a expressão gênica. Uma característica importante dos genes procarióticos é a colinearidade, ou seja, a correspondência direta entre as sequências de DNA, RNA e proteína, diferentemente dos genes eucarióticos, que possuem introns que interrompem a sequência codificadora. O vídeo também explica sobre homologia, caracterizando genes com sequências semelhantes que podem surgir por duplicação e evolução (gerando genes parálogos ou pseudogenes). Em relação ao tamanho, o genoma procariótico varia bastante, de 150 mil a 13 milhões de pares de base, sendo mais comum entre 2 e 5 milhões nas bactérias e cerca de 2 milhões nas arqueias. É destacado ainda o conceito de genoma mínimo, que representa o menor número de genes necessários para a sobrevivência de um organismo procariótico. O vídeo encerra reforçando os principais conceitos discutidos: gene, colinearidade, homologia e variação de tamanho dos genes procarióticos. Genes procarióticos: plasmídeos e replicons Organização dos genes procarióticos – os replicons Todos os genomas procarióticos são compostos por DNA fita dupla . A maioria das bactérias e arqueas possui um único cromossomo circular , covalentemente fechado. Entretanto, existem exceções, com espécies que apresentam múltiplas moléculas de DNA, podendo ser circulares ou lineares . Conceito de replicon: Um replicon é qualquer unidade de DNA que contém uma origem de replicação e pode se replicar de forma autônoma. Nos procariotos, o principal replicon é o cromossomo bacteriano . Contudo, plasmídeos e outros elementos genéticos também podem atuar como replicons independentes. Plasmídeos: São moléculas menores de DNA circular , extracromossômicas, presentes em bactérias e algumas arqueas. Não contêm genes essenciais para a sobrevivência da célula. Conferem vantagens adaptativas , como: ○ Resistência a antibióticos (ex.: genes de β-lactamase). ○ Fatores de virulência (fixação, invasão de hospedeiros). ○ Metabolismo especial (ex.: degradação de compostos incomuns). São considerados elementos genéticos móveis , podendo ser transferidos entre bactérias (ex.: conjugação). Epissomos: São plasmídeos que se integram ao cromossomo bacteriano . Quando integrados, passam a se replicar junto com o cromossomo. Podem, ao se “descolar”, levar fragmentos do DNA cromossômico consigo, contribuindo para a variabilidade genética. Organização dos replicons no genoma procariótico ● Moléculas maiores → centenas a milhares de quilobases; contêm genes essenciais; são os cromossomos . ● Moléculas menores → dezenas a centenas de quilobases; não possuem genes essenciais; são os plasmídeos . Importância biológica : os plasmídeos não são vitais, mas funcionam como um “arsenal extra”, aumentando a capacidade de adaptação e sobrevivência dos microrganismos em ambientes hostis. Versão acelerada Nos procariotos , o DNA é sempre de dupla fita . Normalmente, existe um cromossomo circular . Em alguns casos, pode haver mais de um cromossomo ou até DNA linear. Esse DNA se organiza em replicons = pedaços de DNA que têm origem de replicação e podem se copiar sozinhos. Tipos: ● Cromossomo = molécula grande, com genes essenciais (sem ele, a célula não vive). ● Plasmídeos = moléculas pequenas, circulares, com genes extras (não essenciais, mas muito úteis). Exemplos de plasmídeos: ● Genes de resistência a antibióticos . ● Genes de virulência (ajudam a causar doenças). Às vezes, um plasmídeo se gruda no cromossomo → vira epissomo . Quando isso acontece, ele é copiado junto com o cromossomo. Mas se ele sai de novo, pode levar pedacinhos do cromossomo com ele → ajudando na troca de genes. Resumindo: ● Cromossomo = livro principal de receitas . ● Plasmídeo = bloquinho de receitas extras . ● Epissomo = bloquinho colado no livro . Resuminho + fofoca/historinha Imagina que a célula bacteriana é uma cozinha gigante : ● O cromossomo é o livro principal de receitas → só ele tem as instruções básicas pra manter o restaurante funcionando. ● Os plasmídeos são caderninhos avulsos → não são obrigatórios, mas trazem truques: ○ Receita secreta contra “chefes chatos” (resistência a antibióticos). ○ Truques de decoração que conquistam clientes (virulência). ● Às vezes, o caderninho é colado dentro do livro principal → isso é um epissomo . ○ Enquanto estiver colado, só é copiado junto com o livro. ○ Mas se descolar, pode até sair levando umas páginas extras! Moral da fofoca: os plasmídeos são tipo “cheats” de videogame. Não são obrigatórios, mas dão poderes extras e aumentam muito as chances de sobrevivência da bactéria. O DNA plasmidial se mantém extremamente compactado, consegue se replicar independentemente do DNA cromossômico e pode existir em número variável. Alguns plasmídeos que podem se integrar ao cromossomo recebem o nome de epissomos. Neste caso, sua replicação é dependente da replicação do cromossomo. A integração do cromossomo pode ser reversível e, quando o epissomo se desliga do cromossomo, ele pode levar genes bacterianos. Existem plasmídeos de resistência, como os que conferem a produção das enzimas β-lactamases, ou de virulência, como os que codificam proteínas de adesão. Quando a bactéria perde o plasmídeo, inclusive por ação de algumas drogas, ela só consegue recuperá-lo com uma nova infecção, como, por exemplo, pelo mecanismo de conjugação. Comentamos anteriormente que uma questão importante dos genomas procarióticos se refere à organização do cromossomo em unidades de replicação, bem diferente do que veremos em eucariotos. Essas unidades de replicação, que também podemos chamar de replicons, são os segmentos cromossômicos que replicam a partir de uma origem de replicação. Em bactérias, cada cromossomo possui apenas uma origem de replicação. Em arqueas, podemos encontrar até três origens de replicação para um cromossomo. A diferença, em eucariotos, é que cada cromossomo está organizado em centenas ou milhares de replicons. Organização em replicons de cromossomos de bactérias, arqueas e eucariotos. Observe: ● (A) Cromossomos bacterianos apresentam uma única origem de replicação (replicon), em vermelho. ● (B) Cromossomos de arqueas podem ter uma, duas ou três origens de replicação. ● (C) Cromossomos eucarióticos estão organizados em centenas ou milhares de replicons. Os genomas procarióticos apresentam uma elevada densidade gênica se comparados aos genomas eucarióticos, como veremos adiante. Esse fato se deve a aspectos como o tamanho relativamente reduzido dos genomas, extensão das regiões codificadoras e reguladoras e o número de genes por genoma. Além disso, uma coisa que também temos que levar em consideração é que, em genomas procarióticos, a extensão das regiões intergênicas, não codificadoras, é bem mais curta que a dos genes. Esse é mais um fato que reforça o conceito do alto grau de compactação da informação em genomas procarióticos. Não se preocupe, pois vamos discutir com mais detalhes a densidade gênica mais para frente. Como os genomas procarióticos estão organizados? No vídeo, é explicada a organização dos genomas procarióticos. Todos esses genomas são formados por DNA de fita dupla, geralmente em um único cromossomo circular, embora algumas bactérias possam possuir DNA adicional linear ou circular. As moléculas de DNA são classificadas conforme seu tamanho e conteúdo gênico: os cromossomos, maiores, têm genes essenciais à sobrevivência; os plasmídeos, menores, carregam genes não essenciais, mas podem conferir vantagens como resistência a antibióticos. Os plasmídeos são elementos genéticos móveis, podendo ser transferidos entre bactérias por conjugação e replicam-se de forma independente. Eles podem integrar-se ao cromossomo, formando epissomos, e ao se separar, podem levar consigo genes bacterianos. O vídeo também discute os tipos de plasmídeos, como os de resistência e de virulência, e exemplifica um surto hospitalar causado pela disseminação de plasmídeos resistentes em Klebsiella. Por fim, explica o conceito de replicões, as unidades de replicação presentes nos genomas: bactérias geralmente possuem uma única origem de replicação por cromossomo, enquanto arqueias podem ter mais de uma, e eucariotos apresentam múltiplas origens por cromossomo. O vídeo conclui reforçando a importância de compreender esta organização para estudos genéticos e deseja bons estudos aos espectadores. Unidades organizacionais dos genomas procarióticos 1. Motivos ● Sequências curtas (2 a dezenas de pb). ● Podem estar agrupados ou espalhados . ● Funções: ajudam em recombinação genética e translocação gênica . Pense neles como placas de sinalização do DNA . 2. Sequências Repetidas ● Geralmente curtas (200 kb). ● Não têm genes essenciais, mas podem dar vantagens adaptativas . ● Exemplo: ilhas de patogenicidade em bactérias como H. pylori e V. cholerae . Pense como bairros especiais da cidade , com uma “cultura” diferente (genes extras que ajudam em certas situações, como toxinas). Resumão Turbo ● Motivos → placas de sinalização que orientam o tráfego genético. ● Sequências repetidas (REP) → grafites iguais espalhados pelos muros do genoma. ● Ilhas genômicas → bairros especiais que dão vantagens (às vezes perigosas, como patogenicidade). Fofoca da Cidade DNA Imagina a cidadeProcariolândia : ● Tem placas de trânsito (motivos) espalhadas, que ajudam a guiar o tráfego de genes. ● Nos muros, você vê vários grafites iguais (sequências repetidas) , alguns até espelhados, feitos por um grafiteiro perfeccionista chamado REP . ● Mas o mais curioso: existem bairros únicos (ilhas genômicas) , com comida, música e ferramentas que só existem lá. Em alguns casos, esses bairros têm até lojas que vendem “armas biológicas” (toxinas), deixando a cidade mais perigosa. Transposons e integrons Transposons (genes saltadores) ● O que são? Sequências de DNA móveis → podem “saltar” de um lugar do genoma para outro. ● Impacto: podem causar mutações (perda de função ou mudança regulatória). ● Chave: têm o gene da transposase (enzima que corta e cola o DNA). ● Sempre deixam duplicação da sequência alvo onde se inserem. Tipos de transposons procarióticos: 1. Elementos IS (Insertion Sequences): só têm a transposase + repetições invertidas. 2. Transposons compostos (Tn): 2 IS juntos; podem carregar genes extras (ex: resistência a antibióticos). 3. Elementos TnA: mais complexos → têm tnpA (transposase), tnpR (resolvase) e bla (β-lactamase, resistência à ampicilina) . Integrons ● São sistemas de expressão gênica . ● Podem captar genes exógenos (ORFs) e transformá-los em genes funcionais. ● Muito ligados à resistência bacteriana múltipla a antibióticos . ● Origem: primeiro vistos em bactérias Gram-negativas , mas existem em vários genomas bacterianos. Operons ● Unidade funcional de organização gênica . ● Estrutura: ○ Promotor (início da transcrição) ○ Genes estruturais (codificadores) ○ Terminador (fim da transcrição) ● Produzem um mRNA policistrônico → 1 RNA que gera várias proteínas (otimização de espaço e energia). ● Genes de um operon costumam ter funções relacionadas (ex: enzimas da mesma via metabólica). Exemplo clássico: Operon lac (E. coli) ● Usado para metabolizar lactose quando não há glicose . ● Reguladores: ○ Repressor lac → sensor de lactose. ○ CAP (Proteína ativadora de catabólito) → sensor de glicose. ● Se tem lactose e não tem glicose → operon lac é ativado. Resumão Turbo ● Transposons = genes saltadores (IS, Tn, TnA). ● Integrons = captadores de genes, principalmente de resistência. ● Operons = organização de genes em grupo → produzem mRNA policistrônico → economizam espaço e coordenam funções. ● Operon lac = só funciona quando não tem glicose, mas tem lactose. Fofoca/Historinha Imagina a cidade DNAland : ● Tem uns moradores bagunceiros (transposons) que vivem se mudando de casa sem avisar. Alguns só carregam mala pequena (IS), outros vêm com caixa de ferramentas de resistência a antibióticos (Tn/TnA) . ● Já os integrons são tipo mercadões populares : pegam genes de fora e vendem no bairro, transformando em produtos úteis (como resistência a antibióticos). ● E os operons ? São como prédios compartilhados : vários moradores (genes) dividem o mesmo contrato de aluguel (promotor/terminador) e até o mesmo correio (mRNA policistrônico). ● O operon lac é aquele prédio que só abre a porta quando a lactose chega com comida e a glicose não tá na área . A portaria é controlada por dois porteiros: o Repressor lac (cheira lactose) e o CAP (cheira glicose). Mas como é formado o operon lac? O operon lac contém três genes (lacZ, lacY e lacA), transcritos como um único mRNA policistrônico e codificam proteínas que auxiliam a célula a utilizar a lactose. Além desses genes, o operon lac possui sequências reguladoras, nas quais proteínas reguladoras (repressor lac e CAP) se ligam e controlam a transcrição do operon. Estrutura do operon lac. São elas: ● O promotor, que é o sítio de ligação da RNA polimerase, a enzima que realiza a transcrição. ● O operador, que é o sítio de regulação negativa ao qual se liga a proteína repressora lac. O operador se sobrepõe ao promotor, e quando o repressor lac está ligado, a RNA polimerase não consegue se ligar ao promotor e dar início à transcrição. ● O sítio de ligação da CAP, que é o sítio de regulação positiva no qual se liga a CAP. Quando a CAP está ligada a esse sítio, ela favorece a transcrição, ajudando a RNA polimerase a se ligar ao promotor. E, na prática, como o operon funciona? Quando a lactose não está disponível, o repressor lac se liga firmemente ao operador, evitando a transcrição pela RNA polimerase. Porém, quando a lactose está presente, o repressor lac perde a capacidade de ligação ao DNA, desliga-se do operador e abre o caminho para a RNA polimerase fazer a transcrição do operon. Quando a lactose está disponível, há a ligação de uma molécula de alolactose no repressor lac, que perde a capacidade de ligar-se ao operador. Dessa forma, a RNA polimerase consegue se ligar ao promotor e transcrever o operon lac. Estrutura do repressor na ausência e presença de lactose. Mas e a glicose? A RNA polimerase sozinha não se liga muito bem ao promotor do operon lac, a menos que tenha auxílio da CAP, que se liga à região do DNA localizada antes do promotor do operon lac e auxilia na ligação da RNA polimerase, resultando em altos níveis de transcrição. Porém, a CAP nem sempre é capaz de se ligar ao DNA. Ela é regulada por uma molécula chamada AMP cíclico, que é produzida pela E. coli quando os níveis de glicose estão baixos. Com a baixa de glicose, há o aumento do AMP cíclico e ativação da CAP, que consegue se ligar ao DNA. Como você deve ter reparado, o operon lac apresenta intensa regulação e só é transcrito em altos níveis quando a glicose está ausente no meio. Essa regulação permite que o operon lac somente seja ativado e a bactéria comece a metabolizar a lactose quando toda a fonte de energia preferencial – a glicose – estiver esgotada. Resultado de baixa ou alta glicose para a molécula AMP cíclico. Desvendando as unidades organizacionais dos genomas procarióticos O vídeo aborda as principais unidades organizacionais presentes nos genomas procarióticos, além dos genes essenciais. Explica que essas estruturas possuem funções importantes tanto funcionais quanto evolutivas. São apresentadas as sequências motivos, que auxiliam na recombinação genética; as sequências repetidas, principalmente os elementos RAP, que possuem função evolutiva; e as ilhas genômicas, incluindo as ilhas de patogenicidade, que conferem vantagens adaptativas como maior infectividade. Também são detalhados os transposões ou elementos transponíveis, conhecidos como genes saltadores, que podem causar mutações ao se integrarem ao DNA. O vídeo descreve os diferentes tipos de transposões, os integrões, que permitem a expressão de genes adquiridos, e os operões, estruturas que regulam a transcrição de vários genes em conjunto, promovendo economia de espaço genético. Por fim, o vídeo reforça a importância desses elementos para o funcionamento e adaptação dos organismos procarióticos. Funcionamento de operons ● Definição: Operons são unidades funcionais de regulação gênica em procariotos. ● Estrutura: ○ Promotor → onde a RNA polimerase inicia a transcrição. ○ Genes estruturais → codificam proteínas/enzimas. ○ Terminador → sinaliza o fim da transcrição. ● Produto: a transcrição gera mRNA policistrônico , que contém informações para duas ou mais proteínas . ● Importância: ○ Genes agrupados em operons geralmente têm funções relacionadas (ex: enzimas da mesma via metabólica). ○ Essa organização permite coordenação da expressão gênica → todos os genes são ativados ou silenciados juntos. ○ Proporcionaeconomia de espaço no DNA (essencial em genomas compactos de procariotos). ● Tradução: um único mRNA policistrônico gera múltiplas proteínas durante a tradução. Resumão Acelerado ● Operon = pacote de genes + promotor + terminador. ● Um mRNA policistrônico → várias proteínas. ● Vantagem: organização, economia de espaço e regulação conjunta. ● Genes de um operon quase sempre trabalham juntos na mesma via metabólica . Fofoca/Historinha Imagina que os genes de uma bactéria moram num condomínio chamado Operon Ville . ● Tem a portaria (promotor) , por onde todos entram. ● Tem o síndico (terminador) , que fecha o prédio quando acaba a transcrição. ● Lá dentro, vários moradores (genes) vivem em apartamentos lado a lado, mas todos trabalham na mesma empresa (mesma via metabólica). ● Quando chega um comunicado oficial (mRNA policistrônico) , ele serve pra todos os moradores ao mesmo tempo. Assim, todos produzem suas proteínas juntos, em sincronia. ● Isso economiza espaço e garante que a galera trabalhe organizada . Observe, na imagem, que, de um mesmo mRNA, são produzidas três proteínas diferentes. Estrutura de um operon e do mRNA policistrônico. Operon lac ● Espécie estudada: E. coli ● Função: permitir que a bactéria use lactose como fonte de energia quando a glicose não está disponível . ● Estrutura do operon lac: 1. Genes estruturais → codificam enzimas para absorção e metabolismo da lactose . 2. Promotor → inicia a transcrição. 3. Terminador → finaliza a transcrição. ● Regulação: depende de dois sensores/proteínas: 1. Repressor lac → detecta a presença de lactose . Quando não há lactose, ele se liga ao DNA e bloqueia a transcrição . 2. CAP (Proteína Ativadora de Catabólito) → detecta glicose . Quando a glicose está baixa, CAP se liga ao DNA e ativa a transcrição do operon lac. ● Resultado: expressão do operon lac ocorre somente quando há lactose disponível e pouca ou nenhuma glicose , garantindo eficiência energética. Resumão Acelerado ● Operon lac = genes para usar lactose. ● Só funciona se não tem glicose e tem lactose . ● Repressor lac: sensor de lactose → bloqueia ou libera. ● CAP: sensor de glicose → ativa quando glicose baixa. ● Objetivo: economizar energia e produzir enzimas só quando necessário. Fofoca/Historinha Imagina a bactéria como um restaurante : ● A glicose é comida fácil e rápida, então o restaurante não abre a cozinha da lactose quando ela está disponível. ● O operon lac é como uma cozinha especial só pra lactose. ● Repressor lac = porteiro : se não tem lactose, ele fecha a cozinha; se chega lactose, ele abre. ● CAP = gerente de estoque : verifica se a glicose acabou; se sim, dá sinal verde pra cozinhar lactose. ● Assim, a cozinha só funciona quando necessário , economizando energia e recursos da bactéria. Mas como é formado o operon lac? O operon lac contém três genes (lacZ, lacY e lacA), transcritos como um único mRNA policistrônico e codificam proteínas que auxiliam a célula a utilizar a lactose. Além desses genes, o operon lac possui sequências reguladoras, nas quais proteínas reguladoras (repressor lac e CAP) se ligam e controlam a transcrição do operon. Estrutura do operon lac. São elas: ● O promotor, que é o sítio de ligação da RNA polimerase, a enzima que realiza a transcrição. ● O operador, que é o sítio de regulação negativa ao qual se liga a proteína repressora lac. O operador se sobrepõe ao promotor, e quando o repressor lac está ligado, a RNA polimerase não consegue se ligar ao promotor e dar início à transcrição. ● O sítio de ligação da CAP, que é o sítio de regulação positiva no qual se liga a CAP. Quando a CAP está ligada a esse sítio, ela favorece a transcrição ajudando a RNA polimerase a se ligar ao promotor. Atenção Todas essas estruturas (o promotor, o operador e o sítio de ligação da CAP) pertencem à região reguladora do gene localizada na extremidade 5’. E como o operon funciona na prática? Quando a lactose não está disponível, o repressor lac se liga firmemente ao operador, evitando a transcrição pela RNA polimerase. Quando a lactose está disponível, há a ligação de uma molécula de alolactose no repressor lac, que perde a capacidade de ligar-se ao operador. Dessa forma, a RNA polimerase consegue se ligar ao promotor e transcrever o operon lac. Quando a lactose está disponível, há a ligação de uma molécula de alolactose no repressor lac, que perde a capacidade de ligar-se ao operador. Dessa forma, a RNA polimerase consegue se ligar ao promotor e transcrever o operon lac. Estrutura do repressor na ausência e presença de lactose. Mas e a glicose? A RNA polimerase sozinha não se liga muito bem ao promotor do operon lac, a menos que tenha auxílio da CAP, que se liga à região do DNA localizada antes do promotor do operon lac e auxilia na ligação da RNA polimerase, resultando em altos níveis de transcrição. Porém, a CAP nem sempre é capaz de se ligar ao DNA. Ela é regulada por uma molécula chamada AMP cíclico, que é produzida pela E. coli quando os níveis de glicose estão baixos. Com a baixa de glicose, há o aumento do AMP cíclico e ativação da CAP, que nessa situação consegue se ligar ao DNA. Como você deve ter reparado, o operon lac apresenta intensa regulação e só é transcrito em altos níveis quando a glicose está ausente no meio. Essa regulação permite que o operon lac somente seja ativado e a bactéria comece a metabolizar a lactose quando toda a fonte de energia preferencial – a glicose – estiver esgotada. Resultado de baixa ou alta glicose para a molécula AMP cíclico. Funcionamento do operon lac O vídeo explica de forma divertida como funciona o operon lac em bactérias do tipo Escherichia coli. O operon lac regula o metabolismo da lactose, permitindo que a bactéria a utilize como fonte de energia quando a glicose não está disponível. Esse sistema depende da atuação de duas proteínas reguladoras: o repressor lac (sensível à lactose) e a proteína CAP (sensível à glicose). Quando há glicose, o operon não é ativado; quando há apenas lactose, o repressor lac é desativado e, com auxílio da CAP (ativada pelo AMP cíclico em baixa glicose), a transcrição dos genes ocorre intensamente. O vídeo também detalha a estrutura do operon, que inclui genes para enzimas do metabolismo da lactose e regiões reguladoras de DNA. Por fim, ressalta que esse mecanismo só funciona plenamente quando a glicose está ausente e a lactose presente, mostrando a sofisticada regulação genética das bactérias. Gene eucariótico e suas funções A origem híbrida dos genomas eucarióticos Origem Híbrida dos Genomas Eucarióticos As células eucarióticas apresentam maior complexidade estrutural e funcional em comparação às células procarióticas. Em termos de tamanho , seu volume pode ser até mil vezes maior do que o de uma célula procariótica. O genoma eucariótico também é consideravelmente maior e mais complexo. A característica mais marcante das células eucarióticas é a presença de um núcleo – um compartimento membranoso que abriga o genoma nuclear (a maior parte do DNA celular) e o mantém separado do citoplasma, permitindo maior controle da expressão gênica. Além do núcleo, as células eucarióticas contêm diversas organelas membranosas : retículo endoplasmático (liso e rugoso), complexo de Golgi, lisossomos, peroxissomos e mitocôndrias . Em células vegetais e de algas, também encontramos cloroplastos , responsáveis pela fotossíntese. Tanto mitocôndrias quanto cloroplastos possuem DNA próprio , de formato circular, semelhante ao das bactérias.A origem dessas organelas é explicada pela Teoria Endossimbiótica , segundo a qual: ● Mitocôndrias descendem de bactérias aeróbias de vida livre (provavelmente do grupo das α-proteobactérias) que foram engolfadas por uma célula ancestral incapaz de metabolizar oxigênio. ● Cloroplastos têm origem semelhante, porém a partir de bactérias fotossintetizantes (provavelmente cianobactérias) que foram englobadas por células eucarióticas que já possuíam mitocôndrias . Essa simbiose levou à incorporação permanente das bactérias, que passaram a viver em cooperação com a célula hospedeira, fornecendo energia ou capacidade de fotossíntese. Consequentemente, a informação genética dos eucariotos tem origem híbrida : ● Genoma nuclear → DNA herdado da célula ancestral. ● Genoma mitocondrial e cloroplastidial → DNA herdado das bactérias simbiontes. Quando analisados separadamente, o DNA da mitocôndria e do cloroplasto se assemelha a genomas bacterianos em versão reduzida, reforçando sua origem evolutiva. O primeiro genoma eucariótico sequenciado foi o da levedura Saccharomyces cerevisiae (final da década de 1990). O genoma humano teve sua primeira versão publicada no início dos anos 2000 pelo Projeto Genoma Humano . Apesar dos avanços, a quantidade de genomas eucarióticos totalmente sequenciados ainda é pequena em comparação aos de procariotos, devido à grande complexidade e tamanho dos genomas eucarióticos , o que torna o estudo mais difícil e custoso. VERSÃO ACELERADA ● Células eucarióticas → muito maiores e mais complexas que procarióticas. ● Núcleo → abriga o DNA (genoma nuclear) e separa-o do citoplasma. ● Organelas principais → mitocôndrias, Golgi, retículos, etc. ● Mitocôndrias → DNA circular, surgiram de bactérias aeróbias engolfadas (teoria endossimbiótica). ● Cloroplastos → DNA circular, surgiram de cianobactérias engolfadas por células com mitocôndrias. ● Genoma eucariótico é híbrido → nuclear + mitocondrial + (em plantas) cloroplastidial. ● Primeiro genoma sequenciado → levedura S. cerevisiae (anos 1990). ● Genoma humano → publicado no início dos anos 2000 (Projeto Genoma Humano). ● Poucos genomas eucarióticos sequenciados devido ao tamanho/complexidade . RESUMINHO + FOFOCA/HISTORINHA Imagina que, bilhões de anos atrás, rolou uma fofoca evolutiva : uma célula grandona, meio preguiçosa e que não sabia usar oxigênio, engoliu uma bactéria aeróbia super fitness. Mas, em vez de digeri-la, fez amizade e disse: “Fica aí e produz energia pra mim!” — essa bactéria virou a mitocôndria . Depois, a mesma célula achou outra bactéria (dessa vez, uma que sabia fazer fotossíntese) e disse: “Vem cá, fica também! Quero energia solar agora.” — essa virou o cloroplasto . Resultado? As células eucarióticas ficaram chiquérrimas , com DNA misturado : ● Um no núcleo (DNA original da célula), ● Outro na mitocôndria (DNA da bactéria fitness), ● E, nas plantas, outro no cloroplasto (DNA da bactéria solar). Ou seja, eucarioto é DNA remixado! Introdução ao genoma eucariótico O vídeo aborda como toda forma de vida complexa tem início com uma célula, destacando as células eucarióticas por sua complexidade estrutural e presença de organelas membranosas, como o núcleo — onde fica o genoma principal. Explica que, além do núcleo, mitocôndrias e cloroplastos possuem DNA próprio, resultado da origem endossimbiótica: uma teoria segundo a qual essas organelas surgiram de organismos procariontes que passaram a viver em simbiose com células ancestrais. Ao longo do tempo, parte do material genético desses microrganismos foi incorporada ao núcleo, mas eles mantiveram genes autônomos. As mitocôndrias e cloroplastos também se replicam independentemente e apresentam estruturas semelhantes às bactérias, evidenciando sua origem. O vídeo conclui que estudar o genoma eucariótico é compreender a evolução e a integração de diferentes formas de vida, pois a célula e seu material genético narram a história da vida em cada uma de suas funções. Estrutura básica dos genes eucarióticos Estrutura Básica dos Genes Eucarióticos Os genes eucarióticos compartilham a mesma estrutura básica que os genes procarióticos : ● Região codificadora → contém a sequência que será transcrita e traduzida em proteína. ● Regiões reguladoras → controlam quando, onde e quanto o gene será expresso. No entanto, genes eucarióticos são mais complexos . As regiões reguladoras são mais extensas e contêm maior número de elementos reguladores . Enquanto em procarióticos os elementos reguladores distais estão a centenas de pares de base da região codificadora, em eucariotos esses elementos podem estar milhares de pares de base a montante ou a jusante do gene. Outro aspecto característico dos genes eucarióticos é a presença de íntrons – sequências não codificantes que interrompem a região transcrita do gene. Os genes são compostos por: ● Éxons → regiões que permanecem no RNA maduro e codificam proteínas. ● Íntrons → regiões que são removidas no processamento do RNA (splicing). A presença de íntrons é rara em procarióticos, mas extremamente comum em eucariotos. Em mamíferos, cerca de 94% dos genes apresentam íntrons . Além disso, observa-se uma tendência evolutiva de aumento no número e no tamanho dos íntrons em organismos mais complexos. Paradoxo do Valor C O paradoxo do valor C refere-se à falta de correlação entre o tamanho do genoma e a complexidade do organismo . Exemplos: ● Anfíbios podem ter genomas 100 vezes maiores que outros anfíbios. ● Insetos e mamíferos podem apresentar genomas de tamanhos semelhantes, mesmo tendo diferenças anatômicas e fisiológicas significativas. A explicação está na presença de grande quantidade de DNA não codificante (regiões sem função conhecida, repetições, pseudogenes etc.), que aumenta o tamanho total do genoma sem necessariamente aumentar o número de genes funcionais. A analogia com uma biblioteca ajuda a compreender: ● Uma biblioteca enorme pode ter muitas páginas “inúteis” ou repetidas. ● Uma menor pode ter apenas o conteúdo relevante e organizado. Portanto, o tamanho do genoma não indica diretamente a quantidade de informação genética funcional ou a complexidade biológica . VERSÃO ACELERADA ● Genes eucarióticos têm mesma base que os procarióticos (região codificadora + reguladora), mas são mais complexos . ● Regiões reguladoras → maiores e com mais elementos → podem estar milhares de pares de base distantes da região codificadora. ● Genes eucarióticos têm íntrons (sequências removidas) e éxons (sequências que ficam no RNA maduro). ● 94% dos genes de mamíferos têm íntrons. ● Ao longo da evolução, houve aumento no número e tamanho dos íntrons . Paradoxo do valor C ● Tamanho do genoma ≠ complexidade do organismo. ● Muito DNA é “não codificante”, aumentando o tamanho do genoma sem adicionar genes. ● Exemplo: anfíbios têm genomas gigantes, mas não são necessariamente mais complexos que mamíferos. RESUMINHO + FOFOCA/HISTORINHA Pensa nos genes como roteiros de filme . Nos procarióticos , o roteiro é curtinho e direto ao ponto – sem enrolação. Nos eucarióticos , o roteiro é cheio de edições e cenas cortadas : ● As partes que ficam são os éxons (as cenas que vão pro filme). ● As partes que saem são os íntrons (cenas deletadas que só ficam nos bastidores). E tem mais: os diretores (elementos reguladores) ficam espalhados longe do roteiro, mas ainda dão ordens de como o filme deve ser feito. Agora, sobre o paradoxo do valor C : Imagina duasbibliotecas: Biblioteca Anfíbio → enorme, mas cheia de folhas em branco e rascunhos inúteis. Biblioteca Mamífero → menor, mas cada página é importante e bem escrita. Conclusão: o tamanho da biblioteca não garante que ela tenha mais histórias interessantes! Cromossomos eucarióticos Cromossomos Eucarióticos O DNA nuclear dos eucariotos está organizado em cromossomos , estruturas compostas por uma única molécula de DNA linear associada a proteínas (principalmente histonas), que permitem a compactação do DNA no núcleo. Essa característica contrasta com os procariotos, que apresentam cromossomos circulares . A maioria das espécies eucarióticas é diploide , ou seja, possui dois conjuntos completos de cromossomos em cada célula somática (um de origem materna e outro de origem paterna). No entanto, há variação: ● Haploides → possuem apenas um conjunto de cromossomos (ex.: gametas em organismos diploides). ● Poliploides → apresentam três ou mais conjuntos de cromossomos em cada célula (comum em plantas e alguns animais). O número e o tamanho dos cromossomos variam bastante entre as espécies, sem relação direta com a complexidade do organismo. Além dos cromossomos, alguns microrganismos eucarióticos possuem plasmídeos nucleares , que: ● São circulares . ● Apresentam replicação autônoma . ● Podem estar presentes em múltiplas cópias . Esses plasmídeos lembram os plasmídeos bacterianos , desempenhando funções específicas e podendo carregar genes úteis para adaptação. VERSÃO ACELERADA ● DNA nuclear dos eucariotos → cromossomos lineares (diferente dos procariotos → circulares). ● Diploides → 2 conjuntos de cromossomos (maioria dos eucariotos). ● Haploides → 1 conjunto (ex.: gametas). ● Poliploides → 3 ou mais conjuntos (comum em plantas). ● Número/tamanho dos cromossomos varia muito entre espécies. ● Alguns microrganismos têm plasmídeos nucleares → circulares, replicação autônoma, múltiplas cópias (lembram plasmídeos bacterianos). RESUMINHO + FOFOCA/HISTORINHA Imagina que o DNA é uma coleção de livros . Nos procariotos , esses livros são em formato circular (como um colar fechado). Nos eucarióticos , os livros são lineares e bem organizados em prateleiras chamadas cromossomos . E tem o lance dos conjuntos: ● A maioria dos eucarióticos é diploide → tem “coleção em dobro” (um conjunto da mãe + um do pai). ● Os haploides são minimalistas → só têm uma coleção. ● Os poliploides são acumuladores → têm 3, 4 ou mais coleções completas (plantas adoram isso!). E, para completar a fofoca, alguns microrganismos eucarióticos ainda guardam uns plasmídeos extras — livrinhos circulares secretos que se replicam sozinhos, tipo diários escondidos no fundo da gaveta. Como os genomas eucarióticos são organizados? O vídeo apresenta uma explicação sobre a organização dos genomas eucarióticos, comparando-os com os procarióticos. Ambos possuem regiões codificadoras e reguladoras, porém, os genomas eucarióticos são mais complexos, especialmente nas regiões reguladoras e pela presença frequente de introns, que são sequências que interrompem os genes e precisam ser removidas durante o processamento para formar o RNA maduro. Enquanto os introns são raros em procariotos, em mamíferos, por exemplo, cerca de 94% dos genes apresentam introns, destacando uma tendência evolutiva de aumento na quantidade e tamanho dessas sequências. O vídeo também aborda a grande variação do tamanho dos genomas entre organismos da mesma classe, como os anfíbios, e mostra que não existe necessariamente uma relação direta entre a complexidade do organismo e o tamanho do genoma, exemplificando o chamado paradoxo do valor C. Por fim, são mencionadas as diferenças na estrutura dos cromossomos, como a linearidade nos eucarióticos versus a circularidade nos procariotos, as variações no número de conjuntos de cromossomos (diploides, poliploides e haploides) e a presença de plasmídeos nucleares em alguns microrganismos eucarióticos. Composição das sequências gênicas de eucariotos Composição das Sequências Gênicas de Eucariotos O genoma eucariótico não é formado exclusivamente por genes, e a fração ocupada pelos genes varia bastante entre espécies. ● Em humanos , cerca de 25% do genoma é ocupado por genes. ● Em alguns microsporídios , esse valor pode ultrapassar 80% . No entanto, quando consideramos apenas os éxons (as regiões realmente codificadoras de proteínas), essa fração é muito menor — em humanos, por exemplo, representa cerca de 1% do genoma total , sendo chamada de fração codificadora do genoma . Determinar o número total de genes de uma espécie é uma tarefa complexa: ● Os genes podem ser grandes e variados em estrutura . ● As estimativas geralmente se limitam aos genes codificadores de proteínas (excluindo genes de RNA não codificante). Outro conceito importante é a densidade gênica , que representa a distância média entre genes ao longo do genoma . Ela depende diretamente da proporção de sequências intergênicas (regiões entre os genes). ● Procariotos → alta densidade gênica (poucas regiões intergênicas). ● Eucariotos complexos → menor densidade gênica, pois apresentam maior número de sequências intergênicas e genes mais longos. Assim, quanto maior a proporção de regiões intergênicas , menor a densidade gênica . VERSÃO ACELERADA ● Genes ocupam parte variável do genoma → 25% em humanos, >80% em alguns microsporídios. ● Considerando só os éxons → cai para ~1% do genoma (fração codificadora). ● Número de genes é difícil de definir → genes têm tamanhos e estruturas variáveis . ● Densidade gênica → distância média entre genes → inversamente proporcional ao número de sequências intergênicas. ● Procariotos → alta densidade gênica. ● Eucariotos complexos → baixa densidade gênica (mais DNA intergênico). RESUMINHO + FOFOCA/HISTORINHA Imagina que o genoma é uma cidade. Os genes são como casas — e os éxons são só os cômodos habitados (a parte realmente usada). Nos humanos , só 25% da cidade tem casas e, dessas, só 1% são cômodos com gente morando ! O resto? É jardim, quintal, terrenos baldios, praças — ou seja, DNA que não codifica proteínas . Nos procariotos , a cidade é super compacta: casas grudadas, quase sem espaço vazio → alta densidade gênica . Nos eucariotos complexos , é tudo mais espaçoso, com mansões, áreas verdes e muito terreno vazio → baixa densidade gênica . Ou seja, eucarioto é tipo bairro nobre: muito espaço, poucas casas, mas tudo bem organizado. Observe a imagem a seguir. As regiões intergênicas estão representadas em branco, enquanto as regiões codificadoras, em azul. Tamanho aproximado e espaçamento dos genes em diferentes organismos. Densidade Gênica e Famílias de Genes em Eucariotos A densidade gênica mede a quantidade de genes por unidade de comprimento do genoma. Exemplos importantes: ● Encephalitozoon cuniculi (microsporídeo): ○ Genoma: 2,9 Mb ○ Distância entre genes: 100 a 200 pb ○ Densidade gênica: 1 gene por Kb ● Saccharomyces cerevisiae (levedura): ○ Genoma: quatro vezes maior ○ Número de genes: três vezes maior ○ Densidade gênica: 1 gene a cada 2 Kb Esses dados mostram que mesmo em genomas relativamente compactos pode haver grande variação na densidade gênica. Famílias Gênicas e Parálogos Ao longo da evolução, ocorreram múltiplos eventos de duplicação gênica , originando famílias gênicas — conjuntos de genes relacionados, com sequências nucleotídicas altamente similares (30% a quase 100%). Esses genessão chamados de parálogos e podem compartilhar alta similaridade ao longo de todo o gene ou em regiões específicas (como alguns éxons). Entre as famílias gênicas, existem genes idênticos presentes em múltiplas cópias , um fenômeno que não é redundante, mas sim adaptativo: ● Garante produção em larga escala de produtos essenciais, como rRNAs , tRNAs e histonas . Pseudogenes e Genes Únicos As duplicações gênicas, associadas a mutações, também podem gerar pseudogenes — cópias não funcionais de genes, que perderam sua capacidade de codificar proteínas. Por outro lado, há os genes únicos , que não pertencem a nenhuma família gênica. A proporção entre genes únicos , genes de famílias e pseudogenes varia entre espécies, refletindo diferentes histórias evolutivas. VERSÃO ACELERADA ● E. cuniculi → genoma 2,9 Mb, densidade altíssima → 1 gene/Kb. ● S. cerevisiae → genoma 4× maior, 3× mais genes, densidade menor → 1 gene/2 Kb. ● Famílias gênicas → originadas por duplicação, genes com alta similaridade (30-100%). ● Parálogos → genes semelhantes dentro da família. ● Genes podem existir em múltiplas cópias (ex.: rRNA, tRNA, histonas) para atender alta demanda celular. ● Pseudogenes → cópias de genes que perderam função. ● Genes únicos → não pertencem a nenhuma família. ● Proporção de famílias, genes únicos e pseudogenes varia entre espécies. RESUMINHO + FOFOCA/HISTORINHA Imagina o genoma como um bairro cheio de casas (genes) . No E. cuniculi , é um bairro super apertado : cada casa fica colada na outra, quase sem espaço de jardim — é 1 casa a cada quarteirão minúsculo (1 gene/Kb!). Já em S. cerevisiae , as casas têm um espacinho entre elas — é 1 casa a cada 2 quarteirões. Agora vem a fofoca da duplicação gênica : Algumas casas foram clonadas várias vezes e agora formam famílias — tipo uma rua inteira só de casas gêmeas! Essas “famílias” são os parálogos , e servem para dar conta da demanda do bairro — afinal, precisa de muito rRNA, tRNA e histonas para manter a cidade funcionando. Mas nem tudo dá certo: algumas cópias ficaram quebradas e viraram pseudogenes — tipo casas abandonadas. E também tem aquelas casas únicas, sem parentes por perto — os genes únicos , solitários na vizinhança. Definição de Sequências Intergênicas Sequências intergênicas são aquelas que não fazem parte de genes , ou seja, não estão em éxons nem em íntrons de genes funcionais típicos. Nos eucariotos, essa definição é mais complexa devido: ● aos muitos íntrons ● às regiões reguladoras dos genes, que também ocupam espaço no genoma. Apesar dessa complexidade, considera-se que grande parte dos genomas eucarióticos é formada por sequências intergênicas . DNA Intergênico: Lixo ou Função? Inicialmente, foi considerado “DNA lixo”. Porém, estudos modernos mostraram que essas regiões são importantes para: ● Evolução do genoma ● Estruturação dos cromossomos ● Regulação da expressão gênica Principais Classes de Sequências Intergênicas 1. Sequências Repetidas Simples (DNA-Satélite) ● Curtas (5 a 10 pb), repetidas milhares ou milhões de vezes . ● Geralmente organizadas em tandem (uma ao lado da outra), podendo formar arranjos de centenas de quilobases. ● Conteúdo G+C diferente do restante do genoma. ● Aparecem separadas da fração gênica em experimentos de densidade → daí o nome DNA-satélite . ● Microssatélites: repetições de 2-3 pb, podem estar até em éxons e íntrons. ● Importância: ○ Estruturação e funcionamento dos cromossomos. ○ Determinam variações fenotípicas (ex.: doenças humanas causadas por número anormal de repetições em microssatélites). 2. Elementos Transponíveis (Genes “Saltadores”) São sequências de DNA capazes de mudar de lugar no genoma por transposição. Podem alterar a expressão gênica e até gerar novos genes. Classificação: ● Transpósons de DNA: usam intermediário de DNA (ex.: elemento P de Drosophila, elementos Ac/Ds do milho). ● Retrotransposons: usam intermediário de RNA + transcriptase reversa. ○ Com LTR: semelhantes a retrovírus. ○ Sem LTR: retrotransposons não virais. Importância evolutiva: ● Estima-se que 50 a 100 genes humanos se originaram de transposons/retrotransposons. ● Influenciam expressão gênica, estrutura cromossômica e cromatina. ● Podem ser mutagênicos , inserindo-se em regiões promotoras. VERSÃO ACELERADA ● Sequências intergênicas: DNA fora de éxons/íntrons → grande parte do genoma eucariótico. ● Antes → considerado “lixo”; hoje → reconhecido como importante na regulação e evolução. ● Classes principais: 1. Repetidas simples (DNA-satélite): curtas, em tandem, milhares-milhões de cópias. ■ Incluem microssatélites (2-3 pb) → variações podem causar doenças. ■ Função → estrutura cromossômica e regulação. 2. Elementos transponíveis: DNA que muda de lugar. ■ Transpósons de DNA (elemento P, Ac/Ds). ■ Retrotransposons (com ou sem LTR). ■ Podem criar novos genes, alterar expressão, causar mutações. ● Importância evolutiva: contribuem para diversidade e inovação genética. RESUMINHO + FOFOCA/HISTORINHA Imagina o genoma como uma cidade . Os genes são as casas onde mora a informação. Mas a cidade não é só casa! Tem muito terreno vazio (as sequências intergênicas ). Antes, os cientistas achavam que esse terreno era lixo ou matagal , mas descobriram que, na real, ele tem função: é onde ficam as ruas, praças e cabos de energia que organizam a cidade (regulação e estrutura dos cromossomos). Duas fofocas importantes: 1. DNA-satélite: É como ter vários postes iguais enfileirados — repetições curtinhas que ajudam a manter a cidade de pé. ○ Quando alguns postes ficam “a mais” ou “a menos”, pode dar curto-circuito → algumas doenças surgem assim (microssatélites alterados). 2. Elementos transponíveis: São os vizinhos nômades que mudam de casa o tempo todo! ○ Às vezes criam novas ruas (novos genes), às vezes causam caos (mutação). ○ Metade da cidade humana tem dedo desses vizinhos bagunceiros! A importância das sequências gênicas no genoma eucariótico O vídeo aborda a importância das sequências gênicas no genoma eucariótico, destacando que a fração do genoma ocupada pelos genes varia bastante entre diferentes organismos eucarióticos, indo de cerca de 25% em humanos até mais de 80% em algumas espécies de microsporídeos. Os éxons, que são as partes codificadoras dos genes, representam apenas cerca de 1% do genoma. O vídeo explica que, devido à complexidade dos genes e sua variação de tamanho e estrutura, a contagem de genes costuma se restringir aos codificadores de proteínas, embora as sequências intergênicas também tenham relevância. É apresentado o conceito de densidade gênica, que se refere à distância média entre genes no genoma, sendo inversamente proporcional ao número de genes: organismos eucarióticos mais complexos têm maior proporção de sequências intergênicas e, portanto, menor densidade gênica. O vídeo cita exemplos como o microsporídeo, com altíssima densidade gênica, e a levedura Saccharomyces cerevisiae, mostrando variações na organização dos genes. Além disso, discute-se a formação de famílias de genes parálogos devido à duplicação gênica, e como a multiplicidade de determinados genes, como os de RNA ribossômico, RNA transportador e estonas, é uma estratégia para suprir a alta demanda celular. Por fim, são explicados os pseudogenes, que se originam de duplicações e mutações e acabam sendo não funcionais, e genes únicos, que não integram nenhuma família. O vídeo encerra reforçando a importância das sequênciasgênicas para o funcionamento do genoma eucariótico. Sequências intergênicas Definição de Sequências Intergênicas ● São regiões do genoma que não pertencem a genes , ou seja, não fazem parte de éxons nem íntrons de genes funcionais típicos. ● Nos eucariotos, essa definição é mais complexa devido: ○ À grande quantidade de íntrons. ○ À presença de regiões reguladoras. ● Representam grande parte do genoma eucariótico . DNA Intergênico: Lixo ou Função? ● Antigamente: considerado DNA “lixo”. ● Atualmente: reconhecido como fundamental para fisiologia e evolução do genoma, participando da regulação gênica e estruturação cromossômica. Classes de Sequências Intergênicas 1. Sequências Repetidas Simples (DNA-Satélite) ● Sequências curtas (5–10 pb), repetidas milhares a milhões de vezes . ● Organização em tandem → várias cópias lado a lado (podem atingir centenas de quilobases). ● Conteúdo G+C diferente do restante do genoma. ● Isoladas por densidade → separadas do DNA principal → chamadas DNA-satélite . ● Microssatélites: repetições de 2–3 pb (podem estar até em éxons/íntrons). ● Função: estruturação dos cromossomos, regulação da expressão gênica. ● Importância clínica: variações no número de repetições podem alterar expressão gênica → causar doenças. 2. Elementos Transponíveis (Genes Saltadores) ● Segmentos de DNA capazes de se mover no genoma (transposição). ● Precisam de uma enzima transposase para excisão e reinserção. Classificação: ● Transpósons de DNA: ○ Movem-se diretamente como DNA (“copiam e colam” ou “cortam e colam”). ○ Menos numerosos. ○ Exemplos: elemento P (Drosophila), Ac/Ds (milho). ● Retrotransposons: ○ Fazem cópias via intermediário de RNA + transcriptase reversa. ○ São a maioria nos genomas eucarióticos. ○ Dividem-se em: ■ Com LTR: semelhantes a retrovírus. ■ Sem LTR: retrotransposons não virais. Importância: ● Representam a maior parte das sequências intergênicas e até do genoma em algumas espécies. ● Evolução: 50 a 100 genes humanos derivam de transposons/retrotransposons. ● Função biológica: podem alterar expressão gênica, originar novos genes, contribuir para estrutura cromossômica. ● Aspecto negativo: elementos ativos podem ser mutagênicos (inserem-se em regiões promotoras, alterando controle gênico). RESUMO ACELERADO ● Sequências intergênicas: DNA fora de éxons/íntrons → ocupam grande parte do genoma. ● Antes = DNA “lixo”; hoje = essenciais para regulação e evolução. Classes principais: 1. Repetidas simples (DNA-satélite): ○ Curtas (5–10 pb), em tandem, milhões de cópias. ○ Inclui microssatélites (2–3 pb). ○ Função: estrutura cromossômica, regulação gênica. ○ Alterações → doenças. 2. Elementos transponíveis: ○ DNA que muda de lugar no genoma. ○ Tipos: ■ Transpósons de DNA (ex.: P, Ac/Ds). ■ Retrotransposons (com/sem LTR). ○ Criam diversidade genética, mas também podem causar mutações. ○ Origem de novos genes → até 100 genes humanos vieram deles! RESUMINHO + FOFOCA/HISTORINHA Imagina que o genoma é uma cidade : ● Os genes são os prédios . ● As sequências intergênicas são os terrenos, ruas e praças . Por muito tempo, os cientistas acharam que esses terrenos eram só mato abandonado (DNA “lixo”). Mas depois descobriram que eles organizam o trânsito, controlam a iluminação, ajudam os prédios a se comunicar – são essenciais para o funcionamento da cidade! Fofoquinhas do bairro: ● DNA-satélite: são como postes de luz enfileirados, todos iguais, repetidos milhares de vezes. Quando faltam ou sobram postes, dá problema no bairro → pode causar doenças. ● Elementos transponíveis: são os vizinhos nômades que mudam de casa o tempo todo. ○ Alguns pegam o carro e se mudam direto (transpósons de DNA). ○ Outros mandam cópias de si mesmos para várias casas novas (retrotransposons). ○ Eles são metade da cidade! Às vezes fazem melhorias, criam novos bairros, mas às vezes atrapalham e causam caos (mutações). Sequências intergênicas – para que servem? No vídeo, é explicado para que servem as sequências intergênicas nos genomas de organismos eucarióticos. Essas regiões não estão diretamente associadas aos genes, e os limites entre genes e sequências intergênicas nem sempre são bem definidos devido à presença de íntrons e exons. Apesar disso, as sequências intergênicas ocupam grande parte dos genomas dos eucariotos e não são consideradas "lixo genômico", pois possuem funções importantes para a fisiologia e evolução dos organismos. O vídeo aborda os dois principais tipos de sequências intergênicas: as sequências repetidas simples e os elementos transponíveis. As repetidas simples, como DNA satélite e microssatélites, são pequenas e se repetem diversas vezes, desempenhando importante papel na estrutura e funcionamento dos cromossomos, especialmente em regiões como centrômeros e telômeros. Já os elementos transponíveis são partes do DNA capazes de mudar de posição no genoma, graças à ação de enzimas como a transposase. Eles se dividem em transposões de DNA e retrotransposões (com ou sem LTR), e representam uma grande parte do DNA intergênico dos eucariontes. Os elementos transponíveis são relevantes por influenciarem a evolução dos genes, podendo gerar novos genes ou alterar a expressão gênica ao se inserirem em regiões promotoras, além de atuarem na estruturação dos cromossomos e na dinâmica da cromatina. O vídeo termina reforçando a ideia de que essas sequências são essenciais e têm grande importância evolutiva, estrutural e funcional, sendo mantidas ao longo do tempo pela seleção natural. Os transpósons de DNA são mobilizados por meio de intermediários de DNA e representam uma parte menor dos elementos transponíveis eucarióticos. Exemplos são o elemento P de Drosophila e os elementos Ac e Ds do milho. Sequências reguladoras e estrutura da cromatina Sequências reguladoras em procariotos e eucariotos Sequências reguladoras em procariotos e eucariotos Estrutura gênica básica Tanto procariotos quanto eucariotos apresentam: ● Região codificadora → contém a informação para formar RNA/proteína. ● Regiões reguladoras → controlam quando, onde e quanto um gene será expresso. Nos eucariotos , essas regiões reguladoras são mais complexas que nos procariotos. Expressão gênica ● Transcrição = DNA → RNA (ocorre para todos os genes). ● Tradução = RNA mensageiro → proteína (não ocorre para rRNAs e tRNAs). Importante: ● A síntese de RNA começa alguns pb antes da região codificadora e termina alguns pb depois . ● Regiões 5’-UTR e 3’-UTR = regiões não traduzidas do RNA mensageiro. ● A 5’-UTR contém sinais que ajudam a iniciar a tradução. Transcrição: 3 Fases 1. Início → promotor sinaliza o ponto de início e recruta RNA polimerase. 2. Alongamento → fita de RNA é sintetizada. 3. Terminação → sinais de parada liberam o RNA e a polimerase. Promotor ● Procariotos → RNA polimerase liga-se diretamente ao promotor. ○ Duas regiões conservadas: ■ Região -10 = TATA box (rica em T e A). ■ Região -35 = sequência conservada importante para reconhecimento. ○ Pode sofrer regulação por: ■ Proteínas ativadoras → aumentam transcrição. ■ Proteínas repressoras → bloqueiam transcrição. ○ Exemplo: operon lac (controle por ativação/repressão). ● Eucariotos → promotor precisa ser reconhecido por fatores de transcrição antes que a RNA polimerase possa se ligar. ○ Promotor principal → garante nível basal de transcrição. ○ Promotores proximais → próximos ao promotor principal