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RELATÓRIO DE PRÁTICA VIRTUAL IDENTIFICAÇÃO 1. Acadêmico: RAFAELA BEGNAMI 2. Matrícula: 4867384 3. Curso: BIOMEDICINA 4. Turma: FLD209799SAU 5. Disciplina: BIOQUÍMICA CLÍNICA 6. Tutor(a) Externo(a): ANA PAULA VIEIRA DADOS DA PRÁTICA 1. Título: COLESTEROL TOTAL 2. Semestre: 6º semestre 3. Data: 10/06/2025 INTRODUÇÃO O colesterol é um composto alicíclico composto por um per-hidrociclopentenofenantreno, um grupo hidroxila, um centro insaturado, uma cadeia de carbono ramificada e dois grupos metil. Consiste em 27 carbonos derivados da acetil-coenzima A (acetil-CoA), que são insolúveis em água, mas solúveis em solventes não polares. Este composto é crucial para o corpo humano, pois faz parte da membrana plasmática e colabora na produção de sais biliares, além de ser um precursor para hormônios esteroides e vitamina D. O colesterol, considerado o principal esterol produzido no tecido animal, é obtido em parte através da alimentação e em parte através da síntese nas células, especialmente as hepáticas e intestinais. Quando ocorre uma diminuição na produção de colesterol devido à alimentação, as células aumentam a síntese para atender a essa necessidade. Por outro lado, quando a ingestão de colesterol na alimentação aumenta, a biossíntese interna diminui. O colesterol pode ser encontrado tanto na forma livre (sem esterificado) quanto na forma esterificada (ésteres de colesterol), sendo a maior parte na forma livre. O plasma transporta essas moléculas através das lipoproteínas, macromoléculas que são solúveis em água. Essas moléculas podem conter colesterol na forma esterificada ou livre. De acordo com a densidade das lipoproteínas, elas podem ser categorizadas em quatro categorias principais: quilomícron (QM); lipoproteína de alta densidade (HDL, high-density lipoprotein); lipoproteína de baixa densidade (LDL, low-density lipoprotein); e lipoproteína de densidade extremamente baixa (VLDL, very-low-density lipoprotein). Dentre todas, a LDL é a principal molécula ligada aos problemas dislipidêmicos, uma vez que possui a maior concentração de colesterol em sua composição, estando fortemente ligada à aterosclerose e outros problemas cardiovasculares. Elevados níveis de colesterol total no sangue estão frequentemente ligados ao crescimento do risco de morte, especialmente em casos de doenças cardiovasculares e diabetes. A gestão das dislipidemias tem sido vista como um objetivo terapêutico para minimizar os impactos das doenças cardiovasculares e da mortalidade. Este controle tem sido realizado principalmente através do uso de estatinas, moléculas que inibem a enzima HMG-CoA redutase, crucial para a produção de colesterol. Isso resulta na diminuição do LDL e, consequentemente, na diminuição dos riscos relacionados. O colesterol é sintetizado tanto de maneira exógena (por meio da alimentação) quanto endógena (pelas células do corpo). O esterol de origem exógena é obtido através da ingestão de alimentos de origem animal, sendo a forma não esterificada a mais comum nos alimentos. Ocorre sua absorção no intestino, onde é incorporado às micelas, uma estrutura globular composta por um conjunto de moléculas hidrofóbicas e hidrofílicas. Por meio das hidrolases, é preciso transformar os ésteres de colesterol em sua forma livre, pois as micelas só podem ser produzidas a partir de um colesterol não esterificado. Com o auxílio das micelas e dos ácidos biliares, o colesterol será absorvido pelo lúmen intestinal. O colesterol, em sua forma endógena, é sintetizado no citoplasma e no retículo endoplasmático das células, especialmente as hepáticas e intestinais. No interior da célula, a acetil-CoA, um composto derivado da oxidação de moléculas orgânicas e crucial para o metabolismo celular, é transformada em mevalonato, o primeiro composto exclusivamente envolvido na produção de colesterol (ácido mevalônico). A enzima acetil-CoA tiolase realiza um processo de condensação, resultando em um composto conhecido como 3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA (HMG-CoA), através da ação da HMG-CoA sintetase. Em seguida, a HMG-CoA é convertida em mevalonato através da enzima HMG-CoA redutase. O mevalonato incorpora três grupos fosfato em sua estrutura, resultando em moléculas isoprenoides. Existe uma condensação dessas moléculas que resulta na formação do esqualeno. Este passará por um processo de ciclização para se transformar em lanosterol, que por fim originará o colesterol. A eliminação do colesterol endógeno ocorre do fígado para o intestino, através dos ácidos biliares, sendo que grande parte deste é reabsorvida e retorna ao fígado para ser reaproveitado. Ademais, ocorre a produção dos sais da bile, moléculas criadas para ajudar na digestão da gordura proveniente da alimentação. A hipercolesterolemia, ou seja, a elevação do colesterol no sangue, pode surgir devido a um consumo excessivo de alimentos com alto teor de colesterol, além de problemas no metabolismo desse esterol, especialmente no fígado. Esta situação pode resultar em um aumento das probabilidades de mortalidade, aterosclerose e outras enfermidades cardiovasculares, além de agravar o estado de diversas enfermidades, como a diabetes. A ocorrência de hipocolesterolemia, ou seja, a diminuição desse esterol, está relacionada ao consumo reduzido de alimentos com alto teor de colesterol, além de danos ao fígado, problemas de tireoide e deficiência de vitaminas. A análise do colesterol total abrange todo o colesterol ligado às lipoproteínas, com destaque para o LDL, que possui uma maior concentração deste esterol em sua composição. OBJETIVOS · reconhecer a estrutura química do colesterol total; · avaliar os níveis de colesterol total no plasma/soro; · interpretar os resultados obtidos no teste bioquímico. · Aplicar a técnica para realizar a análise de colesterol; · Analisar os resultados da espectrofotometria, correlacionando a absorbância com a concentração de colesterol; · Determinar a concentração de colesterol total na amostra. MATERIAIS · Banho-maria; · Caneta marcadora; · Cubeta; · Espectrofotômetro; · Kit Colesterol total (reagente de trabalho e solução padrão de colesterol); · Micropipeta de 100 µL; · Micropipeta de 1000 µL; · Ponteira para micropipeta; · Recipiente de descarte; · Suporte para micropipeta; · Suporte para tubo de coleta; · Suporte para tubo de ensaio; · Tubo de coleta com amostra de soro; · Tubo de ensaio; METODOLOGIA · Higienize as mãos na pia e coloque os equipamentos de proteção individual localizados no “Armário de EPIs”. Nesse experimento, é obrigatório o uso de jaleco, luvas e óculos de proteção. · Identifique o primeiro tubo de ensaio com a sigla A. Identifique o segundo tubo de ensaio com a sigla B, o terceiro tubo de ensaio com a sigla P. Em seguida faça a identificação das cubetas. Identifique a primeira cubeta com a sigla A; identifique a segunda cubeta com a sigla B, e por fim, identifique a terceira cubeta com a sigla P. · Pipete 1000 µL do reagente de trabalho. · Transfira a solução pipetada para o tubo de ensaio B (branco). Em seguida, pipete novamente 1000 µL do reagente de trabalho e transfira para o tubo B. · Repita as etapas de pipetagem, transfira 2000 µL do reagente de trabalho para o tubo de ensaio P e transfira 2000 µL do reagente de trabalho para o tubo de ensaio A. Descarte a ponteira. Ajuste o volume da micropipeta de 100 µL para 20 µL. Pipete 20 µL da solução padrão e transfira a solução pipetada para o tubo de ensaio P (padrão). · Descarte a ponteira e pipete 20 µL da amostra de soro. · Transfira a amostra pipetada para o tubo de ensaio A (amostra) e descarte a ponteira · Homogeneíze a solução agitando o tubo por 20 segundos · Mova os tubos para o banho-maria. · Ligue o banho-maria e aguarde por 10 minutos. · Retire os tubos de ensaio do banho-maria. · Ligue o espectrofotômetro e configure o comprimento de onda para 505 nm. · Abra o equipamento. Pipete 1000 µL do conteúdo do tubo B e transfira o conteúdo para a cubeta B. Descarte a ponteira. Coloque a cubeta do branco (B) no equipamentoe feche o equipamento. Zere o equipamento. Abra e retire a cubeta do espectrofotômetro. · Em seguida, pipete 1000 µL do conteúdo do tubo P e transfira o conteúdo para a cubeta P. Descarte a ponteira.Coloque a cubeta com a solução padrão (P) no espectrofotômetro, feche o equipamento e realize a leitura. Retire a cubeta P. · Pipete 1000 µL do conteúdo do tubo A e transfira o conteúdo para a cubeta A. Descarte a ponteira. Coloque a cubeta com a amostra (A) e realize a leitura. Abra o equipamento e retire a cubeta. Feche o equipamento. · Calcule a concentração de colesterol na amostra. · Preencha o laudo com o resultado encontrado. RESULTADOS E DISCUSSÕES 1. Explique como a espectrofotometria é utilizada na análise de colesterol e qual a sua importância para esse experimento. A espectrofotometria desempenha um papel fundamental na avaliação de compostos químicos, proporcionando rapidez, eficácia e flexibilidade, além de auxiliar no progresso da ciência e tecnologia. A espectrofotometria é um método analítico crucial na química, empregado para avaliar a quantidade de luz que um material absorve. Esta metodologia se fundamenta na interação da luz com a matéria, na qual diversos compostos químicos absorvem luz em variados comprimentos de onda. A relevância deste dispositivo está na sua habilidade de fornecer dados quantitativos e qualitativos acerca das substâncias contidas numa amostra. A operação do espectrofotômetro consiste na emissão de luz por uma fonte, que atravessa um monocromador, que escolhe um determinado comprimento de onda. Então, a luz passa pela amostra, e um aparelho mede a intensidade da luz que se dissipa da mesma. Com base na lei de Beer-Lambert, é possível calcular a concentração do composto na amostra. As aplicações práticas mais significativas da espectrofotometria englobam: -Gestão de qualidade em setores de alimentos e medicamentos, onde é fundamental assegurar a pureza e a concentração dos produtos. -Exames ambientais, tais como a identificação de contaminantes em água e solo. -Estudo na área da biomedicina, com o objetivo de quantificar biomoléculas como proteínas e aminoácidos. A espectrofotometria apresenta diversas vantagens em relação a outras técnicas de análise química, tais como: -Eficiência e rapidez: A espectrofotometria possibilita análises ágeis, apresentando os resultados em poucos minutos. -Custo reduzido: Normalmente, os aparelhos de espectrofotometria são mais baratos e necessitam de menos reagentes em comparação com outras técnicas, como a cromatografia. -Versatilidade: Pode ser empregada em uma vasta variedade de substâncias e em variadas matrizes. A espectrofotometria tem um papel crucial no progresso da ciência e tecnologia, pois possibilita a criação de novos fármacos, a avaliação de novos materiais e a supervisão de processos industriais. Ademais, a técnica é crucial em estudos científicos, auxiliando na compreensão dos mecanismos de reações químicas e na compreensão mais aprofundada das características dos compostos. 2. Que enzimas e reações químicas estão envolvidas na quantificação do colesterol? Como essa reação gera um composto mensurável? Na quantificação do colesterol, as principais enzimas envolvidas são a colesterol oxidase e a peroxidase. O processo geralmente ocorre da seguinte forma: 1. Hidrólise: O colesterol é convertido em colesterol livre por meio da ação de enzimas como a colesterol esterase. 2. Oxidação: O colesterol livre é oxidado pela colesterol oxidase, gerando colesterol-3-ona e peróxido de hidrogênio (H₂O₂). 3. Reação com peroxidase: O peróxido de hidrogênio gerado reage com um composto cromogênico na presença da peroxidase, resultando em um produto colorido. 4. Mensuração: A intensidade da cor gerada é proporcional à concentração de colesterol na amostra e pode ser medida espectrofotometricamente. Esse método permite a quantificação do colesterol de forma precisa e confiável. 3. Por que foi utilizado três tubos de ensaio? Qual a finalidade de cada uma delas? Na quantificação do colesterol, geralmente são utilizados três tubos de ensaio para diferentes finalidades: 1. Tubos de ensaio para controle: Um tubo é utilizado como controle, onde se adiciona uma amostra com uma concentração conhecida de colesterol. Isso ajuda a validar os resultados obtidos. 2. Tubos de ensaio para amostra: O segundo tubo contém a amostra do paciente, onde será realizada a medição do colesterol. É aqui que se obtém o valor que será analisado. 3. Tubos de ensaio para blank (branco): O terceiro tubo é utilizado como blank, que contém todos os reagentes, exceto a amostra. Isso serve para calibrar o equipamento e eliminar qualquer interferência que possa afetar a leitura. Esses três tubos garantem a precisão e a confiabilidade dos resultados na quantificação do colesterol. REGISTRO FOTOGRÁFICO CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD REFERÊNCIAS DEVLIN, T. M. Manual de bioquímica com correlações clínicas. 7. ed. São Paulo: Blucher, 2011. JAMA. Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults. Executive summary of the third report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) expert panel on detection, evaluation, and treatment of high blood cholesterol in adults (Adult Treatment Panel III). JAMA, 2001, v. 285, n. 19, p. 2486-2497. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1001/jama.285.19.2486. Acesso em: 7 jul. 2021. MALTA, Deborah Carvalho et al. Prevalência de colesterol total e frações alterados na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 22, supl. 02, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepid/a/gxFK6KvfqFRPWJxwJKmhFqq/?lang=pt. Acesso em: 9 jul. 2021. MATHEUS, A. S. de M.; COBAS, R. A.; GOMES, M. B. Dislipidemias no diabetes melito tipo 1: abordagem atual. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, v. 52, n. 2, p. 334–339, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abem/a/Qzdm5STCwsdzXSr5jh9wsJb/?lang=pt. Acesso em: 7 jul. 2021. MCPHERSON, Richard A.; PINCUS, Matthew R.; HENRY, John Bernard. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais de Henry. 21. ed. São Paulo: Manole, 2012. NELSON, David L.; COX, Michael M. (eds.). Princípios de bioquímica de Lehninger. 7. ed. São Paulo: Artmed, 2019. image1.jpeg image2.png image3.png