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CAPÍTULO 09 (JOGO ABSORVENTE COMO NOTAS SOBRE A BRIGA DOS GALOS BALINESES)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE ITAPIPOCA – FACEDI
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
ACADÊMICA: SABRINA BARROSO TABOSA
DISCIPLINA: SEMINÁRIO DE DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE CULTURAL
PROFESSOR: ARTUR DE FREITAS PIRES
CAPÍTULO 09 - O JOGO ABSORVENTE: NOTAS SOBRE A BRIGA DOS GALOS BALINESA (A INTERPRETAÇÃO DE CULTURAS POR CLIFFORD GEERTZ)
ITAPIPOCA – CE
2025
O JOGO ABSORVENTE: NOTAS SOBRE A BRIGA DOS GALOS BALINESA
No capítulo 9 da obra A Interpretação das Culturas, Clifford Geertz realiza uma análise etnográfica da briga de galos em Bali, revelando que esse evento é muito mais do que um simples entretenimento. Para ele, trata-se de um “jogo absorvente”, carregado de significados simbólicos que expressam e dramatizam as tensões sociais, hierarquias e valores da sociedade balinesa. A briga de galos funciona como um espelho da estrutura social local: nela, não se aposta apenas dinheiro, mas a honra, a masculinidade e o prestígio dos envolvidos.
A análise parte do método da “descrição densa”, proposto pelo próprio Geertz, que busca interpretar ações sociais a partir dos significados que os sujeitos atribuem a elas. Assim, a luta dos galos é lida como um texto cultural, uma encenação em que os balineses projetam suas rivalidades, alianças e sentimentos mais profundos. A conexão emocional com os animais, que são tratados quase como extensões de si mesmos, reforça essa dimensão simbólica.
Além disso, Geertz mostra que os apostadores mais envolvidos são, geralmente, homens de status semelhante, o que torna o jogo um campo de disputa simbólica entre iguais, em que a vitória ou a derrota afeta diretamente a reputação de seus donos. O envolvimento da comunidade como espectadora transforma o evento num ritual coletivo, em que se reafirma a ordem social e se atualizam os papéis sociais.
Por fim, Geertz nos ensina que compreender uma cultura exige interpretar seus símbolos e práticas mais cotidianas como expressões profundas de significados sociais. Ao analisar a briga de galos, ele demonstra que a antropologia não deve apenas descrever comportamentos, mas compreender o que eles dizem sobre como as pessoas vivem, sentem e se organizam. O jogo, nesse caso, não é só uma prática: é uma narrativa viva da cultura balinesa, um drama social onde se representa, simbolicamente, o próprio tecido da vida comunitária.
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