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A doença e o sagrado apresentação (1)

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A DOENÇA E O SAGRADO, MEDICINA E RELIGIÃO A CURA E A SALVAÇÃO: DA ANTROPOLOGIA MÉDICA A ANTROPOLOGIA RELIGIOSA
Acadêmicos: Flamarion Junior, João Schwab, Thiago Benjumea e Sara Emilly
ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA
Professor Wanderley Gurgel
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA
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A DOENÇA E O SAGRADO, MEDICINA E RELIGIÃO A CURA E A SALVAÇÃO: DA ANTROPOLOGIA MÉDICA A ANTROPOLOGIA RELIGIOSA
SUMÁRIO
1. A Doença e o Sagrado, a Medicina e a Religião, a Cura e a Salvação
2. O Estudo da Medicina Popular como Revelador da Relação da Doença com o Social por Intermédio do Religioso
3. A Doença-Maldição e a Doença-Punição
4. A Relação entre a Doença e o Sagrado nos Dois Modelos Anteriormente Identificados
5. A Fé Médica
6. A Identificação entre a Saúde e a Salvação: Justificação pelas Obras e Justificação pela Graça
7. Referências
1. A DOENÇA E O SAGRADO, A MEDICINA E A RELIGIÃO, A CURA E A SALVAÇÃO
 A doença interpretada como resultado de forças espirituais ou morais
 Adoecimento visto em muitas culturas como castigo, provação ou desequilíbrio com o sagrado
 A medicina tradicional busca causas biológicas; a religião busca causas simbólicas ou morais
 Curandeiros, pajés e líderes religiosos exercem papel social de mediação entre doença e sentido
 A cura médica trata o corpo; a cura religiosa busca restaurar a alma e o sentido de vida
 Muitos pacientes recorrem tanto à medicina científica quanto a práticas religiosas (rezas, promessas, rituais)
 Na antropologia, o foco se desloca do “como curar?” para “por que essa pessoa adoeceu neste contexto?”
 A doença é vista como narrativa: expressão de sofrimento social, psicológico ou espiritual
O sofrimento ganha significado dentro das crenças: expiação, transformação, missão ou salvação
A antropologia religiosa analisa o papel dos rituais de cura, milagres e experiências de fé no adoecer
2. O ESTUDO DA MEDICINA POPULAR COMO REVELADOR DA RELAÇÃO DA DOENÇA COM O SOCIAL POR INTERMÉDIO DO RELIGIOSO
A diferença entre terapias oficiais e populares não está na posição social de quem cura nem na autonomia do paciente, pois em ambas o doente se vê dependente do curador. Nas terapias populares, a eficácia está relacionada à aceitação plena, por parte do paciente, do conteúdo cultural transmitido pelo curandeiro, que costuma assumir total responsabilidade pela cura.
As medicinas populares se caracterizam pela proximidade física e afetiva entre curador e paciente, pela visão integrada do ser humano com a natureza e a cultura, e pela associação entre a explicação da causa da doença e a busca por um sentido subjetivo para ela. Diferente da medicina oficial, que foca em explicações químico-biológicas e no controle dos sintomas, as terapias populares atendem também a dimensões psicológicas, sociais, espirituais e existenciais do sofrimento. Seu sucesso está ligado ao fato de que o doente não se conforma apenas com o "como" da doença, mas insiste em perguntar "por quê eu?", questão ignorada pela medicina científica, mas que revela um mal-estar social profundo que ressurge especialmente em tempos de crise.
thiela bendrade (tb) - FLAMARION
SÃO SABINO PROTETOR 
São Sabino é venerado como protetor na região do Pilat, com várias versões sobre sua origem: padre, eremita ou trabalhador bondoso tocado pela graça divina. Está associado à construção milagrosa de uma capela no alto da montanha, onde, na segunda-feira de Pentecostes, peregrinos se reúnem para rituais de devoção. 
Após colherem a "erva de São Sabino", participam de missas, recebem bênçãos e realizam gestos simbólicos como beijar a estátua do santo e oferecer moedas. Paralelamente, ocorre um culto mais antigo e reservado em uma casa próxima, envolvendo uma terceira estátua com os braços cortados, herdada por uma família local, onde os mesmos rituais são repetidos fora da autoridade do clero.
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SABINO CURANDEIRO 
No Pilat, a tradição de curandeiros ligados a São Sabino se consolidou através da família Odouard. Segundo a lenda, durante a Revolução Francesa, um padre rebelde transmitiu o dom da cura a um bebê em agradecimento por abrigo. Esse dom passou por gerações, destacando-se Laurent Odouard, conhecido como "Pai Laurent", famoso por curar fraturas e luxações apenas com o toque.
Seu sucesso atraiu a perseguição judicial por exercício ilegal da medicina, mas ele foi defendido pela população, tornando-se uma figura venerada. Após sua morte em 1887, recebeu homenagens públicas. Seu filho Jean-Marie continuou a prática e foi igualmente lembrado como benfeitor. Dois netos também atuaram como curandeiros, com menos fama, mas reconhecidos localmente.
Atualmente, um descendente mantém a tradição, mesclando práticas tradicionais com técnicas modernas como a radiestesia. O dom, passado de homem para homem, tende a enfraquecer com o tempo e exclui as mulheres da sucessão.
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A MEDICINA POPULAR COMO REVELADORA DA
RELAÇÃO ENTRE A RELIGIÃO E A MEDICINA
A religião popular e a medicina popular se entrelaçam profundamente nas práticas associadas a São Sabino, formando uma unidade simbólica e funcional. Ambas têm origem em um "sagrado proibido", ligado à perseguição de bispos cristãos e de padres rebeldes. 
A devoção a São Sabino, seja como protetor ou curandeiro, reflete movimentos de resistência e transformação social, especialmente no século XIX, quando os camponeses franceses começaram a ser medicalizados e surgiram terapeutas ilegais. A memória coletiva, por sua vez, opera de forma seletiva, confundindo diferentes figuras históricas chamadas São Sabino,reunindo membros da família Odouard sob um mesmo nome e criando laços imaginários entre santos e curandeiros, resultando em um conjunto de lendas moldado pelas preocupações cotidianas do povo.
A MEDICINA POPULAR COMO REVELADORA DA
RELAÇÃO ENTRE A RELIGIÃO E A MEDICINA
A figura do bispo cristão São Sabino e de Laurent Odouard, curandeiro popular, se fundem no imaginário coletivo como heróis exemplares e benfeitores da região. Ambos são vistos como homens simples, de origem modesta e ligados ao trabalho rural, cuja trajetória foi marcada por dificuldades — no caso de Odouard, perseguições jurídicas por praticar medicina ilegal. As práticas associadas a cada um envolvem rituais de contato: tocar a estátua do santo ou ser tocado pelo curandeiro, sempre com base na fé do devoto. 
A ideia de "viagem" ou peregrinação também é comum aos dois, com pessoas vindas de regiões distantes em busca de proteção ou cura. Há ainda um forte componente masculino nessas tradições, tanto na transmissão do "dom" de cura quanto na predominância de homens nas práticas religiosas, enquanto figuras femininas como Santa Sabina são ignoradas. As práticas populares destacam-se por seu caráter não erudito e se colocam como alternativa à medicina oficial, reafirmando o valor do saber local frente ao saber científico e urbano.
A MEDICINA POPULAR COMO REVELADORA DA
RELAÇÃO ENTRE A DOENÇA E A SOCIEDADE
A prática de “ir a Saint-Sabin” reflete uma união profunda entre saúde e salvação, algo que a medicina moderna e o cristianismo contemporâneo buscam separar. Enquanto o cristianismo atual se concentra na salvação da alma e delega o cuidado do corpo à medicina, esta, por sua vez, transforma a doença em um fenômeno exclusivamente biológico, desvinculando-a de seu contexto social e cultural. 
Na cultura popular do Pilat, essa separação não existe: a doença está ligada tanto ao sagrado quanto à vida social e simbólica do grupo. Essa experiência revela que a saúde não pode ser entendida apenas pela ciência médica, pois a doença envolve também dimensões culturais e espirituais, fazendo parte de um equilíbrio mais amplo que inclui rituais, crenças e relações comunitárias. Assim, a cura vai além do corpo e do organismo, tocando aspectos da existência humana que nem a medicina nem a religião moderna conseguem abranger plenamente.
A FÉ MÉDICA: A PROMESSA DE SAÚDE ABSOLUTA
A medicina contemporânea, embora se apresente como ciência,carrega um discurso messiânico ao prometer a eliminação das doenças e um estado ideal de saúde, aproximando-se das promessas de salvação das religiões. No entanto, essa promessa esbarra em limites biológicos e sociais, tornando-se ilusória. 
Mesmo com o declínio da crença no progresso médico infinito, a medicina mantém um caráter sagrado, resistindo a críticas e sendo complementada por práticas alternativas que também cumprem funções simbólicas e religiosas. Assim, medicina e religião acabam se confundindo ao prometerem, cada uma à sua maneira, uma forma de salvação.
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A CONCEPÇÃO APOSTÓLICA DA MEDICINA
A medicina mantém uma forte ligação com o sagrado, reconhecida por muitos médicos que veem sua prática como uma missão marcada por sacrifício, dedicação total e compromisso com o bem, comparável ao sacerdócio. Desde o século XIX, discursos exaltam o médico como figura moralmente elevada e dotada de autoridade quase religiosa. 
Autores como Georges Duhamel e Dr. Soupault destacam que ser médico exige entrega contínua e incondicional, semelhante à do padre. Michael Balint reforça essa ideia ao usar termos como “função apostólica” para descrever o papel do médico, que age com uma fé interior e a missão de guiar seus pacientes. Assim, a medicina assume um caráter simbólico e espiritual que a aproxima estruturalmente da religião.
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3. A DOENÇA-MALDIÇÃO E A DOENÇA-PUNIÇÃO
Existem duas interpretações do conceito de Doença de um ponto de vista antropológico, a doença-maldição e a doença-punição 
A DOENÇA-MALDIÇÃO
É efeito de uma vingança gratuita e ocorre por destino, fatalidade ou acaso contra a qual nada pode ser feito como contramedida e onde o doente vive aquela realidade como uma injustiça.
2 casos são identificados: a doença atribuída a onipotência da natureza (Considerada má nesse contexto) e a de que a doença é a expressão de um estado de “mal-estar da civilização”.
Segundo Freud se expressa principalmente na crença em uma divindade maldosa (similar à de uma tragédia grega) ou alguma outra entidade maligna (Demônios, espíritos, etc...).
Encontramos muitas representações na Literatura e nas demais expressões de arte.
DOENÇAS
Duas interpretações no contexto antropológico: doença maldição e doença punição
Maldição é efeito do acaso independendo do individuo e de sua moralidade
2 casos, a doença advinda da onipotência da natureza e a doença advinda do “mal estar da civilização”
Freud dizia que se expressa na crença em divindades maldosas ou entidades]
Representações literárias incluem: Romeu e julieta (Onde a tentativa de julieta de contactar romeu para contar seu plano de forjar sua morte é impedida devido à quarentena causada pela peste negra, acarretando na morte de ambos no final)
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DOENÇA-PUNIÇÃO
Interpretação rigorosamente contrária à anterior (Provocada pelo próprio individuo/grupo ao invés de ser obra do acaso).
Não se trata mais (Completamente) de apontar um adversário, mas designa-lo como consequência da transgressão de leis e normas da sociedade.
Visão das doenças como punição dos próprios atos se origina a partir da cultura cristã. 
 Qualquer que seja a representação adotada (Infração contra Deus, Contra divindades, mortos, seu próximo e por consequência a sociedade) sempre se nota o envolvimento das noções de justiça, Responsabilidade e reparação que são noções do contexto social.
Doença punição é totalmente o contrário da anterior uma vez que o individuo tem total responsabilidade pelo seu estado de saúde
A doença agora é a consequencia de transgressões contra as normas da sociedade (Alcoólatras, fumantes e viciados são responsáveis pela sua doença)
E isso se originou na cultura cristã após a condenação aos casamentos consanguineos
Independente do tipo de doença observado sempre se notam as noções sociais de justiça, responsabilidade e reparação
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4. A RELAÇÃO ENTRE A DOENÇA E O SAGRADO NOS DOIS GRUPOS DE MODELOS ANTERIORMENTE IDENTIFICADOS
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O poder de cura da Natureza no pensamento médico
É TRADIÇÃO MÉDICA VALORIZA A CAPACIDADE INTRÍNSECA DA NATUREZA (OU DO ORGANISMO) PARA PROMOVER A CURA. 
O PAPEL DO MÉDICO, NESSE MODELO, É O DE ASSISTENTE DO PROCESSO NATURAL, ESTIMULANDO E ACOMPANHANDO A CRISE, E NÃO DE COMBATENTE. 
Topico 1
Inspirado pelo pensamento hipocrático e pela noção de "natura medicatrix", entende-se que a doença não é apenas um mal a ser eliminado, mas um processo de compensação e adaptação do corpo, sinalizando um novo equilíbrio. 
Tópico 2
Essa visão foi historicamente marginalizada pelo avanço da medicina científica, mas persiste em práticas populares, manuais de saúde e movimentos contemporâneos que valorizam a homeostase, a ecologia e terapias naturais.
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O poder de cura da Natureza na literatura do século XX
A LITERATURA MODERNA E CONTEMPORÂNEA REFLETE A CONFIANÇA NO PODER TERAPÊUTICO DA NATUREZA. 
A NATUREZA É VISTA COMO FONTE DE EQUILÍBRIO E ESQUECIMENTO, CAPAZ DE AJUDAR O INDIVÍDUO A SUPERAR SOFRIMENTOS FÍSICOS E EMOCIONAIS.
Topico 1 
Autores como Proust, Virginia Woolf e Henry Miller expressam, em suas obras, a ideia de que o organismo possui mecanismos espontâneos de defesa e cura, muitas vezes superiores à intervenção médica artificial.
Topico 2
Ao mesmo tempo, há uma crítica à medicalização excessiva e à dependência de tratamentos artificiais, ressaltando o valor do instinto e da sabedoria corporal.
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A onipresença das preocupações médicas em nossa sociedade: da medicina como segmento de cultura à medicina como cultura global.
A medicina, na sociedade contemporânea, ultrapassou o status de segmento cultural para se tornar uma cultura global dominante. A preocupação com a saúde permeia todos os aspectos da vida social, transformando-se em valor central e objetivo existencial. 
A medicina é analisada como um sistema normativo que não apenas busca a verdade científica, mas também define o que é considerado bom e correto. Ela orienta condutas, prescreve comportamentos e certifica práticas, assumindo um papel moralizador.
A prevenção médica, por meio de campanhas e check-ups, mobiliza uma moral da saúde, na qual a obediência às prescrições médicas é vista como virtude, e a transgressão, como falha moral. O discurso médico se estende para além do biológico, influenciando julgamentos sociais e relações interpessoais.
A medicina como moral
Entende-se que a medicina contemporânea assume características de religião, ocupando o lugar simbólico da salvação. 
A saúde torna-se um valor absoluto, e a medicina, uma instituição totalizante, capaz de preencher o vazio deixado pelo declínio das grandes religiões. 
A medicina como absoluto (ou religião)
Topico 1
A fé no progresso médico, a luta contra a doença e a morte, e a figura do médico como redentor são elementos que aproximam a medicina de uma prática religiosa. 
Topico 2 
O combate à doença é comparado à busca pela salvação, e a adesão às normas médicas, à obediência religiosa.
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thiela bendrade (tb) - thiago
5. A FÉ MÉDICA
O ENCONTRO DO MÉDICO E DO RELIGIOSO NO ROMANCE POPULAR
Nos romances, o médico heróico é retratado como uma figura quase sagrada, movida por abnegação e espírito de sacrifício, muitas vezes comparado ao padre em uma missão de salvação. Influenciado pelo cristianismo em sua forma secularizada, ele aparece como guia, profeta ou curador milagroso, enfrentando a doença como o mal e a saúde como o bem, numa luta moral e espiritual. 
Mesmo diante da ingratidão da sociedade, mantém-se fiel a um ideal superior, como a pesquisa ou o cuidado com a vida. Essa representação confere à medicina um valor simbólico que ultrapassa o prestígio profissional, atribuindo-lhe um status quase divino e colocando o médico fora das normas sociais comuns, como alguém que não mais pertence inteiramente à sua sociedade.
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A concepção apostólica da medicina
Este subtópico aprofunda a análise da dimensão"sacerdotal" da medicina. O médico é visto como detentor de uma missão apostólica, guiado por um fervor quase religioso em sua prática. A literatura médica e depoimentos de profissionais destacam a dedicação, o sacrifício e a responsabilidade moral do médico, comparando sua atuação à de um sacerdote.
 A medicina é apresentada como vocação e missão, com deveres e direitos semelhantes aos de um ministério religioso. Essa concepção reforça o estatuto especial da medicina na sociedade e sua ligação estrutural com o sagrado.
6. A IDENTIFICAÇÃO ENTRE A SAÚDE E A SALVAÇÃO.
OS DOIS MODOS DE OBTÊ-LA: A JUSTIFICAÇÃO PELAS OBRAS E A JUSTIFICAÇÃO PELA GRAÇA.
A Justificação pelas obras
- Doença-punição, caracteriza-se pela transgressão da normalidade preventiva sugerida.
- Justificação é um conceito teológico presente no cristianismo que trata da condição do ser humano em relação à justiça de Deus.
- Justificação pelas obras no contexto literário estudado trata-se da salvação através da obediência à lei e das boas ações, originada da Epistola de São Thiago. 
- O individuo é responsável por seu próprio estado de justificação.
- O infiel ou descrente que não obedece a esses mandamentos é constantemente lembrado de seu estado de pecado por aqueles que o cercam, e espera-se do indivíduo a admissão da própria culpa e a busca por perdão.
- A doença mais uma vez é uma forma de punição, dessa vez na forma das consequências dos maus hábitos do indivíduo (Fumantes, Alcoólatras, devassos, etc...).
- Após a busca bem sucedida pelo perdão, o indivíduo é incessantemente incitado a dar provas de sua boa fé pela sociedade.
Justificação é um conceito teológico cristão que se trata da condição do ser humano em relação à justiça divina
No contexto literarrio estudado trata-se da salvação da através das boas ações e se origina da epistola de são tiago
O individuo é responsável pelo seu próprio estado de justificação
No contexto social o infiel ou 
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Justificação pela graça
- Doença-castigo, caracterizada pela maldição genética (Predisposição a vícios e comorbidades).
- O indivíduo não é inteiramente responsável pelo que lhe acontece, uma vez que a graça é cedida pelo divino e sua genética pode o fazer predisposto a alguma comorbidade ou patologia.
- A predisposição biológica ou a predestinação teológica do Calvinismo dizem que o destino constitui poder absoluto sobre a nossa liberdade, uma vez que a salvação não é oferecida para todos (Uma vez que ela vem de um Alter sendo ele Deus ou a natureza).
- No contexto teológico há a duvida da salvação, porém no contexto medico o indivíduo pode obter o controle de si através da engenharia genética e nessa situação o geneticista ocuparia o lugar de divindade uma vez que apenas ele pode conceder a “Graça” nesse contexto.
Referências
LAPLANTINE, François. Da antropologia médica à antropologia religiosa. In: A doença e o sagrado, a medicina e a religião, a cura e a salvação. Parte IV do livro Antropologia da doença.
Clifford Geertz – A Interpretação das Culturas (capítulos sobre religião e significado)
Arthur Kleinman – The Illness Narratives (antropologia médica e significado da doença)
SCIELO – Artigo: “Doença, cura e religião: interfaces entre o sagrado e o terapêutico” Disponível em: https://www.scielo.br
Fiocruz – Textos sobre saúde, cultura e religiosidade em contextos de cura Disponível em: https://www.fiocruz.br
Durkheim, Émile – As Formas Elementares da Vida Religiosa (função do sagrado na sociedade)
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