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GINECO V Neoplasias de colo uterino e endométrio O colo uterino possui a endocérvice (canal endocervical) com epitélio colunar. A ectocérvice possui epitélio escamoso. A junção escamo-colunar (JEC) é a área de transição, onde mais ocorrem as lesões do colo do útero. A JEC é dinâmica, podendo apresentar-se mais exterior ou interiorizada. Muitas vezes o epitélio escamoso pode avançar sobre o epitélio colunar, levando a JEC mais para dentro, compondo a área de metaplasia (Zona de Transformação – ZT), onde mais ocorre o câncer de colo uterino. A metaplasia escamosa é um processo fisiológico, porém, quando o epitélio escamoso recobre o colunar, há obstrução dos oriKcios glandulares, surgindo os cistos de Naboth e caracterizando a área de metaplasia. HPV (PAPILOMA VÍRUS HUMANO) SubMpos - Mais oncogênicos: 16 e 18 - Condiloma acuminado: 6 e 11 ! Baixo potencial oncogênico A vacina é composta por parPculas parecidas com o vírus. Existe sempre uma reação cruzada, de maneira que a vacina sempre acaba tendo uma proteção adicional (a proteção não é exclusiva contra os soroMpos descritos acima). Apesar do público-alvo ser mulheres que idealmente ainda não Mveram contato com o HPV, mulheres que já Mveram lesão de alto grau por HPV também podem fazer a vacina. Condiloma Acuminado O tratamento pode ser feito com cautério/laser, ácido tricloroacéMco (ATA) e imunomoduladores. Condilomas extensos podem exigir cirurgia. A podofilina não pode ser usada em gestantes. • Cautério / laser ! ideal nas lesões extensas • ATA ! ideal em lesões pequenas; pode ser usado em gestantes o Apesar de barato, sua aplicação dói e deve ser semanal • Imunomoduladores (Imiqimod) ! uso domiciliar o Mais caro e menos eficaz CÂNCER DE COLO UTERINO Fatores de Risco • Qualquer fator que aumente o risco de DST! • HPV, sexarca precoce, múlMplos parceiros sexuais, tabagismo... Anamnese e Exame Físico • Casos avançados: dor, corrimento (água de carne), sangue... Rastreio • Colpocitologia DiagnósMco • Colposcopia + biópsia VACINAS BIVALENTE QUADRIVALENTE HPV 16 e 18 10-25 anos HPV 6, 11, 16 e 18 9-26 anos Esquema MS 2017: Quadrivalente em 2 doses: 0 e 6 meses Meninas: 9 a 14 anos Meninos: 11 a 14 anos HIV (+) / Imunossup.: 9 a 26 anos (3 doses ! 0-2-6 meses) Em mulheres menopausadas, a JEC fica mais interiorizada – logo, em pós-menopausadas, pode-se entrar um pouco mais com a escova endocervical (até as cerdas desaparecerem). DiagnósMco ! Colposcopia + biópsia! • Ácido acédco: demonstra aumento da aMvidade proteica o Área acetobranca: biópsia! • Teste de Schiller (Lugol): demonstra redução do glicogênio o Iodo negaMvo (Schiller posiMvo): biópsia • Gestante: biópsia apenas na suspeita de invasão! • Achado mais suspeito: vasos aPpicos (neoangiogênese) • Colposcopia insadsfatória (sem JEC): avaliar canal endocervical o Afastador / curetagem / histeroscopia Histologia • Lesões intraepiteliais • Câncer cervical COLPOCITOLOGIA QUANDO COLHER - 1x/ano, após 2 negaMvos, a cada 3 anos - Entre 25 e 64 anos, após a sexarca - Parar após histerectomia por doença benigna sem história de lesão de alto grau - GESTANTES ! igual a não grávida - HIV (+) ! após sexarca (independente da idade) – coletar de 6/6m no 1º ano; após anualmente * se CD4 4 cm de profundidade ESTÁDIO II IIA Parte superior da vagina (“vem Abaixo”) IIA1: até 4 cm IIA2: maior que 4 cm IIB Invade paramétrio ESTÁDIO III IIIA 1/3 inferior da vagina IIIB Prede pélvica / hidronefrose / exclusão renal ESTÁDIO IV IVA Bexiga e reto IVB Metástase a distância TRATAMENTO ESTÁDIO 0 Cone é diagnósMco e terapêuMco ESTÁDIO IA1 Padrão: histerectomia dpo 1 Se deseja gestar: cone ESTÁDIO IA2 Padrão: histerectomia dpo 2 + linfadenectomia pélvica ESTÁDIO IB1 Padrão: Wertheim-Meigs ESTÁDIO IB2 ESTÁDIO IIA Wertheim-Meigs ou quimiorradioterapia ESTÁDIO ≥ IIB Quimiorradioterapia Invasão (quando o câncer passa do colo): • Condnuidade CÂNCER DE ENDOMÉTRIO Fatores de Risco • Obesidade, idade > 60 anos, raça branca, nuliparidade, anovulação crônica, menacme longo, DM, hiperplasia aPpica, síndrome de Lynch II (CA colorretal não polipoide hereditário)... • Ação estrogênica sem proteção da progesterona ! SOP • A nuliparidade é um fator de risco pela falta da progesterona (nas gestações) • O principal fator de risco é a obesidade! Fator de proteção • MulMparidade, tabagismo e usuária de progesterona Clínica • Sangramento peri / pós-menopausa ➢ SUA após menopausa: atrofia (30%) / TH (30%) / CA endométrio (15%) Suspeita Menopausa: • Endométrio > 4 mm sem TH • Endométrio > 8 mm com TH Colpocitologia suspeita: • Célula endometrial pós-menopausa DiagnósMco • Cureta de Novak • Curetagem fracionada • Histeroscopia com biópsia (padrão-ouro) ➢ Hiperplasia endometrial ➢ Câncer de endométrio Tratamento Hiperplasias (precedem 80% dos CA) Quem manda na conduta = ter ou não aMpia ➔ Com aMpia: histerectomia TRATAMENTO: ATIPIA x DESEJO DE GESTAR Tipo Risco de malignização Simples sem adpia 1% Complexa sem adpia 3% Simples com adpia 8% Complexa com adpia 29% Simples ou c o m p l e x a SEM ATIPIA Progesterona: mais usado Histerectomia: pós-menopausa ou fa l h a d e t rata m e nto c l í n i co (exceção) Câncer de endométrio • Tipo mais comum: ENDOMETRIOIDE • O tratamento consiste em LAPAROTOMIA = estadiamento e tratamento • RADIOTERAPIA: ≥ 50% invasão miometrial (≥ IB) • QUIMIOTERAPIA: metástases Simples ou c o m p l e x a COM ATIPIA Histerectomia: eleição na presença de aMpia Progesterona: desejo de gestar ou alto risco cirúrgico (exceção) HTA + lavado + anexectomia b i latera l + linfadenectomia (se suspeito)