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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO FINANCEIRA PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR III JBS Maysa Marchiano Salinas - RA 2240840 São Paulo/SP 2025 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 CONTABILIDADE 5 Balanço Patrimonial. 5 Demonstração de Resultado de Exercícios. 7 Imobilização de Capital Próprio 8 FUNDAMENTOS DE GESTÃO FINANCEIRA................................................................10 ESTATÍSTICA APLICADA 12 DISCUSSÃO 14 CONCLUSÃO 15 7. REFERÊNCIAS 17 1. INTRODUÇÃO O Projeto Integrado Multidisciplinar (PIM) tem como principal objetivo promover a integração entre os conhecimentos teóricos adquiridos durante o curso e sua aplicação prática no contexto organizacional de uma empresa real. Neste trabalho, a empresa escolhida para análise é a JBS S.A., uma das maiores companhias do setor alimentício do mundo, com presença em mais de 20 países e atuação em diversos segmentos, como processamento de carnes bovina, suína e de aves, produção de alimentos preparados, couros, colágeno, biodiesel, higiene e limpeza. Fundada em 1953, em Anápolis (GO), a JBS consolidou-se como líder global no processamento de proteínas e referência em inovação, eficiência e sustentabilidade. Por ser uma empresa de grande porte, com ampla estrutura operacional e financeira, o estudo da JBS permite compreender de maneira clara como os conceitos de Contabilidade, Gestão Financeira e Estatística Aplicada se integram para apoiar a tomada de decisões e o desenvolvimento sustentável da organização. A Contabilidade é uma ferramenta essencial dentro da estrutura da JBS, pois fornece informações precisas e atualizadas sobre a situação patrimonial, financeira e econômica da empresa. É por meio dela que se registram e controlam todos os atos e fatos administrativos, possibilitando aos gestores interpretar resultados e adotar medidas corretivas ou estratégicas. A contabilidade contribui diretamente para o cumprimento das obrigações legais, a transparência nas demonstrações financeiras e a análise de desempenho das diversas unidades produtivas da companhia. Já os Fundamentos da Gestão Financeira têm como finalidade compreender e aplicar as práticas que asseguram a eficiência na utilização dos recursos financeiros da empresa. Na JBS, essa gestão é fundamental para o equilíbrio entre rentabilidade e liquidez, garantindo que os recursos disponíveis sejam empregados de forma racional, maximizando o valor da empresa e minimizando riscos. Aspectos como planejamento financeiro, fluxo de caixa, análise de investimentos e demonstrações contábeis são constantemente monitorados pelos administradores financeiros, que atuam estrategicamente na alocação de capital e no controle dos custos de operação. A gestão financeira é, portanto, um elo direto entre a contabilidade e as decisões de investimento e expansão, permitindo que a empresa mantenha estabilidade e crescimento mesmo em ambientes econômicos desafiadores. A Estatística Aplicada, por sua vez, é uma ferramenta indispensável para a análise de dados e apoio à tomada de decisões dentro da JBS. Com o grande volume de informações geradas diariamente nas áreas de produção, finanças, vendas e recursos humanos, a estatística possibilita transformar dados brutos em informações relevantes. Por meio de conceitos como média, mediana, moda, variância e desvio-padrão, a empresa consegue interpretar indicadores e identificar padrões de comportamento que auxiliam na previsão de demandas, no controle de custos e na avaliação de desempenho operacional e de pessoal. A aplicação estatística também permite mensurar o impacto da folha de pagamento sobre as despesas totais, avaliar a rotatividade de colaboradores e monitorar a eficiência produtiva, fortalecendo o processo de planejamento estratégico. Dessa forma, as três disciplinas Contabilidade, Fundamentos da Gestão Financeira e Estatística Aplicada se complementam e se tornam essenciais para o sucesso organizacional da JBS. Enquanto a contabilidade fornece os registros e informações financeiras, a gestão financeira transforma esses dados em estratégias de controle e crescimento, e a estatística fornece a base analítica para decisões mais assertivas e sustentáveis. A integração desses conhecimentos permite compreender como a JBS mantém sua liderança global e assegura resultados sólidos em um setor altamente competitivo, demonstrando que a combinação entre análise contábil, gestão eficiente de recursos e uso estratégico de dados é fundamental para a perenidade e o desenvolvimento de grandes corporações. 17 2. CONTABILIDADE A contabilidade é uma ferramenta fundamental para a gestão eficiente de qualquer organização, pois fornece informações precisas sobre a situação econômica e financeira da empresa. Por meio dos registros contábeis, é possível acompanhar a movimentação de recursos, avaliar o desempenho operacional e subsidiar a tomada de decisões estratégicas. No contexto empresarial, a contabilidade não apenas cumpre uma função legal, mas também atua como instrumento de controle, planejamento e transparência. Neste capítulo, serão abordados os principais relatórios contábeis utilizados na análise da empresa JBS, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), bem como o conceito e a importância da imobilização de capital próprio. 2.1 Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é um dos principais relatórios contábeis utilizados para demonstrar a situação financeira de uma empresa em um determinado período. Ele é composto por três grandes categorias: ativos, passivos e patrimônio líquido. Os ativos representam todos os bens e direitos que a empresa possui, sendo divididos em ativo circulante e ativo não circulante. O ativo circulante inclui itens que serão convertidos em dinheiro ou utilizados no curto prazo, como caixa, bancos, estoques e contas a receber. Já o ativo não circulante compreende os bens e direitos de longo prazo, como investimentos, imóveis, máquinas, equipamentos e ativos intangíveis, como marcas e patentes. Os passivos, por sua vez, representam as obrigações da empresa, ou seja, tudo o que ela deve a terceiros. Eles são classificados em passivo circulante e passivo não circulante. O passivo circulante inclui dívidas e obrigações que devem ser pagas no curto prazo, como fornecedores, salários a pagar e empréstimos de curto prazo. O passivo não circulante, por outro lado, engloba as obrigações de longo prazo, que vencem após 12 meses, como financiamentos de longo prazo e provisões de contingência. O patrimônio líquido é a diferença entre os ativos e os passivos, refletindo o valor que pertence aos sócios ou acionistas da empresa. Ele é composto pelo capital social, que são os investimentos iniciais e adicionais feitos pelos sócios ou acionistas, pelas reservas de lucro, que são parte dos lucros acumulados que não foram distribuídos aos sócios, e pelos ajustes de avaliação patrimonial, que são ajustes decorrentes da reavaliação de ativos e passivos. O balanço patrimonial é de extrema importância para diversas finalidades, ele permite a análise financeira da empresa, avaliando sua liquidez, solvência e estrutura de capital. Além disso, fornece informações essenciais para a tomada de decisões estratégicas pela gestão da empresa. A transparência das informações financeiras é garantida pelo balanço patrimonial, sendo fundamental para investidores, credores e outras partes interessadas. Por fim, o balanço patrimonial atende a exigências legais e regulatórias, sendo um documento obrigatório para muitas empresas. Outro ponto importante, são os índices de liquidez. Os índices de liquidez são métricas financeiras essenciais que avaliam a capacidade de uma empresa de cumprir suas obrigações de curto e longo prazo. Eles fornecem uma visão clara da saúde financeira da empresa, ajudando a identificar possíveis problemas de solvência e a tomar decisões estratégicas. Existem vários tipos de índices de liquidez, cada um com um foco específico. O índice de liquidez corrente é um dosmais comuns e mede a capacidade da empresa de pagar suas dívidas de curto prazo com seus ativos circulantes. Ele é calculado dividindo-se o ativo circulante pelo passivo circulante. Um índice de liquidez corrente maior que 1 indica que a empresa tem mais ativos circulantes do que passivos circulantes, sugerindo uma boa capacidade de pagamento no curto prazo. No entanto, um índice muito alto pode indicar que a empresa não está utilizando seus ativos de forma eficiente. Outro índice importante é o índice de liquidez seca, que é uma medida mais conservadora da liquidez de curto prazo. Ele exclui os estoques dos ativos circulantes, pois os estoques não podem ser facilmente convertido dinheiro. O índice de liquidez seca é calculado dividindo-se os ativos circulantes menos os estoques pelo passivo circulante. Este índice fornece uma visão mais realista da capacidade da empresa de pagar suas dívidas de curto prazo sem depender da venda de estoques. O índice de liquidez imediata é ainda mais restritivo e considera apenas os ativos mais líquidos, como caixa e equivalentes de caixa. Ele é calculado dividindo- se o caixa e seus equivalentes pelo passivo circulante. Este índice mostra a capacidade da empresa de pagar suas dívidas de curto prazo imediatamente, sem a necessidade de converter outros ativos em dinheiro. Além desses, o índice de liquidez geral inclui tanto os ativos e passivos de curto prazo quanto os de longo prazo. Ele é calculado dividindo-se a soma dos ativos circulantes e não circulantes realizáveis a longo prazo pela soma dos passivos circulantes e não circulantes exigíveis a longo prazo. Esse índice fornece uma visão abrangente da capacidade da empresa de cumprir todas as suas obrigações, tanto de curto quanto de longo prazo. Os índices de liquidez são ferramentas valiosas para investidores, credores e gestores, pois ajudam a avaliar a estabilidade financeira da empresa e a identificar possíveis riscos. Eles também são úteis para comparar a performance financeira de diferentes empresas dentro do mesmo setor. No entanto, é importante interpretar esses índices no contexto da indústria e da situação específica da empresa, pois diferentes setores podem ter padrões de liquidez variados. 2.2 Demonstração Do Resultado de Exercício – DRE A Demonstração do Resultado do exercício (DRE) é um dos relatório contábeis mais importantes para qualquer empresa, independentemente do seu porte. Este documento contábil sintetiza o desempenho econômico- financeiro da empresa ao longo de um período específico, geralmente um ano fiscal. A DRE apresenta de forma detalhada todas as receitas, custos e despesas da empresa, culminando no resultado líquido, que pode ser lucro ou prejuízo. A estrutura da DRE começa com a receita bruta, que representa o total das vendas de produtos ou serviços da empresa. A partir desse valor, são feitas deduções como devoluções, descontos concedidos e impostos sobre vendas, resultando na receita líquida. Em seguida, são subtraídos os custos dos produtos vendidos ou dos serviços prestados, o que nos dá o lucro bruto. Depois do lucro bruto, a DRE lista despesas operacionais, que incluem despesas de vendas, administrativas e gerais. Essas despesas são essenciais para o funcionamento da empresa, mas não estão diretamente relacionadas à produção. Além disso, a DRE inclui o resultado financeiro, que abrange receitas e despesas financeiras, como juros pagos e recebidos. O resultado operacional é obtido subtraindo-se as despesas operacionais do lucro bruto. A partir desse ponto, são considerados outros resultados, como receitas e despesas não operacionais, que não estão diretamente ligadas às atividades principais da empresa. O próximo passo na DRE é a provisão para o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro líquido. Esses impostos são calculados sobre o lucro antes dos tributos e são subtraídos para se chegar ao lucro líquido do exercício. O lucro líquido é o valor final que mostra se a empresa teve um desempenho positivo ou negativo durante o período analisado. A DRE é fundamental para a análise financeira da empresa, pois permite avaliar a lucratividade e a eficiência operacional. Ela fornece uma visão clara de onde a empresa está gerando receita e onde está incorrendo em custos e despesas. Além disso, a DRE é uma ferramenta crucial para a tomada de decisões estratégicas, ajudando gestores a identificar áreas que precisam de melhorias e a planejar o futuro da empresa. A transparência proporcionada pela DRE é vital para investidores, credores e outras partes interessadas, pois oferece uma visão detalhada da saúde financeira da empresa. 2.3 Imobilização De Capital Próprio A imobilização de capital próprio refere-se ao uso dos recursos financeiros da própria empresa para adquirir ativos fixos ou imobilizados, como terrenos, edifícios, máquinas, equipamentos e outros bens duráveis que são essenciais para as operações da empresa. Esses ativos são chamados de imobilizados porque não são facilmente convertidos em dinheiro e são utilizados por um longo período para gerar receita. Quando uma empresa decide imobilizar seu capital próprio, ela está optando por investir seus próprios recursos em vez de buscar financiamento externo, como empréstimos ou emissão de ações. Essa decisão pode ser motivada por vários fatores, incluindo a redução de custos com juros, a manutenção do controle acionário e a melhoria da estabilidade financeira a longo prazo. No entanto, a imobilização de capital próprio também apresenta desafios e riscos que precisam ser cuidadosamente considerados. Um dos principais benefícios da imobilização de capital próprio é a redução da dependência de financiamento externo. Ao utilizar seus próprios recursos, a empresa evita os custos associados aos juros de empréstimos e outras formas de dívida. Isso pode resultar em uma economia significativa ao longo do tempo, especialmente em ambientes de alta taxa de juros. Além disso, ao não emitir novas ações, a empresa mantém o controle acionário nas mãos dos proprietários existentes, evitando a diluição da participação dos acionistas. Outro benefício importante é a melhoria da estabilidade financeira. Ao investir em ativos fixos, a empresa pode aumentar sua capacidade produtiva, melhorar a eficiência operacional e, potencialmente, aumentar sua receita e lucratividade a longo prazo. Esses investimentos podem proporcionar uma base sólida para o crescimento sustentável da empresa, permitindo que ela se adapte melhor às mudanças do mercado e as demandas dos clientes. No entanto, a imobilização de capital próprio também apresenta desafios significativos, um dos principais riscos é a falta de liquidez. Como os ativos imobilizados não são facilmente convertidos em dinheiro, a empresa pode enfrentar dificuldades em responder rapidamente a necessidade de caixa inesperadas ou oportunidades de investimentos de curto prazo. Isso pode limitar a flexibilidade financeira da empresa e aumentar o risco de problemas de fluxo de caixa. Além disso, a pode resultar em uma alocação ineficiente de recursos. Se a empresa investir uma parte significativa de seus recursos em ativos fixos, pode não ter capital suficiente para investir em outras áreas críticas, como pesquisa e desenvolvimento, marketing ou expansão de mercado. Isso pode limitar o potencial de crescimento da empresa e reduzir sua competitividade a longo prazo. Outro desafio é a depreciação dos ativos imobilizados. Com o tempo, os ativos fixos perdem valor devido ao desgaste e à obsolescência. A empresa precisa contabilizar essa depreciação em seus relatórios financeiros, o que pode impactar negativamente seus lucros. Além disso, a manutenção e a atualização desses ativos podem exigir investimentos adicionais significativos. 3. FUNDAMENTOS DE GESTÃO FINANCEIRA NA JBS A Gestão Financeira é uma das áreas mais estratégicas dentro da JBS, pois tem como objetivo principal assegurar a sustentabilidade econômica da organização, a maximização dos lucros e a eficiência na aplicação dos recursosfinanceiros. Essa área é responsável por planejar, controlar e analisar todas as movimentações financeiras da empresa, garantindo que as decisões tomadas estejam alinhadas aos objetivos corporativos e às exigências do mercado global de alimentos. No contexto das finanças corporativas, a JBS aplica princípios fundamentais que envolvem a captação, a alocação e o controle dos recursos financeiros, com foco em gerar valor para os acionistas e manter o equilíbrio entre rentabilidade e risco. A empresa realiza operações financeiras complexas, que incluem investimentos em novas plantas industriais, aquisição de outras companhias, compra de insumos e administração de dívidas em diferentes moedas. Nesse cenário, o papel do administrador financeiro é essencial: ele atua na análise dos resultados, na gestão do capital de giro, no controle de custos e na tomada de decisões que garantam a liquidez e a estabilidade financeira da organização. Um dos instrumentos mais importantes utilizados pela JBS é o fluxo de caixa, que representa todas as entradas e saídas de recursos financeiros em determinado período. O controle rigoroso do fluxo de caixa permite à empresa acompanhar sua capacidade de pagamento, identificar períodos de maior ou menor liquidez e planejar investimentos de forma segura. Por atuar em um setor de margens variáveis e com grande volume de exportações, a JBS utiliza sistemas automatizados de monitoramento financeiro que integram informações de todas as suas unidades de negócio, permitindo uma visão consolidada e em tempo real de suas operações. O planejamento financeiro é outro pilar essencial na gestão da JBS. Ele envolve a projeção de receitas, custos e investimentos, buscando antecipar cenários econômicos e garantir que os recursos sejam aplicados de forma estratégica. A companhia desenvolve planejamentos de curto, médio e longo prazo, considerando fatores como variação cambial, preços de commodities, custos de produção, e políticas de sustentabilidade. Esse planejamento orienta a definição do orçamento anual e o direcionamento dos investimentos para áreas prioritárias, como inovação, expansão industrial e programas de redução de custos operacionais. As demonstrações financeiras e contábeis também desempenham papel crucial no processo de gestão. A JBS elabora relatórios contábeis detalhados, como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), que possibilitam uma análise clara da situação econômica e patrimonial da empresa. Essas informações são utilizadas pelos gestores, investidores e auditorias externas para avaliar o desempenho financeiro, a rentabilidade e o grau de endividamento da companhia. Além disso, a JBS segue rigorosos padrões internacionais de contabilidade, garantindo transparência e credibilidade perante o mercado e os órgãos reguladores. O administrador financeiro dentro da JBS exerce, portanto, um papel estratégico: ele analisa indicadores, controla riscos, busca alternativas de financiamento, e propõe ações que assegurem a rentabilidade e o crescimento sustentável da empresa. Sua atuação é essencial para equilibrar as demandas operacionais com os objetivos corporativos, garantindo que os recursos disponíveis sejam utilizados de forma eficiente e que a empresa mantenha sua posição de liderança global. Em síntese, os Fundamentos da Gestão Financeira na JBS estão baseados em uma administração sólida e integrada, que envolve o controle rigoroso do fluxo de caixa, o planejamento financeiro estratégico e a utilização de demonstrações contábeis como instrumentos de gestão e transparência. Essa estrutura financeira eficiente é o que possibilita à JBS enfrentar desafios econômicos, manter sua competitividade e sustentar um crescimento contínuo em um mercado global cada vez mais exigente. 4.Estatística Aplicada na JBS A Estatística Aplicada é uma ferramenta essencial para a JBS, pois possibilita a análise e a interpretação de grandes volumes de dados provenientes de diferentes áreas da empresa, transformando informações numéricas em conhecimento estratégico para a tomada de decisões. Em uma companhia global, com milhares de colaboradores e operações em mais de 20 países, o uso da estatística é indispensável para compreender padrões, monitorar indicadores de desempenho e otimizar processos administrativos, produtivos e financeiros. Os conceitos estatísticos fundamentais média, mediana, moda, variância e desvio-padrão são amplamente utilizados nas análises internas da JBS. A média aritmética é aplicada para calcular valores representativos de despesas, salários ou custos médios de produção, permitindo identificar padrões gerais de comportamento financeiro. A mediana é usada para observar valores centrais dentro de uma amostra de dados, minimizando o impacto de valores extremos, o que é muito útil em análises salariais, onde podem existir grandes diferenças entre faixas de remuneração. A moda identifica o valor mais recorrente em um conjunto de dados por exemplo, o salário mais comum entre determinado grupo de colaboradores ou o custo mais frequente em um processo de produção. A variância e o desvio-padrão, por sua vez, medem o grau de dispersão dos dados em relação à média, permitindo identificar se há grande variação entre unidades, departamentos ou períodos analisados. Esses indicadores são fundamentais para avaliar estabilidade, consistência e previsibilidade dentro dos processos corporativos. Um exemplo prático de aplicação estatística na JBS é a análise do impacto da folha de pagamento sobre as despesas totais da organização. Por se tratar de uma empresa com mais de 270 mil colaboradores distribuídos em diversos países, o custo com pessoal representa uma parcela significativa das despesas operacionais. Através da Estatística, a empresa consegue calcular a média salarial de diferentes unidades produtivas, identificar a mediana que reflete o ponto central da distribuição de salários, e verificar a moda, que indica a faixa de remuneração mais comum entre os colaboradores. Com esses dados, é possível avaliar se há grandes disparidades salariais (a partir da variância e do desvio-padrão) e compreender o quanto a folha de pagamento influencia no custo total de produção de cada produto ou unidade de negócio. Por exemplo, uma unidade com alta variação salarial pode indicar a necessidade de reestruturação de cargos e funções, enquanto uma média salarial acima da média global pode sinalizar aumento de custos e necessidade de ajustes orçamentários. Além disso, o uso de ferramentas estatísticas permite à JBS realizar projeções e simulações para o planejamento financeiro e de pessoal. Com base em dados históricos, é possível prever o crescimento da folha de pagamento, estimar o impacto de reajustes salariais ou políticas de bônus sobre as despesas futuras, e ajustar os investimentos conforme as metas financeiras estabelecidas. Isso contribui para o planejamento orçamentário mais preciso e para o controle de custos operacionais, sem comprometer a eficiência produtiva ou a valorização dos colaboradores. A Estatística também é aplicada na análise da produtividade e do desempenho dos funcionários, na avaliação da rotatividade de pessoal, e na correlação entre variáveis como o número de colaboradores, o volume de produção e o custo total. Esses estudos ajudam a identificar gargalos, melhorar a gestão de recursos humanos e aprimorar políticas internas de retenção de talentos. Por meio da análise estatística, a JBS consegue ainda mensurar o impacto financeiro da folha de pagamento sobre a receita líquida, obtendo um panorama claro da eficiência operacional. Por exemplo, se a folha de pagamento representa 25% das despesas totais, e o desvio-padrão entre as unidades é alto, isso indica que algumas fábricas estão operando com custos de pessoal muito acima do ideal, exigindo revisões administrativas ou tecnológicas para equilibrar os resultados. Assim, a Estatística Aplicada na JBS atua como um instrumento de gestão estratégica,permitindo identificar tendências, reduzir desperdícios, aprimorar processos e apoiar o processo decisório em todos os níveis hierárquicos. O uso de métodos estatísticos não apenas facilita a interpretação de dados financeiros e operacionais, mas também fortalece a capacidade da empresa de planejar o futuro com base em evidências concretas, mantendo sua competitividade e liderança global no setor alimentício. 4. DISCUSÃO A análise da empresa JBS por meio de uma abordagem multidisciplinar evidenciou como os pilares da contabilidade, do marketing e das relações interpessoais contribuem conjuntamente para o sucesso organizacional. A contabilidade se mostrou essencial para o controle financeiro, permitindo que a empresa avalie com precisão sua liquidez, rentabilidade e capacidade de investimento. A utilização de indicadores como os índices de liquidez e a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) reforça a importância da contabilidade como ferramenta estratégica na gestão empresarial. No campo do marketing, observou-se um forte alinhamento da JBS com as tendências de consumo e inovação. A adoção de estratégias sustentáveis, como o marketing verde, e o investimento em produtos voltados para consumidores conscientes demonstram um esforço constante para manter sua competitividade em um mercado global. Além disso, a empresa utiliza tecnologias e canais digitais para estreitar a comunicação com os consumidores e fortalecer a imagem da marca. As relações interpessoais também desempenham um papel decisivo. A JBS investe em programas de compliance e ética corporativa que reforçam valores como transparência, cooperação e respeito. A construção de um ambiente organizacional saudável contribui diretamente para a produtividade, o engajamento dos colaboradores e a prevenção de conflitos. Portanto, é possível perceber que o desempenho da JBS não é resultado apenas de seu porte ou capacidade financeira, mas sim de uma gestão estratégica integrada, que valoriza aspectos humanos, técnicos e mercadológicos. Essa integração é o que sustenta o crescimento contínuo da organização mesmo diante de desafios econômicos, sociais e ambientais. 5. CONCLUSÃO Ao longo deste Projeto Integrado Multidisciplinar (PIM), foi possível compreender a importância da integração entre os conhecimentos de Contabilidade, Fundamentos da Gestão Financeira e Estatística Aplicada no contexto organizacional da JBS S.A., uma das maiores e mais complexas empresas do setor alimentício mundial. O estudo demonstrou como essas três áreas são fundamentais para a tomada de decisões estratégicas e para a manutenção da eficiência e sustentabilidade econômica da companhia. A Contabilidade revelou-se essencial como instrumento de registro, controle e análise das operações econômicas da JBS. Por meio das demonstrações contábeis e financeiras, a empresa obtém informações precisas sobre sua situação patrimonial e de resultados, possibilitando uma visão ampla do desempenho de suas diversas unidades de negócio. Essa transparência contábil não apenas orienta as decisões internas, mas também reforça a credibilidade da organização junto a investidores, parceiros e órgãos reguladores. Os Fundamentos da Gestão Financeira mostraram como a JBS planeja, organiza e controla seus recursos financeiros para garantir a liquidez, a rentabilidade e a continuidade de suas operações. A gestão eficiente do fluxo de caixa, o planejamento financeiro estratégico e a análise das demonstrações contábeis são práticas que sustentam a capacidade da empresa de enfrentar variações econômicas, investir em inovação e manter seu crescimento sustentável em um mercado altamente competitivo. O papel do administrador financeiro é, portanto, decisivo na busca pelo equilíbrio entre retorno e risco, garantindo que as decisões financeiras estejam sempre alinhadas aos objetivos corporativos. A Estatística Aplicada, por sua vez, demonstrou sua relevância na análise e interpretação dos dados operacionais e financeiros da JBS. O uso de conceitos como média, mediana, moda, variância e desvio-padrão permite à empresa monitorar seus indicadores de desempenho, avaliar o impacto da folha de pagamento sobre as despesas totais e identificar padrões que auxiliam na formulação de políticas mais eficientes. A aplicação da estatística reforça a capacidade da JBS de prever cenários, otimizar recursos e aprimorar processos, apoiando a tomada de decisões baseadas em evidências concretas. Dessa forma, conclui-se que a sinergia entre Contabilidade, Gestão Financeira e Estatística Aplicada é um diferencial competitivo para a JBS. Enquanto a Contabilidade fornece informações estruturadas e confiáveis, a Gestão Financeira as transforma em estratégias de controle e investimento, e a Estatística oferece instrumentos para análise quantitativa e projeção de resultados. Juntas, essas áreas contribuem para o fortalecimento da governança corporativa, a eficiência operacional e a sustentabilidade financeira da empresa. Portanto, o estudo evidencia que o sucesso e a consolidação da JBS como líder global no setor alimentício resultam não apenas de sua capacidade produtiva e tecnológica, mas também da aplicação integrada e eficaz dos fundamentos contábeis, financeiros e estatísticos, que sustentam a tomada de decisões inteligentes, responsáveis e orientadas para o futuro. REFERÊNCIAS VALOR ECONÔMICO. Disponível em: . Acesso em: 21 abril 2025 BRASIL. JBS S.A. Página institucional. Disponível em: . Acesso em: 15 abril 2025. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade introdutória. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2020 KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing: a bíblia do marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson, 2016. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2022. BERGAMINI, Cecília Whitaker; BERGAMINI, Danilo Henrique. Relações humanas e desempenho organizacional. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. 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