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João Carlos

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UERJ 
Técnico em Enfermagem 
 
 
FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: Semiologia e Semiotécnica: atuação do técnico de enfermagem 
nos diversos procedimentos de assistência ao paciente/cliente .............................................................. 1 
Processo de comunicação e relação profissional-paciente ............................................................... 22 
Assistência de enfermagem ao paciente visando atender as necessidades de: conforto, segurança e 
bem-estar, higiene e segurança ambiental ............................................................................................ 27 
Assistência do técnico de enfermagem ao paciente visando atender as necessidades terapêuticas 38 
Registro de enfermagem ................................................................................................................... 38 
Prevenção e controle de infecções ................................................................................................... 42 
Administração de Medicamentos ...................................................................................................... 63 
Normas de biossegurança em enfermagem ...................................................................................... 76 
Processo do trabalho em enfermagem ............................................................................................. 99 
ÉTICA E LEGISLAÇÃO EM ENFERMAGEM: A Ética aplicada à Enfermagem; Código de Ética 
profissional em Enfermagem; Lei do Exercício Profissional em Enfermagem ...................................... 100 
O Direito e o cuidado à saúde nas diferentes fases de vida da mulher, da criança, do adolescente, 
adulto e idoso ...................................................................................................................................... 146 
Direito à saúde no ambiente de trabalho ......................................................................................... 152 
ENFERMAGEM NA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: ABORDAGEM AMBULATORIAL 
E HOSPITALAR: Assistência à Saúde da Criança e Adolescente nas diferentes fases da vida. Prevenção 
de agravos fisiológicos e sociais. Situações de violências. Acompanhamento do Processo de Crescimento 
e Desenvolvimento. Cuidados de enfermagem à Saúde da Criança (recém nascido, lactente, pré-escolar 
e escolar) e Adolescente. Intervenções de Enfermagem à clientela nas unidades de internação e 
ambulatorial ......................................................................................................................................... 154 
ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER NAS DIFERENTES FASES DA VIDA: ABORDAGEM 
AMBULATORIAL E HOSPITALAR: Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Saúde 
sexual e saúde reprodutiva. Pré-natal, parto e puerpério. Aleitamento Materno. Controle dos cânceres do 
colo do útero e da mama. Atuação do técnico de enfermagem na assistência à gestante/puérpera sadia 
e portadora de patologias diversas e na assistência imediata ao recém-nato ...................................... 233 
ENFERMAGEM NO CENTRO CIRÚRGICO E NA RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA: ABORDAGEM 
AMBULATORIAL E HOSPITALAR: Atuação do técnico de enfermagem no período perioperatório. 
Circulação de sala cirúrgica. Fundamentos da instrumentação cirúrgica. Cuidados de enfermagem ao 
paciente na fase de recuperação anestésica. Prevenção da infecção do sítio cirúrgico. Cirurgia 
Segura....... .......................................................................................................................................... 314 
ENFERMAGEM NA UNIDADE DE CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: Processamento de 
produtos para a saúde. Atuação do técnico de enfermagem na unidade de Centro de Material e 
Esterilização ........................................................................................................................................ 346 
 
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ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA: ABORDAGEM AMBULATORIAL E HOSPITALAR: Atuação 
do técnico de enfermagem na assistência aos pacientes com alterações dos sistemas digestivo, 
cardiovascular, respiratório, renal, geniturinário, endócrino, ortopédico, hematológico e doenças 
transmissíveis ...................................................................................................................................... 365 
Atuação do técnico de enfermagem à pessoa em situação cirúrgica nos períodos pré e pós-operatórios, 
bem como nas complicações cirúrgica. Atuação do técnico de enfermagem na assistência ao paciente 
em situação de alta complexidade: terapias intensiva e semi-intensiva ............................................... 410 
Reanimação cardio-pulmonar. Manejo de drogas vasoativas ......................................................... 434 
Assistência do técnico de enfermagem em oncologia ..................................................................... 446 
ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA: Vigilância Epidemiológica: determinantes no processo 
saúde-doença; perfil epidemiológico brasileiro; indicadores de saúde .................................................. 453 
Doenças imunopreveníveis. Programa Nacional de Imunização ..................................................... 473 
Participação do técnico de enfermagem nos programas especiais de saúde pública; controle de 
doenças transmissíveis, doenças não transmissíveis e doenças sexualmente transmissíveis ............ 524 
ENFERMAGEM SAÚDE MENTAL. Atuação do técnico de enfermagem diante de pacientes que 
demandam cuidado em saúde mental ................................................................................................. 557 
ENFERMAGEM NAS SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. Atuação do técnico de 
enfermagem em situações de: choques, parada cardio-respiratória, edema agudo de pulmão, crise 
convulsiva, hemorragias e crise hipertensiva ....................................................................................... 574 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
A semiologia é definida por Posso et al. como a investigação e o estudo dos sinais e sintomas 
apresentados pelo paciente sob o ponto de vista da enfermagem. Brunner e Suddarth consideram que 
inspeção, palpação, percussão e ausculta são instrumentos básicos para o exame físico, 
complementados por equipamentos especiais para melhor definição de detalhes. Entretanto, a 
observação sistematizada na realização do exame físico tem sido pouco exercida na prática assistencial 
do enfermeiro e no ensino de graduação em enfermagem. 
Uma assistência de enfermagem qualificada, requer uma avaliação detalhada do paciente por meio do 
exame físicoumbilical - É mediana, simétrica, com depressão circular ou linear e entre a distância 
xifopubiana. Problemas de enfermagem: protrusão, deslocamento para cima, baixo ou lateralmente, 
tumorações (inflamatórias, neoplásicas), coloração azulada ou amarelada periumbilical, hérnias (manobra 
da tosse). 
 
Ausculta 
Precede a palpação e a percussão pois estas podem alterar os sons intestinais. Ausculta-se sempre 
nos 04 quadrantes, um mínimo de 15 segundos em cada um. O som auscultado é denominado de ruídos 
peristálticos ou hidroaéreos (RHA). O normal é escutar 05 ruídos por minuto ou no mínimo um a cada 
dois minutos. Temos o peristaltismo normal, aumentado, diminuído ou ausente. Problema de 
enfermagem: borborigmo, íleo paralítico. 
 
Palpação 
Antes de realizá-la deve-se prestar atenção aos seguintes pontos: 
- Observar se há dor 
- Fazer inicialmente palpação superficial 
- Aproveitar a fase inspiratória para aprofundar mais a palpação 
- Distrair a atenção do cliente, para relaxá-lo 
- Observar suas reações 
- Verificar sensibilidade, mobilidade, consistência dos órgãos. 
- Sempre observar uma ordem a palpar. O peritônio é indolor podendo ocorrer contrações involuntárias 
devido as mãos frias, cócegas. 
A) Palpação superficial - Verifica-se: 
- Parede abdominal 
- observa-se: espessura, turgor. Pode estar aumentada (edema, adiposidade), diminuída (desnutrição, 
desidratação), flácida (aumentos repetidos do abdome). 
- Tensão da parede 
- Soluções de continuidade da parede: hérnias, abaulamentos da parede. 
- Sensibilidade. 
B) Palpação profunda - Em seguida a palpação superficial, aumentando gradativamente a pressão 
exercida pela mão que palpa. É empregada para palpar as vísceras, massas ou tumores. Se encontrar 
tumores verificar a localização, volume, forma (malignos são irregulares e os benignos são mais 
regulares), consistência (malignos são mais duros), sensibilidade (malignos são geralmente indolores), 
mobilidade (malignos são geralmente fixos). 
Sinal de irritabilidade peritoneal: Sinal de Blumberg ou de descompressão dolorosa. 
 
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e) Exame dos órgãos 
- Estômago 
- é de difícil palpação, é indolor e se houver hipersensibilidade pode ser por afecção gástrica. 
- Ceco e apêndice - o apêndice é de difícil palpação e é indolor. Localiza-se no ponto de McBurney. 
Problema de enfermagem: apendicite. Sinais e sintomas de apendicite: 
- Sinal de Rovsina - é a mobilização de gases para o ceco, se houver dor rovsing + 
- Blumberg + no ponto de McBurney 
- Sinal de Psoas 
- Diferença da temperatura axilar e retal igual a 1ºC 
- Fígado - não é palpável, técnicas para palpá-lo: simples e bimanual, em garra (método de Mathieu). 
- Baço - no adulto não é palpável, técnica para palpá-lo: em decúbito dorsal, posição de Shuster. 
- Rins - são indolores, duros, de consistência firme, superfície lisa e regular. O rim direito é mais baixo 
que o esquerdo, por isto é, mais fácil ser palpado. Sinal de Giordano. 
- Bexiga - não é visível e nem palpável. 
- Reto - examina-se a região anal e perianal. O ânus é fechado em diafragma por pregas cutâneas 
radiadas e suaves. Para examiná-la faz-se o toque retal. O cliente se posiciona (posição litotômica), 
examina-se com a polpa digital a pele perianal a procura de lesões, hemorróidas, fissuras. Com o toque 
retal observa-se o esfíncter anal, sensibilidade, secreções, fecaloma, etc. 
Percussão 
O som predominante é o timpanismo, próprio das vísceras ocas. Os som variará conforme o tamanho 
das vísceras, a quantidade de sólidos, líquidos e gases. 
 
17) Exame físico da genitália feminina 
Genitália feminina: compreendem a vulva, formados pelos grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, 
meato da uretra, glândulas Skene, introito vaginal, hímen, glândulas e ducto de Bartholin, períneo, vagina, 
útero e os anexos (tuba uterina, ligamentos e ovários). 
No exame físico é realizado inspeção e palpação. A cliente deve ser colocada em posição ginecológica. 
O examinador senta-se em frente aos genitais da cliente. 
Inspeção: observa a morfologia, a presença ou não de lesões e a distribuição de pelos. A inspeção do 
orifício vaginal é realizada tracionando os grandes e pequenos lábios para baixo e para trás e separando 
no sentido lateral. Observam-se, então, a coloração, a forma, a amplitude, a presença de hiperemia dos 
orifícios glandulares. 
Problemas: cistocele, retocele, corrimento vaginal e prolapso uterino. 
Exame dos órgãos externos: 
Pelos pubianos - Normal: Possui o formato de triângulo invertido. A quantidade varia de mulher para 
mulher. A pele é discretamente mais pigmentada que em outras partes do corpo. A mucosa é rosada e 
tem aparência úmida. Problemas de enfermagem: Lêndeas e piolhos nas bases dos pelos; hirsutismo; 
quantidade de pelo diminuída; lesões (associadas a pruridos, DST); Placas esbranquiçadas com 
espessamento do tecido cutâneo mucoso (lesões pré-cancerosas); edemas; varicosidades; prurido 
(faltam de higiene, diabetes, alergias); eritemas (inflamações ou reações alérgicas). 
Pequenos e Grandes Lábios - Observa-se: simetria, aspecto e alterações da pele, desenvolvimento 
compatível com a idade, consistência de tecidos. Normal: Os grandes lábios são simétricos, textura 
homogênea e consistência macia. Na infância são planos e na idade adulta são cheios e curvos. Na 
menopausa tornam-se mais finos. Os pequenos lábios são simétricos, mas podem ser assimétricos. Em 
virgens são juntos e após relações sexuais e partos vaginais ficam abertos, caindo para os lados. 
Problemas de enfermagem: Assimetrias; leucoplasias; atrofias (antes da menopausa), exsudações; 
edemas; lesões; parasitas e nódulos. 
Clitóris - Normal: formado por tecido erétil. A porção visível não excede a 01 cm. Sua coloração é 
rosada. Problemas de enfermagem: inflamações (apresenta coloração vermelho-cereja viva); lesões 
(DST ou neoplastias). 
Uretra - Normal: Localizada posteriormente ao clitóris. Tem a mesma coloração rosada das 
membranas que o cercam. Não há drenagem de secreções. Problemas de enfermagem: eritemas; 
drenagem de secreções; hiperemia; dor à palpação. 
Glândulas de Bartholin - Normal: Localizam-se perto da extremidade posterior do orifício vaginal. Não 
são palpáveis. Problemas de enfermagem: edema; drenagem de secreções e dor (inflamações). 
Orificio vaginal - Normal: Localiza-se imediatamente após o meato uretral. Ele pode ser uma abertura 
fina vertical ou grande com bordas irregulares, dependendo do início da vida sexual. Problemas de 
enfermagem: cistocele, retocete, corrimento vaginal, prolapso uterino (1º, 2º, 3º grau). 
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Períneo - Normal: É um músculo que se localiza entre o intróito vaginal e os anus. Problemas de 
enfermagem: Roturas, fistulas. 
Exame dos órgãos internos: é necessário o espéculo vaginal, que afastará as paredes da vagina, 
permitindo a visualização do colo do útero, e do conteúdo vaginal. Pode-se colher material do colo do 
útero e também da vagina quando há secreções ou rotineiramente para prevenção do câncer uterino 
(Papanicolau). A palpação é realizada enluvada e a bexiga vazia. A primeira estrutura a ser palpada é o 
períneo. Depois penetrando mais a mão palpa-se o colo do útero, investigando sua consistência e 
formato. Para palpar os outros órgãos deve-se usar a palpação bimanual, isto é, a outra mão é pousada 
sobre o abdome para auxiliar a mão que está na vagina. 
 
18) Exame físico da genitália masculina 
Genitália masculina: compreende o pênis, bolsa escrotal, testículos, epidídimos, o cordão espermático, 
a próstata e as vesículas seminais. A uretra é uma estrutura comum aos aparelhos urinário e genital. 
Devem-se avaliar as regiões inguinais, linfonodos, região perineal e pélvica. É utilizada a inspeção, 
palpação e transluminação. O cliente pode estar de pé ou decúbito dorsal horizontal. 
- Pênis: 
a) Prepúcio:ao ser tracionado permite a exposição completa da glande. Problemas: fimose, 
parafimose, lesões e ulcerações. 
b) Glande: há um sulco que secreta uma secreção gordurosa (esmegma). Problemas: acúmulo de 
esmegma (balanite), lesões devido as DST ou carcinomas, área de endurecimento fibroso. 
c) Meato uretral: localizado na ponta da glande. Problemas: estenose, hipospádia e epispádia. 
d) Uretra: não é dolorida a palpação, não existe drenagem de secreção no momento da expressão da 
uretra. Problemas: palpação dolorosa (uretrite), drenagem de secreções (infecções), áreas endurecidas, 
estenose de uretra. 
- Escroto: observa-se a simetria da pele, úlceras, presença dos testículos e massas escrotais. 
Problemas: escoriações da pele, lesões, dor, massas, nódulos, assimetria, neoplasias, edemas, 
varicocele, hidrocele, hérnias, criptorquidias. 
- Períneo: é simétrico e sem lesões. Problemas: lesões e DST. 
- Próstata: é examinada pelo toque retal. É palpada sobre a superfície ventral da parede retal. Quando 
há queixa de fenômenos urinários irritativos: disúria, polaciúria, estrangúria, associados à diminuição da 
força do jato urinário, isto é, denominado de prostatismo (decorrente de uma hiperplasia e próstata). 
 
19) Exame físico dos membros 
O cliente a ser examinado deve encontrar-se de pé, decúbito dorsal horizontal, ou sentado. Utiliza-se 
a inspeção, palpação e movimentação simultaneamente, observando: 
- Ossos: devem ser simétricos e alinhados. 
Problemas: 
Deformação com angulação para dentro: genu valgo, coxa valgo e hálux valgo. 
Deformidade com angulação para fora: geno varo, coxa vara, perna vara, pé varo e hálux varo. 
Deformações localizadas e associadas a sinal flogístico: abscesso, tumor e fraturas. 
Defeitos ósseos. 
- Músculos: variam conforme o tipo físico e atividade de cada cliente. Mede-se a circunferência bilateral 
para avaliar o grau de massa muscular. Problemas: alteração da massa muscular (distrofia, atrofia ou 
hipertrofia), agenesia, abscesso, nódulos, tumores. 
-Tônus muscular: hipertonia (rigidez) e hipotonia (flacidez). 
-Motilidade: Involuntária: tremores, tiques e miastemia 
-Plegias (ausência de movimentos): hemi, mono, para e tetra. 
-Paresias (perda da força, sem perder o movimento): hemi, mono, para e tetra. 
-Força muscular: é maior do lado dominante, está diretamente ligada ao sexo, idade e condicionamento 
físico. Avalia-se em movimento contra resistência. 
Problemas: algia (contraturas e distensões) e fraqueza muscular. 
- Articulações: avalia-se em relação à amplitude dos movimentos ativos e passivos e condições dos 
tecidos circundantes. 
Limitação do movimento: artrite reumatoide, osteoporose, inflamações dos tecidos periarticulares, 
contusão e entorse. 
Serão classificadas como: móveis, semimóveis e imóveis. 
Inflamação: sinovite, bursite e febre reumática. 
Deformidade: contratura, luxação, artrite reumatóide, fratura e artropatia degenerativa. 
Alterações de movimentação: paralisia, mioclonia (espasmos musculares regulares) e tetania. 
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Nódulos; Artralgia; Crepitações e estalidos 
- Rede venosa: para realizar o exame é necessário garrotear o membro, avaliando a presença de 
varizes e edema. 
- Número de dedos das mãos e pés: sindactilia e polidactilia. 
- Pele 
- Marcha 
- Pulsos. 
 
Bibliografia 
 
POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne G. Grande Tratado de Enfermagem Prática: Clínica e Prática Hospitalar. 3.ed. São Paulo: Santos, 1998, 999 p. 
TIMBY, Bárbara K. Conceitos e Habilidades Fundamentais no Atendimento de Enfermagem. 6.ed. Porto Alegre:Artmed, 2001. 
GEORGE, Júlia B.(cols.) Teorias de Enfermagem: Fundamentos da Prática Profissional. 4.ed., Porto Alegre: Artmed, 2000. 
HORTA, Wanda de Aguiar. Processo de Enfermagem. Ribeirão Preto: Pedagógica, 1979. 
MEZZOMO, Augusto Antônio. Serviço de prontuário do paciente: organização e técnica. 4. ed., São Paulo: Cedas, 1991. 
 
Questões 
 
01. (SES/PE - Analista em Saúde - Enfermeiro Assistencial - UPENET/IAUPE) Na Consulta de 
Enfermagem, o Enfermeiro realiza o exame clínico. Sobre o exame do abdome, leia as afirmativas abaixo: 
I. O abdome pode ser dividido em nove regiões. Na região do epigastro, encontram-se a cárdia, o 
estômago, o piloro parte do fígado, o cólon transverso e o pâncreas. 
II. O enfermeiro, ao inspecionar um abdome, pode encontrar um abdome plano, arredondado, 
protuberante, ou até, escavado. Na suspeita de presença de ascite, está indicada a mensuração da 
circunferência abdominal. 
III. A presença de ruídos aéreos deve ser descrita quanto à frequência e intensidade. Os ruídos 
hidroaéreos hipoativos estão presentes em distúrbios eletrolíticos, íleo paralítico e isquemia de cólon. 
IV. A percussão do abdome auxilia na determinação do tamanho e da localização de vísceras sólida e 
na avaliação da presença e distribuição de gases líquidos e massas. 
 
Estão CORRETAS 
(A) I, II e IV, apenas. 
(B) I, II, III e IV. 
(C) II, III e IV, apenas. 
(D) III e IV, apenas. 
(E) I e III, apenas. 
 
02. (FUMUSA - Enfermeiro – CAIPIMES) Os procedimentos que constituem as bases do exame 
clínico são: a entrevista, a inspeção, a palpação, a percussão e a ausculta. Considerando a percussão 
dígito-digital, analise as afirmativas abaixo, dê valores verdadeiro (V) ou falso (F) e assinale a alternativa 
que apresenta a sequência correta de cima para baixo. 
( ) Os sons encontrados são maciço, submaciço, timpânico e claro pulmonar. 
( ) O som timpânico é encontrado em regiões desprovidas de ar (músculo, fígado, coração). Esse som 
transmite sensação de dureza e resistência. 
( ) O som maciço é obtido em regiões que contenham ar, recobertas por membrana flexível, como o 
estômago. 
( ) Trata-se do golpeamento com um dedo a borda ungueal ou a superfície dorsal da segunda falange 
do dedo médio ou indicador da outra mão, que se encontra espalmada e apoiada na região a ser 
examinada. 
 
(A) V – V – V – V. 
(B) F – V – V – F. 
(C) V – F – F – V. 
(D) F – V – V – V. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.C 
 
 
 
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RELACIONAMENTO INTERPESSOAL TERAPÊUTICO ENFERMEIRO – PACIENTE1 
 
1. Introdução 
 
Em 1947, Helena Willis Render, foi a primeira autora a introduzir a idéia de que o relacionamento entre 
o (a) enfermeiro (a) e o paciente, é de um potencial terapêutico significativo. Em 1952, a enfermeira, 
médica e educadora, Hildegard E. Peplau, escreveu um livro que revolucionou o ensino e a prática da 
enfermagem psiquiátrica nos Estados Unidos, tendo como enfoque o potencial terapêutico do 
relacionamento de pessoa para pessoa. Desde então, a enfermagem psiquiátrica vem ampliando sua 
visão utilizando os conceitos originalmente propostos por Render e Peplau. (TAYLOR, 1992) 
Para Stuart & Laraia (2002), “ o relacionamento terapêutico entre enfermeira e paciente é uma 
experiência de aprendizado mútuo e uma experiência emocional corretiva para o paciente. Nessa relação, 
a enfermeira utiliza a si próprio e as técnicas clinicas especificadas na trabalho com o paciente para gerar 
introvisão e alteração comportamental do paciente”. 
Também para Stuart & Laraia os objetivos de um relacionamento terapêutico são direcionados no 
sentido do crescimento do cliente e incluem o seguinte. 
 
Auto – realização, auto – aceitação, e auto – respeito aumentados. 
Senso claro de identidade pessoal e da integração pessoal melhorada. 
Capacidade de formar relacionamentos íntimos, interdependentes e interpessoais com capacidade de 
dar e receber amor. 
Melhoria da função e capacidade aumentada de satisfazer as necessidades e alcançar objetivos 
pessoais realistas. 
 
Segundo Taylor (1992), “ a enfermeira possui uma ferramenta singular que pode ter mais influência 
sobre o cliente do que qualquer medicamento ou terapia: ele (a) mesmo. ” Para tanto, faz-se necessário 
uma auto-análise que constitui um aspecto essencial paraser capaz de fornecer os cuidados de 
enfermagem terapêuticos, como: 
 
Autoconsciência 
Esclarecimento dos valores 
Exploração dos sentimentos 
Capacidade de servir como exemplo 
Senso de ética e responsabilidade 
 
1.1 Fases do Relacionamento de acordo com Stuart & Laraia (2002) 
 
Há quatro fases sequenciais do relacionamento entre o (a) enfermeiro (a) e o cliente: 
 
1. Fase de Pré- interação: explorar seus próprios sentimentos, fantasias e medos, analisando seus 
pontos fortes e suas limitações profissionais. Obter dados sobre o paciente, quando possível. Planejar o 
primeiro encontro com o paciente. 
2. Fase introdutória ou de orientação: determinar o motivo pelo qual o cliente procurou ajuda, 
estabelecer confiança, aceitação e comunicação franca, explorar os pensamentos, os sentimentos e as 
ações do cliente identificando os problemas, definir objetivos com o cliente, bem como, estabelecer 
acordo mútuo para incluir nomes, funções, responsabilidades, expectativas, finalidade, local de encontro, 
condições para o término e confidencialidade. 
3. Fase de trabalho: investigar os estressores relevantes, promover o desenvolvimento da introvisão 
do paciente e o uso de mecanismos de adequação construtivos, discutir e superar os comportamentos 
de resistência. 
 
1 Disponível em: http://www.psiquiatriageral.com.br/enfermagem/relacionamento_interpessoal_terapeutico_enfermeiro_paciente.htm. 
Processo de comunicação e relação profissional-paciente 
 
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. 23 
4. Fase de encerramento: estabelecer a realidade da separação, rever o progresso da terapia e o 
alcance dos objetivos, explorar mutuamente os sentimentos de rejeição, perda, tristeza e raiva ajudá-lo 
transferir para suas interações com os outros o que aprendeu no relacionamento, enfermeiro (a) – cliente. 
 
A última fase necessita de um cuidado especial para ser realizada, uma vez que, o término do 
relacionamento pode ser uma experiência traumática tanto para o (a) enfermeiro (a) quanto para o cliente, 
porque compartilham muitas coisas pessoais e importantes. Alguns clientes podem ficar deprimidos, e 
inconscientemente, acreditar que foram pessoalmente responsáveis pela perda do (a) enfermeiro (a), 
outros podem reagir de maneira agressiva ou até mesmo negar ter conhecimento sobre o término da 
relação. Assim, o profissional também experimentará um senso de perda, vista que, investiu muito tempo, 
energia, pensamentos e emoções no cliente. Caso não reconheça este sentimento de perda, ele pode 
demonstrar uma preocupação indevida com o bem-estar futuro do cliente, encorajando-o a permanecer 
por mais algumas sessões, ou estimulando sua dependência. Enfatizando que, tem um efeito muito 
negativo os clientes não receberem uma oportunidade para expressar seus sentimentos em uma situação 
assim ou não obterem auxilio para lidar com os mesmos, com grande possibilidade de reativar antigos 
sintomas já manifestados. 
 
2. Comunicação Facilitadora 
 
Para Stuart & Laraia (2002) a teoria da comunicação é relevante para a prática de enfermagem 
psiquiátrica por três motivos principais. Primeiro, a comunicação estabelece um relacionamento 
terapêutico, porque implica na condução de informações e a troca de pensamentos e sentimentos. 
Segundo, a comunicação é um meio pelo qual as pessoas influenciam o comportamento das outras, 
tornando assim possível um bom resultado da intervenção de enfermagem direcionada a promover a 
alteração comportamental adaptativa. Terceiro, a comunicação é o próprio relacionamento. 
 
2.1 Níveis de Comunicação 
 
Comunicação verbal: ocorre através das palavras, escritas ou faladas, e é essencial entre o (a) 
enfermeiro (a) e o cliente. 
 
Comunicação não verbal: ocupa todos os cinco sentidos e engloba tudo que não envolve a palavra 
escrita ou falada. As cinco categorias são: 
1. Indícios vocais são ruídos e sons para linguísticos ou extra fala. 
2. Indícios de ação são todos os movimentos do corpo, incluindo a expressão facial e postura. 
3. Indícios de objeto são o uso, intencional ou não, de objetos por uma pessoa, como roupas ou outros 
pertences. 
4. Espaço é a distância física entre duas pessoas 
5. Toque é o contato físico entre duas pessoas, sendo a comunicação não verbal mais pessoal. 
 
2.2 O processo da comunicação 
 
A comunicação humana é um processo dinâmico que é influenciado pelas condições psicológicas e 
fisiológicas dos participantes. São identificados cinco componentes funcionais: 
1. Emissor: o gerador da mensagem. 
2. Mensagem: a informação transmitida do emissor para o receptor. 
3. Receptor: aquele que recebe a mensagem, cujo comportamento é influenciado por ela. 
4. Retorno: a resposta do receptor para o emissor. 
5. Contexto: o local onde a comunicação ocorre. 
 
Para se obter uma comunicação eficaz é necessário que ela seja voltada para a preservação do auto 
respeito do (a) enfermeiro (a) e do cliente e que a comunicação da aceitação e compreensão precede a 
quaisquer sugestões de informações. O quadro abaixo identifica várias técnicas de comunicação 
terapêutica com definições, exemplos, valor terapêutico e ameaças não terapêuticas. 
 
 
 
 
 
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Quadro 1.1 Técnicas de comunicação terapêutica 
 
Técnica Definição Exemplo Valor terapêutico 
Ameaça não 
terapêutica 
Ouvir 
Processo ativo de 
receber as 
informações e 
examinar a sua 
própria reação às 
mensagens 
recebidas 
Manter o contato 
visual e a 
comunicação não 
verbal receptiva. 
Comunicam de 
modo não verbal, o 
interesse e 
aceitação do 
enfermeiro ao 
paciente. 
Falha em ouvir 
Amplas 
aberturas 
Estimular o 
paciente a escolher 
o tema da 
discussão 
“O que você está 
pensando?” 
Indica a aceitação 
pelo profissional e o 
valor da iniciativa do 
paciente 
Rejeição das 
respostas, domínio 
do profissional. 
Reafirmação 
Repetir para o 
paciente o 
pensamento 
principal que ele 
expressou 
“Você disse que sua 
mãe te abandonou 
quando você tinha 5 
anos de idade. ” 
Indica que o 
profissional está 
escutando 
atentamente o 
paciente. 
Falta de atenção e 
interpretação pelo 
profissional. 
Esclarecimento 
Tentar pôr em 
palavras as ideias 
vagas do paciente. 
“Não estou certa do 
que você quer dizer, 
poderia repetir?” 
Ajuda a esclarecer 
os sentimentos, 
ideias e percepções. 
Falha em sondar, 
compreensão 
presumida. 
Reflexão 
Orientar ideias, 
sentimentos, 
dúvidas e 
satisfação de volta 
para o paciente 
“Você está tenso e 
ansioso, e isso tem 
relação com a 
conversa que você 
teve com sua mãe 
ontem?” 
Confirma que o 
profissional 
compreende o que o 
paciente está 
dizendo, e indica 
empatia interesse e 
respeito por ele. 
Sentimentos e 
respostas impróprias 
à experiência cultural 
e ao nível de 
instrução do 
paciente. 
Focalização 
Questões ou 
afirmações que 
ajudem o paciente 
a ir além do 
assunto de 
interesse. 
“Acho que deveríamos 
falar mais sobre você 
e seu pai. ” 
Permite o paciente 
discutir os assuntos 
centrais. 
Mudar de tema. 
Identificar os 
temas 
Ressaltar os temas 
ou problemas que 
surgem 
repetidamente 
“Percebi que em todos 
os seus 
relacionamentos você 
foi ferido por um 
homem. Você acha 
que isso é um tema 
fundamental. 
Permite melhor 
exploração e 
compreensão dos 
problemas 
importantes do 
paciente. 
Fornecer 
aconselhamento, 
reafirmar, 
desaprovar. 
Silêncio 
Falta de 
comunicação 
verbal por motivo 
terapêutico. 
Sentar com o paciente 
e comunicar de modo 
não verbal, o interesse 
e o envolvimento. 
Dar tempo ao 
paciente para 
pensar e ter 
discernimento, 
enquanto transmite 
apoio, compreensão 
e aceitação. 
Questionar o 
paciente, falha em 
quebrar o silêncio 
não terapêutico. 
Humor 
Libera energia por 
meio de um 
comentário cômico 
sobre a 
imperfeição. 
“Isso dá um novo 
significado geral à 
palavra‘nervoso’, 
disse com ar de 
brincadeira”. 
Pode promover o 
discernimento 
tornando 
conscientes os 
temas reprimidos. 
Subestimar o 
paciente, tentar evitar 
intimidade não 
terapêutica; 
Fonte: STUART, G.W & Laraia, M.T Enfermagem psiquiátrica 4 ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso editores 2002. 
 
3. Dimensões do relacionamento 
 
Stuart & Laraia (2002), defendem que o profissional enfermeiro deve adquirir determinadas habilidades 
e qualidades para iniciar e continuar um relacionamento terapêutico, dos quais fazem parte em especial 
a comunicação verbal e não verbal comentados anteriormente. Em geral, dividem-se da seguinte maneira: 
 
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. 25 
Dimensões responsivas: implicam autenticidade, respeito, compreensão empática e senso da 
realidade. Elas são essenciais na fase de orientação do relacionamento para estabelecer confiança e 
uma comunicação franca. E continuam a ser úteis em todas as fases do tratamento e término, além de 
permitir que o cliente atinja a introvisão. 
 
Dimensões orientadas pela ação: incluem a confrontação, a proximidade, a auto revelação do (a) 
enfermeiro (a), catarse emocional e teatralização. Favorecem o progresso do relacionamento terapêutico 
identificando os obstáculos ao crescimento do cliente e ressaltando a necessidade não só da 
compreensão interna, como também da ação externa e alteração do comportamento. 
 
Quadro 1.2 Dimensões responsáveis e de ação para o relacionamento terapêutico entre 
enfermeiro e paciente 
 
Dimensão Característica 
Dimensões 
responsivas 
 
Autenticidade Implica que o profissional é uma pessoa aberta coerente, autentica e acessível. 
Respeito 
Sugere que o paciente seja tratado como uma pessoa digna que é valorizada e 
aceita sem restrição. 
Compreensão 
empática 
Vê o mundo do paciente a partir da estrutura de referência interna do mesmo, 
com sensibilidade para os atuais sentimentos e com a capacidade verbal de 
comunicar essa compreensão em linguagem acessível ao paciente. 
Senso de realidade 
Implica o uso de terminologia específica, em vez de abstrações, na discussão 
dos sentimentos, experiências e comportamentos do paciente. 
Dimensões de 
ação 
 
Confronto 
Expressão pelo (a) enfermeiro (a) das discrepâncias percebidas no 
comportamento do paciente para expandir sua autoconsciência. 
Imediatismo 
Quando a atual interação entre o profissional e o paciente é usado para 
aprender sobre a conduta do paciente em outros relacionamentos interpessoais. 
Auto revelação do 
(a) enfermeiro (a) 
Quando o profissional dá informações sobre si mesmo e sobre suas ideias, 
valores, sentimentos e atitudes para facilitar a cooperação, o aprendizado, a 
catarse ou o apoio do paciente. 
Catarse emocional 
O paciente é estimulado a falar sobre os aspectos mais preocupantes da vida, 
para efeito terapêutico. 
Teatralização 
Atuar em uma determinada situação para aumentar a auto compreensão do 
paciente nas relações humanas e aprofundar sua capacidade de observar uma 
situação de um outro ponto de vista, permite que ele experimente um novo 
comportamento em um ambiente seguro. 
Fonte: STUART, G.W & Laraia, M.T Enfermagem psiquiátricas 4 ed.. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso editores 2002. 
 
3.1 Impasses terapêuticos 
 
Os impasses terapêuticos, ou bloqueios na progressão do relacionamento entre o (a) enfermeiro (a) e 
o paciente, são de três tipos principais: 
Resistência. 
Transferência. 
Contratransferência. 
 
São originados de uma série de motivos, porém criam, sem exceção, barreiras no relacionamento 
terapêutico. Porém, o profissional deve lidar com eles o mais breve possível, visto que, eles provocam 
sentimentos intensos no (a) enfermeiro (a) e no paciente, como ansiedade e apreensão até frustração, 
amor ou raiva intensa (STUART & LARAIA, 2002). 
 
3.2 Resistência 
 
É uma tentativa do paciente de não perceber os aspectos que geram ansiedade nele próprio, tornando-
se uma relutância natural ou uma defesa. Com frequência essa resistência resulta da má vontade do 
paciente de mudar quando se reconhece a necessidade de mudança, e geralmente, este comportamento 
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. 26 
é demonstrado durante a fase de trabalho do relacionamento, porque ele comporta a maior parte de 
resolução de problemas. Vejamos algumas formas de resistência: 
 
Supressão e repressão de informações pertinentes 
Intensificação dos sintomas 
Auto depreciação e visão negativa quanto ao futuro 
Busca forçada em relação à saúde, na qual o paciente experimenta uma recuperação súbita, mas de 
curta duração 
Inibições intelectuais, que podem evidenciar-se quando o paciente diz que não tem nada em mente ou 
que é incapaz de pensar sobre seus problemas; falta ou chega atrasado às consultas; ou mostra-se 
desatento, silencio ou sonolento 
Comportamento de teatralização ou irracional 
Conversa superficial 
Compreensão intelectual, na qual o paciente verbaliza auto compreensão com o uso correto da 
terminologia, embora continue com comportamento inadaptado, ou uso da defesa da intelectualização 
quando não existe introvisão 
Desprezo pela normalidade, que fica evidente quando o paciente desenvolveu o discernimento mas 
se recusa a assumir a responsabilidade pela mudança com base em que a normalidade não é tão atraente 
Reações de transferência 
 
3.3 Transferência 
 
É uma resposta inconsciente em que o paciente experimenta sentimentos e atitudes pelo enfermeiro 
que estavam originalmente associados a figuras significativas em sua vida. O termo refere-se a um 
conjunto de reações que tentam reduzir ou aliviar a ansiedade. Essas reações de transferência só são 
perigosas para o processo terapêutico quando permanecem ignoradas, sendo os principais tipos, as 
reações hostis e as reações dependentes. 
 
3.4 Contratransferência 
 
É um impasse terapêutico criado pelo profissional, frequentemente em resposta a uma resistência do 
paciente. Refere-se a uma resposta emocional especifica dada pelo (a) enfermeiro (a) ao paciente, as 
quais não são justificadas pelos fatos reais, mas sim, um conflito prévio experimentado com tópicos como 
autoridade, afirmação sexual e independência. Em geral, essas reações são de três tipos: reações de 
amor ou preocupação intensos, reações de hostilidade ou aversão intensa, reações de ansiedade intensa. 
 
Dificuldade de criar empatia com o paciente em determinados aspectos do problema. 
Sentir-se deprimida durante ou depois da sessão. 
Falta de empenho na implementação do acordo, como chegar atrasada ou acelerar a prorrogação 
Sonolência durante as sessões 
Sentir raiva ou impaciência com a falta de vontade de mudar do paciente 
Estimular a dependência, o elogio ou o afeto do paciente 
Discutir com o paciente ou tender a “empurrar” o paciente antes que este esteja pronto 
Tentar ajudar o paciente em questões não relacionadas com os objetivos de enfermagem identificados 
Envolvimento pessoal ou social com o paciente 
Devaneios ou preocupações com o paciente 
Fantasias sexuais ou agressivas em relação ao paciente 
Ansiedade recorrente, intranquilidade ou culpa relacionadas com o paciente 
Tendência a focalizar apenas um aspecto da informação apresentada pelo paciente ou visualiza-la 
apenas de uma maneira. 
Necessidade de defender as intervenções de enfermagem com o paciente perante os outros 
 
3.5 Transgressão de limites 
 
Ocorrem quando o profissional sai dos limites do relacionamento terapêutico e estabelece um 
relacionamento social, comercial ou pessoal com um paciente. Segue alguns exemplos: 
 
O paciente sai com a enfermeira para almoçar ou jantar. 
O relacionamento profissional transforma-se em relacionamento social 
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A enfermeira vai a uma festa a convite do paciente 
A enfermeira regularmente faz revelações de cunho pessoal ao paciente 
O paciente apresenta a enfermeiraaos membros da família, como a um filho ou filha, com a finalidade 
de um relacionamento social. 
A enfermeira aceita presentes vindos do trabalho do paciente 
A enfermeira concorda em encontrar o paciente para tratamento fora do ambiente usual, sem 
justificativa terapêutica 
A enfermeira frequenta as obrigações sociais do paciente 
O paciente dá à enfermeira um presente caro 
A enfermeira rotineiramente abraça ou tem contato físico com o paciente 
A enfermeira mantém algum tipo de relação comercial com o paciente 
 
4. Superação dos impasses terapêuticos 
 
Para superar os impasses terapêuticos, o enfermeiro deve-se estar preparado à exposição de 
sentimentos e emoções intensos dentro do relacionamento entre enfermeiro (a) e cliente. De início, o 
profissional deve reconhecer os impasses e comportamentos que indicam sua existência, então refletir e 
esclarecer o sentimento, enfocando de maneira mais objetiva possível o que está acontecendo. 
Por fim, os objetivos do relacionamento e as áreas de necessidade e de problemas do cliente são 
revistas. Isso, provavelmente ajudará no desenvolver de um pacto terapêutico compatível com o processo 
do relacionamento entre ambos. 
 
Referências Bibliográficas 
 
TAYLOR, Cecelia Monat. Fundamentos de Enfermagem Psiquiátrica. 13ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. 
STUART, G.W & LARAIA, M.T Enfermagem psiquiátricas 4 ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso editores 2002. 
 
 
 
SEGURANÇA DO PACIENTE 
 
Dez Passos para Segurança do Paciente 
 
Passo 1 Identificação do Paciente 
A identificação do paciente é prática indispensável para garantir a segurança do paciente em qualquer 
ambiente de cuidado à saúde, incluindo, por exemplo, unidades de pronto atendimento, coleta de exames 
laboratoriais, atendimento domiciliar e em ambulatórios. Erros de identificação podem acarretar sérias 
consequências para a segurança do paciente. Falhas na identificação do paciente podem resultar em 
erros de medicação, erros durante a transfusão de hemocomponentes, em testes diagnósticos, 
procedimentos realizados em pacientes errados e/ou em locais errados, entrega de bebês às famílias 
erradas, entre outros. Para assegurar que o paciente seja corretamente identificado, todos os 
profissionais devem participar ativamente do processo de identificação, da admissão, da transferência ou 
recebimento de pacientes de outra unidade ou instituição, antes do início dos cuidados, de qualquer 
tratamento ou procedimento, da administração de medicamentos e soluções. A identificação deve ser 
feita por meio de pulseira de identificação, prontuário, etiquetas, solicitações de exames, com a 
participação ativa do paciente e familiares, durante a confirmação da sua identidade. 
 
Medidas sugeridas 
- Enfatize a responsabilidade dos profissionais de saúde na identificação correta de pacientes antes 
da realização de exames, procedimentos cirúrgicos, administração de medicamentos / 
hemocomponentes e realização de cuidados. 
- Incentive o uso de pelo menos dois identificadores (ex.: nome e data de nascimento) para confirmar 
a identidade de um paciente na admissão, transferência para outro hospital e antes da prestação de 
cuidados. Em pediatria, é também indicada a utilização do nome da mãe da criança. 
- Padronize a identificação do paciente na instituição de saúde, como os dados a serem preenchidos, 
o membro de posicionamento da pulseira ou de colocação da etiqueta de identificação, uso de cores para 
identificação de riscos, placas do leito. 
Assistência de enfermagem ao paciente visando atender as necessidades de: 
conforto, segurança e bem-estar, higiene e segurança ambiental 
 
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- Desenvolva protocolos para identificação de pacientes com identidade desconhecida, comatosos, 
confusos ou sob efeito de ação medicamentosa. 
- Desenvolva formas para distinguir pacientes com o mesmo nome. 
- Encoraje o paciente e a família a participar de todas as fases do processo de identificação e esclareça 
sua importância. 
- Realize a identificação dos frascos de amostra de exames na presença do paciente, com 
identificações que permaneçam nos frascos durante todas as fases de análise (pré-analítica, analítica e 
pós-analítica). 
- Confirme a identificação do paciente na pulseira, na prescrição médica e no rótulo do 
medicamento/hemocomponente, antes de sua administração. 
- Verifique rotineiramente a integridade das informações nos locais e identificação do paciente (ex.: 
pulseiras, placas do leito). 
- Desenvolva estratégias de capacitação para identificar o paciente e a checagem da identificação, de 
forma contínua, para todos os profissionais de saúde. 
 
Pontos de atenção 
- Nunca utilize idade, sexo, diagnóstico, número do leito ou do quarto para identificar o paciente. 
- Verifique continuamente a integridade da pele do membro no qual a pulseira está posicionada. 
- No caso de não aceitação de qualquer tipo de identificação aparente (ex.: pulseira ou etiqueta), por 
parte do paciente ou dos familiares, utilize outras formas para confirmar os dados antes da prestação dos 
cuidados, como uso de etiquetas com a identificação do paciente posicionadas no lado interno das roupas. 
 
Passo 2 Cuidado Limpo e Cuidado Seguro Higienização das mãos 
Higienizar as mãos é remover a sujidade, suor, oleosidade, pelos e células descamativas da microbiota 
da pele, com a finalidade de prevenir e reduzir as infecções relacionadas a assistência à saúde. 
Quando proceder à higienização das mãos: 1. Antes e após o contato com o paciente. 2. Antes e após 
a realização de procedimentos assépticos. 3. Após contato com material biológico. 4. Após contato com 
o mobiliário e equipamentos próximos ao paciente. 
 
Medidas sugeridas 
 
I. Higienização das mãos com água e sabão 
- Molhe as mãos com água. 
- Aplique sabão. 
- Esfregue as palmas das mãos. 
- Esfregue a palma da mão sobre o dorso da mão oposta com os dedos entrelaçados. 
- Esfregue as palmas das mãos com os dedos entrelaçados. Esfregue o dorso dos dedos virados para 
a palma da mão oposta. 
- Envolva o polegar esquerdo com a palma e os dedos da mão direita, realize movimentos circulares 
e vice-versa. 
- Esfregue as polpas digitais e unhas contra a palma da mão oposta, com movimentos circulares. 
- Friccione os punhos com movimentos circulares. 
- Enxágue com água. 
- Seque as mãos com papel-toalha descartável e use o papel para fechar a torneira. 
- Higienização das mãos com fórmula à base de álcool 
- Posicione a mão em forma de concha e coloque o produto, em seguida espalhe-o por toda a superfície 
das mãos. 
- Esfregue as palmas das mãos. 
- Esfregue a palma da mão sobre o dorso da mão oposta com os dedos entrelaçados. 
- Esfregue as palmas das mãos com os dedos entrelaçados. 5. Esfregue o dorso dos dedos virados 
para a palma da mão oposta. 
- Envolva o polegar esquerdo com a palma e os dedos da mão direita, realize movimentos circulares 
e vice-versa. 
- Esfregue as polpas digitais e unhas contra a palma da mão oposta, com movimentos circulares. 
- Friccione os punhos com movimentos circulares. 
- Espere que o produto seque naturalmente. Não utilize papel-toalha. 
 
 
 
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Pontos de atenção 
- Lave as mãos com água e sabão quando visivelmente sujas, contaminadas com sangue ou outros 
fluidos corporais. 
- Use preferencialmente produtos para higienização das mãos à base de álcool para antissepsia 
rotineira, se as mãos não estiverem visivelmente sujas. 
- Lave as mãos com água e sabão, com antisséptico ou as higienize com uma formulação alcoólica 
antes e após a realização de procedimentos. 
- Nunca use simultaneamente produtos à base de álcool com sabão antisséptico. 5. O uso de luvas 
não substitui a necessidade de higienização das mãos. 6. Na ausência de pia com água e sabão, utilize 
solução à base de álcool. 
- Encoraje os pacientes e suas famílias a solicitarque os profissionais higienizem as mãos. 
- Estimule os familiares e visitantes a higienizar suas mãos, antes e após o contato com o paciente. 
 
Passo 3 Cateteres e Sondas Conexões Corretas 
A administração de fármacos e soluções por cateteres, sondas e seringas é prática de enfermagem 
comum que pode ser desenvolvida em ambientes de atendimento à saúde. A infusão de soluções em 
vias erradas, como soluções que deveriam ser administradas em sondas enterais serem realizadas em 
cateteres intravenosos, devido a possibilidade de conexão errada, é um evento frequente, porém pouco 
documentado, que pode causar graves consequências e até a morte do paciente. A capacitação, a 
orientação e o acompanhamento contínuo sobre os riscos à segurança do paciente frente às conexões 
erradas devem ser destinados a todos os profissionais de saúde. 
 
Medidas sugeridas 
- Oriente os pacientes e familiares a não manusear os dispositivos, não devendo realizar conexões ou 
desconexões, e que sempre solicitem a presença do profissional de enfermagem. 
- Identifique cateteres arteriais, venosos, peridurais e intratecais com cores diferentes para garantir o 
manuseio seguro. 
- Evite a utilização de injetores laterais nos sistemas arteriais, venosos, peridurais e intratecais. 
- Realize a higienização das mãos antes de manipular os sistemas de infusão. 
- Realize a desinfecção das conexões de cateteres com solução antisséptica alcoólica e gaze, por três 
vezes com movimentos circulares, antes de desconectar os sistemas. 
- Verifique todos os dispositivos, desde a inserção até a conexão, antes de realizar as reconexões, 
desconexões ou administração de medicamentos e soluções. 
- Posicione os sistemas de infusão (equipos, buretas, extensões) em diferentes sentidos, como os de 
infusão intravenosa posicionados para a porção superior do leito, no sentido da cabeça do paciente, e 
sistemas de infusão de dietas enterais em direção à porção inferior, no sentido dos pés. 
- Realize a passagem de plantão entre turnos e entre unidades de internação com dupla checagem 
das conexões dos dispositivos. 
- Padronize o uso de seringas específicas e sistemas de infusão com conexão Luer Lock para 
administração de medicamentos por via oral ou por sondas enterais. 
- Utilize somente equipos de cor azul para infusão de dietas enterais. 
- Identifique a bomba de infusão na qual a dieta está sendo administrada. 
- Lembre-se de que toda a instituição deve fornecer capacitação para uso de novos dispositivos. 
- Priorize a escolha de cateteres, sondas e seringas desenvolvidos com dispositivos que previnam 
conexões incorretas e contribuam para a segurança do paciente. 
- Incentive o paciente e seus familiares a participar da confirmação dos medicamentos e soluções que 
serão administrados, a fim de assegurar a infusão correta durante os cuidados domiciliares e nas 
instituições de saúde. 
 
Passo 4 Cirurgia Segura 
Este passo apresenta medidas para tornar o procedimento cirúrgico mais seguro e ajudar a equipe de 
saúde a reduzir a possibilidade de ocorrência de danos ao paciente, promovendo a realização do 
procedimento certo, no local e paciente corretos. A utilização de uma ou de várias listas de verificação 
(check-list) traz inúmeras vantagens. Os serviços devem elaborar suas listas específicas, dependendo da 
complexidade dos procedimentos que são realizados. 
 
Medidas sugeridas 
- Estimule a comunicação eficaz e adequada entre os membros da equipe, eliminando quaisquer 
dúvidas a respeito de quais procedimentos serão realizados e os materiais que deverão ser utilizados. 
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. 30 
- Identifique corretamente o paciente e o oriente para participar da marcação do local da intervenção 
cirúrgica. 
- Verifique se o prontuário pertence ao paciente, se os procedimentos cirúrgicos e anestésicos foram 
planejados e se estão anotados no prontuário, e se os exames laboratoriais e de imagem são de fato do 
paciente. 
- Confirme se os materiais imprescindíveis para realizar o procedimento encontram-se na sala e se o 
carrinho de emergência está completo. 
- Desenvolva listas de verificação específicas e as utilize nas diferentes etapas do processo. Por 
exemplo: lista de montagem de sala cirúrgica, lista de conferência dos documentos em prontuário, lista 
de verificação do carrinho de anestesia. 
- Estimule a cultura de segurança do paciente, implantando a lista de verificação recomendada pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS) que define três fases distintas: checar imediatamente antes (sign 
in - realizado antes da indução anestésica); checar antes (time out - realizado antes da incisão na pele) e 
checar depois (sign out - realizado antes de o paciente sair da sala de cirurgia): 
a) Checar imediatamente antes (Sign in - antes da indução anestésica): • Confirmação do paciente: 
identificação do paciente, do local da cirurgia, do procedimento a ser realizado e preenchimento do 
consentimento informado. • Marcação do local da intervenção cirúrgica pelo profissional que irá realizar o 
procedimento e/ou pelo paciente. • Realização dos procedimentos de segurança para anestesia, pelo 
anestesista, como a conferência do equipamento de anestesia. • Monitoramento de oximetria. 
- Verificação de alergias. 
- Verificação das dificuldades de ventilação ou risco de aspiração. 
- Avaliação de possíveis perdas sanguíneas ou risco de aspiração. 
b) Checar antes (Time out - antes da incisão na pele): - Confirmação de todos os membros que 
compõem a equipe, apresentando-se pelo nome e função. - Confirmação do paciente, local da cirurgia e 
tipo de procedimento. 
- Verificação pelo cirurgião dos pontos críticos da cirurgia, duração do procedimento e perdas 
sanguíneas. • Verificação pelo anestesista dos pontos críticos da anestesia. 
- Verificação pela enfermagem dos pontos críticos da assistência, como indicadores de esterilização e 
equipamentos necessários para a cirurgia. - Realização de antibioticoterapia profilática. 
Verificação da necessidade de equipamentos radiográficos. 
c) Checar depois (Sign out - antes do paciente sair da sala de cirurgia): • Confirmação do procedimento 
realizado. 
- Conferência dos instrumentais, compressas e agulhas. 
- Conferência, identificação e armazenamento correto de material para biópsia. 
- Anotação e encaminhamento de problemas com algum equipamento. 
- Cuidados necessários na recuperação anestésica. 
- Solicite uma pausa nas atividades dos profissionais para a realização de cada etapa da lista de 
verificação, que deverá ser feita em voz alta. 
- Registre no prontuário que o procedimento de verificação foi realizado, bem como os nomes dos 
profissionais que participaram. 
Pontos de atenção 
- A marcação cirúrgica deve ser clara e sem ambiguidade, devendo ser visível mesmo após o paciente 
preparado e coberto. 
- O local é marcado em todos os casos que envolvam lateralidade (direito/ esquerdo), múltiplas 
estruturas (dedos das mãos/pés, lesões) ou múltiplos níveis (coluna vertebral). 
- Se houver recusa do paciente em demarcar determinada região, ou o paciente não estiver orientado, 
a instituição deverá adotar mecanismos que assegurem o local correto, a intervenção correta e o paciente 
correto. 
 
Passo 5 Sangue e Hemocomponentes Administração Segura 
A administração intravenosa de sangue total ou hemocomponentes pode ser definida como a 
transferência de sangue e hemocomponentes de um indivíduo (doador) para outro (receptor). Está 
indicada para pacientes que sofreram perda sanguínea significante ou alterações hematológicas 
decorrentes de doenças ou procedimentos (ex.: choque, traumatismo, hemorragia, doenças sanguíneas, 
intervenções cirúrgicas, entre outros). A infusão só poderá ocorrer após a confirmação da identidade do 
paciente e sua compatibilidade com o produto (glóbulos vermelhos, plaquetas, fatores de coagulação, 
plasma fresco congelado, glóbulos brancos). A administração deve limitar-se, sempre que possível,ao 
componente sanguíneo que o indivíduo necessita, pois a administração do produto específico é mais 
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. 31 
segura e evita reações em decorrência da infusão de componentes desnecessários. Erros na 
administração de sangue total e hemocomponentes comprometem a segurança do paciente. 
 
Medidas sugeridas 
- Confirme a identificação do paciente na pulseira, na prescrição médica e no rótulo do 
hemocomponente, antes da sua administração. Esta verificação deverá ocorrer DUAS vezes antes de 
iniciar a infusão. 
- Administre sangue total ou hemocomponentes provenientes de bancos de sangue qualificados, que 
realizam testes de identificação de doenças transmitidas pelo sangue (HIV, hepatite, sífilis) e mantêm 
controle de qualidade dos seus produtos quanto a coleta, análise, preparo, armazenamento e transporte. 
- Mantenha o sangue e alguns componentes por no máximo 30 minutos em temperatura ambiente 
antes de iniciar a infusão, ou de acordo com o protocolo institucional. 
- Aqueça os componentes apenas em equipamentos apropriados e em temperatura controlada. Nunca 
utilize aquecimento em banho-maria ou micro-ondas. 
- Avalie os sinais vitais do paciente imediatamente antes do procedimento. 
- Avalie a permeabilidade do cateter intravenoso e a ausência de complicações, como infiltração ou 
flebite, antes da instalação do produto. 
- Realize a infusão em via exclusiva. 
- Permaneça junto ao paciente nos primeiros 15 minutos após a instalação para identificar possíveis 
sinais de reações adversas (aumento da temperatura corpórea, exantema ou rash cutâneo, prurido, 
edema, vertigem, cefaleia, tremores, calafrios e dor). Após este período avalie o paciente a cada 30 ou 
45 minutos. 
- Interrompa imediatamente a administração na vigência de um ou mais sinais de reação adversa e 
mantenha a permeabilidade do cateter intravenoso com solução salina. Proteja a extremidade do equipo 
para evitar contaminação e encaminhe a bolsa contendo o sangue total ou hemocomponente ao banco 
de sangue para análise. Verifique a pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e 
temperatura do paciente. 
- Comunique imediatamente o ocorrido ao médico responsável pelo atendimento do paciente. 
- Mantenha a infusão por no máximo quatro horas, devido ao risco de contaminação e ou alterações 
do produto, seguindo o protocolo da instituição. 
- Realize a infusão de solução salina, após a administração do produto, com o objetivo de manter a 
permeabilidade do cateter. 
- Despreze a bolsa de sangue após a infusão em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e 
resistam às ações de punctura e ruptura, conforme RDC - Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 
306, ANVISA, que dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de 
saúde. 
 
Pontos de atenção 
- Quanto à utilização de bomba de infusão, certifique-se do respaldo técnico e científico do fabricante 
para esta indicação, atentando à ocorrência de hemólise. 
- Certifique-se de que o paciente declarou consentimento para a infusão de sangue e 
hemocomponentes. 
 
Passo 6 Paciente Envolvido com sua Segurança 
O paciente pode e deve contribuir para a qualidade dos cuidados à sua saúde, fornecendo informações 
importantes a respeito de si mesmo e interagindo com os profissionais da saúde. Ele deve ser estimulado 
a participar da assistência prestada e encorajado a fazer questionamentos, uma vez que é ele quem tem 
o conhecimento de seu histórico de saúde, da progressão de sua doença e dos sintomas e experiências 
com os tratamentos aos quais já foi submetido. Além disso, desenvolver um ambiente que proporcione 
cuidados centrados no paciente, tornando-o, bem como seus familiares, agentes ativos na busca de sua 
segurança, promove interesse, motivação e satisfação com o cuidado prestado, aspectos que possibilitam 
ter um bom resultado nas condições de saúde. 
 
Medidas sugeridas 
- Estimule o paciente ou algum responsável (família, responsável legal, advogado) a participar das 
decisões do cuidado. 
- Identifique características específicas quanto à maturidade, condições clínicas e legais que 
possibilitam assumir suas responsabilidades, como pacientes pediátricos, psiquiátricos, anestesiados, em 
tratamento intensivo ou emergencial. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 32 
- Analise as fragilidades do paciente e a fase do tratamento ou doença, como a fadiga, estresse, dor e 
desconforto, associadas à ansiedade e ao medo, uma vez que estes aspectos podem influenciar as 
respostas do paciente. 
- Propicie o fortalecimento do vínculo do paciente e família com a equipe, pois estes fornecem 
informações sobre os sintomas, a história e o tratamento. 
- Compartilhe decisões sobre o tratamento e procedimento, por meio de informações referentes aos 
potenciais benefícios, riscos e prejuízos sobre cada opção que for apresentada. 
- Avalie as dificuldades de comunicação, barreiras de linguagem, falta de entendimento das 
orientações, fatores sociais e de personalidade que prejudicam a tomada de decisão adequada. Deve-se 
proceder à resolução desses aspectos por meio de processos institucionais e envolvimento da família. 
- Utilize meios adequados e linguagem compreensível para disponibilizar as informações aos 
diferentes grupos de pessoas. 
- Utilize recursos que se adaptem aos pacientes que tenham barreiras visuais, auditivas e de fala. 
- Respeite o tempo de cada paciente para compreender as informações fornecidas. 
- Crie estratégias para verificar se o paciente compreendeu as informações, repetindo-as, caso os 
objetivos não tenham sido alcançados. 
- Permita que o paciente consulte as informações registradas no prontuário a respeito dos seus 
cuidados e tratamento, mantendo os documentos devidamente preenchidos, claros e sem rasuras. 
- Entenda que o paciente tem o direito de saber se os profissionais que irão cuidar dele são 
competentes para prestar uma assistência segura. 
- Leve em consideração perguntas, queixas e observações do paciente, pois ele é a última barreira 
para impedir que eventos adversos ocorram. 
- Eduque o paciente para a cidadania, estimulando-o a conhecer seus direitos e responsabilidades. 
- Disponibilize tempo para responder aos questionamentos do paciente e família, ouvir suas 
observações e promover a educação para a saúde. 
 
Passo 7 Comunicação Efetiva 
A comunicação é um processo recíproco, uma força dinâmica capaz de interferir nas relações, facilitar 
e promover o desenvolvimento e o amadurecimento das pessoas e influenciar comportamentos. Existem 
diversas formas de comunicação, como verbal, não verbal, escrita, telefônica, eletrônica, entre outras, 
sendo fundamental que ocorra de forma adequada permitindo o entendimento entre as pessoas. O 
paciente recebe cuidados de diversos profissionais e em diferentes locais, o que torna imprescindível a 
comunicação eficaz entre os envolvidos no processo. 
 
Medidas sugeridas 
 
I – Passagem de plantão 
- Transmita informações sobre o paciente em ambiente tranquilo, livre de interrupções e com tempo 
disponível para esclarecer as dúvidas do outro profissional. 
- Comunique as condições do paciente, os medicamentos que utiliza, os resultados de exames, a 
previsão do tratamento, as recomendações sobre os cuidados e as alterações significativas em sua 
evolução. 
- Informe sobre os procedimentos realizados e, no caso de crianças, qual familiar acompanhou sua 
realização. 
- Registre as informações em instrumento padronizado na instituição para que a comunicação seja 
efetiva e segura. 
 
I – Registro em prontuário 
- Verifique se os formulários onde estão sendo realizados os registros são do paciente. 
- Coloque data e horário antes de iniciar o registro da informação. 3. Registre as informações em local 
adequado, com letra legível e sem rasuras. 
- Faça uso apenas de abreviaturas e siglas padronizadas, observando as quenão devem ser utilizadas. 
- Realize o registro de modo completo e objetivo, desprovido de impressões pessoais. 
- Siga o roteiro de registro da informação estabelecido pela instituição. 
- Coloque a identificação do profissional ao final de cada registro realizado. 
 
Pontos de atenção 
- Recomenda-se a padronização dos instrumentos para o registro das informações e dos métodos de 
comunicação entre os profissionais. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 33 
- A gravidade do paciente e a complexidade dos cuidados favorecem a ocorrência de erros de omissão 
ou de distorção da comunicação entre os profissionais, comprometendo, assim, a segurança do paciente. 
- O paciente tem o direito de conhecer os registros realizados em seu prontuário clínico. 
- As informações referentes às condições clínicas do paciente são restritas a ele próprio, aos 
profissionais envolvidos e aos que são autorizados pelo paciente ou legalmente estabelecidos. 
- As instituições definem a forma de identificação dos profissionais, que normalmente incluem o nome 
completo, assinatura, categoria, registro profissional e carimbo. 
- As prescrições verbais ou telefônicas só poderão ocorrer em situações de emergência, cujo 
procedimento deve estar claramente definido pela instituição. Medidas de segurança devem ser 
implementadas, como repetir em voz alta, de modo completo, a informação dada pelo emissor, com 
documentação em formulário, prazo para a validação da prescrição e conferência com outro profissional. 
 
Passo 8 Prevenção de Queda 
A queda pode ser definida como a situação na qual o paciente, não intencionalmente, vai ao chão ou 
a algum plano mais baixo em relação à sua posição inicial. A avaliação periódica dos riscos que cada 
paciente apresenta para ocorrência de queda orienta os profissionais a desenvolver estratégias para sua 
prevenção. 
Fatores de risco para ocorrência de queda: 1. Idade menor que 5 anos ou maior que 65 anos. 2. 
Agitação/confusão. 3. Déficit sensitivo. 4. Distúrbios neurológicos. 5. Uso de sedativos. 6. Visão reduzida 
(glaucoma, catarata). 7. Dificuldades de marcha. 8. Hiperatividade. 9. Mobiliário (berço, cama, escadas, 
tapetes). 10. Riscos ambientais (iluminação inadequada, pisos escorregadios, superfícies irregulares). 11. 
Calçado e vestuário não apropriado. 12. Bengalas ou andadores não apropriados. 
 
Medidas sugeridas 
- Identifique os pacientes de risco com a utilização de pulseiras de alerta. 2. Oriente os profissionais e 
familiares a manter as grades da cama elevadas. 
- Oriente o paciente e acompanhante a solicitar ao profissional auxílio para a saída do leito ou poltrona. 
- Oriente o acompanhante a não dormir com criança no colo. 
- Oriente o acompanhante a avisar a equipe toda vez que for se ausentar do quarto. 
- Disponibilize equipamentos de auxílio à marcha, quando necessário. 
- Crie ambiente físico que minimize o risco de ocorrência de quedas, como barras de segurança nos 
banheiros, corrimões nas escadas, utilização de fitas antiderrapantes, placas de informação. 
- Adeque os horários dos medicamentos que possam causar sonolência. 
- Oriente a utilização de calçados com sola antiderrapante e adequados ao formato dos pés. 
- Realize periodicamente manutenção das camas, berços e grades. 1. Monitore e documente as 
intervenções preventivas realizadas. 
 
Pontos de atenção 
- O uso de contenção mecânica, em caso de agitação ou confusão do paciente, deve ser 
criteriosamente analisado, uma vez que requer a autorização de familiares, definição de protocolos 
institucionais e utilização de equipamentos apropriados. 
- Oriente o profissional de saúde a comunicar e registrar casos de queda, implementando medidas 
necessárias para diminuir danos relacionados à sua ocorrência. 
 
Passo 9 Prevenção de Úlcera por Pressão 
Úlcera por pressão é uma lesão na pele e ou nos tecidos ou estruturas subjacentes, geralmente 
localizada sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada, ou combinada com fricção e/ou 
cisalhamento. A avaliação periódica dos riscos que cada paciente apresenta para a ocorrência de úlceras 
por pressão orienta os profissionais a desenvolver estratégias para sua prevenção. 
Fatores de risco para úlcera por pressão: 1. Grau de mobilidade alterado. 2. Incontinência urinária e/ou 
fecal. 3. Alterações da sensibilidade cutânea. 4. Alterações do estado de consciência. 5. Presença de 
doença vascular. 6. Estado nutricional alterado. 
 
Medidas sugeridas 
- Avalie o risco do paciente para desenvolvimento de úlceras por pressão na admissão em qualquer 
serviço de saúde, realize reavaliações periódicas e utilize escalas específicas. 
- Proteja a pele do paciente do excesso de umidade, ressecamento, fricção e cisalhamento. 
- Mantenha os lençóis secos, sem vincos e sem restos alimentares 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 34 
- Utilize dispositivos de elevação (elevador, trapézio), rolamentos ou lençóis ao realizar a transferência 
do paciente da cama para a maca, da cama para a poltrona, entre outras. 
- Hidrate a pele do paciente com cremes à base de ácidos graxos essenciais. 6. Realize mudança de 
decúbito conforme protocolos institucionais. 
- Incentive a mobilização precoce passiva e/ou ativa, respeitando as condições clínicas do paciente. 
- Utilize superfícies de suporte e alívio da carga mecânica para minimizar os efeitos do excesso de 
pressão causado pela imobilidade, como o uso de almofadas, travesseiros ou coxins apropriados. 
- Providencie colchão de poliuretano (colchão caixa de ovo) para o paciente acamado. 
 
Pontos de atenção 
- Não é recomendada a utilização de luvas com água em substituição aos dispositivos de prevenção. 
- Havendo o aparecimento de úlceras por pressão, deve-se tratá-las conforme protocolos institucionais, 
monitorando e documentando sua evolução. 
- Utilize escalas para avaliação de úlceras por pressão, como a Escala de Braden e a Escala de Norton. 
 
Passo 10 Segurança na Utilização da Tecnologia 
A segurança na utilização da tecnologia compreende o benefício e o impacto no uso de um ou mais 
recursos, em prol do restabelecimento da saúde do paciente. Visa identificar soluções que têm como 
propósito promover melhorias específicas em áreas de maior risco na assistência à saúde, para que a 
tecnologia seja utilizada de maneira apropriada. A seguir estão descritas algumas medidas para 
promoção de segurança na utilização de alguns equipamentos utilizados na área da saúde. 
 
Medidas sugeridas 
- Consulte o manual do fabricante de qualquer equipamento. 
- Avalie se o equipamento apresenta condições adequadas para o uso. 
- Simule o funcionamento normal do aparelho, desconecte o plugue da tomada e verifique se o alarme 
de bateria começa a soar. 
- Efetue a limpeza programada do equipamento e/ou sempre que necessário. 
-. Verifique o adequado funcionamento do equipamento. 
- Verifique em que condições encontra-se o equipamento, se foi realizada a manutenção e a 
programação para manutenção preventiva e calibração do equipamento. 
- Peça orientações ao serviço de engenharia ou manutenção da instituição sobre o uso adequado de 
equipamentos quando houver qualquer dúvida. 
- Leia o manual simplificado do equipamento desenvolvido pela instituição, que deve estar visível e 
legível no aparelho. Siga a sequência correta para o manuseio. 
- Informe as condições de uso, disparo do alarme e anormalidades ao paciente e/ou familiar. 
- Explique ao paciente como acionar o profissional em caso de urgências. 
- Posicione o equipamento em local seguro para prevenir quedas e acidentes. 
- Faça as anotações na ficha de atendimento ou no prontuário do paciente descrevendo a orientação 
fornecida, as condições do equipamento e o uso no paciente. 
- Monitore o paciente com frequência, analisando as condições do equipamento em uso. 
- Analise se o equipamento tem condições técnicas para o atendimento das necessidades clínicas do 
paciente,participando do processo de adequação da tecnologia aplicada ao cuidado de enfermagem. 
 
Pontos de atenção 
- Conheça as diferentes alternativas tecnológicas, auxiliando na escolha do equipamento mais 
adequado. 
- Verifique e aplique as legislações pertinentes. 
- Conheça e siga os protocolos específicos no uso e manuseio de cada equipamento. 
- Conheça as condições de substituição, empréstimo, obsolescência e ou alocação do recurso 
tecnológico. 
- Certifique-se de que possui habilidade e conhecimento técnico para o manuseio do equipamento com 
segurança. 
- Em caso de falta do recurso tecnológico necessário, o enfermeiro deve verificar se há alternativas. 
- Se o paciente referir alergia a algum produto / conexão / tubo do equipamento, registre na ficha de 
atendimento ou no prontuário e realize a substituição. 
- Na recusa do paciente em utilizar o equipamento, explique os benefícios e indicações para o 
tratamento de saúde e identifique os motivos para a rejeição. Se necessário o enfermeiro deve avaliar as 
condições do paciente, sua opinião e a possibilidade de substituição do equipamento. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 35 
 
http://www.ebah.com.br/ 
 
Questões 
 
01. Com relação à segurança do paciente e de acordo com a Classificação Internacional de Segurança 
do Paciente da Organização Mundial da Saúde, assinale a alternativa que apresenta a definição de risco. 
(A) Redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. 
(B) Evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao paciente. 
(C) Incidente com potencial dano ou lesão. 
(D) Probabilidade de um incidente ocorrer. 
(E) Incidente que resulta em dano ao paciente. 
 
Gabarito 
 
01.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: D 
Risco é a probabilidade de um incidente ocorrer. 
 
MEDIDAS DE HIGIENE E DE SEGURANÇA NOS SERVIÇOS DE ENFERMAGEM 
 
Boas práticas em higiene hospitalar e técnicas corretas de limpeza fazem parte dos princípios de 
qualquer instituição de saúde para se evitar contaminações e a disseminação de infecções, já que um 
hospital concentra inúmeros microrganismos, bactérias e vírus nocivos à saúde dos pacientes e também 
dos trabalhadores. 
Qualificar a equipe profissional que atua nas áreas aonde a higienização faz-se necessária em período 
integral é um dos pilares para um atendimento de qualidade, proporcionando segurança, conforto e bem-
estar ao paciente e aos colaboradores da instituição. 
A enfermagem é parte integrante deste processo e em muitas instituições ela é a responsável pelo 
setor de Higienização, estando à frente na tomada de decisões. 
Através da higienização, proporciona-se aos clientes internos e externos um ambiente limpo e 
esteticamente organizado, livre de mau odor, visando conforto, segurança e bem estar. 
A utilização de boas práticas durante a execução dos processos de limpeza, além de eliminar a 
sujidade visível e reduzir a carga contaminante das superfícies, evita a disseminação de microrganismos 
através da adoção de medidas de controle, preserva a saúde ocupacional e o meio ambiente. 
 
Há três tipos de limpezas: concorrente, terminal e de manutenção. 
 
A limpeza concorrente é aquela realizada enquanto o paciente encontra-se no apartamento, nas 
dependências da instituição de saúde. O funcionário retira o lixo e os resíduos depositando-os em sacos 
plásticos, recolhe a roupa suja para encaminhar à lavanderia e recolhe outros materiais, como jornais e 
revistas, por exemplo. 
 
A limpeza terminal é realizada após a saída do paciente, seja por alta, óbito ou transferência. Este 
ato compreende a limpeza de superfícies, sejam elas verticais ou horizontais, e a desinfecção do 
mobiliário. 
E temos a limpeza de manutenção, que têm como objetivo, manter o padrão da limpeza das 
dependências, nos intervalos entre as limpezas concorrentes ou terminais. Neste caso, deve-se estar 
atento à reposição de materiais de higiene, recolhimento de resíduos, manutenção das superfícies limpas 
e secas etc. 
 
Como são classificadas as áreas de serviços de saúde? 
As áreas são classificadas de acordo com o risco potencial de transmissão de infecções: 
 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 36 
- Áreas críticas: são aquelas onde existe um risco aumentado de infecções, onde se realizam muitos 
procedimentos de risco. Ex: OS, UTI, CC, CO, locais onde se encontram pacientes imunocomprometidos 
etc. 
 
- Áreas semicríticas: ocupadas por pacientes com moléstias infecciosas de baixa transmissibilidade 
e doenças não infecciosas, ambulatórios, quartos ou enfermarias de pacientes etc. 
 
- Áreas não críticas: áreas não ocupadas por pacientes e onde não se realizam procedimentos de 
risco. Ex. áreas administrativas. 
 
Como a enfermagem pode contribuir no processo de Higienização do ambiente? 
Fazendo o que lhe compete, como, por exemplo: 
- Após a saída do paciente (alta, óbito ou transferência) recolher materiais provenientes da assistência: 
bombas de infusão, equipos, soros, perfurocortantes, comadres, roupas etc.; 
E uma observação: a equipe de higienização só deve iniciar a limpeza terminal após a retirada destes 
materiais, ou seja, quanto mais a enfermagem demorar, maior tempo para liberação do quarto; 
- Recolher os perfurocortantes de locais inadequados (piso, bancadas, leitos etc.); 
- Fechar coletores de perfuro cortantes; 
- Realizando a limpeza do leito enquanto o paciente está internado. Lembrando que não compete ao 
funcionário da higiene higienizar o leito ocupado, pois representa risco à segurança do paciente; 
- Realizar a limpeza de materiais e equipamentos relacionados à assistência: equipamentos de RX, 
bombas de infusão, equipamentos utilizados para monitoramento dos pacientes etc. 
 
Os protocolos desenvolvidos em busca da padronização das ações de higiene devem ser validados 
pelo SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar). 
 
Algumas dicas para a equipe de higienização e liderança: 
- NUNCA recolher PC (perfurocortante) de locais inadequados 
- NUNCA fechar coletores de PC 
- Segurar coletores de PC pelas alças 
- Não utilizar pano de chão para limpeza do piso (o ato de torcer o pano pode levar ao acidente) 
- NUNCA encostar o saco de resíduos no corpo 
- Segurar o saco de resíduos pelas bordas etc. 
 
Lavando as mãos 
No dia-a-dia de nosso trabalho executamos grande variedade de procedimentos, muitos deles 
repetidas vezes. Em geral, a importância que lhes é conferida associa-se ao grau de complexidade, à 
tecnologia envolvida, à capacidade de provocar danos ou complicações ao paciente e à frequência de 
realização. A pouca adesão dos profissionais da área de saúde à prática de lavagem das mãos reflete 
em parte essa situação, pois é procedimento simples, comum na esfera social como hábito de higiene, o 
que certamente não lhe confere o valor e o status de alta tecnologia. E muitas são as justificativas usadas 
pela equipe para não fazê-lo, como, dentre outras: falta de pias e degermantes adequados, sobrecarga 
de serviço, situações de emergência. Em contrapartida, os especialistas são unânimes em afirmar que 
este é um dos procedimentos mais significativos para a prevenção e o controle da infecção hospitalar, 
sendo-lhe atribuída a possibilidade de redução acentuada da carga microbiana quando as mãos são 
lavadas com água e sabão e com degermantes como povidine ou clorexidina, destaca-se também o uso 
do álcool gel. 
 
Luvas esterilizadas e de procedimento 
Outra barreira utilizada para o controle da disseminação de microrganismos no ambiente hospitalar 
são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger o paciente e o profissional de contaminação. 
As luvas esterilizadas, denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas para a realização de 
procedimentos invasivos ou manipulação de material estéril, impedindo a deposição de microrganismos 
no local. Exemplos: cirurgias, suturas, curativos,cateterismo vesical, dentre outros. 
As luvas de procedimento são limpas, porém não esterilizadas, e seu uso é indicado para proteger 
o profissional durante a manipulação de material, quando do contato com superfícies contaminadas ou 
durante a execução de procedimentos com risco de exposição a sangue, fluidos corpóreos e secreções. 
Não há nenhum cuidado especial para calçá-las, porém devem ser removidas da mesma maneira que a 
luva estéril, para evitar que o profissional se contamine. 
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Precauções-padrão 
As precauções-padrão devem ser utilizadas no atendimento de todos os pacientes sempre que houver 
risco de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, peles não-íntegras e mucosas. 
 
São ações das precauções-padrão: 
- Lavar as mãos: antes e após o contato com o paciente; após descalçar as luvas, pois nelas podem 
haver pequenos furos ou ocorrer contaminação durante a remoção; após contato com sangue, secreções 
e excreções, equipamentos e artigos contaminados; entre a realização de procedimentos com o mesmo 
paciente, como curativo, aspiração traqueal, coleta de sangue, etc.; entre a manipulação de um paciente 
e outro; entre a realização do mesmo procedimento em pacientes diferentes, como esvaziamento de urina 
do sistema de drenagem fechado; 
- Utilizar luvas estéreis antes da execução de procedimento asséptico e luvas de procedimento sempre 
que existir a possibilidade de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, mucosa, 
pele não-íntegra e artigos, equipamentos e superfícies contaminados; retirar as luvas imediatamente após 
o uso e antes de tocar em outro paciente ou qualquer material ou superfície, como caneta, telefone, 
papeleta, maçaneta de porta, etc.; 
- Usar avental limpo não-estéril ou impermeável (quando necessário) nos casos de risco de contato 
com respingos de líquidos corporais e/ou sangue; retirá-lo após o término do procedimento; 
- Utilizar máscara, protetor de olhos e protetor de face sempre que realizar procedimentos sujeitos a 
risco de respingos de líquidos corporais e/ou sangue como, por exemplo, aspiração de secreção traqueal; 
 
- Manter os cuidados adequados com os artigos e equipamentos de uso em pacientes, no tocante à 
limpeza, desinfecção ou esterilização; 
- Prevenir acidentes com materiais perfurocortantes: ter cuidado com o uso, manipulação, limpeza e 
descarte de agulhas, bisturis e similares; não remover as agulhas contaminadas das seringas; não realizar 
o reencape das agulhas; usar recipiente apropriado para o descarte de materiais perfurocortantes; 
- Realizar o controle ambiental: fazer a limpeza e descontaminação de superfícies ambientais e 
mobiliário, quando contaminados com sangue e/ou líquidos corporais; 
- Cuidar das roupas usadas: utilizar luvas de procedimento ao manusear as roupas sujas de sangue, 
líquidos corporais, secreções e excreções, evitando o contato direto com pele e mucosas, bem como com 
a própria roupa; 
- Utilizar quarto privativo nos casos em que haja risco de contaminação ambiental. 
 
Precauções de contato 
As precauções de contato são indicadas para pacientes colonizados ou infectados por microrganismos 
veiculados por contato direto ou indireto (ex: objetos), que tenham grande importância epidemiológica - 
como infecção por agentes multirresistentes. 
Além das medidas de precaução-padrão, as precauções de contato envolvem as medidas de uso de 
quarto privativo ou comum para pacientes que apresentem a mesma doença ou microrganismo; o uso de 
avental na possibilidade de risco de contato das roupas do profissional com área ou material infectante 
quando da realização de higiene do paciente com diarreia, incontinência fecal/urinária e ferida com 
secreção não-contida pelo curativo; manutenção do paciente no quarto/enfermaria, evitando sua saída; 
uso exclusivo de artigos e equipamentos pelo paciente; limpeza e desinfecção ou esterilização dos 
mesmos após a alta do paciente. Os familiares devem ser orientados quanto aos cuidados a serem 
tomados para evitar risco de contaminação. 
 
Precauções respiratórias 
As precauções respiratórias para aerossóis exigem as medidas de utilização das precauções-padrão; 
quarto privativo, sendo obrigatórios: manter a porta fechada; utilizar máscara apropriada (tipo N95) ao 
prestar cuidados a pacientes com suspeita ou doença confirmada de transmissão por aerossóis; manter 
o paciente no quarto, evitando sua saída - caso haja necessidade de transportá-lo, colocar máscara 
comum tipo cirúrgica. 
As precauções respiratórias para gotículas necessitam de medidas de utilização das precauções-
padrão; quarto privativo ou comum para pacientes com a mesma doença; uso de máscara comum, tipo 
cirúrgica, por todas as pessoas que entrem no quarto no período de transmissão da doença - sendo 
necessário desprezá-la à saída do quarto; manter o paciente no quarto, evitando sua saída - caso haja 
necessidade de transportá-lo, colocar máscara comum tipo cirúrgica no mesmo. 
 
 
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. 38 
Precauções empíricas 
As precauções empíricas são indicadas para os casos de pacientes sem diagnóstico definitivo, porém 
com indícios de infecção por agentes que necessitem de precauções. Devem permanecer até que haja 
confirmação ou esclarecimento do diagnóstico. Nestes casos inserem-se: 
 
- Precauções de contato: diarreias agudas de etiologia infecciosa, erupção vesicular, abcessos ou 
feridas com exsudato que extravase a cobertura; 
- Precauções para aerossóis: erupção vesicular, tosse com febre e infiltração de lobo pulmonar em 
qualquer local em paciente HIV positivo; 
- Precauções para gotícula: meningite, exantema petequial e febre. 
 
http://bvsms.saude.gov.br 
 
 
 
Caro leitor esse assunto foi abordado no tópico Processo de comunicação e relação profissional-
paciente. 
 
 
 
ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM2 
 
As Anotações de Enfermagem, fornecem dados que irão subsidiar o enfermeiro e a equipe de 
enfermagem nos estabelecimentos de saúde para planejamento e prescrição de cuidados. Também, 
suporte para análise reflexiva dos cuidados ministrados, respectivas respostas do paciente e resultados 
esperados da Evolução de Enfermagem. 
Portanto, a Anotação de Enfermagem é fundamental para o desenvolvimento da Sistematização de 
Enfermagem (SAE), pois é fonte de informações essenciais para assegurar a continuidade da assistência. 
Contribui, ainda, para a identificação das alterações do estado e das condições do paciente, favorecendo 
a detecção de novos problemas, a avaliação dos cuidados prescritos e, por fim, possibilitando a 
comparação das respostas do paciente aos cuidados prestados (CIANCIARULLHO et al, 2001). 
 
Algumas regras são importantes para elaboração das Anotações de Enfermagem, dentre as 
quais: 
- Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e cronológica; 
- Devem ser precedidas da data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao final de 
cada registro; 
- Não conter rasuras, entrelinhas, linhas em branco ou espaços; 
- Não escrever de lápis, sempre caneta azul, vermelha e/ou preta (varia com cada norma de cada 
instituição) 
- Conter observações efetuadas, cuidados prestados, seja, eles os já padronizados, de rotina e 
específico; 
- Devem, ainda, constar das respostas do paciente frente ao cuidados prescritos pelo enfermeiro, 
intercorrências, sinais e sintomas observados; 
- Devem priorizar a descrição de características, como tamanho mensurado (cm, mm, etc.), quantidade 
(ml, l, etc.), coloração e forma; 
- Não conter termos que deem conotação de valor (bem, mal, muito, pouco, etc.); 
- Conter apenas abreviaturas previstas na literatura; 
- Devem ser referente aos dados simples, que não requeiram maior aprofundamento científico. Não é 
correto, por exemplo, o técnico ou auxiliar de enfermagem anotar dados referentes ao exame físico doque detectará suas necessidades, para posterior intervenção de com o intuito de 
restabelecer sua saúde e proporcionar seu retorno a sua vida privada. 
 
SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM 
 
Entende-se por semiotécnica o estudo e metodização das ações que sucedem ao exame físico 
(POSSO). Trata-se de um campo de estudo onde estão inseridas as mais diversas técnicas realizadas 
pelo enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem. 
Envolve o conhecimento dos fundamentos da prática de Enfermagem, com o domínio de conceitos e 
habilidades. É essencial à prática de Enfermagem. As habilidades são necessárias para o cuidado de 
uma grande variedade de pacientes, em bom estado de saúde e daqueles com doenças brandas e 
crônicas; buscando satisfazer as necessidades básicas do indivíduo. 
Os pacientes se dirigem aos hospitais porque precisam de acompanhamento e tratamento clínico 
especializados. A hospitalização desafia o censo de privacidade do paciente, bem como o controle de 
sua vida. O paciente se torna vulnerável e dependente total ou parcial dos cuidados da equipe de saúde 
Será preciso que o paciente abra mão, pelo menos em certo grau, de parte de sua rotina. Dependendo 
da complexidade exibida pelo problema de saúde, o paciente e sua família podem também receber 
treinamento, aconselhamento, coordenação de serviços e ajuda para lidar com as mudanças causadas 
na vida diária face às mudanças no estado de saúde. 
 
Exame Físico 
 
Caracteriza-se por ser a parte da avaliação clínica em que o enfermeiro levanta dados pertinentes ao 
estado físico do paciente permitindo a identificação de problemas de enfermagem. Reúne informações 
que podem direcionar o enfermeiro sobre o que investigar no exame físico e complementa os dados do 
diagnóstico de enfermagem. 
 
Normas Gerais para Execução do Exame Físico 
- Solicitar a colaboração do paciente; 
- A iluminação deve ser adequada (homogênea e sem sombras); 
- Respeitar a privacidade do paciente; 
- Explicar sobre os procedimentos realizados; 
- Realizar o exame no sentido céfalo-caudal (podálico); 
- As mãos do examinador devem estar aquecidas e as unhas, curtas; 
- O paciente deve estar relaxado e confortável; 
- Em órgãos pares (ouvidos, olhos, rins, outros) deve-se iniciar o exame pelo lado não-afetado; 
- Monitorar a expressão facial do paciente em relação a manifestações de desconforto ou dor; 
- Evitar interrupções e/ou interferências; 
- Evitar comentários e expressões acerca dos problemas encontrados; 
Instrumentos e Aparelhos Usados para a Execução do Exame Físico; 
Alguns instrumentos e aparelhos auxiliam o enfermeiro na avaliação física do paciente; 
FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: Semiologia e Semiotécnica: atuação do 
técnico de enfermagem nos diversos procedimentos de assistência ao 
paciente/cliente 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 2 
- Estetoscópio; 
- Esfigmomanômetro; 
- Fita métrica; 
- Termômetro; 
- Balança antropométrica; 
- Espátula; 
- Agulhas; 
- Bolas de algodão secas e em álcool; 
- Garrote; 
- Lanterna; 
- Martelo de reflexos; 
 
Métodos Propedêuticos de Avaliação Física 
A avaliação física é obtida através da utilização dos métodos propedêuticos: inspeção, palpação, 
percussão e ausculta. 
 
Inspeção 
É o ato de observar e inspecionar. É um método em que se utiliza o sentido da visão na avaliação do 
aspecto, cor, forma, tamanho e movimento das diversas áreas corporais. A inspeção pode ser estática, 
quando é realizada como o paciente em repouso, ou dinâmica, na qual o examinador observa os 
movimentos corporais do paciente e as alterações decorrentes dos mesmos. No primeiro contato com o 
paciente faz-se uma inspeção geral em que o enfermeiro observa o estado aparente de saúde, nível de 
consciência, estado nutricional e de hidratação, estatura, postura, atividade motora, cor da pele, higiene 
pessoal, humor e tipo de fala. A inspeção específica é realizada no exame dos diversos aparelhos. 
 
Palpação 
É a utilização do sentido do tato com o objetivo de explorar a superfície corporal - palpação superficial 
- e os órgãos internos - palpação profunda. A palpação confirma dados da inspeção e permite a obtenção 
de novos indícios como alteração da textura, tamanho, forma, consistência, sensibilidade (tátil, térmica e 
dolorosa), elasticidade, temperatura, posição e característica de cada órgão, resistência muscular, 
presença de massas e outros. Existem várias técnicas de palpação e sua escolha depende do local a ser 
examinado e do que se pretende investigar. 
- Mão espalmada (usa-se toda a palma de uma ou de ambas as mãos). 
- Mão em garra. 
- Mão espalmada, usando-se apenas as polpas digitais e a parte ventral dos dedos. Uma das mãos 
superpondo-se à outra. 
- Em pinça, formada pelo polegar e indicador. 
- Com o dorso das mãos. 
- Digitopressão (comprime-se uma área com a polpa do polegar ou indicador). 
- Fricção com algodão. 
- Palpação bimanual (uma das mãos aproximada a estrutura a ser examinada e a outra realiza a 
palpação). 
 
Percussão 
É o golpeamento leve de uma área a ser pesquisada, utilizando-se a parte ulnar dos dedos: percussão 
dígito-digital percussão com a borda cubital da mão ou com instrumento próprio, originando sons 
vibratórios. No golpeamento leve da estrutura e na interpretação do som gerado utilizam-se os sentidos 
do tato e da audição. A percussão é utilizada principalmente para se delimitar é órgãos, detectar coleções 
de líquido ou ar e perceber formações fibrosas teciduais. 
O som gerado da percussão tem características próprias quanto a intensidade, timbre e tonalidade, 
refletindo a densidade da superfície subjacente. Quanto mais densa a área percutida, maior, menos 
discernível e mais breve será o som. O som é influenciado pela espessura da parede e pela natureza das 
estruturas subjacentes. O som maciço é obtido quando se percutem regiões sólidas, desprovidas de ar, 
como baço, fígado, rins e músculos; o som submaciço decorre da percussão de regiões relativamente 
densas, com quantidade restrita de ar, como a região de transição entre o parênquima pulmonar e um 
órgão sólido; timpânico é o som produzido pela percussão de cavidades fechadas que contêm ar, como 
o estômago. 
A percussão pode ser realizada levemente golpeando-se diretamente a estrutura percussão direta, 
utilizando-se o dedo médio ou a borda cubital da mão. A percussão indireta ou dígito-digital é realizada 
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. 3 
pressionando-se o dedo médio de uma das mãos sobre a área a ser percutida enquanto, com o dedo 
médio da outra mão, golpeia-se a falange distal com movimentos rápidos e repetidos, que devem ser 
iniciados da articulação do punho. Somente o dedo médio deve comprimir a parede, evitando o 
abafamento do som pelos outros dedos. 
 
Ausculta 
Consiste na aplicação do sentido da audição para ouvir sons ou ruídos produzidos pelos órgãos. Esses 
sons são decorrentes da vibração das estruturas entre sua origem e a superfície corporal. A vibração 
sonora pode ser captada diretamente pelo ouvido do examinador - ausculta direta - ou com auxílio do 
estetoscópio - ausculta indireta. A ausculta é geralmente usada para avaliar ruídos respiratórios normais 
e patológicos, bulhas cardíacas normais e suas alterações, fluxo sangüíneo passando pelos vasos e 
ruídos do trato gastrintestinal. 
Os tipos de som variam de acordo com o órgão auscultado e são caracterizados quanto a duração, 
intensidade, altura, ritmo e timbre. 
 
Exame físico da cabeça 
A cabeça posiciona-se na linha média do corpo - ereta. 
Problemas de desvio são comuns nos torcicolos, nos problemas de audição, estrabismos. 
Movimentos anormais mais frequentes são os tiques, os tremores etc. 
O exame completo da cabeça compreende a avaliação do: crânio, face, olhos, nariz, seios paranasais, 
boca, orelhas. 
 
1) Crânio 
Na avaliação do crânio utiliza-se as técnicas de inspeção e palpação. Verifica-se: 
Tamanho e2 CIANCIARULLO, T.I. et al (Orgs). Sistema de assistência de enfermagem: evolução e tendências. São Paulo: Ícone, 2001. 
EBISUI, C.T.N. Procedimentos de Enfermagem. Reedição revisada e ampliada. São Paulo: Copidart, 2002. 
Assistência do técnico de enfermagem ao paciente visando atender as 
necessidades terapêuticas 
 
Registro de enfermagem 
 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 39 
paciente, como abdome distendido, timpânico, etc.; visto que, para a obtenção destes dados, é necessário 
ter realizado o exame físico prévio, que constitui ação privativa do enfermeiro. 
 
As Anotações de Enfermagem são registros de: 
- Todos os cuidados prestados – incluem as prescrições de enfermagem e médicas cumpridas, além 
dos cuidados de rotina, medida de segurança adotadas, encaminhadas ou transferência de setor, entre 
outros; 
- Sinais e sintomas – incluem os identificados através da simples observação e os referidos pelo 
paciente. Importante destacar que os sinais vitais mensurados devem ser registrados pontualmente, ou 
seja, os valores exatos aferidos, e não normotenso, normocárdico, etc.; 
- Intercorrências – incluem o fatos ocorridos com o paciente e medidas adotadas. 
 
Devem ser registradas em formulário/documentos, com cabeçalho devidamente preenchido com os 
dados do paciente, de acordo com os critérios estabelecidos na instituição. 
 
RESOLUÇÃO COFEN Nº 545/20173 
 
Anotação de Enfermagem e mudança nas siglas das categorias profissionais. 
 
O Conselho Federal de Enfermagem – Cofen, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei 
nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento Interno da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen 
nº 421, de 15 de fevereiro de 2012, e 
 
CONSIDERANDO o art. 8º, inciso IV, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973 que dispõe sobre a 
competência do Cofen em baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedimento 
e bom funcionamento dos Conselhos Regionais; 
CONSIDERANDO o disposto no art. 22, X e XI, do Regimento Interno do Cofen, aprovado pela 
Resolução Cofen nº 421/2012, que autoriza o Conselho Federal de Enfermagem a baixar Resoluções, 
Decisões e demais instrumentos legais no âmbito da Autarquia; 
CONSIDERANDO o prescrito no artigo 23, inciso XIV, do Regimento Interno do Cofen, que dispõe 
sobre a competência do Plenário do Cofen em deliberar sobre pareceres e instruções para uniformidade 
de procedimentos, e regular funcionamento dos Conselhos Regionais de Enfermagem; 
CONSIDERANDO a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 
1987, que regulamentam o exercício da Enfermagem; 
CONSIDERANDO a Resolução Cofen n.º 311/2007, que aprovou a reformulação do Código de Ética 
dos Profissionais de Enfermagem; 
CONSIDERANDO o disposto na Resolução Cofen nº. 358/2009 que dispõe sobre a Sistematização da 
Assistência de Enfermagem – SAE, nas Instituições de Saúde Brasileiras; 
CONSIDERANDO a Resolução Cofen nº. 429/2012, que dispõe sobre o registro das ações 
profissionais no prontuário do paciente, e em outros documentos próprios da enfermagem, independente 
do meio de suporte – tradicional ou eletrônico; 
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do Cofen, durante a realização de sua 486ª ROP, bem 
como todos os documentos acostados ao Processo Administrativo Cofen no 0348/2016; 
 
RESOLVE: 
 
Art. 1º Ficam adotadas as normas contidas nesta Resolução para a anotação e o uso do número de 
inscrição, ou autorização, nos Conselhos Regionais, pelos integrantes das várias categorias 
compreendidas nos serviços de Enfermagem. 
 
Art. 2º A anotação do número de inscrição dos profissionais de Enfermagem é feita com a sigla do 
Coren, acompanhada da sigla da Unidade da Federação onde está sediado o Conselho Regional, seguida 
do número de inscrição, separados todos os elementos por hífen. 
§ 1º Os dados contidos no artigo segundo deverão constar do carimbo do profissional, pessoal e 
intransferível; 
§ 2º Em ambos os casos descritos no parágrafo anterior, o profissional deverá apor sua assinatura 
sobre os dados descritos ou rubrica. 
 
3 http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05452017_52030.html - Acesso em 04/09/2018 às 15h45min. 
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. 40 
Art. 3º As categorias profissionais de enfermagem deverão ser indicadas pelas seguintes siglas: 
a) ENF, para Enfermeiro; 
b) OBST, para Obstetriz. 
c) TE, para Técnico de Enfermagem; 
d) AE, para Auxiliar de Enfermagem, e 
e) PAR , para Parteira. 
 
Art. 4º A anotação do número de autorização é feita com a sigla AUT seguida da sigla da Unidade da 
Federação onde está sediado o Conselho Regional e do número da autorização, separadas as siglas por 
barra e o número por hífen. 
Parágrafo único A categoria referida neste artigo é o Atendente de Enfermagem, que é indicado pela 
sigla AT. 
 
Art. 5º É obrigatório o uso do carimbo, pelo profissional de Enfermagem nos seguintes casos: 
I – em recibos relativos a percepção de honorários, vencimentos e salários decorrentes do exercício 
profissional; 
II – em requerimentos ou quaisquer petições dirigidas às autoridades da Autarquia e às autoridades 
em geral, em função do exercício de atividades profissionais; e, 
III – em todo documento firmado, quando do exercício profissional, em cumprimento ao Código de 
Ética dos Profissionais de Enfermagem. 
 
Art. 6º A inobservância do disposto na presente Resolução submeterá o infrator às normas contidas 
no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. 
 
Art. 7º Os Conselhos Regionais observarão a presente norma e divulgarão os termos desta Resolução, 
zelando por sua estrita observância bem como promovendo as medidas necessárias à punição dos 
infratores, nos termos da legislação em vigor. 
 
Art. 8º A presente Resolução entra em vigor na data de sua assinatura e publicação no Diário Oficial 
da União, revogada a Resolução Cofen nº 191/1996 e demais disposições em contrário. 
 
Brasília-DF, 9 de maio de 2017 
 
MANOEL CARLOS N. DA SILVA 
 
Questões 
 
01. (IF-PA - Auxiliar de Enfermagem – FUNRIO/2016) As anotações de enfermagem são registros 
importantes para a continuidade e avaliação da assistência prestada aos usuários da unidade de saúde. 
A correta anotação de enfermagem deve obedecer aos seguintes princípios, EXCETO: 
(A) fazer sempre as anotações somente ao final da jornada de trabalho para evitar rasuras. 
(B) ler a anotação anterior antes de realizar o novo registro. 
(C) utilizar terminologia adequada, evitando abreviaturas não previstas na literatura. 
(D) priorizar a descrição de características como tamanho, quantidade, coloração e formato. 
(E) registrar todas as medidas de segurança utilizadas par proteger o paciente. 
 
02. (Pref. Fortaleza-CE - Técnico em Enfermagem – 2016) A importância do registro no prontuário 
reside no fato de que a equipe de enfermagem é a única que permanece continuamente ao lado do 
paciente, podendo informar, com detalhes, todas as ocorrências clínicas. Sobre a anotação de 
enfermagem, marque o item correto. 
(A) Caso o tratamento prescrito não seja realizado, não é necessário fazer anotação. 
(B) Os dados podem ser registrados a caneta ou lápis, preferencialmente sem rasuras. 
(C) O registro deve ser realizado após a prestação do cuidado, verificando intercorrências e 
identificando a hora exata do evento. 
(D) Ao final do registro, deve-se assinar a anotação e colocar o número de inscrição do Conselho 
Regional de Enfermagem, quando for norma da instituição de saúde. 
 
03.(TJ-PE - Técnico em Enfermagem – FCC) Ao proceder o registro de informações escritas na 
anotação de enfermagem recomenda-se 
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. 41 
(A) realizar o registro imediatamente após a ocorrência dos fatos e da execução do procedimento. 
(B) utilizar termos como “bom”, “regular”, “normal”, pois tornama leitura mais objetiva. 
(C) manter espaço em branco entre um registro e outro. 
(D) usar corretivos e borrachas para correção de erros de documentação, ocultando o registro inicial. 
(E) descrever o fato, emitir opiniões e juízo de valor, baseando-se em princípios pessoais e éticos da 
profissão. 
 
04. (TER-AL - CESPE) As anotações de enfermagem são registros realizados pelos membros da 
equipe de enfermagem sobre as ocorrências e sobre todos os cuidados prestados aos pacientes, 
devendo, obrigatoriamente, ser acompanhadas da assinatura e do número do registro no COREN da 
pessoa que as realizou. 
( )Certo ( )Errado 
 
05. (UFRN) Em relação aos registros e às anotações de enfermagem no prontuário do paciente, é 
importante que: 
(A) as anotações se limitem aos aspectos relativos à doença ou ao agravo do paciente, pois as demais 
anotações são desnecessárias. 
(B) as informações sejam breves e resumidas, devendo-se usar abreviaturas e códigos, pois o 
importante são os dados estatísticos. 
(C) as informações sejam registradas de forma clara, objetiva e completa, com grafia legível, a devida 
assinatura e o número do registro do profissional no Conselho. 
(D) as anotações de enfermagem e checagem não contenham a assinatura nem o número do registro 
do profissional no Conselho, pois não se trata de um documento oficial. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.C / 03.A / 04.Certo / 05.C 
 
Comentários 
 
01.Resposta: A 
De maneira geral, toda anotação de enfermagem deve ser precedida de data e hora e após cada 
registro. 
Escrever de forma clara é obedecer uma sequência dos fatos, tanto lógica, quanto cronológica, para 
que seja possível o entendimento dos fatos pelo cliente/ paciente. Ainda nesse contexto inclui o que já foi 
citado anteriormente, sobre a escrita legível, e deve ser livre de correções com “branquinho”, 
“esparadrapo”, riscos ou afins. Em caso de erro, deve-se utilizar a palavra “digo” e continuar. 
Para que não haja esquecimento da cronologia ou do momento dos cuidados e situações ocorridas 
com o paciente, os registros devem ser realizados logo após sua constatação ou realização. 
 
02.Resposta: C 
Devem ser precedidas da data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao final de 
cada registro. 
 
03.Resposta: A 
Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e cronológica; 
 
04.Respota: Certo 
Conter observações efetuadas, cuidados prestados, seja, eles os já padronizados, de rotina e 
específico. 
Devem ser precedidas da data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao final de 
cada registro. 
 
05.Respota: C 
Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e cronológica. 
 
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INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
Qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta 
quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, 
como, por exemplo, uma cirurgia. 
O diagnóstico de infecção hospitalar envolve o uso de alguns critérios técnicos, previamente 
estabelecidos: 
-Observação direta do paciente ou análise de seu prontuário. 
-Resultados de exames de laboratório. 
-Quando não houver evidência clínica ou laboratorial de infecção no momento da internação no 
hospital, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar 
após 72 horas da admissão no hospital. 
-Também são convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 horas da 
internação, quando associadas a procedimentos médicos realizados durante esse período. 
-Os pacientes transferidos de outro hospital são considerados portadores de infecção hospitalar do 
seu hospital de origem. 
-As infecções de recém-nascidos são hospitalares, com exceção das transmitidas pela placenta ou 
das associadas a bolsa rota superior a 24 horas. 
 
Qualquer pessoa que é obrigada a internar-se em ambiente hospitalar para tratamento médico está 
sujeita a contrair uma infecção hospitalar, que está diretamente relacionada ao tempo de internação e 
procedimento a ser realizado. 
Em procedimentos cirúrgicos sempre existem mais riscos de contrair infecção do que em uma 
internação sem procedimentos já que Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ou Centros Cirúrgicos 
são locais onde há muito mais chances de contrair infecção. 
 
Sintomatologia 
Os sintomas são relacionados ao local do procedimento ou envolvem algum sistema, como respiratório 
ou urinário. Pacientes graves podem ter comprometimento de todo o organismo. 
 
Tratamento 
Após o diagnóstico de infecção hospitalar, o tratamento é feito sempre com antibióticos injetáveis e 
por período de 14 a 30 dias. 
 
Prevenção 
A prevenção de infecções hospitalares por todo o mundo depende muito mais da instituição 
hospitalar e de seus trabalhadores do que dos pacientes, já que ninguém se interna com intenção de 
contrair doenças dentro do hospital. 
Os cuidados para não ocorrer elevado número de infecções e sua prevenção e controle envolvem: 
- medidas de qualificação da assistência hospitalar; 
- de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do município e estado. 
 
Assepsia é o processo pelo qual são afastados os micro-organismos patogênicos de um local 
ou objeto. Em um hospital, a assepsia é essencial para evitar as infecções. São exemplos de assepsia: 
- O ato de lavar as mãos (impede a transferência de micro-organismos presentes na mão do agente 
de saúde para o paciente). 
- A esterilização dos materiais. 
- Não tossir, espirrar, e nem mesmo falar sobre material esterilizado. 
- Uso de papel toalha para as mãos. 
- Não sentar nas camas dos pacientes. 
- Não colocar materiais no chão (comadre, bacia). 
- Remoção das bactérias da pele (banho, limpeza). 
 
Prevenção e controle de infecções 
 
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. 43 
Fica claro, portanto, que as medidas para a prevenção das infecções hospitalares são de 
responsabilidade do hospital e de seus funcionários. A padronização das técnicas de assepsia é o 
meio mais eficaz de evitar as infecções hospitalares. 
Os hospitais devem contar com uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para: 
- fazer o diagnóstico de casos de infecção hospitalar; 
- padronizar as técnicas de assepsia; 
- promover o treinamento de funcionários; 
- ajudar no planejamento do espaço físico do hospital; 
- controlar a utilização de antibióticos no trato das infecções (para impedir o uso abusivo), entre outras 
atribuições. 
 
Fonte de infecção relacionada ao ambiente 
 
O ar, a água e as superfícies inanimadas verticais e horizontais fazem parte do meio ambiente de uma 
instituição de saúde. Particularmente no hospital, o ambiente pode tornar-se foco de infecção hospitalar, 
embora estudos tenham demonstrado não ser esse o principal meio de transmissão. 
Os cuidados com o ambiente estão centrados principalmente nas ações de limpeza realizadas pelo 
Serviço de Higiene Hospitalar. Há uma estreita relação deste com o Serviço de Prevenção e Controle 
de Infecção Hospitalar, cabendo-lhe as seguintes incumbências: 
- padronizar produtos a serem utilizados na limpeza; 
- normatizar ou indicar o uso de germicidas para as áreas críticas ou para as demais, quando 
necessário; 
- participar de treinamentos e dar orientação técnica à equipe de limpeza; 
- participar da elaboração ou atualização de manuais a respeito do assunto. 
 
Fonte de infecção relacionada à equipe de saúde 
 
A equipe de saúde tem importante papel na cadeia de transmissão da infecção hospitalar ou domiciliar. 
As práticas adotadas para sua prevenção visam controlar a propagação de microrganismos que habitam 
o ambiente hospitalar e diminuir os riscos do paciente vir a adquirir uma infecção. Por outro lado, tanto as 
medidas gerais como as específicas de prevenção e controle de infecção implantadasna instituição 
também direcionam-se para proteger o próprio trabalhador que ali desempenha sua função, quer seja 
prestando assistência direta ao paciente, como no caso do auxiliar de enfermagem ou do enfermeiro, 
quer seja indiretamente, como o funcionário da higiene hospitalar, da lavanderia ou da nutrição e dietética. 
Toda a equipe de saúde tem responsabilidade com relação à prevenção da infecção hospitalar, 
devendo fazer correto uso das técnicas assépticas, dos equipamentos de proteção individual (EPI) 
e ou coletivo (EPC), quando necessário. Por sua vez, o empregador tem a responsabilidade de 
disponibilizar os recursos necessários à efetivação desses cuidados. A prevenção e o controle da infecção 
fundamentam-se nos princípios de assepsia, mediante a utilização de medidas para impedir a penetração 
de microrganismos (contaminação) em local onde não estejam presentes. 
As técnicas de assepsia devem ser utilizadas por todos os profissionais de saúde em todos os 
procedimentos, e são agrupadas sob a denominação de assepsia médica e cirúrgica. A assepsia 
médica, refere-se às medidas adotadas para reduzir o número de microrganismos e evitar sua 
disseminação; e a assepsia cirúrgica, para impedir a contaminação de uma área ou objeto estéril. As 
medidas que visam reduzir e prevenir o crescimento de microrganismos em tecidos vivos são 
denominadas antissepsia. 
A adesão da equipe às medidas gerais de prevenção e controle de infecção ainda dependem da 
conscientização e mudança de hábitos dos profissionais. Entretanto, sua adoção implica a realização de 
atos simples e de fácil execução, tais como: 
- lavar sempre as mãos antes de realizar qualquer procedimento - um dos mais importantes 
meios para prevenir a infecção cruzada; 
- manter os cabelos longos presos durante o trabalho, pois quando soltos acumulam sujidades, poeira 
e microrganismos, favorecendo a contaminação do paciente e do próprio profissional; 
- manter as unhas curtas e aparadas, pois as longas facilitam o acúmulo de sujidades e 
microrganismos; 
- evitar o uso de joias e bijuterias, como anéis, pulseiras e demais adornos, que podem constituir-se 
em possíveis fontes de infecção pela facilidade de albergarem microrganismos em seus sulcos e 
reentrâncias, bem como na pele subjacente; 
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. 44 
- não encostar ou sentar-se em superfícies com potencial de contaminação, como macas e camas de 
pacientes, pois isto favorece a disseminação de microrganismos. 
 
Infecção 
 
É a resposta inflamatória provocada pela invasão ou presença de micro-organismos em tecidos 
orgânicos. 
 
Infecção Comunitária 
 
É a infecção constatada ou em incubação no ato da admissão hospitalar do paciente, desde que não 
relacionada com internação anterior. 
São também comunitárias: 
- a infecção que está associada à complicação ou extensão da infecção já presente na admissão 
hospitalar, a menos que haja troca de micro-organismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos 
da aquisição de nova infecção; 
- a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é reconhecida ou foi 
comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose, 
rubéola, citomegalovirose, sífilis, Aids); 
- as infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 horas (vinte e quatro horas). 
 
Princípios: 
- evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; 
- resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa de 
antígenos, anticorpos e métodos de visualização realizados; 
- evidências de estudos com métodos de imagem; 
- endoscopia; 
- biópsia e outros. 
 
Critérios gerais 
- quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe 
diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado 
infecção hospitalar; 
- quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e 
ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se como infecção hospitalar 
toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a 
admissão; 
- são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e 
duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e ou terapêuticos, 
realizados durante esse período; 
- as infecções do recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma 
transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota durante esse período; 
- pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores 
de infecção hospitalar do hospital de origem. Nestes casos, a Coordenação Estadual/Distrital/Municipal e 
ou hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio como infecção hospitalar naquele 
hospital. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS POR POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DA INCISÃO 
CIRÚRGICA. 
- as infecções pós-cirúrgicas devem ser analisadas conforme o potencial de contaminação da ferida 
cirúrgica, entendido como o número de microrganismos presentes no tecido a ser operado; 
- a classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo com 
as seguintes indicações: 
 
Cirurgias Limpas 
 
São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de 
processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas com cicatrização 
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de primeira intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos 
digestório ou urinário. 
- artroplastia de quadril; 
- cirurgias cardíacas; 
- herniorrafia; 
- neurocirurgia; 
- cirurgias ortopédicas eletivas; 
- anastomose porto-cava; 
- anastomose esplenectomia; 
- mastectomia; 
- enxertos cutâneos; 
- vagotomia supra-seletiva sem drenagem; 
- cirurgias vasculares; 
- cirurgias torácicas; 
- cirurgias sobre o trato respiratório intratorácico ou baixo. 
- cirurgias de peritônio: baço, fígado, pâncreas, músculos, ossos, articulações, ovários, trompas, pele, 
tecido celular subcutâneo, próstata sem acesso uretral, bexiga sem acesso uretral, ureter, bacinetes. 
O índice ideal máximo de infecção esperado neste tipo de cirurgia é de até 2%, porém, segundo o 
Colégio Americano de Cirurgiões, pode atingir até 5%. 
 
Cirurgias Potencialmente Contaminadas 
 
São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos 
de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas 
discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-se nessa categoria. Ocorre 
penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. 
- histerectomia abdominal; 
- cirurgia eletiva de intestino delgado; 
- cirurgia de vias biliares; 
- cirurgia esofágica, gástrica, duodenal e de íleo; 
- feridas traumáticas limpas; 
- cirurgias de ouvido externo; 
- cirurgia de uretra; 
- cirurgia de útero cujo acesso não seja o vaginal; 
- quebra menor da técnica asséptica; 
- drenagem mecânica. 
O índice ideal máximo de infecção esperado neste tipo de cirurgia é de até 10%. 
 
Cirurgias Contaminadas 
 
São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação 
seja difícil ou impossível, bem como aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras e na 
ausência de supuração local. 
- apendicectomia sem supuração; 
- cirurgia de cólon, reto e ânus; 
- cirurgia de vulva e vagina; 
- cirurgia de vias biliares em presença de bile contaminada; 
- cirurgia intranasal; 
- cirurgia oral e dental; 
- cirurgia de orofaringe; 
- fraturas expostas; 
- fraturas traumáticas recentes; 
- cirurgiascom quebra da técnica asséptica (por exemplo: massagem cardíaca a céu aberto). 
Estes procedimentos apresentam um índice de infecção esperando elevado, entretanto não superior 
a 15-20%. 
 
 
 
 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 46 
Cirurgias infectadas 
 
São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de 
processo infeccioso (supuração local) e ou tecido necrótico. 
- cirurgia de reto e ânus com pus; 
- cirurgia abdominal em presença de conteúdo de cólon e pus; 
- nefrectomia com infecção; 
- feridas traumáticas abertas tardias (depois de 10 horas); 
- parto normal ou cesariana com bolsa rota há mais de 6 horas. 
O índice de infecção esperando para estes procedimentos varia de 28 a 40% 
 
Tipos De Infecções 
Infecções Preveníveis 
 
São aquelas passíveis de serem controladas e reduzidas a níveis aceitáveis. Ex: pacientes em uso de 
cateteres vesicais, venosos etc. 
 
Infecções Não-Preveníveis 
 
São aquelas que dependem basicamente do hospedeiro (paciente) e sua imunidade e não tanto dos 
fatores externos. Ex: infecção em RN prematuros, pacientes terminais, idosos, imunodeprimidos etc. 
 
Infecção Cruzada 
 
É a infecção transmitida de paciente para paciente, geralmente por intermédio de profissionais 
de saúde e que também é considerada infecção hospitalar. 
 
Colonização – é o aumento de um ou mais tipo de microrganismo sem causar uma reação patogênica. 
 
Isolamento 
 
Define-se como isolamento o conjunto de medidas adotadas para fazer uma barreira que impeça 
a disseminação de agentes infecciosos de um paciente para outro, para os visitantes e ou para o 
meio ambiente. 
Está indicado nas doenças transmissíveis, em situações definidas e, apenas durante o período de 
transmissibilidade das doenças. Portanto, esta recomendação sobre isolamento deve se completar com 
o período de incubação e de transmissão das doenças. 
Chama-se de isolamento, toda vez que for necessário quarto individual; nas precauções, o quarto será 
individual apenas quando possível. 
 
Normas gerais de isolamento 
 
Para todo paciente que necessite de qualquer tipo de isolamento, deve-se: 
- orientar todos os familiares antes da admissão do paciente na área de isolamento quanto ao provável 
tempo de internamento nessa área, cuidados e medidas de biossegurança; 
- proibir visitas aos pacientes isolados, principalmente de crianças; 
- os prontuários e papeletas não deverão ser levados para dentro da área de isolamento. As anotações 
poderão ser em papel à parte e logo repassadas para o prontuário; 
- a mobília do local de isolamento deverá ser mínima e os utensílios alimentares, descartáveis; 
- o material para curativos deverá ser unitário e calculado de acordo com o número de curativos a 
serem realizados; 
- a roupa de cama e a do paciente deverão ser delicadamente trocadas e encaminhadas à lavanderia 
em sacos duplos; 
- objetos de uso pessoal deverão ser desinfetados. 
 
Doenças que requerem isolamento total 
 
São as doenças altamente contagiosas e com grande virulência, que podem ser transmitidas 
pelo ar e pelo contato direto e ou indireto. Tais doenças requerem quarto privativo, ficando o 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 47 
paciente/doente sozinho ou junto com outras pessoas com a mesma doença. A porta do quarto deverá 
estar sempre fechada. 
É obrigatório para se entrar no quarto de paciente em Isolamento Total o uso de: 
- precaução Universal ou Padrão (avental, máscara, luvas - ao manipular o paciente/doente -, óculos); 
- a lavagem das mãos antes e após manuseio do paciente e ou procedimentos; 
- os aventais deverão ser individuais. E, antes de deixar o quarto, o profissional de saúde deve 
dispensá-los em local apropriado. Deve-se calcular a quantidade de aventais para cada período de 24 
horas de acordo com o número de funcionários que irão utilizá-los; 
- máscaras e luvas deverão ser de uso pessoal, utilizadas uma única vez, devendo ser colocadas em 
área limpa e dispensadas em área contaminada. Nunca se deve deixar a máscara pendurada no pescoço, 
e, ao utilizá-la deve cobrir a boca e o nariz. 
 
IMPORTANTE: 
A limpeza e desinfecção da área deverão ser feitas diariamente, e após alta ou óbito, conforme 
normatização da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). 
Deverão ser normatizadas tanto as técnicas quanto os materiais de limpeza, os equipamentos de 
proteção individual e as soluções a serem usadas (detergente neutro, desinfetantes). 
Todo pessoal que trabalhe no setor quer administrativo, quer técnico, deverá ser sistematicamente 
treinado e ou avaliado clinicamente e imunologicamente. 
 
Doenças a Serem Isoladas 
 
Isolamento Respiratório: 
- Caxumba; 
- Coqueluche; 
- Estreptococo beta-hemolítico (amigdalite, escarlatina); 
- Herpes zoster (contato com imunodeprimido); 
- Meningite por Haemophilus; 
- Meningite meningocócica; 
- Pneumonia estafilocócica; 
- Rubéola; 
- Sarampo; 
- TB (escarro positivo); 
 
Isolamento Protetor: 
- Agranulocitose; 
- Dermatite bolhosa, vesicular ou eczematosa extensa; 
- Imunodeprimido grave; 
- Queimadura extensa. 
 
Medidas para a prevenção e o controle de infecções4 
 
Controle de Infecção em Serviços de Saúde 
 
O Programa de Controle de Infecção em Serviços de Saúde é sinônimo de controle de qualidade. Por 
isso, essa atividade está sendo desenvolvida pela Anvisa com muito engajamento, em parceria com 
Vigilâncias Sanitárias estaduais, municipais, hospitais públicos e privados, instituições de ensino e 
profissionais de saúde. A meta maior é divulgar ações que possam prevenir as infecções adquiridas nas 
unidades de saúde - hospitais, clínicas e ambulatórios. 
 
Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar 
 
As atividades do Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) foram 
delineadas pela Lei nº 9431, de 6 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a obrigatoriedade dos 
hospitais manterem um Programa de Infecções Hospitalares e criarem uma Comissão de Controle 
de Infecções Hospitalares (CCIH) para execução deste controle. 
 
 
4 http://www.anvisa.gov.br 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 48 
LEI Nº 9.431, DE 6 DE JANEIRO DE 19975 
 
Dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de programa de controle de infecções hospitalares 
pelos hospitais do País. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1º Os hospitais do País são obrigados a manter Programa de Controle de Infecções Hospitalares 
- PCIH. 
§ 1° Considera-se programa de controle de infecções hospitalares, para os efeitos desta Lei, o 
conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução máxima possível 
da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. 
§ 2° Para os mesmos efeitos, entende-se por infecção hospitalar, também denominada institucional 
ou nosocomial, qualquer infecção adquirida após a internação de um paciente em hospital e que se 
manifeste durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a 
hospitalização. 
 
Art. 2° Objetivando a adequada execução de seu programa de controle de infecções hospitalares, os 
hospitais deverão constituir: 
I - Comissão de Controle de Infecções Hospitalares; 
II - (VETADO) 
 
Art. 3° (VETADO) 
 
Art. 4° (VETADO) 
 
Art. 5° (VETADO) 
 
Art. 6° (VETADO) 
 
Art. 7° (VETADO) 
 
Art. 8° (VETADO) 
 
Art. 9° Aos que infringirem as disposições desta Lei aplicam-se as penalidades previstas na Lei n° 
6.437, de 20 de agosto de 1977. 
 
Art. 10. (VETADO) 
 
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário. 
 
Brasília, 6 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República. 
 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
 
As diretrizes e normas que viabilizaram o planejamento do programa foram definidaspela 
Portaria GM nº 2.616, de 12 de maio de 1998. De acordo com esta Portaria, as Comissões de 
Controle de Infecções Hospitalares devem ser compostas por membros consultores e executores, 
sendo esses últimos representantes do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e 
responsáveis pela operacionalização das ações programadas do controle de infecção hospitalar. 
 
 
 
 
 
 5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9431.htm - Acesso em 04/09/2018 às 15h45min. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 49 
Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 19986 
 
O Ministro de Estado da Saúde, Interino, no uso das suas atribuições que lhe confere o art. 87, inciso 
II da Constituição, e 
 
Considerando as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos 
hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da assistência hospitalar, de 
vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes ao 
seu funcionamento; 
Considerando que o Capítulo I art. 5º e inciso III da Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, estabelece 
como objetivo e atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), “a assistência às pessoas por intermédio 
de ações de promoção, proteção e recuperação da Saúde com a realização integrada das ações 
assistenciais e das atividades preventivas”, 
Considerando que no exercício da atividade fiscalizadora os órgãos estaduais de saúde deverão 
observar, entre outros requisitos e condições, a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de meios 
de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes, pacientes e dos 
circunstantes (Decreto nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976, art. 2º, inciso IV); 
Considerando os avanços técnico-científicos, os resultados do Estudo Brasileiro da Magnitude das 
Infecções hospitalares. Avaliação da Qualidade das Ações de Controle de Infecção Hospitalar, o 
reconhecimento mundial destas ações como as que implementam a melhoria da qualidade da assistência 
à Saúde, reduzem esforços, problemas, complicações e recursos; 
Considerando a necessidade de informações e instrução oficialmente constituída para respaldar a 
formação técnico-profissional, resolve: 
 
Art. 1º Expedir, na forma dos anexos I, II, III, IV, e V, diretrizes e normas para a prevenção e o controle 
das infecções hospitalares. 
 
Art. 2º As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com 
vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções dos hospitais, compõem o 
Programa de Controle de infecções Hospitalares. 
 
Art. 3º A secretaria de Política de Saúde, do Ministério da Saúde, prestará cooperação técnica às 
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, a fim de orientá-las sobre o exato cumprimento e 
interpretação das normas aprovadas por esta Portaria. 
 
Art. 4º As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão adequar as normas conforme prevê 
a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
 
Art. 5º A inobservância ou o descumprimento das normas aprovadas por esta Portaria sujeitará o 
infrator ao processo e às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, ou outra que a 
substitua, com encaminhamento dos casos ou ocorrências ao Ministério Público e órgãos de defesa do 
consumidor para aplicação da legislação pertinente (Lei nº 8.078/90 ou outra que a substitua). 
 
Art. 6º Este regulamento deve ser adotado em todo território nacional, pelas pessoas jurídicas e físicas, 
de direito público e privado envolvidas nas atividades hospitalares de assistência à saúde. 
 
Art. 7º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 8º Fica revogada a Portaria nº 930, de 27 de agosto de 1992. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html - Acesso em 04/09/2018 às 15h46min. 
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. 50 
Programa de Controle de Infecção Hospitalar 
 
ANEXO I 
ORGANIZAÇÃO 
 
1. O Programa de Controle de Infecção Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas 
deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das 
infecções hospitalares. 
 
2. Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das 
ações de controle de infecção hospitalar. 
2.1 A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente 
designados. 
2.2 Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores. 
2.2.1 O presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela 
direção do hospital. 
2.3 Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços: 
2.3.1 serviço médico; 
2.3.2 serviço de enfermagem; 
2.3.3 serviço de farmácia; 
2.3.4 laboratório de microbiologia; 
2.3.5 administração. 
2.4 Os hospitais com número de leitos igual ou inferior a 70 (setenta) atendem os números 2.3.1 e 
2.3.2. 
2.5 Os membros executores da CCIH representam o Serviço de Controle de Infecção hospitalar e, 
portanto, são encarregados da execução programada de controle de infecção hospitalar; 
2.5.1. Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde 
para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis) 
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais. 
2.5.1.1. - Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. 
2.5.1.2. - A carga horária diária, dos membros executores, deverá ser calculada na base da 
proporcionalidade de leitos indicado no número 2.5.1. 
2.5.1.3. - Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos, a CCIH deverá ser acrescida de 
outros profissionais de nível superior da área de saúde. Os membros executores terão acrescidas 2 (duas) 
horas semanais de trabalho para cada 10 (dez) leitos ou fração. 
2.5.1.3.1. Para fins desta Portaria, consideram-se pacientes críticos: 
2.5.1.3.1.1. pacientes de terapia intensiva (adulto, pediátrico e neonatal); 
2.5.1.3.1.2. pacientes de berçário de alto risco; 
2.5.1.3.1.3. pacientes queimados; 
2.5.1.3.1.4. pacientes submetidos a transplantes de órgãos; 
2.5.1.3.1.5. pacientes hemato-oncológicos; 
2.5.1.3.1.6. pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. 
2.5.1.4 - Admite-se, no caso do número 2.5.1.3., o aumento do número de profissionais executores na 
CCIH, ou a relativa adequação de carga horária de trabalho da equipe original expressa no número 2.5.1; 
2.5.1.5 - Em hospitais com regime exclusivo de internação tipo paciente-dia, deve-se atender aos 
números 2.1, 2.2 e 2.3, e com relação ao número 2.5.1., a carga de trabalho dos profissionais será de 2 
(duas) horas diárias para o enfermeiro e 1 (uma) hora para os demais profissionais, independente do 
número de leitos da instituição. 
2.5.1.6 - Os hospitais poderão consorciar-se no sentido da utilização recíproca de recursos técnicos, 
materiais e humanos, com vistas à implantação e manutenção do Programa de Controle da infecção 
Hospitalar. 
2.5.1.7 - Os hospitais consorciados deverão constituir CCIH própria, conforme os números 2 e 2.1, 
com relação aos membros consultores, e prover todos os recursos necessários à sua atuação. 
2.5.1.8 - O consórcio deve ser formalizado entre os hospitais componentes. Os membros executores, 
no consórcio, devem atender aos números 2.5.1, 2.5.1.1, 2.5.1.2, 2.5.1.3 e 2.5.1.4. 
 
 
 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 51 
COMPETÊNCIAS 
 
3. A CCIH do hospital deverá: 
3.1 elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controlede infecção hospitalar, adequado às 
características e necessidades da instituição, contemplando no mínimo, ações relativas a: 
3.1.1 implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares, de acordo 
com o Anexo III; 
3.1.2 adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico-operacionais, visando a 
prevenção e controle das infecções hospitalares; 
3.1.3 capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, no que diz respeito à 
prevenção e controle das infecções hospitalares; 
3.1.4 uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares; 
3.2 avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de Vigilância 
Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos membros 
executores de CCIH; 
3.3 realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar medidas 
imediatas de controle; 
3.4 elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à autoridade máxima de 
instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a situação do controle das infecções hospitalares, 
promovendo seu amplo debate na comunidade hospitalar; 
3.5 elaborar, implantar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-operacionais, visando 
limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no hospital, por meio de medidas 
de precaução e de isolamento; 
3.6 adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-operacionais, 
visando à prevenção e ao tratamento das infecções hospitalares; 
3.7 definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de utilização de 
antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a instituição; 
3.8 cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter 
capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao controle das 
infecções hospitalares; 
3.9 elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; 
3.10 cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como fornecer, prontamente, as 
informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes; 
3.11 notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão do SUS, os casos 
diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância epidemiológica (notificação compulsória), 
atendidos em qualquer dos serviços ou unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços 
de saúde coletiva; 
3.12 notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS, os 
casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecção associadas à utilização de insumos e/ou produtos 
industrializados. 
 
4. Caberá à autoridade máxima da instituição: 
4.1 constituir formalmente a CCIH; 
4.2 nomear os componentes da CCIH por meio de ato próprio; 
4.3 propiciar a infraestrutura necessária à correta operacionalização da CCIH; 
4.4 aprovar e fazer respeitar o regimento interno da CCIH; 
4.5 garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores 
de política da instituição, como, por exemplo, os conselhos técnicos, independente da natureza da 
entidade mantenedora da instituição de saúde; 
4.6 garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação Municipal, 
Estadual/Distrital de Controle de Infecção Hospitalar; 
4.7 Informar o órgão oficial municipal ou estadual quanto à composição da CCIH e às alterações que 
venham a ocorrer; 
4.8 fomentar a educação e o treinamento de todo o pessoal hospitalar. 
 
5. À Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde, compete: 
5.1 definir diretrizes de ações de controle de infecção hospitalar; 
5.2 apoiar a descentralização das ações de prevenção e controle de infecção hospitalar; 
5.3 coordenar as ações nacionais de prevenção e controle de infecção hospitalar; 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 52 
5.4 estabelecer normas gerais para a prevenção e controle das infecções hospitalares; 
5.5 estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle de infecção hospitalar; 
5.6 promover a articulação com órgãos formadores, com vistas à difusão do conteúdo de conhecimento 
do controle de infecção hospitalar; 
5.7 cooperar com a capacitação dos profissionais de saúde para o controle de infecção hospitalar; 
5.8 identificar serviços municipais, estaduais e hospitalares para o estabelecimento de padrões 
técnicos de referência nacional; 
5.9 prestar cooperação técnica, política e financeira aos Estados e aos Municípios, para 
aperfeiçoamento da sua atuação em prevenção e controle de infecção hospitalar; 
5.10 acompanhar e avaliar as ações implementadas, respeitadas as competências estaduais/distrital 
e municipais de atuação, na prevenção e controle das infecções hospitalares; 
5.11 estabelecer sistema nacional de informações sobre infecção hospitalar na área de vigilância 
epidemiológica; 
5.12 estabelecer sistema de avaliação e divulgação nacional dos indicadores da magnitude e 
gravidade das infecções hospitalares e da qualidade das ações de seu controle; 
5.13 planejar ações estratégicas em cooperação técnica com os Estados, Distrito Federal e os 
Municípios; 
5.14 acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar. 
 
6. Às Coordenações Estaduais e Distrital de Controle de Infecção Hospitalar, compete: 
6.1 definir diretrizes de ação estadual/distrital, baseadas na política nacional de controle de infecção 
hospitalar; 
6.2 estabelecer normas, em caráter suplementar, para a prevenção e controle de infecção hospitalar; 
6.3 descentralizar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar dos Municípios; 
6.4 prestar apoio técnico, financeiro e político aos municípios, executando, supletivamente, ações e 
serviços de saúde, caso necessário; 
6.5 coordenar, acompanhar, controlar e avaliar as ações de prevenção e controle de infecção 
hospitalar do Estado e Distrito Federal; 
6.6 acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar; 
6.7 informar, sistematicamente, à Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, do Ministério da 
Saúde, a partir da rede distrital, municipal e hospitalar, os indicadores de infecção hospitalar 
estabelecidos. 
 
7. Às Coordenações Municipais de Controle de Infecção Hospitalar, compete: 
7.1 coordenar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar na rede hospitalar do Município; 
7.2 participar do planejamento, da programação e da organização da rede regionalizada e 
hierarquizada do SUS, em articulação com a Coordenação Estadual de controle de infecção hospitalar; 
7.3 colaborar e acompanhar os hospitais na execução das ações de controle de infecção hospitalar; 
7.4 prestar apoio técnico às CCIH dos hospitais; 
7.5 informar, sistematicamente, à Coordenação Estadual de controle de infecção hospitalar do seu 
Estado, a partir da rede hospitalar, os indicadores de infecção hospitalar estabelecidos. 
 
Programa de Controle de Infecção Hospitalar 
 
ANEXO II 
CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES HOSPITALARES 
 
1. Conceitos básicos. 
1.1. Infecção comunitária (IC): 
1.1.1 é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não 
relacionada com internação anterior no mesmo hospital. 
1.1.2 São também comunitárias: 
1.1.2.1 a infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na 
admissão, a menos que haja troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da 
aquisição de nova infecção; 
1.1.2.2 a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi 
comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose, 
rubéola,citomegalovirose, sífilis e AIDS); 
1.1.2.3 As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa superior e 24 (vinte e quatro) horas. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 53 
1.2. Infecção hospitalar (IH): 
1.2.1 é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou 
após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. 
 
2. Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar, previamente estabelecidos e descritos. 
2.1 Princípios: 
2.1.1 o diagnóstico das infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de: 
2.1.1.1 evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; 
2.1.1.2 resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa 
de antígenos, anticorpos e métodos de visualização realizados. 
2.1.1.3 evidências de estudos com métodos de imagem; 
2.1.1.4 endoscopia; 
2.1.1.5 biópsia e outros. 
2.2 Critérios gerais: 
2.2.1 quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, foi isolado um 
germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser 
considerado como infecção hospitalar; 
2.2.2 quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica 
e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda 
manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão; 
2.2.3 são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta 
e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, 
realizados durante este período; 
2.2.4 as infecções recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma 
transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas; 
2.2.5 os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados 
portadores de infecção hospitalar do hospital de origem infecção hospitalar. Nestes casos, a Coordenação 
Estadual/Distrital/Municipal e/ou o hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio 
como infecção hospitalar naquele hospital. 
 
3. Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica 
3.1 as infecções pós-cirúrgicas devem ser analisadas conforme o potencial de contaminação da ferida 
cirúrgica, entendido como o número de microrganismos presentes no tecido a ser operado; 
3.2 a classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo com 
as seguintes indicações; 
3.2.1 Cirurgias Limpas - são aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, 
na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas 
com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetração 
nos tratos digestivos, respiratório ou urinário; 
3.2.2 Cirurgias Potencialmente Contaminadas - são aquelas realizadas em tecidos colonizados por 
flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de processo 
infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no trans-operatório. Cirurgias com drenagem 
aberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivos, respiratório ou urinário 
sem contaminação significativa. 
3.2.3 Cirurgias Contaminadas - são aquelas realizadas em tecidos recentemente traumatizados e 
abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem 
como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. 
Na presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção, ou grande 
contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se incluem nesta categoria. 
3.2.4 Cirurgias Infectadas - são todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou 
órgão, em presença de processo infeccioso (supuração local) e/ou tecido necrótico. 
 
ANEXO III 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES 
HOSPITALARES 
 
1. Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares é a observação ativa, sistemática e contínua 
de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes, hospitalizados ou não, e dos eventos e condições 
que afetam o risco de sua ocorrência, com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 54 
2. A CCIH deverá escolher o método de Vigilância Epidemiológica mais adequado às características 
do hospital, à estrutura de pessoal e à natureza do risco da assistência, com base em critérios de 
magnitude, gravidade, redutibilidade das taxas ou custo; 
2.1 São indicados os métodos prospectivos, retrospectivos e transversais, visando determinar taxas 
de incidência ou prevalência. 
 
3. São recomendados os métodos de busca ativos de coleta de dados para Vigilância Epidemiológica 
das infecções hospitalares. 
 
4. Todas as alterações de comportamento epidemiológico deverão ser objeto de investigação 
epidemiológica específica. 
 
5. Os indicadores mais importantes a serem obtidos e analisados periodicamente no hospital e, 
especialmente, nos serviços de Berçário de Alto Risco, UTI (adulto/pediátrica/neonatal) Queimados, são; 
5.1. Taxa de Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número de episódios de 
infecção hospitalar no período considerado e como denominados o total de saídas (altas, óbitos e 
transferências) ou entradas no mesmo período; 
5.2. Taxa de Pacientes com Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número de 
doentes que apresentam infecção hospitalar no período considerado, e como denominador o total de 
saídas (altas, óbitos e transferências) ou entradas no período; 
5.3. Distribuição Percentual das Infecções Hospitalares por localização topográfica no paciente, 
calculada tendo como numerador o número de episódios de infecção hospitalar em cada topografia, no 
período considerado e como denominador o número total de episódios de infecção hospitalar ocorridos 
no período; 
5.4. Taxa de Infecções Hospitalares por Procedimento, calculada tendo como numerador o número de 
pacientes submetidos a um procedimento de risco que desenvolveram infecção hospitalar e como 
denominador o total de pacientes submetidos a este tipo de procedimento. 
Exemplos: 
Taxa de infecção do sitio cirúrgico, de acordo com o potencial de contaminação. 
Taxa de infecção urinária após cateterismo vesical. 
Taxa de pneumonia após uso de respirador. 
5.5 Recomenda-se que os indicadores epidemiológicos dos números 5.1 e 5.2 sejam calculados 
utilizando-se no denominador o total de pacientes/dia, no período. 
5.5.1. O número de pacientes/dia é obtido somando-se os dias totais de permanência de todos os 
pacientes no período considerado. 
5.6 Recomenda-se que o indicador do inúmero 5.4 pode ser calculado utilizando-se como denominador 
o número total de procedimentos dia. 
5.6.1. O número de pacientes/dia é obtido somando-se o total de dias de permanência do procedimento 
realizado no período considerado. 
5.7. Outros procedimentos de risco poderão ser avaliados, sempre que a ocorrência respectiva o 
indicar, da mesma forma que é de utilidade o levantamento das taxas de infecção do sitio cirúrgico, por 
cirurgião e por especialidade. 
5.8. Frequência das Infecções Hospitalares por Microrganismos ou por etiologia, calculada tendo como 
numerador o número de episódios de infecção hospitalar por microrganismo e como denominador o 
número de episódios de infecções hospitalares que ocorreram no período considerado. 
5.9. Coeficiente de Sensibilidade aos Antimicrobianos, calculado tendo comonumerador o número de 
cepas bacterianas de um determinado microrganismo sensível e determinado antimicrobiano e como 
denominador o número total de cepas testadas do mesmo agente com antibiograma realizado a partir das 
espécimes encontradas. 
5.10. Indicadores de uso de antimicrobianos. 
5.10.1 Percentual de pacientes que usaram antimicrobianos (uso profilático ou terapêutico) no período 
considerado. Pode ser especificado por clínica de internação. É calculado tendo como numerador o total 
de pacientes em uso de antimicrobiano e como denominador o número total de pacientes no período. 
5.10.2 Frequência com que cada antimicrobiano é empregado em relação aos demais, É calculada 
tendo como numerador o total de tratamentos iniciados com determinado antimicrobiano no período, e 
como denominador o total de tratamentos com antimicrobianos iniciados no mesmo período. 
5.11 Taxa de letalidade associada a infecção hospitalar, é calculada tendo como numerador o número 
de óbitos ocorridos de pacientes com infecção hospitalar no período considerado, e como denominador 
o número de pacientes que desenvolveram infecção hospitalar no período. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 55 
5.12 Consideram-se obrigatórias as informações relativas aos indicadores epidemiológicos 5.1, 5.2, 
5.3 e 5.11, no mínimo com relação aos serviços de Berçário de alto risco, UTI (adulto/ pediátrica/neonatal) 
e queimados. 
 
6. Relatórios e Notificações 
6.1 A CCIH deverá elaborar periodicamente um relatório com os indicadores epidemiológicos 
interpretados e analisados. Esse relatório deverá ser divulgado a todos os serviços e à direção, 
promovendo-se seu debate na comunidade hospitalar. 
6.2 O relatório deverá conter informações sobre o nível endêmico das infecções hospitalares sob 
vigilância e as alterações de comportamento epidemiológico detectadas, bem como as medidas de 
controle adotadas e os resultados obtidos. 
6.3 É desejável que cada cirurgião receba, anualmente, relatório com as taxas de infecção em cirurgias 
limpas referentes às suas atividades, e a taxa média de infecção de cirurgias limpas entre pacientes de 
outros cirurgiões de mesma especialidade ou equivalente. 
6.4 O relatório de vigilância epidemiológica e os relatórios de investigações epidemiológicas deverão 
ser enviados às Coordenações Estaduais/ Distrital/Municipais e à Coordenação de Controle de Infecção 
Hospitalar do Ministério da Saúde, conforme as normas específicas das referidas Coordenações. 
 
Programa de Controle de Infecção Hospitalar 
 
ANEXO IV 
LAVAGEM DAS MÃOS 
 
1. Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-
se sabão/detergente, seguida de enxágue abundante em água corrente. 
 
2. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das 
infecções hospitalares. 
 
3. O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, 
sangue ou outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções. 
 
4. A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes quanto necessária, durante a assistência a 
um único paciente, sempre que envolver contato com diversos sítios corporais, entre cada uma das 
atividades. 
4.1 A lavagem e antissepsia cirúrgica das mãos é realizada sempre antes dos procedimentos 
cirúrgicos. 
 
5. A decisão para a lavagem das mãos com uso de antisséptico deve considerar o tipo de contato, o 
grau de contaminação, as condições do paciente e o procedimento a ser realizado. 
5.1 A lavagem das mãos com antisséptico é recomendada em; 
- realização de procedimentos invasivos; 
- prestação de cuidados a pacientes críticos; 
- contato direto com feridas e/ou dispositivos, tais como cateteres e drenos. 
 
6. Devem ser empregadas medidas e recursos com o objetivo de incorporar a prática da lavagem das 
mãos em todos os níveis de assistência hospitalar. 
6.1 A distribuição e a localização de unidades ou pias para lavagem das mãos, de forma a atender à 
necessidade nas diversas áreas hospitalares, além da presença dos produtos, é fundamental para a 
obrigatoriedade da prática. 
 
Programa de Controle de Infecção Hospitalar 
 
ANEXO V 
RECOMENDAÇÕES GERAIS. 
 
1 A utilização dos antissépticos, desinfetantes e esterilizantes seguirá as determinações da Portaria nº 
15, de 23 de agosto de 1988, da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS)/ do Ministério da Saúde e o 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 56 
Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde/MS, 2ª edição, 1994, ou outras 
que as complementem ou substituam. 
1.1 Não são recomendadas, para a finalidade de antissepsia, as formulações contendo mercuriais 
orgânicos, acetona, quaternário de amônio, líquido de Dakin, éter e clorofórmio. 
 
2. As normas de limpeza, desinfecção e esterilização são aquelas definidas pela publicação do 
Ministério da Saúde, Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde, 2ª edição, 
1994 - princípios ativos liberados conforme os definidos pela Portaria nº 15, SVS, de 23 de agosto de 
1988, ou outras que a complementem ou substituam. 
 
3. As normas de procedimentos na área de Microbiologia são aquelas definidas pela publicação do 
Ministério da Saúde - Manual de Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica para o Controle de 
Infecção Hospitalar, 1ª edição, 1991, ou outras que as complementem ou substituam. 
 
4. As normas para lavanderia são aquelas definidas pela publicação do Ministério da Saúde - Manual 
de Lavanderia Hospitalar, 1ª edição, 1986, ou outras que as complementem ou substituam. 
 
5. A Farmácia Hospitalar seguirá as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde - Guia 
Básico para a Farmácia Hospitalar, 1ª edição, 1994, ou outras que as complementem ou substituam. (Of. 
nº 31/98) 
 
2. Repercussões da Portaria MS 2.616 / 98 para o controle de infecções 
 
A Portaria 2.616/98 representou a adequação da antiga regulamentação ministerial às novas 
determinações da Lei Federal 9.431 de 06 de janeiro de 1997. A partir de um projeto de lei que 
aperfeiçoava a Portaria MS 930/ 92, esta lei, aprovada pelo Congresso, foi vetada em vários de seus 
artigos, causando um profundo impacto negativo, principalmente diante dos profissionais, que de alguma 
forma atuavam no controle efetivo das infecções hospitalares. Apesar da controvérsia instalada, a referida 
lei teve como aspecto positivo a destacar ter tornado obrigatória a existência de uma Comissão de 
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), 
definido como um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, tendo como objetivo 
a redução máxima possível da incidência e gravidade das infecções nosocomiais. 
Como as portarias anteriores, a 2.616/98 é composta por cinco anexos com as diretrizes e normas 
para a prevenção e o controle das infecções hospitalares. O anexo I trata da organização e competências 
do programa e da comissão de controle de infecção. No anexo II temos conceito e critérios diagnósticos 
das infecções hospitalares; no anexo III temos orientações sobre a vigilância epidemiológica das 
infecções hospitalares e seus indicadores; nos anexos IV e V observamos recomendações sobre a 
lavagem das mãos e outros temas como uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmácia, dando 
ênfase à observância de publicações anteriores do Ministério da Saúde. 
O anexo I mantém as definições da CCIH e PCIH da Lei Federal. Há uma melhor especificação da 
composição da CCIH, que deverá ter seus membros formalmente designados pela direção do hospital, 
incluindo seu presidente, que fará obrigatoriamente parte do conselho diretivo da instituição. Os membros 
são divididos em consultores e executores, sendo estes últimos encarregados da execução do PCIH, 
representando o ex- Serviço de Controle de Infecção Hospitalar(SCIH). Uma importante novidade é que 
a sua composição deve ser informada ao órgão oficial municipal ou estadual. 
Na composição deste serviço observamos uma importante alteração, ao recomendar preferentemente 
um enfermeiro e que o segundo profissional de nível superior não seja necessariamente um médico. À 
carga horária recomendada anteriormente (6 horas diárias para o enfermeiro e 4 horas diárias para o 
outro profissional, para cada 200 leitos) foram acrescidas duas horas adicionais de trabalho diário para 
cada 10 leitos destinados aos pacientes críticos (terapia intensiva, berçário de alto risco, queimados, 
transplante de órgãos, pacientes hemato-oncológicos ou com AIDS). Isto parte do princípio que a 
vigilância e as medidas de controle nestas unidades requerem atenção diferenciada. Entretanto, esta 
composição deve acompanhar a política de recursos humanos do hospital como um todo, particularmente 
nas instituições com deficiências de pessoal em outras áreas essenciais do atendimento. 
A competência da CCIH na Portaria 2616/98 é uma somatória do que foi atribuído à CCIH e ao SCIH 
na recomendação anterior, acrescidas de novas e importantes determinações, de acordo com as 
características e necessidades da instituição. Dentre estas se destacam: o uso racional de 
antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares. Além disso, em conjunto com a Comissão 
de Farmácia e Terapêutica, deve definir uma política de utilização de antimicrobianos e na ausência de 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 57 
um núcleo de epidemiologia deve informar às autoridades sanitárias, os casos diagnosticados ou 
suspeitos de doenças de notificação compulsória, relatar as informações epidemiológicas solicitadas e os 
casos suspeitos de estarem relacionados à utilização de insumos ou produtos industrializados. Estas 
novas recomendações objetivam tornar mais atuante as ações de controle de infecção, integrando-as na 
estrutura administrativa da instituição, substituindo seu papel eminentemente consultivo para participar 
com maior profundidade dos processos decisórios. Além disso, aprimora a integração do controle de 
infecção com as autoridades sanitárias. 
Outro aspecto importante introduzido por esta nova portaria é a atribuição de competências específicas 
ao Estado, seja a nível federal, estadual ou municipal. Para a Coordenação de Controle de Infecção 
Hospitalar do Ministério da Saúde ficou a definição das diretrizes e sua coordenação geral, apoiando a 
descentralização das ações, estabelecendo as normas, critérios, parâmetros e métodos para o controle 
de infecções. É deste nível a responsabilidade para promover a articulação com órgãos formadores, para 
a difusão do conhecimento do controle de infecções, cooperando com a capacitação dos profissionais de 
saúde, identificando serviços de referência. Destacamos que muitas destas atividades, mesmo sem estar 
formalmente estabelecidas, já foram desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, mas depois foram 
inexplicavelmente abandonadas. 
Além disto, o Ministério da Saúde, através da Secretaria de Política de Saúde e da Coordenação de 
Controle de Infecção Hospitalar, deve cooperar técnica, política e financeiramente com as ações 
desenvolvidas pelos Estados e Municípios, acompanhando e avaliando-as, procurando estabelecer um 
sistema nacional sobre infecção hospitalar, divulgando indicadores da sua magnitude, gravidade e 
qualidade das ações de controle. Assim os dados seriam coletados regionalmente e encaminhados ao 
Ministério da Saúde para uma consolidação de caráter nacional. Logo, compete às coordenações 
Estaduais e Municipais definir as normas locais, descentralizando efetivamente as ações, prestando apoio 
técnico, financeiro e político aos municípios, acompanhando, avaliando e divulgando os indicadores 
epidemiológicos de infecção hospitalar, além de informá-los periodicamente ao Ministério da Saúde. Para 
os municípios cabe adicionalmente acompanhar os hospitais nas ações de controle de infecção, 
prestando apoio técnico à sua execução. 
De acordo com o que foi noticiado pela imprensa leiga, existe uma tendência a se tornar as infecções 
hospitalares uma doença de notificação compulsória. Apesar da importância inquestionável de termos 
dados nacionais a respeito deste problema de saúde pública, esta medida deve ser repensada, tendo em 
vista o questionável valor prático de sua implantação nestes moldes e principalmente das possíveis 
repercussões no atendimento à saúde, particularmente para os que são assistidos pela iniciativa privada, 
onde muitas vezes as patologias de notificação compulsória não são cobertas pela preestabelecida 
abrangência contratual de assistência. Assim tememos as sérias consequências para cada um destes 
pacientes, que ficariam a mercê de seus próprios recursos, de eventuais demandas jurídicas contra os 
hospitais ou seus convênios, ou estariam sobrecarregando o sistema público de atendimento, como já 
acontece com a maioria das doenças que atualmente são de notificação compulsória. A nosso ver, seria 
preferível que as instituições fossem efetivamente obrigadas a notificar periodicamente seus indicadores 
epidemiológicos de infecção hospitalar e estes dados seriam consolidados em um sistema de vigilância 
epidemiológica, como aliás está recomendado atualmente. 
 Os critérios diagnósticos de infecção hospitalar, discutidos no anexo II, sofreram uma importante 
alteração no que refere à classificação das infecções em recém-nascidos. Assim, passaram a ser 
consideradas comunitárias, além das transmitidas de forma transplacentária, aquelas associadas à bolsa 
rota por período superior a 24 horas. Outro ponto enfatizado é a necessidade de se informar os casos de 
IH adquiridas em outro hospital à Coordenação Estadual/Distrital/Municipal ou à instituição de origem. 
 Este mesmo anexo apresenta uma classificação das cirurgias por potencial de contaminação, que, de 
acordo com sua recomendação, deverá ser feita pelo cirurgião, ao final do ato operatório. Basicamente, 
o princípio que norteia estes critérios, coincide com o exposto no decorrer deste livro, ou seja, o 
intraoperatório determina a classificação e não mais aquelas “famosas” listas de procedimentos, que o 
classificavam arbitrária e previamente. Assim, as cirurgias limpas são as realizadas sem intercorrências 
em tecidos estéreis. As operações potencialmente contaminadas ocorrem em tecidos colonizados com 
flora pouco numerosa e em tecidos estéreis, mas com falhas técnicas discretas ou drenagem. Os 
procedimentos contaminados são executados nos casos de tecidos recentemente traumatizados ou 
abertos, falhas técnicas grosseiras, inflamação aguda, cicatrização em segundo intenção, ou em locais 
com flora bacteriana abundante. Finalmente, as cirurgias infectadas são aquelas realizadas em presença 
de supuração ou necrose. 
No anexo III, o conceito de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares determina a 
observação ativa, sistemática e contínua da sua distribuição e dos eventos e condições que afetam sua 
ocorrência. Inclui também a possibilidade de avaliar pacientes não hospitalizados, nos métodos de 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 58 
vigilância pós alta e principalmente que as atividades devem ser realizadas “com vistas à execução 
oportuna das ações de prevenção e controle”, ou seja, a consolidação e interpretação dos dados deve 
ser ágil, indicando rapidamente as prioridades das ações de controle, possibilitando resultados práticos 
desta atividade. Permanece a recomendação pelos métodos ativos de vigilância, que deverão ser 
adequados às características do hospital. Foi introduzida também a possibilidade de realizar o método 
apenas em determinados setores do hospital, de acordo com as opções desenvolvidas pelos 
componentes da metodologia NNIS. 
É obrigatório pelo menos o cálculo da taxa de infecção hospitalar; taxa de pacientes com infecção 
hospitalar;distribuição percentual dos episódios de IH; e a taxa de letalidade associada a infecção 
hospitalar. Os dois primeiros podem ser obtidos em relação ao total de diárias (pacientes-dia) e não 
apenas em relação às saídas, calculando-se assim a taxa de densidade, que melhor reflete a exposição 
dos doentes a estes episódios. É recomendado que a frequência das infecções por microrganismos seja 
calculada a partir do número de episódios de infecção hospitalar e não pelo total de agentes isolados, 
caso em que obtemos a sua distribuição. É sugerido que o dimensionamento do consumo de antibióticos 
seja feito através do cálculo do percentual de pacientes que utilizaram estas drogas e pela frequência 
relativa do emprego de cada princípio ativo. Ressaltamos que o cálculo da Dose Diária Definida, 
recomendada pelo Manual de Farmácia Hospitalar editado pelo próprio Ministério da Saúde, é um melhor 
indicador da utilização destas drogas. 
O anexo IV é dedicado especificamente à lavagem das mãos, identificada como a mais importante 
ação para o controle das infecções hospitalares, devendo ser realizada após contatos que envolvam 
mucosas, secreções, excretas e sangue ou outros fluídos corpóreos. Mesmo na assistência a um único 
paciente ela deve ser realizada sempre que envolver a manipulação de outro sítio corporal. 
Adicionalmente é recomendada a lavagem com antissépticos na realização de procedimentos invasivos, 
prestação de cuidados a doentes críticos e no contato direto com feridas ou dispositivos invasivos como 
cateteres e drenos. Por sua vez, o anexo V traz recomendações gerais sobre o uso de germicidas 
(mantendo a proibição do emprego de vários antissépticos tradicionais), normas para limpeza, 
desinfecção e esterilização, além de orientações para os procedimentos na área de microbiologia, 
lavanderia e farmácia, sempre recomendando o seguimento das orientações definidas em portarias e 
normas previamente elaboradas pelo Ministério da Saúde. 
 
De acordo com as ações do Programa, foram estabelecidas as seguintes prioridades: 
Realização de um inquérito nacional sobre a situação das infecções hospitalares. Este item refere-se 
a uma das metas do Contrato de Gestão, cuja ação está especificada como "Elaboração de diagnóstico 
sobre infecção hospitalar no Brasil". 
Elaboração de um mapeamento sobre o cumprimento das exigências da Portaria GM nº 2616/98, no 
que diz respeito à implantação do PCIH no âmbito estadual, municipal e nos serviços de saúde. Dados 
levantados em novembro/dezembro de 1999 demonstram que dos 6387 hospitais consultados, apenas 
40% apresentaram a constituição formal de PCIH. 
Realização de visitas às autoridades de saúde dos estados para levantamento de dados, visando a 
complementação do estudo citado no item anterior e a obtenção de subsídios necessários à implantação 
definitiva do programa em todo território nacional. 
Atualização do material técnico-científico, contando com a participação de profissionais especializados 
nas diversas áreas pertinentes ao controle de infecção hospitalar. A importância do desenvolvimento 
dessas tarefas é reforçada por trabalhos reconhecidos internacionalmente. Como exemplo, podemos citar 
estudos internacionais afirmando que um programa de controle de infecção hospitalar bem conduzido 
reduz em 30% a taxa de infecção do serviço. Além disso, um PCIH em pleno funcionamento garante a 
orientação de ações básicas de assistência á saúde e previne o uso indiscriminado de antimicrobianos e 
germicidas hospitalares, evitando a resistência e contribuindo para uma sensível diminuição dos custos 
hospitalares globais. 
Embora o controle do fenômeno da resistência microbiana tenha aspectos que envolvem ações 
intersetoriais que não se restringem ao âmbito do sistema de saúde, as medidas de prevenção aqui 
elencadas são dirigidas à prevenção e contenção de microrganismos multirresistentes no âmbito dos 
Serviços de Saúde. 
Microrganismos multirresistentes são microrganismos resistentes a diferentes classes de 
antimicrobianos testados em exames microbiológicos. Alguns pesquisadores também definem 
microrganismos pan-resistentes, como aqueles com resistência comprovada in vitro a todos os 
antimicrobianos testados em exame microbiológico. São considerados, pela comunidade científica 
internacional, patógenos multirresistentes causadores de infecções/colonizações relacionadas à 
assistência em saúde: Enterococcus spp. resistente aos glicopeptídeos, Staphylococcus spp. resistente 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 59 
ou com sensibilidade intermediária à vancomicina, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii, 
e Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (ertapenem, meropenem ou imipenem). Tem ocorrido 
um aumento dos casos de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos em vários centros brasileiros. 
Estas bactérias produzem uma enzima (carbapenemase) que inativa todos os antibióticos beta-
lactâmicos, incluindo os carbapenêmicos. 
A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) é uma enzima que foi identificada inicialmente em 
Klebsiella pneumoniae pela primeira vez em 2001, nos Estados Unidos, mas pode ser produzida por 
outras enterobactérias. Assim sendo, as medidas de controle de microrganismos multirresistentes aqui 
preconizadas aplicam-se, não somente às bactérias portadoras do gene KPC, mas aos demais 
microrganismos multirresistentes. 
 
Medidas de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde por 
microrganismos multirresistentes7 
 
Administração dos Serviços de Saúde: 
 
- Prover meios técnicos, financeiros, administrativos, laboratoriais e recursos humanos para a 
apropriada identificação, prevenção e interrupção da transmissão de microrganismos multirresistentes. 
- Não devem ser adotadas quaisquer medidas que induzam à discriminação do indivíduo com infecção 
ou colonização por microrganismos multirresistentes. 
 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH): 
 
- Manter o sistema de vigilância epidemiológica das infecções relacionadas à assistência à saúde 
(IRAS) que permita o monitoramento adequado de patógenos multirresistentes, em parceria com o 
laboratório de microbiologia. 
- Fortalecer a política institucional de uso racional de antimicrobianos. 
- Enfatizar a importância da higienização das mãos para todos os profissionais de saúde, visitantes e 
acompanhantes (Segurança do paciente em serviços de saúde: Higienização das Mãos). 
- Reforçar a aplicação de precauções de contato em adição às precauções-padrão para profissionais 
de saúde, visitantes e acompanhantes. 
- Avaliar a necessidade de implementar medidas de coorte em relação a profissionais de saúde e 
pacientes. 
- Avaliar a necessidade de implantar coleta de culturas de vigilância, de acordo com o perfil 
epidemiológico da instituição. 
- Enfatizar as medidas gerais de prevenção de IRAS no manuseio de dispositivos invasivos 
(Manual de Orientações para Prevenção de Infecção Primária de Corrente Sanguínea e Trato 
Respiratório). 
- Enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente (Segurança do paciente em serviços de saúde: 
Limpeza e Desinfecção de Superfícies). 
- Aplicar, durante o transporte interinstitucional e interinstitucional, as medidas de precauções de 
contato, em adição às precauções-padrão para os profissionais que entram em contato direto com o 
paciente, incluindo o reforço nas medidas de higiene do ambiente. 
- Comunicar, no caso de transferência interinstitucional e interinstitucional, se o paciente é infectado 
ou colonizado por microrganismos multirresistentes. 
- Não se recomenda a interrupção da assistência em serviços de saúde como medida de controle de 
microrganismos multirresistentes. Medidas sanitárias que conduzam a interrupção da assistência em 
serviços de saúde devem ser avaliadas criteriosamente, em conjunto com as autoridades locais e entre 
os níveis de gestão do sistema de saúde. 
 
Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais e Distritoforma 
Normal - varia conforme a raça e idade. 
Método de mensuração do perímetro cefálico (PC): 
- Aplicar a fita métrica em volta do crânio passando sobre as sobrancelhas. 
- Ler a cifra situada no ponto de encontro das duas partes da fita métrica depois de certificar-se da sua 
posição correta. 
PC = 65 a 74,9cm - cabeça ovoide, comum nos negros. 
PC = 75 a 79,9cm - cabeça arredondada, comum nos brancos 
PC = 80 a 90cm - cabeça achatada 
Alterações: macrocefalia - crânio anormalmente grande 
Microcefalia - crânio anormalmente pequeno 
As alterações de forma podem surgir devido a: aplicações de instrumentos no crânio ao nascimento 
da criança, doenças orgânicas, sífilis e anemias hemofílicas congênitas. 
 
2) Cabelos 
O exame do cabelo inclui o que cobre a cabeça, o das sobrancelhas e os cílios. Normalmente, a cor, 
a textura e a distribuição - sua presença ou sua ausência em locais incomuns para o gênero e para a 
idade - são registradas. O cabelo também é examinado devido à presença de resíduos incomuns, como 
sangue, no caso de traumas na cabeça, lêndeas (ovos de infestação de piolhos) ou escamações 
decorrentes de lesões no couro cabeludo. À medida que evolui o exame, também são observadas as 
características dos pelos do corpo. 
 
3) Couro cabeludo 
Normal - O couro cabeludo é liso, sem descamações ou lesões, pediculose, sujidade, seborreia ou 
caspa. Para avaliá-lo utiliza-se a técnica de corrida: separa-se o cabelo em locais aleatoriamente 
escolhidos, investigando-se a pele, e palpando o crânio na busca de contornos incomuns. 
Avaliam-se: presença de saliências (tumores, tumefações, hematomas), depressões, afundamentos, 
pontos dolorosos, integridade da pele, a consistência da tábua óssea, suturas e fontanelas. 
Alterações: Inflamações (foliculites, abscessos) 
Pediculose: lêndeas e piolhos 
Sujidade, seborreia. 
 
4) Face 
Na avaliação da face são utilizadas as técnicas de inspeção e palpação. Verifica-se: 
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. 4 
- Simetria - na avaliação da simetria compara-se um lado com o outro. A perda da simetria pode ser 
observada nas paralisias faciais, na presença de tumorações (abscesso dentário, edema alérgico, 
anomalia congênita, tumores, aumento das glândulas salivares etc.). 
- Pele - deve ser examinada buscando alterações de cor, lesões (acnes, cloasma gravídico, manchas 
etc.), edema, excesso de umidade, secura ou oleosidade. 
- Expressão fisionômica ou mímica facial - esta denuncia o estado de humor do indivíduo (tristeza, 
desânimo, esperança, desespero, ódio, alegria etc.). 
- Fácies - são traços específicos que certas doenças expressam na face. 
- Movimentos - Pode ser: involuntários (tremores, tiques nervosos, espasmos) e voluntários: onde 
avalia-se a função motora do 7º. par do nervo craniano, com os seguintes movimentos: 
- enrugar a testa 
- fechar os olhos cerradamente 
-mostrar os dentes 
- assobiar 
- encher as bochechas de ar 
Também é avaliado a função do 5º. Par de nervo craniano com o movimento: 
- projetar o queixo para frente e movimentá-lo para os lados. 
 
5) Olhos 
Na avaliação dos olhos utiliza-se as técnicas de inspeção e palpação. Avalia-se: estruturas externas, 
estruturas do olho propriamente dita, movimentos oculares, fundo do olho e acuidade visual. 
Questionar pruridos, ardência, irritação (esfrega o olho), lacrimejamento, secreção, embaçamento, 
diplopia. Indicar qual o olho atingido. Usa óculos, lentes, olho falso, cego. 
 
Estruturas externas 
- Pálpebras - o tecido palpebral é frouxo, com pouca resistência e sem lesões. As pálpebras fecham-
se totalmente e abrem-se simetricamente. Alterações: edema, xantelasma, equimoses, blefarite 
(ulcerativa - queda dos cílios / não ulcerativa - crostas), hordéolos (infecção estafilocócica das glândulas 
palpebrais), o não fechamento das pálpebras (exoftalmia, ptose, mongolismo). 
- Cílios - os cílios devem ser implantados e distribuídos uniformemente. 
- Sobrancelhas - são bastante variáveis de indivíduo para indivíduo. 
Alteração - a principal alteração está relacionada com sua queda na hanseníase, sífilis, cicatrizes, 
desnutrição acentuada. 
 
Estrutura dos Olhos Propriamente Dita 
- Conjuntiva - a conjuntiva palpebral é a membrana vermelha lisa e úmida que recobre a parte interna 
das pálpebras. É normalmente rósea, deve ser umedecida continuamente pelo lacrimejamento fisiológico. 
Para avaliá-la: 
- peça o cliente para olhar para cima. 
- pressione com o polegar a pálpebra inferior para baixo e observar a conjuntiva pedindo ao cliente 
para olhar para fora e para dentro respectivamente. 
- peça ao cliente para olhar para baixo. 
- pince com o polegar e o indicador a pálpebra superior e inverta-a com um cotonete, observe a 
conjuntiva. Alterações: palidez (anemias), conjuntivite. 
- Esclerótica - é a camada subjacente que deve ser esbranquiçada e clara ou amarelada nas pessoas 
de raça negra ou idosos. 
Alterações: icterícia, pterígio. 
- Córnea - camada lisa e transparente que recobre a íris. Normalmente não tem vasos. Para avaliá-la 
utiliza-se de uma lanterna de bolso iluminando de forma tangencial o olho. 
Alterações: arco senil (halo esbranquiçado ao redor da córnea), processos ulcerosos, 
opacidade, corpos estranhos. 
- Irís - é a camada pigmentada localizada atrás da córnea. 
- Pupila - orifício circular situado centralmente à íris. 
As pupilas normais são redondas ou levemente ovóide e do mesmo tamanho (de 2 a 4 mm). A 
igualdade do diâmetro da pupila denomina-se isocoria e a desigualdade anisocoria. Quando o diâmetro 
está aumentado fala-se em midríase e o diâmetro diminuído é a miose. 
 
Exame da reação pupilar 
- diminua a luz na área de exames 
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. 5 
- oriente o paciente para olhar diretamente em frente 
- traga um feixe de luz (da lanterna), partindo da frente na direção do olho. 
- observe a pupila do olho estimulado, bem como do olho não-estimulado. 
- repita o exame, estimulando diretamente o outro olho. 
Avalia os reflexos: 
- fotomotor direto 
- contração da pupila na qual se fez o estímulo. 
- fotomotor consensual 
- contração da pupila oposta. 
- acomodação 
- as pupilas se contraem simultaneamente ao olharem para um objeto que está próximo e dilatam-se 
ao olharem para um objeto mais distante. 
- Convergência: teste que avalia o III, IV e VI pares de nervos cranianos Testes avaliam os 3º., 4º., e 
6º pares de nervos cranianos. 
- Globos oculares 
- Posição - ocupa a cavidade orbitária e sua posição anterior é tangente à linha dos cílios. 
Alterações: exoftalmia, enoftalmia. 
- Movimentos - o globo ocular move-se graças à ação dos músculos retos e oblíquos. O exame dos 
movimentos oculares testam os 3º., 4º. e 6º. pares de nervos cranianos. Para avaliá-los peça ao cliente 
que, sem movimentar a cabeça para os lados, realize os seguintes movimentos: 
- olhar para a esquerda 
- olhar para cima e para baixo à esquerda 
- olhar para direita 
- olhar para cima e para baixo à direita. 
Alteração: a mais frequente é o nistagmo. 
 
- Fundo do Olho - Fundoscopia 
Examina-se a retina através do oftalmoscópio. 
Para utilizá-lo é necessário que: 
- coloque o cliente num quarto escuro 
- sua cabeça deve estar na mesma altura do examinador 
- o cliente deve fixar o olhar em um ponto de aproximadamente 6m de distância. 
- examine um olho de cada vez, levantando com o dedo polegar a pálpebra do olho que será 
examinado, enquanto a palma da mão repousa sobre a região frontal. O oftalmoscópio é colocado no 
olho do examinador de modo que o olho a ser examinado seja do mesmo lado a do examinado. 
- dirija o foco de luz para a pupila do cliente. 
Normalmente será visto um reflexo de cor firme e nítida vermelho-alaranjada. 
Alterações: na arteriosclerose - vasos: há um aumento do brilho fazendo com que elas se pareçam 
com "fios de cobre" e "fios de prata" quanto maisFederal: 
 
- Reforçar, de acordo com as determinações da Portaria 2.616 de 12 de maio de 1998, a atuação das 
coordenações de controle de IRAS, de modo a oferecer apoio técnico aos serviços de saúde com o 
objetivo de prevenir e controlar as IRAS, bem como a seleção e a disseminação de microrganismos 
multirresistentes. 
 
 
7 http://portal.anvisa.gov.br 
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. 60 
Recomendações Gerais 
 
- Ao realizar o teste de sensibilidade a antimicrobianos (TSA) de enterobactérias isoladas de pacientes 
hospitalizados, o laboratório de microbiologia deverá compulsoriamente testar imipenem e meropenem. 
A resistência ou sensibilidade intermediária ao ertapenem não deverão mais ser utilizadas para a triagem 
de Klebsiella pneumoniae produtoras de carbapenemases. No Brasil, um elevado número de amostras 
de K. pneumoniae produtoras de cefotaximases apresentam simultaneamente, perda de porinas, e 
consequentemente, são falsamente detectadas como produtoras de carbapenemases. 
- Os resultados dos testes de sensibilidade aos carbapenêmicos devem ser liberados de acordo com 
os critérios interpretativos descritos acima, sem alteração das categorias. 
- Ao liberar os resultados de amostras não sensíveis a imipenem ou a meropenem, incluir no laudo a 
seguinte nota: Enterobactéria possivelmente produtora de carbapenemase (KPC, IMP dentre outras). Os 
laboratórios que não possuem capacidade instalada para comprovação molecular do mecanismo de 
resistência ou tipagem de microrganismos deverão encaminhar as amostras suspeitas da produção de 
carbapenemase prontamente aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN). Enviar cultura pura, 
crescida em ágar nutriente ou TSA, em microtubo de tampa rosqueada ou equivalente. Os usuários de 
sistemas de automação deverão verificar a possibilidade de adequação do sistema aos critérios 
interpretativos definidos deste documento. Na impossibilidade de adequação, o laboratório deverá 
realizar, de modo suplementar, o TSA aos carbapenêmicos por disco difusão ou método dilucional não 
automatizado (microdiluição em caldo, diluição em ágar ou gradiente em ágar). 
- O laboratório de microbiologia deverá notificar o serviço de controle de infecção hospitalar (SCIH) 
prontamente sobre a detecção de amostras suspeitas de serem produtoras de carbapenemases. 
- Considerando as dificuldades no tratamento das infecções por enterobactérias não sensíveis aos 
carbapenêmicos, recomenda-se a determinação da concentração inibitória mínima (CIM) para tigeciclina, 
polimixina B ou colistina por método dilucional não automatizado. A continuidade do tratamento com 
polimixina B ou colistina deve ser subsidiada pela confirmação da sensibilidade por determinação da CIM. 
- Não há critérios interpretativos para o método de Kirby-Bauer, segundo o EUCAST, para discos de 
ceftazidima com potência de 30 µg. Portanto, o seu uso clínico deve ser subsidiado pela avaliação da 
sensibilidade por determinação da CIM. 
 
Questões 
 
01.(Pref. Patos-PB - Enfermeiro – CPCON/2017) Uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
deverá ser composta por 
(A) qualquer profissional que trabalhe na instituição, desde que seja CLT. 
(B) profissionais de diversas áreas não necessitando de formação superior. 
(C) profissionais de diferentes formações podendo também ser técnicos administrativos que conheçam 
os problemas hospitalares. 
(D) apenas pessoal da enfermagem. 
(E) profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados. 
 
02.(SESAU-RO - Farmacêutico – FUNRIO/2017) São competências da Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH) do hospital, segundo o Anexo I da Portaria MS 2.616/98, EXCETO: 
(A) avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de Vigilância 
Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos membros 
executores de CCIH. 
(B) realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar medidas 
imediatas de controle. 
(C) definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica e de Farmacoeconomia, a lista 
de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares com custo menor visando economizar 
recursos das unidade de saúde. 
(D) elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. 
(E) notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS, os 
casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecção associadas à utilização de insumos e/ou produtos 
industrializados. 
 
03.(EBSERH – Enfermeiro – IBFC/2016) Para a adequada execução do Programa de Controle de 
Infecções Hospitalares (PCIH), os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de 
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. 61 
controle de infecção hospitalar. Considerando a composição dos membros da CCIH, analise as 
afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a 
sequência correta de cima para baixo. 
 
( ) A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente 
designados. Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores. 
( ) O presidente ou coordenador da CCIH será sempre um médico, indicado pela direção do hospital. 
( ) Um dos membros executores deve ser, obrigatoriamente, um enfermeiro. 
( ) Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde 
para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis) 
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais. 
 
(A) V,V,V,F; 
(B) V,F,F,V; 
(C) F,V,V,V; 
(D) V,F,V,V; 
(E) V,F,F,F. 
 
04. (TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Técnico Judiciário – Enfermagem – FCC) Na prevenção e controle de 
infecção hospitalar, o técnico de enfermagem utiliza 
(A) luvas de procedimento quando existir o risco de contato com sangue, durante o banho no leito. 
(B) máscara na assistência de enfermagem ao paciente portador de erisipela. 
(C) óculos ao assistir o paciente com tuberculose. 
(D) máscara e luvas durante o transporte de todos os pacientes ao centro cirúrgico. 
(E) avental de manga longa quando na presença de suor. 
 
05. (EBSERH - Farmacêutico – IBFC) De acordo com a Portaria GM/MS nº. 2616, de 12 de maio de 1998, que 
expede, na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções 
hospitalares, os membros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) serão de dois tipos: consultores 
e executores. A respeito desses membros, considere as afirmativas abaixo: 
I. O serviço de farmácia somente poderá ser membro da CCIH como membro executor. 
II. Um dos membros executores deverá ser preferencialmente um enfermeiro. 
III. O laboratório de microbiologia poderá ser membro da CCIH como membro consultor. 
 
Sobre as afirmativas acima, assinale a alternativa correta: 
(A) Somente a afirmativa I é incorreta. 
(B) Somente a afirmativa II é incorreta. 
(C) Somente a afirmativa III é incorreta. 
(D) Todas as afirmativas são incorretas. 
 
06. (DEPEN – Enfermagem – CESPE) Julgue os itens seguintes, acerca do controle da infecção 
hospitalar. 
A infecção hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente no hospital, manifestando-se 
apenas durante a internação. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
07. (CAISM PHILIPPE PINEL - Técnico de Enfermagem – CETRO) Quanto à realização correta do 
procedimento da técnica de lavagem de mãos em ambiente hospitalar, é correto afirmar que é 
(A) o método mais utilizado para o controle de infecção, apesar de não ser o mais eficaz. 
(B) pouco relevante se o ambiente hospitalar for constantemente desinfetado. 
(C) relevante em ambienteshospitalares com alto risco de infecção, mas pouco necessário em 
atendimento ambulatorial. 
(D) o método mais simples e mais indicado para o controle de infecções. 
 
08. (DEPEN – Enfermagem – CESPE) Julgue os itens seguintes, acerca do controle da infecção 
hospitalar. 
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. 62 
A infecção comunitária é aquela constatada ou encubada no ato da admissão, desde que não esteja 
relacionada com internação anterior no mesmo hospital. 
( ) Certo 
( ) Errado 
Gabarito 
01.E / 02.C / 03.B / 04.A / 05.A / 06.Errado / 07.D / 08.Certa 
 
Comentários 
 
01.Resposta: E 
2.1 A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível 
superior, formalmente designados. 
 
02.Resposta: C 
3.7. Definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de utilização de 
antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a instituição; 
 
03.Resposta: B 
De acordo com a Portaria MS 2.616 / 98, que regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar 
no país. 
(V) A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente 
designados. Os membros da CCIH serão de 2 tipos: consultores e executores. 
(F) O presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela 
direção do hospital. 
(F) Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. 
(V) Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde 
para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima de 6 (seis) 
horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais. 
 
04.Resposta: A 
Deve-se usar luvas de procedimentos para qualquer tipo de procedimento para segurança do 
profissional e do paciente. 
 
05.Resposta: A 
PORTARIA Nº 2616, DE 12 DE MAIO DE 1998 
Anexo I 
2. Para a adequada execução do PCIH os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das 
ações de controle de infecção hospitalar. 
2.1 A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente 
designados. 
2.2 Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores. 
2.2.1 0 presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela 
direção do hospital. 
2.3 Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços: 
2.3.1 - serviço médico; 
2.3 2 - serviço de enfermagem; 
2.3.3 - serviço de farmácia; 
2.3.4 - laboratório de microbiologia; 
2.3.5 - administração. 
2.5.1.1 - Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. 
 
06. Resposta: Errado 
1.2.1 é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou 
após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. 
 
07. Resposta: D 
Lavagem das mãos é essencial para medida de segurança para o profissional, quanto para o 
paciente. Deve ser realizada no início e término de cada procedimento. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 63 
08. Resposta: Certa 
1.1.1 é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não 
relacionada com internação anterior no mesmo hospital. 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS8,9,10 
 
O medicamento é uma substância empregada no diagnóstico, tratamento, cura, alívio ou prevenção 
das alterações da saúde. 
O enfermeiro deve avaliar o efeito que os medicamentos têm na restauração ou manutenção da saúde, 
e fornecer a educação contínua para o cliente, família ou pessoal de cuidado de saúde domiciliar sobre a 
finalidade e os efeitos colaterais dos medicamentos. 
A administração de medicamentos é um processo que envolve uma sequência de ações a serem 
desenvolvidas pelo profissional de enfermagem, a fim de obter os melhores resultados junto ao paciente, 
sem desperdício de recursos. Durante a fase de preparo o profissional de enfermagem deve ter muita 
atenção para evitar erros, assegurando ao máximo que o paciente receba a medicação corretamente. 
 
Formas de Apresentação do Medicamento 
Cápsula: forma de dosagem sólida para uso oral; medicamento na forma de pó, líquido ou óleo, e 
envolto por concha gelatinosa; a cápsula é colorida, a fim de auxiliar na identificação do produto. 
Comprimido: forma de dosagem em pó comprimido em discos ou cilindros endurecidos; além do 
medicamento primário, contém ligantes (adesivos, para possibilitar que o pó permaneça junto), 
desintegrantes (para promover a dissolução do comprimido), lubrificantes (para facilitar a fabricação) e 
expansores (para o tamanho conveniente do comprimido). 
Comprimido com proteção entérica: comprimido para uso oral revestido com materiais que não se 
dissolvem no estômago; os revestimentos dissolvem-se no intestino, onde o medicamento é absorvido. 
Disco intraocular: pequeno disco oval flexível que contém duas camadas externas macias e uma 
camada média que contém o medicamento; quando umedecido pelo líquido ocular, libera o medicamento 
por até uma semana. 
Drágea: forma de dosagem sólida para uso oral; formato semelhante à cápsula e revestido, para 
facilitar a deglutição. 
Elixir: líquido claro que contém água e/ou álcool; destinado a uso oral; geralmente possui adoçante 
adicionado. 
Extrato: forma de medicamento concentrada, feita pela separação da porção ativa do medicamento 
de seus outros componentes (por exemplo, o extrato líquido é o medicamento feito em solução de fonte 
vegetal). 
Glicerite: solução de medicamento, combinado à glicerina para uso externo, que contém pelo menos 
50% de glicerina. 
Linimento: preparação que comumente contém álcool, óleo ou emoliente saponáceo, aplicada à pele. 
Loção: medicamento em suspensão líquida aplicado externamente, para proteger a pele. 
Pasta: preparação semissólida, mais espessa e mais rígida que a pomada; é absorvida através da 
pele com maior lentidão que a pomada. 
Pastilha: forma de dosagem arredondada e achatada que contém medicamento, flavorizante, açúcar 
e mucilagem; dissolve-se na boca, para liberar o medicamento. 
Pílula: forma de dosagem sólida que contém um ou mais medicamentos, modelada em forma de 
glóbulo, ovoides ou alongada; as pílulas verdadeiras raramente são utilizadas, porque foram substituídas 
pelos comprimidos. 
Placa ou disco transdérmico: medicamento contido dentro de placa ou disco com membrana 
semipermeável, a qual permite que os medicamentos sejam absorvidos através da pele de forma lenta 
durante um intervalo de tempo prolongado. 
Pomada (unguento): preparação semissólida, aplicada externamente, que contém, em geral, um ou 
mais medicamentos. 
 
8 EBISUI, C.T.N. Procedimentos de Enfermagem. Reedição revisada e ampliada. São Paulo: Copidart, 2002. 
9 https://www.slideshare.net/Andreadcss/9-certos-na-administrao-de-medicamentos 
10 http://ba.corens.portalcofen.gov.br/parecer-coren-ba-0212013_8112.html 
Administração de Medicamentos 
 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 64 
Solução: preparação líquida que pode ser utilizada por via oral, parenteral ou externa; também pode 
ser instilada em órgão ou cavidade corporal (por exemplo, irrigações vesicais); contém água com um ou 
mais compostos dissolvidos; deve ser estéril para uso parenteral. 
Supositório: forma de dosagem sólida misturada com gelatina e moldada na forma de projétil para a 
inserção em cavidade corporal (reto ou vagina); dissolve-se, quando alcança a temperatura corporal, 
liberando o medicamento para a absorção. 
Suspensão: partículas de medicamento finamente divididas dispersas em meio líquido; quando a 
suspensão permanece parada, as partículas depositam-se no fundo do frasco; comumente, um 
medicamento oral e não é administrada por via intravenosa. 
Tintura:solução de medicamento em álcool ou água-álcool. 
Xarope: medicamento dissolvido em solução concentrada de açúcar; pode conter flavorizantes, para 
tornar o sabor do medicamento mais agradável. 
 
Tipos de Ação de Medicamento 
Os medicamentos variam consideravelmente no modo pelo qual atuam em seus tipos de ação. Os 
fatores diferentes das características do medicamento também influenciam as ações dele. 
Um cliente pode não responder da mesma maneira a cada dose sucessiva de um medicamento. 
Da mesma forma, idêntica dosagem do medicamento pode provocar respostas muito diferentes 
em clientes diversos. 
Depois que um enfermeiro administra um medicamento, ele sofre absorção, distribuição, 
metabolismo e excreção. Exceto quando administrados por via intravenosa, os medicamentos 
levam tempo para penetrar na corrente sanguínea. A quantidade e a distribuição de um medicamento 
em diferentes compartimentos corporais alteram-se constantemente. 
Quando é prescrito um medicamento, o objetivo consiste em obter um nível sanguíneo constante 
dentro de uma faixa terapêutica segura. As doses repetidas são necessárias para alcançar uma 
concentração terapêutica constante de um medicamento, porque uma parcela do medicamento sempre 
está sendo excretada. 
A concentração sérica máxima (a concentração de pico) do medicamento geralmente ocorre 
exatamente antes que o final do medicamento seja absorvido. Depois de atingir o máximo, a concentração 
sérica do medicamento cai progressivamente. Com as infusões intravenosas, a concentração máxima 
ocorre rapidamente, mas o nível sérico também começa a cair imediatamente. 
Todos os medicamentos possuem meia-vida sérica, o tempo que demoram para que os processos de 
excreção diminuam a concentração sérica do medicamento pela metade. Para manter um platô 
terapêutico, o cliente deve receber doses fixas regulares. Por exemplo, demonstrou-se que os 
medicamentos para a dor são mais efetivos, quando fornecidos durante todo o dia, em vez de serem 
administrados quando o cliente se queixa de maneira intermitente de dor. Desta maneira, um nível quase 
constante do medicamento analgésico é mantido. Depois de uma dose inicial de medicamento, o cliente 
recebe cada dose sucessiva, quando a dose anterior alcança sua meia-vida. 
O cliente e o enfermeiro devem seguir a programação regular de dosagem bem como aderir às doses 
e intervalos de doses prescritos. Os esquemas de sondagem são estabelecidos pela instituição em que 
o enfermeiro está empregado. Quando informa os clientes a respeito dos esquemas de dosagem, o 
enfermeiro deve utilizar linguagem familiar ao cliente. Por exemplo, ao orientar um cliente sobre um 
medicamento que tem duas doses ao dia, o enfermeiro deve instruí-lo a tomar um medicamento pela 
manhã e novamente à noite. O conhecimento dos intervalos de tempo da ação do medicamento também 
ajuda o enfermeiro a prever o efeito de um medicamento. Com este conhecimento, ele pode instruir o 
cliente sobre quando esperar uma resposta. 
 
Efeitos Medicamentosos 
É essencial que o enfermeiro compreenda todos os efeitos que os medicamentos podem ter, quando 
são tomados ou administrados aos clientes: 
Efeitos Terapêuticos: é a resposta fisiológica esperada ou previsível gerada por um medicamento. 
Cada medicamento possui um efeito terapêutico desejado para o qual é prescrito. Por exemplo, a 
nitroglicerina é utilizada para reduzir a carga de trabalho cardíaca e aumentar o aporte miocárdico de 
oxigênio. Um único medicamento pode ter muitos efeitos terapêuticos. Por exemplo, a aspirina é 
analgésica, antitérmica e anti-inflamatória, reduzindo a agregação plaquetária (agrupamento). É 
importante que o enfermeiro conheça para qual efeito terapêutico um medicamento é prescrito, o que lhe 
permite informar corretamente o cliente sobre o efeito pretendido do medicamento. 
Efeitos Colaterais: são os efeitos secundários e não-pretendidos que um medicamento causa de 
maneira previsível. Tais efeitos podem ser inócuos ou lesivos. Quando suficientemente graves para negar 
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os efeitos benéficos da ação terapêutica de um medicamento, o médico pode interromper o medicamento. 
Com frequência, os clientes, param de tomar medicamentos por causa dos efeitos colaterais. 
Efeitos Adversos: são geralmente considerados respostas graves ao medicamento. Por exemplo, um 
cliente pode ficar comatoso, quando um medicamento é ingerido. Se ocorrem as respostas adversas ao 
medicamento, o médico pode interromper o medicamento. Alguns efeitos adversos são efeitos 
inesperados que não foram descobertos durante a experimentação do medicamento. Quando acontece 
esta situação, os profissionais de saúde são obrigados a reportar o efeito adverso ao FDA. 
 
Efeitos Tóxicos: podem-se desenvolver depois da ingesta prolongada de um medicamento ou quando 
um medicamento se acumula no sangue por causa do metabolismo ou excreção comprometidos. As 
quantidades excessivas de um medicamento dentro do corpo podem ter efeitos letais, dependendo da 
ação do medicamento. Por exemplo, os níveis tóxicos de morfina podem provocar depressão respiratória 
grave e morte. Os antídotos estão disponíveis para tratar tipos específicos de intoxicação medicamentosa. 
Por exemplo, o Narcan é utilizado para reverter os efeitos da intoxicação por opióides. 
Reações Idiossincrásicas: os medicamentos podem provocar efeitos imprevisíveis, como uma 
reação idiossincrásica, na qual um cliente reage em excesso ou de forma deficiente a um medicamento 
ou apresenta reação diferente do normal. Por exemplo, uma criança que recebe um anti-histamínico pode 
ficar extremamente agitada ou excitada, em vez de sonolenta. É impossível avaliar os clientes para as 
respostas idiossincrásicas. 
Reações Alérgicas: constituem outra resposta imprevisível a um medicamento; elas constituem 5% 
a 10% das reações medicamentosas. Um cliente pode tornar-se imunologicamente sensibilizado à dose 
inicial de um medicamento. Com a administração repetida, o cliente desenvolve uma resposta alérgica ao 
medicamento, a seus conservantes químicos ou a um metabólito. O medicamento, ou substância química, 
atua como um antígeno, deflagrando a liberação de anticorpos. A alergia medicamentosa de um cliente 
pode ser branda ou grave. Os sintomas alérgicos variam, dependendo do indivíduo e do medicamento. 
Entre as diferentes classes de medicamentos, os antibióticos provocam uma alta incidência de reações 
alérgicas. As reações brandas podem ser: 
- Urticárias – erupções cutâneas elevadas, com formato irregular, com tamanhos e formas variados; 
as erupções apresentam margens avermelhadas e centros pálidos. 
- Exantema – vesículas pequenas e elevadas, geralmente avermelhadas; frequentemente, distribuídas 
sobre todo o corpo. 
- Prurido – coceira na pele; acompanha a maioria dos exantemas. 
- Rinite – inflamação das mucosas que revestem o nariz; provoca edema e secreção aquosa clara. 
 
As reações anafiláticas ou graves caracterizam-se pela constrição súbita dos músculos 
bronquiolares, edema da faringe e laringe, bem como sibilância e falta de ar graves. Os anti-histamínicos, 
epinefrina e broncodilatadores podem ser usados para tratar as reações anafiláticas. 
O cliente também pode tornar-se gravemente hipotenso, necessitando de medidas de reanimação de 
emergência. Um cliente com história conhecida de alergia a medicamento deve evitar a reexposição e 
usar um bracelete ou medalha de identificação, o que alerta os enfermeiros e os médicos para a alergia, 
caso o cliente esteja inconsciente, quando receber o cuidado médico. 
 
Interações Medicamentosas 
Quando um medicamento modifica a ação de outro medicamento, ocorre uma interação 
medicamentosa. As interações medicamentosas são comuns em indivíduos que tomam vários 
medicamentos. Um medicamento pode potencializar ou diminuir a ação de outros medicamentos, e alterar 
a maneira pela qual outro medicamento é absorvido, metabolizadoou eliminado do corpo. Quando dois 
medicamentos possuem efeito sinérgico, ou agem de maneira sinérgica, o efeito dos dois 
medicamentos combinados é maior que o dos medicamentos, se fornecidos em separado. Por 
exemplo, o álcool é um depressor do sistema nervoso central que possui um efeito sinérgico com 
anti-histamínicos, antidepressivos, barbitúricos e analgésicos narcóticos. Uma interação 
medicamentosa nem sempre é indesejável. Com frequência, um médico combina medicamentos, para 
criar uma interação que tenha efeito benéfico sobre a condição do cliente. Por exemplo, um cliente com 
hipertensão (pressão arterial alta) que não pode ser controlada com medicamento, recebe tipicamente 
vários medicamentos, como diuréticos e vasodilatadores, que atuam em conjunto para controlar a pressão 
arterial. 
 
 
 
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Os “9 certos” para uma Administração Medicamentosa Segura 
1. Paciente Certo: Certifica-se de que a medicação corresponde com o prontuário do paciente, e ao 
administrar, certifica-se se realmente é o paciente. Ex. “Como é o nome do Sr (a)” Nunca podemos dizer: 
“Seu Fulano olha seu remédio...” Sempre devemos perguntar o nome completo mesmo que 
conhecemos o paciente. Erros podem acontecer. 
2. Medicamento Certo: Certifica-se se o medicamento que foi dispensado da farmácia realmente 
corresponde com a prescrição médica. 
3. Dose Certa: Observar atentamente na prescrição médica a dose correta da medicação, e a forma 
que veio apresentada da farmácia. Ex. Prescrição Médica: Benzetacil 800.000UI IM; E a apresentação da 
medicação da Farmácia é Benzetacil 1.200.000UI IM. 
4. Via Certa: Toda atenção é pouca. Observar e ler atentamente qual a via a ser administrada. Ex.: 
(Via Oral-VO, Sublingual-SL, Intramuscular-IM, Endovenosa/Intravenosa-EV/IV). 
5. Hora Certa: Atentar-se quanto ao horário correto para administração da medicação, evitando 
atrasos e antecipações. 
6. Tempo Certo: Na aplicação da medicação, respeitar o tempo previsto na prescrição, por exemplo, 
se for em 30 minutos, ou em quatro horas, controlar adequadamente o gotejamento ou programar 
corretamente as bombas de infusão contínua ou bombas de seringa, controlando, dessa forma, a infusão 
conforme prescrição. 
7. Validade Certa: Antes de preparar a medicação sempre conferir a data de validade, NUNCA aplicar 
medicação vencida. Estabelecer uma rotina de verificação e controle de validade nos setores, em 
parceria com a farmácia. 
8. Abordagem Certa: Antes de administrar o medicamento deve-se esclarecer ao paciente qualquer 
dúvida existente referente ao mesmo e deve-se levar em consideração o direito de recusa do 
medicamento, pelo cliente. O primeiro passo sempre é dizer ao paciente qual medicação será 
administrada, qual é a via, principal ação do medicamento e como será feita a administração, 
sobretudo, medicações que hajam colaboração e ação do cliente como as sublinguais a explicação deve 
ser dada. 
9. Registro Certo: Após aplicar a medicação registrar no prontuário checando com rubrica e ainda 
anotando queixas, suspensão ou não aceitação de medicação. 
 
Só para lembrar: 
 
https://www.slideshare.net/Andreadcss/9-certos-na-administrao-de-medicamentos 
 
Recomendações Gerais 
- Todo medicamento a ser administrado no cliente deve ser prescrito pelo médico ou odontólogo; 
- A prescrição deve ser escrita, assinada e carimbada. Somente em caso de emergência, a 
Enfermagem pode atender prescrição verbal, que deve ser transcrita pelo médico logo que possível; 
- Toda prescrição de medicamento deve conter: data, nome do cliente, registro, enfermaria, leito, idade, 
nome do medicamento, dosagem, via de administração, frequência, assinatura e carimbo do médico; 
- A prescrição do cliente ou cartão de medicamento deve ser mantido à vista do executante; 
- Lavar as mãos antes de preparar e administrar o medicamento e, logo após o procedimento; 
- Fazer a desinfecção concorrente da bandeja antes do preparo e depois da administração do 
medicamento; 
- Manter o local de preparo de medicação sempre em ordem e limpo, utilizando álcool a 70% para 
desinfetar a bancada; 
- Preparar o medicamento em ambiente com boa iluminação; 
- Concentrar a atenção no trabalho, evitando atividades paralelas, distrações e interrupções, que 
podem aumentar a chance de cometer erros; 
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. 67 
- Ler e conferir o rótulo da medicação três vezes – quando pegar o medicamento, antes de colocar o 
medicamento no recipiente próprio para administração, e ao colocar o recipiente na prateleira ou 
desprezar o invólucro; 
- Nunca administrar medicamento sem rótulo; 
- Fazer desinfecção das ampolas e/ou dos frascos antes de quebrar e/ou aspirar a medicação; 
- Preparar somente quando tiver certeza do medicamento prescrito, dosagem e via de administração; 
- Proteger a seringa ou frasco com medicamento para evitar contaminação, podendo ser usado o 
próprio invólucro se não contaminado; 
- Observar o aspecto e as características da medicação antes de prepará-la; e antes de administrá-la 
(sinais de decomposição, turvação, deterioração, precipitação, etc.); 
- Devolver no final do plantão os medicamentos não utilizados e em hipótese alguma acumular 
“sobras”; 
- Manter a bandeja sempre a vista durante a administração, nunca deixando-a sozinha junto ao 
paciente; 
- Antes de administrar o medicamento, conferir cuidadosamente a identidade do paciente; 
- Permanecer junto ao paciente até que tome o medicamento; 
- A administração do medicamento deve ser feita pelo profissional que o preparou; 
- Não se deve nunca esquecer de registrar o medicamento que o paciente tenha recebido (checar a 
medicação); 
- Anotar qualquer anormalidade após a administração do medicamento (vômito, diarreia, erupções, 
urticária, etc.); 
- Após a administração do medicamento, checar a prescrição imediatamente, evitando administração 
dobrada; 
- Em caso de recusa do medicamento, o profissional de enfermagem deve relatar imediatamente o fato 
ao(a) enfermeiro(a) e/ou médico e anotá-la no prontuário. Convencionalmente em nosso meio, quando o 
medicamento não foi administrado por algum motivo, o horário correspondente é circundado, “bolado” à 
caneta e a justificativa anotada no prontuário do paciente; 
- Utilizar luvas de procedimentos para medicações via sonda gástrica ou nasogástrica, via retal e 
parenteral; 
- Utilizar técnica asséptica ao manusear material esterilizado; 
- Nunca reencapar agulhas ou concitá-las da seringa para desprezar; 
- As luvas de procedimentos e o algodão devem ser desprezados na lixeira com saco branco leitoso, 
para lixo infectante, dentro da enfermaria do paciente, conforme Programa de Gerenciamento de 
Resíduos da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH); 
- Em caso de dúvida, nunca administrar o medicamento até que ela seja esclarecida. 
 
Vias de Administração de Medicamentos 
Vias oral, sublingual, gástrica e retal – administração de medicamento por via digestiva. 
Os medicamentos via oral são fornecidos pela boca e deglutidos com líquidos, apresentam um 
início de ação mais lento e um efeito mais prolongado que os medicamentos parenterais. Em geral, os 
clientes preferem a via oral. 
Via parenteral – administração de um agente terapêutico por outra via que não seja a do trato 
alimentar (aparelho digestório). 
Via vaginal – introdução e absorção de medicamentos no canal vaginal. O medicamento pode ser 
introduzido sob a forma de: supositório, comprimido, óvulo, lavagem, irrigação, creme ou gel. 
Via tópica ou cutânea – aplicação de medicamentos na pele. Sua ação pode ser local ou geral. 
Exemplos: pomada, antisséptico, etc. 
Via nasal – consiste em levar à mucosa nasal um medicamento líquido. 
Via Respiratória: as passagens mais profundas do trato respiratório proporcionam grande área de 
superfície para a absorção do medicamento. Os medicamentos podem ser administradosatravés das 
vias nasais, via oral ou tubos colocados dentro da boca do cliente até a traqueia. Os medicamentos 
administrados pela via de inalação são prontamente absorvidos e atuam rapidamente por causa da rica 
rede vascular alveolocapilar presente no tecido pulmonar. Os medicamentos inalados podem ter 
efeitos locais ou sistêmicos. 
Via ocular – aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular (saco conjuntival inferior). 
Há, também, o fornecimento intraocular de medicamento que envolve a inserção de medicamento 
semelhante a uma lente de contato dentro do olho do cliente. O disco do medicamento ocular possui duas 
camadas mais externas que contêm o medicamento. O disco é inserido dentro do olho do cliente de forma 
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muito parecida com uma lente de contato, podendo permanecer no olho dele por até uma semana. A 
pilocarpina, um medicamento usado para tratar o glaucoma, é o disco de medicamento mais comum. 
Via Auricular – introdução de medicamento no canal auditivo. Colocar o paciente em posição que 
você consiga administrar, manter a cabeça do paciente ereta e pingar a solução puxando o pavilhão 
auditivo para baixo e para frente. 
Instilações na garganta – a garganta pode ser pulverizada ou embrocada pela aplicação de um 
antisséptico ou anestésico. 
 
Procedimentos de Administração 
 
Via Oral 
Material: 
- 01 bandeja; 
- 01 copinho; 
- medicamento prescrito. 
Procedimento: 
- Conferir a prescrição médica e medicação a ser administrada; 
- Identificar os copinhos com o nome do paciente, nome da medicação, horário e número do leito; 
- Lavar as mãos; 
- Diluir o medicamento se necessário; 
- Conferir novamente a medicação e prescrição médica verificando data, paciente, hora, via de 
administração e dose; 
- Levar a bandeja de medicação junto ao leito do paciente; 
- Perguntar o nome do paciente sem sugestionar; 
- Oferecer o medicamento; 
- Observar se o paciente ingeriu a medicação; 
- Lavar as mãos; 
- Checar na prescrição médica; 
Cuidados importantes: 
- Agitar o frasco de medicamento líquido antes de entorná-lo pelo lado oposto ao do rótulo, evitando 
assim, que o líquido escorra sobre ele, tornando difícil a leitura; 
- Os frascos multidoses deverão ser diluídos quando abertos; 
- Frascos multidoses que ficam “estocados” no posto, verificar sempre a data de validade e condições 
de armazenamento antes de administrá-lo ao paciente. Se necessário trocar o frasco na farmácia; 
- Segurar o recipiente graduado (copinho) e vidro ao nível dos olhos para despejar o líquido até a altura 
correspondente à dose, facilitando desse modo a colocação precisa do medicamento; 
- Colocar comprimidos, drágeas ou cápsulas no recipiente sem tocá-las diretamente com a mão; 
- Se houver dificuldade na identificação do medicamento, não administrá-lo. Devolva-o à farmácia e 
solicite outro medicamento com identificação legível; 
- Se um paciente recebe vários medicamentos simultaneamente, a prática mais segura é a de usar 
recipientes separados, possibilitando a identificação segura dos medicamentos que efetivamente o 
paciente recebeu. Em casos de aceitação parcial ou perdas acidentais de uma parte deles, será possível 
registrar adequadamente o ocorrido e/ou repor a medicação perdida; 
- Observar se o paciente não está com indicação de jejum, controle hídrico, além de fatores que 
influenciam a administração, como sonda nasogástrica, condições relativas à deglutição, náuseas, 
vômitos, entre outros; 
- No caso de administração de medicação sublingual, observar a colocação do medicamento sob a 
língua do paciente e orientá-lo para que deixe ali, sem mastigá-lo ou engoli-lo, até ser totalmente 
dissolvido, não se devem oferecer líquidos com a medicação sublingual; 
- No uso de medicação via Sonda Nasoenteral-SNE ou Sonda Nasogástrica-SNG: lavar (10 a 20ml 
de água pela seringa sob pressão) logo após a administração da medicação, a fim de evitar obstrução da 
mesma. 
 
Importante: na ausência do copo graduado ou seringa utilizar as medidas abaixo como 
referência de administração medicamentosa líquida. 
Colher de café = 2,5ml 
Colher de chá = 5ml 
Colher de sobremesa = 10ml 
Colher de sopa = 15ml 
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Via retal 
As formulações destinadas para uso retal podem ser sólidas ou líquidas. 
Formulações sólidas: denominada supositório – possuem formato e consistência que facilita sua 
aplicação, não devendo ser partido. Dissolve-se em contato com a temperatura corporal e é indicado 
principalmente para a estimulação da peristalse para facilitar a defecação. Quando efetivo, os resultados 
manifestam-se dentro de 15 a 30 minutos, mas podem tardar até uma hora. 
Formulação líquida: pode ser em grande quantidade, denominada lavagem intestinal (de 1000 a 
2000ml) ou em pequena quantidade, chamada de clister (150 a 500ml). Geralmente são usadas na 
lavagem intestinal para a remoção das fezes em caso de “fecaloma” (fezes endurecidas), preparo para 
procedimentos cirúrgicos ou exames (ex.: colonoscopia); 
Material: 
- 01 Frasco de Clister ou Fleet Enema (conforme prescrição médica); 
- Papel higiênico; 
- 01 comadre; 
- 01 par de luvas de procedimento; 
- 01 sonda retal. 
Procedimento: 
- Explicar ao paciente o procedimento; 
- Preparar o material; 
- Mornar quando for solução glicerinada ou soro fisiológico; 
- Lavar as mãos, calçar luvas de procedimentos; 
- Colocar biombo, para não expor o paciente; 
- Colocar o paciente em posição de Sims, (decúbito lateral esquerdo e perna direita fletida); 
- Afastar a prega interglútea e instilar o líquido; 
- Introduzir a sonda retal lubrificada (ex: xilocaína gel ou óleo mineral) no ânus do paciente; 
- Colocar o paciente na comadre, deixando o papel higiênico à mão, nos casos de pacientes 
dependentes ou encaminhá-lo ao banheiro; 
- Fazer a higiene íntima; 
- Retirar o material usado; 
- Limpar e organizar o material; 
- Retirar as luvas de procedimentos; 
- Lavar as mãos; 
- Fazer anotação de enfermagem no prontuário; 
Observação: No caso de irrigação gota a gota acrescentar um equipo ao material, procedendo a 
mesma forma de instalação, deixando o sistema instalado até o final da solução. 
 
Via Parenteral 
Preparo da Medicação: 
- Observar o prazo de validade, o aspecto da solução, bem como a integridade do frasco; 
- Certificar que todo o medicamento está contido no corpo da ampola, pois o estreitamento do gargalo 
faz com que uma parte do medicamento muitas vezes, fique na sua parte superior; 
- O mesmo cuidado deve ser observado com o pó liofilizado no frasco da ampola; 
- Lavar as mãos com água e sabão; 
- Observar a integridade dos invólucros que protegem a seringa e a agulha; 
- Monte a seringa com a agulha respeitando a técnica asséptica; 
- Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em álcool a 70% destacando o gargalo, no caso do 
frasco ampola, levantar a tampa metálica e desinfetar a borracha; 
- Proteger o gargalo da ampola com algodão na hora de quebrá-lo; 
- Aspirar ao diluente (no caso de frasco ampola) introduzi-lo dentro do frasco e deixe que a força da 
pressão interna do frasco, desloque o ar para o interior da seringa; 
- Homogeneizar o diluente com o pó liofilizado sem sacudir; 
- Introduzir o ar da seringa para o interior do frasco. Este procedimento visa aumentar a pressão dentro 
do frasco, facilitando a retirada do medicamento, visto que os líquidos movem-se de uma área de maior 
pressão para a de menor pressão; 
- Manter o frasco invertido para baixo, enquanto aspira ao medicamento; 
- Proteger a agulha com o protetor e o êmbolo da seringa com o próprio invólucro; 
- Identificar o material com fita adesiva com o nome do paciente, número do leito, medicamento, 
horário, dose e via de administração; 
 
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Via Intradérmica 
É a introdução do medicamento naderme. É raramente usada para tratamento, porém incide na 
disseminação de vacinas. Volumes máximos administrados – 0,1 a 1,0ml. 
Locais de aplicação: Face interna ou ventral do antebraço; Região escapular (parte superior das 
costas); Parte inferior do deltoide direito (exclusivamente para a vacina BCG). 
Material: 
- 01 bandeja; 
- 01 seringa de 3ml ou 5ml; 
- 01 agulha para injeção 03X07; 
- 01 bola de algodão; 
- 05ml de álcool; 
- Luvas de procedimentos; 
- Medicamento prescrito. 
Procedimento: 
- Lavar as mãos; 
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e após a aspiração do medicamento, trocar 
a agulha; 
- Orientar o paciente quanto ao procedimento; 
- Calçar luvas de procedimentos; 
- Posicionar a agulha em ângulo de 15º em relação à superfície da pele; 
- Introduzir a agulha com o bisel para cima para formar uma pápula; 
- Checar na prescrição médica; 
Observação: Não fazer a antissepsia da região, o que causaria o desenvolvimento de reações falso-
positivas em testes de hipersensibilidade e a redução da atividade das vacinas administradas. 
 
Via Subcutânea 
É a introdução do medicamento na região subcutânea. Utilizada para drogas que não necessitem de 
absorção imediata e sim quando se deseja uma absorção continua. Podem ocorrer lesões inflamatórias 
locais, sendo de grande importância o rodízio da aplicação como um método profilático. Volume máximo 
administrável – 2 ml. 
Locais de aplicação: Parte superior externa dos braços; Face lateral externa e frontal das coxas; 
Regiões glúteas, direita e esquerda; Região abdominal – hipocôndrios direito e esquerdo, exceto a região 
periumbilical; Regiões supraescapular e infraescapular; Faces externas, anterior e posterior dos braços; 
Região intermediária lateral das costas (próxima ao quadril direito e esquerdo). 
Material: 
- 01 bandeja; 
- 01 seringa de 1ml; 
- 01 agulha 13X25; 
- Luvas de procedimentos; 
- 02 Bolas de algodão; 
- 05ml do álcool a 70%; 
- Medicamento prescrito. 
Procedimento: 
- Lavar as mãos; 
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e, após a aspiração do medicamento, trocar 
a agulha; 
- Orientar o paciente quanto ao procedimento; 
- Calçar luvas de procedimentos; 
- Fazer antissepsia da pele de cima para baixo; 
- Posicionar a agulha em ângulo de 90º em relação à superfície da pele; 
- Introduzir a agulha com bisel para baixo; 
- Não friccionar o local após a aplicação; 
- Retirar luvas e lavar mãos; 
- Checar na prescrição medica. 
 
Via Intramuscular 
É aplicada no tecido muscular através da pele, tendo a desvantagem de ser dolorosa pela introdução 
da agulha e absorção do medicamento. O desconforto da aplicação desse medicamento pode ser 
minimizado com os seguintes cuidados: 
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- Manter a técnica asséptica durante todo o procedimento; 
- Ao escolher o local de aplicação, observe a condição do músculo; 
- Assegure a privacidade do paciente, sem expô-lo desnecessariamente; 
- Não hesitar em aplicar a injeção; 
- Injetar lentamente as soluções; 
- Fazer uma pressão no local administrado com a extremidade dos dedos, para auxiliar na absorção 
da droga; 
- Checar na prescrição médica. 
 
Volume máximo administrável – 5 ml. 
Algumas bibliografias informam volume máximo de 4ml outras 5ml. 
 
Locais para aplicação: Regiões deltoideanas; Região dorsoglútea; Região ventroglútea; Região 
anterolateral da coxa (músculo vastolateral). 
Recomendações importantes: 
- Não administrar medicamentos por via intramuscular na região dorsoglútea em crianças de 0 a 2 
anos, adultos excessivamente magros ou com mais de 60 anos; 
- Priorizar a região vastolateral da coxa em crianças menores de 1 ano; 
- Não administrar diclofenaco de sódio e penicilina benzatina na região deltoide, em qualquer idade. 
Nessas medicações só usar agulhas 30x8; 
- Rodiziar o local de aplicação. 
Material: 
- 01 bandeja; 
- 01 seringa de 3ml ou 5ml; 
- 01 agulha 30X06, 30X07 ou 30X08; 
- 02 bolas de algodão; 
- 05ml do álcool a 70%; 
- Luvas de procedimentos; 
- Medicamento prescrito. 
Procedimento: 
- Lavar as mãos; 
- Escolher a seringa de acordo com o volume a ser injetado; 
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e, após a aspiração do medicamento, trocar 
a agulha; 
- Orientar o paciente quanto ao procedimento; 
- Calçar luvas de procedimentos; 
- Fazer antissepsia da pele de cima para baixo; 
- Posicionar a agulha em ângulo de 90º em relação à superfície da pele; 
- Introduzir a agulha com bisel para baixo; 
- Aspirar antes de injetar o medicamento, verificando se algum vaso foi atingido; 
- Injetar lentamente o líquido; 
- Fazer uma leve compressão no local após a administração; 
- Retirar luvas e lavar as mãos; 
- Checar na prescrição médica; 
 
Via Endovenosa 
A via endovenosa é usada quando se deseja uma ação rápida do medicamento ou porque outras vias 
não são propícias. Sua administração deve ser feita com muito cuidado, considerando-se que a 
medicação entra direto na corrente sanguínea, podendo ocasionar sérias complicações ao paciente, caso 
as recomendações preconizadas não sejam observadas. As soluções administradas por essa via 
devem ser cristalinas, não oleosas e sem flocos em suspensão. 
Alguns acidentes podem acorrer na administração de medicamentos endovenosos: 
- Esclerose da veia: aplicação sucessiva no mesmo local; 
- Abscessos: administração de medicamentos fora da veia, antissepsia inadequada no local da 
punção e material contaminado; 
- Hematoma: extravasamento de sangue da veia no espaço intersticial por transfixação da veia; 
- Flebite: longa permanência de dispositivos endovenosos ou drogas irritantes; 
- Êmbolos: deslocamento de resíduos de medicamentos mal diluídos ou coágulos de sangue podem 
agir como êmbolos; 
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- Infiltração: passagem do líquido para o tecido subcutâneo. Ocorre por deslocamento da agulha ou 
pela sua penetração na parede do vaso. 
- Choque: quando se aplica determinado medicamento, pode ocorrer o estado de choque, 
vasodilatação geral, palidez, vertigem, agitação, cianose, ansiedade, tremores. Pode se tratar do choque 
pirogênico que ocorre quando existe pirogênio no medicamento, ou seja, substância produzida por 
bactéria, produzindo reações como febre e alergias; choque anafilático devido à hipersensibilidade do 
paciente ao medicamento. 
 
Volume máximo administrável – não há limite, exceto nos casos em que a patologia 
contraindique volumes elevados. 
 
Locais de aplicação: 
- Região cefálica (crianças); 
- Região temporossuperficial e regiões epicranianas; 
-Região dos membros superiores: braço (cefálica e basílica), antebraço (intermediária cefálica, 
intermediária basílica, mediana e radial); 
- Ulnar; 
- Mão: rede do dorso da mã;. 
- Região dos membros inferiores: perna (face posterior do joelho), safena magna e tibial anterior; pé 
(rede do dorso do pé). Nesta região somente em casos extremos. 
Observação: Observar orientações adicionais na Rotina de Prevenção de Infecção de Corrente 
Sanguínea da CCIH. 
Material: 
- Mesmo da injeção intramuscular; 
- Acrescentando em caso de grande volume de medicação: 
- 01 bandeja; 
- 01 Equipo; 
- 01 cateter intravenoso (abocath ou jelco); 
- 01 pacote de gaze; 
- 30 cm de esparadrapo ou micropore; 
- Medicamento; 
- Luvas de Procedimentos. 
Procedimento: 
- Lavar as mãos; 
- Preparar a medicação fazendo a desinfecção da ampola e, após a aspiração do medicamento, trocar 
a agulha; 
- Posicionar o paciente deitado ou sentado; 
- Orientar o paciente quanto ao procedimento; 
- Calçar luvas de procedimentos; 
- Inspecionar as condições da veia e selecionar a mais apropriada; 
- Garrotear o braço aproximadamente 10 cm acima da veia escolhida. Para facilitar a visualização da 
veia na mão e braço, convém o paciente cerrar o punho durante a inspeção e a punção venosa; 
- Fazer antissepsia dapele de cima para baixo; 
- Fixar a veia e fazer a punção; 
- Inserir o cateter ou agulha em um ângulo de 15º a 30º graus mantendo a pele esticada com o bisel 
voltado para cima, facilitando a introdução; 
- Retirar o garrote; 
- Administrar lentamente o medicamento, evitando assim reações adversas, já que muitos 
medicamentos podem produzir efeitos indesejáveis de imediato. Nesses casos, interrompa a aplicação e 
comunique o fato o(a) enfermeiro(a) ou médico; 
- Retirar o cateter ou agulha e comprimir o local; 
- Retirar luvas e lavar as mãos; 
- Checar na prescrição médica. 
Recomendações importantes: 
- Seguir Rotina de Controle de Infecção para acesso vascular para a manutenção da punção; 
- Evitar punção venosa de membros inferiores em pacientes adultos; 
- O local escolhido deve ser seguro, de fácil acesso, confortável ao paciente; 
- O seguimento escolhido deve ser mais longo que a agulha; 
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. 73 
- Evitar “tapinha” sobre o local a ser puncionado, pois permitem o rompimento da veia no momento da 
punção; 
- Não puncionar membros com fístula arteriovenosa para hemodiálise, paresia, paralisia ou membro 
do mesmo lado em que foi feita uma mastectomia. 
 
Venóclise 
Administração endovenosa de regular quantidade de líquido através de gotejamento controlado, para 
ser infundido num período de tempo pré-determinado. É indicada principalmente para repor perdas de 
líquidos do organismo e administrar medicamentos. As soluções mais utilizadas são a glicosada 5%, 
fisiológica 0,9% e ringer simples. 
Recomendações importantes: 
- Atentar para a identificação, registrando no rótulo: o nome do paciente, a solução a ser injetada, os 
medicamentos e seus complementos do soro, caso houver, tempo em que a solução deverá ser infundida, 
número de gotas por minuto, início e término, data e assinatura; 
- Estabelecer a punção venosa em local longe de articulações e de fácil acesso, para facilitar 
manutenção da via e oferecer conforto ao paciente; 
- Não puncionar veias esclerosadas (são veias com paredes espessas e endurecidas), devido a 
deficiência circulatória; 
- Realizar a punção com técnica asséptica, mantendo todo o conjunto de punção limpo, inclusive sua 
fixação, prevenindo infecção; 
- Manter as conexões do sistema bem adaptadas evitando extravasamento de solução, contaminação, 
refluxo sanguíneo e entrada de ar; 
- Manter a observação constante no local, a fim de detectar precocemente a infiltração nos tecidos 
adjacentes; 
- Retirar o dispositivo da punção e providenciar outra via de acesso venoso, na presença de sinais de 
flebite (edema e hiperemia local). Comunicar o caso o(a) enfermeiro(a); 
- Garantir a infusão do volume e dosagem dentro do tempo estabelecido. Para isto, deve-se controlar 
constantemente o gotejamento, que não deve ser alterado em casos de atraso, para evitar a sobrecarga 
cardíaca; 
- Orientar aos pacientes que deambulam manterem o frasco elevado para promover gotejamento 
contínuo, evitando refluxo, coagulação sanguínea e obstrução do cateter; 
- Orientar o paciente não abrir ou fechar o gotejamento; 
- Registrar no local da punção data, hora e assinatura do profissional responsável; 
- Administração de medicações de horário pela “borrachinha” do equipo: fazer desinfecção do local 
antes da introdução da agulha; 
- Não injetar medicamentos perfurando o frasco de soro ou deixar agulhar tipo “suspiro” para evitar 
contaminação do sistema; 
- Evitar excesso de polifix ou tree-wall. 
 
Outras Vias Parenterais: 
- Epidural; 
- Intratecal; 
- Intraóssea; 
- Intraperitoneal; 
- Intrapleural; 
- Intra-arterial. 
 
Cálculos para gotejamento. Ex.: SG 5%, 500ml em 8horas. 
 
 
 
 
 
 
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. 74 
Questões 
 
01. (SES/PR - Assistente de Farmácia - IBFC/2016) Não é considerada como via parenteral de 
administração de medicamentos a via: 
(A) Retal 
(B) Subcutânea 
(C) Intravenosa 
(D) Intramuscular 
 
02. (IF/PA - Auxiliar de Enfermagem - FUNRIO/2016) A administração de medicamentos pode ser 
feita por várias vias. Indique a alternativa de uma via enteral. 
(A) Otológica 
(B) Intradérmica 
(C) Tópica 
(D) Oral 
(E) Oftálmica 
 
03. (CLIN - Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - COSEAC) Considerando-se a administração de 
medicamentos por via parenteral, é correto afirmar que: 
(A) os medicamentos parenterais têm forma de creme e óvulos, que são introduzidos com o auxílio de 
um aplicador de uso individual. 
(B) para a administração de medicamentos por esta via deve-se usar o conta-gotas, e o paciente deve 
manter a cabeça inclinada para trás. 
(C) as formulações destinadas para uso nesta via podem ser sólidas ou líquidas e são indicadas 
principalmente para a estimulação da peristalse. 
(D) utilizam-se comumente nesta via as formas de administração subcutânea, intradérmica, 
intramuscular e endovenosa. 
 
04. (IF Sertão/PE - Técnico em Enfermagem) A paciente A.J, internada em enfermaria, foi prescrito 
para ser administrado 500 ml de soro fisiológico, via endovenosa, em 8 horas. Quantas gotas por minuto 
será administrada nessa prescrição? 
(A) 7 gotas por minuto 
(B) 21 gotas por minuto 
(C) 42 gotas por minuto 
(D) 15 gotas por minuto 
(E) 64 gotas por minuto 
 
05. (IF Sertão/PE - Técnico em Enfermagem) Sobre as vias de administração de medicamentos, 
assinale a alternativa incorreta: 
(A) As vias de administração parenterais diferem em relação ao tipo de tecido em que o medicamento 
será administrado. 
(B) A via intradérmica constitui uma alternativa parenteral para a administração de medicamentos que 
precisam de uma lenta absorção. 
(C) Na utilização da via subcutânea, a medicação é introduzida na hipoderme, proporcionando uma 
absorção gradual e sistêmica. 
(D) Na utilização da via intramuscular, o medicamento é introduzido no tecido muscular, sendo 
apropriado para a administração o volume máximo até 0,5 mL. 
(E) A via endovenosa permite a administração de grandes volumes de líquidos e, também, de soluções 
que, por serem irritantes ou por sofrerem a ação dos sucos digestivos, são contraindicadas pelas demais 
vias parenterais e pela via oral, respectivamente. 
 
06. (IF Sertão/PE - Técnico em Enfermagem) Chega ao posto de enfermagem uma prescrição 
médica em que está solicitado a administração de 350 mg de ampicilina. Na unidade tem frascos com 1,0 
grama que deve ser diluído em 10ml de água destilada. Após diluição, quanto deve ser aspirado? 
(A) 3,5 ml 
(B) 3,0 ml 
(C) 2,5 ml 
(D) 2,0 ml 
(E) 1,5 ml 
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. 75 
07. (EBSERH - Técnico em Enfermagem - IBFC/2016) Considerando o Protocolo de segurança na 
prescrição, uso e administração de medicamentos do Ministério da Saúde, analise as afirmativas abaixo 
e assinale a alternativa correta: 
I. As prescrições verbais devem ser restritas às situações de urgência/emergência, devendo ser 
imediatamente escritas no formulário da prescrição, após a administração do medicamento. 
II. Realizar a antissepsia do local da aplicação para administração de medicamentos por via parenteral. 
III. Não deverão ser administrados medicamentos em casos de prescrições vagas como: “fazer se 
necessário”. 
 
(A) I, II e III estão corretas 
(B) I, II e III estão incorretas 
(C) Apenas I e II estão corretas 
(D) Apenas II e III estão corretas 
(E) Apenas III está correta 
Gabarito 
 
01.A / 02.D / 03.D / 04.B / 05.D / 06.A / 07.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
Parenteral NÃO passa pelo trato gastrointestinal. 
 
02. Resposta: D 
Enteral vem do grego enteron (intestino): são as vias: oral, sublingual e retal. 
03. Alternativa: D 
Os medicamentos em via Parenterais são aqueles que o fármaco não passa pelo trato gastrointestinal. 
 
04. Resposta: B 
1 h -------------------------- 60 minutos 
8 h ------------------------ x minutos x= 480 minutos. 
T (minutos)Gota= Volume total x 20 / T (minutos) 
Gota= 500 x 20 / 480 
Gota= 10000 / 480 
Gota= 20,88 aproximadamente 21 gotas por minuto 
 
05. Resposta: D 
O volume máximo administrado na via intramuscular varia dependendo do músculo, mas pode 
chegar até 5mL. 
 
06. Resposta: B 
1,0 g – 10 ml água destilada 
350 mg de ampicilina = 0,35 g – X 
1,0 x= 0,35 . 10 
X = 3,5 /1,0 
X= 3,5 ml 
 
07. Resposta: A 
PROTOCOLO DE SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, USO E ADMINISTRAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS* Protocolo coordenado pelo Ministério da Saúde e ANVISA em parceria com FIOCRUZ 
e FHEMIG 
5.1.4 Utilização de expressões vagas Expressões vagas como “usar como de costume”, “usar como 
habitual”, “a critério médico”,“se necessário” (sem indicação de dose máxima, posologia e condição de 
uso), “uso contínuo” e “não parar” devem ser abolidas das prescrições. Quando for preciso utilizar a 
expressão “se necessário”, deve-se obrigatoriamente definir: Dose; posologia; dose máxima diária deve 
estar claramente descrita; e condição que determina o uso ou interrupção do uso do medicamento. 
Exemplo: paracetamol comprimido de 500mg uso oral. Administrar 500mg de 6 em 6h, se temperatura 
igual ou acima de 37,5ºc. Dose máxima diária 2 gramas (quatro comprimidos de 500mg). 
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. 76 
 
 
BIOSSEGURANÇA, IRAS e CCIH 
 
Conforme conceitua o Ministério da Saúde, Biossegurança compreende um conjunto de ações 
destinadas a prevenir, controlar, mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam 
interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. Desta forma, a 
biossegurança se caracteriza como estratégica e essencial para a pesquisa e o desenvolvimento 
sustentável, sendo de fundamental importância para avaliar e prevenir os possíveis efeitos adversos de 
novas tecnologias à saúde. 
As ações de biossegurança em saúde são primordiais para a promoção e manutenção do bem-estar 
e proteção à vida. A evolução cada vez mais rápida do conhecimento científico e tecnológico propicia 
condições favoráveis, possibilitando ações que colocam o Brasil em patamares preconizados pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação à biossegurança em saúde. No Brasil, a biossegurança 
começou a ser institucionalizada a partir da década de 80, quando o Brasil passou a fazer parte do 
Programa de Treinamento Internacional em Biossegurança, ministrado pela OMS, que teve como objetivo 
estabelecer pontos focais na América Latina para o desenvolvimento do tema (BRASIL)11. 
 
Medidas de Biossegurança12 
 
A palavra Biossegurança significa, genericamente, segurança nas atividades que evoluem de 
organismos vivos. E entende-se, ainda, que o termo Biossegurança se aplica ao conjunto de ações 
voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, 
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços - riscos que podem comprometer 
a saúde do Homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
Ao profissional de enfermagem cabe a consciência de sua responsabilidade quanto à prática da 
biossegurança em todos os seus procedimentos de trabalho e, também, junto aos seus pacientes, para 
que, protegendo-se, possa garantir suas boas condições de saúde e, assim, estar apto para o cuidado 
com o próximo. Medidas de proteção e segurança (individual, coletiva, para si e para o paciente) são 
recomendadas aos profissionais de saúde, em especial ao enfermeiro ao exercer a prática do cuidado 
em estabelecimentos de saúde. 
Os profissionais que atuam na área da saúde, historicamente, não eram considerados como 
trabalhadores da categoria de grandes riscos para acidentes de trabalho, mas nos dias atuais os riscos 
biológicos rodeiam a classe. 
Na década de 80, com o surgimento da AIDS, as questões de biossegurança começaram a ser 
estabelecidas, sendo promovida a proteção profissional. 
Os serviços de saúde possuem muitas áreas de insalubridade, com graduação variável, que dependem 
de sua hierarquização e complexidade (ex. hospital terciário ou posto de saúde), do tipo de atendimento 
prestado (ex. atendimento exclusivo a moléstias infectocontagiosas) e do local de trabalho do profissional 
(ex. laboratório, endoscopia, lavanderia, etc.). Os riscos de agravo à saúde (ex. radiação, calor, frio, 
substâncias químicas, estresse, agentes infecciosos, ergonômicos, etc.) podem ser variados e 
cumulativos. Por suas características, encontram-se nos serviços de saúde exemplos de todos os tipos 
de risco, agravados por problemas administrativos e financeiros (ex. falta de manutenção de 
equipamentos) e alguns decorrentes de falhas na adaptação de estruturas antigas a aparelhos de última 
geração. 
Todos os profissionais que atuam - direta ou indiretamente - na prestação de serviços em hospitais ou 
em qualquer outra atividade ligada à saúde estão sujeitos a desenvolver doenças relacionadas ao 
trabalho. A exposição a riscos de contaminação ocupacional depende do ambiente de trabalho de cada 
um. 
Constatou-se que com 70% das contaminações pelo vírus HIV em todo o mundo por ocasião de 
acidente de trabalho, 43% envolvem a categoria da área de enfermagem. 
 
11 Texto extraído de BRASIL. Ministério da Saúde. Biossegurança em saúde: prioridades e estratégias de ação. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 242 p. (Série B. 
Textos Básicos de Saúde) 
12 Conteúdo adaptado de SÃO PAULO. Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. Programa Estadual de DST/AIDS. Biossegurança: atualidades em DST/Aids. 
2. ed. rev. e amp. São Paulo, 2003. e de ZORZE, Cleide Maria Ferreira da Silva; KARAGULIAN, Patrícia Partamian. Biossegurança em enfermagem. In: MURTA, 
Genilda Ferreira (org.). Saberes e Práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem. 3. ed. rev. e amp. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2007. 
Normas de biossegurança em enfermagem 
 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 77 
Várias são as doenças que os profissionais de saúde poderão adquirir ao longo de suas carreiras; 
algumas poderão ser combatidas com vacinas; outras, com cuidados nos equipamentos de segurança. 
 
Medidas de Biossegurança em Serviços de Saúde 
 
Na área da saúde, o tema “Biossegurança” suscita reflexões por parte dos profissionais, uma vez que 
estão mais suscetíveis a contrair doenças advindas de acidentes de trabalho, através de procedimentos 
que envolvem riscos biológicos, químicos, físicos e ergonômicos (BOLICK, 2000; MASTROENI, 2004). 
Os profissionais que prestam assistência direta à saúde ou manipulam material biológico no seu 
cotidiano devem ter conhecimento suficiente acerca de biossegurança para uma prática eficaz e segura 
(CARVALHO, 1999; COSTA & COSTA, 2003). 
O profissional de limpeza e desinfecção de superfícies em serviços de saúde está exposto a riscos, e 
o objetivo das medidas de biossegurança é identificar riscos à saúde e ao meio ambiente decorrentes da 
exposição à matéria orgânica e aos agentes biológicos e do manuseio de produtos químicos e materiais 
perigosos. 
A utilização de precauções básicas auxilia os profissionais nas condutas técnicas adequadas à 
prestação dos serviços, por meio do uso correto de EPI, de acordo com a NR n° 6, da Portaria nº 3.214, 
de 08 de junho de 1978 (BRASIL). Essas medidas devem gerar melhorias na qualidade da assistência e 
diminuição de custos e infecções. 
Ao Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde competem os 
procedimentos para a remoção de sujidades, detritos indesejáveis e micro-organismos presentes em 
qualquer superfície, visando manter o ambiente dentro dos padrões estabelecidos pelos serviços de 
saúde. 
As medidas de biossegurança em serviços de saúde evitam os riscos inerentes ao uso de produtos 
químicos e materiais biológicos. Têm a finalidade de minimizar os riscos envolvidos no uso desses 
materiais pelos profissionaisda instituição. Incluem procedimentos para aquisição, armazenamento, 
transporte e manuseio desses produtos. 
As medidas de biossegurança podem ser isoladas ou estarem inseridas em um plano de prevenção e 
controle de riscos biológicos, químicos e materiais perigosos. 
Os acidentes de trabalho são aqueles que ocorrem pelo exercício do trabalho a serviço da empresa 
ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho (BRASIL) 
e podem ser provocados por agentes biológicos, ergonômicos ou mecânicos. 
Podem ser evitados por meio da instituição de medidas preventivas que visem à segurança do 
funcionário durante suas atividades rotineiras, como: 
- Não substituir as escadas por cadeiras, usando-as apenas em superfícies planas. 
- Não manusear equipamentos elétricos com as mãos molhadas. 
- Não misturar produtos de limpeza e desinfecção de superfícies. 
- Utilizar cintos de segurança para a limpeza de janelas e vidros. 
- Proteger as tomadas elétricas de paredes molhadas. 
- Não correr nas dependências dos serviços de saúde. 
- Manter postura adequada para evitar problemas de coluna. 
- Não levar ou levantar objetos muito pesados sem ajuda. 
- Obedecer aos horários de intervalos a fim de prevenir o estresse. 
- Notificar os acidentes após a ocorrência. 
- Utilizar EPI e EPC sempre que necessário. 
- Receber as vacinas recomendadas. 
 
Os profissionais, quando acidentados, devem comunicar seus acidentes em formulário próprio, 
denominado Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), no prazo de 24 horas, e encaminhá-lo 
aos setores competentes. 
 
Glossário 
 
- Desinfecção: remoção de agentes infecciosos, na forma vegetativa, de uma superfície inerte, 
mediante a aplicação de agentes químicos ou físicos. 
- Desinfetante: são agentes químicos capazes de destruir micro-organismos na forma vegetativa em 
artigos ou superfícies, sendo divididos segundo seu nível de atividade em: alto nível, médio nível ou nível 
intermediário e baixo nível. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 78 
- Detergente: todo produto que possui como finalidade a limpeza e que contém na sua formulação 
tensoativos que reduzem a tensão superficial da água, facilitando sua penetração, dispersando e 
emulsificando a sujidade. 
- Limpeza: consiste na remoção das sujidades mediante aplicação de energias química, mecânica ou 
térmica em um determinado período de tempo. Pode ser: 
- Química – ação de produtos saneantes com a finalidade de limpar por meio da propriedade de 
dissolução, dispersão e suspensão da sujeira. 
- Mecânica – ação física aplicada sobre a superfície para remover a sujeira resistente à ação do produto 
químico (esfregar, friccionar, escovar). 
- Térmica – ação do calor que reduz a viscosidade da graxa e da gordura, facilitando a remoção pela 
ação química. 
- Medicina do Trabalho: especialidade médica que se ocupa da promoção, preservação e 
monitoramento da saúde do trabalhador. Executa ações preventivas e emergenciais. 
- Produtos Saneantes: substâncias ou preparações destinadas à higienização, desinfecção ou 
desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum e no 
tratamento de água. 
- Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde: executa ações de 
limpeza/desinfecção preventivas e emergenciais no ambiente dos serviços de saúde. 
- Serviços de Saúde: estabelecimento destinado ao desenvolvimento de ações de atenção à saúde 
da população em regime de internação ou não, incluindo a atenção realizada em consultórios e domicílios. 
- Risco Biológico: risco determinado pela exposição a agentes biológicos por inalação, contato ou 
manuseio (direto ou indireto) de sangue e fluidos corpóreos. 
 
Bibliografia 
 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília: Anvisa, 
2010. 
 
Controle da População Microbiana13 
 
Entendendo a estruturação da cadeia de transmissão (onde e como vivem, como se transmite) dos 
principais agentes infecciosos, pode-se intervir rompendo o elo e evitando a contaminação do ambiente. 
Dessa forma, eliminando as doenças infecciosas, procura-se aumentar o tempo de vida da espécie 
humana. 
Sabe-se que os seres humanos apresentam necessidades de maior amplitude além das biológicas, 
ou seja, as de ordem social, política e econômica: moradias adequadas, boa higiene, educação, bom 
relacionamento social com a comunidade em que vivem e trabalham, bons serviços de assistência à 
saúde (profissionais e centros de saúde), escolas gratuitas e salários decentes, por exemplo. A carência 
destas necessidades implica condições diretamente relacionadas à disseminação de doenças, 
especialmente as parasitárias. 
Considerando tais fatos, o profissional de saúde é capaz de atuar na saúde individual de forma, muitas 
vezes, simples, através de orientações e tratamentos, e assim prevenir e curar as doenças parasitárias. 
Entretanto, quando se trata de saúde coletiva, com a participação do meio ambiente e de outros fatores 
de ordem socioeconômica, faz-se necessária a adoção de medidas mais complexas. Nesse caso, as 
decisões de natureza política exercem importante papel, de maneira direta, na relação parasito-
hospedeiro-meio ambiente, intervindo e rompendo a cadeia de transmissão. 
 
Saneamento Básico 
 
Fala-se muito em saneamento básico. Conhecemos seu significado? É importante para a população? 
Sanear quer dizer limpar. Assim, pode-se definir saneamento como o conjunto de medidas que visam 
tornar as condições ambientais apropriadas à vida. 
O saneamento básico consiste em abastecimento e purificação da água, coleta de lixo, construção de 
redes de esgoto, controle da poluição, limpeza dos lugares públicos pelos órgãos do governo. Enfim, 
significa conservar os meios naturais e eliminar o que representa risco à saúde da população. 
A água contaminada é um deles, podendo transmitir muitas doenças parasitárias como diarreias, 
cólera, esquistossomose (barriga d’água) e outras verminoses. Durante as chuvas, as águas de 
 
13 Conteúdo adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na 
Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos do aluno: fundamentos 
de enfermagem. 2. ed. rev., 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 79 
abastecimento podem vir a se contaminar pela drenagem dos campos contaminados em decorrência de 
enxurradas. Por sua vez, as piscinas e lagos recreativos também podem apresentar considerável 
contaminação, oferecendo riscos às pessoas. 
Considerando tais fatos, a água deve ser sempre adequadamente tratada e, para ser ingerida, fervida 
ou filtrada. 
Esterilização e Desinfecção 
 
São procedimentos de remoção dos agentes infecciosos. 
 
Esterilização 
É a destruição de todas as formas de vida microbiana (matando os esporos) existentes em 
determinado objeto (em sua superfície ou interior). Pode ser realizada através de métodos físicos ou 
químicos (vapor seco e vapor saturado sob pressão e agentes químicos). 
 
Desinfecção 
É o processo que remove ou mata a maioria dos micro-organismos patogênicos (não necessariamente 
matando os esporos) existente em uma superfície inerte. Pode ser feita por vapor úmido, por processos 
físicos (pasteurização e água em ebulição ou fervura) ou por processos químicos por meio da imersão 
em soluções germicidas (álcool etílico a 70%, cloro e compostos clorados, fenólicos, formaldeído, etc.). 
 
Assepsia 
É um conjunto de medidas que visam reduzir o número de micro-organismos e evitarsua disseminação 
ou contaminação de uma área ou objeto estéril. Pode ser classificada em: 
- assepsia médica: auxilia a diminuir o número de micro-organismos, impedindo sua passagem de 
pessoa para pessoa (técnica asséptica); 
- assepsia cirúrgica: torna e mantém os objetos e áreas livres de todos os micro-organismos (técnica 
estéril). 
 
Antissepsia 
São medidas que visam diminuir e prevenir o crescimento de micro-organismos, mediante aplicação 
de um agente germicida. 
 
Referência 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de 
Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos do aluno: instrumentalizando a ação 
profissional 1. 2. ed. rev., 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. 
 
Ambiente Hospitalar 
 
Processamento de Artigos Hospitalares 
 
Descontaminação é o processo que visa destruir micro-organismos patogênicos, utilizado em artigos 
contaminados ou em superfície ambiental, tornando-os, consequentemente, seguros ao manuseio. 
Pode ser realizada por processo químico, no qual os artigos são imersos em solução desinfetante 
antes de se proceder a limpeza; por processo mecânico, utilizando-se máquina termodesinfectadora ou 
similar; ou por processo físico, indicando-se a imersão do artigo em água fervente durante 30 minutos - 
método não indicado por Padoveze, pois, segundo ele, há impregnação de matéria orgânica quando 
aplicado a artigos sujos. 
A limpeza é o ato de remover a sujidade por meio de fricção e uso de água e sabão ou soluções 
detergentes. Há várias fórmulas de detergentes disponíveis no mercado, variando do neutro a específicos 
para lavadoras. Ainda nesta classificação, podemos apontar os enzimáticos, utilizados para limpeza de 
artigos por imersão, bastante recomendados, atualmente, por sua eficácia na limpeza - são capazes de 
remover a matéria orgânica da superfície do material em tempo inferior a 15 minutos (em média, 3 
minutos), não danificam os artigos e são atóxicos e biodegradáveis. 
Limpar é procedimento que deve sempre preceder a desinfecção e a esterilização; quanto mais limpo 
estiver o material, menor a chance de falhas no processo. A matéria orgânica, intimamente aderida ao 
material, como no caso de crostas de sangue e secreções, atua como escudo de proteção para os micro-
organismos, impedindo que o agente desinfetante/esterilizante entre em contato com a superfície do 
artigo, tornando o procedimento ineficaz. 
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. 80 
Para a realização da descontaminação e limpeza dos materiais, recomenda-se adotar as 
seguintes medidas: 
- os procedimentos só devem ser feitos por profissionais devidamente capacitados e em local 
apropriado (expurgo); 
- sempre utilizar sapatos fechados, para prevenir a contaminação por respingos; 
- quando do manuseio de artigos sujos, estar devidamente paramentado com equipamentos de 
proteção: avental impermeável, luvas de borracha antiderrapantes e de cano longo, óculos de proteção e 
máscara ou protetor facial; 
- utilizar escovas de cerdas macias, evitando a aplicação de materiais abrasivos, como palhas de aço 
e sapólio; 
- as pinças devem estar abertas quando de sua imersão na solução; 
- desconectar os componentes acoplados, para uma efetiva limpeza; 
- enxaguar os materiais em água corrente potável; 
- secar os materiais com tecido absorvente limpo, atentando para o resultado da limpeza, 
principalmente nas ranhuras das pinças; 
- armazenar o material ou encaminhá-lo para desinfecção ou esterilização. 
 
Desinfecção é o processo de destruição de micro-organismos em estado vegetativo (com exceção 
das formas esporuladas, resistentes ao processo) utilizando-se agentes físicos ou químicos. O termo 
desinfecção é aplicado tanto no caso de artigos quanto de superfícies ambientais. 
 
A desinfecção pode ser de: 
- alto nível: quando há eliminação de todos os micro-organismos e de alguns esporos bacterianos; 
- nível intermediário ou médio: quando há eliminação de micobactérias (bacilo da tuberculose), 
bactérias na forma vegetativa, muitos vírus e fungos, porém não de esporos; 
- baixo nível: quando há eliminação de bactérias e alguns fungos e vírus, porém sem destruição de 
micobactérias nem de esporos. 
 
Os processos físicos de desinfecção são a pasteurização e a água em ebulição ou fervura. 
A pasteurização é uma desinfecção realizada em lavadoras automáticas, com exposição do artigo em 
água a temperaturas de aproximadamente 60 a 90 graus centígrados por 10 a 30 minutos, conforme a 
instrução do fabricante. É indicada para a desinfecção de circuitos de respiradores. 
A água em ebulição ou fervura é utilizada para desinfecção de alto nível em artigos termorresistentes. 
Consiste em imergir totalmente o material em água fervente, com tempo de exposição de 30 minutos; 
após, o material é retirado com o auxílio de pinça desinfetada e luvas de amianto de cano longo. Em 
seguida, deve ser seco e guardado em recipiente limpo ou desinfetado. Ressalve-se que esse 
procedimento é indicado apenas nas situações em que não se disponha de outros métodos físicos ou 
químicos. 
A desinfecção de artigos hospitalares por processo químico é feita por meio de imersão em soluções 
germicidas. Para garantir a eficácia da ação, faz-se necessário: que o artigo esteja bem limpo, pois a 
presença de matéria orgânica reduz ou inativa a ação do desinfetante; que esteja seco, para não alterar 
a concentração do desinfetante; que esteja totalmente imerso na solução, sem a presença de bolhas de 
ar; que o tempo de exposição recomendado seja respeitado; que durante o processo o recipiente seja 
mantido tampado e o produto esteja dentro do prazo de validade. 
 
Esterilização é o processo utilizado para destruir todas as formas de vida microbiana, por meio do uso 
de agentes físicos (vapor saturado sobre pressão - autoclave e vapor seco estufa) e químicos (óxido de 
etileno, plasma de peróxido de hidrogênio, formaldeído, Glutaraldeído e ácido peracético). 
A esterilização pelo vapor saturado sob pressão é realizada em autoclave, que conjuga calor, umidade, 
tempo e pressão para destruir os micro-organismos. Nela podem ser esterilizados artigos de superfície 
como instrumentais, baldes e bacias e artigos de espessura como campos cirúrgicos, aventais e 
compressas, e artigos críticos e semicríticos termorresistentes e líquidos. 
Na estufa, o calor é produzido por resistências elétricas e propaga-se lentamente, de maneira que o 
processo é moroso e exige altas temperaturas - vários autores indicam a esterilização por esse método 
apenas quando haja impossibilidade de submeter o material à autoclavação, como no caso de pós e 
óleos. 
O material a ser processado em estufa deve ser acondicionado em caixas metálicas e recipientes de 
vidro refratário. Frise-se que a relação tempo-temperatura para a esterilização de materiais por esse 
método é bastante controvertida e as opiniões muito divergentes entre os diversos autores. 
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. 81 
Fonte de Infecção Relacionada ao Ambiente 
 
O ar, a água e as superfícies inanimadas verticais e horizontais fazem parte do meio ambiente de uma 
instituição de saúde. Particularmente, no hospital o ambiente pode se tornar foco de infecção hospitalar, 
embora estudos tenham demonstrado não ser esse o principal meio de transmissão. 
Os cuidados com o ambiente estão centrados, principalmente, nas ações de limpeza realizadas pelo 
Serviço de Higiene Hospitalar. Há uma estreita relação deste com o Serviço de Prevenção e Controle de 
Infecção Hospitalar, cabendo-lhe as seguintes incumbências: padronizar produtos a serem utilizados na 
limpeza; normatizar ou indicar o uso de germicidas para as áreas críticas ou para as demais, quando 
necessário; participar de treinamentosavançado o grau de arteriosclerose, retina: aparecem 
manchas brancas. Na hipertensão: focos de hemorragia. No diabético observa-se pontinhos vermelhos. 
 
- Acuidade Visual 
A visão central, ou a capacidade para ver perto e à distância, é chamada de acuidade visual. Este teste 
avalia o 2º. par de nervo craniano. Utiliza-se a Carta de Snellen para avaliar a capacidade de discriminar 
objetos à distância e o cartaz de Jaeger para avaliar os objetos próximos, cada linha desse cartaz tem 
letras ou símbolos impressos em ordem decrescente de tamanho. No Hospital podemos nos afastar à 6 
m e pedir para o paciente falar quantos dedos está enxergando ou pedir para que leia algo à 35 cm dele. 
Procedimento: 
- a carta de Snellen é colocada a uma distância de 20 pés ou seja 6 m do cliente, sentado na sua 
frente; 
- pedir ao cliente que cubra um olho; 
- o examinador vai mostrando as filas de letras da carta ao cliente e este dirá o que está vendo; 
- repetir o exame com o outro olho. 
Obs.: Se o cliente usa óculos ou lentes, este exame deve ser realizado com uso destes. 
A acuidade visual é expressa em uma fração, cujo: 
- Numerador é uma constante e corresponde à distância de onde a carta é colocada. 
- Denominador é uma distância variável que assinala a distância máxima, para cada fila de letras da 
carta, o qual uma pessoa com acuidade visual normal ainda a diferencia claramente. 
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. 6 
É considerada acuidade visual normal, cuja pessoa consegue ler até a fila n. 8 da carta de Snellen, 
isto é, esta pessoa tem uma visão 20/20. 
Alteração: qualquer leitura até uma fila antes da n. 8 é considerada anormal, portanto deve ser 
encaminhada a um oftalmologista. 
No caso do Cartaz de Jaeger este é colocado à uma distância de 35 cm do cliente. 
 
6) Nariz 
O nariz tem a mucosa úmida, rosada e vermelha, sem desvio de septo, lesões ou pólipos. Na avaliação 
utiliza-se as técnicas de inspeção e palpação. Examinar a pele que recobre externamente o nariz. Palpar 
com o polegar e o indicador para perceber modificações da pirâmide nasal. 
Funções do nariz: via aérea, olfato, umidificador do ar, aquecimento do ar inspirado, filtragem. 
A mucosa nasal produz muco que aumenta a umidade relativa do ar para quase 100 %. Isso evita o 
ressecamento do epitélio e possível infecção. Os pelos nasais impedem a penetração de partículas. 
Também é utilizado o espéculo nasal e o foco de luz para examinar o nariz; da seguinte maneira: 
- o cliente deve estar com a cabeça levemente reclinada e apoiada na altura dos olhos do examinador 
(posição de farejador). 
- coloque o espéculo no nariz do cliente e vai abrindo-o até o máximo e observando o assoalho, septo 
e cornetos, pele, forma do nariz. 
- pesquisar ausência ou distorção do olfato. O ar deve movimentar-se silencioso. 
- repita o exame na outra narina. 
Alterações: observar a presença de corpos estranhos secreções, lesões, desvio de septo, 
edema, sujidade e obstrução. 
Sintomas relacionados ao nariz: obstrução, secreção e hemorragia. 
 
7) Seios paranasais 
São examinados pela palpação da seguinte maneira: 
- apoie a cabeça com uma das mãos 
- com a outra mão palpe os seios maxilares exercendo pressão moderada com as polpas dos dedos 
indicador e médio, sobre o osso zigomático ao lado do nariz. 
- coloque os mesmos dedos abaixo das sobrancelhas acima do globo ocular, para palpar os seios 
frontais. 
- com as polpas dos dedos mínimos palpe ao lado das fossas lacrimais para examinar os seios 
etmoidais. 
Alterações: dor à digito pressão e secreções expelidas pela comunicação das cavidades ósseas com 
as fossas nasais. 
Estas secreções podem ser: 
- serosas (fluidas, brancas) comuns na rinite alérgica e infecções iniciais do aparelho respiratório. 
- muco purulentas (viscosas, amareladas) comuns nas sinusites agudas e infecções respiratórias 
prolongadas. 
 
8) Orelhas/pavilhões auditivos 
Exame da orelha externa: inicia-se com a inspeção. 
- Pavilhão auricular: as orelhas são posicionadas quase verticalmente, alinhadas com os olhos, 
formatos similares e proporcionais ao tamanho da face. Observar a movimentação da pele atrás e na 
frente das orelhas, além da cartilagem, para que se determine a existência ou não de sensibilidade. Palpar 
para detectar pontos de dor, inflamações e tumefações. 
Alterações: anomalias congênitas (de forma e de implantação) e adquiridas (cor, lesões etc.). 
- Orelha externa: para avaliá-la utiliza-se o otoscópio. 
O exame realiza-se da seguinte maneira: 
- selecione um espéculo auricular de calibre apropriado ao cliente e adapte-se ao otoscópio. 
- tracione suavemente o pavilhão auricular para cima e para trás, estando a cabeça do cliente 
levemente inclinada para o lado oposto. 
- sustente o otoscópio com a outra mão e introduza suavemente e progressivamente no orifício do 
canal auditivo externo. 
- vá observando a medida que introduz o aparelho. 
No canal auditivo externo encontra-se: cerume (geralmente de cor amarelo à marrom), pele íntegra, 
pelos, sensibilidade normal à tração e pressão pré-auricular. Membrana timpânica (cor branca - nacarada) 
onde pode ser observado o cabo do martelo. 
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. 7 
Alterações: acúmulo de cerume, processos inflamatórios (dos à tração e pressão pré-auricular), corpos 
estranhos, secreções, lesões, edema, retrações, perfurações e cicatrizes. 
 
Exame da Orelha Média e Interna 
Serão avaliadas as funções de condução ou transmissão (atinge o ouvido externo e médio) e 
percepção ou neurossensorial (atinge o ouvido interno) das ondas sonoras, isto é, a acuidade auditiva. 
Utiliza-se: relógio, voz falada e sussurrada e provas de Weber e Rinne. 
A acuidade auditiva superficial ou capacidade para ouvir e discriminar sons, pode ser avaliada fazendo-
se o teste da voz ou o teste do tique-taque do relógio. 
Teste da voz falada: 
- o cliente deve estar sentado, olhando para frente 
- o examinador fica ao lado ou atrás do cliente e fala próximo ao seu ouvido 
- depois afasta-se 50cm e fala 
- repetir com o outro ouvido 
Obs.: Pedir ao cliente para tampar o ouvido que não está sendo avaliado. 
 Teste da voz sussurrada: 
- cliente sentado e olhando para frente 
- o examinador sussurra próximo ao ouvido do cliente 
- afasta-se 40 cm do cliente e sussurra 
- repetir com o outro ouvido 
Obs.: Pedir ao cliente para tampar o ouvido que não está sendo avaliado. 
Teste do tique-taque do relógio: 
- cliente sentado, olhando para frente 
- o examinador coloca o relógio próximo ao ouvido do cliente 
- o examinador afasta 90 cm o relógio do ouvido do cliente 
- repetir com o outro ouvido. 
Obs.: Pedir ao cliente para tampar o ouvido que não está sendo avaliado. 
O resultado é expresso em fração, cujo denominador é a distância que o som é ouvido por uma pessoa 
normal e o numerador é a distância que o som é ouvido pelo cliente. 
Valores normais: relógio 90cm/90cm; voz falada: 50 cm/50cm 
Voz sussurrada: 40cm/40cm. 
Alteração: quando o som não é ouvido a uma distância inferior ou igual a considerada normal. 
Para realização das provas de Weber e Rinne, necessita-se do uso do Diapasão de 512 ou 1024Hz. 
 
Prova de Weber 
- vibrar o diapasão 
- colocá-lo no ápice do osso frontal verticalmente 
- pedir ao cliente que assinale se as vibrações são "ouvidas" igualmente em ambas as orelhas ou se 
há lateralização, isto é, o som é ouvido de forma mais clara no ouvido com perda auditiva por condução. 
Caso haja lateralização pode ser: 
- por alteração de condução do ouvido na qual ocorreu a lateralização. Causa: obstrução do canal 
auditivo externo. 
- por alteração de percepção do ouvido contrário aquele no qual ocorreu a lateralização. Causa: lesão 
do nervo auditivo. 
 
Prova de Rinne 
- coloque a diapasão vibrando sobre a apófise mastóide 
- peça ao cliente que informe quando deixar de "ouvir" a vibração ee dar orientação técnica à equipe de limpeza; participar da 
elaboração ou atualização de manuais a respeito do assunto. 
 
Métodos e Frequência da Limpeza, Desinfecção e Descontaminação 
 
De maneira geral, a limpeza é suficiente para reduzir os micro-organismos existentes nas superfícies 
hospitalares, reservando-se os processos de desinfecção e descontaminação para as áreas em que há 
deposição de matéria orgânica. 
Para a descontaminação, indica-se a aplicação de desinfetante sobre a matéria orgânica; em 
seguida, aguardar o tempo de ação, remover o conteúdo descontaminado com papel absorvente ou 
tecidos e realizar a limpeza com água e solução detergente. 
Na desinfecção, remover a matéria orgânica com papel absorvente ou tecidos, aplicar o desinfetante 
sobre a área atingida, aguardar o tempo de ação, remover o desinfetante com papel absorvente ou pano 
e realizar a limpeza com água e solução detergente. 
O desinfetante habitualmente utilizado para a descontaminação e desinfecção de superfícies é o cloro 
orgânico (clorocide) ou inorgânico (hipoclorito de sódio a 1%), com tempo de exposição de 10 minutos. 
A limpeza das áreas hospitalares é um procedimento que visa remover a sujidade e detritos 
orgânicos de superfícies inanimadas, que constituem ótimo habitat para a sobrevivência de micro-
organismos no âmbito hospitalar. O agente químico utilizado na limpeza é o detergente, composto de 
substância tensoativa que facilita a remoção da sujeira. 
A limpeza pode ser do tipo concorrente e terminal. O primeiro tipo é feito diariamente e consiste na 
limpeza do piso, remoção de poeira do mobiliário, limpeza completa do sanitário, reposição de material 
de higiene e recolhimento do lixo, repetido conforme a necessidade; o segundo é realizado 
periodicamente, de acordo com a área de risco do hospital, e consiste na limpeza de paredes, pisos, 
tetos, janelas, portas e sanitários. 
 
Fonte de Infecção Relacionada à Equipe de Saúde 
 
A equipe de saúde tem importante papel na cadeia de transmissão da infecção hospitalar ou domiciliar. 
As práticas adotadas para sua prevenção visam controlar a propagação de micro-organismos que 
habitam o ambiente hospitalar e diminuir os riscos do paciente vir a adquirir uma infecção. Por outro lado, 
tanto as medidas gerais como as específicas de prevenção e controle de infecção implantadas na 
instituição também se direcionam para proteger o próprio trabalhador que ali desempenha sua função, 
quer seja prestando assistência direta ao paciente - como no caso do auxiliar de enfermagem ou do 
enfermeiro - quer seja indiretamente, como o funcionário da higiene hospitalar, da lavanderia ou da 
nutrição e dietética. 
Toda a equipe de saúde tem responsabilidade com relação à prevenção da infecção hospitalar, 
devendo fazer correto uso das técnicas assépticas, dos equipamentos de proteção individual (EPI) 
e ou coletivo (EPC), quando necessário. Por sua vez, o empregador tem a responsabilidade de 
disponibilizar os recursos necessários à efetivação desses cuidados. 
A prevenção e o controle da infecção se fundamentam nos princípios de assepsia, mediante a 
utilização de medidas para impedir a penetração de microrganismos (contaminação) em local onde não 
estejam presentes. 
As técnicas de assepsia devem ser utilizadas por todos os profissionais de saúde em todos os 
procedimentos, e são agrupadas sob a denominação de assepsia médica e cirúrgica. A primeira 
refere-se às medidas adotadas para reduzir o número de microrganismos e evitar sua disseminação; a 
segunda, para impedir a contaminação de uma área ou objeto estéril. As medidas que visam reduzir e 
prevenir o crescimento de micro-organismos em tecidos vivos são denominadas antissepsia. 
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. 82 
A adesão da equipe às medidas gerais de prevenção e controle de infecção ainda depende da 
conscientização e mudança de hábitos dos profissionais. Entretanto, sua adoção implica a realização de 
atos simples e de fácil execução, tais como: 
- lavar sempre as mãos antes de realizar qualquer procedimento - um dos mais importantes meios 
para prevenir a infecção cruzada; 
- manter os cabelos longos presos durante o trabalho, pois quando soltos acumulam sujidades, poeira 
e micro-organismos, favorecendo a contaminação do paciente e do próprio profissional; 
- manter as unhas curtas e aparadas, pois as longas facilitam o acúmulo de sujidades e micro-
organismos; 
- evitar o uso de joias e bijuterias, como anéis, pulseiras e demais adornos, que podem se constituir 
em possíveis fontes de infecção pela facilidade de albergarem micro-organismos em seus sulcos e 
reentrâncias, bem como na pele subjacente; 
- não encostar ou sentar-se em superfícies com potencial de contaminação, como macas e camas de 
pacientes, pois isto favorece a disseminação de micro-organismos. 
 
Luvas Esterilizadas e de Procedimento 
 
Outra barreira utilizada para o controle da disseminação de micro-organismos no ambiente hospitalar 
são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger de contaminação o paciente e o profissional. 
As luvas esterilizadas (estéreis), denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas para a realização de 
procedimentos invasivos ou manipulação de material estéril, impedindo a deposição de microrganismos 
no local. Exemplos: cirurgias, suturas, curativos, cateterismo vesical, dentre outros. 
As luvas de procedimento são limpas, porém não esterilizadas, e seu uso é indicado para proteger 
o profissional durante a manipulação de material, quando do contato com superfícies contaminadas ou 
durante a execução de procedimentos com risco de exposição a sangue, fluidos corpóreos e secreções. 
Não há nenhum cuidado especial para calçá-las, porém devem ser removidas da mesma maneira que a 
luva estéril, para evitar que o profissional se contamine. 
 
Precauções-Padrão e Isolamento 
 
As normas relativas às precauções e ao isolamento se constituem na adoção de medidas que 
possibilitam a prevenção da transmissão de micro-organismos e que têm por objetivo principal proteger 
o paciente e o profissional de saúde. 
As mais utilizadas nos serviços de saúde, institucionalizados ou domiciliares, fundamentam-se no –
Guideline - do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) de Atlanta e no HICPAC (Hospital 
Infection Control Practices Advisory Committee), nos EUA, publicado em 1996. 
Os micro-organismos podem ser transmitidos por contato com gotículas, aerossóis e exposição a 
sangue e outros líquidos corpóreos, como veremos a seguir: 
- por contato – ocorre, principalmente, através das mãos dos profissionais ou por contato com artigos 
e equipamentos contaminados. Exemplos: herpes simples, diarreia infecciosa; 
- por gotículas - ocorre através de gotículas produzidas pela fala, tosse, espirro e aspiração 
orotraqueal. As gotículas podem atingir até 1 metro de distância e rapidamente se depositam no chão, 
não permanecendo suspensas no ar. Exemplos: coqueluche, difteria, rubéola, meningite bacteriana; 
- por aerossóis - pequenas partículas contendo micro-organismos eliminados durante a respiração, 
tosse ou espirro se ressecam, podendo permanecer durante horas suspensas no ar. As partículas 
ressecadas são capazes de atingir distâncias maiores que 1 metro. Algumas doenças, como a 
tuberculose e o sarampo, são transmitidas dessa forma; 
- por exposição a sangue e outros líquidos corpóreos - a transmissão ocorre quando estes estão 
contaminados e entram em contato com mucosa ou pele não-íntegra. Por exemplo, o vírus da 
imunodeficiência humana (HIV), os vírus da hepatite B e C. 
Esse sistema de precauções e isolamento indica dois níveis de precauções, a saber: 
- precauções-padrão, indicadas a todos os pacientes; 
- precauções baseadas no modo de transmissão dos agentes infecciosos: precauções de contato e 
precauções respiratórias para gotículas e aerossóis. 
 
Precauções-Padrão 
 
As precauções-padrão devem ser utilizadas no atendimentode todos os pacientes sempre que houver 
risco de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, peles não-íntegras e mucosas. 
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. 83 
São ações das precauções-padrão: 
- lavar as mãos antes e após o contato com o paciente; após descalçar as luvas, pois nelas podem 
haver pequenos furos ou ocorrer contaminação durante a remoção; após contato com sangue, secreções 
e excreções, equipamentos e artigos contaminados; entre a realização de procedimentos com o mesmo 
paciente, como curativo, aspiração traqueal, coleta de sangue, etc.; entre a manipulação de um paciente 
e outro; entre a realização do mesmo procedimento em pacientes diferentes, como esvaziamento de urina 
do sistema de drenagem fechado; 
- utilizar luvas estéreis antes da execução de procedimento asséptico e luvas de procedimento sempre 
que existir a possibilidade de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, mucosa, 
pele não-íntegra e artigos, equipamentos e superfícies contaminados; retirar as luvas imediatamente após 
o uso e antes de tocar em outro paciente ou qualquer material ou superfície, como caneta, telefone, 
papeleta, maçaneta de porta, etc.; 
- usar avental limpo não-estéril ou impermeável (quando necessário) nos casos de risco de contato 
com respingos de líquidos corporais e/ou sangue; retirá-lo após o término do procedimento; 
- utilizar máscara, protetor de olhos e protetor de face sempre que realizar procedimentos sujeitos a 
risco de respingos de líquidos corporais e ou sangue - como, por exemplo, aspiração de secreção 
traqueal; 
- manter os cuidados adequados com os artigos e equipamentos de uso em pacientes, no tocante à 
limpeza, desinfecção ou esterilização; 
- prevenir acidentes com materiais perfurocortantes: ter cuidado com o uso, manipulação, limpeza 
e descarte de agulhas, bisturis e similares; não remover as agulhas contaminadas das seringas; não 
realizar o reencape das agulhas; usar recipiente apropriado para o descarte de materiais perfurocortantes; 
- realizar o controle ambiental: fazer a limpeza e descontaminação de superfícies ambientais e 
mobiliário, quando contaminados com sangue e/ou líquidos corporais; 
- cuidar das roupas usadas: utilizar luvas de procedimento ao manusear as roupas sujas de sangue, 
líquidos corporais, secreções e excreções, evitando o contato direto com pele e mucosas, bem como com 
a própria roupa; 
- utilizar quarto privativo nos casos em que haja risco de contaminação ambiental. 
 
Precauções de Contato 
 
As precauções de contato são indicadas para pacientes colonizados ou infectados por microrganismos 
veiculados por contato direto ou indireto (ex: objetos) que tenham grande importância epidemiológica - 
como infecção por agentes multirresistentes. 
Além das medidas de precaução-padrão, as precauções de contato envolvem as medidas de: 
- uso de quarto privativo ou comum para pacientes que apresentem a mesma doença ou micro-
organismo; 
- o uso de avental na possibilidade de risco de contato das roupas do profissional com área ou material 
infectante quando da realização de higiene do paciente com diarreia, incontinência fecal/urinária e ferida 
com secreção não-contida pelo curativo; 
- manutenção do paciente no quarto/enfermaria, evitando sua saída; 
- uso exclusivo de artigos e equipamentos pelo paciente; limpeza e desinfecção ou esterilização dos 
mesmos após a alta do paciente. 
Os familiares devem ser orientados quanto aos cuidados a serem tomados para evitarem risco de 
contaminação. 
 
Precauções Respiratórias 
 
As precauções respiratórias para aerossóis exigem as medidas de utilização das precauções-padrão; 
quarto privativo, sendo obrigatórios: manter a porta fechada; obrigatório o uso de máscaras (N95 ou PFF2) 
com capacidade de filtrar partículas menores do que 3 µm - a máscara deve ser colocada antes de entrar 
no quarto e retirada somente após a saída do mesmo - ao prestar cuidados a pacientes com suspeita ou 
doença confirmada de transmissão por aerossóis; manter o paciente no quarto, evitando sua saída - caso 
haja necessidade de transportá-lo, colocar nele máscara comum tipo cirúrgica. 
As precauções respiratórias para gotículas necessitam de medidas de utilização das precauções 
padrão; quarto privativo ou comum para pacientes com a mesma doença; uso de máscara comum tipo 
cirúrgica por todas as pessoas que entrem no quarto no período de transmissão da doença - sendo 
necessário desprezá-la à saída do quarto; manter o paciente no quarto, evitando sua saída - caso haja 
necessidade de transportá-lo, colocar no paciente máscara comum tipo cirúrgica 
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. 84 
Precauções Empíricas 
 
As precauções empíricas são indicadas para os casos de pacientes sem diagnóstico definitivo, porém 
com indícios de infecção por agentes que necessitem de precauções. Tais precauções devem ser 
adotadas até que haja confirmação ou esclarecimento do diagnóstico. Nestes casos inserem-se: 
- precauções de contato: diarreias agudas de etiologia infecciosa, erupção vesicular, abcessos ou 
feridas com exsudato que extravase a cobertura; 
- precauções para aerossóis: erupção vesicular, tosse com febre e infiltração de lobo pulmonar em 
qualquer local em paciente HIV positivo; 
- precauções para gotícula: meningite, exantema petequial e febre. 
 
Referência 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de 
Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos do aluno: fundamentos de 
enfermagem. 2. ed. rev., 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. 
 
Controle dos Riscos 
 
Os meios de controle dos riscos a que estão expostas as pessoas no interior de um 
estabelecimento de saúde são: uso de equipamento de Proteção Coletiva – EPC (sinalização, 
exaustores, câmara de fluxo laminar, chuveiro de emergência, extintores de incêndio, cabine para 
radioisótopos, lava olho, entre outros); equipamentos de Proteção Individual (luvas, máscaras, óculos ou 
protetor facial, avental, touca); imunização; e procedimentos que devem estar descritos em documentos 
como o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional do estabelecimento - PCMSO. Ex.: programa 
periódico de vacinas. 
Métodos para redução e prevenção de acidentes: desenvolver no ambiente de trabalho a cultura 
da biossegurança; avaliar a biossegurança no contexto global da instituição - como ocorre com os 
processos da qualidade; aplicar de forma planejada as ferramentas da qualidade para a avaliação e 
correção do sistema de biossegurança. Assim, existem os denominados níveis de biossegurança. 
- nível de biossegurança 1 (NB-1): é adequado ao trabalho que envolva agentes bem caracterizados, 
conhecidos por não provocarem doença em seres humanos e que possuam o mínimo risco ao pessoal 
do hospital e ao meio ambiente. 
- nível de biossegurança 2 (NB-2): semelhante ao NB-1, é adequado ao trabalho que envolva 
agentes de risco moderado para as pessoas e para o meio ambiente. 
- nível de biossegurança 3 (NB-3): é aplicável para hospitais clínicos de diagnóstico, ensino e 
pesquisa ou produção, nos quais o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças sérias - ou 
potencialmente fatais, como resultado de exposição por inalação. 
- nível de biossegurança 4 (NB-4): é indicado para os trabalhos que envolvem agentes exóticos e 
perigosos, que exponham o indivíduo a um alto risco de contaminação de infecções que podem ser fatais, 
além de apresentarem um potencial elevado de transmissão por aerossóis. 
 
Higiene e Segurança do Trabalho 
 
A higiene no trabalho é a ciência cujos objetivos são reconhecer, avaliar e controlar os riscos 
provenientes do trabalho. Esses riscos são fatores decorrentes do ambiente ou dos processos produtivosutilizados, que podem provocar acidentes, afetar a saúde, o conforto ou a eficiência do trabalhador. Tais 
riscos se classificam como processos produtivos, sendo eles operacionais ou ambientais. 
Os riscos produtivos de operação se referem às condições do ambiente relativas ao processo 
operacional, como máquinas desprotegidas, pisos escorregadios, etc.; riscos produtivos de ambiente se 
referem aos provenientes de ação agressiva dos produtos e do ambiente, como presença de gases, ruído, 
calor, etc.; já os riscos ambientais são agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes 
de trabalho, capazes de causar danos à saúde do trabalhador em função de sua natureza, concentração 
ou intensidade e tempo de exposição. 
Os agentes físicos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, 
tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas (calor e frio), radiações ionizantes 
(alfa, beta, gama e raios-X), radiações não ionizantes (infravermelho, ultravioleta, radiações laser e micro-
ondas), bem como os infrassons e ultrassons. 
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. 85 
Os agentes químicos são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo 
por via respiratória, cutânea ou digestiva, nas formas aerodispersoides sólidos e líquidos, que são poeiras, 
fumos, névoas e neblina, ou através de gases e vapores. 
Na determinação dos riscos, sempre devemos considerar o tempo de exposição, concentração 
ou intensidade dos agentes, características dos agentes e estudo do ambiente de trabalho através 
de levantamentos qualitativos, quantitativos, tempo real de exposição e susceptibilidades 
individuais. 
É preciso mudar os hábitos e a qualidade de trabalho para que a higiene neste se torne satisfatória. 
Nessas mudanças se faz necessário resgatar o valor humano. 
 
Referência Bibliográfica 
 
Segurança e medicina do trabalho - Editora Atlas S/A- 61ª edição – 2007 
 
Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS) / Comissão de Infecções Hospitalares 
 
Entende-se que infecções relacionada à assistência à saúde (IRAS) e infecção hospitalar têm o mesmo 
significado. Pode-se considerar a infecção hospitalar a adquirida no ambiente hospitalar e a IRAS 
adquirida em estabelecimento de atenção à saúde. 
 
Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS): é aquela adquirida após a admissão do 
paciente, que se manifesta durante a internação ou após a alta e que pode ser relacionada com a 
internação ou procedimentos hospitalares. 
As IRAS são transmitidas através de microrganismos (bactérias, vírus, fungos, etc.) que penetram no 
organismo, através de uma porta de entrada, que podem ser via: respiratória, pele, via digestiva, via 
urogenital (FERNANDES, 2000). 
- Considera-se IRAS quando não há evidência de infecção presente ou incubada no momento da 
admissão; 
- Quando na mesma topografia de Infecção Comunitária for isolado um outro germe, seguindo-se 
agravamento das condições clínicas do paciente; 
- Infecção que se apresenta mais de 72 horas após a admissão, quando se desconhece o período de 
incubação e não houve evidência clínica e/ou se desconhece no momento da admissão; 
- São também convencionadas IRAS as que apresentam antes de 72 horas na internação quando 
associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos do período. 
- Toda infecção em recém - nascido, exceto as transmissões por via transplacentária e aquelas 
associadas à bolsa rota por mais de 24 horas; 
- Infecção adquirida no hospital e que se torna evidente após a alta hospitalar. 
 
São considerados os seguintes fatores de risco para IRAS: 
- Internação superior a 7 dias; 
- Tempo de internação no pré-operatório; 
- Estado nutricional do paciente (albumina ou transferrina sérica, IMC); 
- Presença de infecção em qualquer sítio no momento da cirurgia; 
- Cirurgia de médio e grande porte; 
- Cateter venoso central; 
- Cateter urinário; 
- Traqueostomia; 
- Cânula de intubação endotraqueal; 
- Leucemia, linfoma, AIDS; 
- Paciente com doenças agudas ou crônicas descompensadas (diabetes); 
- Todos os pacientes em UTI, berçário de alto risco, idosos; 
- Fatores relacionados ao procedimento cirúrgico (operações limpas, potencialmente contaminadas, 
contaminadas, infectadas), quebra de técnicas, tempo de operação, operações de urgência. 
 
Infecção Hospitalar14 
O Ministério da Saúde, já em 1983, reconhecia o problema da infecção hospitalar em nosso país e 
baixava uma portaria, padronizando definições para uso nacional. Nesta Portaria, de nº 196, de 24 de 
 
14 Conteúdo extraído de SEEGMÜLLER, Edimara Fait; PENTEADO FILHO, Sérgio Ricardo; SOUZA, Virgínia Helena Soares de. A Infecção, O Isolamento e o Coorte. 
In: MOZACHI, Nelson. O hospital: manual do ambiente hospitalar. 2.ed. Curitiba: Os Autores, 2005. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 86 
junho, sobre infecção hospitalar, constam no seu anexo III os critérios para identificação e diagnóstico da 
infecção hospitalar. 
 
Infecção 
É a resposta inflamatória provocada pela invasão ou presença de microrganismos em tecidos 
orgânicos. 
 
Infecção Comunitária 
É a infecção constatada ou em incubação no ato da admissão hospitalar do paciente, desde que não 
relacionada com internação anterior. 
 
São também comunitárias: 
- a infecção que está associada à complicação ou extensão da infecção já presente na admissão 
hospitalar, a menos que haja troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da 
aquisição de nova infecção; 
- a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é reconhecida ou foi 
comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose, 
rubéola, citomegalovirose, sífilis, Aids); 
- as infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 horas (vinte e quatro horas). 
 
Infecção Hospitalar 
É qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação, 
ou mesmo após a alta, ou quando puder ser relacionada com a internação ou procedimento hospitalar. 
Considerada, também, como infecção nosocomial e infecção institucional. 
O diagnóstico de Infecção Hospitalar deverá se basear em critérios previamente estabelecidos e 
descritos: 
 
Princípios: 
- evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; 
- resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa de 
antígenos, anticorpos e métodos de visualização realizados; 
- evidências de estudos com métodos de imagem; 
- endoscopia; 
- biópsia e outros. 
 
Critérios Gerais 
- quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe 
diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado 
infecção hospitalar; 
- quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e 
ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se como infecção hospitalar 
toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a 
admissão; 
- são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e 
duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e ou terapêuticos, 
realizados durante esse período; 
- as infecções do recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma 
transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota durante esse período; 
- pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores 
de infecção hospitalar do hospital de origem. Nestes casos, a Coordenação Estadual/Distrital/Municipal e 
ou hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio como infecção hospitalar naquele 
hospital.Aspectos Históricos das Infecções Hospitalares15 
 
As infecções hospitalares constituem um grave problema de saúde pública no país. O início das 
preocupações com a infecção hospitalar no Brasil acompanhou o processo de industrialização acelerado 
 
15 Texto adaptado da ANVISA – Ministério da Saúde, 2000. 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 87 
que se iniciou no governo de Juscelino Kubischek e também a ocorrência de surtos por estafilococo 
resistentes a penicilina, pelos relatos vindos de países com medicina tecnologicamente avançada. Estes 
trabalhos enfatizavam uma preocupação predominante com medidas ambientais, como o lixo e 
contaminação aérea, ou voltados para os procedimentos invasivos, como as técnicas assépticas, mas já 
encontrávamos referências ao isolamento de microrganismos resistentes, selecionados em decorrência 
ao emprego indiscriminado de antimicrobianos. 
A partir de 1968 e principalmente durante os anos 70, juntamente com a implantação de um modelo 
altamente tecnológico de atendimento (chegamos até ao transplante cardíaco), surgiram as primeiras 
comissões de controle de infecção hospitalar do país. 
- 1963 - Hospital Ernesto Dornelles (RS) - 1ª CCIH. 
- 1976 - Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) obriga hospitais a constituírem CCIH. 
- 1976 - Decreto do MS n° 77.052 de 19/01/1976, em seu Artigo 2°, Item IV ‹ determinou que nenhuma 
instituição hospitalar pode funcionar no plano administrativo se não dispuser de meios de proteção 
capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, pacientes e circunstantes. A fiscalização é 
responsabilidade dos órgãos estaduais - que devem avaliar as condições de exercício das profissões e 
ocupações técnicas e auxiliares diretamente relacionadas com a saúde. 
- 1983 - Portaria nº 196 - Ministério da Saúde – determinando a obrigatoriedade da existência de CCIH 
- busca passiva. 
- 1985 - Notícia da morte do presidente Tancredo Neves supostamente relacionada com deficiências 
no controle das IHs. 
- 1988 - Portaria nº 232 - Ministério da Saúde - Programa Nacional de Controle de IH. 
 
A década de oitenta foi a mais importante até o momento para o desenvolvimento do controle de 
infecção hospitalar no Brasil. Começou a ocorrer uma conscientização dos profissionais de saúde à 
respeito do tema e foram criadas várias comissões de controle nos hospitais. O Ministério da Saúde criou 
em 31/01/83 um grupo de trabalho integrado por seus representantes, ao lado de membros do Ministério 
da Educação e da Previdência Social, que elaborou um documento normativo, gerando a Portaria MS 
196/83, de 24/06/83 que recomendava aos hospitais brasileiros a criação de Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH) e dava orientações práticas sob a forma de anexos. Este mesmo grupo 
elaborou um manual e realizou em 1984 na Capital Federal, com financiamento da OPAS, um curso 
internacional que serviu de base para a elaboração do “Curso de Introdução ao Controle das Infecções 
Hospitalares”. 
O drama do presidente eleito Tancredo Neves comoveu a nação, os projetos que estavam em 
andamento ganharam um novo impulso e o Ministério da Saúde pode desencadear uma atividade que 
iria mudar definitivamente os rumos do controle de infecção no Brasil. Ele optou por desenvolver uma 
política de capacitação de recursos humanos em controle de infecção ao invés de adotar postura 
fiscalizadora. Assim, em 1985 realizou um levantamento das instituições brasileiras que já tivessem CCIH 
em funcionamento e elaborou cursos macro regionais para capacitar multiplicadores. Foram credenciados 
41 centros de treinamentos, que já nos seus quatro primeiros anos deram a mais de 8.000 profissionais 
de saúde as ferramentas básicas para atuação nesta área do conhecimento. Ganhando força no 
Ministério, o programa de controle de infeções acabou contribuindo em várias normas técnicas como: 
reaproveitamento de materiais descartáveis e esterilização por óxido de etileno. Organizou um curso de 
especialização em farmácia hospitalar, editou o “Manual de procedimentos básicos em microbiologia 
clínica” e várias publicações com levantamentos bibliográficos nacionais sobre infecção hospitalar; 
comunicados sobre a interdição cautelar dos desinfetantes e esterilizantes; legislação brasileira sobre 
infecção hospitalar; uma biografia de Semmelweis; além de manual e cartaz sobre lavagem das mãos. 
Avaliando suas atividades, este programa facilitou a implantação de muitas CCIH, normalizando suas 
ações; divulgou o controle de infecção entre as autoridades sanitárias, profissionais de saúde e 
administradores hospitalares; contribuiu para o surgimento de lideranças nacionais sobre o tema, que em 
um trabalho voluntário, cooperativo e conjunto, difundiu normas que aprimoraram o nível de assistência 
fornecida à população; facilitou a troca de experiência entre os profissionais de saúde, inclusive apoiando 
a realização de eventos específicos; destacou a importância para a política sanitária do envolvimento dos 
hospitais. Vários projetos estavam em andamento, quando nos anos 90 se viu um progressivo 
esvaziamento do programa. Sua coordenadora em 1993 acreditava que cerca de 10% dos hospitais 
brasileiros tinham CCIH, número bem maior do que os 2,3% estimados em 1980 pelo Colégio Brasileiro 
dos Cirurgiões, mas evidentemente, bem aquém das expectativas. 
A Organização Mundial de Saúde promoveu, no período de 1983 a 1985, um estudo da prevalência 
de infecção hospitalar em 14 países. Mesmo reconhecendo que a amostra não foi necessariamente 
representativa, foi ressaltada a importância das infecções hospitalares (IH), cuja prevalência foi de 8,7%, 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 88 
oscilando de 3% a 21%. No Brasil em 1994, o Ministério da Saúde avaliou a magnitude das infecções 
hospitalares e a qualidade das ações de controle em 99 hospitais terciários localizados nas capitais 
brasileiras vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A taxa de pacientes com IH foi 13,0% e a taxa 
de infecção 15,5%. Os maiores índices foram obtidos nas unidades de terapia intensiva e queimados. 
Das demais clínicas o destaque foi para neonatolgia e clínica cirúrgica. 
A Lei Federal 9.431 de 06/01/97 instituiu a obrigatoriedade da existência da Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), definido 
como um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, tendo como objetivo a redução 
máxima possível da incidência e gravidade das infecções nosocomiais. Em 13/05/98, o Ministério da 
Saúde editou a Portaria 2.616/98, com diretrizes e normas para a execução destas ações, adequando-as 
à nova legislação. 
 
Estruturação da CCIH 
 
Embora grande parte das infecções hospitalares seja de origem endógena e portanto de difícil 
prevenção, é considerável o número de infecções hospitalares que podem ser evitadas. O controle das 
infecções hospitalares passa, portanto, por um conjunto de ações que ao serem implementadas 
repercutem diretamente na melhoria da qualidade dos serviços prestados pelos hospitais. Esse conjunto 
de ações constitui o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) deve ser implantado em 
nível hospitalar, municipal/distrital, servindo como base de uma pirâmide, em cujo topo está o Programa 
Nacional de Controle de Infecções Hospitalares. Daí, se conclui que o PCIH a nível central só será 
realmente efetivo quando contar com uma base forte e bem estruturada. 
A composição da CCIH deve respeitar as características do hospital. Porém, deve ser constituída de 
no mínimo um representante dos seguintes setores: corpo clínico, enfermagem e administração. 
 
É recomendável que a CCIH tenha a seguinte constituição: 
1. Um representante do corpo clínico; 
2. Um Representante da Diretoria Administrativa; 
3. Um Representante da Farmácia; 
4. Um Representantedo Laboratório de Microbiologia; 
5. Um Representante da Diretoria de Enfermagem; 
6. Membros do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar. 
 
O presidente é indicado pelo diretor clínico, dentre os membros da Comissão, e nomeado em ato 
oficial. 
As ações e serviços voltados para a prevenção e o controle de infecções hospitalares devem 
ser organizados de maneira a obedecer os princípios, diretrizes e normas de organização, direção 
e gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) definidos através da lei 8080 de 19 de setembro de 
1990. Assim cada nível de organização político administrativa do país está encarregado de desenvolver 
suas ações de Controle de Infecção Hospitalar com abrangência sobre sua população. 
Em termos de legislação, o PCIH é um dos programas mais favorecidos entre os existentes no 
Ministério da Saúde, contando desde 1983 com três portarias e desde 1997 com uma lei. No entanto, se 
ressente antes de tudo do cumprimento efetivo de toda essa legislação. Um PCIH, em qualquer dos seus 
níveis, necessita de decisão e vontade política do dirigente da área da saúde. 
A Portaria 196 de 24 de junho de 1983 constituiu em sua época um grande avanço: já orientava como 
organizar uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), sua instalação e atribuições. Foi 
responsável pela orientação de bons programas e pela formação de muitos profissionais de saúde, 
uniformizando as várias tentativas isoladas anteriores, no País. Descrevia já as cirurgias quanto ao seu 
potencial de contaminação e listava alguns exemplos de procedimentos cirúrgicos segundo essa 
classificação. Este item foi ainda contemplado na Portaria MS 930 de agosto de 1992. Essa portaria 
apresentava como alguns notáveis programas em relação ao anterior, entre eles: maior liberdade de 
escolha na vigilância epidemiológica nas infecções hospitalares sugerindo como opção preferencial a 
busca ativa de casos; a hierarquização das atribuições e competências nos diversos níveis 
administrativos a nível hospitalar e dos órgãos de administração pública; a criação do Serviço de 
Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) como órgão executor do programa de controle de infecção 
hospitalar, com funções distintas da CCIH; a responsabilidade da CCIH na padronização do uso dos 
antimicrobianos no hospital. 
Em 6 de janeiro de 1997, foi publicada a LEI 9.431, com sete vetos em doze artigos. Embora estabeleça 
claramente a obrigatoriedade para todos os hospitais constituírem suas Comissões de Controle de 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 89 
Infecção Hospitalar, sofreu com os vetos do Sr. Presidente da República um grande golpe, pois o primeiro 
deles corresponde ao artigo que se refere ao Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). 
Em 12 de maio de 1998, foi publicada a Portaria 2616 que mantinha o programa elaborado por uma 
CCIH com membros consultores e executores, estes últimos representando o extinto SCIH. Essa portaria 
aprimora as competências dos diversos níveis (Federal, Estadual/Distrital, Municipal e do hospital), e 
mantém a possibilidade de criação de consórcio entre os hospitais, favorecendo a utilização recíproca de 
recursos técnicos, materiais e humanos, com vistas à implantação e manutenção do PCIH. 
Ressalta-se ainda, na Portaria 2616, o anexo que se refere à lavagem das mãos com descrição simples 
e objetiva deste ato tão representativo e tão eficaz na prevenção e controle da infecção hospitalar. 
Também ficou definida como infecção comunitária, as infecções de recém-nascidos associadas com 
bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro horas). Foram acrescentadas à lista de indicadores 
epidemiológicos de informação obrigatória e a taxa de letalidade. O número de membros da CCIH foi 
estabelecido, assim como a sua carga horária nos hospitais com leitos para pacientes críticos. 
A CCIH é antes de tudo um órgão de assessoria da autoridade máxima da Instituição com o papel de 
programar e executar ações que visem controlar as infecções hospitalares. São membros consultores 
representantes dos serviços: médico, de enfermagem, de farmácia, de administração, do laboratório de 
microbiologia, podendo este núcleo ser ampliado e estendido a outros profissionais de saúde, conforme 
legislação de cada Estado. Ao SCIH, que é composto pelos membros executores, cabe o cumprimento 
do que é determinado pela legislação vigente e atuação direta junto à comunidade hospitalar, visando pôr 
em prática as ações programadas de controle de infecção hospitalar. 
O SCIH é representado, no mínimo, por dois profissionais de nível superior da área de saúde, 
obedecendo uma relação de 2 profissionais para cada 200 (duzentos) leitos hospitalares ou fração. 
Preferencialmente um dos dois profissionais deve ser enfermeiro com carga horária diária de 6 (seis) 
horas e os demais profissionais, de 4 (quatro) horas dedicadas ao controle de infecção. Para instituições 
tipo hospital-dia, a carga horária diária para o enfermeiro é de 2 (duas) horas e de l (uma) hora, para os 
demais profissionais. 
 
Ao implantar um PCIH, o diretor do estabelecimento de saúde seguirá os seguintes passos: 
- Nomear os membros do PCIH através de Portaria 
- Apresentar os nomeados ao Corpo Clínico do Hospital. 
- Propiciar infraestrutura física, material e humana necessária para operacionalização do PCIH 
- Comunicar a composição da CCIH as autoridades competentes. 
Cabe à CCIH do hospital entre outras competências: 
- Elaborar o regimento interno da CCIH. 
- Implantar um sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares. 
- Capacitar os funcionários e profissionais de saúde em controle de infecção hospitalar. 
- Elaborar e implementar normas e rotinas técnico-operacionais, visando prevenir e tratar as infecções 
hospitalares. 
- Atuar em cooperação com as demais Comissões do hospital, em especial com a Comissão de 
Farmácia e Terapêutica. 
- Elaborar ata das reuniões ordinárias e extraordinárias. 
- Elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à autoridade máxima da 
instituição, às chefias e a todos os setores do hospital, a situação do controle das infecções, promovendo 
o seu amplo debate na comunidade hospitalar. 
 
Programa do Controle de Infecção Hospitalar 
 
O Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - 
ANVS/MS tem como competências a definição das diretrizes de CIH a nível federal, apoiando as ações 
descentralizadas em controle de infecção hospitalar, além de coordenar as ações nacionais 
estabelecendo normas gerais para o controle das infecções hospitalares. 
Um PCIH, a qualquer nível de decisão, é antes de tudo um programa de controle de qualidade com 
fins educativos. Visa uma mudança de comportamento da equipe de saúde, devendo portanto se abster 
de medidas punitivas ou autoritárias. O PCIH deve obedecer à legislação vigente. 
Trata-se de um conjunto de ações desenvolvidas, deliberadas e sistematizadas, Com vistas à redução 
máxima possível da incidência e da gravidade das Infecções hospitalares. 
 
 
 
1513940 E-book gerado especialmente para WALLACE DA ROCHA ROSARIO
 
. 90 
Cabe à CCIH a elaboração do PCIH, que deve incluir, no mínimo, as seguintes atividades: 
- Vigilância epidemiológica (VE). O modelo a ser adotado depende das características do hospital e 
da disponibilidade de recursos. A vigilância epidemiológica permite um diagnóstico situacional mais 
preciso para o planejamento das ações. A VE possibilita a identificação de casos e de surtos de IH, e a 
implementação de medidas imediatas de controle. Por meio da VE devem ser elaborados relatórios, 
periodicamente, para posterior divulgação aos profissionais. 
- Normas para uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médicos hospitalares. A 
utilização inadequada dos antimicrobianos aumenta a pressão seletiva, o que colabora para o 
aparecimento de microrganismos multirresistentes, dentre eles: Gram-negativos resistentesàs 
cefalosporinas de 3° geração (ceftriaxona, ceftazidima, cefoperazona e cefotaxima) e à amicacina; 
Enterococos resistentes à ampicilina, à gentamicina ou à vancomicina; S. epidermidis e S. aureus 
resistentes à oxacilina e à vancomicina. Além disto, a transmissão cruzada dentro da instituição hospitalar 
aumenta a disseminação dessas bactérias, principalmente através dos profissionais da área da saúde. 
- Processos para prevenção de transmissão de microrganismos. O objetivo básico da 
padronização de medidas de precaução e isolamento é a prevenção da transmissão de microrganismos 
de um paciente, portador são ou doente, para outro - tanto de forma direta como indireta. Esta prevenção 
abrange tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde, pelo risco ocupacional em acidentes com 
materiais contaminados. 
- Normas e rotinas técnicas operacionais. Os procedimentos, cada vez mais especializados, 
requerem padronizações escritas para que toda a equipe tenha conhecimento sobre o método mais 
adequado para sua execução. A comunicação tem sido um problema nas instituições hospitalares, 
tornando necessário implementar padronizações escritas, até mesmo para respaldo legal da instituição. 
- Padronizações das medidas de prevenção e controle de infecção hospitalar. As medidas de 
prevenção e controle de infecção hospitalar têm sido utilizadas com o objetivo de diminuir o risco de 
infecção no ambiente hospitalar e devem estar padronizadas de acordo com as características da 
instituição. Elas têm como objetivo a prevenção de infecção de corrente sanguínea, infecção pulmonar, 
infecção de sítio cirúrgico, infecção urinária e precauções e isolamentos. 
- Treinamento dos profissionais da saúde em relação à prevenção e ao controle da IH. A atuação 
dos profissionais que prestam assistência direta ao paciente é fundamental para a prevenção de infecção. 
Para tanto, é necessário que tenham conhecimento adequado dos métodos. O conhecimento das 
medidas de controle - somente pelo profissional do controle de IH – não é suficiente para a prevenção. É 
por meio do treinamento, da divulgação dos manuais, das rotinas e padronizações que o conhecimento 
será propagado para todos os profissionais de saúde. O treinamento é peça fundamental para prevenção 
de infecção. 
 
Classificação das Cirurgias por Potencial de Contaminação da Incisão Cirúrgica 
 
- as infecções pós-cirúrgicas devem ser analisadas conforme o potencial de contaminação da 
ferida cirúrgica, entendido como o número de microrganismos presentes no tecido a ser operado; 
- a classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo 
com as seguintes indicações: 
 
Classificação das Cirurgias por Potencial de Contaminação da Incisão Cirúrgica 
 
Cirurgias Limpas 
São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de 
processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas com cicatrização 
de primeira intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos 
digestório ou urinário. 
- artroplastia de quadril; 
- cirurgias cardíacas; 
- herniorrafia; 
- neurocirurgia; 
- cirurgias ortopédicas eletivas; 
- anastomose porto-cava; 
- anastomose esplenectomia; 
- mastectomia; 
- enxertos cutâneos; 
- vagotomia supra-seletiva sem drenagem; 
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- cirurgias vasculares; 
- cirurgias torácicas; 
- cirurgias sobre o trato respiratório intratorácico ou baixo. 
- cirurgias de peritônio: baço, fígado, pâncreas, músculos, ossos, articulações, ovários, trompas, pele, 
tecido celular subcutâneo, próstata sem acesso uretral, bexiga sem acesso uretral, ureter, bacinetes. 
O índice ideal máximo de infecção esperado neste tipo de cirurgia é de até 2%, porém, segundo o 
Colégio Americano de Cirurgiões, pode atingir até 5%. 
 
Cirurgias Potencialmente Contaminadas 
São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos 
de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas 
discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-se nessa categoria. Ocorre 
penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. 
- histerectomia abdominal; 
- cirurgia eletiva de intestino delgado; 
- cirurgia de vias biliares; 
- cirurgia esofágica, gástrica, duodenal e de íleo; 
- feridas traumáticas limpas; 
- cirurgias de ouvido externo; 
- cirurgia de uretra; 
- cirurgia de útero cujo acesso não seja o vaginal; 
- quebra menor da técnica asséptica; 
- drenagem mecânica. 
O índice ideal máximo de infecção esperado neste tipo de cirurgia é de até 10%. 
 
Cirurgias Contaminadas 
São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação 
seja difícil ou impossível, bem como aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras e na 
ausência de supuração local. 
- apendicectomia sem supuração; 
- cirurgia de cólon, reto e ânus; 
- cirurgia de vulva e vagina; 
- cirurgia de vias biliares em presença de bile contaminada; 
- cirurgia intranasal; 
- cirurgia oral e dental; 
- cirurgia de orofaringe; 
- fraturas expostas; 
- fraturas traumáticas recentes; 
- cirurgias com quebra da técnica asséptica (por exemplo: massagem cardíaca a céu aberto). 
Estes procedimentos apresentam um índice de infecção esperando elevado, entretanto não superior 
a 15-20%. 
 
Cirurgias Infectadas 
São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de 
processo infeccioso (supuração local) e ou tecido necrótico. 
- cirurgia de reto e ânus com pus; 
- cirurgia abdominal em presença de conteúdo de cólon e pus; 
- nefrectomia com infecção; 
- feridas traumáticas abertas tardias (depois de 10 horas); 
- parto normal ou cesariana com bolsa rota há mais de 6 horas. 
O índice de infecção esperando para estes procedimentos varia de 28 a 40% 
 
Tipos de Infecções 
 
Infecções Preveníveis 
São aquelas passíveis de serem controladas e reduzidas a níveis aceitáveis. Ex: pacientes em uso de 
cateteres vesicais, venosos etc. 
 
 
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Infecções Não-Preveníveis 
São aquelas que dependem basicamente do hospedeiro (paciente) e sua imunidade e não tanto dos 
fatores externos. Ex: infecção em RN prematuros, pacientes terminais, idosos, imunodeprimidos etc. 
 
Infecção Cruzada 
É a infecção transmitida de paciente para paciente, geralmente por intermédio de profissionais de 
saúde e que também é considerada infecção hospitalar. 
 
Colonização – é o aumento de um ou mais tipo de microrganismo sem causar uma reação patogênica. 
 
Isolamento 
Define-se como isolamento o conjunto de medidas adotadas para fazer uma barreira que impeça a 
disseminação de agentes infecciosos de um paciente para outro, para os visitantes e ou para o meio 
ambiente. 
Está indicado nas doenças transmissíveis, em situações definidas e, apenas durante o período de 
transmissibilidade das doenças. Portanto, esta recomendação sobre isolamento deve se completar com 
o período de incubação e de transmissão das doenças. 
Chama-se de isolamento, toda vez que for necessário quarto individual; nas precauções, o quarto será 
individual apenas quando possível. 
 
Normas Gerais de Isolamento 
Para todo paciente que necessite de qualquer tipo de isolamento, deve-se: 
- orientar todos os familiares antes da admissão do paciente na área de isolamento quanto ao provável 
tempo de internamento nessa área, cuidados e medidas de biossegurança; 
- proibir visitas aos pacientes isolados, principalmente de crianças; 
- os prontuários e papeletas não deverão ser levados para dentro da área de isolamento. As anotações 
poderão ser em papel à parte e logo repassadas para o prontuário; 
- a mobília do local de isolamento deverá ser mínima e os utensílios alimentares,descartáveis; 
- o material para curativos deverá ser unitário e calculado de acordo com o número de curativos a 
serem realizados; 
- a roupa de cama e a do paciente deverão ser delicadamente trocadas e encaminhadas à lavanderia 
em sacos duplos; 
- objetos de uso pessoal deverão ser desinfetados. 
 
Doenças que Requerem Isolamento Total 
São as doenças altamente contagiosas e com grande virulência, que podem ser transmitidas pelo ar 
e pelo contato direto e ou indireto. Tais doenças requerem quarto privativo, ficando o paciente/doente 
sozinho ou junto com outras pessoas com a mesma doença. A porta do quarto deverá estar sempre 
fechada. 
É obrigatório para se entrar no quarto de paciente em Isolamento Total o uso de: 
- precaução Universal ou Padrão (avental, máscara, luvas - ao manipular o paciente/doente -, óculos); 
- a lavagem das mãos antes e após manuseio do paciente e ou procedimentos; 
- os aventais deverão ser individuais. E, antes de deixar o quarto, o profissional de saúde deve 
dispensá-los em local apropriado. Deve-se calcular a quantidade de aventais para cada período de 24 
horas de acordo com o número de funcionários que irão utilizá-los; 
- máscaras e luvas deverão ser de uso pessoal, utilizadas uma única vez, devendo ser colocadas em 
área limpa e dispensadas em área contaminada. Nunca se deve deixar a máscara pendurada no pescoço, 
e, ao utilizá-la deve cobrir a boca e o nariz. 
 
Importante 
 
A limpeza e desinfecção da área deverão ser feitas diariamente, e após alta ou óbito, conforme 
normatização da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). 
Deverão ser normatizadas tanto as técnicas quanto os materiais de limpeza, os equipamentos de 
proteção individual e as soluções a serem usadas (detergente neutro, desinfetantes). 
Todo pessoal que trabalhe no setor quer administrativo, quer técnico, deverá ser sistematicamente 
treinado e ou avaliado clinicamente e imunologicamente. 
 
 
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. 93 
Doenças a Serem Isoladas 
 
Isolamento Respiratório: 
- Caxumba; 
- Coqueluche; 
- Estreptococo beta-hemolítico (amigdalite, escarlatina); 
- Herpes zoster (contato com imunodeprimido); 
- Meningite por Haemophilus; 
- Meningite meningocócica; 
- Pneumonia estafilocócica; 
- Rubéola; 
- Sarampo; 
- TB (escarro positivo); 
 
Isolamento Protetor: 
- Agranulocitose; 
- Dermatite bolhosa, vesicular ou eczematosa extensa; 
- Imunodeprimido grave; 
- Queimadura extensa. 
 
Medidas de Prevenção e Controle de Infecção em Ambientes de Saúde 
 
O risco de transmissão de infecção para o trabalhador de área de saúde (TAS) depende da 
hierarquização e complexidade da atividade que desenvolve (hospital terciário ou unidade primária de 
saúde), do tipo de atendimento prestado às pessoas (imunodeprimido) e função que desempenha 
(hospital, endoscopia, patologia, odontologia, terapia intensiva, lavanderia, patologia clínica, enfermagem, 
limpeza, entre outros). Enquanto existirem condições no ambiente de trabalho capazes de provocar danos 
à saúde ou à integridade física do trabalhador, considera-se, então, que há riscos ocupacionais. Os riscos 
são variáveis e dependem também de problemas administrativos, financeiros, treinamento, educação 
continuada, normas e rotinas, existência de EPI, EPC e outros. 
Os procedimentos operacionais padronizados para uso pelos profissionais de saúde em hospitais é 
um reconhecimento de que os critérios de biossegurança, em geral, são aplicados. O potencial infeccioso 
desconhecido das amostras do paciente é o risco mais significativo encontrado. 
Isto significa que mesmo um procedimento mais simples como a retirada de rolhas de recipientes à 
vácuo, não deverá ser efetuado em uma área aberta por pessoas destreinadas, que carecem de 
compreensão de aerossóis infecciosos e de desinfecção apropriada após o extravasamento. 
A biossegurança para evitar e prevenir a infecção dos trabalhadores da área de saúde implica em 
seu treinamento efetivo, utilização dos equipamentos de proteção, cuidados preventivos individuais, 
seguir as normas e procedimentos vigentes, com a finalidade de estabelecer uma organização para 
garantir a segurança em todas as áreas do mesmo. 
A análise das medidas de biossegurança pressupõe uma apreciação quanto aos princípios 
fundamentais para o manuseio de materiais e equipamentos dentro do ambiente hospitalar, incluindo 
diversos aspectos que podem minimizar o risco dos profissionais de saúde acidentarem-se ao exercerem 
suas atividades laborais. Para isso, é primordial que tenham máxima atenção durante o desempenho de 
seu exercício profissional como, por exemplo, não usando os próprios dedos como anteparo, bem como 
não realizando o reencapamento ou retirada de seringas com as próprias mãos. 
Mesmo com o uso de material estéril, este precisa ser descartado em recipientes próprios com 
resistência elevada à perfuração e com fechamento adequado, pois esta é uma das principais 
formas de prevenir a infecção dos profissionais, além da propagação da doença dentro do 
ambiente hospitalar, o descarte é uma etapa fundamental enquanto medida preventiva. Outra 
medida elementar é que esses recipientes somente podem ter 2/3 de sua capacidade total utilizada, 
a fim de evitar possíveis vazamentos e a consequente contaminação do ar ou das pessoas que 
manipularem esses invólucros. 
Mas, quando o acidente não puder ser evitado, o profissional de saúde deve adotar medidas que 
objetivem a redução do risco de infecção, procedimentos simples, como a lavagem exaustiva da área 
externa com água e sabão, bem como o uso de soluções antissépticas degermantes, a realização de 
exames que detectem possíveis problemas ou doenças que possam ser desenvolvidas, a ingestão da 
medicação adequada a cada caso, a vacinação se for esta a recomendação ou tomar a atitude necessária 
a cada caso. 
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. 94 
Em caso de exposição de mucosas, é preciso que o local seja lavado com água ou com solução 
fisiológica. No entanto, precisa ser evitada a exposição da área afetada a outros possíveis danos, pois 
assim o risco do ataque de outras possíveis infecções hospitalares é reduzido, praticamente eliminado. 
Nesse sentido, há necessidade do profissional de saúde comunicar a ocorrência do acidente de 
trabalho, registrando o ocorrido no setor responsável, estabelecendo medidas precoces para o tratamento 
da lesão, além de buscar retirar suas dúvidas quanto aos procedimentos a serem adotados. 
Entretanto, ainda são poucas as estruturas de atendimento e notificação para os casos de acidentes 
com profissionais de saúde nos hospitais e hospitais brasileiros, dificultando a análise sobre a verdadeira 
incidência de acidentes de trabalho envolvendo esses profissionais no ambiente hospitalar, reduzindo o 
monitoramento de suas tendências atuais e evolutivas. Outro problema que também merece destaque 
refere-se ao fato de que o sistema de vigilância e acompanhamento não registra casos de acidentes de 
trabalho ocorridos no setor informal, mesmo representando uma parcela significativa desses 
acontecimentos. 
O trabalhador deve receber informações antecipadas da natureza do trabalho que irá desempenhar, 
tais como: riscos, responsabilidades, normas básicas de higiene rigorosa e rotinas estabelecidas pela 
instituição. 
A exposição ocupacional inclui o contato das membranas mucosas (olho, boca, entre outros), pele não 
íntegra, bem como por acidentes percutâneos, ao sangue, fluidos orgânicos (secreção e excreção), 
potencialmente transmissores do Human immunodeficiency vírus (HIV), Hepatitis B Vírus (HBV) e 
Hepatitis C Vírus (HCV), que eventualmente possa ocorrer no ambiente de trabalho. Estes fatores são os 
mais relevantes em caso de infecções, pois são aqueles que podem causar danos mais severos à saúde 
desses profissionais. 
A infecção ocupacional pode ser compreendida como aquela adquirida pelo trabalhador de saúde noambiente a partir de uma exposição ocupacional. Todavia, independente disso, toda e qualquer infecção 
hospitalar deve ser evitada, seja junto aos pacientes ou aos funcionários do hospital. 
Os profissionais de saúde são aqueles que mais estão submetidos aos riscos ocupacionais, seja por 
meio de ferimentos, erupções e outras dermatoses. Também é o segmento da área de saúde em que 
mais inexistem programas de imunização e estudos sobre as possibilidades de exposição a riscos 
potenciais. 
Os profissionais da área de saúde estão submetidos a numerosos riscos, principalmente no que se 
refere aos agentes biológicos, essencialmente quando não ocorre o cumprimento da utilização de 
medidas protetivas individuais e/ou coletivas. Além disso, deparam-se com barreiras institucionais, 
pressões econômicas e técnicas para que as medidas de biossegurança mínimas sejam efetivamente 
implantadas. 
A unidade de saúde deve manter um banco de dados contendo informações sobre todas as atividades 
desenvolvidas na prevenção e controle de doenças ocupacionais transmitidas através do sangue, fluidos 
orgânicos e outras doenças infectocontagiosas, como tuberculose, rubéola e tétano. 
Desse modo, uma das principais medidas de prevenção contra as infecções é a realização do 
acompanhamento sorológico. Deve ser solicitada a sorologia para HIV e hepatite B e C, imediatamente 
após o acidente, o que funciona como prévia. 
ELISA ANTI-HIV: Profissionais de saúde vacinados previamente contra hepatite B devem solicitar o 
anti-HBS, se o resultado der positivo, não é necessário o acompanhamento sorológico. 
Trabalhador vacinado com anti-HBs negativo, e para os não vacinados, solicitar HBsAg e anti-HBC. 
Repetir, neste caso, as sorologias após 6 meses da exposição ao cliente Fonte HBsAg positivo ou cliente-
Fonte desconhecido. 
Quando o trabalhador tiver utilizado gamaglobulina hiperimune imediatamente após o acidente, a 
realização da sorologia anti-HBsAg só deve ser realizado 12 semanas após o acidente. 
Os principais critérios para a prevenção ou realização de exames ou vacinação em casos de contato 
com pessoas contaminadas com HIV, HBV e HCV, deve-se considerar o risco de aquisição ocupacional 
quando houver contato comprovado com material infectante, sorologia negativa do trabalhador, realizada 
até 15 dias após o acidente, bem como a ocorrência de soro conversão durante o acompanhamento e a 
ausência de outros determinantes de risco para o contágio com o agente. 
Com relação aos riscos pós-exposição de material biológico com HIV, é imprescindível que o 
profissional tenha consciência do tamanho da profundidade da lesão, se existe sangue visível no 
dispositivo do acidente e se este dispositivo foi previamente colocado em leito intravascular (agulhas). 
Assim, ciente Fonte com alto título de HIV nos casos acima (>vol.sg.>título de HIV), o risco excede 0,3%; 
é preciso verificar se existiu a exposição do material em exposição da mucosa, média de 0,1%, se a pele 
também teve algum tipo de contato com o material, verificar se a média foi igual ou superior a 0,1%, pois 
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. 95 
assim o risco será aumentado também se houver um contato prolongado, áreas extensas, perdas de 
integridade da pele e alto título viral inoculante. 
Sobre o risco de pós-exposição ao material biológico pelo contato com HVB, caso entre 6 a 40% dos 
casos, apresenta-se como agente efetivo de transmissão de doenças em TAS, originadas após o contato 
com material biológico. 
Com relação ao risco de pós-exposição ao material biológico HVC, existe risco de 3 a 10% dos casos 
por possuir cerca de 10 vezes mais possibilidades de complicação que o HBV. Cerca de 30 a 70% dos 
infectados por esse vírus podem evoluir para a cronicidade 18. 
 
Os principais cuidados locais, em casos de exposição ao HIV, HVB e HCV: 
- As cavidades locais com a área exposta devem ser imediatas; 
- Lavar a área exaustivamente com água e sabão, em caso de exposição percutânea, e colocar solução 
antisséptica (álcool a 70%, PVP-1 ou clorohexidina); 
- Lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica, após exposição em mucosas; 
- No caso de ingestão, provocar o vômito; 
- Realizar curativo se necessário; 
- Comunicar à chefia imediata. 
Nesse caso, é imprescindível a necessidade de evitar acidentes com materiais perfurocortantes com 
o manuseio adequado dos equipamentos, máquinas e demais elementos utilizados, acondicionamento 
adequado em recipientes próprios e, conforme já citado antes, não deixar ultrapassar 2/3 de sua 
capacidade de utilização, bem como determinar normas e procedimentos a serem seguidos, não 
esquecendo as Normas Reguladoras (NRs) existentes para cada caso. 
Para chamar a atenção das pessoas que frequentam ou que trabalhem nos estabelecimentos de 
saúde, é importante que haja uma sistemática de identificação dos riscos existentes em cada setor ou 
unidade do estabelecimento. 
Por isso, de acordo com as necessidades e a gravidade dos riscos existentes, é necessária a presença 
de material informativo e de divulgação, como cartazes, folhetos, adesivos, entre outros, que transmitam 
e que sejam tomados cuidados preventivos ante o risco presente. Assim, símbolos identificados de 
substâncias, cores diferenciadas, etiquetas adequadas, textos alusivos, que indiquem os riscos e as 
atitudes adequadas a tomar, devem fazer parte do ambiente do estabelecimento de saúde. 
 
Classificação de Riscos dos Agentes Biológicos16 
 
Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são distribuídos em classes de 
risco assim definidas: 
- Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade): inclui os agentes biológicos 
conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplo: Lactobacillus 
sp. 
- Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os 
agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na 
comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas 
terapêuticas e profiláticas eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni. 
- Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): inclui os agentes 
biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias 
humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento 
e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo 
se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis. 
- Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos com 
grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento 
não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por estes. Causam 
doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e 
no meio ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola. 
- Classe de risco especial (alto risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio 
ambiente): inclui agentes biológicos de doença animal não existentes no País e que, embora não sejam 
obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou 
na produção de alimentos. 
 
 
16 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. 
 Classificação de risco dos agentes biológicos. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. 
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Questões 
 
01. (UEL - Agente Universitário de Nível Médio - Técnico em Enfermagem – UEL/COPS) Sobre as 
normas de biossegurança, considere as afirmativas a seguir. 
I. As luvas de procedimento sãoconsideradas resíduos comuns e não precisam de acondicionamento 
especial. 
II. Os sacos de lixo de cor branca, no ambiente hospitalar, acondicionam materiais recicláveis. 
III. Os materiais perfurocortantes são considerados infectantes e devem ser descartados em recipiente 
rígido e impermeável. 
IV. Os artigos críticos requerem passar por esterilização antes de serem utilizados nos pacientes. 
 
Assinale a alternativa correta. 
(A) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
(B) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
02. (UEL - Agente Universitário de Nível Médio - Técnico em Enfermagem – UEL/COPS) Sobre as 
precauções com a transmissão por via aérea ou respiratória, considere as afirmativas a seguir. 
I. A transmissão por aerossóis ocorre através de partículas suspensas no ar. 
II. Os artigos e equipamentos utilizados no isolamento por aerossóis são de uso exclusivo do paciente. 
III. O paciente em isolamento por gotículas usará máscara comum quando for transportado. 
IV. Na transmissão por gotículas, é obrigatório o uso de máscara do tipo N95. 
Assinale a alternativa correta. 
(A) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
(B) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
03. (Pref. Maravilha/SC - Enfermeiro - Saúde da Família - Pref. Maravilha/SC) As infecções 
relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são definidas colo aquelas que resultam de procedimento 
diagnóstico e/ou tratamento realizado em pacientes ou as infecções adquiridas pelo profissional de saúde 
durante a assistência ao paciente em qualquer serviço de saúde. O termo infecção hospitalar fica restrito 
às infecções adquiridas no ambiente hospitalar, enquanto as infecções relacionadas à assistência à saúde 
(IRAS) é mais abrangente, pois as infecções podem ocorrer em qualquer em qualquer 
local/área/serviço/unidade onde ocorra a assistência/cuidado ao paciente, seja em hospitais, clínicas 
(cirúrgicas, odontológicas, estéticas, etc.), ambulatórios ou domicílios. Para prevenir e controlar a infecção 
é necessário que os seis elementos que compõem a cadeia estejam presentes e intactos: agente 
infeccioso, fonte, porta de saída, modo de transmissão, porta de entrada e hospedeiro suscetível. 
Portanto, para prevenir a transmissão de microrganismos, é necessário “quebrar” a cadeia em uma ou 
mais das ligações, atuando nos seguintes elos: fonte, modo de transmissão e hospedeiro suscetível. 
Medidas estas relacionadas com as atividades do Centro de Material e Esterilização (CME). 
 
Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 
( ) Realizar limpeza, desinfecção e esterilização de materiais, equipamentos e ambiente de acordo 
com a classificação crítico, semicrítico ou não crítico. 
( ) Realizar a higiene de mãos e usar medidas protetoras de barreiras. 
( ) Uso de protetores individuais (EPI) máscara/óculos de proteção, avental, luvas de procedimentos 
de acordo com o modo de transmissão. 
( ) Uso de recipientes para coleta de perfuro cortantes somente quando se tem certeza que o material 
está contaminado. 
 
Assinale a sequência correta. 
(A) V, F, V, F. 
(B) F, V, F, V. 
(C) V, V, V, F. 
(D) V, V, F, F. 
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04. (Pref. Carandaí/MG - Técnico em Enfermagem - REIS & REIS) Assinale a alternativa que aponta 
o que não é competência do Comitê de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) de cada hospital: 
(A) Supervisionar e controlar as faltas dos profissionais de enfermagem, para que não haja problema 
na escala diária; 
(B) Adequar, implementar e supervisionar normas e rotinas técnico operacionais, visando à prevenção 
e controle das infecções hospitalares; 
(C) Realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar medidas 
imediatas de controle; 
(D) Implantar um sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares. 
 
05. (Assembleia Legislativa/SP - Técnico Legislativo - Técnico de Enfermagem – FCC) As 
infecções relacionadas a assistência à saúde (IRAS) são definidas como aquelas que resultam de 
procedimento diagnóstico e/ou tratamento realizado em pacientes ou as infecções adquiridas pelo 
profissional da saúde durante a assistência ao paciente em qualquer serviço de saúde. As medidas que 
o profissional de enfermagem deve utilizar na prevenção das IRAS, dentre outras, são: 
I. Realizar limpeza, desinfecção e esterilização de materiais, equipamentos e ambiente de acordo com 
a classificação (não crítico, semicrítico ou crítico). 
II. Realizar a higiene de mãos e usar equipamento de proteção coletiva (EPC) como os recipientes 
para coleta de materiais perfurocortantes. 
III. Usar as medidas protetoras de barreira, de forma obrigatória, utilizando protetores faciais (máscara 
e óculos de proteção), avental e luvas estéreis no contato com sangue, secreções e fluidos corpóreos. 
 
Está correto o que se afirma em: 
(A) I, apenas. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
(E) I, II e III. 
 
06. (SES/PE - Analista em Saúde - Enfermeiro Uteísta - UPENET/IAUPE) A infecção do trato urinário 
(ITU) é um dos tipos de infecção hospitalar relacionada a procedimentos invasivos das mais comuns, 
podendo ser responsável por até 40% de todas as infeções nosocomiais. Em aproximadamente 6-7%, a 
instalação da sonda pode causar bacterimia transitória e ainda ser uma importante causa de infecção 
sanguínea hospitalar. Qual das medidas abaixo é recomendada para prevenção desse tipo de infecção? 
(A) Aderir à sondagem intermitente, utilizando um espaço de tempo de 2 horas entre a realização do 
procedimento. 
(B) Utilizar sistema aberto ao meio ambiente e estéril para a realização do cateterismo urinário. 
(C) Realizar a higienização das mãos imediatamente antes e após sondagem, ou manipulação de 
quaisquer componentes do cateter urinário. 
(D) Trocar periodicamente, a cada três dias, o cateter vesical, utilizando técnica asséptica. 
(E) Realizar manipulações diárias do cateter ou antissepsia do meato, com soluções antissépticas ou 
pomadas bactericidas. 
 
07. (Pref. Lagarto/SE - Agente Técnico em Enfermagem – AOCP) É a condição de segurança 
alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes 
às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e o ambiente. Tal conceito 
refere-se à 
(A) Biossegurança. 
(B) Barreiras de contenção. 
(C) Classe de risco. 
(D) Agentes Biológicos. 
(E) Análise de Risco. 
 
08. (Pref. Lagarto/SE - Agente Técnico em Enfermagem – AOCP) Os agentes biológicos humanos 
e animais são divididos em cinco classes, de acordo com critérios de patogenicidade. O risco individual, 
que para a comunidade é baixo, aplica-se a agentes biológicos bem caracterizados, têm probabilidade 
nula ou baixa de provocar infecções no homem ou em animais sadios e de risco potencial mínimo para o 
profissional do laboratório e para o ambiente, refere-se a qual classe de risco? 
 
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(A) Classe de Risco 2. 
(B) Classe de Risco 1. 
(C) Classe de Risco 3. 
(D) Classe de Risco 4. 
(E) Classe de Risco 5. 
 
9. (ILSL – Enfermeiro – IBFC) Em relação à prevenção e controle de infecção hospitalar, leia as frases 
abaixo e a seguir assinale a alternativa que corresponde a resposta correta: 
I- A lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-
se sabão/detergente, seguida de enxágue abundante em água corrente, sendo, isoladamente, a ação 
mais importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares. 
II- A lavagem das mãos é realizada sempre antesdos procedimentos cirúrgicos, e está dispensada na 
utilização de luva antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue ou outros fluidos corpóreos, 
secreções ou excreções. 
III- Infecção hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a 
internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. 
IV- Considera-se infecção hospitalar aquela infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via 
transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento 
(exemplo: herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS), devendo ser 
controlada vigorosamente. 
 
(A) todas as frases estão corretas. 
(B) as frases I e III estão corretas. 
(C) as frases I, II e III estão corretas. 
(D) as frases III e IV estão corretas. 
 
10. (UFS – Enfermeiro - UFS/COPESE) Sobre as competências da Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH), analise as afirmativas e assinale a opção INCORRETA. 
(A) Avaliar periódica e sistematicamente as informações providas pelo sistema de vigilância 
epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar medidas de controle propostas pelos membros do 
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). 
(B) Implantar um sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares. 
(C) Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS os 
casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização e/ou produtos 
industrializados. 
(D) Elaborar regimento interno para a CCIH. 
(E) Informar ao órgão oficial municipal ou estadual a composição dos membros da CCIH e as 
alterações que venham a ocorrer. 
 
11. (UFS – Enfermeiro - UFS/COPESE) A higienização das mãos é a medida mais antiga, eficaz e 
barata de prevenir a infecção relacionada à assistência à saúde. A respeito desse assunto, julgue os itens 
subsequentes. 
I. Ao realizar um procedimento com luvas, a higienização das mãos é uma medida desnecessária; 
II. Caso as mãos não estiverem visivelmente sujas, a realização da higienização pode ser realizada 
com produtos à base de álcool; 
III. Os agentes antissépticos utilizados para higienização das mãos devem ter ação antimicrobiana 
imediata e sem efeito residual ou persistente. Não devem necessariamente conter alergênicos ou 
irritantes para pele; 
IV. As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas, utilizando-se: 
água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico. 
 
Estão CORRETOS somente os itens constantes na opção: 
(A) I, II e IV. 
(B) II, III e IV. 
(C) II e IV. 
(D) I e IV. 
(E) I, II e III. 
 
 
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. 99 
Gabarito 
 
01.C / 02.D / 03.C / 04.A / 05.B / 06.C / 07.A / 08.B / 09.B / 10.E / 11.C 
 
 
 
A análise do processo de trabalho em saúde, das características e condições de inserção da 
enfermagem nesse processo, possibilita desenhar com mais clareza qual tem sido o objeto de intervenção 
da enfermagem seja ele um indivíduo, uma família ou uma comunidade. 
A enfermagem brasileira, especificamente, institucionalizou-se no bojo do processo de intensa divisão 
do trabalho médico na sociedade moderna, principalmente para preencher os vazios desse processo, 
assumindo hegemonicamente as funções administrativas, no contexto hospitalar, local privilegiado 
enquanto forma de organização do trabalho para a materialização do modelo clínico, centrado na 
prestação de serviços a indivíduos, com ênfase no cuidado curativo. 
No contexto de transformação da sociedade, de reforma sanitária, de construção do campo científico 
da saúde coletiva e de revisão das práticas de enfermagem, pode-se verificar um movimento na 
enfermagem para rever as bases com as quais tem construído seus saberes. 
A enfermagem, enquanto campo científico, tem se apropriado de teorias com base no materialismo 
histórico e dialético para desenvolver e planejar intervenções e pesquisas que venham a transformar sua 
prática, principalmente na área de saúde coletiva, ampliando seu objeto de análise para além do corpo 
biológico. 
Há um conjunto de estudos sobre o processo de trabalho do enfermeiro que mostra a predominância 
de atividades gerenciais, sobretudo com ênfase no gerenciamento dos serviços. A posição de gerente da 
assistência de enfermagem e da organização institucional atribuída ao profissional enfermeiro vem sendo 
investigada, no Brasil, desde os anos 1980 e pesquisas recentes confirmam a ênfase no trabalho 
gerencial do enfermeiro, em especial, com base na concepção de gerenciamento do cuidado. 
Estes estudos permitem fundamentar o pressuposto de que o processo de trabalho do enfermeiro 
compõe-se de duas dimensões complementares: assistencial e gerencial. 
Na primeira, o enfermeiro toma como objeto de intervenção as necessidades de cuidado de 
enfermagem e tem por finalidade o cuidado integral, no segundo, o enfermeiro toma como objeto a 
organização do trabalho e os recursos humanos em enfermagem, com a finalidade de criar e 
implementar condições adequadas de cuidado dos pacientes e de desempenho para os 
trabalhadores. 
Ao considerar que o cuidado é a marca e o núcleo do processo de trabalho de enfermagem, entende-
se que as atividades gerenciais do enfermeiro deveriam ter como finalidade a qualidade do cuidado de 
enfermagem, de modo que a cisão entre a dimensão assistencial e gerencial compromete essa qualidade 
e gera conflitos no trabalho do enfermeiro, seja do profissional com a sua própria prática, seja na sua 
relação com a equipe de enfermagem e a equipe de saúde. 
O processo de trabalho de enfermagem apresenta a característica da divisão técnica do trabalho que 
envolve diferentes categorias – enfermeiro, auxiliar e técnico de enfermagem. É um processo que 
fragmenta a assistência e o cuidado e indica a necessidade de recomposição dos trabalhos e de mudança 
da concepção de processo saúde-doença na perspectiva do cuidado integral e da integralidade da saúde. 
Considerando que o cuidado caracteriza o núcleo do trabalho de enfermagem e também as 
concepções de cuidado integral e cuidado ampliado, entende-se que o cuidado de enfermagem é 
abordado e executado de duas formas distintas: por um lado, o cuidado com foco nos procedimentos e 
no raciocínio clínico, que é predominante nas práticas de enfermagem e, por outro, o que se denomina 
cuidado ampliado, o qual agrega os procedimentos e a clínica à comunicação e interação com os clientes, 
de forma contextualizada a cada momento e situação de cuidado. 
Entende-se que a análise do processo de trabalho de enfermagem volta-se para as 
necessidades de cuidado de enfermagem como seu objeto de intervenção central, executado, 
sobretudo pelos auxiliares e técnicos de enfermagem e o gerenciamento do cuidado e da unidade 
como o trabalho nuclear do enfermeiro. Também se considera que tanto os enfermeiros quanto os 
auxiliares e técnicos de enfermagem usualmente, referem-se às atividades de gerenciamento como parte 
burocrática, associando-as ao registro do trabalho executado. 
O gerenciamento em enfermagem, especialmente no ambiente hospitalar, sofre forte influência da 
administração clássica, em particular do modelo taylorista/fordista e burocrático, caracterizado por divisão 
Processo do trabalho em enfermagem 
 
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do trabalho, hierarquia, autoridade legal, sistema de procedimentos e rotinas, impessoalidade nas 
relações interpessoais e outros. 
A gerência consiste em atividade meio cuja ação central baseia-se na articulação e integração que 
possibilita a transformação do processo de trabalho, ao mesmo tempo que também pode se transformar 
mediante as situações do cotidiano das organizações de saúde, e assim se compõe de quatro dimensões: 
técnica, política, comunicativa e de desenvolvimento da cidadania. 
Essa concepção de gerênciamove-se ao diapasão a 2cm do 
orifício do canal auditivo externo. Pede para avisar quando deixar de escutar. 
- repetir do outro lado. 
Na prova de Weber o normal é que não haja lateralização. Na prova de Rinne o normal é que a 
condução aérea seja maior que a condução óssea. Se houver distúrbio de condução o cliente não escuta 
pela via aérea. Se for de percepção estarão diminuídas ou abolidas ambas as vias. 
Devemos investigar: dificuldade de audição, vertigem, otalgia, otorreia, prurido, tonturas, zumbidos. 
 
Perda da Audição: pode ser unilateral ou bilateral. Pode desenvolver-se devagar ou subitamente. A 
história ocupacional é de grande importância. 
Tipos de surdez: de condução ou transmissão (quando atinge ouvido externo e médio) e de percepção 
ou neurossensorial (quando atinge ouvido interno). 
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Vertigem: sensação de girar ou virar, enquanto em repouso. Pesquisar duração, início, evolução, tipo 
de medicação que faz uso. 
Otalgia: infecções em pontos distantes (faringite, amigdalite, cárie dentária e sinusite) ou afecções no 
ouvido externo ou médio. 
Otorréia: indica infecção aguda ou crônica. 
Secreção sanguinolenta 
- carcinoma ou trauma Secreção aquosa, clara 
- extravasamento de líquor Serosa, mucopurulenta ou purulenta 
- afecções no ouvido externo, otite média, furúnculos 
Prurido: pode ser em casos de eczema no canal auditivo, diabetes, hepatite. 
Zumbido: percepção de ruídos, sem que haja estímulo externo (atribui-se à irritação de células 
sensoriais) 
Causas: 
-Óticas: tampão de cerume, corpo estranho, otite externa, inflamações, obstrução tubária, 
medicamentos. 
-Não óticas: hipertensão arterial, climatério, hipertireoidismo. 
 
9) Boca 
A boca é um conjunto de estruturas banhadas pela saliva (produção diária=680 à 1500 ml),flora 
microbiana própria, importante na mastigação e fonação. A saliva é composta de várias substâncias, 
dentre elas enzimas responsáveis pela digestão. Suas funções são: lubrificação, proteção física, limpeza 
mecânica dos dentes e mucosa bucal, ação antibacteriana. 
A boca é limitada anteriormente pelos lábios, inferiormente pelo assoalho da boca, onde repousa a 
língua. As bochechas representam os limites laterais, o teto é formado pelos palatos duro e mole. Os 
pilares anteriores e a úvula formam o limite posterior. Para examina-la devemos usar luvas de 
procedimento e se necessário, abridor de boca. Devemos pesquisar dor e halitose. As técnicas usadas 
para avaliar a boca são inspeção e palpação. 
Lábios - são formados pela transição pele-mucosa umedecidos pela saliva. 
Devem variar de rosado a acastanhado. 
Analisa-se cor, características morfológicas. 
Alterações: cianose ou palidez, queilose (rachadura das comissuras labiais (na presença de pus, 
denominado queilite, associado a avitaminose), sangramentos, edema alérgico, lábio leporino, herpes, 
ressecamento. 
Cavidade bucal - para avaliá-la é necessário retirar próteses, usar abaixador de língua e fonte de luz. 
Utiliza-se a inspeção e quando necessário da palpação. 
Examina-se: 
- Dentes - fase transitória com 20 dentes e completa-se com aproximadamente dois anos e meio. Com 
20 anos completa-se a fase permanente com 32 dentes. 
Avalia-se o número, estado dos dentes, implantação, cor, higiene. 
 
Alterações: ausência, condições de higiene, cáries e uso de prótese dentária. 
- Bochechas e gengivas - as bochechas tem coloração de um vermelho mais vivo. A gengiva é formada 
por tecido fibroso denso recoberto de mucosa pálida, devendo ser avaliada a cor, consistência, forma, 
desenvolvimento e presença de lesões. 
Alterações: edema e coloração vermelho-escura (associada a acúmulo de tártaro ou avitaminose C), 
palidez, icterícia, cianose (aumento de hemoglobina), estomatites (inflamação da mucosa que evolui com 
eritema, ulceração, exsudação e cicatrização), gengivite, atrofia ou hipertrofia gengival. 
- Língua - situa-se medialmente, musculatura lisa recoberta de mucosa úmida avermelhada possuindo 
papilas em seu dorso. As filiformes estão concentradas nas laterais, os fungiformes no ápice e as valadas 
(de 7 a 12) no "V" lingual. Para avaliá-la, observe-a em três posições: repouso, para fora e tocando o 
palato duro. Verificando em todas estas posições: localização, tamanho, cor, umidade, movimento e 
lesões da língua. 
 
Alterações: língua saburrosa (camada esbranquiçada que surge na ausência de mastigação por 24 
horas), língua seca e acastanhada (aparece na desidratação associada a acidose metabólica, vômitos, 
febre, medicamentos), glossite(vermelho vivo com sensibilidade a alimentos quentes),lisa(atrofia das 
papilas gustativas ocasionada por anemia ou desnutrição proteica), escrotal (sulcos irregulares que 
lembram a pele escrotal, ocasionada pela deficiência de vitaminas do complexo B), macroglossia 
(aumento global da língua: hipotireoidismo). 
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- Palato duro e mole - são róseos a vermelhos com linhas simétricas. Inspecionar e palpar à procura 
de lesões, tumefações e ulcerações. É comum o Tórus Palatino (crescimento ósseo benigno na linha 
média do palato duro). 
- Pilares ou arcos anteriores e posteriores - é o local onde se aloja as tonsilas. 
- Tonsilas - muitas vezes não são visíveis. Avalia-se a integridade e aspecto das mesmas. 
Alterações: angina purulenta, faringite, halitose. 
- Úvula - é rósea, está localizada na linha média e com forma de cone. 
Glândulas salivares - são as parótidas (em frente ao ouvido), as submandibulares (no arco da 
mandíbula) e as sublinguais (no assoalho da boca). 
Sintomas das doenças na cavidade oral: dor, ulceração, sangramento, massa, halitose. 
 
10) Exame físico do pescoço 
O pescoço é o apoio à cabeça em um alinhamento intermediário. Os pontos de referência do pescoço 
são os principais músculos da região cervical - esternocleidomastóideo e trapézio. Estes dividem o 
pescoço em: região anterior, lateral e posterior. 
O exame do pescoço deve avaliar: pele e musculatura, cadeias ganglionares (linfonodos), traqueia, 
tireoide, mobilidade, vasos sanguíneos (jugulares e carótidas). 
O pescoço tem uma forma cilíndrica, regular (sem abaulamentos e depressões) e grande mobilidade 
(ativa e passiva), livre e indolor. Utiliza-se em seu exame a inspeção e a palpação. 
Pele - além de seguir o roteiro normal, deve verificar a presença de sinais flogísticos e fístulas nas 
áreas dos linfonodos e glândulas salivares. 
Forma e volume - apresentam variações conforme o biótipo. As alterações são decorrentes de 
aumento da tireoide, linfonodos, parótidas e tumores. 
Mobilidade - tem amplitude de 180º, executa movimentos de flexão, extensão, rotação e lateralidade. 
Observa-se a existência de contratura, resistência e dor. A alteração mais comum é o torcicolo (dor e 
dificuldade na movimentação) e a rigidez de nuca (meningite). 
Traqueia - teve mostrar-se no centro do pescoço, na linha média. 
Cadeias ganglionares - nos adultos geralmente não são palpáveis, exceto em indivíduos extremamente 
magros (palpam-se pequenas massas móveis). Os linfonodos são avaliados quanto: localização, 
consistência, mobilidade, alterações da pele (presença de sinais flogísticos e fistulização), sensibilidade, 
tamanho ou volume. 
Tireoide - normalmente não é palpável, exceto em indivíduos muito magros. Tem volume, consistência, 
temperatura, mobilidade normal e é indolor. Para realizar o exame da tireoide o cliente deve estar sentado 
de modo que seu pescoço fique na altura dos cotovelos do examinador, quando estiver de pé. O exame 
é realizado de 2 maneiras: 
De frente - o cliente inclina a cabeça para a direita, enquanto os polegares do examinador palpam a 
glândula do lado direito. O exame é repetido do outro lado. 
Por trás - desta maneira irá confirmar o que foi verificado na posição anterior. A cabeça do cliente deve 
ser inclinada ligeiramente para o lado.favorece a interação com a assistência, contudo, historicamente, na 
saúde e na enfermagem, os processos de cuidar e de administrar quase não se tocam correndo de forma 
paralela nas instituições hospitalares, o que pode ser modificado com a promoção de uma aliança desses 
dois eixos que permitirá constituir o cuidar gerenciando e o gerenciar cuidando, interpretado como uma 
construção para a enfermagem brasileira e um novo paradigma. 
Nesta mesma direção alguns estudos fazem referência à gerência participativa, que visa a qualificar a 
assistência através da articulação dos processos de trabalho assistencial e gerencial, articulação esta 
que se entende por gerenciamento do cuidado, que também é caracterizado pela ênfase na comunicação 
e interação profissional de enfermagem e paciente e entre os profissionais. 
 
 
 
Ética 
 
O profissional de enfermagem atua sob um conjunto de valores pessoais e profissionais quando se 
relaciona com um paciente. Cada paciente possui um sistema pessoal de valores. O profissional de 
enfermagem não deve permitir que os seus valores entrem em conflito com os do paciente. A objetividade 
enriquece a habilidade do profissional em atuar de modo inteligente e disciplinado quando assiste 
pacientes com problema de saúde. Ele deve se empenhar em desenvolver uma autoconsciência para 
entender atitudes e sentimentos e para controlar o comportamento nas relações profissionais com os 
pacientes. 
No ambiente de assistência de saúde, os valores do profissional de enfermagem, do paciente e da 
sociedade interagem. Inevitavelmente, conflitos de valores surgem, os quais podem causar dilemas 
éticos. A ética determina a conduta apropriada e é tão importante quanto os direitos legais. O profissional 
precisa constantemente lembrar-se da ética, quando lidar com pacientes e com outros profissionais de 
saúde. 
Uma vez que o profissional de enfermagem está ciente dos valores que motivam o comportamento 
pessoal e profissional, é mais fácil ajudar os pacientes a identificar os valores que influenciam seus 
próprios comportamentos e atitudes. A frequência e a intensidade com as quais a pessoa pratica 
comportamento de promoção de saúde dependem do valor dado na redução da ameaça da doença e na 
promoção da saúde. Os profissionais de enfermagem ajudam os pacientes a elucidarem seus valores 
pessoais, ordenam prioridades de valore, minimizam conflitos, conseguem uma estabilidade entre valores 
e comportamentos relacionados à prevenção de doenças e à promoção de saúde e recebem tratamento 
ético. A competência de um profissional está na habilidade em ajudar os pacientes a compreenderem a 
si próprios e ao impacto de alguns comportamentos no seu bem-estar. 
 
Valores e Ética 
 
A singularidade da profissão de enfermagem está na complexidade e diversidade de papéis e 
responsabilidades assumidas por seus membros. O profissional de enfermagem atua como uma conexão 
entre o paciente e outros profissionais de saúde, para assegurar que os direitos do paciente sejam 
respeitados. Atualmente, o profissional está apto a se empenhar visando o objetivo de proporcionar um 
atendimento completo e abrangente para uma gama maior de pacientes. 
A assistência de saúde é realizada numa sociedade pluralística onde existem muitos sistemas de 
crenças e fé. Com tanta diversidade moral e cultural, frequentemente é difícil definir valores comuns de 
assistência de saúde. O profissional de enfermagem tem conhecimento de valores e ética e os usa para 
proporcionar uma boa assistência para o paciente. Depende do próprio profissional a tentativa de resolver 
dilemas éticos que surgem durante sua interação com o paciente. Se ele sabe claramente o que eles 
valorizam e por que, estará apto a tomar, e ajudar os pacientes a tomarem, decisões éticas responsáveis. 
ÉTICA E LEGISLAÇÃO EM ENFERMAGEM: A Ética aplicada à Enfermagem; 
Código de Ética profissional em Enfermagem; Lei do Exercício Profissional em 
Enfermagem 
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Uma pessoa que ingressa na profissão de enfermagem possui um conjunto de valores pessoais que 
guiarão suas ações. Esses valores são o resultado de uma escolha ou hábitos pessoais. Um jovem adulto 
que ingressa na carreira de enfermagem será incapaz, a princípio, de identificar todos os atributos de um 
enfermeiro profissional. Mas, após socializar-se com a profissão, ele logo verificará a interação de valores 
pessoais e profissionais. 
Dois valores primários identificados por Hall (1973) são o valor próprio e equivalência. O valor próprio 
é a crença de uma pessoa em se considerar valiosa para as pessoas importantes de sua vida. o valor 
próprio está relacionado à confiança, à expressão de emoções e à capacidade de se relacionar com as 
outras pessoas. O valor de equivalência é a crença de que outras pessoas têm valor equivalente a si 
mesmo. Hall sugere que estes dois valores primários devem existir conjuntamente. Ter um sentimento 
positivo pelos outros requer que uma pessoa primeiro avalie a si própria. Esses dois valores primários 
são “forças orientadoras” na vida pessoal e profissional do enfermeiro. 
Existem muitos outros valores, como a confiabilidade e a competência, que o enfermeiro adquire 
durante a socialização. Se os valores pessoais são similares aos ideais para o trabalho, os profissionais 
assumem seu papel com pouca dificuldade; se eles são incompatíveis, o profissional de enfermagem 
provavelmente se sentirá frustrado e insatisfeito. 
 
Definição de Valores e Ética 
 
Um valor é uma convicção pessoal sobre a importância sobre uma dada ideia ou comportamento. Dar 
valor a um certo comportamento ou ideia é achá-los preferíveis a outros. Os valores que um indivíduo 
retém reflete necessidades pessoais, culturais, influências sociais e relacionamento com pessoas de 
importância pessoal. Os valores variam ente as pessoas, desenvolvem-se e mudam com o tempo. Um 
sistema de valores bem desenvolvido faz com que a tomada de decisões seja uma tarefa relativamente 
sem conflitos. 
A ética consiste nos princípios ou padrões que determinam a conduta apropriada. O termo origina-se 
da palavra grega “ethos”, que significa costume. A ética refere-se ao que é certo e errado, o que é dever 
ou obrigação. Sendo uma característica de todas as profissões, a ética protege os direitos dos homens. 
Os valores influenciam como um indivíduo percebe os outros e como ele age. Quando os valores 
entram em conflito, a ética frequentemente entra em cena e o resultado é o dilema. Não há situação 
absolutamente certa ou errada, mas uma pessoa não deve comprometer os valores de outra quando 
tentar resolver um dilema ético. Por exemplo, um enfermeiro de uma comunidade, solicitado por um 
colega de trabalho para entrar em greve, precisa decidir-se entre a lealdade a seus colegas e aos 
pacientes. 
As pessoas apegam-se a valores em um contínuo de relativa importância. Valores relacionados 
formam sistemas de valores, como aqueles relacionados à religião, saúde, liberdade e auto respeito. Um 
sistema objetivo de valores permite a uma pessoa ser flexível ao tomar decisões e facilita uma ótima 
interação com terceiros. 
Valores éticos, morais e legais não estão necessariamente relacionados. Uma crença moral é uma 
forte convicção de que alguma coisa é absolutamente certa ou errada em todas as situações. Desta 
maneira, o que é uma questão moral para uns é dilema ético para outros (por exemplo, aborto). Um direito 
legal é uma reivindicação justa ou algo que é devido de acordo com as garantias legais e está 
frequentemente relacionado aos valores éticos (por exemplo, no caso da remoção de um sistema de 
suporte de vida de um paciente em coma), mas não está necessariamente relacionado a todas as 
situações (por exemplo, o direito ao tratamento de saúde é uma questão ética e não um direito legal). 
Dois tipos específicos de valores são os terminais e instrumentais. Um valor terminal envolve finalidade 
ou objetivos desejados,As mãos e os dedos do examinador rodeiam o pescoço do cliente, 
ficando os polegares fixos na nuca. O lobo direito é palpado pela mão esquerda, enquanto a mão direita 
afasta o esternocleidomastóideo. O lobo esquerdo é o contrário. 
É avaliado o volume, consistência, mobilidade, superfície (lisa, nodular, irregular), temperatura da pele 
e sensibilidade. 
 
11) Exame físico do tórax 
O tórax é a cavidade cercada pelas costelas e pela coluna vertebral. Trata-se da região em que estão 
localizados os pulmões e o coração. O exame físico do tórax tem como objetivo o estudo: mamas, 
pulmões, coração e coluna vertebral. 
Pontos de referência anatômica 
- Ângulo de Luís (localiza-se na junção do manúbrio com o corpo do esterno, identifica o 2º. Espaço 
intercostal e corresponde à bifurcação da traqueia e ao arco da aorta). 
- Costelas e espaços intercostais 
- Clavículas 
- Apêndice xifoide 
- Ângulo de Charpy (utilizado para avaliação do biótipo). Nos normolíneos 70 a 80º, nos longilíneos - 
menos que 90º e nos brevelíneos - maior que 80º. 
- Ângulo da escápula (delimitação inferior da região escapular). 
- Espinha da escápula. 
- Apófise espinhosa (corresponde à 7ª vértebra cervical). 
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- Rebordos costais 
 
Linhas torácicas 
Médio esternal 
Para-esternal direita 
Para-esternal esquerda 
Hemiclavicular direita 
Hemiclavicular esquerda 
Axilar média 
Axilar anterior 
Axilar posterior 
Médio espinhal 
Para-espinhal direita 
Para-espinhal esquerda 
Escapular direita 
Escapular esquerda 
 
Regiões torácicas 
Esternal 
Supra-esternal 
Supraclavicular direita e esquerda 
Clavicular direita e esquerda 
Infra clavicular direita e esquerda 
Mamária 
Infra mamária 
Axilar 
Infra-axilar 
Espinhal 
Supra espinhal 
Infra espinhal 
Interescapular 
Escapular direita 
Escapular esquerda 
Infra escapular direita 
Infra escapular esquerda. 
As linhas e as regiões torácicas são importantes, pois estas servem de descrição topográfica dos 
achados do exame da parede torácica. 
 
Inspeção do Tórax 
INSPEÇÃO ESTÁTICA - realiza-se uma observação comparativa do hemitórax seguindo uma ordem: 
anterior, lateral e posterior. O cliente deve estar sentado ou em pé. 
 
Observa-se os seguintes pontos: 
Forma - os dois hemitórax são simétricos, sendo o direito um pouco mais desenvolvido. Há 3 formas 
limites do tórax normal conforme o biótipo. O tórax tem o diâmetro anteroposterior (DAP) menor que o 
diâmetro transverso (DT). O DT deve ter até o dobro do DAP variar conforme a idade. 
Tipos patológicos de tórax - pode haver variações na aparência do tórax em consequência de 
anomalias musculoesqueléticas, doenças cardíacas ou respiratórias ou trauma. 
- Enfisematoso, barril, globoso ou em tonel - O diâmetro anteroposterior é aproximadamente igual ao 
diâmetro transverso. 
Ex.: enfisema pulmonar. 
- Em quilha, cariniforme ou peito de pombo - o esterno é proeminente e desviado anteriormente. Defeito 
congênito ou adquirido (raquitismo). 
- Sapateiro ou peito escavado - Há uma depressão na porção inferior do esterno. Pode ser congênito 
ou devido ao raquitismo. 
- Chato - O diâmetro ântero-posterior é bem menor que o diâmetro transverso. A parede anterior perde 
a convexidade, o ângulo de Luís fica mais avantajado. Defeito congênito ou doença caquetizante. 
- Em sino - aumento exagerado da parte inferior. Comum nas ascites ou hepatoesplenomegalias. 
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- Cifoescoliótico ou escoliótico - Defeito congênito ou adquirido por tuberculose, raquitismo, 
traumatismo, poliomielite, etc. Normal não há abaulamentos e retrações na região torácica. Sua presença 
é sugestiva de patologias. 
- Cifótico - curvatura da coluna dorsal. 
 
Problemas de enfermagem: 
- Abaulamentos unilaterais - derrame pleural, escoliose acentuada, pneumotórax, má formação, 
trauma, etc. 
- Abaulamentos localizados - hipertrofia cardíaca, tumores, má formação, trauma, etc. 
- Abaulamentos expiratórios - verifica-se na fossa supra clavicular. 
- Sinal de ancoragem - o cliente para respirar utiliza dos músculos acessórios (esternocleidomastóideo 
e escaleno). O cliente fica sentado com os membros superiores ao lado do tórax, apoiados no leito. 
- Posição de assobio - o tempo expiratório é forçado, o cliente prolonga a expiração ao mesmo tempo 
que aperta os lábios, deixando apenas uma fenda central. 
- Retração inspiratória ou tiragem - diminui a expansibilidade torácica, há acúmulo de secreção nos 
pulmões. 
- Depressões do hemitórax - quando há lesões fibróticas do pulmão o cliente respira há depressão no 
hemitórax. 
 
12) Exame dos pulmões 
- INSPEÇÃO DINÂMICA - na inspeção dinâmica verifica-se: 
- Frequência respiratória: o seu valor varia conforme a idade, nível de atividades físicas e estado 
emocional. O normal no adulto é de 16 a 20 incursões por minuto - eupneia. 
Problemas de enfermagem: taquipneia (aumento da frequência respiratória), bradipnéia (diminuição 
da frequência respiratória) apneia (ausência da frequência respiratória), dispneia, ortopnéia. 
- Tipo respiratório - Verifica-se a movimentação do tórax e abdome. Normal: há 3 tipos respiratórios: 
respiração torácica (comum nas mulheres), respiração abdominal e respiração tóraco-abdominal (comum 
em homens). 
 
Problemas de enfermagem: a troca do tipo de respiração é importante em paciente com nível de 
consciência deprimido respiração tipo torácica em homens com abdome agudo e respiração abdominal 
em mulheres com pleurites. 
- Ritmo - para analisá-lo deve-se desviar por no mínimo 2 minutos a seqüência, a forma e a amplitude 
das incursões respiratórias. A inspiração dura aproximadamente a metade da expiração. 
 
Problemas de enfermagem: 
Cheyne Stokes 
Kussmaul 
Biot 
Palpação - investiga-se: 
- Expansibilidade torácica - a expansibilidade torácica é igual em regiões simétricas, pode variar com 
o sexo (sendo mais nítida nas bases no homem e nos ápices nas mulheres). 
- Manobra de Ruaut - para avaliar os ápices pulmonares, coloca-se as mãos nas fossas supra 
claviculares e os dedos polegares unindo formando um ângulo. O normal é observar a elevação das mãos 
na inspiração profunda. 
Problema de enfermagem: assimetria unilateral com aumento e/ou diminuição dos movimentos 
respiratórios. Ex.: derrame pleural, pneumonia, dor pleural, obstrução brônquica. Assimeria bilateral. Ex.: 
enfisema pulmonar. 
Percussão - A percussão da parede torácica é transmitida ao tecido subjacente, refletida de volta e 
percebida pelo tato e pela audição do examinador. Utiliza-se a percussão dígito-digital, onde o cliente é 
colocado sentado ou deitado, percute-se a face posterior, anterior e laterais do tórax. Os locais da parede 
posterior do tórax para percussão são acima, entre e abaixo das escápulas, nos espaços intercostais. Os 
ossos não são percutidos. O examinador deve iniciar no topo e descer, indo de um lado a outro, para 
comparação. O som normal é o claro pulmonar. 
Problemas de enfermagem: som timpânico, hipersonoridade, submaciez e maciez. 
Ausculta - Faz-se ausculta do tórax, estando o cliente sentado com o tórax descoberto. Solicite ao 
cliente que respire mais profundamente com os lábios entreabertos, sem fazer ruídos. O trânsito de ar 
pelo trato respiratório na inspiração é capaz de produzir três tipos de sons normais da respiração: 
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- Bronquial, traqueal, brônquico ou tubular - audível sobre a traqueia, é um ruído intenso (como se 
assoprasse dentro de um tubo). A fase inspiratória dura a metade da fase expiratória. 
- Bronquiovesicular - é uma combinação de som traqueal e murmúrio vesicular. Audível na área de 
projeção da traqueia e brônquios maiores, nas regiões infra claviculares, interescapular (regiões apicais 
dos pulmões, especialmente à direita). Igual intensidadeem ambas as fases do ciclo respiratório. 
- Vesicular ou murmúrio vesicular - é produzido pela turbulência do ar ao entrar nos bronquíolos e 
alvéolos. É um som de tom baixo, mais intenso e de duração maior na inspiração do que na expiração 
(quase não se ouve). Audível em todos os campos pulmonares. 
Problemas de Enfermagem: encontramos os ruídos adventícios que são verificados em processos 
patológicos que comprometem a árvore brônquica. 
Podem ser classificados em: 
 
Estertores Secos 
- Roncos - são secreções espessas nos grandes brônquios. São sons não tão altos, contínuos, 
escutados nas vias aéreas maiores. 
- Sibilos - são secreções espessas nos brônquios secundários e bronquíolos, mais intenso na 
expiração. Ex.: bronquite, crises asmáticas, broncoespasmo. 
 
Estertores Úmidos 
- Crepitantes - são ruídos finos, homogêneos, mesma altura, timbre e intensidade. Auscultado na fase 
inspiratória, modifica-se com a tosse. Ex.: pneumonia, edema agudo (fase inicial). 
- Subcrepitantes ou bolhosos - são ruídos mais grossos e de tonalidade mais grave, diferente quanto 
a tonalidade e timbre. 
Auscultado no final da inspiração e início da expiração, não se modifica pela tosse. 
Ex.: bronquites, pneumonia, broncopneumonias. 
- Atritos pleurais - são sons do tipo fricção ou grosseiros, causados por duas superfícies pleurais 
ressecadas que se movimentam uma sobre a outra. 
Sintomas de doença pulmonar: tosse, produção de expectoração, hemoptíse, sibilos, cianose, dor 
torácica. 
 
13) Exame do coração 
É necessário conhecer a projeção do coração e os grandes vasos da base na parede torácica. 
- Borda direita - Veia cava superior e o átrio direito (borda esternal direita). 
- Borda esquerda - Artéria aorta artéria pulmonar e ventrículo esquerdo (borda esternal esquerda). 
Realiza-se a inspeção e palpação simultaneamente. O cliente deve estar em decúbito dorsal elevado 
a 30º e o examinador do lado direito ou esquerdo. 
Investigam-se: 
- Pele: presença de cianose-central e periférica 
- Unhas: presença de pequenas linhas marrom-avermelhadas no leito 
- Olhos: Hipertelorismo (grande afastamento dos olhos) cardiopatia 
- Boca: palato muito arqueado e com petequeias - cardiopatia congênita 
- Tórax muito escavado 
- Membros: edema, cianose 
- Abaulamentos (aneurisma da aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico, alterações da caixa 
torácica), depressões ou achatamentos precordiais (olhando de maneira tangencial e frontal). 
- Análise do ictus cordis ou choque da ponta ou ponto de impulso máximo (PIM) ou ponto apical. Varia 
de acordo com o biótipo, localiza-se no cruzamento da linha média clavicular esquerda com o 4º. ou 5º 
espaço intercostal. Consiste em um impulso normal, periódico e circunscrito, sentido como uma pulsação 
suave de 1 a 2 cm de diâmetro. Este pode alterar sua localização em estado patológicos e fisiológicos. 
Os fisiológicos são: 
- normolíneos 
- 4º espaço intercostal esquerdo, 6 a 10 cm da linha médio esternal. 
- brevelíneos 
- 4º espaço intercostal esquerdo, a mais de 8 cm da linha médio esternal. 
- longilíneos 
- 5º espaço intercostal esquerdo, a menos de 8 cm da linha médio esternal. 
Nas patologias pode estar desviado (hipertrofia ou dilatação do ventrículo esquerdo) ou ausentes. Em 
deformidades da caixa torácica, derrames pleurais ou pericárdicos, obesidade, mamas aumentadas e 
tumores. - Pulsações epigástricas - podem ser vistas ou palpadas, correspondendo à transmissão na 
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parede abdominal das pulsações aórticas. Problemas: quando estas pulsações forem intensas, por 
hipertrofia ventricular direita. - Pulsações supra esternal ou na fúrcula esternal - podem aparecer e 
dependem das pulsações na croça da aorta. Problema: quando estas aparecem intensas por hipertensão 
arterial, aneurisma aórtico, insuficiência aórtica, hipertireoidismo. Ausculta Pode ser realizada com o 
cliente em várias posições: deitada, em decúbito lateral, sentado ou em pé. É necessário silêncio absoluto. 
Os focos de ausculta são:- Mitral (FM) - localiza-se na sede do ictus cordis, 5º espaço intercostal e, na 
linha hemiclavicular. Na cardiomegalia desloca-se para a linha axilar anterior. 
- Aórtico (FAo) - localiza-se no 2º espaço intercostal D na linha paraesternal. 
- Aórtico acessório (FAA) - localiza-se no 3º espaço intercostal E na linha paraesternal (ponto ERB). 
- Pulmonar (FP) - localiza-se no 2º espaço intercostal E na linha paraesternal. 
- Tricúspide (FT) - localiza-se na base do apêndice xifoide, ligeiramente para a E. 
A ausculta cardíaca começa no foco apical e vai ao longo da borda esternal esquerda até o foco aórtico 
e pulmonar. Após, coloca-se o cliente em decúbito lateral esquerdo e ausculta o foco mitral à procura de 
sopro ou ritmo tríplice. Devemos observar: - Ritmo: Classificando-o em regular ou irregular. - Frequência 
- número de batimentos cardíacos em 1 minuto. 
OBS.: É importante a contagem simultânea do pulso apical (ictus cordis) e do pulso radial, pois em 
determinadas patologias poderá haver variação de um pulso para o outro. 
 
- Bulhas cardíacas 
1ª. Bulha (B1) - Corresponde ao fechamento das valvas mitral e tricúspide. Melhor ouvida no ictus 
cordis (ápice cardíaco)® TUM. 
2ª. Bulha (B2) - Corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar, timbre mais agudo, 
duração menor que a 1ª. Bulha (melhor ouvida nos focos aórtico e pulmonar - base do coração) ®TÁ. A 
abertura das valvas só pode ser ouvida se estas estiverem lesadas. 
- Arritmias cardíacas - é quando há alteração no ritmo, frequência ou ambos. 
 
14) Exame físico da coluna vertebral 
A coluna vertebral para o exame físico divide-se em: cervical, torácica, e lombossacra. O cliente deve 
estar em pé com os pés um pouco separados, membros superiores ao lado do corpo. 
Devemos pesquisar dor, massas, depressões através da inspeção e palpação. 
Observam-se: 
- Face anterior 
- Face lateral - onde são observadas as curvaturas normais: lordose cervical, cifose dorsal e lordose 
lombar. 
- Face posterior - é observada através de uma linha imaginária que passa nos ombros, pontas 
escapulares, cristas ilíacas, pregas glútea e poplíteas, que deve estar no mesmo nível. Depois imagina-
se uma linha vertical, ligando as apófises espinhosas seguindo a linha Inter glútea. 
 
Problemas: lordose (condição em que a curva lombar natural da espinha se mostra exagerada), cifose 
(é um aumento na curvatura da área torácica) e escoliose (curvatura lateral pronunciada da espinha). 
Avaliar: movimentos da coluna (flexão lateral, extensão, flexão, rotação) e as posturas - estática, 
sentada, deitada e dinâmica. 
 
15) Exame físico das mamas 
Utiliza-se a inspeção e palpação. 
Faz-se a inspeção estática e dinâmica. A cliente deve estar sentada ou em pé, com os braços ao longo 
do corpo. Inspeciona: 
- tamanho e simetria 
- contorno 
- textura 
- características da pele 
Palpação 
A cliente deve estar em decúbito dorsal com os braços levantados e as mãos na nuca com o travesseiro 
sobre os ombros. Palpa-se utilizando as polpas dos dedos anular, indicados e médio em movimentos 
circulares, comprimindo delicadamente o tecido mamário contra a parede torácica. Deve-se encaminhar 
de modo sistemático, investigando a elasticidade e consistência dos tecidos, resposta a estímulos, táteis, 
sensibilidade dolorosa, presença de massas. Faz-se em seguida a expressão do mamilo verificando a 
saída de secreção ou não. 
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Mamas - o tamanho varia entre as mulheres, são relativamente simétricas. Tem forma arredondada, 
textura macia, superfície lisa sem depressões ou abaulamentos. A consistência e a elasticidade vão 
desde o tecido firme e elástico ao flácido e macio. Problemas: sinais inflamatórios, retração da pele, 
assimetria mamária, nódulos, edema, lesões e ulcerações, hipersensibilidade e dor. 
Mamilos e aréolas - sãosimétricos, arredondados ou ovalados e superfície contínua. São evertidos 
(protuso), não apresentam secreções e possuem capacidade erétil. Problemas: assimetria, retração da 
aréola ou do mamilo (plano), inversão mamilar(invertido), drenagem de secreção, edema, ulcerações, 
fissuras, hipersensibilidade, ausência de ereção aos estímulos. 
Axilas - Palpa-se a axila após cada exame das mamas. Os gânglios axilares não são palpáveis. Os 
linfonodos supra e infra claviculares devem ser palpados. 
Problemas: erupções da pele, pigmentação incomum, nódulos sensíveis e sem mobilidade, sinais 
flogísticos. 
Para registrar os achados devemos dividir a mama em 4 quadrantes e como um relógio. 
 
16) Exame físico do abdome 
A maioria dos órgãos gastrintestinais e acessórios para a digestão situam-se no abdome. Para o 
exame abdominal devemos reconhecer. 
a) Pontos de referência anatômica 
- rebordo costal 
- crista ilíaca 
- prega inguinal 
- cicatriz umbilical 
b) Exame físico 
A realização do exame abdominal deve ter a seguinte ordem: inspeção, ausculta, percussão e 
palpação. 
 
Abdômen 
A cavidade abdominal é dividida em 4 quadrantes. Duas linhas imaginárias cruzam a cicatriz umbilical 
para dividirem o abdômen em quadrantes: superior direito, superior esquerdo, inferior direito, inferior 
esquerdo. Pode ser dividido também em 9 regiões: epigástrica, umbilical, suprapúbica, hipocôndrios 
direito e esquerdo, flancos direito e esquerdo, inguinais direito e esquerdo. 
 
Forma e Volume 
Variam de acordo com a idade, sexo, estado de nutrição. 
 
Tipos de Abdômen 
Abdômen globoso: apresenta-se globalmente aumentado com predomínio nítido do diâmetro 
anteroposterior sobre o transversal. 
- Gravidez avançada, ascite, obesidade, obstrução intestinal, tumores policísticos do ovário. 
Abdômen em ventre de batráquio: observa-se predomínio do diâmetro transversal sobre o 
anteroposterior. 
- Ascite em fase de regressão - é consequência da pressão exercida pelo líquido sobre as paredes 
laterais do abdômen. 
Abdômen pendular: estando o paciente de pé, as vísceras pressionam a parte inferior da parede 
abdominal produzindo uma protusão. 
- flacidez do abdômen no período puerperal. 
Abdômen em avental: encontrado em pessoas obesas, sendo conseqüência do acúmulo de tecido 
gorduroso na parede abdominal, cai como um avental sobre as coxas do paciente. 
Abdômen escavado: percebe-se nitidamente que a parede abdominal está retraída. 
-Pessoas muito emagrecidas. 
 
Cicatriz Umbilical 
Normal - forma plana ou levemente retraída. Tem valor prático o encontro da protusão da cicatriz 
umbilical que indica a existência de uma hérnia ou o acúmulo de líquido. 
ABAULAMENTO OU RETRACÕES 
Quando ocorre, torna o abdômen assimétrico e irregular, indicando alguma anormalidade e para 
identificar é necessário a palpação para saber a localização, forma tamanho, mobilidade. 
- as causas mais comuns: hepatomegalia, retenção urinária, tumores de ovário e útero, tumores 
pancreáticos, fecaloma, útero grávido. 
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Movimentos 
Respiratórios: nos indivíduos do sexo masculino, observam-se movimentos respiratórios no andar 
superior do abdômen, caracterizando a respiração tóraco-abdominal. 
Pulsações: podem ser observadas e palpadas no abdômen de pessoas magras e quase sempre 
refletem as pulsações da aorta abdominal. 
Peristálticos (ondas peristálticas): deve-se fazer a diferenciação entre peritaltismo normal e ondas 
peristálticas anormais, correlacionando-se o achado com o quadro clínico do paciente. 
O aparecimento de movimentos peristálticos visíveis indica obstrução em algum segmento do tubo 
digestivo. Deve-se analisar: localização, direção das ondas peristálticas. 
 
Pontos Dolorosos 
Há áreas na parede abdominal cuja compressão, ao despertar sensação dolorosa, pode indicar 
comprometimento do órgão ali projetado. 
Ponto gástrico: compreendem o ponto xifoidiano (abaixo do apêndice xifoide) e ponto epigástrico 
(corresponde ao meio da linha xifoumbilical) - o 1º é observado na cólica biliar e nas afecções do 
estômago e duodeno e o 2º nos processos inflamatórios do estômago e duodeno. 
Ponto biliar ou ponto cístico: situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e borda externa do 
músculo reto abdominal. Ao comprimir o local pede-se ao paciente que inspire profundamente. Nisto o 
diafragma abaixará o fígado, fazendo com que a vesícula biliar alcance a extremidade do dedo que está 
comprimindo a área. (nos casos de colecistite tal manobra desperta dor inesperada - sinal de Murphy). 
Ponto apendicular ou ponto de Mc Burney: situa-se geralmente na extremidade dos dois terços da 
linha que une a espinha ilíaca ântero-superior direita ao umbigo. Quando suspeita de apendicite aguda, 
este ponto deve ser comprimido com os 4 últimos dedos, fazendo-se uma pressão progressiva, contínua, 
procurando-se averiguar se isto provoca dor, depois, descomprime-se a região, com o que se determina 
um estiramento rápido do peritônio, se estiver inflamado, despertará dor aguda e intensa (dor que ocorre 
com a descompressão - sinal Blumberg - peritonite localizada). 
Pontos ureterais: situam-se na borda lateral dos músculos reto-abdominais em 2 alturas: na 
intersecção com uma linha horizontal que passa pelo umbigo e no cruzamento da linha que passa pela 
espinha ilíaca anteroposterior. A palpação destes pontos deve ser feita com as mãos superpostas 
comprimindo-se a parede com as polpas digitais dos dedos indicador, médio anular e mínimo (cólica 
renal). 
 
Resistência da Parede Abdominal 
Normal: é a de músculo descontraído. Ao se deparar com uma musculatura contraída, saber diferenciar 
uma contração voluntária de uma involuntária. 
Na voluntária: solicite ao paciente para respirar profundamente, flexionar as pernas, desviar sua 
atenção para outros assuntos. 
Involuntário - denominada "defesa da parede abdominal". A contratura muscular involuntária obedece 
a um reflexo visceromotor, cujo estímulo nasce no peritônio inflamado (peritonite). A defesa da parede 
abdominal pode ser localizada ou generalizada (abdômen em tábua). 
Continuidade da parede abdominal: 
Hérnias - protusão da parede abdominal por onde penetram uma ou mais estruturas infra abdominais 
(alças intestinais). A inspeção nota-se tumefação na região da hérnia. 
 
Sinais e Sintomas mais comuns no Abdome 
 
Disfagia - dificuldade na deglutição. Pode ser disfagia orofaríngea e disfagia esofagiana. 
Orofaríngea: o alimento permanece no todo ou em parte na cavidade bucal após a tentativa de 
deglutição. 
Esofagiana: tem a sensação de parada do bolo alimentar no esôfago, embora não possa localizar 
precisamente o nível da obstrução. 
A disfagia pode ocorrer para sólidos (obstrução mecânica) ou para líquidos e sólidos (alteração da 
motilidade). 
Odinofagia - é a dor que surge com a ingestão de alimentos. Localiza-se atrás do esterno, mais alta, 
mais baixa, sendo relatada como urente, em punhalada, construtiva ou espasmódica. 
 
Pirose - azia, queimação ou queimor. Sintoma considerado patognomônico do refluxo 
gastresofagiano. 
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De localização retroesternal, percebida no apêndice xifoide, podendo propagar-se para a região 
epigástrica, para ambos os lados do tórax ou, mais comumente em direção ascendente, até o nível do 
esterno. 
Ocorre, quase sempre, após as refeições, podendo ser desencadeadas por frituras, bebida alcoólica, 
café, frutas cítricas, chocolate, alimentos fermentados ou pelo decúbito. Acompanha-se, às vezes, de 
regurgitação de pequenas quantidades de líquido azedo ou amargo. 
 
Dor Esofagiana - (não depende do ato de ingerir) - ocorre sensação de opressão retroesternal 
irradiando para o pescoço, ombros e MMSS. O caráter da dor depende da doença básica. Podendo ser: 
urente (esofagite); em cólica, constritiva ou dilacerante (Ca de estômago); dor de grande intensidadeacompanhada de outros sintomas (ruptura do esôfago, perfuração). 
 
Regurgitação - entende-se como volta do alimento ou secreções contidas no esôfago ou estômago à 
cavidade bucal. As causas podem ser: mecânica ou motora. 
Mecânica - estenoses, neoplasias, obstruções. 
Motoras - espasmo, acalasia. 
A regurgitação ocorre quase sempre após as refeições. Pode ser ATIVA quando surge durante ou 
imediatamente após as refeições, decorrente da incoordenação motora do esôfago; PASSIVA quando se 
manifesta tardiamente, com o paciente deitado, quase sempre à noite (representa grande risco, pela 
possibilidade de aspiração para a árvore respiratória. 
 
Eructacao (arroto) - ocorre como consequência da ingestão de maior quantidade de ar durante as 
refeições ou em situações de ansiedade. 
 
Soluço - é causado por contrações espasmódicas do diafragma. Pode ser devido: doenças do SNC, 
irritação do nervo frênico ou do diafragma, doenças que comprometem o mediatismo, pleura e órgãos 
intra-abdominais. 
 
Sialose - sialorréia ou ptialismo - caracteriza-se pela produção excessiva de secreção salivar. 
 
Vômitos - devem ser observados e analisados a quantidade, frequência e características do material 
analisado. Assim, o conteúdo que se apresentar coagulado e acidificado sugere que permaneceu no 
estômago. Conteúdo quase totalmente inalterado sugere que não alcançaram o estômago ou 
permaneceram pouco tempo no local. 
 
Hematêmese - vômito com sangue. 
Caracteriza-se a hemorragia digestiva alta, quando o sangue expelido apresentar-se vermelho vivo, 
sugere que o sangue não sofreu ação do suco gástrico. Comum no sangramento de varizes esofagianas, 
ingestão de sangue na epistaxe, pós-operatório de amigdalectomia, Ca de esôfago, úlceras, etc. 
- o aspecto borra de café ocorre quando o sangue sofreu ação do suco gástrico e sugere um 
sangramento lento do esôfago, cárdia, estômago ou duodeno. 
- aspecto e odor fecalóide - podem indicar obstrução intestinal. 
- vômito bilioso ou amarelo-esverdeado - cólica biliar. 
 
Alterações do hábito intestinal 
 
Constipação: ou obstipação. 
Quando as fezes ficam retidas por mais de 48 horas. Para caracterizar a constipação é importante 
saber a consistência das fezes, que podem ser um pouco mais duras, ressecadas ou em cíbalos (fezes 
em pequenas bolas, como as dos caprinos). 
A adequada progressão das fezes no intestino depende de muitos fatores, destacando-se a 
composição do bolo fecal, em especial da quantidade de fibras na alimentação. Tem importante papel no 
ritmo intestinal as condições psicológicas do paciente. 
 
Fatores Fisiopatológicos que Participam da Gênese da Constipação 
Mecânico - lesões que ocluem a luz ou impedem a contração das paredes do intestino; 
Neurogênico - comprometimento das estruturas nervosas; 
Metabólico - hormonais - hipotireoidismo, ureia; 
Psicogênico - alterações emocionais; 
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Medicamentosa - antiácidos, anticolinérgicos, opiáceos; 
Alimentação inadequada - dieta pobre em fibras; 
Relacionados com a inibição reiterada do reflexo da evacuação - "não atender ao chamado do 
intestino". 
 
Fezes 
Mecônio: são as primeiras fezes do RN, formadas por resíduos das secreções do tubo digestivo fetal 
e líquido amniótico. O mecônio é uma pasta espessa, pegajosa, de cor verde-escura, quase negra. 
Quando iniciada a alimentação, tornam-se mais liquefeitas, de cor preto-esverdeada com traços 
amarelados - fezes lácteas. 
Quando alimentado com leite materno, são de cor amarelo-gema, pastosas, com brilho, algumas vezes 
são mais claras podendo apresentar-se esverdeadas. 
No início poderá haver 6 ou mais evacuações diárias, passando depois para uma em 24 ou 48 horas. 
O cheiro é suigêneris e a reação é ácida. 
Na alimentação artificial as fezes são claras consistentes, menos ácidas e as alimentações menos 
frequentes, cheiro desagradável. 
À medida que o leite for substituído por outros alimentos, as fezes adquirem as características das 
fezes do adulto. 
Normal: a cor castanha normal é produzida pela presença de pigmentos biliares (alimentos podem 
alterar a cor). O ritmo do peristaltismo é outro fator que determina se as fezes apresentam teor liquido ou 
se são bem formadas. Apresentam um cheiro forte e penetrante, conhecido por todos (suigeneris), alguns 
elementos podem alterar o odor das fezes. A frequência das evacuações varia de pessoa para pessoa, o 
profissional precisa conhecer o ritmo normal de evacuações do paciente, considera-se normal desde 3 
evacuações/dia até uma evacuação a cada 2 dias. Fica difícil avaliar a quantidade de material fecal 
eliminada, o único meio é a observação e o paciente informar sobre o aumento ou diminuição do volume 
das fezes. 
A forma normal depende do diâmetro do reto, a maneira de avaliar é o próprio paciente e precisa estar 
alerta para o aparecimento de fezes afiladas. 
 
Alterações das Fezes 
- Fezes diarreicas esverdeadas indicam intensa fermentação, de modo que a bilirrubina, oxida-se em 
biliverdina. 
- Fezes esbranquiçadas (esteatorréia), volumosas, brilhantes, lustrosas e fétidas ocorrem em função 
da quantidade de gordura em combinação com sais de cálcio. Estas fezes são próprias da síndrome de 
mal absorção (lipídeos, carboidratos, proteínas). 
- Fezes claras semelhantes a massa de vidraceiro são próprias da icterícia obstrutiva. Esta cor se deve 
à ausência nas fezes de bilirrubina e sua consequente transformação em estercobilina, que é a substância 
que da cor as fezes. 
- Fezes negras sugerem ingestão de ferro ou hemorragia. 
- Fezes com sangue vivo sugerem hemorragia da porção inferior do trato gastrointestinal provenientes 
do cólon e reto (hemorroidas, enterorragia). 
 
Diarreia 
É o sintoma mais comum nas doenças do intestino delgado, é definida como o aumento do teor das 
fezes e do número de evacuações. Pode ser por: uso de laxativos, defeitos da digestão e absorção de 
nutrientes, por endotoxinas bacterianas, medicamentos, por comprometimento da mucosa devido a 
alterações inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas e alterações da motilidade do intestino. 
 
Distenção Abdominal 
Caracteriza-se por aumento do volume do ventre (ascite, meterorismo, fecaloma, neoplasias). 
 
Flatulência 
Acumulação anormal de gases no intestino, evidenciada pelo maior número de flatos e pela quantidade 
de gases emitidos de forma ruidosa pelo intestino. 
 
Tenesmo 
Tipo especial de sensação dolorosa perineal, cuja característica principal é a dor ser acompanhada de 
desejo imperioso de defecar. O paciente sente dor intensa, espasmódica e tem a impressão de que a 
defecação será abundante, mas elimina apenas pequena quantidade de fezes e muco. 
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Prurido Anal 
Manifestação clínica que aparece em diferentes condições e pode tornar-se muito incômodo. Suas 
causas principais: má higiene, enterobíase, doenças anorretais cutâneas, hemorroidas. 
 
Meteorismo 
Distensão abdominal por gases produzidos no intestino. 
 
Dor Epigastrica 
Percebida na linha mediana, poucos centímetros abaixo do apêndice xifoide; dor contínua e intensa 
na parte alta do abdômen. 
 
Inspeção 
O abdome é plano, apresentando ligeira depressão na parte superior e uma ligeira proeminência na 
inferior. Sua rede venosa superficial não é visível. A pulsação mediana supra umbilical da aorta abdominal 
é somente observada em indivíduos magros. Investiga-se: 
- Forma e volume - variam de acordo com a idade, o sexo e o estado de nutrição do cliente. Problemas 
de enfermagem: abdome globoso (abscesso, abdome agudo), abdome em batráquio (ascite), abdome 
em avental (obeso), retraído ou escavado (Desidratação de 3º. Grau, caquexia), abdome pendular 
(visceroptose). 
- Abaulamento localizado - distensão dos segmentos do tubo digestório, visceromegalias acentuadas, 
tumores, hérnias, etc. 
- Pele - cicatrizes, lesões. 
- Pelos 
- Cicatriz

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