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Cleane Fernandes dos Santos
PESQUISA COM O 
USUÁRIO
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO ����������������� 4
COLETA DE REQUISITOS DO USUÁRIO ������� 20
SITEMAP ������������������������������������������������������ 29
FLUXOGRAMA ���������������������������������������������� 34
CARD SORTING �������������������������������������������� 40
Como aplicar o método card sorting? ������������������������������� 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������������� 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS �������������������������������������������� 48
2
INTRODUÇÃO
Neste e-book você conhecerá temas essenciais 
para atuar como UX/UI designer, aprenderá como 
desenvolver arquitetura da informação e realizar 
pesquisas com usuários, entenderá o que é um 
sitemap e o que é um fluxograma, saberá as carac-
terísticas que os distingue, de modo que você será 
capaz de criar tanto sitemap quanto fluxogramas 
para seus projetos�
O último tema de estudos apresentará o card 
sorting, que é um método utilizado para fazer 
testes com usuários e é também uma técnica de 
pesquisa, que permite descobrirmos tendências, 
necessidades e insights para aprimoramento de 
produtos e/ou serviços e para o desenvolvimento 
de novos produtos baseados nas necessidades 
dos usuários�
Estude atentamente os temas deste e-book, todos 
eles são fundamentais para quem deseja trabalhar 
com equipes, ou como empreendedor, de desenvol-
vimento de produtos e serviços que prezam pela 
experiência do usuário e pela qualidade.
3
ARQUITETURA DA 
INFORMAÇÃO
Você sabia que arquitetura da informação, como 
metodologia para o desenvolvimento de sites, 
surgiu nos anos 1990? É isso mesmo, com o cres-
cimento de websites, impulsionado pela expansão 
e evolução da internet, a necessidade de organizar 
as informações na web, de maneira estruturada, 
deu espaço para que os conceitos da arquitetura 
da informação fossem aplicados no processo� O 
termo foi popularizado nos anos 1960, segundo 
pesquisadores, por Richard Saul Wurman, que já 
utilizava e defendia a arquitetura da informação 
como processo de organizar as informações para 
facilitar o acesso aos usuários�
Figura 1: Desenho de um fluxo.
Fonte: Imagem de geralt por Pixabay.
4
Considerando-se o cenário contemporâneo de 
tecnologias e informações digitais, você concorda 
que os usuários estão cada vez mais conectados 
com conteúdos on-line e/ou virtuais e que todos 
interagem cada vez mais com diversas informa-
ções? Isso não tem como negarmos, certo?
Partindo desse princípio, ao pensarmos em ar-
quitetura da informação, devemos ter em mente 
duas palavras-chave: estrutura e navegação� Esses 
termos explicam dois pontos importantes na AI:
 y O que fica oculto para o usuário – a estrutura: 
como o ambiente, seja um site, um blog ou um 
aplicativo, está estruturado, como esse ambiente 
funciona, como foi pensado em suas categorias e 
como essas categorias foram organizadas;
 y O que está visível para o usuário – a navegação: 
os caminhos disponíveis para os usuários, acessa-
dos por meio do design, do fluxo de navegação e 
das funcionalidades� Resumidamente: os botões, 
as subpáginas e todas as informações buscadas 
e encontradas pelos usuários�
As páginas web – sites, aplicativos e blogs, por 
exemplo – precisam ter uma boa organização de 
categorias, por tipos de produtos e/ou serviços, 
por isso, hierarquizar as informações é uma for-
ma de definir o que é mais importante e o que é 
secundário dentro de um ambiente digital/on-line� 
5
Isso também se aplica a cenários do mundo físico� 
Neste e-book focaremos no ambiente digital e/ou 
on-line�
Se observarmos alguns sites na internet, ou apli-
cativos, podemos reconhecer à primeira vista uma 
boa arquitetura da informação� Também podemos 
confirmar se ela de fato é excelente ao navegarmos 
pelo ambiente, entrando nas subpáginas das cate-
gorias dos produtos e/ou serviços e informações 
disponibilizadas para o usuário�
Muitos sites trabalham com links que levam o usuário 
a uma subpágina que dificulta o retorno do usuário 
à página principal� Esse é um erro gravíssimo, pois 
para oferecer uma boa experiência ao invés de 
complicar a vida das pessoas com uma navegação 
difícil, as subpáginas necessitam de identificação 
para que o usuário não se perca enquanto navega 
e para que possa facilmente identificar um retorno 
à página principal, como a disponibilização de um 
botão “Home” ou “Principal”�
A hierarquia da informação necessita ser bem 
trabalhada para que o usuário possa aproveitar 
bem o ambiente on-line e não perder informações 
importantes como promoções, lançamentos de 
novos produtos e, mais importante ainda, resolver 
o problema que o levou à página na web ou apli-
cativo, por exemplo.
6
Vamos estudar um exemplo prático. Imagine 
que você recebeu uma demanda de arquitetura 
da informação (AI) para um site que irá vender 
produtos para cama, mesa e banho. A informação 
que você recebeu da empresa que o contratou foi 
exatamente a seguinte: “criaremos um site para 
vendas de produtos para cama, mesa e banho, 
todos os produtos básicos e possíveis para as 
pessoas desse mercado� Precisamos que você 
entregue uma arquitetura que apresente os de itens 
de maneira organizada”. A primeira lista de itens 
para a loja online que você recebeu foi a seguinte:
 y Capa de sofá com quatro lugares (210 x 250cm);
 y Capa de poltrona (38 a 42cm);
 y Fronha queen (53 x 90cm);
 y Fronha king (53 x 105cm);
 y Lençol para solteiro (105 x 200cm);
 y Lençol para solteiro (90 x 200cm);
 y Lençol para casal (140 x 200cm);
 y Lençol para casal (150 x 200cm);
 y Toalha de banho adulto (70 x 140cm);
 y Toalha de banho adulto (90 x 150cm);
 y Toalha de banho infantil (70 x 140cm);
 y Toalha de banho bebê (60 x 100cm);
 y Tapete para banheiro (0,40 x 0,60cm);
 y Tapete médio quadrado (100cm x 100cm);
 y Pano de prato (40 x 64cm);
 y Toalha mesa de centro (0,78 x 0,78cm);
 y Lençol para casal (160 x 200cm);
 y Toalha de mesa 4 lugares (150 x 150cm);
7
 y Toalha de mesa 6 lugares (150 x 200cm);
 y Toalha de mesa 8 lugares (170 x 250cm);
 y Fronha solta padrão (53 x 85cm);
 y Toalha mesa de centro (0,30 x 0,50cm);
 y Pano de prato (50 x 74cm).
Minha pergunta para você, antes de prosseguir-
mos é: como você iniciaria seu trabalho de AI com 
essas informações recebidas? Pense um pouco, 
sugiro que faça um esboço inicial em papel e, na 
sequência, aprimore com ferramentas digitais�
O que devemos ter em mente é que a AI facilita a 
vida das pessoas, ajudando-as a encontrar o que 
precisam em um espaço físico e/ou virtual� Estude 
o exemplo na figura a seguir, que foi elaborada com 
base nas informações da lista�
Figura 2: Exemplo de AI – estrutura básica para um site ou 
aplicativo�
Fonte: Elaboração própria�
8
Ao analisarmos a estrutura da figura a seguir, o 
que você faria diferente? Como organizaria as 
categorias e o que deixaria da maneira apresen-
tada? Pense sobre e comece a definir estratégias 
em seu projeto de AI, comece fazendo esboço em 
folhas de papel�
A AI é o processo de organização de itens em ca-
tegorias que façam sentido, o agrupamento das 
informações deve ter correlações de semântica 
e coerência e precisa estar conectado a um fluxo 
de navegação fluido. O trabalho de AI beneficia o 
ambiente e/ou produto e o usuário em relação às 
informações e a usabilidade�
É preciso hierarquizar as informações, ou seja, 
criar grupos de informações baseados nos dados 
disponíveis, como os dados do exemplo da lista 
anterior. Nesse processo de construção da AI, você 
precisará considerar questões como a “ecologia 
da informação”�
Você já ouviu falar em ecologia da informação? 
Bem, trata-se de uma intersecção entre contexto, 
usuários e conteúdo. O contexto é o de desenvol-
vimento da AI, considerando todas as informações 
levantadas como os objetivos, o investimento, a 
missão etc�
9
Os usuários são as pessoas que receberão o 
produto e/ou serviço,deve ser feito um levanta-
mento de todas as informações necessárias para 
compreender quem são esses usuários, onde eles 
estão, quais são as suas necessidades, o que eles 
desejam e o eles já sabem sobre o produto e/ou 
serviço que desejam, por exemplo.
O conteúdo é o produto e/ou serviço entregue ao 
cliente, ou disponibilizado aos usuários� São todos 
os elementos que fizeram parte do processo de 
desenvolvimento até a entrega para o usuário final. 
Em uma página web, por exemplo, tudo que faz 
parte da página é o conteúdo, vídeo, artigos, ima-
gens, as informações da ferramenta de busca etc�
Explore o livro sobre ecologia da informação disponí-
vel a seguir� Faça download e salve em sua biblioteca 
de pesquisa� Ecologia da Informação – Por que só a 
tecnologia não basta para o sucesso na era da informa-
ção. (Thomas H. Davenport). Disponível em: https://
pt�slideshare�net/KleberLima6/ecologia-da-informao� 
Acesso em: 19 set. 2022.
O ser humano é diverso e possui características 
distintas, embora existam elementos que são 
considerados universais� É essencial que você 
SAIBA MAIS
10
https://pt.slideshare.net/KleberLima6/ecologia-da-informao
https://pt.slideshare.net/KleberLima6/ecologia-da-informao
analise bem cada projeto de AI e entenda o usu-
ário, seu universo, cultura e linguagem para que 
seu trabalho esteja contextualizado. Algumas 
metodologias como design thinking, Google Sprint 
e double diamond sempre são úteis e necessárias 
nesse processo de descobertas, de pesquisa e de 
levantamento de informações, assim como para 
o desenvolvimento da solução que é o produto a 
ser entregue ao usuário final.
Imagine-se recebendo um projeto grande de AI para 
desenvolver, que demandaria muito tempo para ser 
construído, principalmente se você o fizesse sozinho. 
A empresa para a qual você trabalha pede a entrega 
desse projeto em um tempo impossível, o que você 
faria? Você diria que daria conta e desenvolveria tudo 
sozinho, entregando o mais simples e só o que conse-
guisse fazer? Negociaria com quem solicitou o projeto 
a contratação de mais uma pessoa? Renegociaria os 
prazos para que você pudesse garantir a melhor AI para 
a empresa e para os usuários?
Dependendo do projeto, pode ser necessário diver-
sas cabeças trabalhando em conjunto� Lembre-se 
sempre: tudo o que você fizer, enquanto pessoa, 
atingirá outra pessoa, ou seja, um produto que 
será utilizado por outras pessoas merece o seu 
melhor, pois elas investem dinheiro, assim como 
REFLITA
11
a empresa, e, além disso, o resultado do projeto 
carrega em seu conjunto a sua assinatura�
Tudo que é bem-feito segue algumas regras, você 
concorda? Falando de AI, existem algumas etapas 
as quais, podemos dizer, são necessárias para 
desenvolvermos um projeto de AI. São elas:
 y Etapa 1: a ontologia, que tem relação com o 
significado das coisas. Como assim? Em um projeto, 
haverá um momento em que utilizaremos termos 
para as categorias e/ou botões, por exemplo, em 
uma loja virtual de roupas existe a categoria “calças 
femininas”, dentro dessa categoria será preciso 
estabelecer algumas relações de significado com 
a categoria “calças” como “calças jeans”, “calças 
sociais”, “calças moletom”, “calças legging”, ou 
seja, dentro do grupo de calças há vários tipos e/ou 
subcategorias de calças que precisam estar bem 
definidas e correlacionadas no sistema do site, 
ou aplicativo, para que o usuário possa ter acesso 
facilmente ao que procura. O usuário poderá filtrar 
o tipo de produto de maneira mais específica, e na 
AI entra esse trabalho de elaborar o glossário de 
palavras que deverá ser implementado. Assim, o 
usuário navegará pelas categorias previstas na 
AI e isso tornará sua experiência de compra mais 
agradável, de modo que ele não precise navegar por 
uma longa página, com todos os tipos de “calças” 
misturados, até encontrar o que deseja;
12
 y Etapa 2: a taxonomia, que é a etapa que trata 
dos agrupamentos� Uma boa estratégia é utilizar 
um organograma para organizar todas as informa-
ções de maneira individual e em grupos� Podemos 
observar um bom exemplo de taxonomia nas 
ciências biológicas que agrupam os organismos 
em grupos e individualmente, descrevendo-os e 
alocando-os nas respectivas classificações. Em 
UX/UI design, a taxonomia é utilizada para definir 
as palavras, os termos que serão reconhecidos 
pelos usuários, por exemplo, criando um grupo 
de palavras adequado à cultura da empresa e dos 
usuários� É importante realizar testes com usuá-
rios para reafirmar os termos e/ou definições de 
agrupamento de itens para garantir a coerência 
do glossário de palavras e o reconhecimento da 
estruturação pelos usuários�
 y Etapa 3: a coreografia, que é a etapa final. De-
pois que você conseguir organizar as informações, 
agrupando e/ou dando significado às palavras, 
você irá criar as correlações entre os grupos e/
ou categorias para que seja possível construir a 
navegação, ou seja, para criar o fluxo que usuá-
rios irão percorrer ao navegarem pelo sistema� 
Devemos entender que cada item está dentro de 
uma categoria, essa categoria nasceu de uma 
informação que a antecede� Portanto, essa rede 
de informações, de elementos que se conectam, 
precisa percorrer um fluxo bem desenhado, de modo 
13
que seja possível enxergar toda a AI do ambiente 
antes de desenvolvê-lo. O termo coreografia deixa 
uma dica sobre essa etapa final, pois é exatamente 
a dança dos elementos que deverá ser trabalhada 
nessa etapa, em uma coreografia, cada dançarino 
entra em um momento do espetáculo, seguindo 
uma hierarquia� Entre os momentos distintos em 
um espetáculo de dança, a parte principal é a sin-
cronia de todos os dançarinos�
A boa AI é uma das fases de desenvolvimento que 
contribuirá com o trabalho de UX/UI design, já que a 
AI é a base que vai pensar no usuário como centro 
do processo, o qual deverá ter o mínimo de esforço 
cognitivo ao navegar em um site, aplicativo, blog 
etc� Os problemas de usabilidade e de navegação 
devem ser tratados antes da entrega final de um 
produto e/ou serviço, para que seja oferecida uma 
experiência realmente agradável, e as necessida-
des de ajustes podem ser antecipados nas fases 
de testes com usuários, por meio de protótipos�
É importante você saber que, antes de iniciar esse 
processo mais visual, o ideal é que você tenha to-
das as informações documentadas, estruturadas 
em uma lista mais simples, com os itens em seus 
respectivos grupos�
14
Ao iniciar um trabalho de AI, todos os dados e 
informações sobre a empresa, os produtos e/ou 
serviços, e sobre os usuários, devem estar escla-
recidos para você, seja para a estruturação para 
espaços on-line, seja para espaços físicos�
Observe um exemplo de documentação de infor-
mações na figura a seguir:
Figura 3: Planilha com a lista de itens da arquitetura de 
um site ou aplicativo�
Fonte: Elaboração própria�
15
Uma ferramenta a ser utilizada nesse trabalho é o 
que chamamos de mapeamento de processos, o 
qual permite obter todas as informações necessá-
rias para o conhecimento abrangente e específico 
sobre a empresa, os produtos e/ou serviços que 
passarão pelo trabalho de AI.
Imagine o seguinte: você foi contratado para organizar 
uma loja de produtos eletrodomésticos� Nessa loja, você 
encontrou vários produtos misturados, ou seja, toalhas 
de banho, mesa de centro, fogão, panela, copos, talheres, 
sofás, cadeiras, travesseiros e tapetes, por exemplo. To-
dos esses itens estão no mesmo espaço e misturados� 
Agora, pense em como você se sentiria ao entrar em uma 
loja com esse cenário, ou ao acessar um aplicativo que 
apresentasse todos os produtos misturados�
Você permaneceria nessa loja ou você desistiria e pro-
curaria outra loja que disponibilizasse seus produtos de 
forma organizada? O que faltou nesse exemplo de loja 
foi um trabalho de arquitetura da informação, a organi-
zação dos itens em sessões adequadas no espaço de 
vendas para o usuário�
Claramente, esse modelo de loja não considerou a UXno processo, não considerou o usuário como centro do 
desenvolvimento de sua estrutura de loja e isso gera 
ao usuário desconforto, frustração� Pense sobre isso e 
observe outras estruturas, tanto em ambientes físicos, 
quanto em ambientes digitais�
REFLITA
16
Para Ferreira (2020, p. 30) “[...] pode-se perceber 
que uma boa arquitetura da informação está ba-
seada em dar conhecimento à estrutura de dados 
que é necessária para se desenvolver o produto”�
A arquitetura da informação é, portanto, uma ci-
ência prática de construção� Ela é útil e aplicável 
na resolução de problemas porque funciona como 
uma metodologia de organização de estruturas 
de informações, sistemas, softwares, lojas físicas 
como supermercados (este é um exemplo que 
podemos observar bem a AI aplicada nas prate-
leiras de produtos, que são pensados por tipos/
categorias como higiene pessoal, enlatados, frios, 
frutas e verduras, laticínios etc.) e aplicativos e/ou 
sites (os quais estão em crescimento constante 
de oferta e demanda de criação e experiências de 
compras).
Você já conseguiu perceber a importância da ar-
quitetura da informação? É um trabalho complexo 
porque exigirá bastante empenho de quem deseja 
entregar uma ótima AI, porque é preciso realizar 
análises, pesquisas com usuários, levantamento 
de dados e informações, ter conhecimentos sobre 
o cenário geral e específico de um ecossistema de 
uma empresa e/ou serviço, saber sobre as neces-
sidades dos usuários e do cliente e conhecer bem 
as metodologias da AI. Sobre metodologias, vale 
destacar que as mais utilizadas são a estrutura 
17
hierárquica, wireframes, taxonomia e inventários 
de conteúdo�
Você deve considerar importante no trabalho final da 
AI a garantia de que tudo esteja onde precisa estar. 
Além disso, é preciso saber definir as categorias 
com critério e organizar os elementos pertencen-
tes a cada uma delas, além de tomar as decisões 
certas de estrutura para um sistema, deixando-o 
adequado para os usuários, e isso exigirá que você 
conheça os componentes da AI. Vamos retomá-los 
de maneira mais detalhada a seguir:
 y Classificar e estruturar informações, definir e 
organizar as categorias;
 y Representar as informações em um sistema de 
rotulagem, escolhas de terminologias, por exemplo: 
“dieta” ou “regime”;
 y Saber como os usuários navegam no ambiente, 
seja um site, um aplicativo, um blog ou até um am-
biente físico, para definir o sistema de navegação, 
os caminhos do usuário no ambiente;
 y Identificar como os usuários buscam informa-
ções, como eles pesquisam, ou seja, quais são as 
palavras, termos mais utilizados por eles�
Um livro bastante utilizado e indicado por profissionais 
da AI é o Information architecture for the world wide web: 
SAIBA MAIS
18
designing large-scale web sites, 3rd edition� Observe mais 
detalhe sobre o livro pelo link sugerido� Se tiver interesse, 
pesquise em outros meios mais informações sobre� 
Disponível em: https://www�amazon�com/Information-
-Architecture-World-Wide Web/dp/0596527349. Acesso 
em: 20 ago� 2022�
19
https://www.amazon.com/Information-Architecture-World-Wide Web/dp/0596527349
https://www.amazon.com/Information-Architecture-World-Wide Web/dp/0596527349
COLETA DE REQUISITOS 
DO USUÁRIO
Falaremos agora sobre a coleta de requisitos do 
usuário, processo que é fundamental para que você 
compreenda os serviços e/ou produtos a serem 
desenvolvidos e oferecidos aos clientes e/ou usu-
ários. Antes de prosseguirmos, você precisa saber 
o que são os requisitos, então, vamos entender 
melhor o que significa requisitos?
Os requisitos podem ser compreendidos como as 
necessidades que são quantificadas por meio de 
uma coleta de dados e análise de informações que 
são documentadas, sempre fundamentadas no que 
é prioridade para os stakeholders e/ou usuários de 
um produto e/ou serviço�
A coleta de requisitos do usuário é uma das prio-
ridades no processo de gerenciamento e desen-
volvimento de produtos e serviços porque é por 
meio dessas informações que as necessidades 
dos usuários poderão ser estudadas, permitindo 
um entendimento mais realista sobre os requisitos 
de um produto e/ou serviço que será entregue, de 
modo que os usuários aceitem e vejam um produto 
como útil para resolver seus problemas no dia a dia�
20
Vamos analisar a definição de Stati e Sarmento 
(2021, p.72) sobre a coleta de requisitos:
É uma lista com todas as funcionalidades exigi-
das para o aplicativo, que vão desde um simples 
cadastro até temas sobre a segurança de dados, 
com validações de campos e detalhamento de 
outras ações técnicas, que gerarão a modelagem, 
por exemplo, o diagrama de caso de uso, dentro da 
Unified Modeling Language (UML).
Vamos pensar na coleta de requisitos do usuário 
com base na definição anterior. Podemos perceber 
que a coleta de requisitos do usuário é a realiza-
ção de uma lista dos requisitos (identificação das 
necessidades) do usuário e o que ele deverá ser 
capaz de fazer, por exemplo, navegar por uma 
página web, usar um aplicativo e/ou um streaming 
de música e vídeos, dentre outros�
Os requisitos do usuário fazem parte da UX e são 
bastante discutidos nos projetos de design centrados 
no usuário, pois os requisitos do usuário deverão 
constar no design criado para uma interface pela 
qual o usuário irá interagir com um sistema desen-
volvido para resolver um problema e/ou atender a 
um desejo e/ou necessidade existente.
A coleta de requisitos do usuário é organizada 
em um modelo estruturado, de simples compre-
21
ensão e com as informações claras para todos 
os envolvidos no projeto de desenvolvimento de 
produtos e/ou serviços� Para se realizar a coleta 
e/ou testes como usuários, os modelos também 
precisam ser estruturados de modo simples e que 
possa ser compreendido para que o usuário contri-
bua significativamente com as soluções. A coleta 
pode ser realizada por um analista de negócios, 
no entanto, é comum a ausência de um profissio-
nal específico e essa tarefa acaba somando-se 
às responsabilidades do(a) desenvolvedor(a) ou 
do(a) UX/UI designer.
Coloque-se no lugar de um empresário� Pense no 
seguinte: sua empresa irá desenvolver um produto 
a ser lançado no mercado, mas ainda não está 
definido qual produto será. Um dos primeiros 
passos é definir esse produto, identificar a real 
necessidade dele para os usuários, certo? Assim 
que essa primeira etapa estiver ajustada, será 
preciso coletar os requisitos do usuário, somente 
assim os insights e as hipóteses, mesmo baseadas 
em pesquisas secundárias, serão confirmadas, 
afinal, um produto e/ou serviço recebe grandes 
investimentos e é exatamente por isso que essa 
coleta de requisitos do usuário precisa ser bem 
analisada, todo investimento visa a um retorno� 
Observe a figura a seguir, alguns exemplos que 
22
são bem difundidos no processo de coleta de 
requisitos do usuário�
Figura 4: Coletando requisitos do usuário�
A forma mais eficaz 
de coletar os 
requisitos do 
usuário é ouvir 
diretamente deles e 
testar diretamente 
com eles.
Você pode fazer 
entrevistas para 
entender as opiniões, 
direcionar perguntas 
sobre produtos 
similares, solicitar 
gravações de áudio 
e/ou preparar um 
roteiro.
O teste de 
usabilidade é 
importante na coleta 
de requisitos porque 
o usuário poderá dar 
informações reais 
sobre as 
funcionalidades.
Fonte: Elaboração própria�
As práticas de coleta de requisitos mais utilizadas 
são as demonstradas na figura anterior como en-
trevistas on-line (ou em espaços físicos), criação 
de um roteiro que possa guiar o usuário a dar as 
informações que você deseja obter (o roteiro é 
bastante eficiente, funciona como um mapa para 
testes com usuários quando se tem um protótipo 
estruturado), perguntas direcionadas e estruturadas 
via formulários como o do Google Forms, com o 
envio das impressões de um teste feito on-line, 
e, além disso, você pode fazer uma entrevista e 
gravá-la, com a permissão do usuário, para verificar 
pontos de usabilidadee detalhes de produtos e/
ou serviços concorrentes�
23
Há uma série de métodos, como você pôde per-
ceber, para coletar os requisitos do usuário� De 
modo geral, a coleta de requisitos tem a ver com 
conversar com os usuários, entender as perspectivas 
em relação a um produto e/ou serviço existente 
e com a identificação do que é necessário em 
um produto e/ou serviço que será desenvolvido, 
ou melhorado. A coleta de requisitos serve para 
implementar melhorias em produtos que já são 
utilizados�
Portanto, a coleta de requisitos tem como finali-
dade alcançar objetivos e atingir metas, por isso, 
podemos dizer que esse processo se inicia com 
o entendimento sobre qual é a meta do projeto a 
ser desenvolvido e quais são os objetivos gerais 
e específicos. Somado a isso, devemos entender 
quais são as necessidades dos usuários�
O profissional de UX/UI design deverá se atentar 
à parte técnica de coleta de requisitos do usuário, 
a qual é dividida em requisitos funcionais e requi-
sitos não funcionais, assim como na coleta de 
requisitos de software, a diferença está no tipo de 
coleta� Neste e-book, estamos tratando da coleta 
de requisitos do usuário� Vamos entender melhor 
os dois tipos de requisitos do usuário�
24
Os requisitos funcionais do usuário, basicamente, 
são as descrições do comportamento das fun-
cionalidades de um sistema, ou seja, por meio 
da ação do usuário, o sistema precisa apresentar 
determinado comportamento. São as definições 
do que um sistema deve fazer. Por exemplo, ao 
nos cadastrarmos em um site, as informações 
inseridas precisarão ser processadas e nós, en-
quanto usuários, deveremos obter um feedback 
do ambiente para saber se conseguimos finalizar 
o cadastro� Por meio dessa tarefa, inserir os da-
dos, alcançamos nosso objetivo que é realizar o 
cadastro no site�
Os requisitos não funcionais são os que estão inter-
ligados ao sistema, são as definições de como um 
sistema deve ser, por exemplo, quando o usuário faz 
seu cadastro em um site e clica em “enviar” seus 
dados para validação e/ou autenticação� O tempo 
que o sistema leva para executar essa função e dar 
um feedback ao usuário, sobre a tarefa realizada, 
é um dos requisitos não funcionais�
Além disso, podemos considerar um requisito não 
funcional a falha na página do site enquanto ocorre 
o processamento, que pode ser uma falha do siste-
ma e/ou da conexão do usuário, por exemplo. Para 
essas situações, cabe o requisito de sistema de 
orientações de uso, ou seja, é importante informar 
ao usuário que, se for o caso, para navegar sem 
25
interrupções, sua conexão deverá ser de determi-
nado tipo, como banda larga digital subscriber line 
(DSL) e/ou fibra óptica.
Bem, falamos anteriormente sobre requisitos 
funcionais e requisitos não funcionais, certo? 
Vamos explorar mais um pouco esse tema para 
não restar dúvidas? Tomaremos como exemplo 
uma plataforma bastante conhecida, o YouTube� 
Analise na tabela a seguir alguns exemplos de 
funcionalidades de usuários do YouTube�
Tabela 1: Exemplos de requisitos do usuário para uso do 
YouTube�
Exemplos de requisitos de usuários do YouTube
Requisitos funcionais Requisitos não funcionais
Criar uma conta no YouTube Segurança de dados do 
usuário
Na página de login: inserir 
e-mail e senha
Transferência da senha do 
YouTube para o servidor
Criar canal: inserir nome, 
logo/imagem
A senha enviada para o 
servidor deverá retornar 
criptografada
Validação: e-mail precisa 
estar no formato correto “A 
senha está incorreta”
Deve haver um certificado de 
segurança digital
Fonte: Elaboração própria�
Leia mais uma contribuição que reforça a com-
preensão sobre a coleta de requisitos do usuário:
26
Coletar requisitos de usuários é tão vital para um 
projeto bem-sucedido que, com frequência, eu me 
recuso a escrever uma linha de código sequer antes 
de ter várias reuniões com usuários para extrair 
deles os requisitos� Sem uma comunicação ade-
quada e um entendimento entre o desenvolvedor e 
o usuário, é impossível criar um aplicativo eficien-
te� Documentar requisitos de usuário é a melhor 
maneira para incentivar esse tipo de comunicação 
(LOWDERMILK, 2019, p. 52).
Agora, que tal você analisar um caso? Vamos lá!
O usuário de um aplicativo de fast-food passa por 
problemas constantes ao receber os produtos que 
comprou, isso porque os produtos chegam com 
pouca qualidade. Ao tentar entrar em contato com 
os administradores do aplicativo, o usuário não 
encontra um meio de contato ativo, um meio de 
registrar sua insatisfação de maneira que ela seja 
compreendida e resolvida para que não ocorra o 
mesmo em futuras compras�
Considerando-se isso, um requisito do usuário 
seria o aplicativo disponibilizar a funcionalidade de 
comunicação entre o usuário e o aplicativo, com 
ferramentas que permitam o usuário a registrar 
suas necessidades, como escrever texto, gravar 
um áudio e/ou tirar fotos do produto recebido com 
defeitos ou qualidade ruim. Alguns aplicativos co-
27
meçaram com essas funcionalidades, no entanto, 
se pesquisarmos atualmente, há bastante casos 
de insatisfação em relação à funcionalidade e 
comunicação entre usuário e empresa digital�
Espero que você tenha compreendido que os 
requisitos do usuário estão diretamente relacio-
nados aos serviços que são, ou serão, fornecidos 
e às restrições interligadas a eles� Os produtos 
são construídos em conjunto com o time de UX/
UI design e gerentes de produtos, considerando 
sempre a visão e as necessidades dos usuários 
– e/ou do cliente que solicita o desenvolvimento 
de um produto�
Todas as informações coletadas, e estruturadas, 
são documentadas em linguagem simples, natural, 
com apoio de recursos visuais como formulários, 
diagramas e tabelas para que todos os envolvidos 
no projeto possam ler, compreender e utilizar essa 
documentação�
28
SITEMAP
Chegamos ao tema sitemap� Você já ouviu esse 
termo antes? já viu e/ou trabalhou com a criação 
de um sitemap? Se você desconhece o que é, não 
se preocupe, iremos aprender neste e-book� Se 
você já conhece, então será uma oportunidade 
para reforçar seus conhecimentos, certo?
Um sitemap, em português, é o mesmo que “mapa 
do site”� Trata-se de uma estrutura bastante similar 
à da arquitetura da informação�
Um mapa, como sabemos, serve para guiar as 
pessoas até um destino� Eles são construídos por 
pessoas que estudam todo o caminho que deve 
ser percorrido de um ponto X até um ponto Y. Após 
esse estudo, a rota é desenhada e convertida em 
um mapa, que é mais visual para os usuários, de 
modo que facilite sua jornada em uma situação real�
O mapa do site e/ou de um aplicativo tem o mes-
mo objetivo que um mapa comum: compreender 
uma rota e/ou navegação e guiar o usuário em seu 
percurso em um ambiente on-line como um site, 
um aplicativo, um blog etc�
O sitemap (ou mapa do site) deve apresentar os 
nomes de cada seção, a hierarquia dos nomes 
dessas seções e o relacionamento entre elas, 
com a definição do nível hierárquico, mostrando 
29
o caminho que será seguido pelo usuário, ou seja, 
como o usuário irá se movimentar pelo ambiente�
Um sitemap, muitas vezes, é chamado de arqui-
tetura da informação porque é uma estrutura de 
conteúdo e/ou de informação que mostra as co-
nexões entre os itens e as categorias, projetando 
as partes e as funcionalidades para um sistema 
antes de seu desenvolvimento�
Você deve estar se perguntando: como diferenciar 
arquitetura da informação de sitemap? Basta você 
retomar que a AI é a estrutura base, é o processo 
de criar uma estrutura de site e/ou de aplicativo, 
por exemplo. Na AI o foco está em organizar as 
informações, criando relações hierárquicas para 
que elas fiquem visíveis, localizáveis para os 
usuários, seguindo as necessidades previamente 
identificadas. É, portanto, a primeira fase de de-
senvolvimento, vem antes do sitemap�
O sitemap, por sua vez, é o conjunto de páginas 
de um site e/ou aplicativo, corresponde a toda 
estrutura que é feita em AI e exibida demodo 
mais visual, abrangendo toda a estrutura e dando 
transparência aos diferentes níveis de navegação 
para as páginas, apresentando todos os grupos e 
subgrupos�
30
A função dele não é mostrar as tarefas que os 
usuários deverão realizar, nem as interações entre 
as páginas, mas sim mostrar a estrutura completa 
e a arquitetura da informação de uma página web 
com visibilidade para os níveis de navegação das 
páginas do projeto, permitindo a visão do todo e 
a profundidade das relações entre cada página�
Assim como na AI, você pode desenvolver seu 
esboço de sitemap em uma folha de papel, para 
começar a entender e/ou criar as relações entre 
os elementos� Em seguida, você poderá utilizar 
uma ferramenta digital para criar uma versão final.
O ideal é que você sempre comece com esboços 
antes de fazer uma versão digital para apresenta-
ção, tenha sempre em mente que o sitemap é a 
lista de páginas de seu site e/ou aplicativo, é uma 
representação visual que ajuda a compreender e a 
enxergar todas as sessões e as relações entre elas, 
antes de partir para o desenvolvimento real� Ele 
auxilia toda a equipe que irá desenvolver o projeto 
e todos os que estão envolvidos nas tomadas de 
decisões. Observe na figura a seguir um exemplo 
de criação de um sitemap�
31
Figura 5: Construindo um sitemap�
Fonte: Elaboração própria�
Conheça um modelo de sitemap para reutilização 
oferecido pela Venngage. Há uma série de layouts de 
sitemaps. Experimente e explore alguns templates para 
criar o seu mapa de site� Disponível em: https://venngage�
com/templates/diagrams/light-colorful-saas-site-map-
-5ed98830-1b91-4590-99c9-42fdbdebc5bd. Acesso em: 
23 ago� 2022�
SAIBA MAIS
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https://venngage.com/templates/diagrams/light-colorful-saas-site-map-5ed98830-1b91-4590-99c9-42fdbdebc5bd
https://venngage.com/templates/diagrams/light-colorful-saas-site-map-5ed98830-1b91-4590-99c9-42fdbdebc5bd
https://venngage.com/templates/diagrams/light-colorful-saas-site-map-5ed98830-1b91-4590-99c9-42fdbdebc5bd
Para encerrarmos esse tema, destacamos que o 
objetivo final do sitemap é tornar visível, antes do 
desenvolvimento, as relações entre as telas e/ou 
páginas de um site, aplicativo, blog etc� Ele não é 
considerado um fluxograma porque sua ênfase 
não está em demonstrar o fluxo de informações, 
ou das tarefas de um sistema, e sim apresentar 
os pontos de contato do usuário com o site e/ou 
aplicativo dentre outros contextos.
33
FLUXOGRAMA
Agora falaremos sobre fluxograma. Você irá com-
preender a função de um fluxograma, os benefícios 
de sua utilização e os principais modelos utilizados 
em UX�
Você já deve ter entendido a importância da pesquisa 
com usuários e que ela é uma etapa que faz parte 
do processo de desenvolvimento de produtos e/
ou softwares, certo? Além disso, a pesquisa com 
o usuário tem o propósito de avaliar um produto 
e/ou serviço que já existe, para que possíveis pro-
blemas de usabilidade possam ser identificados, 
ou para o levantamento de novas necessidades 
que possam ser implementadas�
Realizar a pesquisa com o usuário é uma tarefa 
indispensável, já que precisamos ter uma por-
centagem considerável de certeza em relação ao 
desenvolvimento de um projeto, precisamos saber 
se ele será útil e necessário para os usuários� De-
senvolver um produto requer bastante investimento 
e, por isso, é preciso eliminar o máximo possível 
de riscos. Algumas pesquisas podem requerer um 
investimento, seja para pagar profissionais, para 
construir um protótipo para um teste prático com 
uma pesquisa envolvida, para comprar ferramentas 
e/ou para deslocamento de profissionais. As pos-
34
sibilidades são diversas e dependerão do tipo de 
projeto e dos objetivos e metas a serem atingidas�
Tempo e dinheiro sempre serão condutores iniciais 
para a realização de uma pesquisa e desenvolvimento 
de um produto e/ou serviço� Com esses condutores 
bem alinhados, há diversas possibilidades para o 
método de pesquisa, como pesquisas por formu-
lários online, que são métodos ágeis e possíveis 
de se realizar sem investimento financeiro, ou 
pesquisas de campo, que exigirão um investimento 
maior tanto de tempo quanto de dinheiro�
Você já deve ter utilizado, ao longo de sua vida de 
estudante e/ou profissional, algum esquema visual 
para apresentar a sequência, ou fluxo, de informa-
ções� Às vezes nos pegamos criando esquemas 
visuais e nem dos damos conta da natureza desse 
processo� Mas também os utilizamos com objeti-
vos bem estabelecidos, principalmente em nosso 
meio profissional e/ou acadêmico.
Os fluxogramas são definidos como esquemas 
visuais e servem de apoio para os profissionais 
de diversas áreas. Em UX, os fluxogramas são 
excelentes para compor a documentação de um 
projeto de design e desenvolvimento de sistema� 
Por meio de um fluxograma podemos apresentar 
as funcionalidades de um sistema e compreender 
o esquema completo de um projeto, isso facilita a 
35
vida dos desenvolvedores e é um excelente recurso 
para apresentar o fluxo de um projeto como um 
aplicativo e para testá-lo com usuários�
O uso de fluxogramas se mostra necessário após 
a realização da pesquisa com usuários, pois é por 
meio da pesquisa que ocorrem as descobertas das 
necessidades e das impressões em relação a um 
produto a ser desenvolvido e/ou a um produto que já 
existe no mercado, que serve como feedback inicial. 
O usuário será sempre inserido no centro do que 
for desenvolvido com estratégias e métodos da UX, 
e é por isso que a pesquisa é uma fase essencial�
Os principais modelos de fluxograma ajudam a 
responder algumas questões em relação às tare-
fas que os usuários deverão realizar, por exemplo: 
como o produto e/ou serviço se adequa na rotina do 
usuário? Em quais contextos haverá uma interação 
do usuário com o sistema/produto? Quais são os 
níveis de complexidade para a aprendizagem e o 
uso do produto e/ou serviço? Como o usuário terá 
sucesso ao interagir com a solução? Essas são 
algumas questões que devemos considerar, mas 
sempre surgirão outras conforme o contexto. Que 
tal conhecer os principais fluxogramas utilizados 
na UX? Vamos lá!
 y Mapa de Jornada (user journey map): tem 
como foco os pontos de interação do usuário com 
36
o produto e/ou serviço� Dentre os indicadores 
estão as dores, as motivações, as satisfações e 
os obstáculos que aparecem durante a jornada 
de experiência com os pontos de interação da 
empresa e/ou marca� Você pode entender o mapa 
da jornada com o seguinte exemplo: imagine-se 
em uma loja on-line de celulares que você acessou 
porque o celular que deseja está com uma boa 
promoção. Antes de localizar o celular no site e 
decidir comprar, você precisa realizar algumas 
ações, certo? Após realizar as ações no site, você 
finalizará sua compra e obterá seu produto. Cada 
uma das ações que você realizou no site são ma-
peadas, portanto, o mapa de jornada do usuário 
dependerá bastante do objetivo�
 y Fluxograma do usuário (user flow): demonstra 
cada etapa das tarefas a serem feitas pelo usuário 
em um sistema� Por isso, o user flow apresenta 
o modelo de navegação criado com base nas 
necessidades, explicando as relações entre cada 
tela, as diretrizes e condições para navegar pelo 
sistema e os resultados alcançados, de maneira 
detalhada� O user flow é bastante utilizado no 
processo de criação de design de interação e no 
desenvolvimento da AI.
 y Fluxo de arame (wireflow): é um desenho es-
quemático que favorece a compreensão de cada 
passo da jornada do usuário de maneira mais visual� 
Podemos dizer que o wireflow é composto por user 
37
flows e wireframes, o resultado é a combinação 
desses dois modelos�
 y Fluxo de interação (interaction flows): é um 
esquema que apresenta mais camadas de infor-
mações de um projeto� Por meio do design é que a 
interação ocorre, por isso a interface precisa estar 
alinhada ao fluxo de interação, que são os fluxos 
dos usuários, desenhados para eles, com base em 
suas necessidades� Os detalhes e a profundidadesão importantes, pois esse fluxo está em um nível 
mais avançado do que wireflows e user flows�
Você conheceu os principais fluxogramas utilizados 
na user experience, esses fluxos são construídos 
após a pesquisa do usuário, na etapa de planeja-
mento de um projeto de design� Eles determinarão 
quantas telas um site ou um aplicativo deverá 
ter, por exemplo, com a simulação da jornada 
dos usuários ao resolver os problemas por meio 
das tarefas para a interface. Cada fluxograma 
compõe a documentação de um projeto e essa 
documentação precisa ser entregue aos clientes 
e/ou equipe desenvolvedora, de modo que seja 
acessível para consultas e/ou implementações 
de futuras melhorias�
38
Trabalhar com fluxogramas pode parecer uma 
tarefa complexa, mas não é uma tarefa impossí-
vel� Na verdade, conforme você for utilizando os 
fluxogramas em seus projetos, suas habilidades 
subirão de nível e os resultados também serão 
percebidos em suas entregas�
Por fim, os fluxogramas são ferramentas, além 
de úteis, necessárias para o UX/UI design porque 
antecipam comportamentos e padrões cognitivos 
humanos, o que permite a criação de produtos mais 
eficazes, que atenderão às necessidades reais dos 
usuários, considerando o melhor de experiência na 
jornada de relação e interação dos usuários com 
produtos e/ou serviços�
39
CARD SORTING
Estudar arquitetura da informação foi fundamental 
para você chegar a esse momento e entender que 
card sorting nada mais é do que um método que 
nos permite criar, analisar e/ou validar a AI de um 
projeto� Esse método serve para projetarmos uma 
estrutura de um site e/ou aplicativo, por exemplo.
Por que a AI pode ser validada com esse método? 
Basicamente, o card sorting nos permite trabalhar 
a organização de categorias de informações com 
modelos de cartões físicos e/ou on-line por meio 
dos usuários e/ou pessoas selecionadas para 
tal tarefa. Essa classificação fica a critério dos 
participantes e/ou usuários que irão reagrupar as 
informações de acordo com seu modelo mental�
A palavra-chave da função do card sorting é “clas-
sificar” para poder entender de maneira clara e 
objetiva cada categoria de um projeto e identificar 
as expectativas dos usuários. Ele é, portanto, um 
método prático e uma técnica de pesquisa que 
nos permite identificar novas tendências, pela 
percepção dos usuários, e compreender como os 
usuários organizam e categorizam as informações�
40
COMO APLICAR O MÉTODO CARD 
SORTING?
Primeiramente, você deve organizar uma sessão 
(ou mais, dependerá de sua necessidade) com 
alguns participantes, usuários e/ou potenciais 
usuários� Tendo selecionado os participantes, você 
informará o contexto de maneira clara para que 
não reste dúvidas, pois os participantes precisam 
saber o que estão fazendo�
Na sequência, você disponibilizará os cartões – 
com algumas breves anotações e/ou ilustrações 
conforme estruturação da AI do projeto, se for o 
caso de avaliar a AI –, ou apenas os cartões em 
branco com identificações e espaços para anota-
ções dos participantes – se for o caso de criação 
da AI –, nesse caso, basta informar o contexto e 
distribuir os cartões� O tempo estimado para cada 
usuário é de 30 minutos, dentro desse tempo ele 
deverá organizar os cartões que foram entregues, 
seguindo sua percepção em relação ao sentido 
das informações�
Os participantes da sessão devem criar as catego-
rias e/ou tópicos, caso não estejam definidas, os 
agrupamentos devem seguir a lógica de sentido 
para eles� Esse é o sentido do card sorting: entender 
o modelo mental dos usuários�
41
Você poderá utilizar três técnicas ao trabalhar com 
esse método:
 y Classificação de cartões aberta: é comum 
utilizar essa técnica na criação de AI. Os usuá-
rios/participantes recebem uma quantidade de 
cartões que deverão ser agrupados da forma que 
eles acharem coerente. Além disso, após o agru-
pamento, eles devem criar os rótulos para cada 
grupo de cartões� Essa técnica é muito útil para 
ter uma visão macro das categorias e como elas 
fazem sentido para os usuários;
 y Classificação de cartões fechada: diferen-
temente da classificação aberta, nesta técnica, 
os participantes e/ou usuários terão a tarefa de 
implementar novos conteúdos. A partir de uma 
quantidade de cartões, os usuários devem alocar 
esses cartões em grupos já estruturados, por isso 
que é uma técnica de implementação e/ou de novos 
insights para um site e/ou aplicativo, por exemplo. 
Por meio da perspectiva do usuário podemos iden-
tificar novas necessidades ou mesmo atualizar e/
ou aprimorar um produto que está em uso� Como 
os cartões já possuem informações, o objetivo é 
que os participantes as organizem nos grupos de 
categorias apresentados durante o card sorting;
 y Classificação de cartões híbrida: como você 
pode imaginar, essa é uma técnica mista, uma 
mistura do card sorting aberto com o card sorting 
42
fechado. Além de definir bem as categorias exis-
tentes, os usuários e/ou participantes têm espaço 
para criar novas categorias, novos rótulos�
As rodadas de card sorting podem ocorrer pre-
sencialmente, o que torna o processo ainda mais 
interativo e com a possibilidade de investigar mais 
a fundo as decisões dos participantes ao término 
da rodada. Uma das ferramentas de classificação 
mais utilizadas, em ambientes físicos, é a “cara a 
cara”, que é uma sessão na qual os participantes 
são orientados a expressarem seus pensamentos 
em voz alta enquanto realizam a classificação. 
Durante o processo, há a presença das pessoas 
responsáveis, mas o papel de quem organiza e/
ou acompanha é apenas observar, sem que haja 
interferências até que a rodada seja finalizada.
Regras gerais para utilizar o método card sorting:
1) É preciso ter o conteúdo alinhado ao objetivo 
da avaliação com os usuários e/ou participantes, 
por exemplo: pagar uma conta, comprar um livro, 
enviar uma mensagem, fazer uma lição do curso;
2) Será necessária uma mostra significativa, em 
torno de 10 a 15 participantes, priorizando os 
usuários finais do produto e/ou serviço, já que 
são eles que irão utilizar� Vale considerar a par-
ticipação de potenciais usuários e usuários com 
43
perfis mais próximos aos dos usuários finais na 
ausência destes;
3) Frases e conteúdos curtos devem resumir os 
cartões, para leituras rápidas e de fácil entendi-
mento, também, o uso de imagens é bem-vindo;
4) O tempo estimado é de 30 minutos para cada 
usuário em cada rodada� Se for necessário mais 
de uma rodada/sessão, a recomendação é que 
seja em dias diferentes para não cansar o usuário 
e nem o desmotivar�
Você poderá criar sessões de card sorting em dinâ-
micas presenciais e on-line, como já abordamos� 
Considerando-se que seja uma sessão presencial, 
você pode organizá-la com um grupo de 10 a 15 
pessoas� Se achar necessário, divida-a em grupos 
menores� Para o caso de sessões on-line, algumas 
plataformas podem facilitar esse processo, que 
deverá ser organizado com grupos pequenos, de 
3 a 5 pessoas, isso porque facilita o acompanha-
mento da sessão e a coleta de informações�
Se você estiver trabalhando em um projeto de 
design – de AI ou na criação de fluxogramas – e 
ainda não utilizou o card sorting, tente implementar 
essa etapa em seu processo, você só tem a ganhar, 
e o usuário também!
44
Você pode utilizar postite para organizar um card 
sorting e/ou criar os cartões e imprimi-los, tudo 
dependerá dos seus objetivos e necessidades� 
Além disso, lembre-se das ferramentas digitais 
para sessões on-line, elas são práticas e úteis 
diante de barreiras físicas� Você pode organizar 
uma sessão via Google Meet, Zoom, Meetings, 
WhatsApp e propor o compartilhamento de telas 
com ferramentas como o Mural, o Figma e o Miro, 
dentre outras�
Por fim, no card sorting, todas as informações são 
coletadas e analisadas com o objetivo de iden-
tificar as tendências comuns entre os usuários 
pelo modelo mental, com a sistematização das 
informações�
Os comentários feitos pelos usuários dão uma 
perspectivaqualitativa das informações e as 
repetições de cartões em agrupamentos, nas ca-
tegorias, fornecem as informações quantitativas, 
porque são as informações que se repetem entre 
os usuários�
Percebeu como o card sorting é método poderoso? 
Lembre-se de utilizá-lo sempre que possível, mas inves-
tigue novos métodos e acompanhe as novidades que 
vão surgindo, o mundo está cada vez mais veloz em 
FIQUE ATENTO
45
inovações e mudanças, com novas informações a cada 
dia. Como profissional de UX, acompanhar tendências 
é uma espécie de ferramenta profissional porque você 
conseguirá se manter atualizado sempre. Aplique as 
metodologias em seus projetos sem preguiça e sem 
medo, todo método existe porque funciona, cabe aos 
profissionais fazer uso deles. Bons projetos!
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book, ficamos sabendo que a arquitetura 
da informação é uma metodologia base no proces-
so de desenvolvimento de sites e/ou aplicativos 
– que se aplica em projetos de estruturas físicas 
também – e está concentrada no tratamento da 
hierarquia das informações de um ambiente a ser 
acessado pelos usuários� Você conheceu a ecolo-
gia da informação, que faz parte da AI, estudou as 
etapas do desenvolvimento da AI e teve acesso a 
exemplos práticos de arquitetura da informação.
Com o tema que tratou da coleta de requisitos 
do usuário, você aprendeu o que é, qual a impor-
tância e como podemos coletar os requisitos dos 
usuários. Além disso, você entendeu o que é um 
sitemap, sua função e como construir o mapa do 
site de seu projeto� Você estudou o conceito de 
fluxograma, compreendendo que é um esquema 
visual que faz parte da documentação de um pro-
jeto a ser desenvolvido e, por fim, aprendeu o que 
é o método de card sorting e como utilizá-lo em 
pesquisas e testes com usuários, com o propósito 
de descobrir tendências, compreender o modelo 
mental dos usuários e criar e/ou fazer melhorias 
na AI de projetos.
47
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
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