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NANOPLÁSTICO E MICROPLÁSTICO E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE HUMANA
Os plásticos são usados em todo o mundo para diversas funções. Esses se degradam por fatores abióticos e bióticos, como radiação UV, ação mecânica e hidrólise, que fragmentam os materiais em partículas de diferentes tamanhos, mesoplásticos, microplásticos e nanoplásticos (COSTA et al., 2016). Os microplásticos e nanoplásticos são os mais impactantes ambientalmente, pois sua grande área superficial permite a adsorção de compostos tóxicos como hidrocarbonetos e metais pesados. No entanto, infelizmente, devido à biodegradação limitada, eles causam um nível significativo de poluição ambiental. Esses nano e microplásticos podem entrar no corpo humano através do sistema respiratório através da inalação, do trato digestivo através do consumo de alimentos e água contaminados ou da penetração através da pele através do contato de cosméticos e roupas. A bioacumulação de plásticos no corpo humano pode potencialmente levar a uma série de problemas de saúde, incluindo distúrbios respiratórios como câncer de pulmão, asma e pneumonite de hipersensibilidade, sintomas neurológicos como fadiga e tontura, doença inflamatória intestinal e até distúrbios na microbiota intestinal. Eles agem induzindo a apoptose das células e ter efeitos genotóxicos e citotóxicos.
Estudos recentes afirmam que os microplásticos foram encontrados em tecidos cerebrais, levantando alerta sobre possíveis impactos na saúde neurológica e nos transtornos mentais. Segundo o Dr Marco Tulius, A provável via de acesso seriam as vias olfatórias, ou seja, o acesso ao cérebro central seria pelo nariz. Então, os microplásticos seriam aspirados do meio ambiente e conseguiriam romper a barreira hematoencefálica pelas vias olfatórias. Além disso, condições como inflamação ou doenças degenerativas podem aumentar a permeabilidade dessa barreira, o que acaba facilitando a entrada. Microplásticos foram encontrados na placenta e no leite materno, levantando preocupações sobre os riscos para bebês e futuras gerações. Esses fragmentos plásticos podem se acumular no organismo e afetar a saúde, tanto biologicamente, quimicamente e fisicamente. Ainda há pouco conhecimento sobre esses impactos, e novos estudos são necessários para entender melhor os efeitos dos micro e nanoplásticos na saúde humana. Pesquisas feitas com animais mostraram que, quando o cérebro é afetado, podem surgir sintomas parecidos com os de ansiedade e depressão, além de inflamação no sistema nervoso, desgaste nas células cerebrais, menor produção de substâncias importantes como dopamina e serotonina, e problemas no funcionamento das “usinas de energia” dos neurônios. Na mesma linha, o Dr. Marcus cita que as pesquisas mostraram que a exposição aos microplásticos de poliestireno causa estresse oxidativo, inflamação cerebral e comportamento ansioso. Grande parte da contaminação por microplásticos acontece por meio da ingestão, e os alimentos ultraprocessados como salgadinhos, alimentos congelados e temperos que também podem apresentar contaminação via embalagens plásticas e processamento. Além disso, bebidas em copos ou cápsulas plásticas (como café de cápsula, por exemplo), peixes e frutos-do-mar (especialmente bivalves, como mexilhões) e produtos ultraprocessados com muitas camadas de embalagem também estão entre os itens mais associados à ingestão de partículas. 
Além disso, os microplásticos também tem impacto significativo na microbiota intestinal. Em geral, estudos indicam que o Ingestão dos MPs são capazes de desencadear uma disbiose intestinal caracterizado por um aumento expressivo no grupo de bactérias do filo. Firmicuta. Curiosamente, a forma dos MPs também é um dos principais determinantes das alterações intestinais. Diferentes formas de MPs, como contas, fibras e fragmentos, uma vez ingeridos, podem ser detectadas presas no intestino animal. No entanto, estudos indicam que as fibras que forma os MPs acumulam em maiores quantidades no tecido intestinal em comparação com as formas de fragmento e contas. Pelo processo de lixiviação, a água engarrafada apresenta cerca de 2,5 vezes a mais de MPS do que os demais produtos engarrafados (Yee, et al,2021), fato que eleva a concentração dos fragmentos nos organismos, podendo gerar consequências no decorrer dos níveis tróficos. As taxas de ingestão de MPS representam aproximadamente 20%, em massa de peso total de alimentos consumidos diariamente. Além dos efeitos sobre a microbiota intestinal, muitos estudos avaliaram o efeito dos MPs no intestino dos animais. Uma vez retidos no intestino, os MPs aumentaram e a vascularização. Os microplásticos (MPs) foram capazes de modular a resposta imune, evidenciada pelo aumento do infiltrado inflamatório, caracterizado pela presença de linfócitos T, macrófagos M1 e células plasmáticas produtoras de IgA. Além disso, estudos mostram que a ingestão de MPs eleva a expressão de genes relacionados à resistência a antibióticos, incluindo tetraciclina, beta-lactamase, monoglicosídeos e multidrogas.
Referências
LIMA, Jacqueline Zanin. Efeitos dos microplásticos e nanoplásticos no meio ambiente: contextualização e revisão sistemática da literatura. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (MBA) – São Paulo, 2022. Disponível em: https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/29cb0b7b-c817-418f-afcdefabfbad483a/JacquelineZaninLima%20PQI22.pdf. Acesso em: 12 ago. 2025.
APOEPC (Associação Portuguesa de Estudantes de Ciências e Saúde). Microplásticos e saúde humana: o mal invisível. Disponível em: https://www.apepoc.es/descargas/Guia_microplasticos_br.pdf. Acesso em: 12 ago. 2025.
LIMA, Jacqueline Zanin. Microplásticos e nanoplásticos nos ecossistemas: impactos ambientais e efeitos sobre os organismos. Disponível em: https://bdta.abcd.usp.br/item/003091625 e https://www.researchgate.net/publication/335321768_NANO_E_MICROPLASTICOS_NOS_ECOSSISTEMAS_IMPACTOS_AMBIENTAIS_E_EFEITOS_SOBRE_OS_ORGANISMOS. Acesso em: 12 ago. 2025.
BUGATTI, Cauê; ALMEIDA, Karine Cristine de; GUIMARÃES, Mônica Soares de Araújo; AMÂNCIO, Natália de Fátima Gonçalves. Microplásticos e nanoplásticos e sua relevância na saúde humana: uma revisão de literatura. Research, Society and Development, [S.l.], v. 12, n. 1, p. e6712139302, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i1.39302. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/39302. Acesso em: 12 ago. 2025.

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