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FORMAÇÃO DO SOLO: PEDOGÊNESE Reconhecer uma introdução à 
Pedogênese. Debater sobre fatores de formação dos solos. Estudar o 
intemperismo. Conhecer a Geologia e tipos de rochas. Relacionar a 
Pedogênese à Geologia dos Solos. TEMA DE APRENDIZAGEM 2 1 4 
UNIASSELVI INICIE SUA JORNADA Os solos são formados por um conjunto 
de agentes atuando sobre a rocha ma triz. Dentre estes, encontra-se a ação do 
tempo, do clima e do relevo, das plantas e animais. Esses fatores são 
chamados de agentes formadores do solo. De forma geral, o processo de 
formação de solos é chamado de intemperismo, ou seja, fenômenos físicos, 
químicos e biológicos que atuam sobre a rocha e conduzem à formação de 
partículas não consolidadas. A diversidade de solos encontrados no Brasil 
reflete as variações que ocorrem na natureza dos fatores de formação. 
Ressalta-se que é preciso, sobretudo, que a matéria orgânica seja misturada 
com o material mineral para que o solo possa existir de verdade. Assim, neste 
tema, você vai estudar os fatores e processos de formação do solo, sejam eles 
ativos (clima, organismos) ou passivos (rocha, relevo, tempo), além dos 
agentes físicos e químicos do processo de intemperismo. Para comple mentar 
sua aprendizagem, ainda serão abordados os tipos de rochas e a geologia, 
bem como sua classificação em rochas ígneas, metamórficas e sedimentares. 
PLAY NO CONHECIMENTO Para complementar o tema que será discutido a 
seguir, você está sendo convidado a ouvir o podcast preparado especialmente 
para você, estudante. O tema do pod cast que preparamos é Pedogênese. 
Nesse podcast, serão comentados conteúdos sobre fatores e processos de 
formação de solos, bem como o material de origem voltada para rochas e sua 
classificação. Vamos juntos nesta jornada! Recursos de mídia disponíveis no 
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem VAMOS RECORDAR? 
Que tal recordar os tópicos da Pedogênese de forma interativa e bastante 
visual? No vídeo O Que é Pedogênese? Processo de Origem ou Formação do 
Solo, você terá acesso a esse conteúdo incrível, que o ajudará a adentrar o 
tema de estudo. Além disso, você também encontrará informações sobre 
fatores e processos de formação responsáveis pela gênese dos mais variados 
tipos de solos, nos distintos ambientes que compõem o planeta. 1 5 TEMA DE 
APRENDIZAGEM 2 DESENVOLVA SEU POTENCIAL PEDOGÊNESE 
INTRODUÇÃO À PEDOGÊNESE A formação do solo (pedogênese) ocorre 
quando as modificações causadas nas rochas pelo intemperismo se tornam, 
sobretudo, estruturais, com impor tante reorganização e transferência dos 
minerais formadores do solo (argi lominerais e oxi-hidróxidos de ferro e de 
alumínio) entre os níveis superiores do manto de alteração (WERLANG et al., 
2019). Posteriormente, entram em ação a fauna e a flora do solo que, ao 
realizarem suas funções vitais, modifi cam e movimentam grandes volumes de 
material, mantendo o solo aerado e renovado na sua parte exposta. A 
pedogênese leva à formação de um perfil de solo. A estruturação de um perfil 
ocorre na posição vertical a partir da rocha fresca, na base, sobre a qual se 
formam o saprólito e o solum, que constituem, juntos, o manto de alteração ou 
regolito, a ser estudado com maior aprofundamento a seguir. 1 1 UNIASSELVI 
INDICAÇÃO DE LIVRO Livro: Pedologia - Solos dos Biomas Brasileiros Essa 
obra tem como objetivo central cobrir uma lacuna no en tendimento da 
Pedologia e Pedogênese atreladas aos biomas brasileiros. Esse entendimento 
versa didaticamente sobre di ferentes ambientes de formação do solo, tais 
como pampa gaúcho, mata atlântica, cerrado, floresta amazônica, caatinga e 
pantanal. além desses biomas principais, o livro também aborda a pedologia 
dentro de ambientes como solos das pradarias mis tas, solos de tabuleiros 
costeiros, solos de restingas e áreas úmi das costeiras e solos das ilhas 
oceânicas. Vale a pena a leitura! FATORES DE FORMAÇÃO DOS SOLOS 
Estudos realizados em várias partes do mundo atestam que os diversos tipos 
de solos são controlados por cinco principais fatores e quatro principais 
processos de formação (Figura 1) (REICHARDT; TIMM, 2016): 1 1 TEMA DE 
APRENDIZAGEM 2 Figura 1 - Fatores que controlam a formação do solo / 
Fonte: a autora. Descrição da Imagem: na imagem, há um fluxograma 
explicando a pedogênese com seus fatores e processos de formação. A partir 
do círculo central com denominação de Pedogênese, há círculos para os 
fatores de formação do solo, de onde saem linhas os representando, tais como 
clima (representado por imagem do sol entre nuvens), material de origem 
(representado por imagem de rochas), relevo (representado por imagem de 
paisagem), orga nismos (representado por imagem de minhocas no solo) e 
tempo (representado por imagem de relógio), também dispostos em círculos 
com suas respectivas imagens; e há também um círculo para os processos, 
com imagens representando adições, remoções, transportes e transformações, 
representados por figuras. EU INDICO Para complementar seus estudos, que 
tal se aprofundar no tema acessando o do cumento sobre Intemperismo e 
Pedogênese? Esse material contém detalhes que podem auxiliar na sua 
aprendizagem. Aproveite! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem 1 8 UNIASSELVI O clima e os organismos 
são os fatores ativos porque, durante determinado tem po e condições de 
relevo, agem diretamente sobre as rochas (tipos de materiais de origem). Já as 
rochas, o relevo e o tempo são os fatores passivos. Qualquer solo é o resultado 
da ação combinada de todos esses cinco fatores de formação. A seguir, será 
mostrado como age cada um dos cinco fatores na formação do solo (TORRES; 
MENEZES; NETO, 2015). 1. Clima: é o fator que, geralmente, exerce maior 
influência sobre todos os outros fatores que auxiliam na formação dos solos. 
Os elementos do clima que atuam diretamente no intemperismo das rochas 
são a temperatura, precipitação e a umidade. Um material derivado de uma 
mesma rocha poderá formar solos diferentes se decomposto em condições 
climáticas diferentes. Porém, rochas diferentes podem formar solos parecidos 
em exposição a longo período, em um mesmo ambiente climático. Os 
principais elementos do clima (temperatura, precipitação e umida de) regulam o 
tipo e a intensidade de intemperismo das rochas, o crescimento dos 
organismos e a distinção entre os horizontes pedogenéticos. O oxigênio e o 
gás carbônico dissolvidos na água são os responsáveis pela maior parte das 
reações químicas nos minerais. 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Portanto, 
quanto mais quente e mais úmido for o clima, mais rápida e intensa será a 
decomposição das rochas, que fornecem materiais muito intemperizados, como 
solos espessos e com abundância de minerais secundários (principalmen te 
argilominerais e óxidos de ferro e de alumínio) e pobres em cátions básicos 
(principalmente cálcio, magnésio e potássio). Os minerais secundários são ar 
gilominerais e óxidos. Já no clima árido e/ou muito frio, os solos são 
normalmente pouco espessos, contêm menos argila e mais minerais primários, 
que pouco ou nada foram afe tados pelo intemperismo. Nos solos de clima 
quente e úmido (solos tropicais), a grande quantidade de chuva faz com que 
maiores volumes de água se infiltrem, solubilizando e arrastando para o nível 
freático e cursos d’água muitos nutrientes da solução do solo, onde as cargas 
elétricas são neutralizadas, conferindo ao solo propriedades ácidas. Nessas 
condições, encontram-se em exuberantes florestas com árvores cons 
tantemente verdes, que produzem grandes quantidades de resíduos orgânicos, 
que se decompõem rapidamente. A maior parte dos solos das regiões áridas e 
semiári das é neutra ou alcalina, enquanto a maioria dos solos em regiões 
úmidas é ácida. 2. Organismos vivos: o solo é habitado por inúmeras espécies, 
formando um ecossistema. Os microrganismos fazem parte do solode maneira 
indissociável, sendo responsáveis por inúmeras reações bioquímicas 
relacionadas não só com a transformação da matéria orgânica, mas tam bém 
com o intemperismo das rochas (PELINSON et al., 2021). 4 1 UNIASSELVI 
Assim, os microrganismos do solo desempenham papel fundamental na gê 
nese (formação) do solo e, ainda, atuam como reguladores de nutrientes, pela 
decomposição da matéria orgânica e ciclagem dos elementos, atuando, 
portanto, como fonte e dreno de nutrientes para o crescimento das plantas. 
INDICAÇÃO DE FILME Filme: Solo Fértil Sinopse: Solo Fértil se trata de uma 
obra em forma de do cumentário disponível em algumas plataformas de 
streaming, que traz uma ideia de agricultura regenerativa, abordando o 
potencial do solo nesse processo. Comentário: como o próprio nome sugere, 
esse filme vai mos trar a você, estudante, o quanto o solo pode ser rico em vida 
e nos ajudar a ter uma ambiente mais equilibrado e sustentável. Um grande 
documentário, didático e com ótima atuação. Os microrganismos do solo, 
também chamados coletivamente de microbiota, são representados por cinco 
grandes grupos: bactérias, actinomicetos ou ac tinobactérias, fungos, algas e 
protozoários. Apesar de constituírem somente 1 a 4% do carbono total e 
ocuparem menos de 5% do espaço poroso do solo, a diversidade e a 
quantidade de microrganismos são bem elevadas. Entretanto, como o solo é 
normalmente um ambiente estressante, limitado por nutrientes, somente 15% a 
30% das bactérias e 10% dos fungos se encontram em estado ativo. Os 
componentes microbianos vivos do solo são também denominados biomassa 
microbiana, e as bactérias e fungos respondem por cerca de 90% da atividade 
microbiana do solo. APROFUNDANDO Apesar de constituírem somente 1 a 
4% do carbono total e ocuparem menos de 5% do espaço poroso do solo, a 
diversidade e a quantidade de microrganismos são bem elevadas. 4 1 TEMA 
DE APRENDIZAGEM 2 Os microrganismos são responsáveis pelos processos 
de mineralização, represen tando eles próprios uma quantidade considerável 
de nutrientes potencialmente disponíveis para as plantas. Em condições ideais, 
a microbiota do solo permite que os nutrientes sejam, gradualmente, liberados 
para a nutrição das plantas, sem perdas por lixiviação. A diminuição da 
microbiota do solo prejudica a fixação temporária dos nu trientes, 
incrementando suas perdas e resultando no empobrecimento do solo. De uma 
maneira geral, os microrganismos estão envolvidos em vários processos de 
grande interesse agronômico, particularmente no que se refere à agricultura 
orgânica e à rotação de culturas. Dentre os processos, podem ser destacados: 
Decomposição da matéria orgânica Produção de substâncias promotoras ou 
inibidoras Ação antagônica aos patógenos Ciclagem de nutrientes 
Transformações bioquímicas como nitri cação e oxirredução Fixação biológica 
do nitrogênio Figura 2 - Processos de interesse agronômico envolvendo 
microrganismos / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: na imagem, há um 
fluxograma circular com várias caixas interligadas, apresentando os processos 
que geralmente são intermediados pelos microrganismos no solo, dispostos na 
seguinte sequência: 1) decomposição da matéria orgânica (cor laranja), 2) 
ciclagem de nutrientes (cor verde claro), 3) transformações bioquímicas como 
nitrificação e oxirredução (cor verde lima), 4) fixação biológica do nitrogênio 
(verde bandeira), 5) ação antagônica aos patógenos (azul claro), 6) produção 
de substâncias promotoras ou inibidoras (azul escuro). 4 1 UNIASSELVI Os 
organismos vivos viabilizam a estabilidade estrutural do solo. Isso acontece 
devido à presença dos microrganismos que provocam a acumulação de 
matéria orgânica, a mistura dos perfis e promovem a ciclagem dos nutrientes 
no solo (FINKLER et al., 2018). INDICAÇÃO DE LIVRO Livro: Microbiologia e 
Bioquímica do Solo Para se aprofundar a respeito dos organismos vivos do 
solo, su giro a leitura do livro: Microbiologia e Bioquímica do Solo. Você terá 
acesso a uma leitura fascinante sobre o mundo vivo dos solos. Aproveite a 
leitura! 3. Material de origem: o material originário se refere a todo material não 
consolidado a partir do qual o solo se formou. Outro ponto interessante é que 
os materiais que dão origem ao solo podem ser classificados como autóctones, 
ou seja, originam-se da ação intempérica junto ao material parental (rocha 
subjacente). Já os materiais que foram conduzidos de outras áreas e que não 
estão relacionados com o embasamento são classificados como alóctones. 4 1 
TEMA DE APRENDIZAGEM 2 E, por último, os materiais pseudoautóctones 
são todos aqueles que resultam de um processo de mistura dos produtos locais 
ao longo das encostas. As rochas são um tipo de material de origem do solo. 4. 
Relevo: existe uma grande diversidade de formas na superfície terrestre que se 
configura em diferentes paisagens caracterizadas pelo relevo. As sim, 
podemos dizer que os conjuntos irregulares que a superfície terrestre 
apresenta são denominados de relevo. O relevo deriva de um processo de 
configuração superficial da crosta terrestre, afetando diretamente o 
desenvolvimento dos solos. Logo, exerce influência sobre a dinâmica da água, 
erosão, microclimas e, por consequência, na temperatura do solo. É a ação do 
relevo que reflete, de forma direta, na dinâmica das águas, seja em um sentido 
vertical através da infiltração, seja no sentido lateral, pelo escoa mento das 
águas da chuva, e também nos processos de drenagens do solo, ou seja no 
sentido longitudinal, que determina a configuração dos rios, conforme é 
apresentado a seguir. VOCÊ SABE RESPONDER? O que são solos coluviais? 
4 4 UNIASSELVI Rios com ilhas no leito Rios retos R ios curvos Retilíneos 
Entomosados Figura 3 - Tipos de rios conforme a curvatura / Fonte: a autora. 
Meândricos Descrição da Imagem: na imagem, há um fluxograma 
apresentando três formatos de rios que se encontram representados por 
círculos verdes vazios: retos (retilíneos) (círculo verde escuro cheio), rios com 
ilhas no leito (entomosados) (círculo verde claro cheio) e rios curvos 
(meândricos) (círculo verde intermediário cheio). De acordo com as 
características geomorfológicas do relevo, podemos encontrar diferentes tipos 
de solos, assim, solos de encostas são diferentes de solos das planícies. 
Devido à topografia, encontramos denominações diferentes para os solos: 
aluviais, coluviais e eluviais. SOLOS ALUVIAIS São solos que foram 
transportados pela água corrente e depositados nas laterais dos rios, formando 
as planícies aluviais ou diques marginais. Os materiais constituintes desses 
solos são de origem cumulativa de resíduos minerais ao longo do tempo, 
oriundos de regiões de dentro da bacia hidrográfica. SOLOS COLUVIAIS São 
solos resultantes de fragmentos minerais de rochas alteradas, advindas de 
cama das mais profundas misturadas a partículas de solo advindas dos locais 
de maior ele vação. Esses solos são encontrados, de forma geral, em locais de 
terreno com declive. 4 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 SOLOS ELUVIAIS São 
solos derivados somente do material de origem, ou seja, não sofrem influência 
pelo transporte de material mineral particulado de regiões próximas. 5. Tempo: 
o estágio inicial da formação do solo pode ser exemplificado como uma 
superfície de um afloramento rochoso, em que musgos e lí quens começam a 
se desenvolver sobre uma delgada camada de rocha decomposta. Com o 
passar do tempo, as características desse solo co meçam a se tornar distintas, 
em que os horizontes vão se espessando e se tornando diferentes, e o solum 
pode atingir alguns metros. Portanto, a característica principal de influência 
do/pelo tempo é a espessura, pois solos jovens são normalmente menos 
espessos que os velhos. A exposição do material de origem na superfície 
terrestre ocorre tanto por eventos lentos e contínuos como pela deposição 
dinâmica de sedimentosnas várzeas dos rios, assim como por derrame de 
lavas e cinzas de erupções vulcâ 4 1 UNIASSELVI nicas ou desbarrancamento 
súbito, que remove todo o regolito de uma encosta íngreme e expõe a rocha 
inalterada subjacente. Esses eventos representam o início do novo ciclo de 
formação do solo (tempo zero). Ao ficar exposta na atmosfera, a rocha se 
intemperiza para se equilibrar com as novas condições de organismos vivos e 
elementos do clima atmosférico, e, em seguida, as plantas e microrganismos 
se estabelecem, alimentando-se da água armazenada e dos nutrientes 
liberados pela decomposição dos minerais. Ao longo do tempo, outras 
mudanças vêm a ocorrer como a formação e translocação de argila, a remoção 
de sais minerais e adições de húmus. Essas transformações ocorrem para 
haver um novo equilíbrio dinâmico com a na tureza, e quando os solos atingem 
esse estado, tornam-se espessos e com hori zontes bem definidos (maduros). 
No início da sua formação, são denominados pouco desenvolvidos. O período 
para que um solo passe do estágio jovem para o maduro varia com o tipo de 
material de origem, condições de clima e grau de erosão, precisando de 
centenas a muitos milhares de anos para ser completado. O tempo necessário 
para a formação da espessura do solo a partir de um material é assunto de 
vários estudos (DAIBERT; SANTOS, 2014). INTEMPERISMO O intemperismo 
é o conjunto de modificações de ordem física (desagregação) e química 
(decomposição) que as rochas sofrem ao surgir na superfície da Terra. Os 
produtos do intemperismo, rocha alterada e solo, estão sujeitos a outros 
processos, como erosão, transporte e sedimentação, que acabam levando à ex 
posição continental, com o consequente aplainamento do relevo. Quanto mais 
afastados se encontram os materiais do perfil em relação à rocha parental, 
mais diferenciados em termos de composição, estrutura e texturas eles vão se 
tornando. A pedogênese e o intemperismo são dependentes do clima e do 
relevo, ocorrendo de maneira distinta nos diferentes estágios morfoclimáticos 
do globo, levando à formação de perfis em processo de decomposição de hori 
zontes de diferente espessura e composição. O intemperismo é classificado em 
função dos mecanismos predominantes de atuação, tal como é apresentado a 
seguir (BERTOLLO et al., 2019): 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 
Intemperismo químico Intemperismo físico Figura 4 - Tipos de intemperismo do 
solo / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: na imagem, há um fluxograma 
apresentando uma seta na direção vertical com os dois tipos de intemperismo 
de solo: intemperismo físico (círculo azul na posição inferior dentro da seta) e 
intemperismo químico (círculo verde na posição superior dentro da seta). 1. 
Intemperismo físico: os processos intempéricos que atuam como me canismos 
modificadores das propriedades físicas dos minerais e rochas são 
denominados de intemperismo físico. Isso causa a degradação das rochas, 
separando os grãos minerais antes coesos, e sua fragmentação, 
transformando a rocha inalterada em material descontínuo e friável. As rochas 
têm sua origem em condições extremas de temperatura e pressão, em sua 
maioria, e, quando expostas à atmosfera, ficam sujeitas às condições de 
umidade, de temperatura, precipitação e de pressão diferentes daquelas de 
origem. As variações de temperatura causam a expansão e contração térmica 
nos materiais rochosos, levando à fragmentação dos grãos minerais. Já os 
minerais com diferentes coeficientes de dilatação térmica se comportam de 
forma diferenciada às variações de temperatura, provocando o deslocamento 
relativo entre os cristais, rompendo a coesão inicial entre os grãos. 4 8 
UNIASSELVI Também a mudança periódica de umidade pode causar expansão 
e contração, provocando o enfraquecimento e fragmentação das rochas. Esse 
mecanismo de ex pansão e contração dos materiais rochosos é eficiente nos 
desertos, onde a diferença de temperatura entre o dia e a noite é muito 
acentuada (BERTOL et al., 2010). As rochas possuem fissuras que, quando 
preenchidas com água e, posterior mente, congeladas, sofrem um aumento de 
volume de cerca de 9%, exercendo pressão nas paredes, causando esforços 
que terminam por aumentar a rede de fraturas e fragmentação da rocha. A 
cristalização de sais dissolvidos nas águas de infiltração tem efeito parecido 
com o congelamento, pois o crescimento desses minerais também favorece a 
expansão das fissuras e a fragmentação das ro A temperatura causa a 
expansão térmica das rochas chas. Essa cristalização pode chegar a exercer 
pressões enormes sobre as paredes das rochas, devido à expansão térmica. 
Quando as partes mais profundas dos corpos rochosos sobem a níveis mais 
superficiais, acontece o alívio da pressão, e os corpos rochosos expandem, 
cau sando a abertura de fraturas grosseiramente paralelas à superfície ao 
longo da qual a pressão foi aliviada. Essas fraturas recebem o nome de juntas 
de alívio, e também fazem parte dos mecanismos do intemperismo físico. Outro 
efeito do intemperismo físico é a quebra das rochas pela pressão causada 
devido ao desenvolvimento das raízes das plantas nas suas fissuras. Portanto, 
quando as rochas são fragmentadas e, consequentemente, aumentando a 
superfície exposta ao ar e à água, o intemperismo físico abre caminho e facilita 
o intemperismo químico. 2. Intemperismo químico: quando as rochas afloram à 
superfície da Terra, seus minerais entram em desequilíbrio e, através de uma 
série de reações químicas, transformam-se em outros minerais, que, por sua 
vez, são mais estáveis nesse novo ambiente (com pressões e temperaturas 
baixas e grande concentração de água e oxigênio) (WERLANG et al., 2019). O 
principal agente do intemperismo químico é a água da chuva, que infiltra e 
percola as rochas. Essa água possui grande concentração de oxigênio, que 
reage com o dióxido de carbono atmosférico, adquirindo caráter ácido, e se 
tornando cada vez mais ácido quando entra em contato com o solo, pois a 
respiração das plantas pelas raízes e a oxidação da matéria orgânica 
enriquecem o ambiente com dióxido de carbono. 4 9 TEMA DE 
APRENDIZAGEM 2 Quando a degradação da matéria orgânica não é 
completa, vários ácidos orgânicos são formados reagindo com as águas 
percolantes, tornando-as muito ácidas e aumentando seu poder de oxidação 
dos minerais. Os constituintes solúveis das rochas intemperizados são 
transportados pelas águas que drenam o perfil de alteração (fase solúvel). Em 
consequência, o material que resta no perfil de alteração (fase residual) se 
torna enriquecido nos constituintes menos solúveis que estão nos minerais 
primários residuais, que resistiram à ação intempérica e nos minerais 
secundários que se formaram no perfil (TORRES; MENEZES; NETO, 2015). 
Granitos são importantes rochas ácidas e claras que contêm feldspatos. As 
mudanças climáticas e fenômenos tectônicos colocam em desequilíbrio o 
manto de alteração dos continentes, removendo a vegetação e o tornando vul 
nerável à erosão mecânica. As reações do intemperismo químico podem ser 
representadas pela seguinte equação genérica: mineral + solução de alteração 
-> mineral ll + solução de lixiviação Na maioria dos ambientes da superfície 
terrestre, as águas percolantes têm pH entre 5 e 9, onde as principais reações 
do intemperismo químico são: Hidrólise Dissolução Oxirredução Oxirredução 
Reações do intemperismo químico do solo 5 1 Figura 5 - Reações do 
intemperismo químico do solo / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: na ima 
gem, há as principais reações de intemperismo químico do solo dispostas em 
um cone que apre senta base maior no lado superior e base menor no lado 
inferior. Dentro do cone, há círculos com as principais reações: dissolução 
(círculo em verde no lado esquer do superior do interior do cone), hidrólise 
(círculo em azul no lado direito superior do interior do cone) e oxirredução 
(círculo em laranjano lado inferior do interior do cone). UNIASSELVI A hidrólise 
é a reação de sais de ácido fraco, como o ácido silícico, e bases for tes, como 
hidróxido de sódio, o hidróxido de potássio, o hidróxido de cálcio e o hidróxido 
de magnésio. A hidratação dos minerais ocorre pela atração entre os dipolos 
das moléculas de água, e as cargas elétricas não neutralizadas das superfícies 
dos grãos, onde as moléculas de água entram na estrutura mineral, formando 
um novo mineral (BERTOL et al., 2010). A dissolução é a solubilização 
completa de alguns minerais, ocorrendo com frequência em terrenos calcários, 
levando à formação de relevos cársticos, ca racterizados por cavernas e 
dolinas. Já a oxidação é a reação que acontece com transferência de elétrons, 
modificando o número de elétrons dos minerais en volvidos, logo, adquirindo 
outras propriedades. Por exemplo, o piroxênio pode se transformar em goethita 
através de uma reação de oxidação. GEOLOGIA E TIPOS DE ROCHAS As 
rochas são consideradas o material geológico do qual o solo é originário, sendo 
um fator de resistência à sua formação, exercendo passividade à ação do clima 
e dos organis mos. A maior ou menor velocidade com que o solo se forma 
depende do tipo de mate rial originário, uma vez que, sob condições idênticas 
de clima, organismos e topografia, certos solos se formam mais rapidamente 
do que outros (DAIBERT; SANTOS, 2014). Existe uma grande variedade de 
rochas (materiais de origem), porém os mais comuns podem ser agrupados em 
quatro categorias: CATEGORIA 1 Materiais derivados de rochas claras (ou 
ácidas), como granitos, gnaisses, xistos e quartzitos. CATEGORIA 2 
CATEGORIA 3 Materiais derivados de rochas ígneas escuras (ou básicas), 
como basalto, diabásios, gabros e anfibolitos. Materiais derivados de 
sedimentos consolidados, como arenitos, ardósias e rochas calcárias. 5 1 
TEMA DE APRENDIZAGEM 2 CATEGORIA 4 e depósitos orgânicos. 
Sedimentos inconsolidados, como aluviões recentes, dunas de areia, cinzas 
vulcânicas O solo que é formado sobre a superfície terrestre se origina de 
vários tipos di ferentes de rochas (FINKLER et al., 2018). EM FOCO Confira a 
aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital 
do ambiente virtual de aprendizagem NOVOS DESAFIOS Neste tema, você 
conheceu a pedogênese. Com base nas suas novas aprendiza gens, seu 
conhecimento sobre solos está evoluindo cada vez mais. É possível que você 
já visualize o solo de outra forma. Você também poderá acessar os materiais 
indicados no decorrer do tema para complementar sua abordagem. Os 
materiais foram selecionados com cuidado para que você construa uma apren 
dizagem consolidada e embasada em conceitos, definições e reflexões críticas 
sobre Pedogênese. Também foi possível conhecer a importância dos fatores e 
processos de formação do solo, responsáveis pela sua origem. A partir da 
atuação do clima, material de origem, relevo, organismos e tempo em conjunto 
com as adições, remoções, transportes e transformações de materiais, uma 
grande variedade de solos é gerada na natureza. Você também pôde conhecer 
a classificação de um dos principais materiais originários do solo: as rochas. 
Esse importante recurso para a gênese do solo pode ser classificado em 
magmáticas (ou ígneas extrusivas e intrusivas), sedimentares e metamórficas. 
Vamos relembrar o que foi estudado nesta tema? ■ Os solos no processo de 
formação são controlados por cinco principais fatores: ativos (clima e 
organismos) e passivos (rocha, relevo e tempo). 5 1 UNIASSELVI ■ Os 
principais elementos do clima (temperatura e umidade) regulam o tipo e a 
intensidade de intemperismo das rochas, o crescimento dos or ganismos e a 
distinção entre os horizontes pedogenéticos. ■ Os organismos auxiliam no 
processo de decomposição e formação da matéria orgânica do solo. ■ Os 
materiais que dão origem ao solo podem ser classificados como au tóctones 
(que se originam da ação do intemperismo do material parental - rocha 
subjacente); alóctones (materiais que foram conduzidos de outras áreas) e 
pseudoautóctones (que resultam de um processo de mistura dos produtos 
locais ao longo das encostas). ■ As rochas (materiais de origem) podem ser 
agrupadas em quatro cate gorias: a) materiais derivados de rochas claras; b) 
materiais derivados de rochas ígneas escuras; c) materiais derivados de 
sedimentos consolidados; d) sedimentos inconsolidados. ■ A partir da 
lixiviação, da erosão e da cobertura vegetal, o relevo afeta o desenvolvimento 
do solo. ■ Além do mais, devido à topografia, encontramos denominações 
diferen tes para os solos: aluviais, coluviais e eluviais. ■ O período para que um 
solo passe do estágio jovem para o maduro varia com o tipo de material de 
origem, condições de clima e grau de erosão. ■ Intemperismo é o conjunto de 
modificações de ordem física (desagre gação) e química (decomposição) que 
as rochas sofrem ao surgirem na superfície da Terra. ■ Os produtos do 
intemperismo, rocha alterada e solo, estão sujeitos a outros processos, como 
erosão, transporte e sedimentação. ■ O intemperismo é classificado como 
físico e químico, em função dos mecanismos predominantes de atuação. ■ Os 
processos intempéricos que atuam como mecanismos modifica dores das 
propriedades físicas dos minerais e rochas (morfologia, resis tência, textura, 
dentre outros) são denominados de intemperismo físico. ■ O principal agente 
do intemperismo químico é a água da chuva, que infiltra e percola as rochas. ■ 
As principais reações do intemperismo químico são: hidratação, dis solução, 
hidrólise e oxidação.

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