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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA - PRATÍCA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA MULHER, CRIANÇA E ADOLESCENTE - Laboratório Luciana Nonato Taveira UP20205269 Manaus - 2022 2 Introdução O conceito de atenção humanizada é amplo e envolve um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam a promoção do parto e do nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal. Inicia-se no pré-natal e procura garantir que a equipe de saúde realize procedimentos comprovadamente benéficos para a mulher e o bebê, que evite as intervenções desnecessárias e que preserve sua privacidade e autonomia. A gravidez é um evento social que integram a vivência reprodutiva de homens e mulheres. Este é um processo singular, uma experiência especial no universo da mulher e de seu parceiro, que envolve também suas famílias e a comunidade. A gestação, parto e puerpério constituem uma experiência humana das mais significativas, com forte potencial positivo e enriquecedora para todos que dela participam. Objetivo Foi avaliada a adequação dos cuidados no pré-natal, parto e puerpério no laboratório com a aula administrada pela professora Ana Maria dos Santos Monteiro Neta no dia 14 de novembro de 2022 com o objetivo de ampliar nosso conhecimento na área de enfermagem. 3 I. Pré-natal O pré-natal refere-se ao conjunto de consultas ou visitas programadas da mulher gestante com o médico e sua equipe de saúde, objetivando o acompanhamento da gestação e a obtenção de uma adequada preparação para o parto e puerpério. Acompanhar, orientar, educar, rastrear possíveis situações de risco e tratar intercorrências que possam interferir no bem-estar do bebê, da gestante e de sua família correspondem a ações prioritárias de um adequado acompanhamento pré-natal. Caracteriza-se por um período de grandes transformações e que requer adaptação à chegada do novo membro da família, constituindo-se assim como um momento de maior vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, propício para o desenvolvimento de ações preventivas e de promoção à saúde. Um pré-natal adequado deve começar precocemente em torno da 10ª semana de gestação, garantindo assim, um maior número de ações de promoção e prevenção, permitindo a identificação precoce de gestações em situação de maior risco e a elaboração de um plano de acompanhamento individualizado. 1.1 Anamnese Após o diagnóstico da gestação, é importante propiciar espaço para que a mulher possa manifestar seus sentimentos e expectativas em relação à nova situação. É preciso compreender dentro de seu contexto familiar e social identificar o momento atual do ciclo de vida da família se o casal planejava a gestação, se usava algum método anticoncepcional e como está sendo recebida a notícia. O contexto social em que ocorre é fator determinante, não somente para o bom desenvolvimento da gestação como também para a relação que a mulher e sua família estabelecerão com o futuro bebê. A idade gestacional deve ser restabelecida a partir da data da última DUM, utilizando-se como base o primeiro dia de fluxo. A data provável do parto é determinada pela regra de Naegle e consiste na soma de 7 dias ao dia da DUM e subtração de 3 do mês da DUM ou soma de 9, conforme o mês. 1.2 Calendário de Consultas O calendário deve ser iniciado precocemente. O total de consultas deverá ser de, no mínimo seis, com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro. Sempre que possível, as consultas devem ser realizadas conforme o seguinte cronograma: • Até a 28ª semana mensalmente; • Da 28ª até a 36ª semana quinzenalmente; • Da 36ª até a 42ª semana semanalmente. 1.3 Consultas e Roteiro de Atendimento As consultas deverão incluir a recepção e identificação da paciente, dados socioeconômicos e culturais, motivo da consulta, antecedentes, familiares e pessoais, antecedentes ginecológicos, ciclo menstruais, uso de métodos contraceptivos ISTs, cirurgias ginecológicas, mamas, ultimo PCCU realizado, número de gestações, numero de partos, número de abortamentos, número de filhos vivo, idade da primeira gestação, intervalo entre gestações, número de recém-nascidos pré-termo e pós-termo, de baixo peso menos de 2.500g, com mais de 4.000g, com icterícia, complicações em gestações anteriores e puerpério, data da última menstruação, data provável do parto e idade gestacional, medicamentos usados, hábitos como fumar e beber, ocupação, se a gravidez foi desejada ou não. 4 1.4 Exame Físico Exame físico geral: peso e estado nutricional, estatura, frequência do pulso arterial, temperatura, pressão arterial, inspeção da pele e mucosa, exame do abdômen e membros inferiores, pesquisa de edema. Exame físico gineco-obstétrico: medida da altura uterina, ausculta dos batimentos cardíacos fetais após a 20ª semana, identificação da apresentação fetal no 3° trimestre, inspeção dos genitais externos. Exames complementares: hemograma, triagem sanguínea e fator Rh, coombs indireto se for Rh negativo, glicemia de jejum, teste rápido de triagem para sífilis ou VDRL, teste rápido diagnostico anti-HIV, anti-HIV, toxoplasmose IgM e IgG, sorologia para hepatite B, exame de urina e urocultura ultrassonografia obstétrica com a função de verificar a idade gestacional citopatológico de colo de útero se necessário, exame da secreção vaginal se houver indicação clínica, parasitológico de fezes se houver indicação clínica. 1.5 Procedimentos Cálculo de idade gestacional: os métodos para essa estimativa dependem da data da última DUM que corresponde ao primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher; estimar o tempo de gravidez a idade do feto. 1.6 Vacinas na Gestação A vacinação durante a gestação objetiva não somente a proteção da gestante, mas também a proteção do feto. Não há evidências de que, em gestantes, a administração de vacinas de vírus inativa da raiva humana e influenza, por exemplo, de bactérias mortas, toxoides tetânico e diftérico e de vacinas constituídas por componentes de agentes infecciosos como hepatite B, acarrete qualquer risco para o feto. II. Parto A assistência de enfermagem no parto refere-se ao período em que a gestante apresenta contrações uterinas em intervalos regulares, que aumentam progressivamente em termos de frequência e intensidade, com o passar do tempo são concomitantes ao apagamento e dilatação progressiva do colo uterino. 2.1 Fases do Trabalho de Parto O parto é o momento mais esperado durante toda a gravidez. Nas últimas semanas a gestante poderá começar a sentir a descida da barriga. Os primeiros sinais de início de trabalho de parto são: Expulsão do rolhão mucoso: consiste na eliminação pela vagina de muco gelatinoso rosado ou acastanhado. A sua expulsão pode ocorrer dias ou horas antes do parto e significa que o nascimento será em brave. 5 Ruptura da Bolsa de Água: é a saída de líquido amniótico pela vagina devido à rotura das membranas que envolvem o bebê. Pode sair lentamente ou de repente, em grande quantidade, normalmente é claro e transparente. Nesta situação deve se dirigir ao hospital o mais rápido possível. Contrações Uterinas Regulares: no início do trabalho de parto, as contrações são irregulares e são pouco frequentes. Começa por sentir que a barriga fica rija, podendo não haver dor. Progressivamente, vão se tornando mais regulares, mais intensas e mais próximas. Quando as contrações forem regulares, com intervalos de dez minutos, deve dirigir-se à maternidade. Nas últimas semanas de gravidez é comum ocorrerem contrações irregulares e indolores, sem que isto signifique o início do trabalho de parto. 2.2 Etapasdo Parto • Dilatação: o colo do útero, por onde o bebê passa para sair, começa a encurtar e a dilatar até a cerca de dez centímetros. As contrações se tornam cada vez mais regulares e próximas, é o período mais demorado do trabalho de parto, podendo demorar de 12 a 16 horas por vezes mais no primeiro filho. • Expulsão: pode demorar de 20 a 40 minutos no primeiro filho. O feto desce ao longo da bacia e acaba por sair para o exterior através da vagina e da vulva. Pode ser necessário efetuar um pequeno corte do períneo, para facilitar a saída do feto e evitar rasgaduras perineais ou do ânus. • Dequitação: depois do nascimento do bebê, a placenta e as membranas que envolveram o feto saem por sí, pode fazer uma massagem na barriga para ajudar a placenta a se desprender do útero. 2.3 Manobra de Leopold Essa manobra é conhecida como a manobra palmatória obstétrica, utilizada para identificar a estática fetal, verificação do todo, para que seja efetuada, utilizamos como instrumentos as mãos, olhos, ouvidos, dedos e cheiro. Ela possui quatro fases diferentes: • Primeira fase: o enfermeiro ficará posicionado na altura das pernas/pelve das gestantes e palpará o fundo do útero para que consiga identificar a apresentação fetal e alem disso a altura do FU, estimando assim a idade gestacional. • Segunda fase: o avaliador palpará as laterais do útero, com a finalidade de identificar o dorso feta. Essa identificação equivale à posição fetal e o local onde encontramos o foco do BFC. Denominamos essa fase como a identificação da situação fetal, que pode ser longitudinal, transversa ou oblíqua. • Terceira fase: com a mão em forma de U ou C, o enfermeiro mobiliza a apresentação fetal, se mexer muito quer dizer que o feto está alto, caso o movimento seja pouco, o feto está baixo. • Quarta fase: o avaliador se posiciona na altura da cabeça da gestante com a palma das mãos, ele vai apalpar a sínfise publica. 6 III. Puerpério O puerpério é o período pós-parto, inicia logo após o nascimento e dura até 40 dias, está dividido em 3 fases: • Puerpério imediato: primeiras 24 horas; • Puerpério mediato: de 25 horas até 72 horas; • Puerpério tardio: de 73 horas até 40 dias. Esse período do puerpério é caracterizado por algumas mudanças fisiológicas da parturiente: • Involução uterina: o útero entra em um processo de regressão gradativo até voltar ao seu tamanho original. Nas primeiras 24 horas a redução deverá ser de 50%. Cabe ao profissional de enfermagem observar e anotar esse processo, com a mão no abdômen da puérpera, localizar o fundo do útero, que deverá estar próximo da cicatriz umbilical. • Loquiação: é a secreção que sai do útero após o parto, semelhante a uma menstruação, mas com o dor e características diferentes. O volume de loquiação será maior nos primeiros dias, diminuindo ao passar do tempo até cessar em torno de 15 dias. A sua coloração também sofre alterações indo do vermelho até o esbranquiçado. • Colostro: é a secreção liberada pela mama nos primeiros dias de amamentação. Tem coloração amarelada, consistência grossa e rica em gordura. É a alimentação ideal do recém-nascido nos primeiros dias. • Leite materno: apresenta uma consistência mais fina, mais transparente. É o alimento ideal nos primeiros 6 meses. Possuem todos os nutrientes necessários, propriedades imunológicas e água. Além de proporcionar momento de interação entre mãe e filho. 7 Conclusão Assistir às mulheres no momento do parto e nascimento com segurança e dignidade é compromisso fundamental do Ministério da Saúde. O Ministério da Saúde apresenta esta publicação com o objetivo de disseminar conceitos e práticas da assistência ao parto entre os profissionais de saúde. Pretende, principalmente, integrar a capacitação técnica à necessária humanização do processo de atenção à mulher durante a gestação e o parto. Desta forma, será possível resgatar para mulheres e profissionais de saúde a singularidade dente momento. Reconhecer a individualidade é humanizar o atendimento. Permite ao profissional estabelecer com cada mulher um vínculo e perceber suas necessidades e capacidade de lidar com o processo do nascimento. Permite também relações menos desiguais e menos autoritárias, na medida em que o profissional em lugar de "assumir o comando da situação" passa a adotar condutas que tragam bem-estar e garantam a segurança para a mulher e o bebê. 8 Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, Aborto e Puerpério: Assistência Humanização à Mulher. 2001. TASCA, Deisi Deott et.al. Protocolo de atenção e assistência ao trabalho de pré parto, parto e pós parto. Hospital Regional do Oeste de Santa Catarina, 2018. NETTINA, S.M. Prática de Enfermagem. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.