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ORGANIZAÇÃO ANATÔMICA Sobre a faculdade Propósito Transformar a vida do profissional da Saúde para o melhor. Missão Nossa missão é impulsionar o desenvolvimento pessoal e profissional desses es- pecialistas, capacitando-os com conhecimentos avançados e técnicas inovadoras. Visão Proporcionar educação de excelência nos campos da Saúde, Estética e Bem-Estar e Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e internacional. Valores Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e influenciando mentalidades e comportamentos de formas positiva e vencedora. Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos da em- presa, diferenciando nossos beneficiários no mercado competitivo. Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as regula- mentações e legislações vigentes. Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os bons relacionamentos. Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e capazes de justificar as nossas ações e decisões. ©Copyright Nepuga | 2024 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada, reproduzida ou armazenada em qualquer forma ou meio, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc, sem a permissão por escrito da Instituição. 1. Introdução ................................................................................................................4 1.1 TERMOS ANATÔMICOS ......................................................................................4 2. Anatomofisiologia do Sistema Muscular ..............................................................8 3. Anatomofisiologia do Sistema Vascular .............................................................. 18 3.1 VASCULARIZAÇÃO DA FACE ........................................................................... 21 4. Anatomofisiologia do Sistema Linfático .............................................................27 4.1 DRENAGEM LINFÁTICA DA FACE .................................................................. 32 5. Anatomofisiologia do Sistema Nervoso ..............................................................34 5.1 ENERVAÇÃO DA FACE......................................................................................40 6. Conclusão ...............................................................................................................43 Referências bibliográficas ........................................................................................45 Sumário 4 Organização Anatômica 1 Introdução O sistema musculoesquelético, nervoso e o sistema linfático são componentes essenciais do corpo humano. O sistema muscular é composto por diferentes tipos de músculos, com origens e inserções, e outras estruturas. O sistema nervoso é responsável por transmitir sinais elétricos e químicos entre o cérebro, a medula espinhal e os órgãos, permitindo o controle do movimento, a percepção sensorial e a coordenação das funções corporais. Ele inclui o sistema nervoso central (cé- rebro e medula espinhal) e o sistema nervoso periférico (nervos que se estendem por todo o corpo) (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Por outro lado, o sistema linfático desempenha um papel crucial na imunida- de e na remoção de resíduos do corpo. Ele consiste em vasos linfáticos, gânglios linfáticos, baço e amígdalas. Os vasos linfáticos transportam o fluido linfático, que contém células imunológicas, enquanto os gânglios linfáticos filtram e pu- rificam esse fluido. O baço é responsável pela remoção de células sanguíneas velhas e pela produção de novas células sanguíneas, e as amígdalas ajudam a proteger contra infecções (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). O estudo desses sistemas é fundamental para entender a saúde e o funcio- namento do corpo humano, bem como para o desenvolvimento de tratamentos médicos e estéticos avançados (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Neste momento será abordado as características fisiológicas dos músculos, o sistema nervoso e o sistema linfático aplicado à estética. 1.1 TERMOS ANATÔMICOS As descrições anatômicas baseiam-se em quatro planos imaginários: o plano mediano, os planos sagitais, os planos frontais (coronais) e os planos transver- sos. Esses planos cruzam o corpo na posição anatômica (Figura 1) (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): 5 Organização Anatômica 5 • Plano Mediano (Plano Sagital Mediano): É um plano anteroposterior verti- cal que passa longitudinalmente através das linhas medianas da cabeça, do pescoço e do tronco. Ele divide o corpo em metades direita e esquerda. Muitas vezes, o termo “linha mediana” é erroneamente usado como sinônimo de plano mediano. • Planos Sagitais: São planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano. Embora o termo “parassagital” seja usado, todo plano pa- ralelo ao plano mediano, situado a cada lado dele, é, por definição, sagital. Um plano próximo ao plano mediano pode ser denominado “plano paramediano”. • Planos Frontais (Coronais): São planos verticais que atravessam o corpo for- mando ângulos retos com o plano mediano. Eles dividem o corpo em partes anterior e posterior. • Planos Transversos: São planos horizontais que atravessam o corpo forman- do ângulos retos com os planos mediano e frontal. Eles dividem o corpo em partes superior e inferior. Os radiologistas também se referem a esses planos como “transaxiais”, frequentemente abreviados como “planos axiais”. Figura 1: Planos Sagitais, Frontais e Transversos Fonte: Moore, 2024. 6 Organização Anatômica Como o número de planos sagitais, frontais e transversos é ilimitado, é ne- cessário empregar um ponto de referência (geralmente um ponto visível ou pal- pável ou um nível vertebral) para identificar a localização ou o nível do plano, como “plano transverso através do umbigo”. Os cortes da cabeça, do pescoço e do tronco nos planos frontal e transverso precisos são simétricos, atravessando as partes direita e esquerda de estruturas pares e permitindo alguma comparação. O principal uso dos planos anatômicos é descrever cortes (Figuras 2 e 3) (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): • Cortes Longitudinais: São feitos no sentido do comprimento ou paralelos ao eixo longitudinal do corpo ou de uma de suas partes. Embora os planos me- diano, sagital e frontal sejam os cortes longitudinais padronizados (mais usa- dos), é possível fazer cortes longitudinais em uma gama de 180°. • Cortes Transversos: São “fatias” do corpo ou de suas partes perpendiculares ao eixo longitudinal do corpo ou de uma de suas partes. Como o eixo longitu- dinal do pé é horizontal, o corte transverso do pé está no plano frontal. • Cortes Oblíquos: São “fatias” do corpo ou de qualquer uma de suas partes que não são feitas ao longo de um dos planos anatômicos já mencionados. Na prática, muitas imagens radiológicas e cortes anatômicos não são feitos exatamente nos planos sagital, frontal ou transverso; muitas vezes, são um pouco oblíquos. Figura 2: Corte dos Membros Fonte: Moore, 2024. 7 Organização Anatômica 7 Figura 3: Posição anatômica e termos de relação e comparação Fonte: Moore, 2024. 8 Organização Anatômica 2 Anatomofisiologia do Sistema Muscular O sistema muscular é composto por todos os músculos do corpo. A maioria dos músculos é formada pelos músculos esqueléticos voluntários. Esses múscu- los são constituídos por um tipo específico de tecido muscular. No entanto, ou- tros tipos de tecido muscular também formam alguns músculos, como os mús- culos ciliar e detrusor, além dos músculos eretores dos pelos. Além disso, o tecido muscular está presente em importantes componentes dos órgãos de outros siste- mas, incluindo os sistemas circulatório, digestório, genital, urinário, tegumentar e visual (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Os três principais tipos de músculo são diferenciados combases relacionadas a (Moore, 2024): Controle pela vontade Músculo estriado esquelético: Este é o músculo somático voluntário que forma os músculos esqueléticos responsáveis por mover ou estabilizar ossos e outras estruturas, como os bulbos dos olhos. Aparência ao microscópio Músculo estriado cardíaco: Esse músculo é visceral e involuntário. Ele forma a maior parte das paredes do coração e partes adjacentes dos grandes vasos san- guíneos, como a aorta, e é responsável por bombear o sangue. Localização na parede do corpo e nos órgãos ocos Músculo liso (não estriado): Este é um músculo visceral involuntário que for- ma parte das paredes da maioria dos vasos sanguíneos e órgãos ocos (vísceras). Ele desloca substâncias através dessas estruturas por meio de contrações se- quenciais coordenadas, como pulsações ou contrações peristálticas. 9 Organização Anatômica 9 Um resumo dos tipos de músculos pode ser visto no Quadro 1: Quadro 1: Tipos de Músculos Tipo de Músculo Localização: Forma músculos grandes (p. ex., M. bíceps bra- quial) fixados ao esqueleto e fáscia dos membros, parede do corpo e cabeça. Estimulação: Contração intermitente (fásica) acima do tônus basal; sua principal ação é produzir movimento (contração isotônica) por meio do encurtamento (contração concêntrica) ou do alon- gamento controlado (contração excêntrica), ou manter a posição contra a gravidade ou outra força de resistência sem movimento (contração isométrica). Tipo de atividade: Contração intermitente (fásica) acima do tônus basal; sua principal ação é produzir movimento (contra- ção isotônica) por meio do encurtamento (contração concên- trica) ou do alongamento controlado (contração excêntrica), ou manter a posição contra a gravidade ou outra força de re- sistência sem movimento (contração isométrica). Localização: Músculo do coração (miocárdio) e partes adja- centes dos grandes vasos (aorta, veia cava. Estimulação: Involuntária; estimulação e propagação intrín- secas (miogênicas); a velocidade e a força de contração são modificadas pela divisão autônoma do sistema nervoso. Tipo de atividade: Contração rítmica contínua, rápida, forte; bombeia o sangue do coração. Tipo de Músculo Tipo de Músculo Localização: Paredes das vísceras ocas e vasos sanguíneos, íris e corpo ciliar do olho; fixado aos folículos pilosos da pele (músculo eretor do pelo). Estimulação: Involuntária pela divisão autônoma do sistema nervoso. Tipo de atividade: Contração fraca, lenta, rítmica ou tônica mantida; sua principal ação é impulsionar substâncias (pe- ristalse) e restringir o fluxo (vasoconstrição e atividade es- fincteriana). Fonte: adaptado de Moore, 2024. 10 Organização Anatômica Os músculos esqueléticos, frequentemente chamados apenas de “músculos”, consistem em porções carnosas, avermelhadas e contráteis. Essas porções são formadas por músculo esquelético estriado. Alguns músculos são completamen- te carnosos, enquanto a maioria também possui porções brancas não contráteis, conhecidas como tendões. Esses tendões são compostos principalmente por fei- xes colágenos organizados, proporcionando um meio de inserção. (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Os músculos possuem uma origem e uma inserção. A origem muscular refe- re-se ao ponto de fixação de um músculo em um osso que não se move durante a contração. Em outras palavras, é o local onde o músculo se origina e permanece fixo. Por outro lado, a inserção muscular é o ponto de fixação do músculo em um osso que se move durante a contração. Geralmente, a inserção está mais distante do corpo (distal), enquanto a origem está mais próxima do corpo (proximal) em relação à inserção (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Quando se refere ao comprimento de um músculo, considera-se tanto o ventre muscular quanto os tendões. Em outras palavras, o comprimento de um músculo é a distância entre suas inserções. A maioria dos músculos esqueléticos está diretamente ou indiretamente fixada aos ossos, cartilagens, ligamentos ou fáscias. Alguns músculos estão fixados a órgãos (como o bulbo do olho), à pele (como os músculos da face) e às túnicas mucosas (músculos intrínsecos da língua). Além de sua função na locomoção, os músculos também proporcionam sustentação estática, moldam o corpo e geram calor (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). A arquitetura e o formato dos músculos variam (Figura 4). Os tendões de alguns músculos formam lâminas planas, conhecidas como aponeuroses, que fixam o músculo ao esqueleto (geralmente a uma crista ou série de processos espinhosos) e/ou à fáscia muscular. Por exemplo, o músculo latíssimo do dorso possui uma aponeurose, assim como os músculos oblíquos da parede anterolate- ral do abdome. A nomenclatura dos músculos geralmente está relacionada à sua função ou aos ossos aos quais estão fixados. Por exemplo, o músculo abdutor do dedo mínimo realiza a abdução desse dedo. O músculo esternocleidomastóideo se insere inferiormente no esterno e na clavícula, e superiormente no processo mastoide do osso temporal do crânio. Além disso, os músculos podem ser descri- 11 Organização Anatômica 11 tos ou classificados com base em sua posição (medial, lateral, anterior, posterior) ou comprimento (curto, longo). O formato do músculo também pode influenciar seu nome (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Os músculos planos têm fibras paralelas e frequentemente apresentam uma aponeurose. Por exemplo: • Músculo Oblíquo Externo do Abdome (Músculo Plano Largo): possui fibras paralelas e uma aponeurose. • Músculo Sartório: É um músculo plano estreito com fibras paralelas. Os músculos peniformes têm organização semelhante a penas em seus fas- cículos. Podem ser: • Semipeniformes: Exemplo: Músculo Extensor Longo dos Dedos. • Peniformes: Exemplo: Músculo Reto Femoral. • Multipeniformes: Exemplo: Músculo Deltoide. Os músculos fusiformes têm formato de fuso, com um ou mais ventres re- dondos e espessos, de extremidades afiladas. Exemplo: Músculo Bíceps Braquial. Os músculos triangulares originam-se em uma área larga e convergem para formar um único tendão. Exemplo: Músculo Peitoral Maior. Os músculos quadrados têm quatro lados iguais. Exemplo: Músculo Reto do Abdome entre suas interseções tendíneas. Os músculos circulares ou esfincterianos circundam uma abertura ou orifí- cio do corpo, fechando-os quando se contraem. Exemplo: Músculo Orbicular dos Olhos (Fecha as Pálpebras).: Os Músculos com Múltiplas Cabeças ou Ventres têm mais de uma cabeça de inserção ou mais de um ventre contrátil: • Músculo Bíceps Braquial: Duas cabeças de inserção. • Músculo Tríceps Braquial: Três cabeças de inserção. • Músculos Digástrico e Gastrocnêmio: Dois ventres (organização em série e paralelo, respectivamente). 12 Organização Anatômica Figura 4: Arquitetura e formato dos músculos esqueléticos Fonte: Moore, 2024. Os músculos esqueléticos atuam por meio da contração, puxando e nunca empurrando. Durante a contração, uma das inserções geralmente permanece fixa, enquanto a outra (mais móvel) é puxada em direção a ela, resultando em movimento. As fixações musculares são descritas como origem (extremidade proximal) e inserção (extremidade distal). Alguns músculos podem agir em am- bas as direções, como no exemplo do exercício de flexão de braços no solo. Exis- tem diferentes tipos de contrações, como visto a seguir (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): 13 Organização Anatômica 13 • Contração Reflexa: Aspectos automáticos (reflexos) dos músculos esqueléticos, como os movi- mentos respiratórios do diafragma e o reflexo miotático. • Contração Tônica: Mesmo em repouso, os músculos estão levemente contraídos, conferindo fir- meza e ajudando na estabilidade das articulações e postura. • Contração Fásica: Existem dois tipos principais de contrações ativas (Figura 5): • Isotônicas: O músculo muda de comprimento, produzindomovimento. • Isométricas: O comprimento do músculo permanece igual, mas a força au- menta para resistir à gravidade ou outras forças antagônicas. • Contração Isotônica: Existem dois tipos de contrações isotônicas (Figura 5): • Contração Concêntrica: A contração concêntrica é aquela que mais frequentemente associada ao mo- vimento. Nesse tipo de contração, o músculo encurta enquanto gera força. Imagine levantar uma xícara, empurrar uma porta ou dar um soco. Em todos esses casos, os músculos estão se contraindo concentricamente. A capacidade de aplicar força excepcional por meio da contração concêntrica é o que distin- gue um atleta de um amador. • Contração Excêntrica: A contração excêntrica é menos conhecida, mas igualmente importante. Nese tipo, o músculo se alonga enquanto continua a exercer força. Um exemplo clássico é quando você desenrola uma corda. O músculo está se alongando controladamente, mas ainda está gerando força. As contrações excêntricas são fundamentais para movimentos coordenados e funcionais, como cami- nhar, correr e até mesmo depositar objetos no chão ou sentar-se. 14 Organização Anatômica Em relação às Contrações Complementares, é importante falar da Coordena- ção Agonista-Antagonista. Quando um músculo principal (agonista) está sofren- do uma contração concêntrica, seu antagonista está frequentemente passando por uma contração excêntrica coordenada. Por exemplo, ao caminhar, há contra- ção concêntrica para levar o centro de gravidade para a frente. Quando o centro de gravidade passa na frente do membro, ocorre contração excêntrica para evitar cambaleio durante a transferência de peso para a outra perna (Moore, 2024; Tor- tora; Derrickson, 2023). Figura 5: Tipos de contração do músculo esquelético Fonte: Moore, 2024. As contrações excêntricas exigem menos energia meta- bólica com a mesma carga, mas podem gerar níveis de tensão muito maiores do que as contra- ções concêntricas (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Outro aspecto importante de se abordar é a unidade mo- tora (Figura 6), que é a base funcional do músculo. A unida- de motora é fundamental para o funcionamento muscular. Ela consiste em um neurônio motor e nas fibras musculares que esse neurônio controla. Quando um neurônio motor é estimulado, todas as fibras musculares su- pridas por essa unidade motora se contraem simultaneamente. O número de fibras musculares em uma unidade motora varia, de- pendendo do tamanho e da fun- ção do músculo (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). 15 Organização Anatômica 15 Assim como a maioria dos tecidos de nosso corpo, os músculos também apre- sentam diversas funções. Pode-se citar (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): Músculo Agonista O músculo agonista é o principal responsável por produzir um movimento es- pecífico. Durante a contração concêntrica, o músculo agonista encurta e gera força. Isso ocorre, por exemplo, ao levantar um objeto ou empurrar uma porta. A capacidade de aplicar força excepcional por meio da contração concêntrica é fundamental para atletas. Na maioria dos movimentos há apenas um músculo agonista envolvido. Músculo Fixador O músculo fixador estabiliza as partes proximais de um membro. Ele se contrai isometricamente, mantendo o comprimento constante enquanto outras partes do membro se movem. Músculo Sinergista O músculo sinergista complementa a ação do músculo agonista. Pode ser um auxiliar direto, trabalhando em conjunto com o agonista, ou um auxiliar indireto, servindo como fixador de uma articulação intermediária. Em muitos casos exis- tem vários músculos sinergistas auxiliando um determinado músculo agonista. Músculo Antagonista O músculo antagonista se opõe à ação do agonista. Durante a contração con- cêntrica do agonista, o antagonista passa por uma contração excêntrica coorde- nada. Essa coordenação permite movimentos suaves e controlados. 16 Organização Anatômica Figura 6: Estrutura do músculo esquelético e unidade motora Fonte: Moore, 2024. O mesmo músculo pode desempenhar diferentes papéis em situações dis- tintas. Além disso, em algumas circunstâncias, a gravidade pode atuar como o verdadeiro “agonista”. Isso cria uma situação paradoxal em que o músculo nor- malmente responsável pelo movimento fica inativo (passivo), enquanto o rela- xamento controlado (contração excêntrica) dos músculos antagonistas (que re- sistem à gravidade) se torna o componente ativo do movimento (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Por exemplo, considere o abaixamento dos membros superiores da posição abduzida (quando os braços estão estendidos lateralmente a 90° com o tronco) na posição de pé. Nesse caso a força agonista é a gravidade. Os músculos normal- 17 Organização Anatômica 17 mente descritos como agonistas para esse movimento (peitoral maior e latíssimo do dorso) estão inativos ou passivos. O músculo deltoide, que normalmente é um abdutor, está ativamente inervado e realiza uma contração excêntrica para con- trolar o movimento (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Caso um músculo realize a tração ao longo de uma linha paralela ao eixo dos ossos, ele apresentará uma desvantagem na realização de um movimento. Neste caso ele mantém contato entre as superfícies da articulação que ele cruza. Este é um músculo do tipo fixador (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Já se a orientação do músculo em relação ao movimento for mais oblíqua, como quando realiza-se a flexão do cotovelo através do músculo bíceps, dá-se o nome de músculo de impulsão (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Resumidamente a orientação da linha de tração de um músculo em relação ao eixo do osso afeta sua capacidade de gerar movimento efetivo. Quanto mais oblí- qua essa linha, maior a eficiência/força de tração/contração do músculo (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). 18 Organização Anatômica 3 Anatomofisiologia do Sistema Vascular O sistema circulatório (Figura 7) é responsável por transportar líquidos por todo o corpo. Ele é composto pelo coração, pelos vasos sanguíneos e pelos vasos linfáticos. Juntos, o coração e os vasos sanguíneos formam uma rede complexa para o transporte de sangue. O coração bombeia o sangue através dessa vasta rede de vasos sanguíneos, permitindo que ele transporte nutrientes, oxigênio e resíduos para dentro e para fora das células do corpo. O sistema circulatório é composto por três tipos principais de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares (Figura 8) (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). ARTÉRIAS • Os capilares são os vasos mais finos e conectam as artérias às veias. • Eles formam um leito capilar nos tecidos, onde ocorre a troca de oxigênio, nutrientes e resíduos com o líquido extracelular. • Os capilares têm paredes muito finas para facilitar essa troca. CAPILARES • As artérias transportam o sangue para fora do coração. • Elas possuem paredes espessas e são responsáveis por distribuir o sangue pelo corpo. • O sangue sai do coração sob alta pressão através das artérias. VEIAS • As veias são responsáveis por levar o sangue de volta ao coração. • Elas começam como vênulas (semelhantes a capilares largos) e gradual- mente se tornam veias maiores. • As veias cavas superior e inferior reconduzem o sangue pouco oxigenado de volta ao coração. 19 Organização Anatômica Figura 7: Parte sistêmica do sistema circulatório Fonte: Moore, 2024. Os vasos sanguíneos do sistema circulatório possuem três camadas distintas, conhecidas como túnicas (Figura 8) (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): TÚNICA ÍNTIMA • A túnica íntima é o revestimento interno dos vasos sanguíneos. • Ela consiste em uma única camada de células epiteliais muito achatadas cha- mada endotélio. • Os capilares são formados exclusivamente por essa túnica, e os capilares san- guíneos também possuem uma membrana basal de sustentação.20 Organização Anatômica TÚNICA MÉDIA • A túnica média é a camada intermediária. • Ela é composta principalmente por músculo liso. • A espessura da túnica média varia entre diferentes tipos de vasos, como arté- rias, veias e vasos linfáticos. TÚNICA ADVENTÍCIA • A túnica adventícia é a camada externa dos vasos sanguíneos. • Ela é formada por tecido conjuntivo. • Nas artérias, a quantidade de fibras elásticas na túnica adventícia também é um fator distintivo. Figura 8: Estrutura dos vasos sanguíneos Fonte: Moore, 2024. 21 Organização Anatômica 3.1 VASCULARIZAÇÃO DA FACE • Irrigação Arterial da Face A face é ricamente irrigada por artérias superficiais (Figura 9 e Quadro 2) e veias externas (Figura 10 e Quadro 3), evidenciando-se pelo rubor e pela pa- lidez (por exemplo, devido ao frio). Os ramos terminais das artérias e veias anastomosam-se livremente, incluindo anastomoses através da linha media- na com seus pares contralaterais (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). • Artérias Superficiais da Face A maioria das artérias superficiais da face origina-se de ramos da artéria caró- tida externa. A principal responsável pelo suprimento arterial da face é a artéria facial. Ela se origina da artéria carótida externa e segue um trajeto sinuoso até a margem inferior da mandíbula, imediatamente anterior ao músculo masseter. A artéria facial cruza a mandíbula, o músculo bucinador e a maxila, percorren- do a face até o ângulo medial do olho, onde se encontram as pálpebras superior e inferior. Profundamente aos músculos zigomático maior e levantador do lábio superior, a artéria facial envia ramos para os lábios superior e inferior, ascen- dendo ao longo da lateral do nariz e anastomosando-se com o ramo nasal dor- sal da artéria oftálmica. Na região lateral do nariz, a parte terminal da artéria facial é denominada artéria angular (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Figura 9: Artérias superficiais da face e do couro cabeludo Fonte: Moore, 2024. 22 Organização Anatômica Outra artéria importante é a artéria temporal superficial, que emerge na face entre a articulação temporomandibular (ATM) e a orelha. Ela entra na fossa temporal e termina no couro cabeludo, dividindo-se em ramos frontal e parie- tal. Esses ramos arteriais acompanham ou seguem muito próximos dos ramos correspondentes do nervo auriculotemporal (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Além das artérias temporais superficiais, várias outras artérias acompanham nervos cutâneos na face. As artérias supraorbitais e supratrocleares, ramos da artéria oftálmica, seguem pelos supercílios e pela fronte. A artéria supraorbital supre a parte anterior do couro cabeludo até o vértice, enquanto a artéria men- tual, o único ramo superficial derivado da artéria maxilar, acompanha o nervo do mesmo nome no mento (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Quadro 2: Artérias superficiais da face e do couro cabeludo Artéria Origem Trajeto Distribuição A. facial A. carótida externa Ascende profundamente à glândula submandibular; espirala- se ao redor da margem inferior da mandíbula e entra na face. Músculos da expressão facial A. labial inferior A. facial perto do ângulo da boca Segue medialmente no lábio infe- rior Lábio inferior A. labial superior Segue medialmente no lábio su- perior Lábio superior e asa do nariz e sep- to nasal A. nasal lateral A. facial quando ascende ao longo do nariz Segue até a asa do nariz Pele na asa e dorso do nariz A. angular Ramo terminal da A. facial Segue até o ângulo medial do olho Parte superior da bochecha e pálpebra inferior A. occipital A. carótida externa Segue medial ao ventre posterior do M. digástrico e processo mas- toide Couro cabeludo do dorso da cabeça, até o vértice A. auricular posterior A. carótida ex- terna Segue posteriormente, profun- damente à glândula parótida, ao longo do processo estiloide, entre o processo mastoide e a orelha Orelha e couro cabeludo posterior à orelha 23 Organização Anatômica 23 Artéria Origem Trajeto Distribuição A. temporal superficial Ramo terminal menor da A. carótida externa Ascende anteriormente à orelha até a região temporal e termina no couro cabeludo Músculos faciais e pele das regiões frontal e temporal A. facial transversa A. temporal superficial na glândula parótida Atravessa a face superficialmente ao M. masseter e inferiormente ao arco zigomático Glândula parótida e ducto parotídeo, músculos e pele da face A. mentual Ramo terminal da A. alveolar inferior Emerge do forame mentual e se- gue até o mento Músculos faciais e pele do mento A. supraorbital Ramos terminais da A. oftálmica Segue superiormente a partir do forame supraorbital Músculos e pele de fronte e couro cabeludo e túnica conjuntiva superior A. supratroclear Segue superiormente a partir da incisura supratroclear Fonte: adaptado de Moore, 2024. Vascularização do Couro Cabeludo O couro cabeludo é ricamente vascularizado. As artérias percorrem a segunda camada do couro cabeludo, que é o tecido conjuntivo subcutâneo entre a pele e a aponeurose epicraniana. Essas artérias anastomosam-se livremente com ou- tras artérias adjacentes e, através da linha média, com as artérias contralaterais. As paredes arteriais estão firmemente inseridas no tecido conjuntivo denso, o que limita sua capacidade de constrição quando seccionadas. Portanto, feridas no couro cabeludo podem resultar em hemorragia abundante (Moore, 2024; Torto- ra; Derrickson, 2023). A irrigação arterial do couro cabeludo provém das artérias carótidas externas, através das artérias occipital, auricular posterior e temporal superficial, e das artérias carótidas internas, através das artérias supratroclear e supraorbital. No entanto, a maior parte do suprimento sanguíneo para o neurocrânio é fornecida pela artéria meníngea média (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). 24 Organização Anatômica Veias Externas da Face • A maioria das veias externas da face é drenada por veias que acompanham as artérias faciais. Como ocorre com a maioria das veias superficiais, existem variações individuais (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Drenagem Venosa da Face Assim como em outras partes do corpo, as veias da face apresentam mui- tas anastomoses, permitindo a drenagem por vias alternativas durante períodos de compressão temporária. Essas vias alternativas incluem vias superficiais (por meio das veias facial e retromandibular/jugular externa) e drenagem profunda (por meio das anastomoses com o seio cavernoso, o plexo venoso pterigoideo e a veia jugular interna) (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). • Veias Faciais: As veias faciais, que acompanham as artérias faciais ou correm paralelamente a elas, são veias avalvulares responsáveis pela drenagem su- perficial primária da face. A veia facial profunda é uma tributária importante, drenando o plexo venoso pterigoideo da fossa infratemporal. Inferiormente à margem da mandíbula, a veia facial se une ao ramo anterior (comunicante) da veia retromandibular. A veia facial pode drenar diretamente ou indiretamente para a veia jugular interna (VJI). No ângulo medial do olho, a veia facial co- munica-se com a veia oftálmica superior, que, por sua vez, drena para o seio cavernoso. • Veia Retromandibular: A veia retromandibular é um vaso profundo da face formado pela união da veia temporal superficial com a veia maxilar. A veia maxilar drena o plexo venoso pterigoideo. A veia retromandibular segue pos- teriormente ao ramo da mandíbula dentro do tecido da glândula parótida, superficialmente à artéria carótida externa e profundamente ao nervo facial. Quando emerge do polo inferior da glândula parótida, a veia retromandibular divide-se em um ramo anterior, que se une à veia facial, e um ramo posterior, que se une à veia auricular posterior, inferiormente à glândula parótida,for- mando a veia jugular externa. Essa veia segue inferior e superficialmente no pescoço, desaguando na veia subclávia. 25 Organização Anatômica 25 Figura 10: Veias da face e do couro cabeludo Fonte: Moore, 2024. Quadro 3: Veias da face e do couro cabeludo Artéria Origem Trajeto Término Área drenada V . su pr at ro cl ea r Começa no plexo venoso na fronte e no couro cabeludo, através do qual se comunica com o ramo frontal da V. temporal superficial, a veia contralateral e V. supraorbital Desce perto da linha mediana da fronte até a raiz do nariz, onde se une à V. supraorbital V. angular na raiz do nariz Parte anterior do couro cabeludo e da fronte V . su pr ao rb it al Começa na fronte ao se anastomosar com a tributária frontal da V. temporal superficial Segue medialmente superior à órbita; une-se à V. supratroclear; um ramo atravessa a incisura supraorbital e se une à V. oftálmica superior V . an gu la r Começa na raiz do nariz pela união das Vv. supratroclear e supraorbital Desce obliquamente ao longo da raiz e face lateral do nariz até a margem orbital inferior Torna-se a V. facial na margem inferior da órbita Parte anterior do couro cabeludo e da fronte; pálpebras superior e inferior e túnica conjuntiva 26 Organização Anatômica V . f ac ia l Continuação da V. angular além da margem inferior da órbita Desce ao longo da margem lateral do nariz, recebendo as Vv. nasal externa e palpebral inferior; segue obliquamente através da face para cruzar a margem inferior da mandíbula; recebe comunicação da V. retromandibular V. jugular oposta ou inferior ao nível do hioide Parte anterior do couro cabeludo e fronte; pálpebras; externa do nariz; região anterior da bochecha; lábios; mento V . f ac ia l p ro fu n da Plexo venoso pterigoideo Segue anteriormente sobre a maxila, superiormente ao M. bucinador e profundamente ao M. masseter, emergindo medialmente à margem anterior do M. masseter para a face Entra na face posterior da V. facial Fossa infratemporal (a maioria das áreas supridas pela A. maxilar) V . t em po ra l su pe rf ic ia l Começa a partir do amplo plexo venoso na lateral do couro cabeludo e ao longo do arco zigomático As tributárias frontal e parietal se unem anteriormente à orelha; cruza a raiz temporal do arco zigomático para sair da região temporal e entrar no tecido da glândula parótida Une-se à veia maxilar posteriormente ao colo da mandíbula para formar a V. retromandibular Região lateral do couro cabeludo; face superficial do músculo M. temporal; e orelha externa V . re tr om an di bu la r Formada anteriormente à orelha pela união das Vv. temporal superficial e maxila Segue posterior e profundamente ao ramo da mandíbula através da substância da glândula parótida; comunica-se na extremidade inferior com a V. facial Une-se a V. auricular posterior para formar a V. jugular externa Glândula parótida e M. masseter Fonte: adaptado de Moore, 2024. 27 Organização Anatômica 27 4 Anatomofisiologia do Sistema Linfático Apesar de distribuído por todo o corpo, o sistema linfático (Figura 11) não se faz presente de forma evidente em um cadáver, porém, sua importância para a sobrevivência é inegável. O entendimento da anatomia desse sistema é crucial para profissionais da saúde. A teoria de Starling explica como a maioria dos flui- dos e eletrólitos que saem dos capilares sanguíneos para os espaços extracelula- res são também reabsorvidos por eles. No entanto, cerca de 3 litros de líquido não são reabsorvidos diariamente pelos capilares sanguíneos. Ademais, uma parte das proteínas plasmáticas migra para os espaços extracelulares, e os materiais provenientes das próprias células do tecido, como o citoplasma de células em de- sintegração, continuamente penetram no ambiente onde as células residem. Se houver acumulação desses materiais nos espaços extracelulares, ocorrerá osmo- se reversa, atraindo mais líquido e resultando em edema, que se manifesta como inchaço. Contudo, em condições normais, o volume de líquido intersticial per- manece relativamente constante e geralmente não ocorre acúmulo de proteínas e resíduos celulares nos espaços extracelulares graças ao sistema linfático (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Portanto, o sistema linfático atua como um sistema de "hiperfluxo", possibi- litando a drenagem do excesso de líquido dos tecidos e das proteínas plasmáticas que escapam para a corrente sanguínea, além de remover resíduos resultantes da decomposição celular e de infecções. Os elementos cruciais desse sistema in- cluem (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): Plexos Linfáticos e Capilares: • Os capilares linfáticos formam redes intricadas derivadas dos espaços extra- celulares de quase todos os tecidos. • Esses plexos linfáticos possuem um endotélio extremamente fino, desprovido de membrana basal. • Isso permite a fácil entrada de proteínas plasmáticas, bactérias, resíduos ce- lulares e até células inteiras, principalmente linfócitos, juntamente com o ex- cesso de líquido tecidual. 28 Organização Anatômica Vasos Linfáticos: • Os vasos linfáticos, também chamados de linfáticos, são canais de parede fina. • Eles possuem válvulas linfáticas em intervalos regulares, conferindo aos va- sos a aparência de um colar de contas. • Esses vasos estão presentes em quase todos os lugares onde existem capila- res sanguíneos, exceto em locais como dentes, ossos, medula óssea e sistema nervoso central (SNC). Linfa: • Líquido que entra nos capilares linfáticos. • Conduzida por vasos linfáticos. • Tem aparência transparente, aquosa e levemente amarelada, com composição similar à do plasma sanguíneo. Linfonodos: • Os linfonodos são pequenas aglomerações de tecido linfático encontradas ao longo dos vasos linfáticos. • Eles atuam como filtros, removendo substâncias estranhas e células anormais da linfa. • A linfa filtrada segue para o sistema venoso. Linfócitos e Órgãos Linfoides: • Os linfócitos são células do sistema imunológico que circulam pelo corpo e reagem contra agentes invasores. • Os órgãos linfoides, como o timo, a medula óssea vermelha, o baço, as ton- silas e os nódulos linfáticos, são responsáveis pela produção e maturação dos linfócitos. 29 Organização Anatômica 29 Os vasos linfáticos superficiais, mais abundantes do que as veias na camada subcutânea e interligados de forma livre, acompanham o fluxo venoso e con- vergem para ele. Estes vasos eventualmente desembocam nos vasos linfáticos profundos que percorrem em paralelo às artérias e também recebem a drenagem dos órgãos internos. É plausível que os vasos linfáticos profundos sejam com- primidos pelas artérias que os acompanham, resultando na propulsão da linfa ao longo desses vasos, que estão equipados com válvulas, de maneira semelhante ao descrito anteriormente para as veias associadas. Os vasos linfáticos superficiais e profundos atravessam os linfonodos (geralmente em agrupamentos múltiplos) em seu percurso proximal, aumentando de tamanho à medida que se unem com os vasos que drenam regiões vizinhas. Os principais vasos linfáticos deságuam em grandes coletores, conhecidos como troncos linfáticos, que se unem para for- mar o ducto linfático direito ou o ducto torácico (Moore, 2024; Tortora; Derrick- son, 2023). O ducto linfático direito é responsável por drenar a linfa do quadrante su- perior direito do corpo, compreendendo o lado direito da cabeça, do pescoço, do tórax e do membro superior direito. No ponto de junção das veias jugular interna direita e subclávia direita, localizado na base do pescoço, ele desemboca, for- mando o ângulo venoso direito (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Enquanto isso, o ducto torácico assume a função de drenar a linfa do restante do corpo. Os troncoslinfáticos que coletam a linfa da metade inferior do corpo se unem na região abdominal, ocasionalmente formando uma dilatação deno- minada cisterna do quilo. A partir dessa cisterna, ou da confluência dos troncos, o ducto torácico sobe em direção ao tórax, atravessando-o até alcançar o ângulo venoso esquerdo, onde se funde com a junção das veias jugular interna esquerda e subclávia esquerda (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Embora o padrão de drenagem linfática seja típico na maioria das regiões do corpo, os vasos linfáticos têm comunicação livre com as veias em várias partes. Portanto, a ligadura de um tronco linfático ou mesmo do próprio ducto torácico pode ter apenas um efeito transitório, enquanto um novo padrão de drenagem é estabelecido por meio de anastomoses linfaticovenosas e, posteriormente, inter- linfáticas periféricas (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). 30 Organização Anatômica Além disso, o sistema linfático desempenha outras funções importantes (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): Absorção e Transporte de Gordura: • Os capilares linfáticos especiais, chamados de lácteos, recebem lipídios e vi- taminas lipossolúveis absorvidos pelo intestino. • O líquido leitoso, chamado de quilo, é conduzido pelos vasos linfáticos visce- rais até o ducto torácico e, em seguida, para o sistema venoso. Defesa Imunológica: • O sistema linfático contribui para a formação de um mecanismo de defesa do corpo. • Quando há drenagem de proteínas estranhas de uma área infectada, anticor- pos específicos contra essas proteínas são produzidos por células imunologi- camente competentes e/ou linfócitos. • Esses anticorpos são enviados para a área infectada, auxiliando na resposta imunológica. 31 Organização Anatômica 31 Figura 11: Sistema linfático Vasos Veias Vasos linfáticos e linfonodos Superficiais Profundas Superficiais Profundos Fonte: Moore, 2024. 32 Organização Anatômica 4.1 DRENAGEM LINFÁTICA DA FACE O couro cabeludo não possui linfonodos, e, exceto pelas regiões parotideo- massetérica e oral, a face também não os possui. A linfa do couro cabeludo, da face e do pescoço é drenada para um anel superficial de linfonodos – submentual, submandibular, parotídeo, mastoideo e occipital – que se encontra na junção en- tre a cabeça e o pescoço (Figura 12). Os vasos linfáticos da face seguem o trajeto dos outros vasos faciais. Os vasos linfáticos superficiais acompanham as veias, enquanto os linfáticos profundos acompanham as artérias. Todos os vasos linfá- ticos da cabeça e do pescoço drenam, direta ou indiretamente, para os linfonodos cervicais profundos, uma cadeia de linfonodos localizada ao longo da veia jugular interna (VJI) no pescoço. A linfa desses linfonodos profundos é direcionada ao tronco linfático jugular, que se conecta ao ducto torácico no lado esquerdo e à VJI ou à veia braquiocefálica no lado direito. Abaixo, um resumo da drenagem linfá- tica da face (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): • A linfa da lateral da face e couro cabeludo, incluindo as pálpebras, drena para os linfonodos parotídeos superficiais. • A linfa dos linfonodos parotídeos profundos drena para os linfonodos cervi- cais profundos. • A linfa proveniente do lábio superior e das partes laterais do lábio inferior drena para os linfonodos submandibulares. • A linfa proveniente do mento e da parte central do lábio inferior drena para os linfonodos submentuais. 33 Organização Anatômica 33 Figura 12: Drenagem linfática da face e couro cabeludo Grupos de linfonodos Occipital Submentual Parotídeo Cervical profundo Infra-hioideo *Jugulodiástrico Mastoideo Cervical superficial Bucal *Retrofaríngeo Submandibular *Júgulo-omo-hioideo Fonte: Moore, 2024. 34 Organização Anatômica 5 Anatomofisiologia do Sistema Nervoso O sistema nervoso permite que o corpo responda a mudanças contínuas nos ambientes interno e externo e controla atividades corporais como circulação e respiração. Ele é dividido em duas partes (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): Funcionalmente • Divisão Somática do Sistema Nervoso (DSSN). • Divisão Autônoma do Sistema Nervoso (DASN). Estruturalmente • Sistema Nervoso Central (SNC): com- posto pelo encéfalo e medula espinal. • Sistema Nervoso Periférico (SNP): inclui todas as partes do sistema ner- voso fora do SNC. O tecido nervoso é composto por dois tipos principais de células (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): Neurônios: são as unidades funcionais do sistema nervoso, especializadas para comunicação rápida. Um neurônio (Figura 13) é composto por um corpo ce- lular, dendritos (que recebem impulsos) e um axônio (que transmite impulsos). A mielina, formada por camadas de lipídios e proteínas, envolve alguns axônios, aumentando a velocidade de condução dos impulsos. • Neurônios motores multipolares: possuem vários dendritos e um axônio, são comuns no SNC e SNP e controlam os músculos esqueléticos e a DASN. • Neurônios sensitivos pseudounipolares: possuem um único prolongamento que se divide em dois ramos (um periférico e um central). Eles conduzem im- pulsos dos órgãos receptores ao corpo celular e daí ao SNC, estando localiza- dos fora do SNC em gânglios sensitivos. Neuróglia (células gliais): cinco vezes mais abundantes que os neurônios, não são excitáveis e sustentam, isolam e nutrem os neurônios. No SNC, incluem oligodendrócitos, astrócitos, células ependimárias e micróglias. No SNP, incluem células-satélite nos gânglios espinais e autônomos, e células de Schwann. 35 Organização Anatômica 35 Os neurônios comunicam-se através de sinapses, onde neurotransmissores químicos são liberados para excitar ou inibir outros neurônios, continuando ou in- terrompendo a transmissão de impulsos (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). A parte central do sistema nervoso, conhecida como sistema nervoso central (SNC), é composta pelo encéfalo e pela medula espinal (Figura 14). As principais funções do SNC são integrar e coordenar os sinais neurais recebidos e envia- dos, além de executar funções mentais superiores como raciocínio e aprendizado (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Figura 13: Neurônios Fonte: Moore, 2024. 36 Organização Anatômica No SNC, um conjunto de corpos celulares de neurônios é chamado de núcleo. Um feixe de axônios que conecta núcleos próximos ou distantes do córtex cere- bral é denominado trato. Tanto o encéfalo quanto a medula espinal são constituí- dos por substância cinzenta e substância branca. A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios, enquanto a substância branca é composta pelos tratos de fibras interconectantes (Figura 15). Nos cortes transversais da medula espinal, a substância cinzenta tem a forma aproximada de um H, imersa na substância branca. Os braços do H são chamados de cornos, resultando em cornos cinzentos posteriores (dorsais) e anteriores (ventrais) à direita e à esquerda (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Figura 14: Sistema Nervoso Legenda Nervos e gânglios cervicais *Sistema nervoso central (SNC) **Sistema nervoso periférico (SNP) Nervos e gânglios lombares Nervos e gânglios torácicos Nervos e gânglios sacrais e coccígeos Nervos e gânglios cranianos Fonte: Moore, 2024. 37 Organização Anatômica 37 As meninges, três camadas de membranas – pia-máter, aracnoide-máter e dura-máter – envolvem e protegem o SNC juntamente com o líquido cerebros- pinal (LCS). A pia-máter, a camada mais interna, é uma membrana delicada e transparente que reveste o encéfalo e a medula espinal. O LCS está localizado entre a pia-máter e a aracnoide-máter. Externamente à pia-máter e à aracnoi- de-máter está a dura-máter, uma camada espessa e rígida. No encéfalo, a du- ra-máter está em contato com a superfície interna dos ossos do neurocrânio, enquanto na medula espinal, a dura-máter é separada dos ossos da coluna ver- tebral por um espaçoextradural preenchido com gordura (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Figura 15: Medula espinal e meninges Fonte: Moore, 2024. A parte periférica do sistema nervoso, ou sis- tema nervoso periférico (SNP), é composta por fibras nervosas e corpos celulares fora do SNC que conduzem impulsos para e a partir do SNC . O SNP é organizado em nervos que conectam a parte central do siste- ma nervoso às estrutu- ras periféricas (Moore, 2024; Tortora; Derrick- son, 2023). 38 Organização Anatômica Uma fibra nervosa (Figura 16) é constituída por um axônio, seu neurolema e o tecido conjuntivo endoneural que o envolve. O neurolema é formado pelas mem- branas celulares das células de Schwann que circundam o axônio, separando-o de outros axônios (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Um nervo é composto pelos seguintes elementos (Moore, 2024; Tortora; Der- rickson, 2023): • Um feixe de fibras nervosas localizado fora do SNC (ou vários fascículos, no caso de nervos maiores). • Um revestimento de tecido conjuntivo que envolve e une as fibras nervosas e os fascículos. • Vasos sanguíneos (vasos dos nervos) que fornecem nutrientes às fibras ner- vosas e aos seus revestimentos. Figura 16: Fibra nervosa Fonte: Moore, 2024. Os nervos (Figura 17) são organizados de maneira seme- lhante a um cabo telefônico: os axônios são como fios indivi- duais isolados pelo neurolema e endoneuro; esses fios isola- dos são agrupados pelo peri- neuro, e os feixes resultantes são envoltos pelo epineuro, que forma a camada externa do cabo. É crucial distinguir entre fibras nervosas e nervos, que às vezes são erroneamente repre- sentados como sendo a mesma coisa (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). 39 Organização Anatômica 39 Um agrupamento de corpos celulares de neurônios fora do SNC é chamado de gânglio. Existem gânglios motores (autônomos) e sensitivos (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). Figura 17: Organização de um nervo Fonte: Moore, 2024. O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é uma extensão contínua, tanto anato- micamente quanto operacionalmente, do Sistema Nervoso Central (SNC). Suas fibras aferentes (sensitivas) conduzem impulsos nervosos dos órgãos dos sen- tidos (por exemplo, os olhos) e dos receptores sensitivos em várias partes do corpo (por exemplo, na pele) para o SNC. Por outro lado, suas fibras eferentes (motoras) transmitem impulsos nervosos do SNC para os órgãos efetores, como músculos e glândulas (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). 40 Organização Anatômica Os nervos podem ser classificados como cranianos ou espinais, ou derivados deles (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): Nervos Cranianos (NC): • Esses nervos emergem da cavidade craniana através de forames no crânio. • Formados por 12 pares de nervos. • São identificados por um nome descritivo (por exemplo, “nervo troclear”) ou por um algarismo romano (por exemplo, “NC IV”). • Apenas 11 dos 12 pares de nervos cranianos têm origem no encéfalo; o outro par (NC XI) origina-se na parte superior da medula espinhal. Nervos Espinais (Segmentares): • Esses nervos saem da coluna vertebral através dos forames intervertebrais. • Originam-se em pares bilaterais de segmentos específicos da medula espi- nhal. • Os 31 segmentos da medula espinhal e os 31 pares de nervos que se originam deles são identificados por uma letra e um número (por exemplo, “T4”), in- dicando a região da medula e sua ordem de cima para baixo (C, cervical; T, torácica; L, lombar; S, sacral; Co, coccígea). 5.1 ENERVAÇÃO DA FACE A inervação facial é muito complexa, e deve ser estuda extensivamente pelo profissional da saúde, em especial para o especialista em estética avançada, pois este conhecimento é de extrema importância principalmente para as técnicas de preenchimento, bioestimuladores e aplicação de toxina botulínica. A face é ener- vada pelos 12 pares de nervos cranianos sensitivos ou aferentes, cada qual com uma função específica de sensibilidade ou movimentação muscular (Quadro 4) (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023): 41 Organização Anatômica 41 Quadro 4: Nervos cranianos e suas funções Nervo Função I - Olfático Percepção do olfato II - Óptico Percepção visual III - Oculomotor Controle do movimento ocular, do esfíncter da íris e do músculo ciliar IV - Troclear Controle dos movimentos dos olhos V - Trigêmeo Controle dos músculos faciais, mímica facial (ramo motor), percepções sensoriais da face, dos seios da face e dos dentes (ramo sensitivo) VI - Abducente Controle dos movimentos dos olhos VII - Facial Controle dos músculos faciais, mímica facial (ramo motor), percepção gustativa do terço anterior da língua (ramo sensitivo) VIII - Vestibulococlear Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular), percepção auditiva (ramo coclear) IX - Glossofaríngeo Percepção gustativa do terço posterior da língua, percepções sensoriais da faringe, laringe e glote X - Vago Percepções sensoriais das orelhas, faringe, laringe, tórax, vísceras, inervações das vísceras torácicas e abdominais XI - Acessório Controle motor da faringe, da laringe, do palato, dos músculos ester- nocleidomastóideo e hioideos XII - Hipoglosso Controle dos músculos da língua Fonte: Adaptado de Coutinho; Costa; Silva, 2018. O nervo trigêmeo (NC V) (Figura 18) é o principal responsável pela inervação sensitiva da pele, e o nervo facial (NC VII) (Figura 19) é o responsável pela iner- vação motora dos músculos da face. É importante ressaltar que estes nervos cra- nianos se ramificam em outros nervos (Moore, 2024; Tortora; Derrickson, 2023). 42 Organização Anatômica Figura 18: Nervos cutâneos da face Fonte: Moore, 2024. Figura 19: Ramificações do Nervo Facial (NC VII) Fonte: Moore, 2024. 43 Organização Anatômica 43 6 Conclusão Uma análise aprofundada da anatomofisiologia dos sistemas musculoesque- lético, vascular, linfático e nervoso é crucial para profissionais da saúde em di- versas áreas. Cada um desses sistemas desempenha um papel essencial na ma- nutenção da homeostase, na funcionalidade do corpo humano e na promoção da saúde. O sistema musculoesquelético, constituído por ossos, músculos, tendões e ligamentos, fornece suporte estrutural, protege órgãos internos e possibilita o movimento. Os músculos esqueléticos, controlados pelo sistema nervoso, são responsáveis pela contração voluntária. Um conhecimento detalhado da anato- mia muscular, incluindo a origem, inserção e ação dos músculos, é fundamental para a prática clínica, particularmente em reabilitação física e estética. Mani- pulações adequadas dos músculos podem melhorar postura, força e mobilidade, além de prevenir e tratar diversas disfunções musculoesqueléticas. O sistema vascular, formado por artérias, veias e capilares, é responsável pela circulação sanguínea, garantindo a distribuição de oxigênio e nutrientes aos te- cidos e a remoção de resíduos metabólicos. Conhecimentos sobre a anatomia e a fisiologia dos vasos sanguíneos são essenciais para compreender e tratar condi- ções como hipertensão, aterosclerose e doenças venosas, além de procedimentos estéticos. Profissionais da saúde precisam estar familiarizados com a vasculari- zação dos diferentes tecidos para realizar intervenções seguras e eficazes. O sistema linfático, composto por linfonodos, vasos linfáticos e linfa, de- sempenha um papel vital na defesa imunológica e na manutenção do equilíbrio de fluidos corporais. Ele auxilia na remoção de resíduos celulares, proteínas e microrganismos do interstício, direcionando-os para os linfonodos, onde são fil- trados e destruídos. Conhecer a anatomia linfática é essencial para diagnosticar e tratar condições como linfedema, infecções e câncer. Intervenções terapêuticas, como drenagem linfática manual, dependem do conhecimento preciso da rede linfática. 44Organização Anatômica O sistema nervoso, dividido em central (SNC) e periférico (SNP), controla e coordena todas as funções corporais, incluindo movimento, sensações e funções cognitivas. O SNC, composto pelo encéfalo e pela medula espinal, processa e in- tegra informações, enquanto o SNP, formado por nervos cranianos e espinais, transmite sinais entre o SNC e o resto do corpo. Um bom entendimento da ana- tomia e fisiologia dos nervos é fundamental para compreender condições neu- rológicas e para a execução de técnicas como eletroterapia, bloqueios nervosos e reabilitação neuromuscular. Nesta apostila, foram explorados os principais aspectos da anatomia mus- cular de maior interesse para a estética, proporcionando uma base sólida para a prática clínica. No entanto, é crucial que os profissionais da saúde continuem a expandir seus conhecimentos em todos os sistemas mencionados, aprimorando suas habilidades e oferecendo cuidados de qualidade aos pacientes. A educação contínua e a prática baseada em evidências são fundamentais para o sucesso no campo da saúde, garantindo intervenções seguras, eficazes e inovadoras. 45 Organização Anatômica 45 Referências bibliográficas COUTINHO, A. O. R.; COSTA, A. A. Z.; SILVA, M. H. Anatomia aplicada à enfermagem. Porto Alegre: SA- GAH, 2018. MOORE, A. F. D. Anatomia Orientada para a Clínica. 9aed. [S. l.]: Guanabara Koogan, 2024. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16aed. RIO DE JANEIRO, RJ: Gua- nabara Koogan, 2023. 1 Introdução 2 Anatomofisiologia do Sistema Muscular 3 Anatomofisiologia do Sistema Vascular 3.1 VASCULARIZAÇÃO DA FACE 4 Anatomofisiologia do Sistema Linfático 4.1 DRENAGEM LINFÁTICA DA FACE 5 Anatomofisiologia do Sistema Nervoso 5.1 ENERVAÇÃO DA FACE 6 Conclusão Referências bibliográficas