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SIMONE DANTAS COSTA
THAMIRES FOLETTO FIUZA
TEORIA GERAL 
DO TURISMO
Coordenador(a) de Conteúdo 
Rodrigo Borsatto Sommer da Silva
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Alan da Silva Francisco
Matheus Silva de Souza
Nivaldo Vilela de Oliveira Junior
Renan Willian Pacheco
Design Educacional
Vanessa Graciele Tibúrcio
Curadoria
Kátia de Freitas Salvato
Revisão Textual
Meyre A. P. Barbosa
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho Figueiredo
Eduardo Aparecido Alves
Geison Ferreira da Silva
Fotos
Shutterstock
Impresso por: 
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Núcleo de Educação a Distância. COSTA, Simone Dantas; FIUZA, 
Thamires Foletto.
Teoria Geral do Turismo / Simone Dantas Costa, Thamires Foletto 
Fiuza - Florianópolis, SC: Arqué, 2023.
224 p.
ISBN papel 978-65-6083-022-6
ISBN digital 978-65-6083-023-3
“Graduação - EaD”. 
1. Teoria 2. Geral 3. Turismo 4. EaD. I. Título. 
CDD - 338.4791 
EXPEDIENTE
Centro Universitário Leonardo da Vinci.C397
FICHA CATALOGRÁFICA
TUR01
RECURSOS DE IMERSÃO
Utilizado para temas, assuntos ou 
conceitos avançados, levando ao 
aprofundamento do que está sendo 
trabalhado naquele momento do texto. 
APROFUNDANDO
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você 
terá indicações de filmes 
que se conectam com o 
tema do conteúdo.
INDICAÇÃO DE FILME
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você terá 
indicações de livros que 
agregarão muito na sua 
vida profissional.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Utilizado para desmistificar pontos 
que possam gerar confusão sobre o 
tema. Após o texto trazer a explicação, 
essa interlocução pode trazer pontos 
adicionais que contribuam para que o 
estudante não fique com dúvidas sobre 
o tema. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
Este item corresponde a uma proposta 
de reflexão que pode ser apresentada por 
meio de uma frase, um trecho breve ou 
uma pergunta. 
PENSANDO JUNTOS
Utilizado para aprofundar o 
conhecimento em conteúdos 
relevantes utilizando uma 
linguagem audiovisual.
EM FOCO
Utilizado para agregar um 
conteúdo externo.
EU INDICO
Professores especialistas e 
convidados, ampliando as 
discussões sobre os temas por 
meio de fantásticos podcasts.
PLAY NO CONHECIMENTO
PRODUTOS AUDIOVISUAIS
Os elementos abaixo possuem recursos 
audiovisuais. Recursos de mídia 
disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
153
7
81
4
153U N I D A D E 3
DESTINOS TURÍSTICOS INTELIGENTES 154
INVENTÁRIO DA OFERTA TURÍSTICA 172
COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO NO TURISMO 198
7U N I D A D E 1
 O TURISMO NA HISTÓRIA 8
DISCUTINDO O CONCEITO DE TURISMO 34
FORMAS E TIPOLOGIAS DE TURISMO 54
81U N I D A D E 2
TERMINOLOGIA TURÍSTICA 82
TURISMO E DESENVOLVIMENTO 104
TURISMO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL 132
5
SUMÁRIO
UNIDADE 1
MINHAS METAS
 O TURISMO NA HISTÓRIA
Refletir sobre as motivações para os deslocamentos humanos na Antiguidade Clássica e 
na Idade Média.
Verificar as influências do Grand Tour para o turismo. 
Conferir os impactos da Revolução Industrial nas viagens e na sociedade.
Conhecer os aspectos da Era Moderna que propiciaram a organização do Turismo.
Verificar por que o turismo é considerado uma atividade marcante do século XX.
Compreender como o turismo se consolida no Brasil.
Discutir a intensificação da globalização e das tecnologias na promoção do turismo con-
temporâneo.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1
8
INICIE SUA JORNADA
Olá, Acadêmico! Bem-vindo ao tema O Turismo na História.
Muitas são as motivações do homem para se deslocar do seu local de origem 
para outros lugares. Conforme a época, os meios de subsistência, as condições 
políticas, culturais e econômicas, as viagens se transformaram no que, hoje, ge-
nericamente, tratamos como Turismo. 
Mas será que toda viagem é turismo? O turismo não se limita ao mercado das 
viagens, mas, sem dúvida, as viagens são as propulsoras do que estudamos como 
turismo. Por isso, neste tema, abordaremos os principais aspectos da evolução 
histórica das viagens para, posteriormente, nos aprofundarmos nos conceitos 
de turismo. 
VAMOS RECORDAR?
Você sabe como se dividem os períodos históricos da civilização ocidental? 
Neste vídeo, você verá alguns aspectos sobre os períodos históricos que vão 
contribuir para o desenvolvimento do nosso tema: 
"Para viajar, basta existir”, já dizia o poeta português Fernando Pessoa. Neste 
podcast, refletiremos sobre o significado das viagens para as pessoas e a so-
ciedade. Aperte o play!
PLAY NO CONHECIMENTO
UNIASSELVI
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
A nossa concepção de história foi herdada dos colonizadores portugueses, por-
tanto, traz uma versão pautada nos fatos ocorridos na Europa, o que os historia-
dores tratam como uma visão eurocêntrica (designa a centralidade e a superio-
ridade da visão europeia). 
Não podemos ignorar que, em outros tempos e outros continentes, tenham 
ocorrido deslocamentos humanos desbravadores em busca de alimentos, de 
conquistas por territórios ou por sentidos místicos, inspiradores para o turismo. 
Também precisamos considerar que o tempo histórico não é tão exato como 
o cronológico. Todo contexto social é influenciado por aspectos geográficos, 
políticos, econômicos e culturais cujas mudanças não ocorrem de um dia para 
o outro, nem simultaneamente em todos os lugares, sendo os fatos históricos o 
resultado de longos processos (MEES; GUIMARÃES, 2009). 
Adotamos uma linha do tempo para buscar uma interpretação sobre as 
principais mudanças sociais que contribuíram com a consolidação do turismo 
como atividade econômica. Trata-se apenas de uma síntese de uma evolução 
fascinante das experiências humanas com as viagens! Vale a pena mergulhar 
nesta história.
1
1
OS DESLOCAMENTOS HUMANOS NO MUNDO ANTIGO 
A Idade Antiga situa-se entre a invenção da escrita, aproximadamente, 4.000 a.C. 
(anos antes de Cristo) até a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C. 
(depois de Cristo). No ocidente, chamamos também de Antiguidade Clássica, 
com destaque para duas importantes civilizações: os gregos e os romanos. 
A Grécia Antiga pode ser considerada o berço da cultura ocidental, com influên-
cias presentes até hoje em nossa cultura, na filosofia, na política, nos esportes, nas 
ciências, nas artes e na literatura. Os gregos viajavam em peregrinação para visitar os 
seus santuários, criaram os Jogos Olímpicos em homenagem a Zeus. As competições 
realizadas em torno de 476 a.C. eram realizadas em Olímpia, de quatro em quatro 
anos e recebiam multidões que se acomodavam nos albergues públicos. Graças às 
viagens comerciais dos gregos à China, o ocidente teve contato, posteriormente, com 
a bússola e a pólvora, providenciais para as expansões marítimas europeias. 
O Império Romano foi construído por guerras para impor o domínio sobre 
povos e territórios. Para tanto, os romanos criaram estradas, pontes, aquedutos que 
interligavam as regiões conquistadas à Roma. De 29 a.C. até 180 d.C. vigorou o “Pax 
Romano”, com o fim das guerras de conquista declaradas pelo Imperador Augusto 
César (MACHADO, 2010). Nesse período, as estradas serviam de estalagens para 
descanso e alimentação para os viajantes que se deslocavam para assistir às lutas deviajantes para a caracterização do fluxo turístico, assinale 
a alternativa correta. 
a) Com relação à permanência dos viajantes para a caracterização do fluxo turístico, 
pode-se afirmar que todo visitante é turista, mas nem todo turista é visitante.
b) Na prática, os excursionistas são identificados pelas viagens organizadas em grupos, 
as excursões, que realizam visitas guiadas e regressam à cidade de origem no dia 
seguinte. 
c) Os viajantes que não pernoitam em uma localidade turística, permanecendo por me-
nos de 24 horas, são considerados visitantes.
d) Os participantes de cruzeiros marítimos ou fluviais e aqueles que se hospedam em 
residências secundárias ou em casas de parentes são considerados turistas.
e) O turista é aquele que permanece pelo prazo máximo de 24 horas e mínimo de seis 
meses, no transcorrer de um período de doze meses, com finalidade de turismo, re-
creio, esporte ou outro, que não seja de imigração. 
3. “Ao abordar a importância do planejamento do turismo, Michael Hall destaca que “embora 
o planejamento não seja uma panaceia para todos os males, quando totalmente voltado 
para processos, ele pode minimizar impactos potencialmente negativos, maximizar re-
tornos econômicos nos destinos e, dessa forma, estimular uma resposta mais positiva 
por parte da comunidade hospedeira em relação ao turismo no longo prazo” (HALL, 2001, 
p. 29).
Com relação aos impactos potencialmente negativos do turismo, assinale a alternativa 
que contém três exemplos desses impactos no ambiente sociocultural das áreas recep-
toras. 
Assinale a correta:
a) Violência, aumento do custo de vida, geração de empregos.
b) Gentrificação, aculturação, prostituição.
c) Aumento da renda, ingresso de moeda forte, degradação ambiental.
d) Dependência do capital estrangeiro, aculturação, desenvolvimento econômico.
e) Aumento do custo de vida, investimento em infraestrutura, geração de empregos.
5
1
REFERÊNCIAS
BENI, M.C. Análise Estrutural do Turismo. 5. ed. São Paulo: Editora SENAC, 2001.
CRUZ, R. de C. A. da. Planejamento governamental do turismo: convergências e contradições 
na produção do espaço. In: LEMOS, A. I. G. de; ARROYO, M.; SILVEIRA, M. L. (orgs.). América 
latina: cidade, campo e turismo. São Paulo: Clacso, 2006. p. 337-350. Disponível em: https://
core.ac.uk/download/pdf/35163839.pdf. Acesso em: 12 set. 2023.
CRUZ, R. C. A. Introdução à Geografia do Turismo. São Paulo: ROCA, 2003.
IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. 2.ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 
2003.
LAGE, B. H. G; MILONE, P. C. Turismo: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2000.
OMT. Introdução ao Turismo. Trad. Dolores M. R. Corner. São Paulo: Roca, 2001. 
PAKMAN, E. T. Sobre as definições de turismo da OMT: uma contribuição à História do Pen-
samento Turístico. In: Turismo e Hotelaria no Contexto da História. PORTIGLIATTI, B. et al. 
(orgs.). João Pessoa-PB: Editora do CCTA/UFPB, 2020. Disponível em https://www.acade-
mia.edu/44059729/T_and_H_TURISMO_and_HOTELARIA_NO_CONTEXTO_DA_HIST%-
C3%93RIA Acesso em: 6 jul. 2023.
PANOSSO NETTO, A.; TRIGO, L. G. G. Reflexões sobre um novo turismo: política, ciência e 
sociedade. São Paulo: Aleph, 2003. (Série Turismo). 
5
1
1. A. A afirmativa I está correta, pois o Conjunto das Relações Ambientais é a base espacial 
onde a atividade turística se instala conforme as suas relações com o Conjunto da or-
ganização Estrutural. A afirmativa II está incorreta, pois as referidas análises se referem 
ao Subsistema Econômico. A afirmativa III está incorreta, pois as referidas análises se 
referem ao Subsistema Social. A afirmativa IV está correta, pois as referidas análises se 
referem ao Subsistema Ecológico. 
2. C. A afirmativa A está incorreta, pois se pode afirmar que todo turista é visitante, mas 
nem todo visitante é turista, uma vez que o turista utiliza de pernoite nos destinos que 
visita. A afirmativa B está incorreta, pois os excursionistas são identificados pelas viagens 
organizadas em grupos, as excursões, que realizam visitas guiadas e regressam à cidade 
de origem no mesmo dia, são visitantes ou, como alguns autores diferenciam, turistas de 
um dia. A afirmativa C está correta, pois a permanência em um lugar diferente do entorno 
habitual por menos de 24 horas caracteriza os visitantes. A afirmativa D está incorreta, 
pois os participantes de cruzeiros marítimos ou fluviais e aqueles que se hospedam em 
residências secundárias ou em casas de parentes são considerados visitantes, os primeiros 
por não pernoitarem na cidade, mas em suas embarcações e os hóspedes de segunda 
residência ou casa de parentes por manter vínculos temporários com a localidade. A 
afirmativa E está incorreta, pois o turista é aquele que permanece pelo prazo mínimo de 
24 horas e máximo de seis meses, no transcorrer de um período de doze meses, com 
finalidade de turismo, recreio, esporte ou outro, que não seja de imigração. 
3. B. A alternativa A está incorreta, pois a geração de empregos é um impacto econômico 
positivo potencializado pelo turismo. A alternativa B está correta, pois gentrificação, 
aculturação, prostituição são impactos socioculturais negativos potencializados pelo 
turismo. A alternativa C está incorreta, pois aumento da renda e ingresso de moeda forte 
são impactos econômicos positivos potencializados pelo turismo. A alternativa D está 
incorreta, pois desenvolvimento econômico é um impacto positivo potencializado pelo 
turismo. A alternativa E está incorreta, pois investimento em infraestrutura e geração de 
empregos são impactos econômicos positivos potencializados pelo turismo. 
GABARITO
5
1
MINHAS METAS
FORMAS E TIPOLOGIAS DE TURISMO
Conhecer conceitos de espaço, paisagem, lugar, território e região.
Compreender a organização do espaço turístico.
Reconhecer os tipos de equipamentos e serviços turísticos.
Verificar a Infraestrutura turística.
Saber como se caracterizam os Destinos Turísticos.
Tipologias e Segmentos do Mercado Turístico. 
Classificação do turismo.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3
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4
INICIE SUA JORNADA
O Turismo, como atividade econômica característica da sociedade pós indus-
trial , tem o espaço como seu principal objeto de consumo. Mas como é possível 
consumir o espaço? 
O turismo apropria-se da paisagem e de bens naturais e culturais, que são 
componentes importantes do produto turístico. Grandes transformações no 
espaço e na economia geram impactos na vida das pessoas que residem nas lo-
calidades turísticas, e esses impactos nem sempre são positivos se a atividade 
não for planejada, adequadamente. Mudanças na infraestrutura e a inserção de 
novos equipamentos e serviços para atender aos turistas tanto podem gerar mais 
empregos e melhorar a qualidade de vida dos residentes, como, por outro lado, 
podem elevar o custo e afetar o estilo de vida da população local, que é, a princí-
pio, a “dona do espaço”, mas, frequentemente, submetida aos interesses políticos 
e aos da iniciativa privada. 
Neste tema, conheceremos alguns conceitos importantes sobre o espaço para 
o turismo e, a partir destes conceitos, como se consolidam os destinos e os seg-
mentos turísticos.
VAMOS RECORDAR?
Para recordar os conceitos de Espaço, Paisagem, 
Lugar, Território e Região, que são elementares para 
os estudos da Geografia, assista ao vídeo a seguir para 
que possamos, em seguida, aprofundar suas relações 
com o Turismo.
UNIASSELVI
5
5
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
CONCEITOS DE ESPAÇO, PAISAGEM, LUGAR, TERRITÓRIO E 
REGIÃO
Para conseguirmos dar início ao entendimento de como se formam e quais as 
tipologias associadas ao turismo, é necessário, primeiramente, entendermos o 
significado dos conceitos base para o desenvolvimento do tema, sendo eles: Es-
paço, Paisagem, Lugar, Território e Região. 
Assim, a partir de agora, aprofundaremos um pouco mais neste tema para 
conseguirmos visualizar a estrutura organizacional do turismo, na sociedade. 
Espaço e Paisagem
O espaço é a base física do estudoda Geografia e pode ser classificado como 
espaço natural, quando intocado, ou como espaço geográfico, quando sofre a 
transformação humana. De acordo com Santos (1994) “é a natureza e a sociedade 
que se integram em um conjunto contraditório, formado por uma configuração 
territorial e por relações de produção e relações sociais” (SANTOS, 1994 apud 
CORIOLANO, 2005, p. 23).
Entretanto, quando nos referimos à paisagem, referimo-nos à parte não só 
visível do espaço, mas também à parte percebida com os sentidos humanos: o 
clima, os odores, os sons complementam o aspecto físico da paisagem. Podemos 
visualizar e perceber a paisagem natural a partir de elementos combinados de 
geologia, vegetação, mares, rios e lagos. Chamamos de paisagem cultural, aquela 
parte visível dos espaços em que houve interferência humana, notada, por exem-
plo nos espaços urbano e rural. A paisagem reflete os modos de vida de um lugar 
e, sem dúvida, é um componente importante para a experiência turística. 
O turismo é uma atividade que interfere muito na paisagem, e é por isso que o 
turismo deve ser uma atividade planejada de forma participativa. Muitos espaços 
que são produzidos para o turista acabam alterando a paisagem e excluindo a 
sua população original, seja pela especulação imobiliária, pela elevação do 
custo de vida, pela elitização dos serviços de restaurantes e comércio, seja pela 
perda da identidade com o lugar. 
5
1
Lugar
Quando nos referimos ao Lugar, nós nos referimos ao espaço vivido, com valor 
e significado subjetivo. São as pessoas que dão sentido aos lugares. “O lugar é a 
base da reprodução da vida e pode ser analisado pela tríade habitante-identida-
de-lugar (CARLOS, 1998 apud CORIOLANO, 2005, p. 25). Portanto, o lugar 
é repleto de significado, atributos dados a um local. “Local é o termo atri-
buído a uma das menores escalas geográficas para apontar um bairro, rua, 
quarteirão, praça ou comunidade” (CORIOLANO, 2005, p. 31). Quando o turista 
viaja na expectativa de conhecer uma vila de pescadores, é importante encontrar 
os pescadores que ali residem, exercendo a sua atividade. Muitos lugares que têm 
o turismo como atividade econômica tendem a gerar cenários, reproduções, do 
que seria a expectativa do turista. E, com isso, põe em risco a autenticidade. 
Neste sentido, segundo o antropólogo, como Augé (2018, p. 83), “se um lugar 
pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode 
se definir nem como identitário, nem como relacional e nem como histórico, 
definirá um não-lugar”. 
Para Rodrigues (1997), os resorts são a melhor expressão de não-lugares, por 
serem empreendimentos implantados em áreas exóticas, com toda infraestrutura 
de lazer e serviços para total segurança do turista, muitas vezes, contrastante com 
a paisagem e a realidade socioeconômica local. Assim são considerados também 
aeroportos, shopping centers e hipermercados, espaços de fluxos e consumo 
que não visam estabelecer relações com a identidade local, apenas reproduzem 
modelos globais em busca de clientes. “Produz-se no espaço global um lugar, 
que nega o local, sendo, portanto, um não-lugar” (RODRIGUES, 1997 p. 31-32).
Para ampliar a percepção sobre lugares, não-lugares e terri-
tórios e o turismo, indico a leitura do artigo do Prof. Dr. Agu-
inaldo Cesar Fratucci “Os Lugares Turísticos: Territórios do 
Fenômeno Turístico”.
EU INDICO
UNIASSELVI
5
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Território e Região
Território trata-se do espaço delimitado e submetido ao poder e à hierarquia 
social. “A territorialidade refere-se ao conjunto de práticas e suas expressões ma-
teriais e simbólicas capazes de garantir a apropriação e a permanência de certo 
território por determinado agente social, o Estado, os diferentes grupos sociais 
e as empresas” (CORREA, 2002 apud CORIOLANO, 2005, p. 26). Oficialmen-
te, identificamos a delimitação territorial de Estados e municípios, mas outras 
territorialidades se manifestam do espaço, como o domínio de um território 
por direito de um grupo social (como as terras indígenas) ou por propriedade 
adquirida, como uma casa. 
Já, as regiões consistem em espaços cujos componentes são agrupados pelas 
semelhanças entre si e separados pelas diferenças em relação a outros, por dado 
critério. Segundo Cavalcanti (2003 apud ALMEIDA, 2007, p. 8):
trata-se de um espaço concreto, dotado de características espaciais 
capazes de torná-lo homogêneo internamente, mas distinto de 
outros espaços. Está associado à localização e à extensão de um 
fato ou fenômeno. Em outro sentido, pode ser atribuída à região 
a característica de unidade administrativa, cuja hierarquização se 
dá pela divisão regional. Um exemplo seria a divisão do território 
brasileiro em cinco regiões, proposta do IBGE (regiões sul, sudeste, 
norte, nordeste e centro-oeste).
5
8
O conceito de região se aplica ao estudo de diferentes áreas do conhecimento, 
como:
Pela biologia, definem-se as regiões onde se manifestam os biomas: o bioma 
Cerrado ocupa uma grande região envolvendo a totalidade do Distrito Federal 
e parte dos estados da Bahia, de Goiás, do Maranhão, do Mato Grosso, do Mato 
Grosso do Sul, de Minas Gerais, do Paraná, do Piauí, de Rondônia, de São Paulo 
e Tocantins. 
Na definição das Regiões Turísticas, o critério de continuidade territorial se 
dá pela semelhança da paisagem e pela oferta turística, como veremos a seguir.
A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO TURÍSTICO
APROPRIANDO-SE DA PAISAGEM E ATRIBUINDO VALOR 
AOS LUGARES, COMO PODEMOS CARACTERIZAR UM ES-
PAÇO TURÍSTICO? 
O espaço é a base física onde o homem edifica e produz conforme o seu modo 
de vida, já o espaço turístico é aquele onde a atividade turística se instala. Con-
tudo sendo o turismo uma atividade sobre o deslocamento humano voluntário 
a partir de diferentes motivações, Rodrigues (1997) propõe uma sistematização 
de três elementos principais organizadores das dimensões espacial e territorial 
do turismo: 
 ■ os polos compostos pelas áreas emissoras de turistas, ou seja, as cidades 
de origem dos visitantes.
 ■ os polos definidos pelas áreas receptoras, que caracterizam as localidades, 
as cidades ou os destinos turísticos ou com potencial turístico. 
 ■ as linhas de ligação desses polos, por onde circulam os turistas e as infor-
mações que se referem às vias de acesso, aos equipamentos e aos meios 
de informação que levam os visitantes às áreas receptoras. 
É nas áreas receptoras que podemos identificar o território do turismo ou o lugar 
turístico por excelência” (FRATUCCI, 2000, p. 121).
UNIASSELVI
5
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Nos lugares turísticos, as paisagens e os atrativos turísticos são componentes 
fundamentais para a motivação de deslocamento dos turistas. O Espaço Turístico 
é a “consequência da presença e distribuição territorial de atrativos turísticos” 
(BOULLÓN, 1997, p. 65) e são considerados a matéria-prima do turismo. Os 
atrativos turísticos, segundo Ignarra (2003), são os recursos naturais ou cul-
turais que atraem os turistas para a visitação. Pode ser um monumento natural 
ou um parque de diversões, uma praia ou uma edificação histórica, um evento 
cultural ou elementos da gastronomia ou do artesanato.
Figura 1- Muralha da China
Descrição da Imagem: Trata-se de uma fotografia tirada de cima da muralha da China, apresenta-se um corredor 
extenso feito de pequenos tijolos, nas laterais e piso até ao fundo chegando em um pequeno túnel de aspecto 
rústico; o corredor continua ao fundo da imagem, aparece o céu azul com traços rosa, cercada de uma vegetação 
com montanhas à frente, coberta por uma aparente neblina.
É a partir da elaboração destes recursos e da presença dos turistas que os atrativos 
são aprimorados, recebendo, por exemplo, infraestrutura de acesso, sinalização, 
iluminação especial, equipamentos e serviços turísticos, adequação de informa-
ções e estratégias de marketing. Convém destacar, corroborando com Fratucci 
(2000, p. 131):
1
1
 “ O lugar turístico que aqui conceitualmentepropomos é o território 
onde o turismo se realiza, e onde há a ocorrência de interações e 
inter-relações temporárias entre o anfitrião e o turista, aos quais irão 
permitir um contato direto, sem barreiras (físicas ou simbólicas) 
entre eles e o reconhecimento da existência do outro, recíproca e 
simultaneamente.
De acordo com Boullón (2002), o espaço turístico constitui um sistema formado 
por Zona, Área, Centro, Complexo, Núcleo, Conjunto, Corredor e Unidade. 
COMPONENTE REQUISITOS MÍNIMOS OBSERVAÇÕES
ZONA 
TURÍSTICA
10 atrativos turísticos;
2 centros turísticos; Equipa-
mentos e serviços turísticos; 
Infraestrutura de transportes e 
comunicação.
É a maior unidade de análise do 
espaço turístico; 
Para ser subdividida em áreas 
turísticas, necessita ter mais de 20 
atrativos turísticos.
ÁREA 
TURÍSTICA
1 centro turístico;
10 atrativos turísticos; Equipa-
mentos e serviços turísticos;
 Infraestrutura de transportes 
e comunicação.
São as partes em que uma zona 
turística pode ser subdividida.
CENTRO 
TURÍSTICO
Atrativos turísticos no seu raio 
de influências; Equipamentos 
e serviços turísticos;
 Infraestrutura de transporte 
interno e conexões com as 
áreas emissoras.
Centro urbano que polariza a 
atividade turística de uma área ou 
zona turística. Pode ter a função de 
distribuição, de estada, de escala 
ou de excursão.
COMPLEXO 
TURÍSTICO
Atrativos turísticos com gran-
de poder de atratividade; 
1 centro turístico. 
Agrupamento maior que um centro 
turístico, menor que uma zona 
turística.
UNIDADE 
TURÍSTICA
1 ou mais atrativo turístico 
(singulares e concentrados); 
Hospedagem;
Alimentação; Entretenimento.
Menor que um centro turístico.
NÚCLEO 
TURÍSTICO
Até 9 atrativos turísticos. Isolado, com pouca ou nenhuma 
infraestrutura de acesso. 
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
CONJUNTO 
TURÍSTICO
Até 9 atrativos turísticos; In-
fraestrutura de transportes
São os núcleos turísticos, após a 
sua integração ao sistema turístico.
CORREDORES 
TURÍSTICOS
Não consta. Vias de conexão entre os diversos 
componentes do espaço turístico. 
Podem ser de translado ou de estada.
Tabela 1- Componentes do espaço turístico proposto por Roberto Boullón / Fonte: Fratucci (2008, p. 44). 
As regiões turísticas, de acordo com o Ministério do Turismo, podem ser defi-
nidas como sendo “o espaço geográfico que apresenta características e potencia-
lidades similares e complementares, capazes de serem articuladas e que definem 
um território" (BRASIL, 2020, on-line).
 “ As regiões turísticas são territórios que possuem características si-
milares e/ou complementares e aspectos em comum (identidade 
histórica, cultural, econômica e/ou geográfica). Geralmente, esses 
territórios são compostos por vários municípios. Esses municípios 
se articulam, normalmente em uma instância de governança regio-
nal, para desenvolver o turismo de forma conjunta; regionalizada. 
Numa região podem existir municípios que não recebem turistas, 
mas que se beneficiam da atividade pelo fornecimento de produtos 
e serviços. A lógica do Programa de Regionalização do Turismo 
pressupõe que trabalhar o turismo de forma integrada, regiona-
lizada e cooperada é mais vantajoso para a região, pois o turista 
é estimulado a permanecer mais tempo na região, gerando mais 
recursos para os municípios envolvidos.
(BRASIL, 2020, on-line). 
OS TIPOS DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS TURÍSTICOS
Denominamos, aqui, equipamentos as edificações que comportam os serviços 
turísticos. Há uma grande variedade de equipamentos e serviços turísticos que 
podem ser mais ou menos relevantes, conforme o perfil da demanda ou o seg-
mento de mercado turístico. Vamos relacionar, os principais, conforme Ignarra 
(2003, p. 64-66).
1
1
TIPOS SUBTIPOS 
MEIOS DE 
HOSPEDAGEM
Hotéis; Motéis; Pousadas; Lodges; Albergues/Hostels;
Bed & Breakfast; Camping; Cruzeiros Marítimos; Imóveis de 
Aluguel. 
ALIMENTAÇÃO Restaurantes; Lanchonetes; Sorveterias/docerias; Cafeterias; 
Casas de suco; Casas de chá; Cervejarias
Quiosques. 
AGENCIAMENTO Agências de turismo emissivas;
Agências de turismo receptivo.
TRANSPORTES 
TURÍSTICOS
Aéreo; Rodoviário; Ferroviário; Aquático.
LOCAÇÃO DE 
VEÍCULOS E 
EQUIPAMENTOS
Carros; Motos; Bicicletas; Embarcações. Equipamentos espor-
tivos.
EVENTOS Organizadores de eventos.
Fornecedores de produtos e serviços. 
ESPAÇOS DE 
EVENTOS
Centros de convenções; Bufês; Centros de Feiras e Exposições; 
Áreas de eventos culturais. 
ENTRETENIMENTO Bares; Boates; Danceterias; Clubes/estádios/ginásios; Cine-
mas/teatros; Parques de diversões/Parques aquáticos/Parques 
temáticos/Parques naturais; Boliches; Pistas de patinação; 
Bilhares; Campos de golfe; Hipódromos; Velódromos; Autódro-
mos/ kartódromos; Marinas; Mirantes; belvederes; Terminais de 
turismo social.
INFORMAÇÃO 
TURÍSTICA
Guias turísticos/mapas; Guias de Turismo; Postos/Centros de 
Informações turísticas; Jornais e revistas especializadas.
PASSEIOS De barco; a cavalo; de bicicleta; de helicóptero; 
de jeep/buggy, de ônibus, a pé (walking tour). 
COMÉRCIO 
TURÍSTICO
souvenirs; joalherias; Artesanato; Produtos Típicos. 
Tabela 2 - Tipos e subtipos de serviços turísticos / Fonte: adaptada de Ignarra (2003).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
A INFRAESTRUTURA TURÍSTICA
A infraestrutura básica das cidades é o alicerce para que a atividade turística 
possa se estabelecer. Ela é uma responsabilidade do poder público local e esta-
dual e é compartilhada com a população residente e com os visitantes. A seguir, 
veremos alguns tipos de infraestrutura básica que são relevantes para o turismo.
INFRAESTRUTURA TIPOS
ACESSOS Rodovias, ferrovias, flúvio vias, terminais de passageiros: 
aéreos, rodoviários, ferroviários, marítimos, fluviais. 
SANEAMENTO Captação, tratamento e distribuição de água, coleta, trata-
mento e despejo de esgotos, coleta e tratamento de lixo.
ENERGIA Produção e distribuição de energia.
COMUNICAÇÕES Rede de telefonia comum e celular, wi fi, antenas de capta-
ção de rádio, TV, serviços de correio.
VIAS URBANAS DE 
CIRCULAÇÃO
Implantação, conservação e sinalização.
GÁS Abastecimento e distribuição.
CONTROLE DE 
POLUIÇÃO
Ar, água, sonoro, do solo.
Tabela 3 - Tipos de infraestrutura básica / Fonte: adaptada de Ignarra (2003).
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Tabela - 4 Serviços Básicos de apoio ao turismo / Fonte: adaptada de Ignarra (2003).
A infraestrutura não é apenas física, ela depende de serviços públicos, em parte 
terceirizados ou privados, que proporcionam serviços fundamentais para resi-
dentes e turistas e envolvem atendimento à comunidade usuária dos serviços, 
geram renda e movimentam a economia local, por meio de prestação de serviços 
específicos: 
SERVIÇOS TIPOS 
TRANSPORTES Táxi; Ônibus (regular, fretado, turístico); Metrô
Trem; Aéreo (regular, charter, táxi aéreo); Teleférico;
Aquático (barcas, balsas, lanchas, saveiros - regulares, fre-
tadas, turísticas); Estações ferroviária, rodoviária; portuária. 
SERVIÇOS BANCÁRIOS Agências bancárias; Caixas eletrônicos; Serviços de câmbio.
SERVIÇOS DE 
SEGURANÇA
Polícia Turística; Polícia Militar; Guarda Municipal; Polícia 
Civil; Serviços de salva-vidas; Corpo de Bombeiros; Defesa 
Civil.
SERVIÇOS DE 
COMUNICAÇÃO
Sinalização turística bi/tri lingue; Wi fi aberto; Sistemas 
locais de rádio e TV; Jornais locais; Postos telefônicos.
SERVIÇOS DE APOIO 
AUTOMOBILÍSTICO
Postos de abastecimento; Oficinas mecânicas; Borrachei-
ros; Lojas de autopeças.
CAPACITAÇÃO DE 
RECURSOS HUMANOS
Formação e aperfeiçoamento profissional. 
CARACTERÍSTICAS DOS DESTINOS TURÍSTICOS 
Os lugares onde o turismo se evidencia como atividade econômica são, generi-
camente, chamados de destinos turísticos. Porém, de acordo com Valls (2006, p. 
16) há cinco características que consolidam um destino turístico:
5. Pode ser qualquer unidade territorial (cidade, estado, país, lugar ou re-
gião) que tenha capacidade de planejamento e administração da atividade 
turística. 
6. Um destino turístico exerce uma centralidade, ouseja, deve ser um terri-
tório em que os viajantes tomem como objetivo de visita, com capacida-
de de atrair número suficiente de turistas e visitantes que possibilite seu 
desenvolvimento, por meio da oferta turística. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
7. A partir dos atrativos e dos recursos disponíveis e valorizados, o destino 
deve apresentar uma oferta turística estruturada a serviço de determina-
das satisfações dos clientes, que permitem, a cada turista, experimentar 
a seu gosto e realizar combinações segundo suas preferências. 
8. O destino turístico deve adotar uma marca que se apresente em forma de 
imagem atrativa que traduza toda a oferta, facilite sua identificação nos 
mercados e gere uma interação de afetos e sentimentos.
9. O destino turístico deve dispor de uma função de comercialização con-
junta, sob uma perspectiva institucional, com a presença de cooperação 
vertical em termos de marketing para todo o espaço geográfico do desti-
no, articulada a partir de uma visão estratégica ou de um plano conjunto.
Figura 2 - Vista do Cristo Redentor e Pão de açúcar (Rio de Janeiro)
Descrição da Imagem: Trata-se de uma fotografia, com foco principal em uma escultura de cimento, em cima 
de um grande Morro, denominada Cristo Redentor. Ao fundo aparece uma vegetação, com casa e uma parte do 
oceano na borda da fotografia, à esquerda; no último plano da fotografia, aparece outro morro, com aspecto 
rochoso, conhecido como Pão de Açúcar.
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Portanto, os destinos turísticos como categoria espacial devem reunir estas carac-
terísticas para desempenhar a sua função principal: a satisfação dos residentes e 
visitantes. De acordo com Valls (2006), os destinos turísticos, para assim serem 
considerados, devem desempenhar, ao menos, quatro funções:
 ■ Proporcionar qualidade de vida aos cidadãos: o uso do espaço produzido 
para o turista deve atender também à melhoria de vida da população resi-
dente na medida em que compartilham de uma infraestrutura básica; que 
a atividade econômica se apropria de bens naturais e culturais daquela 
população como atrativos para os visitantes e, por meio desta atividade 
e da relação entre visitantes e visitados, pretende-se proporcionar desen-
volvimento socioeconômico.
 ■ Competitividade internacional: um destino turístico consolidado é capaz 
de atrair, além de visitantes e turistas, mais investimentos em equipa-
mentos e serviços para as cidades, de impulsionar a inovação tecnológica 
e na criação de redes de comercialização e se destacar como centro de 
acontecimentos e eventos de repercussão internacional, atuando como 
um produto de exportação.
 ■ Desenvolvimento Econômico Superior: Valls (2006) destaca que os des-
tinos turísticos proporcionam mais rentabilidade econômica para os in-
vestidores e para as administrações públicas, assim como rentabilidade 
social, na medida em que proporciona empregos e melhoria na qualidade 
de vida dos habitantes, e até rentabilidade ambiental, pois promove a 
valorização do patrimônio paisagístico e também o valor financeiro dos 
bens do território. 
 ■ Satisfação: as três funções expostas (oferecer qualidade de vida aos cida-
dãos, relacionar-se e competir, internacionalmente, e obter um nível de 
desenvolvimento econômico superior) somente poderão ser alcançadas 
se o destino se converter em um amplo espaço para vivenciar as expe-
riências e completar as satisfações dos que ali vivem e dos que chegam 
para visitar.
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QUALIDADE DE 
VIDA DOS SEUS 
CIDADÃOS 
 • Uso do espaço para viver (habitabilidade e funções básicas). 
 • Uso do espaço para intercâmbio (relacional). 
 • Uso do espaço para produzir (atividade econômica). 
 • Uso do espaço para criar, compartilhar raízes e enriquecer-
-se com outras (desenvolvimento cultural e formação). 
 • Uso do espaço para desenvolver atividades de diversão, 
esporte, lazer e turismo. 
COMPETITIVIDADE 
INTERNACIONAL 
 • Exportar. 
 • Atrair capitais. 
 • Converter-se em centro de acontecimentos de âmbito 
mundial. 
 • Obter vanguarda em tecnologias e redes. 
 • Atrair turistas e visitantes.
DESENVOLVIMEN-
TO ECONÔMICO 
SUPERIOR
Com o aumento do fluxo de visitantes, oferecerá um nível eco-
nômico superior, que resultará na soma das seguintes rentabi-
lidades: 
 • rentabilidade econômica superior à média para os negócios 
instalados; caso contrário, os melhores empresários, traba-
lhadores e investidores trocarão de destino. 
 • rentabilidade econômica para as administrações públicas 
relacionadas, de modo que seus investimentos em turismo 
sejam rentáveis. 
 • rentabilidade social para os habitantes, que se traduz em 
atrativos excelentes, infraestruturas adequadas, postos de 
trabalho de qualidade etc. 
 • rentabilidade ambiental, entendida como a manutenção e o 
aumento do valor do território e do patrimônio.
SATISFAÇÃO As três funções expostas (oferecer qualidade de vida aos 
cidadãos, relacionar-se e competir, internacionalmente, e obter 
um nível de desenvolvimento econômico superior) somente 
poderão ser alcançadas se o destino se converter em um amplo 
espaço para vivenciar as experiências e completar as satisfa-
ções dos que ali vivem e dos que chegam para visitar. 
Tabela 5 - Funções dos Destinos turísticos / Fonte: adaptada de Valls (2006).
Oferta turística é o conjunto de atrativos turísticos, serviços e equipamentos e 
toda infraestrutura de apoio ao turismo de determinado destino turístico, utiliza-
dos em atividades designadas turísticas 
(BRASIL, 2010, p. 27).
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TIPOLOGIAS E SEGMENTOS DO MERCADO TURÍSTICO 
O mercado turístico pode ser entendido como “o encontro e a relação entre a 
oferta de produtos e serviços turísticos e a demanda, individual ou coletiva, in-
teressada e motivada pelo consumo e uso destes produtos e serviços” (BRASIL, 
2010, p. 15). É composto por quatro elementos básicos:
 ■ Espaço geográfico: base espacial em que ocorre o encontro entre a pro-
dução da oferta e a procura da demanda turísticas (BRASIL, 2010, p. 15); 
 ■ Oferta: composta pelo conjunto de produtos, serviços e organizações 
envolvidas ativamente na experiência turística (BRASIL, 2010, p. 15);
 ■ Demanda: formada por consumidores reais ou potenciais consumidores, 
de bens e serviços turísticos (BRASIL, 2010, p. 15);
 ■ Operadores de mercado: empresas e instituições cuja principal função é 
facilitar a inter-relação entre a demanda e a oferta, tais como as opera-
doras de turismo e agências de viagens, empresas de transporte regular, 
órgãos públicos e privados que organizam e promovem o turismo (BRA-
SIL, 2010, p. 15). 
A segmentação do mercado turístico é entendida como “uma forma de or-
ganizar o turismo para fins de planejamento, gestão e mercado. Os segmentos 
turísticos podem ser estabelecidos a partir dos elementos de identidade da oferta 
e também das características e variáveis da demanda” (BRASIL, 2010, p. 61).
 “ As características da oferta é que determinam a imagem e identida-
de do produto, e consequentemente, o perfil de turista que poderá 
consumi-lo. O objetivo da segmentação no turismo: direcionar a 
produção turística, de acordo com a vocação do destino, de forma 
competitiva, focando o segmento de demanda que tem maior po-
tencial de consumo dessa produção (BRASIL, 2010, p. 59).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Segmentação da Oferta Turística
A segmentação com base na oferta define o tipo de turismo que será oferecido 
ao visitante. A definição destes tipos de turismo é realizada a partir da existência 
de certas características comuns em um território, tais como: 
 ■ Aspectos e características comuns (geográficas, históricas, arquitetônicas, 
urbanísticas, sociais);
 ■ Atividades, práticas e tradições comuns (esportivas, agropecuárias, de 
pesca, manifestações culturais, manifestações de fé);
 ■ Serviços e infraestrutura comuns (serviços públicos, meios de hospeda-
gem e de lazer) (BRASIL, 2010, p. 74).
Existem diversos segmentos de oferta quepodem existir e que devem ser 
considerados. O Ministério do Turismo, desde 2006, definiu alguns segmentos 
turísticos prioritários para desenvolvimento no Brasil: Turismo de Sol e Praia; 
Turismo Cultural; Turismo Rural; Ecoturismo; Turismo de Aventura; Turismo 
Náutico; Turismo de Pesca; Turismo de Negócios e Eventos; Turismo de Estudos 
e Intercâmbio; Turismo de Esportes; Turismo de Saúde (BRASIL, 2010).
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Saiba mais sobre cada um destes segmentos de turismo no 
Brasil, acessando o fragmento dos Marcos Conceituais do 
Ministério do Turismo.
EU INDICO
Segmentação da Demanda Turística
Existem vários critérios para realizar a segmentação da demanda turística e de 
outros tipos de produto ou serviço. Dois grupos de variáveis que devem ser con-
siderados: as características do grupo (geográficas, demográficas e psicográficas) 
e as respostas que os indivíduos apresentam em relação aos produtos ofertados 
(KOTLER; KELLER, 2006 apud BRASIL, 2010, p. 64). Vejamos algumas dessas 
variáveis:
GEOGRÁFICA
Fronteiras territoriais e populacionais; política; clima (adaptado de Goeldner 
(2002 apud BRASIL 2010, p. 65)).
DEMOGRÁFICA E SOCIOECONÔMICA
Gênero, idade, estado civil, composição familiar, ciclo de vida; educação, renda 
(adaptado de Goeldner (2002 apud BRASIL 2010, p. 65)).
PSICOGRÁFICAS (DE ORDEM PSICOLÓGICA)
Estilo de vida; características de personalidade; atividades; preferências (adapta-
do de Goeldner (2002 apud BRASIL 2010, p. 65)).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
PADRÕES DE COMPORTAMENTO
Momento das compras, impulso ou preferência por marcas; Número de unidades 
compradas; Frequência de compras; Hábitos em relação à mídia (adaptado de 
Goeldner (2002 apud BRASIL 2010, p. 65)).
PADRÕES DE CONSUMO E PREDISPOSIÇÃO DO CONSUMIDOR
Frequência de uso – muito uso versus pouco uso;
Ocasião; Fidelidade à marca; Propriedade de outros produtos; Conhecimento do pro-
duto; Benefícios buscados (adaptado de Goeldner (2002 apud BRASIL 2010, p. 65)).
CLASSIFICAÇÃO DO TURISMO
O turismo pode ser classificado sob diferentes critérios a partir do seu propósito. 
Por exemplo: um destino turístico internacional tem como critério a presença sig-
nificativa de turistas estrangeiros. Então, a origem desses turistas, dessa demanda 
pode diferenciar um destino turístico internacional de outro cuja demanda seja 
nacional. Nas cidades de onde partem os turistas, dizemos que ocorre o turismo 
emissivo; nas cidades que recebem turistas, diz-se que ocorre o turismo receptivo. 
A aplicação destes critérios é muito importante no momento de elaborar esta-
tísticas, analisar o mercado e elaborar o planejamento turístico. Vejamos alguns 
desses critérios para a classificação do turismo, conforme nos propõe Andrade 
(2000) e Cunha (2007):
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QUANTO À ORIGEM DOS VISITANTES 
Turismo doméstico ou interno - deslocamento dos residentes de um país, inde-
pendentemente da sua nacionalidade, que viajam apenas dentro do próprio país. 
Turismo Emissor - outbound tourism - quando os residentes de um país visitam 
outros países, que não o da sua residência. 
Turismo Receptor - inbound tourism - refere-se à recepção de turistas residentes 
de outros países ou cidades. 
Turismo nacional - refere-se aos movimentos dos residentes de um dado país, 
englobando, deste modo, tanto o turismo doméstico como o emissor. 
Turismo internacional - integra os deslocamentos entre fronteiras, consistindo, 
assim, no resultado da adição entre o turismo receptor e o emissor.
QUANTO ÀS REPERCUSSÕES NA BALANÇA DE PAGAMENTOS
Turismo de importação - Turismo de residentes praticado no estrangeiro (outgo-
ing), ou seja, o turismo externo, que representa a evasão de divisas para o país 
emissor. 
Turismo de Exportação - Turismo de estrangeiros praticado no país visitado (in-
coming), ou seja, turismo receptivo, que injeta moeda nos territórios visitados.
QUANTO À DURAÇÃO DA PERMANÊNCIA 
Turismo de passagem - efetuado apenas pelo período necessário para se al-
cançar outra localidade ou outro país, objetivo principal da viagem.
Turismo de permanência - realizado numa localidade ou num país, por um perío-
do variável, nunca inferior a um pernoite.
QUANTO À NATUREZA DOS MEIOS UTILIZADOS
Conforme as vias utilizadas, pode-se classificar como turismo terrestre, náutico e 
aéreo. Segundo os meios utilizados, distinguimos o turismo aéreo por linhas reg-
ulares ou voos charter; rodoviário, em ônibus regular ou fretado; por automóvel 
particular ou de aluguel; por trens regulares ou turísticos, cruzeiros marítimos 
etc.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
QUANTO À ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM 
Turismo individual - quando uma pessoa ou um grupo de pessoas programa a 
própria viagem, podendo modificar o programa livremente, com ou sem inter-
venção de uma agência de viagens. 
Turismo coletivo ou de grupo (forfait ou package) - quando um operador turístico 
ou uma agência de viagens oferece um programa previamente fixado de viagem 
para todo o grupo de viajantes.
QUANTO À TIPOLOGIA DE TURISMO
Resulta de motivações e intenções dos visitantes, dando conta das experiências 
que os turistas estão dispostos a ter e as atividades em que querem participar e 
que contribuem para a consolidação de segmentos turísticos, tais como:
Turismo de lazer: viajantes que apreciam desfrutar de paisagens ou aproveitar as 
distrações oferecidas pelos centros turísticos.
Turismo de negócio: viajantes para os congressos e workshops bem como a 
divulgação de produtos por meio de feiras e exposições etc.
Turismo religioso - inclui pessoas que se deslocam em peregrinação espiritual 
conforme a sua religião e apreciadores de arte e cultura desta natureza, entre 
outros.
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NOVOS DESAFIOS
A partir dos conceitos fundamentais apresentados neste tema, seria interessan-
te que você pesquisasse, em sua cidade, por exemplo, quais são os principais 
atrativos turísticos, os prestadores de serviço, avaliasse a infraestrutura básica 
disponível para a atividade turística e os principais segmentos de turismo que já 
ocorrem ou que têm potencial para se desenvolver. 
Quando começamos a estudar o espaço turístico, estas curiosidades brotam, 
naturalmente, em nossa mente. Passamos a analisar a oferta turística e a estabe-
lecer relações com a demanda e o mercado de modo a promover o destino, de 
forma sustentável. Também devemos ficar atentos, pois, como se trata de um 
fenômeno dinâmico, o turismo está sempre inovando para atender às motivações 
dos viajantes e criando equipamentos e novos padrões de serviços. 
Assim surgiram espaços de grande consumo, como a Disneylândia, Las Ve-
gas ou Dubai, e, em contrapartida, também cresce a demanda pelo turismo de 
experiência e comunitário em aldeias indígenas e comunidades quilombolas, que 
vêm aprimorando suas atividades de receptivo turístico. Já pensou qual seria o 
tipo de turismo em que você gostaria de trabalhar?
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VAMOS PRATICAR
1. Existem várias interpretações para o termo destino turístico, a partir da geografia, da 
economia, da sociologia e da gestão. De acordo com Scaramuzzi (1993 apud VALLS, 
2006, p. 15), “em uma perspectiva muito restrita, vem-se identificando o destino como 
uma localidade ou como um núcleo turístico, uma área turística, um município, uma 
região ou qualquer espaço geográfico (SANCHO et al., 2002). Para além desse con-
ceito restrito, o destino turístico pode se associar a qualquer unidade territorial que 
tenha vocação de planejamento e possa dispor de certa capacidade administrativa 
para desenvolvê-la”.
Com relação às características de um destino turístico apontadas pelo autor, analise as 
afirmativas a seguir:
I - O destino turístico constitui-se de grandes unidades geográficas agrupadas que dis-
ponham de atrações e serviços e uma economia dependente, em grande parte, das 
transações que os turistas realizam.
II - Um destino turístico exerce uma centralidade, ou seja, deve ser um território que os 
viajantes tomem como objetivo de visita, com capacidade deatrair número suficiente 
de turistas.
III - O destino deve apresentar uma oferta turística estruturada que permita a cada turista 
experimentar e realizar combinações para determinadas satisfações dos clientes.
IV - O destino turístico deve adotar uma marca que se apresente em forma de imagem 
atrativa e de uma função de comercialização conjunta.
 É correto o que se afirma em:
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
2. “A partir da oferta, a segmentação define tipos de turismo cuja identidade pode ser 
conferida pela existência, em um território de: atividades, práticas e tradições (agro-
pecuária, pesca, esporte, manifestações culturais, manifestações de fé); aspectos e 
características (geográficas, históricas, arquitetônicas, urbanísticas, sociais); determi-
nados serviços e infraestrutura (de saúde, de educação, de eventos, de hospedagem 
de lazer)” (BRASIL, 2006, p. 3).
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VAMOS PRATICAR
Com relação aos segmentos do mercado turístico com base na oferta, analise as afir-
mativas a seguir: 
I - Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do con-
junto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos 
culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.
II - Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática 
de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo.
III - Turismo de Negócios e Eventos compreende o conjunto de atividades turísticas de-
correntes dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter 
comercial, promocional, técnico, científico e social. 
IV - Turismo Social constitui-se das atividades turísticas decorrentes da utilização de 
meios e serviços para fins médicos, terapêuticos e estéticos.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II, III e IV.
3. A teoria do espaço turístico é a base para organizar todas as ações do setor uma vez 
que permite a elaboração de políticas promocionais que, partindo da realidade do pa-
trimônio [turístico], trabalhem com base em produtos claramente definidos [...] para 
orientar a análise e o diagnóstico do setor (BOULLÓN, 2002, p. 108-109). De acordo 
com o autor, o espaço turístico constitui um sistema formado por Zona, Área, Centro, 
Complexo, Núcleo, Conjunto, Corredor e Unidade. Com base na teoria do espaço turís-
tico de Boullón (2002), assinale a alternativa correta.
a) A área turística é a maior unidade de análise do espaço turístico, podendo conter dois 
centros turísticos e mais de dez atrativos.
b) Os Centros turísticos polarizam a atividade turística de uma área ou zona turística e 
têm funções de distribuição, de estada, de escala ou de excursão.
c) Complexos turísticos são as partes em que uma zona turística pode ser subdividida.
d) Conjuntos turísticos são as vias de conexão entre os diversos componentes do es-
paço turístico.
e) Unidades turísticas são compostas de até nove atrativos turísticos, isoladas, com 
pouca ou nenhuma infraestrutura de acesso.
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1
REFERÊNCIAS
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BOULLÓN, R. C. Planificación Del Espacio Turístico. 3. ed. México: Trillas, 1997.
BOULLÓN, R. Planejamento do espaço turístico. Bauru - SP: EDUSC, 2002.
CORIOLANO, L. N. M. T; SILVA, S. C. B. M. Turismo e geografia: abordagens críticas. Fortale-
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CUNHA, L. Introdução ao turismo. 4. ed. Lisboa: Editorial Verbo, 2007.
FRATUCCI, A. C. Os Lugares Turísticos: Territórios do Fenômeno Turístico. GEOgraphia, n. 2, 
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FRATUCCI, A. C. A dimensão espacial nas políticas públicas brasileiras de turismo: 
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IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Editora Pioneira, 2003.
RODRIGUES, A. B. Turismo e Espaço. Rumo a um conhecimento transdisciplinar. São Paulo: 
Editora Hucitec, 1997.
SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. 
São Paulo: Hucitec, 1994.
VALLS, J. F. Gestão integral de destinos turísticos sustentáveis. Trad. Cristiano Vas-
ques e Liana Wang. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.
1
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1. E. A afirmativa I está incorreta, pois o autor contrapõe justamente a ideia equivocada 
de que o conceito de destino turístico estaria vinculado a um grande espaço geográfico 
e à dependência econômica. A afirmativa II está correta. A afirmativa III está correta. A 
afirmativa IV está correta. 
2. D. A afirmativa I está correta. A afirmativa II está correta. A afirmativa III está correta. A 
afirmativa IV está incorreta, pois o Turismo de Saúde constitui-se das atividades turísticas 
decorrentes da utilização de meios e serviços para fins médicos, terapêuticos e estéti-
cos. O Turismo Social é a forma de conduzir e praticar a atividade turística, promovendo 
a igualdade de oportunidades, a equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania 
na perspectiva da inclusão. Portanto, não é exatamente considerado um segmento de 
mercado turístico, mas é transversal a todos os segmentos.
3. B. A alternativa A está incorreta, pois a Zona Turística é a maior unidade de análise do 
espaço turístico. A alternativa C está incorreta, pois as Áreas Turísticas são as partes 
em que uma zona turística pode ser subdividida. A alternativa D está incorreta, pois os 
Corredores Turísticos são as vias de conexão entre os diversos componentes do espaço 
turístico. A alternativa E está incorreta, pois os Núcleos Turísticos são compostos de até 
nove atrativos turísticos, isolados, com pouca ou nenhuma infraestrutura de acesso.
GABARITO
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UNIDADE 2
MINHAS METAS
TERMINOLOGIA TURÍSTICA
Conhecer os principais conceitos aplicados ao turismo.
Identificar os órgãos oficiais de turismo no âmbito internacional e nacional. 
Verificar a estrutura dos órgãos oficiais de turismo nos âmbitos estadual e municipal.
Avaliar o papel e a importância dos órgãos oficiais de turismo.
Entidades representativas dos setores produtivos no turismo.
Termos técnicos mais aplicados na atividade turística.
Refletir sobre a gestão participativa para o desenvolvimento turístico.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4
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INICIE SUA JORNADA
Com frequência, vemos matérias jornalísticas, revistas e sites com publicações 
que se apropriam de termos da área do turismo. indiscriminadamente. Por 
exemplo: guia turístico e guia de turismo. Você saberia identificar quando apli-
car esses termos, corretamente? Também em relação a segmentos de turismo, 
muitos consideram ecoturismo e o turismo de aventura a mesma “coisa”, porém, 
tanto no seu conceito quanto na operação, são bem diferentes. 
Neste tema, relacionaremos alguns dos termos que mais geram dúvidas na 
conceituação e na aplicação, a partir das definições atribuídas pelos principais 
órgãos oficiais deturismo. Muitos pesquisadores e autores questionam a ade-
quação de tais termos, porém são as conceituações dos órgãos oficiais de turis-
mo que, na prática, viabilizam a elaboração de projetos e as políticas públicas 
em uma mesma linguagem, uma mesma interpretação. Conhecer e aperfeiçoar 
esses termos é uma missão para todos os que pretendem trabalhar no setor. 
Abordaremos, também, a importância destes órgãos oficiais de turismo, das 
entidades representativas de setores produtivos e da inter-relação destes entes 
para o desenvolvimento sustentável do turismo. 
VAMOS RECORDAR?
Por falar em termos técnicos, você já deve ter visto o al-
fabeto “fonético” da OTAN - Organização do Tratado do 
Atlântico Norte, que é amplamente utilizado na aeronáuti-
ca, em serviços de emergência e militares, assim como no 
agenciamento de viagens, eventos e hotelaria. A: ALPHA, 
B: BRAVO, C: CHARLIE, D: DELTA, E: ECO, F: FOXTROT, G: 
GOLF, H: HOTEL, I: ÍNDIA, J: JULIET, K: KILO, L: LIMA, M: 
MIKE, N: NOVEMBER, O: OSCAR, P: PAPA, Q: QUEBEC, R: ROMEU, S: SIERRA 
T: TANGO, U: UNIFORM, V: VICTOR, W: WHISKY, X: X-RAY, Y: YANKEE, Z: ZULU. 
Você seria capaz de soletrá-lo? E que tal fazer isso cantando? Siga o link e 
experimente.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
PRINCIPAIS CONCEITOS APLICADOS AO TURISMO
Neste tema, revisaremos alguns conceitos que são amplamente difundidos quan-
do o assunto é turismo. Partiremos do próprio conceito de turismo apresentado 
pela Organização Mundial do Turismo (OMT/UNWTO), segundo a qual:
 “ O turismo compreende as atividades que realizam as pessoas du-
rante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno 
habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com fina-
lidade de lazer, negócios ou outras (SANCHO, 2001, p. 38). 
As atividades realizadas pelas pessoas em suas viagens e estadias são as atividades 
que movimentam o Mercado Turístico, compreendido pelo Ministério do Tu-
rismo do Brasil como sendo, “o encontro e a relação entre a oferta de produtos e 
serviços turísticos e a demanda, individual ou coletiva, interessada e motivada pelo 
consumo e uso destes produtos e serviços” (BRASIL, 2010, p. 15). Neste conceito, 
encontramos componentes do mercado turístico importantes a serem definidos: 
 ■ Demanda turística: formada por um conjunto de consumidores, ou 
potenciais consumidores, de bens e serviços turísticos (BRASIL, 2010, p. 
15). Turistas, viajantes e visitantes compõem a demanda turística, sendo 
que a OMT (1995 apud SANCHO, 2001, p. 40) distingue como:
 • Visitante: todos os tipos de viajantes relacionados ao turismo. 
 • Viajante: qualquer pessoa que viaje entre dois ou mais países ou entre 
duas ou mais localidades em seu país de residência habitual.
 • Turista: passageiro que permanece uma noite, pelo menos, em um 
meio de hospedagem coletivo ou privado no país ou cidade visitada.
 • Excursionista: viajante que não pernoita na cidade visitada. 
 ■ Oferta turística: composta pelo conjunto de produtos, serviços e organiza-
ções envolvidas ativamente na experiência turística (BRASIL, 2010, p. 15).
 ■ Produto turístico: o conjunto de atrativos, equipamentos e serviços turísti-
cos acrescidos de facilidades, localizados em um ou mais municípios, ofer-
tado, de forma organizada por determinado preço” (BRASIL, 2010, p. 24).
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De acordo com Ignarra (1999), o produto turístico é formado por seis componentes: 
 ■ Recursos: naturais (clima, solo, paisagens, fauna, flora e outros) e culturais 
(patrimônio arquitetônico, cultura local, gastronomia, artesanato e outros). 
Convém, aqui, diferenciar recursos de atrativos turísticos. Como aponta 
Gunn (1993 apud SANCHO, 2001, p. 121) “os recursos naturais, culturais, 
etc. são o fundamento para o desenvolvimento posterior da atração”, são as 
matérias-primas que precisam ser dotadas de infraestrutura, informação e 
atenderem às preferências dos turistas atuais e potenciais. Swarbrooke (1995 
apud SANCHO, 2001, p. 122) divide os atrativos conforme o quadro a seguir:
NATURAIS
CRIADOS PELO 
HOMEM, NÃO 
PLANEJADOS COM 
A INTENÇÃO DE 
ATRAIR VISITANTES
CRIADOS PELO 
HOMEM, COM A 
INTENÇÃO DE ATRAIR 
VISITANTES
EVENTOS 
ESPECIAIS
Praias 
Grutas 
Rios 
Lagos 
Bosques 
Flora 
Fauna 
etc.
Catedrais 
Igrejas 
Casas 
Históricas 
Monumentos 
Jardins históricos 
etc.
Parque de diversões
Parques temáticos
Museus
Centros de exibições
Cassinos
Centros de Lazer
Balneários 
Lugares para 
piquenique etc.
Festivais de arte
Encontros 
esportivos
Mercados e 
Feiras
Aniversários
Históricos
Eventos 
religiosos etc.
Tabela 1- Desenvolvimento e Gestão de Atrativos Turísticos 
Fonte: Swarbrooke (1995 apud SANCHO, 2001, p. 122). 
 ■ Bens e Serviços: produtos alimentícios, materiais esportivos, serviços 
receptivos, atrações etc. (BRASIL, 2010, p. 24-25). 
 ■ Infraestrutura e equipamentos: estradas, meios de hospedagens, res-
taurantes etc. (BRASIL, 2010, p. 24-25).
 ■ Gestão: a forma como o produto é gerido e ofertado (BRASIL, 2010, 
p. 24-25).
 ■ Imagem da marca: como este produto é percebido pelos consumidores 
(BRASIL, 2010, p. 24-25).
 ■ Preço: o valor a ser pago deve ser condizente com os benefícios oferecidos 
(BRASIL, 2010, p. 24-25).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
O Mercado Turístico tem ainda dois componentes fundamentais que são: 
 ■ Espaço geográfico: “base física na qual tem lugar a conjunção ou o 
encontro entre a oferta e a demanda, e em que se situa a população 
residente, que se não é em si mesma um elemento turístico, é conside-
rada um importante fator de coesão ou desagregação no planejamento 
turístico” (BRASIL, 2010, p. 15). 
 ■ Esta “base física”, este espaço, pode ser um lugar, uma cidade, um 
destino turístico. Contudo, para que possamos chamar de destino 
turístico, este lugar precisa exercer atração da demanda e dispor de 
equipamentos e serviços turísticos, portanto, ter a atividade turística 
consolidada entre as suas atividades econômicas. 
 ■ Para Bull (1994), Destino Turístico “é o país, região ou cidade para 
onde se dirigem os visitantes, tendo-os como principal objetivo”. 
Copper et al. (apud SANCHO, 2001, p. 47) o definem como “a con-
centração de instalações e serviços planejados para satisfazer as ne-
cessidades dos turistas”. 
Assim, Sancho (2001, p. 47) conclui que:
 “ O destino turístico é o lugar para onde tem de se deslocar a de-
manda, a fim de consumir o produto turístico. O deslocamen-
to é um dos elementos determinantes da experiência turística. 
Justamente o lugar para o qual se dirige pode ter a dimensão 
de um núcleo turístico (exemplo, um parque temático), como 
zona turística (Costa do Sol), município turístico (Benidorm) 
ou como região (Canárias), mas o importante é que esse destino 
constitui o objetivo do turista”.
 ■ Operadores de mercado: são as empresas e as instituições que facili-
tam a inter-relação entre a demanda e a oferta, seja como mediadores 
seja como prestadores de serviços turísticos do lugar. “São as operado-
ras de turismo e agências de viagens, empresas de transporte regular, 
órgãos públicos e privados que organizam ou promovem o turismo” 
(BRASIL, 2010, p. 15).
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ÓRGÃOS OFICIAIS DE TURISMO
Os órgãos oficiais de turismo são os representantes legítimos dos operadores tu-
rísticos e guardam estreita relação com os territórios que representam tanto para 
fins de planejamento quanto de organização, promoção, avaliação e fiscalização 
da atividade turística, conforme a sua estruturação. Alguns adquirem funções 
de pesquisa e aconselhamento, outros assumem a normatização, a execução e 
a operação da atividade turística. Conheceremos alguns destes órgãos oficiais 
conforme a sua abrangência. 
No âmbito Internacional
A Organização Mundial do Turismo (OMT, em inglês UNWTO) é um órgão 
intergovernamental formalizada como agência especializada da Organização 
das Nações Unidas (ONU), em 2003. Mas seu início antecede a data de 1946, 
quando, durante o Primeiro Congresso Internacionalde Organizações Nacionais 
de Turismo realizado em Londres, foi decidida a criação de uma organização 
internacional, não governamental e de âmbito universal para orientar a atividade 
turística. Atualmente, 159 países são membros da OMT, que conta, também, com 
mais de 500 filiados representantes do setor privado (UNWTO, 2023). 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
O objetivo principal da OMT, conforme o artigo 3º de seu estatuto é
 “ promover e desenvolver o turismo, visando contribuir à expansão 
econômica, à compreensão internacional, à paz, à prosperidade, 
assim como ao respeito universal e à observação dos direitos e das 
liberdades humanas fundamentais sem distinção de raça, sexo, lín-
gua ou religião (LONATI, 1976, p. 1).
A origem da celebração do dia 27 de setembro como Dia Mundial do Turismo foi 
definida pela OMT, em 1980, justamente para comemorar os dez anos da apro-
vação do estatuto da organização. Desde então, todos os anos a OMT mobiliza 
esforços sobre temas a serem destacados entre os países membros. Por exemplo, 
em 2017, o tema foi Turismo Sustentável e Desenvolvimento, que levou à ela-
boração de uma agenda até 2030, alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável da ONU. Seguem alguns temas já celebrados:
2018 Sustentabilidade e Transformação Digital
2019 Geração de Empregos
2020 Desenvolvimento Rural 
2021 Crescimento Inclusivo 
2022 Repensar o Turismo
2023 Turismo e Investimento Verde
Tabela 2- Temas comemorativos do Dia Mundial do Turismo - OMT / Fonte: Unwto (2023).
Saiba mais sobre a atuação da Organização Mundial Turismo, 
assistindo ao vídeo de Vitor Mezzoni, de 2018.
EU INDICO
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Em 1999, na Assembleia Geral da Organização Mundial do Turismo realizada 
em Santiago do Chile, foi aprovado o Código de Ética Mundial para o Turismo. 
São dez artigos que visam orientar os países membros e afiliados a promoverem 
o turismo sustentável, com responsabilidade e credibilidade, minimizando os im-
pactos negativos ao meio ambiente natural, ao patrimônio cultural e à sociedade, 
visando proporcionar mais benefícios aos moradores das localidades turísticas. 
Conheça o Código de Ética Mundial do Turismo, traduzido para 
o português.
EU INDICO
Em âmbito Nacional
O turismo como política pública teve sua estruturação a partir da criação da Empre-
sa Brasileira de Turismo - EMBRATUR, em 18 de novembro de 1966, por meio do 
decreto-lei do presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, o qual também deu 
origem ao Conselho Nacional de Turismo e definiu a Política Nacional de Turismo. 
A Embratur esteve vinculada, em 1991, à Secretaria de Desenvolvimento Re-
gional da Presidência da República como uma autarquia, com a denominação de 
Instituto Brasileiro de Turismo, para formular, coordenar e executar a Política 
Nacional do Turismo. Transitou pelo Ministério do Esporte e Turismo, até a criação 
do Ministério do Turismo pela Medida Provisória nº 103, em 1 de janeiro de 2003.
A Embratur passa a ser a principal referência 
para a promoção internacional do Brasil, visando 
ampliar a atração dos mais de seis milhões de visi-
tantes estrangeiros que injetam mais de seis bilhões 
de dólares na economia brasileira, ao ano. Visando 
dar mais agilidade e autonomia à Embratur, em suas 
ações de marketing internacional, em 2020, por meio 
da Lei nº 14.002, o Instituto Brasileiro do Turismo foi 
A Embratur passa 
a ser a principal 
referência para 
a promoção 
internacional do 
Brasil
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
transformado em um serviço social autônomo, identificando a Embratur como 
Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (EMBRATUR, 2021).
Assim, conforme estabelecido pela Lei nº 11.771 (BRASIL, 2008, on-line), 
conhecida como Lei Geral do Turismo, o Ministério do Turismo permanece 
como órgão central do Sistema Nacional de Turismo, que é composto também 
por outros órgãos oficiais, a saber:
I - MINISTÉRIO DO TURISMO (MTUR) 
com a finalidade de “estabelecer a Política Nacional de Turismo, planejar, fomen-
tar, regulamentar, coordenar e fiscalizar a atividade turística, bem como promover 
e divulgar institucionalmente o turismo em âmbito nacional e internacional” 
(BRASIL, 2008, on-line).
II - AGÊNCIA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO INTERNACIONAL DO TURISMO 
(EMBRATUR)
encarregada pela promoção do Brasil no exterior e captação de eventos. (BRASIL, 
2008, on-line).
III - CONSELHO NACIONAL DE TURISMO (CNT) 
é um órgão colegiado de assessoramento superior, integrante da estrutura 
regimental do Ministério do Turismo, regido pelo Decreto nº 6.705, de 19 de 
dezembro de 2008. É composto por representantes de órgãos públicos do Poder 
Executivo Federal e da administração indireta e por entidades dos diversos seg-
mentos relacionados à atividade turística (BRASIL, 2008, on-line).
IV - FÓRUM NACIONAL DE SECRETÁRIOS E DIRIGENTES ESTADUAIS DE 
TURISMO (FORNATUR)
Criado em 7 de novembro de 2000, o fórum consiste em um colegiado formado 
pelos Secretários de Estado de Turismo ou Presidentes de Órgão Estaduais de 
Turismo, ou seja, o executivo estadual na gestão do turismo. Tem a finalidade de 
se reunirem para deliberar sobre os temas relevantes para o turismo nacional, 
apresentando as suas demandas estaduais, regionais, exercendo a sua ex-
pressão técnica e política (BRASIL, on-line).
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Poderão, ainda, integrar o Sistema:
 “ I - os fóruns e conselhos estaduais de turismo;
II - os órgãos estaduais de turismo; e
III - as instâncias de governança macrorregionais, regionais e mu-
nicipais (BRASIL, 2008, on-line).
As Instâncias de Governança são organizações com participação do poder público, 
do setor privado e de outras entidades representativas do turismo dos municípios 
componentes das regiões turísticas, que têm a função de coordenar um dos progra-
mas estruturantes do Ministério do Turismo: o Programa de Regionalização do Tu-
rismo. São os entes responsáveis pelo planejamento, definindo as prioridades para 
sua região e pela execução e coordenação dos processos para o desenvolvimento 
do turismo na região turística. As instâncias de governança podem se estruturar 
como uma associação, um conselho, um fórum (BRASIL, 2020, on-line).
O Ministério do Turismo é composto por duas secretarias especiais, além 
da Embratur: 
 ■ Secretaria Nacional de Políticas do Turismo (SNPT-MTur) - respon-
sável pela criação e pelo fomento da política nacional em consonância 
com o Conselho Nacional de Turismo.
 ■ Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo 
(SNPDT-MTur), que trabalha para a melhoria da qualidade dos serviços 
e para a ampliação da infraestrutura em localidades turísticas e com po-
tencial turístico.
Cabe ao Ministério do Turismo elaborar o Plano Nacional de Turismo. Em Brasil 
(2008, on-line) descrevem-se os artigos:
I - a política de crédito para o setor, nela incluídos agentes financeiros, linhas de 
financiamento e custo financeiro;
II - a boa imagem do produto turístico brasileiro no mercado nacional e internacional;
III - a vinda de turistas estrangeiros e a movimentação de turistas no mercado interno;
IV - maior aporte de divisas ao balanço de pagamentos;
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
V - a incorporação de segmentos especiais de demanda ao mercado interno, em 
especial os idosos, os jovens e as pessoas portadoras de deficiência ou com mo-
bilidade reduzida, pelo incentivo a programas de descontos e facilitação de deslo-
camentos, hospedagem e fruição dos produtos turísticos em geral e campanhas 
institucionais de promoção;
VI - a proteção do meio ambiente, da biodiversidade e do patrimônio cultural de 
interesse turístico;
VII - a atenuação de passivos socioambientais eventualmente provocados pela 
atividade turística;
VIII - o estímulo ao turismo responsável praticado em áreas naturais protegidas 
ou não;
IX - a orientação às ações do setor privado, fornecendo aos agentes econômicos 
subsídios para planejar e executar suas atividades; e
X - a informação da sociedade e do cidadão sobrea importância econômica e 
social do turismo.
Parágrafo único. O PNT terá suas metas e programas revistos a cada 4 (quatro) anos, 
em consonância com o plano plurianual, ou quando necessário, observado o interesse 
público, tendo por objetivo ordenar as ações do setor público, orientando o esforço 
do Estado e a utilização dos recursos públicos para o desenvolvimento do turismo.
Art. 7o O Ministério do Turismo, em parceria com outros órgãos e entidades inte-
grantes da administração pública, publicará, anualmente, relatórios, estatísticas e 
balanços, consolidando e divulgando dados e informações sobre:
I - movimento turístico receptivo e emissivo;
II - atividades turísticas e seus efeitos sobre o balanço de pagamentos; e
III - efeitos econômicos e sociais advindos da atividade turística. 
Diante do exposto, pode-se imaginar a dimensão e a importância do MTur para 
o país. Principalmente pela dimensão do país e por sua diversidade natural e 
cultural, o órgão federal assume a função de articular com outros órgãos as ações 
necessárias para ampliar a infraestrutura e a estruturação, a orientação, a quali-
ficação e a promoção dos produtos e dos gestores públicos e privados do setor 
no território nacional.
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No âmbito Estadual e Municipal
Cabe aos estados e mu-
nicípios adotarem as 
referências das políticas 
públicas e do plano na-
cional de turismo em 
seus territórios. A es-
truturação dos órgãos 
oficiais de turismo nos 
Estados e nos Municí-
pios brasileiros depende 
muito da vontade políti-
ca e da continuidade das 
ações de cada gestão.
Nos Estados, por força do assento no Fórum de Secretários Estaduais de Tu-
rismo (Fornatur) e pela dimensão territorial envolver municípios com diferentes 
atividades econômicas, das quais, notadamente, o turismo se insere, a tendência 
é ter sempre uma representação. Nos estados e municípios em que a atividade 
turística é relevante, encontramos as Secretarias Especiais de Turismo. Em ou-
tros, pode ser interessante ter a gestão do turismo sob uma secretaria estadual/
municipal compartilhada, por exemplo, como Secretaria Municipal de Cultura 
e Turismo, ou de Esportes, Lazer e Turismo ou Indústria, Comércio e Turismo. 
Ter um órgão gestor do turismo, um conselho e um fundo municipal de turismo 
ativos são condições para que os municípios participem do Mapa do Turismo 
Brasileiro, coordenado pelo MTur.
Alguns estados e municípios criam agências, autarquias ou institutos para 
exercerem a função de execução das políticas e de marketing turístico em seu 
território, semelhante ao papel da Embratur. Por exemplo, no Rio de Janeiro, a 
Turisrio - Companhia de Turismo do Estado é a empresa gestora do turismo, 
vinculada à Secretaria Estadual de Turismo; e a Riotur, a Empresa de Turismo 
do Município do Rio de Janeiro, vinculada à Secretaria Municipal do Turismo 
ou ao Gabinete do Prefeito, de acordo com a gestão. Em São Paulo, a São Paulo 
Turismo (SPTuris) é a empresa oficial de turismo e eventos da cidade e de apoio 
às políticas públicas na capital paulista. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
PRINCIPAIS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DOS SETORES 
DO TURISMO
Além dos órgãos oficiais, ou seja, vinculadas à gestão pública do território mu-
nicipal, estadual ou federal, outras entidades de setores da iniciativa privada e 
da sociedade são extremamente importantes para o planejamento e a atividade 
turística. São associações, fóruns, grupos que representam em âmbito nacio-
nal os interesses do trade turístico, por exemplo, dos hoteleiros, dos agentes 
de viagens, dos organizadores de eventos, dos profissionais em turismo, entre 
outros, nos conselhos municipais, estaduais e/ou federal de turismo, de modo a 
contribuir com as políticas públicas e o planejamento turístico e sua execução. 
Vamos conhecer algumas delas:
BRASIL CONVENTION 
& VISITORS BUREAU 
Os Convention & Visitors Bureaux reúnem agentes da 
iniciativa privada com o objetivo de promover os desti-
nos, por meio da captação de novos negócios, de even-
tos, como congressos e feiras além de turistas; Os C&VB 
representam seus associados junto aos poderes públi-
cos e demais setores de interesse, apresentando-lhes 
dados, propostas e soluções para o setor de eventos e 
turismo, auxiliando na tomada de decisões que visem ao 
planejamento e ao fomento do Turismo Brasileiro. 
Site: http://brasilcvb.com.br/ 
FOHB – FÓRUM 
DE OPERADORES 
HOTELEIROS DO 
BRASIL 
Entidade sem fins lucrativos, fundada em 2002, com-
posta pelas mais atuantes redes hoteleiras no país. 
Somam 22 redes hoteleiras nacionais e internacionais, 
com 887, em 1200 municípios, que geram em torno de 
150 mil empregos diretos e indiretos. Contribuem com 
informações relevantes para o setor que auxiliam no 
planejamento. 
Site: https://fohb.com.br/ 
BRAZTOA – 
ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DAS 
OPERADORAS DE 
TURISMO
Criada em 1989, é uma forte entidade do setor, que 
reúne as principais operadoras de turismo que trabalham 
para valorizar a atuação dos associados em regime de 
mercado organizado, liberdade de iniciativa e lealdade de 
concorrência. 
Site: https://www.braztoa.com.br/ 
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ABETA- ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DAS 
EMPRESAS DE 
ECOTURISMO 
E TURISMO DE 
AVENTURA
Entidade civil sem fins lucrativos que reúne as empresas 
qualificadas que atuam com Ecoturismo e Turismo de 
Aventura do Brasil 
Site: https://abeta.tur.br/pt/pagina-inicial/ 
ANSEDITUR - 
ASSOCIAÇÃO 
NACIONAL DOS 
SECRETÁRIOS 
E DIRIGENTES 
MUNICIPAIS DE 
TURISMO 
Associação que reúne as secretarias municipais de tu-
rismo com o objetivo de fortalecer a atuação em âmbito 
estadual e federal, por meio da capacitação de seus 
Secretários, inserção nas políticas públicas voltadas de 
turismo, participação em feiras e promoção dos destinos 
em âmbito nacional e internacional.
Site: https://anseditur.org/ 
ABIH NACIONAL 
ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DA 
INDÚSTRIA DE HOTÉIS 
Tradicional entidade do setor com mais 80 anos de exis-
tência, representa a indústria de turismo e hospitalidade 
em todo país por meio das ABIHs Estaduais. Elabora 
dados sobre a hotelaria nacional a partir das informações 
de seus associados e contribui para o planejamento das 
políticas públicas do setor.
Site: https://www.abih.com.br/ 
Tabela 3 - Entidades representativas de setores do turismo / Fonte: a autora.
TERMOS APLICADOS AO TURISMO
De acordo com Moreira (2016), o termo “turismo”, no português do Brasil, iden-
tifica-se a muitos processos habituais de adoção de estrangeirismos que podem se 
dar por truncação ou aglutinação (sightseeing); pela prefixação em empréstimos 
(teleshop); formações com verbos ingleses no gerúndio (overbooking), expres-
sões formadas pelos infinitivos dos verbos em inglês (go-show), léxias complexas 
formadas de acordo com o padrão da língua exportadora (city tour), vocábulos 
simples (voucher), siglas (pax) e adaptações (resorte). Ainda constam casos de 
termos vernáculos, que tanto podem ser formações híbridas (como sala vip), 
como termos que seguem os processos de formação da língua portuguesa, como 
“siglas, sufixação (piratear), truncação ou aglutinação (turismólogo) e mudanças 
semânticas” (CARVALHO, 1996 apud MOREIRA, 2016, p. 100). 
Apresentaremos o significado de alguns deles: 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
ALL-
INCLUSIVE 
Determina, normalmente em hotéis, o sistema no qual todas 
as despesas (como refeições, bebidas alcoólicas e até gorjetas) 
estão incluídas no valor da diária paga pelo hóspede.
BRIEFING 
Material com informação sobre o evento. É distribuído entre 
participantes e meios de comunicação.
CHARTER 
Fretamento, ou seja, viagem não comercial em que todos os 
assentos do meio de transporte são comercializados por alguma 
operadora de turismo. Voo fretado, com saída única e pré-
determinada, mais barato que o regular, mas também com várias 
limitações. O pax não pode, por exemplo, remarcar datas da 
viagem ou ter o bilhete endossado por outra Cia.
CHECK-IN
Procedimento de embarque junto à Cia aérea.Utiliza-se o 
mesmo nome para entrada em hotel.
CHECK-OUT 
Procedimento de saída desembarque ou saída do hóspede do 
hotel, incluindo o fechamento de sua conta.
LANDING 
PAGE
(marketing digital) Qualquer página que o visitante pode acessar 
o seu site, seja por um anúncio pago, busca no Google, seja por 
redes sociais. Leia, também, o conceito de Squeeze page. 
LOUNGE
No exterior, é o que chamamos de sala vip nos aeroportos 
brasileiros. Nos hotéis, pode ser sala de estar e bar. 
NO SHOW
É o não comparecimento, sem aviso prévio ou cancelamento 
para embarque ou no balcão da recepção. Passageiro que não se 
apresenta para embarcar no voo em que tem reserva ou, ainda, 
não comparece no hotel na data aprazada de sua reserva. Termo 
internacional para designar reserva confirmada e que não tenha 
sido utilizada, nem cancelada.
OVERBOOKING
Comercialização de bilhetes aéreos ou apartamentos em número 
acima dos disponíveis para ocupação. acima da capacidade 
total. Overbooking ou Overselling (Português: sobrevenda) é um 
termo utilizado por empresas que se refere à prática de vender 
um serviço em quantidade maior do que a capacidade que a 
empresa pode fornecer.
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TRADE 
TURÍSTICO
São organizações privadas e governamentais atuantes no 
setor de “Turismo e Eventos”, como Hotéis, Agências de 
Viagens especializadas em Congressos, Transportadoras 
Aéreas, Marítimas e Terrestres, além de Promotores de Feiras, 
Montadoras e Serviços Auxiliares (tradução simultânea, 
decoração, equipamentos de áudio visuais etc.). 
TRASLADO /
TRANSFER
O mesmo que “transfer”: é o transporte terrestre de um 
passageiro. Pode ser “in/out”, quando se trata do traslado de 
chegada/saída de um passageiro, em determinada cidade 
(transporte do Aeroporto até o hotel e vice-versa).
UPGRADE
É a mudança de classe, utilização de cartões de milhagem, 
sem taxa no avião por promoção ou por adicional pela troca. 
Transferência de uma classe para outra superior, sem pagamento 
de taxa adicional. Melhoria na acomodação, uma cortesia, como 
passar da classe econômica para a executiva. Serviço oferecido 
como “cortesia” por hotéis, navios, Cias. Aéreas, onde o passageiro 
usufrui um serviço superior ao que foi adquirido (benefício 
utilizado, estrategicamente, como um bônus ao cliente, por 
exemplo, em caso de overbooking, no hotel ou na viagem aérea).
VOUCHER 
É o cupom de serviços pela AGT ou pela Operadora. Documento 
que determina o recebimento que garante a entrada no hotel ou 
o pagamento pax’s em hotéis ou serviços de traslados, emitido 
de qualquer serviço solicitado e confirmado. Ordem de serviço 
turístico emitido pela agência operadora ou sua representante 
legal. Comprovante de reserva e pagamento antecipado de 
passagem, estadia ou aluguel de veículo. É o documento 
entregue ao passageiro com todas as especificações dos 
serviços turísticos adquiridos. Ele pressupõe a confirmação dos 
serviços discriminados. É necessário fazer a apresentação dele 
para que a prestação do serviço seja feita.
Tabela 4 - Termos aplicados nas operações turísticas / Fonte: adaptada de Falcão (2019). 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
NOVOS DESAFIOS 
A comunicação é fundamental em todas as instâncias da nossa vida. Mas, 
especialmente, no ambiente profissional - e no mercado turístico, que têm 
abrangência internacional, a necessidade de saber aplicar bem os termos téc-
nicos faz toda a diferença. Seja na comunicação oral e, especialmente, seja 
na escrita e na documental, devemos estar atentos para a adequação, prin-
cipalmente, dos termos em outros idiomas. Às vezes, soam exagerados, não 
é mesmo? Por exemplo: O pax VIP chegou no lounge para o early check 
in e encontrou o guest relation do resort em um meet com o CEO e logo 
questionou sobre o free transfer out oferecido na landing page. 
Ou, ainda:
O trade organizou um fam tour para testar o road show que será realizado 
no estado antes do dead line para o envio do briefing para a mídia.
Se você sentiu dificuldade em interpretar estas sentenças, consulte as referências 
passadas aqui no EU INDICO! Mas, se você compreendeu bem estas expressões, 
já está preparado para o próximo tema. Go ahead! 
Acesse o Glossário do Turismo do Ministério do Turismo pelo 
link e conheça mais de 150 termos, que se apresentam em 
ordem alfabética, com suas definições e referências. 
EU INDICO
Visando unificar a interpretação sobre termos aplicados ao planejamento 
turístico, o Ministério do Turismo publicou, em 2018, o Glossário de Tu-
rismo, reunindo em um único documento mais de 150 termos extraídos de 
documentos, normas e publicações do Ministério do Turismo e da Embratur, 
nos últimos 15 anos.
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VAMOS PRATICAR
1. “É constituída por um conjunto de elementos que conformam o produto turístico, os 
quais, isoladamente, possuem pouco valor turístico (ou nenhum) ou têm utilidade para 
outras atividades que não o próprio turismo. Mas, se agrupados, podem compor o que 
se denomina produto turístico” (IGNARRA 2003, p. 50).
Assinale a alternativa que confere com o conceito ao qual se refere o autor.
a) Mercado Turístico.
b) Oferta Turística.
c) Atrativo Turístico.
d) Destino Turístico.
e) Serviços Turísticos.
2. Conforme estabelecido na seção III da Lei nº11.771 (BRASIL, 2008, on-line), conhecida 
como Lei Geral do Turismo, o Sistema Nacional de Turismo “tem por objetivo promover 
o desenvolvimento das atividades turísticas, de forma sustentável, pela coordenação 
e integração das iniciativas oficiais com as do setor produtivo”.
Com relação à composição do Sistema Nacional de Turismo (SNT), analise as afirmativas 
a seguir:
I - O SNT é composto pelo Ministério do Turismo, a Embratur, o Conselho Nacional de Tu-
rismo e o Fornatur - Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo.
II - Poderão integrar o SNT os fóruns e os conselhos estaduais de turismo, os órgãos 
estaduais de turismo e as instâncias de governança macrorregionais, regionais e mu-
nicipais.
III - É composto por duas secretarias especiais, além da Embratur: a Secretaria Nacional 
de Políticas do Turismo (SNPT - MTur) e a Secretaria Nacional de Programas de De-
senvolvimento do Turismo (SNPDT - MTur).
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II.
d) II e III.
e) I, II e III.
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VAMOS PRATICAR
3. Sendo o turismo uma atividade multisetorial e de grande competitividade, é certo que 
depende de um bom relacionamento entre todas as partes envolvidas de modo que 
as empresas que compõem o trade turístico criem alianças e desenvolvam formas de 
colaboração, atualizem-se e entendam melhor o mercado e o novo consumidor do 
turismo, procurando agir rapidamente (SEBRAE, 2023, p. 1). Assinale a alternativa que 
define, corretamente, o conceito de trade turístico.
a) Conjunto de agentes, operadores, prestadores de serviços turísticos e organizações 
privadas e governamentais atuantes no setor de Turismo, como hotelaria, agências 
de viagens, restaurantes, organizadora de eventos etc.
b) Empresas que tenham por objeto social a prestação de serviços de transporte turístico 
de superfície, responsáveis pelo deslocamento de pessoas em veículos e embarca-
ções por vias terrestres e aquáticas.
c) Itinerário caracterizado por um ou mais elementos que lhe conferem identidade, de-
finido e estruturado para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização 
turística.
d) A integração de municípios de um ou mais estados, ou de um ou mais países, que 
apresentam características e potencialidades similares e complementares, articuladas 
para fins de planejamento e gestão.
e) Conjunto de atrativos, equipamentos e serviços turísticos acrescidos de facilidades, 
localizados em um ou mais municípios, ofertado de forma organizada por determi-
nado preço.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 11.771de 17 de setembro 2008 – Lei Geral do Turismo. Dis-
põe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no pla-
nejamento, desenvolvimento egladiadores, aos circos e aos teatros ou para ir às termas, locais de banhos coletivos. 
O Gladiador. 
Ano: 2000 
Sinopse: “O general que virou escravo. O escravo que virou 
gladiador. O gladiador que desafiou o império”. Maximus é um 
bravo guerreiro perseguido pelo enciumado filho do imperador. 
Uma vez defenestrado do cargo, apartado, violentamente, da 
família, ele precisa lutar pela vida como gladiador nas arenas 
do Império Romano. 
Comentário: com este filme, você poderá observar o compor-
tamento da sociedade romana da antiguidade e a configu-
ração dos espaços públicos. Será que guardam alguma simi-
laridade com a sociedade atual?
INDICAÇÃO DE FILME
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
AS VIAGENS NA IDADE MÉDIA
A Idade Média foi o período compreendido entre a queda do Império Romano do 
Ocidente, em 476 d.C. até a tomada de Constantinopla pelos turcos Otomanos, 
em 1453, ou seja, do século V ao XV. Foi marcada pelo Feudalismo, um sistema 
social, político e econômico baseado na posse e no cultivo da terra, determinado 
por três classes sociais: o clero, que era grande proprietário de terras e controlava 
as questões morais e sociais; os nobres, que detinham poder econômico e políti-
co, sendo composto pelo prestígio da realeza e os interesses dos senhores feudais; 
e os servos, que trabalhavam para os senhores e tinham direito de cultivar a terra 
para sua subsistência mediante o pagamento de impostos. 
Além da vida concentrada nos campos, também não foi um período propício 
às viagens. As Cruzadas tornavam os caminhos muito perigosos. Consideradas 
“guerras santas” travadas entre cristãos e mulçumanos pela posse de Jerusalém, 
foram fomentadas pelos senhores feudais, que desejavam ampliar os seus do-
mínios, e por comerciantes em busca de especiarias e ampliação de seus mer-
cados. Os Mosteiros, por serem a residência de integrantes de ordens religiosas, 
serviram de abrigo a cavaleiros abatidos, dissidentes das guerras, peregrinos e 
viajantes, funcionando como hospital e como hospedagem.
Por outro lado, as Cruzadas recuperaram o acesso ao Mar Mediterrâneo para 
o comércio entre Ocidente e Oriente. O enriquecimento dos comerciantes fez 
surgir uma nova classe social, os burgueses, que logo adquirem poder (MACHA-
DO, 2010). Soma-se a isso a crise no sistema feudal, com a revolta dos campone-
ses, a Peste Negra e o crescimento comercial e urbano, favorecendo o declínio do 
sistema econômico feudal e a origem do sistema econômico capitalista. Segundo 
MACHADO (2010, p. 23): 
 “ Já no ano de 1282 começaram a surgir hospedarias mais sofisticadas 
(os hotéis) e estâncias especializadas, pois os grandes senhores e artistas 
viajavam com comitivas cada vez maiores para as principais cidades 
italianas, Florença, Roma e Veneza, onde floresceu o Renascimento.
O Renascimento foi um movimento cultural urbano situado entre os séculos 
XIV e XVII com grande desenvolvimento artístico e científico, que proporcionou 
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mudanças nos hábitos e nos comportamentos das elites europeias. Viajar passou 
a ser percebido como uma oportunidade de adquirir conhecimento, cultura e 
status social. 
Viaje no tempo acompanhando este vídeo sobre o Renascimento Europeu
EU INDICO
ERA MODERNA E A ORGANIZAÇÃO DO TURISMO 
A Idade Moderna é contada a partir da Tomada de Constantinopla, em 1453 até 
a Revolução Francesa em 1789, período em que a Europa passou por profundas 
transformações. De acordo com BARBOSA (2002, p. 29): 
 “ Com o surgimento da Idade Moderna, aparecia uma dupla verten-
te no sentido de viagem: num primeiro momento, as viagens dos 
descobrimentos tinham um sentido expansionista: ampliação dos 
territórios europeus além-mar. Num segundo momento, ocorreu a 
expansão das fronteiras culturais, surgindo o Grand Tour das classes 
privilegiadas, a precursora do turismo. 
As Influências do Grand Tour para o Turismo 
O Grand Tour surgiu na Inglaterra “no século XVI, atingindo seu auge no século 
XVIII” (BARBOSA, 2002, p. 32). Trata-se de uma longa viagem de estudos, de 
imersão cultural e científica impulsionada pela Renascença. Era um privilégio 
para os jovens filhos de nobres, comerciantes e burgueses, que viajavam acompa-
nhados por um tutor, em média, por três anos, percorrendo, principalmente, as 
cidades italianas de Roma, Veneza, Florença, Nápoles e a capital francesa e preen-
chendo suas impressões em um diário de viagem (MEES; GUIMARÃES, 2009).
De acordo com Machado (2010, p. 23):
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
 “ Com o tempo, o caráter da própria excursão modificou-se e do 
‘Grand Tour Clássico’, com base em observações e registro de gale-
rias, museus e artefatos altamente culturais, passou-se para o ‘Grand 
Tour Romântico’, que visava à valorização das paisagens. [...] Não 
podemos esquecer que essa também foi uma época de grandes 
viagens marítimas, períodos de grandes navegações e atividades 
comerciais, e teve como consequência a conquista e colonização 
das Américas. 
O Grand Tour pode ser considerado como um embrião do turismo contempo-
râneo, pois impulsionou a criação de muitos serviços, ainda improvisados, para 
atender a estes viajantes, e foram sendo aperfeiçoados com o tempo, “tais como: 
guias de turismo, acomodações em casas de família, albergues e hospedarias, 
guias turísticos impressos, carregadores de bagagens, pintores (que ofereciam os 
seus serviços para retratar os grand tourists na paisagem visitada), entre outros 
(MEES; GUIMARÃES, 2009, p.185).
Barbosa (2002) lembra-nos que estas viagens eram realizadas a cavalo ou 
em carroças. Carruagens cobertas, puxadas por quatro cavalos e com relativo 
luxo teriam surgido apenas em 1750. O autor acrescenta o importante papel da 
imprensa dessa época, que divulgou os primeiros textos sobre viagens em livros 
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ou nos jornais, despertando o interesse de mais pessoas em conhecer outros 
lugares, suas paisagens, especialmente as montanhas, o mar e as águas termais. 
O impacto do Grand Tour na história do gosto e do prazer pela praia constitu-
iu-se numa mudança revolucionária. Uma modesta cidade na Inglaterra chamada 
Bath se tornaria o local de banhos termais mais famoso da Europa, e viria a ser o 
primeiro lugar de prazer do Reino Unido. Uma outra cidade muito conhecida pelos 
viajantes seria Spa, uma estância termal da Bélgica, que os ingleses colocaram 
em evidência no final do século XVIII (BARBOSA, 2002, p. 41).
O Grand Tour como prática social foi deixando de ser realizado em meados de 
1820, devido, em grande parte, à insegurança gerada pelas guerras napoleônicas 
e a Revolução Francesa que impactaram toda a Europa (MEES; GUIMARÃES, 
2009), mas podemos dizer que se reestruturou no que hoje denominamos de 
Turismo de Intercâmbio.
Os Impactos da Revolução Industrial na Sociedade
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, por volta de 1760, viria, de fato, 
revolucionar as viagens a partir de transformações principalmente nos meios de 
comunicação, de transportes e de saúde pública. “A primeira ferrovia totalmente 
a vapor e a transportar um significativo número de passageiros teve início em 
1830, ligando Liverpool a Manchester, reduzindo pela metade o tempo de viagem 
entre as duas cidades” (BARBOSA, 2002, p. 50). Os navios a vapor exerciam gran-
de fascinação sobre a população. Além da velocidade, viajar deixou de ser um 
transtorno para ser um prazer, mas ainda era para poucos. A classe trabalhadora 
das indústrias não tinha o costume de viajar por prazer. 
Neste contexto, Thomas Cook foi pioneiro no agenciamento de viagens 
em larga escala. Em 1841, fretou um trem para um grupo de 500 pessoas de 
classe média para um Congresso Antialcoólico, em Leicester, na Inglaterra. 
Também, foi o primeiro a usar voucher, promoções especiais, campanhas 
publicitárias para formar clientela, popularizando as viagens. Criou rotei-
ros com paradas em diferentes cidades e países e pacotes com transporte 
e hospedagem. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Na segunda metade doestímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 6.505, de 13 de 
dezembro de 1977, o Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos da Lei 
no 8.181, de 28 de março de 1991; e dá outras providências. Disponível em: https://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11771.htm. Acesso em: 2 ago. 2023.
BRASIL. Ministério do Turismo. Segmentação do turismo e o mercado. Brasília: Ministério 
do Turismo, 2010. Disponível em: http://antigo.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_mi-
nisterio/publicacoes/downloads_publicacoes/Segmentaxo_do_Mercado_Versxo_Final_
IMPRESSxO_.pdf Acesso em: 7 ago. 2023.
BRASIL. Ministério do Turismo. Glossário do turismo: compilação de termos publicados por 
Ministério do Turismo e Embratur nos últimos 15 anos. 1. ed. Brasília: Ministério do Turismo, 
2018. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo/glossario-
-do-turismo-1-c2-aa-20edi-c3-a7-c3-a3o-pdf. Acesso em: 2 ago. 2023.
BRASIL. Ministério do Turismo. Regiões Turísticas. Brasil, 12 maio 2020. Disponível em: 
http://www.regionalizacao.turismo.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&i-
d=91&Itemid=273. Acesso em: 22 jul. 2023. 
BULL, A. La Economía del sector Turístico. Madrid: Alianza editorial, 1994. 
COOPER, C. et al. Tourism: Pinciples and Pratice. London: Pitman Publishing, 1993. 
EMBRATUR. História. Site oficial, 2021. Disponível em https://embratur.com.br/historia/. 
Acesso em: 2 ago. 2023. 
FALCÃO, L. A. C. Dicionário de Turismo - Termos Técnicos do meio turístico: Concei-
tos, Definições, Siglas e Tipologias, Futurismólogo. IFFar: Instituto Federal de Educa-
ção, Ciência e Tecnologia Farroupihla - Campus São Borja. 2019. Disponível em: https://
www.academia.edu/41490653/Dicion%C3%A1rio_de_Turismo_Termos_T%C3%A9cnicos_
do_meio_Tur%C3%ADstico_3T_Autor_Luis_Falc%C3%A3o Acesso em : 13 set. 2023. 
LONATI, R. C. Decreto nº 579/76 Estatutos da Organização Mundial de Turismo. Cidade 
do México, 1976. Disponível em: https://gddc.ministeriopublico.pt/sites/default/files/docu-
mentos/instrumentos/dec579-1976.pdf. Acesso em: 31 jul. 2023.
MOREIRA, A. C. S. Terminologia Turística em Textos Promocionais. Rev. Anais Bras. de Est. 
Tur./ ABET, Juiz de Fora, v. 6, n. 2, p. 97-106, maio/ago., 2016. Disponível em: https://perio-
dicos.ufjf.br/index.php/abet/article/view/3138. Acesso em: 7 ago. 2023.
SANCHO, A. (org.). Introdução ao Turismo. Organização Mundial do Turismo Trad. Dolores 
Martin Rodriguez Corner. São Paulo: Roca, 2001.
UNWTO. Dia Mundial do Turismo. 2023. p. 1. Disponível em: https://www.unwto.org/world-
-tourism-day. Acesso em: 6 ago. 2023. 
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1. B. A alternativa A está incorreta, pois o Mercado Turístico é composto pela oferta e pela 
demanda turística, não mencionada no texto base. A alternativa B está correta, a Oferta 
Turística é constituída por um conjunto de elementos - como atrativos e serviços que 
compõem os produtos turísticos e mais as organizações envolvidas, ativamente, na 
experiência turística. A alternativa C está incorreta, pois os atrativos turísticos são parte 
do produto turístico sim, mas precisam ser agrupados a equipamentos e a serviços da 
oferta turística para compor um produto a dado preço. A alternativa D está incorreta, pois 
o Destino Turístico é o lugar para onde tem de se deslocar a demanda, a fim de consumir 
o produto turístico. A alternativa E está incorreta, pois os serviços turísticos são parte do 
produto turístico sim, mas precisam ser agrupados a equipamentos e a atrativos da oferta 
turística para compor um produto a dado preço.
2. C. A afirmativa I está correta, pois, segundo a Lei Geral do Turismo, o SNT é composto, 
basicamente, pelo Ministério do Turismo, Embratur, o Conselho Nacional de Turismo e o 
Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo. A afirmativa II está cor-
reta, pois, segundo a Lei Geral do Turismo, seção III, § 1º (BRASIL, 2008, on-line): “Poderão 
ainda integrar o SNT os fóruns e conselhos estaduais de turismo, os órgãos estaduais 
de turismo; e as instâncias de governança macrorregionais, regionais e municipais”. A 
afirmativa III está incorreta, pois a Embratur, a Secretaria Nacional de Políticas do Turis-
mo (SNPT- MTur) e a Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo 
(SNPDT-MTur) fazem parte da estrutura do Ministério de Turismo.
3. A. A alternativa A está correta, pois, segundo o Glossário de Turismo do MTUr (BRASIL, 
2018, on-line), trade turístico corresponde ao “Conjunto de agentes, operadores, hoteleiros 
e prestadores de serviços turísticos”. A alternativa B está incorreta, pois as “empresas que 
tenham por objeto social a prestação de serviços de transporte turístico de superfície” são 
as Transportadoras Turísticas, responsáveis pelo deslocamento de pessoas em veículos 
e embarcações por vias terrestres e aquáticas, conforme o Glossário de Turismo do MTUr 
(BRASIL, 2018, on-line).
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
TURISMO E DESENVOLVIMENTO
Conhecer as etapas do processo de Turistificação e seus impactos.
Compreender o ordenamento da atividade em arranjos produtivos locais e clusters.
Conhecer a gestão por meio de clusters de turismo. 
Observar o ciclo de vida dos destinos turísticos. 
Analisar aspectos do desenvolvimento turístico quanto à dimensão ambiental e econômica.
Analisar aspectos do desenvolvimento turístico quanto à dimensão cultural e social. 
Analisar aspectos do desenvolvimento turístico quanto à dimensão política e da socie-
dade organizada.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5
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INICIE SUA JORNADA
Afinal, como é que o turismo acontece nas localidades? Será que é uma atividade 
espontânea, uma vocação das cidades? Por que o turismo é uma atividade tão 
benéfica para algumas localidades e tão prejudicial para outras? 
Podemos afirmar que tudo depende dos agentes locais e do processo de tu-
ristificação. Muitas cidades, hoje consolidadas como destinos turísticos, tiveram 
a atividade turística iniciada por visitantes aventureiros; outras, por iniciativa de 
um comerciante ou por um grupo de empreendedores locais reunidos para o de-
senvolvimento do turismo. Apesar das diferentes iniciativas que podem ‘desper-
tar o turismo’, uma coisa é certa: não é uma atividade para amadores. O turismo 
pode gerar muitos impactos negativos, tanto para os investidores quanto para os 
turistas e as localidades onde ocorre. 
Na era da informação e da sustentabilidade, já não se concebem produtos 
turísticos e destinos sem levar em conta as consequências que a exploração eco-
nômica pode impor ao meio ambiente natural, social e cultural das localidades, 
que são, em grande parte, componentes da atratividade para os turistas. Vere-
mos, neste tema, alguns princípios e processos para alcançar o desenvolvimento 
turístico sustentável.
Turistificação? Que negócio é esse? Aperte o play para compreender a apli-
cação deste termo que denomina o processo de apropriação do espaço pelos 
agentes sociais e econômicos do turismo. 
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual 
de aprendizagem
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Você sabe a diferença entre crescimento econômico e desenvolvimento 
econômico? Para tratarmos do tema Turismo e Desenvolvimento, recordare-
mos estes conceitos no vídeo disponível neste link: https://apigame.unicesu-
mar.edu.br/qrcode/23818 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO
Muitas vezes, medimos o sucesso de um evento ou do turismo em uma localidade 
pela quantidade de pessoas que os frequentam ou que gostariam de frequentar. 
Não é mesmo? “Ah, se todo mundo vai, deve ser muito bom” ou, na mente do 
investidor, “Hummm, este negócio deve ser muito lucrativo”. Esta é uma inter-
pretação do senso comum. E não deixa de ser uma medida de crescimento cuja 
métrica supõe que ‘quanto mais melhor’. 
Porém, na maioria das vezes, o crescimento rápido ou exagerado compro-mete o desenvolvimento, ou seja, a qualidade ou a proporção de benefícios 
que podem ser gerados pelo crescimento quantitativo. Portanto, em turismo, 
interessa-nos falar em desenvolvimento e, mais exatamente, em desenvolvi-
mento sustentável do turismo.
“O turismo sustentável é entendido como aquele que satisfaz as necessi-
dades presentes dos turistas, ao mesmo tempo que preserva as regiões de des-
tino e incrementa novas oportunidades para o futuro. Ele deve ser concebido de 
modo a conduzir à gestão de todos os recursos existentes, tanto do ponto de 
vista da satisfação das necessidades econômicas, sociais e estéticas, quanto 
da manutenção da integridade cultural, dos processos ecológicos essenciais, 
da diversidade biológica e dos sistemas de suporte à vida” (OMT, 1998, p. 21).
ZOOM NO CONHECIMENTO
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Como profissionais em turismo e eventos, devemos estar atentos a vários outros 
aspectos que sustentam a atratividade turística. Por exemplo, a grande quantidade 
de pessoas em um evento pode até gerar uma boa bilheteria ou promoção, mas, se 
há superlotação, já gera desconforto e queda na qualidade dos serviços e, conse-
quentemente, reclamações dos frequentadores que se revertem em mídia negativa. 
Da mesma forma, acontece nas cidades turísticas. Quantas vezes planeja-
mos uma viagem para uma praia paradisíaca, como aparece nos sites e anúncios 
das agências, e, quando chegamos lá, são praias lotadas, e com problemas de 
infraestrutura, devido à concentração de pessoas, como excesso de lixo, falta de 
estacionamento ou de segurança? Ou ainda, quando o investidor de um hotel, 
visando aumentar o seu lucro, amplia a sua construção invadindo áreas verdes 
e paisagens nativas, ou quando os moradores locais substituem sua produção 
artesanal por lojas de produtos industrializados ou em bares e casas noturnas 
apenas visando ao rendimento com o grande número de visitantes. 
Não é à toa que vemos tantos lugares tão parecidos entre si e, nestes casos, 
nós verificamos que o crescimento vai de encontro, ou seja, é contrário, ao de-
senvolvimento e à sustentabilidade da atividade turística.
 “ O que antes era um atrativo turístico passa a ser substituído por um 
mecanismo que tem por finalidade apenas a obtenção de renda do 
turista. O desenvolvimento sustentável do turismo ocorre quando 
a atividade produtiva é ecologicamente sustentável em longo prazo, 
economicamente viável, assim como ética e socialmente justa para 
as comunidades locais (BARROS et al., 2008, p. 10).
De acordo com Sachs (1993 apud BARROS et al., 2008, p. 11) para a sustenta-
bilidade do turismo, alguns eixos importantes precisam ser observados, para o 
desenvolvimento sustentável do turismo:
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
SUSTENTABILIDADE SOCIAL
Promover a equidade na distribuição de renda e de bens, reduzindo o abismo 
entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres; 
SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA
Viabilizar a alocação e o gerenciamento mais eficiente dos recursos e do fluxo 
constante de investimentos públicos e privados; 
SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA
Proteger e ampliar a capacidade dos recursos naturais e limitar a exploração 
de matéria-prima pelos países ricos, definindo normas para uma adequada 
proteção ambiental; promover ações para a redução do consumo de 
combustíveis fósseis, do volume de resíduos e de poluição, intensificar a 
pesquisa de tecnologias limpas.
SUSTENTABILIDADE ESPACIAL
Voltada para uma melhor distribuição territorial de assentamentos humanos e 
de atividades econômicas por meio de uma configuração rural – urbana mais 
equilibrada;
SUSTENTABILIDADE CULTURAL
Incluindo a procura de raízes endógenas dos processos de modernização 
e dos sistemas agrícolas integrados, processos que buscam mudanças 
dentro da continuidade cultural e que traduzam o conceito normativo de 
ecodesenvolvimento em um conjunto de soluções específicas para a cultura, o 
local e o ecossistema. 
Para alcançar o desenvolvimento sustentável em uma atividade tão diversificada e 
complexa como o turismo não é fácil, mas o princípio é simples: é preciso estabelecer 
o diálogo entre as partes interessadas (os stakeholders) que compõem a cadeia pro-
dutiva do turismo e o processo de turistificação. Veremos como pode ser estabelecida 
esta relação. 
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O PROCESSO DE TURISTIFICAÇÃO
De acordo com Fratucci (2008), o processo de apropriação de trechos do espaço 
pelos agentes do turismo para a implantação da atividade turística é chamado de 
turistificação, termo atribuído pelo geógrafo francês Jean Remy Knafou (1996). 
A turistificação é um processo de ocupação do espaço por agentes que priorizam 
a implantação de atrativos e equipamentos turísticos, atribuindo novos usos a de-
terminadas unidades socioespaciais para atender ao fluxo de negócios e de turistas. 
A iniciativa privada é, sem dúvida, a grande investidora no que se refere à 
promoção da atividade turística, na medida em que visa ao lucro a ser obtido 
com esta atividade. Disneyworld, Las Vegas e Dubai são exemplos do poder 
econômico das empresas (em clusters) no processo de turistificação dos espaços. 
Mas não poderiam agir sozinhos. 
Destacaremos os principais agentes (stakeholders) do processo de turisti-
ficação de acordo com Fratucci (2008):
Os turistas: são considerados os principais agentes do turismo, uma vez que 
é a partir da sua descoberta por novas paisagens e experiências que o espaço e o 
mercado se organizam para atender às suas necessidades e às expectativas, impul-
sionando o processo de turistificação. Compreender as motivações que levam os 
turistas a optarem por alguns destinos em detrimento de outros é fundamental 
para o planejamento turístico, pois é a presença do turista que consolida a ativi-
dade turística nos territórios.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
O mercado: são os agentes produtores da atividade turística, conhecidos 
como trade turístico cuja ação de investir e operacionalizar equipamentos, ser-
viços e atrativos, criando produtos conforme as tendências e os modismos, esta-
belece a turistificação dos espaços. Tanto os agentes produtivos diretos como os 
de hospedagem, entretenimento, informações, alimentação – quanto os agentes 
produtivos indiretos – aqueles que dão suporte aos primeiros, ao fornecer in-
sumos, serviços de segurança, de comunicação, entre outros – compõem este 
amplo mercado que dinamiza a economia das cidades receptoras de turistas. O 
produto turístico, portanto, envolve diversos setores, elaborados pelas operadoras 
e agências de turismo para serem comercializados aos turistas.
O poder público: são os gestores oficiais do território, que ocupam os 
cargos do executivo e do legislativo municipal, estadual e federal a cada ciclo 
de quatro anos, conforme os pleitos eleitorais. Tendem a ser agentes ligados 
ao lugar, diferentemente do turista e do mercado que tendem a ser externos 
aos espaços que turistificam. Cabe aos gestores públicos a elaboração do pla-
nejamento turístico, compatibilizando o interesse do mercado e dos turistas 
com a qualidade de vida da população residente e o meio ambiente. Conforme 
a Organização Mundial do Turismo, “o Estado deve exercer um papel central 
na fixação de critérios de desenvolvimento e na coordenação das atuações dos 
agentes privados que nele interagem” (OMT, 2001, p. 155).
Os residentes das áreas receptoras: os residentes das cidades turísticas 
exercem importante influência na qualidade da experiência dos visitantes. Não 
se trata de um grupo homogêneo, visto que é composto por pessoas que po-
dem estabelecer diferentes relações com o turismo da cidade; há aqueles que, de 
alguma forma, se beneficiam com a atividade turística, como os trabalhadores 
que mantêm contato direto com os turistas, ou que, indiretamente, asseguram 
seus empregos pela demanda turística; os empresários, direta ou indiretamente, 
ligados ao setor; os políticos que se apropriam do turismo como projeto para o 
desenvolvimento econômico local. Mas há parte dapopulação que não se envol-
ve com a atividade turística, entre os quais podem constar pessoas que têm até 
resistência ou críticas à atividade em sua cidade.
Os profissionais diretos e indiretos do turismo: Fratucci (2008) des-
taca este grupo entre os agentes do processo de turistificação, pois, embora, 
na maioria das vezes, não reconheçam a sua importância e sejam invisíveis 
nas políticas públicas e mesmo pela inciativa privada que os emprega, são as 
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pessoas que prestam os serviços aos turistas, direta ou indiretamente, que fa-
zem o turismo acontecer. É pelo trabalho desses agentes que o turista percebe 
a qualidade dos destinos turísticos. 
Além de residentes, este grupo, com frequência, é composto por pessoas que 
residem em outras cidades e migram para os centros turísticos em busca de 
emprego, e há aqueles que são profissionais de outras áreas e se ocupam nos 
serviços turísticos apenas por sua subsistência. Outros se preparam e se aperfei-
çoam comprometidos com o turismo local. Assim, o que, em muitos discursos 
de gestores públicos e privados aparece como “falta de qualificação profissional”, 
deveria ser tratado com a falta da valorização dos profissionais que, de fato, se 
dispõem a prestar serviços de qualidade para o turista e para o turismo da cidade.
Outra questão recorrente em muitos destinos turísticos relacionada à popula-
ção residente e aos trabalhadores diretos e indiretos é a favelização em suas peri-
ferias. Espaços segregados, mais afastados e com menos opções de infraestrutura 
urbana e de segurança, decorrentes processos de gentrificação. 
O termo gentrificação denomina os processos de transformação dos espaços 
urbanos para atender a novas funções impostas pelo interesse de investidores. 
Por exemplo, no turismo, com frequência verifica-se a instalação de hotéis ou 
atrativos que mudam a paisagem e atribuem funções comerciais em áreas que 
antes se apresentavam ocupadas apenas por residências ou pequenos comér-
cios. Em decorrência desta mudança, os antigos residentes precisam migrar 
para áreas periféricas, pois, paralelamente à valorização do território, ocorre a 
especulação imobiliária e o aumento do custo de vida pela substituição ou el-
evação do padrão de serviços do entorno. Este deslocamento da população 
tradicional para dar espaço a novos ocupantes e novos usos de interesse 
econômico caracteriza um processo de gentrificação. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
 “ O discurso e o conteúdo das políticas e planos propostos ignoram 
o fato de que os problemas daquelas periferias são conseqüências 
dos processos de turistificação dos lugares e que, em virtude disso, 
deveriam fazer partes dos escopos dos seus diagnósticos e de suas 
proposições (FRATUCCI, 2008, p. 95).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Mas o agente social menos reconhecido como agente no processo de turistifi-
cação pelo sistema turístico é a população residente não envolvida com o turis-
mo, embora tenha importância estratégica para o seu funcionamento. A população 
está condicionada a ceder o direito de uso do seu espaço de vida para os visitantes e, 
dependendo do seu comportamento, poderá estimular ou dificultar o turismo local 
e influenciar na experiência e no valor percebido pelo turista naquele lugar. 
Sem que sejam considerados todos os agentes do processo de turistificação, 
predominam as práticas de interesse político e mercadológico. Para propor-
cionar um processo de turistificação sustentável, a atividade deve estar alicerçada 
na sustentabilidade econômica, na sustentabilidade ambiental e sustentabilidade 
sociocultural. É papel do turismólogo pesquisar, interagir e fomentar uma gestão 
participativa do turismo nas cidades dando voz à sociedade representativa dos 
residentes, dos trabalhadores, das entidades setoriais (meio ambiente, cultura, 
educação, comércio etc.) por meio de conselhos municipais, de fóruns ou de 
comissões que gerem proposições e ações junto ao poder público executivo e 
legislativo. Estas entidades devem compor a cadeia produtiva do turismo, espe-
cificamente, os arranjos produtivos locais. 
OS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS E CLUSTERS DE 
TURISMO 
O turismo é uma atividade que movimenta diferentes setores da economia nas 
localidades onde ocorre. Portanto, a promoção do desenvolvimento econômi-
co de regiões e países requer o estabelecimento de estratégias para incrementar a 
competitividade de destinos turísticos específicos. Neste sentido, as localidades 
que são mais competitivas estão organizadas em clusters ou arranjos produtivos 
locais direcionados para o turismo. 
De acordo com Dos Santos e Aldrigue (2022), os arranjos produtivos locais 
e clusters em turismo estão entre as possibilidades de conceitos para as aglo-
merações econômicas, ou seja, a concentração geográfica da cadeia produtiva, 
podendo tratar-se de empresas, indústrias, centros de inovação tecnológica ou 
relacionadas a um setor da economia, como aqui estudamos, o turismo.
E qual seria a diferenciação entre cadeia produtiva, arranjo produtivo local 
(APL) e cluster de turismo? 
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 ■ CADEIA PRODUTIVA: o termo Supply Chain, traduzido em português 
para Cadeia Produtiva, pode ser caracterizado por um conjunto de ativida-
des que se relacionam dentro de um processo produtivo com a finalidade de 
ofertar produtos ou serviços aos consumidores. Compreender o conceito 
de cadeia produtiva possibilita: visualizar a cadeia de forma integral; iden-
tificar as debilidades e as potencialidades; motivar o estabelecimento de 
cooperação técnica; identificar gargalos e atividades faltantes; e incrementar 
os fatores condicionantes de competitividade em cada segmento (SILVA, 
2005 apud RIOS; LEVINE; FINGER, 2021, p. 347).
 ■ Os setores público e privado participam amplamente da cadeia do tu-
rismo, que pode ser caracterizada por uma rede de organizações envol-
vidas em diversas atividades turísticas, desde o fornecimento de produ-
tos/serviços turísticos até sua distribuição e comercialização no destino 
(ZHANG et al., 2009 apud RIOS; LEVINE; FINGER, 2021, p. 347).
 ■ ARRANJO PRODUTIVO LOCAL (APL): os Arranjos Produtivos Locais 
dão ênfase nas micro, pequenas e médias empresas, tendo uma atuação geogra-
ficamente mais localizada, atuando, diretamente na intervenção do espaço lo-
cal com um modelo de desenvolvimento regional de base endógena. Segundo 
Tomazzoni (2012 apud DOS SANTOS; ALDRIGUE, 2022, p. 6, grifo nosso), 
a APL orienta-se por alguns critérios, os quais podemos citar: “relevância 
econômica da atividade no contexto regional; capacidade de endogeneização 
e difusão do progresso técnico; possibilidades de exportação; e capacidade 
de absorção de mão de obra”. “Em uma APL, busca-se sempre respeitar os 
valores culturais, preservar as identidades, mas, mesmo assim, estar atento à 
dinâmica da globalização” (DOS SANTOS; ALDRIGUE, 2022, p. 6).
 ■ CLUSTER: Porter (1998, p. 45), a partir da teoria da competitividade das 
nações e territoriais, elabora o conceito de cluster, como “um grupo pró-
ximo geograficamente de empresas interconectadas e instituições associais 
em um campo particular, ligadas por aspectos em comum e complemen-
tares. O escopo geográfico de um cluster pode atingir de uma cidade a 
um país até países vizinhos” (PORTER, 2000 apud DOS SANTOS; AL-
DRIGUE, 2022, p. 5). Os clusters podem consistir em uma importante e 
destacada forma multiorganizacional; “uma influência central sobre a 
competição é uma característica preeminente das economias de mercado” 
(BENI, 2012 apud DOS SANTOS; ALDRIGUE, 2022, p. 4).
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 ■ Um cluster turístico é “um conjunto de atrativos com destacado di-
ferencial turístico, concentrado em um espaço geográfico contínuo ou 
descontínuo dotado de equipamento, instalações e serviços de quali-
dade, eficiência coletiva, coesão social e política, articulação da cadeia 
produtiva e cultura associativa com excelência gerencial em redes de 
empresas que possam gerar vantagens estratégicas comparativase com-
petitivas (BENI, 2012 apud SILVA; ALDRIGUE, 2022, p. 8).
 “ Por muitos autores, assim como Porter (1998), conceituarem 
o modelo de clusters como organizações amplas, com grande 
abrangência de territórios locais, regionais, estaduais e até in-
ternacionais, outros conceitos surgiram, como o de Arranjos 
Produtivos Locais, a fim de dar significado aos aglomerados 
territoriais mais próximos geograficamente, que lidam com pe-
quenas e médias empresas. Apesar de apresentarem basicamente 
as mesmas características e objetivos, podemos concluir que os 
APLs possuem o foco mais delimitado geograficamente do 
que os clusters (DOS SANTOS; ALDRIGUE, 2022, p. 10).
O turismo é uma atividade complexa e que se promove por sua diversidade. De 
acordo com Rios, Levine e Finger (2021), não há um consenso entre os autores 
sobre a composição da cadeia produtiva do turismo (CPT), provavelmente, 
por esta ser caracterizada de maneira específica, de acordo com a localidade e 
com o segmento do turismo (de lazer, de negócios, saúde, entre outros). 
Para Tomazzoni (2008), as atividades da cadeia produtiva do turismo 
podem ser divididas em três eixos: centrais e universais (hotelaria, gastro-
nomia, serviços de lazer e entretenimento e sistema de informações); elos 
associados (transporte, segurança, comércio, artesanato etc.); e elos perifé-
ricos (indústrias de vestuário, mobiliário, objetos de decoração e construção 
civil, serviços de saúde, serviços de educação, serviços de estética, agricultura, 
pecuária e produtos da gastronomia regional), podendo variar de acordo com 
a região (TOMAZZONI 2008 apud RIOS; LEVINE; FINGER; 2021, p. 346), 
portanto, conforme se configura sua aglomeração setorial de turismo.
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De acordo com o Ministério do Turismo (BRASIL, 2007, p. 19-20), en-
tende-se como 
 ■ Aglomeração Setorial de Turismo - aquela localidade (região ou 
município) que possui um número significativo de empresas, de dife-
rentes subsetores, voltadas para as atividades de Turismo. Mais do que 
ter grande expressão econômica, essas atividades de Turismo devem 
ter peso suficiente para caracterizar a localidade como um lugar emi-
nentemente turístico. 
 ■ Arranjo Produtivo Local de Turismo - além de conter, neces-
sariamente, o conceito de Aglomeração Setorial, também inclui, 
obrigatoriamente, tanto as relações cooperativas entre as empresas 
voltadas para as atividades de Turismo como também as interações 
entre capital, trabalho, setor público, organizações de preservação 
ambiental e cultural-artístico em busca da melhora de vida dos ha-
bitantes da localidade. 
Assim, em cada localidade poderemos encontrar reais ou potenciais Arran-
jos Produtivos Locais (APL’s), que, para assim serem considerados, devem se 
organizar para oferecer determinado produto, roteiro, segmento turístico. No 
Brasil é comum a criação de uma associação ou cooperativa para coordenar 
os diferentes elos da cadeia produtiva que compõem aquele APL. Exemplos 
de sucesso desta organização em APL são Bonito, no Mato Grosso do Sul, e a 
Prainha do Canto Verde, no Ceará. 
Conheça o processo de desenvolvimento do turismo de Bonito/MS e da Prainha 
do Canto Verde/CE em Turismo como Instrumento de Desenvolvimento Re-
gional: estudo de Arranjos Produtivos Locais (APLs) no setor de Turismo 
(BRASIL, 2007, p. 39-42), disponível aqui: 
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EU INDICO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Quando estes APL’s se consolidam, estabelecendo estratégias competitivas em 
relação ao mercado, também adquirem força política na gestão do território e na 
sua relação com demais entes nacionais e internacionais, podemos tratar como 
um cluster. Um dos destaques no Brasil é da cidade de Gramado no Rio Grande 
do Sul, pois o cluster de turismo passa a ser considerado “uma estratégia de de-
senvolvimento possível, pautada, entre outros elementos, pela transição de um 
mero ‘setor’ de prestação de serviços para converter-se em um vetor de empreen-
dedorismo e de difusão da qualidade” (KUNZ et al., 2012, p. 619). 
Leia o artigo Clusterização do Turismo em Gramado/RS e saiba mais sobre 
este assunto. 
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EU INDICO
Diante de todo o exposto, podemos perceber o quanto o desenvolvimento 
sustentável da atividade turística é dependente da cooperação entre os dife-
rentes setores da sociedade: desde o âmbito do executivo federal alinhando 
diretrizes e normativas para o bom desempenho das políticas públicas para 
a atividade, quanto, especialmente, em âmbito local, nos municípios que, 
efetivamente, recebem os turistas e têm a necessidade de estruturar-se, ins-
titucionalmente, para atender aos agentes do processo de turistificação em 
toda a sua especificidade. 
Veremos, agora, alguns aspectos que incidem sobre o desenvolvimento turístico. 
ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO QUANTO À 
DIMENSÃO AMBIENTAL E ECONÔMICA
O grande desafio dos agentes promotores do turismo é conciliar o crescimento 
econômico e a proteção do meio ambiente com o bem-estar social, equacionando 
os benefícios e os impactos negativos que a atividade turística pode proporcionar. 
De modo geral, percebe-se como benefícios econômicos:
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 ■ A dinamização da atividade socioeconômi-
ca no mercado local, gerando empregos, au-
mentando e distribuindo a renda local.
 ■ Contribui para o equilíbrio da balança co-
mercial, a partir da entrada de divisas em 
moeda estrangeira.
 ■ Estimula o aumento de investimentos na in-
fraestrutura urbana (estradas, terminais de 
transportes, saneamento, iluminação etc.) e de 
atendimento ao turista (espaços de lazer e even-
tos, meios de hospedagem, restaurantes etc.). 
 ■ Contribui para a melhoria de serviços públi-
cos, como coleta de lixo, sistema de comuni-
cação, iluminação e segurança públicas etc. 
que proporcionam melhoria na qualidade de 
vida dos residentes.
Em relação ao ambiente natural, o planejamento para 
o desenvolvimento turístico poderá estimular:
 ■ a criação de planos e programas de conservação 
de áreas naturais, sítios arqueológicos e monu-
mentos naturais e históricos.
 ■ descoberta e investimento em acessibilidade 
para recursos naturais em áreas antes não va-
lorizadas.
 ■ Pesquisas e programas de interpretação e de 
educação ambiental estimulando a valorização 
do convívio das pessoas com a natureza.
Segundo a OMT (2003 apud SEBRAE, 2023) é no meio 
ambiente natural que os impactos negativos da ativi-
dade turística são mais evidentes, como:
 ■ a poluição do ar, da água, sonora e visual. 
 ■ os frequentes congestionamentos de veículos e 
pedestres em determinados lugares.
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 ■ o aumento do lixo e dos dejetos frente à in-
capacidade do sistema sanitário para aten-
der ao aumento da quantidade de pessoas 
nas cidades. 
 ■ O risco de desequilíbrio ecológico, como a 
perturbação da vida selvagem, e mesmo os 
riscos de erosão com deslizamento de terra 
por subdimensionamento na engenharia de 
infraestrutura turística. 
Mas, quando o planejamento turístico é ineficiente ou 
inexistente, podem ocorrer impactos negativos tam-
bém na economia das localidades, tais como:
 ■ Dependência econômica da atividade turísti-
ca, fragilizando a economia local quando há 
queda da demanda de turistas por ocasião da 
sazonalidade ou de fatores externos, limitan-
do a capacidade dos agentes de se adaptarem 
às mudanças do mercado.
 ■ A sazonalidade turística, demarcada pela bai-
xa estação, se reflete também na elevação do 
desemprego e na perda de poder aquisitivo 
dos residentes. 
 ■ Efeito inflacionário, com o aumento do pre-
ço de bens e serviços na localidade turística, 
pois os empresários visam ao maior poder 
aquisitivo dos residentes. 
 ■ A predominância de investimentos em in-
fraestrutura e equipamentos para atendimen-
to aos turistas em detrimento dos investimen-
tos em infraestrutura social,fundamental 
para a qualidade de vida dos residentes.
 ■ Devastação de recursos naturais e do patrimô-
nio cultural em favorecimento à construção de 
equipamentos turísticos (SEBRAE, 2023). 
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ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO QUANTO À 
DIMENSÃO CULTURAL E SOCIAL 
De acordo com Fratucci (2008, p. 132), o comportamento da população resi-
dente dos destinos turísticos é outro fator de incerteza nos processos de turistifi-
cação, pois esta população é composta por pessoas que poderão reagir de maneira 
diferenciada ao compartilhamento do seu território com a demanda turística. 
Ao mesmo tempo em que o turismo pode abrir perspectivas de melhoria na 
qualidade de vida local sob o aspecto econômico, pode ser questionado pelos 
seus impactos negativos ambientais e socioculturais, tais como:
 ■ o contato com os hábitos e com os gostos dos turistas pode ocasionar 
alterações nos hábitos e nos gostos dos residentes, como abandono às 
tradições e às práticas religiosas, aumento no consumo de álcool, drogas, 
prostituição, criminalidade.
 ■ pode provocar a descaracterização da cultura do local, principalmente 
afetada nos países emergentes, onde a cultura dos turistas pode dominar 
a cultura dos moradores
Por outro lado, devem ser percebidas pela sociedade as possibilidades de impac-
tos socioculturais positivos, tais como: 
 ■ preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural, estimulando a 
reabilitação de monumentos, edifícios, locais históricos. 
 ■ valorização de manifestações culturais locais, como festas tradicionais, 
artesanato, gastronomia entre outros (SEBRAE, 2023).
 ■ o estímulo à prática do turismo ao observar o comportamento dos visi-
tantes na sua cidade.
 ■ qualificação profissional e aperfeiçoamento pessoal e cultural, ao se rela-
cionar e trabalhar na prestação de serviços aos visitantes. 
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ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO QUANTO À 
DIMENSÃO POLÍTICA E DA SOCIEDADE ORGANIZADA
O processo de turistificação provoca alterações nos espaços onde ocorre. Para o 
desenvolvimento do turismo, são estabelecidas novas redes de relações sociais, 
políticas, culturais e econômicas, por vezes, convergentes, ou até concorrentes e 
opostas, que geram conflitos e incertezas para os seus agentes promotores.
Por isso, o turismo precisa estar balizado por políticas públicas responsáveis, 
que investiguem as demandas e os desafios para o turismo em seu território, de 
modo a promover o ordenamento do setor e o atendimento das necessidades dos 
agentes envolvidos (FRATUCCI, 2008). 
Cientes da instabilidade política e da descontinuidade praticada por gestores 
públicos quando no exercício de seu mandato temporário, cabe à sociedade civil 
organizada e às entidades representativas dos agentes produtivos do turismo 
estruturar-se de modo a legitimar as ações de interesse do setor turístico local 
frente às políticas públicas. 
Para Fratucci (2008) um processo de desenvolvi-
mento sustentável requer o planejamento contínuo 
nos níveis estratégico, tático e operacional, por meio 
da articulação da gestão pública com a iniciativa pri-
vada, as organizações civis e a própria comunidade 
para participar das discussões estratégicas do setor, 
com a implantação de conselhos municipais de turismo de caráter deliberativo. 
O CICLO DE VIDA DOS DESTINOS TURÍSTICOS
Para o desenvolvimento de planos estratégicos ou de desenvolvimento do tu-
rismo local/regional, geralmente, são coletados dados e pareceres de técnicos 
e dos stakeholders. Sobre eles, é aplicada análise SWOT e são identificados os 
pontos fortes e fracos e as ameaças e as oportunidades para o alinhamento dos 
objetivos e da definição das estratégias para os alcançar (SILVA COELHO; 
LOURENÇO, 2015). Mas o ponto de partida deve considerar o estágio do 
Ciclo de Vida do Destino Turístico (TALC). 
um processo de 
desenvolvimento 
sustentável requer 
o planejamento 
contínuo
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Em 1980, Richard Butler aplicou aos destinos turísticos o modelo TALC (Tou-
rism Area Life Cycle), proporcionando seis fases evolutivas para um destino ou um 
produto turístico: exploração; envolvimento; desenvolvimento; consolidação; 
estagnação e declínio. O cruzamento entre o número de chegadas de turistas ao 
destino ao longo do tempo (mês/ano) reflete o indicador da medida evolutiva. 
Posteriormente, são consideradas questões comportamentais “por parte dos locais, 
do contexto local e dos turistas, para avaliar o estado ou fase em que determinado 
destino se encontra” (SILVA COELHO; LOURENÇO, 2015, p. 20).
Figura 1- Modelo de Ciclo de Vida dos destinos turísticos segundo Butler (1980)
Fonte: adaptada de Fontoura (2008). 
Descrição da Imagem: cruzamento de dois eixos: o vertical representa o número de turistas, e o vertical uma 
linha do tempo. O aumento do número de turistas com o passar do tempo determina os estágios do ciclo de vida 
de um destino turístico: exploração, envolvimento, desenvolvimento, consolidação e estagnação, ponto em que 
o destino pode sofrer o declínio ou o rejuvenescimento. 
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Com base na teoria do ciclo de vida das destinações turísticas (BUTLER, 1980, p. 
5-12), podemos observar “níveis diferenciados de atuação dos agentes de mercado 
no processos de turistificação para o desenvolvimento sustentável do turismo”. Em 
sua tese, Fratucci (2008, p. 84-86) destaca essa atuação nas destinações que surgem 
“mais ou menos espontaneamente”, por considerar ser o caso da maioria dos desti-
nos turísticos brasileiros, sintetizando a ação do trade turístico da seguinte forma: 
a) Nas fases iniciais do ciclo de vida (descobrimento/exploração; envol-
vimento da comunidade local), os bens e os serviços turísticos são pro-
duzidos pelos agentes locais, pela população de residentes que arriscam 
em negócios, como pequenas pousadas e restaurantes, com instalações e 
serviços básicos para atender às necessidades dos visitantes.
b) A partir da divulgação do destino na mídia, o crescimento dos fluxos de 
demanda turística é acelerado (desenvolvimento); investidores e agentes 
de mercado externos começam a substituir os agentes de mercado local, seja 
comprando os seus empreendimentos seja desmontando pela concorrência, 
já que oferecem uma gestão mais profissional, com produtos e serviços mais 
sofisticados e diversificados para os visitantes, otimizando o capital investido. 
c) À maturidade do destino (consolidação) segue a sua saturação, quan-
do se verifica o desinteresse de novos investidores externos, e mesmo a 
retirada dos investimentos de agentes internos que, insatisfeitos com a 
rentabilidade obtida no local, buscam novas oportunidades em outros 
destinos turísticos (FRATUCCI, 2008). 
d) A partir da fase de estagnação, ou o destino entra em declínio, ou age 
pelo rejuvenescimento, pela inovação em seus produtos e serviços, sua 
organização de APL’s para novos segmentos do mercado turísticos, sua 
identificação de nichos de mercado ou especialização de atendimento a 
perfis de demanda específicos, entre outras estratégias.
A duração de cada estágio do ciclo de vida varia, 
significativamente, conforme a realidade de cada 
destino, mas a forma de atuação dos agentes de 
mercado é muito semelhante nestes casos, dife-
rentemente do que acontece nas destinações tu-
rísticas planejadas, 
A duração de 
cada estágio do 
ciclo de vida varia, 
significativamente, 
conforme a 
realidade de cada 
destino
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 “ que já surgem como destinos turísticos consolidados, totalmente 
dependentes de investidores endógenos e voltadas para segmentos 
bastante específicos do mercado, como exemplo podemos citar os 
casos de Cancún no México e Costa do Sauípe na Bahia” (FRA-
TUCCI, 2008, p. 85).
Conheça a teoria do Ciclo de Vida de Destinos Turísticos e outras estratégias de 
desenvolvimento clicando aqui:
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EU INDICO
No turismo, com frequência a força de atuaçãodos agentes do mercado assume 
amplas proporções, ocupando o espaço de outro agente social fundamental, o 
Estado. Os exemplos das “parcerias público-privadas, propostas pelo Ministério 
do Turismo, comprovam tal situação. O agente privado vem assumindo o forne-
cimento de diversos serviços públicos, principalmente, nas áreas dos transportes 
e das comunicações” (FRATUCCI, 2008, p. 86).
Confira, aqui, a aula referente a este tema.
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EM FOCO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
NOVOS DESAFIOS
Ao abordarmos o tema turismo e desenvolvimento, devemos 
absorver que crescimento nem sempre é bom e que o desen-
volvimento é relativo à fase do ciclo de vida do produto ou do 
destino turístico. Quando enfatizamos que o desenvolvimen-
to só ocorre se o turismo for sustentável, não quer dizer que 
se queira frear o crescimento econômico, que ocorre com o 
aumento da demanda turística, nem que isso seja sempre ne-
gativo. O que se pretende com o turismo sustentável é a busca 
pelo equilíbrio entre a satisfação do turista, do mercado e dos 
residentes nas áreas receptoras. 
Evitar o Overturism, o momento em que a insatisfação dos 
residentes explode em atos de repúdio aos visitantes, como ocor-
reu, em 2018, em cidades como Amsterdam, Paris, Barcelona, 
Madrid, Veneza. São destinos europeus consolidados, para os 
quais a atividade turística é importante para a economia, mas a 
preservação da qualidade de vida dos moradores é prioridade. 
Nesses lugares, os planos para o desenvolvimento turístico, ao 
contrário do que ocorre na maioria das cidades abaixo da linha 
do Equador, serão voltados para evitar a concentração de pes-
soas, simultaneamente, em um mesmo espaço e para contenção 
ou administração de acesso, o que chegou a ocorrer ao extremo 
com a negação de emissão de visto para turistas estrangeiros. 
No Brasil, os destinos turísticos emergentes já estão aten-
tando para esta equação e a tendência pelo turismo de base 
local, turismo comunitário, turismo de experiência, e outras 
modalidades menos invasivas têm demonstrado boa aceita-
ção pela demanda que é atraída para o país, principalmente, 
pela diversidade dos seus recursos naturais e socioculturais. 
Processá-los, como ocorre na indústria do turismo hegemô-
nico, comprometeria o futuro da atividade turística. Por esta 
razão, os Arranjos Produtivos Locais têm se revelado uma boa 
estratégia para a organização local/regional e para o posicio-
namento global dos destinos nacionais. 
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VAMOS PRATICAR
1. A partir do final da Segunda Guerra mundial, quando dirigentes de diversos países, ini-
cialmente europeus, perceberam a oportunidade de melhorar suas balanças de paga-
mentos proporcionada pela entrada de um número maior de turistas estrangeiros. Para 
estimular o crescimento dos fluxos de visitantes, começaram a desenvolver projetos 
urbanísticos de grandes proporções, preparando determinadas áreas para exercer a 
função de centros turísticos, com infraestrutura urbana, hoteleira e de entretenimento 
condizentes com as demandas dos visitantes (FRATUCCI, 2008, p. 66).
Assinale a alternativa correta que denomina estes processos de apropriação do espaço 
para o turismo.
a) Arranjos Produtivos Locais (APL’s).
b) Gentrificação.
c) Clusters.
d) Turistificação.
e) Urbanização.
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VAMOS PRATICAR
2. “De acordo com o modelo de ciclo de vida dos destinos turísticos, logo depois que o 
destino é descoberto pelo mercado e seu produto aceito, empresários e oportunistas 
exógenos ali se instalam e vão ocupando o lugar dos fornecedores e das empresas 
locais. Sem capital de giro e sem tecnologia suficientes para concorrer com eles, as 
pequenas empresas e os empreendimentos terminam por deixar de funcionar, ou, 
então, são compradas a preços nem sempre justos pelos agentes externos do capital” 
(FRATUCCI, 2008, p. 96).
FRATUCCI, A. C. Bases teóricas para a reflexão dos processos de turistificação do 
espaço. 2008. 310 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal Fluminense, 
Niterói, 2008, p. 96. 
Considerando que a teoria do Ciclo de Vida de Destinos Turísticos (BUTLER, 1980) estabe-
lece seis fases evolutivas, avalie as afirmativas a seguir e assinale aquela que corresponde, 
corretamente, ao contexto descrito no texto de referência.
a) Refere-se à fase de Descobrimento e exploração, quando os bens e os serviços turís-
ticos são produzidos pelos agentes locais, pela população de residentes que arriscam 
em negócios para atender às necessidades básicas dos visitantes.
b) Refere-se à fase de Desenvolvimento, quando a divulgação do destino na mídia acele-
ra o crescimento dos fluxos de demanda turística e investidores e agentes de mercado 
externos começam a substituir os agentes de mercado local.
c) Refere-se à fase de Declínio, quando a procura pelo produto/destino desacelera rapi-
damente, e os investimentos com publicidade promoção são baixas, e o destino deixa 
de ter espaço na mídia, dando início à fase dos prejuízos.
d) Refere-se à fase de Saturação, quando se verifica o desinteresse de novos investidores 
externos, e mesmo a retirada dos investimentos de agentes internos, insatisfeitos com 
a rentabilidade obtida no local.
e) Refere-se à fase de Estagnação, quando o destino ou entra em declínio, ou age pelo 
rejuvenescimento, pela inovação em seus produtos e serviços.
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VAMOS PRATICAR
3. O desenvolvimento sustentável do turismo ocorre quando a atividade produtiva é eco-
logicamente sustentável em longo prazo, economicamente viável, assim como ética e 
socialmente justa para as comunidades locais. Sachs (1993) considera o termo desen-
volvimento sustentável como uma atualização do ecodesenvolvimento usado desde a 
década de 1970. Considera, também, que, para se planejar desenvolvimento, deve-se 
considerar, simultaneamente, cinco dimensões de sustentabilidade: social, econômica, 
ecológica, espacial e cultural (BARROS et al. 2008, p. 10).
BARROS, M. O. et al. O Desenvolvimento do Turismo: uma visão sistêmica. In: CONGRESSO 
BRASILEIRO DE SISTEMAS, 4., 2008, Franca. Anais... Franca: Uni-FACEF, 2008. 
Assinale a alternativa que, corretamente, apresenta aspectos da sustentabilidade espacial 
para o desenvolvimento sustentável do turismo:
a) Envolve as questões ligadas à melhoria da qualidade de vida da população, equidade 
na distribuição de renda e de diminuição das diferenças sociais, com participação e 
organização popular.
b) Vinculada ao uso dos recursos naturais, com o objetivo de minimizar danos aos siste-
mas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem 
de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência e regras 
para uma adequada proteção ambiental.
c) Trata-se do equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de migrações, desconcentração 
das metrópoles, adoção de práticas agrícolas mais inteligentes e não agressivas à saúde 
e ao ambiente, manejo sustentado das florestas e industrialização descentralizada; 
d) Está relacionada com o respeito aos diferentes valores entre os povos e ao incentivo 
a processos de mudança que acolham as especificidades locais, além da manutenção 
dos valores e da cultura local, visando à preservação do patrimônio cultural (material 
e imaterial);
e) Trata dos públicos e dos privados, regularização do fluxo destes investimentos, com-
patibilidade entre padrões de produção e consumo, equilíbrio de balanço de paga-
mento, acesso à ciência e à tecnologia.
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REFERÊNCIAS
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Disponível em: http://ea.fflch.usp.br/conceito/gentrificacao. Acesso em: 19 ago. 2023.
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REFERÊNCIAS
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Acesso em: 19 ago. 2023.
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1. D. A alternativa A está incorreta, pois Arranjos Produtivos Locais são aglomerados da 
cadeia produtiva do turismo para a gestão participativa voltada ao aprimoramento dos 
produtos e destinos turísticos. A alternativa B está incorreta, pois Gentrificação refere-se 
a processos de mudança das paisagens urbanas, aos usos e aos significados de zonas 
antigas e/ou populares das cidades que apresentam sinais de degradação física, pas-
sando a atrair moradores de rendas mais elevadas. Pode vir a ser uma consequência da 
Turistificação, mas não é o processo em si. A alternativa C está incorreta, pois Clusters 
são fortes aglomerados da cadeia produtiva em territórios contínuos ou descontínuos, 
com o objetivo de potencializar a competitividade dos destinos turísticos. A alternativa 
D está correta, pois Turistificação é o processo de apropriação de trechos do espaço 
pelos agentes do turismo para a implantação da atividade turística, termo atribuído 
pelo geógrafo francês Jean Remy Knafou (1996). A alternativa E está incorreta, pois, 
Urbanização é o processo de afastamento das características rurais de um lugar ou 
uma região, para características urbanas, geralmente, associado ao desenvolvimento 
da civilização e da tecnologia.
2. B. A alternativa A está incorreta, pois trata da fase de descobrimento e exploração, quando 
os bens e os serviços turísticos são produzidos pelos agentes locais, e o texto refere-se 
ao momento em que empresários e oportunistas exógenos ali se instalam e vão ocupando 
o lugar dos fornecedores e das empresas locais. A alternativa B está correta, pois a fase 
de Desenvolvimento é quando a divulgação do destino na mídia, acelera o crescimento 
dos fluxos de demanda turística desperta o interesse de investidores externos, conforme 
o texto, que se refere ao momento em que empresários e oportunistas exógenos ali se 
instalam e vão ocupando o lugar dos fornecedores e das empresas locais. A alternativa 
C está incorreta, pois refere-se à fase de Declínio, quando a procura pelo produto/des-
tino desacelera rapidamente, não coerente com o texto, que se refere ao momento em 
que empresários e oportunistas exógenos ali se instalam e vão ocupando o lugar dos 
fornecedores e das empresas locais. A alternativa D está incorreta, pois se refere à fase 
de Saturação, quando se verifica o desinteresse de novos investidores externos, não 
coerente com o texto, que se refere ao momento em que empresários e oportunistas 
exógenos ali se instalam e vão ocupando o lugar dos fornecedores e das empresas locais. 
A alternativa E está incorreta, pois se refere à fase de Estagnação, quando o destino 
ou entra em declínio, ou age pelo rejuvenescimento, não coerente com o texto, que se 
refere ao momento em que empresários e oportunistas exógenos ali se instalam e vão 
ocupando o lugar dos fornecedores e das empresas locais. Caso tratasse da fase de 
Rejuvenescimento, poderia ser uma opção.
GABARITO
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3. C. A alternativa A está incorreta, pois apresenta todos os aspectos referentes à sustenta-
bilidade social. A alternativa B está incorreta, pois apresenta todos os aspectos referentes 
à sustentabilidade ecológica. A alternativa C está correta, pois todos os componentes 
da sentença referem-se à sustentabilidade espacial, ou seja, ao espaço geográfico onde 
a atividade turística se desenvolve. A alternativa D está incorreta, pois apresenta todos 
os aspectos referentes à sustentabilidade cultural. A alternativa E está incorreta, pois 
apresenta todos os aspectos referentes à sustentabilidade econômica.
GABARITO
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MINHAS METAS
TURISMO E FORMAÇÃO 
PROFISSIONAL
Discorrer sobre o turismo e a formação profissional.
Dialogar sobre a atuação profissional no turismo.
Evidenciar as competências básicas para profissionais do turismo.
Apresentar as diversas opções profissionais para egressos dos cursos de 
turismo.
Evidenciar a importância do profissional de turismo.
Mencionar os principais setores e as atribuições de profissionais de turismo.
Apresentar as diferenças entre os setores da atividade turística.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6
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INICIE SUA JORNADA
O turismo é um fenômeno complexo que envolve diversos setores e diferen-
tes competências dos colaboradores para que os produtos e serviços prestados 
cheguem ao turista com a maior qualidade possível. O turismo alcançou um 
crescimento significativo, principalmente, nos últimos cinquenta anos, motivado 
pelo processo de globalização e pelo desenvolvimento de novas tecnologias, que 
ocorreram após 1980.
Alguns autores, como Daniel et al. (2017) e Trigo e Panosso Neto (2009), 
defendem que o crescente surgimento de novas tecnologiasda informação e da 
comunicação promoveram mais acesso à informação e a facilidade nas comu-
nicações. Tal fator foi peça fundamental para o desenvolvimento do turismo 
e, consequentemente, o aumento da procura de novos destinos e da prática da 
atividade pelos indivíduos.
Após a década de 1990, diversos novos destinos surgiram, gerando mais com-
petitividade no setor, e tal realidade, aliada com a facilidade nas comunicações 
e acesso à informação fez com que houvesse uma diminuição nos custos reais 
e percebidos das viagens. Desta forma, o turismo tornou-se uma atividade em 
constante evolução e desenvolvimento, requerendo uma série de investimentos 
não apenas em infraestrutura mas também em serviços.
Consequentemente, houve mais necessidade de mão de obra para trabalhar 
na atividade e prestar os serviços necessários para a prática do turismo no destino. 
Mas você acredita, caro(a) estudante, que os serviços prestados no turismo são 
similares àqueles prestados em outros setores? Bom, em parte.
O crescimento do turismo fez com que os gestores percebessem que a ativi-
dade precisaria de uma mão de obra que possuísse algumas características espe-
cíficas, pois não atuariam apenas com os residentes e uma comunidade consoli-
dada, mas também com pessoas oriundas de outros lugares, com preferências e 
características diferentes. Os profissionais deveriam estar aptos a receber os mais 
variados perfis de turistas, com necessidades, características e culturas distintas. 
E como alcançar isso?
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Caro(a) estudante, convido você a participar comigo no play do conhecimento 
deste tema de aprendizagem. Nele, conversaremos um pouco mais sobre as 
características necessárias, os benefícios e as dificuldades de trabalharmos nos 
principais setores em que um gestor de turismo pode atuar.
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
A partir desta percepção e da necessidade de uma mão de obra específica, 
universidades e gestores passam a perceber a necessidade de qualificação de 
pessoal para, assim, aprimorar o turismo e manter os destinos competitivos no 
mercado. Surgem, então, um grande ‘boom’ de novos cursos de turismo buscan-
do esta qualificação. Convido você, neste momento, a conhecer a importância 
destes novos cursos para o setor e a identificarmos as principais características 
e habilidades desenvolvidas nestes para qualificar a mão de obra do turismo.
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DESENVOLVA SEU POTENCIAL
O turismo, no Brasil, alcançou um significativo processo de expansão, princi-
palmente após a década de 1990 e passou a ser considerado uma importante 
ferramenta de desenvolvimento cultural, social, político e econômico no país. 
A autora Matias (2002a) defende que a atividade gerou importantes avanços, 
principalmente, por meio da geração de mais conscientização da preservação 
ambiental, o respeito às culturas regionais, a modernização dos destinos e das 
empresas, a ampliação da infraestrutura e, ainda, a formação profissional.
Tais avanços foram respostas às novas necessidades do setor, onde destinos de-
veriam possuir aspectos diferenciados e qualidade percebida para, assim, motivar 
turistas a conhecê-los. O setor passou a perceber que não apenas a qualidade do 
atrativo era importante, mas também a mão de obra precisaria de uma qualificação 
específica, com foco em receber, da melhor forma possível, os mais variados perfis 
de visitantes, atendendo seus desejos e suas necessidades específicas. 
Matias (2002a) defende que a melhoria da qualidade percebida nos produ-
tos e nos serviços turísticos brasileiros, ainda que esteja longe de ser a ideal, é 
motivada, principalmente, pela multiplicação dos cursos de turismo e hotelaria 
no país. Isso se justifica pelo fato de que, assim como ocorreu em outras áreas, a 
exemplo da Administração, Engenharia, Pedagogia e Direito, o aumento do nú-
mero de estudantes e graduados em nível superior específico da atividade auxilia 
no aprimoramento seletivo, maior qualidade profissional e conhecimento sobre 
as especificidades do setor, permitindo, assim, um aprimoramento seletivo que se 
reflete não apenas no mercado de trabalho, mas também na sociedade em geral.
O turismo é uma atividade complexa, assim, com 
maior formação profissional, os colaboradores do se-
tor passaram a ter mais conhecimento sobre as dife-
renças entre os produtos e os serviços desenvolvidos 
na atividade e o papel que cada um possui no processo 
de consolidação de destinos. A primeira iniciativa de 
criação de um curso superior específico de turismo foi dada pelo professor Domin-
go Hernández Peña, o qual elaborou um currículo para cursos de Turismo com 
base em um levantamento realizado em escolas europeias.
Esta iniciativa ocorreu com a finalidade de atender ao relevante interesse público 
gerado pela expansão constante da atividade turística e as novas exigências de mão 
O turismo é uma 
atividade complexa, 
assim, com 
maior formação 
profissional
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
de obra especializada. Passou-se a perceber que áreas ligadas diretamente à prática 
do turismo, como lazer, recreação, entretenimento, gastronomia, meio ambiente, 
arquitetura e planejamento físico hoteleiro, hospitalidade e uma grande segmentação 
do turismo necessitavam um preparo específico para atuar em cada um deste setor.
O primeiro curso superior de Turismo, no Brasil, foi aberto na Universidade 
do Morumbi, em 1971, por meio do Parecer 35/71 do Ministério da Educação e 
da Cultura - MEC e da Resolução de 28/01/71, do Conselho Federal de Educa-
ção, que estabeleceu o conteúdo mínimo e a duração dos cursos superiores de 
Turismo. A partir de então, o turismo entra em uma nova fase, com a crescente 
implantação de cursos de Turismo e, mais recentemente, suas variações, buscan-
do uma qualificação constante do setor.
O setor passou a ter uma crescente significativa de novos cursos espalhados 
pelo país e teve seu ápice, em 2007, quando 526 cursos de turismo eram ofertados 
em universidades brasileiras. Todavia com o surgimento de novas modalidades, a 
dificuldade de inserção no trabalho e uma significativa crise econômica em nível 
mundial, este número foi reduzido. De acordo com Matias (2022b), em 2019, o 
Brasil contava com 201 cursos na modalidade presencial em funcionamento. A 
queda no número de cursos presenciais também se justifica pelo surgimento dos 
cursos na modalidade a distância, os quais tiveram seu início no ano de 2004 e 
se espalharam no território nacional, sendo ofertados por 23 universidades que 
formaram, aproximadamente, 662 profissionais, em 2019 (MATIAS, 2022b).
POSSIBILIDADES DE TRABALHO NO TURISMO
O turismo está ligado à área de serviços voltados para atender às necessidades 
dos destinos e dos consumidores. A área é consideravelmente abrangente, envol-
vendo diferentes disciplinas e possibilidades, consequentemente, oferece diversas 
opções de inserção no mercado de trabalho. Cada área necessita de competências 
e um perfil específico dos profissionais. Ainda, as opções que o mercado oferece 
abrange várias hierarquias de complexidade e funções específicas. Em outras 
palavras, os cargos ligados ao turismo exigem em alguns caráteres mais técnicos 
e outras que demandam um suporte conceitual mais aprofundado.
As possibilidades de trabalho giram ainda na parte de gestão e operaciona-
lização de serviços. Os profissionais do turismo podem atuar em cargos de ges-
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tão, tendo como responsabilidades o planejamento e a organização de serviços 
relacionados ao setor ou, ainda, em cargos operacionais, prestando serviços e 
atendendo diretamente ao consumidor final.
Entre as possibilidades de trabalho para os profissionais do turismo, encon-
tram-se o ramo de consultoria, os órgãos públicos, as companhias aéreas, as 
empresas de cruzeiros, as empresas de ônibus, os recreadores, o atendimento, os 
pesquisadores e, ainda, os docentes. 
Os consultores de turismo possuem uma ampla importância no processo 
de desenvolvimentodo turismo em destinações, apesar disso, a profissão ainda é 
pouco conhecida. Os consultores são responsáveis pela análise da situação atual 
e elaboração de projetos, buscando o desenvolvimento de destinos, resolução 
de problemas ou, ainda, otimização de resultados das mais variadas empresas 
turísticas ou, ainda, destinos em geral.
A maioria dos órgãos públicos também oferecem possibilidades para atua-
ção do turismólogo. A partir da regulamentação da profissão, em 2012, diversos 
órgãos públicos têm aberto concursos ou demais vagas, buscando auxílio nos 
processos de planejamento, gestão e desenvolvimento dos destinos. Como exem-
plo de órgãos públicos podemos citar as prefeituras, o Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), as secretarias estaduais, os órgãos de 
governança, entre outros.
Outro ramo de atuação que podemos citar são as companhias aéreas, que 
oferecem diferentes vagas desde o processo de logística de voos, pesquisas, adminis-
tração e, ainda, cargos operacionais, como pilotos, comissários de voo, administra-
tivo, entre outros. Com o crescimento do número de viagens, as companhias aéreas 
têm se demonstrado um importante empregador do setor, abrindo um crescente 
número de vagas para profissionais. Entre as principais competências básicas para 
o cargo, encontram-se o conhecimento em inglês e outros idiomas, cultura e geo-
grafia em geral. Além disso, cada cargo ainda terá outros conhecimentos básicos 
necessários, de acordo com o seu grau de hierarquia e atribuições.
As empresas de cruzeiros estão em crescente expansão e são uma importante 
possibilidade de atuação no campo do turismo. A possibilidade de trabalho neste 
setor envolve, também, diversas funções com diferentes atribuições e conhecimen-
tos básicos, mas é fundamental que os profissionais possuam fluência em inglês, 
dedicação e conhecimento em Geografia. Entre os cargos neste setor, podemos 
citar recepcionista, camareira, atendente, garçom, coordenador de atividades, co-
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
missário de bordo. Em geral, os cargos operacionais dos cruzeiros são semelhantes 
àqueles disponíveis na hotelaria e buscam o atendimento ao hóspede.
As empresas de ônibus oferecem a prestação de serviços turísticos e, em 
geral, têm seus cargos voltados à direção e à condução de ônibus, vendas, lo-
gística, organização e planejamento de viagens, atuando, em muitos casos, de 
forma conjunta com as agências. Tal setor possui duas vertentes de serviço, a 
primeira consiste nos ônibus disponíveis por meio de linhas para deslocamento 
intermunicipal, interestadual e/ou intermunicipal e tem forma periódica e ho-
rários previamente estabelecidos. E, ainda, existem os ônibus fretados, que são 
“alugados” para um cliente com um deslocamento preestabelecido.
Os recreadores são responsáveis pela maximização do lazer dos clientes. 
Sua atuação pode ocorrer tanto no setor de eventos como na hotelaria. Estes 
profissionais são os responsáveis por promover atividades lúdicas, desportivas 
e culturais com o objetivo de entreter e integrar pessoas em determinado espa-
ço ou evento. Outra possibilidade de atuação no turismo é o atendimento ao 
público em locais turísticos, atrativos ou ainda, centros de atenção ao turista. 
Estes profissionais atuam atendendo às necessidades dos clientes, sanando suas 
dúvidas e prestando diversos tipos de serviço a estes. O atendimento ao público 
pode ocorrer em todos os setores do turismo.
A pesquisa vem sendo considerada fundamental para o turismo e é uma 
possibilidade de atuação para o turismólogo. Pesquisas de mercado e de análi-
se de situação são cada vez mais comuns antes dos gestores tomarem decisões 
estratégias para suas empresas e seus destinos. Desta forma, o pesquisador atua 
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com a finalidade de identificar uma situação ou, ainda, compreender a oferta e 
a demanda de um território. O que diferencia este cargo do cargo de consultor 
é que o pesquisador apenas realiza a análise da situação e não elabora projetos 
com proposições de modificações ou sugestões de alterações.
Outro ramo de atuação no turismo é a docência. Com o aumento do número 
de cursos de turismo e a necessidade de qualificação do mercado, o docente pode 
contribuir entregando ao mercado uma mão de obra mais bem qualificada, auxi-
liando, assim, o processo de planejamento e o desenvolvimento de destinos e em-
presas. O docente possui um importante papel no desenvolvimento do turismo, 
pois busca uma melhor oferta de serviços, por meio da qualificação do pessoal.
Além das possibilidades aqui citadas, existem 
outros cargos reconhecidos na atividade e que, devi-
do à sua importância para o setor, em alguns casos, 
atualmente, já se desdobram em cursos específicos 
(TRIGO; PANOSSO NETO, 2009). O surgimento 
de cursos específicos para tais profissões justifica-se pela sua complexidade e 
sua possibilidade de atuação, os quais contam, em sua estrutura, com um grande 
número de cargos com diferentes atribuições. Agora, conheceremos estas opções 
de atuação, de acordo com Brito e Ferreira (2012).
existem 
outros cargos 
reconhecidos na 
atividade
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
HOTELARIA
O profissional que atua em hotéis é denominado hoteleiro e tem como fi-
nalidade principal a recepção e a estadia do hóspede durante o período em 
que este estiver no destino. Os profissionais podem atuar na parte adminis-
trativa, na gerência, no abastecimento e, ainda, no operacional por meio da 
organização deste (governantas e camareiras) e por meio do atendimento ao 
hóspede nos diferentes setores do hotel que podem ser, recepção, alimentos 
e bebidas, recreação e os demais serviços. Entre os cargos existentes em um 
hotel, encontram-se os gerentes de setores, recepcionistas, agente de reser-
vas, camareira, concierge, porteiro, garçom, recreacionista etc.
AGÊNCIAS DE VIAGENS E OPERADORAS DE TURISMO
Estes profissionais atuam no planejamento e na operacionalização das viagens 
dos seus consumidores. Os operadores de turismo são aqueles que planejam as 
atividades de turismo, elaboram pacotes, contratam e promovem serviços de 
viagens e, ainda, pesquisam informações sobre pontos turísticos e contatam 
fornecedores para fecharem contratos e desenvolverem novos produtos. Já os 
agentes de viagens, em geral, comercializam os pacotes elaborados pelos opera-
dores e, ainda, elaboram pacotes personalizados para clientes específicos.
ALIMENTOS E BEBIDAS
A prestação de serviços de alimentação também pode ser uma possibilidade 
de trabalho no turismo. Os cargos deste setor estão ligados ao gerenciamento 
dos estabelecimentos, à administração, à elaboração de pratos e prestação de 
serviço para o cliente, por meio do atendimento.
EVENTOS
O setor de eventos é uma possibilidade de trabalho no turismo que se encontra 
em fase de expansão. O setor exige profissionais que atendam nos mais diver-
sificados tipos de eventos e tenham conhecimento do processo de logística, 
organização e operacionalização destes.
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CULTURA
Os profissionais da área também podem atuar em empresas ligadas à cultura 
e ao resgate identitário de comunidades. A relação entre turismo e cultura é 
amplamente conhecida e vem sendo cada vez mais reconhecida. Desta forma, os 
turismólogos podem colaborar com projetos ligados ao resgate e à valorização 
cultural, podendo esta ser explorada pelo turismo ou apenas com a finalidade de 
consolidação da identidade de comunidades.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL NO TURISMO
O turismo envolve uma série de produtos e serviços, exigindo competências e 
possibilidades distintas de trabalho na atividade. Trigo e Panosso Neto (2009) 
defendem que o mercado de trabalho no setor pode ser considerado diversificado 
pois envolve um vasto número de empresas que prestam diferentes produtos para 
seus consumidores, como hospedagem, alimentação, transportes, lazer e entre-
tenimento. Consequentemente, a diversificação das possibilidades gera efeitos 
diretos na formação dosprofissionais da área.
A área de turismo carece de profissionais que possuam um amplo conheci-
mento sobre assuntos gerais, sendo capazes de interpretar os problemas existentes 
na sociedade e, ainda, que tenham a habilidade de aprender para que possam se 
manter constantemente atualizados e executando suas tarefas (BARRETTO, 1995).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Consequentemente, os profissionais também devem possuir conhecimentos so-
bre temáticas específicas, a exemplo de geografia, cultura, línguas, matemática, 
atendimento, entre outras. Trabalhar com o turismo possibilita aos indivíduos uma 
considerável troca cultural, pois os profissionais terão contato com pessoas de 
diferentes partes do país e do mundo, desta forma, os envolvidos devem possuir 
conhecimento básico e preparo para dialogar e compreender os desejos e as ne-
cessidades de todos os consumidores.
Observa-se que o conhecimento técnico é muito importante para o setor do tu-
rismo, mas uma vez que o conhecimento muda, é necessário buscar a atualização 
constante e saber onde encontrar o conhecimento. Por outro lado, é possível perce-
ber que as relações humanas e interpessoais estão associadas à dimensão atitudinal 
da competência e assumem grande relevância. O prazer em servir, a paixão pelo 
que faz, saber atender, saber se comunicar, saber trabalhar em equipe, ter empatia, 
aceitar as diferenças e explorar o melhor de cada pessoa são alguns exemplos.
O perfil dos egressos em Turismo, requisitado pelas organizações abrange 
um conjunto de habilidades específicas, somadas a uma postura ativa e parti-
cipativa perante a sociedade em que estão inseridos, além da capacidade de ser 
generalistas em alguns aspectos e especialistas em outros. Em seu trabalho, Trigo 
e Panosso Neto (2009) defendem algumas habilidades básicas que os profissionais 
de turismo devem possuir para se manterem competitivos no mercado. Conhe-
ceremos estas habilidades agora.
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FALAR E ESCREVER MUITO BEM O PORTUGUÊS
A comunicação é um requisito fundamental no turismo, os trabalhadores da 
área estarão em constante comunicação com os consumidores do turismo e 
fornecedores durante todo o dia. Assim, o domínio da língua falada e escrita 
torna-se fundamental para a prestação de um serviço de qualidade.
INGLÊS BÁSICO E FUNDAMENTAL, E AINDA, IDEALMENTE O DOMÍNIO DE OUTRA 
LÍNGUA
Profissionais do turismo possuem acesso a indivíduos de todo o mundo e pre-
cisam estar prontos para os atender e se comunicarem com estes para prestar 
um serviço de qualidade. O inglês tornou-se uma língua falada em todo o mundo, 
sendo assim, profissionais do turismo devem ter a capacidade de se comunicar 
no idioma.
CULTURA GERAL SÓLIDA
Possuir o conhecimento sobre culturas e estar atento a normas culturais é 
fundamental para compreender os diferentes perfis de turistas que frequentam 
as destinações. Os profissionais devem ter a capacidade de identificar estas cul-
turas de forma a valorizá-las durante a prestação de serviço.
CAPACIDADE DE RESOLVER E EVITAR PROBLEMAS
Profissionais do turismo devem ter a capacidade de solucionar qualquer possível 
problema que possa ocorrer com o hóspede, pois este está fora do seu local de 
residência e os prestadores de serviços de turismo acabam sendo seu elo e, ain-
da, problemas que possam ocorrer durante a prestação de serviços.
COMPREENSÃO DAS NOVAS CONFIGURAÇÕES SOCIAIS, ECONÔMICAS E 
CULTURAIS
Assim como o conhecimento geral sobre diferentes culturas, os profissionais de 
turismo devem ter conhecimento das configurações sociais, econômicas e cul-
turais não apenas do seu território, mas também de outros lugares. Isso pode ser 
alcançado por meio de conhecimento geral sobre destinações.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
CONHECIMENTO PROFUNDO DE SUA ÁREA ESPECÍFICA DE ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL
O turismo envolve diversos segmentos, e, durante o curso, torna-se impossível a 
especialização em todos eles. Assim, além de possuir conhecimento geral sobre 
todos os setores de turismo, os profissionais devem se especializar na sua área 
de atuação, buscando prestar um melhor serviço aos clientes.
COMPREENDER O QUE SIGNIFICA LAZER, HOSPITALIDADE E TURISMO EM 
SENTIDO PLENO
Isso auxilia a um melhor serviço prestado, pois o profissional possui noção do que 
esperar do turista e de compreender seus desejos e suas necessidades específicas.
Quando se fala sobre turismo e hospitalidade, Daniel et al. (2017) defendem 
que, além das competências técnicas específicas necessárias para o trabalho, as 
competências interpessoais, emocionais e de comunicação se tornam cada vez 
mais relevantes. Isso se justifica pelo fato de que os serviços turísticos são presta-
dos por pessoas e para pessoas. Sendo assim, as trocas sociais devem ser levadas 
em consideração. A heterogeneidade da demanda turística é muito acentuada, 
fazendo com que os envolvidos na atividade turística precisem estar preparados 
para satisfazer as necessidades dos diferentes perfis de clientes e, também, os 
interesses da organização, prezando sempre pela qualidade e pela rentabilidade.
Como realizar a escolha da profissão em que você, futuro turismólogo (a) atuará? 
Esta definição deve ser tomada levando em consideração as habilidades e afini-
dades de cada indivíduo com a área.
PENSANDO JUNTOS
Os profissionais de turismo trabalham diretamente com pessoas que estão des-
frutando do seu momento de lazer. Sendo assim, outras competências básicas 
ligadas à prestação de serviços também devem ser levadas em consideração:
 ■ Ter a noção da prestação de um bom atendimento.
 ■ Priorizar os desejos e as necessidades dos consumidores.
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 ■ Compreender os problemas e os pedidos solicitados, tentando sempre 
solucioná-los.
 ■ Ter zelo, empatia e atenção, buscando proporcionar uma experiência 
única.
 ■ Estar atento ao comportamento do consumidor para antecipar suas ne-
cessidades e prestar o melhor serviço possível.
Desta forma, percebemos que, apesar de possuir características básicas como a 
postura e a qualidade no atendimento aos consumidores, o turismo exige ainda, 
conhecimentos em outras línguas e culturas e outros aspectos sociais, para, assim, 
ser apto a atender às demandas específicas na área.
O turismo oferece distintas possibilidades, cabe ao profissional escolher qual 
possui mais relação e mais desejo de se aperfeiçoar. As matérias presentes nas gra-
des de cursos de Turismo bem como os conhecimentos transversais do turismo 
podem ser um fator de decisão dos profissionais, que identificaram nestas, suas 
preferências. Além de definir o setor onde atuará, cabe ao profissional qualificar-
-se e definir o grau de hierarquia que deseja alcançar. Os setores gerencial, tático 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
e operacional são, relativamente, diferentes e exigem mais ou menos integração 
com o hóspede, bem como há diferenças nas atribuições e nas responsabilidades.
Levando em consideração as diferentes opções de trabalho no turismo, as dis-
ciplinas que você já participou no curso, bem como suas preferências pessoais. 
Em qual setor do turismo você acredita que teria mais afinidade para trabalhar?
PENSANDO JUNTOS
Confira aqui a aula referente a este tema.
EM FOCO
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NOVOS DESAFIOS
Com as discussões apresentadas até o momento, você deve compreender que 
o turismo possibilita a atuação profissional em diversos setores e que, em cada 
um destes, exige, ainda, habilidades específicas de acordo com as atribuições das 
funções. O turismo também permite a atuação profissional em diferentes graus 
de hierarquia, onde as responsabilidades e atribuições diferirão.
Em geral, todas as possibilidades de atuação no turismo possuem um mesmo 
objetivo: a prestação de um serviço de qualidade ao turista e um desenvolvimen-
to sustentável do turismo em um destino. Para isso, os profissionais precisam estar 
preparados para atenderem aos mais diversos públicos, prestando um serviço que 
esteja ao alcance das suas expectativasséculo XIX, o Mediterrâneo começa a ser explorado como 
destino turístico em cidades litorâneas de águas quentes como as regiões da Rivie-
ra da França (Côte d'Azur) e da Itália e as Ilhas Canárias, da Espanha. Em 1872, 
o Principado Mônaco já se destacava pelo cassino de Monte Carlo. O período 
também é marcado pelo talento do suíço César Ritz (1850-1918), conhecido 
como “O Rei dos Hoteleiros e o Hoteleiro dos Reis”. 
Ritz criou a hotelaria de luxo moderna, provendo os quartos com banheiro 
e o conceito de administração e de hospitalidade nos serviços hoteleiros. Sua 
parceria com o francês Auguste Escoffier (1846-1935), considerado o melhor 
cheff de cozinha do mundo, introduziu os serviços de restaurante com um es-
pecialista em vinhos (sommelier) na hotelaria (REJOWSKI, 2002, p. 66).
A Inglaterra passa a oferecer travessias transoceânicas e domina o mercado 
marítimo, o que favoreceu as correntes migratórias europeias para a América. 
Nos Estados Unidos, a Atlantic City e as cidades da península da Flórida vive-
Descrição da imagem: trata-se de uma fotografia em preto e branco, de um trem com característica arredondada, 
aparentemente antigo, em cima de um trilho, na lateral direita, apresenta algumas árvores e acima um céu sem 
nuvens
Figura 1- Modelo de Trem a vapor para transporte de pessoas
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ram o seu auge, assim como floresciam o mar Del Plata, na Argentina, e a Viña 
Del Mar, no Chile. Os deslocamentos motivados pelo termalismo, cassinismo, 
paisagismo e montanhismo incrementaram serviços turísticos que se consoli-
daram, posteriormente, como segmentos do turismo. 
O TURISMO COMO ATIVIDADE MARCANTE DO SÉCULO XX 
A primeira metade do século XX foi marcada pelas Primeira (1914-1918) e Se-
gunda Guerra Mundial (1939-1945), provocando uma estagnação nos fluxos de 
turismo no mundo, e seus efeitos se estenderam até o ano de 1949. Pós-guerras, 
com ampliação da aviação comercial, foram intensificadas as viagens entre os 
continentes e com elas a expansão de grandes redes hoteleiras internacionais e 
resorts pelo mundo. Percebe-se, ainda, “a caracterização dos fluxos turísticos no 
Atlântico Norte e a supremacia da Europa e dos Estados Unidos” (REJOWSKI, 
2002, p. 118).
Entre 1950 e 1973, ocorreu o Boom Turístico com a massificação da ativi-
dade que só encontraria barreiras frente à primeira crise do petróleo de 1973. 
Rejowski (2002) aponta como fatores que contribuíram para o Turismo de Massa:
A PAZ PROLONGADA 
Período de paz entre as zonas de estabilidade política - Mediterrâneo, Centro da 
Europa, Estados Unidos etc.
CONQUISTA DE DIREITOS TRABALHISTAS 
Com a redução das jornadas de trabalho e as férias anuais remuneradas.
CONSOLIDAÇÃO DA CLASSE MÉDIA 
Percebida pelo aumento do poder aquisitivo em amplas camadas da população, 
em países ocidentais
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
DESEJO DE EVASÃO DA ZONA URBANA 
Com a instituição do descanso e da recreação para ambientes próximos à na-
tureza, em face dos problemas decorrentes da industrialização e do crescimento 
populacional nos centros urbanos.
AVANÇOS TECNOLÓGICOS 
Melhoria na comunicação e no transporte, permitindo viagens mais rápidas e cô-
modas para as zonas mais distantes do mundo, além da redução progressiva dos 
preços, em especial, do avião.
APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE MARKETING 
Com o incremento da publicidade, ocasionou o aumento da motivação para as 
atividades de lazer e, dentre estas, o turismo. 
HISTORIANDO A EVOLUÇÃO DAS VIAGENS
 As Cruzadas tornavam 
os caminhos muito 
perigosos. Consideradas 
“guerras santas” 
travadas entre cristãos e 
mulçumanos pela posse 
de Jerusalém.
IDADE MÉDIA 
Com a ampliação da 
aviação comercial, foram 
intensificadas as viagens 
entre os continentes e 
com elas, a expansão de 
grandes redes hoteleiras 
internacionais e resorts 
pelo mundo.
SÉCULO XX
As competições 
realizadas em torno de 
476 A.C. eram realizadas 
em Olímpia, de quatro em 
quatro anos e recebiam 
multidões que se 
acomodavam nos 
albergues públicos. 
Pessoas viajavam de 
todos os lugares.
IDADE ANTIGA
Trata-se de uma longa viagem de 
estudos, de imersão cultural e 
científica impulsionado pela 
Renascença. Percorrendo 
principalmente as cidades italianas 
de Roma, Veneza, Florença e Nápoles 
e a capital francesa.
GRAND TOUR
A Revolução Industrial, iniciada 
na Inglaterra. Foi quando surgiu 
a primeira ferrovia totalmente 
com trem a vapor e a primeira a 
transportar um significativo 
número de passageiros.
ERA MODERNA 
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Cabe destacar, neste período, a inauguração, em 1º de outubro de 1971, do parque 
da Disney World, em Orlando, na Flórida (EUA), empreendimento de sucesso 
de Walter Elias Disney, abrindo a era dos parques temáticos que, até os dias 
atuais, encanta gerações. A companhia abriu, em 1983, o Tokyo Disneyland e o 
EuroDisney, em 1992 (REJOWSKI, 2002). Outro destino consolidado neste pe-
ríodo foi Las Vegas, capital dos cassinos, de mega resorts e espetáculos, no Estado 
de Nevada (EUA). As estratégias de elaboração e comercialização de produtos 
turísticos também passaram por transformações com a multiplicação das ope-
radoras turísticas e agências de viagens, e o cinema, a televisão e o showbusiness 
estimulando os desejos de viagens e de consumo.
O TURISMO NO BRASIL
O Brasil se insere no mapa do mundo a partir de 1500, com o seu “descobri-
mento” e como colônia de exploração portuguesa, diferentemente dos Estados 
Unidos cujos colonizadores ingleses visavam expandir domínios por meio de 
uma colônia de povoamento. De acordo com Solha (2002, p. 124), analisando 
as motivações dos viajantes e as condições de recepção em terras brasileiras, 
podemos considerar os Períodos da evolução do Turismo no Brasil:
Primórdios
Trata-se do primeiro período da evolução do turismo no Brasil, com partida nos 
tempos coloniais até o Império (séc. XVII e XIX), período caracterizado pelos 
TURISMO DE MASSA 
1. Refere-se ao turismo com deslocamento de muitas pessoas para espaços 
produzidos, cenograficamente, nos quais a aparência e o consumo se so-
brepõem à essência do lugar, gerando impactos nocivos ao meio ambiente e 
aos residentes. 
2. Como as viagens se tornaram mais acessíveis para outras classes sociais, o 
termo também é usado como uma crítica ao turismo, que, antes, era um priv-
ilégio das elites. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
ranchos que atendiam aos tropeiros em viagens anuais dos senhores do café à 
Europa. Com a chegada de desbravadores em busca de expansão de território, 
ouro, pedras preciosas ou gêneros de primeira necessidade, torna-se necessária 
a hospedagem para os viajantes (tropeiros) e seus animais. Estas ocorriam em 
ranchos e em precárias condições.
Em 1808, com a chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro, foi obser-
vado que as características da região eram simplórias as moradias e precárias 
as condições de saúde. Dom João VI introduziu o Jardim Botânico, a Biblioteca 
Nacional, o Banco do Brasil, a Polícia Militar, a imprensa, entre muitos outros 
espaços e serviços, além de novos hábitos, como águas minerais, termais e o 
banho de mar para tratamento de saúde (Talassoterapia). O uso de transportes 
urbanos, como o bonde puxado a cavalo e o ferry boat para a Ilha de Paquetá 
popularizaram o banho de mar e o piquenique como lazer.
Houve a ampliação da oferta de meios de hospedagem, como tabernas, ca-
sas de pasto, estalagens, hospedarias e casas de banho para atender à demanda 
crescente de estrangeiros. Já por volta de 1870, surgiu no Rio de Janeiro e São 
Paulo os meios de hospedagem mais semelhantes ao que se entendia como 
hotel. A criação das estradas de ferro que favoreceram a prática do termalismo, 
em Caxambu e Poços de Caldas (MG). Petrópolis (RJ) se destacou como local 
de veraneio a partir de 1860. Com a estrada de ferro Rio-Petrópolis, o Rio de 
Janeiro se tornou a capital federal, a cidade mais conhecida do Brasil e centro 
de recepção de expedições científicas e artísticase ainda, atenda às suas diferentes necessidades.
O conhecimento do inglês, noções de geografia e aspectos sociais e culturais 
podem ser sinalizados como as principais competências necessárias para os pro-
fissionais da área. Todavia a empatia e a cordialidade no atendimento também 
podem ser consideradas fundamentais e, ainda, um importante fator competitivo 
para empresas do setor.
A escolha da profissão e do setor de trabalho do turismólogo deve ocorrer de 
acordo com as suas características pessoais e preferências, visto que a satisfação 
com o trabalho e a qualidade de vida são importantes fatores de diferenciação 
entre profissionais. Para atuar e se manter no mercado de trabalho, você, estudan-
te, deve estar sempre atento às atualizações do setor, buscando aprimoramento 
constante, visto que o turismo é uma atividade dinâmica e vem se transformando 
e evoluindo, consideravelmente, com o passar dos anos.
Para a sua atuação como turismólogo, você deve, primeiramente, conhecer 
a empresa onde está atuando, identificando sua missão e seus valores para, as-
sim, compreender as suas funções e suas atribuições dentro desta. E ainda, estar 
em constante aperfeiçoamento dentro do seu setor, buscando atrair diferenciais 
competitivos.
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VAMOS PRATICAR
1. Entre as possibilidades de atuação no campo do turismo, encontram-se os setores de 
consultoria turística e também de pesquisa em turismo. Todavia, apesar de possuírem 
atribuições diferentes, muitas vezes, as pessoas os veem como sinônimos devido às 
suas semelhanças. Levando em consideração os dois cargos, assinale a alternativa 
correta.
a) A principal diferença entre os dois cargos é que o pesquisador em turismo apenas 
realiza a análise da situação atual, e o consultor realiza a análise da situação atual e 
elabora projetos de correção de problemas ou desenvolvimento do turismo.
b) O pesquisador em turismo atua, principalmente, na docência, desenvolvendo pes-
quisas que busquem compreender os problemas encontrados na sociedade. Já o 
consultor de turismo atua apenas em empresas do setor.
c) O pesquisador de turismo atua apenas em pesquisas de mercado, buscando identificar 
o perfil do consumidor da atividade. Por outro lado, o consultor em turismo atua na 
gestão pública da atividade em destinos.
d) Todo pesquisador em turismo é também consultor em turismo, visto que as duas 
profissões têm o mesmo objetivo.
e) Os cargos de pesquisa em turismo estão diretamente ligados aos órgãos públicos. Já 
os consultores são, exclusivamente, empresas privadas.
2. Como é uma área abrangente, o profissional de turismo pode atuar em diferentes 
setores, exercendo funções com diferentes graus de hierarquia, as quais exigem ha-
bilidades específicas. Os profissionais do setor devem identificar qual função possui 
maior habilidade para exercer e, ainda, buscar qualificações específicas para estas. 
Assinale a alternativa que não corresponde a uma possibilidade de trabalho no turismo.
a) Consultoria.
b) Segurança.
c) Hotelaria.
d) Gestão pública.
e) Planejamento e organização de eventos.
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VAMOS PRATICAR
3. O turismo possibilita a inserção no mercado de trabalho em diversos setores e cargos 
de atuação. Cada um destes possui características, importância e responsabilidades 
diferentes para o desenvolvimento do turismo no setor. Assim, os profissionais da 
área devem possuir habilidades de identificar as atribuições e funções de cada um 
dos setores e os seus cargos possíveis. Com base nas funções existentes no setor do 
turismo, analise as afirmativas a seguir:
I - Os consultores de turismo são os responsáveis pela análise da situação atual de 
destinos, cabendo aos gestores a elaboração dos projetos com base nos resultados 
alcançados.
II - A atuação em órgãos públicos apenas é possível em instituições de nível municipal 
e estadual.
III - Pilotos e comissários de voo são exemplos de funções exercidas no setor do trans-
porte aéreo.
IV - A fluência em inglês, a dedicação e o conhecimento em geografia são exemplos de 
habilidades necessárias para atuar no setor de empresas de cruzeiros.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II, III e IV.
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REFERÊNCIAS
BARRETO, L. M. T. S. Competências profissionais e mercado de trabalho no turismo: desafios 
e perspectivas. In: ANJOS, S. J. G.; ANGELI, N. P.; ANJOS, F. A. (orgs). Turismo, competên-
cias profissionais e mercado de trabalho. Itajaí: Editora da UNIVALI, 2020.
BARRETTO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. Campinas: Papirus, 1995.
BRITO, G. A. P; FERREIRA, A. O. Bacharel em Turismo, formação profissional e inserção no 
mercado de trabalho. Carpe Diem: Revista Cultural e Científica do UNIFACEX, v. 10, n. 
1, p. 1-15, 2012.
DANIEL, A. D. et al. Tourism education: what about entrepreneurial skills? Journal of Hospi-
tality and Tourism Management, v. 30, p. 65-72, 2017.
MATIAS, M. Turismo: formação profissional (50 anos de história). Jundiaí: Paco, 2002a.
MATIAS, M. Turismo: 50 anos dos cursos de graduação no Brasil. São Paulo: Manole, 2002b.
TRIGO. L. G. G.; PANOSSO NETO, A. Cenários do turismo brasileiro. São Paulo: Aleph, 2009.
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1. A. Ela está correta, pois apresenta a diferença entre o cargo de pesquisador de turismo 
e consultor. As alternativas B, C, D e E apresentam afirmações incorretas.
2. B. As alternativas A, C, D e E apresentam, corretamente, possibilidades de trabalho no tu-
rismo. A área da segurança não é considerada uma área direta de atuação do profissional.
3. C. A afirmativa I está incorreta, pois os consultores são responsáveis não apenas pela 
análise da situação atual, mas também pela elaboração dos projetos com base nos resul-
tados alcançados. A afirmativa II está incorreta, pois o turismólogo pode atuar em órgãos 
públicos em todos os níveis. As alternativas III e IV estão corretas.
GABARITO
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UNIDADE 3
MINHAS METAS
DESTINOS TURÍSTICOS 
INTELIGENTES
Apresentar os principais conceitos relacionados às smart cities.
Conceitualizar smart cities.
Discorrer sobre os conceitos de destinos turísticos inteligentes.
Compreender as características dos destinos turísticos inteligentes.
Refletir sobre as relações entre smart cities e destinos turísticos inteligentes.
Descrever a aplicabilidade do termo destinos turísticos inteligentes.
Conceituar a importância dos destinos turísticos inteligentes para o desenvolvimento 
do turismo.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7
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INICIE SUA JORNADA
Você já parou para pensar o quanto a tecnologia está presente em nossa vida? 
Vivemos em um mundo cada vez mais globalizado, com um crescente número de 
novas tecnologias à nossa disposição para facilitar as mais variadas rotinas. Nos 
últimos 30 anos, vivemos uma crescente transformação no cotidiano, passamos 
por um processo de migração tecnológica. 
No ano de 1963, a fita cassete foi lançada, sim, apenas 70 anos atrás. Ela foi 
considerada uma grande evolução tecnológica. A partir disso, diversos novos 
aparelhos foram lançados a fim de facilitar a vida dos indivíduos. O primeiro 
celular no Brasil só foi lançado em 1990, e, quando falamos em smartphone, ele 
teve seu lançamento no território brasileiro apenas em 2008. Estas evoluções 
foram extremamente importantes para nosso cotidiano.
Saímos de uma era analógica e, na década de 1980, a primeira geração da 
internet móvel marcou o começo da mobilidade da comunicação e da evolução 
tecnológica. A era 4G (lançada no Brasil, em 2013) foi um grande marco neste 
processo, transformando o dispositivo móvel em um ‘computador’. Atualmente, 
termos, como Big Data, Inteligência Artificial, Realidade Virtual e Aumentada, 
Internet das coisas, Nuvem, Segurança e Robótica fazem parte do nosso dia a dia.
Estudante, você costuma utilizar seu celular ou a internet para planejar a sua 
viagem? Esta ferramenta tornou nossos deslocamentos mais fáceis e nos per-
mitiu maior acesso à informação sobre destinos. Não émesmo? Neste tema de 
aprendizagem, convido você a ‘viajar’ comigo e a aprender sobre a estratégia de 
transformar a Espanha em um destino turístico inteligente.
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Vivemos em um mundo de constante evolução. Até os 
dias atuais, passamos por diversas inovações tecnológi-
cas, não apenas digitais. Vamos relembrar algumas das 
principais tecnologias que transformaram a sociedade?
Acesse o link do Youtube e relembre os principais fatores que 
nos fizeram chegar até a tecnologia que possuímos hoje. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
Você lembra como eram os processos de viagens e o acesso à comunicação a 
novos produtos turísticos há dez anos?
PENSANDO JUNTOS
SMART CITIES
O termo smart cities, ou cidades inteligentes, tem se tornado cada vez mais comum, 
visto que, diversas cidades têm utilizado tal estratégia no seu processo de desenvol-
vimento local. Sua origem data da década de 1990, buscando atender às demandas 
de transformação geradas pelo crescimento das tecnologias da informação e comu-
nicação (TICs) e as suas transformações nas cidades. O conceito de inteligência em 
contextos urbanos, ou seja, atrelado ao desenvolvimento das cidades, surge a partir 
da busca de tais territórios por solucionar problemas gerados não apenas pela baixa 
tecnologia utilizada, mas também pela demanda de concentração populacional en-
contradas nos centros urbanos (ALBINO; BERARDI; DANGELICO, 2015).
Dessa forma, podemos perceber que as cidades inteligentes não têm como foco 
principal apenas os processos de gestão, ou seja, os gestores de turismo. Seu foco também 
envolve a participação inteligente do residente e, ainda, uma percepção do desenvol-
vimento sustentável de destinações. A ideia central das cidades inteligentes é alcançar 
tais realidades a partir da ampliação da prestação de serviços com a utilização das TICs.
Estas novas tecnologias, melhoraram, dentre outros aspectos, a atividade turística. 
Atualmente, toda a informação está disponível ao nosso alcance. Isso faz, ainda, com 
que os destinos percebam que esta tecnologia não pode estar acessível apenas na etapa 
anterior à viagem, mas também durante a sua experiência no local, buscando aprimo-
rar a satisfação com a sua viagem e, ainda, auxiliar em um processo de planejamento 
local mais eficiente, atendendo não apenas aos turistas, mas também aos moradores.
Com isso, surge o termo cidades inteligentes e, mais recentemente, destinos turís-
ticos inteligentes. Estes locais buscam utilizar a tecnologia como facilitador dos pro-
cessos de planejamento local. No contexto do turismo, a estratégia de tornar um local 
‘inteligente’ ajuda as cidades a darem maior visibilidade aos atrativos turísticos, com 
a implantação de tecnologias que tornam os destinos mais acessíveis e sustentáveis.
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 “ As Smart Cities têm como objetivo melhorar a vida dos seus resi-
dentes e também dos turistas, através de uma gestão operativa que 
tenha a capacidade de atender as demandas de transporte inteligen-
te, educação, comércio e agricultura (AMAZO et al., 2021, p. 52).
Assim, quando utilizamos o termo “inteligente”, podemos caracterizá-lo como cone-
xão, compartilhamento, integração e sincronização fornecidas em tempo real e que 
possuam a capacidade de fornecer informações que auxiliem no processo de tomada 
de decisões sobre territórios. Nesta mesma perspectiva, Gómez, Gómez e Herrera 
(2019) defendem que as cidades inteligentes também significam “desenvolvimento, 
inovação, tecnologia, qualidade de vida, otimização de recursos. gestão eficiente em 
padrões sustentáveis, fomentando a integração tecnológica, por meio da infraestru-
tura urbana” (AMAZO et al. 2021, p. 149,). Tais cidades possuem infraestrutura física 
e tecnologias da informação e comunicação para integrar de forma interativa e por 
meio da inovação os seus âmbitos social, econômico e ambiental.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Uma cidade inteligente usará a tecnologia para conectar, proteger e facilitar 
a vida das pessoas. Estas soluções podem ser de monitoramento aéreo, monito-
ramento mobile, alarmes CFTV e monitoramento de trânsito. E tudo isso atua 
dentro de um sistema que fornece informações úteis para o governo e para os 
moradores da cidade. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro 
e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2017), para que uma cidade seja considerada 
uma smart city, é necessário o desenvolvimento de quatro pilares centrais. Vamos 
conhecê-los a seguir.
CONECTIVIDADE
É necessário o uso da tecnologia da informação e da comunicação buscando mel-
horar a habitabilidade, trabalhabilidade e sustentabilidade de destinos, por meio 
da coleta e análise de dados alcançados em diversas fontes. Para isso, a conectivi-
dade das cidades inteligentes é tão importante quanto a energia elétrica.
MOBILIDADE
Melhorar a mobilidade das cidades é essencial, visando acomodar o crescimento 
da população e as necessidades dos negócios. Tal pilar significa muito mais que 
deslocamento, também significa oferecer o acesso à educação, à capacitação e 
dar apoio a negócios que desejam crescer, além de atrair talentos.
SEGURANÇA
Quando falamos em segurança em um contexto de cidades inteligentes, men-
cionamos a segurança física e cibernética. A segurança evita que perdas sejam 
sofridas e que sentimentos negativos que interfiram na mobilidade aconteçam 
entre destinos.
SUSTENTABILIDADE
Uma cidade deve se desenvolver de forma sustentável, buscando estratégias a 
fim de suprir as necessidades do presente sem comprometer a habilidade das 
gerações futuras de sanar suas carências.
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Apesar destes pilares serem considerados fundamentais, existem outras caracte-
rísticas encontradas em cidades inteligentes. Para que sejam eficientes em suas 
propostas, conforme podemos perceber na Figura 1, uma cidade inteligente deve 
possuir alguns componentes que devem possuir características “inteligentes” 
sendo: prédios, cidadãos, infraestrutura, mobilidade, tecnologia, economia, edu-
cação, energia, envolvimento e governança.
Descrição: ao centro da imagem, vemos um retângulo com o texto “Componentes das cidades inteligentes”, 
interligando este com linhas que, ao seu final, possuem escritos os termos “prédios inteligentes”, “cidadãos 
inteligentes”, “Infraestrutura inteligente”, “mobilidade inteligente”, e “tecnologia inteligente” ao lado esquerdo 
da imagem. No lado direito, temos setas ligando o retângulo central aos textos “economia inteligente”, “educação 
inteligente”, “energia inteligente”, “ambiente inteligente” e “governança inteligente”.
Prédios inteligentes 
Cidadãos inteligentes
Infraestrutura inteligente
Mobilidade inteligente
Tecnologia inteligente
Economia inteligentes 
Educação inteligentes
Energia inteligente
Ambiente inteligente
Governança inteligente
Componentes das 
cidades inteligentes
No contexto brasileiro, a Connected Smart Cities tornou-se referência quando 
mencionamos as cidades inteligentes. A plataforma multidimensional acelera 
o processo de desenvolvimento das cidades inteligentes e elabora, anualmen-
te, o Ranking Connected Smart Cities, que traz indicadores desenvolvidos 
pela sua consultoria, os quais qualificam as cidades mais inteligentes e co-
nectadas do país (URBAN SYSTEMS, 2022). O presente ranking é composto 
por 75 indicadores em 11 eixos temáticos (urbanismo, economia, educação, 
empreendedorismo, energia, governança, mobilidade, segurança, meio am-
biente, tecnologia e inovação e saúde).
Figura 1- Componentes de Cidades Smart
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
De acordo com o ranking, no ano de 2022, as cidades mais conectadas do 
Brasil eram (URBAN SYSTEMS, 2022): 
 ■ Curitiba (PR).
 ■ Florianópolis (SC).
 ■ São Paulo (SP).
 ■ São Caetano do Sul (SP).
 ■ Campinas (SP).
 ■ Brasília (DF).
 ■ Vitória (ES).
 ■ Niterói (RJ).
 ■ Salvador (BA).
 ■ Rio de Janeiro (RJ).
Para saber mais sobre os indicadores utilizados para ranquear as cidadesin-
teligentes e o ranking por eixos temáticos, acesse o Relatório Anual de 2022 do 
Ranking Connected Smart Cities.
EU INDICO
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A importância das cidades inteligentes para o desenvolvimento de territórios 
fez com que o termo passasse a ser aplicado em outros setores. Dentre eles, en-
contra-se o turismo, que buscou nas smart cities a inspiração para desenvolver 
a expressão destinos turísticos inteligentes, que busca maximizar a eficiência da 
gestão e a satisfação em destinos turísticos. Vamos agora, conhecer os principais 
conceitos, as funções, as características e importância dos destinos turísticos 
inteligentes para a atividade turística, bem como aprofundar no assunto.
DESTINOS TURÍSTICOS INTELIGENTES
O conceito de Destinos Turísticos Inteligentes (também conhecido como Smart 
Destinations, ou, ainda, DTI) tem a sua origem nas Cidades Inteligentes. Sua 
aplicação no turismo ocorreu, devido, principalmente, aos perceptíveis benefí-
cios gerados no desenvolvimento de destinos que aplicam esta estratégia no seu 
território. O termo teve seu surgimento na década de 1990 e tinha como objetivo, 
utilizar as novas tecnologias da informação e comunicação, que emergiram de 
forma significativa no cotidiano dos indivíduos e as implantar nas infraestruturas 
dentro das cidades, buscando sua modernização.
Desta forma, o conceito inteligência buscava solucionar problemas en-
frentados pela crescente concentração populacional nos centros urbanos, 
melhorando a gestão local de forma sustentável, ou seja, sem impactos signi-
ficativos que atingissem gerações futuras. Outra justificativa da implantação 
de destinos turísticos inteligentes centra-se no atendimento a uma demanda 
mundial. As tecnologias modificaram o comportamento dos consumido-
res, aumentaram a transparência de mercado e facilitaram o comércio social 
(GRETZEL; ZHONG; KOO, 2016). Atualmente, o consumidor possui um 
acesso crescente à informação sobre todos os campos do conhecimento, isso 
tem gerado mais conscientização entre os indivíduos.
A estratégia foi desenvolvida na Espanha com objetivo de melhorar o po-
sicionamento local em nível global, tornando os destinos mais “inteligentes” e 
competitivos. Desde então, tornou-se uma tendência crescente que auxilia os 
destinos a darem mais visibilidade aos atrativos turísticos. Para isso, busca im-
plantar tecnologias que os tornem mais acessíveis e sustentáveis. No contexto 
brasileiro, a presente metodologia foi adaptada buscando atender às especifici-
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dades do país, sendo implantada pelo Ministério do Turismo, em 2021, por meio 
de uma parceria com o Instituto Ciudades del Futuro. 
A maior conscientização do ser humano influencia, também, a prática 
do turismo. As pessoas desejam, atualmente, estar cada vez mais conectadas 
e, ao mesmo tempo, possuir um consumo de bens e serviços de forma mais 
consciente. O smart tourism surge buscando atender a esta demanda do turis-
mo. Seu conceito possui similaridades e é inspirado nas cidades inteligentes, 
todavia estes são termos diferentes, pois as cidades levam em consideração 
aspectos relacionados à competitividade, ao capital humano e social, à parti-
cipação, à mobilidade, aos recursos naturais e à qualidade de vida. E, no caso 
dos destinos turísticos inteligentes, têm-se três pilares: governança, tecnologia 
e desenvolvimento sustentável (SEBRAE, 2016). 
Um destino turístico inovador, consolidado numa infraestrutura tecnológica 
de ponta, que garante o desenvolvimento sustentável do território turístico, 
acessível a todos, que facilita a interação e integração do visitante com o meio 
envolvente e aumenta a qualidade da sua experiência no destino e melhora a 
qualidade de vida do morador (SEGITTUR, 2014).
Com base no seu conceito, podemos dizer que os DTIs adotam uma aborda-
gem de modelo no seu processo de gerenciamento. Este modelo tem como 
objetivo o incentivo de um consumo sustentável, a otimização dos seus re-
cursos tangíveis e intangíveis e favorecer a economia do tempo das popula-
ções. Desta forma, desde o seu surgimento, o conceito dos destinos turísticos 
inteligentes vem sendo entendido como uma nova perspectiva de gestão que 
tem como objetivo encontrar soluções inteligentes para o planejamento e a 
gestão das cidades, e, para isso, utilizar um enfoque integral.
As estruturas criadas pelos smarts destinations proporcionam mais fa-
cilidade na interação e na integração do visitante, antes, durante e após a 
realização da sua viagem, e, consequentemente, são capazes de melhorar a 
qualidade da experiência do turista em um território. Para isso, são criadas 
ferramentas de metodologias e tecnologias capazes de inovar neste processo 
de interação entre turista, residente e destino.
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O conceito de DTI pode ser considerado uma nova perspectiva de gestão que 
busca, por meio de um enfoque integral, soluções inteligentes para o planejamen-
to e a gestão das cidades. Originalmente, os destinos turísticos inteligentes foram 
desenvolvidos possuindo cinco eixos prioritários: governança, inovação, tecno-
logia, acessibilidade e sustentabilidade (SEGITTUR, 2023). A governança diz 
respeito à capacidade dos governos em gerir os bens públicos, de forma legítima, 
e, ainda, governar contando com a participação efetiva dos atores estratégicos.
Quanto à inovação, a SIGITTUR (2023) defende que os destinos devem 
adotar novos serviços, processos, métodos de comercialização ou de organização 
De acordo com o SEBRAE (2016), os destinos turísticos inteligentes possuem nove 
principais características:
1. Possuem espaço turístico inovador. 
2. Dispõem de tecnologia de ponta. 
3. alorizam o capital humano. 
4. São focados no desenvolvimento sustentável. 
5. Sabem gerir os recursos, de forma eficiente. 
6. Garantem maior competitividade ao setor. 
7. Possibilitam experiências de qualidade aos turistas. 
8. São integrados e interativos. 
9. Oferecem acessibilidade. 
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a fim de melhorar os benefícios e a competitividade. Além disso, para que um 
destino seja inteligente, este deve buscar adotar tecnologias que permitam a 
capacitação e a análise da informação em tempo real e, ainda, contribuam para 
a sustentabilidade e melhora da acessibilidade. 
Como terceiro eixo temático, a SIGITTUR (2023) defende a necessidade da 
existência de acessibilidade em destinos e faz com que este trabalhe sua totali-
dade de forma integrada, assegurando que qualquer visitante tenha a liberdade 
de viajar livremente e sem empecilhos no destino, podendo escolher a atividade 
de lazer de seu interesse e a aproveitar com plena autonomia. Por fim, a susten-
tabilidade também é defendida pela Sociedade Mercantil Estatal para a Ges-
tão da Inovação e as Tecnologias Turísticas (SEGITTUR) como necessária para 
destinos turísticos inteligentes. A sustentabilidade busca a proteção da atividade 
econômica do turismo, respeito ambiental, preservação e valorização do aspecto 
sociocultural e garantia na qualidade de vida das gerações futuras e atuais.
No contexto brasileiro, o DTI é desenvolvido tendo como foco os cinco ei-
xos temáticos originalmente sinalizados pelo SEGITTUR, porém, buscando a 
adequação do modelo ao contexto brasileiro, foram inseridos mais quatro ei-
xos: promoção e marketing; segurança; mobilidade e transporte; e criatividade 
(BRASIL, 2022a, on-line). As cidades que se dispõem a implantar as diretrizes 
para tornar os seus destinos mais atrativos adquirem o selo DTI após 80% dos 
requisitos cumpridos pelo plano de transformação. Vamos conhecer a seguir os 
eixos adicionados para o contexto brasileiro.
SEGURANÇA
Os destinos devem identificar e promover medidas que auxiliem no controle 
e na mitigação dos riscos. Além disso, devem disponibilizar informações aos 
turistas sobre as medidas de segurança, preventivas e de autocuidado para 
uma visita segura. 
PROMOÇÃO E MARKETING
Busca alcançar a melhoria do relacionamento entre o destino eo turista. Para 
isso, deve ampliar a oferta de experiências de valor e de ações que proporcionem 
o fortalecimento da imagem do destino e a promoção com o seu público.
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MOBILIDADE E TRANSPORTE
Tem como objetivo melhorar a mobilidade e a conectividade aérea e terrestre 
do/e destino. Para isso, os gestores devem identificar a disponibilidade de in-
fraestrutura e meios de transporte existentes.
CRIATIVIDADE
O destino deve assumir um compromisso com a incorporação da criatividade 
no desenvolvimento de políticas públicas, visando ao fortalecimento dos ecos-
sistemas criativos e ao desenvolvimento da cultura e do turismo, por meio da 
economia criativa. 
Metodologia para a implantação dos destinos turísticos 
inteligentes
Para que todos estes aspectos se desenvolvam no destino, o Ministério do Tu-
rismo elaborou uma metodologia denominada DTI, a qual é composta por três 
etapas. Podemos visualizar a metodologia e as suas etapas na imagem a seguir. A 
metodologia prevê, ainda, uma série de requisitos mínimos que devem ser identi-
ficados e aplicados nos destinos para, assim, elaborar um plano de transformação 
e os aplicar de forma efetiva nos destinos (BRASIL, 2022a, on-line). Assim, como 
já mencionado, os destinos devem utilizar a metodologia com a finalidade de 
alcançarem, ao menos, 80% dos requisitos do plano de transformação.
A metodologia de implantação é composta por 
três etapas. A primeira etapa é denominada diag-
nóstico e planejamento e exige a aplicação de três 
fases. A primeira fase é aplicada quando o destino 
assina sua carta de compromisso com o Ministério 
e passa a fazer parte do projeto como um destino-piloto, sendo denomina-
da Incorporação. Posteriormente, tem início a fase do diagnóstico, quando é 
realizada a análise territorial buscando analisar aspectos estruturais e dados 
disponíveis. Por fim, a fase estratégia e planejamento ocorre por meio da ela-
boração do plano de transformação, que deve ter como base os nove pilares 
definidos pela metodologia. 
A metodologia 
de implantação é 
composta por três 
etapas.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
A segunda etapa é denominada execução e acompanhamento e possui apenas 
uma fase a ser aplicada. Nesta etapa, os gestores devem identificar os resultados 
alcançados na etapa do diagnóstico e planejamento local e, assim como o nome já 
sinaliza, elaborar o plano de transformação e iniciar a sua aplicação. Nesta etapa 
de implantação, é necessário, ainda, que os gestores acompanhem as atividades 
desenvolvidas, buscando corrigir qualquer problema que possa ocorrer durante 
as atividades e as ações do plano.
Por fim, temos a terceira etapa da metodologia de implantação dos destinos 
turísticos inteligentes. Esta etapa consiste na transformação do espaço em um 
destino turístico inteligente. Assim como na anterior, esta etapa é composta de 
apenas uma fase que busca realizar a renovação do processo. Sabemos que a 
DIAGNÓSTICO E DIAGNÓSTICO E 
PLANEJAMENTO�PLANEJAMENTO�
FASE 1: Incorporação;�
FASE 2: Diagnóstico;�
FASE 3: Estratégia e 
planejamento
EXECUÇÃO E EXECUÇÃO E 
ACOMPANHAMENTOACOMPANHAMENTO
FASE 4: Execução do 
programa
DESTINO TURÍSTICO DESTINO TURÍSTICO 
INTELIGENTEINTELIGENTE
FASE 5: Renovação
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METODOLOGIA 
PARA A 
IMPLANTAÇÃO 
DOS DTIS
Descrição: na imagem, podemos ver um fluxograma contendo um círculo ao centro do lado direito da imagem, 
contendo, no seu interior, o texto “metodologia para a implantação dos DTIs”. Três retângulos, localizados no 
lado direito da imagem são ligados por linhas ao círculo, e cada um contém, em seu interior, de cima para baixo, 
os textos “Diagnóstico e planejamento”, “Fase 1: Incorporação”, “Fase 2: Diagnóstico” e “Fase 3: Estratégia e 
planejamento” no primeiro retângulo. “Execução e Acompanhamento” e “Fase 4: Execução do programa” no 
segundo retângulo. E, “Destino turístico inteligente” e “Fase 5: Renovação”, no terceiro retângulo, localizado na 
parte inferior do lado direito da imagem. 
Figura 1 - Etapas de desenvolvimento do Plano de Transformação / Fonte: adaptada de Brasil (1111a, on-line).
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transformação do destino é algo constante, devido às características dinâmicas 
do turismo. Desta forma, os gestores precisam avaliar tudo o que foi planejado e 
executado, de forma constante, buscando identificar a necessidade de renovação 
ou, ainda, mudança das ações adotadas.
Atualmente, dois municípios de cada região brasileira possuem o selo de Desti-
nos Inteligentes, sendo: a capital federal, Brasília, e Campo Grande (Centro-Oes-
te): Recife/PE e Salvador/BA (Nordeste); Rio de Janeiro/RJ e Angra dos Reis/RJ 
(Sudeste); Florianópolis/SC e Curitiba/PR (Sul); Rio Branco/AC e Palmas/TO 
(Norte). Os locais participaram de um projeto piloto com a finalidade de adaptar 
a metodologia da SEGITTUR no contexto brasileiro e foram selecionados a partir 
de critérios, como conectividade, disponibilização de internet pública gratuita 
e índices de empreendedorismo e de desenvolvimento humano, entre outros.
De acordo com o Ministério do Turismo (BRASIL, 2022c, on-line), transformar 
um destino em destino turístico inteligente promove a revalorização do destino 
na comunidade por meio da inovação e da tecnologia:
• aumento da competitividade, graças ao melhor aproveitamento dos seus re-
cursos turísticos e à identificação e à criação de outros. 
• melhoria na eficiência dos processos de produção e comercialização. 
• impulso ao desenvolvimento sustentável do destino nas suas três vertentes: 
ambiental, econômica e sociocultural. 
• melhoria na qualidade de estadia dos visitantes e na qualidade de vida dos 
residentes. 
• estratégia turística como base da revitalização econômica do território, ga-
rantindo os seus efeitos positivos a longo prazo. 
APROFUNDANDO
Para conhecer mais sobre os requisitos para a implantação dos smart destina-
tions, acesse a cartilha elaborada pelo Ministério do Turismo que apresenta, de 
forma detalhada, a metodologia e os requisitos exigidos.
EU INDICO
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NOVOS DESAFIOS
Ao fim deste tema de aprendizagem, espera-se que você tenha a habilidade de 
diferenciar uma cidade inteligente de um destino turístico inteligente. As cidades 
inteligentes têm como foco desenvolver aspectos internos, buscando a maximi-
zação dos seus recursos e dos processos de gestão. Por outro lado, os destinos 
turísticos inteligentes buscam maximizar a potencialidade de oferta e demanda 
de destinos, melhorando seu desempenho em aspectos relacionados à governan-
ça; inovação; tecnologia; acessibilidade; sustentabilidade; segurança; promoção 
e marketing; mobilidade e transporte e criatividade. 
A adoção de tecnologias no turismo é fundamental para o desenvolvimento 
do turismo em destinos. Assim, é importante que você compreenda que os des-
tinos turísticos inteligentes são uma nova forma de gerenciar territórios, o qual 
surgiu a partir de uma necessidade de adaptação ao mercado, ocasionada pelo 
devastador avanço das tecnologias. É importante você compreender, também, 
que tornar um destino inteligente pode auxiliar não apenas no processo de gestão 
local, mas também na comunicação do destino com outros mercados, gerando, 
consequentemente, melhor posicionamento competitivo no mercado e aumento 
da demanda potencial.
É importante, ainda, você conhecer a metodologia adotada pelo Brasil para o 
alcance do selo de destino turístico inteligente bem como os benefícios gerados 
pelo alcance deste. Desta forma, no processo de gestão de destinos, o seu processo 
de tomada de decisão pode ser orientado para esta metodologia, a fim de preparar 
o território para a aplicação dos requisitos mínimos necessários nos nove eixos 
temáticos exigidos pela metodologia.
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VAMOS PRATICAR
1. Levando em consideração o surgimento dos destinos turísticos inteligentes, assinale 
a alternativa que corresponde, corretamente, ao país pioneiro na implantação da es-
tratégia.
a) Brasil.
b) Espanha.
c) França.d) Benidorm.
e) Portugal.
2. Os destinos turísticos inteligentes (DTIs) proporcionam avanços tecnológicos capazes 
de facilitar a interação do turista com o ambiente antes, durante e depois da viagem, 
melhorando a qualidade da sua experiência turística. Todavia a tecnologia é uma con-
sequência de uma tendência global presente em praticamente todos os destinos tu-
rísticos. Com a finalidade de diferenciar um destino que possui recursos tecnológicos 
de um destino turístico inteligente, o SEBRAE (2016) expôs algumas características 
principais de DTIs. Levando em consideração o exposto pelo SEBRAE (2016), assinale 
a alternativa que não corresponde a uma característica dos destinos inteligentes.
a) Possuem espaço turístico inovador. 
b) Valorizam o capital humano local. 
c) Tem como foco a promoção online do destino.
d) Possuem a capacidade de gerir os seus recursos de forma eficiente.
e) Proporcionam maior sensação de qualidade aos turistas. 
3. Assinale a alternativa que não corresponde a um pilar pertencente ao modelo pioneiro 
de destinos turísticos inteligentes, elaborado pelo SEGITTUR.
a) Governança.
b) Tecnologia.
c) Acessibilidade.
d) Criatividade.
e) Sustentabilidade.
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REFERÊNCIAS
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ce, and Initiatives. Journal of Urban Technology, v. 22, n. 1, p. 3-21, 2015.
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inteligentes”, “turismo” e “competitividade”. Turismo: Visão e Ação, v. 23, p. 148-168, 2021.
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do Turismo, 2022a.
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Turismo, 2022b. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br/acesso-a-informacao/
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GÓMEZ, M. B.; GÓMEZ, R. M.; HERRERA, T. F. Caracterización de smart cities para el fortaleci-
miento del turismo en la ciudad de Carragena. Aglala, v. 10, n. 1, p. 241-268, 2019.
GRETZEL, U.; ZHONG, L.; KOO, C. Application of smart tourism to cities. International Jour-
nal of Tourism Cities, v. 2, n. 2, 2016.
SEBRAE. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. 4 Pilares 
para desenvolver cidades inteligentes. Belo Horizonte: Sebrae Minas, 2017.
SEBRAE. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Destinos tu-
rísticos inteligentes: Tecnologias de informação e desenvolvimento sustentável. Boletim 
de inteligência. 2016. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/
Anexos/BI_Tur_2016_06_Destinos%20Tur%C3%ADsticos%20Inteligentes.pdf. Acesso em: 
18 jun. 2023.
SOCIEDAD MERCANTIL ESTATAL GESTIÓN DE LA INNOVACIÓN Y DE LAS TECNOLOGIAS TU-
RÍSTICAS, SEGITTUR. Destinos turísticos inteligentes. 2023. Disponível em: https://www.
segittur.es/destinos-turisticos-inteligentes/proyectos-destinos/destinos-turisticos-inteli-
gentes/. Acesso em: 18 jun. 2023.
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csc2022.pdf. Acesso em: 22 jun. 2023.
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1. B. A alternativa A, C, D e E não apresentam corretamente os países pioneiros. O primeiro 
país a tornar um destino inteligente foi a Espanha, com um projeto desenvolvido entre 
os anos 2015 e 2020, na cidade de Benidorm, que, em 2018, se tornou o primeiro destino 
turístico inteligente do mundo.
2. C. O Sebrae defende a existência de nove características que diferenciam destinos turís-
ticos inovadores de outros destinos. De acordo com a instituição, os destinos turísticos 
inteligentes possuem espaço turístico inovador; dispõem de tecnologia de ponta; valorizam 
o capital humano; são focados no desenvolvimento sustentável; sabem gerir os recursos 
de forma eficiente; garantem maior competitividade ao setor; possibilitam experiências 
de qualidade aos turistas; são integrados e interativos e, oferecem acessibilidade. Sendo 
assim, as alternativas A, C, D e E apresentam, corretamente, características de DTIs. A 
alternativa C não apresenta corretamente uma caraterística, porque a promoção online 
não é um foco dos destinos inteligentes, pois eles buscam melhorar a gestão local e a 
experiência do cliente. A promoção online eficiente é considerada um benefício gerado 
pela adoção da estratégia no território.
3. D. De acordo com a proposta definida pela SEGITTUR, um destino turístico inteligente 
deve ter cinco características principais. A primeira está ligada à governança, ou seja, à 
capacidade de um governo gerir bens públicos de forma legítima, tornando a alternativa 
A correta. A segunda, diz respeito à adoção de novos serviços, processos, métodos de 
comercialização ou de organização, tornando o destino inovador e mantendo a compe-
titividade local. A adoção de novas tecnologias é sinalizada pela capacidade de análise 
das informações locais em tempo real, tornando a alternativa B correta. A alternativa C 
está correta, pois o SEGITTUR defende que todo turista deve ter a liberdade de viajar 
livremente e sem empecilhos no destino. A criatividade está associada a uma forma de 
gestão e foi adotada pelo governo brasileiro buscando atender às demandas específicas 
do país, sendo assim, não foi defendida pelo modelo espanhol, tornando a alternativa D 
incorreta. Por fim, a sustentabilidade busca a proteção da atividade econômica do turismo 
sendo considerada um elemento-chave pelo SEGITTUR.
GABARITO
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MINHAS METAS
INVENTÁRIO DA OFERTA TURÍSTICA
Apresentar os conceitos da importância do inventário da oferta turística.
Discorrer sobre o uso do inventário da oferta turística para o planejamento do turismo.
Evidenciar a importância do inventário da oferta turística para o planejamento da ativi-
dade turística.
Apresentar a aplicabilidade de um inventário da oferta turística.
Caracterizar os componentes de um inventário da oferta turística.
Discorrer sobre os componentes de um inventário da oferta turística.
Demonstrar o passo a passo para a elaboração de um inventário da oferta turística.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8
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INICIE SUA JORNADA
O turismo é considerado um importante fomentador de economias e ferramentas 
utilizadas por destinos para gerar melhorias sociais, econômicas e ambientais 
onde estão localizadas. A atividade vem crescendo, substancialmente, no mer-
cado, fazendo com que a competitividade entre destinos aumente, devido ao nú-
mero crescente de cidades que buscam desenvolver o turismo em seus territórios.
Por outro lado, existe um aumento crescente no número de turistas que se 
deslocam a fim de conhecer novos lugares, novas culturas e desfrutar de mo-
mentos de ócio fora do seu entorno habitual. Este aumento, em alguns casos, tem 
gerado alguns inconvenientes em destinos que não estão totalmente preparados 
para receber uma significativa demanda em seus territórios. 
Estes dois fatores têm feito com que destinos busquem ferramentas para 
organizar a atividade turística em seus territórios, buscando maior potencial 
de atendimento às necessidades e às expectativas dos visitantes e, ainda, maxi-
mização dos benefícios percebidos pelas partes envolvidas na atividade. Entre 
estas ferramentas, o planejamento turístico tem ganhado destaque. Planejar o 
turismo significa modificar uma situação atual e estabelecer objetivos futuros. 
Isso permite um maior preparo para os destinos receberem em seus territórios 
as diferentes demandas turísticas existentes. 
VAMOS RECORDAR?O planejamento é um pilar para o desenvolvimento do 
turismo em destinos. Conhecer a sua relação entre a 
teoria e a prática é uma característica fundamental 
para gestores de turismo. Assim, para recordar a te-
oria e a aplicabilidade de um planejamento, acesse o 
artigo escrito por Marcos Tonet Damas e Luiz Ernesto 
Brambatti, em 2019, baixando o arquivo em anexo na 
página direcionada.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Para que o turismo seja planejado de uma forma que atenda aos desejos e às 
necessidades de todos os envolvidos, é fundamental que os responsáveis por este 
compreendam a situação atual e conheçam todas as possibilidades de desenvol-
vimento. Você imagina quais são os aspectos que devem ser analisados pelos 
gestores no processo de planejamento do turismo?
Neste tema de aprendizagem, abordaremos a importância da inventariação 
da oferta turística em destinos. Ou seja, estudaremos sobre a importância de 
compreender e levantar todos os bens e serviços que existem na comunidade e 
que podem ser utilizados para o desenvolvimento do turismo de forma sustentá-
vel. Estudaremos, ainda, qual o passo a passo necessário para a elaboração deste 
documento, conectando estes dados com a importância desta ferramenta para 
o planejamento do turismo local.
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DESENVOLVA SEU POTENCIAL
INVENTÁRIO DA OFERTA TURÍSTICA: CONCEITOS E 
IMPORTÂNCIA
Uma das principais ferramentas de desenvolvimento da atividade turística em 
destinos é o planejamento da localidade, buscando a maximização dos seus re-
cursos e, ainda, um desenvolvimento sustentável do turismo no local. O plane-
jamento deve ser desenvolvido de uma forma racional, se apropriando de dife-
rentes recursos, ferramentas e processos de organização, gestão e monitoramento 
de formas específicas, com finalidades próprias de todas as partes interessadas 
na exploração do turismo em um mesmo território.
Dentre os objetivos do planejamento em um destino, podemos citar a 
orientação dos seus objetivos, que tem como finalidade o desenvolvimento 
econômico, social, cultural e ambiental por meio do alcance de benefícios que 
justifiquem sua importância. Porém devemos levar em consideração que as 
estratégias de planejamento (métodos e técnicas) escolhidas influenciarão no 
processo de gestão de turismo. 
Um destino deve, antes de elaborar um planejamento da atividade em seu 
território, conhecer o seu produto turístico real e potencial. O produto turístico 
pode ser definido como sendo os recursos naturais ou culturais, com atratividade 
turística, que recebem infraestrutura de acesso para receber turistas e que são di-
vulgados e comercializados para o mercado turístico (LIBERATO; VIEIRA, 2021).
A imagem a seguir ilustra o processo de criação e o surgimento do produto 
turístico em um destino. Devemos destacar que, para um destino ofertar um 
produto turístico, é fundamental que existam atrativos turísticos capazes de 
despertar o interesse dos indivíduos que se sentem motivados a conhecê-los. 
Quando o atrativo turístico começar a ser comercializado, aí sim ele se torna 
um produto turístico. Portanto, dentro do planejamento, o produto turístico é o 
principal a ser analisado e planejado, e o inventário turístico é um dos métodos 
utilizados para esta análise.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
O processo de transformação de um patrimônio material e imaterial de um ter-
ritório em oferta turística deve ser realizado de forma detalhada e cuidadosa. 
Os gestores de turismo devem buscar ser o mais transparente possível, deixando 
todas as partes envolvidas informadas e inseridos no processo de transformação 
dos territórios, bem como cientes das etapas e das intervenções necessárias para 
que este seja utilizado como um produto turístico eficiente e competitivo no 
mercado turístico (FRATUCCI; MORAES, 2020). Buscando uma mais eficiência 
neste sentido, a inventariação da oferta turística vem sendo sinalizada como um 
elemento importante no processo de compreensão da realidade local e base para 
a definição dos objetivos do planejamento do turismo em territórios.
O processo de levantamento e sistematização das informações sobre a oferta 
turística de um território é denominado inventário turístico. Este subsidia os 
estudos de planejamento do turismo e oferece informações atualizadas e sistema-
Figura 1 - Formação do produto turístico / Fonte: adaptada de Liberato e Vieira (2021).
Descrição da Imagem: na imagem, temos uma pirâmide dividida em cinco blocos ilustrando o processo de cons-
trução do produto turístico. De baixo para cima, no primeiro bloco, está o texto “Patrimônio Natural e Cultural”, no 
segundo bloco, está o texto “Recursos”, no terceiro bloco está o texto “Atrativos”, no quarto bloco, está o texto 
“oferta” e, no último bloco temos o texto “produto turístico”. Ao lado da imagem temos uma seta vertical apontando 
para cima e com o texto ao lado “Formação do produto”, orientando o processo de evolução.
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tizadas sobre os produtos e os serviços disponíveis na localidade. Isso é impor-
tante, pois Fratucci (2000) defende os produtos turísticos como uma condição 
básica para o desenvolvimento do turismo em destinos. 
O inventário da oferta turística é um instrumento utilizado para fazer o 
diagnóstico de tudo que determinado destino tem para oferecer ao turista 
(FERREIRA et al., 2022, p. 284).
APROFUNDANDO
Com base nesta definição de inventariação 
turística, podemos dizer, de modo geral, 
que esta ferramenta nada mais é que a 
análise de todos os produtos e serviços 
que estão disponíveis para o consumo 
dos turistas e residentes de destinos. Estes 
produtos, bens e serviços comporão a oferta 
e, consequentemente, o produto turístico. 
A compreensão destes aspectos facilitará e 
nortear todas as demais definições ligadas ao 
planejamento da atividade em destinações.
Beni (2019) defende que a inventariação 
da oferta turística deve ser a primeira ação a 
ser tomada no processo de planejamento do 
turismo em um destino. Para esta avaliação, 
é fundamental que exista a participação de 
todos os envolvidos, direta e indiretamente, 
no desenvolvimento do turismo na 
comunidade, visto que são estes que possuem 
as informações mais profundas e corretas 
sobre a situação e a disponibilidade dos bens 
e produtos que podem ser ofertados para o 
desenvolvimento do turismo.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
O inventário turístico é um importante instru-
mento de planejamento e gestão da atividade turística, 
por meio do qual é possível identificar e caracterizar 
todos os aspectos que influenciam no desenvolvi-
mento do turismo em determinado destino, como a 
infraestrutura, os equipamentos e serviços turísticos, 
e os atrativos turísticos disponíveis para serem usu-
fruídos pelos turistas atuais e potenciais.
O levantamento e a análise das informações dos produtos e dos serviços dis-
poníveis pode atuar, ainda, como uma forma de aproximação e de diálogo com 
a comunidade e de discussão de temas importantes relacionados ao turismo, ao 
uso público e à gestão de unidades de conservação, aproveitando a oportunida-
de para mobilizar a comunidade para as atividades de turismo e para a tornar 
protagonista neste processo (FERREIRA et al., 2022, p. 284).
O inventário 
turístico é um 
importante 
instrumento de 
planejamento e 
gestão 
VOCÊ SABE RESPONDER?
Quais são os componentes do produto turístico que devem ser inventariados?
Todos os bens e serviços disponíveis para uso e com potencial para o desenvol-
vimento do turismo devem ser inventariados. É importante mencionarmos que 
o inventário não busca apenas contabilizar a oferta turística local, mas também 
avaliar as suas características, seus equipamentos, suas funcionalidades etc. Além 
da sua categoria, outras informações são levantadas como: a distância até outros 
produtos e serviços, as facilidades disponíveis, infraestrutura existente, caracte-
rísticas específicas, entre outros aspectos de acordo com as característicasdestes. 
A elaboração do inventário da oferta turística local possibilita a identificação da 
vocação, a definição de prioridades para os recursos disponíveis e o incentivo ao 
turismo sustentável (BRASIL, 2011, on-line). 
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Com a finalidade de facilitar o levantamento da oferta dos produtos e serviços 
e, consequentemente, a avaliação da oferta turística, o Ministério do Turismo 
(BRASIL, 2011, on-line) classificou a oferta em três grandes categorias, as quais são 
diferenciadas levando em consideração as suas características e suas funções no 
processo de desenvolvimento do turismo. Para o Ministério do Turismo, conforme 
podemos observar na imagem a seguir, a oferta turística deve ser inventariada nas 
categorias A, B e C. Conheceremos um pouco mais sobre cada uma delas.
Figura 2 - categorização da oferta turística / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: na imagem, temos um círculo localizado na parte central inferior, onde há o texto “Inven-
tário da oferta turística”. Este círculo está ligado por setas a três retângulos. O primeiro retângulo está localizado 
no lado esquerdo da imagem e contém o texto “Categoria a: Infraestrutura de apoio ao turismo” no seu interior. O 
segundo retângulo está localizado na parte superior, ao centro da imagem, e, em seu interior, há o texto “Categoria 
B: serviços e equipamentos turísticos”. O último retângulo está localizado no centro do lado esquerdo da imagem 
e, no seu interior há o texto “Categoria C: atrativos turísticos”.
Para melhor visualização e entendimento, é necessário compreender como fun-
ciona a Categorização da oferta do turismo na sociedade local:
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CATEGORIA A:
Na categoria A, é inventariada a infraestrutura de apoio ao turismo de destinos. 
Esta infraestrutura não tem seu foco especificamente na atividade turística, mas 
sim, para os residentes. Porém seus bens, produtos e serviços acabam sendo uti-
lizados pelos visitantes das localidades.
CATEGORIA B:
Os serviços e os equipamentos turísticos compõem a categoria B. Nesta cate-
goria, devem ser levantados os serviços, como atendimento ao turista, tradução, 
passeios, câmbio etc. Além disso, os equipamentos consistem nas edificações, 
instalações e serviços indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística.
CATEGORIA C:
A categoria C busca inventariar e analisar todos os atrativos turísticos capazes de 
motivar o deslocamento de indivíduos até o território onde eles estão instalados.
Como sabemos, para que exista turismo em um destino, é necessário que sejam 
desenvolvidos uma série de produtos e serviços diferentes. Isso se justifica pelo 
fato de que, para receber os turistas, o destino deve atender suas necessidades bá-
sicas e essenciais, como alimentação, hospedagem, entretenimento e, além disso, 
criar opções destinadas especificamente para a prática turística, como atrativos 
turísticos. Desta forma, buscando a organização da atividade, as categorias defi-
nidas pelo Ministério do Turismo (BRASIL, 2011, on-line) ainda se subdividem 
em subcategorias, de acordo com os produtos e serviços pertencentes a estas.
Com base nas características e nas funcionalidades do inventário da oferta, 
no processo de planejamento do turismo, Vitarelli (1998) defende que esta fer-
ramenta possui seis objetivos principais, sendo eles:
1. Quantificar e qualificar os atrativos inventariados, permitindo, assim, 
sua avaliação.
2. Oferecer um estudo sistemático da oferta turística.
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3. Facilitar a adoção de medidas precisas de proteção e ordenação dos re-
cursos turísticos, por meio de sua planificação regional. 
4. Estabelecer uma hierarquia ou uma propriedade para a utilização dos 
atrativos existentes e orientar a política de desenvolvimento turístico nos 
diversos níveis.
5. Fornecer informação para divulgação turística. 
6. Detectar valores e deficiências no município e indicar as vocações turísticas.
Categoria A: Infraestrutura de apoio ao turismo
Quando falamos em atividade turística, é importante sempre frisar que dificilmente 
um destino se desenvolverá de forma sustentável e satisfatória sem a união de diver-
sos setores locais. Desta forma, para o processo de inventariação turística, tornou-se 
necessário não apenas identificar os bens e serviços específicos da atividade, mas 
também, quais são aqueles que, apesar de não serem considerados turísticos, são 
utilizados para atender às expectativas e às necessidades dos visitantes.
A categoria A busca identificar a infraestrutura 
local , que serve como apoio para o desenvolvimento 
da atividade turística em uma destinação. Em geral, 
estes produtos e serviços são criados para propor-
cionar boas condições de vida para a comunidade 
e, como consequência do desenvolvimento do turismo, acaba servindo como 
base para o desenvolvimento da atividade turística. Ou seja, facilita o processo 
de implantação de produtos e serviços turísticos, e, ainda, atua no processo de 
satisfação das necessidades dos visitantes.
De acordo com o Ministério do Turismo, nesta categoria, são inventariados 
os serviços ligados ao acesso de informações básicas do município; aos serviços 
rodoviários (rodovias, estações rodoviárias); aos serviços ferroviários (ferrovias 
e metrovias e estações ferroviárias); ao serviço aeroviário (aeroporto, campo de 
pouso e heliponto); serviços aquaviários (hidrovias, portos, píeres, cais etc.); 
sistemas de comunicações; sistemas de segurança; sistemas de saúde; sistemas 
educacionais; locadoras de imóveis para temporadas; compras especiais; co-
mércios turísticos; serviços bancários; serviços mecânicos e postos de combus-
tíveis e as representações diplomáticas.
A categoria A 
busca identificar a 
infraestrutura local 
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Como estes serviços não estão ligados diretamente à atividade turística, o 
levantamento realizado no processo de inventariação identifica, ainda, as suas 
condições, suas características, em como estes podem ser utilizados no processo 
de desenvolvimento do turismo e quais as suas potencialidades e necessidades de 
melhorias no processo de planejamento do turismo na localidade.
Devemos sinalizar que, no processo de identificação dos serviços de apoio 
da atividade turística, os gestores devem tomar um cuidado especial na seleção 
dos produtos e serviços pertencentes a esta categoria. Nem todos os serviços 
e uma comunidade são e devem ser voltados para o turismo, deve-se levar em 
consideração aspectos como sua localização, produtos e serviços oferecidos, 
seu potencial de uso do turismo e, principalmente, a demanda real e potencial 
que o destino pode alcançar. Um inventário completo não é sinônimo de um 
inventário sobrecarregado. O foco e a especificidade são algumas das principais 
características de tal ferramenta, a qual deve sempre ter todos os seus esforços 
voltados para o turismo local.
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Categoria B: Serviços e equipamentos turísticos
A categoria B, elaborada pelo Ministério do Turismo (BRASIL, 2011, on-line) 
busca a complementação da categoria A, porém com mais especificidade no 
turismo. Desta forma, a categoria B identifica os produtos e os serviços turísti-
cos, ou seja, o conjunto de serviços, as edificações e as instalações que podem 
ser consideradas fundamentais para o desenvolvimento do turismo e que foram 
construídas e pensadas com a finalidade de atender, de 
forma específica, as expectativas das demandas reais e 
potenciais dos turistas.
Como exemplo de empresas desta categoria, po-
demos citar os meios de hospedagem. Eles são consi-
derados essenciais para o desenvolvimento local e turístico de uma comunidade, 
visto que possibilitam o pernoite e maior tempo de permanência dos visitantes 
em destinos. Você já parou para pensar como seria o desenvolvimento do turis-
mo em destinos sem que houvesse hotéis? Onde as pessoas poderiam pernoitar?
Os serviços turísticos são um dos principais responsáveis pela satisfação do 
turista durante a sua experiênciano destino, pois, juntamente com os atrativos, 
eles devem possibilitar experiências únicas e memoráveis. Estas experiências au-
xiliam no processo de propaganda do destino, por meio do boca a boca positivo 
e, ainda, do desejo e, até mesmo, necessidade percebida pelo turista em retornar 
a localidade e experienciar novamente os produtos e serviços lá existentes.
As pessoas se lembram de experiências passadas específicas porque essas ex-
periências são vitais para elas. As lembradas, geralmente, se relacionam a um alto 
nível de motivação e envolvimento.
Assim, compreender os produtos e os serviços turísticos existentes, bem como 
analisar as suas características é vital no processo de desenvolvimento do turismo. 
Vamos voltar ao exemplo do meio de hospedagem. Oferecer o serviço é vital para 
o turismo, pois proporcionará a possibilidade de pernoite no destino, porém, 
oferecer um serviço memorável e uma experiência que surpreenda o hóspede e 
o faça sentir especial pode ser um importante fator competitivo para o destino. 
a categoria B 
identifica os 
produtos e os 
serviços turísticos
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A superação das expectativas auxilia na criação de memórias únicas que perma-
neçam na memória e façam com que o turista queira revivê-las.
Todavia os produtos e os serviços desta categoria não estão ligados, apenas 
aos meios de hospedagem, mas também aos equipamentos de alimentação, agen-
ciamento, transportes, para eventos, de lazer e entretenimento etc. O Ministério 
do Turismo (BRASIL, 2011, on-line) detalha ainda mais esta categoria e prevê 
o levantamento dos seguintes equipamentos e serviços destinados ao turismo:
 ■ Meios de hospedagem e outros tipos de acomodação;
 ■ Serviços e equipamentos para alimentos e bebidas;
 ■ Serviços e equipamentos de agências de turismo;
 ■ Serviços e equipamentos de transporte turístico;
 ■ Espaço e serviços para eventos;
 ■ Parques;
 ■ Espaços livres e áreas verdes;
 ■ Instalações esportivas;
 ■ Instalações náuticas;
 ■ Espaços de diversão e cultura;
 ■ Outros espaços de recreação;
 ■ Informações turísticas;
 ■ Entidades associativas e similares;
 ■ Guiamento e condução turística.
Identificando estes aspectos, as suas categorias, o público-alvo, as características 
e as possibilidades de uso, os destinos poderão, de fato, identificar a demanda 
potencial que pode ser alcançada e, iniciar o processo de planejamento da ativi-
dade. Conhecer os serviços disponíveis auxilia na identificação das expectativas 
e das necessidades dos visitantes, que serão atendidas e, ainda, na identificação 
de fraquezas e pontos que devem ser melhorados, sinalizando as necessidades 
de investimentos locais, principalmente por parte do serviço privado. A partir de 
então, os destinos podem ainda, identificar as experiências turísticas memoráveis 
capazes de serem despertadas nos seus visitantes.
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A categoria B possui uma estreita relação com a categoria C, 
visto que os aspectos identificados em ambas, são a base para 
a formação do produto turístico. Em outras palavras, pode-
mos dizer que os serviços turísticos não se manteriam ativos 
no mercado sem os atrativos turísticos e os atrativos turísticos 
não alcançariam fluxos de visitantes sem os serviços. Ou seja, 
existe uma relação de interdependência entre eles, visto que a 
competitividade de um dentro do mercado turístico dependerá 
diretamente do outro. Agora, conheceremos um pouco mais 
sobre a categoria C.
Categoria C: Atrativos turísticos
Na categoria C, é realizado o levan-
tamento da oferta turística a respeito 
dos atrativos naturais, culturais, ati-
vidades econômicas, técnicas, cien-
tíficas ou artísticas e eventos perma-
nentes. Neste ponto, são levantados os locais e as características 
de produtos que de fato caracterizam o local e são criados com a 
finalidade de proporcionar opções de lazer e de entretenimen-
to ao visitante. De acordo com Beni (2019), são os atrativos 
turísticos que, em grande maioria, motivam alguém a sair do 
seu local de residência para os conhecer e os vivenciar. 
Os atrativos turísticos são todo lugar, objeto ou acontecimen-
to de interesse turístico que motiva o deslocamento de turistas 
que, por alguma razão, sentem-se motivados a conhecê-los. Tal 
oferta é considerada fundamental para o desenvolvimento do 
turismo em destino, visto que os atrativos são considerados os 
diferenciadores da atividade, ou seja, aquilo que torna a viagem 
algo diferente do cotidiano dos turistas e possui um potencial 
capaz de despertar o interesse e a curiosidade dos indivíduos para 
o conhecer. Eles podem ser divididos em naturais, culturais, rea-
lizações técnicas e científicas contemporâneas e acontecimentos 
programados. Conhecer um pouco mais sobre cada um deles:
Na categoria 
C, é realizado o 
levantamento da 
oferta turística
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 Atrativos naturais: São atrativos reconhecidos em 
sua forma natural, ou seja, sem a necessidade da al-
teração humana para a sua atratividade.
 Atrativos culturais: Estão ligados a: história, hábi-
tos, memória, identidade e características de locais ou 
povos. Eles podem ser materiais ou imateriais.
Realizações técnicas e científicas contemporâneas 
São aqueles atrativos que envolvem o conhecimento e 
as trocas de informações, proporcionando ao indivíduo 
uma nova perspectiva sobre determinada temática. 
eturibea evendis et acepell oriaeptaque dolorescipis
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 Acontecimentos programados: São atrativos que 
ocorrem de forma periódica e que buscam atrair os tu-
ristas durante um período predeterminado.
Com base nas prerrogativas do Ministério do Turismo, nesta categoria, devem 
ser inventariadas as opções e as características dos seguintes tipos de atrativos 
turísticos existentes em destinos:
 ■ Relevo continental, Zona costeira, Relevo cárstico.
 ■ Hidrografia.
 ■ Unidades de conservação.
 ■ Conjuntos arquitetônicos.
 ■ Sítios.
 ■ Lugares de manifestação de fé.
 ■ Arquitetura civil, oficial, militar, religiosa, industrial, agrícola e funerária.
 ■ Obras de interesse artístico.
 ■ Ruínas, centros culturais, teatros e cine clubes.
 ■ Gastronomia; artesanato e trabalhos manuais.
 ■ Formas de expressão.
 ■ Personalidades.
 ■ Atividades econômicas.
 ■ Atrações técnicas e científicas.
 ■ Eventos programados.
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Desta forma, podemos perceber que a categoria dos atrativos turísticos é diver-
sificada e contempla diferentes aspectos que são similares apenas em virtude do 
seu potencial de exploração do turismo. Na inventariação dos atrativos turísticos, 
é importante que os gestores ainda realizem um levantamento e uma análise das 
características destes com a finalidade de, a partir de então, juntamente com os 
serviços turísticos, definir a demanda real e potencial, os objetivos e o uso do ter-
ritório para o desenvolvimento do turismo. A partir da definição destes aspectos, 
tem-se a efetivação e a implantação do planejamento turístico local.
Identificar todos os aspectos que devem ser analisados dentro 
das subcategorias e até mesmo das categorias definidas pelo 
Ministério do Turismo (2011) pode ser um grande desafio para 
o gestor. Por isso, o Ministério disponibiliza, em seu site, for-
mulários contendo o levantamento não apenas dos aspectos, 
mas também das suas características para serem utilizados 
no inventário da oferta turística contemplando todas as cate-
gorias e subcategorias da oferta turística. 
EU INDICO
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PASSO A PASSO PARA A CRIAÇÃO DE UM INVENTÁRIO 
TURÍSTICO
Para Vitarelli (1998), a realização de um inventário turístico consiste na 
análise minuciosa do setor turístico de um município ou uma região. Este 
processo, permite a ordenação de forma evidente de todos os dados e 
elementos que permitam uma visão geral da situação atual e de seu desen-
volvimento, seja ele espontâneo ou natural. Todavia, deve-se destacar que, 
assim como em todas as etapas do planejamento turístico, para que um 
inventárioseja efetivamente realizado em um território, é importante que 
o passo a passo siga algumas diretrizes e etapas durante a sua realização.
O inventário da oferta turística não atua apenas como um banco de 
dados para destinos identificarem os produtos e serviços. Sua funciona-
lidade vai muito além destes aspectos, visto que ele pode ser utilizado 
como um sistema de informações que fornecem dados que auxiliam no 
processo de desenvolvimento local. Por exemplo, uma empresa que es-
teja buscando investir no destino pode utilizar os dados para encontrar 
uma possibilidade de novo mercado ou alguma outra necessidade que 
não esteja sendo sanada com a oferta disponível. Outro uso dá-se para o 
planejamento de ordenação local, definindo pontos de investimento, de 
crescimento etc.
Para ser efetivo no processo de planejamento do destino, é fundamental 
que o inventário turístico siga algumas etapas. Conforme podemos vi-
sualizar na imagem a seguir, o processo de inventariação é realizado por 
meio de cinco passos principais. O processo 
deve iniciar com a coleta e o tratamento dos 
dados, logo após, realiza-se a sistematização 
destes e, consequentemente a inventariação 
propriamente dita dos dados. Por fim, utilizan-
do os resultados gerados por este processo, os gestores devem realizar a 
tomada de decisão, buscando a mensuração das necessidades de modi-
ficação local. É importante destacar que este caminho é cíclico, ou seja, 
deve estar em constante monitoramento e aplicação (VITARELLI, 1998).
é fundamental que o 
inventário turístico 
siga algumas etapas 
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O primeiro passo da criação de um inventário turístico consiste na coleta de 
dados, quando serão investigados quais são os bens e os serviços disponíveis. 
Após esta identificação, eles serão pesquisados e avaliados de forma individual 
em cada categoria e subcategoria proposta pelo MTur. A partir disso, os formu-
lários de cada um dos atrativos serão preenchidos, buscando o levantamento de 
todas as características relevantes deste. Após a coleta de dados, estes devem ser 
submetidos a um tratamento. O tratamento ocorre pela inserção sistemática 
destes em um ambiente de armazenamento de dados. O local onde os dados serão 
armazenados e organizados são, em geral, softwares que permitem a organização 
e posteriores análises e inserção de revisões dos dados.
Figura 3 - Passo a passo da inventariação da oferta turística / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a imagem contém o passo a passo da inventariação turística em formato de caminho 
cíclico. O primeiro ponto possui um círculo com o número 1 em seu interior e representa a coleta de dados. O 
terceiro ponto possui um círculo com o número 2 em seu interior e representa o tratamento de dados. O quarto 
ponto possui um círculo com o número 4 em seu interior e representa a inventariação dos dados. E, por fim, o 
quinto ponto possui um círculo com o número 5 e representa a tomada de decisão. Após o quinto ponto, o caminho 
possui sua sequência até o número 1, demonstrando que este processo é cíclico.
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O terceiro passo ocorre no momento da sistematização dos dados alcan-
çados, ou seja, na transformação destes dados em informações. As principais 
informações devem ser extraídas neste momento, e pontos de interesse devem 
ser identificados. Nesta etapa, em geral, é realizada a análise dos dados coletados 
e tratados. A sistematização permite a organização do inventário turístico e é 
um passo fundamental no processo de inventariação da oferta turística. Com as 
informações sistematizadas, os gestores de turismo terão acesso a um conside-
rável volume de novas informações e um panorama geral dos bens, produtos e 
serviços disponíveis no território, sua organização territorial, espacial e setorial, 
suas características, entre outros.
A sistematização dos dados e a sua transformação em informações permitirá 
que haja consultas que subsidiem estudos e análises. Após estas etapas, os gesto-
res podem, de fato, realizar a inventariação turística local. Esta etapa é muito 
mais complexa que apenas a criação de um banco de dados. Durante o processo 
de inventariação, os gestores devem analisar, interpretar, filtrar e extrair todas as 
necessidades de planejamento destas informações e resultados gerados, a inven-
tariação consiste na apresentação da realidade situacional. Por exemplo, é por 
meio da inventariação que os gestores saberão tudo o que está disponível aos vi-
sitantes, quais são aqueles bens, produtos e serviço turísticos e não turísticos mais 
que atendam às necessidades dos visitantes, bem como os atrativos disponíveis.
Mais do que isso, o inventário permitirá a identificação geográfica, segmen-
tada, de nível de suporte etc. e poderá auxiliar não apenas no planejamento do 
turismo, mas também de outros aspectos locais como mobilidade, investimentos, 
opções de serviços e possibilidades de implantação de novos empreendimentos 
etc. Este panorama real deverá ser utilizado como base para a tomada de deci-
sões sobre o futuro esperado da atividade. Com isso, gestores podem prever o 
futuro da atividade e decidir os próximos passos do planejamento, norteando a 
definição dos objetivos, as metas e as atividades deste.
É importante salientar que o inventário turístico é uma ferramenta cíclica, ou 
seja, ele deve ser revisto, regularmente, permitindo o monitoramento da oferta 
turística local bem como a avaliação da competitividade do destino no setor. 
A avaliação, a coleta de dados, a sistematização e a inventariação constante são 
significativas ferramentas de planejamento local e permite não apenas conhecer 
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a oferta turística, mas também identificar quais são os aspectos do planejamento 
mais aceitos pelas comunidades e pelo turismo bem como avaliar como está o 
andamento do alcance dos objetivos do projeto.
Considerando o turismo uma atividade dinâmica, a não continuidade de 
ferramentas, como a inventariação e o planejamento da atividade turística pode 
ser considerada um dos maiores erros dos gestores e ampliar, significativamente, 
as chances de estagnação e declínio do destino no ciclo de vida das destinações.
NOVOS DESAFIOS 
Com as discussões e os conceitos apresentados neste tema de aprendizagem, você 
consegue identificar quais são os diferentes componentes da oferta turística em sua 
cidade? Como eles podem ser inventariados? A partir destas discussões, espera-se 
que você tenha mais preparo e conhecimento sobre a importância de inventariar 
a oferta turística de um destino antes de iniciar o processo de planejamento.
Conhecer a realidade atual é fundamental para a definição do futuro que que-
remos em todos os campos da nossa vida, não é mesmo? A mesma lógica pode 
ser utilizada pelo turismo. Para que um planejamento seja eficiente, o inventário 
turístico permitirá a identificação de quais são os produtos e serviços existentes e 
quais são as principais necessidades de correção e implantação de novos produtos 
e serviços para que, então, o turismo possa se desenvolver. 
Como vimos, o Ministério do Turismo orienta que a inventariação ocorra por 
meio de três categorias da oferta turística disponível, entretanto podemos aprender 
também que um inventário turístico deve ocorrer em, no mínimo, cinco passos que 
permitam um panorama geral da atividade. Com este conhecimento, você futu-
ro(a) gestor(a) de turismo, pode iniciar um processo que permita o planejamento 
de um destino a fim de desenvolvê-lo para receber o turista na sua localidade. 
Aprenda a usar os dados e os inserir dentro do contexto do turismo e lem-
bre-se de que esta é uma atividade dinâmica e que deve possuir diversos setores 
interligados. Dessa forma, não discrimine nenhum potencial para uso turístico, 
todavia não busque inventariar todas as opções disponíveis. Os resultados devem 
sempre demonstrar equilíbrio, funcionalidade e importância para a atividade.
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VAMOS PRATICAR
1. Para a execuçãoeficiente de inventários turísticos, o Ministério do Turismo (BRASIL, 
2011, on-line) classificou a oferta turística a ser inventariada em três categorias. A 
categoria A compreende a infraestrutura de apoio ao desenvolvimento turístico, a 
categoria B está relacionada aos serviços e aos equipamentos turísticos, e a categoria 
C é considerada a mais específica da atividade e busca inventariar os atrativos turís-
ticos disponíveis nas comunidades. Levando em consideração as características dos 
atrativos turísticos de destinos, analise as afirmativas a seguir:
I - Os atrativos turísticos têm como finalidade fornecer serviços que atendam às neces-
sidades básicas dos turistas, como alimentação.
II - Os atrativos turísticos são considerados os principais motivadores do deslocamento 
do turista para destinos turísticos.
III - Os atrativos turísticos se dividem em naturais, culturais, realizações técnicas e cien-
tíficas contemporâneas e acontecimentos programados.
IV - Os eventos apenas serão considerados atrativos turísticos caso busquem o lazer dos 
visitantes e sejam realizados de forma periódica.
É correto o que se afirma em:
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
2. Para que o turismo se desenvolva, de forma eficiente, em destinos turísticos, torna-se 
fundamental atender a algumas premissas. Dentre estas, encontra-se o fato de que 
os serviços, os equipamentos e os serviços turísticos deveriam pertencer aos aspec-
tos relacionados à oferta turística elencados na categoria B do Ministério do Turismo. 
Assinale a alternativa que corresponde, corretamente, a um aspecto pertencente à 
categoria B do Ministério do Turismo.
a) Serviços rodoviários.
b) Espaços de diversão e cultura.
c) Comércios turísticos.
d) Unidades de conservação.
e) Conjuntos arquitetônicos.
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VAMOS PRATICAR
3. O inventário é considerado um dos maiores desafios dos gestores públicos, devido à 
sua complexidade e ao volume de informações que devem não apenas ser quantifi-
cadas, mas também analisadas para atingir os objetivos desta ferramenta. Buscando 
mais eficácia na execução do inventário, o Ministério do Turismo (BRASIL, 2011, on-li-
ne) definiu três categorias da oferta turística que devem ser inventariadas. Assinale 
a alternativa que corresponde, corretamente, às três categorias da oferta turística 
defendidas pelo Ministério do Turismo.
a) Infraestrutura de apoio ao turismo; serviços e equipamentos turísticos e atrativos 
turísticos.
b) Infraestrutura turística; Infraestrutura comunitária e atrativos naturais.
c) Atrativos naturais; atrativos culturais e serviços turísticos.
d) Infraestrutura de apoio; atrativos naturais e equipamentos turísticos.
e) Informações turísticas; meios de hospedagem e atrativos turísticos.
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REFERÊNCIAS
BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 10. ed. Rio de Janeiro: SENAC Rio, 2019.
BRASIL. Ministério do Turismo. Inventário da Oferta Turística. Brasília: Ministério do Turis-
mo, 2011.
FERREIRA, P. et al. O Inventário da Oferta Turística como Estratégia de Diálogo com a Co-
munidade: um Estudo de Caso sobre o Parque Nacional das Sempre-Vivas e seu Entorno. 
Biodiversidade Brasileira, v. 12, n. 3, p. 284-304, 2022.
FRATUCCI, A. C. O ordenamento territorial da atividade turística no Estado do Rio de 
Janeiro: processos de inserção dos lugares turísticos nas redes do turismo. 200. 177 f. Dis-
sertação (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geociências, Universidade Federal Flumi-
nense, Niterói-RJ, 2000.
LIBERATO, M. M.; VIEIRA, L. V. L. Planejamento municipal do turismo: estratégias e práti-
cas. Aracaju: Editora IFS, 2021. 
VITARELLI, F. Pesquisa da Oferta Turística. Belo Horizonte: Unicentro Newton Paiva, 1998.
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1. B. A afirmativa I está incorreta, pois os atrativos turísticos têm a finalidade de propor-
cionar momentos de lazer e entretenimento aos visitantes. Os serviços que atendam às 
necessidades, como alimentação, se enquadram na categoria B, denominada serviços 
e equipamentos turísticos. A afirmativa II é considerada correta, pois os atrativos turís-
ticos possuem um forte apelo motivacional e são capazes de promover a sensação de 
diferenciação perante outros locais, isso faz com que, ele seja o principal motivador dos 
turistas em conhecer e experienciar os destinos. Podemos considerar atrativos turísticos 
todos os lugares, os objetos e os acontecimentos de interesse turístico que motivam o 
deslocamento. Como estes possuem características diferentes, são divididos em naturais, 
culturais, realizações técnicas e científicas contemporâneas e acontecimentos progra-
mados, tornando a afirmativa III correta. Ainda de acordo com a teoria, todos os eventos 
realizados em destinos são considerados atrativos turísticos, independentemente das 
suas características e da sua periodicidade ou não periodicidade, visto que despertam o 
interesse e motivam os turistas a se deslocarem até os destinos. Assim, a afirmativa IV 
está incorreta.
2. B. A categoria B do Ministério do Turismo compreende todos os equipamentos e os 
serviços que foram criados com a finalidade de ofertar entretenimentos para turistas e 
residentes. Sendo assim, a alternativa B é a única que apresenta um aspecto pertencente 
à categoria B. As alternativas A e C representam aspectos que devem ser inventariados 
na categoria A que representa a infraestrutura de apoio ao turismo. Já as alternativas D 
e E representam atrativos turísticos que pertencem à categoria C.
3. A. O Ministério do Turismo classifica a oferta turística em três grandes categorias: a catego-
ria A inventaria os bens, os serviços e os produtos que não foram criados com a finalidade 
de atender à demanda turística, mas, ainda assim, são utilizados no desenvolvimento da 
atividade, sendo denominados infraestrutura de apoio ao turismo de destinos; a catego-
ria B complementa a categoria anterior ao inventariar aqueles bens, produtos e serviços 
que foram criados com a finalidade de atender a demandas específicas do turismo, em 
relação aos serviços necessários para o desenvolvimento da atividade. Esta categoria 
é denominada serviços e equipamentos turísticos; a última categoria, a C, é a mais es-
pecífica e busca inventariar os atrativos turísticos capazes de atrair visitantes para uma 
região. Com base no exposto, verificamos que a alternativa A é a única que corresponde, 
corretamente, às categorias defendidas pelo Ministério do Turismo. As alternativas B, C, 
D ou E apresentam uma ou mais categorias que não são defendidas pelo órgão.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO 
NO TURISMO 
Discorrer sobre a importância da competitividade no turismo.
Descrever os principais modelos de competitividade utilizados no turismo.
Compreender os conceitos e as aplicações de inovação turística.
Abordar estratégias de inovação no turismo.
Relacionar a inovação e a competitividade no turismo.
Apresentar os novos nichos de mercado turístico.
Compreender as relações entre nichos de mercado e a inovação no turismo.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9
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INICIE SUA JORNADA
Sabemos que o turismo é um setor que se encontra em constante movimento, 
que deve se adaptar e readaptar, de forma constante, a fim de manter os níveis de 
satisfação e entretenimento de seus visitantes e, ainda, envolver todas as partes 
interessadas de forma que se sintam motivadas a manter a atividade em seu destino. 
É claro o processo de planejamento neste contexto, porém, mais do que planejar o 
destino, os gestores precisam inovar, buscando a manutenção da atratividade local.
Quando falamos em planejamento, conseguimos associar o turismo como 
uma série de aspectos que devem estar inter-relacionados. Mas você já parou 
para pensar na consequência do planejamento? Como um destino agirá após o 
processo de planejamento implementado? Lembrando que este deve ser cíclico 
e, consequentemente, monitorado e readaptado, de forma constante. Assim, en-
fatizamos, novamente,do século XIX. 
A elite brasileira começou a desenvolver o hábito de viajar, em meados do 
século XIX, sob influência da “europeização” com viagens anuais à Europa em 
busca dos hábitos mais sofisticados da nobreza lusitana e com estradas de ferro 
ligando as zonas cafeeiras à capital e a São Paulo.
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Primeiras manifestações (de 1911 a 1951)
As primeiras Manifestações do turismo, no Brasil, se efetivaram, por meio das es-
tações de cura e do cassinismo, dos investimentos na modernização do país, por 
meio da industrialização e da infraestrutura, somados à expansão da imprensa 
e ao convívio cultural, assim como ao início do uso de automóveis para viagens. 
Em 1922, houve a Exposição Internacional do Centenário da Independên-
cia do Brasil, assim como a inauguração do Hotel Glória, e, em 1923, inaugurou 
o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, capital federal. Já em 1931, foi realiza-
da a inauguração do Cristo Redentor, na cidade do Rio de Janeiro. Entre 1936 
e 1946, os hotéis-Cassinos impulsionaram as viagens para o Quitandinha em 
Petrópolis (RJ), o Grande Hotel em Araxá (MG); Parque Balneário em Santos 
(SP), Águas de São Pedro (SP).
Descrição da imagem: trata-se da fotografia de um riacho, com queda de água baixa, em uma paisagem com 
pedras, musgos, árvores e toda a vegetação verde. Presença de um pequeno moinho antigo na lateral da foto 
a direita.
Figura 1- Queda d’água localizada na Linha Imperial, em Nova Petrópolis, conhecida por suas águas 
geladas
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
As primeiras companhias aéreas brasileiras, co-
meçam a surgir em 1927, quando foi criada a Varig; 
em 1930, foi criada a Panair e, em 1933, surge a 
Vasp, já o transporte ferroviário de carga e de pas-
sageiros expande-se para o interior, especialmente 
no RJ, em SP e em MG. 
Em 1932, foi realizado o primeiro cruzeiro marítimo na costa brasileira, 
do Rio de Janeiro ao Amazonas, no navio da Cia. Lloyd Brasileiro. Quanto ao 
automóvel, foi inserido como veículo de passeio, acessível a poucas pessoas e 
logo se tornou “paixão nacional”. 
Já em 1936, a operadora francesa Wagon Lits (do grupo Accor Brasil) co-
meçou a atuar no Brasil. A primeira agência turística brasileira viria a ser cria-
da em 1943, a Agência Geral de Turismo. O turismo ainda é uma atividade 
elitizada e de alto custo. O SESC - Serviço Social do Comércio inaugurou, em 
1948, em Bertioga/SP, a Colônia de Férias oferecendo lazer e turismo à classe 
trabalhadora.
primeiras 
companhias 
aéreas brasileiras, 
começam a surgir 
em 1927
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Expansão e organização do turismo - 1951 a 1911
A expansão das atividades inicia-se com a ampliação e a melhoria da infraestru-
tura de transportes e do turismo até a organização das atividades por associações 
e a elaboração de políticas. Com a industrialização e o mercado de bens de con-
sumo, foi consolidada a classe média brasileira, especialmente nos centros de SP 
e RJ. As elites passaram a adquirir chácaras e casas para veraneio, principalmente 
após a proibição dos hotéis-cassinos por meio do Decreto-lei nº 9215 de 1946.
Os jornais diários, revistas semanais e a primeira emissora de televisão - a 
TV Tupi - colocam o turismo na pauta de interesse de editores e leitores, assim, 
o país ganhou visibilidade internacional ao sediar a Copa do Mundo de 1950, 
no Estádio Mário Filho do Rio de Janeiro. Entretanto, apesar da ampliação em 
quantidade e diversidade, a maioria dos meios de hospedagem permanecia 
sob gestão familiar e sem qualificação para o turismo internacional, até que, 
em 1953, foi criada a Associação Brasileira dos Agentes de Viagens – ABAV, 
buscando consolidar e incentivar o turismo nacional, e, em 1966, o governo 
federal criou a Embratur como Empresa Brasileira de Turismo (desde 2020 
denominada Agência Brasileira de Promoção 
Internacional do Turismo) com o objetivo de 
atender às demandas de organização, à forma-
lização e à divulgação setor.
Do sonho à decepção (1911 a 1989)
Com o intenso crescimento e com as perspectivas otimistas quanto à estagna-
ção e decadência, o turismo aparece como a atividade econômica do futuro, 
responsável pelo desenvolvimento do país como a indústria sem chaminés. Mas 
a viagem ainda não era um hábito popular e era de alto custo. O setor turístico 
ainda estava caracterizado pelo autodidatismo e pela improvisação, necessitava 
de profissionalização. 
O Turismo rodoviário era predominante, mais acessível pelas agências 
Soletur (1970), CVC (1972) e a empresa Viagens Costa (1990). Em 1970, as 
companhias aéreas nacionais: Varig, Cruzeiro do Sul, Vasp e Transbrasil junto 
do governo federal houve o estímulo aos voos domésticos para o interior do 
Brasil, surgindo a TAM Regional.
Embratur como 
Empresa Brasileira 
de Turismo
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Com a desativação de várias linhas, levou à decadência o transporte ferro-
viário de passageiros, o transporte fluvial era incipiente, e os cruzeiros marí-
timos passaram a ser realizados por companhias de navegação internacionais 
fretadas por operadoras brasileiras, após a venda dos navios da Lloyd Brasileiro. 
A hotelaria nacional expandiu e diversificou os tipos de meios de hospeda-
gem com campings, albergues e residências secundárias. A entrada das redes 
hoteleiras internacionais profissionalizou o setor com altos investimentos e 
modernos sistemas de gestão. Entre elas a Sheraton (1974), Hilton (1975), Ho-
liday Inn (1975) e as francesas Meridien (1975), Novotel (1976) e Club Mediter-
rané (1977). No mesmo período, formam-se as redes nacionais Hotel Nacional 
Rio, Horsa, Othon, Eldorado e Tropical Hotéis. 
Diante desta expansão, a Embratur elaborou, em 1978, o primeiro Regula-
mento Geral para a Classificação dos Meios de Hospedagem Brasileiros.
Retomada - 1991 a 1115 
Com o crescimento do mercado interno e os grandes investimentos em vários 
e diferentes setores e a descoberta de novos segmentos de mercado no Brasil, 
revelou-se a inexistência de informações sistemáticas sobre as riquezas naturais, 
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culturais, sobre a oferta turística dos municípios, sobre a demanda, a malha ro-
doviária etc., a falta de uma política pública para o setor, a dificuldade para criar 
produtos turísticos que atendessem às novas exigências do mercado, entre elas, 
os princípios da sustentabilidade.
Em 1991, a Embratur passou a ser uma autarquia, denominada Instituto 
Brasileiro de Turismo com o objetivo de formular e fazer executar a Política 
Nacional de Turismo, entretanto, em 1994, a Embratur criou o Programa Nacio-
nal de Municipalização de Turismo - PNMT. A definição de uma política e os 
investimentos foram fundamentais para o aumento da demanda e a conquista 
de novos mercados, como o Mercosul.
Apesar de o Brasil não estar entre os grandes destinos internacionais, a de-
manda de estrangeiros cresceu, gradativamente, de 1.091.067 visitantes, em 1990, 
para 5.107.169, em 1999 (SOLHA, 2002). Os principais mercados emissores eram 
do Mercosul: Argentina, Uruguai e Paraguai, seguido dos europeus (Alemanha, 
Itália, França, Inglaterra) e Estados Unidos. Por outro lado, os turistas brasileiros, 
diante da moeda forte e das facilidades de créditos, elevaram o fluxo das viagens 
para o exterior, gerando um desequilíbrio na balança comercial. Isso levou à 
criação do Ministério do Turismo, em 2003, e à centralização das políticas e 
dos Planos Nacionais de Turismo, visando promover a qualidade dos destinos 
turísticos e o aumento da demanda nacional e internacional. 
O Rio de Janeiro figurava como porta de entrada do turismo internacional, mas 
outras localidades começaram a se destacar por suas características específicas e 
segmentação de mercado, como Pantanal (MT), Manaus (AM), Bonito (MS) com 
apelo ao turismo na natureza e de aventura; Blumenau (SC), Barretos (SP), Parintins 
(AM) por suas festas tradicionais - respectivamente, Oktoberfest, Festa do Peão e 
Festa Boi-bumbá; Fortaleza e Jericoacoara (CE), Natal (RN), Mangue Seco, Ilhéus e 
Lençóis (BA),a importância da inovação neste setor. 
Um destino é considerado inovador quando é capaz de implementar ideias 
capazes de agregar valor para o turismo local e atender a uma necessidade. A ino-
vação pode ocorrer por meio do desenvolvimento de algo novo, ou, ainda, me-
lhoria contínua que promova o deslocamento de visitantes para a experienciar.
Agora, faço-lhe um simples questionamento: Você 
já pensou sobre qual a relação entre competitividade, 
inovação e o surgimento de novos nichos no mercado? 
Muitas vezes, acabamos percebendo 
o turismo como um conjunto de tópicos 
que influenciam a experiência do 
turista, porém acabamos não 
percebendo as inter-relações 
e as influências entre os 
aspectos e os setores que 
envolvem e são envolvidos 
pela atividade.
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Em geral, durante estas revoluções, os destinos implantam inovações em seus 
produtos e serviços de modo que tornem seus territórios e/ou empresas com-
petitivas no mercado. Estes processos de inovação acabam provocando o surgi-
mento de novos nichos de mercado, devido às novas características encontradas 
no destino. Assim, é importante entendermos a relação e a importância de cada 
um destes tópicos e verificar a sua importância para o turismo. Convido você, en-
tão, caro(a) estudante, a identificar estratégias que possam tornar os destinos mais 
inovadores e competitivos para, assim, absorver os novos nichos de mercado.
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
COMPETITIVIDADE NO TURISMO
Em um contexto geral, podemos definir a competitividade como uma caracterís-
tica ou a capacidade que uma empresa, uma entidade ou uma organização possui 
em cumprir, de forma eficiente a sua missão. Esta capacidade está associada à 
maior eficiência quando comparado a outras organizações concorrentes. Assim, 
podemos compreender a competitividade como a capacidade de satisfazer as 
expectativas e as necessidades dos clientes interessados nos produtos e serviços.
VAMOS RECORDAR?
O turismo, nos últimos cinquenta anos, vem passando 
por processos de mudanças e transformações, que, 
em muitos casos, foram chamadas de revoluções. Se-
gundo Menezes e Cunha (2014), apenas entre 1770 e 
2000 houve cinco sucessivas revoluções tecnológi-
cas que influenciaram a competitividade e a inovação 
do turismo. Os autores defendem que, atualmente, 
vivemos uma das maiores revoluções tecnológicas 
que podem ser consideradas fundamentais para a 
manutenção de destinos no mercado. Veja mais no artigo citado, clicando no 
QR Code a seguir. 
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Com um mundo cada vez mais global e tecnológico, o processo de comuni-
cação entre empresas e clientes em um nível global acabou sendo intensificado. 
Consequentemente, cada vez mais surgem novas empresas ofertando produtos 
e serviços similares. Tal fenômeno tem intensificado o processo de competitivi-
dade entre setores e fora deles. Assim, atualmente, a competitividade é a busca 
da superioridade em matéria de qualidade. Este con-
ceito, também vem sendo cada vez mais aplicado no 
turismo, devido ao fato de que o setor composto de 
produtos e serviços busca satisfazer, de forma eficien-
te, as expectativas e os desejos de seus consumidores.
A competitividade de um destino turístico é a ca-
pacidade para satisfazer de forma mais eficaz e eficiente (eficiência econômica e 
ambiental) as necessidades dos fluxos turísticos, preservando as próprias qualida-
des territoriais e contribuindo para melhorar o bem-estar atual e em perspectiva 
da comunidade local (DOMARESKI-RUIZ; GÂNDARA; CHIM-MIKI, 2015a). 
Desta forma, para serem considerados competitivos os destinos turísticos 
devem encontrar estratégias para desenvolver e promover os atrativos de inte-
resse turístico (sendo naturais ou não) e, ainda, ter a capacidade de organizar as 
facilidades político-administrativas das organizações necessárias para o suporte 
da atividade. Estevão (2015) defende que a competitividade de destinos é consi-
derada um fator-chave para o desenvolvimento não apenas de economias, mas 
também das comunidades locais. Os gestores de destinos turísticos requerem 
estratégias de turismo competitivas adequadas, capazes de lidar, de forma efi-
ciente e eficaz com o ambiente dinâmico e em mudança que envolve a indústria 
do turismo. É importante conhecer e aproveitar as melhores formas de competir 
no mercado para se manter à frente da concorrência global.
Devemos, todavia, chamar a atenção para o fato de que a competitividade de um 
destino é um fator muito mais complexo que a capacidade deste em atrair visitantes. 
Os conceitos de competitividade compreendem que esta é alcançada quando um 
território possui a capacidade de alcançar sinergia entre os fatores naturais e humanos, 
criados nos recursos do destino turístico, determinada pela capacidade de as empre-
sas de turismo atraírem novos visitantes e aumentar os seus gastos com a formação de 
bens e serviços de qualidade, bem como em experiências valiosas. E, além disso, com 
as melhorias alcançadas, um destino consegue construir variáveis sociais, culturais 
e econômicas que afetam o desempenho de um país em mercados internacionais.
a competitividade 
é a busca da 
superioridade 
em matéria de 
qualidade
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Nesta mesma perspectiva, Dwyer e Kim (2003) defendem que a competiti-
vidade de um destino turístico está relacionada com a sua habilidade de propor-
cionar aos seus turistas, bens e serviços, melhor que a concorrência. Os autores 
ainda chamam atenção quanto a um destino que possua a capacidade de prestar 
bons serviços e produtos, e que é fundamental haver um processo de organização, 
planejamento e envolvimento interno da comunidade para que a atividade seja 
gerida de forma mais eficiente.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Quais são os aspectos que influenciam a competitividade de um destino turístico?
A competitividade do setor do turismo envolve mui-
tos fatores, tais como o ambiente natural (localiza-
ção geográfica, paisagens, clima etc.), meio ambien-
te criado (transportes turísticos, infraestrutura de 
abastecimento de lazer e entretenimento, serviços, 
lojas de comércio, rede de hotéis) e todos os serviços 
e os produtos criados, direta e indiretamente, que 
são prestados durante a estadia do visitante e que 
influenciam na experiência deste. Desta forma, a 
capacidade de um território em ser competitivo de-
penderá tanto das atrações turísticas propriamente 
ditas quanto da receptividade da população, quanto 
da capacidade das empresas, do poder público e das 
organizações em geral, de prover uma estrutura de 
suporte que permita uma adequada prestação de 
serviços aos turistas.
Quando pensamos no turismo como um todo, 
pode ser difícil elencarmos os diferentes aspectos 
que influenciam a competitividade do território. 
A competitividade 
do setor do turismo 
envolve muitos 
fatores 
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Neste ponto, devemos chamar a atenção quanto à capacidade de um destino 
ser superior a seus concorrentes não ser influenciada apenas pelos produtos e 
serviços prestados no território, mas, sim, por todos os aspectos que influenciam 
a experiência do turista durante a sua estadia. Buscando descrever com maior 
precisão como ocorre a competitividade no turismo, Crouch e Ritchie (1999) 
defenderam que a competitividade do destino turístico é determinada pela com-
binação de quatro grandes componentes: 
ATRATIVOS CENTRAIS:
são os principais recursos e atrativos que são as razões fundamentais pelas 
quais os visitantes em potencial escolhem um destino em detrimento de outro.
FATORES E RECURSOS DE SUPORTE:
constituem a base de apoio sobre a qual se assenta a competitividade da indústria 
turística, como a infraestrutura em geral e a rede de educação e treinamento.
GESTÃO DO DESTINO:
relaciona-se com as atividades que podem aumentar o apelo dos principais recursos 
e atratores, fortalecer a qualidade e a eficácia dos fatores e dos recursos de suporte 
e melhor se adaptar às restrições impostas pelos determinantes de qualificação.ATRIBUTOS QUALIFICADORES:
composto pelas variáveis críticas, como a localização, os custos de produção e a 
segurança pública, variáveis sobre as quais os gestores turísticos têm pouca ou 
nenhuma influência e que, muitas vezes, reduzem a competitividade do destino.
Para entender a competitividade de um destino, é preciso considerar tanto as van-
tagens comparativas do destino quanto as suas vantagens competitivas (FIUZA 
et al. 2019). As vantagens consideradas comparativas estão diretamente ligadas 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
a todos os recursos existentes no destino que podem ser semelhantes ou rela-
cionados a destinos concorrentes. As vantagens competitivas estão relaciona-
das à capacidade de um destino utilizar (ou não) seus recursos em longo prazo. 
Embora as vantagens competitivas sejam influenciadas por diversos aspectos, 
como características paisagísticas, culturais e ambientais, pode-se observar que 
elas são compostas pela infraestrutura de serviços e ambientes do destino que 
determinarão a percepção dos visitantes sobre a qualidade, a satisfação, a imagem 
e a competitividade do destino.
A infraestrutura de serviços é considerada um aspeto em risco em muitos 
destinos, pois tais recursos, se mal geridos e mal valorizados, tendem a perder 
a sua atratividade ao longo do tempo. Assim, a gestão precisa entender qual é 
a infraestrutura local que torna seu destino competitivo para melhor gerir de 
forma sustentável o que atrai os visitantes (FIUZA et al. 2019). Devido aos dife-
rentes fatores e às influências dos produtos e dos serviços disponíveis no destino 
na competitividade destes, diversos modelos surgiram na literatura buscando 
mensurar e explicar as capacidades de vantagem competitiva e comparativa dos 
territórios em relação ao turismo e aos serviços em geral. 
Diamante de Porter (1991)
Um dos primeiros modelos que buscava analisar a competitividade do produto foi 
formulado por Michael Porter (1990) e ficou conhecido como “Modelo Diamante 
de Porter”, ou “Diamante de competitividade nacional”, e postulava que o sucesso 
na competição nacional ou internacional de algum setor ou produto depende da 
força encontrada por uma economia juntamente com características relacionadas a 
negócios e a condições de fatores de competitividade encontrados nesta (PORTER, 
1990). Embora o modelo de Porter seja amplamente utilizado em pesquisas relacio-
nadas à competitividade dentro do contexto turístico, ele não foi desenvolvido com 
foco na avaliação de competitividade de destinos, sendo direcionado à avaliação 
de produtos convencionais que fossem ligados à área da manufatura.
O modelo de competitividade de Porter (1990) defende que não são os países 
que competem no mercado, mas, sim, as empresas situadas nestes. Desta forma, 
o sucesso das empresas pode ser explicado pelo ambiente econômico onde elas 
estão inseridas, pelas instituições e pelas políticas governamentais dos destinos. 
Em outras palavras, o autor defende que a competitividade é construída por 
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meio do sucesso que as empresas alcançam em um 
nível internacional. Nesta perspectiva, o principal in-
dicador de competitividade é a produtividade que um 
país produz por meio das suas empresas.
Levando em consideração o exposto por Porter (1990), existem quatro de-
terminantes capazes de influenciar a capacidade competitiva de organizações: 
condições dos fatores; estratégia, estrutura e rivalidade empresarial; condições de 
procura; e existência de indústria relacionada e de suporte, os quais se encontram 
ilustrados na figura a seguir.
o principal indicador 
de competitividade 
é a produtividade 
Figura 1 - Atributos da competitividade do Diamante de Porter (1990) / Fonte: adaptado de Porter (1990).
Descrição da Imagem: na imagem, temos, ao centro, um diamante representando o Modelo de Porter. O diamante 
está ligado a quatro retângulos representando os atributos da competitividade defendidos por Porter (1990). 
No interior do primeiro retângulo, localizado na parte superior à esquerda da imagem, há o texto “Condições dos 
fatores: Capacidade de um país em oferecer fatores de produção como trabalho especializado, infraestrutura e 
demais aspectos necessários para a atividade competitiva de uma indústria”. No segundo retângulo, localizado na 
parte inferior esquerda da imagem, há o texto “Condições de procura: A procura do produto ou serviço no mercado 
nacional, ou seja, as características dos clientes que procuram os produtos e serviços”. No terceiro retângulo, loca-
lizado na parte superior à direita da imagem, há o texto “Estratégia, estrutura e rivalidade empresarial: Condições 
que, no país, regulam a criação, organização e direção das empresas e a natureza da rivalidade interna”. Por fim, 
no último retângulo, localizado na parte inferior direita da imagem, há o texto “Existência de indústria relacionada 
e de suporte: à avaliação da existência ou não de indústrias fornecedoras ou relacionadas que são consideradas 
competitivas em mercados internacionais. Em outras palavras, a concorrência direta”.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
Todos estes aspectos compõem um sistema complexo que 
dependerá do estado dos outros e onde (de forma isolada, ou 
não) determinam o contexto em que as empresas competem 
e, a partir disso, criam vantagem competitiva no mercado. 
Além destes determinantes já explorados, Porter (1990) ain-
da defende que existem duas variáveis capazes de influenciar 
o sistema. A primeira é o acaso (as oportunidades) que é 
composto pelos acontecimentos que não podem ser con-
trolados pelas empresas. Ainda, de acordo com o modelo 
de diamante, o governo pode agir e influenciar a competi-
tividade ao melhorar ou piorar a competitividade nacional 
com a maneira que conduz as políticas que influenciam cada 
um dos determinantes.
A competitividade, nesta perspectiva, não pode ser com-
preendida com base na análise de apenas um fator, mas, sim, 
pelos diversos fatores capazes de gerar valor para as organiza-
ções. Os quatro fatores defendidos pelo modelo de diamante 
são definidos por diamante devido à sua interação de forma 
sistêmica. Segundo Porter (1990), influenciam (positiva ou 
negativamente) a capacidade de uma organização de alcançar 
vantagem competitiva perante as demais.
Estevão et al. (2015) defende que devido à abrangên-
cia do modelo de diamante, diversos autores o têm utili-
zado em estudos sobre o setor do turismo. O modelo afir-
ma que a competitividade é o resultado da combinação 
de determinados fatores capazes de promover a inovação 
e a integração aos agentes do destino turístico. Assim, o 
turismo pode se apropriar destes mesmos quatro fatores 
principais e dois secundários com relação à determinação 
da competitividade de desti-
nos. Na relação de fatores, eles 
podem ser considerados bási-
cos e avançados, delimitando 
os recursos humanos, de capi-
tal, herdados ou criados.
a competitividade 
é o resultado da 
combinação de 
determinados 
fatores
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Com base nas premissas do modelo, a concor-
rência no turismo também não ocorre entre os paí-
ses. Esta concorrência ocorrerá entre os clusters e os 
negócios turísticos. Desta forma, os setores público 
e privado devem buscar encontrar formas de 
integração e cooperação mútua para criar 
um entorno institucional e empresarial 
que facilite a realização de atividades 
competitivas. Como consequência, os 
destinos terão um modo eficaz de gestão e 
com algum grau de produtividade no uso 
dos seus recursos disponíveis.
Modelo de Crouch e Ritchie 
(1999)
Utilizando como base o modelo ante-
rior elaborado por Porter (1990), os 
estudiosos Crouch e Ritchie (1999) 
elaboraram o primeiro modelo con-
ceitual de competitividade espe-
cífico para a atividade turística. O 
modelo elaborado reconhecia que a 
atividade turística é influenciada por 
diferentes forças globais. Os autores 
introduziram, ainda, as teorias da vantagem 
comparativa e da 
vantagem compe-
titiva para justificaras especificidades 
da análise da com-
petitividade no setor 
turístico, com maior foco nos destinos turísticos 
existentes em todo o mundo.
a atividade turística 
é influenciada por 
diferentes forças 
globais. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
Este conceito de vantagem comparativa e vantagem competitiva está presente em 
nosso dia a dia. Quando escolhemos uma loja para comprarmos nossos produ-
tos de interesse, analisamos as opções que a loja possui (números de produtos) 
e comparamos com as demais lojas. Nós avaliamos fatores secundários, como 
qualidade dos produtos, características pessoais, atendimento, localização etc. 
que são consideradas as vantagens competitivas (que mais se alinham a nossas 
expectativas), ou seja, avaliamos a eficiência da loja na prestação do serviço.
O modelo proposto por Crouch e Ritchie (1999) identificou dois ambientes 
diferentes e que se encontram interrelacionados: o micro e o macro. Enquanto o 
microambiente refere-se aos elementos salientes do destino turístico, que devem 
ser comparados com os seus concorrentes diretos e indiretos, o macroambiente 
diz respeito aos elementos ou forças que estão fora do microambiente, mas que 
precisam ser adaptados ou superados para permanecerem competitivos. Os auto-
res afirmam, ainda, que estes dois ambientes afetam, de forma simultânea, o nú-
cleo de competitividade do destino turístico que é composto pelos componentes:
 ■ Recursos centrais e atratores: fisiologia, cultura e história, laços de 
mercado, mix de atividades, eventos especiais, entretenimento e supe-
restrutura.
 ■ Fatores e recursos de suporte: infraestrutura, acessibilidade, recursos 
facilitadores, hospitalidade e empreendimento.
A vantagem comparativa diz respeito aos fatores existentes no destino (tanto 
aqueles naturais quanto os criados) e que, no juízo de valor dos consumidores, 
pode ser superior ou inferior a outros fatores existentes em outros destinos 
(CROUCH; RITCHIE, 1999). 
A vantagem competitiva diz respeito a quanto o destino é eficiente em utilizar 
estes recursos de forma eficiente a médio e longo prazo. Ainda nesta perspec-
tiva, um destino pode possuir uma infinidade de recursos, todavia não ser tão 
competitivo (percepção de valor superior) a outro território que tenha menos 
opções de recursos disponíveis, mas que possui mais eficiência (CROUCH; RIT-
CHIE, 1999).
ZOOM NO CONHECIMENTO
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 ■ Gestão de destinos: administração de recursos, marketing, finanças e 
capital de risco, organização, desenvolvimento de recursos humanos, in-
formação/pesquisa, qualidade de serviço, gestão de visitantes.
 ■ Determinantes qualificadores: localização, interdependências, reco-
nhecimento/imagem/marca, custo/valor).
Assim, o alcance de desempenho superior e melhor posição no mercado depende-
rão não só dos recursos e das capacidades do destino, mas também da capacidade 
do destino para gerir e organizar os seus recursos, de forma eficiente, maximizando, 
assim, o seu nível de desempenho face à concorrência turística. Hoje, principal-
mente, devido à alta competitividade entre os destinos turísticos, o comportamento 
do turista é, muitas vezes, volátil e imprevisível. Isto significa que, a longo prazo, o 
ciclo de vida de um destino turístico depende, em grande medida, da capacidade 
de combinar e gerir, eficazmente, os seus recursos e suas capacidades.
Modelo de Dwyer e Kim (1111)
O modelo de Dwyer e Kim foi elaborado, em 2003, e é considerado um avanço 
dos demais modelos. Ele propõe um modelo composto por sistemas de indica-
dores de competitividade encontrados em destinos turísticos e que, apresentam 
uma série de elementos integrados entre si. De acordo com os autores, estes 
elementos devem ser encontrados, de forma eficiente, nos destinos para a sua 
efetiva importância como um destino turístico competitivo.
Dwyer e Kim (2003) acreditam que os indicado-
res que determinam a competitividade no turismo, in-
cluem, atributos subjetivos e objetivos. Os atributos 
subjetivos estão ligados à capacidade de um destino 
em oferecer produtos e serviços capazes de encantar os 
turistas por meio de uma experiência memorável e/ou beleza cênica. Por outro 
lado, os atributos objetivos que podem ser explicados por meio da quota de 
mercado turístico, as receitas da atividade e, ainda, as suas vantagens tangíveis 
perante outras localidades.
a competitividade 
no turismo, incluem, 
atributos subjetivos 
e objetivos
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O modelo sistêmico contempla quatro determinantes fundamentais dispos-
tos em quadrantes-chave: 
RECURSOS
São divididos em dois tipos: dotados (herdados) e criados. Os recursos dotados, 
por sua vez, podem ser classificados como naturais (montanhas, lagos, praias, 
rios, clima etc.) e patrimoniais ou culturais (culinária, artesanato, língua, cos-
tumes, crenças etc.). Os recursos criados incluem infraestrutura turística, even-
tos especiais, variedade de atividades disponíveis, entretenimento e compras.
CONDIÇÃO SITUACIONAL
São forças no ambiente externo mais amplo, que impactam na competitividade 
do destino. Referem-se a tendências e eventos econômicos, sociais, culturais, 
demográficos, ambientais, políticos, legais, governamentais, regulatórios, 
tecnológicos e competitivos, que afetam a forma como as empresas e outras 
organizações no destino fazem negócios e apresentam oportunidades e ameaças 
às suas operações.
CONDIÇÕES DA DEMANDA
Compreende três elementos principais da demanda turística - consciência, 
percepção e preferências. A conscientização pode ser gerada por vários meios, 
incluindo atividades de marketing de destino. A imagem projetada pode influen-
ciar as percepções e, portanto, afetar a visitação. A visitação real dependerá da 
correspondência entre as preferências dos turistas e as ofertas percebidas de 
produtos do destino.
GESTÃO DO DESTINO
São aqueles que podem aumentar o apelo dos recursos centrais e atratores, 
fortalecer a qualidade e a eficácia dos fatores e dos recursos de suporte e melhor 
se adaptar às restrições impostas pelas condições situacionais. Tem-se como ex-
emplo as atividades de organizações de gestão de destinos, gestão de marketing 
de destinos, política de destinos, planejamento e desenvolvimento, desenvolvi-
mento de recursos humanos e gestão ambiental.
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O modelo prevê que estas quatro dimensões se relacionam em sete macro di-
mensões e 150 indicadores aplicados para a mensuração da competitividade em 
um destino. Além disso, o modelo de Dwyer e Kim (2003) não apenas identifica, 
mas também aborda condições relacionadas à quantificação, à qualidade e à 
eficiência dos destinos na prestação de seus produtos e serviços. Todavia, apesar 
da sua complexidade e da descrição detalhada das características, existem algu-
mas limitações da aplicação do modelo de competitividade em locais turísticos, 
principalmente pelo fato de que muitos territórios não possuem dados suficientes 
para a mensuração da competitividade nestas condições.
Devemos, neste ponto, destacar que o modelo de Dwyer e Kim (2003) apli-
cam 150 indicadores, que, segundo Domareski-Ruiz, Akel e Gândara (2015a) 
exige um considerável tempo e disponibilidade de dados precisos e recursos hu-
manos para que o modelo, de fato, seja eficiente para mensurar a competitividade 
local. Desta forma, para aplicar qualquer um dos modelos, aqui apresentados, os 
gestores devem compreender os dados e as condições locais antes de decidirem 
o modelo de competitividade mais eficiente, de acordo com o seu contexto.
INOVAÇÃO NO TURISMO
Nos últimos anos, o turismo vem sofrendo diversas transformações, motivadas, 
principalmente, pelo aumento de novos mercados e, consequentemente, a com-
petitividade entre destinos. Dentre estas transformações, os destinos passam por 
um processo de difícil sobrevivência no mercado, tornando necessária que novas 
estratégias de competitividade sejam alcançadas, buscando um fluxo turístico 
constante nas localidades.
Dentre as principaisestratégias utilizadas para a manutenção da competiti-
vidade, encontra-se a inovação. A inovação depende do acesso à informação e 
ao conhecimento, porém este conceito vai muito além do desenvolvimento tec-
nológico. Para ser inovador, um destino precisa ser considerado um ambiente 
de interação sistêmica e de aprendizado. A adoção 
de estratégias inovadoras em destino proporciona 
a capacidade de melhorar a produtividade do des-
tino, principalmente, por meio da adoção de novos 
processos produtivos.
A inovação depende 
do acesso à 
informação e ao 
conhecimento
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Menezes e Cunha (2014) defendem que a inovação é um aspecto fundamental para 
a competitividade de destinos, não podendo ser considerada algo marginal, visto 
que o ato de inovar em produtos e serviços é considerado uma importante ferra-
menta de crescimento econômico não apenas em nível local, mas também em nível 
nacional. As inovações são capazes de proporcionar diversas mudanças incrementais 
que, por sua vez, causam melhorias sucessivas em produtos e/ou processos que já se 
encontram à disposição dos indivíduos. Ou seja, nem sempre a inovação busca “criar 
algo”, mas, sim, também melhorar e otimizar aquilo que já existe.
Podemos entender a inovação do turismo como sendo:
 “ A capacidade de criar produtos diferenciados, seja pelo ineditismo, 
pela qualidade, pela agregação de valores intangíveis, pela forma 
de conquistar o mercado. É a capacidade de identificar e satisfazer 
os desejos do consumidor, ou até mesmo de criar novos desejos e 
necessidades.
(DOMARESKI-RUIZ; GÂNDARA; CHIM-MIKI, 2015b, p. 768).
Em muitos casos, costumamos associar a inovação com o uso de novas tecnolo-
gias, todavia, no contexto do turismo, este conceito não diz respeito apenas ao 
ato de adotar novas TICs. A Inovação em destinos turísticos geralmente se refere 
a atividades criativas para fins comerciais, que fornecem produtos e serviços 
novos ou aprimorados ao mercado. Como exemplo, um destino pode inovar em 
produtos e serviços, marca e experiência do visitante durante a sua permanência 
no destino, ou um destino pode inovar em seus produtos e serviços ao oferecer 
novas opções de mercado ao consumidor, disponibilizando uma nova oferta que 
busque agregar valor ao seu lugar. 
Em relação à inovação da marca, o destino pode se reposicionar no mercado, abor-
dando um novo nicho ou segmento que, anteriormente, não era reconhecido naquele 
território. Ainda, em relação à experiência do turista, os gestores podem incentivar 
o surgimento de novos produtos que busquem como foco maximizar a experiência 
local, como um serviço único e exclusivo, ou, ainda, a iniciativa privada pode investir 
em novas estratégias de atendimento e diferenciação, buscando que o cliente tenha 
maior satisfação durante a sua visita e, sinta-se “único” durante a sua estadia. 
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Menezes e Cunha (2014) defendem que, em muitos casos, a inovação não parte 
de um interesse dos gestores em inovar, mas, sim, de uma necessidade de manu-
tenção da competitividade no mercado. Desta forma, os gestores devem encontrar 
maneiras de se posicionar e reposicionar de forma constante no mercado. Ainda 
nesta perspectiva, os autores identificaram quatro tipos diferentes de inovação:
INOVAÇÃO DE PRODUTOS:
Proporcionar ao visitante novas oportunidades de produtos e serviços que 
agregam valor à oferta e incentivem novas visitas ou novas visitas aos destinos, 
buscando a manutenção do fluxo de visitantes e atratividade que serão percebi-
das pelos clientes.
INOVAÇÃO EM PROCESSOS:
Também conhecidas como iniciativas de backstage. São compostas por ino-
vações nos processos de produção ou de logística que promovem aumento da 
produtividade ou redução dos custos organizacionais. Pode ocorrer por meio da 
implementação de novas práticas ou recursos tecnológicos no processo produ-
tivo, otimizando tempo e reduzindo despesas ou, ainda, pelo aprimoramento do 
processo logístico da empresa (como transporte, acesso etc.)
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INOVAÇÕES GERENCIAIS:
Consiste em novas formas de organização das empresas e dos destinos, im-
pactando o seu modelo de negócio. Este tipo de inovação possibilita uma melhor 
organização no ambiente, de fato que melhore o fluxo de trabalho e a relação 
entre colaboradores, clientes e fornecedores.
INOVAÇÕES INSTITUCIONAIS:
Constitui um reposicionamento da empresa como um todo, por meio de novos 
sistemas e novas formas de visão empresarial. Pode ser implantada por meio 
da inclusão de sistemas de participação dos funcionários nos benefícios da 
organização, entre outras formas. Assim, está ligada às mudanças nas estruturas 
colaborativas organizacionais e interorganizacionais.
Como consequência da inovação de destinos, podemos sinalizar o surgimen-
to de novos nichos de mercado. As constantes buscas por diferenciação, novos 
serviços e processos tem estimulado, assim, o surgimento de novas práticas de 
turismo e, consequentemente, uma maior diversificação de ofertas e mudanças 
no comportamento dos consumidores destas. Atualmente, podemos considerar 
o turismo, um setor de constante movimento, inovação e diversificação da sua 
oferta. A inovação proporciona, assim, novos caminhos, necessitando mais es-
forço dos gestores no processo de tomada de decisões sobre quais inovações são 
viáveis e necessárias nos seus territórios e, ainda, na identificação dos objetivos 
que estas inovações devem alcançar.
NOVOS NICHOS DE MERCADO
Podemos dizer que as transformações do turismo ocorrem, principalmente, 
motivadas pela necessidade de manutenção da competitividade no setor. Esta 
necessidade, promove um efeito cascata que afeta uma série de funcionamentos 
na atividade. Como podemos visualizar na imagem a seguir, a competitividade 
promove a inovação de destinos que, consequentemente, alcançam e promovem 
o surgimento de novos nichos de mercado, que, com o processo de globalização 
e comunicação, tornam-se cada vez mais diversificados e personalizados.
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Podemos entender como nichos de mercado um pequeno mercado, constituído 
por um cliente individual ou um pequeno grupo de clientes com as mesmas 
características ou necessidades. Em outras palavras, um nicho de mercado é com-
posto por indivíduos com características comuns específicas. O surgimento de 
novos nichos de mercados e a sua diversificação é uma resposta ao aumento da 
procura turística, que, como podemos observar na imagem anterior, ocorreu 
como consequência da necessidade de inovação promovida pelo aumento da 
competitividade entre as destinações.
Figura 2 - Relações entre competitividade, inovação e surgimento de novos nichos de mercado
Fonte: a autora (2023).
Descrição da Imagem: a imagem apresenta três formas hexagonais as quais se encontram relacionadas, unidas 
em formato de colmeia. O primeiro hexágono está localizado na parte superior esquerda da imagem e contém 
o texto “competitividade”. Este hexágono está ligado por uma linha ao texto “Um destino precisa encontrar 
vantagens competitivas perante os seus concorrentes”. O segundo hexágono está localizado na parte central da 
imagem e contém o texto “inovação”. Este está ligado por uma linha ao texto “A inovação permite que os destinos 
mantenham a atratividade, e o fluxo de visitantes no destino”. Por fim, o terceiro hexágono está localizado na 
parte inferior esquerda da imagem e, em seu interior, há o texto “Novos nichos de mercado”, este está ligado por 
uma linha ao texto “Em resposta às inovações, surgem novas oportunidades de mercados e perfis de consumi-
dores, gerando novas pequenas parcelas de mercado”.
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Diversos autores, como Ruschmann (2000), defendem, ainda, o uso da ex-
pressão “novo turista” neste contexto, visto que estes novos nichos surgem, ain-
da, motivados pela mudança de comportamento e interesse dos indivíduos que 
procuram pela prática de um turismo diferente do convencional, de um novo“nicho”. Este turista, em geral, busca um tipo de turismo mais personalizado, 
atendendo a um conjunto de necessidades específicas.
Podemos defender e expressar dois grandes nichos de mercado que vêm 
surgindo nos últimos anos, principalmente, após a crise do covid-19: o turismo 
de experiência, o turismo cultural imersivo e o apego ao lugar. É perceptível 
que, cada vez mais, os turistas não querem apenas conhecer o destino, querem 
experienciá-lo. Quando falamos sobre o turismo de experiência, é importante 
entendermos a experiência como uma maneira que o indivíduo encontra em 
suspender suas relações cotidianas, onde sofre um estranhamento em relação 
ao que lhe é familiar. Desta forma, este nicho de mercado busca inserir o turista 
como protagonista da sua viagem, ou seja, ele terá um processo de imersão e 
participação de fato no processo de visita. 
O turista de experiência não será o turista que apenas conhecerá a produção do 
vinho, por exemplo. Este nicho de mercado busca muito mais que o conhecimen-
to, ele quer fazer parte do processo, ou seja, ele quer participar da produção, tal 
como um membro daquela sociedade.
Um turismo cultural praticado de forma mais imersiva também tem sido um 
nicho de mercado crescente no turismo, ou seja, a cultura passa a atuar como 
principal motivador do deslocamento. Este mercado utiliza o cotidiano, os hábi-
tos e as rotinas de um povo, bem como suas características locais como principal 
catalisador da atividade. Desta forma, o turista não se desloca por um produto 
específico, como sol e praia, um parque temático ou uma paisagem específica, 
mas, sim, por um conjunto de atrativos capazes de representar uma forma tra-
dicional. Como exemplo de destino crescente no contexto do turismo nacional 
e que tem na cultura a sua principal atração podemos citar a região da Floresta 
Amazônica, a qual possui diversas belezas naturais capazes de motivar a visita 
do turista, todavia sua principal oferta é composta pelos povos tradicionais e 
pelas culturas identitárias, gastronômicas e saberes e fazeres dos seus residentes.
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Em uma perspectiva similar, podemos abordar outro nicho de mercado que 
está cada vez mais apegado ao local que visita. Ou seja, estes turistas não bus-
cam apenas ser turistas no destino, eles querem conhecer, de fato, o contexto 
cotidiano local, ou seja, possuem um nível de apego. Este tipo de turista escolhe 
seu destino com base nas suas avaliações sociais e psicológicas, buscando sanar 
desejos específicos de conhecimento sobre hábitos, rotinas e culturas locais. Este 
turista busca meios de hospedagem e de satisfazer suas necessidades (como de 
lazer e alimentação) tais como os residentes do destino. Em outras palavras, os 
turistas buscam agir como residentes, buscando mais identificação, envolvimen-
to e identidade com o lugar onde visitarão. Desta forma, os atrativos turísticos 
passam a agir como elementos secundários da sua visita.
Como podemos visualizar, estes novos nichos de mercado buscam por um 
turismo diferenciado, longe de multidões e atrativos convencionais. Estes tu-
ristas possuem desejos e necessidades específicas, mas que possuem um ponto 
em comum. Cada vez mais os gestores devem adotar ferramentas inovadoras 
que maximizem a experiência do visitante em conhecer a realidade local, e não 
apenas atrativos pensados para eles. Ou seja, deve haver um planejamento cola-
borativo que equipare a oferta de atrativos turísticos e a relação entre comunidade 
e visitante, buscando, assim, desenvolver a experiência do visitante bem como 
proporcionar um diferencial competitivo do destino.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
NOVOS DESAFIOS
Prezado(a) estudante, ao fim deste tema de aprendizagem, você pode perce-
ber que um destino será considerado competitivo quando ele tiver a capacidade 
de se organizar e comunicar, de fato, que, em seu planejamento, sejam tomadas 
todas as principais decisões que os torne atrativo perante os olhares dos visitantes. 
Precisamos lembrar que o planejamento é uma ferramenta cíclica, ou seja, ele não 
possui um fim, pois deve estar em constante avaliação e adaptação.
Mas como um destino pode se tornar atrativo? Bom, existem diversos fatores 
que influenciam na atratividade de destinos e atrações turísticas, dentre eles, 
podemos citar, a capacidade que o destino possui em inovar a sua oferta. Afinal, 
o turista se interessará pelo novo. Você não concorda? Por meio da inovação, os 
turistas são incentivados não apenas a visitar, mas também a revisitar determi-
nado território. Quando a inovação alcança seu objetivo, a localidade poderá ser 
considerada competitiva.
Neste tema de aprendizagem, você deve ter percebido ainda que os novos 
nichos de mercado surgem motivados pela inovação no turismo em busca da 
competitividade. Atualmente, o turismo de experiência é um nicho crescente, 
que é (e deve ser) explorado por destinos, buscando maximizar a experiência 
do turista durante a sua estadia. Assim, você, enquanto gestor de turismo, deve 
ter a capacidade de identificar as possibilidades de inovação disponíveis nos 
seus contextos e, consequentemente, a adoção de novos nichos de mercado que 
atendam às necessidades dos clientes.
Desta forma, a sua missão como gestor de turismo é encontrar caminhos 
coerentes que facilitem este processo de competitividade, inovação e gestão de 
nichos locais. Você deve lembrar sempre que a inovação não deve sobrepor as 
características das comunidades, e o turista não deve ser a única parte interessada 
responsável pela tomada de decisões. Um destino que busca excesso de inovações 
que não tenham relação com a sua cultura e tradição pode enfrentar problemas 
em relação ao seu público-alvo, gerando perda da atratividade e diminuição do 
seu fluxo de visitantes.
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VAMOS PRATICAR
1. Buscando mensurar e avaliar a competitividade de destinos, diversos modelos de 
mensuração da competitividade surgiram nos últimos anos. Dentre eles, o modelo de 
diamante de Porter, criado em 1990, é um dos mais utilizados para avaliação das van-
tagens competitivas de empresas e no setor turístico. O modelo prevê que um destino 
será competitivo quando possuir quatro atributos principais. 
Assinale a alternativa que não corresponde a um atributo defendido pelo modelo de 
diamante de Porter.
a) Condições de fatores.
b) Condições de procura.
c) Condições da demanda.
d) Estratégia, estrutura e rivalidade empresarial.
e) Existência de indústria relacionada e de suporte.
2. A competitividade no turismo é um campo complexo, visto que acaba envolvendo di-
ferentes fatores, como o ambiente natural e o criado, bem como todo o composto da 
oferta turística e não turística de uma comunidade. Buscando definir a competitividade, 
os autores Crouch e Ritchie (1999) delimitaram quatro componentes fundamentais para 
a competitividade de destinos. Assinale a alternativa que corresponde, corretamente, 
aos quatro componentes defendidos pelos autores.
a) Atrativos centrais, atrativos naturais, atrativos criados e infraestrutura turística.
b) Atrativos centrais, fatores e recursos de apoio, atrativos culturais e atrativos naturais.
c) Atrativos centrais, fatores e recursos de destino, gestão local e demanda local.
d) Atrativos centrais, fatores e recursos de destino, gestão local e atributos qualifica-
dores.
e) Atrativos centrais, atrativos naturais, fatores e recursos de destino e atributos qua-
lificadores.
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VAMOS PRATICAR
3. O turismo enfrenta um processo de constante evolução nos últimos anos. Cada vez 
mais os destinos implantam novas estratégias, buscando a manutenção do fluxo de 
turistas em seus territórios. Isso tem estimulado o uso de novos termos para denomi-
nar os turistas que buscam por estes novos mercados. A autora Ruschmann (2000) 
denomina estes visitantes como “novos turistas”.
Assinale a alternativa que corresponde ao motivo pelo qual Ruschmann (2000) defende 
o uso do termo “novo turista” em relação ao surgimento de novos nichos de mercado.a) Os novos nichos de mercado surgem, entre outros motivos, em resposta a um novo 
comportamento e pelo interesse dos turistas.
b) Os turistas jovens são predominantes no mercado, fazendo, assim, com que as suas 
preferências sejam diferentes dos turistas com mais de quarenta anos.
c) Os novos turistas buscam destinos tecnológicos, pois necessitam de ferramentas de 
comunicação mais eficientes para realizarem seus trabalhos ao mesmo tempo em 
que se divertem.
d) Vivemos em um processo de globalização constante, desta forma, os turistas buscam 
um novo consumo por meio da experiência de compartilhar, em tempo real, sua rotina 
no destino visitado.
e) Os novos turistas buscam processos de inovação diferenciados que priorizem a per-
sonalização de forma a diminuir o contato do visitante com o mundo globalizado.
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REFERÊNCIAS
CROUCH, G.; RITCHIE, J. R. B. Tourism, competitiveness, and societal prosperity. Journal of 
business research, v. 44, n. 3, p. 137-152, 1999.
DOMARESKI-RUIZ, T. C.; AKEL, F. M.; GÂNDARA, J. M. G. Estudos de competitividade turísti-
ca–comparativo do modelo de Dwyer e Kim e do estudo de competitividade dos 65 destinos 
indutores do Brasil. Turismo e Sociedade, v. 8, n. 1, 2015.
DOMARESKI-RUIZ, T. C.; GÂNDARA, J. M.; CHIM-MIKI, A. F. Destinos turísticos como territórios 
de inovação: análise dos vetores de competitividade urbana à luz dos pressupostos sugeri-
dos pela União Europeia, por meio do relatório ‘State of European Cities’. Turismo-Visão e 
Ação, v. 17, n. 3, p. 758-784, 2015b.
DWYER, L.; KIM, C. Destination Competitiveness: Determinants and Indicators. Current Is-
sues in Tourism, v. 6, n. 5, p. 369-414, 2003.
ESTEVÃO, C. et al. Fatores de competitividade turística: A área regional de turismo do Algar-
ve. Revista Pasos, v. 13, n. 4, p. 897-912, 2015.
FIUZA, T. F. et al. Análisis de las ventajas competitivas a través de la percepción de los turis-
tas: Un estudio en Bombinhas-Santa Catarina, Brasil. Estudios y perspectivas en turismo, 
v. 28, n. 2, p. 428-446, 2019.
MENEZES, V. O. de; CUNHA, S. K. Inovação como instrumento de desenvolvimento de ativida-
de turística. Revista Acadêmica Observatório de Inovação do Turismo, p. 18-38, 2014. 
PORTER, M. The Competitive Advantage of Nations. New York, NY: Free Pass, 1990.
RUSCHMANN, D. A experiência do turismo ecológico no Brasil: um novo nicho de mercado 
ou um esforço para atingir a sustentabilidade. Turismo – visão e ação, v. 5, p. 81-90, 2000. 
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1. C. De acordo com o modelo de Diamante de Porter (1990), um destino será competitivo 
quando possuir a capacidade de oferecer fatores de produção eficientes, denominado 
condições de fatores; motivar a busca pelo produto ou serviço oferecido no mercado 
nacional, denominado condições de procura; possibilitar condições de regulamentação 
da criação, organização e direção das empresas, denominada estratégia, estrutura e 
rivalidade empresarial; e, por fim, avaliar a existência ou ausência de indústrias ou orga-
nizações que são competitivas em mercados nacionais ou internacionais. Assim, a única 
alternativa que não corresponde a um aspecto defendido pelo modelo é a alternativa C, 
condição de demanda.
2. D. Crouch e Ritchie (1999) defendem que a competitividade dos destinos é determinada 
pela combinação dos atrativos centrais que são as razões pelas quais os turistas esco-
lhem o destino; pela base de apoio na qual se assenta a competitividade, denominada 
fatores e recursos de suporte; pela gestão do destino que está ligada às ações dos ges-
tores para aumentar o apelo dos recursos turísticos; e, ainda, por variáveis críticas que 
influenciam a atividade, denominada atributos qualificadores. Aspectos relacionados a 
atrativos naturais, criados, infraestrutura específica do turismo e atributos da demanda 
não são mencionados de forma direta pelos autores. Desta forma, apenas a alternativa 
D apresenta corretamente os quatro componentes.
3. A. Ruschmann (2000) defende que as novas opções de mercado tornaram o turista mais 
exigente, pois, com o crescente número de destinos turísticos existentes, suas opções de 
escolhas foram ampliadas. Consequentemente, os destinos buscam uma personalização 
maior, que acabou gerando uma mudança de comportamento dos turistas, que não bus-
cam formas de turismo tradicionais, mas, sim, formas de turismo que atendam às suas 
necessidades e seus desejos específicos, independentemente do grau de contato com 
as TICs, durante sua experiência. Isso gerou novos pequenos grupos de indivíduos que 
são denominados “novos turistas”, devido à sua mudança de comportamento perante a 
atividade. Desta forma, podemos considerar que a alternativa A está correta e as alter-
nativas B, C, D, e E não apresentam, corretamente, uma justificativa para o uso do termo.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS ANOTAÇÕES
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4que cresceram a partir da exposição na mídia como cenário de filmes 
e novelas; Olinda (PE), Ouro Preto e Diamantina(MG), Sete Povos das Missões (RS) 
e outros, passam pelo reconhecimento e valorização do seu patrimônio artístico e 
cultural, entre outros.
As empresas turísticas começam a diversificar os seus segmentos de atuação 
para atenderem ao turismo de negócios e eventos, da terceira idade, do público 
GLS (LGBTQIA+), de ecoturismo, de aventura, de intercâmbio entre outros. Na 
aviação, houve a busca de alianças para concorrer com o mercado internacional 
e o aumento de voos charters e, sob fretamento, pressionou a queda de preços e o 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
aumento da demanda, levando o turismo rodoviário à decadência. O transporte 
ferroviário de passageiros decaiu, mesmo com as privatizações. 
No transporte marítimo, houve o incentivo pela Lei de Cabotagem (Emenda 
Constitucional nº 7 de 16.08.1995), o qual permitiu que navios estrangeiros levas-
sem turistas pela costa brasileira, levando ao aumento da demanda e à necessida-
de de melhoria dos portos. A hotelaria nacional foi ampliada e diversificada. Os 
investimentos se voltaram para os grandes centros urbanos e para a categoria de 
hotéis econômicos, atraindo para o Brasil redes hoteleiras, como Sol Meliá (Espa-
nha), Choice Atlântica (EUA), Renaissance (EUA) e Grupo Posadas (México). No 
litoral nordestino, surgiram mega resorts, a exemplo do Costa do Sauípe, na Bahia, 
inaugurado nos anos 2000. Mas, segundo uma pesquisa realizada pela Embratur 
(1999), "a maior parte dos meios de hospedagem brasileiros ainda se caracterizava 
pela administração familiar e pelo pequeno porte" (SOLHA, 2002, p. 154). 
No setor de entretenimento, destaca-se a ampliação na oferta de parques 
temáticos e aquáticos e da estruturação para comercialização dos parques na-
cionais. De acordo com a Associação das Empresas de Parques de Diversão do 
Brasil (Adibra), em 1998, havia 35 parques brasileiros sendo comercializados. 
(BRUNO; FRANZINI,1999, p. 98 apud SOLHA, 2002, p. 154). 
De 2005 até hoje, o Brasil teve a oportuni-
dade de sediar dois megaeventos internacionais: 
a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas Rio 
2016, mas a sua participação no mercado inter-
nacional ainda é tímida. O setor vem aperfeiçoando os seus instrumentos de 
gestão de dados sobre o turismo e segue com políticas públicas orientadas 
pelo Ministério do Turismo para a qualificação profissional e diversificação de 
destinos e produtos turísticos em franca expansão. 
Turismo no percurso do tempo 
Autor: Mirian Rejowski
Ano: 2002
Síntese: neste livro, você poderá se aprofundar sobre este 
tema com um texto objetivo e atraente que discorre sobre a 
evolução histórica do turismo, contrapondo o panorama inter-
nacional com o nacional. 
Boa Leitura!
INDICAÇÃO DE LIVRO
Copa do Mundo 
de 2014 e as 
Olimpíadas Rio 2016
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A INTENSIFICAÇÃO DA GLOBALIZAÇÃO E DAS TECNOLOGIAS 
NA PROMOÇÃO DO TURISMO CONTEMPORÂNEO
O século XXI vem repleto de desafios. Por um lado, o crescimento do terrorismo 
marcado pelo atentado ao World Trade Center de Nova Iorque, em 2001, o au-
mento do fluxo de refugiados, o overturism, o aquecimento global, a pandemia 
da covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia têm levado o mundo a repensar 
muitos hábitos, entre eles as viagens. 
Overturism, ou overturismo, é uma atualização para o conceito de turismo de 
massa, em que o volume de visitantes concentrados em determinados atrativos 
turísticos gera prejuízos ao ecossistema local e à experiência do turista. Em 
2018, várias cidades se manifestaram contra o volume de turistas, como Paris, 
Veneza, Roma, Barcelona e Amsterdam. 
EU INDICO
Por outro ângulo, o novo tempo está marcado por avanços tecnológicos, in-
tensificando a globalização e a competitividade internacional. A populariza-
ção da internet e dos telefones móveis reformulou as formas de comunicação 
e de comercialização e se multiplicaram as motivações e as formas de viajar 
e de se hospedar, como o cicloturismo e as acomodações em residências e 
quartos comercializados por plataformas, como Airbnb. O trabalho híbrido 
ou virtual cria um perfil de viajante: os nômades digitais, que se hospedam 
em qualquer parte do mundo independentemente do período de férias. Para 
este perfil, os meios de hospedagem oferecem comodidades, como diárias e 
pensões mais adequadas à longa permanência e ao ambiente para trabalho 
com alta tecnologia. 
Inovações, como a plataforma Worldpackers possibilitam às pessoas se hos-
pedarem em troca de trabalho nos empreendimentos parceiros da plataforma. 
A cultura petfriendly proporcionou a oferta de meios de hospedagem para ani-
mais de estimação e adaptação nos serviços de hospedagem para os acolher 
junto aos hóspedes. E as viagens turísticas espaciais se tornaram realidade, 
embora restrita a milionários disputados pelas empresas Virgin Galactic, Blue 
Origin e SpaceX. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Diante desta evolução do turismo, quais serão as tendências para o futuro da 
atividade turística? Aprofundaremos este assunto com alguns exemplos práti-
cos em nossa vídeoaula. 
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
O mercado turístico vive de inovação. Os profissionais precisam se preparar para 
superar questões ambientais e sociais que impulsionam ações sustentáveis em 
âmbito internacional e impactam nas relações de hospitalidade, tais como: a 
desigualdade econômica, as novas configurações familiares, aceitação às diferen-
ças de gênero, a qualidade de vida e a longevidade, enfrentamento à xenofobia, 
principalmente, em relação a refugiados, o racismo, a violência urbana e contra 
mulheres e menores de idade, a corrupção, as fake news. A superação da fome, 
da falta de habitação, de educação, do emprego, da dignidade humana ainda se 
apresentam na base das crises de muitos países. O turismo só será uma atividade 
plena, se for democrática e contribuir para mitigar o sofrimento das pessoas. 
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VAMOS PRATICAR
1. “O século XIX foi marcado por profundas mudanças econômicas e sociais, com os tra-
balhadores migrando das áreas rurais de agricultura básica para as áreas urbanas, 
onde se localizavam as fábricas. A nova tecnologia da máquina a vapor, a princípio 
implantada nas fábricas de forma estacionária, foi aplicada aos navios e ao trem” (RE-
JOWSKI,2002, p. 44).
Com relação aos hábitos de viagem no século XIX, analise as afirmativas a seguir:
I - A Itália, país que dominou o mundo na segunda metade do século XIX, tinha condições 
favoráveis para liderar o negócio de viagens e acabou por “impor” suas ideias liberais 
e seus costumes à sociedade.
II - A Revolução Industrial foi a causa de grandes mudanças sociais, entre elas a criação 
de uma classe média, o aumento do tempo livre e a procura das viagens recreativas. 
III - Os centros termais, que eram simplesmente chamados de balneários, exerciam atra-
ção de uma clientela mais abastada, principalmente, pelo entretenimento e pelo pra-
zer, uma vez que os cassinos estavam em desativação. 
IV - Os hábitos de viagem com eçaram a se alterar. As viagens da aristocracia, caracte-
rizadas pela longa permanência, gradativamente, vão sendo superadas por novos e 
diferentes destinos frequentados pela classe média em ascensão. 
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II e IV.
c) III e IV. 
d) I, II e III.
e) I, II, III e IV.
2. “Podemos nos referir à Antiguidade ou às Antigas Civilizações quando falamos de po-
vos muito antigos. Em geral, costuma-se dividir este período histórico em Oriental 
- englobando principalmente as civilizações da Mesopotâmia e Egito (ligados a estas 
duas estão os fenícios, hebreus e persas) - e a Clássica” (MEES; GUIMARÃES, 2009, p. 
15) composta, basicamente, por duas civilizações que foram o berço para a cultura do 
mundo Ocidental sob a perspectiva eurocêntrica. 
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VAMOS PRATICAR
A respeito das duas civilizações da Antiguidade Clássica, é correto o que se afirma em:
a) Grécia e Roma.
b) Inca e Maia.c) China e Índia. 
d) Grécia e China. 
e) Roma e Índia. 
3. “Um jovem de 32 anos foi o responsável por uma das mais importantes transformações 
nas viagens. Por meio da intuição e de uma impressionante capacidade visionária, 
conseguiu imaginar o transporte de passageiros com tarifas reduzidas, o que aumen-
taria a demanda. [...] Em 1841, organizou o primeiro tour de viagens em larga escala 
conduzindo juntas quase 500 pessoas dos mais diversos tipos para um congresso 
antialcoólico em Leicester” (BARBOSA, 2002, p. 52).
Com base no exposto, identifique o responsável pela introdução do agenciamento 
turístico: 
a) Auguste Escoffier. 
b) Cesar Ritz. 
c) James Watt. 
d) Robert Fulton.
e) Thomas Cook. 
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REFERÊNCIAS
BARBOSA, Y. M. História das viagens e do turismo. São Paulo: ALEPH, 2002. (Coleção ABC 
do Turismo).
MACHADO, J. P. História aplicada ao turismo. Manaus: Centro de Educação Tecnológica do 
Amazonas, 2010.
MEES, L. A.; GUIMARÃES, V. L. História e Turismo. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2009.
REJOWSKI, M.(org.). Turismo no Percurso do Tempo. São Paulo: ALEPH, 2002. (Série Turis-
mo).
SOLHA, K. T. Evolução do Turismo no Brasil. In: REJOWSKI, M. (org.). Turismo no Percurso do 
Tempo. São Paulo: ALEPH, 2002. (Série Turismo).
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1. B. A afirmativa I está incorreta, pois foi a Grã-Bretanha, Inglaterra, que dominou as via-
gens e os costumes à época. A afirmativa II está correta, pois, no campo, o trabalho era 
constante, enquanto nas cidades, havia divisão do tempo para trabalho e de não trabalho, 
possibilitando o lazer e as viagens curtas à classe emergente. A afirmativa III está incor-
reta, pois os balneários modernos incorporaram os cassinos, e o jogo ainda era uma das 
atividades que mais fascinava os visitantes da localidade. A afirmativa IV está correta, 
pois a classe média, superior em número em relação à elite, gerou volume de viagens a 
balneários e montanhas.
2. A. A alternativa A está correta, Grécia e Roma são civilizações que sintetizam a origem 
do mundo ocidental; a alternativa B está incorreta, pois Maias e Incas são civilizações 
pré-colombianas das Américas; a alternativa C está incorreta, China e Índia estão no 
Oriente e são duas das civilizações mais antigas e mais populosas do mundo, atualmente; 
a alternativa D está incorreta, pois a Grécia corresponde à Antiguidade Clássica, mas a 
China, ao Oriente; a alternativa E está incorreta, pois Roma corresponde à Antiguidade 
Clássica, mas a Índia, ao Oriente.
3. E. A alternativa A está incorreta, pois Auguste Escoffier foi responsável pela moderniza-
ção dos serviços de restaurantes de luxo; A alternativa B está incorreta, pois César Ritz 
introduziu o conceito de hotelaria de luxo, sendo conhecido como “O hoteleiro dos reis; o 
rei dos hoteleiros”; A alternativa C está incorreta, pois James Watt foi o responsável pelo 
desenvolvimento da máquina a vapor; A alternativa D está incorreta, pois Robert Fulton 
realizou o primeiro ensaio bem-sucedido de navegação a vapor, em 1807 (REJOWSKI,2002, 
p. 45); A alternativa E está correta, Thomas Cook é considerado o “Pai do Turismo”.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
DISCUTINDO O CONCEITO 
DE TURISMO
Refletir sobre o turismo e as suas aproximações conceituais.
Comparar as relações entre o turismo como fenômeno social e como atividade econômica.
Compreender a interdisciplinaridade do Turismo.
Entender os efeitos multiplicadores do turismo na economia.
Refletir sobre os impactos positivos e negativos do Turismo nas localidades.
Conhecer o SISTUR como método de análise do Turismo.
Considerar as análises críticas ao turismo para consolidação de uma ciência. 
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2
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INICIE SUA JORNADA
Quando você pensa em Turismo, como você o definiria? Geralmente, associamos 
turismo ao mercado das viagens. Não é mesmo? Mas esta é só “a ponta de um 
iceberg”. 
As viagens são a consequência de uma série de variáveis que precisam ser 
analisadas até que se possa afirmar que o que está acontecendo em uma locali-
dade possa ser entendido como Turismo. Este conceito ainda é muito discutido, 
pois se trata de uma área de conhecimento multidisciplinar, interdisciplinar e 
transdisciplinar, ou seja, construído por várias disciplinas de diferentes áreas do 
conhecimento, com relativas interdependência e transversalidade. 
Neste tema, você conhecerá alguns dos principais conceitos e refletirá sobre 
as interfaces do turismo com outras áreas e com as práticas de mercado. 
Por que discutir o conceito de turismo? A atividade turística é percebida 
como uma grande oportunidade de investimento tanto por parte da iniciativa 
privada como pelos gestores públicos. Afinal, é um setor capaz de atrair dinheiro 
novo, em moeda forte para o mercado nacional. Cada estrangeiro que vem ao 
Brasil injeta capital na economia. Mas será que o viés econômico, sob a ótica 
do mercado, é o único capaz de justificar a importância dos estudos turísticos? 
Aperte o play e acompanhe novas direções. 
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Neste vídeo viajaremos no tempo para recordar a evolução do turismo e com-
preender como se tornou uma atividade econômica marcante do século XX
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
AS RELAÇÕES ENTRE O TURISMO COMO FENÔMENO SOCIAL 
E ATIVIDADE ECONÔMICA
Ao longo da história da humanidade, muitas foram as viagens empreendidas 
pelo homem, pelas mais diversas motivações e em diferentes contextos: em busca 
da subsistência, para a expansão do domínio sobre territórios, para fins comer-
ciais ou místicos, em fuga das guerras, entre outros. Todos estes deslocamentos 
contribuíram para o desenvolvimento do turismo, que tem no deslocamento do 
homem no espaço e no tempo os seus objetos de estudo. 
A partir da Idade Moderna, mais especificamente, com o agenciamento pio-
neiro de Thomas Cook, em 1841, na Inglaterra, o conceito de turismo começa a se 
consolidar como uma atividade organizada. Mas não é só isso. As pessoas daquela 
época passaram a ter um tempo de vida diferenciado do que tinham quando vi-
viam, prioritariamente, do que produziam no campo. Com o avanço do processo 
de industrialização, a vida nos centros urbanos divide o tempo de trabalho nas 
fábricas e de “não trabalho”, ou de lazer. E como opção de lazer, o turismo, baseado 
nas viagens praticadas voluntariamente, no tempo livre e por prazer. 
O turismo pode ser considerado uma atividade que se consolida na pós-mo-
dernidade. Segundo Trigo (1999, apud PANOSSO NETTO; TRIGO, 2003, p. 71): 
 “ Nas sociedades pós-industriais, o turismo, juntamente com o lazer, 
a cultura, as artes, o esporte, a preocupação com a qualidade de 
vida, desenvolveu-se a cada ano, ganhando sempre mais espaço nos 
meios de comunicação, nos negócios internacionais, no interesse e 
no cotidiano das pessoas. 
VOCÊ SABE RESPONDER?
Por que as pessoas querem viajar? Será pelo fato de o mercado ter se organizado, 
ou por que as pessoas simplesmente querem satisfazer seu desejo de viajar?
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O Turismo parte de um fenômeno social, ou seja, 
de acontecimentos, comportamentos ou situa-
ções observadas na vida da sociedade. Assim, as 
primeiras bases de estudos do turismo podem estar na filosofia, na história, na 
geografia, na antropologia e na sociologia. Conforme a intensidade do fenômeno 
das viagens voluntárias de tour, de giro, ou seja, de ida para algum lugar e volta 
para o lugar de origem, o mercado se organiza para oferecer melhores condi-
ções para comercialização de transportes, hospedagem, lazer e alimentação, por 
exemplo. Então, conhecimentos de economia, administração, marketing, relações 
O que é a Pós-modernidade? Mais do que um tempo após a 
Idade Moderna, trata-se de uma série de comportamentos so-
ciais dela decorrentes, das quais emergem novos contextos e 
visões de mundo. O filósofo Luiz Felipe Pondé apresenta o seu 
ponto de vista. Assista ao vídeo acessando o link: 
APROFUNDANDO
O Turismo parte de 
um fenômeno socialUNIASSELVI
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
internacionais, técnicas comerciais e ciência jurídica também contribuem para 
os estudos turísticos. 
O turismo como atividade organizada, associada ao tempo livre e de custo 
relativamente alto, foi uma prática acessível, majoritariamente, às elites sociais, 
que imprimiam modelos de comportamento, um modo de vida desejado pela 
maioria das pessoas que não dispunham das mesmas condições. 
Ainda hoje, quem não sonha em poder sair sem destino, descobrindo novos 
lugares, pessoas e culturas, sem dia ou hora para voltar? Ou, minimamente, 
passar um final de semana em uma ilha paradisíaca? De onde vem estas ide-
ações, estes imaginários? 
PENSANDO JUNTOS
Em parte, da natureza humana, inquieta e desejosa de novos conhecimentos. Em 
grande parte, construída pela mídia que estimula o consumo de bens e serviços 
em escala global. Então, outras áreas também entram no campo de estudos do 
turismo, como a psicologia, a imprensa em diferentes mídias, o marketing digital, 
a propaganda, a produção cinematográfica e o show business, estas analisam e 
influenciam o comportamento dos consumidores.
Num mundo altamente competitivo, cada vez mais cidades querem disputar 
o desejo de viajantes e o seu poder de consumo. O mercado e os viajantes de-
pendem das cidades, onde se encontram os atrativos turísticos, os serviços de 
transportes, hospedagens, opções de alimentação, lazer etc. Além disso, a cidade 
deve dispor de infraestrutura básica de abastecimento de água e saneamento, 
vias de acesso, iluminação, saúde, segurança pública, entre outros, aos quais os 
visitantes compartilham o uso com seus habitantes. 
O estudo do turismo deve considerar, também, o patrimônio natural (por 
meio da biologia, da ecologia etc.), o patrimônio cultural (manifestações artísti-
cas e culturais, arquitetura), a gestão pública, o planejamento urbano, a susten-
tabilidade, entre outros relacionados aos territórios em que o turismo ocorre. De 
acordo com Cruz (2006, p. 338): 
 “ Duas características intrínsecas ao turismo o diferenciam, fundamen-
talmente, de outras atividades econômicas ou produtivas. Uma delas 
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é o fato de o turismo ser, antes de qualquer coisa, uma prática social. 
A outra é o fato de ser o espaço seu principal objeto de consumo.
Diante de tamanha complexidade, podemos compreender que existam diferentes 
pontos de vista para conceituar o turismo. Vejamos alguns deles. 
DISCUTINDO OS CONCEITOS DE TURISMO
A definição de turismo mais amplamente aplicada é a da Organização Mundial 
do Turismo (OMT/UNWTO), uma agência especializada das Nações Unidas, 
sendo a principal organização internacional de âmbito turístico com um fórum 
mundial para o debate das questões de política do turismo. Da sua agenda política 
fazem parte temas, como competitividade, sustentabilidade, redução da pobreza, 
capacitação, cooperação e orientação para um turismo responsável e susten-
tável. A OMT promove, ainda, a implementação do Código Mundial de Ética 
do Turismo. Foi oficialmente fundada em 1970, mas sua história remonta aos 
anos 1925 com os primeiros congressos internacionais das Associações Oficiais 
de Tráfego Turístico, tratando-se de uma “organização internacional de caráter 
intergovernamental, hoje com status de instituição especializada da Organização 
das Nações Unidas (ONU)” (PAKMAN, 2020, p. 449). Deve-se ter em mente que,
 “ A OMT direciona os esforços para uma formulação que sirva de 
referência geral para estabelecer as definições operacionais reque-
ridas para atender às suas necessidades particulares: critérios claros 
para aplicar no levantamento e elaboração de estatísticas turísticas, 
sempre que tais informações sejam produzidas (PAKMAN, 2020, 
p. 453). 
Desde 1994, a OMT adota como definição:
 “ O turismo compreende as atividades que as pessoas realizam du-
rante suas viagens e estadias em lugares diferentes de seu entorno 
habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com fina-
lidade de lazer, negócios ou outras (OMT, 2001, p. 38). 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
A OMT, desde 1994, define que os elementos motivadores da viagem podem 
ser lazer, negócios ou outros, tratando-se de um fenômeno social, cultural e econô-
mico. Em 2008, a OMT teria formulado um conceito mais abrangente, segundo o 
qual define: “O turismo é um fenômeno social, cultural e econômico, que envolve 
o movimento de pessoas para lugares fora do seu local de residência habitual, ge-
ralmente por prazer” (OMT/ONU, 2008 apud PAKMAN, 2020, p. 473).
Perceba que, neste conceito, além dos autores 
identificarem as atividades turísticas, ainda ressal-
tam a importância econômica do turismo ao indi-
car que o turismo produz “riquezas e geram empre-
gos nas muitas regiões do país”, e isso possibilita melhor distribuição de renda, o 
que, até os anos 2000, estava muito concentrada nas cidades mais urbanizadas. O 
movimento de crescimento do setor acontece em decorrência da saída de pessoas 
do seu entorno habitual e tendo o prazer (lazer) como principal motivação para a 
prática do turismo. (PAKMAN, 2020).
Em um viés mais geográfico e crítico, podemos considerar que o Turismo é, 
antes de mais nada, “uma prática social que envolve o deslocamento de pessoas 
pelo território e que tem no espaço geográfico seu principal objeto de consumo” 
(CRUZ, 2003, p. 5). E por que crítico? Porque é no campo da geografia que se 
o turismo produz 
“riquezas e geram 
empregos
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verificam grandes impactos das atividades turísticas, no meio ambiente, na eco-
nomia, na qualidade de vida dos habitantes. E quando pensamos em consumo do 
espaço geográfico, diferentemente do que ocorre com produtos industrializados 
e tangíveis, em que após o consumo há descarte, no turismo, o espaço produzido, 
muitas vezes, gera aglomeração de pessoas, poluição sonora e ambiental, desca-
racterização da cultura, processos de gentrificação, ou seja, impactos profundos 
na vida dos residentes que perduram gerações mesmo após a saída dos turistas. 
Mas o que é Gentrificação? Assista a este vídeo para com-
preender como ocorre este processo. 
APROFUNDANDO
Um conceito bem apropriado para a complexidade do fenômeno turístico é apre-
sentado pelo Jafari (1998 apud BENI, 2001, p. 36), segundo o qual o Turismo: 
 “ É o estudo do homem longe de seu local de residência, da indústria 
que satisfaz suas necessidades, e dos impactos que ambos, ele e a 
indústria, geram sobre os ambientes físico, econômico e sociocul-
tural da área receptora.
Neste conceito, destaca-se o entendimento do turismo como um estudo, 
o que é bem adequado na medida em que tanto o fenômeno quanto a ativida-
de turística apresentam comportamentos diferentes onde ocorrem. Trata-se, 
então, de um estudo que relaciona o homem que está longe de seu entorno 
habitual (visitante, excursionista, turista); da “indústria”, ou seja, de tudo que é 
produzido e dos serviços criados para atender às necessidades e às expectativas 
deste viajante. Também estuda os impactos que tanto os viajantes quanto as 
atividades turísticas geram nos ambientes físicos (espaços naturais e urbanos), 
econômicos (novos empreendimentos, empregos, impostos) e sociocultural 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
(apropriação da cultura local para comercialização, qualificação profissional, 
processos de gentrificação e de aculturação) das áreas onde o turismo ocorre.
Aculturação? O que é isso? Assista a este vídeo e reflita sobre os 
modelos atuais de aculturação ou, mais sutilmente, de misci-
genação e hibridismo cultural, muito recorrente nas localidades 
em que o turismo ocorre.
APROFUNDANDO
Conceitualização de termos 
De acordo com Beni (2001) podemos destacar alguns elementos frequentes nos 
conceitos de Turismo:
1. Viagem ou deslocamento: “Sem deslocamento não existe turismo”. O 
movimento está intimamente conectado ao próprio sentido etimológico 
do termo “tour”, que, em francês, significa apenas “movimento circular” 
em linguagem figurada. A partirdo começo do século XVIII, os ingleses 
formaram os termos tourism (turismo), tourist (turista). Deve-se, pois, 
aos ingleses o sentido atual do termo, como “viagem em circuito; deslo-
camento de ida e volta” (BENI, 2001, p. 37). Cabe destacar que se trata 
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de uma viagem ou de um deslocamento voluntário, ou seja, diferente 
da situação vivida por refugiados políticos ou de guerras, por exemplo. 
Mesmo as viagens a trabalho, já se caracterizam como um segmento de 
mercado, o Turismo de Negócios. 
2. Permanência fora do domicílio: vinculado à viagem está a permanência 
fora da própria residência, ou entorno habitual. A duração dessa perma-
nência é uma das variáveis principais na caracterização do fluxo turístico. 
De acordo com Ignarra (2003, p. 14): “os viajantes são consumidores de 
serviços turísticos, quaisquer que sejam as suas motivações”. 
Quando o viajante não pernoita em uma lo-
calidade turística, é considerado visitante ou 
excursionista. De modo geral, todo turista é 
visitante, mas nem todo visitante é turista. 
Turista: toda pessoa, sem distinção de raça, sexo, língua e religião que ingresse 
no território de uma localidade diversa daquela em que tem residência habitual 
e nele permaneça pelo prazo mínimo de 24 horas e máximo de seis meses, no 
transcorrer de um período de doze meses, com finalidade de turismo, recreio, es-
porte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinações religiosas ou negócios, 
mas sem propósito de imigração.
 (IGNARRA, 2003, p. 15).
Excursionistas/Visitantes: são identificados pelas viagens organizadas em 
grupos, as excursões, que têm o acompanhamento dos guias de turismo para 
o deslocamento, visitação aos atrativos de uma ou mais localidades, serviços de 
alimentação e regresso à cidade de origem no mesmo dia. De acordo com Ignarra 
(2003, p. 15), alguns autores também consideram visitantes os participantes de 
cruzeiros marítimos ou fluviais “que visitam uma localidade, mas que pernoitam 
nas embarcações” e aqueles que se hospedam em residências secundárias ou 
em casas de parentes.
ZOOM NO CONHECIMENTO
3. Temporalidade: a viagem e a permanência são os dois primeiros elementos 
característicos do turismo, mas o tempo de permanência do turista em um 
destino não pode caracterizar residência. Por exemplo: viajantes que mudam 
de cidade ou país para fixar residência são emigrantes/imigrantes, e não turis-
tas. Neste sentido, segue-se a orientação do conceito da OMT, no qual o tu-
todo turista é 
visitante, mas nem 
todo visitante é 
turista.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
rista terá permanência máxima de até um ano. O tempo de permanência dos 
turistas em uma localidade também incide sobre os impactos econômicos. 
Por exemplo: cidades litorâneas tendem a receber mais visitantes aos finais de 
semana em países tropicais; as férias escolares marcam bem os períodos de 
alta temporada dessas cidades e de cidades que têm o turismo de lazer como 
atividade econômica, elevando o tempo de permanência, que pode ser de sete 
a catorze ou mais dias. A esta variação entre períodos de alta temporada - ou 
seja, de maior frequência e permanência de turistas e de baixa temporada, 
quando a frequência é diminuída, denominamos sazonalidade turística. 
4. Objeto do Turismo: é o elemento concreto do fenômeno que se traduz segun-
do Beni (2001, p. 37) “no equipamento receptivo e no fornecimento dos ser-
viços para a satisfação das necessidades do turista, que se denomina Empre-
sa de Turismo. Ela é complexa, em grande parte, responsável pela produção, 
preparação e distribuição dos bens e serviços turísticos”. Ainda segundo Beni 
(2001), bens turísticos podem ser entendidos como todos os elementos obje-
tivos e subjetivos passíveis de receber um valor econômico, ou seja, um preço. 
Os bens subjetivos ou intangíveis são, por exemplo, o ar puro, o som do mar, 
as belezas naturais, a qualidade dos serviços, percebida de forma diferente 
por cada indivíduo. Já os bens objetivos ou tangíveis podem ser: materiais 
(monumentos, acervo de museus, praias) ou imateriais (paisagens, clima, 
sabores etc.); imóveis (a edificação das casas, museus, hotéis) ou móveis 
(produtos gastronômicos, artísticos, artesanais); duráveis (produtos arte-
sanais) ou perecíveis (produtos gastronômicos); de consumo (bens que 
satisfazem, diretamente, as necessidades dos turistas) e de capital (que são 
utilizados para a produção de outros bens); básicos, complementares e in-
terdependentes; naturais ou artificiais (BENI, 2001, p. 38). 
Sobre os impactos do turismo
O Turismo consolidou-se como prática social e vem sendo cada vez mais estu-
dado, paralelamente ao fenômeno, o mercado também vem se adaptando com 
segmentos cada vez mais especializados, além da adoção da tecnologia e da ino-
vação para proporcionar mais e melhores experiências tanto aos turistas quanto 
às cidades receptoras. Beni (2001, p. 39) destaca que o turismo é um eficiente 
meio para: 
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• promover a difusão de informação sobre uma determinada região ou localidade, 
seus valores naturais, culturais e sociais;
• abrir novas perspectivas sociais como resultado do desenvolvimento econômico 
e cultural da região;
• integrar socialmente, incrementar (em determinados casos) a consciência na-
cional;
• desenvolver a criatividade em vários campos.
• promover o sentimento de liberdade mediante a abertura ao mundo, estabe-
lecendo ou estendendo os contatos culturais, estimulando o interesse pelas via-
gens turísticas.
Por outro lado, quando não planejado ou não monitorado, o turismo pode pro-
vocar impactos negativos, como a degradação e a destruição dos recursos natu-
rais; perda da autenticidade da cultura local; a descrição estereotipada e falsa do 
turista e do país ou da região de que procede, por falta de informação adequada; 
ausência de perspectivas para aqueles grupos da população local das áreas de 
destinação turística que não obtêm benefícios diretos das visitas dos turistas ou 
do próprio sistema de turismo da localidade; o aparecimento de fenômenos de 
disfunção social na família, patologia no processo de socialização, desintegração 
da comunidade; a dependência do capital estrangeiro ou de estereótipos existen-
tes em face do turismo. 
Pode-se perceber que o turismo pode ser muito bom para muitos, mas nem 
sempre será para todos. Embora saibamos que “sem turista, não há turismo”, 
cabe aos gestores das cidades (prefeituras, secretarias de turismo e outros órgãos) 
o planejamento e o ordenamento da atividade turística de modo que esta bene-
ficie também os moradores. 
Leia o artigo da Profª Rita de Cássia Cruz sobre Planejamento governamental do 
turismo: convergências e contradições na produção do espaço. 
EU INDICO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
O SISTEMA DE TURISMO - SISTUR
Diante da complexidade em conceituar o turismo para além do mercado de 
viagens e para fins de ampla análise de como o turismo ocorre em uma localida-
de, Beni (2001) propôs o Sistema de Turismo (SISTUR). O SISTUR tem como 
objetivo desenvolver o plano de estudos da atividade de turismo, levando em 
consideração a necessidade de fundamentar as hipóteses de trabalho, justificar 
posturas e princípios científicos, aperfeiçoar e padronizar conceitos e definições 
e consolidar condutas de investigação para instrumentar análises e ampliar a 
pesquisa, com consequente descoberta e desenvolvimento de novas áreas de 
conhecimento em turismo.
Descrição da figura: três retângulos, inter-relacionados por setas. O retângulo superior apresenta o conjunto das 
relações ambientais, com a interseção de quatro círculos correspondentes: 1) ambiente ecológico; 2) ambiente 
social, 3) ambiente cultural e 4) ambiente econômico; o retângulo inferior direito contém o conjunto da organi-
zação estrutural, contendo a interdependência entre a superestrutura e a infraestrutura; o retângulo inferior 
esquerdo contém o conjunto das Ações Operacionais composto por elementos do mercado: a oferta, a demanda 
e os canaisde distribuição
Conjunto das Relações Ambientais
Conjunto da Organização Estrutural
Ecológico
Econômico
Cultural
Social
MERCADO
Distribuição
OFERTA
(Produção)
DEMANDA 
(Consumo)
SUPERESTRUTURA
INFRAESTRUTURA
Conjunto das Ações Operacionais
Figura 1- O SISTUR - Sistema de Turismo / Fonte: adaptada de Beni (2001).
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O Sistur apresenta o Conjunto das Relações Ambientais como a base territorial 
na qual se estabelece o Conjunto da Organização Estrutural e o Conjunto das 
Ações Operacionais. 
O Conjunto das Relações Ambientais é composto pela interseção de quatro 
círculos correspondentes aos ambientes ecológicos (os recursos naturais, a paisa-
gem); social (os residentes e sua organização em sociedade), (3) ambiente cultural 
(as manifestações culturais que a sociedade produz e (4) ambiente econômico 
(os modos de produção econômica da localidade). 
Conjunto da Organização Estrutural é composto pela superestrutura e a 
infraestrutura. De acordo com Beni (2001, p. 99), “esse subsistema refere-se à 
complexa organização tanto pública quanto privada que permite harmonizar a 
produção e a venda de diferentes serviços do Sistur”. A superestrutura correspon-
de à gestão pública e à sociedade organizada que, por meio de entidades, como 
associações, comissões e fóruns contribuem para a organização da atividade 
local, inclusive, provendo a infraestrutura necessária (vias de acesso, sinaliza-
ção, abastecimento de água, luz, saneamento etc.) para atender ao mercado e à 
demanda turística, além da população residente. 
E o Conjunto das Ações Operacionais que se refere ao mercado, composto 
pela:
OFERTA TURÍSTICA
Refere-se ao que é produzido para o turismo. Trata-se do “conjunto de equipa-
mentos, bens e serviços de alojamento, alimentação, de recreação e lazer, de 
caráter artístico, cultural, social ou de outros tipos, capaz de atrair e assentar 
numa determinada região, durante um período determinado de tempo, um públi-
co visitante” (BENI, 2001, p. 159).
DEMANDA TURÍSTICA
É o subsistema que envolve “as pessoas que se deslocam temporariamente de 
sua residência habitual, com propósito recreativo ou por outras necessidades 
e razões, que demandam a prestação de alguns serviços básicos” do turismo 
(BENI, 2001, p. 209). 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Cada um destes conjuntos e subconjuntos apresentam desdobramentos e com-
portamentos diferentes em cada lugar onde o turismo acontece. Cabe ressaltar 
o turismo como fator multiplicador da economia local, uma vez que não só 
as empresas turísticas se beneficiam do fluxo de visitantes. Outros produtores 
diretos ou indiretamente associados ao turismo também são dinamizados. Su-
permercados, produtores de alimentos, de vestuário, serviços bancários, comer-
ciantes diversos, artesãos, até serviços de saúde entre outros são acionados para 
atender às necessidades desses visitantes. 
Por isso, o Sistur é um instrumento metodológico para a sua análise. Deve-
mos sempre considerar o turismo com as suas inter-relações ambientais, estru-
turais e operacionais, o que corrobora com o conceito holístico de Jafari (1998), 
ao considerar o Turismo como um estudo da demanda, da oferta e dos impactos 
que ambos geram nas áreas receptoras. 
DISTRIBUIÇÃO
Corresponde ao conjunto de medidas tomadas com o objetivo de levar o produto 
ou serviço do produtor ao consumidor, como a escolha dos canais, a seleção dos 
intermediários, a seleção da oferta, a programação de visitas, a prospecção e 
entrega da oferta aos intermediários, venda, estimulação das vendas, relatório, 
análise e controle das vendas (BENI, 2001, p. 181).
Confira a aula referente a este tema. 
EM FOCO
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NOVOS DESAFIOS
Compreender o turismo como uma atividade complexa, ou seja, com múltiplas 
variáveis que incidem sobre as causas e os efeitos da sua prática social é o primeiro 
passo para se dedicar aos estudos. Ainda que o turismo se limitasse ao estudo do 
mercado, e a lógica fosse apenas quanto mais turista melhor para os negócios, já 
estaríamos lidando com um mercado global e altamente competitivo e lucrativo 
para as empresas privadas. Mas estamos falando de pessoas que viajam - ou que 
querem viajar - e de cidades que precisam se preparar para acolher os viajantes. 
Neste sentido, os governos federal, estadual e municipal se articulam para 
gerar políticas públicas que tornem as cidades mais atrativas e estruturadas, e 
a atividade turística mais democrática e sustentável. Cada vez mais a sociedade 
organizada, além dos empresários está sendo convidada a participar da constru-
ção dessas políticas e do planejamento do turismo em suas cidades. Encontrar o 
equilíbrio entre a oferta e a demanda turísticas e a sustentabilidade dos destinos 
é o grande desafio do setor. Muito além de acolher os visitantes, o turismo dina-
miza a economia das cidades, atraindo investimentos em infraestrutura, gerando 
empregos tanto diretos - nos meios de hospedagem e de transportes, restauran-
tes, bares, centros culturais - como indiretos, produtores de alimentos, indústria 
têxtil, organizadores de eventos, serviços bancários, valorização do patrimônio 
natural e cultural, além de impostos que retornam em serviços públicos para a 
população. 
Por isso, lembre-se do Sistur e do escritor Jafari quando for perguntado sobre 
o que é o turismo, ou sobre o porquê de você estar estudando turismo: o turis-
mo é o estudo de uma prática social que envolve o deslocamento voluntário de 
pessoas para lugares diferentes do seu domicílio; estuda as suas motivações, as 
necessidades, as expectativas e todos os serviços gerados para os atender, assim 
como os impactos gerados nos ambientes físico, econômico e sociocultural das 
cidades e das regiões receptoras. Por meio do turismo, da educação turística, po-
demos valorizar e preservar o nosso patrimônio ambiental e cultura e melhorar 
a qualidade de vida nas cidades brasileiras. 
UNIASSELVI
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VAMOS PRATICAR
1. Na concepção do SISTUR, pode-se depreender claramente que os sub-sistemas Eco-
lógico, Econômico, Social e Cultural foram agrupados no Conjunto das Relações Am-
bientais, pois, enquanto sistemas isolados na sua concepção maior estão “fora" do 
Sistema ao mesmo tempo em que, como sistemas antecedentes e controlantes, com 
ações específicas que influenciam decisivamente a atividade de turismo, acham-se 
dentro do Sistema (BENI, 1990, p. 28).
Com relação ao texto e ao Conjunto das Relações Ambientais do Sistur, analise as afir-
mativas a seguir: 
V - O autor considera que, apesar dos ambientes social, cultural, econômico e ecológico 
não serem controláveis pelo Sistur, devem compô-lo na medida que se referem ao 
espaço em que corre o turismo, e que nestes ambientes é que são gerados os atrativos 
e os impactos da atividade turística. 
VI - No Subsistema Social, analisa-se o ingresso de divisas; a receita nacional e a gera-
ção de empregos; a formação do Produto Interno Bruto; e o efeito multiplicador da 
economia
VII - No Subsistema Cultural, analisa-se a população autóctone no processo de contato 
social nas áreas de ocupação turística; o perfil psico-sociológico do turista; as mo-
tivações, as expectativas e as necessidades do turista; e a estratificação social dos 
grupos de turistas.
VIII - O subsistema ecológico é uma matéria-prima do turismo, considerando espaço turís-
tico natural e urbano e sua planificação territorial, os atrativos turísticos e as conse-
quências do turismo sobre o meio ambiente, preservação da flora, fauna e paisagens. 
Assinale a alternativa correta.
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
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VAMOS PRATICAR
2 Vinculado à viagem está a permanência fora da própria residência, ou entorno habitual. 
A duração dessa permanência é uma das variáveis principais na caracterização do 
fluxo turístico. De acordo com Ignarra (2003, p. 14) “Os viajantes são consumidores de 
serviços turísticos, quaisquer que sejam as suas motivações”.
Com relação à permanência dos

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