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CIAW OSTENSIVO FOLHA DE INFORMAÇÕES FORMAÇÃO MILITAR NAVAL FMN MARINHA DO BRASIL CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE WANDENKOLK ESTÁGIO DE ADAPTAÇÃO E SERVIÇO PARA O SMV 2021 OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO I ORIGINAL FOLHA DE INFORMAÇÕES (FI) DE FORMAÇÃO MILITAR NAVAL MARINHA DO BRASIL CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE WANDENKOLK 2021 FINALIDADE: DIDÁTICA ORGANIZADA EM JANEIRO DE 2017 POR: CMG (RM1) ERIVALDO EDSON CARVALHO DE ALMEIDA OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL II MARINHA DO BRASIL CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE WANDENKOLK CENTRO DE CONTROLE E AVALIAÇÃO DO ENSINO DIVISÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS RECOMENDAÇÕES PARA USO E GUARDA DE PUBLICAÇÕES 1 – A presente Folha de Informações (FI) deverá ser preservada quanto à sua integridade física e livre de rasuras; 2 – Confira seu estado. Qualquer discrepância deverá ser informada; 3 – Não a repasse para outro militar ou funcionário civil; 4 – Devolva-a ao final do curso, seguindo orientação do coordenador; 5 – O extravio da FI acarretará ao usuário o ressarcimento de seu valor pecuniário; e 6 – A não-observância das presentes recomendações acarretará na tomada de medidas disciplinares cabíveis. OSTENSIVO III ORIGINAL ÍNDICE PÁGINAS Folha de Rosto ....................................................................................................... I Recomendações ...................................................................................................... II Índice ...................................................................................................................... III Introdução................................................................................................................ VI CAPÍTULO 1 – ORGANIZAÇÃO DA MARINHA DO BRASIL 1.1 – Destinação Constitucional da MB .................................................. 1-1 1.2 - A Marinha do Brasil no contexto do Ministério da Defesa ............. 1-3 1.3 - Missão da MB ................................................................................. 1-3 1.4 – O Poder Marítimo ........................................................................... 1-3 1.5 – O Poder Naval ................................................................................. 1-4 1.6 – A Amazônia Azul e a Área de Jurisdição Brasileira (AJB) ............ 1-5 1.7 – Atribuições subsidiárias da MB ...................................................... 1-10 1.8 – Estrutura Organizacional da MB .................................................... 1-10 1.9 – Propósito e composição dos principais órgãos da estrutura da MB 1-12 1.10 - Organização genérica da MB ......................................................... 1-17 CAPÍTULO 2 – CONCEITOS BÁSICOS DE CONDUTA MILITAR 2.1 – A Carreira Militar ........................................................................... 2-1 2.2 – A Hierarquia Militar e a Disciplina ................................................ 2-6 2.3 – Disciplina e Autodisciplina ............................................................. 2-7 2.4 – Obrigações Militares ........................................................................ 2-8 CAPÍTULO 3 – REGULAMENTOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO NAVAL 3.1 – Estatuto dos Militares ...................................................................... 3-1 3.2 – Ordenança Geral para o Serviço da Armada (OGSA) ..................... 3-4 3.3 – Cerimonial da Marinha ................................................................... 3-5 3.4 – Regulamento de Continência, Honras, Sinais de Respeito e Ceri- monial Militar das Forças Armadas (RCHSRCMFA) (RCont) 3-5 3.5 – Normas do Cerimonial Público e a Ordem Geral de Precedência .. 3-6 3.6 - Lei de Remuneração dos Militares .................................................. 3-6 3.7 - Regulamento de Uniformes da Marinha do Brasil (RUMB) ........... 3-6 3.8 - Regulamento Disciplinar para a Marinha (RDM) ........................... 3-6 3.9 - Normas sobre Justiça e Disciplina na MB (VOL. I a IX) ……….... 3-7 3.10 - Códigos Penal e de Processo Penal Militar (CPM e CPPM) ......... 3-9 OSTENSIVO IV ORIGINAL CAPÍTULO 4 – CERIMONIAL DA MB 4.1 – Sinais de Respeito............................................................................ 4-1 4.2 – A Continência.................................................................................. 4-2 4.3 – Honras.............................................................................................. 4-5 4.4 – O Cerimonial para a Bandeira Nacional........................................... 4-7 4.5 – Cerimônias com execução do Hino Nacional .................................. 4-9 CAPÍTULO 5 – ORDENANÇA GERAL PARA O SERVIÇO DA ARMADA 5.1 – Forças e navios................................................................................ 5-1 5.2 – Organização..................................................................................... 5-1 5.3 – Normas sobre pessoal...................................................................... 5-2 5.4 – Deveres do pessoal........................................................................... 5-4 5.5 - Deveres dos Comandantes................................................................ 5-9 5.6 – Deveres dos Oficiais....................................................................... 5-12 5.7 - Serviço de Praças ............................................................................. 5-19 CAPÍTULO 6 - O OFICIAL DE SERVIÇO 6.1 – Serviço de Oficiais............................................................................ 6-1 6.2 - Responsabilidade e Conduta............................................................ 6-1 6.3 – Assunção e rendição do serviço ...................................................... 6-5 6.4 - Livro de Quarto................................................................................ 6-6 6.5 - Organização dos serviços em navios e OM de terra......................... 6-6 CAPÍTULO 7 – UNIFORMES NA MB 7.1 – Generalidades ...................................................................................... 7-1 7.2 – Normas Gerais para o uso de Uniformes.............................................. 7-1 7.3 – Definições.............................................................................................. 7-2 7.4 - Classificação, Composição e Uso dos Uniformes................................ 7-3 7.5 - Normas para o Uso do Traje Civil pelos Militares .............................. 7-4 7.6 - Uniformes mais usados dos previstos no RUMB ................................. 7-5 CAPÍTULO 8 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO MILITAR PELOS OFICIAIS RM2 8.1 – Conceitos Básicos ............................................................................ 8-1 8.2 – Declaração à Guarda-Marinha ......................................................... 8-3 8.3 – Estágio de Adaptação e Serviço (EAS) e Estágio de Serviço Téc- nico …………………………………………………………... 8-3 8.4 – Promoção ........................................................................................Saúde e de Veterinária o exercício de Atividade técnico- profissional no meio civil, desde que tal prática não prejudique o serviço e não infrinja o disposto no Estatuto dos Militares. 2.4.3 – Deveres Militares (Art.31 do Estatuto dos Militares) Os deveres militares emanam de um conjunto de vínculos racionais e morais que ligam o militar à Pátria e ao seu serviço, e compreendem, essencialmente: a) a dedicação e a fidelidade à Pátria, cuja honra, integridade e instituições devem ser defendidas mesmo com o sacrifício da própria vida; b) o culto aos Símbolos Nacionais; c) a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias; d) a disciplina e o respeito à hierarquia; e) o rigoroso cumprimento das obrigações e das ordens; e f) a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 1 CAPÍTULO 3 REGULAMENTOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO NAVAL 3.1 - ESTATUTO DOS MILITARES Aprovado pela Lei nº 6.880, de 09 de dezembro de 1980. O Estatuto dos Militares regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos membros das Forças Armadas. O Estatuto dos Militares está dividido nos seguintes títulos: • Título I: Generalidades • Título II: Das obrigações e dos deveres militares • Título III: Dos direitos e das prerrogativas dos militares • Título IV: Das disposições diversas • Título V: Disposições Gerais, transitórias e finais. Principais assuntos constantes do Estatuto dos Militares: 1. Do ingresso nas Forças Armadas 2. Da Hierarquia Militar e da Disciplina 3. Do cargo e da Função Militares 4. Das obrigações e dos Deveres Militares 5. Da violação das obrigações e dos deveres militares 6. Dos Direitos e das Prerrogativas dos Militares 7. Da Exclusão do Serviço Ativo 8. Da Transferência para a Reserva Remunerada 9. Da Reforma 10. Da Demissão 11. Da Perda do Posto e da Patente 12. Do Licenciamento 13. Anulação de Incorporação e Desincorporação da Praça 14. Da Exclusão da Praça a Bem da Disciplina 15. Da Deserção 16. Do Falecimento e do Extravio 17. Do Tempo de Serviço 18. Casamento 19. Recompensas e das Dispensas do Serviço OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 2 20. Agregação 21. Ausente e do Desertor 22. Desaparecido e Extraviado 23. Remuneração 24. Promoção 25. Férias 26. Licenças 27. Pensão Militar 28. Prerrogativas 29. Uso dos Uniformes 3.1.1 – Violação das Obrigações e dos Deveres Militares (Art.42 a 45 do Estatuto dos Militares) - A violação das obrigações ou dos deveres militares constituirá crime, contravenção ou transgressão disciplinar, conforme dispuser a legislação ou regulamentação específica. - A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos, ou a falta de exação no cumprimento dos mesmos, acarreta para o militar responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, consoante a legislação específica. - O militar que, por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo, ou demonstrar incapacidade no exercício das funções militares a ele inerentes, será afastado do cargo. - São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto de caráter reivindicatório ou político. 3.1.2 – Direitos e Prerrogativas dos Militares - Direitos (Art.50 do Estatuto dos Militares) a) a garantia da patente em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes, quando oficial, nos termos da Constituição; b) a estabilidade, quando praça com 10 (dez) ou mais anos de tempo de efetivo serviço; c) o uso das designações hierárquicas; d) a ocupação de cargo correspondente ao posto ou à graduação; e) a percepção de remuneração; f) a assistência médico-hospitalar para si e seus dependentes; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 3 g) o funeral para si e seus dependentes, constituindo-se no conjunto de medidas tomadas pelo Estado, quando solicitado, desde o óbito até o sepultamento condigno; h) a alimentação, assim entendida como as refeições fornecidas aos militares em atividade; i) o fardamento, constituindo-se no conjunto de uniformes, roupa branca e roupa de cama, fornecido ao militar na ativa de graduação inferior a Terceiro-Sargento e, em casos especiais, a outros militares; j) a moradia para o militar em atividade, compreendendo:1) alojamento em organização militar, quando aquartelado ou embarcado; e 2) habitação para si e seus dependentes: em imóvel sob a responsabilidade da União, de acordo com a disponibilidade existente; l) a constituição de pensão militar; m) a promoção; n) a transferência a pedido para a reserva remunerada; o) as férias, os afastamentos temporários do serviço e as licenças; p) a demissão e o licenciamento voluntários; e q) o porte de arma, sendo: I) quando oficial em serviço ativo ou em inatividade, salvo caso de inatividade por alienação mental ou condenação por crimes contra a segurança do Estado ou por atividades que desaconselhem aquele porte; e II) pelas praças, com as restrições impostas pela respectiva Força Armada. - Prerrogativas (Art.73 do Estatuto dos Militares) a) uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias ou emblemas militares das Forças Armadas, correspondentes ao posto ou graduação, Corpo, Quadro, Arma, Serviço ou Cargo; b) honras, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em leis e regulamentos; c) cumprimento de pena de prisão ou detenção somente em organização militar da respectiva Força cujo comandante, chefe ou diretor tenha precedência hierárquica sobre o preso ou, na impossibilidade de cumprir esta disposição, em organização militar de outra Força cujo comandante, chefe ou diretor tenha a necessária precedência; e d) julgamento em foro especial nos crimes militares. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 4 3.2 - ORDENANÇA GERAL PARA O SERVIÇO DA ARMADA (OGSA) Aprovada pelo Decreto nº 95.480, de 13 de dezembro de 1987. A OGSA tem como propósito consolidar as disposições fundamentais relativas à organização das Forças Navais e demais Estabelecimentos da Marinha bem como aquelas relacionadas com o pessoal, seus deveres e serviços. Constitui-se em documento normativo essencial para a correta condução das atividades diárias a bordo das Organizações Militares. Seu pleno conhecimento é obrigatório para todos aqueles que servem à Marinha. Seu manuseio constante e fiel observância contribuem significativamente para um desempenho profissional uniforme e eficiente. Traz a Ordenança, também, consigo, a preservação de valores que se cristalizaram nas tradições navais, permitindo assim uma desejável continuidade nos usos, costumes e linguagem naval. São assuntos constantes da OGSA: (por títulos) I. Forças e Navios II. Organização III. Normas sobre Pessoal IV. Deveres do Pessoal (Art. 4-1-1/ bordo e na vida civil) V. Deveres dos Comandantes VI. Deveres dos Oficiais em outros Cargos (exemplo: Encarregado de Divisão) e em Encargos Colaterais (secretário) VII. Serviços de Oficiais VIII. Serviços de PraçasIX. Assuntos Diversos: • Atributos dos oficiais e praças (morais e profissionais); • Tradições navais (preservação, incentivo e padronizações de ordens e expressões); • Tratamento verbal e escrito; • Alojamento e ranchos; • Assistência religiosa OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 5 3.3 - CERIMONIAL DA MARINHA Aprovado pelo Decreto nº 4.447, de 29 de outubro de 2002. Estabelece os procedimentos relativos ao cerimonial naval, a serem observados pela Marinha do Brasil (MB). É dever de todo o militar da Marinha que estiver investido de autoridade fazer cumprir este Cerimonial e exercer fiscalização quanto à maneira pela qual seus subordinados o cumprem. É parte integrante do Vade-Mécum Naval. São assuntos do Cerimonial: I. Normas de Cortesia e Respeito; Honras de Portaló; Honras de Passagem II. Bandeiras III. Salvas IV. Visitas V. Honras aos Oficiais de Marinha VI. Honras às Autoridades Civis e às Militares Não Pertencentes à MB VII. Datas Festivas VIII. Honras a Nações e Autoridades Estrangeiras IX. Honras Fúnebres O Cerimonial será visto com mais detalhes no Cap. 4. 3.4 - REGULAMENTO DE CONTINÊNCIA, HONRAS, SINAIS DE RESPEITO E CERIMONIAL MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS (RCHSRCMFA) (RCont) Aprovado pela Portaria GM-MD nº 1.143 de 3 de março de 2022. Estabelece as honras, as continências e os sinais de respeito que os militares prestam a determinados símbolos nacionais e às autoridades civis e militares. Regula as normas de apresentação e de procedimento dos militares, bem como as formas de tratamento e a precedência entre os mesmos. Fixa as honras que constituem o Cerimonial Militar no que for comum às Forças Armadas. As prescrições deste Regulamento aplicam-se às situações diárias da vida castrense, estando o militar de serviço ou não, em área militar ou em sociedade, nas cerimônias e solenidades de natureza militar ou cívica. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 6 3.5 – NORMAS DO CERIMONIAL PÚBLICO E A ORDEM GERAL DE PRECEDÊNCIA (NCPOGP) Aprovadas pelo Decreto nº 70.274, de 09 de março de 1972. Deverão ser observadas nas solenidades oficiais realizadas no país e nas Missões Diplomáticas do Brasil. É parte integrante do Vade-Mécum Naval. 3.6 – LEI DE REMUNERAÇÃO DOS MILITARES O Decreto nº 4.307, de 18 de julho de 2002, regulamenta a Medida Provisória nº 2.215- 10, de 31 de agosto de 2001, que dispõe sobre a remuneração dos militares das Forças Armadas. Foi alterado pela Lei nº 13.954, de 16 de dezembro de 2019. 3.7 – REGULAMENTO DE UNIFORMES DA MARINHA DO BRASIL (RUMB) O RUMB tem por propósito estabelecer os uniformes da Marinha do Brasil (MB) e regular a sua especificação, uso e posse. O RUMB será visto com mais detalhes no Cap. 5. 3.8 – REGULAMENTO DISCIPLINAR PARA A MARINHA (RDM) Aprovado pelo Decreto nº 88.513, de 26 de julho de 1983. O RDM tem por propósito a especificação e a classificação das contravenções disciplinares e o estabelecimento das normas relativas à amplitude e à aplicação das penas disciplinares, à classificação do comportamento militar e à interposição de recursos contra as penas disciplinares. 3.8.1 - Contravenções Disciplinares Conforme definido no Art. 6o do RDM, Contravenção Disciplinar é toda ação ou omissão contrária às obrigações ou aos deveres militares estatuídos nas leis, nos regulamentos, nas normas e nas disposições em vigor que fundamentam a Organização Militar, desde que não incidindo no que é capitulado pelo Código Penal Militar como crime. As contravenções disciplinares estão relacionadas no Art.7º do RDM. No concurso de crime militar e de contravenção disciplinar, ambos de idêntica natureza, será aplicada somente a penalidade relativa ao crime, conforme definido no Art. 9o do RDM. No caso de descaracterização de crime para contravenção disciplinar, esta deverá ser julgada pela autoridade a que o contraventor estiver subordinado. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 7 Circunstâncias agravantes e atenuantes deverão ser consideradas pelo julgador durante a audiência, assim como as circunstâncias justificativas ou dirimentes. As penas disciplinares são diferenciadas para oficiais (da ativa e da reserva) e para praças (SO, SG e CB/MN/SD). 3.8.2 - Operacionalização do procedimento para audiência disciplinar (DGPM – 315, Rev. 1 Volume VIII) Procedimento previsto no RDM: – Art. 26 – Nenhuma pena será imposta sem ser ouvido o contraventor e serem devidamente apurados os fatos. § 2º - O Oficial que lançou a contravenção disciplinar em Livro de Registro de Contravenções deverá dar conhecimento dos seus termos à referida Praça, antes do julgamento da mesma. (Ampla Defesa e o Contraditório, de acordo com o Art. 5o da Constituição da República Federativa do Brasil - CRFB/88 ) A DGPM-315 traz o modelo de Parte de Ocorrência a ser utilizado nas diversas OM da MB. 3.9 – NORMAS SOBRE JUSTIÇA E DISCIPLINA NA MB (TOMOS I e II) (DGPM- 315) Tem o propósito de orientar a lavratura dos autos de Deserção, Conselhos de Disciplina e de Justificação, Sindicância, Inquérito Policial Militar (IPM) e Prisão em Flagrante, de forma a obter por meio de procedimento uniforme, equanimidade fundamentada em princípios de manutenção da disciplina, do respeito à hierarquia e do direito de defesa, consubstanciados em leis, regulamentos, nos costumes e nas tradições navais. Tem por escopo, ainda, a uniformização dos procedimentos referentes ao controle das transgressões disciplinares, do comportamento das praças e dos militares sub judice – assim entendidos, para os efeitos destas normas, aqueles submetidos a procedimentos judiciais ou administrativos com possíveis reflexos na carreira, bem como aqueles que ingressam com ação judicial contra a União (Marinha do Brasil). 3.9.1 – Sindicância A Sindicância é um procedimento administrativo, destinado à apuração de fatos relevantes que devam ser mais bem esclarecidos no âmbito da Administração Naval a fim de fornecer elementos de autoria e de materialidade, inclusive de contravenção disciplinar militar. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 8 3.9.2 – Inquérito Policial Militar É um procedimento administrativo que se destina à apuração de fatos que possam constituir crimes militares, delitos da competência da Justiça Militar, previstos no art. 9° do Código Penal Militar (CPM), bem como as suas autorias. A finalidade precípua do IPM é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. No inquérito são obtidos os elementos que servirão de base para o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público Militar, se for o caso. Será obrigatoriamente instaurado IPM quando o militar for considerado desaparecido ou ocorrer morte violenta, em lugar sujeito à Administração Naval. 3.9.3 – Prisão em Flagrante Considera-se em flagrante delito aquele que: • está cometendo o crime; • acaba de cometê-lo; • é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou papéis que façam presumir a sua participação no fato delituoso; • é perseguido logo após o ato delituosoem situação que faça acreditar ser ele o seu autor. 1) No momento da prisão, o preso será informado de seus direitos: (ART. 5o, LXIII e LXIV, CRFB/88) • Permanecer calado • Assistência da família • Assistência de advogado • Identificação dos responsáveis pela prisão e interrogatório 2) Deve ser feita uma comunicação imediata ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada (Art. 5o, LXII, CFRB/88) 3) Também deve ser comunicado ao Ministério Público competente (PROMOTOR) (Art. 10 da Lei Complementar no 75/93) 4) O preso deve prestar o Compromisso Legal (lavratura do auto) de acordo com o Art. 245 do Código de Processo Penal Militar (CPPM). 5) O preso deve assinar a Nota de Culpa dentro do prazo de até 24 h, de acordo com o Art. 247, § 1º do CPPM. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 9 6) Deverá ser elaborado um relatório circunstanciado, com o registro das ocorrências pelo presidente do procedimento do flagrante, para remessa à autoridade competente, conforme previsto no Art. 248 do CPPM. 3.9.4 – Deserção O crime de deserção previsto no artigo 187 do CPM ocorre quando o militar da ativa ausenta-se por mais de 08 (oito) dias sem licença da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer. A contagem dos dias de ausência, para que se consume o crime de deserção, é feita a partir do dia seguinte ao da constatação da ausência até o nono dia. Exemplo: Um militar servindo no CIAW foi licenciado às 1700 horas do dia 18 de janeiro de 2010 e devia regressar para bordo às 0800 horas do dia 19 de janeiro, entretanto deixou de fazê-lo. Em qual dia estará consumada a deserção? Dia 19 de janeiro, ausência do militar; Dia 20 de janeiro, 1º dia do prazo de graça; Dia 21 de janeiro, 2º dia ............................; Dia 22 de janeiro, 3º dia..............................; Dia 23 de janeiro, 4º dia..............................; Dia 24 de janeiro, 5º dia..............................; Dia 25 de janeiro, 6º dia ..............................; Dia 26 de janeiro, 7º dia ..............................; Dia 27 de janeiro, 8º dia.............................; Dia 28 de janeiro, delito de deserção consumado. Parte de deserção. OBS: De uma maneira bastante simples basta somar nove ao dia da ausência. (19+9 = 28). O crime de deserção especial (Art. 190 do CPM) será consumado, imediatamente, no caso de o militar não se apresentar no momento da partida do navio ou da aeronave onde serve ou se encontra destacado. 3.10 – CÓDIGOS PENAL E DE PROCESSO PENAL MILITAR (CPM e CPPM) São Decretos-Lei que orientam a aplicação da Lei Penal Militar. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 10 Crimes Militares em Tempo de Paz: 3.10.1 – Motim Considera-se como crime de Motim, de acordo com o Art. 149 do Código Penal Militar, reunirem-se militares ou assemelhados nas seguintes circunstâncias: I - Agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la; II - Recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência; III - Assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior; IV - Ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina militar: Se os agentes estiverem armados, o crime é de REVOLTA 3.10.2 – Violência contra superior Praticar violência contra superior é considerado crime militar em tempo de paz, punido com Pena de detenção, com duração de três meses a dois anos, podendo ser aumentada se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general; se a violência é praticada com arma; se da violência resulta lesão corporal, se da violência resulta morte, ou ainda, se o crime ocorre em serviço. 3.10.3 - Desrespeito a superior Desrespeitar superior diante de outro militar: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade. 3.10.4 - Recusa de obediência Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução: Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave. 3.10.5 - Violência contra inferior Praticar violência contra subordinado: OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 11 Pena - detenção, de três meses a um ano. Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também aplicada a pena do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando for o caso, ao disposto no Art. 159. Art. 159 - Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa é diminuída de metade. 3.10.6 - Abandono de posto Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo: Pena - detenção, de três meses a um ano. 3.10.7 - Dormir em serviço Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante: Pena - detenção, de três meses a um ano. 3.10.8 - Pederastia ou outro ato de libidinagem Praticar, ou permitir o militar que com ele se pratique ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito a administração militar: Pena - detenção, de seis meses a um ano. 3.10.9 - Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito similar Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, ainda que para uso próprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente, em lugar sujeito à administração militar, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Pena – reclusão, até 5 (cinco) anos. Crimes propriamente militares Nos crimes propriamente militares (motim, revolta, violência contra superior, desrespeito ao superior, insubordinação, usurpação, excesso ou abuso de autoridade, deserção, abandono de posto, por exemplo), a prisão do infrator independerá de estar em flagrante delito ou de ordem escrita da autoridade judiciária, podendo ser efetivada pela autoridade militar competente. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 3 - 12 Crimes permanentes Nos crimes permanentes, assim considerados aqueles cuja consumação se prolonga no tempo (o seqüestro, o cárcere privado e a deserção, por exemplo), considerar-se-á o agente em flagrante delito, atéque cesse sua atividade criminosa. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 4 - 1 ORIGINAL CAPÍTULO 4 CERIMONIAL DA MB É o conjunto de tradições, normas de cortesia, saudações, honras e sinais de respeito em uso nas marinhas de guerra, quer no mar, quer nos estabelecimentos de terra. 4.1 – SINAIS DE RESPEITO 4.1.1 - Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar sempre: a) com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo à autoridade de que se acham investidos por lei; b) com afeição e camaradagem os seus pares; c) com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados. 4.1.2 - O militar manifesta respeito e apreço aos seus superiores, pares e subordinados: a) pela continência; b) dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado; c) observando a precedência hierárquica; d) por outras demonstrações de deferência. 4.1.3 - Os sinais de respeito e apreço são obrigatórios em todas as situações, inclusive nos exercícios no terreno e em campanha. 4.1.4 – Regras mais importantes: a) quando dois militares se deslocam juntos, o de menor antiguidade dá a direita ao superior. b) quando os militares se deslocam em grupo, o mais antigo fica no centro, distribuindo-se os demais, segundo suas precedências, alternadamente à direita e à esquerda do mais antigo. c) quando encontrar um superior num local de circulação, o militar saúda-o e cede- lhe o melhor lugar. d) em local público onde não estiver sendo realizada solenidade cívico-militar, bem como em reuniões sociais, o militar cumprimenta, tão logo lhe seja possível, seus superiores hierárquicos. e) para falar a um superior hierárquico, o militar emprega sempre o tratamento "Senhor" ou "Senhora". OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 4 - 2 ORIGINAL f) para falar, formalmente, a um oficial-general, o tratamento é, "Senhor Almirante", "Senhor General" ou "Senhor Brigadeiro", conforme o caso. g) para falar a um mais moderno, o superior emprega o tratamento "você". h) todo militar, quando for chamado por um superior, deve atendê-lo o mais rápido possível, apressando o passo quando em deslocamento; i) nos refeitórios, ao terminar a refeição, cada oficial pede permissão ao mais antigo da mesa para levantar-se, dirige-se à mesa do imediato da OM e solicita autorização para retirar-se do recinto; e j) sempre que um militar precisar sentar-se ao lado de um superior, deve solicitar-lhe a permissão. 4.1.5 – Normas de Cortesia e Respeito mais utilizadas: a) Permissão para largar O militar mais antigo a bordo de embarcação miúda ou viatura, qualquer que seja seu nível hierárquico, pede licença para largar a quem lhe tiver prestado as honras de despedida, por meio da expressão “Com licença”, recebendo em troca a resposta “Está quem manda”. b) Embarque e Desembarque Em embarcação miúda ou viatura, o mais antigo embarca por último e desembarca em primeiro lugar. Em circunstâncias especiais, no desembarque, o mais antigo pode determinar que mais modernos desembarquem na sua frente, utilizando a expressão “Salta quem pode”. 4.2 – A CONTINÊNCIA 4.2.1 – Considerações: a) A continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser individual ou da tropa. b) A continência é impessoal: visa à autoridade e não à pessoa. c) A continência individual é devida a qualquer hora do dia ou da noite, não podendo ser dispensada, salvo quando um dos militares se encontrar: I – Em faina ou serviço que não possa ser interrompido; II – Em postos de combate; III – Praticando esportes; IV – Sentado, à mesa de rancho; e V– Remando ou dirigindo viatura. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 4 - 3 ORIGINAL d) A continência parte sempre do militar de menor precedência hierárquica. Em igualdade de posto ou graduação, quando ocorrer dúvida sobre qual seja o de menor precedência, deve ser executada simultaneamente. e) Todo militar deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que lhe é prestada: se uniformizado, presta a continência individual; em trajes civis, responde-a com um movimento de cabeça, com um cumprimento verbal ou descobrindo-se, caso esteja de chapéu. f) O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode conceder ao mais moderno; o militar não deve tomar a iniciativa de estender a mão para cumprimentar o superior, mas, se este o fizer, não pode se recusar ao cumprimento. g) O militar deve responder com saudação análoga quando, ao cumprimentar o superior, este, além de retribuir a continência, fizer uma saudação verbal. 4.2.2 – Direito à Continência Têm direito à continência: a) a Bandeira Nacional: I. ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica; II. por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporação, nas formaturas; III. quando conduzida por tropa ou por contingente de Organização Militar; IV. quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por guarda ou por organização civil, em cerimônia cívica; V. quando, no período compreendido entre 08h00 e o pôr-do-sol, um militar entra a bordo de um navio de guerra ou dele sai, ou, quando na situação de "embarcado", avista-a ao entrar a bordo pela primeira vez, ou ao sair pela última vez; b) o Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou cívica; c) as diversas autoridades civis devidamente reconhecidas (Presidente, Governadores etc.); d) os militares da ativa das Forças Armadas e Auxiliares (PM e BM), mesmo em traje civil; nesse caso, quando for obrigatório o seu reconhecimento em função do cargo que exerce ou, para os demais militares, quando reconhecidos ou identificados; e) os militares da reserva ou reformados, quando reconhecidos ou identificados; f) a tropa quando formada. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 4 - 4 ORIGINAL 4.2.3 – Procedimentos mais importantes em situações diversas: a) Quando em trajes civis, o militar assume as seguintes atitudes: I - Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento da Bandeira, nas ocasiões em que esta se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, o militar deve tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio; II - Ao encontrar um superior fora de Organização Militar, o subordinado faz a saudação com um cumprimento verbal, de acordo com as convenções sociais. b) O militar em deslocamento, quando não puder corresponder à continência por estar com as mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça. c) O militar em um veículo, exceto bicicleta, motocicleta ou similar, procede da seguinte forma: I - Com o veículo parado, tanto o condutor como o passageiro fazem a continência individual sem se levantarem; II - Com o veículo em movimento, somente o passageiro faz a continência individual. III - Por ocasião da cerimônia da Bandeira ou da execução do Hino Nacional, se no interior de uma Organização Militar, tanto o condutor como o passageiro saltam do veículo e fazem a continência individual; se em via pública, procedem do mesmo modo,sempre que viável. d) Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se para a direção de onde vem a música, conservando-se nessa atitude enquanto durar sua execução. e) Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Bandeira ou ao Presidente da República, o militar volta-se para a Bandeira ou para o Presidente da República. f) Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar ou cívica, realizada em ambiente fechado, o militar se volta para o principal local da cerimônia e faz a continência; g) Quando um militar entra em um recinto público, percorre o local com o olhar para verificar se há algum superior presente; se houver, o militar, do lugar em que está, faz-lhe a continência; h) Quando um superior entra em um recinto público, o mais moderno que aí está levanta-se ao avistá-lo e faz-lhe a continência; i) Seja qual for o caráter - oficial ou particular da solenidade ou reunião - deve o militar, obrigatoriamente, se apresentar ao superior de maior hierarquia presente, e ao de maior posto entre os oficiais presentes de sua Organização Militar; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 4 - 5 ORIGINAL j) Todo militar é obrigado a reconhecer o Presidente e o Vice-Presidente da República, o Ministro da Defesa, os Comandantes, Chefes ou Diretores da cadeia de comando a que pertencer a sua organização e os oficiais de sua Organização Militar. k) Todo militar deve saber identificar as insígnias dos postos e graduações das Forças Armadas. l) O militar fardado descobre-se ao entrar em um recinto coberto. m) Para saudar civis, inclusive senhoras e prelados, o militar não deve descobrir-se, mas, fazer a saudação militar. A exceção deve ser feita pelo homem militar, quando, após a saudação a uma senhora, ocorrer o aperto de mão ou beijo na face. n) O militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até a distância do aperto de mão; toma a posição de "Sentido", faz a continência individual e diz, em voz claramente audível, seu grau hierárquico, nome de guerra e Organização Militar a que pertence, ou função que exerce. Se estiver no interior da sua Organização Militar, desfaz a continência, diz o motivo da apresentação, permanecendo na posição de "Sentido" até que lhe seja autorizado tomar a posição de "Descansar” ou de "À vontade". o) Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe a continência individual, idêntica à da apresentação, e pede permissão para se retirar; concedida a permissão, retira-se normalmente. Somente as Praças é que fazem o movimento de meia-volta e rompem marcha com o pé esquerdo. 4.3 – HONRAS MILITARES 4.3.1 – Considerações Honras Militares são homenagens coletivas que se tributam aos militares das Forças Armadas, de acordo com sua hierarquia, e às altas autoridades civis. 4.3.2 – Direito a Honras Têm direito a honras militares: a) os Militares das Forças Armadas; b) as diversas autoridades civis devidamente reconhecidas (Presidente, Governadores etc.); 4.3.3 - Honras de Recepção e Despedida São denominadas Honras de Recepção e Despedida as honras prestadas às autoridades, ao chegarem ou saírem de navio ou outra organização militar, e por OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 4 - 6 ORIGINAL ocasião de visitas e inspeções. A autoridade é recebida pelo Comandante, Diretor ou Chefe, sendo-lhe prestadas as continências devidas. 4.3.4 – Não cumprimento de honras Não são prestadas honras nas seguintes circunstâncias: a) em faina geral, de emergência ou de evolução decorrente de manobra ou exercício; b) durante qualquer atividade, cuja paralisação, mesmo que momentânea, possa afetar a segurança de pessoal ou material; c) durante o cerimonial à Bandeira. d) a qualquer autoridade, na presença de outra a quem caibam honras superiores, exceto durante transmissão de Comando; e) no período compreendido entre o arriar e o hastear da Bandeira; e f) durante funeral ou em dias de luto oficial, por motivos que não os previstos como honras fúnebres, a menos que especificamente autorizado pelos Comandantes de Distrito Naval. 4.3.5 – Honras de Portaló a) Definição e Local São denominadas honras de portaló as continências de guarda, "boys" e toques de corneta e apito devidas na recepção ou despedida de autoridade. As honras de portaló são prestadas junto à escada do portaló ou à prancha do navio ou no local para tal designado nas OM de Terra. b) Procedimentos na recepção: I – Ao chegar a autoridade próximo ao patim (plataforma horizontal) inferior da escada de portaló, extremidade inferior da prancha ou local designado para recepção nas OM de Terra, o oficial a quem caiba receber proclama, a viva voz, o vocativo a que tem direito a autoridade e comanda “Toque de presença”, sendo então executado, por corneta e apito, o toque de presença; II – Quando a autoridade atinge o patim superior da escada do portaló, a extremidade superior da prancha, ou o local da recepção em OM de Terra, a autoridade que recebe comanda “Abre o toque”, sendo então iniciados, por apito e corneta, os toques correspondentes, ocasião em que os oficiais presentes prestam a continência individual. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 4 - 7 ORIGINAL c) Procedimentos na despedida: I – atingindo a autoridade o patim superior da escada do portaló, a extremidade superior da prancha, ou o local de despedida nas OM de Terra, o oficial a quem cabe a despedida proclama, a viva voz, o vocativo a que tem direito a autoridade e comanda “Abre o toque”, sendo então executado por corneta e apito o toque de presença e iniciados, independente de outro comando, os toques correspondentes; nesta ocasião, os oficiais presentes prestam a continência individual e a guarda, as continências devidas; II – terminados os toques e continências, o oficial a quem coube a despedida se dirige para o patim superior do portaló, ali permanecendo até a autoridade afastar-se. d) Posição do Oficial de Serviço Nas honras de portaló, o Oficial de Serviço, na presença do Comandante, Diretor ou Oficial a quem caiba prestar as honras, fica à sua direita, afastado de um passo, quando o portaló for a boreste ou nas OM de Terra e à mesma distância, porém à esquerda, se o portaló for a bombordo. 4.3.6 – Honras de Passagem Denominam-se honras de passagem as honras, que não as de salva, prestadas quando navios e embarcações, estas arvorando bandeira-insígnia, passam ou são ultrapassados à distância de reconhecimento. 4.4 – O CERIMONIAL PARA A BANDEIRA NACIONAL 4.4.1 - Uso da Bandeira Nacional a) Hasteamento A Bandeira Nacional é hasteada diariamente, às 08h00, mediante cerimonial específico. b) Arriamento A Bandeira Nacional é arriada diariamente: I – Ao pôr-do-Sol, mediante cerimonial específico, em todas as OM que mantenham serviço ininterrupto; e II – Cinco minutos antes de encerrar-se o expediente, sem cerimonial, nas demais OM. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 4 - 8 ORIGINAL 4.4.2 – Cerimonial à Bandeira O cerimonial à Bandeira consiste dos seguintes procedimentos: a) às 07h55, por ocasião do hasteamento, oucinco minutos antes do pôr-do-Sol, no arriamento, é içado o galhardete “Prep” na adriça de bombordo ou da esquerda e anunciado, por voz, o “Sinal para Bandeira”, sendo então dado por corneta o toque de Bandeira; b) ao sinal, formam nas proximidades do mastro, com a frente voltada para a Bandeira, a guarda e, quando determinado, a banda de música e a tripulação; c) decorridos três minutos do sinal para a Bandeira, é tocado por corneta o “Primeiro Sinal”; d) um minuto após, é tocado por corneta o “Segundo Sinal”, quando então o Oficial de Serviço comanda sentido ao dispositivo, e solicita, da autoridade que preside a cerimônia, permissão para prosseguir com o cerimonial; e) às 08h00 ou quando do pôr-do-Sol, o galhardete “Prep” é arriado e anunciado, por voz, “Arriou”, sendo então tocado por corneta o “Terceiro Sinal”; f) imediatamente, o Oficial de Serviço comanda “Em continência”, ocasião em que o corneteiro toca apresentar armas, e em seguida, “Iça” ou “Arria”, seguindo-se, só então, o ponto do toque de “Apresentar arma”; g) nessa ocasião, simultaneamente: I) é iniciado o hasteamento ou arriamento da Bandeira Nacional; II) todos os presentes prestam a continência individual; e III) é iniciado o toque de apito pelo Contramestre e a execução do Hino Nacional (se for o caso); h) ao final do Hino ou dos toques de corneta e apito, a continência é desfeita; i) no hasteamento, aquele que içou coloca seu chapéu e volta-se para o Oficial de Serviço junto com a Praça que guarneceu o galhardete “Prep”, dando o pronto da faina por meio de continência; j) no arriamento, três militares designados, sem se descobrirem, dobram a bandeira, cuidando para que ela não toque o piso e, ao final, o mais antigo comanda meia- volta e dá o pronto ao Oficial de Serviço por meio de continência; k) o Oficial de Serviço, então, dá o pronto à autoridade que preside o cerimonial, fazendo-lhe continência e dizendo em voz alta “Cerimonial encerrado”, no hasteamento, ou “Boa noite”, no arriamento; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 4 - 9 ORIGINAL l) a autoridade que preside volta-se para os presentes e dá “Boa noite”, sendo este cumprimento respondido pelos Oficiais; e m) a formatura é desfeita. 4.4.3 – Saudação à Bandeira a) aquele que, pela primeira vez no dia, chegar à OM, ou dela retirar-se pela última vez no dia, saúda a Bandeira Nacional, se hasteada, para ela voltado, assim que: I – a bordo de navio, atingir o patim superior do portaló ou a extremidade superior da prancha; II – em OM de Terra, transitando a pé, defrontar-se com o mastro onde estiver hasteada. b) todos saúdam a Bandeira Nacional quando diante de si passar conduzida em desfile militar, fazendo alto aquele que estiver em marcha. 4.5 – CERIMÔNIAS COM EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL A critério da autoridade que preside a cerimônia, o Hino Nacional pode ou não ser cantado. Se cantado, o é por todos e, neste caso, não é feita a continência individual. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 1 CAPÍTULO 5 ORDENANÇA GERAL PARA O SERVIÇO DA ARMADA (OGSA) 5.1 – FORÇAS E NAVIOS Armada é a totalidade de navios, meios aéreos e de fuzileiros, destinados ao serviço naval, pertencentes ao Estado e incorporados à Marinha do Brasil. Força é uma parcela da Armada, posta sob Comando único e constituída para fins operativos ou administrativos. Esquadra é o conjunto de Forças e navios soltos, posto sob Comando único, para fins administrativos. Força Naval é a Força constituída por navios, para fins administrativos. As Forças Navais poderão ser denominadas de, ou subdivididas em Flotilhas, Divisões, Esquadrões ou Grupamentos. Força Aeronaval é a Força constituída por unidades aéreas ou por navios e unidades aéreas, para fins administrativos. As Forças Aeronavais poderão ser denominadas de, ou subdivididas em Grupos, constituindo-se em unidades aéreas os esquadrões de aeronaves. Força de Fuzileiros Navais é a Força constituída por unidades de fuzileiros navais, para fins administrativos. As Forças de Fuzileiros Navais poderão ser denominadas de, ou subdivididas em Divisões e Tropas, constituindo-se em unidades de fuzileiros navais os batalhões, os grupos, os grupamentos e as companhias independentes. Força-Tarefa é uma Força constituída para a condução de operações navais em cumprimento a determinada missão. As Forças-Tarefa terão a denominação que lhes for dada pela autoridade que ordenar suas constituições e se subdividirão em Grupos- Tarefa, Unidades-Tarefa e Elementos-Tarefa. 5.2 - ORGANIZAÇÃO Disposições Gerais A preparação dos navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais para combate e sua conduta durante o mesmo serão regidas por uma Organização de Combate. As atividades administrativas das forças, navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais serão regidas por uma Organização Administrativa. A Organização Administrativa dos navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais será elaborada com base nas respectivas Organizações de Combate e deverá OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 2 atender, na distribuição do pessoal, tanto quanto possível, a que trabalhem juntos, nas diferentes fainas e tarefas, os que irão trabalhar juntos em combate. A Organização Administrativa deverá abordar, entre outros, os seguintes pontos: a) distribuição das tarefas por setor da OM e fixação das atribuições dos respectivos encarregados; b) distribuição do pessoal por setor da OM; c) fixação das incumbências e atribuições das Praças; d) distribuição do material; e) distribuição do pessoal pelos diversos serviços e postos (Detalhes de Serviços e Tabelas Mestras); f) fainas comuns e de emergências, e sua execução; e g) rotinas das tarefas normais diárias, semanais e mensais, e sua execução. As Organizações Militares (OM) de terra são estruturadas com base em três documentos fundamentais: Ato de Criação, Regulamento e Regimento Interno. a) Ato de Criação - é o documento que especifica o propósito, a subordinação, a sede, o posto do Comandante e a constituição de um núcleo de implantação, quando necessário. b) Regulamento - é o ato administrativo que complementa o Ato de Criação permitindo que, em âmbito geral, possam ser conhecidas a sua missão, organização, estrutura e outros dados de interesse. c) Regimento Interno - é o ato administrativo que complementa o Regulamento, ordenando seu detalhamento e permitindo que, em âmbito interno, sejam disciplinadas todas as atividades rotineiras da OM. Os Oficiais, exceto o Comandante, que servem numa OM constituem a sua Oficialidade. Os Guardas-Marinha também farão parte da Oficialidade, porém com as restrições inerentes à sua situação de Praças Especiais. As Praças que servem numa OM constituem a sua Guarnição. A Oficialidade e a Guarnição de uma OM constituem a sua Tripulação. 5.3 - NORMAS SOBRE PESSOAL 5.3.1 - Comissões de oficiais Compete aos Oficiais, em correspondência com seus postos, desempenharem as funções, os encargos colaterais e as atribuições previstas nas Organizações Administrativas (OA) e Regimentos Internos (RI) das OM onde forem servir. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVOORIGINAL 5 - 3 O Oficial poderá ser designado para exercer, interinamente, cargo inerente a Oficial de posto superior. O Oficial poderá exercer cargo de posto abaixo, durante período a ser fixado pela autoridade competente, em razão de sua promoção ou de alteração de lotação da OM. 5.3.2 – Apresentação de Oficiais O Oficial nomeado ou designado para servir em qualquer OM apresentar-se-á ao Comandante dessa OM e aos Órgãos de Distribuição de Pessoal envolvidos, de acordo com as normas em vigor. Em caso de ir servir em OM subordinada a alguma Força, apresentar-se-á, também, ao Comandante daquela Força. Poderão ser dispensadas as apresentações que exigirem o deslocamento do Oficial para a sede do Órgão de Distribuição de Pessoal. A apresentação dos Oficiais às autoridades às quais ficarão subordinados será feita nas vinte e quatro horas contadas do desligamento, ou da chegada ao local em que estiver a OM em que for servir, salvo ordem especial. 5.3.3 – Alterações e substituições do Pessoal O Comandante de OM que ficar impossibilitado de exercer seu cargo será substituído interinamente pelo Imediato. O Imediato, no exercício do Comando, se ficar impossibilitado de exercê-lo, será substituído por Oficial do mesmo Corpo, da unidade, que se lhe seguir em antiguidade e assim sucessivamente. Os Comandantes têm autoridade para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da função do subordinado que, por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo ou demonstrar incapacidade no exercício de funções militares a ele inerentes. Têm também autoridade para designar o substituto, quando não esteja a substituição prevista na legislação em vigor. Aquele que for suspenso deverá ser desembarcado e apresentado ao COMIMSUP da autoridade que o suspendeu, de acordo com o Art. 5-1-19 da OGSA. É atribuição dos COMIMSUP distribuir, pelas OM subordinadas, o pessoal designado para servir sob suas ordens, e alterar essa distribuição de acordo com as necessidades. Excetua-se o pessoal nomeado por Decreto, ato do Comandante da Marinha ou de outra autoridade competente. Os Oficiais Intermediários e Subalternos que estiverem destacados, de passagem ou depositados em qualquer OM, excetuados os presos e os à disposição da justiça, OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 4 suprirão a deficiência de Oficiais nos serviços de bordo a critério do Comandante, e desde que sejam de menor antiguidade que o Imediato. Esta disposição é extensiva às Praças que estiverem a bordo em situação semelhante. 5.4 – DEVERES DO PESSOAL 5.4.1 – Normas gerais de procedimento Todos os Oficiais e Praças, quer a bordo, quer em terra, em serviço ou não, devem: a) proceder de acordo com as normas de boa educação civil e militar e com os bons costumes, de modo a honrar e preservar as tradições da Marinha; b) respeitar a legislação em vigor, obedecer aos superiores e conhecer e cumprir as normas e instruções da Marinha; c) empenhar-se em dirigir ou executar as tarefas de que forem incumbidos com o máximo de zelo e dedicação; e d) empregar os maiores esforços em prol da glória das armas brasileiras e sustentação da honra nacional, mesmo nas circunstâncias mais difíceis e quaisquer que sejam os perigos a que se possam achar expostos. A autoridade de cada um promana do ato de designação para o cargo que tiver que desempenhar; ou da ordem superior que tiver recebido; começa a ser exercida com a posse nesse cargo ou com o início de execução da ordem; a ela corresponde inteira responsabilidade pelo bom desempenho no cargo ou pela perfeita execução da ordem. Aplica-se, da mesma forma, o disposto nesse item a encargo, incumbência, comissão, serviço ou atividade militar. 5.4.2 – Autoridade individual Todos são individualmente responsáveis, dentro de sua esfera de ação: a) por negligência, imprevidência, fraqueza ou falta de energia no cumprimento de deveres e no desempenho de suas atribuições; b) por imperícia na direção ou execução de fainas, ou no desempenho de atribuições para as quais estejam legalmente qualificados; c) por infração à legislação em vigor, às disposições desta Ordenança e às normas e instruções da Marinha; d) por abuso ou exercício indevido de autoridade; e e) por prejuízos causados à Fazenda Nacional. Em substituição, por deficiência de pessoal ou inexistência de pessoal legalmente habilitado, ninguém da Marinha pode negar-se a assumir cargos, mesmo que OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 5 inerentes a posto ou graduação superior; a responsabilidade do substituto fica limitada pela habilitação que legalmente tiver. 5.4.3 – Deveres do Superior Cumpre ao superior: a) manter, em todas as circunstâncias, na plenitude de sua autoridade a disciplina, a boa ordem nas fainas e serviços e a estrita execução da legislação em vigor e das normas e instruções da Marinha; b) exigir o respeito e a obediência que lhe são devidos por seus subordinados; e c) conduzir seus subordinados, estimulando-os, reconhecendo-lhes os méritos, instruindo-os, admoestando-os e punindo-os ou promovendo sua punição de conformidade com a lei. O superior evitará sempre utilizar-se de palavra ou ato que possa desconceituar seus subordinados, enfraquecer a consideração que lhes é devida e melindrar seu pundonor militar ou dignidade pessoal. O superior é responsável: a) pelo acerto, oportunidade e conseqüências das ordens que der; e b) pelas conseqüências da omissão de ordens, nos casos em que for de seu dever providenciar. As ordens devem ser emitidas de forma clara, concisa e precisa. 5.4.4 – Deveres do Subordinado Cumpre ao subordinado: a) respeitar seus superiores e ter para com eles a consideração devida, quer estejam ou não presentes; e b) obedecer às ordens dos superiores. As ordens verbais dadas pelo superior, ou em seu nome, obrigam tanto como se fossem por escrito. Se tais ordens, por sua importância, puderem envolver grave responsabilidade para o executor, este poderá pedir que lhe sejam dadas por escrito, o que não poderá ser recusado. O subordinado é responsável: a) pela execução das ordens que receber; e b) pelas conseqüências da omissão em participar ao superior, em tempo hábil, qualquer ocorrência que reclame providência, ou que o impeça de cumprir a ordem recebida. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 6 O subordinado deixa de ser responsável pelo não cumprimento de uma ordem recebida de superior quando outro superior lhe der outra ordem que prejudique o cumprimento da primeira e nela insistir, apesar de cientificado pelo subordinado da existência da ordem anterior. Deve, porém, participar a ocorrência ao primeiro, logo que possível. Os superiores e subordinados não devem limitar-se apenas ao cumprimento das tarefas que lhes tiverem sido cometidas, procurando ajudar-se mutuamente na execução das mesmas. O subordinado dará o pronto a seu superior da execução das ordens que dele tiver recebido. Quando circunstâncias insuperáveis impossibilitarem sua execução, ou ocorrência não prevista aconselhar a conveniência de retardar, de modificar ou de não cumprir as ordens recebidas, dará conhecimento imediato do fato ao seu superior, ou logo que possível, para que este providencie como julgar conveniente. Caso, porém, não hajatempo de fazer essa participação, nem de esperar novas ordens, o subordinado resolverá, sob sua responsabilidade, como lhe parecer mais conveniente ao serviço. Qualquer subordinado que receber uma ordem e entender que de sua execução possa resultar prejuízo ao serviço deverá ponderar respeitosamente, expondo as razões em que se fundamenta, por assim o entender; mas, se o superior insistir na execução da referida ordem, obedecer-lhe-á de pronto e lealmente, podendo, depois de a cumprir, representar a este respeito ao Comandante ou à autoridade imediatamente superior à que lhe tiver dado a ordem, de acordo com o prescrito no artigo 4-1-27 da Ordenança. 5.4.5 – Orientações gerais Todos devem respeitar a religião, as instituições, os costumes e os usos do país em que se acharem. Todos devem tratar-se mutuamente com respeito e polidez, e com atenção e justiça os subordinados. No exercício de suas atribuições, é vedado ao pessoal qualquer intimidade. Todo superior deve fazer cessar prontamente as contendas que presenciar a bordo entre mais modernos e, em caso de insulto, injúria, ameaça ou vias de fato, prender os transgressores e endereçar parte de ocorrência aos respectivos Comandantes. O militar que presenciar qualquer irregularidade em que se envolva pessoal da Marinha, ou verificar desvio de objetos pertencentes à Fazenda Nacional e atos OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 7 comprometedores da segurança das Organizações Militares (OM) da Marinha deve, conforme as circunstâncias, reprimir de pronto esses atos, ou dar parte deles com a maior brevidade a seu Comandante ou à autoridade competente Todo militar que tiver conhecimento de notícia, ainda que vaga, de algum fato que, direta ou indiretamente, possa comprometer as tarefas da sua ou de outras OM, ou que tenha relação com os interesses nacionais, tem rigorosa obrigação de o participar de pronto – verbalmente ou por escrito, com conveniente reserva – ao seu Comandante, pelos canais competentes ou em caso de urgência, diretamente. Todo Oficial ou Praça pode, sempre que for conveniente à ordem, à disciplina ou à normalidade do serviço, prender à sua ordem ou à de autoridade competente, quem tiver antiguidade inferior à sua. Pode, também, em flagrante de crime inafiançável, prender à ordem de autoridade superior qualquer Oficial ou Praça de antiguidade superior à sua. Em qualquer caso, quem efetuar a prisão dará logo parte circunstanciada, por escrito e por intermédio do próprio Comandante, à autoridade a que o preso estiver diretamente subordinado. 5.4.6 – Saudação Militar e cumprimento civil A continência individual é a saudação devida pelo militar de menor antiguidade, quando uniformizado, a bordo ou em terra, aos mais antigos da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, das Forças Auxiliares e das Forças Armadas dos países estrangeiros, ainda que estes estejam em traje civil; neste último caso, desde que os conheça. Em trajes civis, o mais moderno assumirá postura respeitosa, e cumprimentará formalmente o mais antigo, utilizando-se das expressões usadas no meio civil. Os mais antigos devem responder tanto à saudação quanto à continência individual dos mais modernos. O Oficial ou a Praça, ao dirigir-se a superior, tomará a posição de sentido e prestar- lhe-á continência. Em qualquer compartimento ou local das OM, à passagem de qualquer Oficial, todos os subordinados devem tomar a posição de sentido, desde que não resulte prejuízo para as fainas em andamento ou interrupção de rancho. 5.4.7 - Representação O subordinado que se julgar com fundamento para ponderar sobre qualquer ato de superior que lhe pareça ilegal ou ofensivo tem direito de dirigir-lhe, verbalmente ou por escrito, representação respeitosa. Se o superior deixar de atendê-la, ou não a OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 8 resolver do modo que lhe pareça justo, poderá representar ao Comandante da OM em que servir o superior, pedida a devida permissão, que não lhe poderá ser negada. Se o ato tiver sido praticado pelo próprio Comandante, ou se a decisão deste não for considerada satisfatória, o subordinado poderá, da mesma forma, representar contra este ou recorrer de sua decisão à autoridade imediatamente superior. As ponderações, representações e manifestações coletivas sobre atos dos superiores são proibidas. O subordinado, em suas relações verbais ou escritas com o superior, usará sempre de expressões respeitosas. O superior, conquanto deva dirigir-se ao subordinado em termos corteses, dará sempre suas ordens em linguagem e tom imperativos. Na correspondência, quer do subordinado para o superior, quer deste para aquele, são proibidas expressões que envolvam, direta ou indiretamente, ofensa, insulto ou injúria a alguém. Todas as representações, partes ou requerimentos que militares da Marinha dirigirem a autoridades superiores devem ser encaminhados por intermédio do seu respectivo Comandante, o qual os transmitirá a quem de direito, dando sua própria informação a respeito, antes de decorrido o prazo de oito dias desde o seu recebimento. Se a representação, parte ou requerimento, ao ser apresentado, contiver insulto, ofensa ou injúria, o Comandante não o encaminhará e punirá seu autor; aquele documento somente servirá para o processo que deverá ser instaurado posteriormente. Só o Comandante, ou subordinado por ele autorizado, poderá fazer comunicação verbal ou escrita para fora de sua unidade, sobre assuntos operativos ou administrativos de sua OM. Nenhum militar poderá, a não ser que devidamente autorizado, discutir ou divulgar por qualquer meio assunto de caráter oficial, exceto os de caráter técnico não-sigiloso e que não se refiram à Defesa ou à Segurança Nacional. É vedado ao militar manifestar-se publicamente a respeito de assuntos políticos ou tomar parte fardado em manifestações de caráter político partidário. 5.4.8 – Aspecto fisionômico dos militares É vedado aos militares o uso de barba, cavanhaque, costeletas e do corte de cabelo que não sejam os definidos pelas normas em vigor. O uso de bigode é permitido aos Oficiais, Suboficiais e Sargentos. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 9 O militar que necessitar encobrir lesão fisionômica poderá usar barba, bigode, cavanhaque ou cabelo fora das normas em vigor, desde que esteja autorizado pelo seu respectivo Comandante. O militar que tiver sua fisionomia modificada deverá ser novamente identificado. 5.5 – DEVERES DOS COMANDANTES O Comandante é investido da mais ampla autoridade sobre seus subordinados, como responsável direto pela eficiência e eficácia da unidade e com o dever de empregar todos os esforços para mantê-la pronta a desempenhar qualquer missão, na paz ou na guerra. Essa autoridade decorre das atribuições que lhe são prescritas na OGSA e na legislação em vigor, mas seu prestígio e ascendência moral devem resultar principalmente do acerto de suas decisões e ordens, de seus atos e exemplo, da consciência de sua responsabilidade e de sua experiência e conhecimentos profissionais. São atribuições do Comandante: a) conduzir sua unidade em combate; b) manter-se atualizado quanto ao emprego tático e operativo de sua unidade e das forças navais, aeronavais e de fuzileiros navais; c) manter, com vigor, a disciplina e osprincípios de autoridade e subordinação; d) determinar e orientar os serviços, manobras, exercícios e fainas necessários à eficiência da unidade, observadas as normas, instruções e ordens existentes; e) dirigir as fainas gerais e as manobras de suspender, fundear, de entrada e saída de portos; poderá entretanto entregar a direção dessas fainas e manobras ao Imediato ou a outro Oficial habilitado, conservando sua responsabilidade, excetuadas as de emergência quando houver risco para o navio e sua tripulação; f) propor a atualização das organizações administrativa e de combate, ou regimento interno, sempre que necessário; g) cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor; h) observar a conduta de seus subordinados, especialmente o modo pelo qual exercem a autoridade que a legislação em vigor lhes confere; i) solucionar divergências entre seus subordinados sobre assuntos administrativos e operativos, depois de ouvi-los; j) decidir sobre partes ou apresentações que lhe forem endereçadas e encaminhar à autoridade superior, devidamente circunstanciadas, as que se referirem a seus próprios atos; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 10 l) recompensar ou promover a recompensa daqueles que, por sua conduta, dedicação ao serviço ou ato meritório, dela se tornarem merecedores; m) prestar informações sobre os seus subordinados de acordo com as disposições vigentes; n) impor penas disciplinares, nos termos da legislação em vigor; o) promover a punição dos transgressores quando a mesma escapar à sua autoridade, nos termos do Código Penal Militar e nos crimes de natureza civil, facilitando os meios de averiguação da alçada das autoridades policiais e judiciárias; p) tomar as providências ao ter conhecimento de qualquer ocorrência que possa prejudicar o serviço, o resultado da missão em que estiver engajado ou os interesses nacionais; q) esforçar-se para manter a unidade sob o seu comando suprida do material necessário à sua operação, manutenção, conservação e limpeza, tomando para isso as providências devidas; r) exigir o fiel cumprimento das disposições em vigor para conservação, manutenção, acondicionamento e utilização do material de qualquer natureza existente a bordo, e as relativas à sua aquisição, recebimento, registro e despesa; s) esforçar-se para manter a unidade sob o seu comando como lotação completa; t) exigir o cumprimento das ordens e instruções concernentes à conservação da unidade, higidez e bem-estar da tripulação, determinando as providências que as circunstâncias aconselharem; u) proceder às Mostras e Inspeções previstas nesta Ordenança e nas normas e instruções em vigor; v) orientar os subordinados em sua conduta militar e civil, quando por eles procurados, e bem assim quando julgar conveniente fazê-lo para o próprio bem de cada um; x) dar licenças para baixar à terra, observadas as conveniências do serviço, podendo delegar essa atribuição ao Imediato ou o Encarregado do Pessoal; z) distribuir os Oficiais dentro da estrutura orgânica da unidade, bem como pelas Divisões de Serviço e outros serviços necessários ao desempenho da missão atribuída à OM, podendo delegar essa atribuição ao Imediato ou ao Encarregado do Pessoal; aa) distribuir os camarotes e alojamentos de acordo com o estabelecido na OGSA, podendo delegar essa autoridade ao Imediato ou ao Encarregado do Pessoal; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 11 ab) autenticar todos os termos lavrados a bordo e remeter cópias às autoridades interessadas; ac) registrar ou fazer registrar, autenticando, o histórico da unidade, de acordo com as instruções em vigor; ad) presidir o Conselho Econômico; ae) ser o Ordenador de Despesa, de acordo com as instruções e normas em vigor, quando tal não for expressamente definido para outro Oficial; af) impedir a bordo qualquer tipo de comércio não autorizado pela legislação em vigor, assim como qualquer excesso no que for permitido; ag) registrar ou fazer registrar as citações meritórias em livro próprio, autenticando os lançamentos efetuados, de acordo com as normas em vigor; ah) responder perante o seu COMIMSUP pelo aprestamento de sua unidade; ai) assinar os documentos administrativos externos da OM; e aj) determinar o registro imediato de todos os fatos concernentes ao Registro Civil que se derem a bordo, em viagem, comunicando-os, logo que possível, às autoridades competentes a fim de que, através do Ministério da Justiça, sejam ordenados os assentamentos, notas ou averbações nos livros competentes das Circunscrições a que se referirem. O Comandante, depois da posse, inspecionará minuciosamente sua unidade, colhendo as informações necessárias para poder inteirar-se de suas condições e, dentro de um mês, encaminhará ao COMIMSUP o Relatório de Assunção de Comando. Para esse efeito, o Comandante poderá determinar que o Imediato e os encarregados de setor apresentem relatórios sobre as condições do material e do pessoal a seu cargo, sugerindo as providências que lhes parecerem convenientes para a máxima eficiência no desempenho de suas atribuições. O Comandante poderá expulsar de bordo qualquer pessoa estranha ou não à Marinha que atentar contra a disciplina e a boa ordem e, se necessário, prendê-la e remetê-la à autoridade competente, com parte circunstanciada. O Comandante da unidade dará suas ordens verbais por intermédio do Imediato ou diretamente aos Oficiais que as devam executar, cabendo a estes, logo que possível, dar conhecimento ao Imediato, e a seu superior direto, das ordens recebidas. Quando lhe parecer necessário pela importância da ordem ou para sua melhor compreensão, deverá dá-la por escrito, exigindo que os interessados nela aponham o ciente. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 12 O Comandante pernoitará a bordo, de acordo com as instruções do seu COMIMSUP. Comandante mais antigo presente É o Oficial de maior antiguidade, de qualquer Corpo ou Quadro, dentre os que estejam exercendo cargo de Comando ou de Direção de OM em um determinado local. O COMAP tem a seu cargo as providências de caráter administrativo necessárias à uniformidade e padronização de procedimentos nas atividades envolvendo a representação da MB na localidade e as de caráter militar destinadas a prevenir, controlar e reprimir perturbações à normalidade das atividades das OM ali sediadas e do pessoal militar e civil da MB, lá servindo ou em trânsito. Sempre que, no mesmo porto ou ancoradouro, se encontrarem acidentalmente Forças ou navios da Marinha, o Comandante mais antigo dentre eles terá o título de Comandante Mais Antigo Presente Embarcado (COMAPEM). A autoridade do COMAP e do COMAPEM será exercida sem prejuízo da autonomia dos demais Comandantes no exercício de suas atribuições específicas. 5.6 – DEVERES DOS OFICIAIS 5.6.1 – Deveres e Responsabilidades dos Oficiais São deveres específicos de todo Oficial da Marinha: a) conhecer, observar e fazer observar por seus subordinados as disposições da Ordenança e da legislação em vigor; b) cumprir, com empenho, lealdade, presteza e dedicação as ordens que lhe forem dadas; c) empregar todos os esforços para o bom desempenho das tarefas e funções que lhe forem atribuídas, mantendo-se atualizado quanto aos conhecimentos operativos, técnicos e administrativos paraisso necessários; d) exigir que seus subordinados executem, com presteza e correção, todas as tarefas que lhes forem determinadas; e) ocupar, nas mostras, inspeções, exercícios e fainas, os postos designados e certificar-se de que seus subordinados ocupem os que lhes competirem; e f) dar conhecimento ao Imediato e ao Oficial de Serviço da execução de alguma ordem do Comandante de interesse do serviço de sua OM, e ao Oficial de Serviço quando a ordem emanar do Imediato. g) apresentar-se ao Oficial de Serviço e ao Imediato, sempre que entrar ou sair de bordo e ao Comandante, diariamente, ao entrar a bordo pela primeira vez e ao se retirar pela última vez; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 13 h) zelar pela boa conservação material; i) obter autorização do Imediato e dar ciência ao Oficial de Serviço quando tiver de reunir pessoal para qualquer faina; j) supervisionar as fainas em que estiver engajado o pessoal a ele diretamente subordinado; l) apoiar, naquilo que for cabível e apropriado, o pessoal a ele subordinado, com relação a seus problemas particulares; m) esforçar-se no sentido de manter seus subordinados nas condições ideais de adestramento, moral e higidez; n) acompanhar os assuntos militares da atualidade, em particular aqueles concernentes às Marinhas estrangeiras, bem como os aspectos gerais de política internacional, nacional e marítima; o) exercitar os atributos de iniciativa, lealdade, sinceridade e discrição; p) habituar-se a analisar os problemas realisticamente e com isenção de ânimo; q) esforçar-se para manter e aprimorar sua higidez; e r) colocar os interesses da Marinha acima dos pessoais. Os Oficiais, além do que estabelece o artigo anterior, são responsáveis pelas conseqüências de má orientação ou da falta de fiscalização da execução das tarefas e dos serviços a seu cargo e pelos prejuízos que, por omissão ou incúria, provocarem para a carreira do pessoal sob suas ordens. É responsabilidade dos Oficiais, quando no exercício de Comando, impor penas disciplinares. Nas OM comandadas por Almirantes, a delegação de competência para imposição de penas disciplinares deverá ser explicitada no Regimento Interno ou Organização Administrativa. 5.6.2 - Imediato O Imediato é o Oficial cuja autoridade se segue, em qualquer caso, à do Comandante. Na ausência deste, o representa e, nos seus impedimentos, o substitui interinamente no exercício do Comando. Em caso de impedimento temporário, o Imediato será substituído interinamente pelo Oficial da OM que se lhe seguir em antiguidade. Nos navios será substituído pelo Oficial do Corpo da Armada, da respectiva Oficialidade, que se lhe seguir em antiguidade. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 14 O Imediato é quem recebe, oralmente, as ordens e instruções do Comandante sobre as diferentes tarefas, e as cumpre ou transmite para serem cumpridas. Ao Imediato cabe, especificamente, a direção administrativa da OM, cumprindo-lhe coordenar e controlar todas as atividades, tendo especial atenção à manutenção e prontificação, bem como à disciplina e higidez da tripulação, e ao trabalho dos operários empregados em reparo. Ao Imediato compete: a) zelar pela correta execução das ordens do Comandante; b) ocupar o posto que lhe couber nas fainas gerais ou em qualquer outra tarefa onde sua presença seja necessária ou determinada pelo Comandante. c) distribuir o pessoal pelos postos, fainas e serviços de acordo com as Organizações Administrativa e de Combate ou Regimento Interno, submetendo as tabelas respectivas à aprovação do Comandante; d) supervisionar o adestramento da tripulação; e) pernoitar a bordo, de acordo com as normas estabelecidas pelo Comandante; f) exigir as informações sobre o andamento dos serviços e fainas; g) apresentar ao Comandante, diariamente, os subordinados que estejam relacionados para sua audiência; h) acompanhar o Comandante nas inspeções e mostras; i) proceder às inspeções de rotina e a outras que lhe parecerem necessárias; nestas inspeções se julgar conveniente, far-se-á acompanhar pelos encarregados de setores e pelo médico; j) distribuir, por delegação do Comandante, os camarotes e alojamento para Oficiais e Praças; l) fazer organizar e assinar os documentos administrativos internos da OM; m) coordenar e controlar a elaboração dos pedidos de material, mantimentos e numerário, de acordo com a legislação em vigor; n) controlar a administração do pagamento do pessoal; o) estar pronto a informar ao Comandante sobre a situação dos mantimentos, aguada, sobressalentes e combustíveis; p) presidir o rancho dos Oficiais (Praça d’Armas); q) tomar parte no Conselho Econômico; r) zelar pela boa apresentação marinheira da OM; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 15 s) esforçar-se para que seja observada economia de recursos nos diversos setores da OM; t) participar ao Comandante qualquer irregularidade que observar, ou que seja trazida ao seu conhecimento; u) fiscalizar o licenciamento, de forma a que o mesmo se faça dentro das normas prescritas pelo Comandante; v) comunicar, diariamente, ao Gestor o número de municiados e a natureza do municiamento; x) fiscalizar o serviço de intendência, de acordo com a legislação em vigor; z) zelar pelo conforto da tripulação; e aa) fiscalizar toda sorte de comércio permitido a bordo, impedindo que se pratiquem abusos. 5.6.3 – Demais cargos e encargos colaterais Os cargos para Oficiais nas OM serão distribuídos por Departamentos, Grupos, Divisões, Seções e Encargos Colaterais, cuja existência e número dependerão do tipo e porte da OM, bem como da natureza e vulto dos encargos. Quando houver deficiência de Oficiais, o Comandante deverá designar um mesmo Oficial para exercer, cumulativamente, dois ou mais cargos. 5.6.3.1 - Chefe de Departamento O Chefe de Departamento será um Oficial, preferencialmente com o correspondente Curso de Aperfeiçoamento exigido para o exercício do cargo. O Chefe de Departamento exerce o respectivo cargo sob a coordenação do Imediato, do qual recebe as ordens e ao qual dirige todas as participações relativas ao pessoal e à conservação e utilização do material de seu Departamento. Qualquer Chefe de Departamento pode entender-se diretamente com o Comandante sobre assuntos operativos e técnicos de seu Departamento, dando conhecimento ao Imediato. São atribuições do Chefe de Departamento: a) coordenar e controlar o preparo e o adestramento do pessoal subordinado; b) supervisionar a execução das tarefas afetas ao seu Departamento; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 16 c) supervisionar a elaboração dos pedidos de suprimentos e reparos referentes ao material do seu Departamento, bem como seu atendimento pelos órgãos supridores e reparadores; d) promover permanentemente a atualização do arquivo operativo e técnico do seu Departamento; e) responder pelo estado do material de seu Departamento; f) distribuir, com aprovação do Imediato, o pessoal do seu Departamento pelos diversos setores específicos; g) assessorar diretamente o Comandante quando solicitado;8-5 8.5 – Distribuição e Redistribuição........................................................... 8-6 OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO V ORIGINAL 8.6 – Comissão de Promoção Regional .................................................... 8-6 8.7 – Licenciamento, Promoção a Primeiro-Tenente e Prorrogação de Tempo de Serviço ......................................................................... 8-6 8.8 – Interrupção dos Estágios ................................................................. 8-9 8.9 – Férias ................................................................................................ 8-9 8.10 – Gestante ......................................................................................... 8-10 8.11 – Desligamento ................................................................................. 8-10 8.12 – Adicional de Habilitação ............................................................... 8-10 8.13 – Antiguidade ................................................................................... 8-11 8.14 – Perfil de Emprego .......................................................................... 8-11 ANEXO A – Áreas de Jurisdição dos Distritos Navais ............................ A-1 ANEXO B - Quadro-Resumo das OM dos Distritos Navais .................... B-1 ANEXO C - Postos e Graduações na Hierarquia Naval e as Respectivas Correspondências no Exército e na Aeronáutica .................. C-1 ANEXO D - Bibliografia ......................................................................... D-1 OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO VI ORIGINAL INTRODUÇÃO 1 - PROPÓSITO O propósito geral da disciplina FORMAÇÃO MILITAR-NAVAL é capacitar os alunos dos Estágios de Adaptação e Serviço para o Serviço Militar Inicial (SMI) e Serviço Militar Voluntário (SMV) e Estágio de Serviço Técnico para Oficiais (EAS/EST -1a FASE) a co- nhecer os princípios da vida militar, as leis e regulamentos, as atividades inerentes à pres- tação do Serviço Militar pelos Oficiais RM2, bem como as características das tradições na- vais e da formação marinheira. 2 - DESCRIÇÃO Esta Folha de Informações (FI) possui oito capítulos e dois anexos, distribuídos da seguinte maneira: o Capítulo 1 começa com a Destinação Constitucional da MB, sua Missão, define os conceitos de Poder Marítimo e Poder Naval, apresenta as Tarefas Básicas do Poder Na- val, avança com os conceitos de Amazônia Azul e Área de Jurisdição Brasileira (AJB) e finaliza com a apresentação da Estrutura Organizacional da MB, explorando o propósito e a composição dos seus principais órgãos; o Capítulo 2 apresenta os conceitos básicos de conduta militar; no Capítulo 3, são elencados os principais regulamentos que balizam a administração naval; no Capítulo 4, é apresentado o Cerimonial da MB; o Capítulo 5 enfo- ca aspectos importantes da Ordenança Geral para o Serviço da Armada (OGSA) tais como Normas sobre pessoal e Deveres; o Capítulo 6 trata especificamente do Serviço de Ofici- ais; o Capítulo 7 traz um resumo do Regulamento de Uniformes da Marinha. Para finalizar, o Capítulo 8 resume as condições da Prestação do Serviço Militar pelo pessoal RM2. 3 – PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES Modificação referente à criação do primeiro Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilo- tadas e Esclarecimento (EsqdQE-1). 4 - CLASSIFICAÇÃO Esta FI é classificada como não-controlada, ostensiva e didática. 5 - SUBSTITUIÇÃO xxx OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 1 ORIGINAL CAPÍTULO 1 ORGANIZAÇÃO DA MARINHA DO BRASIL 1.1 – DESTINAÇÃO CONSTITUCIONAL DA MB 1.1.1 – Destinação Constitucional De acordo com a Constituição Federal (CRFB), as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regu- lares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob autoridade suprema do Pre- sidente da República e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucio- nais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. As Forças Armadas dispõem de estruturas e organizações próprias, definidas em legisla- ção específica. 1.1.2 – O Comando O Presidente da República é o Comandante Supremo das Forças Armadas, sendo assesso- rado pelo Ministro de Estado da Defesa no que concerne aos assuntos pertinentes à área militar; O Ministro de Estado da Defesa exerce a direção superior das Forças Armadas, assesso- rado pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, pelas Secretarias específicas e pe- los demais órgãos do Ministério da Defesa, conforme definido em lei; Cada Força Armada dispõe, singularmente, de um Comandante, nomeado pelo Presidente da República, indicado pelo Ministro da Defesa. O Comandante de Força exercerá a dire- ção e a gestão da respectiva Força; e Os cargos de Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Comandante da Ma- rinha, do Exército e da Aeronáutica são privativos de oficiais-generais do último posto da respectiva Força. 1.1.3 – Disposições Comuns às Forças Aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, nos termos da legislação em vigor e consoante as diretrizes do Ministro da Defesa, compete: a) exercer o Comando da respectiva Força; b) executar o planejamento, a orientação, a coordenação e o controle operacional e administrativo das atividades próprias da Força; c) realizar a avaliação das organizações integrantes da Força; d) zelar pela aptidão da Força ao cumprimento de sua missão constitucional e de suas atribuições subsidiárias; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 2 ORIGINAL e) exercer as atribuições que lhes forem expressamente delegadas, admitida a subde- legação; f) formular a legislação específica e aprovar as normas próprias da respectiva Força. 1.1.4 – O Preparo a) Para o cumprimento da destinação constitucional das Forças Armadas, cabe aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica o preparo de seus órgãos operativos e de apoio, obedecidas as políticas estabelecidas pelo Ministro da Defe- sa; b) O preparo compreende, entre outras, as atividades permanentes de planejamento, organização e articulação, instrução e adestramento, desenvolvimento de doutrina e pesquisas específicas, inteligência e estruturação das Forças Armadas, de sua logís- tica e mobilização; e c) O planejamento e a execução dos exercícios operacionais poderão ser realizados com a cooperação dos órgãos de segurança pública e de órgãos públicos com inte- resses afins. Ex: Polícia Federal, Polícias Militares e Civis, IBAMA etc. 1.1.5 – O Emprego a) Compete ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas elaborar o planejamento do emprego conjunto das Forças Armadas e assessorar o Ministro da Defesa na condução dos exercícios conjuntos e quanto à atuação de forças brasileiras em ope- rações de paz, além de outras atribuições que lhe forem estabelecidas pelo Ministro de Estado da Defesa; b) O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes cons- tituídos, da lei e da ordem e na participação em operações de paz é de responsabili- dade do Presidente da República, que determinará ao Ministro deh) responder pela correta escrituração dos livros, modelos e demais documentos pertinentes ao seu Departamento; e i) cumprir e fazer cumprir as instruções técnicas em vigor, baixando, com aprovação do Comandante, instruções complementares. Além das atribuições relacionadas no artigo anterior, cabe, especificamente, ao Chefe de Departamento de Armamento ou Convés a supervisão das fainas marinheiras. Além das atribuições relacionadas anteriormente, cabe, especificamente, ao Chefe do Departamento ou Encarregado de Navegação: a) assessorar o Comandante na elaboração da derrota e ponderar sobre qualquer ponto de interesse à mesma e que julgar não tenha sido por ele devidamente apreciado; b) auxiliar o Comandante no que diz respeito à segurança da navegação, todas as vezes que o mesmo assumir a manobra; e c) comunicar aos órgãos competentes, por intermédio do Comandante, todos os erros ou omissões que houver verificado em cartas e publicações, ou falhas nos sinais de auxílio à navegação. Além das atribuições relacionadas na presente Seção, cabe, especificamente, ao Chefe do Departamento ou Encarregado de Saúde: a) zelar pela manutenção da higidez e do estado sanitário da tripulação; b) propor medidas profiláticas convenientes para prevenir ou conter surto de moléstias contagiosas ou epidêmicas na OM; c) providenciar a análise da água potável e o exame dos alimentos destinados à tripulação, verificando sua qualidade e estado de conservação; e OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 17 d) examinar as Praças que devam ser sujeitas à prisão celular, para informar ao Comandante se as condições de saúde lhes permitem suportar o cumprimento da pena. Além das atribuições relacionadas na presente Seção, cabe, especificamente, ao Chefe do Departamento de Intendência a responsabilidade, a guarda e a administração dos bens públicos da OM, pelos quais responderá de acordo com a legislação em vigor. Nas OM onde não houver Oficial do Corpo de Intendentes da Marinha, o Gestor será indicado pelo Comandante, dentre os Oficiais da unidade. Aos Comandantes de Companhia de fuzileiros navais são extensivas, no que couber, as disposições da presente Seção. 5.6.3.2 - Encarregado de Divisão O Encarregado de Divisão será um Oficial, preferencialmente com o correspondente Curso de Aperfeiçoamento exigido para o exercício do cargo. O Encarregado de Divisão exerce o respectivo cargo sob a subordinação direta do Chefe de Departamento. Qualquer Encarregado de Divisão pode entender-se diretamente com o Comandante ou o Imediato, em casos excepcionais, dando conhecimento ao Chefe de Departamento logo que possível. São atribuições do Encarregado de Divisão: a) ser o responsável direto pela disciplina de seus subordinados; b) ter perfeito conhecimento de todas as áreas do navio de responsabilidade de sua Divisão, bem assim de tudo que a ela pertencer, mesmo que more em área de outra Divisão; c) zelar pela manutenção de todo material de sua Divisão, pelo qual é o responsável direto; d) fazer os pedidos de material e de reparos que julgar necessários para a sua Divisão; e) inspecionar assiduamente a Divisão, participando ao Chefe de Departamento as ocorrências anormais; f) acompanhar o Comandante nas mostras e inspeções passadas em sua Divisão; g) educar, orientar e adestrar o pessoal da Divisão, para seu melhor aproveitamento no bem geral do serviço e no interesse de suas carreiras; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 18 h) estar sempre pronto a emitir seu conceito e demais informações sobre cada um dos homens de sua Divisão; i) comandar a Divisão em formaturas gerais, de mostra ou de parada; j) fazer o detalhe de serviço diário que competir ao pessoal de sua Divisão submetendo-o à aprovação do Chefe do Departamento; l) detalhar diariamente as fainas rotineiras e, bem assim, as demais tarefas que lhe forem determinadas; m) cumprir as ordens sobre licenciamento normal e encaminhar, devidamente informados, ao Chefe do Departamento, os pedidos de licenças especiais do pessoal de sua Divisão; n) fiscalizar o regresso dos licenciados de sua Divisão, dando parte dos excessos de licença e das ausências; o) dar conhecimento à Divisão de todas as ordens, avisos e resoluções que forem de interesse para o serviço ou para o pessoal; p) informar, ao setor pertinente de bordo, as alterações cadastrais relativas à remuneração do pessoal de sua Divisão; q) zelar pela boa apresentação e correção dos uniformes do pessoal de sua Divisão, fiscalizando e fazendo cumprir as normas em vigor relativas e fardamento; r) cumprir todas as disposições da legislação em vigor sobre o processo de carreira das Praças de sua Divisão; s) fazer os lançamentos nas Cadernetas das Praças de sua Divisão de acordo com a legislação em vigor; t) cumprir as normas para encaminhamento de Praças que desejem ou tenham que se dirigir às autoridades estranhas ao Comandante, ao Imediato ou ao Chefe do Departamento; u) manter em dia a Tabela Mestra da Divisão e as Tabelas Mestras Individuais do seu pessoal; v) manter acompanhamento da situação dos homens enfermos de sua Divisão, onde quer que se encontrem, seja a bordo ou em hospital; e x) manter os homens de sua Divisão informados acerca das atividades futuras de sua OM. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 19 Nos navios onde não houver Chefe de Departamento, os Encarregados de Divisão terão, adicionalmente e no que couber, as atribuições que competiriam aos Chefes de Departamentos respectivos. Aos Comandantes de Pelotão de fuzileiros navais são extensivas, no que couber, as disposições da presente Seção. 5.6.3.3 – Praças Especiais As Praças Especiais serão distribuídas pelas Divisões, a fim de complementarem os conhecimentos adquiridos em seus Órgãos de Formação. As Praças Especiais ficarão obrigadas aos estudos, aulas e exercícios determinados pelo Comandante, em cumprimento aos programas expedidos pela autoridade competente. Em benefício do aproveitamento nos trabalhos e estudos, as Praças Especiais poderão ser, a juízo do Comandante, dispensadas de algumas das tarefas e serviços. As Praças Especiais matriculadas em Escolas de Formação de Oficias e no Colégio Naval têm a obrigação de se impor às Praças mais modernas, evitar intimidade e exigir tratamento militar apropriado à sua posição hierárquica. 5.7 – SERVIÇO DE PRAÇAS Suboficiais e Sargentos No porto, os Suboficiais e Sargentos serão distribuídos por Divisões de Serviço que, sempre que possível, serão em número igual ao das Divisões de Oficiais, obedecendo-se aos mesmos critérios já estabelecidos anteriormente. Em viagem, os Suboficiais e Sargentos serão distribuídos por Quartos de Serviço, cujo número deverá ser igual ao das Divisões de Oficiais. A critério do Comandante, o Mestre, o Fiel, o Mestre d’Armas e os Supervisores poderão ser dispensados de concorrer à Escala de Serviço. O Mestre acompanhará o pernoite do Comandante; a critério deste, o Fiel, o Mestre- d’Armas e os Supervisores acompanharão o pernoite dos demais Oficiais. Cabos e Marinheiros No porto, os Cabos e Marinheiros serão distribuídos por três Quartos de Serviço, permanecendo a bordo após o licenciamento apenas aqueles efetivamente constantes do detalhe de serviço. Em viagem,os Cabos e Marinheiros serão distribuídos por três Quartos, os quais se sucederão continuadamente no serviço. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 20 Para os serviços que exijam maior esforço físico ou continuada atenção e concentração, poderão ser escaladas mais de uma Praça por Quarto, que se revezarão em intervalos de tempo menores. A critério do Comandante, Cabos e Marinheiros, em função das incumbências que exercem a bordo, poderão ser dispensados de concorrer à Escala de Serviço. Guardas e Sentinelas Nas OM cuja organização preveja, ou em que as circunstâncias exijam, haverá uma Guarda, cujo efetivo será proporcional aos serviços que lhes forem atribuídos. À Guarda compete: a) executar o serviço de sentinelas; b) participar de cerimonial; e c) desempenhar qualquer outra atividade necessária à manutenção da ordem e segurança da OM. O Corpo da Guarda será localizado normalmente nas proximidades do posto do Oficial de Serviço. O Comandante da Guarda ficará diretamente subordinado ao Oficial de Serviço, cabendo-lhe: a) fiscalizar o serviço das sentinelas; b) manter as praças da Guarda prontas para reforçar o posto de qualquer sentinela, ou ocupar o que lhe for designado; c) participar ao Oficial de Serviço todos os fatos relativos ao serviço da Guarda; e d) organizar o detalhe de serviço das praças da Guarda. No caso de não haver Comandante da Guarda, suas atribuições serão exercidas pelo Cabo da Guarda. Ao Cabo da Guarda compete: a) distribuir as sentinelas pelos postos e transmitir-lhes as ordens que tenham que cumprir e assistir à sua substituição; b) acudir, prontamente, ao chamado de qualquer das sentinelas e transmitir ao Oficial de Serviço as comunicações que estas lhe fizerem; e c) fazer a ronda dos postos das sentinelas, especialmente à noite. A sentinela é responsável e inviolável, segundo as prerrogativas que a Lei lhe confere, sendo punido com severidade quem atentar contra sua autoridade e integridade. No exercício de seu serviço, deve a sentinela portar-se com zelo, serenidade e energia compatível com a autoridade que lhe é atribuída. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 5 - 21 Os deveres, o número de sentinelas e seus respectivos postos serão regulados pelo Regimento Interno ou Organização Administrativa da OM. As sentinelas não podem abandonar seus postos sem terem sido rendidas na presença do Cabo da Guarda. O serviço de Guarda será de vinte e quatro horas; o de sentinela será de duas horas, ficando reduzido de uma hora se a temperatura ou condições de tempo forem severas, não devendo uma mesma praça fazer mais de oito horas de serviço dentro das vinte e quatro horas. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 6 - 1 ORIGINAL CAPÍTULO 6 O OFICIAL DE SERVIÇO 6.1 – SERVIÇO DE OFICIAIS Serviço de Oficiais é toda atribuição dada pelo Comandante da Organização Militar (OM) a determinado Oficial, para ser executada por período limitado de tempo. Serviço por Quartos é o serviço executado por períodos de duração igual ou inferior a seis horas. Cada período de serviço denominar-se-á quarto, cuja duração será fixada pe- lo COMIMSUP, não podendo ser inferior a duas horas para navios em viagem e a qua- tro horas nas demais circunstâncias. Serviço de Estado é o serviço executado por período de duração superior a seis horas, não podendo ultrapassar vinte e quatro horas. A expressão “Oficial de Serviço” aplica-se ao Oficial a quem cabe velar, durante deter- minado período de tempo, pela segurança, pela manutenção da disciplina e pelo cum- primento da rotina da OM. O Oficial de Serviço a bordo de navio, em regime de viagem, na estação de controle da manobra, denomina-se Oficial de Quarto. 6.2 – RESPONSABILIDADES E CONDUTA O Oficial de Serviço, no exercício de suas atribuições, é o representante do Comandante e, como tal, tem plena autoridade sobre tudo que se relacionar com o serviço. Por inter- médio dele, são transmitidas as ordens do Comandante e do Imediato e todas as ocor- rências referentes ao serviço devem ser levadas ao seu conhecimento. O Oficial de Serviço dará conhecimento ao Comandante e ao Imediato das ocorrências mais importantes e das providências que tomar a respeito. O Oficial de Serviço mandará participar ao Comandante a necessidade de sua presença no local de serviço, quando lhe parecer haver risco para a segurança da OM. Da mesma forma, procederá com o Imediato, nos casos referentes às atribuições deste. Nos casos imprevistos, que exijam providências imediatas, o Oficial de Serviço as to- mará, ficando responsável por seu acerto ou pela incorreção das mesmas, e dará, logo que possível, conhecimento do ocorrido ao Comandante ou Imediato; se em qualquer desses casos, intervir o Imediato, o Oficial de Serviço cumprirá as ordens deste, a quem caberá a responsabilidade do que determinar. O Oficial de Serviço é o responsável pelo exato cumprimento da rotina de bordo, pela execução de todas as disposições prescritas na Organização Administrativa ou Regi- OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 6 - 2 ORIGINAL mento Interno, pelo asseio e aspecto marinheiro da OM e de suas embarcações, e pela correção dos uniformes do pessoal, especialmente dos licenciados. O Oficial de Serviço é responsável por todas as irregularidades que se derem, durante seu serviço, em relação às obrigações que lhe são impostas na Ordenança; é igualmente responsável pelas irregularidades que constatar provindas de serviço anterior se, logo que delas se inteirar, não tomar as medidas corretivas necessárias, ou deixar de partici- pá-las ao Comandante ou Imediato. O Oficial de Serviço, na presença do Comandante ou do Imediato, não ordenará qual- quer faina ou formatura sem lhe pedir licença; da mesma forma, procederá na presença de Almirante ou Comandante de Força, se o seu Comandante não estiver presente. Ao Oficial de Serviço é expressamente proibido sentar-se, bem como ocupar-se em lei- turas, conversas ou outros assuntos não ligados ao serviço. O Oficial de Serviço deve permanecer no posto determinado pela organização da OM. O Oficial de Serviço, salvo caso de força maior, necessitando afastar-se temporariamen- te do seu posto, deverá ser substituído por outro Oficial capacitado para assumir aquela responsabilidade, com o conhecimento do Comandante ou Imediato. O Oficial de Serviço determinará que todo o pessoal escalado para serviço esteja cons- tantemente atento e se conserve nos postos que lhe tiverem sido designados. Em ocasião de mau tempo, poderá autorizar que esse pessoal permaneça em local abri- gado, de onde possa, no entanto, atender com presteza ao que lhe for ordenado. O Oficial de Serviço tem autoridade para permitir que Oficiais e Praças de serviço se ausentem temporariamente de seus postos, por motivo justificado. Poderá delegar essa autoridade ao Oficial Ajudante. O Oficial de Serviço provará a amostra de rancho da guarnição antes de mandar distri- buí-lo. O Oficial de Serviço evitará, durante o tempo das refeições e repouso subsequente, em- pregar a guarnição em qualquer serviço que não seja exigido por circunstância impor-tante e urgente. O Oficial de Serviço deverá certificar-se, pelos meios disponíveis, da condição de fe- chamento do material e do estado de estanqueidade do navio. O Oficial de Serviço velará para que não seja distribuído ou utilizado qualquer arma- mento portátil, sem sua prévia autorização. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 6 - 3 ORIGINAL O Oficial de Serviço velará para que não se abra qualquer paiol de munição sem sua or- dem ou ciência, e terá cuidado de fazer executar todas as medidas de segurança prescri- tas nas normas em vigor. O Oficial de Serviço, com referência ao embarque e desembarque de material, cumprirá rigorosamente as normas e instruções em vigor no que lhe disser respeito, providenci- ando os necessários registros e recibos. O Oficial de Serviço tem autoridade para inspecionar tudo quanto embarcar ou desem- barcar da OM, pertencente ao pessoal embarcado, destacado ou de passagem. O Oficial de Serviço não permitirá que qualquer embarcação largue da OM sem sua li- cença e, caso pertença à sua OM, sem que a inspecione ou faça inspecionar. O Oficial de Serviço exigirá que o advirtam da aproximação de qualquer embarcação, a tempo de resolver sobre sua atracação. Quando a embarcação trouxer pessoas às quais caibam honras, providenciará para que se cumpra o disposto no Cerimonial da Marinha. O Oficial de Serviço não permitirá que permaneçam atracadas senão as embarcações que conduzam Oficiais-Generais ou Comandantes de Força, desde que não haja incon- veniente para o serviço. O Oficial de Serviço não permitirá que as Praças das guarnições de embarcações estra- nhas as deixem ou que as de bordo embarquem nas mesmas, senão por motivo de servi- ço. O Oficial de Serviço fará vigiar as embarcações que, com bandeiras-insígnias, passarem nas proximidades do navio, a fim de se prestarem as honras devidas, de acordo com o Cerimonial da Marinha. O Oficial de Serviço não permitirá que haja luzes extraordinárias além das autorizadas e disso se certificará, mandando passar as necessárias revistas. O Oficial de Serviço prestará e fará prestar por seus auxiliares a maior atenção a tudo o que ocorrer no porto e, em caso de emergência ou acidente, providenciará para a ime- diata prestação de auxílios ou socorros, dando pronta participação do ocorrido ao Co- mandante. Quando em Serviço de Estado, durante as refeições, o Oficial de Serviço far-se-á repre- sentar, em seu posto, pelo Contramestre de Serviço. Quando em Serviço de Estado, no período compreendido entre a volta a exercícios e fainas e o silêncio, o Oficial de Serviço poderá observar repouso relativo na Sala de Es- tado ou Praça d’Armas, continuando, entretanto, responsável pelo que ocorrer. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 6 - 4 ORIGINAL Esta disposição será também observada nos dias de rotina de domingo, durante o perío- do de recreação. Quando em Serviço de Estado, no período compreendido entre o silêncio e a alvorada será permitido ao Oficial de Serviço repouso completo. Porém, antes de se recolher, de- verá certificar-se de que todas as precauções relativas à segurança da OM estão devida- mente atendidas; transmitirá ao Contramestre de Serviço instruções para o serviço no- turno, sendo responsável por qualquer omissão nessas instruções. E interromperá o re- pouso sempre que for avisado de qualquer ocorrência que exija sua presença ou provi- dências. O Oficial de Serviço fará com que sejam tomadas as providências necessárias à segu- rança do pessoal por ocasião de banho de mar, de exercícios, fainas, e transportes de pessoal ou material em que possa haver risco de vida. O Oficial de Serviço inspecionará as cobertas de rancho pessoalmente ou por intermédio de outro Oficial da Divisão de Serviço, antes das refeições. Inspecionará as cobertas de rancho e a cozinha antes do silêncio. Outros Serviços Cometidos a Oficiais O exercício de velar, durante um determinado período, pelo funcionamento de setor es- pecífico essencial ao desempenho tático-operativo ou administrativo da OM, poderá ser colocado sob a responsabilidade de um Oficial pelo Comandante da OM. As Organizações Administrativas e Regimentos Internos discriminarão esses serviços. Na condução dos serviços, o Oficial é o responsável pela imediata e correta execução das ordens recebidas do Comandante ou do Oficial de Serviço, pela operação dos equi- pamentos que lhe são afetos e pela boa ordem, disciplina e segurança nos compartimen- tos onde exerce sua autoridade. O Oficial responsável informará prontamente quaisquer ocorrências anormais ao Oficial de Serviço, tomando simultaneamente as medidas que julgar oportunas e convenientes para a segurança do navio, do pessoal e do material a seu cargo. O Oficial responsável registrará as ocorrências do serviço no livro próprio e de acordo com as normas em vigor. Nenhum Oficial assumirá o serviço sem ter tomado conhecimento das ordens em vigor, da situação dos equipamentos dos seus compartimentos e do pessoal de serviço. O Oficial que passar o serviço deverá informar ao que o suceder tudo o que se menciona no artigo precedente, ficando responsável pelas conseqüências resultantes de qualquer erro ou omissão. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 6 - 5 ORIGINAL Ajudantes do Oficial de Serviço Os Ajudantes são os Oficiais encarregados de auxiliar o Oficial de Serviço no exercício de suas atribuições. Os Ajudantes não se afastarão de seus postos sem licença ou ordem do Oficial de Servi- ço. Passarão as inspeções, e farão as rondas que lhes ordenar o Oficial de Serviço, e di- rigirão os serviços e as fainas programadas. Aos Ajudantes do Oficial de Serviço, quando em Serviço por Quartos, é expressamente proibido sentar-se, bem como ocupar-se em leituras, conversações ou outros assuntos não ligados ao serviço. Os Ajudantes não deixarão o serviço sem que tenham sido rendidos e se apresentado ao Oficial de Serviço. O mais antigo dos Ajudantes do Oficial de Serviço terá a seu cargo o cumprimento da rotina. Oficial Superior de Pernoite Os Oficiais Superiores das OM concorrerão ao Serviço de Oficial Superior de Pernoite (OSP), com a responsabilidade de, fora do expediente e na ausência do Comandante e do Imediato, supervisionar o serviço e as demais atividades da OM. A critério do Comandante, o OSP poderá baixar à terra após o Comandante e o Imedia- to, mantendo o Chefe da Divisão de Serviço informado acerca do local em que poderá ser encontrado em caso de necessidade. 6.3 – ASSUNÇÃO E RENDIÇÃO DO SERVIÇO O Oficial, ao assumir o serviço, não o fará sem primeiro inteirar-se: a) das condições operativas e de segurança da OM; b) das ordens do Comandante e do Imediato; c) dos reparos ou fainas em que se achar empregada a guarnição, em andamento ou a executar; d) das embarcações e viaturas que se acharem fora, a serviço; e) da situação do pessoal que cumpre pena disciplinar; e f) de tudo quanto possa interessar ao serviço. O Oficial que passar o serviço deverá informar ao que o suceder tudo que se menciona no artigo precedente, ficando responsável pelas conseqüências resultantes de qualquer erro ou omissão. A passagem do serviço será feita na presença do Comandante, após o que os Oficiais apresentar-se-ão ao Imediato. Em nenhuma hipótese, o Oficial deixará o serviço sem ter sido regularmenterendido por quem o deva substituir. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 6 - 6 ORIGINAL O Oficial de Serviço, logo após havê-lo assumido, fará verificar se todo o pessoal de serviço acha-se convenientemente rendido em seus postos. O Oficial de Serviço, durante os exercícios ou fainas gerais, será rendido pelo Oficial designado na Organização Administrativa ou Regimento Interno da OM para que possa assumir o posto que lhe cabe. O Oficial de Serviço, durante a noite, mandará acordar, com a necessária antecedência, seu sucessor e todo o pessoal que tiver que entrar de serviço. 6.4 – LIVRO DE QUARTO O Oficial de Serviço tem o dever de registrar em livro apropriado, obedecendo às res- pectivas instruções, as condições e ocorrências do seu serviço, assinando-o logo após a passagem do serviço. O Oficial de Serviço, em caso de acidentes de que resultem lesões ou morte, fará lavrar imediatamente o respectivo Termo, obedecidas as formalidades legais. 6.5 – ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS Serviço em Navio no Porto e em OM de Terra Concorrem às Escalas de Serviço nos navios, em regime normal no porto, e nas OM de terra, os Oficiais Intermediários e Subalternos da unidade. O Comandante e o Imediato, mesmo sendo Oficiais Intermediários ou Subalternos, normalmente, não concorrem às Escalas de Serviço. A critério do Comandante, os Capitães-Tenentes com mais de seis anos de posto pode- rão ser dispensados da Escala de Serviço; nesse caso, passarão a concorrer à Escala de Oficial Superior de Pernoite, quando houver. Os Oficiais que concorrem à Escala de Serviço serão distribuídos por Divisões de Ser- viço, que se sucederão continuamente no serviço, cabendo a cada Divisão o serviço por período de vinte e quatro horas, iniciado às doze horas de cada dia. Nas rotinas de do- mingo, o serviço da Divisão será iniciado às oito horas. O Oficial mais antigo de cada Divisão de Serviço será o Chefe da Divisão de Serviço. O número de Divisões de Serviço será fixado por ato do COMIMSUP, levando em con- ta o tipo e a situação do navio ou OM, e, em circunstâncias normais, não deverá ser in- ferior a quatro nem superior a oito. Nos pequenos navios ou OM cujo número de Oficiais, excluídos o Comandante e o Imediato, for inferior a quatro, o serviço será regulado por instruções especiais do CO- MIMSUP. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 6 - 7 ORIGINAL Quando o número de Oficiais ficar ocasionalmente reduzido a dois, o Imediato, sendo Oficial Intermediário ou Subalterno, entrará na Escala de Serviço até ser removida a anormalidade. Na situação em que o número de Oficiais por Divisão de serviço for igual ou inferior a dois far-se-á o serviço de Estado. Nas Divisões de Serviço com dois Oficiais, estes se revezarão em serviços de Estado entre o toque de alvorada e o de silêncio. No período do silêncio à alvorada, responderá por este serviço o Contramestre de Serviço. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 7 - 1 ORIGINAL CAPÍTULO 7 UNIFORMES NA MB 7.1 – GENERALIDADES Na MB, os uniformes são estabelecidos por um regulamento específico denominado REGULAMENTO DE UNIFORMES DA MARINHA DO BRASIL (RUMB), o qual é mantido atualizado por um Órgão Colegiado, que assessora o Comandante da Marinha, conhecido como COMISSÃO PARA ESTUDOS DOS UNIFORMES DA MARINHA (CEUM). 7.2 – NORMAS GERAIS PARA O USO DOS UNIFORMES 7.2.1 – Finalidades Os uniformes têm por finalidade principal caracterizar os militares da MB, permitin- do, à primeira vista, distinguir os seus postos ou graduações, bem como os Corpos e Quadros a que pertencem. A pronta identificação visa facilitar o exercício da autoridade, atribuída por lei a cada militar. 7.2.2 – Responsabilidades É obrigatório o apuro nos uniformes, pois o militar fardado, além das exigências re- gulamentares da própria boa apresentação pessoal, tem a responsabilidade de bem representar a Marinha do Brasil. Todo militar da MB deverá considerar o uso dos uniformes como motivo de orgulho pessoal. É dever de todo militar da MB, que estiver investido de autoridade, fazer cumprir o Regulamento de Uniformes da Marinha do Brasil (RUMB), exercendo severa fiscali- zação sobre os subordinados. A apresentação dos uniformes deve caracterizar-se por discrição e sobriedade, inclusive quando forem usados objetos de adorno permitidos. O militar da MB que, por qualquer circunstância, comparecer a uma cerimônia tra- jando uniforme diferente daquele que para ela tenha sido determinado pela autorida- de competente, deverá retirar-se imediatamente. (ver correspondência entre os uni- formes das Forças Armadas no RUMB) 7.2.3 – Proibições É vedado ao militar: a) o uso de uniformes em circunstâncias, ou condições, diferentes das que são estabe- lecidas no RUMB; b) o uso, quando uniformizado, de qualquer peça não prevista no RUMB; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 7 - 2 ORIGINAL c) o uso de uniformes compostos por peças em desacordo com as especificações e a padronização; d) o uso, com traje civil, de peças características dos uniformes da MB; e) o uso de qualquer sinal de luto nos uniformes, salvo quando houver determinação geral nesse sentido; e f) o uso de qualquer peça de uniforme da MB em bailes à fantasia. g) o uso de forma visível, nos uniformes, de qualquer objeto utilizável como adorno ou apenso, tais como: caneta, lapiseira, pulseira (exceto para militares do sexo fe- minino, que poderão usar uma), corrente, inclusive para tornozelo, corrente de re- lógio de bolso, chaveiro, brinco (exceto para o sexo feminino desde que não ultra- passe o tamanho do lóbulo da orelha), mais de um anel, além da aliança, prende- dor de gravata, abotoadura, lenço, porta óculos, telefone celular, "pager" e quais- quer outros objetos que possam comprometer o apuro dos uniformes.No caso es- pecífico de telefone celular e "pager", fica autorizado o uso de um desses, de for- ma visível, apenas para o Oficial de Serviço e Oficiais da área de saúde, nos uni- formes cinza, bege e camuflado. 7.2.4 – Mostras de Pessoal A critério dos Comandos de OM, deverão ser realizadas, freqüentemente, Mostras de Pessoal, com a finalidade de verificar a apresentação pessoal da oficialidade e das praças. 7.3 – DEFINIÇÕES 7.3.1 – Uniforme Básico Uniforme básico é o uniforme comum aos militares de um Corpo ou Quadro, Posto ou Graduação. 7.3.2 – Uniforme Especial Uniforme especial é o usado pelo militar para o exercício de serviços específicos. 7.3.3 – Andaina de Uniformes Andaina de uniformes é um conjunto de peças de uniformes, previstas no RUMB, as quais os militares ou as OM deverão dispor, em condições de uso, para o exercício de suas funções e atividades. Os militares da MB, em serviço ativo, deverão estar providos da andaina adequada de uniformes. Mesmo aqueles que tenham o direito de receber seus uniformes às ex- pensas da Marinha, cabe a obrigatoriedade de adquirir, às suas custas, as peças que OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 7 - 3ORIGINAL deixarem de possuir, e estejam prescritas nas suas respectivas andainas, por motivos de acidentes de serviço, extravio ou desgaste fora do normal. 7.3.4 – Posse As peças componentes dos diversos uniformes, previstas no RUMB, serão divididas em peças de posse: obrigatória, facultativa e de dotação de OM. As peças exclusivas dos uniformes especiais, isto é aquelas que não compõem os uniformes básicos, são normalmente dotação da OM. Consultar o RUMB para mais detalhes. 7.3.4 – Insígnias Insígnias são os indicativos de postos, corpos e quadros de Oficiais ou de gradua- ções, especialidades e subespecialidades de Praças. As insígnias são compostas por galões e divisas, que distinguem os diversos postos e graduações, e por distintivos, que distinguem os corpos, quadros, especializações e subespecializações. As insígnias e os distintivos são fixados nos ombros, punhos, golas, braços, na japo- na, no gorro e nos passadores dos uniformes. O instrutor mostrará em sala exemplos de insígnias no RUMB. 7.3.5 – Distintivos Distintivos são símbolos indicativos: a) dos diversos corpos, quadros, especialidades e subespecialidades; b) de situações funcionais especiais; c) de alguns cursos; ou d) de destaques militares. Podem fazer uso dos distintivos os militares integrados nos diversos corpos, quadros, especialidades e subespecialidades e os que legalmente estiverem nas situações fun- cionais, concluírem os cursos ou receberem os destaques para os quais são previstos os distintivos. O instrutor mostrará em sala exemplos de distintivos no RUMB. 7.4 – CLASSIFICAÇÃO, COMPOSIÇÃO E USO DOS UNIFORMES 7.4.1 – Classificação e Composição Os Uniformes são classificados por grupos, de acordo com os tipos das atividades desenvolvidas pelos seus usuários ou de acordo com situações peculiares de usuários específicos. A composição de cada uniforme é estabelecida no RUMB. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 7 - 4 ORIGINAL 7.4.2 – Situações de Uso Os uniformes da MB serão utilizados conforme estabelecido pelas autoridades de ca- da área ou OM e de acordo com as diversas situações de uso previstas no RUMB, dentre as quais destacamos as seguintes: a) rotineiras (trabalho diário ou serviço); b) apresentação do militar à OM ou a autoridades; c) desembarque de OM; d) eventos militares ou sociais de caráter militar; e) representações; f) trânsito de militares; e g) em visitas oficiais. 7.5 – NORMAS PARA O USO DO TRAJE CIVIL PELOS MILITARES 7.5.1 - O uso do traje civil esporte pelo pessoal da MB para entrar ou sair das Organizações Militares no licenciamento normal será permitido, ficando proibido o uso de: a) chinelos, tamancos e botas do tipo militar; b) sapatos sem meias e sandálias, exceto para as militares; c) calças desbotadas, estampadas ou de cores berrantes; d) calças sem cinto; e) calças curtas, bermudas ou calções; f) camisetas de qualquer espécie ; g) camisas sem colarinho, com estampados berrantes, dizeres, propagandas ou escu- dos, salvo pequenos detalhes da própria confecção, tais como emblemas dos fabri- cantes; h) camisas abertas no peito ou para fora da calça; i) bonés e gorros de qualquer espécie; e j) trajes típicos regionais. 7.5.2 - Os Oficiais exercendo cargo de comando ou de direção, acompanhando Almirantes ou fazendo uso de viatura oficial, usarão o traje civil passeio completo. 7.5.3 - O comparecimento aos estabelecimentos hospitalares e ambulatoriais da Marinha em traje civil é permitido, exceto para tratar de assunto administrativo e para realiza- ção de inspeção de saúde. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 7 - 5 ORIGINAL 7.6 – UNIFORMES MAIS USADOS DOS PREVISTOS NO RUMB 7.6.1 - Grupo “III” ALEXANDRINO 3.1 Alexandrino 3.2 Alexandrino para desfile 3.3 Alexandrino com barretas 3.4 Alexandrino para serviço 7.6.2 - Grupo “IV” AZUL 4.1 Azul 4.2 Azul para desfile 4.3 Azul com barretas 4.4 Azul para serviço 4.5 Azul de verão 4.6 Azul de verão para serviço 4.7 Azul de verão para desfile 4.8 Azul social 5.6.3 - Grupo “V” BRANCO 5.1 Branco 5.2 Branco para desfile 5.3 Branco com barretas 5.4 Branco para serviço 5.5 Branco de verão 5.6 Branco de verão para serviço 5.7 Branco de verão para desfile e guarda OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 7 - 6 ORIGINAL 7.6.4 - Grupo “VI” CINZA, BEGE, MESCLA E CAMUFLADO. 6.1 Cinza completo/Bege completo 6.2 Cinza de inverno/Bege de inverno 6.3 Cinza de inverno para serviço/Bege de inverno para serviço/Azul mescla de inverno para serviço 6.4 Cinza de verão/bege de verão 6.5 Cinza de verão para serviço/Bege de verão para serviço/Azul mescla para serviço 6.6 Cinza interno de inverno/Camuflado de inverno/Mescla de inverno 6.7 Cinza interno de verão/Camuflado de verão/Mescla de verão 6.8 Bermuda/Bermuda mescla 7.6.5 - Grupo “VII” PRÁTICA DE ESPORTE 7.1 Esportes terrestres 7.2 Esportes aquáticos 7.3 Conjunto esportivo OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 1 CAPÍTULO 8 PRESTAÇÃO DO SERVIÇO MILITAR PELOS OFICIAIS RM2 8.1 - CONCEITOS BÁSICOS ESTÁGIO é a fase do Serviço Militar (SM) destinada ao aperfeiçoamento, à atua- lização e à complementação da instrução recebida pelos integrantes da Reserva da Marinha de 2a Classe. Os Estágios para oficiais compreendem: Estágio de Adaptação e Serviço (EAS) - com duração de doze meses, destina- se à adaptação inicial ao serviço na Marinha e a formação militar-naval dos pro- fissionais da área de saúde, possuidores de cursos de nível superior, convocados para o Serviço Militar Obrigatório (SM) e Serviço Militar Voluntário (SMV), sendo dividido em duas fases: a) instrução militar-naval, com duração de 45 dias; e b) aplicação de conhecimentos técnicos profissionais nas tarefas afetas às áreas de saúde e de apoio à saúde nas OM de saúde para onde forem dis- tribuídos os Guardas-Marinha ou Oficiais RM2, após a conclusão da for- mação militar-naval. Estágio de Serviço Técnico (EST) - com duração de doze meses, destina-se à adaptação inicial ao serviço na Marinha e à formação militar-naval dos profissi- onais das áreas técnica e de engenharia, possuidores de cursos de nível superior, convocados para o SMV, sendo dividido em duas fases: a) instrução militar-naval, com duração de 45 dias; e b) aplicação de conhecimentos técnicos-profissionais nas tarefas afetas às áreas técnica e de engenharia nas OM de apoio e técnicas para onde foram distribuídos os Guardas-Marinha ou Oficiais RM2, após a conclusão da formação militar-naval. Estágio de Serviço Técnico (EST) para oficiais da Marinha Mercante (MM) - com duração de doze meses, destina-se à adaptação inicial ao serviço na Mari- nha dos oficiais da Marinha Mercante, convocados para o SMV, sendo dividido em duas fases: a) adaptação inicial, com duração de quinze dias, destina-se a revisão, a atua- lização das leis, regulamentos, normas, manuais e demais publicações ne- cessárias ao desempenho de tarefas na Marinha; e OSTENSIVOFI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 2 b) a aplicação de conhecimentos profissionais em áreas técnicas, como ofici- ais RM2, sendo prestado nas OM do Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário (SSTA). Estágio de Instrução e Serviço (EIS) - com duração de doze meses, destina-se à atualização e complementação da instrução militar-naval, bem como à aplica- ção de conhecimentos técnicos profissionais em proveito das OM onde estão servindo os oficiais, convocados para renovação do período de serviço militar voluntário. Reserva de 2a Classe da Marinha (RM2) A Reserva da Marinha destina-se a atender às necessidades de pessoal da Mari- nha, no que se refere aos encargos relacionados com a defesa da Pátria e com a garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e à participação em ope- rações de paz, de modo a permitir: a) em tempo de paz, em caso de convocação, reinclusão ou designação, com- plementar os efetivos de militares nas Organizações Militares (OM); e b) na mobilização ou no decurso de guerra, completar os efetivos de militares nas OM e atender às necessidades de pessoal de outras Organizações de in- teresse da Marinha. Os militares temporários, constituídos pelos cidadãos que, na forma do Estatuto dos Militares e da legislação e regulamentação que tratam do Serviço Militar, te- nham sido incluídos ou reincluídos na Reserva da Marinha (RM), mediante nome- ação, demissão da Marinha ou licenciamento do Serviço Ativo da Marinha (SAM), comporão a Reserva da Marinha de 2a Classe. O Oficial da Reserva de 2a Classe de outra Força Armada que for incorporado à Marinha ficará, automaticamente, transferido para a Reserva da Marinha. Em caso de convocação de emergência ou de mobilização o atendimento às ne- cessidades se dará integrando os RM1 e RM2, nesta ordem, às necessidades de pessoal para a prestação do SAM. Os integrantes da Reserva Não-Remunerada (RNR) que, nos termos da Lei do Serviço Militar, forem convocados para o Serviço Ativo, em decorrência de con- vocação de emergência, serão incorporados como militares RM2. Aqueles que já possuírem posto ou graduação serão incorporados com o grau hierárquico que possuírem. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 3 A inclusão de brasileiros na RNR como oficial RM2 decorrerá do ato de demissão do oficial de carreira, a pedido ou ex-officio, exceto os demitidos por perda de posto e patente ou por deserção, na forma estabelecida no Estatuto dos Militares. 8.2 - DECLARAÇÃO A GUARDA-MARINHA A declaração a Guarda-Marinha RM2, tanto do Serviço Militar Obrigatório (SM) quanto do Serviço Militar Voluntário (SMV) será feita na ocasião da INCOR- PORAÇÃO, por meio de Portaria do Comandante de Distrito Naval. 8.3 - ESTÁGIO DE ADAPTAÇÃO E SERVIÇO (EAS) E ESTÁGIO DE SER- VIÇO TÉCNICO (EST) Os estágios, em princípio, terão a duração de doze meses, compreendendo a for- mação militar com duração de quatro semanas. A conclusão da Formação Militar será formalizada em Ordem de Serviço. Após a formação militar, os RM2 (SM/SMV) prestarão juramento à Bandeira, também formalizado em Ordem de Serviço. Ao completarem a formação, os RM2 (SM/SMV) incorporados deverão ser de- signados para as OM onde possam exercer suas funções, enquanto forem GM. Como Segundos-Tenentes poderão exercer funções técnico-profissionais nas di- versas OM da MB. O RM2 (SM/SMV) prestando Serviço Militar que apresente enfermidade ou se- quela de acidente deverá ser submetido à Inspeção de Saúde. Durante a realização do Serviço Militar Obrigatório (SM), os RM2 poderão can- didatar-se a Concursos Públicos, para ingresso em estabelecimento ou organiza- ções extra-Marinha. Para isso, deverão participar tal fato à sua OM, com antece- dência mínima de dez (10) dias, por meio de Comunicação Interna.. A OM, por sua vez, participará, por meio de mensagem, ao Distrito Naval correspondente. Não será concedida qualquer interrupção do Serviço Militar Obrigatório. Os RM2 que, durante a prestação do Serviço Militar Obrigatório, forem aprovados e selecionados em concursos para cursos de carreira das Forças Armadas, deverão interromper o Estágio de Adaptação e Serviço (EAS) para serem matriculados no respectivo curso. Nesse caso, será assegurada a continuidade da prestação do Ser- viço Militar Obrigatório. Para a concessão das prorrogações, deverá ser levado em conta que o tempo total de efetivo serviço prestado pelos incorporados, sob qualquer aspecto e em qual- quer época, não poderá atingir dez anos, contínuos ou não, computados para OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 4 esse efeito todos os tempos de efetivo serviço, inclusive os prestados às outras Forças Armadas; Em tempo de paz, não será concedida prorrogação de tempo de serviço ao militar RM2 por períodos que venham a ultrapassar a data de 31 de dezembro do ano em que completar 45 anos de idade, data de sua desobrigação para com o Serviço Militar. Ao militar temporário que houver gozado sessenta dias de Licença para Trata- mento de Saúde Própria (LTSP), em até dois anos consecutivos ou em três anos não consecutivos, não será concedida prorrogação de tempo de serviço. O militar temporário que, durante o processamento de prorrogação do Serviço Mi- litar Voluntário (SMV) ou do seu licenciamento do Serviço Ativo da Marinha (SAM), por conclusão de tempo de serviço ou estágio, estiver baixado em enfer- maria ou em hospital, deverá ser submetido a Inspeção de Saúde (IS) a fim de ve- rificar a sua aptidão para o Serviço Ativo da Marinha ou a sua aptidão para deixá- lo. Caso julgado incapaz temporariamente, continuará no Serviço Ativo da Mari- nha até que seja emitido um laudo médico definitivo, elaborado por Junta de Saú- de Superior, quando, então, será licenciado, reformado ou terá o seu tempo de ser- viço prorrogado. O militar RM2 que, à época do licenciamento do Serviço Ativo da Marinha, tiver resultado de Inspeção de Saúde com laudo de doença ou sequela de acidente com relação de causa e efeito com o serviço, estando incapaz temporariamente, será agregado até a conclusão de tratamento a que estiver submetido e que o deixe apto para deixar o Serviço Ativo da Marinha ou, caso evolua para incapacidade defini- tiva, até a conclusão do processo de reforma. O militar agregado permanecerá com os direitos remuneratórios previstos na legislação em vigor. O militar RM2 que se encontrar baixado em enfermaria ou hospital, ao término do tempo de serviço, será inspecionado de saúde no prazo máximo de oito dias e, mesmo depois de licenciado, desincorporado, desligado ou reformado, continuará em tratamento, até a efetivação da alta, por restabelecimento ou a pedido. Poderá ser encaminhado à Organização hospitalar civil, mediante entendimentos prévios por parte da autoridade militar. 8.4 - PROMOÇÃO OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 5 Para a promoção, é imprescindível que o militar RM2 esteja incluído em Quadro de Acesso por Antiguidade (QAA) e satisfaça os seguintes requisitos: I) condição de acesso: - interstício; - aptidão física; e - as peculiares a cada posto ou graduação dos diferentesCorpos e Qua- dros; II) conceito profissional; e III) conceito moral. A aptidão física será avaliada por intermédio de Inspeção de Saúde (IS). Os conceitos profissional e moral serão avaliados de acordo com normas específi- cas estabelecidas pela DGPM por meio de Folha de Avaliação de Oficiais (FAO) para os Oficiais e Guardas-Marinha RM2. As promoções dos militares RM2 obedecerão ao critério de antiguidade. O ato de promoção dos militares RM2 é consubstanciado por Portaria do Distrito Naval em cuja área estejam prestando o Serviço Militar ou os Estágios previstos. Os militares RM2, quando mobilizados para o Serviço Ativo da Marinha, poderão ser promovidos ao grau hierárquico superior, desde que satisfaçam às condições exigidas na legislação específica e de acordo com os interesses da Marinha. Os militares concorrerão às promoções, por Distrito Naval e por Corpo e Quadro da Reserva, tendo como referência os efetivos anualmente distribuídos pelo Dire- tor-Geral do Pessoal da Marinha. Serão incluídos no Corpo de Oficiais da Reserva da Marinha (CORM), os RM2 (SM/SMV): a) Oficiais da Reserva de 2ª Classe de outras Forças Armadas que ingressarem na MB nos termos da Lei do Serviço Militar para Médicos, Farmacêuticos, Dentistas e Veterinários ( LMFDV) e seu respectivo regulamento; e b) GM-RM2 (SM/SMV), promovidos ao posto de Segundo-Tenente RM2, na forma estabelecida na LMFDV e seu respectivo regulamento. Após seis (06) meses da data da INCORPORAÇÃO, os GM-RM2 (SM/SMV) poderão ser promovidos a Segundo-Tenente RM2 e incluídos no Corpo de Ofici- ais da Reserva da Marinha (CORM), desde que satisfaçam aos seguintes requisi- tos: a) aprovação no período de formação militar; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 6 b) obtenção de parecer favorável da Comissão de Promoção Regional (CPR); c) inclusão nos Quadros de Acesso por Antiguidade (QAA); e d) não estar sub judice. Os GM-RM2 (SM/SMV) que não satisfizerem essas condições não serão promo- vidos na ativa, durante o estágio, nem ao serem licenciados após a conclusão do tempo de Serviço Militar Obrigatório. 8.5 – DISTRIBUIÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO A distribuição dos RM2 (SM/SMV) após o término da formação militar para cumprimento do EAS/EST, assim como as redistribuições posteriores pelas OM das áreas de cada Distrito Naval serão realizadas pelos respectivos Comandantes de Distrito Naval. No caso específico do 1o Distrito Naval, caberá à Diretoria do Pessoal Militar da Marinha (DPMM), com participação do Com1oDN, proceder à distribuição e re- distribuição dos RM2 (SM/SMV) entre os Setores de Distribuição de Pessoal (SDP). No caso das movimentações que envolvam mais de um SDP, a DPMM fixará a redistribuição de RM2 (SM/SMV) dentro da área de cada Distrito Naval, ouvidas as Organizações Militares interessadas. 8.6 - COMISSÃO DE PROMOÇÃO REGIONAL (CPR) Para os efeitos de processamento das promoções dos RM2 (SM/SMV), os Distri- tos Navais deverão dispor de uma Comissão de Promoção Regional (CPR), cons- tituída por membros efetivos, nomeados pelos respectivos Comandantes, e presi- dida pelo correspondente Chefe do Estado-Maior. Compete a essa Comissão: a) organizar os Quadros de Acesso por Antigüidade (QAA) dos RM2 (SM/SMV); b) organizar as listas dos RM2 (SM/SMV) selecionados para as prorrogações de tempo de serviço; e c) emitir pareceres sobre os recursos apresentados referentes à composição dos QAA e às prorrogações de tempo de serviço. 8.7 - LICENCIAMENTO, PROMOÇÃO A PRIMEIRO-TENENTE E PRORRO- GAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO Os militares RM2 incorporados serão licenciados do SAM pelos Comandantes dos Distritos Navais, nas seguintes situações: a) a pedido, desde que tenham prestado serviço ativo durante seis meses e não OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 7 haja prejuízo para o serviço; b) ex-officio, nos seguintes casos: - por se candidatarem a cargo eletivo; - por passarem a exercer cargo ou emprego público permanente estranho à sua atividade militar; - por concluírem tempo de serviço ou estágio; - por conveniência do serviço; e - a bem da disciplina. c) nos casos de candidatura a cargo eletivo ou exercício de cargo ou emprego público permanente estranho à atividade militar, este será licenciado imedia- tamente e desligado da OM a que estiver vinculado, a contar da data em que tiver se candidatado ao cargo eletivo ou que tiver passado a exercer o cargo ou emprego público. Ressalvado o limite máximo de tempo total de efetivo serviço prestado pelo in- corporado, o Comandante do Distrito Naval poderá autorizar o adiamento do li- cenciamento por mais sessenta (60) dias, caso esteja em tramitação o pedido de prorrogação de tempo de serviço. Será licenciado do SAM, ex-officio, por conveniência do serviço, o GM RM2 que - for julgado por Junta de Saúde da Marinha incapaz temporariamente para o SAM, por moléstia, acidente ou limitações físicas, sem relação de cau- sa e efeito a condições inerentes ao serviço e que, em consequência, ve- nha a faltar ao serviço durante noventa dias, consecutivos ou não; - for condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; - for afastado do cargo ou impedido do exercício da função militar, na forma estabelecida no Estatuto dos Militares; - for considerado incapaz de atender aos requisitos de conceitos profissio- nal e moral; ou tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta. Ao serem licenciados, os Segundos-Tenentes RM2 (SM/SMV) farão jus à promo- ção a Primeiro-Tenente RM2 (SM/SMV) a partir do dia do licenciamento, desde que satisfaçam os seguintes requisitos: a) tenham concluído o EAS/EST; b) tenham obtido parecer favorável da Comissão de Promoção Regional (CPR); e OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 8 c) não estejam sub judice. O Distrito Naval deverá informar, por mensagem, à DPMM os casos de RM2 (SM/SMV) que por algum motivo não obtiverem parecer favorável das CPR para a promoção a 2º Tenente ou 1º Tenente. O licenciamento do SAM e o desligamento da OM, dos militares RM2 (SM/SMV), deverão ocorrer na mesma data. Para isto, as OM deverão iniciar o processo de Licenciamento do Serviço Ativo da Marinha trinta dias antes do tér- mino do Estágio de Adaptação e Serviço (EAS) Após o Estágio de Instrução e Serviço (EIS) poderá ser utilizado o prazo de até quarenta e cinco (45) dias para o desligamento. O RM2 (SM/SMV) licenciado "ex-officio", por término de prorrogação do Tempo de Serviço, fará jus à compensação pecuniária equivalente a uma remuneração mensal, por ano de efetivo Serviço Militar prestado, excluído o período do Servi- ço Militar Obrigatório, conforme previsto nas Normas sobre Pagamento de Pes- soal e Pensões na MB (SGM-302). O RM2 (SM/SMV) que solicitar a interrupção do EIS não fará jus à compensação pecuniária. O RM2 (SM/SMV) julgado, por Junta de Saúde da Marinha, incapaz temporaria- mente para o SAM, por moléstia, acidente ou limitações físicas, sem relação de causa e efeito com as condições inerentes ao serviço e que só puder ser recupera- do a longo prazo, será licenciado do SAM, ex-officio, por conveniência do servi- ço. Aos RM2(SM/SMV) que tenham terminado o EAS/EST poderão ser concedidas prorrogações do tempo de serviço, pelos Comandantes de Distrito Naval, sob a forma de Estágio de Instrução e Serviço, por um (01) ano e, assim sucessivamen- te, até o máximo de sete (07) anos, devendo ser observado, ao ser concedida a prorrogação, o tempo total de Serviço Militar prestado pelos RM2 (SM/SMV), que sob qualquer aspecto e em qualquer época, não poderá atingir o limite de dez anos de serviço. A oitava prorrogação será concedida apenas com autorização do Diretor-Geral do Pessoal da Marinha. Para isso, o interessado deverá requerer a prorrogação ao Distrito Naval de sua área, que, por sua vez, analisará o pleito e, caso julgue perti- nente, solicitará, por mensagem, autorização ao DGPM, informando o tempo de serviço do militar, se há disponibilidade de vaga e se há interesse para o serviço. Os requisitos para concessão ao RM2 (SM/SMV), já no posto de Primeiro- OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 9 Tenente, da prorrogação do tempo de serviço, são: a) conclusão do Estágio de Adaptação e Serviço ou do Estágio de Serviço Técnico; b) apto em inspeção de saúde; c) obtenção de parecer favorável da CPR; e d) não estar sub judice. 8.8 - INTERRUPÇÃO DOS ESTÁGIOS Os RM2 que forem incorporados, como voluntários, poderão solicitar interrupção do Serviço Militar Voluntário em qualquer época, por serem isentos do Serviço Militar Obrigatório. Os Comandantes de DN poderão autorizar ou determinar a interrupção do Estágio de Instrução e Serviço (EIS), mediante requerimento do interessado ou “ex- officio”, observadas as necessidades do serviço. Os RM2 que forem aprovados e classificados nos concursos para o Curso de For- mação de Oficiais deverão interromper o EAS/EST ou EIS pelo respectivo Distri- to Naval, para serem movimentados para o Centro de Instrução Almirante Wan- denkolk (CIAW). Para isso, os Distritos Navais deverão solicitar à Diretoria do Pessoal Militar da Marinha, por meio de mensagem, as respectivas Ordens de Movimentação (ORDMOV). Se o RM2 não concluir com aproveitamento o Curso de Formação de Oficiais, além das sanções e indenizações previstas na legislação, retornará à Organização Militar de procedência, na situação hierárquica em que se encontrava ao de lá se afastar, a fim de completar o Estágio de Adaptação e Serviço ou Estágio de Ins- trução , não sendo computado para esse fim, o tempo de afastamento da referida Organização. 8.9 - FÉRIAS Os RM2 que, ao concluírem o Serviço Militar Obrigatório (SM) ou o Serviço Mi- litar Voluntário (SMV), forem licenciados e desligados do Serviço Ativa da Mari- nha não farão jus a concessão de férias ou qualquer acerto de contas a título desse direito. Os RM2 (SM/SMV) que estão prestando o Estágio de Adaptação e Serviço (EAS) / Estágio de Serviço Técnico (EST) ou o Estágio de Instrução e Serviço (EIS), quando, por necessidade de serviço, operem direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas, fazem jus ao afastamento de vinte (20) dias e, con- OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 10 seqüentemente, ao adicional de férias proporcional ao período afastado. 8.10 -GESTANTE Será concedida Licença à Gestante, conforme previsto nas Normas sobre Nomea- ção, Designação, Movimentação, Dispensas do Serviço, Licenças, Férias e Outros Afastamentos Temporários do Serviço de Pessoal Militar da Marinha – DGPM- 310. Às Oficiais RM2 do Serviço Militar Voluntário que ficarem grávidas durante o Estágio de Serviço Técnico (EST) ou o Estágio de Instrução e Serviço (EIS), será concedida Licença à Gestante de cento e vinte (120) dias, formalizada em Portaria do Distrito Naval. Se a Licença à Gestante ultrapassar o tempo de conclusão do EST ou EIS, as Ofi- ciais RM2 do Serviço Militar Voluntário deverão requerer, em época própria, a prorrogação do tempo de serviço, caso desejem, respeitando os índices mínimos de aproveitamento do EAS para sua prorrogação. Caso não requeiram a prorroga- ção, ao término da LG serão Licenciadas do SAM e Desligadas da sua respectiva OM. Caso o Distrito Naval defira o pedido de prorrogação do tempo de serviço, o perí- odo de Licença à Gestante será computado como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos. 8.11 - DESLIGAMENTO O Desligamento é o ato de desvinculação do militar da OM em que serve ou está adido e será formalizado em OS dos titulares de OM, em conformidade com a Portaria de Licenciamento do Serviço Ativo da Marinha (LSAM), emitida pelos Distritos Navais. O Desligamento do RM2 após o EAS/EST deverá ocorrer no mesmo dia do LSAM e, após o EIS, podendo ser utilizado o prazo de até quarenta e cinco (45) dias. 8.12 - ADICIONAL DE HABILITAÇÃO Os militares RM2 que possuem cursos em nível de pós-graduação stricto sensu (mestrado ou doutorado) ou lato sensu (especialização, residências ou MBA), de interesse da Administração Naval, a partir da primeira prorrogação do Serviço Mi- litar Voluntário, poderão requerer o pagamento do competente Adicional de Habi- litação (AH). Caberá à Organização Militar Orientadora Técnica avaliar a equivalência dos cur- OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 11 sos e o interesse da Administração Naval. O envio de requerimento, bem como o estabelecimento de equivalência para o pa- gamento do percentual correspondente do Adicional de Habilitação, seguirá o previsto nas Normas para os Cursos e Estágios do Sistema de Ensino Naval (SEN) - DGPM-101. 8.13 - ANTIGUIDADE Em igualdade de posto ou de graduação, a precedência entre os militares de car- reira e os da reserva que estejam na ativa é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou na graduação. 8.14 - PERFIL DE EMPREGO Encontram-se estabelecidos quatro Perfis de Emprego e Acesso a Promoção, rela- tivos à vida profissional na Marinha dos militares convocados, em função dos ní- veis de preparo acadêmico e técnico, agregados por postos, por graduações e grau de especialização. Como regra geral, a permanência no serviço ativo está limitada a um máximo de oito anos, compreendendo um ano mínimo inicial, seguido de reconvocação ou engajamento/ reengajamento, com possibilidades de promoção em função do atendimento de requisitos de cumprimento de interstícios, manutenção de higidez física e padrão mínimo de desempenho. Os militares convocados para o “Estágio de Adaptação e Serviço para o Serviço Militar Inicial e Serviço Militar Voluntário para Oficiais – 1ª fase” (EAS/EST-1ª FASE) terão como referência no seu perfil: a) ingresso como Guarda-Marinha da Reserva da Marinha de 2ª Classe (GM- RM2); b) aprovação na primeira fase do Estágio de Adaptação e Serviço (EAS) ou do Estágio de Serviço Técnico (EST); c) atendimento à segunda fase do EAS ou EST; d) aplicação em atividades conotadas ao curso superior para o qual foram convocados; e) promoção a 2ºTEN (RM2), após seis meses de serviço; f) reconvocação como 1º TEN (RM2); e g) licenciamento ao término do oitavo ano. Os oficiais da Marinha Mercante terão como referência no seu perfil: a) ingresso como 2º TEN (RM2); OSTENSIVOFI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 8 - 12 b) aprovação na primeira fase do EST; c) atendimento à segunda fase do EST; d) aplicação em atividades conotadas às áreas técnicas nas OM do SSTA; e) reconvocação como 1º TEN (RM2); e f) licenciamento ao término do oitavo ano. Os militares RM2 não devem ser empregados a bordo de meios navais, haja vista que a sua formação não privilegia os aspectos e os conhecimentos da vida de bor- do. Tendo em vista as características dos Meios Navais da área do Comando do 4o Distrito Naval, Comando do 6o Distrito Naval e do Comando do 9o Distrito Naval, os oficiais da Área de Saúde e de Apoio à Saúde poderão, em caráter excepcional, ser destacados a bordo de meios navais. OSTENSIVO ANEXO A FI-FMN OSTENSIVO A-1 ORIGINAL ÁREAS DE JURISDIÇÃO DOS DISTRITOS NAVAIS 1o DISTRITO NAVAL (1o DN) Sede: Rio de Janeiro Área marítima, sob jurisdição brasileira, compreendida entre as linhas de marcação de 109º e 130º, com origem, respectivamente, nos pontos do litoral brasileiro das divisas entre os Estados da Bahia e Espírito Santo e São Paulo e Rio de Janeiro, acrescida da área marítima correspondente às ilhas da Trindade e Martim Vaz; Área fluvial e lacustre que abrange as bacias fluviais, lagos e lagoas existentes na área terrestre sob sua jurisdição; e Área terrestre que abrange os Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e os municípios do Estado de Minas Gerais com sede ao sul do paralelo de 18º 30' S e a leste do meridiano de 44º 30' W, bem como as ilhas da Trindade e Martim Vaz. 2o DISTRITO NAVAL (2o DN) Sede: Salvador Área marítima sob jurisdição brasileira, compreendida entre as linhas de marcação de PR OSTENSIVO ANEXO A FI-FMN OSTENSIVO A-2 ORIGINAL 115º e 109º, com origem, respectivamente, nos pontos do litoral brasileiro das divisas entre os Estados de Alagoas-Sergipe e Bahia-Espírito Santo, exceto a parte marítima correspondente as ilhas da Trindade e Martin Vaz; Área fluvial e lacustre, que abrange a hidrovia do rio São Francisco, a montante da hidrelétrica de Paulo Afonso, e as demais bacias fluviais, lagos e lagoas existentes na área terrestre sob sua jurisdição; e Área terrestre que abrange os Estados de Sergipe, Bahia e os municípios do Estado de Minas Gerais com sede ao norte da poligonal definida pelo paralelo de 18 °30'S, meridiano de 44º 30' W, paralelo de 20º 00' S, meridiano de 47º 00' W e paralelo de 180 00' S. 3o DISTRITO NAVAL (3o DN) Sede: Natal Área marítima, sob jurisdição brasileira, compreendida entre as linhas de marcação de 019° e 115º com origem, respectivamente, nos pontos do litoral brasileiro das divisas entre os Estados de Piauí-Ceará e Alagoas-Sergipe, bem como a área marítima correspondente as ilhas de Fernando de Noronha, arquipélago de São Pedro e São Paulo e atol das Rocas; Área fluvial e lacustre, que abrange a hidrovia do rio São Francisco a jusante da hidrelétrica de Paulo Afonso, e as demais bacias fluviais, lagos e lagoas existentes na área terrestre sob sua jurisdição; e Área terrestre que abrange os Estados do Ceara, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, bem como o atol das Rocas e o arquipélago de São Pedro e São Paulo. 4o DISTRITO NAVAL (4o DN) Sede: Belém Área marítima, sob jurisdição brasileira, compreendida entre as linhas de marcação de 041° 30’ e 019º, com origem, respectivamente, no ponto definido pelas coordenadas de latitude 004º 30’ 05” N e longitude 051º 038' 02"W e no ponto do litoral brasileiro da divisa entre os Estados do Piauí - Ceará; Área fluvial e lacustre que abrange as bacias fluviais, lagos e lagoas na área terrestre sob sua jurisdição; e Área terrestre que abrange os Estados do Amapá, Maranhão, Pará e Piauí. 5o DISTRITO NAVAL (5o DN) Sede: Rio Grande Área marítima, sob jurisdição brasileira, compreendida entre as linhas de marcação de 130º e 1280, com origem, respectivamente, no ponto do litoral brasileiro da divisa entre os Estados de Santa Catarina-Paraná e no farol do Chuí; Área fluvial e lacustre que abrange a hidrovia do rio Paraná, a partir da foz do no Paranapanema, e as demais bacias fluviais, lagos e lagoas na área terrestre sob sua jurisdição; e Área terrestre que abrange os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. OSTENSIVO ANEXO A FI-FMN OSTENSIVO A-3 ORIGINAL 6o DISTRITO NAVAL (6o DN) Sede: Ladário Área fluvial e lacustre que abrange as bacias fluviais, lagos e lagoas na área terrestre sob sua jurisdição; e Área terrestre que abrange os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 7o DISTRITO NAVAL (7o DN) Sede: Brasília Área fluvial e lacustre que abrange as hidrovias do rio Araguaia e do rio Tocantins, ate a foz do rio Araguaia, e as demais bacias fluviais, lagos e lagoas na área terrestre sob sua jurisdição; e Área terrestre que abrange o Distrito Federal e os Estados de Goiás e Tocantins. 8o DISTRITO NAVAL (8o DN) Sede: São Paulo Área marítima, sob jurisdição brasileira, compreendida entre as linhas de marcação de 130º, com origem, respectivamente, nos pontos do litoral brasileiro das divisas entre os Estados de Santa Catarina - Paraná e São Paulo - Rio de Janeiro; Área fluvial e lacustre que abrange as hidrovias do rio Paraná, ate a foz do rio Paranapanema, do rio Paranaíba e do rio Paranapanema e as demais bacias fluviais, lagos e lagoas na área terrestre sob sua jurisdição; e Área terrestre que abrange o Estado de São Paulo, Paraná e os municípios do Estado de Minas Gerais com sede a oeste do meridiano de 44º 30' W e sul do paralelo de 20º 00' S e os com sede a oeste do meridiano de 47º 00' W e sul do paralelo de 18º 00' S. 9o DISTRITO NAVAL (9o DN) Sede: Manaus Área fluvial e lacustre que abrange as bacias fluviais, lagos e lagoas na área terrestre sob sua jurisdição; e Área terrestre que abrange os Estados de Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO B-1 ORIGINAL ANEXO B QUADRO RESUMO DAS OM DOS DISTRITOS NAVAIS 1º DN Rio de Janeiro 2º DN Salvador 3º DN Natal 4º DN Belém 5º DN Rio Grande 6º DN Ladário 7º DN Brasília 8º DN São Paulo 9º DN Manaus Forças Distritais ComGptNavSE ComGptPatNavL ComGptPatNavNE ComGptPatNavN ComGptPatNavS ComFlotMT GptPatNavSSE ComFlotAM 6 navios 3 navios 5 navios 8 navios 4 navios 8 navios 9 navios ComForMinVar GrEPD 5 navios EsqdHU-5 EsqdHU-4 EsqdHU-3 GptFNRJ GptFNSa GptFNNa BtlOpRib GptFNRG GptFNLa GptFNB GptFNSP BtlOpRib OM área de saúde SNNF HNSa HNNa HNRe HNBe HNLa HNBra OM setor de ensino EAMES EAMCE CIABA EAMSC CIAB EAMPEOM setor de abastecimento CeIMSa CeIMNa CeIMBe CeIMRG CeIMLa CeIMMa OM setor de manutenção e reparos BNAratu BNNatal BNVal de Cães ENRio Grande BFLadário ENRio Negro OM Sinalização Náutica SSN-2 SSN-3 SSN-4 SSN-5 SSN-6 1 navio 1 navio 2 navios 2 navios Estações Rádio ERM Rio de Janeiro ERM Campos Novos ERM Salvador ERM Natal ERM Belém ERM Rio Grande ERM Brasília OM do SSTA CP Rio de Janeiro CP Espírito Santo CP Bahia CF São Francisco CP Sergipe CP Ceará CP Rio Grande do Norte CP Paraíba CP Pernambuco CP Alagoas CP Amazônia Oriental CF Santarém CP Amapá CP Maranhão CP Piauí CP Paraná CP Santa Catarina CP Rio Grande do Sul CF Pantanal CF Araguaia- Tocantins CF Brasília CP São Paulo CF Tietê- Paraná CFAmazônia Ocidental CF Tabatinga Del AReis Del Itacurussá Del Macaé Del Ilhéus Del Guairá Del Itajaí Del SFSul Del Laguna Del Porto Alegre Del Uruguaiana Del São Sebastião Del Presidente Epitácio Del Porto Velho Ag Cabo Frio Ag Parati Ag Porto Seguro Ag Bom Jesus da Lapa Ag Juazeiro Ag Camocim Ag. Áreia Branca Ag Penedo Ag Aracati Ag Tramandaí Ag Cuiabá Ag Cáceres Ag Porto Murtinho Ag Imperatriz Ag São Francisco do Araguaia Ag Boca do Acre Ag Tefé Ag Eirunepé Ag Guajará- Mirim Ag Itacoatiara Ag Parintins Outras OM PM CCEMSP OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO C-1 ORIGINAL ANEXO C POSTOS E GRADUAÇÕES NA HIERARQUIA NAVAL E RESPECTIVAS CORRESPONDÊNCIAS NO EXÉRCITO E NA AERONÁUTICA HIERARQUIZAÇÃO MARINHA EXÉRCITO AERONÁUTICA O fi ci ai s Circulo de Oficiais-Generais P o st o s Almirante Almirante-de-Esquadra Vice-Almirante Contra-Almirante Marechal General-de-Exército General-de-Divisão General-de-Brigada Marechal-do-Ar Tenente-Brigadeiro Major-Brigadeiro Brigadeiro Círculo de Oficiais Superiores Capitão-de-Mar-e- Guerra Capitão-de-Fragata Capitão-de-Corveta Coronel Tenente-Coronel Major Coronel Tenente-Coronel Major Círculo de Oficiais Intermediários Capitão-Tenente Capitão Capitão Círculos de Oficiais Subalternos Primeiro-Tenente Segundo-Tenente Primeiro-Tenente Segundo-Tenente Primeiro-Tenente Segundo-Tenente P ra ça s Círculo de Suboficiais, Subtenentes e Sargentos G ra d u aç õ es Suboficial Primeiro-Sargento Segundo-Sargento Terceiro-Sargento Subtenente Primeiro-Sargento Segundo-Sargento Terceiro-Sargento Suboficial Primeiro-Sargento Segundo-Sargento Terceiro-Sargento Círculos de Cabos e Soldados Cabo Cabo e Taifeiro-Mor Cabo e Taifeiro-Mor Marinheiro e Soldado Marinheiro-Recruta e Recruta Soldado e Taifeiro de Primeira Classe Soldado Recruta e Taifeiro de Segunda Classe Soldado de Primeira Classe Taifeiro de Primeira Classe Soldado de Segunda Classe e Taifeiro de Segunda Classe P ra ça s E sp ec ia is Freqüentam o Círculo de Oficiais Subalternos Guarda-Marinha Aspirante-a-Oficial Aspirante-a-Oficial Excepcionalmente ou em reuniões sociais tem acesso aos círculos dos oficiais Aspirante (Aluno da Escola Naval) Cadete (Aluno da Academia Militar) Cadete (Aluno da Academia da Força Aérea) e Aluno da Escola de Formação de Oficiais-Especialistas da Aeronáutica ) Aluno do Colégio Naval Aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Exército Aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Ar Aluno de Órgão de Formação de Oficiais da Reserva Aluno de Órgão de Formação de Oficiais da Reserva Aluno de Órgão de Formação de Oficiais da Reserva Excepcionalmente ou em reuniões sociais tem acesso aos círculos dos Suboficiais, Subtenentes e Sargentos Aluno da Escola ou Centro de formação de Sargentos Aluno da Escola ou Centro de formação de Sargentos Aluno da Escola ou Centro de formação de Sargentos Freqüentam o círculo de Cabos e Soldados Aprendiz-Marinheiro Aluno de Órgão de Formação de Praças da Reserva Aluno de Órgão de Formação de Praças da Reserva OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO D - 1 ORIGINAL ANEXO D BIBLIOGRAFIA 1. BRASIL. Decreto-Lei no 1001, de 21/10/69. Código Penal Militar e suas Atualizações. Brasília, 1969. 2. _______. Decreto-Lei no 1002, de 21/10/69. Código de Processo Penal Militar e suas Atualizações. Brasília, 1969. 3. ______. Centro de Instrução Almirante Wandenkolk. Apostila de Organização da MB, Meios e Operações Navais (CIAW-1104). Rio de Janeiro, 2013. 4. _______. Presidência da República. Regulamento de Continências, Honras e Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas (RCHSRCMFA). Brasília, 1997. 5. _______. Decreto nº 63.704, de 29 de novembro de 1968. Regulamenta a Lei nº 5.292, de 8 de junho de 1967, alterada pela de nº 5.399, de 20 de março de 1968, que dispõe sobre a prestação do Serviço Militar pelos estudantes de Medicina, Farmácia, Odontologia e Veterinária e pelos Médicos, Farmacêuticos, Dentistas e Veterinários. Brasília, 1968. 6. ______. Decreto nº 5.417, de 13 de abril de 2005. Aprova a estrutura regimental do Ministério da Defesa e dá outras providências. Brasília, 2005. 7. ______. Diretoria-Geral do Pessoal da Marinha. Normas sobre Justiça e Disciplina na MB (TOMO I e II) (DGPM-315). Rio de Janeiro, 2a Rev, 2012. 8. ______. Secretaria-Geral da Marinha. Vade-Mécum Naval. Coletânea de Legislação da Marinha do Brasil. Rio de Janeiro, 2004. 9. ____. Marinha do Brasil. Secretaria-Geral da Marinha. Regulamento de Uniformes Para a Marinha do Brasil (RUMB) Intranet. Rio de Janeiro, 2006. 10. FONSECA, Maurílio M. Arte Naval. Rio de Janeiro: 6ª ed., 2002. 11. _____. DGPM-308. Normas para prestação de Serviço Militar pelos Militares da Reserva da Marinha. 3ª revisão. Rio de Janeiro, 2009. 12. _____. Lei nº 5292 de 08/06/1967. Lei de Prestação do Serviço Militar pelos Estudantes de Medicina, Farmácia, Odontologia e Veterinária e pelos Médicos, Farmacêuticos, Dentistas e Veterinários. Brasília, 1983. ../../../LEIS/1950-1969/L5292.htm ../../../LEIS/1950-1969/L5292.htmEstado da Defesa a ativação dos órgãos operacionais das Forças Armadas, para fim de adestramento, emprego em operações conjuntas ou em operações de paz; c) Uma vez determinado o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da or- dem, caberá à autoridade competente, mediante ato formal, transferir o controle operacional (poder para atribuir e coordenar missões e tarefas específicas) dos ór- gãos envolvidos (inclusive os não militares) para a autoridade a ser encarregada das operações; d) A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de qualquer um dos poderes constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes bai- xadas em ato do Presidente da República, depois de esgotados os instrumentos des- OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 3 ORIGINAL tinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patri- mônio, relacionados na Constituição Federal; e e) Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a pedido manifestado por qualquer um dos poderes constitucionais, por intermédio dos Presidentes do Supremo Tribunal Fede- ral, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados. 1.2 - A MARINHA DO BRASIL NO CONTEXTO DO MINISTÉRIO DA DEFESA A Marinha do Brasil é um órgão da Administração Federal, subordinado ao Ministério da Defesa. O Comandante da Marinha administra os assuntos da MB e a prepara para o cum- primento de sua destinação constitucional. A figura abaixo mostra como o Comando da Marinha está situado dentro do organograma do Ministério da Defesa. 1.3 – MISSÃO DA MB “Preparar e empregar o Poder Naval, a fim de contribuir para a defesa da Pátria; para a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem; para o cumprimento das atribuições subsidiárias previstas em Lei; e para o apoio à Política Externa.” A missão constitucional da Marinha do Brasil contempla, essencialmente, o conceito de emprego do Poder Naval. Outras atribuições foram sendo estabelecidas em diplomas le- gais, porém, podemos considerar a missão básica da MB como: “Preparar e empregar o Poder Naval, a fim de contribuir para a Defesa da Pá- tria.” 1.4 – O PODER MARÍTIMO 1.4.1 – Definição O Poder Marítimo é a capacidade resultante da integração dos recursos de que dispõe a Nação para a utilização do mar e das águas interiores, quer como instrumento de ação política e militar, quer como fator de desenvolvimento econômico e social. Ministério da Defesa Comando da Marinha Comando do Exército Comando da Aeronáutica EMCFA OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 4 ORIGINAL 1.4.2 – Elementos do Poder Marítimo Os elementos que constituem o Poder Marítimo são os componentes das expressões do Poder Nacional relacionados com a capacidade de utilização do mar e das águas interio- res: a) a Marinha Mercante, as facilidades, os serviços e as organizações relacionados com os transportes marítimo e fluvial; b) a infraestrutura hidroviária: portos, terminais, meios e instalações de apoio e de controle; c) a indústria naval: estaleiros de construção e de reparos; d) a indústria bélica de interesse do aprestamento naval; e) a indústria de pesca: embarcações, terminais e indústrias de processamento de pes- cado; f) as organizações e os meios de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico de inte- resse para o uso do mar, das águas interiores e de seus recursos; g) as organizações e os meios de exploração ou de explotação dos recursos do mar, de seu leito e de seu subsolo; h) pessoal que desempenha atividades relacionadas com o mar ou com as águas interi- ores e os estabelecimentos destinados à sua formação e ao seu treinamento; e i) o Poder Naval. 1.5 – O PODER NAVAL 1.5.1 – Definição O Poder Naval é o componente militar do Poder Marítimo, capaz de atuar no mar e nas águas interiores, visando contribuir para a conquista e a manutenção dos objetivos iden- tificados na Política Nacional de Defesa (PND). 1.5.2 – Composição O Poder Naval compreende os meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais; as bases e as posições de apoio; as estruturas de comando e controle, de logística e administrati- va. As forças e os meios de apoio não-orgânicos da Marinha do Brasil (MB), quando vinculados ao cumprimento da missão da Marinha e submetidos a algum tipo de orien- tação, comando ou controle de autoridade naval, serão considerados integrantes do Po- der Naval. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 5 ORIGINAL 1.5.3 – Características do Poder Naval O Poder Naval efetivo precisa ser capaz de atuar em áreas extensas, por um período de tempo ponderável, e nelas adotar atitudes tanto defensivas quanto ofensivas, explorando suas características de mobilidade, permanência, versatilidade e flexibilidade. a) A mobilidade representa a capacidade de deslocar-se prontamente e a grandes dis- tâncias, mantendo elevado nível de prontidão, ou seja, em condições de emprego imediato. b) A permanência indica a possibilidade de operar, continuamente, com independên- cia e por longos períodos, em áreas distantes e de grandes dimensões. c) A versatilidade permite regular o poder de destruição e alterar a postura militar, mantendo a aptidão para executar uma ampla gama de tarefas. d) A flexibilidade significa a capacidade de organizar grupamentos operativos de di- ferentes valores, em função da missão. No Brasil, o Poder Naval é exercido pela Marinha do Brasil. 1.6- A AMAZÔNIA AZUL E A ÁREA DE JURISDIÇÃO BRASILEIRA 1.6.1 – Convenção da Jamaica Historicamente, os Estados costeiros sempre aceitaram a existência do denominado mar territorial com 3 milhas marítimas1 de largura a contar da linha da costa. Essa distância correspondia ao alcance dos canhões que, à época, existiam nas fortificações erguidas no litoral. No final da década de 50 do século passado, a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a discutir a elaboração do que viria a ser, anos mais tarde, a Convenção das Na- ções Unidas sobre os Direitos do Mar (CNUDM), também conhecida como Convenção da Jamaica. A necessidade dessa Convenção tornou-se evidente, a partir do instante em que os paí- ses passaram a ter consciência de que precisavam de um novo ordenamento jurídico so- bre o mar, pois a cada dia aumentavam suas informações sobre o potencial das riquezas nele existentes e as necessidades de explorá-las em proveito próprio, o que poderia gerar crises. Uma dessas crises foi vivenciada pelo Brasil, em fevereiro de 1963, em torno da disputa pelos direitos de pesca em nossas águas, onde atuavam pesqueiros franceses, episódio que ficou conhecido como a “Guerra da Lagosta”. 1 Uma milha marítima (mima) equivale a 1.852 metros. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 6 ORIGINAL Ainda na fase inicial das discussões dos termos da Convenção, o Brasil, à semelhança de vários outros países, estabeleceu, por meio de legislação interna, baixada no início da década de 70, o seu Mar Territorial com 200 milhas marítimas de largura.Nosso País participou ativamente das discussões na Convenção, por meio de delegações formadas, basicamente, por oficiais da Marinha e por diplomatas. A CNUDM, concluída em 10 de dezembro de 1982, em Montego Bay, Jamaica, foi o resultado de um contínuo esforço de negociação da comunidade internacional com o propósito de equacionar, sob um espírito de compreensão e cooperação mútuas, as ques- tões relativas ao Direito do Mar. Em 16 de novembro de 1994, cumprida a condição mí- nima de ratificação pelo sexagésimo Estado, a Convenção entrou em vigor. Atualmente, já foi ratificada por 162 países. A CNUDM estabelece, dentre outros, os seguintes conceitos: - Linhas de base; - Águas interiores; - Mar territorial (até 12 milhas náuticas); - Zona contígua (até 24 milhas náuticas); - Zona econômica exclusiva (até 200 milhas náuticas); - O limite exterior da plataforma continental, além das 200 milhas, bem como os cri- térios para o delineamento desse limite; e - Alto-mar. 1.6.2 – DEFINIÇÕES O Brasil foi o 36o Estado a ratificar a Convenção, em 22 de dezembro de 1988. A Lei no 8.617, de 4 de janeiro de 1993, Lei do Mar, internalizou os termos da Convenção. Nela, constam as seguintes definições: Linhas de base São as linhas a partir das quais os espaços marítimos são definidos. A Convenção es- tabelece dois tipos de Linha de Base: a Normal e a Reta. A primeira segue a linha de baixa-mar, ao longo da costa, definida nas cartas náuticas; A segunda aplica-se a lo- cais onde a linha de costa é recortada ou irregular, como entrada de baías, locais com recifes ou franjas de ilhas entre outros. Águas interiores São as águas localizadas entre a costa e as linhas de base do mar territorial. A expres- são abrange também as águas doces dos rios, lagos e poços existentes no território do OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 7 ORIGINAL país, bem como os ancoradouros, portos, golfos, baías e águas marinhas situadas en- tre a costa e o marco de início do mar territorial. Nas águas interiores, o Estado exerce soberania plena e inexiste o direito de passa- gem inocente, exceto nos casos dos rios Amazonas/Solimões e Paraguai, que, por força de tratados, são abertos à navegação internacional. Mar Territorial (MT) É uma faixa de 12 milhas de largura a partir da Linha de Base. Nessa faixa, a soberania do Estado costeiro estende-se além do seu território, ou se- ja, o Estado tem soberania plena nessa Zona, estendendo-se essa soberania também ao seu espaço aéreo sobrejacente, ao seu solo e ao seu subsolo. Os navios de qualquer Estado terão o direito de passagem inocente pelo mar territori- al. A passagem é considerada inocente quando não é prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro. A partir dos limites do Mar Territorial, o Estado costeiro não mais exerce soberania, mas apenas jurisdição sobre diversos espaços marítimos, nos termos definidos na Convenção. Zona Contígua (ZC) É uma faixa de 12 milhas de largura que se estende do limite do mar territorial até 24 milhas da linha de base. A jurisdição do Estado costeiro neste espaço é limitada a evitar e reprimir agressões aos seus regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários. Zona Econômica Exclusiva (ZEE) É uma faixa de até 188 milhas de largura, contadas a partir dos limites do Mar Terri- torial. Nesta Zona está contida também a Zona Contígua. Os direitos, jurisdição e deveres do Estado costeiro neste espaço marítimo estão ex- pressos no §1o, do Art.56, da CNUDM, conforme abaixo descrito: 1. Na zona econômica exclusiva, o Estado costeiro tem: a) direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras ativi- dades com vista à exploração e aproveitamento da zona para fins econômicos, como a produção de energia a partir da água, das correntes e dos ventos; b) jurisdição, de conformidade com as disposições pertinentes da Convenção, no que se refere a: OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 8 ORIGINAL i) colocação e utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas; ii) investigação científica marinha; iii) proteção e preservação do meio marinho; c) outros direitos e deveres previstos na presente Convenção (ONU, 1982, p.67). Cumpre ressaltar que todos os Estados gozam das liberdades de navegação e sobre- voo e de colocação de cabos e dutos submarinos nas Zonas Econômicas Exclusivas de outros Estados. Plataforma Continental (PC) A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. (ONU, 1982, p.81) Na Plataforma Continental, o Estado costeiro exerce direitos de soberania no que diz respeito ao aproveitamento e exploração dos recursos naturais do solo e subsolo ma- rinho. Tais recursos são os minerais e outros não-vivos do solo e do subsolo e, tam- bém, dos organismos vivos pertencentes a espécies sedentárias que têm sua mobili- dade relacionada ao fundo. Em seu artigo 76, a CNUDM estabelece: “A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância”. Na Convenção, foi estabelecido que os Estados costeiros poderiam apresentar pro- postas, mediante estudo circunstanciado, para o estabelecimento do limite exterior da margem continental, até um limite máximo de 350 milhas náuticas (648 km) da linha de base, à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da ONU. Além disso, como fato relevante para o Brasil, a CNUDM estabeleceu critérios para que fosse reconhecido o mar territorial e a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) para as ilhas oceânicas dos Estados costeiros. Destaca-se como o critério mais significativo OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 9 ORIGINAL para o reconhecimento, a exigência de que as ilhas sejam permanentemente habita- das. Quanto ao estabelecimento dos limites laterais, o Brasil possui fronteiras marítimas bem definidas em tratados internacionais, ao Norte, com a França (Guiana Francesa) e ao Sul, com o Uruguai. Quanto aos limites exteriores, em direção ao meio do Oce- ano Atlântico, também não foram vislumbrados problemas, pois não existe nenhum Estado costeiro a menos de 400 milhas náuticas de distância, no caso dos limites da ZEE, ou mesmo a menos de 700 milhas náuticas, no caso de limites de plataformas continentais jurídicas. A proposta brasileira para o estabelecimento do limite exterior da margem continen- tal e de reconhecimentoda ZEE das ilhas oceânicas foi apresentada ao Secretário da Organização das Nações Unidas em maio de 2004, e aprovada pela CLPC em abril de 2007, com ressalvas. Assim, os limites das águas jurisdicionais brasileiras, consagrados em tratados multi- laterais, garantem direitos econômicos, porém com a contrapartida dos deveres e das responsabilidades de natureza política, ambiental e de segurança pública sobre uma área de cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, que equivalem à metade da superfície do território nacional em terra firme. Alto-mar O alto-mar compreende todas as partes do mar não incluídas na zona econômica exclusiva, no mar territorial ou nas águas interiores de um Estado. O alto-mar está aberto a todos os Estados e deve ser utilizado para fins pacíficos. Ne- nhum Estado pode, legitimamente, ter a pretensão de submeter qualquer parte do alto- mar à sua soberania. O Mar Territorial e a Zona Econômica Exclusiva, além das águas interiores, constitu- em as Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 10 ORIGINAL 1.7 - ATRIBUIÇÕES SUBSIDIÁRIAS DA MB De acordo com a Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, sem o comprometimen- to de sua destinação constitucional, as Forças Armadas têm como atribuição subsidiária, de caráter geral, cooperar com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determi- nada pelo Presidente da República. As atribuições subsidiárias específicas da Marinha são: a) orientar e controlar a Marinha Mercante e suas atividades correlatas, no que interessa à defesa nacional; b) prover a segurança da navegação aquaviária; c) contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito ao mar; d) implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, no mar e nas águas interiores, em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, federal ou esta- dual, quando se fizer necessária, em razão de competências específicas; e e) cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos delitos de repercussão nacional ou internacional, quanto ao uso do mar, águas interiores e de áreas portuárias, na forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução. 1.8 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA MB 1.8.1 – Estrutura Geral A Marinha do Brasil tem sua organização estabelecida na Estrutura Regimental do COMANDO DA MARINHA, prevista no Decreto nº 5417, de 13 de abril de 2005, e compõe-se de: a) um órgão de assessoramento superior: - ALMIRANTADO OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 11 ORIGINAL b) seis órgãos de assistência direta e imediata ao Comandante da Marinha (CM): - Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM); - Centro de Inteligência da Marinha (CIM); - Gabinete do Comandante da Marinha (GCM); - Centro de Controle Interno da Marinha (CCIMAR); - Procuradoria Especial da Marinha (PEM); e - Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM). c) nove órgãos colegiados: - Conselho de Almirantes (CAL); - Comissão para Estudos dos Uniformes da Marinha (CEUM); - Conselho Financeiro e Administrativo da Marinha (COFAMAR); e - Comissão de Promoções de Oficiais (CPO). - Conselho de Ciência e Tecnologia da Marinha (CONCITEM); - Conselho do Plano Diretor (COPLAN); - Conselho do Planejamento de Pessoal (COPLAPE); - Comissão de Tecnologia da Informação da Marinha (COTIM); e - Conselho de Compensação da MB. d) duas entidades vinculadas: - Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) e Amazonia Azul, Tec- nologias de Defesa (AMAZUL), vinculadas ao Comando da Marinha. e) um (1) órgão autônomo, vinculado ao Comando da Marinha: - Tribunal Marítimo (TM) f) um (1) órgão de direção geral (ODG): - Estado-Maior da Armada (EMA). g) sete (7) órgãos de direção setorial (ODS): - Comando de Operações Navais (ComOpNav); - Secretaria-Geral da Marinha (SGM). - Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM); - Diretoria-Geral do Pessoal da Marinha (DGPM); - Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM); - Diretoria-Geral de Navegação (DGN); e - Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (CGCFN); h) outras organizações militares (OM) da Marinha. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 12 ORIGINAL 1.8.2 – Organização Militar Denominam-se Organizações Militares os elementos organizacionais da Marinha que possuem denominação oficial, estrutura administrativa e tabela de lotação. 1.8.3 – Organograma completo e os meios flutuantes e aéreos da MB a) O organograma completo da MB pode ser visualizado na Intranet MB, na página do Estado-Maior da Armada (EMA) - www.ema.mb. b) Os meios flutuantes e aéreos da MB podem ser visualizados na página oficial da MB da Internet – www.marinha.mil.br . 1.8.4 – Organograma Simplificado 1.9 – PROPÓSITO E COMPOSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ÓRGÃOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA MB 1.9.1 – Órgão de Direção-Geral (ODG): ESTADO-MAIOR DA ARMADA - EMA Compete elaborar estudos e consolidar e opinar sobre aqueles encaminhados pelos Órgãos de Direção Setorial (ODS), visando assessorar o Comandante da Marinha nos assuntos pertinentes ao planejamento de alto nível da Marinha. É o grande ór- Órgãos de Direção Setorial de Apoio Órgão de Direção Setorial Operativo Secretaria- Geral da Marinha SGM Diretoria-Geral do Pessoal da Marinha DGPM Diretoria-Geral do Material da Marinha DGMM Comando de Operações Na- vais ComOpNav Diretoria-Geral de Navegação DGN Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais CGCFN Diretoria-Geral de Desenvol- vimento Nucle- ar e Tecnológi- co da Marinha DGDNTM ALMIRANTADO Estado-Maior da Armada EMA Órgão de Assessoramento Superior Órgão de Direção Geral Centro de Controle Interno da Marinha CCIMAR COMANDANTE DA MARINHA Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante da Marinha Centro de Comu- nicação Social da Marinha CCSM Centro de Inteligência da Marinha CIM Gabinete do Comandante da Marinha GCM Procuradoria Especial da Marinha PEM Secretaria da Comissão Interministerial para os Recur- sos do Mar SECIRM http://www.ema.mb/ http://www.marinha.mil.br/ OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 13 ORIGINAL gão de Planejamento da Marinha, por meio do qual são realizadas as ligações admi- nistrativas com os outros órgãos da Administração Pública. O Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) é o substituto eventual do Coman- dante da Marinha. 1.9.2 – Órgãos de Direção Setorial (ODS): a) COMANDO DE OPERAÇÕES NAVAIS - ComOpNav Compete aprestar as Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais para o ade- quado emprego do Poder Naval. b) DIRETORIA-GERAL DE NAVEGAÇÃO - DGN Compete contribuir para o preparo e o emprego do Poder Naval e do Poder Maríti- mo, no tocante aos assuntos marítimos, segurança da navegação, hidrografia, ocea- nografia e meteorologia. Supervisiona as atividades desenvolvidas pelaMarinha Mercante e de pesquisas hidrográficas. Possui subordinadas a Diretoria de Portos e Costas (DPC) e a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), responsáveis por grande parte das atividades subsidiárias da Marinha. c) SECRETARIA-GERAL DA MARINHA - SGM Compete contribuir para o preparo e o emprego do Poder Naval, no tocante às ati- vidades relacionadas com: Orçamento (Planejamento, Programação, Execução e Avaliação); Economia e Finanças; Logística (Abastecimento); Administração Geral e Documentação. d) DIRETORIA-GERAL DO MATERIAL DA MARINHA - DGMM Compete contribuir para o preparo e o emprego do Poder Naval, no tocante aos Projetos, Construção, Aquisição e Manutenção dos meios navais e aeronavais. O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), a Diretoria de Sistemas de Armas, a Diretoria de Engenharia Naval, a Diretoria de Aeronáutica da Marinha, entre ou- tros, estão subordinados a ela. e) DIRETORIA-GERAL DO PESSOAL DA MARINHA - DGPM Compete contribuir para o preparo e o emprego do Poder Naval no tocante à Políti- ca, Formação, Assistência e Controle da Distribuição do Pessoal. f) DIRETORIA-GERAL DE DESENVOLVIMENTO NUCLEAR E TECNOLÓGI- CO DA MARINHA - DGDNTM Contribuir para o preparo e o emprego do Poder Naval no tocante ao planejamento, à orientação, à coordenação e ao controle das atividades científicas, tecnológicas e de inovação da Marinha. A Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 14 ORIGINAL de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN), o Centro Tecnológico da Mari- nha no Rio de Janeiro (CTMRJ) e o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) estão subordinados a ela. g) COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS - CGCFN Compete contribuir para o preparo e o emprego do Poder Naval, no tocante à Dou- trina, Emprego, Aquisição e Manutenção de meios de FN e ao Preparo e Controle do pessoal FN. Ressalta-se que as OM operativas de Fuzileiros Navais estão subor- dinadas ao ComOpNav. 1.9.3 – Órgão Autônomo e Entidades Vinculados a) TRIBUNAL MARÍTIMO – TM É o órgão autônomo vinculado ao Comandante da MB, ao qual compete julgar os acidentes e fatos da navegação marítima, fluvial e lacustre e as questões relaciona- das com tal atividade. As nomeações do Presidente e dos Juízes Militares e Civis são feitas pelo Presiden- te da República, mediante proposta do Comandante da Marinha. b) EMPRESA GERENCIAL DE PROJETOS NAVAIS (EMGEPRON) Empresa Pública, criada em 1982, vinculada ao Comando da Marinha. Tem como finalidades principais: - promover a Indústria Militar Naval Brasileira; - gerenciar projetos integrantes de programas aprovados pelo Comando da Mari- nha; e - promover e executar atividades vinculadas à obtenção e à manutenção de mate- rial militar naval. A empresa atua no vasto espectro tecnológico dos projetos (munição, geração de energia, modernização de Fragatas, construção de submarinos e levantamento da plataforma continental). Essa atuação dá-se não apenas pela prestação de serviços de gerência desses projetos, como também pela comercialização de produtos e ser- viços disponibilizados pelo setor naval da indústria de defesa nacional, incluindo embarcações militares (projeto, construção e modernização), reparos navais, siste- mas de combate embarcados, munição de artilharia, serviços oceanográficos e apoio logístico, entre outros. c) AMAZONIA AZUL TECNOLOGIAS DE DEFESA (AMAZUL) Criada em 2013 com o objetivo de promover, desenvolver, transferir e manter tec- nologias sensíveis às atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM), do Pro- OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 15 ORIGINAL grama de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e do Programa Nuclear Bra- sileiro (PNB). A missão primordial da empresa é viabilizar o desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear. 1.9.4 – Órgão de Assessoramento Superior a) ALMIRANTADO Compete assessorar o Comandante da Marinha nas suas atribuições de direção e gestão da Força, cabendo fazê-lo também na seleção dos militares que comporão a Lista de Escolha para promoção aos postos de oficiais-generais. O Almirantado, convocado e presidido pelo Comandante da Marinha, é constituído pelos Almirantes-de-Esquadra da ativa. O Comandante da Marinha poderá convocar outros oficiais-generais para participar das reuniões do Almirantado, por iniciativa própria, ou em atenção à proposta de um dos seus membros. 1.9.5 – Principais Órgãos Colegiados a) CONSELHO DE ALMIRANTES Compete assessorar o Comandante da Marinha na avaliação de assuntos de interes- se relevante para a Marinha, apresentados por membros do Almirantado. O Conselho de Almirantes, constituído pelos Almirantes em serviço ativo com fun- ção em unidades organizacionais da Marinha, é presidido pelo Comandante da Ma- rinha e convocado por sua iniciativa. b) CONSELHO DO PLANO DIRETOR (COPLAN) Compete assessorar o Comandante da Marinha no trato dos assuntos relacionados com o planejamento da gestão orçamentária e financeira (Plano Diretor). c) CONSELHO FINANCEIRO E ADMINISTRATIVO DA MARINHA (COFA- MAR) Compete assessorar o CM nos assuntos administrativo-financeiros da MB, exercen- do o mais elevado nível de controle da execução do Plano Diretor. d) COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE OFICIAIS (CPO) Assessora o CM nos diversos processos de seleção de Oficiais, atuando como órgão de processamento das promoções por antiguidade, por merecimento e, numa pri- meira fase, para as promoções por Escolha (Almirantes), bem como na elaboração das escalas de Comando/Direção, na seleção de oficiais para cursos, nas mudanças de quadros, na decisão de permanência definitiva no serviço ativo etc. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 16 ORIGINAL 1.9.6 – Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante da Marinha a) GABINETE DO COMANDANTE DA MARINHA (GCM) Assessora o Comandante da Marinha no estudo dos assuntos submetidos à sua apreciação e no preparo dos documentos relativos às suas decisões, o assiste em sua representação funcional e pessoal, especialmente no preparo e no despacho do seu expediente pessoal, acompanha o andamento dos projetos de interesse do Comando da Marinha em tramitação no Congresso Nacional e providencia o atendimento às consultas e aos requerimentos formulados pelo Congresso Nacional. b) CENTRO DE INTELIGÊNCIA DA MARINHA (CIM) Trata, em seu mais alto nível, da produção e salvaguarda de conhecimentos de inte- resse da Marinha, relacionados ao País. O CIM funciona como uma assessoria política e social para o Comandante da Marinha. Na área social, coleta informações, faz análises e produz balanços sobre o comportamento do seu pessoal e as repassa às esferas pertinentes. Questões como narcotráfico, contrabando e condições sociais são alguns dos assuntos acompanhados pelo CIM. c) PROCURADORIA ESPECIAL DA MARINHA (PEM) Compete zelar, perante o Tribunal Marítimo, pela fiel observância da Constituição, das leis e dos atos emanados dos poderes públicos, referentes às atividades maríti- mas, fluviais e lacustres. d) SECRETARIA DA COMISSÃO INTERMINISTERIAL PARA OS RECURSOS DO MAR (SECIRM) Tem por finalidade assessorar o Coordenador da CIRM na execução das atividades técnicas e administrativas da Comissão. A CIRM, por sua vez, é uma comissão quetem o propósito de coordenar os assuntos relativos à consecução da Política Setorial para os Recursos do Mar (PSRM) e gerenciar o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), entre outros. A Coordenação da CIRM é exercida pelo Comandante da Marinha. e) CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA (CCSM) Tem o objetivo de contribuir para a divulgação das atividades desenvolvidas pela Marinha, estimulando uma visibilidade favorável na sociedade. Atua na produção de peças publicitárias, no apoio e na orientação às OM, na busca de um perfeito re- lacionamento com a imprensa e na prestação de assessoria ao Comandante da Ma- rinha, quanto aos assuntos relacionados à Comunicação Social. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 17 ORIGINAL Com1oDN Cidade Sede Rio de Janeiro Com2oDN Cidade Sede Salvador Com3oDN Cidade Sede Natal Com4oDN Cidade Sede Belém Com5oDN Cidade Sede Rio Grande Com6oDN Cidade Sede Ladário Com7oDN Cidade Sede Brasília Com8oDN Cidade Sede São Paulo Com9oDN Cidade Sede Manaus Órgão de Direção Setorial-Operativo Comando de Operações Navais ComOpNav f) CENTRO DE CONTROLE INTERNO DA MARINHA Compete assessorar o Comandante da Marinha nas atividades relativas à fiscaliza- ção contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da MB, quanto à legalidade, legitimidade e economicidade. 1.10 – ORGANIZAÇÃO GENÉRICA DA MB 1.10.1 – Distritos Navais Os nove Comandos de Distritos Navais (ComDN), subordinados ao ComOpNav, têm, como propósito, contribuir para o cumprimento das tarefas de responsabilidade da Ma- rinha, nas suas respectivas áreas de jurisdição. (ver Anexo A). O diagrama a seguir apresenta a localização dos DN: Para a consecução do seu propósito, são atribuídas aos ComDN as seguintes tarefas: I - Executar operações navais, aeronavais, de fuzileiros navais e terrestres de caráter naval; II - Apoiar as Unidades e Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais, subordi- nadas ou não, em operação em sua área de jurisdição; III - Executar as atividades estabelecidas no Sistema de Mobilização Marítima; IV - Executar atividades de Inteligência e de Contrainteligência; V - Acompanhar o tráfego marítimo e fluvial; VI - Controlar as atividades relacionadas com a segurança da navegação marítima, fluvial e lacustre; VII - Coordenar e controlar as atividades de Patrulha Costeira, Inspeção Naval e So- corro e Salvamento Marítimo; VIII - Cooperar para a preservação e utilização racional dos recursos do mar, da pla- taforma continental e das águas interiores; IX - Executar atividades estabelecidas na Lei do Serviço Militar; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 18 ORIGINAL X - Concorrer para a manutenção da Segurança Interna em coordenação com as de- mais Forças Singulares; XI - Apoiar o pessoal militar e civil da Marinha e seus dependentes; XII - Colaborar com as atividades de interesse do Poder marítimo; XIII - Estimular e apoiar as atividades de interesse do Poder Marítimo; XIV - Orientar, coordenar e controlar as atividades de Assistência Cívico-Social às populações ribeirinhas; XV - Exercer as atribuições relativas a Comando redistribuidor (COMARE). Aos Comandantes de DN são subordinadas as seguintes Organizações Militares (OM): - Base Naval no 2o DN, no 3o DN, no 4o DN e no 6o DN; - Estação Naval no 5o DN e no 9o DN; - Grupamento de Patrulha Naval ou Flotilha (exceto 7o DN). O 2o DN tem também na sua subordinação a Força de Minagem e Varredura – Força Distrital.; - Grupamento de Fuzileiros Navais (O 4o e o 9o DN possuem Batalhão de Opera- ções Ribeirinhas) – Força Distrital; - Centro de Intendência (exceto 1o, 7o e 8o DN); - Hospital Naval ou Policlínica Naval (exceto o 1o DN. O 5o e o 8o DN possuem Ambulatórios Navais); - Serviço de Sinalização Náutica (exceto 1o, 7o, 8o e 9o DN); - Capitania(s) dos Portos e/ou Capitania(s) Fluviais; e - Estação-Rádio (ER) (exceto 8o DN. As ER do 6o e do 9o DN não são autônomas). Observações: 1) A Base Naval do Rio de Janeiro é subordinada ao ComemCh; e 2) O 7o DN e o 8o DN não contam com Base Naval nem com Estação Naval. Além dessas OM, alguns Distritos Navais têm também sob sua subordinação: - Esquadrão de Helicópteros (5o, 6o e 9o DN) – Força Distrital; - Escola de Aprendizes-Marinheiro (1o, 3o e 5o DN); e - Centro de Instrução (7o DN – CIAB e 4o DN - CIABA). De um modo geral, aos Distritos Navais são subordinadas todas as OM situadas em suas áreas de jurisdição, com exceção do 7o DN (o Comando da Marinha e seus órgãos su- bordinados, o EMA e a SGM), do 8o DN (CTMSP) e do 1o DN, que possui as OM lista- das anteriormente, acrescidas do Presídio da Marinha (ver Anexo B). OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO 1 - 19 ORIGINAL ComOpNav Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra ComFFE Comando da Divisão Anfíbia ComDivAnf Comando da Tropa de Reforço ComTrRef Comando da Tropa de Desembarque ComdoTrDbq Base de Fuzileiros Navais do Rio Miriti BFNRM Batalhão de Operações Especiais de FN BtlOpEspFuzNav ComOpNav Esquadra Comando da Força de Superfície ComForSup Comando da Força de Submarinos ComForS Comando da Força Aeronaval ComForAerNav Comando da 1a Divisão da Esquadra ComDiv-1 Comando da 2a Divisão da Esquadra ComDiv-2 Comando do 1o Esquadrão de Escolta ComEsqdE-1 Comando do 2o Esquadrão de Escolta ComEsqdE-2 Comando do 1o Esquadrão de Apoio ComEsqdAp-1 NAM Atlântico Navio-Escola Brasil Navio-Veleiro Cisne Branco Navios Submarinos Base de Submarinos Almirante Castro e Silva BACS Navio de Socorro Submarino Guillobel NSS Guillobel Grupamento de Mergulha- dores de Combate GRUMEC Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché CIAMA Navios Navios Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia BAeNSPA Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval CIAAN Esquadrões HA-1, HI-1, HS-1 HU-1, HU-2, VF-1 e QE-1 1.10.2 – Setor Operativo (Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais) O setor operativo é composto das seguintes unidades: a) ESQUADRA - O seu comando é exercido pelo Comandante-em-Chefe da Esqua- dra (ComemCh). b) Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) c) Forças Distritais Forças subordinadas aos Comandos de Distritos Navais: - Grupamentos de Patrulha Naval/Flotilhas; - Grupamentos de Fuzileiros Navais; - Esquadrões de Helicópteros - Força de Minagem e Varredura (Comando do 2o Distrito Naval). OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 2 - 1 CAPÍTULO 2 CONCEITOS BÁSICOS DE CONDUTA MILITAR 2.1 – A CARREIRA MILITAR 2.1.1 – A Profissão Militar A profissão militar tem revelado, ao longo da história, aspectos de marcantesingularidade, na medida em que os países sempre perceberam em suas Forças Armadas o elemento final – a última ratio - para a preservação de seus interesses vitais. A existência e o futuro das nações dependem, fundamentalmente, da capacidade de suas Forças Armadas sustentarem as decisões estratégicas do Estado, bem como de atuarem contra ameaças à sua soberania, à sua integridade territorial, ao patrimônio e aos interesses nacionais. Recursos humanos altamente qualificados, treinados, motivados, bem equipados e integralmente dedicados à atividade militar são o fundamento da capacitação de qualquer Força Armada, refletindo o desejo da própria sociedade. Daí decorrem as especificidades da profissão militar, universalmente reconhecidas e, que, no Brasil, impõem limitações ao exercício de direitos usufruídos pelos demais cidadãos. 2.1.2 – Características da Profissão Militar a) RISCO DE VIDA Ao longo da sua carreira, o militar convive de perto com o risco. Seja nos treinamentos, na sua vida diária ou na guerra, a possibilidade iminente de um dano físico ou da morte é uma característica permanente da sua profissão. O exercício da atividade militar, por sua natureza, exige o comprometimento da própria vida. b) SUJEIÇÃO A PRECEITOS RÍGIDOS DE DISCIPLINA E HIERARQUIA Ao ingressar nas Forças Armadas, o militar tem de obedecer a severas normas disciplinares e a estritos princípios hierárquicos, que condicionam toda a sua vida pessoal e profissional. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 2 - 2 c) DEDICAÇÃO EXCLUSIVA O militar em atividade não pode exercer qualquer outra profissão, o que o torna dependente exclusivamente do seu soldo, e dificulta o seu posterior ingresso no mercado de trabalho, quando na inatividade. d) DISPONIBILIDADE PERMANENTE O militar se mantém disponível para o serviço ao longo das 24 horas do dia, sem, por isso, ter direito a reivindicar qualquer remuneração extra, compensação de qualquer ordem ou cômputo de serviço especial. e) MOBILIDADE GEOGRÁFICA O militar pode ser movimentado ex-officio, em qualquer época do ano, para qualquer região do país, indo residir, em alguns casos, em locais inóspitos e destituídos de infraestrutura de apoio à família. f) VIGOR FÍSICO As atribuições que o militar desempenha, não só por ocasião de eventuais conflitos, para os quais deve manter-se sempre preparado, mas também, cotidianamente, nos tempos de paz, exigem-lhe elevado nível de saúde física. O militar é submetido, durante toda a sua carreira, a periódicos exames médicos e a testes de avaliação física que condicionam a sua permanência no serviço ativo. g) PROIBIÇÃO DE PARTICIPAR DE ATIVIDADES POLÍTICAS O militar da ativa é proibido de filiar-se a partidos e de participar de atividades de cunho político-partidário. Apesar disso, o militar pode pedir licença para candidatar- se a cargo eletivo. h) PROIBIÇÃO DE SINDICALIZAR-SE E DE PARTICIPAR EM GREVES OU EM QUALQUER MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO O impedimento de sindicalização e de participação em greve decorre dos princípios da hierarquia e disciplina e fundamenta-se na concepção de que o militar jamais deve contrapor-se à instituição a que pertence e ao próprio Estado, devendo-lhes fidelidade irrestrita. i) RESTRIÇÕES A DIREITOS SOCIAIS O militar não usufrui alguns direitos sociais, de caráter universal, que são assegurados aos demais cidadãos, dentre os quais incluem-se: I. remuneração do trabalho noturno superior à do trabalho diurno; II. jornada de trabalho diário limitada a oito horas; III. repouso semanal remunerado; e OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 2 - 3 IV. remuneração de serviço extraordinário, que extrapole as oito horas diárias estabelecidas pela Constituição como limite ao trabalho normal para as demais categorias. j) VÍNCULO COM A PROFISSÃO Mesmo quando na inatividade, o militar permanece vinculado à sua profissão. Os militares na inatividade, quando não reformados, constituem a "reserva de 1a linha" das Forças Armadas, devendo manter-se prontos para atender a eventuais convocações e ao retorno ao serviço ativo, conforme prevê a lei, independentemente de estarem exercendo outra atividade, não podendo, por tal motivo, eximir-se dessa convocação. k) PENSÃO MILITAR É a importância paga, mensalmente, aos beneficiários do militar falecido ou assim considerado, nos termos da Lei. É de origem bicentenária (de 1795, no período colonial, antes de o embrião da previdência social surgir na Alemanha em 1883). Os militares da União (da ativa e na inatividade) sempre contribuíram para a pensão militar. Todos os militares da união (da ativa e na inatividade) e pensionistas contribuem, mensalmente, com 10,5% dos seus proventos para a pensão militar e com 3,5% para a assistência médico-hospitalar. Vale destacar que os Art. 142 e 144 da CF/88 estabelecem as atribuições das FFAA e das Forças Auxiliares. As Forças Auxiliares possuem um sistema previdenciário vinculado aos Estados da Federação. 2.1.3 – A Carreira Militar O processo de ascensão funcional na carreira militar difere das práticas predominantes nas demais instituições. Os postos e as graduações dos militares são indispensáveis, não só na guerra, mas também em tempo de paz, pois traduzem, dentro de uma faixa etária específica, responsabilidades e a habilitação necessária para o exercício dos cargos e das atribuições que lhes são correspondentes. A exemplo do que ocorre em todo o mundo, constitui verdadeira temeridade, bem como irresponsabilidade quanto à operacionalidade da Força, exigir exercício pleno das atividades militares de Oficiais e Praças em idade avançada. O militar exerce, ao longo da sua carreira, cargos e funções em graus de complexidade crescente, o que faz da liderança fator imprescindível à eficiência da instituição da qual faz parte. Esses aspectos determinam a necessidade de um fluxo de carreira planejado, obediente a critérios definidos, que incluem o vigor físico e OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 2 - 4 mental, a capacitação profissional e os limites de idade, tudo isto influindo nas promoções aos postos e graduações subseqüentes. Sem esse fluxo, a renovação permanente, possibilitada pela rotatividade nos cargos, ficaria extremamente prejudicada e a operacionalidade comprometida. Essas promoções são realizadas segundo um planejamento de longo prazo, necessário para definir, com precisão, as vagas existentes em cada posto ou graduação e administrar o fluxo de carreira nos diferentes quadros de oficiais e de graduados. 2.2 – A HIERARQUIA MILITAR E A DISCIPLINA (Art.14 do Estatuto dos Militares) São a base institucional das Forças Armadas. 2.2.1 – Hierarquia Militar É a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações: dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à seqüência de autoridade. 2.2.2 – Posto e Graduação (Art.16 do Estatuto dos Militares) São os graus hierárquicos dos oficiais e das praças, conferidos pelas autoridades militares competentes. Os postos e graduações na hierarquia naval e as respectivas correspondências no Exército ena Aeronáutica estão mostrados no Anexo C. 2.2.3 - Precedência (Art.17 do Estatuto dos Militares) A precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico, ou correspondente, é assegurada pela antiguidade no posto ou graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em lei. A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou incorporação, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data. Em igualdade de posto ou graduação, os militares da ativa têm precedência sobre os da inatividade. 2.2.4 - Círculos Hierárquicos (Art.15 do Estatuto dos Militares) São âmbitos de convivência entre os militares da mesma categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem, em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo. Os círculos são: OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 2 - 5 2.2.4.1 – de Oficiais-Generais: a) Almirante-de-Esquadra b) Vice-Almirante c) Contra-Almirante 2.2.4.2 – de Oficiais Superiores: a) Capitão-de-Mar-e-Guerra b) Capitão-de-Fragata c) Capitão-de-Corveta 2.2.4.3 – de Oficiais Intermediários: a) Capitão-Tenente 2.2.4.4 – de Oficiais Subalternos: a) Primeiro-Tenente b) Segundo-Tenente c) Guarda-Marinha (praça especial) 2.2.4.5 – de Suboficiais e Sargentos 2.2.4.6 – de Cabos e Marinheiros 2.2.5 – Autoridade, Responsabilidade e Prestação de Contas. Autoridade e Responsabilidade são inseparavelmente ligadas. A autoridade pode provir do ato de designação para o cargo (Portaria, Ordem de Serviço) ou de ordem superior. Autoridade é o direito legal de se fazer obedecer, é o poder de mandar fazer, de obrigar alguém a fazer alguma coisa. Responsabilidade é a obrigação, é o dever de fazer. Prestação de Contas é a obrigação de demonstrar que a tarefa foi cumprida e como foi cumprida. 2.3 – DISCIPLINA E AUTODISCIPLINA Disciplina - É a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo. Além do bem comum, traduzido por vida em comum harmônica, a disciplina propicia condições favoráveis para o desenvolvimento de atividades, mormente as que exigem uma ação ordenada, organizada e sincronizada. OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 2 - 6 Quem cumpre as regras, quem faz o que é certo, pelo rigor de fiscalizações e por temor a punições, é disciplinado. É uma atitude passiva, conformista, efêmera, inconsistente, conforme com as circunstâncias. Autodisciplina - Quem faz o que é certo, por convicção, é autodisciplinado. É uma atitude ativa, construtiva, permanente, firme, em quaisquer circunstâncias. A disciplina consciente ou autodisciplina manifesta-se por atitudes: • escolher o que é correto, ainda que mais difícil; • aceitar as regras consagradas, estabelecidas pela Instituição; e • agir em função do grupo a que pertence, e não de forma egoísta. Adquire-se a disciplina consciente, ou autodisciplina: • pela assimilação dos exemplos dos líderes; • pela doutrinação; • pela conscientização. A autodisciplina é importante, não só em atividades tipicamente militares, mas também, e muito, em atividades administrativas. Cumprir rotinas, prazos e padrões exige senso de responsabilidade apurado, muita organização e disciplina. Método para desenvolver a autodisciplina: • estabelecer padrões de conduta – determinar o que é certo fazer; • formação de hábitos – fazer sistematicamente o que é certo; • criação de código de conduta pessoal – incorporar os hábitos formados. Para estabelecer seus padrões, é necessário: • conhecer os padrões mínimos da Instituição; • conhecer a si mesmo; • escolher um modo de comportamento que exija de si mesmo não menos do que exige dos outros. 2.4 – OBRIGAÇÕES MILITARES 2.4.1 - Valor Militar (Art.27 do Estatuto dos Militares) Manifestações essenciais: a) patriotismo; b) civismo e o culto das tradições; c) fé na missão das Forças Armadas; d) espírito de corpo; OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 2 - 7 e) amor à profissão das armas; e f) aprimoramento técnico-profissional. 2.4.2 – Ética Militar (Art.28 e 29 do Estatuto dos Militares) O sentimento do dever, o pundonor militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes das Forças Armadas, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com a observância dos seguintes preceitos da ética militar: a) amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal; b) exercer, com autoridade, eficiência e probidade, as funções que lhe couberem em decorrência do cargo; c) respeitar a dignidade da pessoa humana; d) cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes; e) ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados; f) zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, também, pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum; g) empregar todas as suas energias em benefício do serviço; h) praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito de cooperação; i) ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada; j) abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza; k) acatar as autoridades civis; l) cumprir seus deveres de cidadão; m) proceder de maneira ilibada na vida pública e particular; n) observar as normas da boa educação; o) garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como chefe de família modelar; p) conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro militar; q) abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros; r) abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas: OSTENSIVO FI-FMN OSTENSIVO ORIGINAL 2 - 8 I. em atividades político-partidárias; II. em atividades comerciais; III. em atividades industriais; IV. para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e V. no exercício de cargo ou função de natureza civil, mesmo que seja na administração pública; e s) zelar pelo bom nome das Forças Armadas e de cada um de seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética militar. Ao militar da ativa, é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. No intuito de desenvolver a prática profissional, é permitido aos oficiais titulados dos Quadros ou Serviços de