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Ao Juízo DA ____ª VARA CIVEL DA COMARCA DE CAXIAS DO SUL/RS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAULO SÉRGIO UNSISKI, brasileiro, casado, preparador de matéria prima, inscrito no CPF sob o n° 
018.848.7000-07, residente e domiciliado na cidade de Caxias do Sul (RS), rua Giácomo Sebben 
Segundo, n° 1221, Bairro São Cristóvão, CEP 95059-312, 
 
 
por seus procuradores, Advogados inscritos na OAB/RS sob os números 79.924, 27.486 e 120.439, 
com escritório na cidade de Caxias do Sul, rua Sarmento Leite, número 1158, bairro Exposição, 
onde receberão intimações e notificações, vem perante V. Exa. propor a presente 
 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C 
DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO, INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA 
contra 
 
 
BANCO BRADESCO S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 
60.746.948/0001-12, com sede na rua Nuc. Cidade de Deus, s/n, Bairro Vila Yara, na cidade de 
Osasco/SP, CEP: 06.029-900, expondo para portanto o seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
Conforme documentação carreada, a autora não possui condição de arcar com as custas 
judiciais e despesas processuais, cuja renda mensal não supera cinco salários-mínimos 
nacionais. Portanto, requer-se o benefício da gratuidade da justiça, nos termos do art. 98 do 
CPC e art.1º e 2º da Lei nº 1.060/1950. 
 
DOS FATOS 
O requerente celebrou um contrato de empréstimo com desconto em folha salarial com a 
requerida, por força do desligamento da empresa e sem ter condições de seguir com o 
cumprimento dos pagamentos, restou inadimplente. 
Em 23 de setembro de 2024 a empresa Rede Brasil entrou em contato via WhatsApp, 
informando que a dívida foi vendida para eles. Informando o requerente, que o valor atualizado 
da dívida era de R$9.720,20 (nove mil, setecentos e vinte reais e vinte centavos), porém o banco 
tinha aceitado a proposta de pagamento no valor de R$1.100,00 (um mil e cem reais), caso ele 
pagasse à vista. 
O autor aceitou a proposta, porém se dirigiu até uma agência do banco para ter certeza sobre a 
veracidade do boleto, onde foi informado que poderia efetuar o pagamento, confirmando a 
idoneidade do boleto. 
No entanto o autor voltou a receber ligações de empresas de cobranças, cobrando a dívida 
quitada. 
Insta ressaltar, que teve seu crédito negado em diversas lojas, causando um abalado, visto ter 
desconhecimento de dívidas em seu nome. Buscando entendimento sobre a negativação, 
efetuou consulta junto ao SPC/SERASA, foi pego de surpresa em ver que, apesar de já ter 
quitado a dívida, seu nome fora negativado de forma indevida pela ré. 
É por esse descaso como procede a suplicada que o autor está indevidamente negativado, 
impossibilitado de realizar compras no comércio, finalmente, pelos atos ilícitos cometidos é 
que requer a responsabilização da demandada, não vislumbrando outra alternativa senão 
socorrer-se ao Poder Judiciário para ter seus direitos assegurados pondo fim à atitude ilegal 
perpetrada pela requerida 
 DIREITO 
Hodiernamente, conforme se depreende dos fatos narrados, é incontestável a natureza da 
relação jurídico-material que se estabelece entre as partes, qual seja, relação jurídica sendo 
amparada e norteada pelo Código Civil, que trata especificamente das questões de danos 
morais. 
Ademais, a negativação indevida em nome do autor deve ser reprimida com a indenização a 
título de danos morais, como rege o art. 5º, incisos V e X da Constituição Federal, vejamos: 
 
Art. 5º (...) 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem; 
(...) X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 
(g. n.) 
Ademais, o Código Civil resguarda a reparabilidade dos danos morais quando da prática de ato 
ilícito, como rege em seu art. 186, pois trata da reparação do dano causado por negligência ou 
imprudência do agente: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. (g. n.) 
Dessa forma, o artigo supracitado define o que é ato ilícito, entretanto, observa-se que não 
disciplina o dever de indenizar, ou seja, a responsabilidade civil, matéria que deve ser tratada 
conforme o artigo 927 do mesmo código, pois aquele que causar dano a outrem é obrigado a 
repará-lo. 
No caso em tela, é patente que o autor sofreu um dano, visto que a requerida deixou de retirar a negativação 
de dívida já quitada. 
Sendo assim, é previsto como ato ilícito aquele que causar dano, ainda que, exclusivamente 
moral. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo. (g. n.) 
É importante ressaltar que existem circunstâncias em que o ato lesivo afeta a personalidade do 
indivíduo, sua honra, sua integridade psíquica, seu bem-estar íntimo, suas virtudes, enfim, 
causando-lhe mal-estar ou uma indisposição de natureza espiritual. 
Sendo assim, a reparação, em tais casos, reside no pagamento de uma soma pecuniária, que 
possibilite ao lesado uma satisfação compensatória aos dissabores sofridos pela vítima, em 
virtude da ação ilícita do lesionador. 
Dessa maneira, todo mal infligido ao estado ideal das pessoas, resultando mal-estar, desgostos, 
aflições, interrompendo o equilíbrio psíquico, constitui causa suficiente para a obrigação de 
reparar o dano moral sofrido. 
Diante de todo o exposto, entende-se como justa e adequada a condenação da parte ré, pelos 
graves danos morais experimentados pelo autor, com os devidos acréscimos legais. 
 
 
 
DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO 
Restou demonstrado nos autos que o autor quitou a dívida que tinha com a ré, todavia segue 
recebendo ligações de cobrança e teve seu nome incluído nos órgãos de restrição de crédito. 
Nesse passo, houve prática de ato ilícito pelo demandado, pois além de não dar plena quitação 
pelo pagamento ainda negativou o autor, tal conduta trouxe prejuízo de ordem material na 
medida em que está impedindo o autor de efetuar compras em seu nome. 
Inegavelmente, o ato ilícito praticado pelo réu é caracterizado de má-fé, uma vez que o autor 
compareceu a uma agência bancária para se certificar da veracidade do boleto enviado, efetuou 
o pagamento e segue recebendo ligações de cobrança de agências contratadas pela ré, sem 
contar o apontamento junto aos órgãos de crédito, já elencados. 
Dessarte, tal conduta não pode ser enquadrada como mero erro justificável, devendo incidir a 
repetição em dobro do débito, nos temos do art. 42 do CDC, onde demostra a má-fé do réu, 
vejamos: 
Art.42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem 
será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do 
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção 
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. (g.n) 
Assim, demonstrado o prejuízo e o dever de incidir a repetição em dobro, pois da data do 
pagamento do débito, em data 24/09/2024, onde já se passaram 08 meses, conforme 
comprovante de pagamento carreado. 
DOS DANOS MORAIS IN RE IPSA 
De acordo com as definições mais consagradas na doutrina e na jurisprudência, o dano moral é 
uma lesão que afeta um bem jurídico na esfera dos direitos da personalidade. A ilustre civilista 
Maria Helena Diniz define os danos morais como a lesão a interesses não patrimoniais de pessoa 
física ou jurídica provocada pelo fato lesivo. Em suas palavras, “Urge lembrar, como diz Zannoni, 
que o dano moral não é a dor, a angústia, o desgosto, a aflição espiritual, a humilhação, o 
complexo que sofre a vítima do evento danoso, pois esses estados doespírito constituem a 
consequência do dano.” (In “A responsabilidade civil por dano moral”, Revista Literária de Direito, 
janeiro/fevereiro de 96, Ano II, n. 9, pág.8). 
O dano moral constitui um atentado a valores extrapatrimoniais, como o bom nome, a saúde, a 
integridade física, a honra, a intimidade de alguém ou quaisquer outras situações individuais da 
vida. Assim leciona José Afonso da Silva: “A honra é o conjunto de qualidades que caracterizam a 
dignidade da pessoa, o respeito dos concidadãos, o bom nome, a reputação. É direito 
fundamental da pessoa resguardar essas qualidades”. 
 
Proferindo reiteradas decisões acerca do cabimento de indenização por dano moral, quando 
caracterizada por negativações indevidas, o Egrégio Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul 
firmou posicionamentos uníssonos: 
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO 
CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DESCUMPRIMENTO DE ORDEM 
JUDICIAL. FATO NOVO. CESSÃO DE CRÉDITO. INSCRIÇÃO EM ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO 
CRÉDITO. ILICITUDE DO REGISTRO. DANO MORAL CONFIGURADO. 1. Caso concreto em que 
a sentença reconheceu a ilicitude da conduta dos réus Banco Bradesco e FIDC NPL I, que, 
ignorando ordem judicial emanada em ação anterior (determinando a exclusão de registro 
desabonador), celebraram cessão de crédito que culminou em nova inscrição do nome da 
parte autora em cadastro de inadimplentes. Agir ilícito e fato novo incontroversos, face à 
ausência de recurso quanto ao ponto. 2. A inscrição indevida junto aos órgãos restritivos 
de crédito é motivo suficiente à configuração de lesão à personalidade, por se tratar de 
dano moral in re ipsa, que prescinde de qualquer demonstração específica. Inaplicabilidade 
da Súmula 385 do STJ, no caso concreto. 3. Quantum indenizatório fixado em R$ 8.000,00, 
patamar usualmente utilizado pelo Colegiado em demandas símiles, considerando as 
características compensatória e pedagógica da indenização. 4. Sentença de parcial 
procedência reformada a fim de reconhecer o direito à indenização por danos morais 
pleiteada em face do Banco Bradesco e do FIDC NPL I. JUROS DE MORA E CORREÇÃO 
MONETÁRIA. DEFINIÇÃO DO TERMO INICIAL. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. VEDAÇÃO DE 
CUMULAÇÃO COM OUTROS ÍNDICES. 5.1. Os juros de mora, em se tratando de 
responsabilidade contratual, são contados a partir da citação (art. 405 do CC). Já a correção 
monetária da indenização por danos morais incide desde a data do arbitramento (Súmula 
362 do STJ). 5.2. "A Corte Especial no julgamento de Recurso Especial Repetitivo entendeu 
que por força do art. 406 do CC/02, a atualização dos débitos judiciais deve ser efetuada 
pela taxa referencial do sistema especial de liquidação e custódia - Selic, a qual deve ser 
utilizada sem a cumulação com correção monetária por já contemplar essa rubrica em sua 
formação" (AgInt no REsp 1794823/RN, rel. Ministro Moura Ribeiro, Terceira Turma, DJe 
28/5/2020). 5.3. A partir do arbitramento da indenização, portanto, em vez de se aplicarem 
os dois encargos, passará a incidir unicamente a taxa Selic. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. 
RESPONSABILIDADE DO ARQUIVISTA. ARTIGO 43, § 2º, DO CDC. ATENDIMENTO. 
COMPROVAÇÃO. DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. 6. (É dever do arquivista, nos termos 
do art. 43, § 2º, do CDC, comunicar previamente o consumidor acerca do aponte do seu 
nome nos órgãos de proteção ao crédito. O não atendimento dessa providência gera o 
direito à reparação de danos morais, desde que não haja inscrição legítima preexistente, 
nos termos da Súmula nº 385 do STJ. Nesse sentido, também, o julgamento do Recurso 
Especial nº 1.061.134/RS, pelo rito dos processos repetitivos (art. 1.036 do CPC) 7 (...) 8. 
Comprovado o envio da notificação, é dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de 
comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e 
cadastros. Súmula 404 do STJ. 9. Mantida a sentença de improcedência dos pedidos 
deduzidos em face do órgão arquivista. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, EM DECISÃO 
MONOCRÁTICA. (Apelação Cível, Nº 70084881010, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça 
do RS, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em: 09-06-2021) (g. n.) 
A intenção da requerida em locupletar-se indevidamente é cristalina, não bastando, 
posteriormente através de conduta omissiva, pois tendo ciência do imbróglio formado, nenhuma 
atitude concreta tomou para solucionar e/ou minimizar as consequências dos atos praticados, 
restando incontrovertido o ataque direto à imagem, ao bom nome, à fama e à reputação do autor 
 
que é o bem que integra seu patrimônio imaterial, dessa forma, evidente a relação de causa e 
efeito. 
Comprovado o dano moral sofrido e o nexo causal entre este e a conduta da requerida, resta 
apurar o valor da indenização. A fixação desse valor nos leva a seguir determinados parâmetros, 
deve ser proporcional ao grau de culpa, à gravidade da ofensa, ao nível socioeconômico do 
causador da lesão, à realidade da vida e às particularidades do caso concreto. 
A indenização tem caráter compensatório posto que busca de certa forma minimizar o dano 
sofrido, mas mais importante do que isso é o aspecto punitivo desta, significa que a indenização 
acompanha em seu valor uma característica de punição pelo feito, exercendo força coercitiva, a 
fim de que tal ofensa não mais se repita. 
Diante do exposto, o suplicante busca o amparo do judiciário para ver seus Direitos resguardados, 
sendo imperiosa a condenação da ré ao pagamento de indenização por DANOS MORAIS 
decorrentes da indevida negativação, remetendo o autor ao mais alto grau de constrangimento, 
cujo quantum importa à monta de R$10.000,00 (dez mil reais), observando-se os critérios de 
proporcionalidade e razoabilidade, as circunstâncias fáticas, a gravidade e efeito lesivo do dano, 
as condições sociais e econômicas das partes, de forma a inibir o ofensor à prática de futuras 
ofensas. 
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
O Código de Defesa do Consumidor, buscando trazer maior equilíbrio às partes na relação judicial, 
e reconhecendo o consumidor como figura vulnerável em relação ao fornecedor, adotou a 
possibilidade de inversão do ônus da prova nas relações consumerista, exegese do artigo 6º, VIII: 
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a 
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando 
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências. (g. n.) 
Verifica-se, no presente caso, o réu é um comércio de veículos, o que deixa a vulnerabilidade 
técnica e econômica do autor desproporcional. Desta feita, não houve boa-fé por parte do réu, o 
qual violou os princípios que regem as relações de consumo como equidade, equilíbrio contratual 
e da informação, constantes no art. 4º, I, III e IV do CDC. 
Assim, havendo vulnerabilidade entre as partes, como é o caso em comento, deve-se garantir ao 
autor o benefício da inversão do ônus da prov 
 
 
 
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA INAUDITA ALTERA 
PARS 
Conforme exaustivamente demonstrado pelos fatos expostos e pelo almanaque probante 
colacionado na ação sub judice, perfeitamente cabível a concessão liminar dos efeitos da tutela, 
Daniel Amorin Assumpção Neves, ao discorrer sobre o tema ensina que: 
A tutela de urgência é aquela que resolve uma crise do perigo do tempo, ou seja, trata-se de 
tutela que só será concedida se o juiz estiver convencido que, se tiver que esperar para 
tutelar definitivamente a parte, tal tutela será ineficaz e/ou o seu direito terá perecido. 
Trata-se do clássico requisito do tempo - necessário para a concessão da tutela definitiva - 
como inimigo da efetividade dessa tutela. A tutela provisória de urgência é dividida em 
tutela cautelar – garantidora do resultado útil e eficaz do processo - e tutela antecipada -satisfativa do direito da parte no plano fático. (NEVES, Daniel Amorin Assumpção. Novo 
Código de Processo Civil Comentado, 1ª ed., Salvador: Editora Juspodivm, 2016). 
De resto, não há óbice na lei para a sua concessão Inaudita Altera Pars quando a urgência indicar 
sua necessidade, entendimento lecionado pelo ilustre processualista Luiz Guilherme Marinoni, 
vejamos: 
(...) 
O direito à tutela antecipatória é corolário do direito fundamental à tutela jurisdicional 
efetiva, e esse, evidentemente, não pode ser restringido por lei infraconstitucional. Por 
isso, a tutela antecipatória deve ser concedida – obviamente que mediante a devida 
justificativa – quando as circunstâncias do caso concreto demonstrarem sua necessidade 
antes da ouvida do réu. (MARINONI, Luiz Guilherme. A Antecipação da Tutela, 8ª ed., São 
Paulo: Malheiros Editores, p.188). (g. n.) 
O Novo CPC é claro ao dispor no inciso I do parágrafo único do artigo 9º, que rege: 
Art. 9º (...) Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; (g. n.) 
Outrossim, para a concessão de medida liminar, se faz necessário a comprovação de dois 
requisitos: a Probabilidade do Direito, que resta solidamente demonstrado frente ao almanaque 
probante colacionado pelo autor e o Perigo da Demora, que estará devidamente comprovado, 
senão vejamos. 
As pessoas necessitam obrigatoriamente manter seu nome e imagem límpidas, é de 
conhecimento notório os efeitos nocivos que a inscrição nos órgãos restritivos de crédito trazem 
às pessoas físicas, quiçá quando indevido, o que poderá acarretar sérios prejuízos à imagem do 
autor, bem como, impossível contratar com novos fornecedores, encontram restrições no sistema 
financeiro nacional que, em momentos de crise como o atual, é uma das principais formas para 
a obtenção de recursos, assim, inviável realizar qualquer operação de crédito junto a bancos, 
podendo ocasionar, inclusive, após certo período, a paralisação das atividades dos indivíduos. É 
 
manifesto que o que se solicita é mais do que uma simples probabilidade de direito, é um direito 
certo e obrigatório do demandante. 
A certidão obtida junto à Serasa Experian demonstra o dano sofrido pelo demandante. É notório 
os efeitos nocivos que a inscrição nos órgãos restritivos de crédito traz às pessoas, quiçá quando 
indevido, que acarretam sérios prejuízos à sua imagem. 
Neste diapasão é que o suplicante requer junto a este douto Juízo, em sede liminar, que a Ré seja 
compelida a providenciar IMEDIATAMENTE, inaudita altera pars, que seu nome seja retirado dos 
cadastros de proteção ao crédito e abstenha-se de realizar nova inscrição com base no 
cancelamento da linha em litígio, haja vista que a dívida aqui guerreada, incontroversamente, não 
possui respaldo, sob pena de COMINAÇÃO PECUNIÁRIA, bem como a IMPOSIÇÃO DE MULTA em 
valor significativo a ser fixado equitativamente a critério deste do Juízo, de modo a estimular o 
cumprimento da ordem e evitar o inadimplemento, ou sua CONVERSÃO EM PERDAS E DANOS 
caso não cumprido o mandamento, forte nos artigos 9º, I, 297 e 300, todos do novo Código de 
Processo Civil, tornando evidente que sua não concessão trará enormes prejuízos de difícil e 
incerta reparação para o demandante. 
Por fim, imperioso destacar que o autor requer que a devida indenização não surta efeitos junto 
a eles, visto que, serão duplamente prejudicados se forem obrigados a pagar por dívida 
indevida. 
PEDIDOS 
PELO EXPOSTO, após as providências cartoriais de praxe, o autor requer respeitosamente a 
Vossa Excelência: 
a. A CONCESSÃO da TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA Inaudita Altera Pars, com 
vistas à expedição de mandado judicial, em caráter de urgência, visto que 
presentes os requisitos autorizadores, tudo para fim de determinar que a 
demandada proceda, IMEDIATAMENTE, a retirada do nome do demandante do 
banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito – SPC, SERASA, e seus 
respectivos congêneres e/ou abstenha-se de realizar apontamento referente à 
suposta dívida, sob pena de COMINAÇÃO PECUNIÁRIA, bem como a 
IMPOSIÇÃO DE MULTA, em valor significativo a ser arbitrado equitativamente a 
critério deste douto Juízo, de modo a estimular o cumprimento da ordem e 
evitar o inadimplemento, ou sua CONVERSÃO EM PERDAS E DANOS caso não 
cumprido o determinado, forte nos artigos 9º, I, 297 e 300 do CPC/2015; 
 
b. A CONCESSÃO da gratuidade de justiça, ao demandante, nos termos do art. 
98/CPC 2015, bem como a inversão do ônus da prova; 
 
c. A CONDENAÇÃO do réu, a ressarcir a requerente EM DOBRO, pelo débito já 
quitado na monta de R$1.100,00 (um mil e cem reais), o qual deve se corrigido, 
 
 
desde a data do pagamento, acrescidos de juros moratórios de 1% ao mês, 
desde a citação. 
d. Ao final seja JULGADA INTEGRALMENTE PROCEDENTE a presente ação, 
confirmando por sentença a Tutela Concedida, responsabilizando a demandada 
prejuízos decorrentes da negativação indevida, para então; 
 
e. CONDENAR a demandada ao pagamento de indenização por DANOS MORAIS 
decorrentes da indevida inscrição do autor junto aos serviços de proteção ao 
crédito, posto que comprovados os prejuízos superiores a mero transtorno e 
aborrecimento, cujo quantum importa à monta de R$10.000,00 (dez mil reais), 
acrescidos de correção monetária a partir da sentença e juros de mora a partir 
do evento danoso, observando-se os critérios de proporcionalidade e 
razoabilidade, as circunstâncias fáticas, a gravidade e efeito lesivo do dano, as 
condições sociais e econômicas das partes, de forma a inibir o ofensor à prática 
de futuras ofensas, com os devidos acréscimos legais; 
 
f. DETERMINAR A CITAÇÃO da requerida na pessoa do representante legal, por 
carta registrada em mãos próprias com aviso de recebimento, no endereço 
declinado no frontispício da presente, para, querendo, apresentar defesa na 
forma e prazo legais, sob as penas da legislação processual vigente. 
 
g. Seja CONDENADA a demandada ao pagamento de custas e despesas 
processuais, bem como HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, a serem arbitrados pelo 
d. Juízo. 
 
 Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, em especial a 
oitiva de testemunhas e depoimento das partes, bem como requer-se a juntada da 
documentação carreada. 
Dá-se à causa o valor de R$12.200,00 (doze mil e duzentos reais). 
Caxias do Sul 26 de maio de 2025. 
 
DIOGO BIANO - OAB/RS nº 79.924 
MARCELO RUGERI GRAZZIOTIN - OAB/RS nº 27.486 
JORDANA BRUM MARTINS – OAB/RS nº 120.439 
 
 
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