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ACESSE AQUI ESTE MATERIAL DIGITAL! ESTELAMAERIS REIF MAIKE BAULER THEIS ORGANIZADORES ESTELAMAERIS REIF IVONETE TELLES DE MEDEIROS PLÁCIDO MAIKE BAULER THEIS CONTABILIDADE E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/trilha/trilha_digital.php?codigo=627909 Coordenador(a) de Conteúdo Cleide Tirana Nunes Possamai Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Edinei Tomelin Design Educacional Taísa Moreira Revisão Textual Carla Cristina Farinha Ilustração Andre Luis Azevedo da Silva Eduardo Aparecido Alves Geison Ferreira da Silva Fotos Shutterstock e Envato Impresso por: Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722. Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Núcleo de Educação a Distância. REIF, Estelamaeris; THEIS, Maike Bauler. Contabilidade e Legislação Trabalhista / Estelamaeris Reif, Maike Bauler Theis; organizadores: Estelamaeris Reif, Ivonete Telles de Medeiros Plácido, Maike Bauler Theis. - Florianópolis, SC: Arqué, 2024. 224 p. ISBN papel 978-65-279-0339-0 ISBN digital 978-65-279-0337-6 1. Contabilidade 2. Legislação 3. Trabalhista 4. EaD. I. Título. CDD - 657.07 EXPEDIENTE FICHA CATALOGRÁFICA N964 03507372 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/20897 RECURSOS DE IMERSÃO Utilizado para temas, assuntos ou con- ceitos avançados, levando ao aprofun- damento do que está sendo trabalhado naquele momento do texto. APROFUNDANDO Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de filmes que se conectam com o tema do conteúdo. INDICAÇÃO DE FILME Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de livros que agregarão muito na sua vida profissional. INDICAÇÃO DE LIVRO Utilizado para desmistificar pontos que possam gerar confusão sobre o tema. Após o texto trazer a explicação, essa interlocução pode trazer pontos adicionais que contribuam para que o estudante não fique com dúvidas sobre o tema. ZOOM NO CONHECIMENTO Este item corresponde a uma proposta de reflexão que pode ser apresentada por meio de uma frase, um trecho breve ou uma pergunta. PENSANDO JUNTOS Utilizado para aprofundar o conhecimento em conteúdos relevantes utilizando uma lingua- gem audiovisual. EM FOCO Utilizado para agregar um conteúdo externo. EU INDICO Professores especialistas e con- vidados, ampliando as discus- sões sobre os temas por meio de fantásticos podcasts. PLAY NO CONHECIMENTO PRODUTOS AUDIOVISUAIS Os elementos abaixo possuem recursos audiovisuais. Recursos de mídia dispo- níveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. 4 147U N I D A D E 3 CÁLCULO E REGISTRO CONTÁBIL DOS EVENTOS DA FOLHA DE PAGAMENTO 148 CÁLCULO E REGISTRO DO 13º SALÁRIO E FÉRIAS 170 CÁLCULO E REGISTRO CONTÁBIL DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 194 7U N I D A D E 1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL 8 ASPECTOS CONCEITUAIS DAS PRINCIPAIS ROTINAS TRABALHISTAS 26 GESTÃO DA SEGURANÇA NO TRABALHO E OS BENEFÍCIOS TRABALHISTAS 52 75U N I D A D E 2 ASPECTOS CONCEITUAIS DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM A FOLHA DE PAGAMENTO 76 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E AS NOVAS TECNOLOGIAS NOS PROCESSOS DE EVIDENCIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES 104 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO 126 5 SUMÁRIO UNIDADE 1 MINHAS METAS A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL Conhecer os aspectos históricos da legislação trabalhista. Compreender os conceitos utilizados na área trabalhista. Conhecer os princípios do direito do trabalho. Estudar os direitos constitucionais do direito do trabalho. Entender a importância da Consolidação das Leis Trabalhistas. Compreender a importância dos principais agentes da relação de trabalho. Acompanhar a atualização da legislação trabalhista. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1 8 INICIE SUA JORNADA Imagine a seguinte situação: Lucas começa a trabalhar em uma empresa e logo percebe que as condições de trabalho são análogas à escravidão, ou seja, sem contra partida financeira pelos trabalhos prestados, sem condições humanas dignas e, quando tenta ir embora, é ameaçada pelo Sr. Gervásio, sendo obrigado a continuar em tal situação degradante. Estamos falando de uma relação de tra- balho onde não há regulamentação, não há garantia de direitos, e o empregador abusa do poder e de sua condição superior. É dentro desse contexto que nasce a regulamentação das relações de traba- lho, ou seja, o direito do trabalho. Ele, junto a outros dispositivos legais, procura promover aos trabalhadores a garantia dos direitos, condições de trabalho mais humanas e, principalmente, a capacidade de escolher quando sair, ou não, de uma situação como a que foi apresentada. É por meio dos dispositivos legais que Lucas poderá se manifestar e exigir seus direitos trabalhistas; por outro lado, o Sr. Gervásio, enquanto representan- te da empresa, também tem garantias previstas em leis, para o caso de acontecer uma situação onde o trabalho venha agir de má-fé. Pode ser que você ainda não parou para pensar sobre o Direito do Trabalho e as relações que se dão sobre ele e a sua atual atividade laboral, independente- mente de qual seja ela, mas essas relações existem e há toda uma construção his- tórica bem interessante. É importante ter em mente que a história do Direito do Trabalho e a sua construção estão diretamente ligadas com o próprio surgimento da humanidade, talvez não de forma escrita, mas patrões e empregados existiram desde os primórdios de nossa concepção e conscientização como seres humanos. A relação de trabalho, mesmo que de forma tácita, acompanhou a evolução e a construção dessa história para o estabelecimento de direitos e deveres e, por conseguinte, o surgimento do Direito do Trabalho como é conhecido em nossa atualidade. Conhecer a história e a evolução da legislação trabalhista é tão impor- tante quanto estar ciente das últimas mudanças que vêm ocorrendo no cenário, já que entendemos por legislação trabalhista o conjunto de leis e normas que visam regulamentar tais atividades. As concepções do direito do trabalho ou direito laboral possui conceito, princípios e divisões, enquanto direitos individuais e coletivos precisam ser relatados pela sua importância em nossa sociedade. UNIASSELVI 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Quando o assunto é Direito do Trabalho, conhecimento nunca é demais. Já ouviu falar sobre as fontes do direito do trabalho? É por meio delas que as leis são apre- sentadas para nós. Então, dê um play no podcast e venha conhecer mais! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. PLAY NO CONHECIMENTO VAMOS RECORDAR? Antes da evolução das relações de trabalho para a forma como conhecemos hoje, havia a escravidão, forma de trabalho pela qual o ser humano é submetido a condições forçadas, exaustivas e degradantes. Relembre acessando o conteúdo a seguir. https://jornal.usp.br/artigos/a-escravizacao-e-racismo-no-brasil-mazelas- que-ainda-perduram/ DESENVOLVA SEU POTENCIAL A Consolidação das Leis do Trabalho foi aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, pelo presidente Getúlio Vargas. Após um longo período de “Lei Vaga”, que é o período que decorre entre o dia da publicação de uma lei até o dia em que ela entra em vigor, tornando-se então obrigatória, a consolidação das Leis do Trabalho passou a vigorar em 10 de novembro de 1943 e, mesmo com muitas críticas e alterações, vigora até hoje (Machado, 2009). 1 1 https://jornal.usp.br/artigos/a-escravizacao-e-racismo-no-brasil-mazelas-que-ainda-perduram/problemas de saúde enfrentados pelos trabalhadores e elaborar um plano de ação para mitigá-los. Assim, é possível refletir sobre os desafios que podem ser identificados na fase de diagnósticos realizados e sobre como a implementação de medidas pre- ventivas pode impactar na dinâmica de trabalho da empresa. De que maneira a medicina ocupacional preventiva pode impactar tanto na cultura organizacional quanto na produtividade dos trabalhadores? A medicina ocupacional é uma ferramenta essencial para promover um am- biente de trabalho saudável. Ao refletir sobre os dados coletados, as empresas podem tomar decisões mais informadas e eficazes, garantindo não apenas a saúde dos trabalhadores, mas também o sucesso organizacional a longo prazo. UNIASSELVI 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Você sabia que, quando trabalhamos em home office, corremos sérios riscos com relação à nossa saúde? Isso porque, se não cuidarmos de itens, como postura corporal, posição do monitor, entre outros, podemos comprometer a nossa saúde mental e corporal. Ouça o podcast e saiba mais. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. PLAY NO CONHECIMENTO VAMOS RECORDAR? Desde o início das relações de trabalho, muito se evoluiu, principalmente em relação à saúde do trabalhador. A saúde do trabalhador é um aspecto fundamental que envolve a prevenção, promoção e proteção da saúde dos indivíduos no ambiente de trabalho. Ela abrange não apenas a saúde física, mas também a saúde mental e social dos trabalhadores. Vamos recordar sobre os aspectos conceituais e demais temas relacionados à saúde do trabalhador. https://www.scielo.br/j/rsp/a/VZp6G9RZWNnhN3gYfKbMjvd/ DESENVOLVA SEU POTENCIAL As relações entre patrões e empregados acompanham a evolução da humanida- de e vão para além dos aspectos operacionais em que alguém delega e alguém obedece. É necessário entender que estamos inseridos em um contexto maior e, para além do cumprimento de tarefas diárias, pensar nos aspectos dos con- troles especiais das rotinas trabalhistas para manter um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Dentro dos aspectos regulamentares, é importante explorar os principais con- ceitos e potenciais benefícios trabalhistas, mas não estamos falando dos aspectos monetários, e, sim, das vantagens em entender as regras que estão por trás de toda a parte documental que é necessária quando somos admitidos em uma empresa. 5 4 https://www.scielo.br/j/rsp/a/VZp6G9RZWNnhN3gYfKbMjvd/ Por isso, é importante entender as relações que existem entre empresa e o Ins- tituto Nacional do Seguro Social (INSS) e saber que você deve estar protegido desde o momento em que sai da sua casa até o momento em que chega na empresa e vice-versa. Você sabia que, quando você é recrutado por uma empresa para exercer de- terminada função, é necessário que um especialista ateste que está tudo certo com você? Ou seja, falando em termos técnicos, é necessário que você tenha um atestado de saúde ocupacional que garantirá a redução de adoecimento bem como a exposição dos trabalhadores a risco no ambiente de trabalho. VOCÊ SABE RESPONDER? Como seria sua rotina laboral se a empresa que você trabalha não tivesse um órgão superior que a fiscalizasse? Ou como seriam suas condições humanas de trabalho para minimizar e evitar acidentes? UNIASSELVI 5 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Como foi seu processo de admissão na empresa em que você trabalha? Você consegue perceber a medicina do trabalho agindo no momento de sua entrada, permanência e saída da empresa? COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO (CAT) A legislação que escreve sobre a CAT está prevista no Art. 169, da CLT, e na Lei nº 8.213, de 1991. O Art. 169 (CLT) informa que “será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho” (Brasil, 1977, on-line). De acordo com Brasil (2024), a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto como uma doença ocupacional. O acidente de trabalho ou de trajeto é o acidente ocorrido no exercício da atividade profissional a serviço da empresa ou no deslocamento residência/ trabalho/residência e que provoque lesão corporal ou perturbação funcional que cause a perda ou redução — permanente ou temporária — da capacidade para o trabalho ou, em último caso, a morte. A doença ocupacional é aquela que é produzida ou desencadeada pelo exer- cício do trabalho específico de determinada atividade, conforme definido na relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e pela Previdência Social. VOCÊ SABE RESPONDER? Quando fazer a emissão da CAT? 5 1 Se a empresa não fizer o registro da CAT, o próprio trabalhador, o dependente, a entidade sindical, o médico ou a autoridade pública (magistrados, membros do Ministério Público e dos serviços jurídicos da União, dos Estados ou do Distrito Federal e comandantes de unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar) poderão efetivar, a qualquer tempo, o registro desse instrumento junto à Previdência Social, o que não exclui a possi- bilidade da aplicação da multa à empresa. A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Atenção! Em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata. A empresa que não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal estará sujeita à aplicação de multa, conforme disposto nos Arts. 286 e 336, do Decreto nº 3.048/1999. Como fazer a CAT? A CAT pode ser emitida pelo próprio sistema da empresa ou até mesmo on-line pelo link a seguir: https://www.gov.br/pt-br/servicos/regis- trar-comunicacao-de-acidente-de-trabalho-cat EU INDICO O INSS disponibiliza um aplicativo que permite o registro da CAT de forma on-line, desde que preenchidos todos os campos obrigatórios. Por meio do apli- cativo, também, será possível gerar o formulário da CAT em branco para, em último caso, ser preenchido de forma manual. Vejamos um modelo de CAT: UNIASSELVI 5 1 https://www.gov.br/pt-br/servicos/registrar-comunicacao-de-acidente-de-trabalho-cat https://www.gov.br/pt-br/servicos/registrar-comunicacao-de-acidente-de-trabalho-cat TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Figura 1 - Formulário CAT / Fonte: Brasil ([202-?a], p. 1). Descrição da Imagem: a figura apresenta um formulário de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que contém várias seções para coleta de informações detalhadas. A primeira seção é “Informações do Emitente”, incluindo campos para o nome do emitente, a data de emissão, o tipo de CAT, a comunicação de óbito, a filiação e o e-mail. A segunda seção, “Informações do Empregador”, solicita dados, como razão social/nome, tipo/número do CNPJ, CNAE, CEP, telefone, bairro, estado, endereço e município. Em seguida, a seção “Informações do Acidentado” requer informações, como nome, nome da mãe, data de nas- cimento, sexo, grau de instrução, estado civil, remuneração, identidade, CTPS, PIS/PASEP/NIT, CEP, endereço, bairro, estado, município, telefone, aposentadoria, CBO e área. A seção “Informações do Acidente” pergunta sobre horas trabalhadas, tipo de acidente, registro policial, local do acidente, especialidade local, CNPJ/CGC ou CEI da prestadora, UF do acidente, município do acidente, último dia de trabalho, data do óbito, parte do corpo afetada, agente causador, situação geradora, morte e data do óbito. Há campos para local e data, assinatura e carimbo do emitente. Finalmente, “Informações do Atestado Médico” inclui unidade, data e hora de atendimento, se houve internação, será afastado, natureza da lesão, CID-10, observações e CRM, com espaço para local e data, assinatura e carimbo (legível) do médicocom CRM/UF. O rodapé menciona que a apresentação do atestado médico original é necessária para substituição do preenchimento desse campo. Fim da descrição. 5 8 A comunicação de acidente de trabalho (CAT) deve ser emitida em quatro vias, sendo destinada para: ■ 1ª via INSS. ■ 2ª via Segurado (empregado) ou dependente. ■ 3ª via Sindicato dos Trabalhadores. ■ 4ª via Empresa. MEDICINA OCUPACIONAL A Medicina Ocupacional é regulamentada por várias normas que, juntas, com- põem as obrigações da empresa com relação à saúde do empregado. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), de acordo com a Norma Regulamentadora nº 7, estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores, como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Das diretrizes do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional: ■ O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR. ■ O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico- -epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho. ■ O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natu- reza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. UNIASSELVI 5 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 ■ O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais Normas Regulamentadoras. Das responsabilidades do empregador: ■ Garantir a elaboração e a efetiva implementação do PCMSO e zelar pela sua eficácia. ■ Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relaciona- dos ao PCMSO. ■ Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), da empresa, um coor- denador responsável pela execução do PCMSO. ■ No caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de acordo com a NR-4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado, ou não, da empresa, para coordenar o PCMSO. ■ Inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá con- tratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos seguintes exa- mes médicos: ■ Admissional. ■ Periódico. ■ De retorno ao trabalho. ■ De mudança de função. ■ Demissional. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) A Norma Regulamentadora nº 9, o Programa de Prevenção de Riscos Ambien- tais (PPRA), estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores, como 1 1 empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio da anteci- pação, do reconhecimento, da avaliação e do consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concen- tração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. AGENTES FÍSICOS AGENTES QUÍMICOS AGENTES BIOLÓGICOS Consideram-se agentes fí- sicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, tempe- raturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respira- tória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Consideram-se agen- tes biológicos as bac- térias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. Quadro 1 - Agentes físicos X Agentes químicos X Agentes biológicos / Fonte: Brasil (2024, p. 2). O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas: ■ Antecipação e reconhecimentos dos riscos. ■ Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle. ■ Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores. ■ Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia. ■ Monitoramento da exposição aos riscos. ■ Registro e divulgação dos dados. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 O estudo, o desenvolvimento e a implantação de medidas de proteção coletiva deverão obedecer à seguinte hierarquia: ■ Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde. ■ Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho. ■ Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no am- biente de trabalho. Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) De acordo com a Norma Regulamentadora nº 15, Atividades e Operações In- salubres (LTCAT — Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho), são consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 12, que tratam, respectivamente: ■ Ruído Contínuo ou Intermitente. ■ Ruídos de Impacto. ■ Exposição ao Calor. ■ Radiações Ionizantes. ■ Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tole- rância e inspeção no local de trabalho. ■ Poeiras Minerais. O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário-mínimo vigente, equivalente a: ■ 40% para insalubridade de grau máximo. ■ 20% para insalubridade de grau médio. ■ 10 para insalubridade de grau mínimo. 1 1 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas consi- derado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. A eliminação ou neutralização da insalubridade deter- minará a cessação do pagamento do adicional respectivo. Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização. O LTCAT deve estar disponível na empresa para análise dos Auditores Fis- cais da Previdência Social, Médicos e Peritos do INSS, devendo ser realizadas as alterações necessárias, sempre que as condições de nocividade se alterarem. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP De acordo com o Decreto nº 4.032/2001, Art. 68: “ A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes noci- vos será feita mediante formulário denominado perfil profissiográ- fico previdenciário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho (Brasil, 2001, on-line). A empresa deverá elaborar e manter atualizado o perfil profissiográfico previ- denciário, abrangendo as atividades desenvolvidas pelotrabalhador, e forne- cer a ele, quando da rescisão do contrato de trabalho ou do desligamento do cooperado, esse perfil. Segundo a Lei Complementar nº 118/2005, o Perfil Profissiográfico Previ- denciário (PPP) constitui-se em um documento histórico-laboral do trabalhador, que reúne, entre outras informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração biológica, durante todo o período em que esse exer- ceu suas atividades (Brasil, 2005). A finalidade do PPP é: ■ Comprovar as condições para benefícios, principalmente a aposenta- doria especial. ■ Prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador perante órgãos públicos. ■ Prover a empresa de informações sobre seus setores ao longo dos anos, evitando ações judiciais indevidas. ■ Formar banco de dados para a vigilância sanitária e epidemiológica e políticas de saúde. 1 4 Figura 2 - Modelo PPP Fonte: http://wiki.webcgi.com.br:49735/index.php?title=Perfil_Profissiogr%C3%A1fico_Previdenci%- C3%A1rio_-_PPP. Acesso em: 31 jul. 2024. Descrição da Imagem: a figura mostra um formulário de Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) conforme a Instrução Normativa INSS/PRES nº 27, de 30 de abril de 2008, e Instrução Normativa nº 20, de 1 de outubro de 2007. Na Seção I, “Dados Administrativos”, há campos para o CNPJ do Domicílio Tributário, nome empresarial, CNAE, nome do trabalhador, NIT, data de nascimento, sexo, CPF, Série e UF da CTPS, data de admissão e regime previdenciário. Na Seção II, “Exposição a Fatores de Risco”, são listados período, tipo, fator de risco, intensidade/ concentração, técnica utilizada, EPI, EPC, CA e resultados. A Seção III é destinada aos Resultados de Monitora- mento Biológico, incluindo data, tipo, natureza, exame (R/S) e indicação de resultados. A Seção IV menciona os responsáveis pelas informações, com campos para a data de emissão, representante legal da empresa e suas assinaturas. Há também um campo para Observações e um Recibo de Entrega do PPP, que inclui data, período e nome do recebedor. O formulário possui espaços para descrição das atividades na “Profissiografia”, informações sobre a lotação e atribuição do trabalhador e campos específicos para os responsáveis pelo monitoramento biológico e pelos registros ambientais. Fim da descrição. Vejamos, na figura a seguir, um modelo de PPP: UNIASSELVI 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 Todas as informações constantes no LTCAT, PCMSO e PPP são exigidas no eSocial. O PPP deixa de existir em formulário e todas as informações estão dis- tribuídas em vários eventos do eSocial. NOVOS DESAFIOS Aprendemos, até o momento, que as empresas devem pensar além do estabe- lecimento de tarefas diárias para o trabalhador executar. Além disso, elas tam- bém são responsáveis por pensar nos aspectos legais, de saúde e bem-estar do trabalhador, não apenas como formas de cumprir as normas regulamentadoras, mas também para garantir qualidade de vida, reduzindo custos e aumentando a produtividade no trabalho. A Consolidação das Leis Trabalhistas e as Normas Regulamentadoras garantem esses direitos, desde a entrada e a permanência até a saída do trabalhador da empresa. Mesmo com a evolução dos espaços físicos de trabalho para, muitas vezes, remoto, não significa dizer que o trabalhador é responsável único, pois, nos anos que se aproximam, acontecerá uma conscientização sobre a saúde mental e o bem-estar emocional. As pressões do trabalho, aliadas à vida pessoal, têm im- pactado a saúde de maneira significativa. Portanto, as empresas precisarão não apenas oferecer condições físicas adequadas, mas também criar ambientes que promovam o equilíbrio emocional. Assim, para isso, a tecnologia será uma im- portante aliada. Ferramentas de monitoramento de saúde, como wearables e apli- cativos, permitirão que os trabalhadores acompanhem seu bem-estar em tempo real. Além disso, a telemedicina e as consultas virtuais farão com que o acesso a cuidados de saúde seja mais fácil e rápido, quebrando barreiras geográficas. Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei- to deste tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. EM FOCO 1 1 O modelo tradicional de trabalho está mudando. O home office e o trabalho hí- brido vieram para ficar, e isso exige uma nova abordagem em relação à saúde do trabalhador. Precisamos considerar como esses novos formatos afetam a saúde física e mental. A flexibilidade será a chave para promover um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. A construção de uma cultura de prevenção é fundamental, por isso, investir em programas de saúde e segurança que priorizem a prevenção de doenças e lesões deve ser uma prioridade nas empresas. Isso inclui desde treinamentos regulares até a promoção de hábitos saudáveis, como atividade física e alimen- tação equilibrada. Além disso, promover a diversidade e inclusão no ambiente de trabalho é essencial para a saúde do trabalhador. Reconhecer e respeitar as diferenças individuais ajuda a criar um ambiente mais saudável e colaborativo. A saúde não é apenas física, é também social e emocional. UNIASSELVI 1 1 1. A Consolidação das Leis Trabalhistas e as Normas Regulamentadoras da Segurança e da Medicina do Trabalho apresentam as regras para a medicina ocupacional e saúde do tra- balhador. Dessa forma, no Art. 169, da CLT, e na Lei nº 8213, é prevista a Comunicação de Acidente de Trabalho (Brasil, [202-?b]. Com relação ao contexto apresentado, selecione a alternativa correta sobre a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). a) A CAT é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto como uma doença ocupacional. b) A CAT é um documento emitido pela Secretaria Estadual da Fazenda que reconhece o acidente de trabalho como doença ocupacional. c) A CAT é um documento emitido pelo departamento de Recursos Humanos da empresa que reconhece o acidente de trabalho como doença ocupacional. d) A CAT é um documento emitido em duas vias pela Secretaria Estadual da Fazenda que reconhece o acidente de trabalho como doença ocupacional. e) A CAT é um documento emitido pela contabilidade para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto como uma doença ocupacional. 2. O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é regulamentado pela NR-7 e é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores (Brasil, 2024). Com relação ao PCMSO, analise as afirmativas a seguir: I - Deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de traba- lhadores. II - Deverá considerar o planejamento por parte dos trabalhadores. III - Deverá considerar as questões de incidentes sobre os indivíduos de apenas um setor. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. AUTOATIVIDADE 1 8 3. A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um procedimento com exigência legal conforme estabelece a Lei nº 8.213/1991. É uma forma de proteger tanto a empresa quanto o empregado; de um lado, a empresa evita o risco de multa determinada também pela legislação e, de outro lado, o empregado garante assistência (Brasil, [202-?b]). Com relação à emissão da comunicação do acidente de trabalho, analise as afirmativas a seguir: I - A primeira via da CAT é enviada para o INSS. II - A primeira via da CAT é enviada para o RH da empresa. III - A segunda via da CAT é enviada para o INSS. IV - A terceira via da CAT é enviada para a empresa. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e IV, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. AUTOATIVIDADE 1 9 REFERÊNCIAS BRASIL. CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho. Brasília: INSS, [202-?a]. Disponível em: /https://www.gov.br/inss/pt-br/centrais-de-conteudo/formularios/copy_of_CAT.pdf. Acesso em: 31 jul.2024. BRASIL. Decreto nº 3 048, de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048. htm. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Decreto nº 4 032, de 26 de novembro de 2001. Altera dispositivos do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d4032.htm. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Lei Complementar nº 118, de 9 de fevereiro de 2005. Altera e acrescenta dispositivos à Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, e dispõe sobre a interpreta- ção do inciso I do art. 168 da mesma Lei. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/lcp/lcp118.htm. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 13 467, de 14 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis nºs 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legisla- ção às novas relações de trabalho. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/norma/17728053. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 6 514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Titulo II da Consolida- ção das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 13 874, de 20 de setembro de 2019. Institui a Declaração de Direitos de Liberda- de Econômica; estabelece garantias de livre mercado; altera as Leis nos 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 6.404, de 15 de dezembro de 1976, 11.598, de 3 de dezembro de 2007, 12.682, de 9 de julho de 2012, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 10.522, de 19 de julho de 2002, 8.934, de 18 de novembro 1994, o Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946 e a Consoli- dação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943; revoga a Lei Delegada nº 4, de 26 de setembro de 1962, a Lei nº 11.887, de 24 de dezembro de 2008, e dispositivos do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966; e dá outras providências. Dis- ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13874.htm. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7). 4 mar. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/ trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos- -colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-re- gulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7. Acesso em: 31 jul. 2024. 1 1 https://legis.senado.leg.br/norma/17728053 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7 REFERÊNCIAS BRASIL. Norma Regulamentadora nº 9 (NR-9). 12 dez. 2023. Disponível em: https://www.gov. br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-or- gaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/nor- mas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-9-nr-9. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15). 12 dez. 2023. Disponível em: https://www.gov. br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos- -colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-re- gulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-15-nr-15. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Normas Regulamentadoras. [202-?b]. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e- -emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Registrar Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT. 27 mar. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br/servicos/registrar-comunicacao-de-acidente-de-trabalho-cat. Acesso em: 31 jul. 2024. 1 1 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-15-nr-15 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-15-nr-15 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-15-nr-15 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-15-nr-15 1. Alternativa A. As alternativas B, C, D e E estão incorretas, pois apresentam sempre um setor emitente da CAT. Porém, na verdade, o documento é emitido por meio de formulário preenchido pela empresa pelo site da previdência. 2. Alternativa A. A afirmativa I está correta, pois o PCMSO visa proteger a saúde de todos os trabalhadores, abordando questões individuais e coletivas. A afirmativa II está incorreta, pois o planeja- mento do PCMSO é responsabilidade do empregador, não dos trabalhadores. A afirmativa III está incorreta, pois o PCMSO deve abranger todos os trabalhadores da empresa, inde- pendentemente do setor. 3. Alternativa A. As afirmativas II, III e IV estão incorretas, porque a primeira via vai para o INSS; a segunda via vai para o empregado; a terceira via vai para o sindicato dos trabalhadores; e a quarta via vai para a empresa. GABARITO 1 1 MINHAS ANOTAÇÕES 1 1 UNIDADE 2 MINHAS METAS ASPECTOS CONCEITUAIS DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM A FOLHA DE PAGAMENTO Compreender os principais eventos que compõem a folha de pagamento. Conhecer a legislação trabalhista aplicada à folha de pagamento. Estudar os proventos e descontos. Calcular os proventos e descontos. Acompanhar a atualização da legislação trabalhista. Conhecer sobre os tipos de aviso prévio. Praticar simulações trabalhistas. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4 1 1 INICIE SUA JORNADA Imagine que você é o responsável pelo departamento de Recursos Humanos de uma empresa de médio porte. Sua principal tarefa é garantir que a folha de pa- gamento seja calculada corretamente todos os meses. No entanto você percebeu que, no último mês, houve um erro no cálculo dos salários de alguns funcionários, resultando em pagamentos incorretos e acarretando prejuízos para a empresa. O cálculo correto da folha de pagamento é fundamental para garantir a sa- tisfação dos funcionários e evitar penalidades legais e prejuízos financeiros para a empresa. No cálculo, é necessário considerar salários, benefícios, impostos e outras deduções. Erros podem resultar em insatisfaçãodos funcionários e pena- lidades legais. Estar atualizado com as leis trabalhistas e fiscais é essencial para garantir a conformidade e evitar problemas legais. A proteção da empresa contra complicações legais e financeiras não pode ser subestimada. Penalidades por não conformidade com as leis trabalhistas e fiscais podem ser severas, incluindo multas pesadas e danos à reputação da empresa. Investir em sistemas eficientes e na capacitação contínua da equipe de RH é uma medida preventiva que pode salvar a empresa de custos elevados e de crises que poderiam comprometer sua estabilidade e seu crescimento a longo prazo. Você já ouviu falar sobre a desoneração da folha de pagamento? Ela consiste em substituir a contribuição previdenciária patronal sobre a folha de salários por alí- quota sobre a receita bruta das empresas. Que tal conhecer mais sobre o assunto escutando nosso podcast? Confira! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. PLAY NO CONHECIMENTO UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 DESENVOLVA SEU POTENCIAL O lançamento da movimentação do funcionário na folha de pagamento, seja ela recebimento, seja desconto, é conhecido como “evento”. Os eventos mais co- nhecidos são os proventos e os descontos e servem para identificar o tipo de movimentação a ser lançada na folha de pagamento. Nesse sentido, a remuneração paga ao empregado deverá discriminar todas as verbas (eventos) que compõem o salário do empregado. Gonçalves (2009) corrobora no sentido de esclarecer que as verbas que compõem a remuneração do empregado devem constar na folha de pagamento, pois o judiciário tem se manifestado no sentido de que o pagamento que não estiver discriminado verba por verba, evento por evento, obriga o empregador a pagar novamente o que não foi discriminado. É o chamado salário complessivo. PROVENTOS Segundo o dicionário Michaelis (Provento, 2016, p. 312), provento significa “be- nefício ou vantagem, especialmente financeira, que se tira de algo; ganho, lucro” ou ainda “aquilo que rende ou tem lucro” (Provento, 2016, p. 312). Nesse sentido, entende-se que provento é tudo que é “bom” para o funcionário, ou seja, tudo que “soma” no salário do empregado. A seguir, constam os principais proventos utilizados na elaboração da folha de pagamento e nos demais cálculos trabalhistas como rescisão ou férias: VAMOS RECORDAR? Uma das normas mais conhecidas e longevas do Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) completa 80 anos. Que tal recordar a trajetória da CLT? Saiba mais acessando a leitura no link a seguir. https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2023/04/clt-chega-aos- 80-anos-com-direitos-do-trabalhador-sob-disputa 1 8 https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2023/04/clt-chega-aos-80-anos-com-direitos-do-trabalhador-sob-disputa https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2023/04/clt-chega-aos-80-anos-com-direitos-do-trabalhador-sob-disputa Salário Salário nada mais é do que a parcela básica, correspondente ao valor previamente pactuado (via contrato) e fixado pela contraprestação de serviços prestados, ou seja, é o salário acordado entre empregado x empregador (Machado; Santos, 2016). O Art. 457, da CLT, aborda que se compreendem na remuneração do empre- gado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. O salário tem algumas subcategorias e podem ser assim entendidas (Gonçalves, 2009): Salário - Horas extras - Adicionais (insalubridade, periculosidade e noturno) - Salário-família - Aviso prévio - 13º salário - Férias - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). SALÁRIO MÍNIMO É a contraprestação mínima a ser recebida pelo empregado por uma jornada normal de trabalho. O valor do salário mínimo é divulgado anualmente por meio de lei federal, e seu objetivo é satisfazer, em qualquer região do país, as necessidades vitais básicas do empregado e de sua família. PISO SALARIAL OU SALÁRIO NORMATIVO É instituído por meio de Convenção Coletiva de Trabalho, mediante acordo entre sindi- catos patronais e sindicato de trabalhadores. SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL É o valor devido aos profissionais liberais, por exemplo: médicos (é devido três salários mínimos por quatro horas de trabalho diárias). SALÁRIO IN NATURA Esse conceito geralmente é esquecido e, por isso, responsável por inúmeras reclama- ções trabalhistas. Também é conhecido como salário utilidade, ou seja, compreende tudo que não for dinheiro, mas é útil. UNIASSELVI 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 Horas Extras Hora extra (HE) é o período trabalhado além da jornada de trabalho normal de cada funcionário. Uma forma de entender isso mais a fundo é considerar que a hora extra é um modelo de compensação financeira pelo tempo trabalhado além do normal estipulado para a jornada de um funcionário. A CLT estabelece que o limite máximo de horas extras é de duas horas por dia, salvo exceções previstas em acordos ou convenções coletivas de trabalho. Para cálculo da hora extra, deve-se dividir o salário mensal do empregado por 220 e multiplicar o resultado por no mínimo 50% (ou o percentual definido em convenção coletiva). Salário base/220 x Quantidade de horas trabalhadas no mês + 50% Sobre as horas extras prestadas, deve ser calculado ainda o Descanso Semanal Remunerado (DSR). Fórmula para cálculo do DSR sobre a HE: DSR = valor total das horas extras do mês / dias A Hora Extra Insalubre/Periculosa ocorre quando o empregado que exerce atividade insalubre/periculosa tem sua jornada de trabalho estendida. Esse rece- berá os dois adicionais, visto que, se a atividade é insalubre/periculosa durante a jornada normal, não deixaria de ser no período extra (Gonçalves, 2009). A fórmula para cálculo da hora extra basicamente é a mesma, a diferença é que se inclui o adicional para fins de cálculo: Salário base + ADICIONAL/220 x Quantidade de horas trabalhadas no mês + 50% 8 1 Adicionais (Insalubridade, Periculosidade e Noturno) Para a insalubridade, conforme abordado pela NR-15, o exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário-mínimo vigente, equivalente a 10, 20 ou 40%. Vejamos o cálculo no quadro a seguir. A base para o cálculo da insalubridade, independentemente do salário do empre- gado, será de R$1.412,00, tendo em vista ser o salário-mínimo vigente em 2024. UNIASSELVI 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 BASE DE CÁLCULO GRAU DE INSALUBRIDADE CLASSIFICAÇÃO VALOR DA INSALUBRIDADE R$ 1.412,00 10% Mínimo R$ 141,20 R$ 1.412,00 20% Médio R$ 282,40 R$ 1.412,00 40% Máximo R$ 564,80 Quadro 1 - Graus de insalubridade / Fonte: as autoras. Sempre que houver alteração no salário mínimo, haverá alteração nos valores da insalubridade. O valor do salário mínimo sempre será divulgado por meio de Por- taria pela Receita Federal no link a seguir: http://normas.receita.fazenda.gov.br/ sijut2consulta/consulta.action EU INDICO Para a periculosidade, são consideradas atividades perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem no contato permanente com infla- máveis ou explosivos, apresentando condições de risco acentuado (Oliveira, 2015). O Art. 193, da CLT, assegura ao empregado um adicional de periculosidade 30% sobre o salário base, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. Dessa forma, os valores são calculados sobre o salário base do empregado. Vejamos os exemplos: FUNCIONÁRIO SALÁRIO BASE CLASSIFICAÇÃO VALOR DA PERICULOSIDADE X1 R$ 1.412,00 30% R$ 423,60 X2 R$ 1.900,00 30% R$ 570,00 X3 R$ 2.500,00 30% R$ 750,00 Quadro 2 - Cálculo de periculosidade / Fonte: as autoras. 8 1 http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/consulta.action http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/consulta.action Observe que o percentualaplicado no caso de adicional de periculosidade será sempre de 30%. Nesse caso, a base de cálculo é o salário do funcionário. Ainda, de acordo com o Superior Tribunal de Justiça, que disponibiliza, por meio das Normas Regulamentadoras (NR) 15 e 16, as atividades perigosas e insalubres, as diferenças em classificar a periculosidade e insalubridade são: PERICULOSIDADE INSALUBRIDADE Oferece risco de vida ao trabalhador. Afeta a saúde do trabalhador. Exposição a roubo ou violência física. Exposição ao calor ou frio acima do tolerável. Exposição permanente a inflamáveis e explosivos. Ruídos constantes e intermitentes. Trabalho com energia elétrica. Agentes químicos e biológicos. Norma Regulamentadora 16, do Minis- tério do Trabalho. Norma Regulamentadora 15, do Ministé- rio do Trabalho. Quadro 3 - Periculosidade x Insalubridade / Fonte: as autoras. O reconhecimento da periculosidade e insalubridade é feito por meio de laudos técnicos realizados por profissionais de segurança do trabalho, que avaliam as con- dições do ambiente de trabalho e as atividades desenvolvidas pelo trabalhador. O adicional noturno é um benefício garantido aos colaboradores que tra- balham no período da noite (entre às 22 e 5h). O Art. 73, da CLT, determina que trabalho noturno terá um acréscimo de no mínimo 20% sobre a hora diurna quan- do esse não for habitual. O Parágrafo 3º informa que, no caso em que o trabalho noturno decorra da natureza das atividades habituais da empresa, o aumento será calculado sobre o salário mínimo vigente. Vejamos a diferença de cálculo: UNIASSELVI 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 Salário Base: 1.800,00 Salário Mínimo Vigente: 1.412,00 x 20% = 360,00 Quadro 4 - Exemplo 1 - Trabalho não habitual no 3º Turno / Fonte: as autoras. Nesse exemplo, devido ao trabalho noturno ser de forma “não habitual”, a base de cálculo do adicional noturno será o salário base do empregado. Salário Base: 1.800,00 Salário Mínimo Vigente: 1.412,00 x 20% = 282,40 Quadro 5 - Exemplo 2 - Trabalho habitual no 3º Turno / Fonte: as autoras. Nesse exemplo, devido ao trabalho noturno ser de forma “habitual”, a base de cálculo do adicional noturno será o salário mínimo vigente. Igualmente ao adi- cional de insalubridade e ao adicional de periculosidade, o adicional noturno, também, conta como parte do salário do empregado para fins de cálculo de horas extras e férias. Salário-família Salário-família é um valor pago ao empregado (inclusive, o doméstico e traba- lhador avulso) de acordo com o número de filhos ou equiparados que tenha. Não têm direito ao benefício os filhos maiores de 14 anos, exceto quando esses forem considerados inválidos. A remuneração deve observar os valores para o ano base, pois, todo ano, os valores são atualizados e divulgados por meio de Portaria. A seguir, demonstraremos os valores vigentes para o ano de 2024. 8 4 Embora o salário-família seja pago pelo empregador, seu valor é deduzido da Guia da Previdência Social (GPS) da empresa, por se tratar de um benefício previdenciário (Gonçalves, 2009). Aviso Prévio Machado e Santos (2016) escrevem que o aviso prévio é devido nos contratos de trabalho por prazo indeterminado e por prazo determinado. No caso de prazo determinado, deve haver uma cláusula assecuratória de direito recípro- co de rescisão antecipada e esse direito deve ser exercido por ambas as partes. Os autores complementam destacando que o aviso prévio deve sempre ser concedido por escrito, permitindo, assim, que a parte contrária referencie sua ciência sobre o documento apresentado. SALÁRIO DO FUNCIONÁRIO COTA DO SALÁRIO-FAMÍLIA Até R$ 806,80 R$ 41,37 por filho Entre R$ 806,81 e R$ 1.212,64 R$ 29,16 por filho Mais de R$ 1.212,64 Não há Quadro 6 - Salário-família 2024 / Fonte: as autoras. UNIASSELVI 8 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 Vejamos agora as modalidades de concessão de aviso prévio legalmente previstas, que são: trabalhado ou indenizado. AGENTE MOTIVO MODALIDADE Empregador Demissão Trabalhado Empregador Demissão Indenizado Empregado Pedido Trabalhado Empregado Pedido Indenizado Quadro 7 - Tipos de aviso prévio / Fonte: as autoras. Na modalidade Aviso Prévio Trabalhado, ocorre a prestação de serviços do empregado, independentemente de o aviso ter sido concedido por esse ou pelo empregador (Machado; Santos, 2016). No caso de o aviso ter sido dado pelo empregado, ele prestará os serviços por no mínimo 30 dias*, porém, caso o aviso tenha sido dado pelo empregador, o empregado terá o direito de: ■ Redução da jornada de trabalho do empregado em duas horas diárias durante o período do aviso; ou ■ A falta ao trabalho por sete dias corridos, sendo esses ao final do aviso, sem lhe acarretar qualquer prejuízo salarial, conforme determina o Art. 488, da CLT. O tempo de aviso prévio é de, no mínimo, 30 dias, sendo que são adicionados três dias por cada ano de serviço, ou seja, o limite de datação do aviso pode ser de até 90 dias. 8 1 A proporcionalidade do aviso prévio deve beneficiar o empregado, ou seja, o aviso prévio será sempre de 30 dias trabalhados, e o que ultrapassar isso, em virtude do acréscimo da proporcionalidade por tempo de serviço, deverá ser indenizado (pago) na rescisão pela empresa. Em casos de pedido de demissão pelo empregado, este estaria desobrigado a conceder o prazo superior a 30 dias de trabalho em virtude da proporcionalidade por tempo de serviço. Na modalidade Aviso Prévio Indenizado, quando o empregador dispensa o empregado ou vice e versa, o aviso prévio é concedido na forma indenizada, ou seja, o período total correspondente ao aviso prévio será pago em forma de indenização na rescisão, visto que não haverá prestação de serviços (Machado; Santos, 2016). No que tange à questão do acréscimo da proporcionalidade do aviso prévio por tempo de serviço, esse deverá ser indenizado (pago) na rescisão. 11º Salário O 13º salário, também é chamado gratificação natalina, é uma verba devida a todos os empregados, sejam eles urbanos, rurais ou domésticos. Seu pagamento deve ser feito em duas parcelas, sendo a 1ª entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, e a 2ª até o dia 20 de dezembro (Machado; Santos, 2016). TEMPO DE TRABALHO DIAS DE AVISO PRÉVIO Até 1 ano 30 dias De 2 a 20 anos 33 a 87 dias Acima de 20 anos 90 dias Quadro 8 - Cálculo de dias de aviso prévio (considerar ano completo, exceto para até o primeiro ano) Fonte: as autoras. UNIASSELVI 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 O valor do 13º salário corresponde a 1/12 avos da remuneração do empregado devida no mês de dezembro de cada ano, por mês de serviço. Será considerado um mês integral a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho no mês civil (Machado; Santos, 2016). Compreende a remuneração do empregado para fins de cálculo do 13º sa- lário a importância referente a: gorjetas, comissões, percentagens, gratificações, insalubridade, periculosidade, horas extras etc. Vejamos os prazos de pagamento que o empregador pode seguir estando dentro da legislação. OPÇÃO FORMA DE PAGAMENTO PRAZO PARA PAGAMENTO 1ª Opção 1ª Parcela 2ª Parcela Até 30/novembro Até 20/dezembro 2ª Opção Em uma única Parcela Até 30/novembro Quadro 9 - Prazos de pagamento do 13º Salário / Fonte: as autoras. IMPORTANTE! Quando o pagamento é efetuado em duas parcelas, na primei- ra parcela, não há retenção de impostos. Somente na segunda parcela haverá a retenção dos impostos sobre o montante pago. Vejamos agora como é feito o cálculo do 13º salário. 8 8 Desta forma, o cálculo será: salário do funcionário / 12 x número de meses, ou seja, 1.900,00 / 12 x 7, resultando em R$ 1.108,33. Férias Sua finalidade, assim como dos demais intervalos remunerados e não remunera- dos, é a garantia da saúde física, psíquica e mental do trabalhador. É possibilitar que, durante os períodos de descanso, o trabalhador recupere suas forças por meio do descanso e do lazer, pois espera-se que o trabalhador mantenha sua ca- pacidade laborativapor vários anos até sua aposentadoria, fazendo-se necessário para isso intervalos de descanso (Alcântara, 2016). MÊS AVOS Junho 1/12 avos Julho 1/12 avos Agosto 1/12 avos Setembro 1/12 avos Outubro 1/12 avos Novembro 1/12 avos Dezembro 1/12 avos Total 7/12 avos Quadro 10 - Exemplo cálculo 13º / Fonte: as autoras. Exemplo: empregado que foi admitido no dia 22/05 e continuou trabalhando na mesma empresa até o final do ano. O salário dele é de R$ 1.900,00. UNIASSELVI 8 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 As férias são concedidas pelo empregador, que fixará a época que melhor atenda aos seus interesses, porém cabe observar que esse não poderá ultrapassar o limite de 12 meses subsequente à aquisição do direito pelo empregado, sob pena de pagamento em dobro da respectiva remuneração, além da sujeição à multa administrativa imposta pela fiscalização trabalhista (Machado; Santos, 2016). O parágrafo 1º, do Art. 134, da CLT, trata da quantidade de períodos que as fé- rias podem ser divididas. Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos cada um (inclusive para os menores de 18 anos e aos maiores de 50 anos de idade). 9 1 Apresentado as formas de concessão de férias, entenderemos a diferença entre Período Aquisitivo x Período de Concessão. ■ Período aquisitivo: o período aquisitivo de férias é o período de 12 meses a contar da data de admissão do empregado que, uma vez comple- tados, gera o direito ao mesmo de gozar os 30 dias de férias. ■ Período concessivo: o período concessivo de férias é o prazo que a lei estabelece para que o empregador conceda as férias ao empregado. Esse prazo equivale aos 12 meses subsequentes a contar da data do período aquisitivo completado. Partindo desse raciocínio, quando se inicia o período concessivo de 12 meses após o primeiro período aquisitivo completado, inicia-se também um novo ciclo de período aquisitivo (2º período), que, uma vez completado, gerará o direito ao empregado a mais 30 dias de férias e assim sucessivamente. 1ª Forma 30 Dias 2ª Forma 14 dias 5 dias 11 dias 3ª Forma 14 dias 7 dias 9 dias 4ª Forma 14 dias 6 dias 10 dias 5ª Forma 20 dias + 10 dias Quadro 11 - Formas de parcelamento das férias / Fonte: as autoras. O Parágrafo 3º informa que é vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. Dessa forma, as férias poderão ser concedidas da seguinte forma: UNIASSELVI 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 Figura 1 - Diferença entre período aquisitivo e concessivo Fonte: https://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/ferias_em_dobro.htm. Acesso em: 29 jul. 2024. Descrição da Imagem: a figura mostra uma linha do tempo representada por uma linha vermelha horizontal com três marcas verticais: no começo da linha, no meio e no fim da linha. Acima da linha vermelha, há as seguintes informações: à esquerda, “Admissão” e “Início Período Aquisitivo”. Na sequência, temos uma seta azul horizontal apontando para a direita até a marca do meio, onde está escrito “Término Período Aquisitivo” e “12 Meses”. Abaixo da linha vermelha, alinhado com a segunda marca, está escrito “Início Período Concessivo”. Na sequência, temos uma seta azul horizontal apontando para a direita até a marca do fim, onde está escrito “Término Período Concessivo” e “12 Meses”. Abaixo dessa seta, alinhado com a segunda marca, está escrito “Início do 2º Período Aquisitivo”. Na sequência, temos uma seta azul horizontal apontando para a direita e terminando após “12 Meses”, indicando o “Término do 2º Período Aquisitivo”. Fim da descrição. Sempre que existir um consenso entre a empresa e o empregado, pode-se converter um terço das férias em dias trabalhados. Esse evento é chamado de abono pecuniário. O abono pecuniário é o direito do empregado de vender até 1/3 de suas férias ao contratante, recebendo um acréscimo correspondente a esses dias em sua remuneração. Uma informação importante, mas que poucas pessoas sabem, refere-se ao Art. 133, da CLT. Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo, tiver as seguintes faltas injustificadas: ■ Deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 dias depois de sua saída. ■ Permanecer em licença, recebendo salário, por mais de 30 dias. ■ Deixar de trabalhar, recebendo salário, por mais de 30 dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa. ■ Tenha recebido da Previdência Social (INSS) benefício de acidente de tra- balho ou de auxílio-doença por mais de seis meses, embora descontínuos. 9 1 Portanto, a quantidade de faltas injustificadas afetará diretamente na quantidade de dias de férias a que o empregado terá direito. FGTS Todo trabalhador brasileiro com contrato de trabalho formal, regido pela CLT, e, também, trabalhadores rurais, temporários, avulsos, safreiros e atletas profis- sionais têm direito ao FGTS. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, e começou a valer em 1 de janeiro de 1967, com o intuito de proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de contas vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro depósito. O saldo da conta vinculada do FGTS é formado pelos depósitos mensais efetuados pelo empregador, acrescidos de atualização monetária e juros. O valor do FGTS será sempre de 8% do salário bruto pago ao trabalhador (ou seja, sobre o total da remuneração), exceto para os casos de jovens aprendizes, que é de 2%. DURAÇÃO DE FÉRIAS FALTAS INJUSTIFICADAS 30 dias Até 5 faltas 24 dias De 6 a 14 faltas 18 dias De 15 a 23 faltas 12 dias De 24 a 32 faltas 0 dias Mais de 32 faltas Quadro 12 - Redução das férias / Fonte: as autoras. UNIASSELVI 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 DESCONTOS A folha de pagamento não deve discriminar apenas os proventos devidos aos empregados, mas também os descontos incidentes sobre a remuneração deles (Gonçalves, 2009). Neste item, estudaremos as regras que devem ser observadas para proceder, de forma correta, os cálculos. A seguir, os principais descontos utilizados na elaboração da folha de pagamen- to e no cálculo da rescisão trabalhista: adiantamento salarial; contribuição previ- denciária (INSS); imposto de renda (IRRF); vale-transporte; e faltas Injustificadas. Vamos nos aprofundar agora sobre o cálculo de cada um deles. Adiantamento Salarial O adiantamento salarial, também conhecido como “vale”, corresponde a uma parte do salário que o empregador pagará antecipadamente no decorrer do mês, mediante recibo, ao empregado. Quando o fechamento da folha for efetuado, o valor é deduzido. A legislação não obriga a concessão de vales, portanto, cabe às partes estipularem a data do vale bem como o percentual do salário que será adiantado (Gonçalves, 2009). Contribuição Previdenciária (INSS) A contribuição previdenciária serve para assegurar os direitos previdenciários dos trabalhadores. Ela concede diversos direitos ao colaborador, por meio de progra- mas que dão assistência ao colaborador quando ele precisa se afastar da empresa. O desconto do INSS sobre o salário varia entre 7,5 e 14% para os empre- gados CLT e de acordo com o total de salário e outras fontes de renda do contribuinte, com a porcentagem progressiva, ou seja, quanto maior o salário do profissional, mais ele terá que pagar para usufruir dos benefícios da previ- dência, limitado ao teto de salário de contribuição, que, também, foi atualizado em 2024 para R$ 7.786,02. 9 4 Observe o exemplo de um cálculo para um funcionário que recebe R$ 2.500,00 mensais. Primeira faixa: (R$ 1.412,00 x 7,5%) = R$ 105,90 + Segunda faixa: (R$ 2.500,00 - R$ 1.412,00) = R$ 1.088,00 x 9% = R$ 97,92 Total: 203,82 (105,90 + 97,92) SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELAA DEDUZIR Até R$ 1.412,00 7,5% De R$ 1.412,01 até R$ 2.666,68 9,0% R$ 21,18 De R$ 2.666,69 até R$ 4.000,03 12,0% R$ 101,18 De R$ 4.000,04 até R$ 7.786,02 14,0% R$ 181,18 Quadro 12 - Desconto INSS 2024 Fonte: https://www.gov.br/inss/pt-br/direitos-e-deveres/inscricao-e-contribuicao/tabela-de-contribuicao- -mensal. Acesso em: 30 jul. 2024. A tabela de contribuição do INSS é atualizada todos os anos e fica disponível para que você possa consultar e saber com qual porcentagem deve realizar a contri- buição mensal. Confira no link a seguir: https://www.gov.br/inss/pt-br/direitos- -e-deveres/inscricao-e-contribuicao/tabela-de-contribuicao-mensal EU INDICO Essas variações de porcentagem são separadas em quatro faixas salariais e o cálculo é realizado de forma progressiva, multiplicando apenas o montante de cada faixa pela alíquota correspondente. UNIASSELVI 9 5 https://www.gov.br/inss/pt-br/direitos-e-deveres/inscricao-e-contribuicao/tabela-de-contribuicao-mensal https://www.gov.br/inss/pt-br/direitos-e-deveres/inscricao-e-contribuicao/tabela-de-contribuicao-mensal TEMA DE APRENDIZAGEM 4 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Estão sujeitos à incidência do imposto retido na fonte: ■ Os rendimentos do trabalho assalariado pagos por pessoas físicas ou jurídicas. ■ Os rendimentos do trabalho não assalariado pagos por pessoa jurídicas. ■ Os rendimentos de alugueis e royalties pagos por pessoa jurídica. ■ Os rendimentos pagos por serviços entre pessoas jurídicas, tais como os de natureza profissional, serviços de corretagem, propaganda e publicidade. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR Até R$ 2.259,20 Isento De R$ 2.259,21 até R$ 2.826,65 7,5% R$ 169,14 De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 15,0% R$ 381,44 De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,5% R$ 662,77 Acima de R$ 4.664,68 27,5% R$ 896,00 Quadro 13 - Desconto Imposto de Renda Fonte: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/meu-imposto-de-renda/tabelas/2024. Acesso em: 30 jul. 2024. Considerando nosso exemplo anterior do cálculo do INSS, veremos como ficaria o IRRF de quem tem um salário de 2.500,00 mensais. Desconto INSS: R$ 203,82 Dedução utilizada: R$ 169,14 Base para cálculo: (R$ 2.500,00 - 203,82 - 169,14) = R$ 2.127,04 (ISENTO). 9 1 Vale-transporte A Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, instituiu o vale-transporte e deliberou o seguinte: o empregador antecipará ao empregado as despesas de vale-transporte para que o empregado possa utilizá-lo como meio de deslocamento residência- -trabalho e vice-versa, utilizando-se do sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual. O Art. 4º, da Lei 7.418/85, escreve que a concessão do benefício ora instituí- do acarreta a aquisição pelo empregador dos vales-transportes necessários aos deslocamentos do empregado no percurso residência-trabalho e vice-versa, no serviço de transporte que melhor se adequar. UNIASSELVI 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 4 Gonçalves (2009) escreve que o vale-transporte, quando concedido, será custeado: ■ Pelo empregado: na parcela que corresponder até 6% do seu salário bá- sico, excluindo-se, para esse efeito, os demais adicionais. Sobre as comis- sões, o entendimento é que elas devem ser consideradas, pois, caso con- trário, não teria como efetuar o desconto dos empregados comissionistas. ■ Pelo empregador: na parcela correspondente à diferença entre o valor total do benefício e o valor custeado pelo empregado. Faltas injustificadas e atrasos Quando o empregado, sem justificativa, faltar ou chegar atrasado ao trabalho, o empregador poderá descontar do salário a quantia correspondente à falta, inclu- sive o repouso semanal (DSR) (Oliveira, 2015). O Art. 11, do Decreto nº 27.048/49, dispõe que perderá a remuneração do dia de repouso o trabalhador que, sem motivo justificado ou em virtude de punição disciplinar, não tiver trabalhado durante toda a semana, cumprindo integral- mente o seu horário de trabalho. Essa regra se aplica a todos os trabalhadores (mensalistas e horistas). Salário / 30 x nº dias faltantes 9 8 NOVOS DESAFIOS Estudar o conceito de folha de pagamento é essencial para qualquer profissional envolvido na gestão de recursos humanos ou finanças empresariais. A folha de pagamento é um documento crítico que detalha os vencimentos, as deduções, os benefícios e os impostos relacionados aos funcionários. Compreender os conceitos fundamentais, como cálculos de salários, encar- gos sociais e obrigações trabalhistas, é vital para assegurar a conformidade com a legislação vigente e evitar penalidades legais. Além disso, um conhecimento profundo sobre a folha de pagamento permite uma gestão financeira mais preci- sa, ajudando na elaboração de orçamentos e no controle de custos operacionais, o que é crucial para a saúde financeira da empresa. O futuro dos profissionais na área de folha de pagamento será marcado por uma integração crescente entre tecnologia e habilidades humanas. Aqueles que conseguirem se adaptar às novas ferramentas digitais, manter-se atualizados com as regulamentações e desenvolver habilidades interpessoais estarão bem posicionados para prosperar em um ambiente de trabalho em constante evolu- ção. A folha de pagamento, longe de ser apenas um documento administrativo, irá se tornar um componente estratégico crucial para o sucesso organizacional. Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei- to deste tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. EM FOCO UNIASSELVI 9 9 1. A hora extra refere-se a qualquer período trabalhado além da jornada normal de trabalho, resultando em um acréscimo no salário. Este pode variar devido a fatores, como adicionais específicos ou o dia da semana em que é realizada. A realização de horas extras pode ocor- rer tanto por necessidade quanto para aproveitar a oportunidade de um dia particularmente produtivo (Brasil, 2017). Com base no texto anterior e nas disposições da CLT, assinale a alternativa correta sobre o limite máximo de horas extras diárias: a) O limite máximo de horas extras diárias é de quatro horas, salvo exceções previstas em acordos ou convenções coletivas de trabalho. b) O limite máximo de horas extras diárias é de duas horas, salvo exceções previstas em acordos ou convenções coletivas de trabalho. c) O limite máximo de horas extras diárias é de três horas, independentemente de acordos ou convenções coletivas de trabalho d) Não há limite máximo de horas extras diárias estabelecido pela CLT. e) O limite máximo de horas extras diárias é de uma hora, salvo exceções previstas em acordos ou convenções coletivas de trabalho. 2. O adicional noturno é um benefício garantido aos colaboradores que trabalham no período da noite. Ele é basicamente uma compensação extra oferecida aos profissionais que reali- zam suas atividades durante a jornada noturna. Como é de se esperar, jornadas de trabalho diferentes possuem regras diferentes (Brasil, 2017). Sobre as regras do adicional noturno, analise as afirmativas a seguir: I - Terá um acréscimo de no mínimo 20%. II - Também conta como parte do salário do empregado para fins de cálculo de horas extras e férias. III - O período da noite compreender das 23 às 8h. IV - Quando o trabalho noturno for de forma “não habitual” a base de cálculo será o salário base do empregado. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e IV, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. AUTOATIVIDADE 1 1 1 3. O décimo terceiro salário é um pagamento extra ao empregado. O seu valor, embora va- riável, é geralmente aproximado ao de um salário mensal, podendo ser pago em uma ou mais prestações, de acordo com a legislação laboral de cada país (Brasil, 1943). Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I - O 13º salário, também conhecidocomo gratificação natalina, é uma verba devida a todos os empregados, sejam eles urbanos, rurais ou domésticos. PORQUE II - Seu pagamento deve ser feito em duas parcelas, sendo a primeira entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, e a segunda até o dia 20 de dezembro. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são falsas. AUTOATIVIDADE 1 1 1 REFERÊNCIAS ALCANTARA, S. A. Legislação trabalhista e rotinas trabalhistas. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2016. BRASIL. Consolidação das leis do trabalho – CLT e normas correlatas. Brasília: Senado Fede- ral, 2017. BRASIL. Decreto nº 27.048 de 12 de agosto de 1949. Aprova o regulamento da Lei nº 605, de 5 de janeiro de 1949, que dispõe sôbre o repouso semanal remunerado e o pagamento de salário nos dias feriados civis e religiosos. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l0605.htm. Acesso em: 30 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 5 107, de 13 de setembro de 1966. Cria o Fundo de Garantia do Tempo de Ser- viço, e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5107. htm. Acesso em 30 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 7 418, de 16 de dezembro de 1985. Institui o Vale-Transporte e dá outras providên- cias. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7418.htm. Acesso em: 30 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 13 467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2017/lei/l13467.htm Acesso em: 30 jul. 2024. BRASIL. Norma Regulamentadora No 15 (NR-15) 12 dez 2023. Disponível em https://www.gov. br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos- -colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-re- gulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-15-nr-15. Acesso em: 30 jul. 2024. BRASIL. Norma Regulamentadora No 16 (NR-16). 12 dez. 2023. Disponível em https://www.gov. br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos- -colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-re- gulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-16-nr-16. Acesso em: 30 jul. 2024. GONÇALVES, G. Resumo Prático de Folha de Pagamento. Curitiba: Juruá, 2009. MACHADO, M. A. de O.; SANTOS, M. S. T. dos. Departamento de pessoal modelo. 6. ed. São Paulo: IOB, 2016. PROVENTO. In: MICHAELIS Dicionário Escolar de Língua Portuguesa. 4. ed. São Paulo: Melhora- mentos, 2016. OLIVEIRA, A. de. Cálculos trabalhistas. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 1 1 1 1. Alternativa B. A CLT estabelece que o limite máximo de horas extras é de duas horas por dia, salvo exce- ções previstas em acordos ou convenções coletivas de trabalho. 2. Alternativa D. Afirmativa III está incorreta, pois o adicional noturno é um benefício garantido aos colabora- dores que trabalham no período da noite (entre 22h e 5h). 3. Alternativa A. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I, porque explica o procedimento de pagamento do 13º salário, que é uma verba devida a todos os empregados. GABARITO 1 1 1 MINHAS METAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E AS NOVAS TECNOLOGIAS NOS PROCESSOS DE EVIDENCIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES Compreender os princípios básicos das obrigações trabalhistas. Entender as obrigações dos empregadores. Aplicar conhecimentos em situações práticas. Interpretar a legislação trabalhista e suas atualizações. Compreender o papel das instituições trabalhistas. Explorar a responsabilidade social corporativa em relação ao trabalho. Entender a dinâmica das relações de trabalho em contexto global. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5 1 1 4 INICIE SUA JORNADA Imagine uma pequena empresa de tecnologia, que está em expansão e con- tratou recentemente dez novos funcionários. O proprietário, Sr. João, está fo- cado no crescimento do negócio e, devido à falta de conhecimento sobre as obrigações trabalhistas, não entregou a DCTFWeb (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos) dentro do prazo estabelecido. A DCTFWeb é uma declaração obrigatória que informa à Receita Federal sobre os débitos e créditos referentes às contribuições previdenciárias feitas a terceiros. Após alguns meses, a empresa é notificada pela Receita Federal sobre a ausên- cia da declaração, resultando em uma multa significativa. Além disso, os funcio- nários começam a perceber problemas no recolhimento do FGTS e na contagem de tempo para a aposentadoria, gerando insatisfação e desconfiança em relação à gestão da empresa. Para resolver a situação enfrentada pela pequena empresa de tecnologia do Sr. João, é crucial adotar uma abordagem multifacetada que aborda tanto as ques- tões legais quanto a satisfação dos funcionários. Nessa situação, é primordial a contratação de um funcionário capacitado para resolver esses problemas. Esse profissional poderá auxiliar na elaboração e no envio das declarações atrasadas, na negociação de possíveis reduções ou parcelamentos das multas aplicadas pela Receita Federal e na insatisfação dos funcionários . Entendeu como compreender as declarações e obrigações trabalhistas é essencial para a construção de um ambiente de trabalho justo e legalmente seguro? Estar atento às atualizações na legislação não é apenas uma responsa- bilidade legal, mas também uma prática que promove a confiança e a satisfação no ambiente de trabalho. A história dessa empresa ilustra como a falta de conhecimento e atenção às obrigações pode levar a problemas significativos, reforçando a importância de uma gestão informada e proativa das relações trabalhistas e fiscais. UNIASSELVI 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Como se não bastasse a elevada carga tributária, o Brasil amarga o título de cam- peão em tempo gasto para o cumprimento de exigências fiscais. Quer saber mais? Ouça o podcast sobre o tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. PLAY NO CONHECIMENTO VAMOS RECORDAR? A transição da GFIP para a DCTFWeb representa uma mudança digital significativa, unificando as declarações fiscais e simplificando o processo de envio de informações. Vamos recordar como isso acontece? Acesse a leitura complementar pelo link a seguir: https://www.gupy.io/blog/gfip DESENVOLVA SEU POTENCIAL As obrigações acessórias consistem em um conjunto de documentos que de- vem ser enviados mensal, trimestral ou anualmente aos órgãos fiscalizadores, informando sobre o pagamento de impostos, contribuições e taxas por parte de uma empresa. Em outras palavras, esses documentos são essenciais para a fiscalização e verificação dos tributos recolhidos. Portanto, é crucial que cada empresa identifique quais são as declarações que precisa apresentar e fique atenta aos prazos de entrega. As obrigações acessórias atuam como compromissos que as empresas devem cumprir junto ao fisco, focando principalmente na prestação de informações. Embora não impliquem no pagamento direto de tributos, são fundamentais para que o Estado possa fiscalizar e garantir que as obrigações principais estão sendo atendidas de maneira adequada. 1 1 1 https://www.gupy.io/blog/gfip CONCEITOS INICIAIS A maioria das obrigações acessórias possui um caráter declaratório. Na prática, isso significa que as empresas devem, periodicamente,reportar suas atividades econômicas, receitas, despesas, contratações e outras operações, utilizando de- clarações, arquivos digitais e formulários específicos. Por isso, é fundamental para o profissional que realizará o processo de atualização de informações e a entrega de obrigações conhecer profundamente a atividade da empresa e quais obrigações acessórias ela deve entregar. Além disso, faz-se necessário compreender algumas siglas e suas particularidades: ■ FAP (Fator Acidentário de Prevenção). ■ RAT (Risco Ambiental do Trabalho). ■ PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador). ■ FGTS Digital (Plataforma de arrecadação do FGTS). ■ eSocial (Sistema informatizado da Administração Pública). ■ EFD-Reinf (Escrituração Fiscal Digital de Retenções e outras Infor- mações Fiscais). ■ DCTFWeb (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Pre- videnciários e de Outras Entidades e Fundos). Vamos nos aprofundar nos itens listados. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 CLASSIFICAÇÃO E ALÍQUOTAS Inicialmente, apresentaremos, com detalhes, cada uma das obrigações, enfati- zando a maneira de localização, apresentação e destinação, pois é importante entender o motivo de sua elaboração e finalidade de análise pelo órgão que re- ceberá as informações. FAP (Fator Acidentário de Prevenção) O Fator Acidentário de Prevenção (FAP) é um multiplicador, atualmente calcu- lado por estabelecimento, que varia de 0,5000 a 2,0000, a ser aplicado sobre as alíquotas de 1, 2 ou 3% da tarifação coletiva por subclasse econômica, incidentes sobre a folha de salários das empresas para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho. O FAP varia anualmente. É cal- culado sempre sobre os dois últimos anos de todo o histórico de acidentalidade e de registros acidentários da Previdência Social (Brasil, 2024). Pela metodologia do FAP, as empresas que registrarem maior número de aci- dentes ou doenças ocupacionais pagam mais. Por outro lado, o Fator Acidentário de Prevenção aumenta a bonificação das empresas que registram acidentalidade menor. No caso de nenhum evento de acidente de trabalho, a empresa é bonifi- cada com a redução de 50% da alíquota (Brasil, 2024). GRAU DE RISCO TIPO DE RISCO (%) CONTRIBUIÇÃO Grau 1 Atividade preponderante cujo risco de acidente do trabalho seja consi- derado leve 1% Grau 2 Atividade preponderante cujo risco de acidente do trabalho seja consi- derado médio 2% Grau 3 Atividade preponderante cujo risco de acidente do trabalho seja consi- derado grave 3% Quadro 1 - Grau de incidência Fonte: https://www.guiatrabalhista.com.br/guia/fap.htm. Acesso em: 30 jul. 2024. 1 1 8 O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no mesmo mês, os índices de frequência, gravidade e custo, por atividade econômica, e disponibilizará, na internet, o FAP por empresa, com as informações que possibilitem a essa verificar a correção dos dados utilizados na apuração do seu desempenho. RAT (Risco Ambiental do Trabalho) O Risco Ambiental do Trabalho (RAT) é um conceito que se refere aos perigos que os trabalhadores podem enfrentar devido às condições em seu ambiente de trabalho. Esse risco pode ser de natureza física, química ou biológica e está intrinsecamente relacionado ao tipo de trabalho realizado. A identificação do RAT é feita por meio de uma avaliação aprofundada do ambiente de trabalho. Essa avaliação considera os diferentes riscos associados ao local e à natureza do trabalho realizado. Profissionais especializados, como enge- nheiros de segurança do trabalho ou técnicos em segurança do trabalho, realizam essa análise usando uma variedade de técnicas e instrumentos. A avaliação do RAT, também, considera a duração e a frequência da exposição do trabalhador aos riscos identificados. O principal objetivo do RAT é garantir a segurança e a saúde dos trabalhado- res por meio da identificação, do controle e, se possível, da eliminação dos riscos associados ao ambiente de trabalho. Além de proteger os trabalhadores, o RAT também tem o objetivo de ajudar as organizações a cumprir as normas de segurança do trabalho e evitar conse- quências legais e financeiras negativas resultantes de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. UNIASSELVI 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Atividade Econômica� (SUBCLASSE): Grau leve Grau leve Grau leve 1% 2% 3% RAT RAT RAT % Sobre o salário de contribuição Flexibilização: Multiplicador: 0,5 a 2,0 FAP Figura 1 - Cálculo RAT e FAP Fonte: https://makrosystem.com.br/blog/aliquota-rat-como-corrigir-no-sistema-makro/. Acesso em: 30 jul. 2024. Descrição da Imagem: a figura possui três colunas principais. Na coluna da esquerda, há o texto “Atividade Econômica (SUBCLASSE):” no topo. Abaixo, há três retângulos empilhados verticalmente. O primeiro contém o texto “Grau leve”; o segundo contém o texto “Grau médio”, e o terceiro contém o texto “Grau grave”. Na coluna central, há o texto “% Sobre o salário de contribuição:” no topo. Abaixo, estão os percentuais “1%”, “2%” e “3%”, alinhados horizontalmente com os retângulos da coluna da esquerda. Cada percentual é seguido pela sigla “RAT” à sua direita. Na coluna da direita, a última, há o texto “Flexibilização:” no topo. Abaixo, está o texto “Multiplica- dor: 0,5 a 2,0” dentro de um retângulo preto. Logo abaixo, há o texto “FAP”. Entre a coluna central e a coluna da direita, há três setas curvas, cada seta parte do “Multiplicador: 0,5 a 2,0” apontando para o “RAT”. Fim da descrição. Apresentado como se dá o cálculo do RAT e do FAP, vejamos um exemplo do cálculo na prática. Folha de Pagamento R$ 1.000.000,00 RAT 1% FAP 0,5000 R$ 1.000.000,00 x 1% x 0,5000 = Imposto a pagar R$ 5.000,00 Quadro 2 - Exemplo de cálculo / Fonte: as autoras. 1 1 1 Sobre a diferença entre RAT e FAP, o RAT e o FAP são dois conceitos relacio- nados à segurança do trabalho, mas que se referem a aspectos diferentes. O RAT diz respeito aos riscos ambientais presentes no ambiente de trabalho, enquanto o FAP é um índice usado para ajustar as alíquotas de contribuição das empresas para o financiamento do seguro de acidente de trabalho (SAT). PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), instituído pela Lei nº 6.321/76 e regulamentado pelo Decreto nº 5/1991, é uma iniciativa governa- mental de adesão voluntária que visa incentivar os empregadores a fornecerem alimentação nutricionalmente adequada aos seus trabalhadores. O programa oferece incentivos fiscais, com prioridade para trabalhadores de baixa renda, definidos como aqueles que recebem até cinco salários mínimos mensais. Não há exigência de um número mínimo de trabalhadores para participar; o empregador pode aderir ao PAT mesmo que seja para beneficiar apenas um funcionário. Qualquer pessoa inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), incluindo microempreendedores individuais, microempresas, empresas sem fins lucrativos e órgãos e entidades da Administração Pública Direta e Indireta, pode aderir ao programa. Pessoas físicas registradas no Cadastro Específico do INSS (CEI), também, são elegíveis. Os empregadores que participam do PAT estão isentos de encargos sociais sobre a parcela do valor dos benefícios concedidos aos trabalhadores. Além disso, empregadores que optam pela tributação com base no lucro real podem deduzir parte das despesas com o PAT do Imposto de Renda. As pessoas jurídicas podem deduzir do Imposto de Renda devido, com base no lucro real, o valor correspondente à aplicação da alíquota de 15% sobre a soma das despesas de custeio realizadas com o PAT, diminuída a participação dos empregados no custo das refeições. A dedução direta no imposto, relativa ao incentivo ao PAT, é limitada a 4% do Imposto de Renda (sem incluir o adi- cional). No entanto qualquer excesso pode ser utilizado para dedução nos dois anos-calendário subsequentes, respeitando os limites permitidos. Parahttps://jornal.usp.br/artigos/a-escravizacao-e-racismo-no-brasil-mazelas-que-ainda-perduram/ Alcântara (2016) escreve que, para alguns doutrinadores, os princípios doutriná- rios do direito do trabalho são muito importantes, uma vez que o desrespeito a qualquer um deles pode significar uma afronta ao sistema jurídico. Vejamos no Quadro 1, a seguir, os princípios doutrinários do direito do trabalho. Consequência de um período histórico mundialmente conturbado, a CLT correspondeu a um estágio no desenvolvimento jurídico. Isso porque, diferen- temente dos Códigos, a consolidação é a construção de textos legais, princípios e diretrizes; enfim, uma regulação das regras sociais existentes na relação entre empregador e empregado (Machado, 2009). UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 PRINCÍPIO CONCEITO Irrenunciabilidade de direitos As normas acordadas inicialmente no contrato laboral são imperativas e não podem ser extintas, modificadas ou alteradas pelos sujeitos da relação contratual, quando essa se caracterizar uma transação de renúncia (prejudicando o empregado). Somente poderá haver alterações nas normas acordadas quando essas forem benéficas ao empregado. Irredutibilidade salarial Aponta a Constituição da República em seu Art. 7º, inciso VI. Nenhum salário poderá ser reduzido. Salvo quando por meio de convenção ou acordo coletivo. Intangibilidade salarial Tangível é tudo aquilo que pode ser tocado ou apalpado. O salário está protegido por lei, não podendo sofrer qualquer bloqueio, devendo estar à disposição do empregado (salvo no caso de pensão alimentícia). Continuidade da relação de emprego O direito do trabalho trabalha com a premissa de que deve haver uma conservação do vínculo empregatício (em que as duas partes tenham benefícios). Por isso, determi- na que a duração do contrato de trabalho deva ser por tempo indeterminado, salvo exceção daqueles contratos a termo. Primazia da realidade Trata do desvio da função de forma individual, porém refor- çando o princípio da irrenunciabilidade. Desvio de função é quando a nova função desempenhada pelo empregado corresponde a uma função cuja remuneração salarial seria maior, porém o empregado continua ganhando pelo que foi contratado inicialmente. Proteção ao trabalhador Esse princípio é o mais peculiar quanto à proteção do em- pregado, pois orienta-o, sempre que seus direitos não forem preservados, a procurar auxílio por meio do Estado ou do direito processual do trabalho. Unicidade sindical Proíbe a criação de mais de uma entidade sindical da mesma categoria em uma mesma base territorial. Dessa forma, cria-se um sindicato único. Além disso, esse princípio aborda que é livre a associação (profissional ou sindical) dos trabalhadores, tornando-os livres para se associar ou retirar da associação a seu critério. Quadro 1 - Princípios doutrinários do direito do trabalho / Fonte: adaptado de Alcântara (2016). 1 1 Importante analisar esse quadro e perceber que, de forma individual, cada princí- pio, em contexto com a legislação trabalhista, favorece sempre a parte mais frágil da relação trabalhista, ou seja, o empregado. DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS TRABALHADORES Os trabalhadores têm a previsão de garantia dos direitos previstos na Constitui- ção Federal e no Direito do Trabalho, pois ambos têm uma relação muito estreita, já que a Constituição estabelece uma série de direitos aos trabalhadores, elen- cados do Art. 7º ao 11. É considerada a principal fonte do Direito do Trabalho. O Art. 7º prevê alguns direitos sociais fundamentais aos trabalhadores rurais e urbanos, organizados em 34 incisos; no Art. 8º, estão previstos os direitos da organização sindical e, no Art. 9º, o direito de greve. Todas as demais leis que são denominadas infraconstitucionais devem respeitá-la, sob pena de serem retiradas do mundo jurídico. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS (CLT) A CLT exerce a função de regular as relações individuais e coletivas de trabalho, além de servir como suporte para as normas de direito processual do trabalho, tornando-se uma eficaz ferramenta jurídica, pois nela são encontradas pratica- mente todas as normas laborais, seja material, seja processual (Machado, 2009). UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 As relações de trabalho reguladas pela CLT são as de emprego, ou seja, aquelas cujo trabalho seja subordinado ou por conta de outrem. O empregador pode ser do direito privado ou público, desde que a relação seja de emprego, e não estatutária (que é própria dos funcionários públicos). Também, estão excluídos o trabalho autônomo (eventual), o prestado por razões de humanidade (caridade) e, por fim, os de recuperação (detentos) (Carrion, 2015). Basicamente, os três principais agentes mencionados na CLT são: empre- gador-empregado-autônomo. Esse último é mencionado na CLT apenas para fins de aplicação de certos dispositivos. Vamos entender cada um dos elementos. Empregador No Art. 2º, da CLT, define-se como empregador a empresa, individual ou cole- tiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Nos seus parágrafos 1º e 2º, a CLT aborda que se assemelham ao empregador, para fins de relação de emprego, os profissio- nais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitam trabalhadores como empregados. Afirma também que, sempre que uma ou mais empresas, embora tenha perso- nalidade jurídica própria, estiver sob a direção, o controle ou a administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, será para os efeitos da relação de emprego, solidariamente respon- sáveis, a empresa principal e cada uma das subordinadas. Empregado No Art. 3º, da CLT, define-se como empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência desse e me- diante salário. Em seu parágrafo único, o Art. escreve que não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Para a caracterização do vínculo empregatício, são necessários os seguintes requisitos (Machado; Santos, 2016, p. 26): 1 4 a) prestação de serviço de forma não eventual, ou seja, habitual; b) subordinação: o empregador estabelece as regras/ordens ao empregado; c) pessoalidade: somente o empregado pode prestar o serviço; d) pagamento de salário: todo trabalho deve ser remunerado. Autônomo O trabalhador autônomo é quem exerce atividade por conta própria, com independência e sem subordinação, podendo o trabalhador autônomo ado- tar livremente os procedimentos disponíveis na execução do seu trabalho. Pode ser substituído por outro trabalhador na execução dos seus serviços (Machado; Santos, 2016). Em uma escala hierárquica, pode-se dizer que o empregador está ao lado do autônomo, ou seja, ele contrata os serviços de um terceiro, porém não cabe a ele ficar dando ordens e instruções de como fazer o serviço. A CLT, em seus Arts. 5º e 6º, estabelece também que: “ Art. 5º. A todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção de sexo. Art. 6º. Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimen- to do empregador e o executado no domicílio do empregado, desde que esteja caracterizada a relação de emprego (Brasil, 1943, on-line). Importante lembrar que, para a caracterização do vínculo empregatício, é neces- sário o preenchimento de todos os requisitos apresentados. Alguns artigos da CLT não estão mais em vigor. Portanto, tenha cuidado ao lê-los! Orientamos a acessar o site do Planalto, no qual a CLT estará disponibilizada na forma “atualizada”, além da observância do que está descrito na Constituição Fe- deral, para que não ocorram controvérsias ou interpretações duvidosas. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm EU INDICO UNIASSELVI 1 5 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htmo paga- mento mensal do imposto por estimativa, a parcela do incentivo excedente em cada mês pode ser utilizada nos meses subsequentes do mesmo ano-calendário, observando os limites normativos. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Vejamos alguns exemplos de cálculo: INCENTIVO DO PAT SOBRE DESPESA COM ALIMENTAÇÃO (15%) Despesa com alimentação R$ 920.000,00 Percentual de desconto do PAT 15% Total de Desconto Incentivo do PAT R$ 138.000,00 DEDUÇÃO DO IRPJ (ATÉ 4%) Valor do IRPJ Devido R$ 3.500.000,00 Limite de Dedução 4% Valor máximo de dedução R$ 140.000,00 Valor incentivo do PAT atualizado R$ 138.000,00 Quadro 3 - Exemplo de dedução de impostos com o PAT / Fonte: as autoras. Agora, uma análise comparativa entre empresas beneficiárias e não beneficiárias. EMPRESA 1 (SEM PAT) EMPRESA 2 (COM PAT) ECONOMIA Despesa com alimentação R$ 920.000,00 R$ 920.000,00 IRPJ R$ 3.500.000,00 R$ 3.362.000,00 R$ 138.000,00 Despesa Total R$ 4.420.000,00 R$4.282.000,00 R$ 138.000,00 Quadro 4 - Comparação de impostos / Fonte: as autoras. 1 1 1 O tema programa de alimentação do trabalhador (PAT) é extenso e gera muitas dúvidas e discussões. Que tal saber mais sobre ele efetuando a leitura de um material complementar? Tenha acesso ao manual completo do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) clicando no link a seguir: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/ servicos/empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat/faq-a- tualizacao-cgsst_ago23.pdf EU INDICO FGTS Digital O FGTS Digital é um conjunto de sistemas integrados dedicados à gestão da arrecadação dos valores devidos ao FGTS e à prestação de serviços digitais, com o objetivo de melhorar a prestação de informações aos trabalhadores e emprega- dores e de aperfeiçoar a arrecadação, a fiscalização, a apuração, o lançamento e a cobrança dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (Brasil, 2024). Em outras palavras, podemos dizer que o FGTS Digital é a nova platafor- ma responsável pela gestão da arrecadação do FGTS, substituindo a SEFIP. Esse sistema inovador utiliza as remunerações declaradas no eSocial, permitindo a individualização dos débitos desde a sua origem. UNIASSELVI 1 1 1 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/servicos/empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat/faq-atualizacao-cgsst_ago23.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/servicos/empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat/faq-atualizacao-cgsst_ago23.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/servicos/empregador/programa-de-alimentacao-do-trabalhador-pat/faq-atualizacao-cgsst_ago23.pdf TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Com isso, os empregadores podem gerar guias de pagamento de forma rápida e personalizada. Além disso, é possível consolidar diversas competências e tipos de débitos em um único documento, o que resulta em economia de tempo e redução de custos operacionais. A arrecadação do FGTS agora também pode ser realizada via PIX. Conheça os principais benefícios a serem alcançados com o FGTS Digital: ■ Eliminar burocracias e custos adicionais. ■ Diminuir os custos operacionais incorridos pelo FGTS. ■ Reduzir as despesas com tarifas pagas à rede arrecadadora do FGTS. ■ Digitalizar serviços (agilizar e automatizar procedimentos). ■ Melhorar os serviços voltados para trabalhador e empregador. ■ Promover a integração de ambientes e facilitar o acesso e gerenciamento de informações. ■ Garantir segurança, integridade e confiabilidade aos dados e às informa- ções armazenados e processados. ■ Diminuir a postergação da arrecadação anual do FGTS. ■ Fornecer informações para direcionamento de ações e tomada de deci- sões estratégicas. ■ Melhorar a gestão, o controle e a transparência dos processos. ■ Facilitar a comunicação entre Administrados e Administração. ■ Permitir que os atores relacionados ao recolhimento do FGTS possam ter acesso aos dados e às informações necessários para o exercício pleno de suas competências. eSocial O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) foi instituído pelo Governo Federal, em 2014, com a finalidade de unificar as informações dos trabalhadores em uma única plata- forma. O eSocial, também, integra o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) (Brasil, 2019). 1 1 4 Ao todo, 15 obrigações foram substituídas pelo eSocial. ■ Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP). ■ Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). ■ Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). ■ Livro de Registro de Empregados (LRE). ■ Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). ■ Comunicação de Dispensa (CD). ■ Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). ■ Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP). ■ Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF). ■ Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). ■ Quadro Horário de Trabalho: informações que compõem o quadro com as descritas jornadas de trabalho também registradas no eSocial. ■ Manual Normativo de Arquivos Digitais (MANAD). ■ Folha de pagamento: substituição da folha de pagamento — a forma de envio ao Ministério do Trabalho e Emprego foi alterada. ■ Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (GRF) e Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS (GRRF). ■ Guia da Previdência Social (GPS), substituída pelo Documento de Arre- cadações Federais (DARF) e gerada pela Declaração de Débitos e Crédi- tos Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos (DCTFWeb), seguindo o cronograma da substituição do Sistema Empre- sa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (SEFIP). Anteriormente à sua implementação, os dados relacionados a obrigações fis- cais, trabalhistas e previdenciárias eram transmitidos por diversos canais, como formulários específicos da Receita Federal, Caixa Econômica Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Ministério do Trabalho. O eSocial revolucionou a forma como as empresas gerenciam suas obriga- ções trabalhistas, previdenciárias e fiscais, ao simplificar e consolidar diversos processos (Brasil, 2019). UNIASSELVI 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 Todas as informações relacionadas aos funcionários são enviadas digitalmente, seguindo padrões específicos e em tempo real, o que ajuda a prevenir erros e a necessidade de retrabalho. Isso inclui dados sobre admissões, afastamentos, pe- ríodos de férias, desligamentos, folhas de pagamento, entre outros (Brasil, 2019). A adesão ao eSocial é obrigatória para todas as empresas, e o descumpri- mento das suas exigências pode acarretar multas e penalidades. EFD-Reinf A EFD-Reinf é uma escrituração fiscal digital criada no âmbito do Sistema Públi- co de Escrituração Digital (SPED), que tem, como um de seus objetivos, coletar informações dos contribuintes relativas a pagamentos ou créditos de rendimen- tos e retenções de imposto sobre a renda na fonte, com vistas a substituir a De- claração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte. A EFD Reinf visa simplificar e centralizar todas as informações das retenções destinadas às contribuições previdenciárias, à retenção de imposto de renda e às retenções das contribuições sociais. Sobre a escrituração realizada por meio da obrigação, destacam-se as seguintes informações: 1 1 1 ■ Os serviços tomados/prestados mediante cessão de mão de obra ou empreitada. ■ As retenções na fonte (IR, CSLL, COFINS, PIS/PASEP) incidentes sobre os pagamentos diversos efetuados a pessoas físicas e jurídicas. ■ Os recursos recebidos/repassados para associação desportiva que man- tenha equipe de futebol profissional. ■ A comercialização da produção e a apuração da contribuição previ- denciária substituídas pelas agroindústrias e demais produtores rurais pessoa jurídica. ■ As empresas que se sujeitam à CPRB (Lei nº 12.546/2011). ■ As entidades promotoras de evento que envolva associação desportivaque mantenha clube de futebol profissional. A periodicidade da entrega das informações para o EFD Reinf será mensalmente com prazo até o 15º dia do mês subsequente. A não entrega das informações da EFD Reinf no prazo incorrerá em multa para o contribuinte. DCTFWeb A DCTF Web (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Web) é uma obrigação tributária acessória em que o contribuinte declara suas dívidas e cons- titui o crédito previdenciário e as contribuições destinadas a terceiros (INSS). Esse também é o nome do sistema utilizado para editar e transmitir a declaração e gerar a guia de pagamento. A apuração dos impostos será realizada automaticamente, assim como a gera- ção do DARF, que virá com código de barras, numerado e totalmente integrado aos sistemas de cobrança da Receita Federal do Brasil. A declaração será gerada a partir das informações fornecidas no eSocial e na EFD-Reinf, que são escrituras digitais integrantes do Sistema Público de Escritu- ração Digital (SPED). A declaração deve ser única para cada empresa, entregue pela matriz e assinada digitalmente. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 eSocial EFD REINF DCTFWeb DARF Unificado Figura 2 - Integração de declarações / Fonte: as autoras. Descrição da Imagem: a figura apresenta um diagrama de fluxo. À esquerda, há duas caixas retangulares laranjas, uma acima da outra, com os textos “eSocial” e “EFD REINF”. Ambas têm setas apontando para a caixa central cinza, que contém o texto “DCTFWeb”. Da caixa central, uma seta aponta para a caixa laranja, à direita, com o texto “DARF Unificado”. Fim da descrição. Na DCTFWeb, serão declarados os seguintes tributos: ■ Contribuições previdenciárias a cargo das empresas (incidentes sobre a folha de pagamento). ■ Contribuições previdenciárias dos empregadores domésticos. ■ INSS das pessoas físicas sobre o salário contribuição. ■ CPRB (Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta) —Desonera- ção da Folha de pagamento. ■ Contribuições devidas pelo produtor rural pessoa jurídica, pela agroin- dústria e pela associação desportiva que mantém clube de futebol. ■ Outras Entidades ou Fundos (Terceiros). A DCTFWeb tem periodicidade mensal e deve ser transmitida pela internet até o dia 15 do mês seguinte ao da ocorrência dos fatos geradores. PRAZOS E MULTAS Manter a organização e o cumprimento dos prazos das obrigações acessórias é um verdadeiro desafio. Isso ocorre porque, para cada cliente, existem dezenas de prazos a serem cumpridos. Assim, mesmo para uma empresa de pequeno porte, torna-se complicado mapear todas as tarefas necessárias e controlar os 1 1 8 prazos para evitar as temidas multas por atraso nas obrigações acessórias. Cada uma delas tem uma periodicidade para envio, como mensal, trimestral ou anual, e exige determinadas informações da empresa. Vejamos o prazo de entrega e a multa pelo atraso das principais declarações acessórias. DECLARAÇÃO PRAZO MULTA POR ATRASO NA ENTREGA FGTS Digital Dia 20 do mês seguinte 30% do valor do débito eSocial Até o dia 15 do mês seguinte ao do início da obrigatoriedade do evento Depende do evento que deixou de ser entregue. Varia de 400,00 a R$ 181.000,00 EFD-Reinf Dia 15 do mês seguinte 2% ao mês ou fração sobre o valor dos tributos informados, limitada a 20% DCTFWeb Até o dia 15 do mês se- guinte ao que se refere à escrituração. R$ 200,00 para empresas sem movi- mento, e R$ 500,00 nos demais casos. Quadro 5 - Principais declarações acessórias – multas e prazos / Fonte: as autoras. Importante! As informações exigidas, nas obrigações acessórias, dependerão do regime tributário de cada empresa. Acadêmico, para expandir seus conhecimentos sobre o assunto abordado, gosta- ríamos de lhe indicar a aula que preparamos especialmente para você. Acredita- mos que essa aula complementará e aprofundará ainda mais o seu entendimento sobre o tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. EM FOCO UNIASSELVI 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 5 NOVOS DESAFIOS Ao ingressar no mercado de trabalho, você enfrentará diretamente os desafios impostos pela burocracia e pelas exigências fiscais. A capacidade de navegar por esse cenário burocrático com competência e agilidade será um diferencial no mercado de trabalho, especialmente em um ambiente onde a simplificação e a digitalização dos processos fiscais são tendências emergentes. Profissionais bem preparados poderão contribuir significativamente para a otimização dos processos internos das empresas, reduzindo custos e aumentan- do a competitividade no mercado. Eles serão capazes de implementar soluções inovadoras e tecnológicas que simplifiquem o cumprimento das obrigações fiscais, promovendo eficiência e conformidade. Dessa forma, a teoria aprendida se transforma em prática aplicada, gerando valor real para as organizações e preparando-os para um futuro profissional de sucesso. 1 1 1 1. Em vigor desde 2010, o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) é calculado sobre a alíquota dos Riscos Ambientais do Trabalho (RAT) e tem como objetivo incentivar a melhoria das condições de trabalho e saúde dos trabalhadores. O FAP bonifica as empresas com a redução do tributo ou, alternativamente, penaliza com seu aumento em até 100%, depen- dendo das ações implementadas no ambiente corporativo para atender à essa importante demanda (Brasil, 1991). Qual a metodologia de cálculo do FAP? a) Empresas que registram maior número de acidentes ou doenças ocupacionais, pa- gam mais. b) Empresas que possuam mais funcionários recebem redução de tributos, independen- temente do número de acidentes ou doenças ocupacionais. c) Empresas que registram maior número de acidentes ou doenças ocupacionais pa- gam menos. d) Empresas que apostam em prevenção e cuidado, independentemente do número de acidentes ou doenças ocupacionais, pagam menos. e) Empresas que não registram nenhum evento de acidente de trabalho podem ser boni- ficadas com a redução de 100% da alíquota do FAP. 2. O Risco Ambiental do Trabalho (RAT) é uma espécie de contribuição previdenciária em que sua alíquota considera os riscos que envolvem as atividades praticadas pelo funcionário na organização, ou seja, é destinada para custear os acidentes decorrentes do trabalho ou doenças ocupacionais adquiridas pelos empregados (Brasil, 1991). Sobre o RAT, analise as afirmativas a seguir: I - O risco pode ser de natureza física, química ou biológica e está intrinsecamente relacio- nado ao tipo de trabalho realizado. II - A identificação do RAT varia de acordo com o CNAE da empresa, ou seja, de acordo com sua atividade principal. III - O principal objetivo do RAT é garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores associa- dos ao ambiente de trabalho. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. AUTOATIVIDADE 1 1 1 3. As obrigações acessórias são documentos fundamentais que as empresas precisam apre- sentar ao Governo para demonstrar o pagamento de impostos e a conformidade com as normas fiscais. Essas obrigações variam de acordo com o regime tributário da empresa, como lucro real, Simples Nacional ou MEI. Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I - Manter a organização e o cumprimento dos prazos das obrigações acessórias é um verdadeiro desafio. PORQUE II - Para cada cliente, existem dezenas de prazos a serem cumpridos. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são falsas. AUTOATIVIDADE 1 1 1 REFERÊNCIAS BRASIL Conheça o eSocial.5 ago. 2019. Disponível em: https://www.gov.br/esocial/pt-br/cen- trais-de-conteudo Acesso em: 30 jul. 2024. BRASIL. Fator Acidentário de Prevenção. 2 fev. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/pre- videncia/pt-br/assuntos/previdencia-social/saude-e-seguranca-do-trabalhador/fap. Acesso em: 30 jul. 2024. BRASIL. FGTS Digital Caixa. Brasília, DF: Ministério do Trabalho e Emprego, 2024. Disponível em: https://www.fgts.gov.br/Documents/FAQ_Externa_Empregador_FGTS%20Digital_V3.pdf. Acesso em: 30 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 6 321, de 14 de abril de 1976. Dispõe sobre a dedução, do lucro tributável para fins de imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, do dobro das despesas realizadas em pro- gramas de alimentação do trabalhador. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Leis/L6321.htm. Acesso em: 30 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 8 212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l8212orig.htm. Acesso em: 30 jul. 2024. 1 1 1 1. Alternativa A. Pela metodologia do FAP, as empresas que registrarem maior número de acidentes ou doenças ocupacionais pagam mais. Por outro lado, o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) au- menta a bonificação das empresas que registram acidentalidade menor. No caso de nenhum evento de acidente de trabalho, a empresa é bonificada com a redução de 50% da alíquota. 2. Alternativa C. A afirmativa II está incorreta, pois a identificação do RAT é feita por meio de uma avalia- ção aprofundada do ambiente de trabalho. Essa avaliação considera os diferentes riscos associados ao local e à natureza do trabalho realizado. Profissionais especializados, como engenheiros de segurança do trabalho ou técnicos em segurança do trabalho, realizam essa análise usando uma variedade de técnicas e instrumentos. 3. Alternativa A. A asserção I afirma que manter a organização e o cumprimento dos prazos das obrigações acessórias é um verdadeiro desafio. Isso é verdadeiro, porque as obrigações acessórias envolvem uma série de documentos e declarações que precisam ser apresentadas ao Governo dentro de prazos específicos, o que requer organização e diligência por parte das empresas. A asserção II justifica a dificuldade mencionada na asserção I ao afirmar que, para cada cliente, existem dezenas de prazos a serem cumpridos. Isso também é verdadeiro, pois empresas que lidam com múltiplos clientes ou parceiros comerciais precisam atender a diferentes prazos e requisitos específicos de cada um, o que aumenta a complexidade e o desafio na gestão das obrigações acessórias. Portanto, a alternativa A está correta, pois ambas as asserções são verdadeiras e a segunda asserção justifica a primeira. GABARITO 1 1 4 MINHAS ANOTAÇÕES 1 1 5 MINHAS METAS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO Analisar a estrutura atual da tributação sobre a folha de pagamento no Brasil. Identificar os principais tributos incidentes sobre a folha de pagamento. Avaliar o impacto econômico da tributação sobre a folha de pagamento nas empresas. Comparar a tributação sobre a folha de pagamento no Brasil com outros países. Investigar as possíveis reformas tributárias relacionadas à folha de pagamento. Examinar os efeitos da tributação sobre a folha de pagamento no mercado de trabalho. Propor alternativas para a redução da carga tributária sobre a folha de pagamento. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6 1 1 1 INICIE SUA JORNADA A tributação sobre a folha de pagamento é um tema de extrema relevância e complexidade no cenário econômico brasileiro. Imagine uma empresa de médio porte que atua no setor de tecnologia e emprega cerca de 200 funcioná- rios. Nos últimos anos, a empresa tem enfrentado dificuldades financeiras significativas, em grande parte devido à alta carga tributária incidente sobre sua folha de pagamento. A empresa, que sempre foi um exemplo de inovação e crescimento sustentá- vel, agora se vê obrigada a cortar custos, o que inclui a dolorosa decisão de demitir parte de sua força de trabalho. Esse cenário fictício, embora hipotético, reflete a realidade de muitas empresas brasileiras que lutam para equilibrar suas contas em meio a um sistema tributário oneroso e complexo. A alta carga tributária sobre a folha de pagamento não apenas impacta a saúde financeira das empresas, mas também afeta diretamente o mercado de trabalho. Com menos recursos disponíveis para investimentos e expansão , as empresas são forçadas a reduzir contratações e, em casos mais extremos, demitir funcionários. Esse ciclo vicioso contribui para o aumento do desemprego e para a estagnação econômica. Refletir sobre a tributação sobre a folha de pa- gamento nos leva a considerar a importância de um sistema tributário justo e eficiente para o desenvolvimento econômico e social. A carga tributária excessiva não apenas sufoca o crescimento das empresas, mas também limita as oportunidades de emprego e o bem-estar da população. Portanto, é fundamental que estudantes, profissionais e legisladores se enga- jem em um debate profundo e informado sobre esse tema, buscando soluções que promovam a justiça fiscal e o desenvolvimento sustentável. A Reforma da Previdência aprovada em 2019 alterou as regras para a aposentadoria e para o cálculo do benefício, tanto no regime geral como no serviço público. Que tal saber mais sobre a reforma da previdência? Clique e ouça o podcast. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. PLAY NO CONHECIMENTO Menos recursos disponíveis para investimentos e expansão UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 VAMOS RECORDAR? O Governo Federal criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, com o objetivo de proteger o trabalhador regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Vamos recordar quando foi criado e como funciona o FGTS. Confira! https://www.youtube.com/watch?v=2DFLJfEFlBY&t=130s DESENVOLVA SEU POTENCIAL Inicialmente, é importante destacar que, em uma empresa, os impostos e as con- tribuições incidentes sobre a folha de pagamento são definidos como passivos, especificamente passivos trabalhistas. Assim, o passivo de uma empresa, se- gundo o CPC (2009, p. 5), é definido como “uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos”. 1 1 8 https://www.youtube.com/watch?v=2DFLJfEFlBY&t=130s Essa definição do CPC 25 apresenta uma obrigação que a empresa tem diante de seus empregados, como exemplo: o reconhecimento da obrigação de pagamento da folha de salários e seu pagamento, que deve ser realizado no período ime- diatamente posterior à ocorrência para os empregados. Dessa forma, a empresa cumpre suas obrigações com os empregados nos prazos da legislação e permite a sua continuidade de atividades. Além disso, é fundamental que os profissionais que atuam na apuração e con- figuração das movimentações trabalhistas e previdenciárias verifiquem a forma de tributação fiscal quanto ao regime de apuração de impostos, pois esse fator influencia no cálculo do INSS. Outro conhecimento importante se faz necessá- rio quanto à atividade da empresa, pois é ela que determinará os percentuais de cálculo, como o RAT e FAP. REGIMES TRIBUTÁRIOS O regime tributário é o sistema que define as regras para o cálculo e recolhimento dos impostos das empresas, além de determinar as obrigações e declarações que devem ser entregues aos órgãos públicos. Esse sistema estabelece a cobrança de impostos para cada CNPJ, levando em consideração o montante da arrecadação. Além disso, o regime de tributação, também, depende de diversos outros fatores específicos do negócio, como o porte da empresa, o tipo de atividade exercida, o faturamento, entre outros. No Brasil, são três os tipos de regimetributário mais adotados: ■ Lucro Real. ■ Lucro Presumido. ■ Simples Nacional. UNIASSELVI 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 LUCRO REAL O regime de Lucro Real é aquele em que o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) é calculado com base no resultado contábil do contribuinte, ajustado conforme as adições, exclusões e compensações estabelecidas pelo Fisco. Para fins de apuração do Lucro Real, o lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro opera- cional, das outras receitas e despesas e das participações nos lucros (Pohlmann, 2024). LUCRO PRESUMIDO O Lucro Presumido é um regime simplificado de tributação para o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Nesse regime, aplicam-se percentuais preestabelecidos pelo Fisco sobre as receitas auferidas pela empresa. A intenção do Fisco, ao criar essa sistemática, foi facilitar a apuração de tributos para empresas de médio e pequeno porte e, consequentemente, reduzir os custos de fiscalização. Isso se justifica porque, para as empresas optantes pelo Lucro Presumido, o Fisco não precisa, em princípio, auditar suas despesas, uma vez que o lucro é presumido com base exclusivamente nas receitas (Pohlmann, 2024). SIMPLES NACIONAL O Simples Nacional é um regime tributário instituído em 2006, pela Lei Complementar nº 123, direcionado para micro e pequenas empresas, incluindo os microempreende- dores individuais (MEIs). Seu objetivo é reduzir a burocracia e os custos para pequenos empresários, oferecendo um sistema unificado de recolhimento de tributos e simplifi- cando as declarações, entre outras facilidades. Esse regime permite o recolhimento de diversos tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia. A alíquota aplicada é diferenciada e varia conforme o faturamento da empresa, que é classificado em faixas de receita bruta anual, até o limite de R$ 4,8 milhões. Abordaremos, de maneira breve, um pouco sobre cada um dos regimes tributários. 1 1 1 No quadro a seguir, foi elaborado um resumo com as principais caracterís- ticas de cada regime. DEFINIÇÃO Lucro Real - Regime em que o IRPJ e a CSLL são calculados com base no lucro contábil ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislação. Lucro Presumido - Regime em que o IRPJ e a CSLL são calcula- dos com base em uma presunção de lucro sobre a receita bruta. Simples Nacional - Regime simplificado para micro e peque- nas empresas, que unifica diversos tributos em uma única guia de pagamento. OBRIGATORIEDADE Lucro Real - Empresas com receita bruta anual superior a R$ 78 milhões ou que se enquadrem em determinadas ativida- des específicas. Lucro Presumido - Empresas com receita bruta anual até R$ 78 milhões, exceto aquelas obrigadas ao Lucro Real. Simples Nacional - Empresas com receita bruta anual até R$ 4,8 milhões. BASE DE CÁLCULO Lucro Real - Lucro contábil ajustado. Lucro Presumido - Percentual da receita bruta, variando con- forme a atividade (8% para comércio, 32% para serviços etc.). Simples Nacional - Receita bruta anual, com alíquotas variá- veis conforme a faixa de faturamento e o setor de atividade. COMPLEXIDADE Lucro Real - Alta, devido à necessidade de escrituração contá- bil completa e ajustes fiscais. Lucro Presumido - Média, com menos exigências de escritura- ção contábil e fiscal. Simples Nacional - Baixa, com procedimentos simplificados e unificação de tributos. VANTAGENS Lucro Real - Pode resultar em menor carga tributária para em- presas com margens de lucro menores ou prejuízos. Lucro Presumido - Simplicidade no cálculo e possibilidade de menor carga tributária para empresas com margens de lucro altas. Simples Nacional - Simplificação administrativa e tributária, com alíquotas reduzidas para pequenas empresas. DESVANTAGENS Lucro Real - Maior complexidade e custos administrativos. Lucro Presumido - Pode resultar em carga tributária maior para empresas com margens de lucro menores. Simples Nacional - Limitação de receita bruta anual e restri- ções de atividades permitidas. Quadro 1 - Resumo das características dos regimes tributários / Fonte: as autoras. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 TRIBUTAÇÃO TRABALHISTA Para dimensionar as formas de tributação na área trabalhista, é fundamental que o profissional conheça os impostos incidentes sobre a folha de pagamento e compartilhe e absorva, com os demais departamentos da empresa, informações sobre a atividade e o regime de tributação para a composição das alíquotas de impostos do INSS, por exemplo. Diante dessas possibilidades e normas de enquadramento, os gestores das empresas realizam as opções de enquadramento e, além de atentar para as mo- vimentações fiscais, o levantamento de dados da folha de pagamento também é considerado. Um exemplo é a alíquota de INSS da parte de terceiros destinada a insti- tuições de cunho social que as empresas optantes do Lucro Presumido e Real e algumas atividades do Simples Nacional devem incorporar ao cálculo desse imposto, o que pode onerar os encargos trabalhistas de uma organização, pois trata de um adicional que é recolhido pelo empregador. Para auxiliar nos seus estudos, apresentaremos, de maneira sintetizada, infor- mações que devem ser consideradas na escolha dos regimes de tributação para a apuração dos impostos sobre a folha de pagamento. FORMAS DE TRIBUTAÇÃO INSS DES- CONTADO DO EMPREGADO INSS PAGO PELO EMPRE- GADOR IRRF DES- CONTADO DO EMPREGADO FGTS PAGO PELO EMPRE- GADOR Simples Nacional Indústria De 7,5 a 14% 0 Tabela do IR 8% Simples Nacional Comércio De 7,5 a 14% 0 Tabela do IR 8% Simples Nacional Serviços De 7,5 a 14% Ver anexos IV, V e VI do Simples Nacional Tabela do IR 8% 1 1 1 Lucro Presumido Indústria De 7,5 a 14% Varia de 26,8 a 28,8%; ver RAT e FAP Tabela do IR 8% Lucro Presumido Comércio De 7,5 a 14% 26,8%, nor- malmente Tabela do IR 8% Lucro Presumido Serviços De 7,5 a 14% Varia de 26,8 a 28,8%; ver RAT e FAP Tabela do IR 8% Lucro Real Indústria De 7,5 a 14% Varia de 26,8 a 28,8%; ver RAT e FAP Tabela do IR 8% Lucro Real Comércio De 7,5 a 14% 26,8%, nor- malmente Tabela do IR 8% Lucro Real Serviços De 7,5 a 14% Varia de 26,8 a 28,8%; ver RAT e FAP Tabela do IR 8% Quadro 2 - Impostos de acordo com o regime de tributação / Fonte: as autoras. Entende-se, ainda, que o imposto que recebe maior influência em seu cálculo é o INSS e devemos nos atentar para duas formas de recolhimento desse: ■ O percentual descontado do empregado pode variar conforme a legisla- ção vigente, atualmente varia de 7,5 a 14%. ■ O percentual apurado pela empresa sobre a folha de pagamento pode variar conforme a atividade e o grau de risco, variando de 26,8 a 28,8%. Vamos nos aprofundar no cálculo desses impostos. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) É muito importante que você acompanhe a contribuição para o INSS, pois é com base nessas contribuições mensais que você poderá, futuramente, usufruir do benefício da aposentadoria, baseando-se em critérios estipulados e valores calculados pelo órgão. O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) é um órgão do Governo Federal criado com o objetivo de pagamento mensal aos contribuintes que, de acordo com a legislação vigente, já alcançaram o tempo de contribuição para receberem a aposentadoria ou para garantir o recebimento de uma remuneração baseada nas contribuições apresentadas, caso o empregado não apresente, de forma temporária ou permanente, condições de continuar a atividade. A base de cálculo da contribuição social previdenciária dos segurados do Re- gime Geral da Previdência Social (RGPS) é o salário de contribuição, observados os limites mínimo e máximo que são apresentados anualmente. Previdência RGPS e RPPS, qual a diferença? O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) representa o sistema previdenciário gerenciado pela previdênciasocial e regulado pelo INSS. Ele abrange todos os em- pregados de empresas privadas bem como servidores públicos em regime de co- missão e temporários. Já o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) é o sistema de previdência obrigatório, exclusivo para servidores públicos de cargos efetivos, nomeados para cargos, concursados e seus dependentes. Cada entidade federati- va, como União, Estados, Distrito Federal e Municípios, possui sua própria regência. O RPPS e o RGPS são dois sistemas previdenciários fundamentais no Brasil, cada um atendendo a um segmento distinto da população trabalhadora (TJSC, [202-?]). ZOOM NO CONHECIMENTO Confira as alíquotas de contribuição ao INSS com o aumento do salário mínimo a partir de 1º de janeiro de 2024. 1 1 4 Dessa forma, um funcionário que recebe R$ 2.800,00 terá R$ 234,82 de desconto de INSS. Memória de Cálculo: CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2024 SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS ATÉ 1.412,00 7,5% DE 1.412,00 ATÉ 2.666.68 9% DE 1.412,00 ATÉ 2.666.68 12% DE 4.000 ATÉ 7.786,00 14% Figura 1 - Alíquotas de contribuição ao INSS a partir de 1º de janeiro de 2024 Fonte: https://www.gov.br/inss/pt-br/assuntos/confira-as-aliquotas-de-contribuicao-ao-inss-com-o-au- mento-do-salario-minimo. Acesso em: 30 jul. 2024. Descrição da Imagem: a figura mostra uma tabela com informações sobre a contribuição dos segurados empre- gado, empregado doméstico e trabalhador avulso para o pagamento de remuneração a partir de 1º de janeiro de 2024. A tabela está dividida em duas colunas: “Salário-de-contribuição (R$)” e “Alíquota progressiva para fins de recolhimento ao INSS”. A primeira coluna detalha faixas de salários em reais, divididas da seguinte forma: até R$ 1.412,00; de 1.412,01 até R$ 2.666,68; de 2.666,69 até R$ 4.000,03; e de 4.000,04 até R$ 7.786,02. A segunda coluna apresenta as alíquotas correspondentes a cada faixa salarial: 7,5%, 9%, 12% e 14%, respecti- vamente. Fim da descrição. FAIXA INÍCIO TÉRMINO PERCENTUAL BASE UTILIZADA VALOR DO INSS 1 R$ - R$ 1.412,00 7,5% R$ 1.412,00 R$ 105,90 2 R$ 1.412,01 R$ 2.666,68 9,0% R$ 1.254,68 R$ 112,92 3 R$ 2.666,69 R$ 4.000,03 12,0% R$ 133,32 R$ 16,00 4 R$ 4.000,04 R$ 7.786,02 14,0% - - TOTAIS R$ 2.800,00 R$ 234,82 Tabela 1 - Memória de Cálculo / Fonte: as autoras. UNIASSELVI 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Não podemos esquecer que toda empresa possui sócios com retiradas de pró-labores, que é o salário do sócio. Essa retirada, também, deve ter a in- cidência e a retenção do INSS. No nosso exemplo, teremos um sócio com retirada mensal de R$ 5.000,00. Para o cálculo do INSS dos sócios, a alíquota é fixa de 11%, vejamos o cálculo. 5.000,00 x 11% = 550,00 O sócio da empresa, nesse caso, terá a dedução de 550,00. Agora que já sabemos o valor retido do funcionário e do sócio, é hora de cal- cularmos o INSS patronal, que deve ser incluído na mesma guia de INSS, junto aos valores retidos para pagamento. O cálculo do INSS patronal se dá somente para empresas do Lucro Real e Lucro Presumido. INSS RETIDO Colaborador INSS Retido Funcionário R$ 234,82 Sócio R$ 550,00 Total (1) R$ 784,82 INSS PATRONAL SOBRE OS SALÁRIOS (FUNCIONÁRIO) Base de Cálculo R$ 2.800,00 20% Funcionários R$ 560,00 5,8% Terceiros R$ 162,40 1 1 1 1% RAT R$ 28,00 Total (2) R$ 750,40 INSS PATRONAL SOBRE O PRÓ-LABORE (SÓCIO) Base de Cálculo R$ 5.000,00 20% Funcionários R$ 1.000,00 Total (3) R$ 1.000,00 CÁLCULO DA GUIA DO INSS Total (1) INSS Retido R$ 784,82 Total (2) INSS Patronal s/salários R$ 750,40 Total (3) INSS Patronal s/pró-labore R$ 1.000,00 Total (2) R$ 2.535,22 Tabela 2 - Exemplo de cálculo do INSS patronal / Fonte: as autoras. A Lei nº 8.212/1991, em seu Art. 22, informa os percentuais de Terceiros (5,8%) para o cálculo do INSS, sendo: ■ Salário-Educação: 2,5%. ■ INCRA: 0,2%. ■ SENAI/SENAC/SENTAT: 1,0%. ■ SESI/SESC/SEST: 1,5%. ■ SEBRAE: 0,6%. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Agora vejamos o exemplo do documento de arrecadação do INSS. Receita Federal Documento de Arrecadação de Receitas Federais CNPJ Período de Apuração Observações Código Denominação Principal Multa Juros Total Composição do Documento de Arrecadação Data de Vencimento Número do Documento Pagar este documento até Valor Total do Documento Razão Social CP SEGURADOS - EMPREGADOS/AVULSO 7.071,59 330,00 13.902,91 600,00 7.071,59 330,00 13.902,91 600,00 01 CP SEGURADOS - EMPREGADOS/AVULSO PA: 06/2024 Vencimento: 19/07/2024 PA: 06/2024 Vencimento: 19/07/2024 CP SEGURADOS - CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS - 11 01 CP SEGURADOS - CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS - 11% PA: 06/2024 Vencimento: 19/07/2024 CP PATRONAL - EMPREGADOS/AVULSOS 01 CP PATRONAL - EMPREGADOS/AVULSOS PA: 06/2024 Vencimento: 19/07/2024 CP PATRONAL - CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS 01 CP PATRONAL - CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS 1082 1099 1138 1138 19/07/2024 34.710,80 07.16.24190.0661454-719/07/2024 Junho/2024 Nº Recibo Declaração: 50000245522343 Figura 2 - Exemplo de DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) / Fonte: as autoras. Descrição da Imagem: a figura apresenta um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), da Re- ceita Federal do Brasil. Na parte superior esquerda, está o logotipo da Receita Federal. Abaixo, há campos preen- chidos com informações da empresa, como o CNPJ (não visível) e a razão social (não visível). O período de apura- ção é Junho/2024, e a data de vencimento é 19/07/2024. O número do documento é 07.16.24190.0661454-7, e o número do recibo de declaração é 50000245522343. No lado direito, em destaque em um retângulo verde, há a informação “Pagar este documento até: 19/07/2024” e, logo abaixo, o “Valor Total do Documento: 34.710,80”. Abaixo dessas informações, há uma tabela com a composição do documento de arrecadação, dividida em colunas: Código, Denominação, Principal, Multa, Juros e Total. A tabela detalha as seguintes contri- buições: Código 1082: CP Segurados - Empregados/Avulso, com o valor principal de R$ 7.071,59 e total de R$ 7.071,59; Código 1099: CP Segurados - Contribuintes Individuais - 11%, com o valor principal de R$ 330,00 e total de R$ 330,00; Código 1138: CP Patronal - Empregados/Avulsos, com o valor principal de R$ 13.902,91 e total de R$ 13.902,91; e Código 1138: CP Patronal - Contribuintes Individuais, com o valor principal de R$ 600,00 e total de R$ 600,00. Fim da descrição. Resumindo, para calcular o INSS da empresa quando essa for do Lucro Presumi- do ou Real, deverão ser utilizados os seguintes valores: INSS parte da empresa: 20%; SAT/RAT: (ver o grau de risco de 1 a 3%); Parte de Terceiros: 5,8%. 1 1 8 FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado com o objeti- vo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho. Todos os meses, os empregadores depositam em contas abertas na CAIXA, em nome dos empregados, o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário. O FGTS é constituído pelo total desses depósitos mensais e os valores per- tencem aos empregados, que, em algumas situações, podem dispor do total de- positado em seus nomes (Brasil, [202-?]). Fica determinado que a responsabilidade pela elaboração da folha de pa- gamento e pela declaração dos dados referentes aos valores do FGTS, além de outras informações de interesse do Ministério do Trabalho e Emprego, caberá ao empregador ou responsável. Essa obrigação será cumprida por meio do envio de arquivos e informações ao eSocial e ao FGTS Digital. Para o cálculo do FGTS dos funcionários, a alíquota é fixa de 8%, vejamos o cálculo. RAT 1% RAT 2% RAT 3% INSS empresa: 20% TERCEIROS: 5,8% INSS empresa: 20% TERCEIROS: 5,8% INSS empresa: 20%TERCEIROS: 5,8% Total: 26,8% Total: 27,8% Total: 28,8% Tabela 3 - INSS Patronal, conforme RAT / Fonte: as autoras. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO – R$ 2.800,00 Valor do FGTS – R$ 224,00 UNIASSELVI 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 6 Agora, vejamos o exemplo do documento de arrecadação do FGTS. FGTS GFD - Guia do FGTS Digital CPF/CNPJ do Empregador Núm. de Pág. Observações Competência Quantidade Trabalhadores FGTS Mensal FGTS Mensal Indenização Compensatória Encargos FGTS Total Composição do Documento Identificador Tag Pagar este documento até 21:59:59 (Brasília) Valor a recolher Nome/Razão Social do Empregador 06/2024 Total Geral: 14 5.561,13 5.561,13 5.561,13 5.561,13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 19/07/2024 5.561,13 09420135 06/2024 MENSAL0124070216178602-11 Digital FFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS DigDigDigDiDigDigDigDigDigiDiDigDigDigDigDigDigDigDigDigDigDigDigDigiDiDigDigiigDigDigDigDDigDDigDDigDiiggDigDigDiDigDigDigDDiggDigigDigigDiDiggggggggitaitttittittititiiiiiiiiiiiiii l Figura 3 - Exemplo de GFD (Guia do FGTS Digital) / Fonte: as autoras. Descrição da Imagem: a figura apresenta uma Guia do FGTS Digital (GFD). No canto superior esquerdo, há o logotipo do FGTS Digital. Logo abaixo, há campos para preencher com o CPF ou CNPJ do empregador e o Nome ou Razão Social do empregador, que estão vazios. No canto superior direito, encontra-se a data de vencimento para pagamento do documento, que é “19/07/2024 às 21:59:59 (Brasília)”, e, logo abaixo, o valor a ser recolhido, que é “5.561,13”. Abaixo desses, há um espaço para observações, que está em branco. No meio da página, há a seção intitulada “Composição do Documento”, onde são apresentados os seguintes detalhes: Competência: 06/2024; Quantidade de Trabalhadores: 14; FGTS Mensal: 5.561,13; FGTS Rescisório: 0,00; Indenização Compensatória: 0,00; Encargos FGTS: 0,00; e Total: 5.561,13. No rodapé, há um resumo do “Total Geral”, que repete as informa- ções anteriores, confirmando o total de 5.561,13 para a competência de 06/2024, com 14 trabalhadores, e todos os outros valores (FGTS Rescisório, Indenização Compensatória, Encargos FGTS) como 0,00. Fim da descrição. A alíquota de recolhimento do FGTS é de 8%, independentemente do regime de tributação da empresa ou mesmo do valor da folha de cada empregado. Ainda é relevante mencionar que esse valor do FGTS é recolhido pela empresa e não é deduzido do empregado. O FGTS não incide sobre o valor da retirada dos sócios definida como pró-labore. 1 4 1 NOVOS DESAFIOS A construção do conhecimento teórico sobre tributação na área trabalhista e todo seu ecossistema é essencial para preparar o profissional para o mercado de trabalho. A prática profissional exige que os futuros profissionais apliquem esse co- nhecimento teórico de maneira eficaz. No ambiente de trabalho, eles precisarão calcular corretamente os impostos sobre a folha de pagamento, garantindo que a empresa esteja em conformidade com as obrigações fiscais. Isso envolve não apenas a aplicação de fórmulas matemáticas, mas também a interpretação de regulamentos complexos e a atualização constante sobre mudanças na legislação. A perspectiva de carreira para os profissionais que dominam a tributação na área trabalhista é promissora. Empresas de todos os setores buscam especialistas que possam garantir a conformidade fiscal e otimizar os custos relacionados à folha de pagamento. Além disso, a capacidade de interpretar e aplicar a legislação tributária de maneira eficaz pode abrir portas para posições de liderança em departamentos financeiros e de recursos humanos. Portanto, a integração entre teoria e prática não só prepara os acadêmicos para os desafios do mercado, mas também lhes proporciona uma base sólida para o crescimento e desenvolvimento profissional contínuo. Acadêmico, para expandir seus conhecimentos sobre o assunto abordado, gosta- ríamos de lhe indicar a aula que preparamos especialmente para você. Acredita- mos que essa aula complementará e aprofundará ainda mais o seu entendimento sobre o tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. EM FOCO UNIASSELVI 1 4 1 1. O regime tributário é o conjunto de normas que regulamenta o cálculo e a arrecadação dos impostos das empresas, além de especificar as obrigações e declarações que devem ser submetidas aos órgãos governamentais. Esse sistema define a forma de tributação aplicável a cada CNPJ (Pohlmann, 2024). Dentre os regimes tributários do Brasil, temos o Lucro Real. Qual a base de cálculo do Im- posto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) para esse regime? a) O resultado contábil do contribuinte, ajustado conforme as adições, exclusões e com- pensações estabelecidas pelo Fisco. b) O Balanço patrimonial do contribuinte, ajustado conforme as deduções, as isenções e os abatimentos determinados pelo Fisco. c) A demonstração de resultados do contribuinte, ajustada conforme as subtrações, isen- ções e compensações definidas pelo Fisco. d) A DMPL do contribuinte, ajustado conforme as adições e subtrações prescritas pelo Fisco. e) A apuração da DVA, ajustada conforme as exclusões, deduções e compensações esta- belecidas pelo Fisco. 2. Iniciar um negócio próprio exige uma série de decisões cruciais, sendo uma das mais im- portantes a escolha do regime tributário. Compreender a tributação pode ser um desafio para muitos empreendedores, mas é essencial ter um bom conhecimento sobre o tema para evitar complicações com as autoridades fiscais e proteger a saúde financeira da em- presa (Pohlmann, 2024). Sobre os regimes tributários, analise as afirmativas a seguir: I - LUCRO REAL é aquele em que o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) é calculado com base no resultado contábil. II - LUCRO PRESUMIDO é um regime simplificado de tributação para o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). III - SIMPLES NACIONAL é um regime tributário instituído em 2016 direcionado exclusiva- mente para os microempreendedores individuais (MEIs). É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. AUTOATIVIDADE 1 4 1 3. O pagamento de tributos está entre os principais custos de uma empresa, especialmente aqueles relacionados aos funcionários da organização. Por esse motivo, é fundamental conhecer os impostos incidentes sobre a folha de pagamento (Pohlmann, 2024). Quanto ao INSS descontado do empregado nas empresas enquadradas como Simples Nacional, qual o percentual aplicado? a) Varia de 7,5 a 14% sobre a remuneração do empregado. b) 8% sobre a remuneração do empregado. c) Varia de 26,8 a 28,8% sobre o faturamento da empresa. d) Varia de 7,5 a 14% sobre o faturamento da empresa. e) Acompanha a tabela do imposto de renda. AUTOATIVIDADE 1 4 1 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 8 212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l8212cons.htm. Acesso em: 30 jul. 2024. BRASIL. O que é FGTS? [202-?]. Disponível em: https://www.fgts.gov.br/Pages/sou-emprega- dor/o-que.aspx. Acesso em: 30 jul. 2024. CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 25: provisões, passivos contingentes e ati- vos contingentes. 16. set. 2009. Disponível em: https://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emi- tidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56. Acesso em: 30 jul. 2024. POHLMANN, M. C. Contabilidade tributária. 2. ed. – Barueri: Atlas, 2024. TJSC. Regime Geral de Previdência Social (RGPS/SC). [202-?]. Disponível em: https://www.tjsc. jus.br/web/servidor/aposentadoria-e-previdencia/previdencia/regime-geral-de-previdencia- -social-rgps-sc. Acesso em: 30jul. 2024. 1 4 4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm https://www.fgts.gov.br/Pages/sou-empregador/o-que.aspx https://www.fgts.gov.br/Pages/sou-empregador/o-que.aspx https://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56 https://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56 https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/aposentadoria-e-previdencia/previdencia/regime-geral-de-previdencia-social-rgps-sc https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/aposentadoria-e-previdencia/previdencia/regime-geral-de-previdencia-social-rgps-sc https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/aposentadoria-e-previdencia/previdencia/regime-geral-de-previdencia-social-rgps-sc 1. Alternativa A. O regime de Lucro Real é aquele em que o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) é calculado com base no resultado contábil do contribuinte, ajustado conforme as adições, exclusões e compensações estabelecidas pelo Fisco. Para fins de apuração do Lucro Real, o lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional, das outras receitas e despesas e das participações nos lucros. 2. Alternativa C. A afirmativa III está incorreta, pois o Simples Nacional é um regime tributário instituído em 2006, pela Lei Complementar nº 123, direcionado para micro e pequenas empresas, incluindo os microempreendedores individuais (MEIs). 3. Alternativa A. Varia de 7,5 a 14% sobre a remuneração do empregado. Em empresas do Simples Nacional, não há adicional do INSS Patronal. GABARITO 1 4 5 UNIDADE 3 MINHAS METAS CÁLCULO E REGISTRO CONTÁBIL DOS EVENTOS DA FOLHA DE PAGAMENTO Compreender os principais eventos que compõem a folha de pagamento. Conhecer a legislação trabalhista aplicada à folha de pagamento. Estudar os proventos e descontos. Calcular os proventos e descontos. Acompanhar a atualização da legislação trabalhista. Conhecer os tipos de aviso prévio. Praticar simulações trabalhistas. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7 1 4 8 INICIE SUA JORNADA Imagine-se trabalhando no departamento de Recursos Humanos de uma grande empresa. É o final do mês e você precisa calcular a folha de pagamento de todos os funcionários. Suponha que qualquer erro no cálculo ou no registro contábil pode resultar em problemas sérios, como pagamento incorreto aos empregados, multas fiscais ou até mesmo a desmotivação da equipe. A importância da resolução dessa problemática é imensa. O cálculo correto da folha de pagamento garante que os funcionários recebam seus salários de maneira justa e pontual, o que é crucial para manter a motivação e a satisfação no trabalho. Além disso, a precisão nos registros contábeis é fundamental para a saúde financeira da empresa, ajudando a evitar multas e penalidades legais. Para entender melhor como resolver essa questão, consideraremos algumas situações práticas: antes de realizar os cálculos, verifique os dados de todos os funcionários, incluindo horas trabalhadas, horas extras, descontos e benefícios. Use planilhas ou software especializado para garantir que todos os dados estejam corretos, analise a sua folha de pagamento. Dessa forma, reflita sobre a importância do cálculo e do registro corretos dos eventos da folha de pagamento. Pense sobre como esses processos impac- tam diretamente a vida dos funcionários e a estabilidade financeira da empresa. Considere também as implicações legais e éticas de realizar esse trabalho com precisão e responsabilidade e a importância da elaboração correta das infor- mações da folha de pagamento. Acompanhe mais sobre esse assunto no podcast que elaboramos para compar- tilhar mais informações! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. PLAY NO CONHECIMENTO UNIASSELVI 1 4 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 DESENVOLVA SEU POTENCIAL Considerando que os registros das remunerações dos empregados devem ser realizados pelas empresas contabilmente, o Comitê de Pronunciamentos Contá- beis CPC 25 ampara e descreve sobre os termos Provisão e Previsão: a Provisão consiste em algo que já está certo e liquidado, tem data de acontecer e é provável que ocorra. Já a Previsão é algo que não se tem a certeza de valor nem data de ocorrência e é possível que aconteça. Nesse entendimento, as provisões de férias, o décimo terceiro e a própria folha de pagamento são classificados como provisão. VAMOS RECORDAR? Vamos lembrar das normas trabalhistas: leia a Lei nº 13.467/2019, sobre a Reforma Trabalhista. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm Acompanhe e atualize-se também pesquisando no link a seguir: https://www.cpc. org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56 EU INDICO CÁLCULO DA FOLHA DE PAGAMENTO Basicamente, o salário, conforme o contrato de trabalho, pode ser pago de duas formas: mensalista e horista. O mensalista recebe pelos dias trabalhados e, nor- malmente, recebe um salário fixo mensal. O horista recebe pelas horas traba- lhadas, nesse caso, a variação no salário pode acontecer, ou seja, não tem um salário fixo mensal. 1 5 1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm https://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56 https://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56 Salário O conceito de salário está previsto nos Arts. 457 e 458, da CLT, que é a contra- prestação devida ao empregado pela prestação de serviços. A remuneração, por sua vez, é a soma do salário contratualmente estipulado por mês, por hora, por tarefa, entre outros, acrescido de outras vantagens percebidas na vigência do contrato de trabalho (Brasil, 2017). Para fins de utilização de exemplo, consideraremos que temos os seguintes fun- cionários na empresa: Funcionário A: salário base R$ 2.900,00. Funcionário B: salário base R$ 5.800,00. Funcionário C: salário base R$ 7.900,00. Esses funcionários servirão como base para todos nossos cálculos a seguir. UNIASSELVI 1 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Horas Extras (H.E) Para cálculo da hora extra, deve-se dividir o salário mensal do empregado por 220 e multiplicar o resultado por no mínimo 50% (ou o percentual definido em convenção coletiva). Salário base / 220 x Quantidade de horas trabalhadas no mês + 50%. No cálculo, consideramos um funcionário mensalista, ou seja, ele trabalha todo mês as suas 220 horas (44 horas semanais e 7,33 horas diárias). Cálculo: Funcionário A: (salário base): 2.900,00 / (total horas trabalhadas no mês) 220 x 15 (horas extras com 50%) + 50% = 296,59. Funcionário B: (salário base): 5.800,00 / (total horas trabalhadas no mês) 220 x 17 (horas extras com 50%) + 50% = 672,27. Funcionário C: (salário base): 7.900,00 / (total horas trabalhadas no mês) 220 x 20 (horas extras com 50%) + 50% = 1077,27. Descanso Semanal Remunerado (DSR) Ainda, em relação às horas extras recebidas pelo empregado, deve-se incluir o cálculo do Descanso Semanal Remunerado (DSR) nas horas extras trabalhadas. Um detalhe importante a ser considerado é que o empregador poderá descontar, do salário, a quantia correspondente à falta, inclusive, o repouso semanal (DSR), quando o empregado não cumprir integralmente seu horário de trabalho na se- mana anterior (Oliveira, 2015). Veja a fórmula para cálculo do DSR sobre a HE: DSR = (valor total das horas do mês/dias úteis no mês) x domingos e feriados do mês Vamos calcular o DSR dos funcionários simulando que são horistas: 1 5 1 Considerando que essa folha de pagamento foi realizada em junho de 2024, temos: 30 dias no mês; cinco dias de descanso (domingos: 2, 9, 16, 23 e 30/06); nenhum feriado nacional; e 25 dias úteis. Cálculo: Funcionário A: 2.900,00 / 25 x 5= 580,00. Funcionário B: 5.800,00 / 25 x 5 = 1.160,00. Funcionário C: 7.900,00 / 25 x 5 = 1.580,00. A mesma regra do cálculo do DSR sobre o salário, também, é usada para ocál- culo das horas extras, assim, aquele empregado que é horista recebe DSR sobre as horas extras também. Confirma a fórmula para cálculo do DSR sobre a HE: Cálculo: Funcionário A: 296,59 (valor das horas extras) / 25 (dias úteis) x 5 (dias des- canso) = 59,32. Funcionário B: 672,27 (valor das horas extras) / 25 (dias úteis) x 5 (dias des- canso) x 5 = 134,45. Funcionário C: 1.077,27 (valor das horas extras) / 25 (dias úteis) x 5 (dias des- canso) = 215,45. Insalubridade, periculosidade e adicional noturno A insalubridade incide sobre o salário mínimo vigente (conforme a NR-15, equivalente a 10, 20 ou 40%) e a periculosidade incide 30% sobre o salário do empregado vigente. DSR = (valor total das horas extras do mês/dias úteis no mês) x domingos e feriados do mês UNIASSELVI 1 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Vejamos o cálculo no quadro a seguir: O salário mínimo vigente em 2024 é de R$ 1.412,00. Esse valor será utilizado como base para o cálculo do adicional de insalubridade, independentemente do salário do empregado, como segue: Salário mínimo vigente: R$ 1.412,00 x 10% = 141,20 (grau mínimo). R$ 1.412,00 x 20% = 282,40 (grau médio). R$ 1.412,00 x 40% = 564,80 (grau máximo). É importante destacar que, nesse caso, a insalubridade foi calculada sobre a folha de salário de um funcionário mensalista. Se o funcionário for horista, a insalu- bridade incidirá sobre o DSR e as horas extras também. A fórmula para cálculo da hora extra basicamente é a mesma, a diferença é que se inclui o adicional para fins de cálculo: Salário base + ADICIONAL / 220 x Quantidade de horas trabalhadas no mês + 50% Acompanhe como fica no caso de insalubridade para empregado com horas extras: Cálculo: Funcionário A: 2.900,00 (salário base) + 141,20 (adicional insalubridade) / 220 (total horas trabalhadas no mês) x 15 (horas extras com 50%) + 50% = 311,03. Funcionário B: 5.800,00 (salário base) + 141,20 (adicional insalubridade) / 220 (total horas trabalhadas no mês) x 17 (horas extras com 50%) + 50% = 688,63. Funcionário C: 7.900,00 (salário base) + 141,20 (adicional insalubridade) / 220 (total horas trabalhadas no mês) x 20 (horas extras com 50%) + 50% = 1.096,52. 1 5 4 No caso da periculosidade, utilizaremos, como base de cálculo, o salário base do empregado e uma alíquota de 30%. Acompanhe o cálculo para o Funcionário A: Funcionário A: 2.900,00 (salário base) x 30% (periculosidade) = 3.770,00 (total do salário) Em relação às horas extras incidentes sobre a folha, a periculosidade, também, tem incidência de periculosidade. Acompanhe o cálculo para o Funcionário A: Funcionário A: 2.900,00 (salário base) + 870,00 (adicional periculosidade) / 220 (total horas trabalhadas no mês) x 15 (horas extras com 50%) + 50% = 385,56. Lembrando que, para o funcionário horista, a periculosidade, também, incide sobre o DSR e DSR sobre horas extras. Todas as empresas que possuem empregados, inclusive os autônomos ou MEI (Mi- croempreendedor Individual), devem contratar empresas especializadas em Saúde e Medicina do Trabalho para a elaboração dos laudos pertinentes. Consulte também o manual do eSocial, que aborda todos os assuntos relacionados à área trabalhista. https://www.gov.br/esocial/pt-br/documentacao-tecnica/manuais/mos-ma- nual-de-orientacao-esocial-v2.2/view EU INDICO Lembrando que, para o funcionário horista, a insalubridade, também, incide sobre o DSR e DSR sobre horas extras. UNIASSELVI 1 5 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Para o adicional noturno, um detalhe importante é verificar se é habitual, ou seja, se o funcionário sempre trabalha no horário noturno (das 22 às 5h para empregado urbano) ou se foi um caso esporádico, um caso excepcional. No caso de não ser habitual, ou seja, ele trabalha no período diurno, deve-se tomar por base o salário base do funcionário. Acompanhe no cálculo do Funcionário A: Funcionário A: 2.900,00 (salário base) x 20% (adicional noturno) = 3.480,00 (total do salário) INSS IRRF e FGTS cálculo Entender os descontos e impostos que podem incidir sobre o cálculo do salário é bem importante e, nesse caso, iniciaremos calculando os impostos: INSS, IRRF e FGTS. 1 5 1 Perceba que, na última faixa, é o que se classifica como teto do INSS, ou seja, quem recebe um salário acima desse valor recolherá o INSS somente até o teto, pois, de fato, para os atuais procedimentos de aposentadoria, o Governo estipulou essa porcentagem máxima. Assim como o INSS, o IRRF deve ser atualizado anualmente conforme as orientações do Governo federal em suas plataformas oficiais. A partir de 2024, o Governo lançou uma isenção para pessoas que recebem até dois salários mí- nimos, denominada Desconto Simplificado. Dessa forma, os contribuintes que ganham até R$ 2.824 por mês serão beneficiados com a isenção devido ao des- conto simplificado de R$ 564,80. Isso resulta em uma base de cálculo mensal de R$ 2.259,20, que é o limite máximo da faixa de alíquota zero da nova tabela. A tabela vigente em 2024, também, permite que empregados com filhos dependen- tes deduzam R$ 189,59 por dependente no cálculo do Imposto de Renda. Além disso, quem recebe até R$ 2.259,20 está isento de pagar o IRRF. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS Até 1.412,00 7,5% De 1.412,01 até 2.666,68 9% De 2.666,69 até 4.000,03 12% De 4.000,04 até 7.786,02 14% Tabela 1 - Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de janeiro de 2024 Fonte: https://www.gov.br/inss/pt-br/assuntos/confira-as-aliquotas-de-contribuicao-ao-inss-com-o-au- mento-do-salario-minimo. Acesso em: 31 jul. 2024. O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), mensalmente, deve rece- ber as contribuições de todas as pessoas que realizam alguma atividade laboral remunerada e, também, algumas empresas que recolhem conforme o regime de tributação ou atividades que realizam. Acompanhe: UNIASSELVI 1 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), nesse caso, o valor será repassado pela empresa diretamente para a Caixa Econômica Federal, por meio da guia do Documento de Arrecadação Receitas Federais (DARF). O FGTS não é descontado do empregado, mas, sim, recolhido pela empresa com vencimento no dia 20 do mês seguinte. A alíquota do FGTS será sempre de 8% para os empregados e pode mudar apenas em outras situações, como para o Menor Aprendiz (2%). Agora, entenderemos como realizar o cálculo do Instituto Nacional do Seguro Social/Imposto de Renda Retido na Fonte (INSS/IRRF) e FGTS do funcionário C: Funcionário C com um dependente para o IRRF: salário de R$ 7.900,00. Vamos seguir os passos: calcular nesta ordem: INSS/IRRF e FGTS. BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA DEDUÇÃO Até R$ 2.259,20 - - De R$ 2.259,21 até R$ 2.826,65 7,5% 169,44 De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 15,0% 381,44 De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,5% 662,77 Acima de R$ 4.664,68 27,5% 896,00 Tabela 2: IRRF 2024 Fonte: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/meu-imposto-de-renda/tabelas/2024. Acesso em: 31 jul. 2024. 1 5 8 PRIMEIRA FAIXAPRIMEIRA FAIXA (R$ 1.412,00 X 7,5%) = R$ 105,90. SEGUNDA FAIXA (R$ 2.666,68 - R$ 1.412,00) = R$ 1.254,68 x 9% = R$ 112,92. TERCEIRA FAIXA (R$ 4.000,03 - R$ 2.666,69) = R$ 1.333,34 x 12% = R$ 160,00. QUARTA FAIXA (R$ 7.786,02 - R$ 4.000,04) = R$ 3.785,98 x 14% = R$ 530,04. CONTRIBUIÇÃO INSS TOTAL (R$ 109,90 + R$ 112,92 + R$ 160,00 + R$ 530,04) = R$ 908,86 Logo, a alíquota efetiva, ou seja, a alíquota que ela estará recolhendo, será de: 908,86 (INSS) / 7.900 (Salário) * 100 = 11,50%. O 2º passo será o cálculo do IRRF do funcionário C, que possui um dependente. Acompanhe o cálculo: UNIASSELVI 1 5 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 FÓRMULA PARA CÁLCULO DO IRRF + Rendimentos Tributáveis 7.900,00 - INSS Retido 908,86 - Dedução de Dependentes 189,59 - Pensão/Faltas 0 = Base Cálculo 6.801,55 X Alíquota 27,50% = Valor do IRRF 1.870,43- Parcelas a Deduzir 896,00 = Imposto de Renda a Reter 974,43 Tabela 3 - IRRF - Funcionário C / Fonte: as autoras. Primeiro, deve-se deduzir o INSS e o valor dos dependentes, conforme a lei vigente, e, em seguida, realizar o cálculo por faixa da tabela vigente nesse caso, de 2024: Base de cálculo: R$ 6.801,55 (última faixa, ref. a acima de R$ 4.664,68) x 27,5% = R$ 1.870,43 (deduz a parcela a deduzir) - R$ 896,00 = R$ 974,43. O FGTS não é descontado do empregado, e, sim, pago pela empresa e sempre tem a alíquota de 8%, então: R$ 7.900,00 (salário) x 8% = R$ 632,00. Acompanhe como fica a folha de pagamento do Funcionário C: 1 1 1 Proventos: Salário: R$ 7.900,00 Descontos: (-) INSS de 11,50%: R$ 908,86. (-) IRRF de 27,5%: R$ 974,43. Líquido do salário: R$ 6.016,71 (7.900 - 908,86 - 974,43). O FGTS será depositado pela empresa no valor de R$ 632,00. Nesse caso, não soma nem desconta da folha de pagamento. Sobre o cálculo do pró-labore, a principal diferença é que o INSS tem uma alíquota fixa de 11%, não seguindo a tabela de INSS. Para o IRRF, aplica-se a mesma tabela utilizada para os empregados. Veja um exemplo de cálculo com um pró-labore no valor de R$ 1.500,00. Pró-labore: R$ 1.500,00. (-) INSS de 11%: R$ 165,00. Líquido: R$ 1.335,00. Para o pró-laborista, o INSS sempre será de 11% e não é obrigatório o recolhi- mento do FGTS. Contabilização da folha de pagamento Para Ribeiro (2018), junto à apropriação mensal do salário, deve-se, também, apropriar os demais encargos. Considerando o regime de competência, também, devemos reconhecer a provisão dos valores da folha de pagamento no mês em que ocorreram. No exemplo, utilizamos o Funcionário C e o pró-labore, então, vamos aos cálculos considerando uma empresa do lucro presumido com 20% de INSS patronal, 5,8% de Terceiros e 1% de RAT. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 Esses percentuais devem ser verificados para cada empresa, pois podem variar conforme a atividade dela. BASE DE CÁLCULO INSS RETIDO INSS PATRONAL 20% DA FOLHA TERCEIROS 5,8% RAT 1% TOTAL DO INSS Funcionário C 7.900,00 908,86 1.580,00 458,20 79,00 Pró-laborista 1.500,00 165,00 300,00 0 0 Totais 9.400,00 1.073,86 1.880,00 458,20 79,00 3.491,06 Quadro 4 - Valores do INSS a Recolher / Fonte: as autoras. O IRRF calculado para o Funcionário C é de R$ 974,43. O FGTS calculado para o Funcionário C é de R $632,00. Agora, segue a provisão da folha que deve ser realizada sempre no último dia do mês/competência em que a despesa ou custo da folha aconteceu. Considere, como exemplo, a competência de 6/2024. 1 1 1 30/06/2024: 1ª Etapa: apropriação ou provisão das despesas trabalhistas: Salários e pró-labore D – Desp. com Salários (R) – 7.900,00. C – Salários a Pagar (PC) – 7.900,00 (Valor Bruto do Salário). D – Desp. Pró-labore (R) – 1.500,00. C – Pró-labore a Pagar (PC) – 1.500,00 (Valor Bruto do Pró-labore). INSS e IRRF Retidos D – Salário a Pagar (PC) – 1.073,86. C – INSS a Recolher (PC) – 1.073,86 (Valor retido dos sócios e dos funcionários). D – Salário a Pagar (PC) – 974,43. C – IRRF a Recolher (PC) – 974,43 (Valor retido dos sócios e dos funcionários). Apropriação do FGTS D – Desp. com FGTS(R) – 632,00. C – FGTS a Recolher (PC) – 632,00. Apropriação do INSS D – Desp. Com INSS(R) – 2.417,20. C – INSS a Recolher (PC) – 2.417,20 (parte da empresa: 1880,00 + 458,20 + 79,00). 2ª Etapa: no mês seguinte, a empresa efetuará a liquidação da folha de pagamen- to, procedendo ao pagamento do líquido aos empregados e o recolhimento das demais obrigações. Data de pagamento até o 5º dia útil (05/07/2023): Salários e pró-labore: D – Salários a Pagar (PC) – 6.991,14. C – Caixa/Bancos (AC) – 6.991,14. (Valor Líquido da Folha: 7.900,00 - 908,86). D – Pró-labore a Pagar (PC) – 1.335,00. C – Caixa/Bancos (AC) – 1.335,00. (Valor Líquido do Pró-labore: 1.500,00 - 165,00). UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 7 INSS e IRRF Retidos D – INSS a Recolher (PC) – 2.417,20. C – Caixa/Bancos (AC) – 2.417,20 (Patronal + Terceiros + RAT = 1.880,00 + 458,20 + 79,00). D – IRRF a Recolher (PC) – 974,43. C – Caixa/Bancos (AC) – 974,43. Pagamento do FGTS D – FGTS a Recolher (PC) – 632,00. C – Caixa/Bancos (AC) – 632,00. Pagamento do INSS D – INSS a Recolher (PC) – 3.491,06. C – Caixa/Bancos (AC) – 3.491,06. Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei- to deste tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. EM FOCO NOVOS DESAFIOS A folha de pagamento é um documento essencial no ambiente corporativo, que detalha os valores a serem pagos aos funcionários por seus serviços prestados durante um período específico. A correta elaboração da folha de pagamento é fundamental para garantir a transparência e a legalidade nas relações trabalhistas, além de assegurar a satisfação dos colaboradores. 1 1 4 A contabilização da folha de pagamento envolve o registro detalhado de todas as despesas relacionadas aos salários e benefícios dos funcionários. Esse processo é crucial para a gestão financeira da empresa, pois permite monitorar e controlar os custos com pessoal, além de garantir o cumprimento das obrigações fiscais e previdenciárias. O registro contábil das horas extras deve ser feito de forma pre- cisa para evitar problemas futuros, como autuações fiscais ou descontentamento dos colaboradores. A integração entre os departamentos de recursos humanos e contabilidade é essencial para assegurar que todos os valores sejam registrados corretamente e que a empresa mantenha sua saúde financeira e conformidade legal. Além disso, com o avanço da tecnologia e a automação de processos, você deverá estar preparado para utilizar softwares especializados em folha de paga- mento, que facilitarão o trabalho e aumentarão a precisão dos registros contábeis. A contínua atualização e capacitação profissional será essencial para que possa se destacar no mercado de trabalho, contribuindo para a eficiência e a inovação nas práticas contábeis empresariais. UNIASSELVI 1 1 5 1. Um trabalhador recebe um salário mensal de R$ 2.500,00. Qual é o valor que o empregador deve depositar mensalmente no FGTS desse trabalhador, considerando a alíquota de 8%? a) R$ 150,00. b) R$ 200,00. c) R$ 250,00. d) R$ 300,00. e) R$ 350,00. 2. Um funcionário recebe um salário bruto mensal de R$ 3.000,00. Nesse momento, não consideraremos os impostos incidentes e provisionaremos o valor bruto do salário a ser contabilizado no último dia do mês em que ocorreu a prestação dos serviços. Analise as alternativas e assinale a correta: a) D – Desp. com Salários (R) – 3.000,00 C – Salários a Pagar (PC) – 3.000,00 (Valor Bruto do Salário). b) D – Caixa (AC) – 3.000,00 C – Salários a Pagar (PC) – 3.000,00(Valor Bruto do Salário). c) D – Bancos (AC) – 3.000,00 C – Salários Pagos (PC) – 3.000,00 (Valor Bruto do Salário). d) D – Salários Pagos (AC) – 3.000,00 C – Salários a Pagar (PC) – 3.000,00 (Valor Bruto do Salário). e) D – Resultado de Salários (AC) – 3.000,00 C – Caixa (AC) – 3.000,00 (Valor Bruto do Salário). 3. Um sócio de uma empresa recebe um pró-labore mensal de R$5.000,00. Considerando que a alíquota do INSS incidente sobre o pró-labore é de 11%, qual será o valor descontado para o INSS desse sócio? a) R$ 450,00. b) R$ 500,00. c) R$ 550,00. d) R$ 600,00. e) R$ 650,00. AUTOATIVIDADE 1 1 1 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 13 467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15). Disponível em https://www.gov.br/traba- lho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-cole-giados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regula- mentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-15-nr-15. Acesso em: 31 jul. 2024. CPC – COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 25: provisões, passivos contingentes e ativos contingentes. 16. set. 2009. Disponível em: https://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- -Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56. Acesso em: 30 jul. 2024. OLIVEIRA, A. de. Cálculos trabalhistas. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2015. RIBEIRO, O. M. Contabilidade intermediária. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 1 1 1 1. Alternativa B. Vamos calcular: Dado que o salário mensal é de R$ 2.500,00 e a alíquota do FGTS é de 8%, temos: 2.500 * 8% = 200,00 Portanto, o valor que o empregador deve depositar mensalmente no FGTS desse trabalhador é R$ 200,00. 2. Alternativa A. Para contabilizar o salário bruto de um funcionário no último dia do mês, em que ocorre a prestação dos serviços, devemos considerar que o valor do salário é uma despesa para a em- presa e que há um passivo, representado pelos salários a pagar. A contabilização correta deve debitar a despesa de salários e creditar o passivo de salários a pagar. A entrada correta seria: D – Desp. com Salários (R) – 3.000,00 C – Salários a Pagar (PC) – 3.000,00 (Valor Bruto do Salário) 3. Alternativa B. A contabilização correta do salário bruto de um funcionário no último dia do mês, em que ocorre a prestação dos serviços, consiste em reconhecer a despesa com salários e o passivo de salários a pagar. Essa contabilização é feita da seguinte forma: Débito: Despesa com Salários (R) – 3.000,00 Crédito: Salários a Pagar (PC) – 3.000,00 Essa entrada reflete a despesa com salários no resultado da empresa e o passivo que a empresa tem de pagar esses salários. GABARITO 1 1 8 MINHAS ANOTAÇÕES 1 1 9 MINHAS METAS CÁLCULO E REGISTRO DO 13º SALÁRIO E FÉRIAS Compreender os principais eventos que compõem o cálculo de férias e décimo terceiro salário. Conhecer a legislação trabalhista aplicada às férias e ao décimo terceiro salário. Calcular os proventos e descontos incidentes sobre férias e décimo terceiro salário. Praticar simulações do cálculo de férias e décimo terceiro salário. Entender a composição dos cálculos das férias e décimo terceiro salário. Compreender quais tabelas e alíquotas incidem sobre as férias e o décimo terceiro salário. Conhecer a contabilização das férias e do décimo terceiro salário. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8 1 1 1 INICIE SUA JORNADA Imagine-se como um trabalhador que aguarda ansiosamente pelo período de férias para descansar e recarregar as energias. Agora, suponha que, durante o ano, você teve algumas faltas e afastamentos por motivos variados. Como isso pode impactar seus direitos, especificamente o cálculo das férias e do décimo terceiro salário? A compreensão detalhada de como as faltas e os afastamentos afetam os cálculos das férias e do décimo terceiro salário é crucial. Esses direitos são as- segurados constitucionalmente e representam uma parte significativa do reco- nhecimento pelo esforço e pela dedicação dos trabalhadores ao longo do ano. A correta interpretação e aplicação dessas regras garante não só a conformidade com a legislação, mas também a motivação e a satisfação dos empregados, refle- tindo diretamente na produtividade e no ambiente de trabalho. Refletir sobre a importância das férias e do décimo terceiro salário leva à conscientização dos direitos e deveres dos trabalhadores. Como essas garan- tias impactam a economia e a qualidade de vida dos empregados? Quais são as implicações para as empresas em termos de planejamento e gestão de pessoal? Outro aspecto importante é entender a contabilização das movimentações contábeis para seu correto registro. Conforme Padoveze (2000) explica, a ciência contábil se traduz naturalmente dentro de um sistema de informação. Ainda assim, são necessárias pessoas e conhecimentos específicos para configurar os sistemas corretamente. Acompanhe e entenda mais sobre o assunto com o podcast preparado com mais informações. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente vir- tual de aprendizagem. PLAY NO CONHECIMENTO UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 VAMOS RECORDAR? Para todos os assuntos relacionados às férias e ao décimo terceiro salário, essencialmente, temos que recordar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Saiba mais acessando a leitura do Capítulo IV no link a seguir. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1535.htm DESENVOLVA SEU POTENCIAL Segundo o disposto no Art. 129, da CLT: “Todo empregado terá direito anual- mente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração” (Brasil, 1943, on-line). A finalidade das férias anuais seria “a recuperação da capacidade física e mental perdida pelo trabalhador durante a prestação de serviços por certo lapso temporal (12 meses de serviço), além de proporcionar sua reinserção familiar, comunitária e política” (Barreto; Leher, 2008, p. 189). 1 1 1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1535.htm Assim, para o correto registro contábil, as movimentações trabalhistas e previ- denciárias devem respeitar o regime de competência. Uma pesquisa de Ribeiro (2018) revela a importância desse correto registro para evitar o gerenciamento de resultados com o uso de provisões no Brasil. CÁLCULO E CONTABILIZAÇÃO DAS FÉRIAS Nesta etapa, entenderemos como calcular as férias. Então, para iniciar, reforça- remos o que é o período aquisitivo e concessivo de férias e, ainda, entenderemos que, independentemente de ser horista ou mensalista, todos têm direito às férias. Uma forma de facilitar a pesquisa para identificar o que tem incidência de INSS, FGTS e IRRF sobre as férias ou mesmo nos demais eventos é por meio de uma tabela dinâmica, acompanhe no link: https://www.coad.com.br/busca/deta- lhe_31/210039/orientacao EU INDICO Cálculo das férias Vamos exemplificar e trazer o cálculo das férias de um Funcionário A com salário base de R$ 5.800,00 e com um dependente para o imposto de renda, com os se- guintes registros e com direito a gozar 30 dias de férias. Em relação aos cálculos, seguem as férias gozadas de 30 dias: ■ Cálculo do INSS sobre as férias de 30 dias do Funcionário A: UNIASSELVI 1 1 1 https://www.coad.com.br/busca/detalhe_31/210039/orientacao https://www.coad.com.br/busca/detalhe_31/210039/orientacao TEMA DE APRENDIZAGEM 8 S al ár io d e C on tr ib u iç ão d o IN S S V al or p ar a S im u la çã o R $ 5 .8 0 0 ,0 0 A té u m s al ár io m ín im o R $ R $ R $ R $ d e R $ 1 .4 12 ,0 0 at é at é at é 1. 4 12 ,0 0 2. 6 6 6 .6 8 4 .0 0 0 ,0 3 d e R $ 2 .6 6 6 ,6 9 d e R $ 4 .0 0 0 ,0 4 7. 78 6 ,0 2 7, 5 % 9 % 12 % 14 % Li m it e d e C on tr ib u iç ão : R $ 9 0 8 ,8 5 A líq u ot a E fe ti va d o IN S S : 1 0 ,8 8 % R $ R $ R $ R $ R $ R $ R $ R $ 1ª 2ª 3 ª 4 ª 1. 4 12 ,0 0 1. 25 4 ,6 8 1. 3 3 3 ,3 5 1. 79 9, 9 7 10 5, 9 0 11 2, 9 2 16 0 ,0 0 25 1, 9 9 R $ 6 3 0 ,8 1 To ta l I N S S D ev id o Ta b el a d o IN S S (S al ár io d e C on tr ib u iç ão ) A líq u ot a Fa ix a => S al ár io d e C on tr ib u iç ão = > IN S S Fi gu ra 1 - IN SS s ob re f ér ia s go za da s / Fo nt e: a s au to ra s. D es cr iç ão d a Im ag em : a fi gu ra a pr es en ta u m a ta be la q ue d et al ha o s al ár io d e co nt rib ui çã o do IN SS p ar a um v al or d e si m ul aç ão d e R $ 5 .8 0 0 ,0 0 , c om u m a al íq uo ta e fe ti va d e 1 0 ,8 8 % . A t ab el a é co m po st a po r q ua tr o fa ix as d e co nt rib ui çã o, c ad a um a co m s ua re sp ec ti va a líq uo ta e v al or d ev id o. A p rim ei ra f ai xa c ob re a té u m sTEMA DE APRENDIZAGEM 1 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) estabelece condições de trabalho que serão aplicadas aos contratos individuais dos trabalhadores, possuindo efeito de norma. Encontramos no Art. 611, da CLT: “ Art. 611. Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de ca- tegorias econômicas e profissionais estipulam condições de traba- lho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. [...] § 2.º As Federações e, na falta destas, as Confederações represen- tativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das catego- rias a elas vinculadas, inorganizadas em sindicatos, no âmbito de suas representações (Brasil, 1943, on-line) As determinações contidas no Art. 613, da CLT, dispõem que: “ As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: I - Designação dos sindicatos convenentes ou dos sindicatos e empresas acordantes. II - Prazo de vigência. III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos res- pectivos dispositivos. IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de tra- balho durante sua vigência. V - Normas para a conciliação das divergências surgidas entre os convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos. VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus dispositivos. VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas. VIII - Penalidades para os sindicatos convenentes, os empregados e as empresas em caso de violação de seus dispositivos. Parágrafo único. As convenções e os acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a registro (Brasil, 1943, on-line). 1 1 Reitera-se que outras disposições podem estar contidas nos acordos e nas con- venções coletivas, dependendo da expressão da vontade e necessidade dos conve- nentes. Isso porque a Legislação Trabalhista passou a ser amplamente sustentada por mais fontes de informações, além das constantes na CLT. Além disso, é importante a leitura das Convenções e Acordos Coletivos em sua base legal: Art. 7º, XXVI, da CF, e Art. 611 a 625, da CLT. A Lei nº 13.467, publicada em 14 de julho de 2017, altera mais de uma centena de pontos da CLT e traz várias mudanças que afetarão o dia a dia do empregado e empregador, que abrangem as relações sindicais e que envolvem questões judiciais decorrentes de reclamatórias trabalhistas. As cláusulas contidas nos acordos e nas convenções coletivas são aplicadas a todos os empregados da empresa, sejam eles sindicalizados ou não, da mesma forma que são atribuídas às empresas. Aqui, verifica-se novamente o efeito erga omnes, ou seja, a lei ou norma vale para todos os indivíduos. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 A reforma trabalhista introduzida pela Lei nº 13.467/2017 acresceu o Art. 611-A à CLT para inovar que a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho terão prevalência sobre a lei quando dispuseram, entre outros temas, sobre jornada de trabalho, banco de horas, intervalo intrajornada, entre outros (Carvalho, 2018). O que a lei está dispondo, em sua literalidade, é que à Justiça do Trabalho não caberá mais verificar se foi desconsiderado, pela norma coletiva, o limite mínimo de proteção previsto em lei (Carvalho, 2018). Para que possa conhecer todo o conteúdo que abrange convenções e acordos coletivos, sanções pelo não cumprimento, prazos possíveis para prorrogação, hi- póteses de aplicação, leia a CLT, especificamente seus Arts. 614 a 625, e tenha contato com seus aspectos mais relevantes. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10681662/artigo-614-do-decreto-lei-n- -5452-de-01-de-maio-de-1943 EU INDICO DISSÍDIO COLETIVO De acordo com o Art. 114, da Constituição Federal, dissídio coletivo consiste no procedimento de solução de conflitos coletivos de trabalho perante a jurisdição. É, portanto, um dos meios de composição dos conflitos coletivos. Assim, nos dissídios coletivos, o interesse controvertido é de todo um grupo, genérica e abstratamente considerado, ou seja, o interesse, no dissídio coletivo, é transin- dividual, e a sua solução deverá ocorrer pela via jurisdicional. Os dissídios coletivos podem possuir duas naturezas: econômica ou jurí- dica. Os dissídios de natureza econômica têm por objetivo criar novas regras, normas, condições de trabalho que regem os contratos individuais. Exempli- ficando: tratam das cláusulas que concedem reajuste salarial ou estabilidade provisória do emprego, entre outras. Segundo o estabelecido no parágrafo 2º, do Art. 114, da Carta Magna de 1988, e também no parágrafo 4º, do Art. 616, da CLT, todos os dissídios de natureza econômica devem ser precedidos de tentativas de negociação. Essa é uma das 1 8 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10681662/artigo-614-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10681662/artigo-614-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 condições para que possa ser ajuizada ação para o dissídio coletivo. Somente se frustradas as negociações, é que pode ser intentada a ação do dissídio coletivo com natureza econômica. Os dissídios de natureza jurídica têm por finalidade a interpretação ou apli- cação de normas preexistentes, que incluem a interpretação da lei, dos acordos coletivos, das convenções coletivas e das sentenças normativas, entre as chamadas típicas atividades jurisdicionais (Delgado, 2010). Lembramos que é requisito para o ajuizamento do dissídio coletivo econômi- co e jurídico a aprovação em Assembleia Geral, que tenha por finalidade especí- fica a discussão desse trâmite processual. Do dissídio coletivo, o Juiz do Trabalho proferirá uma sentença normativa, cuja vigência máxima é de quatro anos, con- forme o Art. 868, da CLT. Essa decisão leva esse nome porque criará uma norma genérica aplicável aos integrantes das categorias envolvidas no dissídio. Acadêmico, para expandir seus conhecimentos sobre o assunto abordado, gosta- ríamos de lhe indicar a aula que preparamos especialmente para você. Acredita- mos que essa aula complementará e aprofundará ainda mais o seu entendimento sobre o tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. EM FOCO NOVOS DESAFIOS Estudar a história do direito do trabalho é tão importante quanto saber realizar os cálculos e a contabilização dos eventos que dele resultam. Os principais agentes de um contrato de trabalho são: empregado e empregador. Ao olharmos para o passado, é possível percebermos a importância em regulamentar as relações e refletirmos sobre nosso papel enquanto elementos ativos ao entendermos que todos que aplicam a força de trabalho são chamados de trabalhadores. Ao olharmos para a História, percebemos que as relações de trabalho evo- luíram de forma totalmente escravagista e sem direitos para outra em que foi possível regulamentar tanto as ações dos empregados quanto as dos emprega- dores e demais agentes que aplicam a força de trabalho. UNIASSELVI 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Mesmo com alterações previstas que intentaram, de certo modo, fragilizar di- reitos adquiridos, ainda podemos contar com os aspectos jurídicos do direito, que, em diálogo com a consolidação das leis trabalhistas, as convenções coletivas e demais dispositivos, garantem alguma dignidade e justiça aos trabalhadores. Percebemos então que trilhamos um caminho para a “evolução”. Mas será que já podemos considerar as práticas escravagistas como erradicadas? Será que, mediante a contrapartida chamada de salário, somos realmente livres para esco- lhermos o trabalho que queremos executar? Ou será que somos apenas mais uma geração que está vivenciando novas formas de servidão? Aproveite este momentoal ár io m ín im o (R $ 1 .4 1 2 ,0 0 ), co m u m a al íq uo ta d e 7 ,5 % , r es ul ta nd o em u m a co nt rib ui çã o de R $ 1 0 5 ,9 0 . A s eg un da f ai xa v ai d e 1 .4 1 2 ,0 1 a té R $ 2 .6 6 6 ,6 8 , c om u m a al íq uo ta d e 9 % , r es ul ta nd o em u m a co nt ri- bu iç ão d e R $ 1 1 2 ,9 2 . A t er ce ira f ai xa a br an ge d e 2 .6 6 6 ,6 9 a té R $ 4 .0 0 0 ,0 3 , c om u m a al íq uo ta d e 1 2 % , t ot al iz an do R $ 1 6 0 ,0 0 . A q ua rt a fa ix a va i d e 4 .0 0 0 ,0 4 a té R $ 7 .7 8 6 ,0 2 , co m u m a al íq uo ta d e 1 4 % , g er an do u m a co nt rib ui çã o de R $ 2 5 1 ,9 9 . A s om a da s co nt rib ui çõ es d e to da s as f ai xa s re su lt a em u m IN SS d ev id o de R $ 6 3 0 ,8 1 , s en do q ue o li m it e de c on tr ib ui çã o é R $ 9 0 8 ,8 5 . F im d a de sc riç ão . 1 1 4 Considere um salário bruto: R$ 5.800,00. A Tabela INSS a ser utilizada será a de 2024. Primeira faixa: (R$ 1.412,00 x 7,5%) = R$ 105,90. Segunda faixa: (R$ 2.666,68 - R$ 1.412,00) = R$ 1.254,68 x 9% = R$ 112,92. Terceira faixa: (R$ 4.000,03 - R$ 2.666,69) = R$ 1.333,34 x 12% = R$ 160,00. Quarta faixa: (R$ 7.786,02 - R$ 4.000,04) = R$ 1.799,97 x 14% = R$ 251,99. Contribuição INSS Total: (R$ 105,90 + R$ 112,92 + R$ 160,00 + R$ 251,99) = R$ 630,81. Nesse caso, a alíquota efetiva do INSS será 10,88% (630,81/5800). ■ Cálculo do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre Férias Gozadas: UNIASSELVI 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 + - - - = = = - x Fórmula para Cálculo IRRF Rendimentos Tributáveis INSS Retido Dedução de Dependentes Pensão/Faltas Base Cálculo Alíquota Valor do IRRF Parcela da Deduzir Imposto de Renda a Reter 5.800,00 630,81 189,59 0 4.979,60 27,50% 1369,39 896,00 473,39 Base de cálculo Alíquota Dedução Até R$ 2.259,20 De R$ 2.259,21 até R$ 2.826,65 De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 Acima de R$ 4.664,68 Rendimentos previdenciários isentos para maiores de 65 anos: R$ 1.903,98 Dedução mensal por dependente: R$ 189,59 - - 7,5% 15,0% 22,5% 27,5% R$ 169,44 R$ 381,44 R$ 662,77 R$ 896,00 Figura 2 - IRRF sobre férias gozadas / Fonte: as autoras. Descrição da Imagem: a figura apresenta duas tabelas lado a lado. A primeira tabela, à esquerda, possui dez linhas e três colunas. A linha de cabeçalho diz “Fórmula para Cálculo do IRRF”. A coluna 1 (linha 1ª a 10ª) apre- senta os seguintes sinais: “+”, “-”, “-”, “-”, “=”, “x”, “=”, “-”, “=”. A coluna do meio descreve os itens para o cálculo do IRRF: “Rendimentos Tributáveis”, “INSS Retido”, “Dedução de Dependentes”, “Pensão/Faltas”, “Base Cálculo”, “Alíquota”, “Valor do IRRF”, “Parcela da Deduzir” e “Imposto de Renda a Reter”. A última coluna mostra os valores: “5.800,00”, “630,81”, “189,59”, “0”, “4.979,60”, “27,50%”, “1369,39”, “896,00” e “473,39”, respectivamente. A segunda tabela. à direita. possui três colunas: “Base de cálculo”, “Alíquota” e “Dedução”, detalhando as faixas de rendimentos e as respectivas alíquotas e deduções aplicáveis. A “Base de cálculo” inclui faixas de rendimento: “Até R$ 2.259,20”, “De R$ 2.259,21 até R$ 2.826,65”, “De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05”, “De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68” e “Acima de R$ 4.664,68”. As alíquotas associadas são: “-”, “7,5%”, “15,0%”, “22,5%” e “27,5%”, com deduções de: “-”, “R$ 169,44”, “R$ 381,44”, “R$ 662,77” e “R$ 896,00”, respectivamente. No final da tabela, há notas sobre rendimentos previdenciários isentos para maiores de 65 anos, que são R$ 1.903,98, e a dedução mensal por dependente de R$ 189,59. Fim da descrição. 1 1 1 Com base na tabela de IRRF vigente a partir de 5/2024, o valor do IRRF calculado a pagar será de R$ 473,39, pois, nesse caso, o dependente do funcionário permite deduzir, da base de cálculo, o valor de R$ 189,59, mas é sempre importante acom- panhar a atualização da tabela de imposto de renda anualmente. Nesse caso, não optamos pelo desconto simplificado no cálculo do IRRF. Para o cálculo do INSS e IRRF, deve-se consultar as bases da Receita Federal em relação à tabela que está vigente: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br EU INDICO ■ Cálculo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço sobre Férias: Nesse caso, incide 8% sobre o valor das férias: R$ 5.800,00 x 8% = R$ 464,00. Já encontramos os valores dos impostos incidentes sobre as férias gozadas de 30 dias pelo Funcionário A: INSS R$ 630,81, FGTS R$ 464,00, e IRRF R$ 473,39. Lembrando que o FGTS é recolhido pela empresa. Ainda, porém, não finalizamos, agora, calcularemos os impostos incidentes sobre o 1/3 de férias gozadas. Nesse caso, para encontrar o valor de 1/3 das fé- rias, a conta realizada é: dividir o salário vigente dos 30 dias em três (terço), no exemplo: R$ 5.800,00/3 = R$ 1.933,33. O INSS sobre ⅓ de Férias será R$ 152,82. O FGTS será R$ 154,66. ■ Cálculo do INSS recolhido para o Instituto Nacional de Seguridade Social: UNIASSELVI 1 1 1 https://www.gov.br/receitafederal/pt-br TEMA DE APRENDIZAGEM 8 S al ár io d e C on tr ib u iç ão d o IN S S V al or p ar a S im u la çã o R $ 1 .9 3 3 .3 3 A té u m s a lá ri o m ín im o R $ R $ R $ R $ d e R $ 1 .4 12 ,0 0 at é a té at é 1. 4 12 ,0 0 2. 6 6 6 .6 8 4 .0 0 0 ,0 3 d e R $ 2 .6 6 6 ,6 9 d e R $ 4 .0 0 0 ,0 4 7. 78 6 ,0 2 7, 5 % 9 % 12 % 14 % Li m it e d e C on tr ib u iç ão : R $ 9 0 8 ,8 5 A líq u ot a E fe ti va d o IN S S : 7 ,9 0 % R $ R $ R $ R $ 1ª 2ª 1. 4 12 ,0 0 5 21 ,3 3 10 5, 9 0 4 6 ,9 2 R $ 1 5 2, 8 2 To ta l I N S S D ev id o Ta b el a d o IN S S (S al ár io d e C on tr ib u iç ão ) A líq u ot a Fa ix a => S al ár io d e C on tr ib u iç ão = > IN S S Fi gu ra 3 - IN SS s ob re u m t er ço d e fé ria s / Fo nt e: a s au to ra s. D es cr iç ão d a Im ag em : a fi gu ra a pr es en ta u m a ta be la d et al ha nd o o cá lc ul o do IN SS ( In st it ut o N ac io na l d o Se gu ro S oc ia l) pa ra u m s al ár io d e co nt rib ui çã o es pe cí fi co . N o to po , há u m a se çã o co m o t ít ul o “S al ár io d e Co nt rib ui çã o do IN SS ” e o va lo r pa ra s im ul aç ão , R $ 1 .9 3 3 ,3 3 , s eg ui do p el a al íq uo ta e fe ti va d o IN SS d e 7 ,9 0 % . A t ab el a é di vi di da e m t rê s pa rt es p rin ci pa is : u m a ta be la d e fa ix as s al ar ia is e a líq uo ta s, u m a se çã o de c ál cu lo d o va lo r do IN SS e o t ot al d o IN SS d ev id o. A p rim ei ra p ar te li st a qu at ro f ai xa s de s al ár io s co m su as re sp ec ti va s al íq uo ta s: a té R $ 1 .4 1 2 ,0 0 c om 7 ,5 % , d e 1 .4 1 2 ,0 1 a té R $ 2 .6 6 6 ,6 8 c om 9 % , d e 2 .6 6 6 ,6 9 a té R $ 4 .0 0 0 ,0 3 c om 1 2 % , e d e 4 .0 0 0 ,0 4 a té R $ 7 .7 8 6 ,0 2 c om 1 4 % . A s eg un da p ar te d et al ha o c ál cu lo d a co nt rib ui çã o em d ua s fa ix as , m os tr an do q ue , p ar a um s al ár io d e R $ 1 .4 1 2 ,0 0 , a c on tr ib ui çã o é de R $ 1 0 5 ,9 0 e , p ar a a fa ix a ad ic io na l d e R $ 5 2 1 ,3 3 , a c on tr ib ui çã o é de R $ 4 6 ,9 2 , t ot al iz an do R $ 1 5 2 ,8 2 . A ba ix o da t ab el a, h á um a in fo rm aç ão s ob re o li m it e de c on tr ib ui çã o, q ue é R $ 9 0 8 ,8 5 . F im d a de sc riç ão . 1 1 8 Primeira faixa: (R$ 1.412,00 X 7,5%) = R$ 105,90.Segunda faixa: (R$ 2.666,68 - R$ 1.412,00) = R$ 521,33 x 9% = R$46,92. Contribuição INSS Total: (R$ 105,90 + R$ 46,92) = R$ 152,82. A alíquota efetiva do INSS, nesse caso, é 7,90% (R$ 152,82 / R$ 1.933,33) e o terço de férias sempre deve ser calculado separadamente do salário das férias. ■ Cálculo do Imposto de Renda Retido na Fonte para Férias: Nesse caso, em se tratando de férias gozadas, tem incidência de IRRF, porém, como o valor de R$ 1.933,33 fica abaixo do limite de tributação da primeira faixa da tabela, dessa forma, não tem o IRRF no terço adicional de férias, pois o valor não ultrapassou o valor da primeira faixa da tabela de imposto de renda vigente. ■ FGTS sobre o terço adicional de férias: Para o cálculo de FGTS, utiliza-se 8%: R$ 1.933,33 x 8% = R$ 154,66, que será depositado pela empresa, logo, não é descontado do empregado. O FGTS será depositado pela empresa na Caixa Econômica Federal e não é descontado do funcionário, mas, sim, recolhido pela empresa; por isso, não está deduzindo. Contabilização das férias A contabilização das férias deve seguir o regime de competência, mensalmente, deve-se reconhecer ou apropriar 1/3 das férias. Consideramos que utilizaremos como base o salário de R$ 5.800,00 para o cálculo da apropriação mensal de ½ de férias, vamos proceder da seguinte forma: Total da folha de pagamento dos funcionários (valor bruto) / 12 = 1/12 avos UNIASSELVI 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 Não esqueça que, no caso das férias, deve-se contabilizar 1/3. Vamos considerar que os funcionários realizaram as seguintes horas extras: Valor das férias / 3 = Valor de 1/3 das férias Teremos os seguintes valores a ser apropriados ou registrados mensalmente: Valor das férias + valor de 1/3 sobre férias = Valor total Teremos os seguintes valores a ser contabilizados mensalmente: 1/12 avos de férias (R$ 5.800,00 / 12 x 1) = R$ 483,33. R$ 483,33 + 1/3 sobre as férias = R$ 161,11. R$ 483,33 + R$ 161,11 = R$ 644,44. INSS parte patronal (26,8% sobre R$ 644,44) = R$ 172,70. FGTS (8% sobre os 644,44) = 51,55. No fim do ano, após apurado mensalmente os valores, teremos, então, os seguin- tes montantes: 12/12 avos de férias (R$ 5.800,00 / 12 x 12) = R$ 5.800,00. R$ 5.800,00 + 1/3 (R$ 1.933,33) sobre as férias = R$ 7.733,33. INSS parte patronal (26,8% sobre R$ 7.733,33) = R$ 2.072,53. FGTS (8% sobre os R$ 7.733,33) = R$ 618,66. 1ª Etapa: no último dia de cada mês - apropriação das despesas trabalhistas. Férias (Valor Bruto) D – Desp. com Férias (R) – 644,44. C – Férias a Pagar (PC) – 644,44. 1 8 1 Apropriação do INSS (parte patronal) D – Despesa com INSS s/Férias (R) – 172,70. C – INSS s/Férias a Recolher (PC) – 172,70. Apropriação do FGTS D – Desp. com FGTS s/Férias (R) – 51,55 C – FGTS s/Férias a Recolher (PC) – 51,55 2ª Etapa: no mês em que a empresa efetuar o pagamento das férias. Considere que teremos os seguintes valores: Férias a pagar + 1/3 sobre férias (7.733,33). Todavia, agora, haverá a retenção do INSS e IR dos funcionários conforme já calculamos, sendo: INSS Retido – 783,63. IRRF Retido – 473,39. Líquido – 6.476,31 a pagar (7.733,33 - 783,63 - 473,39). Como nossa apropriação mensal foi feita sempre a crédito na conta de férias a pagar, no entanto, teremos que fazer uma transferência de valores para ajustar o saldo das contas de INSS e IR retido, que se dará da seguinte forma: D - Férias a Pagar (PC) – 1.257,02. C - INSS s/Férias a Recolher (PC) – 1.257,02. C - IRRF s/Férias a Recolher (PC) – 1.257,02. Agora, podemos proceder com os respectivos pagamentos: Pagamento das férias (Líquido): D – Férias a Pagar (PC) – 6.476,31. C - Caixa Bancos (AC) – 6.476,31. Pagamento INSS sobre férias a recolher (Parte Patronal) D - INSS sobre férias a recolher (PC) – 2.245,13 (172,70 + 2.072,43). C - Caixa Bancos (AC) – 2.245,13. UNIASSELVI 1 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 Pagamento FGTS sobre férias a recolher D - FGTS sobre férias a recolher (PC) – 618,66. C - Caixa Bancos (AC) – 618,66. Pagamento INSS sobre férias a recolher (Parte Retida) D - INSS s/férias a Recolher (PC) – 783,63. C - Caixa Bancos (AC) – 783,63. Pagamento IRRF sobre férias a recolher (Parte Retida) D - IRRF s/férias a Recolher (PC) – 473,39. C - Caixa Bancos (AC) – 473,39. Chegamos ao fim desse assunto, convidamos você a prosseguir no conteúdo. Cálculo do décimo terceiro salário O décimo terceiro salário é uma forma de gratificar o empregado, próximo ao período natalino, pelo trabalho durante o ano corrente. Devendo ser paga a sua primeira parcela até dia 30 de novembro e a segunda parcela até dia 20 de de- zembro do mesmo ano. Também haverá incidência de: IMPOSTO 1ª PARCELA 2ª PARCELA INSS Não Sim FGTS Sim Sim IRRF Não Sim Quadro 1 - Impostos sobre décimo terceiro salário / Fonte: as autoras. É importante destacar que, no décimo terceiro salário, também incidem pericu- losidade, insalubridade, horas extras e demais variáveis. Vamos acompanhar o cálculo considerando o Funcionário A, que foi admitido na empresa em 02/01/ X1 pelo salário de R$ 5.800,00 e tem um dependente para Imposto de Renda. 1 8 1 Considere que o pagamento da 1ª parcela foi realizado em novembro de X1 e o Funcionário A iniciou seus trabalhos na empresa em 2 de Janeiro de X1, assim, tem o direito ao décimo terceiro integral, pois trabalhou os doze meses do ano corrente na empresa, acompanhe: Salário Base: R$ 5.800,00 / 12 = R$ 483,33 x 12 (meses) = R$ 5.800,00. Esse é o valor bruto do décimo terceiro integral, porém, no pagamento da primeira parcela, pagaremos a metade desse valor sem nenhum desconto de impostos. Agora, calcularemos a segunda parcela do décimo terceiro salário, conside- rando o salário do Funcionário A, R$ 5.800,00, em que já calculamos o INSS, FGTS e IRRF anteriormente: INSS: 630,81 / IRRF: 473,39 / FGTS: 232,00. Total do salário vigente (valor bruto) / 12 = 1/2 x quantidade de meses trabalhados / 2 Recibo de Pagamento de Salário CNPJ Código Nome do funcionário CBO Ref. Mês/Ano 06/2024 Cód 1 2 3 4 Descrição Décimo Terceiro Salário Adiantamento 13º Salário INSS IRRF Ref. 12 Vencimentos Descontos R$ 5.800,00 R$ 2.900,00 R$ 630,81 R$ 473,39 Total Venc. Total Desc. 5.800,00 4.004.20 Total Líquido R$ 1.795.80 R$ 5.800,00 Base Cálc. INSS Base Cálc. FGTS Valor FGTS IRRF 5.800,00 2.900,00 232,00 27,50% Figura 4 - Décimo terceiro salário - segunda parcela / Fonte: as autoras. Descrição da Imagem: a figura apresenta um recibo de pagamento de salário para o mês/ano de referência 6/2024, com campos para CNPJ, código, nome do funcionário e CBO. A tabela apresenta uma coluna de “Cód” com os valores 1, 2, 3 e 4, uma coluna de “Descrição”, indicando Décimo Terceiro Salário, Adiantamento 13º Salário, INSS e IRRF, uma coluna de “Ref.”, com o valor 12, uma coluna de “Vencimentos”, com o valor R$ 5.800,00, e uma coluna de “Descontos”, com os valores R$ 2.900,00, R$ 630,81 e R$ 437,39. Na parte inferior, há informações adicionais com o total de vencimentos de R$ 5.800,00, total de descontos R$ 4.004.20, resultando em um total líquido de R$ 1.795,80. A base de cálculo do INSS é R$ 5.800,00, a base de cálculo do FGTS é R$ 2.900,00, o valor do FGTS é R$ 232,00 e IRRF é 27,50%. Fim da descrição. UNIASSELVI 1 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 Perceba que apenas na segunda parcela do décimo terceiro salário será deduzido o INSS e IRRF. Em relação ao FGTS, este será recolhido (pago) pela empresa na primeira e na segunda parcelas. Contabilização do décimo terceiro salário O trabalhador faz jus a 1/12 do seu salário a título de décimo terceiro salário a cada mês trabalhado, sendo tecnicamente correto apropriar mensalmente essa despesa e demais encargos decorrentes (Ribeiro, 2018). Sobre o décimo terceiro salário, o empregado contribui normalmente para o INSS, aplicando-se os per- centuais já estudados, além do imposto de renda, que é retido na fonte, cabendo à empresa recolher o INSS (parte patronal) e o FGTS. Didaticamente, solicita-seo cálculo mensal do décimo terceiro com base no valor bruto da folha de pagamento, mas, na prática, é preciso efetuar cálculos conforme os direitos adquiridos de cada trabalhador para obter um montante mais exato. Para exemplificar nossa contabilização, utilizaremos o Funcionário A com salário de R$ 5.800,00 e as tabelas de INSS e IRRF vigentes em junho de 2024: 1 8 4 INSS: 630,81. IRRF: 473,39. Teremos os seguintes valores apropriados mensalmente: 1/12 avos de 13º salário (5.800,00/12x1) = 483,33. INSS parte patronal (26,8% sobre 483,33) = 129,53. FGTS (8% sobre os 483,33) = 38,66. No fim do ano, após apurados, mensalmente, os valores, teremos, então, os se- guintes montantes: 12/12 avos de 13º salário (5.800,00/12x12) = 5.800,00. INSS parte patronal (26,8% sobre 5.800,00) = 1.554,40. FGTS (8% sobre os 5.800,00) = 464,00. 1ª Etapa: no último dia de cada mês - apropriação das despesas trabalhistas: 13º Salário (Valor Bruto) D – Desp. com 13º Salário (R) – 483,33. C – 13º Salário a Pagar (PC) – 483,33. Apropriação do INSS (parte patronal) D – Despesa com INSS s/13º Salário (R) – 129,53. C – INSS s/13º Salário a Recolher (PC) – 129,53. Apropriação do FGTS D – Desp. com FGTS s/13º Salário (R) – 38,66. C – FGTS s/13º Salário a Recolher (PC) – 38,66. 2ª Etapa: no mês em que a empresa efetuar o pagamento da 1ª parcela do 13º Salário. Pagamento 1ª Parcela 13º Salário - 50% sobre 5.800,00 D - 13º Salário a Pagar (PC) – 2.900,00. C - Caixa Bancos (AC) - 2.900,00. UNIASSELVI 1 8 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 Pagamento FGTS sobre 1ª parcela (8% sobre 2.900,00 - Valor Bruto do 13º Apropriado) D - FGTS sobre 13º salário a recolher (PC) – 232,00. C - Caixa Bancos (AC) 232,00. Observe que na primeira parcela não há pagamento de INSS e IR. 3ª Etapa: no mês em que a empresa efetuar o pagamento da 2ª parcela do 13º salário. Na segunda parcela, teremos os seguintes saldos: Saldo a pagar de 13º Salário (2.900,00). Porém, agora, haverá a retenção do INSS e IR dos funcionários, sendo: INSS Retido – 630,81. IRRF Retido – 473,39. Líquido – 1.795,80 a Pagar da 2ª Parcela do 13º Salário. Como nossa apropriação mensal foi feita sempre a crédito na conta de 13º salário a pagar, no entanto, teremos que fazer uma transferência de valores para ajustar as contas de INSS e IR Retido: D - 13º Salário a Pagar (PC) – 2.900,00. C - INSS s/13º Salário a Recolher (PC) – 630,81. C - IRRF s/13º Salário a Recolher (PC) – 473,39. Agora, podemos proceder com os respectivos pagamentos: Pagamento 2ª parcela 13º Salário (Líquido) D - 13º Salário a Pagar (PC) – 1.795,80. C - Caixa Bancos (AC) – 1.795,80. 1 8 1 Pagamento INSS sobre 13º salário a recolher (Parte Patronal) D - INSS sobre 13º salário a recolher (PC) – 1.554,40. C - Caixa Bancos (AC) – 1.554,40. Pagamento FGTS a recolher sobre 1ª parcela (8% sobre 2.900,00 - Valor Bruto do 13º Apropriado) D - FGTS sobre 13º salário a recolher (PC) – 232,00. C - Caixa Bancos (AC) - 232,00. Pagamento INSS sobre 13º salário a recolher (Parte Retida) D - INSS s/13º Salário a Recolher (PC) – 1.554,40. C - Caixa Bancos (AC) – 1.554,40. Pagamento IRRF sobre 13º salário a recolher (Parte Retida) D - IRRF s/13º Salário a Recolher (PC) 473,39. C - Caixa Bancos (AC) – 473,39. No caso, os cálculos levarão sempre em conta o número de empregados e o valor real que cada um tem direito, caso tivesse de receber o décimo terceiro salário no fim do respectivo mês. Nos demonstrativos, deverão constar, então, os saldos remanescentes do mês anterior, possíveis baixas por pagamentos efetuados e os acréscimos que deverão ser contabilizados (Ribeiro, 2018). Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei- to deste tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. EM FOCO UNIASSELVI 1 8 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 8 NOVOS DESAFIOS Para as férias, segundo a CLT (Brasil, 2017), para cada mês trabalhado sem faltas injustificadas, o trabalhador tem direito a 1/12 avos de férias. Faltas jus- tificadas, como as por motivo de doença, não impactam o cálculo das férias, desde que não ultrapassem 15 dias consecutivos. No caso da situação hipoté- tica do início deste material, as faltas justificadas e o afastamento médico não afetarão seu direito às férias. O décimo terceiro salário é calculado com base na remuneração devida em dezembro ou no mês da rescisão do contrato. Para cada mês trabalhado ou fra- ção igual ou superior a 15 dias, o trabalhador tem direito a 1/12 avos do salário. Portanto, as faltas justificadas e o afastamento médico não impactarão o cálculo do décimo terceiro, pois ele trabalhou mais de 15 dias em todos os meses do ano. Refletir sobre a importância das férias e do décimo terceiro salário leva à conscientização dos direitos e deveres dos trabalhadores. Além disso, promover uma cultura de respeito aos direitos trabalhistas contribui para um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. 1 8 8 1. Para o Empregado C, que recebe um salário de R$ 4.000,00 mensalmente, considerando que incide INSS sobre o rendimento no valor de R$ 378,81, qual será o valor do FGTS a ser recolhido pela empresa? a) R$ 320,00. b) R$ 289,69. c) R$ 350,30. d) R$ 400,00. e) R$ 452,86. 2. O Empregado AA recebe um salário mensal de R$ 5.000,00 e trabalha na empresa por mais de cinco anos. Em relação à apropriação mensal do décimo terceiro salário, calcule e identifique o registro contábil: a) D – Desp. com 13º Salário (R) – 416,66 C – 13º Salários a Pagar (PC) – 416,66. b) D – Despesa com Salário (AC) – 416,66 C – INSS s/13º Salário a Recolher (PC) – 416,66. c) D - INSS s/13º Salário a Recolher (PC) – 373,43 C - Caixa Bancos (AC) – 373,43. d) D - 13º Salário a Pagar (PC) – 373,43 C - Caixa Bancos (AC) – 373,43. e) D – Receita com Salário (AC) – 373,43 C – INSS s/13º Salário a Recolher (R) – 373,43. AUTOATIVIDADE 1 8 9 3. O Funcionário AA recebe um salário mensal de R$ 5.800,00 e, para o seu cálculo de férias mensal, devem ser apropriados 1/12 avos como férias e, ainda, o Funcionário AA tem direito a ⅓ das férias apropriadas mensalmente. Sobre os valores das férias mensais e do ⅓ incidente, analise as afirmativas a seguir: I - O valor das férias mensais será de R$ 483,33. II - O valor de ⅓ adicional de férias corresponde a R$ 161,11. III - O valor das férias mensais será de R$ 580,00 IV - O valor de ⅓ adicional de férias corresponde a R$ 193,33. É correto o que se afirma em: a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) III, apenas. d) I, II, III e IV. e) III e IV, apenas. AUTOATIVIDADE 1 9 1 REFERÊNCIAS BARRETO, R. G.; LEHER, R. Trabalho docente e as reformas neoliberais: reformas educacionais na América Latina e os trabalhadores docentes. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. BRASIL. Decreto-lei nº 5 452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Tra- balho. Brasília, DF: Presidência da República, 1943 [2024]. Disponível em: https://www.planalto. gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 31 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 13 467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília, DF: Presidência da República, 2017.Disponível em: https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em: 31 jul. 2024. PADOVEZE, C. L. Sistemas de informações contábeis: fundamentos e análise. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. RIBEIRO, O. M. Contabilidade Intermediária. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 1 9 1 1. Alternativa A. O valor correto do FGTS a ser recolhido pela empresa será de R$ 320,00, pois: R $4.000,00 (Salário) * 8% (alíquota do FGTS sobre o salário bruto) = R$ 320,00. 2. Alternativa B. Nesse caso, o valor correto a ser registrado mensalmente,considerando um salário de R$ 5.000,00, será: 5000 / 12 = 416,66. 3. Alternativa A. Para o cálculo das férias, utiliza-se: R$ 5.800,00(salário) / 12 (meses) = R$ 483,33. R$ 483,33 (férias) + ⅓ (adicional de férias) = R$ 161,11 R$ 483,33 + R$ 161,11 = R$ 644,44. GABARITO 1 9 1 MINHAS ANOTAÇÕES 1 9 1 MINHAS METAS CÁLCULO E REGISTRO CONTÁBIL DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Compreender os principais eventos que integram a rescisão de contrato de trabalho. Conhecer a legislação trabalhista que ampara os movimentos de rescisão de contrato de trabalho. Estudar os proventos e descontos incidentes sobre a rescisão. Calcular os proventos e descontos incidentes sobre a rescisão. Acompanhar a atualização da legislação trabalhista nos processos de desligamento. Conhecer os tipos de aviso prévio que antecedem a rescisão contratual. Praticar simulações de rescisões trabalhistas. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9 1 9 4 INICIE SUA JORNADA Imagine-se na seguinte situação: você é um profissional de recursos humanos em uma empresa e recebeu a tarefa de conduzir a rescisão de contrato de trabalho de um colaborador. Quais são os passos que você precisa seguir? Como garantir que todos os direitos do funcionário sejam respeitados e que a empresa cumpra todas as obrigações legais? Essa tarefa pode parecer desafiadora, especialmente se considerarmos a complexidade da legislação trabalhista brasileira. Como você se sentiria se estivesse nessa posição sem o conhecimento adequado sobre os principais eventos que integram a rescisão de contrato de trabalho? O Art. 477, da CLT (Brasil, 1943), determina que fica assegurado, a todo em- pregado, o direito de receber, do empregador, uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa, tanto no caso em que não exista prazo estipulado para o término do respectivo contrato quanto no caso em que o empregado tenha dado motivo para cessação das relações de trabalho. Compreender a rescisão de contrato de trabalho é crucial para garantir tanto a justiça quanto a legalidade no processo de desligamento de um co- laborador. Conhecer a legislação trabalhista que ampara os movimentos de rescisão é fundamental para evitar litígios e garantir que todos os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. Além disso, entender os proventos e descontos incidentes sobre a rescisão ajuda a calcular correta- mente as verbas rescisórias, o que é essencial para manter a transparência e a confiança entre empregadores e empregados. Sem esse conhecimento, há um risco significativo de erros que podem resultar em penalidades legais e prejuízos financeiros para a empresa. Para exemplificar, vamos considerar uma situação prática: um colaborador com dois anos de empresa está sendo desligado sem justa causa. Calcule os pro- ventos e descontos incidentes sobre essa rescisão, considerando férias proporcio- nais, décimo terceiro salário proporcional, aviso prévio e multa do FGTS. Além disso, é importante simular diferentes cenários, como a concessão do aviso prévio trabalhado ou indenizado, para compreender as implicações de cada situação. Essas atividades práticas permitem identificar os caminhos e passos necessários para uma rescisão correta, aplicando o conhecimento teórico na prática. Ampara os movimentos de rescisão é fundamental para evitar litígios UNIASSELVI 1 9 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 A rescisão contratual é o fim do vínculo jurídico da relação de emprego, dessa forma, de acordo com Gonçalves (2009), a terminação ocorre quando o contrato é dissolvido devido ao término do período previamente acordado entre as partes, ou seja, a extinção das obrigações oriundas do contrato de trabalho realizado entre as partes contratantes (empresa e funcionário). Assim, é fundamental pro- mover uma reflexão sobre os desdobramentos do tema. Qual é a importância de um conhecimento aprofundado sobre rescisão de contrato de trabalho para os profissionais de RH? Como a atualização constante da legislação trabalhista impacta os processos de desligamento? Em algum momento na vivência profissional podemos encerrar ciclos. Para enten- der um pouco mais sobre as vantagens e desvantagens da demissão por acordo, confira o podcast. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambien- te virtual de aprendizagem. PLAY NO CONHECIMENTO VAMOS RECORDAR? A reforma trabalhista trouxe muitas mudanças e acabou impactando todas as categorias de trabalhadores a curto e longo prazo. Vamos recordar esse tema acessando o link a seguir. Confira! https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/05/02/aprovada-em- 2017-reforma-trabalhista-alterou-regras-para-flexibilizar-o-mercado-de-trabalho 1 9 1 https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/05/02/aprovada-em-2017-reforma-trabalhista-alterou-regras-para-flexibilizar-o-mercado-de-trabalho https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/05/02/aprovada-em-2017-reforma-trabalhista-alterou-regras-para-flexibilizar-o-mercado-de-trabalho DESENVOLVA SEU POTENCIAL A formalização do contrato de trabalho na admissão deve legalmente ser seguida pela empresa e, quando por algum motivo a empresa ou o empregado decidem não prosseguir com o contrato de trabalho, deve-se formalizar a rescisão desse contrato. Em se tratando de encerrar um contrato de trabalho, podem ocorrer diferentes formas: iniciativa do empregado ou iniciativa da empresa e ainda o aviso prévio pode ser trabalhado ou indenizado, vamos entender mais sobre essas situações. AVISO PRÉVIO: TRABALHADO E INDENIZADO O aviso prévio é um comunicado prévio da quebra do contrato de trabalho, permitindo que ambas as partes que estejam recebendo a notificação não sejam pegas de surpresa e tenham tempo de procurar, no caso da empresa, outra pessoa para preencher a vaga e, no caso do empregado, procurar outro emprego. O conceito da palavra é: aviso = comunicação e prévio = antecedência. Des- taca-se que o aviso prévio deve sempre ser concedido por escrito, permitindo, as- sim, que a parte contrária referencie sua ciência sobre o documento apresentado. UNIASSELVI 1 9 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 O aviso prévio deve ser impresso sempre em duas vias. Após devidamente assi- nado, uma via ficará com a empresa, e a outra, com o empregado. No caso de a empresa vir a dispensar um empregado e ele se recusar a assinar o aviso prévio, a empresa deverá coletar a assinatura de, pelo menos, duas testemunhas, atestando que a comunicação foi feita ao empregado (Machado; Santos, 2016). Se a empresa se recusar a assinar o aviso prévio dado pelo empregado, este poderá enviar o comunicado pelo correio (via AR) ou ainda via cartório. Vejamos agora as modalidades de concessão de aviso prévio legalmente previstas, que são: trabalhado ou indenizado. AGENTE MOTIVO MODALIDADE MOTIVO MODALIDADE Empregador Demissão Trabalhado Empregador Demissão Indenizado Empregado Pedido Trabalhado Empregado Pedido Indenizado Quadro 1 - Resumo das modalidades de concessão de aviso prévio / Fonte: a autora. Agora, estudaremos o aviso prévio indenizado e trabalhado. Aviso prévio trabalhado Nessa modalidade, ocorre a prestação de serviços do empregado, independen- temente de o aviso ter sido concedido por esse ou pelo empregador (Machado; Santos, 2016). No caso de o aviso ter sido dado pelo empregado, ele prestará os serviços por, no mínimo, 30 dias, porém, no caso de o aviso ter sido dado pelo empregador, o empregado terá o direito de escolher entre: 1 9 8 ■ Redução da jornada de trabalho do empregado em duas horas diárias durante o período do aviso; ou ■ A falta ao trabalho por sete dias corridos, sendo esses ao final do aviso, sem lhe acarretar qualquer prejuízo salarial. O tempo de aviso prévio é de, no mínimo, 30 dias, sendo que são adicionados três dias a cada ano de serviço, ou seja, o limite de datação do aviso pode ser de até 90 dias. Entenda melhor o cálculo dos dias: TEMPO TRABALHADO DIAS DE AVISO TEMPO TRABALHADODIAS DE AVISO Até 1 ano 30 Até 2 anos 33 Até 3 anos 36 Até 4 anos 39 Até 5 anos 42 Até 6 anos 45 Até 7 anos 48 Até 8 anos 51 Até 9 anos 54 Até 10 anos 57 Até 11 anos 60 Até 12 anos 63 Até 13 anos 66 Até 14 anos 69 Até 15 anos 72 Até 16 anos 75 Até 17 anos 78 Até 18 anos 81 Até 19 anos 84 Até 20 anos 87 A partir de 20 anos 90 Quadro 2 - Cálculo de dias do aviso prévio Fonte: https://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/aviso-previo-regulamentacao.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. UNIASSELVI 1 9 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 A proporcionalidade do aviso prévio deve beneficiar o empregado, ou seja, o aviso prévio será sempre de 30 dias trabalhados, e o que ultrapassar isso, em virtude do acréscimo da proporcionalidade por tempo de serviço, deverá ser indenizado (pago) na rescisão pela empresa. E em casos de pedido de demissão pelo empregado, este estaria desobrigado a conceder o prazo superior a 30 dias de trabalho em virtude da proporcionalidade por tempo de serviço. Atenção ao prazo para pagamento da rescisão nesse tipo de aviso prévio: primeiro dia útil seguinte após o término do aviso prévio. Aviso prévio indenizado Nessa modalidade, quando o empregador dispensa o empregado ou vice-versa, o aviso prévio é concedido na forma indenizada, ou seja, o período total corres- pondente ao aviso prévio deverá ser pago em forma de indenização na rescisão, visto que não haverá prestação de serviços (Machado; Santos, 2016). No que tange à questão do acréscimo da proporcionalidade do aviso prévio por tempo de serviço, esse deverá ser indenizado (pago) na rescisão. Atenção ao prazo para pagamento da rescisão nesse tipo de aviso prévio: até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão. RESCISÃO O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, independentemente da forma ou causa de dissolução do contrato, deve especificar a natureza de cada parcela paga ao empregado junto a seu respectivo valor. Os cálculos apresentados na rescisão dependerão diretamente da forma como o empregado foi desligado da empresa (pedido de demissão ou demissão) e se o aviso prévio foi trabalhado ou indenizado. Como você verá adiante, as verbas rescisórias estão diretamente ligadas a essas informações. 1 1 1 Em geral, as verbas rescisórias abrangem os seguintes itens: ■ Saldo de salário (proporcional ao nº de dias trabalhados). ■ Aviso prévio (conforme o motivo da dispensa/pedido). ■ Décimo terceiro salário proporcional. ■ Férias vencidas. ■ Férias proporcionais. ■ Depósito de FGTS. ■ Saque de FGTS (após a homologação da rescisão). ■ Multa sobre o valor do FGTS. A demissão por justa causa pode ser definida como todo ato faltoso do em- pregado que faz desaparecer a confiança e a boa-fé existentes entre as partes, tornando indesejável o prosseguimento da relação empregatícia. Entre os atos que constituem justa causa, estão: improbidade, incontinência de conduta ou mau procedimento, negociação habitual, condenação criminal, abandono de emprego, ofensas físicas, entre outros. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 Observe que, nessa situação, o funcionário terá direito apenas ao saldo de salário e às férias vencidas. Outra modalidade que ganha destaque é a demissão por acordo, inserida no Art. 484-A, da CLT, por meio da Lei nº 13.467/2017, conhe- cida como reforma trabalhista (Brasil, 2017). A nova modalidade de rescisão visa eliminar a prática ilegal da “rescisão por acordo” e regulamentar o término do contrato de trabalho quando empregador e empregado desejam esse mesmo objetivo. Cálculo da rescisão Apresentaremos apenas alguns exemplos de rescisão. Todavia cabe ressaltar que as possibilidades são infinitas, pois a rescisão depende de vários fatores. SITUAÇÃO 1: rescisão por pedido de demissão (menos de 1 ano - trabalhado), considerando que ele não possui férias vencidas. Funcionário A: ■ Pediu a conta e trabalhou o aviso prévio (30 dias). ■ Último dia de trabalho: 18/05/2024. ■ Admissão: 01/11/2023. ■ Salário: R$ 5.800,00. ■ Data de pagamento da rescisão: 19/05/2024. VERBAS/DESCONTOS REFERÊNCIAS VALORES CÁLCULOS PROVENTOS 10 295,52 Saldo de Salário 18 dias 3.367,74 5800/3*18 13º Salário 5 meses 2.416,67 5800/12*5 Férias Proporcionais 07/12 avos 3.383,33 5800/12*7 ou 5800/30*17,5 1 1 1 Nessa situação, o funcionário não terá direito ao saque do FGTS. Não incide INSS sobre férias indenizadas na rescisão. Mensalista, trabalha 220 horas mensais, sem faltas, nem filhos e nenhum adiantamento. SITUAÇÃO 2: rescisão por pedido de demissão (mais de 1 ano - trabalhado), considerando que ele possui 1 (uma) férias vencidas. Funcionário B: ■ Pediu a conta e trabalhou o aviso prévio (30 dias). ■ Último dia de trabalho: 18/05/2024. ■ Admissão: 01/11/2022. ■ Salário: R$ 5.800,00. ■ Data de pagamento da rescisão: 19/05/2024. Quadro 3 - Resumo cálculo da rescisão / Fonte: a autora. 1/3 s/ Férias 07/12 avos 1.127,78 3383,33/3 DESCONTOS 882,36 INSS s/ Salário % 302,95 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ 13º Salário % 196,32 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Proporcionais % 304,81 Tabela INSS vigente 06/24 IRRF s/ Salário % 78,28 Tabela IRRF vigente 06/24 IRRF s/ 13º Salário % 0 LÍQUIDO DA RESCISÃO Proventos (-) Descontos 9 413,16 UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 VERBAS/DESCONTOS REFERÊNCIAS VALORES CÁLCULOS PROVENTOS 18 028,85 Saldo de Salário 18 dias 3.367,74 5800/31*18 13º Salário 5 meses 2.416,67 5800/12*5 Férias Proporcionais 07/12 avos 3.383,33 5800/12*7 ou 5800/30*17,5 1/3 s/ Férias 07/12 avos 1.127,78 3383,33/3 Férias Vencidas Indenizadas 30 dias 5.800,00 1/3 Férias 30 dias 1.933,33 5800/3 DESCONTOS 882,36 INSS s/ Salário % 302,95 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ 13º Salário % 196,32 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Proporcionais % 304,81 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Indenizadas % 0 IRRF s/ Salário % 78,28 Tabela IRRF vigente 06/24 IRRF s/ 13º Salário % 0 LÍQUIDO DA RESCISÃO Proventos (-) Descontos 17 146,49 Quadro 4 - Resumo cálculo da rescisão / Fonte: a autora. Nessa situação, o funcionário não terá direito ao saque do FGTS. Não incide INSS, FGTS e IRRF sobre férias indenizadas na rescisão. Mensalista, trabalha 220 horas mensais, sem faltas, nem filhos e nenhum adiantamento. 1 1 4 SITUAÇÃO 3: rescisão por pedido de demissão (mais de 1 ano - indenizado), considerando que ele possui 1 (uma) férias vencidas. Funcionário C: ■ Pediu a conta e não trabalhou o aviso prévio (30 dias). ■ Possui um período de férias vencidas. ■ Último dia de trabalho: 18/05/2024. ■ Admissão: 02/11/2022. ■ Salário: R$ 5.800,00. ■ Data de pagamento da rescisão: 19/05/2024. VERBAS/DESCONTOS REFERÊNCIAS VALORES CÁLCULOS PROVENTOS 18 028,85 Saldo de Salário 18 dias 3.367,74 5800/31*18 13º Salário 5 meses 2.416,67 5800/12*5 Férias Proporcionais 07/12 avos 3.383,33 5800/12*7 ou 5800/30*17,5 1/3 s/ Férias 07/12 avos 1.127,78 3383,33/3 Férias Vencidas Indenizadas 30 dias 5.800,00 1/3 Férias 30 dias 1.933,33 5800/3 DESCONTOS 6 682,36 Aviso Prévio 30 5.800,00 INSS s/ Salário % 302,95 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ 13º Salário % 196,32 Tabela INSS vigente 06/24 UNIASSELVI 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 INSS s/ Férias Proporcionais % 304,81 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Indenizadas % 0 IRRF s/ Salário % 78,28 Tabela IRRF vigente 06/24 IRRF s/ 13º Salário % 0 LÍQUIDO DA RESCISÃO Proventos (-) Descontos 11 346,49 Quadro 5 - Resumo cálculo da rescisão / Fonte: a autora. Nessa situação, o funcionário não terá direito ao saque do FGTS. Não incide INSS, FGTS e IRRF sobre férias indenizadas na rescisão. Mensalista, trabalha 220 horas mensais, sem faltas, nem filhos e nenhum adiantamento. SITUAÇÃO 4: dispensa sem justa causa (mais de 1 ano - trabalhado) Funcionário D: ■ Foi demitido e trabalhou o aviso prévio (30 dias). ■ Possui um período de férias vencidas. ■ Último dia de trabalho: 18/05/2024. ■ Admissão: 02/11/2022.■ Salário: R$ 5.800,00. ■ Data de pagamento da rescisão: 19/05/2024. VERBAS/DESCONTOS REFERÊNCIAS VALORES CÁLCULOS PROVENTOS 18 608,85 Saldo de Salário ou Aviso 18 dias 18 dias 3.367,74 5800/31*18 13º Salário 5 meses 2.416,67 5800/12*5 1 1 1 Férias Proporcionais 07/12 avos 3.383,33 5800/12*7 ou 5800/30*17,5 1/3 s/ Férias 07/12 avos 1.127,78 3383,33/3 Férias Vencidas Indenizadas 30 dias 5.800,00 1/3 Férias 30 dias 1.933,33 5800/3 Aviso Prévio Indenizado 3 dias 580,00 5800/30*3 DESCONTOS 882,36 INSS s/ Salário % 302,95 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ 13º Salário % 196,32 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Proporcionais % 304,81 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Indenizadas % 0 IRRF s/ Salário % 78,28 Tabela IRRF vigente 06/24 IRRF s/ 13º Salário % 0 LÍQUIDO DA RESCISÃO Proventos (-) Descontos 17 726,49 Quadro 6 - Resumo cálculo da rescisão / Fonte: a autora. Nessa situação, o funcionário terá direito ao saque do FGTS e haverá depósito de multa de 40% sobre o valor do FGTS já depositado para o funcionário. Não incide INSS, FGTS e IRRF sobre férias indenizadas na rescisão. Mensalista, trabalha 220 horas mensais, sem faltas, nem filhos e nenhum adiantamento. Nesse caso, ele trabalhou 18 dias do aviso em junho e 12 dias do aviso foram trabalhados no mês anterior. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 SITUAÇÃO 5: dispensa sem justa causa (mais de 1 ano - trabalhado), conside- rando que ele possui 1 (uma) férias vencidas. Funcionário E: ■ Pediu a conta e trabalhou o aviso prévio (30 dias). ■ Último dia de trabalho: 18/05/2024. ■ Admissão: 02/11/2023. ■ Salário: R$ 5.800,00. ■ Data de pagamento da rescisão: 19/05/2024. VERBAS/DESCONTOS REFERÊNCIAS VALORES CÁLCULOS PROVENTOS 25 053,30 Saldo de Salário ou Aviso 18 dias 18 dias 3.367,74 5800/31*18 13º Salário 5 meses 2.416,67 5800/12*5 Férias Proporcionais 07/12 avos 3.383,33 5800/12*7 ou 5800/30*17,5 1 1 8 1/3 s/ Férias 07/12 avos 1.127,78 3383,33/3 Férias Vencidas Indenizadas 30 dias 5.800,00 1/3 Férias 30 dias 1.933,33 5800/3 Aviso Prévio 30 dias 5.800,00 Aviso Prévio Indenizado 3 dias 580,00 5800/30*3 13º s/ Aviso Prévio 30 dias 483,33 5800/12*1 1/3 s/ Aviso Prévio 30 dias 161,11 483,33/3 DESCONTOS 2 038,70 INSS s/ Salário % 302,95 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ 13º Salário % 196,32 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Proporcionais % 304,81 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Indenizadas % 0 INSS s/ Aviso Prévio 30 dias 630,81 Tabela INSS vigente 06/24 IRRF s/ Salário % 78,28 Tabela IRRF vigente 06/24 IRRF s/ 13º Salário % 0 IRRF s/ Aviso Prévio Traba- lhado 30 dias 525,53 Tabela IRRF vigente 06/24 LÍQUIDO DA RESCISÃO Proventos (-) Descontos 23 014,60 Quadro 7 - Resumo cálculo da rescisão / Fonte: a autora. UNIASSELVI 1 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 Nesse caso, considerando as férias vencidas como indenização, não há incidên- cia de INSS, IRRF. E, para o cálculo das férias proporcionais, considerou-se o aviso prévio indenizado (também chamado de projetado), ou seja, o empregado completou um ano em 01/11/2023 logo, de 01/11/2023 até 31/05/2024, tem sete meses mais um mês de aviso prévio indenizado = 8 meses. Mensalista, trabalha 220 horas mensais, sem faltas, nem filhos e nenhum adiantamento. Nesse caso, ele trabalhou 18 dias do aviso em junho e 12 dias do aviso foram trabalhados no mês anterior. Nessa situação, o funcionário terá direito ao saque do FGTS. Sobre o aviso prévio indenizado, há o pagamento de 1/12 avos de 13º salário e férias. Sobre o aviso prévio indenizado, há a incidência de INSS e FGTS e IRRF. SITUAÇÃO 6: término do contrato de experiência (30 dias). Funcionário F: ■ Empresa decidiu finalizar o contrato. ■ Último dia de trabalho: 31/05/2024. ■ Admissão: 02/05/2024. ■ Salário: R$ 5.800,00. ■ Data de pagamento da rescisão: 01/06/2024. VERBAS/DESCONTOS REFERÊNCIAS VALORES CÁLCULOS PROVENTOS 6 927,78 Saldo de Salário 30 dias 5.800,00 13º Salário 1 mês 483,33 5800/12*1 Férias Proporcionais 01/12 avos 483,33 5800/12*1 1/3 s/ Férias 01/12 avos 161,11 483,33/3 1 1 1 DESCONTOS 1 859,65 INSS s/ Salário % 630,81 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ 13º Salário % 36,25 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Proporcionais % 36,25 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Indenizadas % 0 INSS s/ Aviso Prévio 30 dias 630,81 Tabela INSS vigente 06/24 IRRF s/ Salário % 525,53 Tabela IRRF vigente 06/24 IRRF s/ 13º Salário % 0 LÍQUIDO DA RESCISÃO Proventos (-) Descontos 5 068,13 Quadro 8 - Resumo cálculo da rescisão / Fonte: a autora. SITUAÇÃO 7: rompimento do contrato de experiência (45 dias). Funcionário G: ■ Pediu a conta antes de acabar os primeiros 45 dias de experiência. ■ Último dia de trabalho: 10/05/2024. ■ Admissão: 04/04/2024. ■ Salário: R$ 5.800,00. ■ Data de pagamento da rescisão: até dia 18/05/2024. UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 VERBAS/DESCONTOS REFERÊNCIAS VALORES CÁLCULOS PROVENTOS 2 998,75 Saldo de Salário 10 dias 1.870,97 5800/31*10 13º Salário 1 mês 483,33 5800/12*1 Férias Proporcionais 01/12 avos 483,33 5800/12*1 1/3 s/ Férias 01/12 avos 161,11 483,33/3 DESCONTOS 968,10 INSS s/ Salário % 147,21 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ 13º Salário % 36,25 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Proporcionais % 36,25 Tabela INSS vigente 06/24 Indenização Quebra de Contrato 4 dias 748,39 5800/31*4 LÍQUIDO DA RESCISÃO Proventos (-) Descontos 2 030,65 Quadro 9 - Resumo cálculo da rescisão / Fonte: a autora. Nessa situação, o funcionário não terá direito ao saque do FGTS e, no caso de rescisão negativa, ou seja, quando os descontos são maiores que os proventos, o funcionário não recebe nenhum valor. Quando há o rompimento do contrato de experiência antes do prazo previsto, a legislação estabelece uma multa de metade dos dias que faltam para acabar o contrato a título de indenização. Isso vale tanto para a empresa quanto para o empregado. Exemplo: contrato terminava dia 18/05, ele trabalhou somente até 10/05, faltando oito dias para acabar o contrato. 50% = 4 dias (Salário/31 x 4) = 1.870,97. No mês de maio, temos 31 dias, então, divide-se por 31, para os meses com 30 dias, divide-se por 30. 1 1 1 Contabilização da rescisão Para Ribeiro (2018, p. 340), o balanço patrimonial é “a demonstração financeira que evidencia, resumidamente, o Patrimônio da empresa, quantitativa e qualita- tivamente”, e, no saldo do balanço patrimonial, são contabilizadas as obrigações trabalhistas e previdenciárias que devem posteriormente ser pagas. Para conta- bilizar a rescisão de contrato, deve-se seguir os passos a seguir: ■ Identifique o tipo de rescisão e o valor do último salário. ■ Calcule o saldo de salário. ■ Calcule o aviso prévio. ■ Calcule o 13º salário proporcional + ⅓. ■ Calcule as férias proporcionais + ⅓. ■ Faça a dedução do valor do INSS sobre o salário. ■ Faça a dedução do valor do INSS sobre o 13º salário. ■ Faça os lançamentos dos valores no balanço, de acordo com suas res- pectivas contas. Como exemplo de lançamento, utilizaremos a situação 7, calculada anteriormente: VERBAS/DESCONTOS REFERÊNCIAS VALORES CÁLCULOS PROVENTOS 2 998,75 Saldo de Salário 10 dias 1.870,97 5800/31*10 13º Salário 1 mês 483,33 5800/12*1 Férias Proporcionais 01/12 avos 483,33 5800/12*1 1/3 s/ Férias 01/12 avos 161,11 483,33/3 DESCONTOS 968,10 INSS s/ Salário % 147,21 Tabela INSS vigente 06/24 UNIASSELVI 1 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 INSS s/ 13º Salário % 36,25 Tabela INSS vigente 06/24 INSS s/ Férias Proporcionais % 36,25 Tabela INSS vigente 06/24 Indenização Quebra de Contrato 4 dias 748,39 5800/31*4 LÍQUIDO DA RESCISÃO Proventos (-) Descontos 2 030,65 Quadro 10 - Resumo cálculo da rescisão / Fonte: a autora. 1ª Etapa: na geração da rescisão - apropriação das despesas trabalhistas: Salários D – Desp. com Salários (R) – 1.870,97 C – Salários a Pagar (PC) – 1.870,97 (valorbruto do salário) Férias e 1/3 sobre férias D – Desp. com Férias (R) – 644,44 C – Férias a Pagar (PC) – 644,44 (valor bruto das férias) 13º Salário D – Desp. com 13ºSalários (R) – 483,33 C – 13º Salários a Pagar (PC) – 483,33 (valor bruto do 13º salário) 1 1 4 INSS Retido (salário/férias e 13º salário) D – Salário a Pagar (PC) – 147,21 D – Férias a Pagar (PC) – 36,25 D - 13º Salários a Pagar (PC) – 36,25 C – INSS a Recolher (PC) – 219,71 Apropriação do FGTS – base de cálculo R$ 2.998,75 D – Desp. com FGTS(R) – 239,90 C – FGTS a Recolher (PC) – 239,90 Apropriação do INSS (Parte Patronal: 26,8%) - base de cálculo R$ 2.998,75 D – Desp. com INSS(R) – 803,66 C – INSS a Recolher (PC) – 803,66 Por fim, contabilizaremos a indenização por quebra de contrato (por se tratar de uma conta de “ajuste” não haverá pagamento). D - Salário a Pagar (PC) – 2.030,65 C – Indenizações Trabalhistas (R) – 2.030,65 UNIASSELVI 1 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 9 2ª Etapa: o próximo passo é quando ocorrer, de fato, a liquidação da rescisão (pagamento). Salários - valor líquido da folha (1870,97 - 147,21) D – Salários a Pagar (PC) – 1.723,76 C – Caixa/Bancos (AC) – 1.723,76 Férias e 1/3 sobre férias - valor líquido das férias (483,33 + 161,11 - 36,25) D – Férias a Pagar (PC) – 608,19 C – Caixa/Bancos (AC) – 608,19 13º salário - valor líquido do 13º salário (483,33 - 36,24) D – 13º Salários a Pagar (PC) – 447,08 C – Caixa/Bancos (AC) – 447,08 INSS Retido (Salário/Férias e 13º salário) (147,21 + 36,25 + 36,25) D – INSS a Recolher (PC) – 219,71 C – Caixa/Bancos (AC) – 219,71 FGTS D – FGTS a Recolher (PC) – 239,90 C – Caixa/Bancos (AC) – 239,90 INSS (Parte Patronal) D – INSS a Recolher (PC) – 803,66 C – Caixa/Bancos (AC) – 803,66 Esperamos que este livro tenha contribuído na sua jornada acadêmica. Deseja- mos sucesso na sua jornada! 1 1 1 NOVOS DESAFIOS Compreender os principais eventos que compõem a folha de pagamento é fun- damental para qualquer profissional que deseja atuar nas áreas de Recursos Humanos, Contabilidade ou Administração. A teoria, que inclui a legislação trabalhista, os diferentes tipos de proventos e descontos e os cálculos necessários, proporciona uma base sólida que permite aos profissionais tomar decisões in- formadas e precisas. Esse conhecimento é essencial para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que as empresas estejam em conformidade com a lei, evitando problemas legais e financeiros. A prática dessas teorias, no dia a dia do mercado de trabalho, é igualmente crucial. Por exemplo, a habilidade de calcular corretamente uma rescisão con- tratual pode evitar erros que poderiam levar a disputas trabalhistas ou a penali- dades para a empresa. Além disso, praticar simulações trabalhistas oferece uma oportunidade para aplicar a teoria em situações reais, sobretudo quando interfere no financeiro das empresas. O mercado de trabalho valoriza enormemente os profissionais que combi- nam um forte conhecimento teórico com habilidades práticas robustas. Estu- dantes que dominam esses conceitos e que são capazes de aplicá-los de maneira eficaz estão bem posicionados para se destacarem em suas áreas de atuação. As perspectivas para esses profissionais incluem posições em Recursos Humanos, Contabilidade, Consultoria Trabalhista e Administração, em que sua expertise será crucial para a eficiência operacional e para a manutenção de relações de trabalho harmoniosas e conformes com a legislação. Portanto, prossiga se aper- feiçoando e estudando cada vez mais as normativas trabalhistas e previdenciárias. Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei- to deste tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. EM FOCO UNIASSELVI 1 1 1 1. Analise o seguinte cenário: ao final do contrato de experiência de 30 dias de um funcionário, a empresa teve uma diminuição do processo produtivo e decidiu encerrar o contrato de experiência desse. Quanto aos direitos desse funcionário, dispensado pelo encerramento do contrato de ex- periência, analise as afirmativas a seguir: I - Saldo de salário dos dias trabalhados. II - Décimo terceiro proporcional. III - Seguro-desemprego e multa de 50% do FGTS. IV - Férias e 1/3 das férias proporcionais. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e IV, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 2. Analise o seguinte cenário: antes de finalizar o contrato de experiência de 45 dias, o próprio funcionário percebeu que não estava se adaptando aos trabalhos, então, decidiu pedir para encerrar o contrato de experiência em que estava trabalhando há 30 dias. Sobre os direitos e deveres quando o empregado solicita encerrar o contrato de experiência antes do seu término, analise as afirmativas a seguir: I - Tem direito ao aviso prévio e multa de 40% do FGTS. II - Tem direito ao saldo de salário dos 30 dias trabalhados. III - Tem direito ao seguro-desemprego e multa de 50% do FGTS. IV - Será descontado do empregado metade do período de experiência que falta ser cumprido. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e IV, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) I, II, III e IV. AUTOATIVIDADE 1 1 8 3. Analise o seguinte cenário: o funcionário encaminhou seu pedido de demissão à empresa e também informou que estará cumprindo o aviso prévio, ou seja, cumprirá o aviso prévio trabalhado. A empresa aceitou o pedido e também procederá com todos os encaminha- mentos legais enquanto o funcionário cumpre o aviso prévio. Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação pro- posta entre elas: I - O INSS sobre o 13º salário e o INSS sobre as férias proporcionais ou vencidas serão des- contados na rescisão do funcionário. PORQUE II - O INSS incide sobre os proventos recebidos pelo funcionário, inclusive, décimo terceiro e férias, inclusive, proporcionais. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são falsas. AUTOATIVIDADE 1 1 9 REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto-Lei nº 5 452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Traba- lho. Brasília, DF: Presidência da República, 1943 [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov. br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 16 ago. 2024. BRASIL. Lei nº 13 467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília, DF: Presidência da República, 2017. Disponível em: https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em: 16 ago. 2024. GONÇALVES, G. Resumo Prático de Folha de Pagamento. Curitiba: Juruá, 2009. MACHADO, M. A. de O.; SANTOS, M. S. T. dos. Departamento de pessoal modelo. 6. ed. São Paulo: IOB, 2016. RIBEIRO, O. M. Contabilidade Intermediária. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 1 1 1 1. Alternativa D. As afirmativas I, II e IV estão corretas, pois, quando se encerra o contrato de trabalho por experiência, o funcionário tem direito ao saldo de salário, décimo terceiro, férias e um terço proporcional de férias. A afirmativa III está incorreta, pois, para o encerramento do contrato de experiência dentro do prazo, não incidem multa do FGTS nem o seguro desemprego. 2. Alternativa B. As afirmativas II e IV estão corretas, pois, quando o funcionário solicita encerrar o contrato de experiência antes do seu término, recebe os diastrabalhados, porém será descontado a metade do tempo que falta ser cumprido desse período de experiência. As afirmativas I e III estão incorretas, pois, nesse caso, não cabe seguro desemprego ou multa de FGTS quando ocorre o pedido de encerramento antecipado do contrato de experiência. 3. Alternativa A. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I, porque explica o desconto e a incidência do INSS sobre os rendimentos do funcionário. GABARITO 1 1 1 MINHAS ANOTAÇÕES 1 1 1 MINHAS ANOTAÇÕES 1 1 1 MINHAS ANOTAÇÕES 1 1 4 unidade 1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL ASPECTOS CONCEITUAIS DAS PRINCIPAIS ROTINAS TRABALHISTAS GESTÃO DA SEGURANÇA NO TRABALHO E OS BENEFÍCIOS TRABALHISTAS unidade 2 ASPECTOS CONCEITUAIS DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM A FOLHA DE PAGAMENTO OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E AS NOVAS TECNOLOGIAS NOS PROCESSOS DE EVIDENCIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ASPECTOS TRIBUTÁRIOS SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO unidade 3 CÁLCULO E REGISTRO CONTÁBIL DOS EVENTOS DA FOLHA DE PAGAMENTO CÁLCULO E REGISTRO DO 13º SALÁRIO E FÉRIAS CÁLCULO E REGISTRO CONTÁBIL DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Button 28: Forms - Uniasselvi: Button 4: Button 5:para refletir sobre o assunto enquanto produz conhecimento. 1 1 1. Desde que surgiram as relações de trabalho, muito se evoluiu e, em 1943, foi criada a Con- solidação das Leis do Trabalho. A CLT, dentre outras funções, também regula as relações individuais e coletivas de trabalho (Brasil, 1943). Com relação aos três principais agentes mencionados na CLT, assinale a alternativa correta: a) Empregador-empregado-autônomo. b) Empregador-empregado-empresa. c) Empresa-direção-autônomo. d) Investidores-empregador-autônomo. e) Investidores-acionistas-autônomo. 2. As bases do direito do trabalho, também chamados princípios doutrinários, são importantes para nortear as relações entre empregador e empregado (Delgado, 2010). Com relação ao princípio doutrinário Unicidade Sindical, analise as afirmativas a seguir: I - A Unicidade Sindical aborda que a associação profissional ou sindical dos trabalha- dores é livre. II - A Unicidade Sindical não proíbe a criação de mais de uma entidade sindical da mesma categoria na mesma base territorial. III - A Unicidade Sindical proíbe a livre retirada, uma vez que tenha se associado ao sindicato. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. AUTOATIVIDADE 1 1 3. Ao evoluir das relações de trabalho escravo, os trabalhadores conquistaram direitos que são protegidos tanto pela Constituição Federal como pelo Direito do trabalho (Brasil, 1988). Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação pro- posta entre elas: I - Os trabalhadores têm a previsão de garantia dos direitos previstos na Constituição Fe- deral e no Direito do Trabalho. PORQUE II - Ambos têm uma relação muito estreita, já que a Constituição estabelece uma série de direitos aos trabalhadores. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são falsas. AUTOATIVIDADE 1 1 REFERÊNCIAS ALCANTARA, S. A. Legislação trabalhista e rotinas trabalhistas. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2016. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasí- lia, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 29 jul. 2024. BRASIL. Decreto-lei nº 5 452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Traba- lho. Brasília, DF: Presidência da República, 1943 [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov. br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 29 jul. 2024. BRASIL. Lei nº 13 467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília, DF: Presidência da República, 2017.Disponível em: https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm.Acesso em: 29 jul. 2024. CARRION, V. CLT: comentários à consolidação das leis trabalhistas: legislação complementar: jurisprudência. 40. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. CARVALHO, A. C. L. Direito do trabalho: curso e discurso. 2. ed. São Paulo: LTr, 2018. DELGADO, M. G. Curso de direito do trabalho. 9. ed. São Paulo: LTR, 2010. MACHADO, A. C. da C. CLT interpretada: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. 2. ed. Barueri: Manole, 2009. MACHADO, M. A. de O.; SANTOS, M. S. T. dos. Departamento de pessoal modelo. 6. ed. São Paulo: IOB, 2016. 1 1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm 1. Alternativa A. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a partir do Título I, Introdução, qualifica cada um dos agentes das relações de trabalho e emprego. 2. Alternativa A. A afirmativa II está incorreta, porque a unicidade sindical prevê a proibição de mais de uma entidade sindical da mesma categoria na mesma base territorial. A afirmativa III está incor- reta, porque a livre retirada, como o próprio nome diz, prevê a saída do associado quando assim desejar. 3. Alternativa A. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I, porque há uma relação de causa e efeito entre ambas. GABARITO 1 4 MINHAS ANOTAÇÕES 1 5 MINHAS METAS ASPECTOS CONCEITUAIS DAS PRINCIPAIS ROTINAS TRABALHISTAS Compreender os aspectos conceituais das principais rotinas trabalhistas. Conhecer os procedimentos admissionais. Conhecer os documentos necessários para admissão. Estudar sobre contrato de trabalho. Conhecer a legislação que regulamenta os procedimentos admissionais. Conhecer os tipos de contrato de trabalho. Estudar sobre a jornada de trabalho. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2 1 1 INICIE SUA JORNADA Você já parou para pensar que, se você já tem algum vínculo empregatício ou relação de trabalho, em algum momento, recebeu orientações do departamen- to responsável pela gestão dos processos de admissão, pois a contratação é o ponto de partida? Comumente chamado de Departamento Pessoal, ele é responsável pelo pro- cesso de admissão. Também é o setor que representa o elo entre funcionário e empresa. Desse modo, um processo de admissão realizado de forma eficiente pode ser decisivo na hora de garantir a permanência da força de trabalho. Muito além da solicitação de documentos, o processo de admissão é também o registro para controle dos candidatos que iniciarão atividades laborais na empresa. Além disso, é por meio do processo de admissão que o requisitante de uma vaga inicia as tratativas com o candidato selecionado para ocupar uma vaga de emprego. É importante destacar que, mesmo que você não trabalhe especifica- mente no departamento pessoal de algum escritório ou empresa, conhecer as rotinas trabalhistas é essencial, pois trará uma visão da empresa como um todo. Estamos vivenciando muitas mudanças e nos adequando aos processos digitais e com os procedimentos de admissão não seria diferente, não é mesmo? Atualmen- te, toda aquela papelada pode ser reduzida, otimizado o tempo de forma rápida e eficiente. Quer saber mais? Ouça o podcast sobre o tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. PLAY NO CONHECIMENTO VAMOS RECORDAR? Vamos recordar a importância do processo de admissão nas rotinas trabalhistas lendo o conteúdo a seguir. https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/20320178.pdf UNIASSELVI 1 1 https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/20320178.pdf TEMA DE APRENDIZAGEM 2 DESENVOLVA SEU POTENCIAL PROCEDIMENTOS ADMISSIONAIS De acordo com Mota (2015), a admissão, como empregado, só é possível a partir dos 16 anos de idade, exceto nos casos dos jovens aprendizes, que deverão ter 14 anos no ato da contratação para essa modalidade. Para a admissão do empregado, é ne- cessário que ele apresente a documentação obrigatória, conforme exigência da CLT. Confira no conteúdo a seguir a lista completa de documentos obrigatórios e op- cionais no processo de admissão. Leia em: https://blog.convenia.com.br/documentos-para-admissao/ EU INDICO Para direito ao salário-família, o empregado deverá apresentar ainda a carteira de vacinação para filhos menores de sete anos e o comprovante de frequência escolar para filhos maiores de sete anos. Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) Os aspectos legais trabalhistas permeiam os processos de admissão, assim, os documentospessoais e o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) são o ponto de partida para que a empresa realize, obrigatoriamente, os registros legais. O Atestado de Saúde Ocupacional (Exame Médico Admissional), na admissão, é indispensável e deve ser feito por conta do empregador. Por meio dele é que se verifica a capacidade física ou outra específica, dependendo da atividade e do ambiente em que o empregado exercerá as suas funções, conforme Art. 168, da CLT (Mota, 2015). 1 8 https://blog.convenia.com.br/documentos-para-admissao/ De acordo com a Norma Regulamentadora 7, que trata sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, para cada exame médico realizado, o médico emitirá o ASO, em duas vias. A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive, frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho, e a segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. O item 7.5.19.1 da NR-7 especifica os elementos que o ASO deve conter. Registros realizados pelo empregador Após juntar todos os documentos solicitados, o trabalhador entra em con- tato com o Departamento de Pessoal, que deve realizar imediatamente os re- gistros legais para a continuidade do processo admissional, de acordo com as exigências do eSocial: (a) registro de empregado; (b) contrato individual de trabalho; (c) encargos de família, para fins de Imposto de Renda Retido na Fonte; (d) salário-família; (e) acordo de compensação de horas de trabalho; (f) acordo de prorrogação de horas de trabalho; (g) opção de vale-transporte; e (h) autorização para desconto na folha de pagamento. O empregador precisa garantir que, antes do início efetivo do trabalhador em suas atividades, é necessário que ele seja submetido a exames médicos, por profissional contratado pela empresa que, ao confirmar a sua capacidade labo- rativa para o cargo determinado, elabora o ASO admissional (NR-7). Quando não se tratar de primeiro emprego e nova função, a empresa po- derá solicitar um ASO da empresa anterior, como forma de detectar alguma doença profissional adquirida (perda auditiva, redução da acuidade visual etc.), conforme o Art. 166, da CLT. Nesses casos, a empresa contratante deve se resguardar de qualquer passivo trabalhista futuro. O Departamento de Pessoal deve tomar todos os cuidados e assegurar-se de que o trabalhador esteja em perfeitas condições para iniciar as suas atividades na empresa. UNIASSELVI 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Carteira de Trabalho Digital Em setembro de 2019, o então Secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia publicou a Portaria nº 1.065, de 23 de setembro de 2019, que trata da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) Digital. Também em 2019, a Portaria nº 1.195, de 30 de outubro, afirma que todos os dados do trabalhador serão disponibilizados na CTPS Digital por meio do eSocial. Se o empregador fornecer as informações para o registro de empregados no prazo cor- respondente, não precisará informar novamente para fins de anotação da carteira, pois terá cumprido as duas obrigações com uma única prestação de informações. De acordo com o portal Gov.br (Brasil, 2020), as informações que compõem a Car- teira de Trabalho Digital serão disponibilizadas automaticamente para o trabalha- dor no aplicativo ou na página web. Veja o que diz a Consolidação das Leis Traba- lhistas (Art. 29, da CLT), no conteúdo a seguir. https://modeloinicial.com.br/lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-29 EU INDICO 1 1 https://modeloinicial.com.br/lei/CLT/consolidacao-leis-trabalho/art-29 Registro de empregado O empregador registrará o empregado de forma concomitante à admissão. Além da carteira de trabalho e demais contratos de prestação de serviço, demais docu- mentos devem ser registrados, assim como outras anotações que serão periodi- camente atualizadas, de acordo com os órgãos competentes. Veja o que diz o Art. 41, da CLT, acessando o conteúdo a seguir. https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/535468/clt_e_nor- mas_correlatas_1ed.pdf EU INDICO De acordo com a Portaria nº 1.195, de 30 de outubro de 2019, apenas os em- pregadores que escolherem o registro eletrônico de empregados estarão aptos a substituir o livro físico de registro de empregados. Para os empregadores que não fizerem essa opção, continuarão a utilizar o modelo de registro físico, nesse caso, terão um prazo de um ano para adequarem (livros ou fichas) ao conteúdo previsto na portaria. Todos os dados registrados devem ser informados ao eSocial, até a véspera da data em que o trabalhador começará a prestar seus serviços para a empresa. Por exemplo, se um empregado começar a trabalhar no dia 5 de determinado mês, suas informações de registro devem ser inseridas no sistema até o dia 4 daquele mês. Importante sempre acompanhar os prazos por meio do site do eSocial. O cadastro no NIS/PIS Quando o trabalhador inicia suas atividades laborais, é necessário cadastrá-lo na Caixa Econômica Federal (CEF) no Programa de Integração Social. O PIS/PASEP é o programa responsável por pagar o abono e a renda dos trabalhadores privados. Instituições privadas são todas aquelas que não possuem ligação direta com serviços prestados ao Governo Federal e que não são intitula- das como ONG. Seu pagamento é feito pelo banco Caixa Econômica e pelas uni- dades autorizadas por ele. Também é conhecido como 14º Salário (Brasil, 2020). UNIASSELVI 1 1 https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/535468/clt_e_normas_correlatas_1ed.pdf https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/535468/clt_e_normas_correlatas_1ed.pdf TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Segundo o portal da Caixa Econômica Federal (Caixa Econômica Federal, [202-?]), o cadastro no NIS é uma solução para empregadores que precisam de uma resposta rápida do Número de Identificação Social (NIS), possibilitando conveniência e modernidade na hora no cadastro dos seus empregados, por meio do Conectividade Social (CNS). A CEF ainda disponibiliza para todas as empresas a opção de realizar o cadastramento de vários funcionários de uma só vez (em lotes), sem a necessidade de um cadastro individual. É importante lembrar que uma inscrição NIS é atribuída apenas para fins de iden- tificação aos cidadãos que tenham ou possam vir a ter direito a benefícios sociais. No momento em que o cidadão passa a ter um vínculo empregatício, a inscrição NIS é cadastrada no Programa de Integração Social (PIS), tornando-se uma inscri- ção PIS, que é uma inscrição NIS com a informação de vínculo empregatício. Saiba mais acessando o conteúdo a seguir. https://www.caixa.gov.br/servicos/nis/Paginas/default.aspx EU INDICO Esse cadastro possibilita ao trabalhador a consulta e o saque aos benefícios sociais administrados pela Caixa, caso tenha direito, como FGTS, seguro-desemprego e abono salarial do PIS. CONTRATO DE TRABALHO O Art. 442, da CLT, apresenta o conceito de contrato de trabalho como sendo um contrato individual de trabalho, é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Em outras palavras, pode-se afirmar que é um ato jurídico firmado entre duas partes, que pode ser escrito ou verbal. O contrato de trabalho do empregado é efetuado em fases: 1) Registro no sistema contábil e 2) Registro Carteira de Trabalho (CTPS). 1 1 https://www.caixa.gov.br/servicos/nis/Paginas/default.aspx Além da página do contrato de trabalho, também deve efetuar o registro do contrato de experiência na página de anotações gerais. O contrato de experiência pode ser feito de três formas: 30 + 60 = 90 dias, 45 + 45 = 90 dias ou ainda 30 + 30 = 60 dias. A opção da forma de contrato de experiência fica a critério da empresa, que deverá informar ao empregado no ato da admissão qual a forma escolhida. Veremos mais adiante elementos específicos do contrato de experiência quando tratarmos dos tipos de contrato de trabalho. Já ouviu falarem CBO? É a Classificação Brasileira de Ocupação, que classifica cada função com um código. Acesse um modelo de Carteira de Trabalho acessando o link a seguir. https://acontadora-gisele.blogspot.com/p/blog-page_2501.html EU INDICO UNIASSELVI 1 1 https://acontadora-gisele.blogspot.com/p/blog-page_2501.html TEMA DE APRENDIZAGEM 2 A Lei nº 10.243/2001 desobrigou a autenticação dos livros/ficha de registro dos funcionários pelos órgãos competentes, o que facilitou e agilizou muito o setor pessoal. Assim, grande parte das organizações contábeis não preenchem mais a ficha de registro do funcionário de forma manual, pois, uma vez inserido o registro no sistema, ele gera a ficha e basta imprimi-la. Todavia, ainda, existem os que preenchem a ficha de forma manual. Com o advento da carteira de trabalho digital, essas informações serão automati- camente preenchidas pelo eSocial, uma vez que a empresa deve registrar no seu sistema e posteriormente enviar via sistema eletrônico ao Ministério da Economia. Mais informações sobre a Carteira de Trabalho digital, acesse o conteúdo a seguir. https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/servicos/trabalhador/cartei- ra-de-trabalho EU INDICO TIPOS DE CONTRATO DE TRABALHO Você lembra que estudamos que o contrato é um ato jurídico firmado entre duas partes, que pode ser escrito ou verbal? Chamaremos, agora, a atenção para o acordo verbal! Apesar de as novas regras da CLT, em seu Art. 443, mencionarem que contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente, recomenda-se que todo contrato de trabalho tenha seu registro expresso de forma escrita. Vamos entender agora a diferença entre contrato por prazo determinado e indeterminado. 1 4 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/servicos/trabalhador/carteira-de-trabalho https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/servicos/trabalhador/carteira-de-trabalho Contrato por prazo determinado O parágrafo 1º, do Art. 443, da CLT, considera como de prazo determina- do “o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo aconteci- mento suscetível de previsão aproximada” (Brasil, 1943, on-line). O parágrafo 2º complementa que esse tipo de contrato só será válido em se tratando das seguintes situações: (a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; (b) de atividades empresariais de caráter transitório; e (c) de contrato de experiência. Nas situações em que o contrato por prazo determinado for do tipo “a” ou “b” é permitido uma prorrogação, desde que a soma dos dois não ultrapasse dois anos (Machado; Santos, 2016). Assim, se um contrato inicial for de 120 dias e tiver uma prorrogação de 90 dias, fica um total de 210 dias. Quanto ao contrato de experiência abordado no item “c”, admite-se também uma única prorrogação, porém, nesse caso, a soma dos dois não poderá ultra- passar 90 dias (Machado; santos, 2016). Acesse o link a seguir e confira que o termo de prorrogação do contrato encontra- -se logo abaixo do contrato e no mesmo documento. Essa forma é permitida por lei, desde que o empregado assine a prorrogação somente quando ela realmente ocorrer, e não no ato da admissão. Existe também a opção de fazer o Termo de Prorrogação em um documento separado, isso dependerá do sistema que é utili- zado e da necessidade da empresa. http://www.afinco.org.br/indios-flash/secao1/anexoIX.htm EU INDICO UNIASSELVI 1 5 http://www.afinco.org.br/indios-flash/secao1/anexoIX.htm TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Contrato por prazo indeterminado Rokembach (2009) define como sendo um contrato normal, sem um período de vigência preestabelecido. O contrato por prazo indeterminado possui as mesmas características e obrigações que o contrato por prazo determinado, tanto para o empregado quanto para o empregador. Contrato temporário e intermitente A Lei nº 13.429, de 31 de março de 2017, “[...] dispõe sobre trabalho temporário nas empresas urbanas e dá outras providências; e dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros” (Brasil, 2017, on-line). Nessa lei, chamamos atenção para o Art. 2º, que define o que é trabalho tempo- rário, e o parágrafo 2º, que define o que é demanda complementar. Quanto às características do contrato temporário, o Art. 9º, da Lei 13.429/2017, escreve: “ O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a to- madora de serviços será por escrito, ficará à disposição da auto- ridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá: I - qualificação das partes; II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário; III - prazo da prestação de ser- viços; IV - valor da prestação de serviços; V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização do trabalho (Brasil, 2017, on-line). O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de ativi- dades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços, qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços. Além disto, com rela- ção ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de 180 dias, consecutivos ou não, podendo ser prorrogado por até 90 dias, consecutivos ou não. Importante destacar que, por tratar-se de legislação, é válido acessar as pági- nas oficiais da internet que contêm informações atualizadas sobre o tema. 1 1 É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de tra- balhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei (Lei n° 13.429). O contrato intermitente só foi possível com as novas regras da CLT, pois, antes, ele não era previsto em lei. Para melhor compreender essas alterações, orientamos que acesse o link a seguir, que contém um quadro comparativo contendo as principais alterações e caracte- rísticas desse tipo de contrato. https://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/Contrato-intermitente-fim-vi- gencia-mp-808-2017.htm EU INDICO CONTRATOS ESPECIAIS DE TRABALHO Além dos contratos apresentados, ainda temos os contratos especiais: Jovens Aprendizes, Estagiários, Empregada Doméstica, Teletrabalho e Deficientes. Jovens aprendizes A Constituição proíbe o trabalho do menor de 16 anos (Art. 7º, XXXIII), salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. O Art. 428, da CLT, define as prerrogativas de quem se submeterá à aprendizagem, será a pessoa que está entre 14 e 24 anos. “ Considera-se contrato de aprendizagem o contrato de trabalho es- pecial, ajustado por escrito e por prazo determinado não superior a dois anos, em que o empregador se compromete a assegurar ao aprendiz formação técnico-profissional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico e o aprendiz se compromete a executar, com zelo e diligência, as tarefas necessárias a sua formação (Brasil, 2023, on-line). UNIASSELVI 1 1 https://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/Contrato-intermitente-fim-vigencia-mp-808-2017.htm https://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/Contrato-intermitente-fim-vigencia-mp-808-2017.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Decreto/D11479.htm#art1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 O contrato de aprendizagem tem algumas características especiais, quais sejam: a) contrato por prazo determinado; b) anotação na Carteira de Trabalho e Pre- vidência Social; c) matrícula e frequência do aprendizado à escola; e d) inscrição no programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qua- lificada em formação técnico-profissional metódica. A aprendizagem poderá ser industrial, comercial e rural e não se utilizará mais a expressão aprender um ofício, mas, sim, uma atividade profissional. A idade máxima para o aprendiz é de 24 anos. Para o aprendiz deficiente, não há uma idade máxima estabelecida. Para se manter emdia com as informações desse contrato, é importante man- ter a leitura do Art. 428, da CLT, do Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de 2018, e do Decreto nº 11.479, de 6 de abril de 2023. Os contratos de aprendizagem têm alíquota de 2% para o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). 1 8 Estagiários Os estagiários são regulamentados pela Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Quanto à definição de estágio, o parágrafo 1º aborda as seguintes questões: “ Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho pro- dutivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de Educação Superior, de Educação Profissional, de Ensino Médio, da Educação Especial e dos anos finais do Ensino Fundamental, na modalidade profissional da Educação de Jovens e Adultos (Brasil, 2008, on-line). Os estagiários são informados no eSocial pela parte concedente do estágio, por isso, também, são obrigados a efetuarem o exame admissional. Empregada doméstica A lei que trata sobre o contrato de trabalho doméstico é a Lei Complementar 150/2015. Ela estabelece as situações específicas para ser considerado como tal. O destaque dessa lei é a conquista por direitos conquistados pelas trabalhadoras. Quanto ao registro na CTPS, deve-se seguir os mesmos critérios que os de- mais contratos regidos pela CLT. Para facilitar o cumprimento das novas obrigações criadas, a Lei Comple- mentar nº 150/2015 determinou a implantação do Simples Doméstico, que de- fine um regime unificado para pagamento de todos os tributos e demais encar- gos, inclusive, FGTS. Foi prevista também a criação de um sistema eletrônico, em que o empregador doméstico deverá informar as obrigações trabalhistas, previdenciárias, fiscais, de apuração de tributos e do FGTS. Esse sistema está disponível dentro do portal do eSocial e possui um módulo específico para os empregadores domésticos. UNIASSELVI 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Você sabia que as trabalhadoras domésticas lutam por direitos há mais de 80 anos? Sobre esse tema, veja o que diz o artigo científico a seguir. https://ufsm.br/midias/arco/trabalhadoras-domesticas-lutam-direitos-80-anos EU INDICO O valor de FGTS recolhido para o empregado doméstico por meio da DAE é de 8% sobre a remuneração do empregado. Teletrabalho O teletrabalho está previsto no Art. 75, da CLT. Vejamos suas características: “ Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços pre- ponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Parágrafo único. O comparecimento às dependências do emprega- dor para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho (Brasil, 1943, on-line). A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expres- samente em contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. Pode ser realizada a alteração entre regime pre- sencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual (parágrafo 1º, Art. 75, da CLT). Empregado e empregador deverão realizar um contrato por escrito referente à responsabilidade pelas despesas advindas da execução das tarefas do teletraba- lho, sobre se haverá reembolso ou não. Além disso, o empregador deve manter um setor de recursos humanos ativo no sentido de orientar sobre promoção de qualidade de vida do trabalhador em teletrabalho. 4 1 https://ufsm.br/midias/arco/trabalhadoras-domesticas-lutam-direitos-80-anos Pessoas com deficiência A Lei nº 8.213/1991 dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência e dá outras providências. A contratação de portadores de necessidades especiais, em seu Art. 93, trata das cotas para Deficientes e Pessoas com Deficiência. A empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2 a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência. No Art. 93, da referida lei, há especificação da proporção de acordo com quan- tidade de trabalhadores. A respeito da fiscalização, é necessário acompanhar o que está previsto na Lei nº 13.146/2015. Confira! https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm EU INDICO UNIASSELVI 4 1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm TEMA DE APRENDIZAGEM 2 JORNADA DE TRABALHO A CLT, em sua seção II - Art. 58, escreve que a duração normal do trabalho, para os empregados de qualquer atividade privada, não deverá ultrapassar o limite de oito horas diárias, desde que não se tenha expressamente fixado outro limite. Os parágrafos 1º e 2º, do Art. 58, da CLT, mencionam duas informações extrema- mente relevantes. Acesse na íntegra as informações sobre a jornada de trabalho. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452compilado.htm EU INDICO O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial é propor- cional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral (Brasil, 2001). Horário noturno O parágrafo 2º, do Art. 73, da CLT, escreve: considera-se noturno o trabalho executado entre às 22h de um dia e às 17h do dia seguinte. O parágrafo 1º, do Art. 73, da CLT, determina que a hora do trabalho noturno seja computada como de 52 minutos e 30 segundos, e não 60 minutos como uma hora diurna normal. Acesse o link e veja como fica a duração do trabalho noturno. https://informanet.com.br/Prodinfo/boletim/2023/trabalhista/trabalho_nor- turno_29_2023.html EU INDICO 4 1 https://informanet.com.br/Prodinfo/boletim/2023/trabalhista/trabalho_norturno_29_2023.html https://informanet.com.br/Prodinfo/boletim/2023/trabalhista/trabalho_norturno_29_2023.html Quanto à remuneração da hora noturna, o Art. 73, da CLT, determina que tra- balho noturno terá um acréscimo de, no mínimo, 20% sobre a hora diurna. O parágrafo 3º, do Art. 73 diz: tratando-se de empresas que não mantenham tra- balho noturno habitual, será feito o cálculo do acréscimo de, no mínimo, 20%, tendo em vista os valores pagos por trabalhos diurnos. No caso em que o trabalho noturno decorra da natureza das atividades habituais da empresa, o aumento será calculado sobre o salário-mínimo vigente. O valor do salário-mínimo corresponde ao menor valor que o empregador pode pagar aos seus funcionários. Seu reajuste é realizado anualmente no mês de ja- neiro de cada ano. Mensalista X Horista Oliveira (2015) escreve que, para o empregado mensalista, serão considerados para cálculo de dias de trabalho sempre 30 dias por mês, mesmo que um mês venha a ter um número de dias superior ou inferior (sendo assim, a base de cál- culo utilizada nos cálculos trabalhistas será de 220 horas). No caso de mensalista, existe o regime de trabalho com compensação de ho- rário, ou seja, o empregado trabalha mais durante a semana para não trabalhar aos sábados. Quando acontecer de um empregado trabalhar nesse regime de trabalho (compensação), deverá ser efetuado o acordo de compensação de horas de trabalho. As características do empregado horista são basicamente as mesmas que o empregado mensalista, sua distinção acontece na hora do cálculo das horas traba- lhadas. Para o horista, a diferença acontece quando o mês possui 28, 30 e 31 dias. Para trabalho habitual no 3º turno, o cálculo dos 20% recai sobre o valor do salário- mínimo vigente; já para o trabalho não habitual no 3º turno, o cálculo dos 20% recai sobre o salário base do empregado. UNIASSELVI 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Para cálculo da folha de pagamento do horista, deve-se observar o calendário, considerando que em janeiro há 31 dias, porém no mês de fevereiro há apenas 28 dias. Além disso, é necessário saber: (a) a quantidade de horas trabalhadas no mês; (b) o valordo salário hora; (c) quantidade de dias úteis no mês (sábado também é considerado); e (d) domingos e feriados. Em seguida realiza-se o cálculo matemático em três etapas: (1) Qtde de horas trabalhadas no mês X Vlr salário hora = salário/horas trabalhadas (2) salário/horas trabalhadas / qtde. dias úteis = vlr diária (3) vlr diária X qtde dias úteis = DSR ou RSR (4) soma-se o valor do salário/horas trabalhadas + o valor da DSR ou RSR. Registro ponto Nesse quesito, a CLT, em seu Art. 74, escreve que, para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores, será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, devendo haver pré-assinala- ção do período de repouso. O departamento responsável por tal gerenciamento na empresa deve sempre ficar atento ao quantitativo de funcionários e manter boa ordem da documentação. O controle pode ser realizado utilizando modelos disponíveis em papelarias. Os dados do cabeçalho e do descanso semanal devem ser preenchidos pelo setor pessoal. Posteriormente, o preenchimento do horário pode ser feito pelo uso do relógio ponto. A empresa poderá utilizar estratégias para realizar o controle do ponto. Atual- mente, devido à convergência ao mundo digital, já é possível utilizar geolocali- zação, ponto eletrônico, aplicativos, coleta de digitais, entre outros. Ao final do mês, é gerado um relatório com todas as informações, no qual o funcionário deverá assinar dando ciência. A empresa pode utilizar também um crachá com identificação magnética, um aplicativo no celular, entre outros recursos. Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei- to deste tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. EM FOCO 4 4 NOVOS DESAFIOS Os aspectos legais relacionados às relações de trabalho são importantes para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam preservados e promover uma relação salutar entre empregado e empregador. Compreender as rotinas trabalhistas e os procedimentos admissionais é es- sencial para o registro contábil, já que o trabalhador representa uma despesa ou custo para o empregador. Além disso, é igualmente importante conhecer os diversos contratos de trabalho e a legislação pertinente, pois, isso garante não apenas a conformidade legal, mas também o desenvolvimento dos recursos hu- manos da empresa, fundamentais para a continuidade da organização. As condições humanas de trabalho devem sempre ser priorizadas, respei- tando também os aspectos de inclusão e diversidade. Você sabe responder: na empresa em que você atua, quantas mulheres exercem cargo de liderança? Há promoção de diversidade e inclusão? UNIASSELVI 4 5 1. Quando pensamos em saúde segurança no trabalho, a NR-7 é uma das normas mais importantes, isso porque é ela quem estabelece as diretrizes e os requisitos para o de- senvolvimento do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Assim, para cada exame médico realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) (Brasil, 2024). Com relação às informações mínimas que devem conter um ASO, selecione a alternativa correta. a) O ASO deverá informar o nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato. b) O ASO deverá informar o valor do salário-hora. c) O ASO deverá informar o trajeto entre a empresa e a residência do empregado. d) O ASO deverá conter a missão e os valores da empresa. e) O ASO deverá informar sobre o código de conduta ética do empregador. 2. Uma das formas de contratos de trabalho especiais é o contrato para jovens aprendizes (Brasil, 1943). Com relação ao contrato para jovens aprendizes, analise as afirmativas a seguir: I - Os jovens aprendizes são regulamentados pelo Decreto nº 5.598/2005. II - Os jovens aprendizes são maiores de 14 e menores de 26 anos. III - Os contratos elaborados para jovens aprendizes não faz anotação na carteira de trabalho. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. AUTOATIVIDADE 4 1 3. O estágio integra o itinerário formativo do educando e visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvol- vimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho (Brasil, 2008). Com relação ao estágio obrigatório, assinale a alternativa correta. a) No estágio obrigatório, a carga horária é requisito para a aprovação e obtenção de diploma. b) No estágio obrigatório, a atividade é opcional e será acrescida à carga horária regular. c) No estágio obrigatório, não há termo de compromisso entre as instituições envolvidas. d) No estágio obrigatório, não é preciso comprovante de matrícula e frequência. e) No estágio obrigatório, cria-se vínculo empregatício ao celebrar o termo de compromisso. AUTOATIVIDADE 4 1 REFERÊNCIAS BRASIL. Carteira de Trabalho Digital - o que muda para empregadores e trabalhadores? 25 jun. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/esocial/pt-br/noticias/ctps-digital-o-que-muda- -para-empregadores-e-trabalhadores. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Decreto nº 9 579, de 22 de novembro de 2018. Consolida atos normativos editados pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a temática do lactente, da criança e do ado- lescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente e os programas federais da criança e do adolescente, e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art126. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Decreto nº 11 479, de 6 de abril de 2023. Altera o Decreto nº 9.579, de 22 de novem- bro de 2018, para dispor sobre o direito à profissionalização de adolescentes e jovens por meio de programas de aprendizagem profissional. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11479.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Decreto-Lei nº 5 452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Traba- lho. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015. Dispõe sobre o contrato de traba- lho doméstico; altera as Leis no 8.212, de 24 de julho de 1991, no 8.213, de 24 de julho de 1991, e no 11.196, de 21 de novembro de 2005; revoga o inciso I do art. 3o da Lei no 8.009, de 29 de março de 1990, o art. 36 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, a Lei no 5.859, de 11 de dezembro de 1972, e o inciso VII do art. 12 da Lei no 9.250, de 26 de dezembro 1995; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp150.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Lei nº 8 213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdên- cia Social e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l8213cons.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Lei nº 13 429, de 31 de março de 2017. Altera dispositivos da Lei n o 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas e dá outras pro- vidências; e dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a tercei- ros. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13429.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Lei nº 10 243, de 19 de junho de 2001. Acrescenta parágrafos ao art. 58 e dá nova redação ao § 2o do art. 458 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ LEIS_2001/L10243.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. 4 8 https://www.gov.br/esocial/pt-br/noticias/ctps-digital-o-que-muda-para-empregadores-e-trabalhadores https://www.gov.br/esocial/pt-br/noticias/ctps-digital-o-que-muda-para-empregadores-e-trabalhadores https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art126https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art126 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11479.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11479.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp150.htm REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 11 788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2008.Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasí- lia, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Medida Provisória nº 2 164-41, de 24 de agosto de 2001. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, para dispor sobre o trabalho a tempo parcial, a suspensão do contrato de trabalho e o programa de qualificação profissional, modifica as Leis nos 4.923, de 23 de dezembro de 1965, 5.889, de 8 de junho de 1973, 6.321, de 14 de abril de 1976, 6.494, de 7 de dezembro de 1977, 7.998, de 11 de janeiro de 1990, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 9.601, de 21 de janeiro de 1998, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2001.Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/2164-41.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7). 4 mar. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/ trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos- -colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-re- gulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Portaria SEPRT nº 1 195, de 30 de outubro de 2019. Disciplina o registro de emprega- dos e a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social em meio eletrônico, e dá outras providências.Brasília, DF: Ministério do Trabalho, 2019. Disponível em: https://www.normasle- gais.com.br/legislacao/portaria-seprt-1195-2019.htm. Acesso em: 14 ago. 2024. BRASIL. Sobre. 16 abr. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br/ativos- -da-uniao/fundos-governamentais/pis-pasep/sobre. Acesso em: 14 ago. 2024. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Cadastro NIS. [202-?]. Disponível em: https://www.caixa.gov.br/ servicos/nis/Paginas/default.aspx. Acesso em: 14 ago. 2024. MACHADO, M. A. de O.; SANTOS, M. S. T. dos. Departamento de pessoal modelo. 6. ed. São Paulo: IOB, 2016. MOTA, J. C. A. Direito do trabalho na prática: da admissão à demissão. 3. ed. São Paulo: Rideel, 2015. OLIVEIRA, A. de. Cálculos trabalhistas. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2015. ROKEMBACH, R. Rotinas trabalhistas e previdenciárias para organizações contábeis. Porto Alegre: CRC/RS, 2009. 4 9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-7-nr-7 https://www.normaslegais.com.br/legislacao/portaria-seprt-1195-2019.htm#:~:text=PORTARIA SEPRT N%C2%BA 1.195 DE 30%2F10%2F2019&text=(*) Republicada em 01%2F11,eletr%C3%B4nico%2C e d%C3%A1 outras provid%C3%AAncias https://www.normaslegais.com.br/legislacao/portaria-seprt-1195-2019.htm#:~:text=PORTARIA SEPRT N%C2%BA 1.195 DE 30%2F10%2F2019&text=(*) Republicada em 01%2F11,eletr%C3%B4nico%2C e d%C3%A1 outras provid%C3%AAncias 1. Alternativa A. As demais alternativas estão incorretas porque o salário-hora é informado no contrato de tra- balho ou na carteira de trabalho. O Trajeto entre a empresa e a residência deve ser informado no momento de opção pelo vale-transporte. A missão e os valores da empresa devem ser informados no planejamento estratégico. O código de conduta ético, tanto do empregado quanto do empregador, deverá constar no código de ética da empresa. 2. Alternativa A. A afirmativa II está incorreta, pois os jovens aprendizes são maiores de 14 e menores de 24. A afirmativa III está incorreta, pois a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz à escola, conforme prevê o Decreto nº 5.598/2005. 3. Alternativa A. De acordo com o Art. 2º, da Lei nº 11.788, estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma. GABARITO 5 1 MINHAS ANOTAÇÕES 5 1 MINHAS METAS GESTÃO DA SEGURANÇA NO TRABALHO E OS BENEFÍCIOS TRABALHISTAS Conhecer os controles especiais das rotinas trabalhistas. Explorar os conceitos dos principais controles e benefícios trabalhistas. Entender a relação entre o INSS e a comunicação do acidente de trabalho. Compreender as normas de segurança de trabalho e a medicina ocupacional. Estudar sobre a importância da medicina ocupacional para a gestão de pessoas. Conhecer os benefícios da medicina do trabalho para as empresas. Estabelecer a relação da teoria com a prática trabalhista. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3 5 1 INICIE SUA JORNADA Como a medicina ocupacional pode contribuir para a promoção da saúde e segurança dos trabalhadores em diferentes setores? Muitas empresas enfrentam desafios relacionados à saúde dos trabalhadores, como doenças ocupacionais, estresse e acidentes de trabalho. Esses problemas não apenas afetam os trabalha- dores, mas também impactam a produtividade e os custos das empresas. Assim, a medicina ocupacional é uma especialidade que se dedica à preven- ção, ao diagnóstico e ao tratamento de doenças relacionadas ao trabalho. Seu objetivo é garantir que os trabalhadores possam desempenhar suas funções sem comprometer sua saúde. Por isso, foca: na prevenção de doenças, ao identificar riscos e implementar medidas para evitá-los; na promoção da saúde, ao desenvol- ver programas que incentivem hábitos saudáveis; e na adequação do trabalho, ao ajustar as condições de trabalho às necessidades dos trabalhadores, promovendo a ergonomia e o bem-estar. Uma forma que as empresas encontraram para monitorar a saúde dos tra- balhadores é realizando diagnósticos de saúde ocupacional por meio: da coleta dos dados com questionários sobre saúde, estresse e condições de trabalho aos funcionários; da observação do ambiente, avaliando as condições físicas do local de trabalho; e da identificação de riscos, analisando os dados para identificar po- tenciais riscos e doenças ocupacionais, compreender, com base nesses resultados, os principais