Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
FACULDADE DE FARMÁCIA 
 
 
HELLEN FRANK E SILVA 
MARINA DE SOUZA LINS 
MICAELLY BEZERRA DOS SANTOS 
SANDRYANNE MARCELY DOS SANTOS LUCENA 
VINICIUS DA ROSA SILVA BALIEIRO 
VITOR SOUZA DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOXICOLOGIA DE MEDICAMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM - PA 
2025 
 
 
HELLEN FRANK E SILVA 
MARINA DE SOUZA LINS 
MICAELLY BEZERRA DOS SANTOS 
SANDRYANNE MARCELY DOS SANTOS LUCENA 
VINICIUS DA ROSA SILVA BALIEIRO 
VITOR SOUZA DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOXICOLOGIA DE MEDICAMENTOS 
Monografia sobre toxicologia de medicamentos, 
explorando os efeitos adversos associados ao uso 
terapêutico e às intoxicações decorrentes de doses 
excessivas ou uso inadequado. Além de dados 
epidemiológicos, histórico e exemplos. Com orientação do 
Prof. Dr. Flavio Vasconcelos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM - PA 
2025 
 
 
SUMÁRIO 
1. Introdução...............................................................................................................................4 
2. Referencial Teórico................................................................................................................ 6 
3. Histórico................................................................................................................................. 7 
4. Aspectos epidemiológicos......................................................................................................8 
5. Circunstâncias e tipos de intoxicação com medicamentos...................................................11 
6. Aspectos toxicológicos de medicamentos usados em doenças tropicais e no COVID-19...13 
6.1. Malária....................................................................................................................... 13 
6.2. Doença de Chagas......................................................................................................16 
6.3. Leishmaniose..............................................................................................................17 
6.4. COVID-19.................................................................................................................. 19 
Referências...........................................................................................................................22 
 
 
 
 
1. Introdução 
 
A toxicologia de medicamentos é uma área de extrema importância da farmacologia 
que estuda os efeitos tóxicos que substâncias químicas podem causar no organismo, 
especialmente aqueles relacionados ao uso de fármacos. Embora os medicamentos sejam 
desenvolvidos para tratar doenças, seu uso pode resultar em diferentes tipos de reações 
indesejadas, algumas das quais podem ser graves ou até fatais de acordo com suas janelas 
terapêuticas. 
De acordo com Coberllini et al. (2011), os efeitos adversos são respostas indesejadas a 
um medicamento administrado em um paciente mesmo sendo dentro da terapia adequada, 
podendo incluir reações leves, como náuseas e tonturas, até complicações mais graves, como 
hepatotoxicidade, nefrotoxicidade e efeitos cardiovasculares. Esses efeitos podem ocorrer 
devido a mecanismos farmacológicos diretos, interações com outros fármacos ou até mesmo 
a saúde do paciente. Por outro lado, os efeitos colaterais, são reações previsíveis e inerentes à 
ação farmacológica do medicamento. Diferente dos efeitos adversos, que podem ser 
inesperados, os efeitos colaterais são conhecidos como consequências do uso de tal 
medicamento como é possível observar em anti-histamínicos, que quando usados costumam 
ocasionar sonolência nesse paciente. 
As reações tóxicas ocorrem quando a exposição a um fármaco ultrapassa o limite da 
janela terapêutica, sendo por uma superdosagem, uso indevido, interações medicamentosas 
inadequadas, dose acumulada e excreção demorada. Em casos graves, podem levar a 
insuficiência de órgãos, toxicidade neurológica ou até morte. Algumas substâncias possuem 
um índice terapêutico estreito, o que significa que pequenas variações na dose podem resultar 
em efeitos tóxicos ao sujeito desse tratamento. 
A idiossincrasia corresponde a reações inesperadas e não relacionadas à dose 
administrada, normalmente de origem genética. Algumas pessoas possuem variações 
genéticas que afetam a metabolização ou a sensibilidade a determinados medicamentos, 
tornando-as mais suscetíveis a reações adversas graves. Um exemplo relevante é a deficiência 
da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), uma condição hereditária que pode levar 
à hemólise grave quando certos fármacos são administrados. Antimicrobianos como as 
sulfonamidas, a primaquina e a nitrofurantoína podem desencadear uma crise hemolítica em 
indivíduos com deficiência de G6PD, tornando essencial a avaliação genética antes da 
prescrição desses medicamentos. Testes farmacogenéticos podem auxiliar na identificação de 
 
 
indivíduos em risco para esses eventos, permitindo uma abordagem mais segura e 
personalizada na escolha do tratamento (Cordeiro et al., 2022). 
Outro ponto importante na toxicologia de medicamentos é o uso recreativo de 
substâncias. Trata-se do uso impróprio e não terapêutico de medicamentos com a finalidade 
de alcançar efeitos psicoativos, tais como euforia, relaxamento ou redução do estresse. O uso 
excessivo de substâncias como opióides, benzodiazepínicos e estimulantes é comum, 
podendo levar a toxicidade aguda, overdose e ao surgimento de dependência química, 
constituindo um grave problema de saúde. 
Erros de prescrição representam um problema crítico na prática clínica, podendo 
resultar em toxicidade medicamentosa e comprometimento da segurança do paciente. Esses 
erros incluem a administração de doses inadequadas, a falta de avaliação de possíveis 
interações medicamentosas, a prescrição para pacientes com contraindicações conhecidas e 
falhas na comunicação entre profissionais de saúde. Além disso, a automedicação agrava esse 
cenário, uma vez que pode levar ao uso inadequado de fármacos sem supervisão profissional, 
aumentando os riscos de reações adversas e intoxicações (Gonçalves, 2017). 
Para minimizar esses riscos, a monitorização terapêutica de fármacos (MTF) é uma 
ferramenta essencial, especialmente para medicamentos com estreita janela terapêutica, ou 
seja, aqueles cuja diferença entre a dose terapêutica e a dose tóxica é pequena. A MTF 
permite a avaliação dos níveis plasmáticos de determinados fármacos, garantindo que as 
concentrações estejam dentro da faixa terapêutica ideal. Dessa forma, busca-se otimizar a 
eficácia do tratamento e reduzir o risco de toxicidade, promovendo uma abordagem mais 
segura e personalizada para o uso de medicamentos. 
Nesse contexto, a farmacovigilância desempenha um papel fundamental na 
identificação, prevenção e controle dos efeitos adversos dos medicamentos. Segundo a 
Organização Mundial da Saúde (OMS), a farmacovigilância é definida como a ciência e as 
atividades relacionadas à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de eventos adversos 
ou qualquer outro problema relacionado ao uso de medicamentos. No Brasil, essa prática é 
regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece 
diretrizes para a notificação e investigação de reações adversas a medicamentos (RAM). 
Portanto, a combinação da monitorização terapêutica de fármacos e da 
farmacovigilância constitui um pilar essencial para a segurança do paciente e a efetividade 
dos tratamentos farmacológicos. O aprimoramento contínuo dessas práticas, aliado à 
educação dos profissionais de saúde e à conscientização da população sobre os riscos da 
 
 
automedicação, é fundamental para reduzir a incidência de erros de prescrição e minimizar os 
impactos da toxicidade medicamentosa. 
 
2. Referencial Teórico 
 
A toxicologia de medicamentos, além de estudar os efeitos nocivos dos fármacos no 
organismohumano, engloba a identificação e caracterização de reações adversas que podem 
surgir mesmo quando os medicamentos são administrados em doses terapêuticas. Essas 
reações adversas podem variar desde efeitos leves até manifestações graves que 
comprometem a segurança do paciente. Fatores como idade, predisposição genética e 
condições de saúde preexistentes podem influenciar a suscetibilidade individual a essas 
reações (Klaassen; Watkins III, 2012). Santos (2024), por exemplo, destaca a polifarmácia, 
comum entre idosos, aumenta o risco de interações medicamentosas prejudiciais, podendo 
levar a complicações sérias, como insuficiências renal e hepática. 
A hepatotoxicidade é uma preocupação significativa na toxicologia de medicamentos, 
uma vez que o fígado é o principal órgão responsável pelo metabolismo de substâncias 
exógenas. Certos medicamentos, como paracetamol, amoxicilina-clavulanato e diclofenaco, 
estão associados a danos hepáticos, que podem variar de elevações assintomáticas de enzimas 
hepáticas a quadros de insuficiência hepática aguda. Além disso, medicamentos como 
nimesulida foram retirados do mercado em diversos países devido ao seu potencial 
hepatotóxico, embora ainda sejam comercializados em algumas regiões (Menegoi, 2019). 
A toxicogenômica surge como uma ferramenta promissora para compreender os 
mecanismos moleculares subjacentes à toxicidade dos medicamentos. Ao analisar a 
expressão gênica e as interações genéticas, essa abordagem permite a identificação de 
biomarcadores que podem prever a resposta individual a determinados fármacos, auxiliando 
na personalização terapêutica e na minimização de efeitos adversos (Caetano, 2015). 
Portanto, a compreensão aprofundada dos aspectos toxicológicos dos medicamentos é 
essencial para uma prática clínica segura e eficaz. Visto que orienta a seleção adequada de 
fármacos, o monitoramento terapêutico e a educação dos pacientes sobre os riscos potenciais, 
contribuindo para a otimização dos resultados terapêuticos e a redução de eventos adversos 
(Klaassen; Watkins III, 2012). 
 
 
 
 
3. Histórico 
 
A toxicologia de medicamentos tem raízes em registros como o Papiro de Ebers 
(1500 a.C.), que documentou o uso de substâncias como chumbo, cobre e ópio em fórmulas 
medicinais, evidenciando riscos tóxicos associados a esses agentes (Bittencourt; Caponi, 
2013). 
Hipócrates no século V a.C. estabeleceu princípios clínicos ao discutir 
biodisponibilidade e sobredosagem, antecipando preocupações com segurança terapêutica 
(Sprada, 2025). Na Grécia Antiga, Sócrates foi condenado à morte por ingestão de cicuta, um 
alcalóide vegetal altamente tóxico, enquanto Mitrídates VI testou antídotos em prisioneiros, 
demonstrando práticas precoces de experimentação (Assuntos gerais, 2008). 
Durante a Idade Média, Moisés Maimônides (1135–1204) escreveu o Tratado dos 
Venenos e seus Antídotos, enquanto Alberto Magno isolou o arsênico, ampliando o 
conhecimento sobre substâncias tóxicas (Sprada, 2025). Paracelsus (1493–1541) revolucionou 
a toxicologia ao afirmar: "Todas as substâncias são venenos; somente a dose diferencia o 
remédio do veneno", estabelecendo uma abordagem quantitativa (Kasvi, 2025). 
A Revolução Industrial (século XVIII) intensificou a exposição a substâncias 
químicas, com Bernardino Ramazzini (1633) associando doenças ocupacionais à saúde do 
trabalhador (Gandolfi; Andrade, 2006). Matthieu Orfila (1813) consolidou a toxicologia 
moderna ao demonstrar efeitos tóxicos em órgãos específicos e sistematizar análises químicas 
para diagnóstico forense (SBTox, 2025). O avanço da química orgânica e o uso de anestésicos 
e desinfetantes no século XIX levaram a incidentes de intoxicação, como os provocados por 
medicamentos em fase de "patente" (Sprada, 2025). 
Crises como a contaminação por sulfanilamida em gliol (1937) e o caso da 
talidomida (década de 1950), que causou malformações fetais, expuseram falhas na segurança 
farmacêutica (Bittencourt; Caponi, 2013). Leis como as de Wiley (1906) e Copeland (1938) 
exigiram testes prévios de segurança, enquanto desastres como Hawk’s Nest (1927–1935) e 
Minamata (1950) reforçaram a necessidade de regulamentações ambientais e ocupacionais 
(Gandolfi; Andrade, 2006). 
 Durante esse período, também começaram a ser formuladas as primeiras 
regulamentações sobre a aprovação e a comercialização de medicamentos, estabelecendo a 
exigência de estudos toxicológicos pré-clínicos para garantir a segurança dos produtos 
farmacêuticos (De Castro, 2000). 
 
 
Na década de 1960, após a tragédia da talidomida, que causou defeitos congênitos 
em crianças cujas mães haviam utilizado o medicamento durante a gestação, houve uma 
mudança significativa na abordagem da toxicologia de medicamentos. Esse evento destacou a 
importância de realizar testes rigorosos de segurança antes da liberação de medicamentos no 
mercado, o que levou à criação de leis mais rígidas e de agências reguladoras, como a FDA 
(Food and Drug Administration) nos Estados Unidos e a ANVISA no Brasil, que passaram a 
exigir ensaios mais completos para avaliar os riscos associados ao uso de medicamentos 
(Drummond et al., 2020). 
A toxicologia clínica evoluiu com avanços em bioensaios e em farmacologia 
molecular, permitindo avaliar mecanismos de ação tóxicos versus terapêuticos (Kasvi, 2025). 
No Brasil, medicamentos foram os principais agentes de intoxicações humanas entre 1999 e 
2004, destacando a relevância da vigilância (Gandolfi; Andrade, 2006). 
O avanço da biotecnologia e das ciências moleculares nas últimas décadas trouxe 
novas ferramentas para a toxicologia de medicamentos. O desenvolvimento de modelos in 
vitro, como culturas celulares e organoides, e o uso de técnicas como a biologia molecular e a 
genômica, permitiram uma compreensão mais detalhada dos mecanismos moleculares e 
celulares responsáveis pelos efeitos tóxicos. Além disso, a toxicogenômica, que estuda como 
os genes influenciam a resposta do organismo a substâncias químicas, têm desempenhado um 
papel crucial na personalização de tratamentos e na previsão de reações adversas (Da Silva 
Nóbrega, 2015). 
 
4. Aspectos epidemiológicos 
Os medicamentos se mostram muito eficazes no que diz respeito aos avanços 
tecnológicos do homem, porém as intoxicações por medicamentos vem se destacando no 
Brasil devido o seu uso indiscriminado, automedicação, abuso levando a dependência e 
interações medicamentosas, com destaque a interações com álcool. 
Intoxicações medicamentosas compreendem a série de sintomas gerados pelo uso de 
um medicamento que foi inalado, injetado, ingerido ou se entrou em contato com a pele, 
mucosa ou olhos em uma dosagem acima da janela terapêutica. Podem ser divididas em dois 
grupos, aguda ou crônica, onde cada fármaco apresenta singularidades em um quadro de 
sinais e sintomas (Gonçalves et al., 2017). 
 
 
Os dados coletados do site do Sistema Nacional de Informações 
Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), tem em 2017 seus últimos registros devido a diminuição 
da participação dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATs) nos 
levantamentos dos mesmos. 
Em 2017, segundo dados do site do Sistema Nacional de Informações 
Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) e comparando os agentes que causaram intoxicações em 
seres humanos, cerca de 27% das intoxicações no Brasil foram causadas por medicamentos, 
perdendo somente para animais peçonhentos/escorpiões (15%). Esta percentagem de 
intoxicações por medicamentos indica 20637 pessoas, destas 50 vieram a óbito, sendo esta 
um valor de letalidade inferior em relação aos agentes de maior letalidade, como Agrotóxicos 
(41% de letalidade). 
Estes dados, ilustrados nos gráficos 1 e 2 abaixo, mostram a variação entre número de 
casos e letalidade de intoxicação por agentes em 2017. Visto que a letalidade é o número de 
casos, dividido pelo número de óbitos, seu valor em relação ao números de casos ébaixa, em 
oitavo lugar, pois seu número de óbitos em comparação com outros agentes é mais baixo em 
um número alto de casos. 
Gráfico 1: Casos de Intoxicação Humana por Agente em porcentagem. 
Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX. 
 
 
 
Gráfico 2: Letalidade de Intoxicação Humana por Agente em porcentagem. 
 
Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX. 
No Brasil, os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) foram 
criados a partir da década de 1960 e atuam na orientação referente às condutas clínicas e de 
suporte, nos casos de intoxicação, tanto para os profissionais que os procuram quanto para a 
população em geral. A Renaciat, que integra esses centros, coordenada pela Anvisa, foi 
criada em 2005 pela RDC nº 19. É composta por 36 Centros de Informação e Assistência 
Toxicológica (Ciats), que funcionam em hospitais universitários, secretarias estaduais e 
municipais de saúde e fundações de 19 unidades federadas. 
Os CIATs têm como objetivo fornecer informações toxicológicas, assim como o 
diagnóstico, o tratamento e o registro dos casos de intoxicação e envenenamento provocados 
por agrotóxicos, medicamentos, cosméticos, domissanitários, produtos químicos industriais, 
metais, plantas tóxicas, animais peçonhentos, e quaisquer outras substâncias potencialmente 
agressivas para o ser humano. 
Esses registros, em relação a intoxicações por medicamentos deixam claro seu maior 
número de casos devido ao fácil acesso, tanto por meio de farmácias quanto por 
medicamentos guardados em casa, o que aumenta as chances de uso inadequado ou abusivo. 
Também é importante destacar a automedicação, por meio de uma forte cultura de 
automedicação, sem prescrição médica, desconhecimento sobre a dose máxima e efeitos 
colaterais, o que pode contribuir significativamente para casos que levem a intoxicação. 
 
 
O gráfico 3 abaixo vislumbra o número de casos de intoxicação por medicamentos 
nas diferentes regiões do Brasil de 1999 a 2017. O destaque da região sudeste com altos 
número de casos dentre esses anos, devido sua densidade populacional, maior acesso a 
serviços de saúde e medicamentos, alto nível de urbanização e cultura de automedicação 
facilitada pelo acesso. Além disso, o registro de notificações é muito maior se comparado à 
região norte. Esta que em 2004, 2009, 2011, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017 não registrou 
número de óbitos de intoxicação por medicamentos. 
 
 
 
 
Gráfico 3: Casos de Intoxicação por medicamento em Humanos por Região (1999 a 2017). 
 
Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX. 
 
5. Circunstâncias e tipos de intoxicação com medicamentos 
 
A ação de vigilância de intoxicação na esfera nacional teve início em 1980, pelo 
Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (SINITOX), fundado pelo 
Ministério da Saúde e vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo é o 
registro e o processamento dos dados sobre as notificações em território nacional, com 
finalidade de coordenar a coleta, a compilação, análise e divulgação dos casos de intoxicação 
 
 
no país. 
 Foram registradas 547.467 notificações de intoxicação no Brasil de 2012 a 2017. 
Dentre os agentes responsáveis por esses eventos, os medicamentos lideram o ranking. Com 
relação a intoxicação por medicamentos, o ano de 2016 teve o maior número de 
intoxicações, representando 33,17% dos casos totais. Foi observado um crescimento no 
número de casos associados a medicamentos entre os anos de 2014 a 2016. Entretanto, no 
ano de 2017, foram visualizados menores índices de notificações. 
 
 
 Fonte: Souza, Pereira e Lima (2024) 
 
 Ademais, em quesito de circunstâncias motivadoras para a intoxicação por 
medicamentos, no período disponível na plataforma SINITOX , tem se como questões 
relevantes, tentativa de suícidio (38,9 %), uso terapêutico (12,04%), e erro de administração 
(6,22%), na tabela abaixo se apresenta ocorrências mais expressivas por porcentagem. 
 
 Fonte: Souza, Pereira e Lima (2024) 
 
 
 
 De acordo com Souza e Silva (2014), Intoxicação medicamentosa consiste em uma 
série de sinais e sintomas produzidos, quando um medicamento é ingerido, inalado, injetado 
ou entra em contato com a pele, olhos ou membranas mucosas em dose(s) acima da(s) 
terapêutica(s). As intoxicações medicamentosas podem ser classificadas como agudas ou 
crônicas e cada droga apresenta um quadro de sinais e sintomas peculiares, de acordo com 
suas características específicas, incluindo a toxicocinética. 
 Em casos de intoxicações agudas ocorre um único ou múltiplos contatos com a 
substância em um período de 24 horas, tendo efeitos imediatos ou em até duas semanas, já 
em circunstâncias de uma intoxicação crônica, o contato é pertinente por 3 meses ou até anos, 
tendo uma exposição prolongada ao intoxicante (COORDENAÇÃO, 2019). 
 
6. Aspectos toxicológicos de medicamentos usados em doenças tropicais e no 
COVID-19 
 
6.1. Malária 
 
Cerca de 263 milhões de pessoas foram acometidas pela malária em 2023 (WHO, 
2024), o que representa aproximadamente 11 milhões de casos a mais em 2023 quando 
comparado ao ano de 2022 (WHO, 2023). A malária é uma doença causada pela picada do 
mosquito fêmea Anopheles, que está infectado por protozoários do gênero Plasmodium, em 
que seis espécies são capazes de infectar o homem: Plasmodium falciparum, Plasmodium 
vivax, Plasmodium ovale wallickeri, Plasmodium ovale curtisi, Plasmodium malariae e 
Plasmodium knowlesi. A transmissão da malária por esse vetor é benéfica, visto que além de 
não sofrer danos com a presença do parasito, as suas características biológicas e 
adaptabilidade ecológica garantem a transmissibilidade da doença (Mbanefo; Kumar, 2020). 
O ciclo biológico do Plasmodium sp. está representado na figura 1 e as manifestações 
clínicas da malária variam conforme a espécie do Plasmodium envolvida, a resposta 
imunológica do hospedeiro e a gravidade da infecção. Os sintomas iniciais geralmente 
incluem febre, calafrios, sudorese, cefaleia, mialgia e fadiga. É importante ressaltar que, 
devido à semelhança dos sinais e sintomas da malária com a COVID-19, alguns diagnósticos 
podem ter sido equivocados, ou pode ter ocorrido casos de co-infecção (Hussein et al., 2020). 
 
Figura 1. Ciclo biológico do Plasmodium sp. 
 
 
 
Fonte: NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 
 
Em casos mais graves, especialmente causados pelo Plasmodium falciparum, podem 
ocorrer complicações como anemia grave, insuficiência respiratória, disfunção renal, 
comprometimento neurológico e choque circulatório. Além disso, formas graves da doença 
podem levar à malária cerebral, caracterizada por alteração do nível de consciência, 
convulsões e coma, representando risco significativo de mortalidade (Melo et al., 2024). 
Estas manifestações estão associadas aos estágios eritrocíticos assexuados, no qual a forma 
de anel se desenvolve em forma de esquizontes que por sua vez liberam merozoítos 
(Meibalan; Marti, 2017). 
O tratamento eficaz e oportuno da malária é atualmente a base fundamental para o 
controle da doença. Antes do surgimento da resistência do Plasmodium falciparum à 
cloroquina, esse fármaco era empregado no tratamento das quatro espécies de plasmódios que 
infectam o ser humano. (FUNASA, 2001). Atualmente, o P. falciparum apresenta resistência 
não apenas à cloroquina, mas também a diversos outros antimaláricos, o que torna seu 
tratamento um desafio para os profissionais e autoridades de saúde. 
Os antimaláricos podem ser classificados com base em suas características químicas, 
farmacológicas, local de ação no ciclo do parasito, finalidade terapêutica e modo de obtenção. 
Assim como as suas toxicidades variam conforme a dose, duração do tratamento e 
susceptibilidade individual. De acordo com suas características químicas, os medicamentos 
antimaláricos podem ser classificados de acordo com o quadro 1. 
 
Quadro1. Medicamentos antimaláricos. 
Categoria química Composto 
 
 
4-Aminoquinolinas Cloroquina E Amodiaquina 
8-Aminoquinolinas Primaquina 
Quinolinometanóis Naturais Quinina 
Quinolinometanóis Sintéticos Mefloquina 
Fenantrenometanóis Halofantrina 
Lactonas Sesquiterpênicas Derivados Da Artemisinina 
Naftacenos Tetraciclinas (Doxiciclina) 
Lincosaminas Clindamicina 
Fonte: Adaptado de Manual de terapêutica da malária. 
 
A halofantrina é um antimalárico conhecido por seu elevado potencial de toxicidade 
cardíaca. Seu mecanismo de toxicidade envolve o bloqueio dos canais de potássio, resultando 
no prolongamento do intervalo QT e aumentando o risco de arritmias ventriculares fatais, 
como Torsades de Pointes. Clinicamente, a administração de halofantrina pode levar a 
arritmias graves, hipotensão, síncope e, em casos de overdose, morte súbita. Devido a esses 
riscos significativos, o uso da halofantrina tornou-se extremamente limitado na prática 
médica atual (Chassaigne, 2001). 
A mefloquina é um antimalárico cujo mecanismo de toxicidade pode envolver a 
interferência em canais iônicos e na função neuronal, com possível acúmulo em tecidos, 
desencadeando efeitos neuropsiquiátricos. Terapeuticamente, o uso de mefloquina tem sido 
associado a distúrbios neuropsiquiátricos, incluindo ansiedade, pesadelos, alucinações e 
psicose, além de convulsões e, em alguns casos, alterações cardíacas leves. Devido ao risco 
significativo de efeitos adversos no sistema nervoso central, especialmente em doses elevadas 
ou em indivíduos suscetíveis, recomenda-se cautela em sua administração. Durante o uso 
profilático, se o paciente desenvolver sintomas psiquiátricos ou neurológicos, como 
ansiedade aguda, depressão, agitação, alucinações ou confusão mental, o uso de mefloquina 
deve ser interrompido e um agente profilático alternativo deve ser considerado (Cabral et al., 
2021). 
 
 
A quinina é um alcaloide utilizado no tratamento da malária, cuja toxicidade está 
associada à interferência na condução cardíaca e à possibilidade de desencadear o 
"cinchonismo". Este termo refere-se a um conjunto de sintomas que incluem zumbido nos 
ouvidos, visão turva, náuseas e cefaleia (Figueira Pimentel, 2004). Além disso, a quinina 
pode provocar arritmias cardíacas e hipoglicemia, esta última resultante da estimulação da 
liberação de insulina. Devido à sua estreita margem terapêutica, há um risco aumentado de 
toxicidade, especialmente em casos de superdosagem (Vieira e Mídio, 2000). 
A cloroquina e a amodiaquina, ambas pertencentes à classe das 4-aminoquinolinas, 
são antimaláricos que compartilham mecanismos de toxicidade semelhantes. Um dos 
principais mecanismos é o acúmulo tecidual, especialmente em tecidos ricos em melanina, 
como a retina e a pele, o que pode levar à retinopatia irreversível com o uso prolongado. 
Além disso, em casos de overdose ou administração intravenosa rápida, essas drogas podem 
causar arritmias e outros efeitos cardíacos adversos. Devido a esses riscos, é essencial 
monitorar cuidadosamente os pacientes em uso dessas medicações, especialmente em terapias 
de longa duração (Lacava, 2010). Notavelmente, a amodiaquina possui um risco mais 
elevado de reações hematológicas graves em comparação à cloroquina (Silva e Silva, 2009). 
Os derivados da artemisinina, pertencentes à classe das lactonas sesquiterpênicas, 
produzem radicais livres quando ativados pelo ferro, afetando o parasita e, potencialmente, 
causando efeitos neurotóxicos em doses elevadas ou uso prolongado, conforme observado em 
modelos animais. Do ponto de vista clínico, esses fármacos são geralmente bem tolerados, 
podendo ocasionar distúrbios gastrointestinais, leves efeitos no sistema nervoso e, raramente, 
prolongamento do intervalo QT quando combinados com outros medicamentos. 
Comparativamente, apresentam um perfil de toxicidade mais favorável quando utilizados 
corretamente e em combinação (Oliveira et al., 2022). Em resumo, enquanto a amodiaquina 
apresenta riscos hematológicos significativos, os derivados da artemisinina demonstram um 
perfil de segurança mais favorável, desde que administrados de forma adequada. 
A primaquina pode gerar espécies reativas de oxigênio, levando a estresse oxidativo 
nas hemácias. Em pacientes com deficiência de G6PD, isso pode resultar em hemólise grave 
e metemoglobinemia, manifestando-se por anemia, icterícia, urina escura e fadiga. 
Entretanto, em indivíduos com níveis normais de G6PD, a primaquina é geralmente segura 
(Silva et al., 2004). 
A doxiciclina, pode causar fotossensibilidade e irritação gastrointestinal, incluindo 
esofagite, e raramente, alterações hepáticas. Apesar desses efeitos, é considerada de baixa 
toxicidade em comparação com outros antimaláricos (Rodriguéz Lopéz, 2010). A 
 
 
clindamicina, uma lincosamina, pode alterar a flora intestinal, levando à proliferação de 
Clostridioides difficile, resultando em diarreia e colite pseudomembranosa; efeitos sistêmicos 
são raros. Entre os antimaláricos mencionados, apresenta o perfil toxicológico mais brando 
(Ferreira, 2023). 
 
6.2. Doença de Chagas 
 
A doença de Chagas, também denominada tripanossomíase americana, é uma 
patologia infecciosa que pode apresentar tanto uma fase aguda quanto crônica, sendo causada 
pelo protozoário Trypanosoma cruzi. A transmissão pode ocorrer por diversas vias, incluindo 
a forma vetorial, caracterizada pelo contato direto com fezes e/ou urina de triatomíneos 
hematófagos, conhecidos popularmente como barbeiros. Além disso, a infecção pode ser 
adquirida por meio da ingestão de alimentos contaminados com o parasito proveniente desses 
vetores, pela transmissão vertical (materno-fetal), por transfusão sanguínea, transplante de 
órgãos, e por acidentes laboratoriais, quando há contato de pele lesionada ou de mucosas com 
material biológico infectado. Ademais, considerando a suscetibilidade das mucosas à 
transmissão do parasito, a via sexual tem sido apontada como uma possibilidade teórica, 
respaldada por evidências obtidas em modelos experimentais e pela indicação de seu 
potencial de ocorrência em populações humanas (BRASIL, 2018). 
O tratamento etiológico da doença de Chagas, independentemente da fase, baseia-se 
principalmente no uso de dois medicamentos: benznidazol e nifurtimox (Junior, 2017). 
Desenvolvidos há anos, esses fármacos continuam sendo as únicas opções terapêuticas 
disponíveis e demonstram eficácia na redução da duração e da gravidade da doença. No 
Brasil, o benznidazol é o medicamento mais utilizado e é indicado como primeira escolha, 
especialmente na fase aguda e nos estágios iniciais da forma crônica (Dias et al., 2016). Sua 
eficácia é maior quando administrado precocemente, visando eliminar o parasita e prevenir a 
progressão da enfermidade (Ribeiro, 2017). 
Entretanto, seu uso pode estar associado a efeitos adversos significativos, como 
reações cutâneas, sintomas gastrointestinais e alterações neurológicas. Esses efeitos colaterais 
podem levar à interrupção do tratamento em alguns pacientes (Ferreira, 2019). 
O nifurtimox, embora menos utilizado, é uma alternativa terapêutica para o 
tratamento da doença de Chagas. Assim como o benznidazol, sua administração pode resultar 
em efeitos adversos notáveis, incluindo intolerância gástrica, erupções cutâneas e problemas 
neuromusculares. Devido a esses potenciais efeitos colaterais, a adesão ao tratamento pode 
 
 
ser comprometida. É importante ressaltar que a eficácia desses medicamentos diminui na fase 
crônica da doença, tornando essencial o diagnóstico e a intervenção precoce (Santos et al., 
2022). 
 
6.3. Leishmaniose 
 
As leishmanioses são doenças zoonóticas causadas por protozoários do gênero 
Leishmania, sendo transmitidas por flebotomíneos infectados. De grande relevância para a 
saúde pública, essas infecções representam 75% das doenças emergentes no mundo. 
Clinicamente, são classificadasem Leishmaniose Visceral (LV), também chamada de 
Calazar, e Leishmaniose Tegumentar (LT), que engloba as formas cutânea localizada, cutânea 
mucosa e cutânea difusa (BRASIL, 2023). Essas doenças possuem um espectro grande de 
manifestações clínicas, e essas diferenças estão relacionadas à espécie de Leishmania 
envolvida (Pelissari et al., 2011). 
Os principais fármacos indicados para o tratamento da LT incluem o antimoniato de 
meglumina, o isetionato de pentamidina e a anfotericina B (nas formas desoxicolato e 
lipossomal). Além desses, a pentoxifilina foi incorporada como adjuvante no tratamento da 
leishmaniose mucosa, enquanto a miltefosina tem sido estudada como alternativa promissora, 
especialmente para a forma cutânea localizada (BRASIL, 2016). 
No caso da LV, o tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde inclui o uso de 
antimoniato de meglumina e anfotericina B (desoxicolato e formulações lipossômicas), além 
do isetionato de pentamidina e do estibogluconato de sódio, embora este último não esteja 
incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2016). A miltefosina também foi 
citada como possível alternativa terapêutica para a LV, apesar das limitações em relação ao 
seu registro no Brasil. 
Os tratamentos para LT e LV podem frequentemente apresentar perfis de toxicidade 
significativos. Os antimoniais pentavalentes, como o antimoniato de meglumina e o 
estibogluconato de sódio, têm sido amplamente utilizados no tratamento dessas enfermidades. 
No entanto, esses medicamentos podem causar efeitos adversos, incluindo cardiotoxicidade, 
nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, sintomas gastrointestinais, mialgias e artralgias (Murray et 
al., 2005; Sundar et al., 2018). 
A anfotericina B é uma alternativa aos antimoniais, especialmente em casos de 
resistência ou intolerância. Contudo, Pelissari et al. (2011) associa seu uso a nefrotoxicidade 
significativa, podendo levar à insuficiência renal aguda, além de reações infusionais, como 
 
 
febre, calafrios e hipotensão, hepatotoxicidade e anemia. Em contrapartida, a formulação 
lipossomal tem demonstrado um perfil de toxicidade significativamente reduzido, sendo 
preferencialmente utilizada em pacientes com maior risco, como os imunodeprimidos, 
crianças e idosos. 
O isetionato de pentamidina - embora menos tóxico que os antimoniais - pode causar 
hipoglicemia, hipotensão e disfunção pancreática, levando, em alguns casos, ao 
desenvolvimento de diabetes mellitus insulino-dependente. Devido ao seu perfil de efeitos 
colaterais, a pentamidina é geralmente reservada para casos específicos, como infecções por 
Leishmania resistentes a outras terapias (BRASIL, 2016). 
A miltefosina, ainda não amplamente disponível no Brasil e recentemente introduzida 
como uma opção oral para o tratamento da leishmaniose, oferece conveniência, mas 
apresenta efeitos adversos que devem ser considerados, incluindo náuseas, vômitos e diarreia, 
além de ser contraindicada em mulheres grávidas devido ao risco de malformações fetais. 
Alterações nos parâmetros renais e hepáticos também foram observadas em alguns pacientes. 
A miltefosina representa um avanço no tratamento, especialmente pela via oral, mas requer 
monitoramento cuidadoso devido aos seus potenciais efeitos tóxicos (BRASIL, 2023). 
A pentoxifilina, utilizada como adjuvante na leishmaniose mucosa devido à sua ação 
anti-inflamatória e imunomoduladora, também apresenta efeitos adversos relevantes. Os 
principais incluem sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia e dor 
abdominal. Além disso, pode causar toxicidade hematológica, com risco de hemorragias e 
trombocitopenia, sendo necessária cautela em pacientes com distúrbios de coagulação. 
Hipotensão, cefaleia, tontura e sonolência também são relatadas, assim como reações 
alérgicas, incluindo urticária e prurido (BRASIL, 2016). 
O antimoniato de meglumina, fármaco de primeira escolha para LT e LV, apresenta 
toxicidade cardíaca, hepática, pancreática e renal, podendo levar a arritmias cardíacas, 
disfunção hepática e insuficiência renal. Pode causar prolongamento do intervalo QT, 
arritmias cardíacas graves e até insuficiência cardíaca, sendo recomendada a realização de 
eletrocardiograma antes e durante o tratamento. Também pode provocar insuficiência renal 
aguda, exigindo monitorização da função renal, além de aumentar os níveis de transaminases 
hepáticas, indicando lesão hepática (BRASIL, 2016). 
A pancreatite é outro efeito adverso possível, frequentemente associada à 
hiperamilasemia, o que pode requerer a suspensão do tratamento em casos graves. Sintomas 
como mialgia, artralgia, cefaléia, tontura, náuseas, vômitos e perda de apetite são comuns. 
Devido a esses efeitos adversos, o antimoniato de meglumina deve ser utilizado com 
 
 
precaução em idosos e pacientes com doenças cardíacas, renais e hepáticas preexistentes, 
exigindo acompanhamento laboratorial frequente (BRASIL, 2023). 
Em suma, a escolha do tratamento para a leishmaniose requer uma avaliação 
cuidadosa das características clínicas do paciente e do parasita, além de um monitoramento 
contínuo para minimizar os riscos associados aos efeitos adversos dos medicamentos 
utilizados. A compreensão aprofundada do perfil toxicológico desses fármacos é fundamental 
para otimizar os resultados terapêuticos e garantir a segurança do paciente. 
 
6.4. COVID-19 
 
Durante a pandemia de COVID-19, diversos fármacos foram empregados no 
tratamento da doença, incluindo alguns que foram utilizados de maneira inadequada, sem a 
devida orientação médica, impulsionados pela desinformação. Entre esses medicamentos, 
destacaram-se a hidroxicloroquina, o remdesivir, a ivermectina e a azitromicina. Entre esses 
medicamentos, apenas o remdesivir foi efetivamente indicado para o tratamento da 
COVID-19, sendo o uso dos outros fármacos, especialmente a hidroxicloroquina, ivermectina 
e azitromicina, amplamente desencorajado por autoridades sanitárias devido à falta de 
comprovação científica de eficácia e aos potenciais riscos à saúde. Esses agentes terapêuticos, 
embora amplamente utilizados no contexto da emergência sanitária, apresentaram potenciais 
efeitos tóxicos significativos, os quais exigiram monitoramento rigoroso e atento. A 
utilização indevida desses fármacos pode resultar em sérios riscos à saúde, reforçando a 
necessidade de uma abordagem clínica cautelosa e embasada em evidências científicas 
robustas. 
A hidroxicloroquina, amplamente utilizada no início da pandemia, demonstrou não 
apresentar eficácia comprovada no tratamento da COVID-19. Além disso, seu uso foi 
associado a efeitos adversos, como prolongamento do intervalo QT, que pode levar a 
arritmias cardíacas. A ivermectina, outro medicamento empregado sem evidências sólidas de 
eficácia contra o SARS-CoV-2, apresentou potenciais efeitos tóxicos. Um estudo utilizando o 
bioensaio Allium cepa revelou que a ivermectina causou alterações morfológicas nas raízes 
das plantas, sugerindo efeitos genotóxicos. A hidroxicloroquina, embora não tenha mostrado 
risco genotóxico nas dosagens testadas, pode oferecer riscos à saúde humana quando 
administrada em excesso ou sem orientação médica adequada (Oliveira, 2022). 
 
 
O remdesivir, aprovado para uso emergencial no tratamento da COVID-19, 
demonstrou eficácia antiviral em estudos clínicos. No entanto, seu uso está associado a 
efeitos adversos, incluindo insuficiência renal e hepática. Estudos relataram aumento das 
transaminases hepáticas, insuficiência renal e reações alérgicas após a sua administração. A 
hepatotoxicidade é uma preocupação significativa no tratamento de pacientes com 
COVID-19. Medicamentos como remdesivir, lopinavir/ritonavir e tocilizumab foram 
associados a danos hepáticos. De Lima et al. (2023) indicou que o uso desses fármacos 
poderia levar a elevações das transaminases hepáticas e outros biomarcadores de dano 
hepático. 
No Brasil, umestudo analisou as notificações de reações adversas a medicamentos em 
pacientes com COVID-19. Entre os fármacos mais associados a essas reações estavam a 
hidroxicloroquina, a azitromicina e o remdesivir. As principais reações adversas ocorreram 
nos sistemas cardíaco, gastrointestinal, cutâneo e hepatobiliar (Da Silva, 2021). 
Em suma, embora alguns medicamentos tenham sido utilizados no tratamento da 
COVID-19, é essencial considerar seus potenciais efeitos tóxicos. O uso desses fármacos 
deve ser cuidadosamente monitorado, com acompanhamento médico rigoroso, para 
minimizar riscos à saúde dos pacientes. 
 
 
Referências 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Proposta de Elaboração do Protocolo Clínico e Diretrizes 
Terapêuticas da Leishmaniose Tegumentar. CONITEC, 2016. Disponível em: 
http://portalsaude.saude.gov.br. Acesso em: 18 fev. 2025. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Proposta de Elaboração do Protocolo Clínico e Diretrizes 
Terapêuticas da Leishmaniose Visceral. CONITEC, 2016. Disponível em: 
http://portalsaude.saude.gov.br. Acesso em: 18 fev. 2025. 
BRASIL. Secretaria da Saúde do Estado do Ceará. Nota Técnica: Tratamento das 
Leishmanioses. Ceará, 2023. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br. Acesso em: 18 
fev. 2025. 
BRASIL. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Doença de Chagas. 2018. Disponível 
em: 
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/doenca-de-chagas/prot
ocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-doenca-de-chagas-_-relatorio-de-recomendacao.p
df/view. Acesso em: 27 fev. 2025. 
 
CABRAL, Anna Maria de Lira et al. Alterações auditivas e vestibulares associadas ao uso da 
mefloquina: uma revisão integrativa. Audiology-Communication Research, v. 26, p. e2386, 
2021. 
 
CAETANO, Hugo Takeda. Toxicogenômica e Toxicologia: Parte I. As ciências “ômicas”. 
2015. 
 
COORDENAÇÃO. Intoxicação por Medicamentos. Centro de Informação sobre 
Medicamentos – UFPB, João Pessoa, 22 jun. 2019. 
 
CHASSAIGNE, J. A. Malaria y fármacos antimaláricos. Revista de la Sociedad Venezolana 
de Microbiología, v. 21, n. 2, p. 85-88, 2001. 
 
DA SILVA, Renato Ferreira. Reações adversas a medicamentos em pacientes com 
COVID-19. Cadernos de Saúde Pública, v. 37, p. e00228121, 2021. 
 
DA SILVA NÓBREGA, Hayanne Oliveira et al. Intoxicações por medicamentos: uma revisão 
sistemática com abordagem nas síndromes tóxicas. REVISTA SAÚDE & CIÊNCIA, v. 4, n. 
2, p. 109-119, 2015. 
 
DE CASTRO, Claudia Garcia Serpa Osorio (Ed.). Estudos de utilização de medicamentos: 
noções básicas. SciELO-Editora FIOCRUZ, 2000. 
 
 
 
DE LIMA, Manuela Izidio; DA FONSECA NETO, Olival Cirilo Lucena. Complicações 
hepatobiliares em pacientes com covid-19: uma revisão integrativa Hepatobiliary 
complications in patients with covid-19: an integrative review. Rev Med (São Paulo), v. 102, 
n. 6, p. 209103, 2023. 
 
DIAS, João Carlos Pinto et al. II Consenso Brasileiro em doença de Chagas, 2015. 
Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 25, p. 7-86, 2016. 
 
FERREIRA, ANDRÉ LUÍS CELESTINO FERREIRA. ANÁLISE DESCRITIVA DA SÉRIE 
DE CASOS PROVENIENTES DO SURTO DE MALÁRIA AUTÓCTONE NA PARAÍBA 
EM 2019. 2023. 
 
FERREIRA, Ariela Mota et al. Reações adversas ao benzonidazol no tratamento da Doença 
de Chagas: revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados e controlados. Cadernos 
Saúde Coletiva, v. 27, p. 354-362, 2019. 
 
FIGUEIRA PIMENTEL, Lúcio. Preparação e caracterização de microesferas de copolímeros 
de ácido lático e glicólico (PLGA) contendo sulfato de quinina. 2004. 
 
Fundação Nacional de Saúde. Manual de terapêutica da malária/ Colaboração de Agostinho 
Cruz Marques [et al]. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2001. 
 
HUSSEIN, Mogahed Ismail Hassan et al. Malaria and COVID-19: unmasking their 
ties. Malaria journal, v. 19, n. 1, p. 1-10, 2020. 
 
JUNIOR, Policarpo Ademar Sales et al. Experimental and clinical treatment of Chagas 
disease: a review. The American journal of tropical medicine and hygiene, v. 97, n. 5, p. 
1289, 2017. 
 
KLAASSEN, Curtis D.; WATKINS III, John B. Fundamentos em toxicologia de Casarett e 
Doull (Lange). AMGH Editora, 2012. 
 
LACAVA, Augusto Cézar. Complicações oculares da terapêutica com a cloroquina e 
derivados. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v. 73, p. 384-389, 2010. 
 
LIMA, Edson Borges de et al. Tratamento da leishmaniose tegumentar americana. Anais 
Brasileiros de Dermatologia, v. 82, p. 111-124, 2007. 
 
MBANEFO, A; KUMAR, N. Evaluation of malaria diagnostic methods as a key for 
successful control and elimination programs. Tropical Medicine and Infectious Disease, v. 
5, n. 2, p. 102, 2020. 
 
MEIBALAN, E; MARTI, M. Biology of malaria transmission. Cold Spring Harbor 
Perspectives in Medicine, v. 7, n. 3, p. a025452, 2017. 
 
 
 
MELO, Cinthia Rodrigues et al. Investigação da toxicidade e do mecanismo de ação do aduto 
de morita-baylis-hillman (CH3ISACN) como um antimalárico. 2024. 
 
MENEGOI, Yasmin Luiz Fonseca. Complicações do uso da nimesulida-revisão de literatura. 
Revista Brasileira de Odontologia, v. 76, p. 99, 2019. 
 
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. Leishmaniose visceral grave: normas e condutas. Brasília: Ministério da 
Saúde; 2006. 
 
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Vigilância da 
Leishmaniose Tegumentar Americana. 2a ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2007. 
 
Ministério da Saúde. Secretaria da Saúde do Estado do Ceará. Nota Técnica Tratamento das 
Leishmanioses. Brasília: Ministério da Saúde; 2023. 
 
MURRAY, Henry W. et al. Advances in leishmaniasis. The Lancet, v. 366, n. 9496, p. 
1561-1577, 2005. 
 
OLIVEIRA, Ramon Guerra de; CRUZ, Luiza dos Reis; DIAS, Luiz Carlos. Artemisinina e 
derivados: descoberta, estratégias sintéticas e obtenção industrial. Química Nova, v. 45, n. 
07, p. 831-846, 2022. 
 
OLIVEIRA, Thais Lucena de et al. Toxicity and genotoxicity of drugs used in the Covid-19 
pandemic through the Allium cepa bioassay. 2022. 
 
PELISSARI, Daniele Maria et al. Tratamento da leishmaniose visceral e leishmaniose 
tegumentar americana no Brasil. Epidemiologia e serviços de saúde, v. 20, n. 1, p. 107-110, 
2011. 
 
RIBEIRO, V. A. O. Tratamento farmacológico da doença de chagas e suas perspectivas 
[trabalho conclusão de curso]. Brasília (DF): Universidade de Brasília, 2017. 
 
RODRÍGUEZ LÓPEZ, Aquiles José et al. Nivel de resistencia a la quinina más doxiciclina 
en la malaria cloroquina resistente. Revista Archivo Médico de Camagüey, v. 14, n. 1, p. 
0-0, 2010. 
 
SANTOS, Daniele Rodrigues; DE SOUSA GONÇALVES, Divino Lúcio; DOS SANTOS, 
Walquíria Lene. Doença de Chagas: uma revisão integrativa. Revista JRG de Estudos 
Acadêmicos, v. 5, n. 10, p. 01-15, 2022. 
 
SANTOS, Davi José Brito Dos. Riscos toxicológicos de interação medicamentosa em idosos: 
Uma revisão integrativa. 2024. 
 
 
 
SOUZA, J.; PEREIRA, M.; LIMA, R. Análise das taxas de intoxicação por medicamentos 
ocorridos no Brasil com base no Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. 
Textura, [s.l.], v. 10, n. 2, p. 45-58, jul./dez. 2024. 
 
SOUZA, J. P.; SILVA, M. R. Estudo sobre a interação de medicamentos em pacientes idosos. 
Infarma – Ciências Farmacêuticas, Brasília, v. 26, n. 2, p. 123-130, abr./jun. 2014. 
 
SILVA, Nikias Alves da; SILVA, Felício Aristóteles da. Maculopatía Tóxica por cloroquina. 
Revista Brasileira de Oftalmologia, v. 68, p. 161-167, 2009. 
 
SILVA, Mônica et al. Alterações clínicolaboratoriais em pacientes com malária por 
Plasmodium vivax e deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase tratados com 0, 
50mg/kg/dia de primaquina. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 37, 
p. 215-217, 2004. 
 
SUNDAR, Shyam; SINGH, Bhawana. Understanding Leishmania parasites through 
proteomics and implications for the clinic. Expert review of proteomics, v. 15, n. 5, p. 
371-390, 2018. 
 
VIEIRA, José Luiz Fernandes; MÍDIO, Antonio Flavio. Aspectos toxicológicos da quinina 
no tratamento damalária por P. falciparum. RBCF, Rev. bras. ciênc. farm.(Impr.), p. 53-68, 
2000. 
 
WHO, World Health Organization (2023) World malaria report 2023. Geneva: World 
Health Organization. 
 
WHO, World Health Organization (2024) World malaria report 2024. Geneva: World 
Health Organization. 
 
BITTENCOURT, Silvia Cardoso; CAPONI, Sandra Maluf. Farmacologia no século XX: a 
ciência dos medicamentos a partir da análise do livro de Goodman e Gilman. História, 
Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 20, n. 2, p. 1-12, abr./jun. 2013. Disponível em: 
https://doi.org/10.1590/S0104-59702013005000007. Acesso em: 23 mar. 2025. 
 
SPRADA, Edilmere. Toxicologia. Curitiba: Instituto Federal do Paraná – Educação a 
Distância, 2013. Disponível em: 
https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/1438/Toxicologia.pdf?sequence=1&isAllo
wed=y. Acesso em: 23 mar. 2025. 
 
SANTIN, José Roberto. Toxicologia. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 
2018. Disponível em: 
https://dorfloripa.paginas.ufsc.br/files/2018/09/Toxicologia-Prof.-Jose%CC%81-R-Santin.pdf
. Acesso em: 23 mar. 2025. 
 
https://doi.org/10.1590/S0104-59702013005000007
https://doi.org/10.1590/S0104-59702013005000007
https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/1438/Toxicologia.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/1438/Toxicologia.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/1438/Toxicologia.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://dorfloripa.paginas.ufsc.br/files/2018/09/Toxicologia-Prof.-Jose%CC%81-R-Santin.pdf
https://dorfloripa.paginas.ufsc.br/files/2018/09/Toxicologia-Prof.-Jose%CC%81-R-Santin.pdf
 
 
GANDOLFI, Eliane; ANDRADE, Maria da Graça Garcia. Eventos toxicológicos 
relacionados a medicamentos no Estado de São Paulo. Revista de Saúde Pública, v. 40, n. 4, 
p. 1-8, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/KrKRy3v99hRWNSS4r9z35ty/. 
Acesso em: 23 mar. 2025. 
 
KASVI. Toxicologia: conceitos, especialidades e aplicações. [S.l.]: Kasvi, 2025. Disponível 
em: https://kasvi.com.br/toxicologia-conceitos-especialidades-aplicacao/. Acesso em: 23 mar. 
2025. 
 
ASSUNTOS GERAIS. Química Nova, v. 31, n. 5, p. 1-10, 2008. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/qn/a/ZpvGkW9ZBgpwgn4m5cgXN9s/?format=pdf. Acesso em: 23 
mar. 2025. 
 
SBTox. Postmortem Toxicology of Abused Drugs. [S.l.]: SBTox, 2025. Disponível em: 
https://sbtox.org/livros/. Acesso em: 23 mar. 2025. 
 
DRUMMOND, Paula Lana de Miranda; SANTOS, Roberta Márcia Marques dos; SILVA, 
Cristine de Araújo; PÁDUA, Cristiane Aparecida Menezes de. Pharmacovigilance of 
thalidomide in the Brazilian Health System and patient safety. Brazilian Journal of 
Pharmaceutical Sciences, v. 56, 2020. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/bjps/a/6SC6Tdq8SPvgYbnyQtzQzPd/. Acesso em: 23 mar. 2025. 
 
 
 
https://www.scielo.br/j/rsp/a/KrKRy3v99hRWNSS4r9z35ty/
https://kasvi.com.br/toxicologia-conceitos-especialidades-aplicacao/
https://www.scielo.br/j/qn/a/ZpvGkW9ZBgpwgn4m5cgXN9s/?format=pdf
https://www.scielo.br/j/qn/a/ZpvGkW9ZBgpwgn4m5cgXN9s/?format=pdf
https://sbtox.org/livros/
https://sbtox.org/livros/
https://www.scielo.br/j/bjps/a/6SC6Tdq8SPvgYbnyQtzQzPd/
https://www.scielo.br/j/bjps/a/6SC6Tdq8SPvgYbnyQtzQzPd/
	 
	1.​Introdução 
	2.​Referencial Teórico 
	 
	3.​Histórico 
	4.​Aspectos epidemiológicos 
	5.​Circunstâncias e tipos de intoxicação com medicamentos​ 
	6.​Aspectos toxicológicos de medicamentos usados em doenças tropicais e no COVID-19 
	6.1.​Malária 
	6.2.​Doença de Chagas 
	6.3.​Leishmaniose 
	 
	6.4.​COVID-19 
	Referências

Mais conteúdos dessa disciplina