Prévia do material em texto
Informações Essenciais para Pais Atentos.
Dr. José Welson
Fisioterapeuta
CREFITO 10 - 350895
A jornada para a criação deste e-book nasceu de uma
necessidade clara: a falta de informação acessível e confiável
sobre as assimetrias em bebês. Diante também das
preocupações de pais e cuidadores em ver as diferentes
assimetrias nos bebês. Neste e-book, você irá ver a
importância do diagnóstico precoce para intervenção, e o
desejo de compartilhar conhecimento especializado de forma
eficiente e objetiva.
Com paixão e expertise no universo do desenvolvimento
infantil, e dedicado a transformar a jornada de bebês e
crianças com atrasos neuropsicomotores, este e-book foi
feito para auxiliar esse processo de obter informações de
forma simples e eficiente. Minha formação sólida, aliada a
diversas certificações de renome, como o Conceito
Neuroevolutivo Bobath e o método das Cadeias Fisiológicas
Busquet, fundamentam minha prática clínica embasada nas
mais recentes evidências.
Meu objetivo é promover um desenvolvimento motor
positivo, semeando as bases para um futuro com
movimento livre e pleno.
"Ao final deste e-book, você terá as
ferramentas para identificar possíveis
assimetrias no seu bebê e saber quando
buscar ajuda profissional."
É relativamente comum observar algumas formas de
assimetria em bebês, especialmente nos primeiros meses
de vida. Essas assimetrias referem-se a diferenças na
aparência ou no movimento entre os lados do corpo do
bebê.
Algumas dessas assimetrias podem não se resolver
naturalmente com o tempo e podem indicar a necessidade
de avaliação e intervenção fisioterapêutica. Compreender
os tipos mais comuns de assimetrias é extremamente
importante para pais e cuidadores.
As assimetrias em bebês referem-se a diferenças visíveis
entre os lados do corpo, seja na face, crânio, tronco ou
membros. Essas assimetrias podem variar em grau e ter
diversas causas, sendo influenciadas por fatores que
atuam tanto durante a gestação (intrauterinos) quanto
após o nascimento (extrauterinos).
Durante a gestação, o ambiente uterino e as condições de
desenvolvimento fetal podem contribuir para o surgimento
de assimetrias:
Posicionamento Fetal Anormal: A posição que o bebê
adota no útero, especialmente no final da gravidez, pode
exercer pressão sobre certas áreas do corpo, moldando o
crânio e influenciando o desenvolvimento muscular de
forma assimétrica. Apresentações pélvicas ou transversas
podem aumentar esse risco.
Imagem 01 - Método Busquet
Bebê em apresentação transversa no útero,
figura do livro o bebê nas suas mãos.
cabeça
inclinada
para lado
pode apresentar
contratura no ECOM
(esternocleidomastóide
)
o queixo vai estar
para
o lado contralateral a
inclinação
Oligohidrâmnio: A quantidade reduzida de líquido
amniótico pode limitar o espaço para o feto se
movimentar, exercendo pressão constante em algumas
áreas e restringindo o desenvolvimento simétrico.
Torcicolo Congênito: A contratura ou tensão da
musculatura do pescoço do feto pode ocorrer dentro
do útero, levando a uma inclinação da cabeça para um
lado e rotação para o outro.
Imagem 02 - domínio público
Apresentação dos sinais mais comum no
torcicolo congênito
Imagem 03 - domínio público
bebê apresentando sinais mais
comum no torcicolo congênito.
Após o nascimento, fatores ambientais e hábitos do bebê
podem influenciar o desenvolvimento de assimetrias:
Tempo Excessivo em Dispositivos de Retenção: O uso
prolongado de bebê-conforto, cadeirinhas de carro e
balanços, que mantêm a cabeça do bebê em uma posição
fixa, pode aumentar o risco de plagiocefalia posicional
Imagem 04 - domínio público
Criança deitada no bebê conforto, adotando
postura de estiramento/extensão da cabeça. Esta
posição é um sinal sugestivo de tensão corporal.
Preferência Postural: Muitos bebês desenvolvem uma
preferência por manter a cabeça virada para um lado
específico durante o sono ou quando estão acordados.
Essa pressão constante em uma área do crânio, devido à
maleabilidade dos ossos nessa fase, pode levar à
plagiocefalia posicional (achatamento de um lado da
cabeça).
O bebê pode apresentar apresentar 3 tipos de assimetrias
cranianas que vão ser explicadas a seguir:
Observa-se que um dos lados da parte de trás da cabeça
está mais plano, enquanto o lado oposto parece mais
saltado. Isso também pode acontecer na testa, mas só será
possível ver se a testa está desalinhada olhando o rosto de
frente.
fonte: Clínica Heads
A cabeça está mais reta na parte de trás, perdendo a
curva normal. O topo da cabeça ("cocuruto") é mais alto,
deixando o crânio com um formato mais pontudo nessa
visão. Isso é chamado de braquicefalia.
Observe o bebê em diferentes posições: Veja a cabeça
do bebê quando ele estiver deitado de costas, de lado e
quando você o estiver segurando.
fonte: Clínica Heads
Essa deformidade faz com que a cabeça fique muito
fina e comprida, mais do que o normal.
Embora a cabeça do recém-nascido possa apresentar
tendência em ter o crânio mais estreito, devido ao parto e
à posição intrauterina, o estreitamento persistentemente
do crânio não é normal e pode indicar uma condição que
requer avaliação fisioterapêutica.
fonte: Clínica Heads
As tensões corporais geradas durante o parto podem, de
fato, contribuir para o desenvolvimento de assimetrias
corporais em bebês. Durante o trabalho de parto e o próprio
nascimento, o corpo do bebê passa por considerável pressão
e compressão ao atravessar o canal de parto.
Essas forças, especialmente em partos mais longos (mais de
12 horas), difíceis, primeira gestação ou com o uso de
instrumentos como fórceps ou ventosas, podem levar a
tensões nos tecidos moles, articulações e até mesmo nos ossos
do crânio do recém-nascido.
Imagem 05 - acervo pessoal
Bebê de 2 meses apresentando
assimetria corporal, gerando torcicolo
posicional (inclinação da cabeça).
Imagem 06 - Método Busquet
Bebê com assimetria corporal devido a
tensões, imagem do livro o bebê nas
suas mãos.
Imagem 06 - domínio público
bebê com inclinação para lado e
rotação contralateral.
O torcicolo congênito é uma condição presente no
nascimento, caracterizada por um posicionamento atípico
da cabeça do bebê.
Uma das causas pode ser a posição do feto dentro do
útero.
Essa condição limita a capacidade do bebê de girar a
cabeça para os dois lados, podendo impactar o
desenvolvimento motor, a amamentação, o refluxo, o sono
e a qualidade de vida, além de aumentar o risco de
plagiocefalia (assimetria craniana).
Imagem 06 - acervo pessoal
Bebê de 2 meses com torcicolo
congênito
Além das assimetrias craniofaciais, o torcicolo congênito
não tratado pode influenciar o desenvolvimento
musculoesquelético em outras partes do corpo.
A inclinação persistente da cabeça pode causar o
desalinhamento da coluna vertebral, resultando em
escoliose (curvatura lateral da coluna), alterações
posturais compensatórias, engatinhar assimétrico e
contraturas. Também podem ocorrer assimetrias nos
ombros, com um ombro posicionado mais alto que o
outro e um desequilíbrio no tônus muscular do tronco.
Imagem 07 - domínio público
Comportamento motor, do
engatinhar assimétrico.
Imagem 08 - acervo pessoal
Este bebê apresenta contratura no
pescoço.
Isso ocorre em casos mais leves, visto que os sinais e
sintomas podem ser sutis e facilmente confundidos com
preferências posturais normais do bebê (imagem 09). Em
casos mais graves, a inclinação da cabeça e a rotação do
pescoço são mais evidentes, levando a um diagnóstico
mais rápido (no inicio da vida, de 0-3 meses).
Nos casos leves (são mais aparentes a
partir dos 4 meses), quando o bebê
começa a se movimentar mais e
explorar o ambiente. Os pais ou
cuidadores podem notar apenas uma
ligeira preferência do bebê em olhar
para um lado ou uma pequena
dificuldade em virar a cabeça
completamente para o outro. Esses
sinais podem ser intermitentes ou
surgir e desaparecer, retardando a
busca por uma avaliação
fisioterapêutica.
Imagem 09 - acervo pessoal
Este bebê de 2 meseschegou para
avaliação de assimetria craniana,
mas ao colocar ele de barriga para
cima, a mãe relatou que ele sempre
ficava de cabeça inclinada para o
lado direito.
Inclinação da cabeça: A cabeça do bebê fica
frequentemente inclinada para um lado, na posição de
barriga para cima ou para baixo.
Rotação da cabeça limitada: Dificuldade em girar a
cabeça para o lado oposto da inclinação.
Preferência por um lado: O bebê pode preferir
olhar para um lado específico.
Irritabilidade ao movimentar o pescoço: O bebê
pode chorar ou demonstrar desconforto ao tentar
virar a cabeça para o lado afetado.
Dificuldade na amamentação: Tem preferência por
um dos seios durante a amamentação.
Imagem 10 - domínio público
Por conta da dor e desconforto o
bebê pode ter dificuldade em
mamar um dos seios. Isso pode
gerar o desmame precoce em
alguns casos.
"Assadura" no pescoço: bebês que apresenta
vermelhidão (confundido com a assadura) no lado da
inclinação do pescoço.
Imagem 11 - domínio público
As avermelhados são confundido com assaduras por alguns
cuidadores, por conta da inclinação da cabeça ser para o mesmo
lado.
O tratamento fisioterapêutico para bebês com assimetrias é
uma abordagem suave e individualizada, focada em restaurar
o equilíbrio musculoesquelético e promover o
desenvolvimento motor simétrico.
O objetivo da fisioterapia é minimizar ou corrigir essas
assimetrias, prevenindo complicações futuras e otimizando o
desenvolvimento do bebê.
O processo de tratamento geralmente começa com uma
avaliação detalhada do bebê. É feito a coleta da história
clínica do bebê (incluindo o parto e a gestação), é observada
sua postura em repouso e em movimento, avaliada a
amplitude de movimento das articulações (especialmente do
pescoço e tronco), os músculos são palpados para identificar
tensões ou encurtamento. (imagem 13).
Imagem 12 - acervo pessoal
Atendimento fisioterapêutico
para o bebê de 2 meses com
tensões na região de
occpital/base de crânio.
Aplicação da técnica de
terapia manual. Observado-
se que o bebê fica relaxado e
dormindo.
Imagem 13 - acervo pessoal
Para avaliação do desenvolvimento motor, pode ser aplicado a Escala Motora
Infantil Alberta validada para população brasileira.
A Escala Motora Infantil de Alberta (AIMS) é uma ferramenta
de avaliação observacional amplamente utilizada para
examinar o desenvolvimento motor grosso de bebês desde o
nascimento até a aquisição da marcha independente,
geralmente por volta dos 18 meses de idade.
Desenvolvida no Canadá por Martha C. Piper e Johanna
Darrah na década de 1990, a AIMS se destaca por sua
capacidade de avaliar o progresso motor ao longo do tempo,
identificando precocemente possíveis atrasos no
desenvolvimento.
A escala é composta por 58 itens que observam os
comportamentos motores do bebê em quatro posições:
prona (de bruços), supina (de barriga para cima), sentada e
em pé.
O bebê é observado em cada uma dessas posições e marca-
se os comportamento motor que o bebê apresenta em cada
posição.
Imagem 14 - acervo pessoal
Ficha de avaliação completa,
demonstrando o resultado da
avaliação motora do paciente.
Em casos de assimetrias cranianas, a avaliação deve incluir a
medição do perímetro cefálico com fita métrica, e para
avaliação das diagonais é utilizado o craniômetro para
observação da formato do crânio.
Com base na avaliação, o fisioterapeuta irá desenvolver um
plano de tratamento individualizado. As técnicas utilizadas são
geralmente gentis e não invasivas, respeitando a segurança do
bebê. Nas abordagens comuns incluem:
Terapia manual: Envolve técnicas suaves de mobilização
articular para restaurar a amplitude de movimento limitado,
especialmente no pescoço em casos de torcicolo. Massagens
terapêuticas podem ser aplicadas para relaxar músculos
tensos e melhorar a circulação.
imagem 15 - acervo pessoal
Para avaliação das diagonais, o bebê fica junto ao cuidador para as medições da
cabeça, é um exame rápido e seguro. O craniômetro utilizado para avaliação é
validado em várias pesquisas científicas.
Imagem 16 - acervo pessoal
Na aplicação das técnicas de terapia manual, o
bebê é colocado na posição onde seja mais
confortável para ele. Esta bebê tem 3 meses,
embora não fique sentada, ela não tolera mais ficar
deitada de barriga para cima, dessa forma, o
atendimento foi adaptado.
Exercícios terapêuticos: Para otimizar o desenvolvimento
motor do bebê, o fisioterapeuta prescreve exercícios específicos,
cuidadosamente escolhidos para fortalecer os grupos
musculares que se apresentam mais fracos e, simultaneamente,
alongar os músculos que se encontram encurtados ou tensos.
O objetivo primordial dessa intervenção direcionada é promover
maior sinergia entre os diferentes grupos musculares, essencial
para a execução de movimentos fluidos, coordenados e
eficientes, além de contribuir significativamente para o
desenvolvimento de uma postura adequada e alinhada.
A aplicação desses exercícios não se restringe aos
atendimentos no ambiente clínico/ambulatorial. Uma parte
fundamental da intervenção é envolvendo a integração desses
movimentos/exercícios e posicionamentos nas brincadeiras e
atividades diárias do bebê.
Ao orientar os pais e cuidadores sobre como posicionar o
bebê de maneira específica durante o tempo de bruços, ao
brincar com brinquedos ou mesmo durante as trocas de
fralda, é possível estimular o fortalecimento muscular e o
alongamento de forma lúdica e natural, tornando o processo
terapêutico mais integrado à rotina do bebê e potencializando
seus resultados.
Imagem 17 - domínio público.
Esta figura demonstra alongamento da
musculatura do pescoço, com o bebê
no colo do cuidador. O alongamento
deve ser feito de forma suave e firme
para o lado contralateral (lado contrário
a inclinação).
Para otimizar os resultados e o conforto da criança,
recomenda-se realizar os exercícios de alongamento
sempre após as sessões de terapia manual. Dessa
forma, a musculatura estará mais receptiva ao movimento,
minimizando qualquer sensação de dor ou desconforto
Imagem 18 - domínio público
Esta figura demonstra
alongamento da musculatura do
pescoço, com o bebê deitado na
cama ou outra superfície, deve
ser suave e firme. Adicionar
estímulos visuais/auditivos para o
bebê olhar o lado contralateral
(lado contrário a inclinação).
Orientação aos pais: Uma parte crucial do tratamento é a
educação dos pais sobre como posicionar o bebê
corretamente durante o sono, a alimentação e as
brincadeiras. São ensinadas técnicas de carregamento e
manipulação que favorecem a simetria e evitam as fixações
posturais assimétricas. Também são orientados sobre a
importância do "tummy time" (tempo de bruços)
supervisionado para fortalecer os músculos do pescoço e
tronco de forma simétrica.
1 mês 3 mês
Uso de órteses (capacete): Em casos de assimetrias
moderadas e graves que não respondem adequadamente à
fisioterapia e às mudanças de posicionamento, o uso de um
capacete ortopédico pode ser recomendado para
remodelar o crânio. A fisioterapia pode complementar o uso
da órtese, garantindo o desenvolvimento motor adequado
durante o período de uso.
Imagem 19 - acervo pessoal
O tummy time deve ser implementado nos primeiros dias de vida, com segurança e
confiança dos cuidadores. Esta imagem mostra a diferença ente o bebê de 1 mês, no
inicio da implementação da prática, pode ser observado que ele não consegue
manter a cabeça bem erguida (o que é normal para idade). A imagem à esquerda,
mostra o bebê de 3 meses com controle total da cabeça.
Imagem 20 - acervo pessoal
Paciente fazendo uso de capacete devido a braquicefalia
grave, a criança em questão já tinha mais de 1 ano quando
começou fazer o uso do capacete. Nesta idade, as técnicas
cranianas e reposicionamento não tanta efetividade.
A frequência e a duração do tratamento variam,
dependendo da gravidade da assimetria, a idade que o bebê
chega para intervenção e da resposta individual do bebê.
O sucesso do tratamento fisioterapêutico para assimetrias
em bebês depende da identificaçãoprecoce do problema,
da intervenção individualizada e da colaboração ativa dos
pais no seguimento das orientações em casa.
Com a abordagem adequada, a maioria dos bebês
apresenta melhora significativa ou correção completa da
assimetria, garantindo um desenvolvimento mais saudável e
equilibrado.
O tratamento da assimetria craniana (AC) em bebês é mais
eficaz quando iniciado nos primeiros seis meses de vida. Essa
fase de rápido crescimento permite que técnicas cranianas e
o reposicionamento do bebê corrijam a assimetria de
maneira mais eficiente. Após esse período, a menor
velocidade de crescimento craniano limita a capacidade de
remodelamento.
Geralmente, as sessões são semanais e o tratamento pode
durar alguns meses. O acompanhamento regular com o
fisioterapeuta é fundamental para monitorar o progresso e
ajustar o plano de tratamento conforme necessário.
Com a conclusão da leitura desse e-book, espero que tenha
oferecido a você, leitor, informações valiosas e um novo olhar
sobre os sutis sinais que nossos pequenos comunicam.
Compreender as nuances do desenvolvimento infantil é um
presente, e meu objetivo foi compartilhar um pouco dessa
perspectiva, desmistificando receios e incentivando a busca
por conhecimento e, quando necessário, por apoio
profissional qualificado.
Gostaria de expressar minha profunda gratidão a você, leitor
dedicado, por investir seu tempo e atenção neste material.
E lembre se, caso seu bebê apresentar algum destes sinais,
está na hora de buscar avaliação especializada para sua
criança.
Que as informações aqui compartilhadas possam fortalecer
sua capacidade de observar, compreender e acompanhar o
desenvolvimento único e especial de seu filho. Muito obrigado!
Contato e Redes Sociais
https://wa.me/5548991250922
@fisiojosew
@clinicaensinergia
Comece colocando em prática as dicas deste eBook.
Fique atento aos sinais de alerta.
Ficou com alguma dúvida?Gostaria de agendar uma
avaliação?
Estamos aqui para te apoiar! Acompanhe nossos perfis para
mais conteúdos, orientações e dicas práticas para fortalecer
o desenvolvimento das crianças com carinho e confiança.
Saiba que o tempo faz total diferença no tratamento
e cuidado do bebê
https://www.instagram.com/fononaratrindade
https://www.instagram.com/clinicaensinergia