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1 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
[Organizadoras] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DE ORIENTAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO PERMAMENTE 
EM CENTRO CIRÚRGICO 
Hospital Regional de Tucuruí – PA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editora Neurus 
2021 
 
 
2 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CORPO EDITORIAL 
 
 
Editor-chefe 
 
Tassio Ricardo Martins da Costa 
Enfermeiro, Universidade do Estado do Pará (UEPA). Editor-chefe, Editora Neurus. 
Coordenador de Unidade Básica de Saúde (UBS). Professor Universitário. Consultor em 
Desenvolvimento de Pesquisa em Ciências da Saúde e Membro franqueado na empresa 
Forever Living. Belém, Pará, Brasil. 
 
Conselho Editorial 
 
Maicon de Araujo Nogueira 
Enfermeiro. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), Universidade do Estado do 
Pará (UEPA). Doutorando, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na 
Amazônia (ESA). Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
Sting Ray Gouveia 
Fisioterapeuta. Mestre em Gestão de Empresas, Faculdade Pitágoras em Marabá. 
Doutorando em Educação Física, Universidade Católica de Brasília (UCB), Marabá, Pará, 
Brasil. 
 
Adriana Letícia dos Santos Gorayeb 
Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de 
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Universidade do Estado 
do Pará (UEPA). Reitora do Centro Universitário da Amazônia (UniFAMAZ), Pará, Brasil. 
 
Simone Aguiar da Silva Figueira 
Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de 
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade 
do Estado do Pará (UEPA), Campus Santarém, Pará, Brasil. 
 
Selma Kazumi da Trindade Noguchi 
Fisioterapeuta. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de 
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Universidade do Estado 
do Pará (UEPA). Docente na Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ). Belém, Pará, Brasil. 
 
Sarah Lais Rocha 
Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de 
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade 
do Estado do Pará (UEPA), Campus Marabá. Coordenadora do curso de Enfermagem da 
Faculdade Carajás, Pará, Brasil. 
 
 
 
 
3 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Suanne Coelho Pinheiro Viana 
Enfermeira. Mestre em Políticas de Saúde, Universidade Federal do Pará (UFPA). 
Responsável Técnica pelo curso de Enfermagem, Serviço Nacional de Aprendizagem 
Comercial (SENAC/PA), Belém, Pará, Brasil. 
 
Anne Caroline Gonçalves Lima 
Enfermeira. Mestre em Ciências da Educação e da Saúde. Instituto de Capacitação 
Profissional (ICAPI). Especialista em Enfermagem Obstétrica. Docente da Universidade do 
Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
Isis Ataíde da Silva 
Enfermeira. Mestre em Saúde da Amazônia. Universidade Federal do Pará (UFPA). 
Especialista em Oncologia na Modalidade Residência Uniprofissional em Saúde. Hospital 
Ophir Loyola/Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
Daniel Figueiredo Alves da Silva 
Fisioterapeuta. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutorando, Programa de 
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente no Centro 
Universitário Metropolitano da Amazônia (UniFAMAZ), Belém, Pará, Brasil. 
 
Elcilane Gomes Silva 
Médica, Doutoranda, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia 
(ESA), Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
Alfredo Cardoso Costa 
Biólogo, Doutorando, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na 
Amazônia (ESA), Docente na Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
Renata Campos de Sousa Borges 
Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutorando, Programa de 
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade 
do Estado do Pará (UEPA). Tucuruí, Pará, Brasil. 
 
Nathalie Porfirio Mendes 
Enfermeira, Universidade do Estado do Pará (UEPA). Mestre em Enfermagem, Universidade 
Federal do Pará (UFPA). Especialista em Saúde do Idoso, modalidade residência. 
Coordenadora de Centro Cirúrgico HPSM-MP, SESMA. Docente no Centro Universitário 
FIBRA. Belém, Pará, Brasil. 
 
Leopoldo Silva de Moraes 
Enfermeiro. Biólogo, Doutor, Programa de Pós-graduação Stricto Sensu. Doutorado em 
Neurociências e Biologia Celular, Universidade Federal do Pará (UFPA). Belém, Pará, Brasil. 
 
David José Oliveira Tozetto 
Médico intensivista, Doutorando no Programa de Pós Graduação Stricto Sensu. Doutorado 
Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), Universidade do Estado do Pará 
(UEPA). Coordenador Adjunto do curso de medicina, UEPA, Marabá, Pará, Brasil. 
 
 
 
4 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
M294 
 
Manual de orientações para a educação permanente em centro cirúrgico / 
Organizadoras: Daniele Lima dos Anjos Reis, Kátia Simone Kietzer – Belém: Neurus, 
2021. 
 
PDF 
 
124 p. 
 
ISBN 978-65-89474-02-9 
 
1. Medicina. 2. Saúde. 3. Enfermagem. I. Reis, Daniele Lima dos Anjos 
(Organizadora). II. Kietzer, Kátia Simone (Organizadora). III. Título. 
 
CDD 610 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) elaborada por Editora Neurus – 
 
Bibliotecária Elaborada por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166 
 
 
O conteúdo, os dados, as correções e a confiabilidade são de inteira responsabilidade dos 
autores 
 
 
 
 
 
 
A Editora Neurus e os respectivos autores desta obra autorizam a reprodução e divulgação 
total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de 
estudo e de pesquisa, desde que citada a fonte. Os artigos publicados são de inteira 
responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, 
necessariamente, o ponto de vista da Editora Neurus. 
 
 
 
Editora Neurus 
Belém-PA 
2021 
 
 
5 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Toda honra e toda glória ao Senhor Jesus! A Ele dedico esta obra, fruto de um sonho 
antigo que hoje torna-se realidade. Nesta caminhada acadêmica Ele deixou permanecer ao 
meu lado apenas as pessoas certas, aquelas que de maneiras diferentes contribuíram para 
que eu pudesse concluir mais uma etapa importante em minha carreira. 
Gratidão aos meus queridos pais, Gilza e Raimundo, pela presença, pela 
compreensão, e por serem meu porto seguro em todas as situações em que eu mais precisei 
de apoio. Às minhas irmãs do coração, Eva, Regiane, França e Suzane, por me mostrarem 
diariamente o sentido do amor fraterno. A vocês dedico cada vitória alcançada. 
Gratidão especial também aos meus mais verdadeiros amigos. Incentivo, parceria e 
lealdade sempre foram inesgotáveis vindo de você, Renata. Parte desse sonho também foi 
sonhado por você, não tenho palavras para expressar o quanto sou grata por isso. Aos meus 
companheiros fiéis, de sempre e para sempre, Tiago, Alana, Dino e Danilo, vocês fazem parte 
de cada capítulo de minha história! E à minha amiga-irmã em Cristo Arielly, por me aproximar 
cada vez mais do amor de Jesus. 
Gratidão à minha orientadora doutora Kátia Simone Kietzer, que na sua compreensão 
infinita foi capaz de acreditar no meu potencial e que esse sonho seria possível, independente 
do momento vivenciado. Nada é tão nosso quanto os nossos sonhos! 
E por fim, gratidão especial destino à equipe de enfermagem do Centro Cirúrgico do 
Hospital Regional de Tucuruí-PA, uma família que me acolheu há 09 anos e que contribui até 
os dias atuais para o meu crescimento enquanto pessoa e profissional. Cada palavra deste 
manual é dedicada a cada membro desta equipe maravilhosa, afinal, o maior propósito deste 
produto é contribuirde segurança, visando 
uma avaliação integral do paciente e podendo ser adaptada para a realidade das instituições 
de saúde que a utilizam (SANTOS, DOMINGUES, EDUARDO; 2020). 
Esta estratégia busca neutralizar as omissões por falhas humanas em locais onde as 
mesmas têm maior chance de ocorrer, quando há excesso de informação, múltiplas etapas 
de um processo, repetições, distrações e afastamento planejado de procedimentos de rotina, 
locais onde são mais potenciais de erros ou falhas em equipes restritas como as que atuam 
no centro cirúrgico (OMS, 2014). 
Apenas uma pessoa conduzirá/coordenará a implementação do Checklist durante o 
procedimento cirúrgico; esta será responsável pela realização de verificações de segurança 
da lista. Esse condutor/coordenador nomeado será muitas vezes um membro da equipe de 
enfermagem da sala cirúrgica. Este Checklist divide a cirurgia em três fases, cada um 
referente a um momento específico no fluxo normal de um procedimento (OMS, 2014; 
BRASIL, 2013): 
 
o 1º período – Antes da indução anestésica: Deve-se confirmar com o paciente sua 
identificação, o tipo de procedimento planejado, o sítio cirúrgico e seu consentimento 
para a cirurgia e a anestesia. A equipe deve confirmar visualmente o sítio cirúrgico 
correto e sua demarcação; a reserva de hemoderivados e vaga em Unidade de Terapia 
 
 
35 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Intensiva (UTI); a conexão de um monitor multiparâmetros ao paciente e seu 
funcionamento; revisar verbalmente com o anestesiologista o risco de perda sanguínea 
do paciente, dificuldades nas vias aéreas, histórico de reação alérgica e se a verificação 
completa de segurança anestésica foi concluída. 
 
o 2º período – Antes da incisão cirúrgica: A Pausa Cirúrgica é uma pausa momentânea 
feita pela equipe imediatamente antes da incisão cutânea a fim de confirmar que as 
várias verificações essenciais para a segurança cirúrgica foram empreendidas e que 
envolveram toda equipe. Neste momento, a equipe fará uma pausa imediatamente antes 
da incisão cirúrgica para realizar os seguintes passos: a apresentação de cada membro 
da equipe pelo nome e função; a confirmação da realização da cirurgia correta no 
paciente correto, no sítio cirúrgico correto; a revisão verbal, uns com os outros, dos 
elementos críticos de seus planos para a cirurgia; a confirmação da administração de 
antimicrobianos profiláticos nos últimos 60 minutos da incisão cirúrgica; a confirmação 
da acessibilidade dos exames de imagens necessários. 
 
o 3º período – Antes do paciente sair da sala de cirurgia: A equipe deverá revisar em 
conjunto a cirurgia realizada por meio dos seguintes passos: confirmação do nome do 
procedimento realizado; a conclusão da contagem de compressas, instrumentais e 
agulhas; a identificação de qualquer amostra cirúrgica obtida; a revisão de qualquer 
funcionamento inadequado de equipamentos ou questões que necessitem ser 
solucionadas; a revisão do plano de cuidado e as providências quanto à abordagem pós-
operatória e da recuperação pós-anestésica antes da remoção do paciente da sala de 
cirurgia. 
 
Em cada período deve-se permitir ao condutor confirmar que a equipe concluiu suas 
tarefas antes de prosseguir. Quando as equipes cirúrgicas se familiarizarem com os passos 
do Checklist, elas poderão integrar as verificações em seus padrões familiares de trabalho e 
verbalizar sua finalização a cada passo, sem a intervenção explícita do coordenador (OMS, 
2014). Estudos relevantes realizados em diferentes países, segundo Santos, Domingues, 
Eduardo (2020) mostram o benefício da utilização Checklist de Cirurgia Segura na redução 
de complicações e mortalidade pós-operatórias, quando comparado os níveis antes e após 
a implantação da ferramenta, além de reduzir o número de erros possíveis de serem 
prevenidos. 
 
PÚBLICO-ALVO 
 
Esta proposta está direcionada para a equipe multiprofissional do Centro Cirúrgico, 
envolvendo enfermeiros, técnicos de enfermagem, cirurgiões e anestesiologistas. 
 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Propõe-se executar esta proposta como forma de treinamento em serviço, dentro das 
dependências físicas do Centro Cirúrgico. 
 
 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
Atualmente as metodologias ativas têm sido cada vez mais associadas aos métodos 
de abordagem nos processos de Educação Permanente em Saúde. Elas são estratégias de 
 
 
36 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
ensino-aprendizagem compostas por métodos e técnicas que utilizam experiências reais ou 
simuladas com o intuito de instigar a busca de conhecimento (SALVADOR et al., 2019). 
A incorporação desses métodos no contexto das novas tendências pedagógicas, 
considerando a integração ensino-serviço, caracteriza-se como uma potencialidade para 
educadores, estudantes e trabalhadores, no contexto da atenção à saúde hospitalar, uma 
vez que propicia a reflexão e o debate sobre a aprendizagem no contexto da prática em saúde 
e em enfermagem, estimulando a ressignificação de saberes e fazeres (ADAMY et al., 2018). 
Diante do exposto, propõe-se pautar a execução desta ação em associação com 
estratégias ativas, considerando que para alcançar a Cirurgia Segura é necessário 
treinamentos contínuos e adesão dos profissionais de saúde ao Checklist de Cirurgia Segura. 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
O uso de métodos ativos propicia o despertar da curiosidade à medida que inserem 
os indivíduos na teorização e facilitam que estes tragam elementos da sua vivência para as 
discussões (GVOZD et al., 2017). Assim, sugere-se utilizar como estratégia de abordagem 
inicial a dinâmica “Árvore Temática”, tendo como foco a ideia central do treinamento em 
questão. Logo após, segue-se com a exposição dialogada e interativa, associando os 
conceitos apresentados na dinâmica anterior pelos profissionais aos conceitos apresentados 
pelos facilitadores da ação. Por fim, sugere-se seguir com uma simulação realística de caso 
clínico, pois, de acordo com Magnago (2020) esta técnica possibilita a aquisição de novos 
conhecimentos, conceitos, habilidades técnicas, tomadas de decisão e comportamentos, 
além de oportunizar o trabalho em equipe e fortalecer o vínculo profissional. 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Para melhor entendimento, a proposta de execução desta ação está melhor detalhada 
abaixo em 03 (três) etapas: 
 
o Primeira etapa – Dinâmica “Árvore Temática”: A técnica da “árvore 
temática” consiste em fixar, inicialmente, uma imagem no formato de tronco de 
árvore em uma parede. Neste momento, serão distribuídos papéis no formato 
de folhas para cada participante e dado o comando eles de escreverem nesta 
folha as suas percepções sobre como garantir a segurança do paciente que se 
submeterá a procedimento cirúrgico. Sugere-se que o facilitador lance a 
pergunta: “O que você entende por Checklist de Cirurgia Segura?”. Após, as 
folhas devem ser fixadas na parede junto ao tronco, formando uma árvore. 
Com essa metodologia será possível identificar a visão geral que os 
participantes têm sobre a temática, além de auxiliar no direcionamento da 
execução da segunda etapa, favorecendo o pensamento crítico-reflexivo. 
 
o Segunda etapa – Exposição dialogada e interativa: A realização desta 
etapa deve ser enriquecida pelo uso de slides. A apresentação deve estar 
pautada na execução do Checklist de Cirurgia Segura. A tabela abaixo expõe 
os possíveis tópicos a serem discutidos durante a exposição dialogada e 
interativa: 
 
 
 
 
37 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Tabela 01 – Temas e Abordagem da exposição dialogada e interativa 
TEMA ABORDAGEM 
Segurança do Paciente 
Explanar sobre os marcos históricos que envolvem a Portaria do 
Ministério da Saúde nº 529/2013, que instituiu o Programa Nacional 
de Segurança do Paciente (PNSP); a campanha “Cirurgias Seguras 
Salvam Vidas”; os dez objetivos essenciaispara a segurança 
cirúrgica 
Termos e definições 
sobre cirurgia segura 
Explanar sobre os termos e definições de relevância para o 
entendimento por parte da equipe cirúrgica no que se refere à 
cirurgia segura: Lista de Verificação; Demarcação de Lateralidade; 
Condutor/Coordenador da Lista de Verificação; Segurança 
Anestésica; Equipe Cirúrgica. 
Pré-operatório seguro 
Explanar sobre as responsabilidades das equipes da unidade de 
internação do paciente e do centro cirúrgico na realização de um 
pré-operatório adequado. Sugere-se incluir na abordagem as fichas 
de avaliação pré-operatória ou protocolos existentes na instituição, 
delimitando funções de cada membro das equipes. 
Admissão do paciente 
no Centro Cirúrgico 
Explanar sobre o procedimento de admissão do paciente no centro 
cirúrgico, ressaltando o profissional responsável para tal tarefa (que 
geralmente é realizada pelo técnico de enfermagem sob a 
supervisão do enfermeiro do setor), bem como quais ações este 
profissional deverá executar. 
Execução da do 
Checklist de Cirurgia 
Segura 
Explanar sobre a utilização sistemática da Lista de Verificação de 
Cirurgia Segura (Checklist de Cirurgia Segura) como uma 
estratégia para reduzir o risco de incidentes cirúrgicos. Abordar os 
3 períodos: Antes da indução anestésica (Check In); Antes da 
incisão cirúrgica (Time Out ou Pausa Cirúrgica) e Antes de sair da 
sala cirúrgica (Check Out), especificando as ações a serem 
desenvolvidas em cada uma delas. 
Formulário e Quadro do 
Checklist de Cirurgia 
Segura 
Apresentar à equipe o Formulário e o Quadro do Checklist de 
Cirurgia Segura adotado pela instituição e explanar sobre a 
utilização de ambos. 
Fonte: Autoria própria. 
 
o Terceira etapa – Simulação realística de caso clínico: O objetivo central da 
simulação realística é aprimorar a educação, o treinamento, a avaliação de 
performance, o ensaio clínico e a pesquisa (MAGNAGO, 2020). Nesta etapa, 
considerando que os participantes já estejam familiarizados com os 
componentes do Checklist de Cirurgia Segura (que foram abordados e 
discutidos na etapa anterior), o facilitador deverá orientar que cada o 
participante assume o papel de um integrante da equipe cirúrgica (cirurgiões, 
anestesiologista, instrumentador, circulante, enfermeiro) e um paciente. O 
grupo deverá eleger um coordenador que conduzirá a lista. Após, deverá ser 
apresentado um caso clínico de um paciente que se submeterá a procedimento 
cirúrgico. Para a simulação do caso, a equipe receberá o formulário de 
Checklist de Cirurgia Segura, bem como poderá fazer uso do Quadro de 
Cirurgia Segura da instituição. Deverá ser simulada a admissão do paciente no 
setor, o intraoperatório e o pós-operatório imediato, focando no Protocolo de 
Cirurgia. O objetivo desta ação é simular situações para a aplicabilidade real, 
sanando possíveis dúvidas em relação ao preenchimento do Checklist de 
 
 
38 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Cirurgia Segura e sensibilizando a equipe para seu uso efetivo, de forma que 
os profissionais possam adquirir segurança em sua prática. Tal processo 
possibilita a compreensão da temática em questão, além de propiciar o 
desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes necessárias ao 
trabalho em saúde (GVOZD, 2017). 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Sala reservada para reuniões de pequenos grupos; 
 
o Sala de operação; 
 
o Imagem no formato de tronco de árvore; 
 
o Papéis em forma de folha; 
 
o Pincel atômico; 
 
o Fita adesiva transparente; 
 
o Datashow; 
 
o Computador; 
 
o Protocolo de Cirurgia Segura da instituição; 
 
o Formulário de Checklist de Cirurgia Segura; 
 
o Quadro de Checklist de Cirurgia Segura. 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Sugere-se realizar este treinamento em um período de 01 hora e 30 minutos. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Considerando que a implementação do Checklist de Cirurgia Segura é um processo 
que deve ser gradativo, sendo imprescindível a adesão de toda a equipe multiprofissional, 
propõe-se que este treinamento seja realizado trimestralmente, identificando as possíveis 
fragilidades e barreiras para sua execução, de forma que o foco para os próximos 
treinamentos esteja pautado na resolução dos problemas identificados a priori. 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
Propõe-se aplicar um questionário do tipo antes e depois da execução do treinamento 
(pré e pós-teste), através da plataforma do Google Forms, com a temática envolvendo o 
Protocolo de Cirurgia Segura. Além disso, o feedback oral entre facilitadores e profissionais 
 
 
39 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
torna-se essencial em treinamentos em serviço. Para a avaliação de forma individual sugere-
se a aplicação do instrumento padrão de avaliação, indicado nos anexos deste manual. 
 
 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ADAMY, E. K. et al. Tecendo a educação permanente em saúde no contexto hospitalar: 
relato de experiência. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, v. 08, p. 01-08, 
 
 
40 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
2018. Disponível em: http://www.seer.ufsj.edu.br/indexphp/ recom/article/view/1924. Acesso 
em: 03 jan. 2019. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o Programa 
Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Brasília: Ministério da Saúde, 2013a. 
GVOZD, R. et al. Uso de dinâmica de grupo como estratégia de abordagem do tema 
liderança saudável. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, v. 7:e1262, p. 1-8, 
2017. Disponível em: http://seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/1262/1737. Acesso 
em: 01 jan. 2021. 
 
MAGNAGO, T. S. B. S. et al. Simulação realística no ensino de segurança do paciente: 
relato de experiência. Rev. Enferm. UFSM – REUFSM, v. 10, n. e13, p. 1-16, 2020. 
Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/36616/html. Acesso em: 30 
dez. 2020. 
 
MANRIQUE, B. T. Segurança do paciente no centro cirúrgico e qualidade documental 
relacionadas à infecção cirúrgica e à hospitalização. Acta Paulista de Enfermagem. v. 28, 
n. 04, jul-ago, p. 355-360, 2015. Disponível em: http:// http://www.redalyc.org/pdf/3070/ 
307040999011.pdf. Acesso em: 04 maio 2018. 
 
SALVADOR, C. A. B. et al. Simulação realística, estratégia metodológica para a formação 
de profissionais na área da saúde: uma revisão integrativa. Rev. Bra. Edu. Saúde, v. 9, n.4, 
p. 58-64, out-dez, 2019. Disponível em: https://www.editoraverde.org/gvaa.com.br/ 
revista/index.php /REBES/article/view/6466/6479. Acesso em: 08 jan. 2021. 
 
SANTANA, H. T. Aplicação da Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da 
Organização Mundial da Saúde: análise da segurança do paciente cirúrgico em serviços 
de saúde do Distrito Federal. Dissertação (Doutorado) – Universidade de Brasília, Brasília, 
2015. Disponível: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/20233/ 
3/2015_HeikoTherezaSantana.pdf. Acesso em: 04 maio 2018. 
 
SANTOS, E. A., DOMINGUES, A. N., EDUARDO, A. H. A. Surgical safety Checklist: 
knowledge and challenges for the surgical center team. Revista Enfermería Actual. 
Edición Semestral Nº 38, Enero 2020. Disponível em: https://www.scielo.sa.cr/pdf/ 
enfermeria/n38/1409-4568-enfermeria-38-75.pdf. Acesso em: 02 jan. 2021. 
 
Organização Mundial da Saúde – OMS. Manual de Implementação Lista de Verificação de 
Segurança Cirúrgica da OMS 2009: Cirurgia Segura Salva Vidas. Tradução de OPAS. Brasília: 
Organização Pan-Americana da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2014. 
 
Organização Mundial da Saúde – OMS. Segundo desafio global para a segurança do 
paciente: Cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS) / 
Organização Mundial da Saúde; tradução de Marcela Sánchez Nilo e Irma Angélica Durán. Rio 
de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministérioda Saúde; Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária, 2009. 
 
SILVA, P. H. A. et al. Safe surgery: analysis of physicians’ protocol adherence and its potential 
impact on patient safety. Rev Col Bras Cir, v. 47:e20202429, 2020. Disponível em: 
https://www.scielo.br/pdf/rcbc/v47/0100-6991-rcbc-47-e20202429.pdf. Acesso em: 10 jan. 2021. 
http://seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/1262/1737
https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/36616/html
 
 
41 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO VII 
 
CONTROLE DE INFECÇÃO E BIOSSEGURANÇA EM CENTRO 
CIRÚRGICO 
 
 
Renata Campos de Sousa Borges 
Karen Silva de Castro 
Lauany Silva de Medeiros 
Ana Beatriz Capela Cordovil 
 Nayara de Fátima Cardoso Pereira da Silva 
Milena Coelho Fernandes Caldato 
Genislaine Ferreira Pereira 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS), está diretamente associada a 
um maior tempo de internação, aumento do risco para a mortalidade e elevação de despesas 
hospitalares. Entre as taxas mais expressivas a Infecção Sítio Cirúrgico (ISC) representa até 
20% das infecções nosocomiais, podendo abranger até 11% nos pacientes submetidos a um 
procedimento cirúrgico, o tempo de internação poderá aumentar em média 6 a 10 dias, 
implica no acréscimo de 2 a 11 vezes o risco de morte após um procedimento cirúrgico além, 
do aumento de até o dobro dos custos em atendimento e tratamento (FIELDS et al., 2020; 
CARVALHO et al., 2017; GIUDICE et al., 2019). 
A etiologia de tais taxas de ISC variam de forma multifatorial e heterogênea como, o 
tipo de procedimento cirúrgico, comorbidades do indivíduo, rotinas organizacionais e hábitos 
profissionais. Podem ser classificadas de três formas de acordo com os planos e 
profundidade dos tecidos acometidos, que são: as superficiais limitadas a pele ou tecido 
subcutâneo, as profundas envolvendo tecido muscular e fáscia e as de órgão ou cavidade 
situada na área interna anatômica do procedimento cirúrgico (ANVISA, 2016). 
Neste cenário, o controle das IRAS e as medidas para a segurança do paciente estão 
inseridas entre as prioridades universais da Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio 
da campanha global para cirurgia segura, com recomendações e definições de padrões nas 
três fases dos procedimentos cirúrgico, pré, intra e pós-operatório, que influenciam na 
redução das taxas de infecção. Tais diretrizes enfatizam prioritariamente comportamento dos 
profissionais, vestimenta, sistema de ventilação (trânsito de microrganismo pelo ar da flora 
cutânea ou oral), formas de acesso ao bloco cirúrgico, quantitativo de profissionais por 
procedimento e protocolos de antibioticoterapia profilática (OMS, 2016). 
Diante da complexidade de ações para o controle de infecções no centro cirúrgico, 
suscita-se a integração das medidas de biossegurança, que abrangem um conjunto de ações 
direcionadas aos profissionais, usuários e o ambiente da exposição aos riscos biológicos, 
 
 
42 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
bem como a escolha adequada de práticas para prevenir infecções (DEPARTAMENTO DO 
TRABALHO DOS EUA, 2012). 
 
OBJETIVO 
 
Apresentar um conjunto de estratégias ativas abrangentes para a aplicação de uma 
atividade de educação permanente baseada em intervenções para o controle de infecção e 
biossegurança no Centro Cirúrgico. 
 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
O controle de infecção em um setor com procedimentos prioritariamente invasivos 
abrange uma diversidade de medidas que envolvem desde o quadro clínico do paciente, até 
rotinas institucionais, como o tipo e tempo da cirúrgica, o potencial de contaminação da ferida 
operatória e a contínua atualização dos protocolos assistenciais para a equipe baseados em 
evidências científicas (CDC, 2016). 
Desta forma, entre as principais medidas preventivas que poderão influenciar 
pontualmente para a redução das ISC, a Profilaxia Antibiótica Cirúrgica (PAC) é consenso 
entre as principais evidências que sua administração deverá ocorrer antes da incisão 
cirúrgica preferencialmente nos 60 minutos que antecedem o procedimento, devendo-se 
considerar a padronização e o período de ação de cada antibioticoterapia para o melhor 
momento de aplicação assim como, a suspenção no pós-operatório (ANVISA, 2009). 
Ainda entre as medidas de controle pré-operatória, a remoção de cabelos ou pelos, é 
desaconselhada com restrição imperativa para a utilização de lâminas, podendo influenciar 
para o aumento do atrito e irritação no local da incisão cirúrgica. Em casos de extrema 
necessidade recomenda-se a utilização de tricotomizadores elétricos realizado fora do bloco 
cirúrgico (OMS, 2016; ANVISA, 2016; SCHWARTZ et al., 2018). 
 O controle da glicose faz parte das ações pré, intra e pós-operatório e deve ser 
aplicada de forma rigorosa em pacientes diabéticos ou não, para a redução do risco de 
infecção e manutenção de um processo de cicatrização favorável à ferida operatória. Como 
também o controle da normotermia é imperativa assim como, a utilização de dispositivos para 
aquecer o paciente no intra e pós-operatório influenciam na redução das ISC (OMS, 2016; 
ALLEGRANZI et al., 2018). 
Ademais, é importante ressaltar outras prevenções básicas, que são as medidas de 
controle relacionadas a técnica cirúrgica e o ambiente do bloco operatório, como utilização 
de soluções a para antissepsia da pele do sítio cirúrgico a base de Gluconato de Clorexidina 
(CHG) alcoólica, bem com lavagem das mãos da equipe com sabão antimicrobiano ou 
solução alcoólica antes da inserção das luvas estéreis, com preservação peculiar da técnica 
correta, ou seja, ficção completa de ambas as mãos, unhas até região acima do cotovelo com 
reforço do processo em mãos e punho (SCHWARTZ et al., 2018). 
Em síntese, com referência a biossegurança do ambiente cirúrgico, recomenda-se a 
limitação do fluxo pessoas no setor e entre os profissionais da equipe o incentivo massivo 
quanto a utilização de Equipamento de Proteção Individual de forma constante e adequada 
com proteção completa de cabelos, boca e nariz e coibição do uso de adornos. Em suma, 
destaca-se que a excelência da aplicabilidade das medidas de controle de infecção está 
 
 
43 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
relacionada a padronização de rotinas e aplicabilidade de forma coletiva e contínua (GIUDICE 
et al., 2019). 
 
PÚBLICO-ALVO 
 
Haja vista que o controle de infeção e as medidas de biossegurança demandam uma 
abordagem coletiva, o principal público-alvo deste capítulo são as equipes multidisciplinares 
que atuam em setores do Centro Cirúrgico como: equipe de enfermagem, anestesiologista, 
cirurgiões, equipe de apoio e limpeza. 
 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Com o propósito de estimular a transformação de hábitos e vivências no local de 
trabalho e a construção de um saber coletivo nas ações do dia a dia, propõem-se que esta 
estratégia educativa seja desenvolvida in loco em áreas coletivas do setor. 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
À vista do tema proposto, sugere-se a execução de uma ação educativa baseada no 
resgate de correntes pedagógicas construtivistas centradas na autonomia dos participantes 
como sujeito ativo do processo de aprendizado e na construção do conhecimento. Tal base 
teórica, foi reafirmada na concepção de diversos educadores que contribuíram para as 
formações em saúde abertas ao diálogo mútuo baseado nas experiências prévias dos 
participantes, operacionalizadas de acordo com a rotina do serviço de saúde e 
problematização das diretrizes técnicas (BECKER, 2017). 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
Os métodos ativos representam práticas pedagógicas inovadoras com o ensino em 
uma perspectiva crítica e transformadora em sintonia com aparato tecnológico e em 
conectividade com a complexidade dos acontecimentosreais. Neste processo, busca-se 
afinar o diálogo entre a teoria e prática, por meio da pesquisa, investigação, problematização 
do conhecimento e ressignificação de ações assistenciais em valores e reflexões (SOARES; 
CUNHA, 2017). 
Dessa forma, propõem-se a utilização de três métodos ativos como estratégias 
educacionais: técnica educativa de aquecimento, conhecida como “quebra gelo” com o 
propósito de deixar os participantes confortáveis e motivados a participar. Em seguida, 
deverá ser utilizada uma estratégia ativa denominada de Brainstorming ou tempestade de 
ideias adequada ao arranjo de uma roda de conversa com o objetivo estimular a exposição 
de ideias e levantar os conhecimentos prévios dos participantes sobre a temática. No 
fechamento, será aplicado o feedback colaborativo como ferramenta para avaliação parcial 
da ação e aprofundamento teórico da temática destacando os pontos positivos, e de melhora 
no setor. 
 
 
 
 
 
44 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
À vista do supracitado, a capacitação deverá ser executada na sequência de três 
etapas conforme a descrição a seguir. 
 
o Primeira etapa – Dinâmica de aquecimento “Convivendo com os inimigos 
invisíveis”: Inicialmente deve-se realizar o levantamento do número de 
participantes, para indicar a produção e impressão de imagens ilustrativas 
semelhantes a um jogo de cartas, tamanho unitário de 9 cm de altura por 6 cm de 
largura, contendo cartas com metade do número de participantes em imagens 
ilustrativas de profissionais de saúde e a outra metade com imagens e nomes dos 
principais microrganismos da microbiota infectante de feridas cirúrgicas. 
 
De acordo com a revisão integrativa realizada no estudo de Santos et al. (2015), as 
ISC são causadas principalmente por bactérias Gram-negativas e fungos, a seguir são 
apresentados alguns dos microrganismos apontados no estudo: Staphylococcus aureus 
(maior frequência), Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus epidermidis, 
Klesbsiella spp e Enterobacter spp (menor frequência), poderão ser acrescentados outros 
agentes infectantes de acordo com as atualizações científicas. 
A seguir, os facilitados deverão oferecer as cartas com o lado oposto ao da imagem 
ilustrativa e cada participante deve retirar uma carta. Feito isto, os participantes que retirarem 
as cartas com imagens de microrganismo, serão convidados a utilizar alguns acessórios 
cômicos como perucas, nariz de palhaço, óculos coloridos, travessas divertidas e máscaras 
de carnaval, tornando-os assim diferentes entres os profissionais de saúde participantes. 
Em síntese, o objetivo da dinâmica além de proporcionar um momento inicial de 
descontração é relembrar aos participantes a presença dos microrganismos invisíveis a olho 
nu no setor assim como, os com maior potencial para a etiologia da ISC. Serão necessários 
em torno de 15 minutos para a aplicação desta dinâmica. 
 
o Segunda etapa – Brainstorming/tempestade de ideias: Esta estratégia poderá 
ser aplicada por meio de uma roda de conversa, e o facilitador deverá lançar aos 
participantes alguns temas para estimular a discursão coletiva de forma sincrética 
(levantamento dos conhecimentos prévios), norteado pelas seguintes questões 
norteadoras: Quais as principais medidas preventivas para o controle de infecção 
em um centro cirúrgico? Quais as estratégias relacionadas ao comportamento da 
equipe poderão influenciar no controle de infecções? Qual o período ideal para a 
administração da PAC? Que medidas de controle de infecção deveram ser aplicadas 
no pré, intra e pós-operatório? 
 
Portanto, o objetivo desta etapa, além de realizar um levantamento do entendimento 
da equipe em relação a temática proposta, é o diagnóstico situacional das rotinas do setor e 
a adesão da equipe. Serão necessários em torno de 30 minutos para a aplicação desta 
estratégia. 
 
o Terceira etapa – Feedback coletivo: Para a execução desta etapa o facilitador 
deverá produzir um material didático gráfico visual prévio do tipo slide/ diagrama/ 
mapa conceitual de forma dinâmica e objetiva (tópicos e imagens) baseado nos 
principais temas da capacitação, objetivando o aprofundamento teórico. À vista 
 
 
45 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
disso, sugerem-se como principais subtemas para a produção do material teórico: 
as medidas de controle pré, intra e pós-operatória, a padronização da PAC, a 
limitação da remoção de pelos e cabeços no sítio cirúrgico, as medidas de controle 
da glicose e temperatura, medidas de prevenção básica da técnica cirúrgica e do 
ambiente do bloco operatório e as medidas de biossegurança entre a equipe. Alguns 
temas poderão necessitar de maior ou menor ênfase, priorizando a discussão para 
as possíveis fragilidade de tema discutidas na etapa anterior. 
 
Tendo em vista o exposto, os facilitadores devem iniciar destacando os pontos 
positivos já praticados pela equipe e enfatizar os de melhora na realidade do setor, suscitando 
compromissos para mudanças posteriores. Para esta etapa, serão necessários em torno de 
20 a 30 minutos para a execução. 
Vale ressaltar que a aplicação do feedback tem o objetivo de regular o processo de 
ensino e aprendizagem fornecendo de forma contínua informações tanto para os 
participantes, quanto para o facilitador numa via de mão dupla interativa, que deverá 
estabelecer compromissos para transformações de ações futuras (PRICINOTE; PEREIRA, 
2017). 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Sala reservada para reuniões de pequenos grupos; 
 
o Papel fotográfico ou couchê 
 
o Objetos cômicos (perucas e óculos coloridos, tiaras etc.); 
 
o Cadeiras; 
 
o Datashow e Computador; 
 
o Canetas e Papel A4. 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Para a execução de toda a capacitação poderá se utilizar do tempo máximo de 01 
hora e 30 minutos. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Sugere-se que a capacitação deverá ser aplicada pelo menos uma vez a cada 
semestre ou de acordo com a entrada de novos profissionais no setor e os pareceres das 
equipes de auditoria de vigilância interna ou externa com referência a adesão da equipe as 
medidas preventivas e taxas de ISC (ALLEGRANZI et al., 2018). 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
Entre as estratégias de avaliação aponta-se o feedback como instrumento da 
avaliação formativa, que possui os atributos necessários para assegurar uma avaliação 
adequada e poderá ser aplicado de forma coletiva. Para a avaliação de forma individual 
sugere-se a aplicação do instrumento padrão de avaliação, indicado nos anexos deste 
manual. 
 
 
46 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Critérios Diagnósticos de Infecção 
Relacionada à Assistência à Saúde. Cap.1 Infecção do Sítio Cirúrgico. Anvisa, 2016. 
 
ALLEGRANZI B. et al. A multimodal infection control and patient safety intervention to 
reduce surgical site infections in Africa: a multicentre, before–after, cohort study. Lancet 
Infect Dis; 18: 507–15. 2018. 2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/ S1473-
3099(18)30107-5. Acesso em: 26 de dezembro. 
 
 
 
47 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
BECKER, F. Paulo Freire e Jean Piaget: teoria e prática. Revista Eletrônica de 
Psicologia e Epistemologia Genéticas, v.9, número especial, p.7-47, 2017. 
 
CARVALHO R.L.R. et al. Incidence and risk factors for surgical site infection in general 
surgeries. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 25:e2848, 2017.DOI: 
http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.1502.2848. Acesso 25 de dezembro 2020. 
 
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Procedure-Associated 
Module: surgical site infection event. Atlanta; 29 p. 2016. Disponível em: 
http://www.cdc.gov/nhsn/pdfs/ pscmanual/9pscssicurrent.pdf.Acesso: 26 de dezembro 
2020. 
 
DEPARTAMENTO DO TRABALHO DOS EUA. Patógenos transmitidos pelo 
sangue. In: Normas de segurança e saúde ocupacional. 2012 OSHA.gov. Disponível 
em:https://www.osha.gov/pls/oshaweb/owadisp.show_document?p_table=STANDARDS&
p_id=10051 . Acesso em 26 de dezembro de 2020. 
 
FIELDS AC. et al. Preventing Surgical Site Infections: Looking Beyond the Current 
Guidelines. JAMA. Mar 17;323(11):1087-1088. 2020 Doi: 10.1001/jama.2019.20830. PMID: 
32083641. 
 
GIUDICE D. et al. Hospital controle de infecção e comportamento da equipe de 
cirurgia. Cent Eur J Saúde Pública.:27 (4): 292-295. 2019. Doi: 10.21101 / 
cejph.a4932. PubMed PMID: 31951688. 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Guidelines for the Prevention of Surgical 
Site Infection. Organização Mundial da Saúde Original. 2016. Disponível em: 
http://www.who.int/gpsc/global-guidelines-web.pdf?ua=1. Acesso 25 de dezembro 2020. 
 
OMS. Segundo desafio global para a segurança do paciente: Manual - cirurgias seguras 
salvam vidas OMS. Organização Pan-Americana da Saúde. Anvisa, 2009. 
 
PRICINOTE SCMN, PEREIRA ERS. [Medical students’ views on feedback in the learning 
environment]. Rev Bras Educ Med [Internet]. 2016 [cited 2017 Dec 10];40(3):470-80. 
 
SANTOS, W. B. et al. Microbiota infectante de feridas cirúrgicas: análise da produção 
científica nacional e internacional Rev. SOBECC, SÃO PAULO. 21(1): 46-51, jan-mar. 
2016. DOI: 10.5327/Z1414-4425201600010007. Acesso 25 de dezembro 2020. 
 
SCHWARTZ X. et al. Adherence to surgical hand antisepsis: Barriers and facilitators in a 
tertiary care hospital. Am J Infect Control. Jun;46(6):714-716, 2018. DOI: 
10.1016/j.ajic.2017.12.011. Acesso 25 de dezembro 2020. 
 
SOARES, S.R., CUNHA, M. I. Qualidade do ensino de graduação: concepções de docentes 
pesquisadores. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior. 22 (2), 316-331, 
2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=219152264003. Acesso em: 06 
de janeiro 2021. 
http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.1502.2848
http://osha.gov/
https://www.osha.gov/pls/oshaweb/owadisp.show_document?p_table=STANDARDS%26p_id=10051
https://www.osha.gov/pls/oshaweb/owadisp.show_document?p_table=STANDARDS%26p_id=10051
http://www.who.int/gpsc/global-guidelines-web.pdf?ua=1
https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=219152264003
 
 
48 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO VIII 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE UMA PARADA 
CARDIORRESPIRATÓRIA 
 
 
Ana Caroline de Oliveira Coutinho 
Rafael Vulcão Nery 
Ana Beatriz Capela Cordovil 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
Renata Campos de Sousa Borges 
Milena Coelho Fernandes Caldato 
Nathália Menezes Dias 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é um agravo de emergência quando o indivíduo 
apresenta a interrupção de forma súbita da respiração e do pulso arterial, e ainda a perda de 
consciência (BARBOSA et al., 2018; CARVALHO et al., 2020). De acordo com Carvalho et 
al. (2020) a PCR ocorre em função de comorbidades ou fatores associados, como a 
alimentação, patologias cardíacas e respiratórias, sedentarismo e obesidade. 
O enfermeiro é um dos profissionais atuantes na ocorrência da PCR, pois 
frequentemente, realiza as primeiras avaliações e ainda, as manobras de reanimação 
cardiopulmonares. Dessa forma, sua participação nesta ocorrência deve ocorrer de forma 
sistematizada, com planejamento e coordenação, necessitando, ainda, de domínio técnico-
científico e emocional (CARVALHO et al., 2020). 
A American Heart Association (AHA) define protocolos para situações emergenciais 
específicos, o que se torna relevante para a realização dos procedimentos. Os atendimentos 
requerem embasamento em legislações, além de um perfil para que o profissional 
desempenhe de forma adequada as suas funções. Sendo assim, o profissional de 
enfermagem carece de demanda, conhecimento científico atualizado, além das habilidades 
necessárias à realização dos procedimentos (BARBOSA et al., 2018). 
 
OBJETIVO 
 
Apresentar um planejamento de atividades de educação permanente baseadas na 
assistência de enfermagem durante uma PCR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
 O atendimento durante a PCR ocorre em diversas etapas, que permeiam o 
reconhecimento dos seus sinais até as manobras de ressuscitação cardiopulmonares mais 
complexas. As intervenções rápidas neste agravo requerem agilidade e eficácia com que é 
realizada a cadeia de sobrevida. Esta consiste em reconhecer a emergência, aplicando, por 
sua vez, o Suporte Básico de Vida (SBV), a desfibrilação de forma precoce e, por fim, o 
Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS) (SILVA et al., 2020). 
De acordo com Silva et al. (2020), o SBV é constituído por técnicas sequenciais de 
compressões no tórax, abertura das vias aéreas, respiração artificial e desfibrilação, 
enquanto o ACLS ou Suporte Avançado de Vida (SAV) refere-se à administração de 
medicamentos e ao tratamento da etiologia da PCR. 
O enfermeiro é um dos profissionais atuantes na ocorrência da PCR, pois 
frequentemente realiza as primeiras avaliações e, ainda, as manobras de reanimação 
cardiopulmonares. Dessa forma, sua participação nesta ocorrência deve ocorrer de forma 
sistematizada, com planejamento e coordenação, necessitando, ainda, de domínio técnico-
científico e emocional (CARVALHO et al., 2020). 
De acordo com Silva et al., (2015), com os avanços tecnológicos e científicos, há um 
aumento anual referente ao quantitativo de procedimentos cirúrgicos, o que gera impactos 
na ocorrência de efeitos adversos. Dentre esses, aqueles ocasionados pela enfermagem, 
destacam-se os erros de medicações, quedas de pacientes, extubação, queimaduras, 
hemorragias e ainda, a parada cardiorrespiratória, que pode ainda ser classificada como 
evento adverso relacionado a notificações hospitalares (SILVA et al., 2015). 
No contexto do centro cirúrgico (CC), verifica-se que que o atendimento à PCR ocorre 
por meio do Suporte Avançado de Vida, cujas ações técnicas sucessivas são as 
compressões torácicas, abertura de vias aéreas, uso da ventilação artificial, desfibrilação, 
simultâneos à administração de medicamentos para o tratamento da etiologia da PCR 
(SANTOS et al., 2020). 
Em um estudo realizado por Mendonça (2018), verificou-se que 92,3% dos 
enfermeiros atuantes no centro cirúrgico de um hospital, já haviam presenciado uma PCR, 
enquanto 57,7% referiam o sentimento de incapacidade para prestar assistência a este 
procedimento. Neste mesmo estudo notou-se ainda que um dos fatores considerados 
facilitadores ao manuseio da PCR em centro cirúrgico, foram destacados pelos profissionais 
de enfermagem o trabalho em equipe multiprofissional, experiências anteriores, a calma, a 
satisfação em uma manobra exitosa de ressuscitação cardiopulmonar e ainda, a capacitação 
no atendimento à PCR (MENDONÇA, 2018). 
Dessa forma, sabe-se que a capacitação para o atendimento à PCR é complexa pois 
requer capacidade cognitiva-motora, e ainda as habilidades interpessoais. Para isso, é 
necessário que os métodos educativos sejam aprimorados de forma eficaz à equipe, como 
exemplo da simulação realística, que emprega um modelo de aprendizagem articulando a 
teoria à prática, aperfeiçoando o indivíduo e o coletivo (SANTOS et al., 2020). 
Assim, a simulação nos serviços de saúde in situ, auxilia no aprendizado, desenvolve 
a educação permanente e modifica comportamentos, o que favorece a melhoria da 
segurança do paciente a qualidade prestada no serviço (OLIVEIRA, 2018). 
 
 
 
 
50 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
PÚBLICO-ALVO 
 
O principal público-alvo desta capacitação é a equipe de enfermagem atuante no 
Centro Cirúrgico (enfermeiros e técnicos de enfermagem). 
 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
A fim de promover a transformação dos hábitos e do conhecimentoteórico e prático 
referente à PCR, propõe-se que este plano de educação permanente seja desenvolvido nas 
dependências do Centro Cirúrgico. 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
A intervenção educativa sugerida basear-se-á em um relato de experiência descrito 
por Gonçalves (2017) no qual utilizou-se de estratégias diversas para a educação 
permanente para a equipe de enfermagem durante uma PCR. 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
O desenvolvimento da ação educativa deverá ocorrer em três etapas, com foco na 
atualização sobre emergência, a importância do trabalho em equipe e o manejo da PCR. 
 
o Primeira etapa – Vídeo motivacional: Inicialmente, propõe-se que o facilitador 
explane um vídeo sobre motivação e liderança, e a importância de uma equipe 
estar equilibrada e unida em emergências, como a PCR. 
 
o Segunda etapa – Caso Clínico: Em seguida, será disposto um caso clínico 
referente à PCR, e por meio da roda de conversa, os profissionais irão relatar quais 
seriam suas intervenções para o caso clínico, justificando-as. Assim, o facilitador 
terá a percepção do conhecimento dos profissionais e se estão de acordo com os 
protocolos mais atualizados e considerados referência em urgência e emergência. 
 
o Terceira etapa – Simulação Realística: Nesta, é necessário que haja um 
participante que atue como paciente em situação emergencial de PCR. Por 
conseguinte, a equipe terá que prestar assistência do suporte básico de vida, com 
as compressões torácicas e ainda a abertura de vias aéreas. Feito isso, a equipe 
precisará fornecer o suporte avançado, através das medicações para o tratamento 
da possível etiologia da PCR. Será necessário ainda, o uso de um manequim para 
a realização das compressões torácicas. 
 
o Quarta etapa – Avaliação: Esta etapa consistirá na avaliação da ação educativa, 
bem como dos possíveis erros cometidos pela equipe no manejo da PCR. Esta 
avaliação poderá ser realizada através de um teste, em que o facilitador terá a 
percepção dos profissionais após a atividade de educação permanente. 
 
 
51 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Datashow; 
 
o Computador; 
 
o Vídeo motivacional; 
 
o Caixa de Som; 
 
o Papel para impressão; 
 
o Maca; 
 
o Manequim; 
 
o Carrinho de emergência; 
 
o Ambu. 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Sugere-se realizar esta ação em um período de 01 hora e 30 minutos. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Este ciclo de intervenções deverá ocorrer trimestralmente no setor de Centro 
Cirúrgico, ou sempre que for verificada necessidade de atualização pela equipe. 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
Após a aplicação dos vídeos motivadores, dos casos clínicos e da simulação 
realística, sugere-se realizar um teste escrito, para que o facilitador verifique o aprendizado 
da equipe de enfermagem. Além disso, o facilitador deve demonstrar os possíveis erros de 
técnicas na manobra de ressuscitação pulmonar e na ventilação artificial, por meio do 
manequim, realizando, assim, as compressões em intervalos e em quantidade adequada à 
cada caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BARBOSA, I.S.L. et al. O conhecimento do profissional de enfermagem frente à parada 
cardiorrespiratória segundo as novas diretrizes e suas atualizações. Revista de 
Divulgação Científica Sena Aires, v. 7, n. 2, p. 117-126, 2018. 
 
CARVALHO, S.S. et al. Conhecimento de enfermeiros intervencionistas em urgência frente 
à parada cardiorrespiratória. Research, Society and Development, v. 9, n. 7, p. 
e80973721-e80973721, 2020. 
 
GONÇALVES, V.M.A. Educação permanente e parada cardiorrespiratória: um relato de 
experiência no âmbito da enfermagem. Gerais: Revista de Saúde Pública do SUS/MG, v. 
2, n. 2, p. 47-58, 2017. 
 
MENDONÇA, D.C.J. Conhecimento da equipe de enfermagem do centro cirúrgico 
sobre parada cardiopulmonar. 48f. Trabalho de Conclusão de Curso (bacharel em 
enfermagem) -Universidade de Brasília, Ceilândia, 2018. 
 
OLIVEIRA, I.C. Avaliação da simulação realística como intervenção educativa para 
capacitação de enfermeiros em ressuscitação cardiopulmonar. 88f. Dissertação 
(Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de São Carlos, 2018. 
 
SANTOS, L.R. et al. A utilização do objective structured clinical examination para avaliação 
em ressuscitação cardiopulmonar no centro cirúrgico. Research, Society and 
Development, v. 9, n. 11, 2020. 
 
SILVA, F.E.A. et al. Atuação do enfermeiro durante a parada cardiorrespiratória em 
pacientes críticos: revisão de literatura/Nursing Perfomance During Cardiorespratory Arrest 
In Critically Ill Paientes: Literature Review. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 2, 
p. 2783-2796, 2020. 
 
SILVA, F.G. et al. Análise de eventos adversos em um centro cirúrgico ambulatorial. 
Revista Sobecc, v. 20, n. 4, p. 202-209, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO IX 
 
INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
Josenilda Rodrigues Gaia Oliveira 
Renata Campos de Sousa Borges 
Milena Coelho Fernandes Caldato 
Maria Yasmin da Silva Moia 
Patrick Nery Igreja 
Ana Caroline de Oliveira Coutinho 
Rafael Vulcão Nery 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O Centro Cirúrgico é conceituado como um conjunto de elementos destinados à 
atividade cirúrgica e à recuperação anestésica e pós-operatória imediata (CARVALHO; 
BIANCHI, 2016). Entre as atividades desempenhadas pela equipe de enfermagem no setor 
emerge a de instrumentador cirúrgico, sendo este o profissional que auxilia a equipe cirúrgica 
e fornece os instrumentais para o ato operatório (GOMES, 2013). 
A Resolução nº 214/98 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) define a 
instrumentação cirúrgica como atividade da enfermagem, não sendo, entretanto, ato privativo 
da mesma, e determina que o profissional de enfermagem atuando como instrumentador 
cirúrgico subordina-se exclusivamente ao enfermeiro responsável pelo Centro Cirúrgico 
(COFEN, 1998). 
A profissão de instrumentador surgiu da necessidade dos avanços e 
desenvolvimentos das cirurgias e o primeiro registro da atuação de um instrumentador 
cirúrgico data de 1859, quando o mestre Jean Henri Dumont, com o intuito de agilizar os 
procedimentos cirúrgicos e amenizar o sofrimento dos feridos em uma batalha, exerceu essa 
função (BRONZATT, FERRETI, PONTELI; 2007). 
A equipe de enfermagem tem suma importância na atuação durante a instrumentação 
cirúrgica, uma vez que deve entender quais os tempos cirúrgicos e quais as finalidades dos 
instrumentais, além do conhecimento da montagem da mesa cirúrgica (OLIVEIRA et al., 
2017). 
 
OBJETIVO 
 
Apresentar estratégias para a capacitação em Instrumentação Cirúrgica, por meio da 
abordagem com métodos ativos de ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
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TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
Este treinamento tem como temática a Instrumentação Cirúrgica. No ambiente 
hospitalar, o Centro Cirúrgico é um setor muito importante por requerer ações decisivas e por 
exigir detalhes minuciosos para assegurar a execução de técnicas assépticas (ROSA, 2009). 
A História registra que as primeiras intervenções cirúrgicas ocorreram em decorrência 
dos feridos em combates em grandes guerras pelo mundo, que aconteceram entre os povos 
antigos. A atribuição da enfermagem nesse período era muito pequena, como os cuidados 
com os pacientes, limpeza e manutenção do ambiente. Com o passar do tempo, os 
procedimentos evoluíram e com a descoberta da anestesia houvea necessidade de 
aprimorar as questões relativas à instrumentação cirúrgica (AVELAR; GRAZIANO; SILVA, 
1998). 
A instrumentação cirúrgica surgiu no Século XX, período de grande desenvolvimento 
dos procedimentos cirúrgicos e, consequentemente, o instrumentador cirúrgico começou a 
ganhar grande relevância, exigindo maior qualificação profissional (BRASIL, 2015; TURRINI 
et al., 2012; AVELAR; GRAZIANO; SILVA, 1998). 
O instrumentador cirúrgico deve agir com tranquilidade e competência; o cirurgião 
dependerá integralmente da sua presteza e dedicação, visto que pode ser uma atividade 
estressante para profissionais inexperientes. O profissional de instrumentação cirúrgica atua 
junto à equipe cirúrgica tendo como responsabilidade zelar pelo perfeito funcionamento do 
instrumental e equipamentos usados pelo cirurgião e assistente (SOBECC, 2017; ROSA, 
2009). Depende dele a organização dos materiais que o cirurgião precisará no procedimento 
e ainda a verificação do ambiente, devidamente preparado e higienizado para receber o 
paciente e o restante de sua equipe; ele é o primeiro a chegar e o último a sair da sala de 
operação (GOMES, 2013). 
No contexto acadêmico, considerando que a função do enfermeiro no Centro Cirúrgico 
como instrumentador deve ser evidenciada desde a sua formação, torna-se fundamental o 
desenvolvimento de práticas que possam desenvolver as habilidades dos discentes. Além 
disso, capacitar as equipes de enfermagem que já atuam no setor pode contribuir para a 
melhoria das práticas de enfermagem perioperatória. 
 
PÚBLICO-ALVO 
 
Esta proposta está direcionada para a equipe de enfermagem do Centro Cirúrgico, 
(enfermeiros e técnicos de enfermagem). Considerando a ampla abordagem do tema, 
sugere-se ainda incluir a equipe de enfermagem da Central de Material e Esterilização (CME) 
para participação da capacitação no tema. 
 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Propõe-se executar esta proposta de duas maneiras, em momentos distintos: 1- como 
forma de treinamento em serviço, dentro das dependências físicas do Centro Cirúrgico e 2- 
como um evento científico mais abrangente, fora do setor de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
O uso de tecnologias na saúde tem sido cada vez mais referido quando se trata da 
implementação de ações relacionadas à Educação Permanente. Nesse sentido, as 
tecnologias educacionais estão sendo amplamente utilizadas pela enfermagem, 
consideradas como ferramentas para aprimorar o ensino e instrumentos facilitadores para 
construção e reconstrução do conhecimento (NIETSCHE et al., 2012; PAES; COSTA, 2017). 
Assim, sugere-se utilizar uma tecnologia educacional para implementar essa proposta 
de capacitação, através da utilização de um Manual. Além disso, combinar a ministração de 
conteúdos teóricos e práticos possibilita uma aprendizagem significativa. 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Para melhor entendimento, a proposta de execução desta ação está melhor detalhada 
abaixo em 03 (três) etapas: 
 
o Primeira etapa – Apresentação do Manual de Instrumentação: Considera-se a 
utilização de um manual que deve ser elaborado a partir do pressuposto de que a 
equipe de enfermagem tem suma importância na atuação durante a 
instrumentação cirúrgica, uma vez que deve entender quais os tempos cirúrgicos 
e quais as finalidades dos instrumentais, além do conhecimento da montagem da 
mesa de instrumentação cirúrgica (OLIVEIRA et al., 2017). Sugere-se utilizar uma 
tecnologia rica em imagens, objetivando facilitar o entendimento. Para compô-lo 
propõem-se os seguintes conteúdos: O instrumental cirúrgico na cirurgia; 
Instrumentos para diérese; Instrumentos para hemostasia; Instrumentos para 
separação; Instrumentos para síntese; Instrumentos para assepsia; Esquema de 
montagem de uma mesa básica; Montagem de mesa de instrumentação cirúrgica 
básica: Laparotomia exploratória e Parto cesáreo. 
 
o Segunda etapa – Exposição dialogada e interativa: A realização desta etapa 
deve ser enriquecida pelo uso de slides. A apresentação deve estar pautada na 
participação efetiva dos profissionais considerando seus conhecimentos prévios a 
respeito da temática em questão, caracterizando um estilo de aprendizagem 
significativa fortemente defendido por Mitre et al. (2008), que referem o processo 
de continuidade como aquele no qual o estudante é capaz de relacionar o 
conteúdo apreendido aos conhecimentos prévios, e o processo de ruptura como 
aquele que surge a partir de novos desafios, levando o aprendiz a ultrapassar as 
suas vivências e possibilitando a ampliação de suas possibilidades de 
conhecimento. O conteúdo programático teórico sugerido está na Tabela 01, na 
qual estão especificados os temas, objetivos e métodos para abordagem. 
 
o Terceira etapa – Prática de Instrumentação Cirúrgica: Para esta etapa, 
apontam-se duas opções: 
 
 
 
57 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
1ª OPÇÃO: Prática real, com implementação dos conhecimentos teóricos sobre a 
temática em um procedimento cirúrgico real. Isso implicará na necessidade de ajustar com a 
equipe cirúrgica e coordenação setorial a possibilidade de os participantes da capacitação, 
juntamente com o facilitador, participarem do procedimento realizando a instrumentação. 
Para tal, torna-se necessária a organização em equipes de pequenos grupos, considerando 
a limitação de pessoas dentro da sala de operação, bem como a disponibilização de materiais 
estéreis extras (escova de degermação, avental cirúrgico, luva estéril, etc.). 
 
2ª OPÇÃO: Prática simulada, em um ambiente simulado, representando uma sala de 
operação, com dramatização e montagem de uma mesa de instrumentação cirúrgica e a 
abordagem com o paciente cirúrgico em sala de operação, utilizando-se um manequim. A 
simulação em laboratórios de Enfermagem pode diminuir o medo e a insegurança, facilitando 
o processo ensino-aprendizagem (GOMES, GERMANO, 2007). Esta é uma poderosa 
ferramenta de treinamento de competências, pois permite ao participante atuar em ambiente 
seguro e controlado, de modo a repetir o desempenho de uma tarefa inúmeras vezes, seguido 
de feedback imediato, adequado e sistematizado (IGLESIAS, PAZIN-FILHO; 2015). O 
conteúdo programático prático sugerido está na Tabela 02, na qual estão especificados os 
temas, objetivos e métodos para abordagem. 
 
Tabela 01 – Temas, Objetivos e Métodos da exposição dialogada e interativa 
TEMA OBJETIVO MÉTODO 
A profissão de 
instrumentador cirúrgico 
no Brasil 
Abordar o histórico da profissão no país Aula expositiva e interativa 
Utilização de slides 
Roda de conversa para 
debate em grupo 
Legislações e 
regulamentação da 
profissão no Brasil 
Fornecer bases teóricas e legais sobre a 
profissão no país, como as resoluções 
do COFEN e Projetos de Leis 
Funções do 
Instrumentador cirúrgico 
Descrever as atividades 
desempenhadas pelo instrumentador 
cirúrgico antes, durante e após a 
realização do procedimento cirúrgico 
Aula expositiva e interativa 
Utilização de slides 
 
Código de Ética do 
Instrumentador Cirúrgico 
Apresentar os aspectos éticos 
envolvidos na profissão 
Discussão em grupo 
O instrumental cirúrgico 
na cirurgia 
Nortear o discente quanto aos objetivos 
dos instrumentais cirúrgicos e suas 
classificações 
Aula expositiva e interativa 
Utilização de slides 
 
Acompanhamento pelo 
Manual de Instrumentação 
Cirúrgica 
 
Apresentação prática dos 
instrumentais cirúrgicos, que 
foram dispostos em uma 
mesa 
Instrumentais utilizados 
nos tempos cirúrgicos 
Apresentar os variados instrumentais 
cirúrgicos utilizados nos procedimentos 
de acordo com os tempos cirúrgicos: 
diérese, hemostasia, exérese e síntese 
Cuidados no manuseio 
e contagem dos 
instrumentais cirúrgicos 
Disseminar a relevância da 
responsabilidade técnica do 
instrumentadorcirúrgico quanto aos 
cuidados necessários com os 
instrumentais antes, durante e após a 
realização do procedimento cirúrgico 
Aula expositiva e interativa 
Utilização de slides 
 
Fonte: Autoria própria. 
 
 
58 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Tabela 02 – Temas, Objetivos e Método da prática de Instrumentação Cirúrgica 
TEMA OBJETIVO MÉTODO 
Paramentação 
cirúrgica 
Demostrar os três componentes da 
paramentação cirúrgica estéril: 
degermação das mãos e antebraços; 
vestimenta do avental esterilizado com 
técnica asséptica; calçamento de luvas 
estéreis 
Resgate da prática de lavagem 
cirúrgica das mãos e antebraços 
com escova de degermação; 
utilização de avental e luvas 
estéreis 
Montagem da 
mesa básica de 
instrumentação 
cirúrgica 
Evidenciar os objetivos de montar uma 
mesa de instrumentação cirúrgica; a 
localização ideal da mesa e do 
instrumentador, e a formação completa de 
uma equipe cirúrgica 
Utilização de imagens e aplicação 
prática 
Utilização de slides 
Demonstrar as atividades que devem ser 
executadas antes de dispor os 
instrumentais na mesa 
Utilização de campos estéreis e 
cobertura da mesa de instrumentais 
Demonstrar as atividades que devem ser 
executadas ao dispor os instrumentais na 
mesa, considerando a divisão em quatro 
quadrantes, de acordo com os tempos 
cirúrgicos 
Abertura de uma bandeja de 
instrumentais e organização das 
pinças: quadrante 01: material de 
diérese; quadrante 02: material de 
hemostasia e preensão; quadrante 
03: material de síntese e quadrante 
04: afastadores e materiais 
especiais 
Demonstrar as atividades que devem ser 
executadas depois de dispor os 
instrumentais na mesa 
Realização de antissepsia de a área 
ser operada, por meio de um 
paciente simulado (boneco 
manequim); colocação dos campos 
estéreis sobre o paciente, com 
fixação pela pinça Backaus; 
disposição da mesa de 
instrumentais em posição 
adequada 
Mímica cirúrgica 
Apresentar os principais gestos 
executados pelos cirurgiões para 
solicitação de instrumentais cirúrgicos 
Demonstração prática e por 
imagens da mímica cirúrgica 
Utilização de slides 
Fonte: Autoria própria. 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Sala reservada para reuniões de pequenos grupos; 
 
o Sala de operação; 
 
o Datashow; 
 
o Computador; 
 
o Mesa de instrumentação; 
 
o Capote cirúrgico; 
 
 
59 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
o Luva estéril; 
 
o Escova de degermação; 
 
o Bandeja básica de Instrumental Cirúrgico (Ex.: cesariana, laparotomia 
exploratória). 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Sugere-se realizar este treinamento em um período de 02 horas, caso realizado nas 
dependências físicas do setor; ou carga horária mais extensa, como 08 horas, caso realizado 
como evento científico fora do setor. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Propõe-se que esta capacitação seja realizada semestralmente, ou quando houver 
entrada de novos profissionais de enfermagem no setor. 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
Sugere-se realizar uma avaliação prática, entrelaçando os conteúdos teóricos e 
práticos abordados durante a capacitação. Nesta avaliação, pode-se solicitar aos 
participantes a montagem de uma mesa cirúrgica básica, de forma que eles possam 
verbalizar a divisão da mesa conforme os tempos cirúrgicos e a classificação dos 
instrumentais colocados em mesa. Para a avaliação de forma individual sugere-se a 
aplicação do instrumento padrão de avaliação, indicado nos anexos deste manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
AVELAR, M. C. Q.; GRAZIANO, K. U.; SILVA, A. A instrumentação cirúrgica na formação 
do enfermeiro. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 42, n. 1-2-3-4, p. 68-7, Dec.1989. 
 
BRASIL. CÂMARA DOS DEPUTADOS PROJETO DE LEI N.º 3.869, DE 2015 (Do Sr. 
Goulart) Coordenação de Comissões Permanentes - DECOM - P_6748 CONFERE COM O 
ORIGINAL AUTENTICADO PL 3869/2015. 
 
 
 
61 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
BRONZATT, J. A. G.; FERRETI, H. H.; PONTELI, S. R. C. A visão da equipe de 
enfermagem sobre o instrumentador cirúrgico. Rev. SOBECC, São Paulo, v. 12, n 1, p. 22-
26, jan./mar., 2007. 
 
CARVALHO, R. BIANCHI, E. R. F. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação. 
São Paulo: Manole, 2016. 
 
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEN. Resolução COFEN Nº 214 de 10 de 
novembro de 1998. Dispõe sobre a instrumentação cirúrgica. Rio de Janeiro, 10 de 
novembro de 1998. 
 
GOMES, J. R. A. A. A prática do enfermeiro como instrumentador cirúrgico. Rev. SOBECC, 
São Paulo, vol. 18, n. 1, p. 54-63, jan./mar. 2013. 
 
GOMES, C. O.; GERMANO, R. M. Processo de ensino-aprendizagem no laboratório de 
enfermagem: visão de estudantes. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 28, n, 3, p. 401-
408, 2007. 
 
IGLESIAS, A. G.; PAZIN-FILHO, A. Emprego de simulações no ensino e na avaliação. 
Medicina, Ribeirão Preto, v. 48, n. 3, p. 233-240, 2015. 
 
NIETSCHE, E. A. et al. Tecnologias inovadoras do cuidado em enfermagem. Rev Enferm 
UFSM, v. 02, n. 01, pag. 182-189, Jan-Abr, 2012. 
 
PAES, E. D.; COSTA, C. S. Guia do produto educacional Coisa de professor: 
compartilhamento de ideias e saberes em tecnologia educacional. Dissertação (mestrado). 
Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, 2017. 
 
MITRE, S. M. et al., Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional 
em saúde: debates atuais. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 13, n. Sup 2, p. 2133-2144, 
2008. 
 
OLIVEIRA, S. C. M. et al. Manual de Instrumentação Cirúrgica: tecnologia elaborada na 
monitoria de enfermagem perioperatória. Conexão Fametro 2017: arte e conhecimento. 
In: V Encontro de Monitoria e Iniciação Científica. Fortaleza, 2017. 
 
ROSA, M. T. L. Manual de instrumentação cirúrgica. 3ª edição. São Paulo. Rideel, 2009. 
 
TURRINI, R. N. T. et al. Ensino de enfermagem em centro cirúrgico: transformações da 
disciplina na Escola de Enfermagem da USP (Brasil). Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, 
v. 46, n. 5, p. 1268-1273, Oct. 2012. 
 
SOBECC. Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação 
Anestésica e Centro de Material de Esterilização. Diretrizes de práticas em enfermagem 
cirúrgica e processamento de produtos para a saúde. 7. ed. rev. e atual. São Paulo: 
SOBECC; 2017. 
 
 
 
62 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO X 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS EMERGENCIAIS 
AO RECÉM-NASCIDO 
 
 
Tania de Sousa Pinheiro Medeiros 
Keise Helaine Moreira da Silva Pinto 
Lauany Silva de Medeiros 
Paulo Henrique Pinto Pinheiro 
Maria Yasmin da Silva Moia 
Patrick Nery Igreja 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Segundo a United Nations International Children's Emergency Fund (UNICEF), a 
mortalidade infantil vem diminuindo drasticamente desde 2000, o que acontece 
principalmente devido a melhora da qualidade e do acesso aos serviços de saúde disponíveis 
para a população. Entretanto, de acordo com Estimativa de Mortalidade Infantil das Nações 
Unidas, em 2016, morreram mundialmente cerca 15 mil crianças antes do seu quinto 
aniversário, 7000 delas vieram à óbito nos primeiros 28 dias de vida (UNICEF, 2019; OMS, 
2020). 
Tal estimativa se agrava ao se comparar dados de 2000 a 2017, que apesar de 
revelarem uma diminuição 56,56% nos óbitos, a proporção de mortes de menores de 5 anos 
durante o período neonatal passou de 41% para 46% no mesmo intervalo de tempo (OMS, 
2020; SALAM et al., 2020). 
Isto acontece, provavelmente, porque este período é considerado umas das fases 
mais dinâmicas e complexas do ciclo de vida do ser humano, pois acarreta uma série de 
transformações na qual o recém-nascido (RN) passa de um estado de inteira dependência a 
uma posiçãode autossuficiência no que tange a oxigenação e nutrição. Nesta constante, 
alguns RNs podem manifestar uma série de problemas durante este período de 
amadurecimento e adaptação dos sistemas que são capazes culminar em situações graves 
que necessitaram de cuidados emergenciais por parte da equipe de saúde (DEMITO et al., 
2017). 
Diante da complexidade desses cuidados os profissionais de saúde, em especial a 
equipe de enfermagem, devem possuir um conjunto de informações e de habilidades para 
que possam reconhecer precocemente as emergências e intervir de forma correta nelas. 
Nesse cenário, passando a serem coadjuvantes no período neonatal, pois grande parte da 
mortalidade infantil é potencialmente evitável quando associada a práticas assistenciais 
emergenciais de qualidade (FOMIRGA et al., 2018). 
 
OBJETIVO 
 
 
63 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
Apresentar um plano de educação permanente voltado ao Centro Cirúrgico acerca da 
assistência de enfermagem nos cuidados emergenciais ao recém-nascido com enfoque na 
utilização das metodologias ativas. 
 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
As emergências são eventos que não escolhem vítimas dentro do setor hospitalar, 
podendo ocorrer com diferentes tipos de pacientes, normalmente de maneira inesperada e 
abrupta. Embora em alguns casos sejam previsíveis, tais situações se tornam mais 
preocupantes quando ocorrem com o público infantil, em especial aos recém-nascidos 
(FILÓCOMO et al., 2017). 
Esses casos exigem intervenções rápidas, imediatas e singulares na tentativa de 
diminuir os danos que poderão exacerbar as lesões existentes colocando em risco a 
qualidade e a vida do RN. Sendo estas intervenções denominadas Suporte Básico de Vida 
(SBV) ou Suporte Avançado de Vida (SAV) que são um conjunto de procedimentos 
sequenciais invasivos ou não que devem ser aplicados em casos de emergências (BRASIL, 
2012). 
Desta forma, elas podem ser clínicas ou cirúrgicas, dependendo da gravidade do 
comprometimento orgânico. Entre as principais medidas emergenciais ao RN, encontram-se 
primeiramente a avaliação do RN que deve ser realizada imediatamente após o nascimento 
ou na sua entrada no setor, sendo que por ela irá se verificar a saúde do concepto e se há 
necessidade de alguma intervenção emergencial (FONTANA et al., 2009). 
Outras medidas de suporte a vida do RN é a Reanimação Cardiopulmonar (RCP) que 
é um conjunto de manobras destinadas a garantir a oxigenação dos órgãos quando há 
Parada Cardiorrespiratória (PCR) que é caracterizada pela interrupção da atividade mecânica 
cardíaca, pulmonar e cerebral. No que se refere ao recém-nascido esta ação necessita ser 
realizada com prudência, haja a vista, que as complicações quando feita incorretamente 
incluem fratura de costelas, com pneumotórax e hemotórax, e laceração de fígado (BRASIL, 
2014). 
Os cuidados com a respiração e medicação do RN também necessitam serem levados 
em consideração, pois estudos atuais demostram que a Síndrome do Desconforto 
Respiratório (SDR) é uma das doenças mais prevalentes entre os recém-nascidos e é 
responsável pelo maior índice de mortalidade neonatal. E os erros de medicação podem 
ocasionar prejuízos que vão desde a não administração de fármacos, até eventos adversos 
graves e morte (SEGUR et al., 2019; BIAVATI; BONIATTI; FALCI, 2018). 
Infere-se, portanto, que medidas básicas como o modo correto de posicionar a 
criança, a manutenção da permeabilidade das vias aéreas, a massagem cardíaca e os tipos 
de ventilação podem salvar vidas. Nessa constante, uma boa assistência ao RN exige tanto 
infraestrutura como profissionais capacitados e integrados para atender a situações rotineiras 
e emergenciais (BRASIL, 2012; LEITE et al., 2020). 
 
PÚBLICO-ALVO 
 
Levando em consideração as características ímpares que distingue o setor do centro 
cirúrgico das demais clínicas e as particularidades da assistência em saúde, a educação 
 
 
64 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
permanente deste capítulo deverá ser voltada à equipe de enfermagem que atua no setor 
supracitado (enfermeiros e técnicos de enfermagem). 
 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Propõem-se que a ação aconteça in loco, em área coletiva reservada dentro do setor 
do Centro Cirúrgico, a fim de estimular a participação dos profissionais. 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
Diante do exposto, propõem-se que a educação permanente em questão seja 
embasada na teoria experiencial, com destaque para as vivências que constituem o processo 
de ensino e aprendizagem, a autonomia do participante e as vertentes da formação 
continuada. Nesse contexto, esta proposta surge como forma de construir o aprendizado, 
procedimental e atitudinal por meio de situações cotidianas que expõe o participante a 
circunstâncias motivadoras para a aprendizagem (RIBEIRO et al., 2015). 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
As metodologias ativas são meios facilitadores do processo ensino-aprendizagem que 
proporcionam ao indivíduo a participação e emancipação no seu processo de aquisição de 
conhecimentos. Nesse viés, entende-se que as ações que envolvem a proteção da saúde do 
RN são essenciais, entretanto, necessitam ser cuidadosamente desenvolvidas levando em 
consideração que o desconhecimento das particularidades do processo de amadurecimento 
pode gerar intervenções capazes de piorar a saúde do neonato (SILVA et al., 2020). 
Levando isto em consideração, recomenda-se a utilização de metodologias ativas 
capazes de promover o interesse dos participantes e entrelaçar a teoria e a prática diária, 
sendo elas: a dinâmica inicial também conhecida como “quebra gelo” que visa promover um 
ambiente agradável e receptível ao ensino; a aula teórico-prática baseada na simulação 
realística que permite a experiência prática, em ambiente seguro, e por fim um Checklist com 
uma reflexão do que já é feito no setor. 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Para melhor compreensão da execução da educação permanente, esta foi dividida 
em três etapas principais: 
 
o Primeira etapa – Dinâmica Inicial: Sugere-se que a ação em questão seja 
iniciada com a dinâmica “O que é... O que é”, na qual o facilitador deve, 
primeiramente, confeccionar uma frase de preferência sobre educação ou a 
importância da capacitação sobre emergência, escrevê-la em uma cartolina com 
letras grandes, e posteriormente fracioná-la em sílabas ou por partes em folhas 
sulfites separadas com uma quantidade aproximada do número de participantes, 
após isto deve reservar esta produção. 
Antes de ser iniciada a ação, o facilitador deve colocar aleatoriamente as palavras 
fracionadas da frase em cadeiras e a partir do momento que todos os participantes 
 
 
65 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
se encontram na sala solicitar a eles que cada um pegue uma folha e que 
verifiquem “O que é” que está escrito, deixando que os próprios participantes 
tenham iniciativa própria para formar a frase escolhida para a atividade, 
preferencialmente sobre o som de alguma música. Depois de formada a oração, 
todos deverão ler a frase completa, já colocada na parede ou painel, na íntegra. 
Em suma esta ação possui o intuito favorecer a interação e o diálogo entre os 
participantes de forma rápida e diligente, além de propiciar a descontração e a 
movimentação do grupo, identificando o processo de construção coletiva do 
conhecimento e discutindo a importância e a articulação do trabalho em equipe 
articulação, sendo uma das dimensões inerentes ao trabalho em no setor 
hospitalar em especial em emergências. 
 
o Segunda etapa – Aula Teórico-Prática: Esta estratégia visa promover a 
capacitação dos profissionais por meio de uma aula teórica e prática. Propõem-
se, então, que a estratégia seja iniciada a partir do fundamento que nenhum dos 
trabalhadores saibam dos procedimentos para a assistência a RN em 
emergências, assimofertando um aparato geral sobre o conteúdo, por meio de 
uma aula dialogada e nivelando o conhecimento de todos os presentes. 
Posteriormente, deve-se iniciar a parte prática da estratégia, que deve acontecer 
com o auxílio da simulação realística, na qual os facilitadores apresentarão casos 
de pacientes fictícios, com sinais e sintomas e os participantes deverão demostrar 
as ações que devem ser tomadas em cada tipo de emergência citada. À vista 
disso, recomenda-se a simulação das seguintes ocorrências: avaliação inicial ao 
RN, parada cardiorrespiratória, medicação e RN com líquido amniótico meconial, 
sendo aconselhado a oferecer maior ou menor ênfase de acordo com as 
emergências que mais ocorrem no setor. 
Após cada simulação, o facilitador deve promover um feedback das intervenções 
propostas pelos participantes, se foram corretas ou erradas e como deveria ser 
realizada. A partir disso, deve-se fazer novamente a simulação realística agora 
com ações corretas que visam além de promover novos conhecimento, a avaliação 
de mudança de conduta. 
Cabe destacar que estas simulações poderão ser realizadas com auxílios de 
bonecos de RN, travesseiros personalizados de reanimação cardiopulmonar, 
material de ventilação, dentre outros disponíveis. Esta técnica possibilita aos 
participantes o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias em 
um ambiente hospitalar, permitindo que os mesmos cometam erros que os farão 
crescer e amadurecer, sem arriscar a segurança do paciente (DE OLIVEIRA 
COSTA et al., 2017). 
 
o Terceira etapa – Checklist: Considerando a relevância de monitorar riscos e 
estabelecer padrões de conformidade assistencial, recomenda-se que neste 
momento a própria equipe de saúde que participa da ação em conjunto com o 
facilitador criem um Checklist das atitudes que devem ser tomadas por cada um 
dos profissionais durante uma emergência a um RN no setor, assim organizando 
o trabalho e promovendo a segurança do paciente. Para isto o facilitador deve 
começar este momento dando ênfase nas condutas já realizadas e questionando 
aos profissionais como se pode melhorar, quais das funções ensinadas cada um 
dos profissionais gostaria de implementar e o que acharam das estratégias. 
 
 
66 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Anotando sucintamente todas as colocações para posterior criação do Checklist 
para futuras mudanças no que tange a assistência de enfermagem nos casos de 
emergência a RNs. 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Sala reservada para reuniões de pequenos grupos; 
 
o Cadeiras; 
 
o Datashow; 
 
o Boneco infantil de RCP; 
 
o Computador; 
 
o Canetas; 
 
o Papel A4; 
 
o Material de Oxigenação; 
 
o Material de Aspiração; 
 
o Travesseiros de RCP; 
 
o Material para ventilação. 
 
CARGA HORÁRIA 
 
A educação permanente em questão deverá ter uma carga horária total de 1 hora e 
30 minutos, sendo distribuída de 15 a 20 minutos para a dinâmica inicial e a roda de conversa; 
e de 45 minutos a 1 hora para a aula teórico-prática. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Propõem-se que o intervalo de tempo entre as capacitações deva acontecer segundo 
a necessidade do setor e da instituição. Todavia, é recomendando que a educação 
permanente seja aplicada semestralmente ou quando houver entrada de novos profissionais 
ou rotatividade da equipe de enfermagem do setor. 
 
ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
O método de análise dos conhecimentos dos profissionais deverá ser realizado 
através da avaliação formativa. Sugere-se, portanto, duas estratégias de avaliação, uma 
coletiva realizada durante toda prática por meio de erros e acertos na simulação realística, 
após a explicação dos conteúdos pelo facilitador; e uma individual promovida com a utilização 
de um questionário do tipo antes e depois da execução do treinamento (pré e pós-teste), 
através da plataforma do Google Forms. 
 
 
 
 
 
 
67 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BIAVATI, Diane Pereira; BONIATTI, Marcio Manozo; FALCI, Diego Rodrigues. Impacto de 
uma intervenção eletrônica e educacional na incidência de erros de medicação em uma uti 
neonatal. SEFIC 2018, 2018. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de ações 
programáticas estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os 
profissionais de saúde. 2. Ed. Brasília, 2012. 
 
 
68 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de ações 
programáticas estratégicas. Manual AIDPI neonatal. Organização Pan-Americana da 
Saúde, 5 ed. Brasília, 2014. 
 
DEMITTO, Marcela de Oliveira et al. Gestação de alto risco e fatores associados ao óbito 
neonatal. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 51, 2017. 
 
DE OLIVEIRA COSTA, Raphael Raniere et al. Percepção de estudantes da graduação em 
enfermagem sobre a simulação realística. Revista Cuidarte, v. 8, n. 3, p. 1799-1808, 2017. 
Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/mortalidade-
materna-e-na-infancia-mulheres-e-criancas-estao-sobrevivendo-cada-vez-mais. Acessado 
07/01/2020. 
 
FILÓCOMO, F.R.F; HARADA, M.J.C.S; MANTOVANI, R; OHARA, C.V.S; Perfil dos 
acidentes na infância e adolescência atendidos em um hospital público. Ed. Acta Paul 
Enferm, v. 30, n. 3; 2017. 
 
FORMIGA, Cibelle Kayenne Martins Roberto; SILVA, Laryssa Pereira da; LINHARES, Maria 
Beatriz Martins. Identification of risk factors in infants participating in a Follow-up 
program. Revista CEFAC, v. 20, n. 3, p. 333-341, 2018. 
 
LEITE, H. D. C. S. et al. Fatores ambientais relacionados à omissão dos cuidados de 
enfermagem. Ciencia y enfermeira, v. 26, 2020. 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Levels & Trends in Estimates developed 
by the UN Inter-agency Group for Child Mortality: Estimation United Nations Child 
Mortality. 2020. 
 
FONTANA, Rosane Teresinha; LIMA, Fabiane de; DUTRA, Ariéla Müller. Construção de 
saberes em primeiros socorros: relato de experiência. Rev. enferm. UFPE on line, p. 1222-
1228, 2009. 
 
SALAM, Asharaf Abdul; AL-KHRAIF, Rshood M. Child Mortality Transition in the Arabian 
Gulf: Wealth, Health System Reforms, and Development Goals. Frontiers in Public Health, 
v. 7, p. 402, 2020. 
 
SEGUR, Priscila de Castro; MORERO, Juceli Andrade Paiva; OLIVEIRA, Cleide Terezinha. 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO COM SÍNDROME DO 
DESCONFORTO RESPIRATÓRIO. REVISTA UNINGÁ, [S.l.], v. 56, n. S2, p. 141-159, mar. 
2019. 
 
SILVA, Rafael Pires et al. Estratégias do uso de metodologia ativa na formação de 
acadêmicos de enfermagem: relato de experiência. Research, Society and Development, 
v. 9, n. 6, p. e160963543-e160963543, 2020. 
 
 
 
 
 
 
69 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO XI 
 
MONTAGEM DA SALA OPERATÓRIA 
 
 
Maria Yasmin da Silva Moia 
Patrick Nery Igreja 
Tania de Sousa Pinheiro Medeiros 
Lauany Silva de Medeiros 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Para que o serviço no centro cirúrgico ocorra com qualidade, além da boa gerência 
do enfermeiro e preparo da equipe, a estrutura do setor e funcionalidade dos equipamentos 
deve ser adequada (SILVA; FURLAN; SILVA, 2018). Desse modo, a falta ou falha de 
equipamentos e/ou materiais necessários durante uma cirurgia podem ocasionar atrasos 
durante um procedimento cirúrgico, podendo gerar complicações ao paciente (LIMA; SOUSA; 
CUNHA, 2013). 
A conferência de materiais e equipamentos é designada ao enfermeiro responsável 
pelo setor, podendo ser atribuída ao técnico de enfermagem ou equipe cirúrgica, sendo 
realizada previamente ao procedimento (LIMA; SOUSA; CUNHA, 2013). 
Apesar de a checagem da sala operatória (SO) ser rotina, deve lhe ser dada maiorpara a qualificação da assistência de enfermagem no Centro Cirúrgico. 
 
 
Profª. Daniele Lima dos Anjos Reis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
PREFÁCIO 
 
 
Caro(a) leitor(a), 
 
A constante imprescindibilidade de ofertar a prática da assistência à saúde de forma 
qualificada em afinamento à implementação de normas e rotinas mundiais, sustenta-se no 
constante aperfeiçoamento técnico de profissionais de saúde. À vista disso, o 
desenvolvimento da educação permanente norteada por instrumentos didáticos, configuram-
se como ferramentas para que tais diretrizes sejam efetivamente compreendidas. 
Como parte do compromisso com a qualidade dos serviços oferecidos em um Centro 
Cirúrgico e com o permanente fluxo do processo de formação para o trabalho e pelo trabalho, 
este interessante “Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico” 
aborda a descrição de recursos que oportunizam o redirecionamento entre teoria e prática do 
decurso de trabalho para viabilizar processos didáticos e pedagógicos concretos que 
envolvem conteúdos de ensino e propósitos de aprendizagem implementados de forma 
significativa. 
Nesta proposta, para a composição desta obra contou-se com as contribuições de 
diferentes profissionais de saúde e educadores na área do ensino em saúde, evidenciando 
uma diversidade de olhares, concepções distintas e paradoxalmente preservando a 
homogeneidade para descortinar a complexidade dos processos de ensinar, e 
disponibilizando alternativas favoráveis para o desenvolvimento de planos educativos de 
trabalho nas formações profissionais dos serviços de saúde. 
Em suma, registro a grandeza da estima em participar da construção e apresentação 
deste produto educativo que envolve um grande elo de amizade e torcida solidária que 
culmina em esforços na busca pela primazia profissional no ensino em saúde, descrevendo 
propostas motivadoras, compreensíveis e triviais de trabalho para tornar as desafiadoras 
práticas de educação permanente executáveis. 
 
 
 
 
Boa leitura a todos! 
 
 
 
Profª. Me Renata Campos de Sousa Borges 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
COLABORADORES 
 
 
Ana Beatriz Capela Cordovil 
Graduanda no curso de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado do Pará 
(UEPA), em Tucuruí-PA. Integrante do Núcleo de Pesquisa em Educação e Saúde da 
Amazônia (NUPESA). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2569386118398812 
E-mail: anabeatrizcapelac@gmail.com 
 
Ana Caroline de Oliveira Coutinho 
Enfermeira. Pós-graduanda em Unidade de Terapia Intensiva, pela Faculdade Venda Nova 
do Imigrante (FAVENI); e em Auditoria dos Serviços de Saúde e Gestão Hospitalar, pela 
Faculdade Estratego. Docente do curso Técnico de Enfermagem da Faculdade de Teologia, 
Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel (FATEFIG), em Tucuruí-PA. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1937818847359463 
E-mail: coutinhoanacaroline@gmail.com 
 
Cláudia Cristina Pinto Girard 
Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Docente 
do curso de Graduação em Enfermagem da UEPA, em Tucuruí-PA. Integrante do Núcleo de 
Pesquisa em Educação e Saúde da Amazônia (NUPESA). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0034223651771939 
E-mail: claudiarupali@gmail.com 
 
Fabiany Bezerra Barbosa 
Graduanda no curso de Graduação em Enfermagem, pela Faculdade de Teologia, Filosofia 
e Ciências Humanas Gamaliel (FATEFIG). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3025625955137085 
E-mail: fabianny933@gmail.com 
 
Genislaine Ferreira Pereira 
Enfermeira. Especialista em Gestão Pública, pela Faculdade do Meio Ambiente e Tecnologia 
de Negócios (FAMATEC); e em Enfermagem Oncológica, pela Faculdade de Tecnologia 
Machado de Assis. Assistencialista na Prefeitura Municipal de Tucuruí-PA. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6908831505900114 
E-mail: genislaine_fp@hotmail.com 
 
Guilherme Henrique do Nascimento Alves 
Graduando no curso de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado do Pará 
(UEPA), em Tucuruí-PA. Membro do Programa Institucional de bolsas de Iniciação Cientifica 
(PIBIC/CNPQ). Integrante do Núcleo de Pesquisa em Educação e Saúde da Amazônia 
(NUPESA). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1281172190911821 
E-mail: henryalves116@gmail.com 
 
http://lattes.cnpq.br/2569386118398812
mailto:anabeatrizcapelac@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/1937818847359463
mailto:coutinhoanacaroline@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/0034223651771939
mailto:claudiarupali@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/3025625955137085
mailto:fabianny933@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/6908831505900114
mailto:genislaine_fp@hotmail.com
http://lattes.cnpq.br/1281172190911821
mailto:henryalves116@gmail.com
 
 
8 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Julyany Rocha Barrozo de Souza 
Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico e Central de Material e 
Esterilização, pelo Instituto Carlos Chagas (INCAR); e em Enfermagem Obstétrica, pelo 
Centro Universitário UNIFAMAZ. Docente do curso de Graduação em Enfermagem da 
Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel (FATEFIG), em Tucuruí-PA. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0515729819059715 
E-mail: julyany_rbs@yahoo.com.br 
 
Josenilda Rodrigues Gaia Oliveira 
Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico e Central de Material e 
Esterilização, pelo Instituto Carlos Chagas (INCAR). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8020076835444937 
E-mail: enfajosygaiaoliver@gmail.com 
 
Karen Silva de Castro 
Graduanda no curso de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado do Pará 
(UEPA). Integrante do Núcleo de Pesquisa em Educação e Saúde da Amazônia (NUPESA). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1789819841097653 
E-mail: silvakaren2021@gmail.com 
 
Keise Helaine da Silva Pinto 
Enfermeira. Especialista em Urgência e Emergência, pelo Centro Universitário UNIFAMAZ. 
Docente do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará 
(UEPA), em Tucuruí-PA. Coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do 
Hospital Regional de Tucuruí-PA. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9698223872178864 
E-mail: enf.keisepinto@hotmail.com 
 
Lauany Silva de Medeiros 
Graduanda no curso de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado do Pará 
(UEPA), em Tucuruí-PA. Integrante do Núcleo de Pesquisa em Educação e Saúde da 
Amazônia (NUPESA). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1997921019751995 
E-mail: lauanymedeiiros@gmail.com 
 
Leiliane do Socorro Prestes da Silva 
Enfermeira. Especialista em Enfermagem Obstétrica e Ginecológica, pela Escola Superior da 
Amazônia (ESAMAZ). Coordenadora do Centro Cirúrgico do Hospital Regional de Tucuruí-
PA. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9803107508169245 
E-mail: lelybps@gmail.com 
 
Maria Yasmin da Silva Moia 
Enfermeira. Coordenadora do Programa de Saúde na Escola da Prefeitura Municipal de 
Mocajuba. Pós-Graduanda em Terapia Intensiva pela Faculdade Venda Nova do Imigrante 
(FAVENI). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8468858899483420 
E-mail: yayasilvayaya@gmail.com 
http://lattes.cnpq.br/0515729819059715
mailto:julyany_rbs@yahoo.com.br
http://lattes.cnpq.br/8020076835444937
mailto:enfajosygaiaoliver@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/1789819841097653
mailto:silvakaren2021@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/9698223872178864
mailto:enf.keisepinto@hotmail.com
http://lattes.cnpq.br/1997921019751995
mailto:lauanymedeiiros@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/9803107508169245
mailto:lelybps@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/8468858899483420
mailto:yayasilvayaya@gmail.com
 
 
9 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Milena Coelho Fernandes Caldato 
Médica. Docente dos Programas de Mestrado e Doutorado Profissional Ensino em Saúde na 
Amazônia, pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), em Belém-PA. Doutora em 
Medicina (Endocrinologia Clínica), pela Universidade Federal deimportância, visto que influenciará na segurança do paciente a ser atendido. Além disso, 
devido ao surgimento de tecnologias, novos materiais cirúrgicos e maior demanda de 
cirurgias nos hospitais, os profissionais precisam de constante atualização quanto a esse 
assunto (LIMA; SOUSA; CUNHA, 2013). 
 
OBJETIVO 
 
Este capítulo abordará sobre propostas de estratégias ativas para a realização de 
capacitação à equipe de enfermagem sobre a montagem e cuidados com os equipamentos 
da sala de cirurgia. 
 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
O Centro Cirúrgico é um dos setores de maior complexidade de um hospital, em face 
de existir grande possibilidade de riscos à saúde do paciente, como também alto nível de 
estresse e sua especificidade. Com o intuito de minimizar riscos e permitir um ambiente com 
condições técnicas adequadas para o ato cirúrgico é de grande valia uma montagem de sala 
operatória de qualidade (SMELTZER; BARE, 2018). 
 
 
70 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Os principais objetivos da montagem de sala operatória são disponibilizar recursos 
humanos e materiais adequados para o procedimento a ser realizado. Tendo em vista isso, 
foi realizado um estudo no Rio de Janeiro, em que se comparou e observou a interferência 
de interrupções e distrações na sala de cirurgia e foi possível concluir que conversas 
paralelas e toques de telefone não trouxeram prejuízo para a continuidade do ato cirúrgico, 
todavia a ausência de material indispensável e falhas em equipamentos propiciaram altas 
taxas de interrupções, ocasionalmente de até meia hora (LIMA; SOUSA; CUNHA, 2013). 
Desta forma, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária definiu equipamentos básicos 
de uma sala de cirurgia, sendo que esta obrigatoriamente deve contar com: uma mesa 
cirúrgica, duas mesas de instrumentação cirúrgica, foco central e acessórios, um 
equipamento de anestesia, duas mesas auxiliares, um bisturi elétrico, dois hampers, dois 
baldes para lixo, um coletor para perfurocortante, instalações hidráulicas, e instalações 
elétricas , saída de gases (oxigênio, vácuo, óxido nitroso) (CARVALHO; BIANCHI, 2016). 
O enfermeiro deve ser supervisor da montagem de sala operatória, tendo como base 
protocolos institucionalizados no hospital. Esse profissional também define a escala dos 
funcionários, fazendo a distribuição dos técnicos de enfermagem para cada cirurgia 
programada, período e função. Sendo assim, o profissional circulante tem o dever de prover 
materiais e recursos para a sala de cirurgia, de acordo com a necessidade de cada processo 
cirúrgico. E é dever da equipe de enfermagem executar as seguintes etapas da montagem 
(RIBEIRO; BONFIM; SILVEIRA, 2011): 
 
o Verificar as condições de limpeza da sala operatória, antes de equipá-la com os 
equipamentos e materiais necessários; 
 
o Prover materiais e equipamentos solicitados de acordo com a cirurgia a ser 
realizada; 
 
o Testar o funcionamento de todas as tomadas e equipamentos fixos; 
 
o Solicitar medicações, soluções e kit de materiais descartáveis à farmácia; 
 
o Providenciar aventais, campos, caixa de instrumentais, manoplas e todo material 
avulso que for necessário; 
 
o Organizar os materiais, mesas e equipamentos que serão utilizados, de tal forma 
que facilite o acesso. 
 
Ao término da cirurgia o enfermeiro deve orientar a desmontagem da sala de 
operações, e o encaminhamento de materiais para seus devidos fins. É importante ressaltar 
que a instituição precisa disponibilizar Procedimento Operacional Padrão (POP) com 
materiais/instrumentos necessários para cada tipo de procedimento cirúrgico, para que haja 
padronização no setor. 
 
PÚBLICO-ALVO 
 
Essa temática deve ser utilizada para capacitar/atualizar enfermeiros, técnicos de 
enfermagem ou profissional responsável pela montagem da sala dentro da equipe cirúrgica. 
 
 
 
71 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Recomenda-se que seja realizada dentro do Centro Cirúrgico, em um momento 
ocioso, prioritariamente no início do expediente da equipe. A parte teórica pode ser realizada 
no posto de enfermagem ou sala reservada e a prática em uma sala operatória sem cirurgia 
eletiva agendada, pois desse modo, facilitará o ensino e a prática devido esta conter todo o 
material necessário para exemplificação da temática. 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
Devido a observação da realidade em que há diferença entre a formação dos 
profissionais da saúde e sua realidade de atuação, os educadores buscaram novas formas 
de ensinar, envolvendo o pensamento crítico, utilizando métodos ativos (SOBRAL; CAMPOS, 
2012). 
Com o passar dos anos, os profissionais são ainda mais cobrados quanto ao 
aprimoramento, principalmente no Centro Cirúrgico, visto que atuam no cuidado ao paciente 
durante o pré-operatório imediato, transoperatório e pós-operatório imediato, de acordo com 
os padrões recomendados, além de auxiliar a equipe para que o procedimento anestésico-
cirúrgico ocorra com segurança (RIBEIRO; BONFIM; SILVEIRA, 2011). 
Por isso, o treinamento da equipe de enfermagem em sala operatória é necessário 
para o sucesso do procedimento cirúrgico, visto que eles necessitam de conhecimento sobre 
o procedimento, materiais necessários, anestesia, instrumentais, entre outros (RIBEIRO; 
BONFIM; SILVEIRA, 2011). 
Diante disso, sugere-se duas estratégias ativas para ensino desta temática. A primeira 
consiste na simulação de um trecho de um procedimento em que houve falha de checagem 
anterior ao início da cirurgia e a segunda consiste em uma abordagem de ensino da temática 
através de treinamento teórico-prático. 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
o Primeira etapa – Simulação de falha na montagem de SO: Esta etapa tem o 
objetivo de estimular o participante a refletir sobre a importância em aprender 
sobre a temática, antes de prosseguir com o treinamento. 
Inicialmente, o facilitador escolherá 2 participantes para realizarem a atividade. 
Esta irá simular a situação de que está sendo realizado uma cirurgia e foi 
necessário intubar o paciente. Um dos participantes será o “cirurgião” e o outro 
será o “instrumentador”. O paciente será simulado através de um boneco. 
O cirurgião pedirá ao instrumentador os materiais necessários para a realização 
do procedimento, os quais já deverão estar organizados antes de iniciar o 
procedimento. O instrumentador vai até a bandeja e coloca-a em uma mesa de 
mayo para auxiliar o procedimento. O médico inicia o procedimento e solicita o 
laringoscópio, com a lâmina e cabo necessários. No entanto, ao tentar utilizar, o 
médico percebe que a lâmpada não está funcionando, testa-se todas as lâminas 
 
 
72 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
e nenhuma funciona, então ao verificar o problema, o profissional percebe que as 
pilhas não estão funcionando e que não há pilhas reserva para troca. 
Diante disso, deve-se refletir aos seguintes questionamentos: 
 
- Essa falha poderia ser evitada? 
- Em que momento a falha ocorreu? 
- Como a falha poderia ser evitada? 
- Quais as consequências dessa falha para o ato cirúrgico/paciente? 
 
Também pode ser simulado com a falta ou falha de outros equipamentos, como bisturi 
elétrico, caixas de instrumentais ou materiais descartáveis, ficando a critério do 
facilitador. 
 
o Segunda etapa – Treinamento teórico-prático: O treinamento consistirá em 
abordagem teórica e atividade prática para fixação do conteúdo. Para a teoria, 
pode-se fazer uso do Procedimento Operacional Padrão (POP) de Montagem de 
SO da instituição. O facilitador deverá abordar os seguintes tópicos através de 
slides: 
 
- Conceito geral sobre a SO, montagem e circulação; 
- Competências do circulante/responsável pela montagem da SO; 
- Importância da padronização e montagem correta da SO; 
- Passo a passo das atividades a serem desenvolvidasna montagem da sala 
operatória; 
- Possíveis falhas e consequências para o paciente. 
 
Quanto à prática, será necessária a disponibilização de uma SO provida de 
equipamentos, onde será realizado o passo-a-passo das atividades que devem ser 
desenvolvidas pelo responsável para a montagem da SO. É importante que esta SO esteja 
com falta de alguns materiais e equipamentos desconectados, para que o participante possa 
presenciar desde a previsão de materiais até a checagem de funcionamento dos 
equipamentos. Pode ser escolhido uma cirurgia (por exemplo: laparotomia exploratória, 
apendicectomia etc.) para demonstração do material necessário de acordo com a cirurgia a 
ser realizada. 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Manequim de ressuscitação cardiopulmonar adulto ou boneca infantil; 
 
o Laringoscópio: cabo sem pilha, lâminas 0, 1, 4 reta e/ou curva, a depender 
do manequim utilizado; 
 
o Bandeja para intubação; 
 
o Espaços: SO e posto de enfermagem ou sala reservada; 
 
o Materiais e equipamentos da instituição, de acordo com a cirurgia escolhida; 
 
 
 
73 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
o POP de montagem de SO da instituição; 
 
o Datashow; 
 
o Cadeiras; 
 
o Computador. 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Propõe-se a realização em até 04 horas, podendo ser dividida em dois momentos. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Recomenda-se que esta ação seja realizada a cada mudança na equipe de 
enfermagem, pois será necessária a demonstração da padronização para facilitar a dinâmica 
de trabalho no local. 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
Ao final, de forma individual, deverá ser aplicado o instrumento padrão de avaliação 
sobre o treinamento (em anexo a este manual), ou o feedback interativo, para auxiliar na 
melhoria de abordagens futuras. 
 
 
 
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RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
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São Paulo: Manole, 2016. 
 
LIMA, A. M; SOUSA, C. S; CUNHA A. L. S. M. Segurança do paciente e montagem de sala 
operatória: estudo de reflexão. Rev enferm UFPE on line., Recife, v. 7, n. 1, p. 289-94, 
jan., 2013. Disponível em: . Acesso em: 29 de dezembro de 2020. 
 
RIBEIRO, M. B.; BONFIM, I. M.; SILVEIRA, C. T. Estratégias de capacitação da equipe de 
enfermagem de um centro cirúrgico oncológico. Rev SOBECC, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 
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. Acesso em: 12 de janeiro de 
2021. 
 
SILVA, A. F.; FURLAN, A. P.; SILVA, T. S. Iatrogenias da equipe de enfermagem em 
uma unidade cirúrgica: o papel do enfermeiro na prevenção dessas ocorrências. 
2018. 74 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) - Centro 
Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins-SP, 2018. Disponível em: 
. Acesso em: 08 de 
janeiro de 2021. 
 
SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth Tratado de Enfermagem Médico-
Cirúrgica. 11. ed. Rio De Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
 
SOBRAL, F. R.; CAMPOS, C. J. G. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência 
de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev. esc. enferm. USP, São 
Paulo, v. 46, n. 1, Feb. 2012. Disponível em: 
. 
Acesso em: 11 de janeiro de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/download/10232/10827
https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/download/10232/10827
 
 
76 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO XII 
 
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM CENTRO CIRÚRGICO 
 
 
Genislaine Ferreira Pereira 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
Renata Campos de Sousa Borges 
Milena Coelho Fernandes Caldato 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A humanização em saúde pode ser entendida como a base da assistência, tendo 
como objetivo estabelecer medidas éticas a serem seguidas pelos trabalhadores, para que 
estes possam realizar um cuidado que respeite a dignidade dos pacientes (AVILA et al., 
2018). Para mais, Brezolin et al. (2020) afirmam que a humanização consiste na valorização 
de todos os sujeitos envolvidos no contexto da saúde, sendo estes, os usuários, os 
trabalhadores e os gestores. 
Infelizmente, existem alguns impasses que dificultam a realização de um cuidado 
humanizado, tais como: sobrecarga de trabalho, falta de recursos, remuneração baixa, 
comunicação ineficaz entre os sujeitos e falta de educação continuada, por conseguinte, tais 
fatores ocasionam a mecanização da assistência (FIGUEIREDO et al., 2018). Neste contexto, 
um dos principais setores de um hospital que enfrenta esta problemática é o Centro Cirúrgico, 
marcado por equipamentos e rotinas diferenciadas, que podem ser vistos como ameaçadores 
pelos pacientes (BREZOLIN et al., 2020). 
Diante disso, como forma de reverter esse quadro de mecanização e levar a 
humanização aos serviços de saúde, Medeiros e Batista (2016) dizem que a temática deve 
ser fomentada nas diretrizes curriculares dos cursos da saúde, as instituições devem oferecer 
educação permanente para com os profissionais atuantes, bem como deve haver avaliação 
e acompanhamento dessa humanização nos serviços. 
Por fim, temos que a instituição ao oferecer educação continuada aos seus 
trabalhadores acerca da temática, deve planejar e implementar suas ações com base na 
Política Nacional de Humanização (PNH), assim sendo, o profissional poderá aprender, 
aprimorar e incorporar aspectos interpessoais à tarefa assistencial (RAMOS et al., 2018). 
 
OBJETIVO 
 
Expor a importância da realização de educação permanente, com auxílio da 
Simulação Realística, para a resolução de problemáticas decorrentes da mecanização à 
saúde em Centro Cirúrgico. 
 
 
 
 
 
77 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
Com o intuito de consolidar a importância da humanização nos serviços de saúde, o 
governo brasileiro, no ano de 2003, instaurou a PNH, conhecida também como 
“HumanizaSUS”. Por meio de tal política, os trabalhadores da saúde passam a compreender 
que a humanização vai muito além de benevolência ou bondade, sendo caracterizada por 
uma assistência que preza pelos direitos, justiça e ética (BRASIL, 2013; BREZOLIN, 2020). 
A partir disso, devemos entender que a PNH possui algumas diretrizes que guiam seu 
trabalho em prol da humanização, baseado em orientações clínicas, éticas e políticas. 
Segundo Brasil (2013), essas diretrizes são: acolhimento, gestão participativa e cogestão, 
ambiência, clínica ampliada, valorização do trabalhador e defesa de direitos dos usuários. 
Ademais, proporcionar o entendimento acerca da PNH para os profissionais da saúde, 
objetiva: construir relações de confiança entre os sujeitos envolvidos no processo de saúde, 
estabelecer compromisso e vínculos entre equipes/serviços, proporcionar trabalho em 
equipe, estabelecer uma boa rede socioafetiva (BRASIL, 2013). 
Assim sendo, a forma escolhida para trabalhar as diretrizes da PNH com os 
profissionais atuantes no Centro Cirúrgico foi a estratégia ativa da Simulação Realística. A 
primeira evidência de utilização de simulação na prática clínica em saúde consiste no 
desenvolvimento de uma pelve feminina pelos Grégorie, pai e filho, no século XVIII, em Paris, 
para o ensinamento de técnicas obstétricas. Tal fato foi positivo, tendo em vista que foram 
registradas reduções nas taxas de óbitos maternos e infantis daépoca (YAMANE et al., 
2019). 
 
PÚBLICO-ALVO 
 
É necessário que a humanização seja abordada com todos os trabalhadores que 
realizam contato com o paciente. Assim sendo, o público-alvo desta ação será a equipe 
multiprofissional atuante no Centro Cirúrgico. 
 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Propõe-se executar esta ação em áreas coletivas do Centro Cirúrgico. 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
Sugere-se utilizar como estratégia ativa de abordagem a Simulação Realística. Esta 
consiste em uma metodologia ativa que, diferente de metodologias tradicionais de ensino, 
possibilita que o indivíduo vivencie, em um ambiente planejado, condições da vida real. Assim 
sendo, com esta estratégia é possível compreender o contexto problematizado, para que este 
seja transformado (FONSECA; AFONSO, 2015). 
Ademais, segundo Souza, Antonelli e Oliveira (2016) a Simulação Realística 
proporciona aos indivíduos envolvidos na prática: aquisição de habilidades técnicas e de 
 
 
78 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
gerenciamento de crises, espírito de liderança, estimulação do trabalho em equipe, entre 
outras habilidades que engradecem e trazem qualidade para a assistência prestada. 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Para a realização de uma boa simulação, Carneiro et al. (2019) recomendam que 
aconteça planejamento, implementação e evolução das atividades com processo avaliativo 
de forma integral. Assim sendo, deve-se seguir as seguintes etapas: 
 
o Primeira etapa – Escolha dos mediadores: Dependendo do número de 
trabalhadores que compõe a equipe de multiprofissional do setor em questão, 
deve-se escolher o indivíduo ou indivíduos que ficarão responsáveis por organizar 
a simulação. Sugere-se que a escolha se dê por meio de sorteios, sendo que cada 
ciclo de simulação possua mediadores (preferencialmente, devem participar 
apenas a equipe do setor) diferentes, para que todos os profissionais possam 
realizar, em algum momento, esta função. 
 
o Segunda etapa – Apresentação da temática, divisão das duplas, divisão dos 
temas e formulação dos objetivos a serem alcançados: Sabendo que a PNH 
propõe 6 (seis) diretrizes a serem seguidas pelos serviços de saúde para que se 
alcance a humanização, estas, então, serão as temáticas abordadas no momento 
da ação. Assim sendo, o mediador explanará sobre as diretrizes (acolhimento, 
gestão participativa e cogestão, ambiência, clínica ampliada, valorização do 
trabalhador e defesa de direitos dos usuários) para os demais profissionais do 
setor. Após serem oferecidos os temas, o mediador deve formar 3 (três) duplas de 
profissionais e, posteriormente, separar 2 (duas) diretrizes para cada. Sugere-se 
que a escolha das duplas, bem como a dos temas aconteça por meio de sorteios. 
A partir disso, cada dupla ficará encarregada de organizar uma simulação com 
base em seus temas propostos. Para mais, a partir do momento que a temática é 
delimitada, é necessário que os objetivos a serem alcançados com a ação sejam 
traçados por cada dupla. 
 
o Terceira etapa – Elaboração do roteiro e organização do cenário: Neste 
momento, o mediador, juntamente com cada dupla, deverá planejar a situação a 
ser simulada, devendo elencar os acontecimentos, o número de atores envolvidos 
na simulação e os materiais que serão utilizados. É interessante que todo o roteiro 
seja organizado em uma folha de papel. Ademais, a tabela abaixo explana alguns 
exemplos de situações que podem ser abordadas de acordo com temáticas 
escolhidas, bem como os objetivos que se esperam alcançar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Tabela 01 – Exemplos de situações a serem simuladas 
TEMÁTICA 
EXEMPLO DE SITUAÇÃO A SER 
SIMULADA 
OBJETIVO 
Acolhimento e defesa do 
direito dos usuários 
Um profissional realizando um mau 
acolhimento de outro profissional 
(como se este fosse um paciente). 
Proporcionar reflexão aos 
profissionais sobre como o 
paciente se sente quando não 
recebe um bom acolhimento 
Ambiência e gestão 
participativa e cogestão 
Em um cenário com materiais e 
móveis bagunçados, profissionais 
e pacientes enfrentando estresse, 
ocasionando intrigas. 
Promover a importância da 
organização (a qual deve ser 
realizada de forma conjunta) do 
ambiente nas relações 
interpessoais, bem como na saúde 
dos pacientes. 
Clínica ampliada e 
valorização do 
trabalhador 
Um profissional tomando todas as 
decisões a respeito de um 
paciente, sem diálogo com o 
próprio indivíduo e demais 
membros da equipe. 
Posteriormente, o paciente 
enfrentando alguma complicação. 
Promover conhecimento sobre a 
importância do diálogo entre 
equipe-equipe e equipe-paciente, 
uma vez que tal ação reflete 
diretamente no quadro do 
paciente, auxiliando em sua 
recuperação. 
Fonte: Autoria própria. 
 
Por conseguinte, com a situação devidamente planejada, o mediador e os demais 
funcionários devem organizar o cenário da simulação, deixando este o mais próximo possível 
da realidade. 
 
o Quarta etapa – Realização da simulação: Este é o momento de realização da 
simulação. Aqueles funcionários que não foram selecionados para desempenhar 
nenhum papel na simulação devem estar presentes no momento como 
observadores. Ainda, é interessante que a atividade seja filmada. 
 
o Quinta etapa – Discussão e avaliação da simulação: Após o final da simulação, 
deverá ser realizado o momento de debriefing. 
 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
Deverão ser utilizados materiais reais (exemplos: macas, carro de anestesia, bisturis, 
formulários, insumos, etc.) e disponíveis no centro cirúrgico. Estes materiais variarão para 
cada situação simulada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
CARGA HORÁRIA 
 
Estima-se que todo o processo de execução da ação dure, em média, 01 hora e 30 
minutos, para que assim o momento não se torne cansativo. Abaixo segue a divisão de tempo 
para cada etapa. 
 
o 1ª etapa: 5 minutos. 
 
o 2ª etapa: 10 minutos. 
 
o 3ª etapa: 15 minutos. 
 
o 4ª etapa: 30 minutos. Cada dupla poderá usar, no máximo, 10 minutos para sua 
simulação. 
 
o 5ª etapa: 30 minutos. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Sugere-se que a atividade seja realizada trimestralmente. 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
Para a avaliação da ação sugere-se realizar o debriefing, o qual segundo Coutinho et 
al. (2017) é um momento de reflexão, debate e esclarecimentos acerca da simulação 
realizada. Sendo assim, sentados em uma roda de conversa e visualizando a filmagem da 
simulação, todos os funcionários devem elencar os pontos positivos e negativos da atividade, 
evidenciando o que pode ser melhorado para um momento futuro. 
Ademais, neste momento, o mediador deve realizar explicações acerca da 
importância das diretrizes da PNH, trazendo informações pertinentes que confirmem suas 
eficiências para o aprimoramento da assistência humanizada. Ainda, todo o processo deve 
ser realizado na base do diálogo, ou seja, todos os funcionários devem ser instigados a 
expressarem suas opiniões e construírem o conhecimento em conjunto. 
Como forma de avaliar individualmente cada profissional, é interessante que o 
mediador observe o desempenho de cada profissional, percebendo o grau de interesse e 
participação, bem como a capacidade de trabalhar em equipe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
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fomento da humanização do cuidado. Texto & Contexto – Enfermagem, v. 27, n. 3, 
e4790015, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
07072018000300315&script=sci_arttext. Acesso em: 06 de jan. de 2021. 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-07072018000300315&script=sci_arttexthttps://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-07072018000300315&script=sci_arttext
 
 
82 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Política Nacional de 
Humanização (PNH). Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pd
f. Acesso em: 06 de jan. de 2021. 
 
BREZOLIN, C. A. et al. A importância da humanização do cuidado em centro cirúrgico. 
Saúde em Redes, v. 6, n. 2, p. 289-295, 2020. Disponível em: 
http://revista.redeunida.org.br/ojs /index.php/rede-unida/article/view/2442/530. Acesso em 
06 de jan. de 2021. 
 
CARNEIRO, K. K. C. et al. Simulação realística como instrumento o processo de ensino-
aprendizagem de enfermagem. REVISA, v. 8, n. 3, p. 273-284, 2019. Disponível em: 
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COUTINHO, V. et al. Feedback e debriefing. In: SCALABRINI NETO, A.; FONSECA, A. S., 
BRANDÃO, C. F. S. Simulação realística e habilidades na saúde. Rio de Janeiro: Atheneu; 
2017. 
 
FIGUEIREDO, M. C. C. M. et al. Cuidado humanizado ao paciente crítico: uma revisão integrativa. 
Revista Saúde & Ciência Online, v. 7, n. 1, p. 94-101, 2018. Disponível em: 
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FONSECA, A. S.; AFONSO, S. R. O uso da Metodologia Ativa – Simulação Realística: 
oportunizar a vivência de uma aprendizagem significativa. In: AFONSO, S. R.; FONSECA, 
A. S.; FUJITA, M. L. Z. A Simulação Realística no Ensino dos Cursos Técnicos em 
Saúde: as experiências de sala de aula. 1 ed. São Paulo: Centro Paula Souza, 2015. 
Disponível em: 
http://www.memorias.cpscetec.com.br/publicacoes/apostilas/SimulacaoRealisticaISBN.pdf. 
Acesso em: 28 de dez. de 
 
MEDEIROS, L. M. O. P.; BATIS.TA, S. H. S. S. Humanização na formação e no trabalho em 
saúde: uma análise da literatura. Trabalho, Educação e Saúde, v. 14, n. 3, p. 325-951, 
2016. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1981-
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RAMOS, E. A. et al. Humanização na Atenção Primária à Saúde. Revista Médica de Minas 
Gerais, v. 28, n. 5 (suplemento), e-S280522, 2018. Disponível em: 
http://www.rmmg.org/exportar-pdf/2454/v28s5a27.pdf. Acesso em: 06 de jan. de 2021. 
 
SOUZA, C. D. F.; ANTONELLI, B. A.; OLIVEIRA, D. J. Metodologias ativas de ensino 
aprendizagem na formação de profissionais de saúde. Revista da Universidade Vale do 
Rio Verde, v. 14, n. 2, p. 659-677, 2016. Disponível em: 
http://periodicos.unincor.br/index.php/revistaunincor/article/view/3135. Acesso em: 28 de 
dez. de 2020. 
 
YAMANE, M. T. et al. Simulação realística como ferramenta de ensino na saúde: uma 
revisão integrativa. Revista Espaço para Saúde, v. 20, n. 1, p. 87-107, 2019. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf
http://revista.redeunida.org.br/ojs/index.php/rede-unida/article/view/2442/530
http://revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/revisa/article/download/423/314
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https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1981-77462016000300925&script=sci_abstract&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1981-77462016000300925&script=sci_abstract&tlng=pt
http://www.rmmg.org/exportar-pdf/2454/v28s5a27.pdf
http://periodicos.unincor.br/index.php/revistaunincor/article/view/3135
 
 
83 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO XIII 
 
ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PERIOPERATÓRIO 
 
 
Cláudia Cristina Pinto Girard 
Rainny Beatriz Sabóia de Oliveira 
Guilherme Henrique do Nascimento Alves 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O campo da Enfermagem perioperatória engloba uma vasta gama de ações da equipe 
de enfermagem e manejo das mesmas para que proporcionem maiores medidas de 
segurança e confiabilidade das intervenções cirúrgicas frente aos avanços do uso de novas 
tecnologias e procedimentos cada vez mais complexos (SMELTZER; BARE, 2005; OMS, 
2008). 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recurso mais crítico das equipes 
cirúrgicas é a própria equipe em si. A equipe que trabalha mais unida no uso de seus 
conhecimentos e habilidades em benefício do paciente cirúrgico pode prevenir muitas 
complicações que ameaçam a vida. Contudo, as equipes cirúrgicas têm recebido poucas 
orientações ou estrutura para promover um trabalho de equipe efetivo, e assim minimizar os 
riscos para a promoção de intervenções cirúrgicas mais seguras (OMS, 2008). 
Neste sentido, o uso das Metodologias Ativas (MA) surge como alicerce, no princípio 
teórico Freiriano, com proposta de uma educação libertadora, estimulando a autonomia dos 
educandos para a autogerência do seu processo educacional. Sendo assim, a MA utiliza-se 
da problematização como estratégia de ensino-aprendizagem, com a meta de alcançar e 
motivar tais educandos para interagir com registros de enfermagem ineficientes, 
apresentando um cenário educacional no próprio serviço de saúde (DIAS; VOLPATO, 2017). 
Neste contexto, espera-se que as sugestões das técnicas com o uso de MA 
compreendidas neste capítulo possam ser instrumentos úteis para o planejamento da 
educação permanente para a equipe de enfermagem que atua no Centro Cirúrgico, na 
reflexão das ações que contribuam com processo da atuação e padronização dos registros 
de enfermagem, com o fortalecimento da equipe, para uma atuação mais efetiva e mais 
segura para os usuários. 
 
OBJETIVO 
 
Sugerir um modelo de capacitação em serviço com foco nas anotações de 
enfermagem no período perioperatório, com o uso de métodos ativos. 
 
 
 
 
 
84 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
Os registros realizados no prontuário do paciente são considerados documentos 
legais de defesa dos profissionais que atuam na área da enfermagem, refletem todo o 
empenho e força de trabalho da equipe, além de contribuírem com a comunicação e 
informação de dados, valorizando suas ações e a segurança do paciente, subsidiando o 
plano de cuidados e análise reflexiva das ações prestadas (COFEN, 2016). 
Neste sentido, o ambiente da prática da equipe de enfermagem perioperatória tem 
sido mantido isolado, atrás de portas duplas das salas de cirurgias e pelo uso de 
terminologias inerentes aos procedimentos cirúrgicos, mal compreendidos por profissionais 
não familiarizados (SMELTZER; BARE, 2005). Neste contexto, a segurança pode ser 
alcançada por meio de ações complementares que minimizem complicações e possíveis 
falhas (AMARAL; OLIVEIRA, 2013). 
A ausência de protocolos que estabelecem as rotinas das anotações e registros desta 
equipe no período perioperatório contribui para as falhas técnicas, ameaçam a atuação 
segura destes profissionais e os expõem à insegurança e desamparo na prestação dos 
cuidados aos pacientes cirúrgicos e ausência de respaldo legal (COFEN, 2016). 
Portanto, a capacitação destes trabalhadores em serviço auxilia-os no 
desenvolvimento de competências e habilidades, atitudes essenciais para o exercício dos 
Registros de Enfermagem no período perioperatório, que além de garantirem a comunicação 
efetiva na equipe de saúde, fornecem também o respaldo legal, pois constituem o único 
documento que relata todas as ações da enfermagem junto ao paciente (COFEN, 2016). 
A documentação de enfermagem, para ser considerada autêntica e válida, deverá 
estar legalmente constituída por assinatura do autor do registro, inexistência de rasuras, 
emendas, borrão ou cancelamento, características que poderão gerara desconsideração 
jurídica do documento segundo o Código do Processo Civil – CPC (BRASIL, 1973; COFEN, 
2016). 
O Guia de Recomendações para Registro de Enfermagem (COFEN, 2016) estabelece 
algumas normas para a elaboração das Anotações destes profissionais no prontuário do 
paciente e outros documentos de Enfermagem, com o objetivo de norteá-los para a prática, 
garantindo a qualidade das informações e respaldo legal. Sendo assim, destacamos que: 
 
o Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e 
cronológicas; ser precedidas de data e hora, conter assinatura e identificação do 
profissional ao final de cada registro; 
 
o Não conter rasuras, entrelinhas, linhas em branco ou espaços; 
 
o Constar das respostas do paciente frente aos cuidados prescritos pelo enfermeiro, 
intercorrências, sinais e sintomas observados; 
 
o Efetuar as anotações imediatamente após a prestação do cuidado ou orientação 
fornecida ou informação obtida; priorizar a descrição de características, como 
tamanho mensurado (cm, mm etc.), quantidade (ml, l etc.), coloração e forma; 
 
 
 
85 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
o Não conter termos que deem conotação de valor (bem, mal, muito, pouco, etc.) e 
conter apenas abreviaturas previstas em literatura; 
 
o Devem ser referentes aos dados simples, que não requeiram maior 
aprofundamento científico; 
 
o Não é permitido escrever a lápis ou utilizar corretivo líquido; os registros não 
devem ser alterados ou corrigidos uma vez que uma anotação esteja completa. 
 
REGISTROS NA ADMISSÃO NO CENTRO CIRÚRGICO 
 
o Data e hora da admissão clara: o paciente claramente identificado pelo nome e 
pelo seu registro no hospital em cada página, escritos legivelmente ou digitados e 
cada anotação assinada, datada e com a hora; 
 
o Condições do nível de consciência; 
 
o Condições de chegada (deambulando, cadeira de rodas etc.); 
 
o Confirmar o tempo de jejum; 
 
o Confirmar esvaziamento da bexiga; 
 
o Condições de higiene pessoal (oral e banho); 
 
o Condições da pele (tricotomia, conforme o protocolo); 
 
o Acesso venoso: local da inserção, tipo de acesso, características do local de 
acesso (sinais flogísticos, hematomas, hiperemia, por exemplo); 
 
o Nome completo e Coren do responsável pelos procedimentos. 
 
REGISTROS NO INTRAOPERATÓRIO 
 
o Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional 
(posicionamento do paciente, instalação e/ou retirada de eletrodos, monitor, placa 
de bisturi e outros dispositivos – acesso venoso, sondas etc.); 
 
o Composição da equipe cirúrgica; 
 
o Dados do horário de início e término da cirurgia, conforme preconizado pela 
Instituição; 
 
o Tipo de curativo e local; 
 
o Intercorrências durante o ato cirúrgico; 
 
o Encaminhamento à Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA); 
 
 
86 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
o Nome completo e Coren do responsável pelos procedimentos. 
 
REGISTROS NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO 
 
o Data e hora da recepção do paciente na SRPA; 
 
o Nível de consciência; 
 
o Sinais vitais; 
 
o Posicionamento no leito; 
 
o Presença de cateteres e infusão (anotar quando houver bomba de infusão), 
drenos, sondas, curativos, trações e imobilizações; 
 
o Anotar aspecto das secreções de drenos e sondas; 
 
o Sinais e sintomas observados (cianose, palidez cutânea, dor, náuseas, vômitos, 
tremores hipotensão etc.); 
 
o Características e local do curativo cirúrgico, conforme prescrição ou rotina 
institucional; 
 
o Instalação e/ou retirada de dispositivos, conforme prescrição ou rotina 
institucional (sondas, acesso venoso etc.); 
 
o Exames (laboratoriais e/ou imagem); 
 
o Intercorrências e providências adotadas; 
 
o Orientações prestadas; 
 
o Encaminhamento/transferência de unidade hospitalar; 
 
o Nome completo e Coren do responsável pelos procedimentos. 
 
PÚBLICO-ALVO 
 
Esta ação está direcionada para a equipe de Enfermagem (enfermeiros e técnicos de 
enfermagem) que executam funções no setor do Centro Cirúrgico. 
 
LOCAL DA REALIZAÇÃO 
 
Sugere-se que as intervenções educativas sejam desenvolvidas in loco (Centro 
Cirúrgico), considerando a garantia da participação dos profissionais de enfermagem e da 
possibilidade da interação da equipe no ambiente de trabalho. 
 
 
 
 
87 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
As MA de ensino-aprendizagem são baseadas na tríade ação-reflexão-ação, sendo o 
seu uso uma estratégia de fortalecimento da Educação Permanente em Saúde, para 
promover o conhecimento através da problematização de fatos da realidade, como proposta 
para focar o processo de ensinar e aprender na busca da participação ativa de todos os 
envolvidos, centrados na realidade em que estão inseridos (FREIRE, 2011; DIAS, VOLPATO, 
2017). 
Para a execução da ação sugerimos três técnicas com foco na MA: A Exploração dos 
Conceitos Institucionais; a Roda de Conversa e a Simulação Realística. 
A Exploração dos Conceitos Institucionais é uma atividade interativa dinâmica 
introdutória, considerada uma estratégica para garantir que todos os educandos sejam 
participantes, quebrando as barreiras existentes no local de trabalho. É um exercício 
facilitador, destinado a ajudar a equipe de enfermagem a fortalecer o processo de formação 
educativa, a partir do universo conceitual existente dos participantes (ALBERTI et al., 2014). 
A Roda de Conversa é considerada um instrumento que permite o compartilhamento 
de experiências e o incremento de suas impressões, conceitos, opiniões e concepções sobre 
o tema proposto e sobre as práticas educativas dos sujeitos, em um método mediado pelo 
intercâmbio com os pares, através de bate-papos internos e no silêncio observante e 
reflexivo. Esse método é muito interessante e benéfico, pois um dos seus objetivos é 
socializar informações e implementar a troca de experiências, de conversas, de divulgação e 
de noções, na perspectiva de arquitetar e reconstruir novos saberes sobre a temática 
proposta (MOURA; LIMA, 2014). 
Já a Simulação Realística é utilizada como uma metodologia de treinamento, criando-
se cenários que replicam experiências reais e favorecem um ambiente participativo e a 
interatividade, com a utilização de simuladores e atores. Visa orientar profissionais na 
ampliação da segurança do paciente nos serviços de saúde e de reafirmar a importância do 
papel da equipe nesse processo. No cenário em questão, a simulação é percebida como uma 
técnica que permite uma vivência prévia da prática, o que possibilitará aos participantes 
refletir sobre suas ações futuras e contextos. Além disso, permitirá relacionar a teoria e a 
prática, ajudando na aprendizagem dos conteúdos (BLAND; TOPPING; WOOD, 2011; 
COSTA et al., 2017). 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Sugere-se executar o seguinte passo-a-passo para cada etapa: 
 
o Primeira etapa – Explorando Conceitos Institucionais: Colocar as cadeiras em 
círculo / Colocar uma figura em cada cadeira / Pedir que as pessoas andem em 
volta das cadeiras, observem as figuras, pensem no tema em questão e escolham 
uma figura / Em seguida, pedir que cada profissional escreva algo sobre a sua 
figura e a relação com o tema em questão e posteriormente comentar com os 
demais participantes / A partir dos conceitos apresentados sobre o assunto em 
estudo, o facilitador poderá comentar as apresentações dos participantes e 
 
 
88 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
discorrer sobre o tema em questão / Logo após, o mediador pedirá para os 
participantes devolverem as figuras com as anotações, com o objetivo de analisar 
as problemáticas encontradas com o tema, para serem abordadas no segundo 
encontro. 
 
o Segunda etapa – Exposição oral dos conceitos: Organizar um espaçoadequado e confortável que todos possam se ver / Disponibilizar uma cópia das 
Recomendações para Registro de Enfermagem (COFEN, 2016), bem como outros 
impressos da instituição; e uma folha de papel A4 para os integrantes/ Iniciar a 
roda de conversa, lendo o capítulo das Recomendações para Registro de 
Enfermagem, de forma dinâmica e animada permitindo que os participantes se 
expressem e tirem suas dúvidas sobre o conteúdo; sortear alguns dos integrantes 
para lerem trechos, permitindo mais participação de todos / Ao final, solicitar que 
os participantes comentem sobre o assunto apresentado, observando o quanto foi 
compreendida a leitura e o potencial interpretativo de cada um. 
 
o Terceira etapa – Simulação Realística: Nesta etapa, sugere-se adotar o modelo 
de simulação baseado nas orientações de Kaneko e Lopes (2019), com os 
seguintes momentos: 
 
1º Momento – Antes da reunião: Construção do cenário no centro cirúrgico: Utilizar 
para este momento: uma maca com o paciente com sondas vesical e nasogástrica fixadas e 
um escalp 19. Uma porta para entrada do paciente na maca. Uma prancheta com prontuário 
fictício; 01 computador ou livro de cirurgia. Preparar o ambiente de admissão no centro 
cirúrgico. 
 
Quadro 01 – Caso fictício 
Paciente: Antônio Moraes da Silva, 40 anos, obeso, foi admitido no pronto socorro com 
suspeita de peritonite. 
Perfil físico: obeso, faixa etária de 35-40 anos. Perfil psicológico: ansioso, preocupado. 
O paciente Antônio Moraes da Silva é encaminhado de maca pelo maqueiro do pronto 
socorro para o centro cirúrgico para realizar uma laparotomia, ele deve ser encaminhado 
com uma sonda vesical com marcação de 100ml de drenagem. O paciente poderá ter se 
alimentado há uma hora, portanto não estará em jejum. fixar, uma sonda nasogástrica 
com drenagem de 50 ml de secreção escura (50 ml de café por exemplo), fixar um escalpe 
19 na mão esquerda. 
Fonte: Autoria própria. 
 
2º Momento – Aplicação e atuação: Explicar ao grupo o objetivo da simulação / 
Classificar os profissionais em 04 personagens, sendo do Pronto socorro: 01 maqueiro, 01 
paciente; do Centro Cirúrgico: 02 técnicos de enfermagem / Disponibilizar o caso para a 
leitura dos atores. 
 
 
 
 
 
 
89 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Quadro 02 – Sugestão de atuação do ator paciente 
Fonte: Autoria própria. 
 
Quadro 03 – Sugestão de atuação dos profissionais 
 Técnico de enfermagem 01 Técnico de enfermagem 02 
Objetivos 
 
Recepcionar o paciente e 
realizar o relatório de 
enfermagem no prontuário. 
 
Estará presente na SO, mas não 
participará da admissão. Providenciará os 
equipamentos necessários à realização do 
procedimento e realizará as anotações no 
livro de cirurgias. 
Caso 
O paciente Antônio Moraes da 
Silva será encaminhado de 
maca pelo maqueiro do Pronto 
Socorro ao Centro Cirúrgico 
para realizar uma laparotomia 
exploratória. 
O paciente Antônio Moraes da Silva será 
admitido pelo técnico de enfermagem 01 
do Centro Cirúrgico para realizar uma 
laparotomia exploratória. 
Evolução 
Você deverá admitir o paciente 
no setor, realizando o 
acolhimento, exame físico e os 
registros da admissão no 
prontuário. Depois, 
encaminhá-lo à Sala de 
Operação (SO). 
Você deverá ajudar o técnico de 
enfermagem 01 no transporte do paciente 
para a SO. 
Fonte: Autoria própria. 
 
Paciente: Antônio Moraes da Silva, 40 anos, obeso, foi admitido no Pronto Socorro com 
suspeita de peritonite. 
Perfil físico: obeso, faixa etária de 35-40 anos. Perfil psicológico: ansioso, preocupado. 
Atitude A: Inicialmente, o ator 
estará ansioso, preocupado, pois 
está com muita dor abdominal, 
sendo encaminhado ao Centro 
Cirúrgico. 
Se o técnico de enfermagem lhe 
chamar pelo nome, possivelmente o 
ator apresentará mais tranquilidade 
e cooperará com a admissão. Ele 
deverá relatar que se alimentou há 
01 hora atrás. A transferência para a 
Sala de Operação (SO) deverá ser 
tranquila. 
Atitude B: Inicialmente, o ator estará ansioso, 
preocupado, pois está com muita dor abdominal, 
sendo encaminhado ao Centro Cirúrgico. 
Se o técnico de enfermagem não lhe chamar pelo 
nome e não se dirigir com cordialidade, o ator se 
sentirá desconfortável e isso atrapalhará sua 
admissão, de forma que não cooperará com os 
procedimentos necessários. Quando o profissional 
precisar registrar os dados, o ator ficará mais 
ansioso. 
Frases: obrigada. Me sinto calmo 
por sua atenção. 
 
Frases: onde estou? Que horas será essa cirurgia? 
Onde está o cirurgião? Que dor insuportável! 
Ao invés de escrever, você pode ser mais rápido 
com isso? 
 
 
90 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Quadro 04 – Roteiro para avaliação 
Descreveu a data e hora da admissão: o paciente foi claramente identificado pelo nome e 
pelo seu registro? 
Descreveu o nível de consciência? 
Confirmou o tempo de jejum? 
Confirmou o esvaziamento da bexiga? 
Descreveu a condição da higiene pessoal (oral e banho)? 
Descreveu o local do acesso venoso, tipo de acesso, características do local de acesso? 
Descreveu o nome completo e Coren? 
Fonte: Autoria própria. 
 
3º Momento – Apresentação: Certificar-se de que cada ator tem ciência do caso 
e da sua função / Estabelecer o tempo de 15 minutos para os atores treinarem / 
Estabelecer a apresentação no tempo máximo de 15 minutos / Realizar a filmagem da 
apresentação. 
 
4º Momento – Debriefing: Ao final, solicitar que os participantes comentem sobre 
sua atuação, mediando reflexões sobre a ação e a atuação como técnico de enfermagem 
na elaboração do atendimento e do relatório. Elogiar o potencial de interpretação dos 
atores, poderá apresentar a reprodução de trechos da filmagem. Pontos críticos 
elencados: De que maneira a representação colaborou com o aprendizado? Qual o 
feedback dos atores? Qual a importância de desempenhar o papel? 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
Para a Etapa 1: Explorando conceitos institucionais: 
 
o Uma sala reservada; 
 
o Figuras ou gravuras que lembram o Período perioperatório (Monitores, 
Adornos, Dieta, Relógio etc.) para cada participante; 
 
o Papel A4 para anotações; 
 
o Canetas; 
 
o Fita crepe. 
 
Para a Etapa 2: Exposição oral dos conceitos: 
 
o Cópias impressas ou online deste capítulo do manual. 
 
 
 
 
 
 
91 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Para a Etapa 3: Simulação Realística 
 
o Corretivo. 
 
o Prontuário; 
 
o Sonda nasogástrica; 
 
o Sonda vesical 
 
o Scalp nº 19; 
 
o Esparadrapo; 
 
o Maca. 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Para desempenhar estas atividades será necessário utilizar um tempo de 
aproximadamente 40 (quarenta) minutos. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Recomenda-se que esta ação seja executada trimestralmente ou quando a equipe 
necessitar de novas atualizações sobre os registros no período perioperatório. 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
Propõe-se dois métodos de a avaliação: de forma individual (está relacionado com 
a Etapa 1) na qual os participantes devolverão as figuras com suas concepções sobre a 
temática abordada, permitindo que o facilitador avalie os seus conhecimentos; e a 
avaliação do roteiro de avaliação da simulação (descrito anteriormente), bem como as 
reflexões do debriefing. 
 
 
 
92 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ALBERTI, T. f; et al. Dinâmicas de grupo orientadas pelas atividades de estudo: 
desenvolvimento de habilidades e competências na educação profissional. Rev. bras. 
Estud. pedagog. Brasília, v. 95, n. 240, p. 346-362, maio/ago. 2014. Disponível em: 
https://www.scielo.br/pdf/rbeped/v95n240/06.pdf. Acesso 07 de janeiro 2021. 
 
 
 
93 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
AMARAL, J G; OLIVEIRA, F. E. S. Acompanhamento da rotinade um centro cirúrgico: há 
um protocolo de cirurgia segura? Revista UNINGÁ, Maringá – PR, n.36, p. 13-22 abr./jun. 
2013. Acesso 28 de dezembro de 2020. 
BLAND, A. J; TOPPING, A; WOOD, B. A. concept analysis of simulation as a learning 
strategy in the education of undergraduate nursing students. Nurse Educ Today. 2011; 
31(7): 664-70. Dispónivel em: https://doi.org/10.1016/j.nedt.2010.10.0 13. Acesso em: 09 de 
janeiro 2021. 
 
BRASIL. Código do Processo Civil. Lei nº 5.869 de 11 de Janeiro de 1973. Artigo 368 da 
Lei nº 5.869 de 11 de Janeiro de 1973. Acesso em 08 de janeiro de 2021. 
 
COFEN. Guia de Recomendações para Registro de Enfermagem no Prontuário do 
Paciente e outros documentos de enfermagem. Cofen, 2016. 
 
COSTA, R. R. O. et al. Percepção de estudantes da graduação em enfermagem sobre a 
simulação realística. Rev Cuid. 2017; 8(3): 1799-808. Disponível em: 
http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.v8i3.425. Aceso em: 09 de janeiro 2021. 
 
DIAS, S. R; VOLPATO, A. N. Práticas Inovadores Em Metodologia Ativa Metodologia 
Ativa. Florianópolis: Contexto Digital, 2017. 
 
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43.ed. São 
Paulo (SP): Paz e terra, 2011.142 p. 
 
KANEKO RMU, LOPES MHBM. Realistic health care simulation scenario: what is relevant 
for its design? Rev Esc Enferm USP. 2019;53:e03453. 
 
MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. Convergências Midiáticas, 
Educação e Cidadania: aproximações jovens. Vol. II] Carlos Alberto de Souza e Ofelia 
Elisa Torres Morales (orgs.). PG: Foca Foto-PROEX/UEPG, 2015. 
 
MOURA, A. F; LIMA, M. G. A reinvenção da roda: roda de conversa: um instrumento 
metodológico possível. Revista Temas em Educação, João Pessoa, v.23, n.1, p. 98-106, 
jan.-jun.2014. 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Segundo desafio global para a 
segurança do paciente. Cirurgias seguras salvam vidas. Manual, 2008. Disponível 
em: Acesso em: 02 de janeiro 2021. 
 
PANCIERI, A. P. Aplicação do Checklist para cirurgia segura: Relato de experiência. Rev. 
SOBECC, São Paulo. jan./mar. 2014; 19(1): 26-33. 
 
PURIM, K. S. M. et al. Checklist de segurança no ensino de cirurgia ambulatorial. Rev Col 
Bras Cir 46(3):e20192197. Disponível em: DOI: 10.1590/0100-6991e-20192197. Acesso 
em: 09 de janeiro 2021. 
 
SMELTZER, C. S; BARE, G. B. Tratado de Enfermagem, 10 Edição. Editora Guanabara 
Koogan. Rio de Janeiro. 2005. 
 
 
 
94 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO XIV 
 
POSICIONAMENTO CIRÚRGICO E PREVENÇÃO DE LESÕES POR 
PRESSÃO 
 
 
Karen Silva de Castro 
Lauany Silva de Medeiros 
Renata Campos de Sousa Borges 
Milena Coelho Fernandes Caldato 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O Centro Cirúrgico (CC) é considerado um setor de risco no que se refere às situações 
que podem comprometer a integridade física e psicoemocional do paciente no ambiente 
hospitalar, haja vista que o CC possui características ímpares que o distingui das demais 
clínicas, como a diversidade dos procedimentos cirúrgicos e de diagnósticos, a intensa 
circulação e rotatividade de profissionais e pacientes, além das próprias características do 
cuidar. Naturalmente, culmina para que este setor seja uma das unidades com expressiva 
taxa de Eventos Adversos (EA) evitáveis (MIRANDA et al., 2016). 
À vista disso, compreende-se por EA as lesões ou danos advindos da assistência em 
saúde que derivam em incapacidade ou disfunção, temporária ou permanente. Nesta 
constante, entre os EA que acontecem no período operatório, evidenciam-se os distúrbios 
resultantes do posicionamento cirúrgico inadequado por um longo período, tais como: o 
deslocamento de articulações, dor musculoesquelético, danos em nervos periféricos, 
comprometimento cardiovascular e pulmonar, síndrome compartimental e Lesão Por Pressão 
(LPP), sendo esta última considerada a mais frequente (BUSO et al., 2018). 
Assim, as LPP são caracterizadas por lesões na pele e no tecido subjacente 
consequentes da pressão prolongada sob uma proeminência óssea. Quando decorrentes do 
CC podem variar desde eritema que compromete a integridade da pele a lesões extensas ou 
mesmo lesões por fricção ou cisalhamento, em decorrência do tempo de exposição, sem os 
devidos cuidados assistenciais para o posicionamento preventivo (LOPES et al., 2016). 
Compreende-se, portanto, que o posicionamento cirúrgico do paciente é um ato 
imprescindível na assistência em saúde que exige competência e planejamento, sendo fator 
preponderante na realização segura do procedimento cirúrgico, necessitando ser categórico 
e preciso, fator chave para a promoção do bem-estar, da segurança e na prevenção EA ao 
paciente. 
 
OBJETIVO 
 
Ofertar um plano de educação permanente, baseado em estratégias ativas, voltado à 
equipe do CC acerca do posicionamento cirúrgico adequado e prevenção de LPP. 
 
 
95 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
O posicionamento cirúrgico do paciente exige competência e treinamento para manter 
a realização segura do procedimento cirúrgico, fator chave para a promoção do bem-estar e 
da segurança do paciente e prevenção dos EA. Assim, para que o posicionamento seja 
realizado com qualidade, é primordial o planejamento da assistência, o trabalho em equipe e 
a utilização de dispositivos e equipamentos para o posicionamento específicos no paciente 
(GRIGOLETO et al., 2016). 
Desta forma, são fundamentais os registros e a documentação de toda a assistência 
prestada, mobilização física, recursos de proteção utilizados, locais e condições clínicas 
favoráveis ao paciente. Dentre os principais fatores de risco identificados destacam-se: 
anestesia geral, idade, peso, imobilidade, problemas no controle da temperatura corporal, 
condições de saúde pré-existentes e tempo cirúrgico prolongado (MIRANDA, 2016). 
Sem dúvida, a avaliação pré-operatória dos fatores de risco do paciente, contribui para 
o não desenvolvimento de complicações no intraoperatório. Dessa forma, destaca-se a 
Escala de Avaliação de Risco para o Desenvolvimento de Lesões Decorrentes do 
Posicionamento Cirúrgico do Paciente (ELPO) que integra sete itens como o tipo de posição, 
tempo de cirurgia, tipo de anestesia, superfície de suporte, posição dos membros, 
comorbidades e idade do paciente e cinco itens de escore variável de 5 a 35 com escore de 
alerta em pacientes acima de 19 pontos, trazendo subsídios para o planejamento da 
assistência em enfermagem (LOPES, 2016). 
Ademais, o uso dos recursos de proteção como: colchões, coberturas e almofadas de 
espuma e gel do tipo braçadeiras, travesseiros, peneiras, fixadores de braço e pernas, 
protetores de calcâneo e crânio, colchão piramidal, polímero de visco elástico seco, colchões 
de ar pneumático ou fluido para posicionamento do paciente no intraoperatório assegura a 
manutenção da integridade da pele e das pressões osteoarticulares e neuromusculares, 
tendo como objetivo evitar atritos, prevenindo LPP, compressão ou estiramentos 
neuromusculares e queimaduras relacionadas ao uso do bisturi elétrico, este considerados 
os principais EA relacionados ao posicionamento inadequado (CARVALHO; BIANCHI, 2016). 
Contudo, vale ressaltar que estes cuidados se alteram de acordo com cada tipo de 
posicionamento, sendo que as posições cirúrgicas mais recomendadas e estruturas 
anatômicas que devem ser protegidas pelas estruturas amortecedoras, segundo Lopes et al. 
(2016), são: Decúbito dorsal ou supina (Calcâneo, Sacro, Cóccix, Olecrano, Escápula, 
Tuberosidade isquiática e Occipital); Decúbito ventral ou prona (Quadril e Coxas); 
SIMS/lateral (Coluna espinhal); e Litotomia (Estribos). 
Em síntese, ressalta-se entre as principais intervenções de enfermagem: verificar 
rotineiramente o funcionamento da mesa de operação; atentar-se ao alinhamento corporal e 
avaliação da pele em áreas de pressão com checagem frequente das proeminênciasósseas; 
mudança de decúbito com o número adequado de profissionais e uso de materiais estáticos 
e dinâmicos para redução de interfaces de pressão. Além disso, cada bloco cirúrgico deve 
possuir um controle individual de temperatura para adequá-la às necessidades do paciente, 
devendo manter a temperatura corporal acima de 35,5ºC (LOPES et al., 2016). 
 
 
 
 
 
 
96 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
PÚBLICO-ALVO 
 
A educação permanente deverá ser voltada a equipe multiprofissional de saúde, com 
ênfase aos profissionais que compõem a equipe de enfermagem. 
 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Preferencialmente a ação deverá ser realizada in loco, ou seja, no próprio Centro 
Cirúrgico em local reservado ou em área coletiva do setor, durante intervalos ou ausências 
de procedimentos no setor. 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
Levando em consideração o tema proposto e todas as vertentes que o cerca, 
propõem-se a realização da educação permanente com a utilização dos fundamentos da 
pedagogia ponderada, que visa contribuir para que o trabalhador transite de sua real 
condição de “funcionário” à condição de ser um profissional atuante e competente. Neste 
conceito de ensino-aprendizagem, o diálogo e as metodologias ativas assumem 
protagonismo, o que é afirmado como essencial para o processo de capacitação por diversos 
estudos (VIEIRA et al., 2020). 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
A utilização de meios didáticos diferenciados influencia para que os participantes 
visualizem melhor a realidade e, certamente, consigam entender de forma mais significativa 
o conteúdo proposto. Assim, propõem-se a utilização estratégias ativas, tais como o estudo 
de caso; exposição dialogada e interativa com uma aula teórico-prática; simulação realística 
e feedbacks imediatos, a fim de estimular o interesse e a curiosidade dos profissionais por 
meio da relação entre os conhecimentos derivados da experiência diária, da prática 
acadêmica e do conhecimento científico, ou seja, aliando o cotidiano com o aprendizado 
(LARA et al., 2016). 
Neste enquadramento, a utilização dessas metodologias ativas torna-se uma 
alternativa atraente e resolutiva para afinar a relação entre os participantes, o mediador e o 
aprendizado. Além disso, proporcionam ao estudante um ambiente agradável, cativante e 
criativo, tornando mais simples a aprendizagem de várias habilidades e o conteúdo 
(SOARES, 2016). 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
De modo geral, é recomendado que a capacitação em questão seja realizada em três 
etapas, de acordo com a descrição a seguir. 
 
o Primeira etapa – Caso clínico: A educação permanente deverá iniciar com a 
apresentação dos participantes para promover a socialização dos nomes e a sua 
área de atuação, favorecendo a interação entre eles. Logo após, os facilitadores 
deverão dividir os participantes em dois grupos de forma aleatória, para iniciar a 
 
 
97 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
avaliação diagnóstica dos profissionais, estimulando o levantamento dos 
conhecimentos prévios sobre o posicionamento cirúrgico. Tal análise deverá 
acontecer por meio da simulação realística, na qual os mediadores disponibilizarão 
o caso clínico abaixo às duas equipes: 
 
“Paciente J.K.L, sexo masculino, 30 anos, procedente e residente do município de 
Tucuruí (PA), procurou o pronto atendimento do Hospital Regional de Tucuruí-PA, com 
queixa de dor abdominal em região epigástrica, vômitos, febre e eliminação de fezes 
presentes. Ao raio-x foi localizado corpo estranho em intestino delgado a aproximadamente 
10 cm da válvula ileocecal. Paciente encaminhado ao Centro Cirúrgico, para procedimento 
cirúrgico do tipo laparotomia exploratória. Após realizada enterotomia para retirada de corpo 
estranho e posterior enterorrafia, o procedimento cirúrgico foi finalizado sem intercorrências 
e teve duração de 3 horas e 40 minutos.” (Fonte: Autoria própria). 
 
Este caso clínico deverá ser analisado e debatido entre os participantes para estimular 
a construção de um plano de cuidados e intervenção multiprofissional ao paciente fictício. 
Com ênfase ao posicionamento do paciente no intraoperatório e nas precauções para 
prevenir eventos adversos como LPP. 
A partir disso, os participantes serão norteados para a construção do plano de 
cuidados pelos seguintes questionamentos: Qual o posicionamento cirúrgico adequada para 
o procedimento mencionado acima? Quais as principais prescrições de cuidados no 
intraoperatório para o caso clínico? Quais cuidados deverão ser tomados pela equipe para 
diminuir as chances de LPP? Após a produção do plano de cuidados este deverá ser 
recolhido pelos facilitadores e registrado em imagem para posterior reavaliação dos 
conhecimentos. 
Em suma esta dinâmica possibilita, além do diálogo e a interação entre os 
participantes, um importante instrumento na aprendizagem, aperfeiçoamento e avaliação do 
raciocínio clínico para a equipe de saúde, propiciando um aprendizado instigador e contínuo, 
assim tornando-se um dos aspectos inerentes na educação permanente. 
 
o Segunda etapa – Exposição dialogada e interativa: Sugere-se que essa etapa 
seja aplicada por meio de uma aula teórico-prática interativa sobre os principais 
posicionamentos cirúrgicos e as precauções que os profissionais devem executar 
para reduzir EA, além de ressaltar que este posicionamento deve ser individualizado 
e adaptado às necessidades de cada paciente e aos procedimentos previstos. 
Após a explanação dos principais posicionamentos cirúrgicos, recomenda-se que 
ocorra a apresentação prática por meio da simulação em manequim adulto 
reposicionável ou com os próprios participantes, de modo que experimentem as 
posições para estimular o conforto durante o procedimento cirúrgico. Neste sentido, 
a teoria e a prática devem se entrelaçar de forma a motivar o entendimento do 
conteúdo. 
Tal proposta surge da necessidade de envolver os participantes em uma dinâmica 
diferenciada de apresentações puramente expositivas e práticas. Sendo que esta 
técnica permite trabalhar e integrar o poder de síntese da realização do trabalho e 
resolubilidade, tanto individual quanto em equipe (DE LIMA FONTES et al., 2019). 
 
o Terceira etapa – Simulação realística e feedback imediato: Após a discussão 
teórica sobre a temática em questão, os planos de cuidados construídos pelos 
 
 
98 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
próprios participantes na primeira etapa deverão ser devolvidos a eles e os 
facilitadores os questionarão se após a teorização gostariam de fazer alguma 
alteração ou melhoria na primeira prescrição com base nos conhecimentos 
adquiridos e atualizados. Posteriormente os dois grupos deverão planejar de forma 
prática a simulação realística do posicionamento adequando para o paciente do 
caso clínico e as intervenções necessárias durante o procedimento. 
Assim, ao comparar os dois planos de cuidados perceber-se-ia se houve mudança 
de conduta entre as ações planejadas pelas equipes, seguida de feedbacks 
imediatos sobre as mudanças percebidas por participantes e facilitadores, e nessa 
constante de conhecimento se assim, a educação permanente foi eficaz e alcançou 
seu objetivo. 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Sala reservada; 
 
o Data Show; 
 
o Computador; 
 
o Canetas; 
 
o Cadeiras para participantes e facilitadores; 
 
o Caso clínico impresso; 
 
o Manequim adulto reposicionável; 
 
o Mesa cirúrgica; 
 
o Coxins. 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Sugere-se que a jornada presencial total da ação de educação permanente seja de 
01 hora e 30 minutos, sendo distribuída entre a aula teórica, atividade prática e avaliativa 
que, por sua vez, poderão ser limitadas a 30 minutos cada. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
O intervalo de tempo das ações deve ocorrer de acordo a necessidade do setor, da 
instituição e da frequência da existênciade EA em pacientes pós-cirúrgicos. Contudo, indica-
se que essa periodicidade seja semestral ou conforme a checagem da adesão da equipe às 
recomendações. Além disso, é aconselhável que o período proposto seja reduzido em casos 
de rotação/troca da equipe de saúde do setor. 
 
 
 
 
 
99 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
As estratégias propostas para a avaliação das ações são o feedback imediato do antes 
e depois do plano de cuidados que poderá ser aplicado de forma coletiva. Já para a avaliação 
individual dos participantes da ação recomenda-se a utilização do questionário de avaliação 
padrão, anexo a este manual. 
 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BARBOSA, Amanda Conrado Silva et al. Perfil de egressos de Enfermagem: competências 
e inserção profissional. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 27, 2019. 
 
 
 
100 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
BUSO, Flávia Duarte dos Santos et al. Cenário do clima de segurança e a ocorrência de 
lesão por pressão decorrente do posicionamento cirúrgico. Revista Latino-Americana de 
Enfermagem, 2018. 
 
CARVALHO, R. BIANCHI, E. R. F. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação. 
São Paulo: Manole, 2016. 
 
DE LIMA FONTES, Francisco Lucas et al. Contribuições da monitoria acadêmica em Centro 
Cirúrgico para o processo de ensino-aprendizagem: benefícios ao monitor e ao 
ensino. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 27, p. e901-e901, 2019. 
 
GALVÃO, C. M. A prática baseada em evidências: uma contribuição para a melhoria da 
assistência de enfermagem perioperatória. [livre-docência]. Escola de Enfermagem de 
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, p. 114, Ribeirão Preto, 2016. 
 
GRIGOLETO, A. R. L. et al. Complicações decorrentes do posicionamento cirúrgico de 
clientes idosos submetidos à cirurgia de quadril. Escola Anna Nery, v. 3, n. 15, p. 531-5, 
2016. 
 
LARA, S; SALGUEIRO, A. C. F; COPETTI, J; LANES, K.J; PUNTEL, R.B, FOLMER, V. 
Educação e saúde no contexto escolar: uma experiência de abordagem lúdica com o tema 
saúde cardiovascular nos anos iniciais. Ed. Cadernos do Aplicação, v. 29, p. 65-82, Porto 
Alegre, 2016. 
 
LOPES, Camila Mendonça de Moraes et al. Escala de avaliação de risco para lesões 
decorrentes do posicionamento cirúrgico. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 
24, 2016. 
 
MIRANDA, Amanda Braz et al. Posicionamento cirúrgico: cuidados de enfermagem no 
transoperatório. Revista SOBECC, v. 21, n. 1, p. 52-58, 2016. 
 
SOARES, M. H. F. B. Jogos e atividades lúdicas no ensino da química: uma discussão 
teórica necessária para novos avanços. Revista Debates em Ensino de Química, Goiânia, 
v. 2, n. 2, p. 5-13, out. 2016. 
 
STAKE, Robert. Investigación con estudio de casos. Ed. Morata, v. 1, n. 1, p. 100-123, 
2015. 
 
TREVILATO, Denilse Damasceno et al. Posicionamento cirúrgico: prevalência de risco de 
lesões em pacientes cirúrgicos. Rev. SOBECC, p. 124-129, 2018. 
 
VIEIRA, Silvana Lima et al. Diálogo e ensino-aprendizagem na formação técnica em 
saúde. Trabalho, Educação e Saúde, v. 18, 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
101 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO XV 
 
CLASSIFICAÇÃO CIRÚRGICA 
 
 
Julyany Rocha Barrozo de Souza 
Fabiany Bezerra Barbosa 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O procedimento cirúrgico é uma das modalidades terapêuticas mais utilizadas para 
diagnóstico e tratamento de inúmeras patologias. Pode ser classificado de acordo com o 
momento operatório, a finalidade da cirurgia, o risco cardiológico, a duração da cirurgia e o 
potencial de contaminação. O ambiente do Centro Cirúrgico deve possuir finalidades e 
objetivos claramente definidos dentro da estrutura hospitalar, a fim de gerar atendimento 
diferenciado, segurança e satisfação ao paciente atendido (CARVALHO; BIANCHI, 2016). 
A meta do Centro Cirúrgico é fazer com que o paciente operado, dentro de um 
ambiente terapêutico, conte com todos os recursos humanos e materiais necessários para 
minimizar as ocorrências de situações que possam colocar sua integridade física e 
psicológica em risco (AVELA, 1989). 
O impacto das medidas de qualidade nos cuidados de saúde e reembolso está 
crescendo. É necessário garantir a precisão das medidas de qualidade, incluindo quaisquer 
variáveis de estratificação de risco. As taxas de infecção do sítio cirúrgico, risco estratificado 
pela classificação da ferida cirúrgica entre outras variáveis, são cada vez mais consideradas 
como medidas de qualidade (SHAUNA et al., 2013). 
Os profissionais de saúde devem, portanto, prever as situações que podem afetar o 
desempenho do serviço. Mudanças no processo de trabalho são necessárias para garantir a 
rentabilidade do sistema de saúde, como estabelecer uma comunicação efetiva, um 
planejamento cuidadoso e uma eficiente utilização dos recursos hospitalares disponíveis 
(HAIL et al. 2015). 
Para que uma instituição que presta assistência e cuidados em saúde incorpore os 
conceitos de qualidade com foco na segurança do paciente, é necessário que se tenha um 
adequado dimensionamento do quadro de profissionais, treinamento de pessoal e a 
satisfação do trabalho através do reconhecimento do serviço, nível salarial satisfatório, boa 
relação com a equipe de trabalho e melhores condições de trabalho (SIQUEIRA; 
KURCGANT, 2012). 
 
OBJETIVO 
 
Identificar conceitos e percepções sobre a classificação das cirurgias quanto ao porte, 
tempo, finalidade e potencial de contaminação através de estratégias ativas. 
 
 
 
102 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
A preocupação mundial com a questão da segurança ficou evidente a partir do ano 
2000, quando o Instituto de Medicina dos Estados Unidos publicou o relatório intitulado: To 
err is human: building a safer health care system, no qual apontou que aproximadamente 
98.000 pessoas morrem anualmente, vítimas de erros oriundos do cuidado à saúde. Desde 
então, iniciou-se o movimento em prol da segurança do paciente nos estabelecimentos de 
saúde (BEZERRA et al., 2012). 
Com o intuito de despertar a compreensão profissional e a obrigação política para 
garantir a segurança na assistência à saúde, a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente 
iniciou a campanha Cirurgias Seguras Salvam Vidas, cujo propósito é promover a redução 
da taxa de morbimortalidade resultante de procedimentos cirúrgicos (OPAS, 2009). 
O Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, lançou 
no Brasil seis protocolos operacionais que abordam a relação entre terapia medicamentosa, 
risco de quedas, higienização das mãos, prevenção de lesões por pressão, identificação do 
paciente e segurança durante procedimentos cirúrgico (ANVISA, 2014). 
Dentre as diretrizes para a segurança do paciente durante o procedimento cirúrgico 
há a classificação pré-operatória da ferida dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças 
(Estados Unidos). Essa classificação determina o risco de infecção ao qual o paciente é 
exposto ao ser submetido à cirurgia (SOBECC, 2017). 
Em 1964, a National Acadmy of Sciences e o National Research Council elaboraram 
uma classificação que, apesar de ter sido alterada ao longo dos anos por alguns autores e 
estudiosos, permanece com seus conceitos essenciais preservados. Essa classificação 
determina o risco de infecção ao qual o paciente é exposto ao ser submetido à cirurgia (CDC, 
2016). O Quadro 01 mostra como as cirurgias podem ser denominadas, de acordo com cada 
tipo de classificação. 
 
Quadro 01 – Classificação cirúrgica 
CLASSIFICAÇÃO TIPO DE CIRURGIA 
Quanto ao Momento Operatório 
Cirurgia de emergência 
Cirurgia de urgência 
Cirurgia eletiva 
Quanto à Finalidade da cirurgia 
Cirurgia paliativa 
Cirurgia radical 
Cirurgia plástica/estéticaCirurgia diagnóstica 
Quanto ao Risco cardiológico 
Cirurgia de pequeno porte 
Cirurgia de médio porte 
Cirurgia de grande porte 
Quanto à Duração da cirurgia 
Cirurgia de porte I 
Cirurgia de porte II 
Cirurgia de porte III 
Cirurgia de porte IV 
Quanto ao Potencial de Contaminação 
Cirurgia limpa 
Cirurgia potencialmente contaminada 
Cirurgia contaminada 
Cirurgia infectada 
Fonte: CARVALHO; BIANCHI (2016). 
 
 
103 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
PÚBLICO-ALVO 
 
O público-alvo deste capítulo é a equipe de enfermagem, haja vista que a classificação 
cirúrgica implica diretamente na classificação da ferida operatória, a qual ocorre no momento 
da realização da cirurgia e deve ser feita por um profissional envolvido no ato cirúrgico. 
 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Com o propósito de estimular a transformação de hábitos e vivências no local de 
trabalho e a construção de um saber coletivo nas ações do dia a dia de um Centro Cirúrgico, 
propõe-se que esta estratégia educativa seja desenvolvida in loco, em local que comporte os 
participantes em círculo. 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
A ação educativa não implica somente na transformação do saber, mas também na 
transformação dos sujeitos do processo, tanto dos técnicos quanto da população. O saber de 
transformação só pode produzir-se quando ambos os polos da relação dialógica também se 
transformam no processo (PINTO, 1987). 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
Propõem-se a utilização de três estratégias ativas, iniciando com uma dinâmica de 
aquecimento e interação denominada “Dinâmica do 1, 2, 3”. Após, sugere-se utilizar um 
método ativo denominado “Em busca do conceito”, técnica que permite uma ação 
participativa, pois possibilita partir do universo conceitual das pessoas em relação ao assunto 
que se quer discutir. Em um último momento, sugere-se realizar uma auto-avaliação do 
grupo. No encerramento será aplicado como método avaliativo o feedback colaborativo, 
destacando os pontos positivos e de melhora no setor. 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
A capacitação deverá ser realizada em três etapas como descritas a seguir: 
 
o Primeira etapa – Dinâmica de interação denominada “Dinâmica do 1, 2, 3”: O 
tempo sugerido para essa etapa é de 15 minutos. Será necessária uma sala ou 
espaço onde os participantes possam ficar em pé e em duplas. Em seguida, o 
facilitador deverá pedir que cada membro da dupla fale, de maneira alternada, os 
números 1, 2, 3. Seguindo adiante, pedirá, agora que ao invés de falar o número 
1, os facilitados batam palma uma vez e continuem falando o 2 e o 3. Após, ao 
invés de falar o número 2, os integrantes da dupla vão bater palma uma vez para 
representar o número 1, bater as mãos na barriga para representar o número dois, 
e, em seguida, continuar contando o número 3. Feito isso, é chegado o momento 
de realizar o mesmo processo, porém, dessa vez, o número 3 deve ser substituído 
por uma reboladinha. O objetivo dessa dinâmica, além de realizar interação com 
 
 
104 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
a equipe e descontração, busca avaliar a capacidade de memorização do 
facilitado, bem como a sua habilidade de trabalhar em equipe. 
 
o Segunda Etapa – Em busca do Conceito: Nessa etapa o tempo sugerido é de 
30 a 40 minutos. Em uma sala ou espaço deve-se colocar as cadeiras em 
semicírculo e em cada cadeira cartões com a descrição dos tipos de cirurgias 
conforme as classificações (descritas no Quadro 01); o facilitador pedirá que as 
pessoas andem em volta das cadeiras, observem os cartões, pensem no tema em 
questão e escolham uma cadeira e se apossem dela; em seguida, pedir que cada 
um fale de um cartão e solicite que o fixe em um Quadro de Classificações, dizendo 
o nome da coluna que irá colocá-la. Este quadro, exemplificado abaixo, deverá ser 
composto na primeira linha com as classificações cirúrgicas, na linha abaixo é 
explicado o conceito. Nas demais linhas é exposto exemplos de cirurgias, salvo 
nas colunas das classificações: duração e potencial de contaminação onde é 
explicado o conceito de cada em sua linha. 
 
Quadro 02 – Dinâmica “Em busca do conhecimento” 
CLASSIFICAÇÃO CIRÚRGICA 
Momento 
Operatório 
Finalidade do 
Procedimento 
Risco 
cardiológico 
Duração 
Potencial de 
contaminação 
Relacionado ao 
momento propício à 
realização da 
cirurgia 
Relacionado a 
qual finalidade se 
destina o 
tratamento 
Relacionado ao risco do 
paciente de perder 
fluidos e sangue e, com 
isso, apresentar 
complicações 
cardiológicas durante a 
cirurgia 
Relacionado 
com a 
duração do 
ato cirúrgico 
Relacionada ao 
risco de infecção a 
que o paciente está 
exposto 
Perfuração de 
órgão vital 
Remoção de 
tumor 
Cirurgias oftálmicas 
Cirurgia com 
até 2 horas 
Cirurgias realizadas 
em tecidos estéreis 
ou passíveis de 
descontaminação 
Apendicectomia Mastectomia Histerectomia 
Cirurgia de 2 
a 4 horas 
Cirurgias realizadas 
em tecidos 
colonizados por 
flora microbiana 
pouco numerosa ou 
em tecidos de difícil 
descontaminação 
Postectomia Blefaroplastia Cirurgias cardíacas 
Cirurgia de 4 
a 6 horas 
Cirurgias realizadas 
em tecido 
recentemente 
traumatizados e 
abertos, 
colonizados por 
flora bacteriana 
abundante, cuja 
descontaminação 
seja difícil ou 
impossível 
 
 
105 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
Laparotomia 
exploratória 
 
Cirurgia que 
ultrapassa 6 
horas. 
São todas as 
intervenções 
cirúrgicas 
realizadas em 
qualquer tecido ou 
órgão, em 
presença de 
processo 
infeccioso 
(supuração local) e 
/ ou tecido 
necrótico 
Fonte: Autoria própria 
 
A partir dos conceitos apresentados, o facilitador deverá comentar as apresentações 
dos participantes e discorrer sobre o tema em questão, sugerindo e discutindo exemplos e 
condutas práticas. Sugere-se enfoque nas classificações onde se observar maior dificuldade 
dos facilitados e deixando livre a discussão. Recomenda-se que facilitador faça uso de slides 
com conteúdo teórico a ser trabalhado com a equipe. 
 
o Terceira etapa – Autoavaliação do grupo: Para essa etapa será necessário 
papéis em branco no tamanho de 16 cm de comprimento e 08 cm de largura. O 
tempo estimado é de 30 minutos. Cada facilitado escreve em um papel o que 
considera ser a maior dificuldade do conceito exposto e a maior dificuldade de 
prática. A dinâmica será toda feita de forma anônima. Os papéis serão recolhidos 
pelo facilitador e redistribuídos de forma aleatória entre os participantes; cada um 
ficará com o papel de um colega e o lerá em voz alta; em seguida a equipe deve 
discutir sobre ideias. Assim, o objetivo é manter os pontos positivos e solucionar 
os negativos. 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Sala reservada para reuniões ou espaço onde o grupo possa ficar de pé e em 
círculo; 
 
o Papel Kraft ou quadro branco magnético; 
 
o Pincel atômico; 
 
o Apagador, fita crepe ou adesiva; 
 
o Datashow e computador; 
 
o Canetas esferográficas e Papel A4. 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Poderá se utilizar do tempo máximo de 1 hora e 30 minutos. 
 
 
 
106 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Sugere-se aplicar a capacitação uma vez por semestre ou de acordo com a entrada 
de novos profissionais no setor. 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
Para a avaliação de cada participante sugere-se a aplicação do instrumento padrão 
de avaliação, indicado nos anexos deste manual. 
 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
107 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Segurança do paciente. [Internet]. 
Brasília: Ministério da Saúde; 2014 [acesso em 12 de janeiro de 2021]. Disponível em: 
http://www20.anvisa.gov.br/ segurancadopaciente/index.php/publicacoes/category/diversos.São Paulo (UNIFESP). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9477878606835309 
E-mail: milenacaldato@hotmail.com 
 
Nathália Menezes Dias 
Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Cirurgia e 
Pesquisa Experimental (CIPE), pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Docente do 
curso de Graduação em Enfermagem da UEPA e da Faculdade de Teologia, Filosofia e 
Ciências Humanas Gamaliel (FATEFIG), em Tucuruí-PA. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6019404712567088 
E-mail: menezesdiasnathalia@gmai.com 
 
Nayara de Fátima Cardoso Pereira da Silva 
Graduanda no curso de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado do Pará 
(UEPA), em Tucuruí-PA. Integrante do Núcleo de Pesquisa em Educação e Saúde da 
Amazônia (NUPESA). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2992350511731037 
E-mail: nayaradefatima678@gmail.com 
 
Patrick Nery Igreja 
Enfermeiro. Assistencialista na Prefeitura Municipal de Mocajuba e na Prefeitura Municipal 
de Baião. Pós-Graduando em Urgência e Emergência pela Faculdade Venda Nova do 
Imigrante (FAVENI). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8794158835039486 
E-mail: patricknery2@gmail.com 
 
Paulo Henrique Pinto Pinheiro 
Graduando no curso de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado do Pará 
(UEPA), em Tucuruí-PA 
E-mail: batata123@gmail.com 
 
Rafael Vulcão Nery 
Enfermeiro. Pós-graduando em Saúde Coletiva, pela Faculdade Venda Nova do Imigrante 
(FAVENI). Assistencialista no Hospital Municipal de Marabá-PA. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2025548061775312 
E-mail: rafanery15@gmail.com 
 
Rainny Beatriz Sabóia de Oliveira 
Graduanda no curso de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado do Pará 
(UEPA), em Tucuruí-PA. Integrante do Núcleo de Pesquisa em Educação e Saúde da 
Amazônia (NUPESA). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8911969011413243 
E-mail: rainnysaboia7@gmail.com 
 
 
http://lattes.cnpq.br/9477878606835309
mailto:milenacaldato@hotmail.com
http://lattes.cnpq.br/6019404712567088
mailto:menezesdiasnathalia@gmai.com
http://lattes.cnpq.br/2992350511731037
mailto:nayaradefatima678@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/8794158835039486
mailto:patricknery2@gmail.com
mailto:batata123@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/2025548061775312
mailto:rafanery15@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/8911969011413243
mailto:rainnysaboia7@gmail.com
 
 
10 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Renata Campos de Sousa Borges 
Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia, pela Universidade do Estado do Pará 
(UEPA). Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ensino em Saúde na Amazônia, 
pela UEPA. Docente do curso de Graduação em Enfermagem da UEPA e da Faculdade de 
Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel (FATEFIG), em Tucuruí-PA. Integrante do 
Núcleo de Pesquisa em Educação e Saúde da Amazônia (NUPESA). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6353198861522449 
E-mail: renata.borges@uepa.com 
 
Tania de Sousa Pinheiro Medeiros 
Enfermeira. Especialista em Enfermagem Obstétrica e Ginecológica, pelo Instituto 
Educacional Santa Catarina (IESC) e em Enfermagem Pediátrica e Neonatal, pela Escola 
Superior da Amazônia (ESAMAZ). Docente do curso de Graduação em Enfermagem da 
Universidade do Estado do Pará (UEPA), em Tucuruí-PA. Integrante do Núcleo de Pesquisa 
em Educação e Saúde da Amazônia (NUPESA). 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0413843148695123 
E-mail: tania.medeiros@uepa.br 
 
Williams Barbosa Melo 
Médico Anestesiologista. Titulado pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). 
Coordenador do serviço de Anestesiologia no Hospital Regional de Tucuruí-PA. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9891641695767860 
E-mail: williamsmelo.dr@hotmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://lattes.cnpq.br/6353198861522449
mailto:renata.borges@uepa.com
http://lattes.cnpq.br/0413843148695123
mailto:tania.medeiros@uepa.br
http://lattes.cnpq.br/9891641695767860
mailto:williamsmelo.dr@hotmail.com
 
 
11 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
ORGANIZADORAS 
 
 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado do 
Pará (UEPA), núcleo de Tucuruí-PA. Mestranda do Programa de 
Pós-Graduação Mestrado Profissional Ensino em Saúde na 
Amazônia, pela UEPA. Especialista em Enfermagem em Centro 
Cirúrgico e Central de Material e Esterilização; em Enfermagem 
Oncológica; e em Linhas de Cuidado em Enfermagem: doenças 
crônicas não-transmissíveis. Docente do curso de Enfermagem 
da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas 
Gamaliel (FATEFIG), em Tucuruí-PA. Integrante do Núcleo de 
Pesquisa em Educação e Saúde da Amazônia (NUPESA). 
Enfermeira do Hospital Regional de Tucuruí-PA. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0963111001424655 
E-mail: anjo.daniele@hotmail.com 
 
 
 
 
Kátia Simone Kietzer 
Graduada em Fisioterapia pela Universidade Regional de 
Blumenau (FURB). Pós-Doutora em Neurociências pela 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Doutora em 
Neurociências e Biologia Celular pela Universidade Federal do 
Pará (UFPA). Mestre em Anatomia Funcional: Estrutura e Ultra-
estrutura, pela Universidade de São Paulo (USP). Docente da 
Universidade do Estado do Pará (UEPA), da graduação e dos 
cursos de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-
Graduação Profissional Ensino em Saúde na Amazônia. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7986644672973004 
E-mail: kkietzer@yahoo.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://lattes.cnpq.br/0963111001424655
mailto:anjo.daniele@hotmail.com
http://lattes.cnpq.br/7986644672973004
mailto:kkietzer@yahoo.com
 
 
12 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Respeitado(a) leitor(a), o “Manual de Orientações para a Educação Permanente em 
Centro Cirúrgico” constitui-se em um produto de Dissertação do Mestrado Profissional Ensino 
em Saúde da Amazônia (ESA), da Universidade do Estado do Pará (UEPA), sob minha 
autoria, orientado pela professora doutora Kátia Simone Kietzer. A pesquisa que embasou a 
elaboração desta obra, intitulada “Educação Permanente em Enfermagem no Centro 
Cirúrgico do Hospital Regional de Tucuruí–PA”, foi aprovada pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa da UEPA, sob o número do Parecer: 3.137.684. 
Este manual debruça-se sobre os conceitos da Educação Permanente em Saúde 
(EPS) e das Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem, buscando evidenciar a inegável 
relevância da relação entre eles ao associá-los à assistência à saúde, especialmente no que 
se refere à assistência de enfermagem perioperatória em Centro Cirúrgico. 
Estruturalmente, o Manual apresenta duas unidades consideradas complementares e 
interdependentes, baseadas na comunicação dialógica, considerando as experiências do 
público-alvo das ações propostas. 
A “Unidade I: Sobre o que iremos falar?” é constituída por quatro capítulos que nos 
levam a refletir a respeito das bases conceituais e metodológicas do âmago desta obra: a 
Educação Permanente, evidenciando o seu diagnóstico no Centro Cirúrgico do Hospital 
Regional de Tucuruí–PA (local de realização do estudo que subsidiou a elaboração deste 
manual), bem como as necessidades de aprendizagem da equipe de enfermagem que atua 
neste setor. 
A “Unidade II: Proposta para a execução do Manual de Orientações para a Educação 
Permanente em Centro Cirúrgico” é constituída por treze capítulos nos quais são 
apresentadas estratégias inovadoras para a abordagem de diversos temas relativos à 
Educação Permanente em Centro Cirúrgico. 
Diante do exposto, esta obra busca instrumentalizar os gestores responsáveis pela 
implementação dos processos de EPS do Hospital Regional de Tucuruí–PA no planejamento 
e na execução de ações educacionais aos profissionais que atuam no Centro Cirúrgico, com 
ênfase na equipe de enfermagem, estimulando o pensamento crítico-reflexivo e fortalecendo 
o papel da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde para a melhoria dos 
serviços de saúde prestados. 
 
 
 
 
Boa leituraBEZERRA, Willyara Rodrigues; BEZERRA, Ana Lúcia Queiroz; PARANAGUÁ, Thatianny 
Tanferri de Brito; BERNARDES, Milton Junio Cândido; TEIXEIRA, Cristiane Chagas. 
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OMS. Organização Pan-Americana da Saúde. Cirurgias seguras salvam vidas. Segundo 
desafio global para a segurança do paciente. Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da 
Saúde; Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília; 2009. 
 
https://doi.org/10.1016/j.jamcollsurg.2013.07.39
 
 
108 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO XVI 
 
ANESTESIOLOGIA BÁSICA 
 
 
Williams Barbosa Melo 
Leiliane do Socorro Prestes da Silva 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
Renata Campos de Sousa Borges 
Milena Coelho Fernandes Caldato 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Segundo dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um a cada 
vinte e cinco pessoas no mundo precisam submeter-se a procedimento cirúrgico. E no que 
tange às complicações anestésica-cirúrgicas apresentam um amplo espectro de gravidade, 
que varia de leve e sem sequelas, até ao óbito ou invalidez, gerando alto custo econômico, 
social e psicológico; não restringindo-se apenas ao paciente, mas também a seus familiares 
e à equipe de assistência da saúde multidisciplinar (OMS, 2009). 
A anestesia é um ponto vital de qualquer procedimento cirúrgico. Promover condições 
ótimas para o cirurgião e paciente é o objetivo final de qualquer anestesiologista. Essa 
assistência perioperatória inicia-se na avaliação pré-anestésica (APA), seja ela em consulta 
ambulatorial, visita em leito ou feita na sala cirúrgica em situações de urgência e emergência; 
perpassa ao procedimento anestésico-cirúrgico propriamente dito, até os cuidados pós-
anestésicos, seja na sala de recuperação anestésica (SRPA) ou em visita pós-anestésica 
(MELO et al., 2020). 
No entanto, a equipe médica sozinha não seria eficiente sem uma equipe de 
enfermagem qualificada no Centro Cirúrgico para auxiliar e zelar pelo paciente. Assim sendo, 
a enfermagem pode ser responsável pela admissão do paciente, preparação da sala de 
operação, posicionamento, auxílio na monitorização, na indução anestésica, instrumentação 
cirúrgica, transporte de paciente ao centro de terapia intensiva ou SRPA, além da vigilância 
do paciente em todos os momentos da entrada à saída do centro cirúrgico (CARVALHO, 
2015). 
 
OBJETIVO 
 
Ofertar um plano de educação permanente voltado à equipe de enfermagem do 
Centro Cirúrgico, a fim de aprimorar o conhecimento e facilitar a execução das tarefas 
relacionadas à anestesia, através de atividade ativa e dinâmica. 
 
 
 
 
 
 
109 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
A anestesia é a especialidade médica que visa prover analgesia, hipnose, imobilidade, 
amnésia e controle das funções autônomas do paciente. Para esse propósito, o anestesista 
precisará de medicamentos, aparelhos, materiais e auxílio da equipe de enfermagem. 
Conhecer o básico sobre os procedimentos e insumos necessários para a execução dos 
mesmos é importante para agilizar, reduzir erros e diminuir as dúvidas inerentes às 
solicitações feitas pelo anestesiologista à equipe (CARVALHO, 2015). 
Ademais, a mesma autora aponta que após conhecer o paciente e qual procedimento 
ele será submetido, o anestesista determina a técnica anestésica adequada que pode ser: 
anestesia geral venosa e/ou inalatória, peridural e/ou raquianestesia, bloqueio de periférico 
ou infiltração local. Muitas vezes o anestesista pode utilizar múltiplas técnicas 
simultaneamente. 
Uma observação importante é que qualquer anestesia pode ser convertida para 
anestesia geral. Logo, todo procedimento no Centro Cirúrgico deve estar preparado para tal 
procedimento, assegurando que durante uma eventual complicação o material necessário 
estará disponível. Uma forma interessante de lembrar e checar o que é necessário para o 
procedimento anestésico é o ABCDE da anestesia derivado do mnemônico do Advanced 
Trauma Life Support (ATLS) no idioma americano (ATLS, 2018), conforme demonstrado 
abaixo: 
AIR WAY AND ASPIRATION (A): Neste ponto a equipe de enfermagem junto ao 
anestesista irão preparar o material referente ao manejo da via aérea do paciente. Exemplos: 
laringoscópio, lâminas, tubos, fio guia, cânulas, estetoscópio, aspirador, sondas etc. 
BREATHING (B): Semelhante ao passo anterior, a equipe voltará sua atenção aos 
equipamentos necessários para a respiração do paciente. Exemplos: fornecimento de 
oxigênio e ar comprimido, fluxômetros, aparelho de anestesia, circuito respiratório, baracas 
ou KT-5, etc. 
CIRCULATION (C): Neste passo serão checados os materiais utilizados para 
assegurar a circulação e veiculação das medicações infundidas no paciente. Exemplos: 
cristalóides, equipos, conexões, jelcos, agulhas, seringas, material para acesso venoso 
central e pressão arterial média quando necessários etc. 
DRUGS (D): Finalmente as medicações, o que vai depender do profissional, paciente 
e técnica planejada. Como a gama de procedimentos e pacientes na especialidade é vasta, 
as drogas utilizadas também são. Conhecer o básico sobre elas, como o nome e função, é o 
alvo deste treinamento. Exemplos: analgésicos (fentanil e morfina), hipnóticos (propofol e 
etomidato), bloqueadores neuromusculares (rocurônio e atracúrio), vasoconstritores 
(efedrina e noradrenalina), anestésicos locais (lidocaína e bupivacaína), anestésicos 
inalatórios (sevoflurano e isoflurano), etc. 
EREVYTHING ELSE (E): Por fim, faz-se uma revisão do material que não se 
enquadra nos quesitos anteriores, além de revisar tudo o que já foi feito. Exemplo: manta 
térmica, monitores específicos (BIS, AV1000,TOF), aparelho de circulação extracorpórea, 
TCI, estimulador de nervo periféricos, aparelho de ultrassonografia etc. 
 
 
 
 
 
 
110 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
PÚBLICO-ALVO 
 
Este treinamento deverá ser voltado à equipe de saúde, com ênfase aos profissionais 
que compõem a equipe de enfermagem. Além de anestesistas com menos experiências que 
poderão participar para dar continuidade ao projeto como facilitadores. 
 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Propõem-se que a ação aconteça in loco, no próprio ambiente de trabalho do Centro 
Cirúrgico, objetivando estimular a participação de todos os profissionais. 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
Levando em consideração o tema proposto e todas as vertentes que o cercam, 
propõem-se a realização da educação permanente com a utilização de simulação como 
método facilitador no processo de ensino-aprendizagem, julgado como um dos melhores 
mecanismos para o aperfeiçoamento da capacidade de reflexão, raciocínio clínico e 
desenvolvimento de aptidão (GARNER et al., 2018). 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
A simulação é uma tática de ensino e aprendizagem ativa, na qual há aplicabilidade 
de circunstâncias que simulam situações da vida real, e facilitam participação ativa e prática 
reflexiva dos envolvidos, instituído por três fases, sendo elas: briefing, participação e 
debriefing (CUERVA et al., 2018). 
O Briefing é composto pela pré-simulação, que através da utilização de materiais 
didáticos consegue viabilizar a aprendizagem do conteúdo sugerido. Nada mais é do que a 
etapa introdutória, que exterioriza os aspectos pertinentes à simulação para orientação dos 
ouvintes. A segunda fase denominada de participação ou simulação, é o momento ideal para 
instituir o desenvolvimento da vivência através da prática (TYERMAN et al., 2019). A terceira 
e última etapa desse método, titulada debriefing, é a fase reflexiva, realizada posteriormente 
à simulação. É através dela que poderemos questionar e instigar os participantes a raciocinar, 
facilitando o crescimento do aprendizado, atitudes e a conquista de novas habilidades, sendo 
ela na maioria das vezes responsável pelo conhecimento adquirido pelos ouvintes durante o 
treinamento (ABATZIS, 2015). 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
De modo geral, é recomendado que a capacitação em questão seja realizada em três 
etapas, de acordo com a descrição a seguir. 
 
o Primeira etapa – Briefing: O procedimento anestésico cirúrgico é uma atividade 
em conjunto da equipe multidisciplinar em favor de um paciente. Cada profissional 
recebeu diferentes formações para estar no Centro Cirúrgico, no entanto, é 
necessário que cada um esteja ciente da função de cada profissional. Uma breve 
explanação do que irá ocorrer e o que cada um deve fazer irá culminar com um 
 
 
111 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
trabalho em equipe com menos dúvida e maior eficiência. Expor o tipo de paciente, 
cirurgia e anestesia com antecedência permite a todos se prepararem melhor. 
Nesta etapa, o facilitador deve iniciar a dinâmica descrevendo os procedimentos 
necessários desde a entrada do paciente na sala de operação até o momento em 
que o anestesista libera o paciente para o cirurgião. Para construir o 
conhecimento, o facilitador deve fazer pausas para possíveis dúvidas e perguntas 
aos participantes, a fim de averiguar o conhecimento sobre o tema e compartilhar 
o mesmo para os demais. Detalhes técnicos devem ser abordados de maneira 
sistemática como abordado na temática da capacitação. 
 
o Segunda etapa – Simulação: Durante a criação da simulação, o facilitador deve 
descrever as atitudes tomadas com a abordagem ao paciente, sempre 
questionando os participantes e aguardando a interação. Uma narrativa com cada 
etapa do processo anestésico deve ser relatada ao público, como preparação do 
material, posicionamento para anestesia, acesso venoso, indução e manutenção 
(descritos nesta sequência para melhor entendimento). O ideal é que a simulação 
aborde um único tipo de anestesia de cada vez, assim evita-se confusão de 
assuntos, tornando a atividade mais breve e evitando déficit de atenção em 
exposições demoradas ou repetidas. Complicações podem ser acrescentadas à 
narrativa para alertar a equipe e expor o que pode dar errado, como por exemplo: 
esquecimento ou material com defeito, perda de acesso venoso, posicionamento 
inadequado, erro de administração de medicamentos, falha anestésica. “Como 
proceder?” São questionamentos que podem fazer a diferença na assistência ao 
paciente anestesiado. 
 
o Terceira etapa – Debriefing: Esta etapa trata-se de uma discussão sobre o 
ocorrido. O facilitador assume o papel de questionador instigando o público-alvo a 
relatar caso haja falha no atendimento, se o mesmo poderia ter sido feito de outra 
maneira e tirar todas as dúvidas que ainda possa existir sobre a função de cada 
profissional no momento da assistência. Aqui ocorrerá a síntese das ideias de 
todos os participantes, focando nos tópicos mais importantes. 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Cadeiras; 
 
o Datashow; 
 
o Sala cirúrgica higienizada sem previsão de procedimento; 
 
o Carro de Anestesia e Material de via aérea e ventilação; 
 
o Maleta de medicamentos. 
 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Sugere-se uma carga horária total de 01 hora e 30 minutos, sendo distribuída entre a 
aula teórica, onde de preferência seja abordado cada tipo de anestesia de forma isolada 
(geral, bloqueio de neuroeixo, bloqueios periféricos), simulação e avaliação do conhecimento 
adquirido. 
 
 
112 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
Propõem-se que o intervalo de tempo entre as capacitações deva acontecer segundo 
a necessidade do setor e da instituição. Todavia, é recomendando que a educação 
permanente deva ser aplicada semestralmente até que todos os membros da equipe de 
enfermagem estejam familiarizados com as condutas anestésicos ou quando houver entrada 
de novos profissionais ou rotatividade da equipe de enfermagem do setor. 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
Para a avaliação sugere-se considerar o debriefing, instigando a reflexão, expressão 
de opiniões e construção de conhecimento em conjunto. Sendo assim, sentados em uma 
roda de conversa, todos os participantes devem elencar os pontos positivos e negativos da 
atividade, evidenciando o que pode ser melhorado para um momento futuro. Como forma de 
avaliar individualmente cada profissional, o facilitador poderá observar o desempenho de 
cada um, percebendo o grau de interesse e participação, bem como a capacidade de 
trabalhar em equipe. 
 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
113 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
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77462016000300925&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 15/01/2021. 
 
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OMS, Organização Mundial da Saúde. Segundo desafio global para a segurança do 
paciente: Cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS) / 
Organização Mundial da Saúde; tradução de Marcela Sánchez Nilo e Irma Angélica 
Durán – Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde; 
Agência Nacional de Vigilancia Sanitária, 2009. 
 
TYERMAN, J. et al. A systematic review of health care presimulation preparation and 
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em: https://doi.org/10.1016/j.ecns.2018.11.002. Acesso em: 15/01/2021. 
 
 
 
 
 
 
 
https://doi.org/10.1080/01443615.2017.1393403
 
 
114 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO XVII 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-
ANESTÉSICA 
 
 
Ana Beatriz Capela Cordovil 
Nayara de Fátima Cardoso Pereira da Silva 
Renata Campos de Sousa Borges 
Karen Silva de Castro 
Lauany Silva de Medeiros 
Milena Coelho Fernandes Caldato 
 Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
Ana Caroline Coutinho 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) é o local destinado a receber o 
paciente em pós-operatório imediato até que recupere a consciência e obtenha a retomada 
dos sinais vitais estáveis. Configura-se em um ambiente onde o paciente submetido ao 
procedimento anestésico-cirúrgico deve receber o monitoramento das equipes de saúde sob 
constante observação e atenção da equipe de enfermagem (EBSERH, 2017; SOBECC, 
2013). 
A SRPA deve atender às normas vigentes quanto a sua estrutura física, bem como 
possuir suporte de equipamentos e materiais especializados (cama ou maca de recuperação 
com grade; ventilador pulmonar adulto e infantil; fonte de oxigênio e vácuo; monitor cardíaco; 
oxímetro de pulso; aspirador e etc.), além de profissionais altamente treinados para prestar 
assistência de qualidade, visto que as complicações pós-operatórias imediatas ocorrem em 
até 25% dos pacientes e a taxa de mortalidade pós-cirúrgica é de 0,5 a 5%, ressaltando que 
a maioria dos casos são situações evitáveis (CARVALHO; BIANCHI, 2016; MACENA, 
ZEFERINO E ALMEIDA, 2014). 
Portanto, fatores como a infraestrutura, a falta de protocolos e de padronização das 
ações da equipe de enfermagem na SRPA podem implicar no aumento do índice de 
complicações, das despesas financeiras do hospital com internações e sofrimento por parte 
do paciente e familiares (MACENA; ZEFERINO; ALMEIDA, 2014). 
Diante disso, segundo Santos et al. (2017) a assistência a pacientes provindos de 
procedimentos cirúrgicos suscita que a atenção da equipe de enfermagem deve permanecer 
voltada para as especificidades individuais de cada paciente, embasada por respaldo 
científico. Desta forma, é essencial uma assistência que garanta a segurança deste indivíduo 
e que mantenha subsídios para impedir a ocorrência de complicações ou minimizá-las 
quando estas já estiverem instaladas (ARAÚJO et al., 2011). 
 
 
 
 
115 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
OBJETIVO 
 
Ofertar um plano de ação educativa com a utilização de estratégias ativas 
direcionadas à equipe de enfermagem envolvida no atendimento ao paciente na SRPA, 
visando o aprimoramento e ampliação na qualidade da assistência. 
 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
A recuperação segura do paciente no período pós-operatório na SRPA não se limita 
apenas ao uso de recursos e equipamentos de monitorização, como também consiste em 
sua associação aos cuidados prestados de enfermagem embasados ao conhecimento 
técnico-científico e de suas habilidades na intervenção imediata às complicações e eventos 
adversos que envolvem o processo anestésico e a complexidade dos procedimentos 
cirúrgicos (DILL; ARBOIT; KAEFER, 2018). 
A preocupação com a qualidade da oferta da assistência de enfermagem ao paciente 
cirúrgico tem sido busca frequente nas rotinas dos hospitais, visto que seu principal objetivo 
é garantir a segurança do paciente, atuando com prontidão e competência diante das 
situações complexas relacionadas aos cuidados na SRPA. Entre as atribuições desta equipe 
destacam-se funções vitais para evolução e desfecho do quadro clínico do paciente por meio 
da realização de procedimentos como: manter a cabeceira elevada do leito quando 
permitido; garantir o aquecimento do paciente; a oferta de oxigênio se necessário; monitorar 
o pulso; eletrocardiograma; frequência respiratória; pressão arterial e a saturação de 
oxigênio, além da atenção à estabilização dos aspectos psicoemocionais do paciente (KLEIN 
et al., 2019). 
Logo, os pacientes localizados na SRPA são os mais vulneráveis a apresentar 
desestabilização hemodinâmica, o que requer a coleta de informações relevantes como: 
classificação American Society of Anesthesiologists (ASA), técnica anestésica e medicações 
utilizadas, tipo de cirurgia e complicações ocorridas, perda hídrica ou sanguínea, sondas 
drenos, cateteres, acessos venosos, assim como a utilização de escalas de avaliação como 
Índice de Aldrete e Kroulik Modificado e o Índice de Steward (SANTOS et al., 2017; ANVISA, 
2017). 
A equipe de enfermagem que atua na assistência ao paciente na SRPA deve possuir 
competência altamente qualificada para proporcionar uma recuperação tranquila e segura ao 
seu paciente. Dessa forma, se faz necessária a constante capacitação e acompanhamento 
do conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca da sua atuação na SRPA 
mediante a importância para o desfecho clínico e efetividade das funções exercidas, em que 
a competência e a qualificação devem ser premissas básicas no processo de atendimento 
(SOUZA; SILVA; BASSINE, 2020). 
 
PÚBLICO-ALVO 
 
O público-alvo desta ação envolve os profissionais de enfermagem (enfermeiros e 
técnicos de enfermagem) que atuam no setor do Centro Cirúrgico, especificamente na SRPA. 
 
 
 
 
 
116 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
LOCAL DE REALIZAÇÃO 
 
Com a finalidade de instigar o conhecimento e capacitação acerca da assistência 
prestada ao paciente na SRPA, propõem-se que esta estratégia educativa seja desenvolvida 
in loco para o melhor aproveitamento e capacitação dos profissionais no local de trabalho. 
 
 
PROPOSTA DE EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
 
Conforme o tema proposto deste capítulo, recomenda-se estratégias ativas voltadas 
para a estimulação de ações transformadoras e promoção da autonomia, baseando-se em 
experiências profissionais, com a condução nos princípios teóricos apresentados por Paulo 
Freire, enfatizando o raciocínio crítico-social dos conteúdos a serem debatidos e 
proporcionando a capacitação de um profissional autônomo, capaz de resolver problemas a 
partir dos seus conhecimentos advindos da realidade profissional (SOUZA; SILVA; SILVA, 
2018). 
 
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS SUGERIDAS PARA A ABORDAGEM 
 
A inserção de métodos ativos de ensino permite o papel ativo dos participantes na 
construção do saber, tornando-os agentes críticos e reflexivos acerca da atuação profissional 
no qual se envolve (WEBER; FIRMINI; WEBER, 2019). 
Para o desenvolvimento da educação permanente é imprescindível a associação da 
teoria e prática, desse modo, recomenda-se a utilização do método de simulação clínica, 
considerada uma estratégia eficaz para a execução e treinamento de procedimentos práticos 
e habilidosos, no qual permitem a integração da equipe aos cuidados de enfermagem, de 
modo a vivenciar a situaçãoespecífica, admita o repensar da sua conduta e reflexões 
relacionadas ao tema proposto. Sua finalidade consiste em identificar os erros ou equívocos 
ocasionados na assistência a fim de solucioná-los, incentivando a agregação dos saberes de 
cada participante juntamente com a equipe e proporcionando um ambiente harmônico 
(SOUZA; SILVA; SILVA, 2018; SANTOS et al., 2018). 
 
DESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
A seguir, serão descritas as etapas necessárias para o planejamento e execução da 
estratégia educativa proposta neste capítulo. 
 
o Primeira etapa – Planejamento: nesta etapa é necessária a organização do 
cenário em que será feita a simulação. É fundamental que seja preparado 
antecipadamente in loco a fim de garantir a reprodução exata da realidade clínica 
que será apresentada. O planejamento do cenário precisa ser construído de 
acordo com os objetivos que se deseja alcançar, ou seja, assistência de 
enfermagem na SRPA adequada. É relevante a organização prévia dos materiais 
como: estetoscópio; fonte de oxigênio e vácuo; monitor cardíaco; oxímetro de 
pulso; eletrocardiógrafo; maca hospitalar com grade; medicamentos; cama ou 
maca de recuperação com grade; laringoscópio adulto ou infantil; aspirador; 
carrinho de emergência ou de acordo com o disponibilizado pela instituição. 
 
 
117 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Preferencialmente deverão ser colocados em pontos estratégicos a fim de 
estimular na tomada de decisão dos participantes diante da situação clínica 
contextualizada. 
 
 Para a supervisão de uma simulação, recomenda-se a definição prévia dos objetivos 
temáticos que os participantes devem alcançar. Dessa forma, recomendamos a utilização do 
seguinte Checklist com dez pontos-chave fundamentais que deverá ser realizado pelos 
participantes e checado pelo facilitador durante a execução: 
 
Quadro 01 – Dez pontos chave para avaliação na SRPA 
1 – Conferir a identificação do paciente; 
2 – Registrar a hora de admissão na SRPA; 
3 – Identificar o tipo de anestesia e observar local da incisão cirúrgica; 
4 – Avaliar o estado mental e o nível de consciência; 
5 – Avaliar e registrar controle da dor; 
6 – Manter o paciente aquecido; 
7 – Checar os equipamentos e monitores; 
8 – Registrar os sinais vitais (temperatura; pressão arterial; frequência cardíaca e 
respiratória); 
9 – Verificar a inserção de dispositivos; 
10 – Aplicar o Índice Aldrete e Kroulik para estabelecer os critérios de alta da SRPA (tem como 
proposta a avaliação dos sistemas cardiovascular, respiratório, nervoso central e muscular 
dos pacientes submetidos à ação dos fármacos e técnicas anestésicas, por parâmetros 
clínicos de fácil verificação, como frequência respiratória, pressão arterial, atividade muscular, 
consciência e saturação periférica de oxigênio mediante oximetria de pulso). 
Fonte: Acervo das autoras. 
 
É importante estabelecer um número por grupo a ser trabalhado, no máximo de duas 
a três pessoas por sessão, além de conhecer as expectativas dos participantes e o que 
esperam a fim de que todos consigam ter melhor aproveitamento (KANEKO; LOPES, 2019). 
Tempo estimado: 30 minutos. 
 
o Segunda etapa – Orientação e prática da simulação: nesta etapa serão 
ofertadas aos participantes orientações e informações acerca da simulação que 
será realizada, de forma que todos possam ser preparados para o 
desenvolvimento da experiência. Os participantes serão convidados a observar 
todo o cenário e, posteriormente, um caso clínico impresso será entregue a cada 
participante (contendo as principais informações do paciente, como anamnese; 
exame físico; procedimento cirúrgico no qual o paciente fictício foi submetido); será 
entregue outra ficha impressa com o Índice de Aldrete e Kroulik para ser aplicada 
ao final da simulação obtendo os critérios necessários para a alta do paciente da 
SRPA. O paciente fictício pode ser um manequim de simulação ou um dos 
participantes e os demais deverão colocar em prática a assistência de 
enfermagem conforme a rotina da instituição (SASSO et al., 2015). Tempo 
estimado: 30 minutos 
 
 
 
118 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
o Terceira etapa – Feedback: após a experiência com a simulação, o facilitador 
deverá convidar os participantes para uma roda de conversa em que serão 
estimuladas reflexões e análises das ações que foram desenvolvidas. Deve-se 
encorajá-los a externar o que vivenciaram e refletir sobre as condutas ou situações 
que precisam ser revistas. Nesta etapa, o facilitador deverá esclarecer através de 
uma breve explanação teórica sobre os pontos-chave propostos na simulação, 
logo, o conhecimento para a aprendizagem poderá ser consolidado e inserido nas 
futuras práticas profissionais (SASSO et al., 2015). O objetivo, portanto, é a 
construção do saber, destacando os pontos positivos e negativos e permitindo que 
o participante tenha competência para responder a questões críticas. Tempo 
estimado: 30 minutos. 
 
MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
o Sala reservada para reuniões de pequenos grupos ou SRPA para facilitar a 
construção do cenário; 
 
o Instrumentos e Equipamentos utilizados na SRPA, conforme a rotina da instituição; 
 
o Manequim de simulação; 
 
o Cadeiras; 
 
o Ficha com o Índice de Aldrete e Kroulik e caso clínico impressos; 
 
o Canetas e papel A4 para anotações de enfermagem. 
 
CARGA HORÁRIA 
 
Para a execução da capacitação poderá ser utilizado o tempo máximo de 01 hora e 
30 minutos por sessão. 
 
PERIODICIDADE DA EXECUÇÃO DA AÇÃO 
 
O serviço de saúde deve promover a capacitação de seus profissionais antes do início 
das atividades e de forma permanente em conformidade com as atividades desenvolvidas 
(BRASIL, 2011). Levando esse aspecto em consideração, pode-se propor que as ações 
sejam executadas pelo menos 1 vez a cada trimestre, assim como em momentos de 
transferências de outros profissionais para o setor ou necessidade manifestada pela equipe. 
 
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO 
 
O profissional poderá ser convidado a participar novamente da mesma simulação 
enfatizando o que poderia ser feito com o propósito de estimular a auto-avaliação de sua 
postura diante da problemática. A avaliação da eficiência da ação poderá ser efetivada 
através do momento de compartilhamento do conhecimento adquirido que ocorrerá após as 
sessões, por meio do feedback. 
 
 
 
119 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
RESUMO DO CAPÍTULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ARAÚJO, E, A, G, de et al. Sistematização da Assistencia de Enfermagem na Sala de 
Recuperação Pós-Anestésica. Revista Sobecc, São Paulo, v. 3, n. 16, p. 43-51, jul. 2011. 
Disponível em: https://revista.sobecc.org.br/sobecc/article/view/207/pdf-a. Acesso em: 08 
jan. 2021. 
 
Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e 
Centro de Material e Esterilização (SOBECC). Práticas recomendadas SOBECC: centro 
1 (uma) hora 
e 30 (trinta) 
minutos. 
 
 
 
120 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
de material e esterilização, centro cirúrgico, recuperação pós-anestésica. 6ª ed.Barueri: 
Manole/SOBECC; 2013. 
 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Assistência Segura: Uma Reflexão 
Teórica Aplicada à Prática Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2017. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução-RDC nº 63, de 25 de novembro de 2011. 
Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de 
Saúde. Brasil, Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2011/rdc0063_25_11_2011.html. Acesso 
em: 13 jan. 2021. 
 
CARVALHO, R; BIANCHI, E, R, F (org.). Enfermagem em Centro Cirúrgico e 
Recuperação. 2. ed. Barueri, Sp: Editora Manole, 2016. 432 p. 
 
DILL, M, C, P; ARBOIT, E,L; KAEFER, C, T. Percepções Acerca de um Instrumento para 
Avaliação e Alta da Sala Recuperação Pós-Anestésica. J. res.: fundam. Care, v. 10 n. 3, p. 
711-719, 2018. 
 
EBSERH. Protocolo Clínico Sala de recuperação Pós-anestésica. 2017. Disponível em: 
http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1106060/PRO.ANEST.007+-
+RECUPERA%C3%87%C3%83O+P%C3%93S-ANEST%C3%89SICA.pdf/122df117-b3b5-
428a-9e2d-308e90d27ef3. Acesso em: 13/01/2021. 
 
KANEKO, R, M, U; LOPES, M, H, B, M. Cenário em simulação realística em saúde: o que é 
relevante para a sua elaboração?*. Rev. esc. enferm. USP vol.53 São Paulo 2019 Epub 
May 30, 2019 
 
KLEIN, S, et al. SEGURANÇA DO PACIENTE NO CONTEXTO DA RECUPERAÇÃO PÓS-
ANESTÉSICA: UM ESTUDO CONVERGENTE ASSISTENCIAL. REV. SOBECC, SÃO 
PAULO. JUL./SET. 2019; 24(3): 146-153 
 
MACENA, M, D, A; ZEFERINO, M, G, M; ALMEIDA, D. Assistência do Enfermeiro aos 
pacientes em recuperação Pós Cirúrgica: cuidados imediatos. Rev Indicação cientifica da 
libertas. São Sebastião do Paraiso, v.4, n.1, p. 133-151, jul, 2014. 
 
SANTOS, M, R, et al. A importância da Assistência de Enfermagem na Sala de 
Recuperação PósAnestésica: Visão dos Monitores em Enfermagem Cirúrgica. 
In: Congresso Internacional de Enfermagem. 2017. 
 
SANTOS, J, L, et al. ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM DE GESTÃO EM ENFERMAGEM. Texto Contexto Enferm, 2018; 
27(2):e1980016 
 
SASSO, G, M, D, et al. GUIA METODOLÓGICO PARA SIMULAÇÃO EM ENFERMAGEM. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM. Florianópolis, 2015. 
 
 
 
121 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
SOUZA, C, D; SILVA, A, A; BASSINE, C, P, J. A importância da equipe de enfermagem na 
recuperação pós-anestésica. Fac. Sant’Ana em Revista, Ponta Grossa, v. 4, p. 4- 13, 1. 
Sem. 2020. 
 
SOUZA, E, F, D; SILVA, A, G; SILVA, A, I, L, F. Active methodologies for graduation in 
nursing: focus on the health care of older adults. Rev Bras Enferm [Internet]. 2018; 
71(suppl 2):920-4. [Thematic Issue: Health of the Elderly] DOI: 
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0150. 
 
WEBER, A, P, T; FIRMINI, F; WEBER, L, C. METODOLOGIAS ATIVAS NO PROCESSO 
DE ENSINO DA ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA. Revista Saúde Viva 
Multidisciplinar da AJES, Juína/MT, v. 2, n. 2, jan./dez. 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
122 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
ANEXO 
 
 
 FICHA DE AVALIAÇÃO PADRÃO DE TREINAMENTO / CAPACITAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
123 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
ÍNDICE REMISSIVO 
 
 
A 
 
Aprendizagem da equipe de enfermagem, 28 
Anestesiologia básica, 108 
Anotações de enfermagem, 83 
Assistência de enfermagem, 48, 62, 114 
 
B 
 
Bases legais, 24 
Biossegurança, 41 
 
C 
 
Capacitações, 31 
Centro cirúrgico, 18 
Classificação cirúrgica, 101 
Controle de infecção, 41 
Cuidados emergenciais, 62 
 
D 
 
Diagnóstico situacional, 18 
 
E 
 
Educação permanente, 18 
 
H 
 
Humanização da assistência, 76 
 
I 
 
Instrumentação cirúrgica, 54 
 
P 
 
Parada cardiorrespiratória, 48 
Período perioperatório, 83 
Posicionamento cirúrgico, 94 
Prevenção de lesões por pressão, 94 
 
 
 
124 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
P 
 
Recém-nascido, 62 
Recuperação pós-anestésica, 114 
 
S 
 
Sala operatória, 69 
Segurança do paciente, 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
125 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico |a todos! 
 
 
 
 
 
 
Profª. Daniele Lima dos Anjos Reis 
 
 
 
13 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE I........................................................................................................................... 15 
SOBRE O QUE IREMOS FALAR? 
 
CAPÍTULO I................................................................................................................... 
O Objeto de Estudo deste Manual 
 
CAPÍTULO II.................................................................................................................... 
15 
 
 
18 
Diagnóstico situacional da Educação Permanente no Centro Cirúrgico do Hospital 
Regional de Tucuruí – PA 
 
CAPÍTULO III................................................................................................................... 24 
Educação Permanente em Saúde: Bases Legais e Conceituais 
 
CAPÍTULO IV................................................................................................................... 28 
Levantamento das Necessidades de Aprendizagem da Equipe de Enfermagem 
 
UNIDADE II............................................................................................................................. 
PROPOSTA PARA A EXECUÇÃO DO MANUAL DE ORIENTAÇÕES PARA A 
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM CENTRO CIRÚRGICO 
31 
 
CAPÍTULO V................................................................................................................. 
 
31 
Apresentação dos Temas para Capacitações 
CAPÍTULO VI.................................................................................................................. 33 
Segurança do Paciente Cirúrgico 
CAPÍTULO VII.................................................................................................................. 41 
Controle de Infecção e Biossegurança em Centro Cirúrgico 
 
CAPÍTULO VIII................................................................................................................. 48 
Assistência de Enfermagem durante uma Parada Cardiorrespiratória 
 
CAPÍTULO IX................................................................................................................ 54 
Instrumentação Cirúrgica 
 
CAPÍTULO X.................................................................................................................. 62 
Assistência de Enfermagem nos Cuidados Emergenciais ao Recém-Nascido 
 
CAPÍTULO XI................................................................................................................... 69 
Montagem da Sala Operatória 
 
 
 
 
14 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
CAPÍTULO XII.................................................................................................................. 76 
Humanização da Assistência em Centro Cirúrgico 
 
CAPÍTULO XIII................................................................................................................. 83 
Anotações de Enfermagem no Período Perioperatório 
 
CAPÍTULO XIV................................................................................................................ 94 
Posicionamento Cirúrgico e Prevenção de Lesões por Pressão 
 
CAPÍTULO XV................................................................................................................ 101 
Classificação Cirúrgica 
 
CAPÍTULO XVI................................................................................................................ 108 
Anestesiologia Básica 
 
CAPÍTULO XVII............................................................................................................... 114 
Assistência de Enfermagem na Sala de Recuperação Pós-Anestésica 
 
ANEXO................................................................................................................................ 122 
 
ÍNDICE REMISSIVO................................................................................................................ 123 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
UNIDADE I: SOBRE O QUE IREMOS FALAR? 
 
 
 
CAPÍTULO I 
 
O OBJETO DE ESTUDO DESTE MANUAL 
 
 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
 
O objeto de estudo deste Manual de Orientações é a Educação Permanente, 
considerada uma medida capaz de transformar as práticas educativas nos campos da 
formação, atenção, gestão, formação de políticas, participação popular e controle social no 
setor saúde (BRASIL, 2018a). 
O termo “Educação Permanente em Saúde” (EPS) refere-se a um processo de 
aprendizagem que possibilita a construção de conhecimentos a partir de situações 
vivenciadas no trabalho (BRASIL, 2018b). Nela, as temáticas estudadas são escolhidas com 
base nos problemas do cotidiano, de forma que a necessidade de conhecimento que emerge 
da prática leva à mudanças na formação e no desenvolvimento do profissional, colocando-o 
no centro do processo ensino-aprendizagem (GROSSI; KOBAYASHI, 2013). Assim, a 
aprendizagem só se torna significativa quando corresponde a um desejo do indivíduo (PARÁ, 
2017). 
No Brasil, os processos de Educação Permanente foram instituídos pela Portaria 
GM/MS nº 198/2004, sendo alterada pela Portaria GM/MS nº 1996/2007, que apresentou 
novas estratégias e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde (PNEPS) (BRASIL, 2009). 
A implantação dos processos de EPS baseia-se em diversas estratégias, como a 
criação dos Núcleos de Educação Permanente, realização de cursos de formação em 
metodologias educacionais em saúde, ações de integração ensino-serviço, entre outros. Tais 
processos realizam o encontro entre o mundo de formação e o mundo do trabalho, onde o 
aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho (SOUZA, 
2016). 
Cotrim-Guimarães (2009) refere que o desenvolvimento dos processos de EPS exige 
a adoção de metodologias ativas de aprendizagem, que considerem a articulação entre teoria 
e prática, a problematização da realidade, a participação ativa dos profissionais e atores 
sociais envolvidos, configurando-se num processo de aprendizagem mútua e significativa. 
Logo, a incorporação de metodologias ativas na EPS torna-se assertiva pela inserção 
de Tecnologias Educacionais (TE) como mediadoras das práticas educativas, pois estas só 
têm a contribuir e transformar positivamente os processos de trabalho no Sistema Único de 
Saúde (SUS), considerando que já são vistas como facilitadoras da aprendizagem e 
multiplicadoras do ensino (FARIAS et al., 2017). 
 
 
16 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Nesse contexto, Xelegat e Évora (2011) revelam que a busca pelo conhecimento para 
a melhoria da assistência de enfermagem nos serviços de saúde é constante e a adoção de 
novas TE colabora significativamente para a educação permanente dos profissionais. 
Constitui campo de atuação do profissional de enfermagem as instituições 
hospitalares, que são sistemas complexos que absorvem grande parte dos profissionais da 
saúde serviço (ADAMY et al., 2018). Um dos setores hospitalares em que há destaque para 
a atuação da enfermagem é o Centro Cirúrgico, por apresentar características assistenciais 
peculiares. 
Vale registrar que a contínua transformação oriunda dos avanços tecnológicos tem 
revolucionado as questões relacionadas ao ambiente cirúrgico no que se refere a materiais, 
equipamentos, técnicas e procedimentos, exigindo que a equipe de enfermagem que atua 
neste âmbito esteja sempre capacitada, atualizada e apta a prestar assistência de qualidade 
e com responsabilidade aos pacientes cirúrgicos (RIBEIRO; BONFIM; SILVEIRA, 2011). 
Ressalta-se a importância da EPS no contexto hospitalar, que se vislumbra como ação 
estratégica para contribuir com a transformação dos processos formativos,pedagógicos e 
assistenciais, bem como para a organização dos serviços de saúde, pois ela é vista como 
artifício efetivo para a qualificação dos trabalhadores e transformação dos cenários de prática 
do SUS em espaços de ensino-aprendizagem no exercício do trabalho (PEIXOTO et al., 
2013). 
A Educação Permanente em Enfermagem no Centro Cirúrgico tem o objetivo de 
propiciar aos profissionais conhecimentos técnicos específicos e o desenvolvimento de 
habilidades para uma assistência de maior qualidade e eficácia, considerando as 
especificidades do setor, o que gera desenvolvimento pessoal e profissional (RIBEIRO; 
BONFIM; SILVEIRA, 2011). 
Destarte, o processo de ensino-aprendizagem executado nas ações de Educação 
Permanente e mediado pelo uso de metodologias ativas favorece o desenvolvimento de 
competências concomitantemente à construção do conhecimento significativo (DIAS; 
VOLPATO, 2017). Assim, a integração entre teoria e prática fomentada pelos métodos ativos 
proporciona novas possibilidades de formação, que se faz mais sólida e coerente e torna 
efetiva a aprendizagem significativa, onde o educando é estimulado a construir o 
conhecimento ao invés de recebê-lo de forma passiva (PAIVA et al., 2016). 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ADAMY, E. K. et al. Tecendo a educação permanente em saúde no contexto hospitalar: 
relato de experiência. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, v. 08, p. 01-08, 
2018. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? Brasília: 
Ministério da Saúde, 2018a. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Manual Técnico 2018 - Programa para o Fortalecimento das Práticas de Educação 
Permanente em Saúde no SUS - PRO EPS-SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2018b. 
 
 
17 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 
 
COTRIM-GUIMARÃES, I. M. A. Programa de educação permanente e continuada da 
equipe de enfermagem da clínica médica do Hospital Universitário Clemente de Faria: 
análise e proposições. Dissertação (mestrado), 149 f. Escola Nacional de Saúde Pública 
Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2009. 
 
DIAS, S. R.; VOLPATO, A. N. (orgs). Práticas inovadoras em metodologias ativas. 
Florianópolis: Contexto Digital, 2017. 
 
FARIAS, Q. L. T. et al. Implicações das tecnologias de informação e comunicação no 
processo de educação permanente em saúde. Reciis – Rev Eletron Comun Inf Inov 
Saúde, v. 11, n. 4, out-dez. 2017. 
 
GROSSI, M.G.; KOBAYASHIA, R.M. A construção de um ambiente virtual de aprendizagem 
para educação a distância: uma estratégia educativa em serviço. Rev Esc Enferm USP, v. 
47, n. 3, p. 756-760, 2013. 
 
PAIVA, M. R. F. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa. 
SANARE, v. 15, n. 02, p.145-153, Jun./Dez., 2016. 
 
PARÁ. Secretaria de Estado de Saúde Pública. Diretoria de Gestão do Trabalho e 
Educação na Saúde. Coordenação de Educação na Saúde. Gerência de Educação 
Permanente. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: manual de 
orientações para projetos de formação em saúde. Belém: Sespa, 2017. 
 
PEIXOTO, L. S. et al. Educação permanente, continuada e em serviço: desvendando seus 
conceitos. Enfermería Global - Revista eletrónica trimestral de Enfermería, n. 29, p. 
324-340, 2013. 
 
RIBEIRO, M. B.; BONFIM, I. M.; SILVEIRA, C. T. Estratégias de capacitação da equipe de 
enfermagem de um centro cirúrgico oncológico. Rev SOBECC, v. 16, n. 03, p. 21-29, São 
Paulo, jul./ set., 2011. 
 
SOUZA, R. M. P. (org). Educação permanente em saúde: experiência viva na rede 
brasileira de escolas de saúde pública. Rio de Janeiro, RJ: ENSP / RedEscola, 2016. 
 
XELEGATI, R.; ÉVORA, W. D. M. Desenvolvimento de ambiente virtual de aprendizagem 
em eventos adversos em enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 19; n. 5, set.-
out., 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n5/pt_16.pdf. Acesso em: 08 jan 
2019. 
 
 
 
 
 
 
18 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO II 
 
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO PERMANENTE NO 
CENTRO CIRÚRGICO DO HOSPITAL REGIONAL DE TUCURUÍ – PA 
 
 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
A Unidade de Centro Cirúrgico é um conjunto de elementos destinados à atividade 
cirúrgica e à recuperação anestésica e pós-operatória imediata (CARVALHO; BIANCHI, 
2016). 
O Centro Cirúrgico é considerado um ambiente único e diferenciado dentro do 
ambiente hospitalar, devendo dispor de uma série de requisitos que o torna apto à realização 
do procedimento cirúrgico. Neste setor realizam-se técnicas estéreis que garantem a 
segurança do paciente atendido quanto ao controle de infecção. Por ser um local restrito, o 
acesso ao público é limitado, ficando restrito à circulação dos profissionais que lá atuam 
(SOBECC, 2017). 
No que se refere aos processos de Educação Permanente, verifica-se que as ações 
educativas realizadas no Centro Cirúrgico do Hospital Regional de Tucuruí (HRT) podem ser 
consideradas incipientes. Na maioria das vezes elas são realizadas fora do setor de trabalho, 
e devido à dinâmica laboral os profissionais de enfermagem apresentam dificuldades de se 
ausentar do seu serviço para o local onde ocorrem as capacitações, que são organizadas 
pelo Núcleo de Educação Permanente da instituição e coordenação setorial. Como 
consequência de ações realizadas de maneira esporádica, observa-se profissionais 
permeados de dúvidas a respeito de vários temas relacionados ao trabalho de enfermagem 
em Centro Cirúrgico. 
A responsabilidade das instituições hospitalares em colaborar com a execução da 
PNEPS está ancorada na Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, que 
trata da Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS, e traz em 
seus artigos 8º e 9º, incisos XII e IV, respectivamente, as competências de assegurar o 
desenvolvimento de educação permanente para seus trabalhadores e de ser campo de 
educação permanente para profissionais das Redes de Atenção à Saúde, conforme pactuado 
com o gestor público de saúde local (BRASIL, 2017). 
Assim, compreendendo a necessidade de qualificação dos profissionais de 
enfermagem do Centro Cirúrgico surgiu a necessidade de propor novas ações de EPS, 
substituindo as práticas esporádicas por práticas contínuas e sistematizadas e os “métodos 
didáticos baseados exclusivamente na transmissão de conhecimentos por métodos que 
permitam a problematização e o diálogo sobre os objetos de aprendizagem” (FUNESA, 2011, 
p. 20). 
A situação exposta impulsionou a realização de uma pesquisa, na qual foi traçado o 
perfil dos participantes; as práticas relacionadas à Educação Permanente; as possibilidades 
para a Educação Permanente e as necessidades de aprendizagem da equipe de 
enfermagem. 
 
 
 
19 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
PERFIL DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA 
 
A coleta de dados ocorreu entre os meses de maio e agosto de 2019, através da 
aplicação de um questionário à equipe de enfermagem atuante no Centro Cirúrgico do HRT. 
Participaram do estudo 11 enfermeiros e 22 técnicos de enfermagem, respeitando os critérios 
de inclusão estabelecidos. Os gráficos abaixo caracterizam o perfil profissional desses 
participantes. 
 
Gráfico 01 – Distribuição dos participantes quanto à categoria profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa de campo. 
 
No que se refere à categoria profissional, observa-se predominância de 
técnicos de enfermagem (67%) em relação a enfermeiros (33%) atuantesno Centro 
Cirúrgico do HRT no período de realização da pesquisa. 
 
Gráfico 02 – Distribuição dos participantes quanto ao sexo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa de campo. 
 
Em relação ao sexo constatou-se que 73% (24 profissionais) são do sexo feminino 
(sendo 06 enfermeiras e 18 técnicas de enfermagem), e 27% (09 profissionais) são do sexo 
masculino (sendo 05 enfermeiros e 04 técnicos de enfermagem). Esse fato mostra a 
0% 20% 40% 60% 80%
Enfermeiros
Técnicos de Enfermagem
33%
67%
0%
20%
40%
60%
80%
Masculino Feminino
27%
73%
 
 
20 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
prevalência do gênero feminino na Enfermagem, reflexo das condições históricas da 
profissão. 
 
Gráfico 03 – Distribuição dos participantes quanto à faixa etária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa de campo. 
 
Em relação ao sexo constatou-se que 73% (24 profissionais) são do sexo feminino 
(sendo 06 enfermeiras e 18 técnicas de enfermagem), e 27% (09 profissionais) são do sexo 
masculino (sendo 05 enfermeiros e 04 técnicos de enfermagem). Esse fato mostra a 
prevalência do gênero feminino na Enfermagem, reflexo das condições históricas da 
profissão. 
 
Gráfico 04 – Distribuição dos participantes quanto ao tempo de atuação no Centro 
Cirúrgico do HRT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa de campo. 
 
Por meio do gráfico 04 pode-se observar que a maioria dos enfermeiros e técnicos de 
enfermagem do Centro Cirúrgico do HRT já atuam no setor no mínimo há 03 anos (70%), o 
que remete à ideia de uma equipe assistencial de enfermagem consolidada e experiente. 
 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
20 - 30
anos
31 - 40
anos
41 - 50
anos
Mais de 50
anos
9%
42%
30%
18%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
06 meses -
11 meses
01 ano - 01
ano e 11
meses
02 anos -
02 anos e
11 meses
03 anos ou
mais
12%
3%
0%
18%
6%
3%
6%
52% Enfermeiros 
 Técnicos de Enfermagem 
 
 
21 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE 
 
Os gráficos apresentados abaixo buscam demonstrar a familiaridade dos profissionais 
participantes da pesquisa com os processos de Educação Permanente em Centro Cirúrgico, 
desvelando a participação em capacitações e o envolvimento no planejamento de ações 
educacionais no setor. 
 
Gráfico 05 – Respostas à questão: Você já participou de capacitações com temas 
relacionados à prática assistencial em Centro Cirúrgico? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa de campo. 
 
Gráfico 06 – Respostas à questão: Você participa do planejamento das ações de Educação 
Permanente no seu setor de trabalho? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa de campo. 
 
Pode-se afirmar que a maior parte dos profissionais de enfermagem participantes da 
pesquisa (73%) não participam ativamente do planejamento das ações de Educação 
Permanente no setor, além de nunca terem sido questionados sobre suas necessidades de 
aprendizagem, o que comprova a urgência na efetivação de novas práticas de EPS. 
 
6%
12%
82%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Sim, disponibilizado
pela instituição de
saúde
Sim, por meios
próprios
Não
9%
3%
73%
15%
0% 10%20%30%40%50%60%70%80%
Sim, participo ativamente do
processo
Sim, porém, não são consideradas
minhas necessidades de
aprendizagem
Não, nunca me questionaram sobre
minhas necessidades de
aprendizagem
Não, porém, já me questionaram
sobre minhas necessidades de
aprendizagem
 
 
22 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
POSSIBLIDADES PARA A EDUCAÇÃO PERMANENTE 
 
Quando questionados sobre quais métodos consideravam mais eficazes para facilitar 
os processos de Educação Permanente no setor, os profissionais de enfermagem apontaram 
variadas possibilidades para a execução de ações, conforme demonstrado pelo gráfico 
abaixo: 
 
Gráfico 07 – Respostas à questão: Quais métodos você considera eficazes para realizar 
capacitações com temas relativos à prática assistencial em Centro Cirúrgico? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Dados da pesquisa de campo. 
 
Os participantes da pesquisa apontaram as capacitações realizadas fora do setor de 
trabalho como estratégia principal, seguida das capacitações realizadas dentro do setor e da 
utilização de tecnologias educacionais como suporte de aprendizagem. 
A EPS evidencia-se como uma política estratégica para contribuir com a qualificação 
da assistência à saúde (PARÁ, 2017). Além disso, o caráter formador e transformador das 
práticas pedagógicas característico da EPS traz à luz os preceitos estabelecidos pelas 
metodologias ativas, consideradas ferramentas capazes de estimular a participação dos 
profissionais no processo de construção do conhecimento e no desenvolvimento de 
competências e habilidades requeridas para a aquisição do saber (COSTA; OLIVEIRA; 
DANTAS, 2020). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79%
70%
48%
6%
9%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Capacitações fora do setor de
trabalho
Capacitações dentro do setor
de trabalho
Utilização de tecnologias
educacionais (sites, ambientes
virtuais, aplicativos,…
Utilização de rádio e TV com
material educativo
Busca pessoal por conteúdos
na internet, cursos,
treinamentos e atualizações
 
 
23 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de 
setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do 
Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 
 
CARVALHO, R.; BIANCHI, E.R.F. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação. São 
Paulo: Manole, 2016. 
 
COSTA, J. A. C.; OLIVEIRA, J. D; DANTAS, D. R. Metodologias ativas e suas 
contribuições no processo de ensino-aprendizagem. In: Série Educar (org). Prática 
docente. Vol. 40. Belo Horizonte–MG: Poisson, 2020. 
 
FUNESA. Fundação Estadual de Saúde. Educação Permanente em Saúde no Estado de 
Sergipe: Saberes e Tecnologias para Implantação de uma Política. Livro do Aprendiz 2. 
Aracaju: FUNESA, 2011. 
 
PARÁ. Secretaria de Estado de Saúde Pública. Diretoria de Gestão do Trabalho e Educação 
na Saúde. Coordenação de Educação na Saúde. Gerência de Educação Permanente. 
Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: manual de orientações para 
projetos de formação em saúde. Belém: Sespa, 2017. 
 
Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro 
de Material e Esterilização – SOBECC. Diretrizes de práticas em enfermagem cirúrgica e 
processamento de produtos para a saúde. 7 ed. São Paulo: SOBECC, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO III 
 
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: BASES LEGAIS E 
CONCEITUAIS 
 
 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
Os estudos relacionados à Educação Permanente iniciaram na década de 60 e seu 
conceito estava atrelado apenas à educação de adultos. Posteriormente, tal conceito foi 
absorvido pelo setor saúde ao perceber-se a necessidade permanente de qualificação dos 
profissionais e trabalhadores, com vistas à formação crítica e reflexiva para a transformação 
da realidade (CAMPOS; SENA; SILVA, 2017; PEIXOTO et al., 2013). Assim, a área da saúde 
passa a ter como desafio a incorporação de processos educativos ao cotidiano laboral 
(SARRETA, 2009). 
As primeiras discussões, em âmbito internacional, acerca da EPS emergiram pela 
existência de falhas relacionadas à formação das equipes de saúde, identificadas pela 
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que fomentou debates para a construção de 
um novo modelo pedagógico que melhorasse as práticas na saúde (LAVICH, 2014). A OPAS 
conceituou EPS como sendo um “processo dinâmico de ensino e aprendizagem, ativo e 
contínuo, com a finalidade de capacitação depessoas e grupos, frente à evolução 
tecnológica, às necessidades sociais e aos objetivos e metas institucionais” (PEIXOTO et al., 
2013, p. 332). 
De acordo com Ceccim (2005), a escolha pela designação “Educação Permanente 
em Saúde” torna-se mais pertinente que apenas “Educação Permanente” devido a proposta 
de Educação Permanente dos trabalhadores da área da saúde para alcançar o 
desenvolvimento dos sistemas de saúde na região. 
No Brasil, até o início da década de 1960 a prioridade era sanar a situação sanitária 
precária do país. Por este motivo, os assuntos relacionados ao desenvolvimento de recursos 
humanos em saúde não eram debatidos e nem incluídos na agenda política brasileira, 
passando a constituir pauta para a construção de políticas públicas somente a partir da 8ª 
Conferência Nacional da Saúde, ocorrida em 1986 (MORAES; DYTZ, 2015). 
Estudo recente realizado por Campos, Sena e Silva (2017) mostra que há uma 
evolução conceitual a respeito da EPS no Brasil, estando incorporadas as bases da 
problematização, a contextualização da realidade de trabalho, novas pedagogias e o 
pensamento reflexivo. 
A ocorrência da 10ª Conferência Nacional da Saúde, em 1996, norteou a criação de 
programas permanentes de formação, capacitação, educação continuada dos profissionais 
da saúde (CAMPOS; SENA; SILVA, 2017). O Ministério da Saúde, gestor federal do SUS, 
criou, em 2003, a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), 
tendo a função de promover a integração do setor saúde com o setor educação, propiciando 
o fortalecimento das instituições formadoras de profissionais, bem como fortalecendo a 
relação entre as gestões do SUS (federal, estaduais e municipais) no que se refere aos 
 
 
25 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
planos de formação, qualificação e distribuição das ofertas de educação e trabalho na área 
de saúde (BRASIL, 2004). 
A criação da SGTES proporcionou avanços para a área da educação profissional em 
saúde (CAMPOS; SENA; SILVA, 2017), sendo instituída a Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde (PNEPS) em 13 de fevereiro de 2004, pela Portaria GM/MS nº 198, 
como estratégia do SUS para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor. 
A SGTES é integrada pelo Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES), pelo 
Departamento de Planejamento e Regulação da Provisão de Profissionais de Saúde 
(DEPREPS) e pelo Departamento da Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde 
(DEGERTS) (BRASIL, 2009). 
As atividades realizadas pelo DEGES, que tem a atribuição de implementar a PNEPS, 
foram estruturadas em três coordenações: 1- Ações Estratégicas em Educação na Saúde 
(responsável pelo trabalho com a educação superior); 2- Ações Técnicas em Educação na 
Saúde (responsável pela educação profissional) e 3- Ações Populares de Educação na 
Saúde (responsável pela educação popular em saúde) (BRASIL, 2005). 
Após aprovação e pactuação da referida política, o DEGES iniciou o processo de 
estruturação dos Pólos de EPS e a aprovação de outros projetos (BRASIL, 2004). Esses 
Pólos configuram-se como rodas de debate, conceituadas como “instâncias colegiadas que 
servem para a articulação, o diálogo, a negociação e a pactuação interinstitucional [...] onde 
atores se encontram e pensam juntos as questões da Educação Permanente em Saúde” 
(BRASIL, 2005, p. 16). 
Dentre as instâncias que constituem os Pólos de EPS estão gestores estaduais e 
municipais; universidades e instituições de ensino com cursos na área da saúde, Escolas de 
Saúde Pública; Centros Formadores; Núcleos de Saúde Coletiva; Escolas Técnicas de Saúde 
do SUS; hospitais de ensino; estudantes da área de saúde; trabalhadores da área da saúde; 
Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde; movimentos ligados à gestão social das 
políticas públicas de saúde, entre outros (BRASIL, 2004). 
Como prosseguimento à gestão dos processos, a PNEPS foi atualizada pela Portaria 
GM/MS nº 1.996 de 20 de agosto de 2007, que definiu novas diretrizes e estratégias para a 
implementação efetiva da EPS, adequando-a às diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde, 
estabelecido pela Portaria GM/MS nº 399, de 22 de fevereiro de 2006. A PNEPS, então, 
passou a ser conduzida por meio dos Colegiados de Gestão Regional, por meio do Pacto 
pela Saúde (BRASIL, 2009; BRASIL, 2006). 
Ainda, os Pólos de EPS foram substituídos por Comissões Permanentes de 
Integração Ensino-Serviço (CIES), sendo estas conceituadas como “instâncias intersetoriais 
e interinstitucionais permanentes que participam da formulação, condução e 
desenvolvimento da Política de Educação Permanente em Saúde previstas no Artigo 14 da 
lei 8080/90 e na NOB/RH-SUS” (BRASIL, 2009, p. 08). 
Atualmente, a temática aqui tratada é alvo de muitas discussões em âmbito nacional, 
que debatem a necessidade de atualização da PNEPS. Ainda que muitos desafios tenham 
sido superados no campo da operacionalização das ações de EPS, foram verificadas 
dificuldades de naturezas diversas em relação à implementação das diretrizes da PNEPS 
nos níveis municipal, estadual e federal, remetendo à ideia de que ainda há muito o que 
avançar (BRASIL, 2018b; BRASIL, 2018a). 
Assim, constata-se o desenvolvimento de estratégias e métodos pelo Ministério da 
Saúde, por meio da SGTES, com a divulgação de medidas para a retomada da PNEPS no 
país, tento em vista que a EPS é uma estratégia inerente ao processo de trabalho (BRASIL, 
2018c). Essas medidas são destacadas na publicação “Política Nacional de Educação 
 
 
26 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento?”, na qual a 
SGTES buscou “apontar caminhos, a partir de consensos, para que a PNEPS se mantivesse 
na agenda do país e que, de fato, seja implementada em cada espaço onde haja o SUS” 
(BRASIL, 2018a, p. 07). 
Desta maneira, não há dúvidas de que a institucionalização da PNEPS é uma grande 
conquista brasileira e marco para a formação e trabalho em saúde no país e, para que seja 
efetivada de forma eficiente, concorda-se com Sarreta (2009) ao referir que a educação na 
saúde deve ser executada considerando a corresponsabilização entre o Ministério da Saúde 
e as secretarias estaduais e municipais de saúde. 
Conclui-se que para que haja transformação efetiva da qualidade dos serviços de 
saúde pública neste país é imprescindível a qualificação contínua dos profissionais que 
atuam no SUS (GONÇALVES, 2017). 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? Brasília: 
Ministério da Saúde, 2018a. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Manual Técnico 2018 - Programa para o Fortalecimento das Práticas de Educação 
Permanente em Saúde no SUS - PRO EPS-SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2018b. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Planejamento das Ações de Educação 
Permanente em Saúde no Sistema Único de Saúde: Orientações. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2018c. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação 
Permanente em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 
2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes 
Operacionais do Referido Pacto. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Departamento de Gestão da Educação na Saúde. A educação permanente entra na 
roda: pólos de educação permanenteem saúde: conceitos e caminhos a percorrer. 2. ed. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS Caminhos para a Educação 
Permanente em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 
 
 
 
27 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
CAMPOS, K. F. C.; SENA, R. R.; SILVA, K. L. Educação permanente nos serviços de 
saúde. Esc Anna Nery, v. 21, n. 4, p. 01-10, 2017. 
 
CECCIM, R. B. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. 
Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.161-77, set. 2004/fev. 2005. 
GONÇALVES, V.M.A. Educação permanente e parada cardiorrespiratória: um relato de 
experiência no âmbito da enfermagem. Gerais: Revista de Saúde Pública do SUS/MG, v. 
2, n. 2, p. 47-58, 2017 
 
LAVICH, R. P. C. Atuação dos enfermeiros do núcleo de educação permanente em 
enfermagem em um hospital de ensino. Dissertação (mestrado). Universidade Federal de 
Santa Maria, Santa Maria (RS), 2014. 
 
MORAES, K. G.; DYTZ, J. L. G. Política de Educação Permanente em Saúde: análise de 
sua implementação. ABCS Health Sci., v. 40, n. 3, p. 263-269, 2015. 
 
PEIXOTO, L. S. et al. Educação permanente, continuada e em serviço: desvendando seus 
conceitos. Enfermería Global - Revista eletrónica trimestral de Enfermería, n. 29, p. 
324-340, 2013. 
 
SARRETA, F. O. Educação permanente em saúde para os trabalhadores do SUS. São 
Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO IV 
 
LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DE APRENDIZAGEM DA 
EQUIPE DE ENFERMAGEM 
 
 
Com o intuito de desvelar as necessidades de aprendizagem da equipe de 
enfermagem atuante do Centro Cirúrgico do Hospital Regional de Tucuruí e obter subsídios 
para a elaboração deste Manual, foi realizado um levantamento junto ao público-alvo 
utilizando-se uma ferramenta de priorização de ações, denominada “Matriz de Priorização 
GUT” ou “Matriz GUT”. 
A “Matriz GUT”, elaborada pelos pensadores Kepner e Tregoe, é uma ferramenta 
gerencial utilizada sempre que for necessário priorizar ações dentro de um conjunto de 
alternativas, tendo como objetivo ordenar a importância delas pela sua GRAVIDADE (impacto 
do problema sobre as coisas, pessoas, resultados ou processos), URGÊNCIA (relação com 
o tempo disponível ou necessário para resolução do problema) e TENDÊNCIA (potencial de 
crescimento ou desaparecimento do problema), de forma racional. A ferramenta GUT auxilia 
na formação de estratégias, projetos e na coleta de dados (COSTA et al., 2017). 
O questionário aplicado à equipe de enfermagem conteve uma questão representando 
uma Matriz GUT com uma lista com situações problemas que foram observadas pela 
pesquisadora em seu ambiente de trabalho, bem como já relatados pela própria equipe de 
enfermagem do setor, por meio da técnica de brainstorming não estruturado, na oportunidade 
de reuniões setoriais em forma de roda de conversa; e possíveis temas de ações educativas 
relacionadas a estes problemas. O brainstorming não estruturado configura-se como uma 
boa estratégia para conhecer as percepções das pessoas que participam do momento, pois 
nessa metodologia as ideias são aleatoriamente expostas, à medida que o assunto evoluiu e 
se tem o momento mais oportuno para expor opiniões, além de deixar o ambiente mais 
relaxado (FILHO; ALVES, 2013). 
Nesse contexto, os 33 profissionais de enfermagem que participaram da pesquisa (11 
enfermeiros e 22 técnicos de enfermagem) foram orientados para o preenchimento dos 
campos G (gravidade), U (urgência) e T (tendência), pontuando através da utilização da 
escala que vai de 01 a 05, sempre na tentativa de responder aos seguintes questionamentos: 
Qual a gravidade do problema? Qual a urgência de se eliminar o problema? Qual a tendência 
e potencial de crescimento do problema? O resultado da multiplicação entre as 03 notas 
obtidas para cada problema (G x U x T) correspondeu ao total de pontuação, gerando um 
score para cada problema. 
A fim de reduzir a subjetividade no momento de atribuir a pontuação, recomendou-se 
a utilização dos seguintes critérios apresentados pela tabela abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 Tabela – 01: Critérios para pontuação da Matriz de Priorização GUT 
Fonte: Adaptado de Costa et al. (2017). 
 
Considerando o sugerido por Filho e Alves (2013), os itens elencados foram colocados 
em ordem decrescente, de modo que o item que apresentou maior pontuação foi considerado 
de maior prioridade na tomada de decisões, ocupando o primeiro lugar na lista. 
A análise desta questão revelou a Tabela de Matriz GUT abaixo com os resultados 
totalizados e em ordem de prioridade para a resolução dos problemas, por meio da média 
extraída dos escores apontados por cada participante, de cada ação em relação a cada 
categoria: 
 
Tabela 02 – Matriz GUT Totalizadora 
PROBLEMA IDENTIFICADO G U T TOTAL PRIORIZAÇÃO 
Não utilização do Checklist de Cirurgia Segura 5 5 5 125 1º 
Infecção em centro cirúrgico 5 5 5 125 1º 
Conhecimento incipiente sobre condutas 
durante uma parada cardiorrespiratória 
5 5 4 100 2º 
Baixa padronização no uso dos instrumentais 
e montagem da mesa de instrumentação 
cirúrgica 
5 5 4 100 2º 
Conhecimento incipiente sobre condutas 
emergenciais ao Recém-Nascido 
4 4 4 64 3º 
Desajustes na montagem e preparo da sala 
operatória 
3 4 4 48 4º 
Mecanização da assistência 4 4 3 48 4º 
Anotações de enfermagem ineficientes 5 3 3 45 5º 
Necessidade de utilização de posições 
cirúrgicas mais adequadas e confortáveis ao 
paciente 
4 3 3 36 6º 
Conhecimento incipiente sobre classificação 
cirúrgica 
4 3 3 36 6º 
Conhecimento incipiente sobre anestesiologia 3 3 3 27 7º 
Conhecimento incipiente sobre condutas na 
Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) 
3 2 3 18 8º 
Fonte: Dados da pesquisa de campo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA 
5 Extremamente grave Precisa de ação imediata 
Se não resolvido, irá piorar 
imediatamente 
4 Muito grave Muito urgente Vai piorar a curto prazo 
3 Grave Urgente Vai piorar a médio prazo 
2 Pouco grave Pouco urgente Vai piorar a longo prazo 
1 Sem gravidade Sem urgência, pode esperar Sem tendência de piorar 
 
 
30 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
COSTA, A. R. S. et al. Aplicação da Matriz GUT na gestão integrada de resíduos sólidos da 
cidade do Recife – PE. Revista AIDIS, v. 10, n. 2, p. 201-213, ago. 2017. 
 
FILHO, M. T.; ALVES, T. Ferramentas para gestão de resultados. Brasília: Senac-DF, 
2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
UNIDADE II – PROPOSTA PARA A EXECUÇÃO DO MANUAL DE 
ORIENTAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM CENTRO 
CIRÚRGICO 
 
 
CAPÍTULO V 
 
APRESENTAÇÃO DOS TEMAS PARA CAPACITAÇÕES 
 
 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
 
A incorporação das metodologias ativas no contexto das novas tendências 
pedagógicas, considerando a integração ensino-serviço, caracteriza-se como uma 
potencialidade para educadores, estudantes e trabalhadores, no contexto da atenção à saúde 
hospitalar, uma vez que possibilita a reflexão e o debate sobre a aprendizagem no contexto 
da prática em saúde e em enfermagem, estimulando a ressignificação de saberes e fazeres 
(ADAMY et al., 2018). 
No campo da Enfermagem, muitas discussões atuais direcionam para a aplicação de 
estratégicas didáticas que aproximem a prática assistencial da educacional e problematizem 
situações cotidianas do trabalho (SOBRAL; CAMPOS, 2012), impulsionando os processos 
de Educação Permanente nesta área. 
Concorda-secom Paiva et al. (2016) quando evidenciam a coerência do uso de 
métodos ativos nos processos educacionais voltados para os profissionais da saúde, pois há 
a percepção do interesse na resolução de problemáticas laborais e construção de novos 
saberes, considerando experiências prévias. Portanto, considerar o uso de metodologias 
ativas com o aporte das tecnologias educacionais proporciona aos profissionais de saúde o 
desenvolvimento do papel de orientador e facilitador de maneira mais criativa e ampla, 
fomentando processos educativos no contexto da EPS realmente significativos (DIAS; 
VOLPATO, 2017; NIETSCHE et al., 2012). 
As orientações metodológicas expostas a seguir pretendem servir de referência para 
os trabalhos relativos à Educação Permanente em Centro Cirúrgico a serem desenvolvidos, 
servindo como uma espécie de roteiro para o desenvolvimento das diversas etapas do 
processo. 
Nesta Unidade II foram reunidos os temas sugeridos para a realização das 
capacitaçõe, ofertando possibilidades estratégicas para a aplicação de métodos ativos em 
cada conteúdo trabalhado, considerando o ambiente de Centro Cirúrgico. 
Partindo da reflexão da ordem de priorização dos problemas elencados na tabela 
anterior (Tabela 2), pensou-se em elaborar um plano de capacitações com temas relativos 
às problemáticas apresentadas, obedecendo a priorização de resolução, conforme 
demonstrado na Tabela 03. 
 
 
 
 
 
32 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
Tabela 03 – Temas das capacitações conforme priorização 
PRIORIZAÇÃO TEMA DA CAPACITAÇÃO 
1º Segurança do paciente cirúrgico 
1º Controle de infecção e Biossegurança em Centro Cirúrgico 
2º Assistência de enfermagem durante parada cardiorrespiratória 
2º Instrumentação cirúrgica 
3º Assistência de enfermagem nos cuidados emergenciais ao Recém-nascido 
4º Montagem da sala operatória 
4º Humanização da assistência em Centro Cirúrgico 
5º Anotações de enfermagem no período perioperatório 
6º Posicionamento cirúrgico e prevenção de lesões por pressão 
6º Classificação Cirúrgica 
7º Anestesiologia Básica 
8º Assistência de enfermagem na Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) 
Fonte: Dados da pesquisa de campo. 
 
Desta forma, os próximos capítulos que compõem esta unidade abordam temáticas 
contendo os seguintes tópicos para melhor entendimento e aplicabilidade das propostas: 
Introdução; Objetivos; Temática da capacitação; Público-alvo; Local de realização; Proposta 
de execução da ação; Estratégias educacionais sugeridas para a abordagem; Descrição da 
execução da ação; Materiais necessários; Carga horária; Periodicidade da execução da ação; 
Estratégias de avaliação da ação; Resumo do capítulo e Referências. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ADAMY, E. K. et al. Tecendo a educação permanente em saúde no contexto hospitalar: 
relato de experiência. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, v. 08, p. 01-08, 
2018. 
 
DIAS, S. R.; VOLPATO, A. N. (orgs). Práticas inovadoras em metodologias ativas. 
Florianópolis: Contexto Digital, 2017. 
 
NIETSCHE, E. A. et al. Tecnologias inovadoras do cuidado em enfermagem. Rev Enferm 
UFSM, v. 02, n. 01, pag. 182-189, Jan-Abr, 2012. 
 
PAIVA, M. R. F. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa. 
SANARE, v. 15, n. 02, p.145-153, Jun./Dez., 2016. 
 
SOBRAL, F. R.; CAMPOS, C. J. G. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência 
de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP, v. 46, n. 
1, p. 208-218, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
33 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
 
CAPÍTULO VI 
 
SEGURANÇA DO PACIENTE CIRÚRGICO 
 
 
Daniele Lima dos Anjos Reis 
Kátia Simone Kietzer 
Renata Campos de Sousa Borges 
Milena Coelho Fernandes Caldato 
Maria Yasmin da Silva Moia 
Patrick Nery Igreja 
Ana Caroline de Oliveira Coutinho 
Rafael Vulcão Nery 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Os debates sobre a Segurança do Paciente ganharam forças no Brasil a partir da 
Portaria do Ministério da Saúde nº 529, de 01 de abril de 2013, que instituiu o Programa 
Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que tem por objetivo colaborar para a 
qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde no Brasil. 
Segurança do Paciente pode ser entendida como a diminuição a um mínimo aceitável do 
risco de dano desnecessário associado à assistência à saúde (MAGNAGO, 2020; BRASIL, 
2013). 
No que tange às complicações relacionadas à procedimentos cirúrgicos, afirma-se 
que estas respondem por grande proporção das mortes e lesões que podem ser evitadas em 
todo o mundo, estimando-se que eventos adversos afetem em torno de 3 a 16% de todos os 
pacientes (SILVA, 2020). 
Nesta conjuntura, a Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Aliança 
Mundial para a Segurança do Paciente, lançou, em 2009, o 2º Desafio Global divulgando a 
campanha “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, que tem por objetivo focar a atenção para os 
fundamentos e práticas nos procedimentos cirúrgicos, componentes estes essenciais da 
assistência à saúde. Esse novo Desafio Global objetiva aumentar a qualidade dos serviços 
de saúde de todos os lugares do mundo, contemplando a prevenção de infecções de sítio 
cirúrgico; a anestesia segura; a equipes cirúrgicas seguras e os indicadores da assistência 
cirúrgica (OMS, 2009). 
Com o intuito de assegurar que as etapas que promovem a cirurgia segura sejam 
cumpridas de uma maneira sistemática e oportuna, o protocolo “Cirurgias Seguras Salvam 
Vidas” incentiva o uso da “Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica”, sendo um Checklist 
para auxiliar as equipes cirúrgicas na redução do número de eventos adversos (OMS, 2014). 
O processo de implementação da Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica ou 
Checklist de Cirurgia Segura (nomenclatura que será adotada neste capítulo) em um Centro 
Cirúrgico, mesmo que pareça simples do ponto de vista administrativo, é um processo 
complexo, devido a dois fatores: a resistência dos profissionais à mudança e a adaptação da 
 
 
34 | Manual de Orientações para a Educação Permanente em Centro Cirúrgico | 
lista às necessidades do ambiente e da especificidade no local em que deve ser empregada 
(MANRIQUE et al., 2015). 
Estudos comprovam que a aceitação do Checklist como uma ferramenta universal tem 
sido criticada e a incorporação de boas práticas nos serviços ainda não se tornou realidade. 
A implementação do Checklist carece de prática cirúrgica ampla nos serviços de saúde, a fim 
de prevenir e reduzir os erros decorrentes de falhas (SANTANA, 2015). Sobre isso, assinala-
se que um dos motivos para a perpetuação das dificuldades de implementação de estratégias 
para a segurança do paciente cirúrgico envolve as capacitações e o treinamento de pessoal 
inadequados (OMS, 2009), apontando para a necessidade emergente de capacitações e 
aprimoramentos contínuos dos profissionais. 
 
OBJETIVO 
 
Apresentar estratégias para abordagem dos temas relativos à cirurgia segura, 
buscando possibilitar o aumento da segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, no 
local correto e no paciente correto, por meio do uso do Checklist de Cirurgia Segura, 
desenvolvida pela OMS. 
 
 
TEMÁTICA DA CAPACITAÇÃO 
 
 
Este treinamento tem como temática a implementação do Checklist de Cirurgia 
Segura, considerando o Protocolo da instituição de saúde. Esta atitude implica em uma ação 
participativa, no trabalho em equipe, na mudança de atitudes pessoais, na comunicação 
eficaz e no senso de responsabilidade de todos os membros da equipe cirúrgica, havendo 
necessidade de conhecimento por parte do profissional que a executará sobre sua 
aplicabilidade para o correto preenchimento (MANRIQUE et al., 2015). 
O Checklist de Cirurgia Segura foi proposto para ser aplicado em qualquer instituição 
hospitalar, independente da complexidade, pública ou privada, propiciando às equipes 
cirúrgicas seguir de forma sistemática a verificação de pontos críticos

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