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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: ENFERMAGEM DISCIPLINA: ANATOMIA NOME DO ALUNO: Érica Santos Santana de Oliveira RA: 2452778 POLO: SÃO VICENTE DATA: 30/04/2025 INTRODUÇÃO A Anatomia Humana é uma disciplina das Ciências Biológicas e Biomédicas que se dedica ao estudo das estruturas morfofuncionais que compõem o corpo humano, englobando sistemas, órgãos e tecidos (KAWAMOTO, 2016). Tecidos são unidades biológicas formadas por agrupamentos celulares com morfologia e função semelhantes, que atuam de maneira integrada para o desempenho de funções específicas. No organismo, os tecidos não ocorrem de forma isolada, estando organizados de forma associativa na constituição de órgãos e sistemas (MARIEB et al., 2014). Órgãos são estruturas anatômicas compostas por dois ou mais tipos de tecidos, que operam de forma coordenada para assegurar a execução de processos fisiológicos essenciais à homeostase corporal. Estes órgãos estão organizados funcionalmente em diferentes sistemas (MARIEB et al., 2014). Um sistema é um conjunto de órgãos interdependentes que atuam de maneira sinérgica na realização de funções específicas no organismo, como por exemplo: sistema cardiovascular, sistema respiratório, sistema nervoso, entre outros (MARIEB et al., 2014). Nesta unidade de estudo, abordaremos os seguintes sistemas: • O sistema nervoso, majoritariamente constituído por tecido nervoso, é responsável pela coordenação e controle das funções orgânicas, tanto as involuntárias — como os processos internos automáticos — quanto as voluntárias, que envolvem a interação com o ambiente. Divide-se em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP) (KAWAMOTO, 2016). • O sistema digestório é incumbido da digestão dos alimentos ingeridos, promovendo a absorção dos nutrientes essenciais e a eliminação dos resíduos não aproveitados pelo organismo. Compõe-se de estruturas como a cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, ânus e glândulas anexas (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). • O sistema urinário é formado por estruturas localizadas no abdome (rins e parte dos ureteres), pelve (ureteres, bexiga urinária) e pelo canal uretral, que comunica a bexiga com o meio externo. A principal função deste sistema está relacionada à filtração sanguínea, formação e excreção da urina, sendo os rins os principais órgãos responsáveis pela homeostase hidroeletrolítica e excreção metabólica (RUIZ, 2014). • O sistema genital, ou reprodutor, é responsável pela reprodução humana, sendo constituído pelos órgãos que produzem os gametas e pelas vias genitais que os conduzem. Este sistema também é responsável pela produção de hormônios sexuais, que participam no desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários, além da regulação da libido. Devido às diferenças anatômicas e fisiológicas, o estudo será dividido entre os sistemas reprodutor masculino e reprodutor feminino (KAWAMOTO, 2016). AULA 1 - ROTEIRO 1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO Sistema Nervoso Central e Periférico – Aspectos Anatômicos e Funcionais. O Sistema Nervoso Central (SNC) é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, estruturas localizadas no esqueleto axial — o encéfalo no interior da caixa craniana e a medula espinhal no canal vertebral. O SNC é especializado na recepção, integração e interpretação de estímulos sensoriais, bem como na geração de comandos motores e na coordenação das respostas corporais (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015). O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é constituído pelas vias neurais que transmitem impulsos do meio externo e interno ao SNC, e conduzem as respostas motoras até os órgãos efetuadores (músculos e glândulas). Está distribuído pelo corpo sob a forma de nervos cranianos e espinhais, gânglios e terminações nervosas (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015). O encéfalo, localizado no interior do crânio, é o centro integrador das sensações, da tomada de decisões e da execução das ações voluntárias e involuntárias (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A face ventral da ponte apresenta depressões lineares quase paralelas chamadas estriações transversais. Nessa região, observa-se uma depressão longitudinal central denominada sulco basilar, por onde passa a artéria basilar (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). O córtex cerebral é caracterizado por sua superfície enrugada, com elevações denominadas giros e sulcos denominados sulcos; os sulcos mais profundos são chamados fissuras (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015). • O giro pré-central corresponde à área motora primária, localizada anteriormente ao sulco central, sendo responsável pelos movimentos voluntários. • O giro pós-central, localizado posteriormente ao sulco central, compreende a área somestésica primária, relacionada à percepção das sensibilidades gerais (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015). Lobos Cerebrais: • Lobo frontal: situado anteriormente ao sulco central e inferiormente à fissura longitudinal, é responsável pelo planejamento, execução dos movimentos (inclusive oculares), e pela produção da fala (MARIEB et al., 2014). • Lobo parietal: estende-se do sulco central até o sulco parieto- occipital, processa estímulos somatossensoriais e participa da percepção espacial e da linguagem (MARIEB et al., 2014). • Lobo occipital: localizado na região posterior do cérebro, contém o córtex visual primário (MARIEB et al., 2014). • Lobo temporal: situado lateralmente, contém os córtices auditivo e olfatório e está envolvido na compreensão da linguagem, reconhecimento de faces e objetos (MARIEB et al., 2014). • Ínsula: localizada profundamente no sulco lateral, abriga áreas do córtex sensitivo visceral, incluindo o paladar (MARIEB et al., 2014). Áreas Funcionais Específicas: • Área de Wernicke: localizada no giro temporal superior do hemisfério dominante esquerdo, está envolvida na compreensão da linguagem oral e escrita (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). • Área de Broca: situada no lobo frontal do hemisfério dominante, é responsável pela produção da fala (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). Estruturas Corticais e Subcorticais: • Giros e sulcos: os giros frontais (superior, médio e inferior) delimitam funções cognitivas e motoras. No lobo temporal, os giros temporais superior, médio e inferior delimitam as áreas auditiva e de reconhecimento. O sulco calcarino e o sulco parieto-occipital delimitam regiões visuais importantes no lobo occipital. • Cúneo: estrutura triangular localizada entre o sulco calcarino e o sulco parieto-occipital. • Corpo caloso: principal estrutura comissural que conecta os hemisférios cerebrais. Divide-se em joelho (anterior), tronco (central) e esplênio (posterior) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Tronco Encefálico: • Mesencéfalo: conecta o diencéfalo à ponte e contém o aqueduto cerebral (de Silvio), que liga o terceiro ao quarto ventrículo. A face posterior contém os colículos superiores (reflexos visuais) e colículos inferiores (reflexos auditivos) (TORTORA; DERRICKSON, 2016). • Ponte: apresenta na face ventral o sulco basilar, por onde passa a artéria basilar. • Bulbo raquidiano: contínuo com a medula espinhal, apresenta as pirâmides e as olivas laterais. Internamente, contém os núcleos grácil e cuneiforme, envolvidos na retransmissão sensorial (MARIEB et al., 2014). AULA 2 – ROTEIRO 1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO Estruturas Anatômicas do Sistema Nervoso Central O córtex cerebral é uma região composta por substância cinzenta que reveste externamente o telencéfalo. Em uma visão inferior, observam-se duas massas laterais correspondentes aos hemisférios cerebelares e, entre eles, uma estruturamediana situada entre os hemisférios encontrou o verme do cerebelo. Lateralmente ao verme e inferiormente aos flóculos do lobo floculonodular, identificam-se saliências conhecidas como tonsilas cerebelares (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O lobo floculonodular, situado na porção inferior do cerebelo, está diretamente relacionado à manutenção do equilíbrio corporal (RUIZ, 2014). Cada hemisfério cerebelar é subdividido em lóbulos, delimitados por fissuras cerebelares. Os lóbulos anterior e posterior exercem controle sobre aspectos subconscientes da movimentação da musculatura esquelética (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Três pares de pedúnculos cerebelares conectam o cerebelo ao tronco encefálico: • Pedúnculos cerebelares superiores: contêm axônios eferentes que se projetam do cerebelo para o núcleo rubro e para vários núcleos talâmicos. • Pedúnculos cerebelares médios: os maiores em tamanho, transmitem impulsos motores provenientes dos núcleos pontinos em direção ao cerebelo. • Pedúnculos cerebelares inferiores: transportam fibras dos tratos espinocerebelares, do sistema vestibular, dos núcleos vestibulares bulbares, dos proprioceptores da cabeça e do núcleo olivar inferior, levando informações sensoriais ao cerebelo e contribuindo para a regulação da atividade de seus neurônios. Também conduzem fibras cerebelares para os núcleos vestibulares da ponte e do bulbo, e para a formação reticular (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Na face anterior do bulbo, de cada lado da fissura mediana anterior, localizam-se as pirâmides bulbares, que se apresentam como elevações longitudinais formadas por fibras corticospinais (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). As fissuras cerebelares segmentam o cerebelo em diferentes lóbulos: • Fissura primária: separa o cúlmen do declive, delimitando os lóbulos língula, lóbulo central e cúlmen. • Fissura horizontal: separa o folium do túber. • Fissura pré-piramidal: separa o túber da pirâmide cerebelar. • Fissura pós-clival: separa o declive do folium (TOMITA, 1999). Outros lóbulos notáveis incluem: • Lóbulo quadrangular anterior: situado anteriormente à fissura primária. • Lóbulo quadrangular posterior: localizado posteriormente à fissura pós-clival. • Lóbulo semilunar superior e lóbulo semilunar inferior, separados pela fissura horizontal. • Lóbulo denteado (ou diventre), delimitado pela fissura pré-piramidal (TOMITA, 1999). O diencéfalo é constituído pelo tálamo, hipotálamo e epitálamo (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). O fórnice (do latim fornix, “arco”) é um trato de fibras mielínicas que integra o sistema límbico, conectando-se a estruturas relacionadas à memória e emoção. Ele também recobre partes do rinencéfalo, que corresponde às porções do córtex envolvidas no processamento de informações olfatórias (RUIZ, 2014). No interior de cada hemisfério cerebral, observam-se cavidades chamadas ventrículos laterais. Entre os tálamos direito e esquerdo localiza-se o terceiro ventrículo (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). O tálamo é formado por duas massas de substância cinzenta localizadas lateralmente ao terceiro ventrículo. Ele atua como uma estação de retransmissão sensitiva, integrando informações provenientes dos órgãos dos sentidos (exceto o olfato) e enviando-as ao córtex cerebral. Também participa da percepção de sensações como dor intensa, calor e pressão (RUIZ, 2014). O hipotálamo, situado inferiormente ao tálamo, abriga a glândula hipófise, reguladora da produção hormonal de diversas outras glândulas endócrinas. Suas funções incluem o controle do equilíbrio hídrico, da temperatura corporal, da fome, da sede, do metabolismo e da secreção hormonal pela hipófise (RUIZ, 2014). O epitálamo, localizado posteriormente ao tálamo e inferiormente ao esplênio do corpo caloso, está posicionado superiormente ao mesencéfalo e está relacionado à regulação dos ciclos circadianos por meio da glândula pineal (RUIZ, 2014). O sulco hipotalâmico, uma depressão inferior ao tálamo, estabelece o limite entre ele e o hipotálamo, sendo relevante na condução e integração de impulsos sensitivos, como os de dor, temperatura, pressão e tato (RUIZ, 2014). A medula espinhal é uma estrutura alongada e cilíndrica, conectada ao encéfalo, responsável pela condução dos impulsos nervosos entre o cérebro e o corpo. Internamente, possui substância cinzenta em forma de H, de onde emergem os 31 pares de nervos espinhais através dos forames intervertebrais: as raízes anteriores conduzem fibras motoras e as raízes posteriores, fibras sensitivas. A substância branca circundante contém os tractos ascendentes (sensitivos) e descendentes (motores) (KAWAMOTO, 2016). Os nervos espinais conectam-se à medula espinhal e são responsáveis pela inervação do tronco, membros e parte da cabeça. São divididos em: • 08 pares de nervos cervicais (C1–C8) • 12 pares de nervos torácicos (T1–T12) • 05 pares de nervos lombares (L1–L5) • 05 pares de nervos sacrais (S1–S5) • 01 par de nervo coccígeo (CO) (RUIZ, 2014). A substância branca da medula espinal é composta principalmente por fibras mielínicas, organizadas em tractos ascendentes e descendentes responsáveis pela condução de impulsos nervosos. Essas fibras se agrupam em regiões chamadas de funículos ou cordões, dispostos simetricamente de cada lado da medula. Os três funículos são: • Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior. • Funículo lateral: localizado entre o sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior. • Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, com conexão direta com a substância cinzenta por meio do septo mediano posterior. Na região cervical da medula, o funículo posterior é subdividido pelo sulco intermédio posterior em dois fascículos: • Fascículo grácil • Fascículo cuneiforme (KAWAMOTO, 2016) Nos sulcos laterais anterior e posterior, há ligação com pequenos filamentos radiculares — prolongamentos nervosos que se unem para formar as raízes ventral (motora) e dorsal (sensitiva) dos nervos espinhais. A união dessas duas raízes ocorre logo após o gânglio espinal, presente na raiz dorsal, formando o nervo espinal (KAWAMOTO, 2016). Nervos Cranianos Existem 12 pares de nervos cranianos, denominados assim por sua origem no encéfalo, sendo protegidos pelos ossos do crânio. Dos doze pares, dez emergem do tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo), enquanto os dois primeiros pares têm origem diretamente no cérebro (RUIZ, 2014). Funções dos Nervos Cranianos: 1. I – Nervo Olfatório: sensitivo; conduz impulsos relacionados ao olfato. (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015) 2. II – Nervo Óptico: sensitivo; conduz impulsos visuais relacionados à visão. (RUIZ, 2014) 3. III – Nervo Oculomotor 4. IV – Nervo Troclear 5. VI – Nervo Abducente o São nervos motores que controlam os músculos extrínsecos do olho, incluindo também fibras parassimpáticas que regulam a entrada de luz pela íris. (RUIZ, 2014) 6. V – Nervo Trigêmeo: misto; divide-se em três ramos: o Oftálmico, Maxilar e Mandibular. o Responsável por impulsos sensoriais (tato, dor, pressão, temperatura) da face, cavidade oral, dentes, seios paranasais, e também pela mastigação (via ramo mandibular). (RUIZ, 2014) 7. VII – Nervo Facial: misto; inerva músculos da expressão facial, além de controlar glândulas lacrimais, submandibulares e sublinguais (RUIZ, 2014). 8. VIII – Nervo Vestibulococlear: sensitivo; divide-se em: o Vestibular (equilíbrio) o Coclear (audição) (RUIZ, 2014) 9. IX – Nervo Glossofaríngeo: misto; atua na deglutição e na condução de sensações gustativas e gerais do terço posterior da língua. (RUIZ, 2014) 10. X – Nervo Vago: misto; sensitivo na faringe, órgãos torácicos e abdominais, e no paladar da raiz da língua. Atua motoramente na faringe, palatomole e em músculos da língua. Suas fibras parassimpáticas inervam vísceras torácicas e abdominais. (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015) 11. XI – Nervo Acessório: motor; controla os músculos esternocleidomastóideo e trapézio. (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015) 12. XII – Nervo Hipoglosso: motor; é o principal nervo da musculatura intrínseca e extrínseca da língua, sendo essencial para sua motricidade. (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015). AULA 3 – ROTEIRO 1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO O tronco braquiocefálico constitui o primeiro e maior ramo do arco da aorta, estendendo-se superiormente com discreta curvatura à direita. Este vaso se bifurca na altura da articulação esternoclavicular direita, originando a artéria subclávia direita e a artéria carótida comum direita. O segundo ramo do arco aórtico é a artéria carótida comum esquerda, que se divide em ramos homônimos aos da carótida comum direita. O terceiro ramo é a artéria subclávia esquerda, responsável pela irrigação da artéria vertebral esquerda e dos vasos que suprem o membro superior esquerdo. As ramificações originadas da artéria subclávia esquerda apresentam nomenclatura e distribuição similares às da artéria subclávia direita (TORTORA; DERRICKSON, 2016). As artérias carótidas internas destinam-se à irrigação das órbitas e da maior parte do encéfalo. Cada artéria ascende no pescoço, lateralmente à faringe, penetrando na cavidade craniana por meio do canal carotídeo, localizado no osso temporal (MARIEB et al., 2014). A artéria cerebral anterior anastomosa-se com sua contraparte contralateral por meio da artéria comunicante anterior, suprindo as porções mediais e superiores dos lobos frontal e parietal. A artéria cerebral média percorre o sulco lateral de cada hemisfério cerebral, irrigando as superfícies laterais dos lobos temporal e parietal. Em conjunto, as artérias cerebrais anterior e média são responsáveis pela perfusão de mais de 80% do encéfalo, enquanto o restante é irrigado pelas artérias cerebrais posteriores (MARIEB et al., 2014). O suprimento vascular da porção posterior do encéfalo origina-se das artérias vertebrais direita e esquerda, derivadas das artérias subclávias. Essas artérias ascendem pelos forames transversários das vértebras cervicais C6 a C1 e adentram o crânio pelo forame magno, emitindo colaterais para a medula espinal cervical e estruturas adjacentes. No interior da cavidade craniana, as artérias vertebrais confluem, formando a artéria basilar, que se ramifica nas artérias cerebrais posteriores, responsáveis pela irrigação dos lobos occipitais e das porções medial e inferior dos lobos temporais (MARIEB et al., 2014). As artérias comunicantes posteriores, de trajeto curto, conectam as artérias cerebrais posteriores às artérias cerebrais médias, completando, junto à artéria comunicante anterior, o polígono arterial cerebral ou círculo arterial do cérebro (RUIZ, 2014). Meninges e seus espaços: • Dura-máter: membrana espessa, fibrosa e pouco distensível, que se estende do forame magno até os níveis vertebrais SII e SIII. Sua face externa relaciona-se com estruturas do espaço extradural; a face interna, lisa e polida, está em contato com a aracnoide-máter (RUIZ, 2014). • Aracnoide-máter: posicionada entre a dura-máter e a pia-máter, é composta por uma lâmina externa homogênea e uma camada interna areolar com amplos espaços (septos leptomeníngeos), que formam o espaço subaracnoideo, onde circula o líquido cerebrospinal (RUIZ, 2014). • Pia-máter: membrana fina e vascularizada, firmemente aderida à superfície encefálica e medular. Penetra nos sulcos e fissuras da medula espinal e continua ao longo das raízes nervosas. Seu contato externo delimita o espaço subaracnoideo (RUIZ, 2014). • Espaço extradural (epidural): situado entre a dura-máter e o osso, contém tecido adiposo, vasos linfáticos, veias e ligamentos (RUIZ, 2014). • Espaço subdural: separa a dura-máter da aracnoide-máter, contendo pequena quantidade de líquido cerebrospinal (RUIZ, 2014). • Espaço subaracnoideo: localizado entre a aracnoide-máter e a pia-máter, contém maior volume de líquido cerebrospinal (RUIZ, 2014). Dobramentos da dura-máter: • Foice do cérebro: estrutura em forma de foice situada no plano mediano da fissura longitudinal inter-hemisférica, fixando-se anteriormente à crista etmoidal do osso etmoide (MARIEB et al., 2014). • Foice do cerebelo: continuação inferior da foice do cérebro, projeta-se verticalmente ao longo do verme cerebelo, na fossa posterior do crânio (MARIEB et al., 2014). • Tentório do cerebelo: estrutura quase horizontal que separa o cérebro do cerebelo, situada na fissura transversa. Envolve o seio transverso e apresenta forma semelhante a uma tenda (MARIEB et al., 2014). Sistema ventricular: • Os ventrículos cerebrais, derivados da cavidade do tubo neural embrionário, são preenchidos por líquido cerebrospinal e plexos coroides. Os ventrículos laterais comunicam-se com o terceiro ventrículo através dos forames interventriculares. A parede medial dos ventrículos laterais é formada pelo septo pelúcido, localizado entre o fórnice e o corpo caloso (RUIZ, 2014). Nervos espinais: • Os nervos espinais originam-se da medula espinal e fazem a conexão entre o sistema nervoso central e as estruturas periféricas dos membros, tronco e pescoço. Os 31 pares são nervos mistos, possuindo fibras aferentes (sensitivas) e eferentes (motoras) (RUIZ, 2014). Os ramos anteriores dos troncos dos nervos espinais formam plexos nervosos e alguns nervos que serão subdivididos de acordo com os segmentos de sua origem na medula espinal (RUIZ, 2014). • Plexo cervical: É formado por nervos ventrais dos quatro primeiros nervos cervicais. Esses nervos se anastomosam com alguns nervos cranianos e formam três divisões que são os ramos anastomóticos que se ligam ao com vago, acessório e hipoglosso: ramos superficiais que vão para pele, orelha, nuca e parte superior do ombro e ramos profundos que vão para os músculos cervicais, supra-hióideos, infra-hióideos, trapézio, Esternocleidomastoideo, músculos da região anterior do pescoço e ao longo da cabeça (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). • Plexo braquial: Esse plexo espinal se destina aos membros superiores e é formado pelo quinto, sexto, sétimo e oitavo nervos cervicais e pelo primeiro nervo torácico. Esse plexo parte da intumescência braquial da medula espinhal e seus ramos vão se dividindo e se ligando entre si, até formar os nervos terminais que são o nervo radial, o nervo ulnar, o nervo mediano e o nervo musculo cutâneo (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). • Plexo Lombossacral: Esse plexo faz parte da divisão ventral e começa na intumescência lombar da medula espinhal, formada por nervos lombares, sacrais e coccígeos e vai inervar os membros inferiores. Para estudo é de praxe, dividi-los em plexo lombar e plexo sacral (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). • Plexo Lombar: É formado pelos quatro primeiros nervos lombares e com anastomose do décimo segundo nervo torácico. Esses nervos se ramificam e anastomosam entre si até a formação do nervo femoral na região anterior da coxa. O nervo femoral se divide em ramos musculares, cutâneos ventrais, para o músculo pectíneo, para o músculo sartório, safeno (região medial da perna), para o quadríceps femoral, para articulação do quadril e para articulação do joelho (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). • Plexo Sacral: São formados pelo quarto e quintos nervos lombares e pelo primeiro, segundo e terceiro nervos sacrais e se destina a parte lateral e dorsal da pelve. Os nervos se ramificam e se anastomosam entre si, formando os nervos para o quadro do fêmur e gêmeo inferior, para o obturatório interno e gêmeo superior, para priforme, glúteo superior, glúteo inferior, cutâneos, isquiático (maior nervo do corpo e se divideem tibial e fibular) e pudendo (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). • Plexo cardíaco: Esse plexo este situado na base do coração nas proximidades do arco da aorta e tem a função de controle das atividades cardíacas. Além dos nervos espinhais da divisão cervical simpática, o coração conta com estimulação parassimpática, pelo nervo vago, se divide em parte superficial e parte profunda. A divisão dessas partes se dá através de ramos nervosos. A parte superficial se divide em plexo cardíaco profundo, plexo coronário anterior e plexo pulmonar anterior esquerdo. A parte profunda se divide em plexo coronário posterior e plexo coronário anterior (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). • Plexo Celíaco: Esse plexo nervoso se localiza em nível da parte superior da primeira vértebra lombar e vai inervar órgãos do abdome, se comunica com fibras parassimpáticas pós-ganglionares dos nervos esplâncnicos. As ramificações do plexo celíaco são o plexo frênico (vai para o diafragma e artérias frênicas), plexo hepático, plexo esplênico, plexo gástrico superior, plexo suprarrenal, plexo renal, plexo testicular, plexo mesentérico superior, plexo aórtico, plexo mesentérico inferior e plexo hipogástricos superior e inferior (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). • Plexo Pélvico: Esse plexo se origina do plexo hipogástrico, partindo do segundo ao quarto nervo simpático sacral, se divide em plexo retal médio, plexo vesical, plexo prostático (próstata, vesícula seminal e corpos cavernosos), plexo vaginal (vagina e clitóris) e plexo uterino (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). AULA 4 – ROTEIRO 1 SISTEMA DISGESTÓRIO CANAL ALIMENTAR O sistema digestório é responsável pela aquisição dos nutrientes essenciais às diversas funções fisiológicas do organismo, a partir da ingestão e processamento dos alimentos. A energia necessária para processos vitais como crescimento, reprodução, locomoção e demais atividades metabólicas depende diretamente da reposição energética promovida pela absorção dos nutrientes (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015). O segmento supra diafragmático do sistema digestório é constituído por estruturas anatômicas localizadas acima do diafragma, que atuam de forma integrada com o objetivo de maximizar a extração e absorção dos nutrientes presentes nos alimentos. Compõem essa porção os seguintes órgãos: cavidade bucal, dentes, língua, faringe e esôfago (TOMITA, 1999). A porção infradiafragmática do sistema digestório, por sua vez, compreende os órgãos situados inferiormente ao diafragma, alojados na cavidade abdominal e revestidos por uma membrana serosa. São eles: estômago, intestino delgado, intestino grosso, bem como suas estruturas acessórias, incluindo as glândulas salivares, fígado e apêndice vermiforme (TOMITA, 1999). Os lábios integram a porção anterior da cavidade bucal e subdividem-se em lábio superior e inferior. Juntos, delimitam a rima bucal e participam do fechamento anterior da boca. Sua constituição é predominantemente muscular, sendo formados pelo músculo orbicular da boca. A união dos lábios, nos ângulos da boca, configura as comissuras labiais direita e esquerda. A face externa dos lábios é recoberta por pele, enquanto a face interna apresenta mucosa lisa e de coloração rosada. No lábio superior, observa-se na linha média uma depressão vertical em forma de triângulo invertido, denominada filtro, cuja base inferior é marcada por uma elevação discreta chamada tubérculo do lábio superior. A transição entre o lábio superior e as bochechas é delimitada pelo sulco nasolabial. O lábio inferior, por sua vez, é separado do mento pelo sulco mentolabial, acima do qual, nos indivíduos do sexo masculino, frequentemente se observa uma pequena região pilosa conhecida popularmente como “mosca” (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). O vestíbulo da cavidade oral corresponde ao espaço delimitado externamente pelos lábios e bochechas, e internamente pelos arcos dentários. Durante a escovação das superfícies externas dos dentes, a escova de dentes encontra-se posicionada nesse compartimento. Já a cavidade oral propriamente dita localiza-se internamente à arcada dentária, incluindo estruturas como o palato (duro e mole), dentes, gengivas, glândulas salivares e língua (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Músculos da mastigação Os músculos da mastigação são estruturas responsáveis pelos movimentos mandibulares essenciais à trituração dos alimentos. Esses músculos atuam principalmente na elevação, projeção e deslocamento lateral da mandíbula, sendo inervados por ramos do nervo mandibular (V3), terceiro ramo do nervo trigêmeo (nervo craniano V). Masseter O músculo masseter é responsável pela elevação da mandíbula, promovendo o fechamento da arcada dentária. Origina-se na arcada zigomática e no processo maxilar do osso zigomático, com inserção na face lateral do ramo da mandíbula. Sua inervação é realizada pelo nervo massetérico, ramo do tronco anterior do nervo mandibular (MARIEB et al., 2014). Temporal O músculo temporal também atua na elevação da mandíbula. Tem origem na fossa temporal e na fáscia temporal, inserindo-se no processo coronoide da mandíbula e na margem anterior do ramo mandibular, estendendo-se até a altura do último molar. É inervado pelos nervos temporais profundos, ramos do tronco anterior do nervo mandibular (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015). Pterigóideo medial O músculo pterigoideo medial, de localização profunda, apresenta duas cabeças e percorre internamente o ramo da mandíbula, sendo em grande parte encoberto por este osso. Origina-se na face medial da lâmina lateral do processo pterigoideo do osso esfenoide e na tuberosidade da maxila. Insere-se na face medial do ângulo da mandíbula. Atua em conjunto com o músculo pterigoideo lateral na protrusão da mandíbula e na execução de movimentos de lateralidade, como os realizados no ato de ranger os dentes (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015). Pterigoideo lateral O músculo pterigoideo lateral, também profundo e composto por duas cabeças, localiza-se superiormente ao pterigoideo medial. Origina-se na face lateral da lâmina lateral do processo pterigoideo do osso esfenoide. Sua principal função é projetar a mandíbula anteriormente e auxiliar nos movimentos de lateralidade mandibular (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015). O músculo digástrico é composto por dois ventres musculares (anterior e posterior), interligados por um tendão intermediário. O ventre anterior origina-se na fossa digástrica, localizada na borda inferior e interna da mandíbula. O ventre posterior tem sua origem na incisura mastoidea do osso temporal. Ambos se inserem no corpo e corno maior do osso hioide. A contração coordenada desses ventres promove a depressão da mandíbula, facilitando a abertura da boca. Além disso, o ventre anterior desloca o hioide anteriormente, enquanto o posterior o traciona posteriormente (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). O músculo milo-hióideo, de formato plano e triangular, localiza-se superiormente ao digástrico. Esse par de músculos forma o soalho da boca, com origem na linha milo-hióidea da face medial da mandíbula, inserindo-se no rafe mediano e no corpo do osso hioide. Sua ação eleva tanto o hioide quanto o assoalho da cavidade oral, possibilitando a ação da língua sobre o bolo alimentar durante a deglutição (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). O músculo gênio-hioideo é um feixe muscular estreito que se estende do mento ao osso hioide, situado superiormente ao milo-hióideo. Origina-se na espinha mentoniana inferior (sínfise mandibular) e insere-se na face anterior do corpo do osso hióide. Sua função principal é elevar e projetar anteriormente o hióide, encurtando o soalho da cavidade oral e promovendo o alargamento da faringe, o que favorece a passagem do alimento durante a deglutição (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). Músculo da Bochecha O músculo bucinadoré um feixe muscular delgado, de disposição horizontal, localizado na espessura da bochecha, abaixo do músculo masseter. Origina-se nos processos alveolares da maxila e da mandíbula, na região dos molares, e insere-se nos ângulos da boca. Sua principal função é comprimir as bochechas contra os dentes, o que auxilia na mastigação ao impedir que o alimento escape do espaço oclusal. Além disso, traciona lateralmente o ângulo da boca. É um músculo particularmente bem desenvolvido em lactentes, contribuindo para a sucção (MARIEB et al., 2014). Faringe A faringe é um órgão musculomembranoso com formato tubular, estendendo-se da base do crânio até o nível da sexta vértebra cervical, medindo aproximadamente 13 cm de comprimento. Atua como via comum dos sistemas digestório e respiratório. Divide-se em três porções: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. A nasofaringe está revestida por epitélio respiratório e comunica-se com a cavidade nasal pelas coanas. Contém a abertura faríngea da tuba auditiva, que conecta a faringe ao ouvido médio, e a tonsila faríngea, cuja hipertrofia na infância é denominada adenoide. A orofaringe apresenta epitélio estratificado não queratinizado e comunica-se com a cavidade oral por meio do istmo das fauces. Já a laringofaringe comunica-se inferiormente com a laringe através do óstio da laringe (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). Durante a deglutição, o palato mole se eleva, isolando a nasofaringe; a epiglote fecha o orifício laríngeo; e a língua se comprime contra o palato, impulsionando o bolo alimentar em direção à faringe. Contrações musculares peristálticas então o conduzem ao esôfago. O processo apresenta componentes voluntários e involuntários (KAWAMOTO, 2016). Esôfago O esôfago é um tubo muscular liso, com cerca de 25 a 30 cm de comprimento, que conduz o bolo alimentar da faringe ao estômago por meio de movimentos peristálticos involuntários. Divide-se em três porções: cervical, torácica e abdominal. A porção cervical corresponde ao primeiro quinto do comprimento esofágico e situa-se entre a traqueia (anteriormente) e a coluna cervical (posteriormente). A porção torácica relaciona-se com estruturas como o brônquio principal esquerdo, artéria pulmonar esquerda e átrio esquerdo. Já a porção abdominal, com 2 a 3 cm de extensão, atravessa o hiato esofágico do diafragma até alcançar o estômago (SLEUTJES, 2008). Estômago O estômago é um órgão muscular dilatado do trato digestório, responsável pela digestão mecânica e química dos alimentos por meio da ação combinada do suco gástrico e dos movimentos peristálticos. Anatomicamente, divide-se em quatro regiões: a cárdia, situada na junção esofagogástrica; o fundo, porção superior e lateral ao plano da cárdia; o corpo, maior região do órgão, onde se processa a maior parte da digestão gástrica; e a região antropilórica, segmento terminal que se comunica com o duodeno (OLIVEIRA et al., 2015). A passagem do conteúdo alimentar para dentro e para fora do estômago é regulada por dois esfíncteres: o cárdico, localizado na junção com o esôfago, e o pilórico, situado na transição com o duodeno. Ambos são formados por camadas de musculatura circular e longitudinal, que controlam o fluxo do quimo (OLIVEIRA et al., 2015). Durante o desenvolvimento embrionário, o estômago sofre uma rotação de 90° no sentido horário, e a parede posterior cresce mais intensamente do que a anterior, resultando na formação da curvatura maior (posterior) e da curvatura menor (anterior). Próximo à extremidade pilórica da curvatura menor forma-se uma incisura chamada incisura angular, que marca a transição entre o corpo e o antro pilórico (OLIVEIRA et al., 2015). O omento menor, também denominado ligamento hepato gástrico, conecta-se à curvatura menor do estômago, enquanto o omento maior fixa-se à curvatura maior e é constituído por ligamentos derivados do mesogástrio dorsal, notadamente os ligamentos gastrofrênico e gastrolienal (OLIVEIRA et al., 2015). Duodeno O duodeno é a primeira porção do intestino delgado e apresenta aproximadamente 25 cm de comprimento. Inicia-se no piloro e descreve uma curva em forma de "C" ao redor da cabeça do pâncreas. Em decorrência de sua fixação retroperitoneal, apresenta reduzida mobilidade. Divide-se em quatro porções anatômicas: superior, descendente, horizontal e ascendente (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). A porção superior estende-se do piloro até a altura do colo da vesícula biliar. A porção descendente desce ao longo do lado direito da coluna vertebral até a terceira vértebra lombar e contém a papila duodenal maior, por onde desembocam os ductos colédoco e pancreático principal, situando-se a cerca de 8 cm do piloro. Eventualmente, observa-se também a papila duodenal menor, localizada superiormente à anterior, pela qual drena o ducto pancreático acessório. A porção horizontal, com cerca de 6 cm de comprimento, cruza anteriormente à aorta abdominal ao nível da quarta vértebra lombar. A porção ascendente é a mais curta e eleva-se até o nível da flexura duodeno jejunal, onde o duodeno se continua com o jejuno (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). Intestino Delgado O intestino delgado é composto por três segmentos: duodeno, jejuno e íleo. O jejuno ocupa principalmente o quadrante superior esquerdo da cavidade abdominal e corresponde à parte proximal da alça intestinal espiralada. O íleo, por sua vez, localiza-se majoritariamente no quadrante inferior direito, terminando no óstio ileal, que se abre no ceco (MARIEB et al., 2014). O mesentério é uma prega do peritônio visceral que conecta o jejuno e o íleo à parede posterior do abdome, contendo vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Do ponto de vista anatômico, as pregas peritoneais que sustentam outros órgãos recebem designações específicas, como mesocólon (para o cólon) e mesovário (para o ovário) (MARIEB et al., 2014). Intestino Grosso O intestino grosso representa o segmento terminal do tubo digestivo e está envolvido nas funções de reabsorção de água e eletrólitos, produção de vitaminas por flora bacteriana, formação e eliminação das fezes. Mede aproximadamente 1,5 m de comprimento e 6,5 cm de diâmetro, estendendo-se do óstio ileal até o ânus. É sustentado pelo mesocólon, uma duplicatura do peritônio que o ancora à parede posterior do abdome (TORTORA; DERRICKSON, 2016). As principais regiões anatômicas do intestino grosso são: ceco, cólon, reto e canal anal. O ceco é uma dilatação inicial em forma de saco, com cerca de 6 cm de comprimento, situado inferiormente ao óstio ileal. A ele se prende o apêndice vermiforme, estrutura tubular com aproximadamente 8 cm de comprimento, sustentada pelo mesoapêndice, uma prega peritoneal que o liga ao mesentério do íleo (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O cólon subdivide-se em quatro segmentos: ascendente, que sobe pelo flanco direito do abdome até a face inferior do fígado (formando a flexura cólica direita); transverso, que cruza o abdome até o lado esquerdo, onde se curva na flexura cólica esquerda, sob o baço; descendente, que desce até a crista ilíaca esquerda; e sigmoide, que se projeta medialmente em direção à linha média, terminando no reto, aproximadamente ao nível da terceira vértebra sacral (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O reto, com cerca de 15 cm de comprimento, segue a concavidade do sacro e do cóccix. Os 2 a 3 cm terminais do intestino grosso formam o canal anal, cuja mucosa apresenta pregas longitudinais denominadas colunas anais, que contêm redes vasculares. A abertura terminal, o ânus, é controlada por dois esfíncteres: o interno, formado por musculatura lisa (involuntária), e o externo, constituído por musculatura esquelética (voluntária), que mantêm o canal anal ocluído, exceto durante a evacuação (TORTORA;DERRICKSON, 2016). As tênias do colo são três fitas longitudinais espaçadas em intervalos iguais em volta das circunferências do ceco e do colo (MARIAB et al; 2014). As Contrações tônicas das bandas unem o colo em várias bolsas chamadas saculações do colo que dão ao colo uma aparência enrugada (TORTORA; DERRICKSON; 2016). AULA 5 – ROTEIRO 1 SISTEMA DISGETÓRIO – ANEXOS Os músculos intrínsecos são os que estão confinados na língua e não se conectam aos ossos, possuem fibras que seguem em vários planos diferentes, esses músculos mudam a forma da língua. Por outro lado, os músculos extrínsecos possuem origem nos ossos do crânio e no osso hioide, inserindo-se na língua; são responsáveis por alterações em sua posição, permitindo sua projeção, retração e movimentação lateral (MARIEB et al., 2014). O frênulo lingual corresponde a uma prega da mucosa localizada na face inferior da língua, cuja função é mantê-la aderida ao assoalho da cavidade oral, limitando sua mobilidade posterior (MARIEB et al., 2014). As papilas linguais são estruturas especializadas distribuídas na superfície dorsal da língua e classificam-se em quatro tipos: as papilas filiformes, de formato pontiagudo e distribuídas amplamente no dorso; as fungiformes, com aparência de cogumelo e em menor número que as anteriores; as papilas folhadas, localizadas nas bordas laterais posteriores da língua, geralmente atrofiadas; e as papilas circunvaladas, dispostas em número de 8 a 12, com configuração circular e alinhadas anteriormente ao sulco terminal — estrutura que delimita a transição entre a cavidade oral propriamente dita e a faringe (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). A língua é um órgão musculoso revestido por túnica mucosa, participando ativamente dos processos de mastigação, deglutição, gustação e fonação. Divide-se em corpo e raiz: o corpo localiza-se anteriormente e é constituído por ápice, margens, dorso e face inferior; a raiz encontra-se posteriormente. O dorso da língua, voltado superiormente, abriga a tonsila lingual e as papilas linguais (RUIZ, 2014). A tonsila lingual, de natureza linfática, está situada próxima à raiz da língua, adjacente às papilas circunvaladas. O forame cego, por sua vez, representa uma estrutura anatômica localizada na extremidade da crista do osso frontal (RUIZ, 2014). Os dentes são estruturas calcificadas de coloração esbranquiçada, implantadas nos alvéolos das maxilas e da mandíbula, delimitando a cavidade oral propriamente dita. Cada dente apresenta coroa, colo e raiz. Em adultos, a dentição permanente é composta, em média, por 32 dentes: 8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares. Os incisivos, localizados anteriormente, possuem coroa afilada e única raiz, sendo responsáveis pela incisão dos alimentos. Os pré-molares, posicionados lateralmente, possuem coroa com dois cúspides e uma ou duas raízes, atuando na trituração. Os molares, situados posteriormente aos pré-molares, apresentam coroa geralmente com quatro cúspides e duas ou três raízes, também desempenhando função tritura (SLEUTJES, 2008; RUIZ, 2014). A dentição decídua (ou dentes de leite) é composta por dentes menores, que incluem caninos com ápice pontiagudo, localizados ao lado dos incisivos, utilizados para rasgar e triturar os alimentos (TORTORA; DERRICKSON, 2016). As glândulas salivares são responsáveis pela secreção da saliva na cavidade oral. Em condições basais, produzem quantidade suficiente para manter úmidas as mucosas oral e faríngea, além de higienizar a boca e os dentes. Durante a alimentação, a secreção salivar é intensificada, promovendo lubrificação, dissolução dos alimentos e início da digestão química (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). A mucosa da boca e da língua abriga numerosas glândulas salivares menores, cujos ductos curtos se abrem diretamente na cavidade oral. Estas glândulas incluem as labiais, bucais e palatinas, localizadas nos lábios, bochechas e palato, respectivamente, além das glândulas linguais, situadas na língua. Tais estruturas contribuem de forma modesta à produção salivar total (SLEUTJES, 2008). A maior parte da saliva, contudo, é produzida por três pares de glândulas salivares maiores: parótidas, submandibulares e sublinguais. As glândulas parótidas situam-se inferior e anteriormente às orelhas, entre a pele e o músculo masseter. Secretam saliva por meio do ducto parotídeo, que atravessa o músculo bucinador e se abre no vestíbulo oral, oposto ao segundo molar superior. As glândulas submandibulares localizam-se no assoalho da boca, medial e parcialmente inferiores ao corpo da mandíbula. Seus ductos, os submandibulares, atravessam a mucosa e abrem-se lateralmente ao frênulo da língua. As glândulas sublinguais, por fim, estão situadas sob a língua e superiormente às submandibulares, possuindo múltiplos ductos menores que se abrem no assoalho da boca (OLIVEIRA et al., 2015). O fígado é a maior glândula do sistema digestório e o segundo maior órgão do corpo humano. Encontra-se inferior e à direita do diafragma, com pequena porção estendendo-se para a metade esquerda do abdome. Apresenta duas faces: diafragmática e visceral (OLIVEIRA et al., 2015). Na face visceral, distinguem-se quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado. Entre os lobos direito e quadrado situa-se a vesícula biliar, e entre os lobos direito e caudado, um sulco que abriga a veia cava inferior. A fissura que separa os quatro lobos é denominada hilo hepático, por onde transitam a artéria hepática própria, a veia porta e o ducto hepático comum. Na face diafragmática, os lobos direito e esquerdo são separados pelo ligamento falciforme, uma prega do peritônio (RUIZ, 2014). O ligamento falciforme estende-se da face inferior do diafragma até a porção superior do fígado, fixando-o à parede abdominal. Em sua borda livre encontra-se o ligamento redondo, remanescente da veia umbilical fetal, que se estende até o umbigo. Os ligamentos coronários direito e esquerdo, prolongamentos do peritônio parietal, também auxiliam na fixação do fígado ao diafragma (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A vesícula biliar é um órgão sacular situado na face visceral do fígado, responsável pelo armazenamento da bile. Esta é inicialmente coletada por ductos biliares intra-hepáticos, que convergem nos ductos hepáticos direito e esquerdo, os quais se unem para formar o ducto hepático comum. Este, por sua vez, conflui com o ducto cístico (proveniente da vesícula biliar), formando o ducto colédoco, que se une ao ducto pancreático principal para constituir a ampola hepato pancreática, a qual se abre na papila maior do duodeno (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O pâncreas é uma glândula mista, de forma alongada e irregular, situada nas regiões epigástrica e hipocondria esquerda. Trata-se de um órgão retroperitoneal, com reduzida mobilidade, medindo entre 13 e 15 cm de comprimento e pesando cerca de 15 gramas. Divide-se em cabeça, corpo e cauda. A cabeça é a porção mais larga, encaixada na curvatura do duodeno; o processo uncinado projeta-se a partir de sua borda caudal. O corpo apresenta três faces (anterior, posterior e inferior) e três bordas (superior, anterior e inferior). A cauda é a porção terminal, estreita, que se estende em direção ao baço, situando-se próxima à flexura cólica esquerda (RUIZ, 2014). O ducto pancreático principal percorre longitudinalmente o órgão, conduzindo secreções digestivas ao duodeno através da papila duodenal maior. Em aproximadamente 10% dos indivíduos, identifica-se também o ducto pancreático acessório (ducto de Santorini), que se abre na papila duodenal menor (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). AULA 6 ROTEIRO 1 SISTEMA URINÁRIO O sistema urinário é composto por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. Após a filtração do plasma sanguíneo, os rins devolvem à corrente sanguínea a maior parteda água e dos solutos reabsorvidos. A porção remanescente, composta por água e solutos residuais, constitui a urina, a qual percorre os ureteres até a bexiga urinária, onde é armazenada temporariamente antes de ser eliminada do organismo por meio da uretra (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os rins são órgãos retroperitoneais situados na parede posterior do abdome, estendendo-se da vértebra T12 até L3. O rim direito localiza-se ligeiramente mais inferiormente que o esquerdo, devido à relação com o fígado. Este rim está anatomicamente relacionado ao duodeno, cólon ascendente e fígado, enquanto o rim esquerdo relaciona-se com o cólon descendente, pâncreas, baço e estômago (RUIZ, 2014). Anatomicamente, os rins assemelham-se a grãos de feijão, apresentando uma face anterior e uma posterior, um polo superior mais volumoso e um polo inferior, uma margem lateral convexa e uma medial côncava. Na margem medial encontra-se o hilo renal, que dá acesso ao seio renal, uma cavidade contendo tecido adiposo. Pelo hilo adentram a artéria renal e emergem a veia renal e a pelve renal (RUIZ, 2014). As glândulas adrenais ou suprarrenais são pequenas estruturas situadas superiormente aos rins, responsáveis pela produção de hormônios essenciais ao controle de funções fisiológicas como a frequência cardíaca, respiração e digestão. Histologicamente, dividem-se em córtex e medula (TOMITA, 1999). O corte frontal de um rim revela duas regiões morfofuncionais: o córtex renal, região superficial de coloração vermelho-clara, e a medula renal, mais interna e com tonalidade castanho-avermelhada. A medula é composta por estruturas cônicas denominadas pirâmides renais, cujas bases voltam-se para o córtex e os ápices, denominados papilas renais, direcionam-se para o hilo renal (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O córtex renal estende-se da cápsula fibrosa até as bases das pirâmides renais, além de penetrar nos espaços entre elas, formando as colunas renais. Este córtex é subdividido em uma zona cortical externa e uma zona justa medular interna (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O filtrado glomerular, formado pelos néfrons, escoa para os ductos coletores, que desembocam nos cálices renais menores — estruturas em forma de taça. Cada rim possui entre 8 a 18 cálices menores, os quais convergem em 2 a 3 cálices renais maiores. Estes, por sua vez, drenam para a pelve renal, uma cavidade ampla que conduz a urina aos ureteres (TORTORA; DERRICKSON, 2016). As artérias renais originam ramos segmentares que irrigam diferentes regiões do rim. Estas artérias segmentares ramificam-se em artérias interlobares, que percorrem as colunas renais. Na base das pirâmides, as interlobares tornam-se artérias arqueadas, cujos ramos — as artérias interlobulares — penetram no córtex renal (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os ureteres são estruturas tubulares com cerca de 25 cm de comprimento, responsáveis por conduzir a urina dos rins à bexiga. Iniciam-se como uma continuação da pelve renal ao nível da vértebra L2, descendo retroperitonealmente até a pelve verdadeira, onde penetram na bexiga pelo ângulo póstero-lateral. A entrada oblíqua impede o refluxo da urina, pois a pressão interna da bexiga comprime os ureteres e impede o retorno do fluido (MARIEB et al., 2014; HANSEN, 2010). A bexiga urinária é um órgão muscular oco e distensível que armazena e excreta urina. Localiza-se inferiormente ao peritônio, no assoalho pélvico, posterior à sínfise púbica. Nos homens, encontra-se anterior ao reto; nas mulheres, anterior à vagina e ao útero (MARIEB et al., 2014). O músculo detrusor, de natureza lisa, forma a parede da bexiga e permite seu enchimento e esvaziamento. O epitélio de revestimento é do tipo transicional, adaptando-se ao grau de distensão da bexiga. Suas partes anatômicas incluem o fundo, o corpo e o colo vesical (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). O trígono vesical é uma área triangular delimitada pelos dois óstios ureterais e pelo óstio da uretra. Sua mucosa, de coloração rósea, adquire formato oval e cerca de 12 cm de diâmetro quando a bexiga está cheia (NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). A uretra feminina possui cerca de 4 cm de comprimento e 6 mm de diâmetro, localizada posterior à sínfise púbica. Já a uretra masculina mede aproximadamente 20 cm e divide-se em três porções: prostática (2,5 cm, atravessa a próstata), membranosa (2,5 cm, passa pelo diafragma urogenital) e esponjosa (cerca de 15 cm, atravessa o corpo esponjoso do pênis até a glande) (MARIEB et al., 2014; NASCIMENTO JÚNIOR, 2020). Na extremidade distal da uretra masculina encontra-se o meato uretral externo, uma abertura em fenda situada na glande peniana. A fossa navicular é uma dilatação da uretra nessa região (MARIEB et al., 2014). Na mulher, o óstio externo da uretra está localizado entre o clitóris e o orifício vaginal, sendo de localização variável e por vezes de difícil identificação (MARIEB et al., 2014). AULA 7 – ROTEIRO 1 SISTEMA GENITAL MASCULINO O escroto é uma estrutura de revestimento que aloja os testículos e é constituído por pele frouxa e tecido subcutâneo. Localiza-se inferiormente à raiz do pênis e, externamente, assemelha-se a uma bolsa cutânea ímpar, dividida em compartimentos laterais por uma crista mediana denominada rafe escrotal. Apresenta coloração mais pigmentada, presença abundante de pelos e elevada densidade de glândulas sudoríparas e sebáceas. O lado esquerdo do escroto posiciona-se ligeiramente mais inferior que o direito, devido à maior extensão do funículo espermático à esquerda (NASCIMENTO JUNIOR, 2020). Os testículos são glândulas ovais pares, localizadas no interior do escroto, medindo aproximadamente 5 cm de comprimento por 2,5 cm de diâmetro, com massa entre 10 e 15 g. Desenvolvem-se originalmente na região retroperitoneal, próxima aos rins, e migram para o escroto através dos canais inguinais por volta do sétimo mês de vida intrauterina. Suas principais funções incluem a espermatogênese, o transporte dos espermatozoides até o epidídimo e a produção de testosterona (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O epidídimo está situado na margem posterior dos testículos e é responsável pela recepção, armazenamento e maturação dos espermatozoides provenientes dos túbulos seminíferos. Apresenta três porções anatômicas: cabeça (parte superior e mais volumosa), corpo (região média estreita) e cauda (porção inferior afilada), conectando-se ao ducto deferente (RUIZ, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os ductos deferentes são estruturas tubulares pares que se originam na cauda do epidídimo, ascendem pelo canal inguinal e dirigem-se posteriormente à bexiga urinária, onde se unem aos ductos das glândulas seminais. Em seu trajeto, integram-se ao funículo espermático, juntamente com vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Sua porção terminal dilata-se formando a ampola do ducto deferente, que participa da formação dos ductos ejaculatórios (RUIZ, 2014). As glândulas seminais, localizadas posteriormente à base da bexiga e anteriormente ao reto, são estruturas tubulares enroladas com cerca de 5 cm de comprimento. Produzem uma secreção alcalina rica em frutose, prostaglandinas e proteínas de coagulação (distintas das plasmáticas), que contribui para a composição do sêmen (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A próstata é uma glândula ímpar, de formato arredondado, localizada inferiormente à bexiga urinária e anteriormente ao reto. Envolve a porção inicial da uretra masculina (uretra prostática) e secreta um fluido levemente ácido que compõe parte do plasma seminal (RUIZ, 2014). Os ductos ejaculatórios, com cerca de 2 cm de extensão, resultam da união entre os ductos das glândulas seminais e as ampolas dos ductos deferentes. Penetram na próstata e desembocam na uretra prostática, liberando o sêmen no momento da ejaculação (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O pênis é o órgão copuladormasculino, cuja função é introduzir os espermatozoides no trato genital feminino. Juntamente com o escroto, compõe os genitais externos masculinos. Possui formato cilíndrico e é dividido em três regiões: raiz, corpo e glande. Internamente, é constituído por três massas de tecido erétil envoltas por túnica albugínea: dois corpos cavernosos (dorsolaterais) e um corpo esponjoso (ventromedial), que abriga a uretra esponjosa e a mantém aberta durante a ejaculação. A extremidade distal do corpo esponjoso forma a glande peniana, cuja margem é chamada de coroa. O óstio externo da uretra, uma abertura em forma de fenda, localiza-se na extremidade da glande. Em indivíduos não circuncidados, a glande é recoberta pelo prepúcio, uma dobra cutânea retrátil (TORTORA; DERRICKSON, 2016). AULA 8 ROTEIRO 1 SISTEMA GENITAL FEMENINO Os ovários são em número de dois e localizam-se na fossa ovária, na parede póstero – lateral da pelve, posteriormente ao ligamento largo e abaixo das tubas uterinas. São responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos, como estrogênio e progesterona, além da liberação de oócitos durante os ciclos ovulatórios. Ao nascimento, apresentam coloração esbranquiçada e superfície lisa, mas com o início da maturidade sexual tornam- se acinzentados e rugosos, em virtude das repetidas ovulações que deixam cicatrizes superficiais, uma vez que os oócitos não possuem um orifício de saída específico. Cada ovário assemelha-se ao formato de uma amêndoa, possui massa de aproximadamente 3 g, com 4 cm de comprimento, 2 cm de largura e cerca de 1 cm de espessura (RUIZ, 2014). As tubas uterinas, também denominadas tubas de Falópio, são dois ductos musculomembranosos que se estendem lateralmente a partir do útero em direção aos ovários, sendo responsáveis pela captação do oócito e sua condução ao útero. São igualmente o local mais comum da fertilização, onde o oócito pode encontrar-se com espermatozoides que ascendem em sentido oposto. Anatomicamente, as tubas uterinas subdividem-se, da extremidade ovariana à uterina, em: infundíbulo, com fímbrias e o óstio abdominal; fimbria ovárica, que conecta a tuba ao ovário; ampola, segmento mais longo e onde usualmente ocorre a fecundação; istmo, porção estreita adjacente ao útero; e a parte intramural ou uterina, que atravessa a parede uterina e se abre no óstio uterino da tuba (RUIZ, 2014). O útero é um órgão pélvico, oco, de paredes espessas, localizado anteriormente ao reto e posteriormente à bexiga urinária. Tem como funções principais receber, sustentar e nutrir o embrião/feto ao longo da gestação. Possui forma semelhante à de uma pêra invertida, com dimensões ligeiramente maiores em mulheres multíparas. Divide-se em três partes anatômicas principais: o fundo (porção superior arredondada), o corpo (porção média volumosa), e o istmo (estreitamento inferior). A porção terminal, que se projeta na vagina, denomina- se colo do útero. A parede uterina é composta por três camadas: • Perimétrio: camada serosa externa derivada do peritônio visceral. • Miométrio: camada intermediária e espessa de músculo liso, cuja contração promove o trabalho de parto. • Endométrio: camada mucosa interna, composta por epitélio colunar simples com células ciliadas e secretoras, sustentadas por tecido conjuntivo. O endométrio apresenta duas subcamadas: a camada funcional, que sofre alterações cíclicas sob influência hormonal e é eliminada durante a menstruação; e a camada basal, responsável pela regeneração do endométrio após cada ciclo. As glândulas uterinas, do tipo tubulares e retilíneas, apresentam variações morfológicas conforme a fase do ciclo (MARIEB et al., 2014). A sustentação do útero e dos anexos é assegurada por diversos ligamentos, entre os quais se destacam: • Ligamento útero-ovárico: une o ovário ao útero, fixando-se posteroinferiormente à junção uterotubária (TOMITA, 1999). • Ligamento redondo do útero: conecta-se anteroinferiormente à mesma junção (TOMITA, 1999). • Ligamento largo do útero: constitui uma dupla prega peritoneal que se estende das laterais do útero até a parede pélvica e ao assoalho da pelve, envolvendo as tubas uterinas em sua margem superior (TOMITA, 1999). • Mesossalpinge: segmento do ligamento largo que recobre e sustenta as tubas uterinas, órgãos intraperitoneais (TOMITA, 1999). • Ligamento suspensor do ovário: prega peritoneal que liga a extremidade tubária do ovário à parede pélvica, conduzindo vasos e nervos ovarianos (TOMITA, 1999). Anteriormente ao útero, o peritônio forma a escavação vesico uterina, uma depressão rasa sobre a bexiga urinária. Posteriormente, forma-se a escavação retrouterina (ou fundo de saco de Douglas), localizada entre o útero e o reto, sendo o ponto mais profundo da cavidade pélvica feminina. Esta escavação possui importância clínica significativa, pois é um local propenso ao acúmulo de líquidos patológicos, como sangue (em casos de hemorragia), exsudatos (em peritonites), fluidos tumorais ou secreções associadas à endometriose e ascite, sendo frequentemente investigada por punção ou imagem (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A vagina é um órgão tubular, musculomembranoso, que exerce função de cópula, canal de eliminação do fluxo menstrual e via de passagem do feto durante o parto. Na junção entre o colo do útero e a vagina, forma-se uma cavidade denominada fórnice vaginal, que facilita o acesso clínico ao colo uterino. A abertura vaginal externa, ou óstio da vagina, faz parte da vulva e, em mulheres virgens, pode ser parcialmente obstruída por uma membrana chamada hímen, cujos remanescentes após o rompimento são conhecidos como carúnculas himenais (MARIEB et al., 2014). Os órgãos genitais externos femininos, denominados coletivamente como vulva ou pudendo feminino, incluem o monte do púbis, os lábios maiores e menores, o vestíbulo vaginal e o clitóris. O monte do púbis é uma saliência adiposa recoberta por pelos, situada sobre a sínfise púbica. Os lábios maiores, pregas cutâneas espessas e pigmentadas, são homólogos ao escroto masculino e recobrem os lábios menores, estruturas mais delgadas, avasculares e sem pelos. Estes delimitam o vestíbulo da vagina, onde se localizam o óstio da uretra e da vagina. Lateralmente ao óstio vaginal, situam-se as glândulas vestibulares maiores (de Bartholin), estruturas secretoras que produzem muco lubrificante durante a excitação sexual. Posteriormente, os lábios menores unem-se no frênulo dos lábios (fúrcula). O clitóris, situado anteriormente ao vestíbulo, é uma estrutura erétil homóloga ao pênis, composta por corpo, glande e prepúcio, mas sem uretra em seu interior. Altamente inervado, é a principal estrutura envolvida na resposta sexual feminina (MARIEB et al., 2014). Mamas Femininas As mamas femininas são estruturas pares e proeminentes de formato hemisférico, localizadas na parede torácica anterior, sobre os músculos peitoral maior e serrátil anterior. São sustentadas por uma camada de fáscia composta por tecido conjuntivo denso irregular que as liga à musculatura subjacente. Cada mama apresenta uma projeção pigmentada central, denominada papila mamária (ou mamilo), na qual se abrem múltiplos orifícios dos ductos lactíferos, responsáveis pela condução do leite durante o aleitamento (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Circundando a papila mamária, encontra-se uma área circular pigmentada chamada aréola, que possui aspecto rugoso devido à presença de glândulas sebáceas especializadas – as glândulas areolares ou glândulas de Montgomery. Essas estruturas desempenham importante função protetora e lubrificante, uma vez que suas secreções mantêm a aréola e o mamilo hidratados e protegidos contra rachaduras e infecções. Além disso, tais secreções contêm substâncias voláteis que, segundo evidências, podem atuar como estímulos olfativos, facilitando alocalização da mama pelo recém-nascido durante o aleitamento (RUIZ, 2014). As porções visíveis dessas glândulas na superfície da pele formam pequenas elevações arredondadas, denominadas tubérculos de Montgomery, distribuídas tanto sobre a aréola quanto, ocasionalmente, sobre o próprio mamilo. DISCUSSÃO Durante as aulas práticas, tivemos a oportunidade de aprofundar nossos estudos por meio da utilização de atlas de anatomia, livros especializados e peças anatômicas (como o torso humano) disponíveis no laboratório. Esses recursos foram fundamentais para aprimorar nossa compreensão científica e facilitar a localização e identificação dos órgãos estudados. As atividades desenvolvidas foram produtivas e enriquecedoras, contribuindo significativamente para nosso desempenho futuro no curso escolhido, além de proporcionarem um conhecimento mais aprofundado sobre o próprio corpo humano. Ao longo das aulas, com o apoio da professora, elaboramos mapas mentais como estratégia didática para fixação dos conteúdos. Essa metodologia dinâmica mostrou-se eficaz e motivadora. Ao final de cada aula, realizamos atividades avaliativas com perguntas relacionadas ao tema abordado, o que reforçou nosso aprendizado e promoveu a consolidação dos conhecimentos adquiridos. Para a elaboração deste relatório, tivemos a oportunidade de revisar os conteúdos e realizar pesquisas complementares, o que nos permitiu ampliar os conhecimentos trabalhados nas aulas práticas e esclarecer eventuais dúvidas com o suporte da docente. REFERÊNCIAS ANDRADE FILHO; Eládio Pessoa de; Pereira, Francisco Carlos Pereira. Anatomia geral. Sobral Inta, 2015. 364p. Frank H. Netter. Atlas de anatomia humana. 6. Ed Rio Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2014. EV HANSEN, John T. Netter para colorir. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda; 2010. 364p. KAWAMOTO, Emiliana Emi. Anatomia e Fisiologia para Enfermagem, Rio de Janeiro: Guanabara Kooga, 2016. 161p. MARIEB. Elaine N. et al. Anatomia humana. 7. ed São Paulo: Pearson Education, 2014. 894p. NASCIMENTO JUNIOR, Braz José do. Anatomia humano sistemática básica. Petrolina: Univasf, 2020 230p. OLIVEIRA, Aline Albuquerque de et al. Anatomia e Fisiologia: a incrível máquina do corpo humano. 2. ed. Fortaleza: Eduece, 2015. 186p. RUIZ, Cristiane Regina. Anatomia Humana Básica: para estudantes da área da saúde. 3. ed São Caetano do Sul: Difusão, 2014. 248p. SLEUTJES, Lucio Anatomia Humana. 2. ed. São Paulo: Yendis Editora, 2008. 454p. TOMITA, Rubia Yuri. Atlas Visual Compacto do Corpo Humano. 2.. ed. São Paulo: Rideel, 1999. 222p. TORTORA, Gérard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 1600p.