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SAÚDE DA PESSOA IDOSA Introdução Compreensão da trajetória que todo indivíduo faz até chegar a terceira idade. Esse aporte se faz necessário, pois é de suma importância entender as peculiaridades anatômicas e fisiológicas do envelhecimento para poder ter subsídios [dados/informações] para melhor cuidar da pessoa idosa. Processo de Envelhecimento O envelhecimento é um processo natural e intrínseco à vida, caracterizado por uma série de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que ocorrem ao longo do tempo. É um fenômeno complexo e multifatorial, influenciado por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e estilo de vida. As mudanças associadas ao envelhecimento são graduais e variam de pessoa para pessoa. Algumas das principais alterações incluem: Fisiológicas · Redução da massa muscular e óssea; · Diminuição da função renal e hepática; · Alterações no sistema cardiovascular; · Degeneração de tecidos e órgãos; · Diminuição da produção de hormônios; · Alterações no sistema imunológico. Psicológicas · Mudanças no humor e na personalidade; · Maior incidência de depressão e ansiedade; · Alterações na memória e na cognição; · Redução da capacidade de aprendizado. Sociais · Aposentadoria e mudanças no estilo de vida; · Perda de entes queridos; · Isolamento social e adaptação a novas responsabilidades. Fatores que Influenciam o Envelhecimento · Genética: a predisposição genética desempenha um papel importante na longevidade e na qualidade de vida na velhice; · Estilo de vida: hábitos como alimentação saudável, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo excessivo de álcool podem retardar o processo de envelhecimento e prevenir doenças crônicas; · Ambiente: fatores ambientais, como poluição, exposição a substâncias tóxicas e condições de vida, podem acelerar o envelhecimento; · Doenças: doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, podem acelerar o processo de envelhecimento e levar a complicações; Envelhecimento Saudável Embora o envelhecimento seja inevitável, é possível envelhecer de forma saudável e ativa. Algumas estratégias para promover um envelhecimento saudável incluem: · Alimentação equilibrada: uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e grãos integrais é essencial para manter a saúde e prevenir doenças. · Atividade física regular: a prática regular de exercícios físicos ajuda a fortalecer os músculos, ossos e coração, além de melhorar a saúde mental. · Sono adequado: uma boa noite de sono é fundamental para a recuperação física e mental. · Check-ups regulares: visitas regulares ao médico para acompanhamento da saúde são importantes para identificar e tratar doenças precocemente. · Interação social: manter contato com amigos e familiares e participar de atividades sociais ajudam a prevenir o isolamento e a promover o bem-estar. · Saúde mental: cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física. Buscar ajuda profissional quando necessário é fundamental. Senescência e Senilidade Senescência e senilidade são conceitos relacionados ao processo de envelhecimento, mas com significados distintos: · Senescência: refere-se ao processo natural de envelhecimento biológico. Envolve as mudanças físicas, fisiológicas e funcionais que ocorrem com o tempo, afetando todos os seres vivos. A senescência não implica necessariamente doença; são alterações normais relacionadas ao envelhecimento, como a diminuição da elasticidade da pele, perda de massa muscular e declínio da função celular. · Senilidade: refere-se ao envelhecimento patológico, quando o processo natural é acompanhado de perda significativa de capacidades cognitivas e funcionais, muitas vezes relacionado a doenças como demência ou Alzheimer. A senilidade envolve declínios graves na memória, raciocínio e habilidades diárias, afetando a independência da pessoa. Enquanto a senescência é o envelhecimento normal e esperado, a senilidade está associada a condições patológicas que afetam a qualidade de vida. Anatomia e Fisiologia do Envelhecimento Sinais muito claros do processo de envelhecimento são: a diminuição na percepção sensorial, e a susceptibilidade a infecções. · Alterações na Audição: com o envelhecimento ocorre diminuição da habilidade de ouvir frequências mais altas [sons agudos] resultante da degeneração de células dos órgãos e dos sentidos, o que repercute em dificuldade de ouvir vozes femininas ou de crianças, conversas telefônicas e televisão. · Alterações no Paladar: ocorrem alterações e mudanças degenerativas nas células, contudo não há alterações no numero de papilas gustativas; ocorre ligeira diminuição da capacidade de detectar o gosto salgado. · Alterações no Olfato: observa-se redução da capacidade discriminatória para diferentes odores e redução do clearance mucociliar [mecanismo de defesa do trato respiratório que remove partículas e substâncias nocivas das vias aéreas]. · Alterações na Visão: as principais alterações na visão são → redução do diâmetro pupilar; reação pupilar à luz mais lenta; e disfunção dos músculos extra-oculares (a pupila é um orifício que regula a entrada de luz, ou seja, é responsável pela passagem da luz do meio exterior até os órgãos sensoriais da retina). · Alterações na Composição Orgânica: ocorre aumento da gordura corporal, diminuição da massa muscular magra e mudança no metabolismo do hormônio de crescimento; o gasto de energia diária diminui de acordo com a idade; além disso, a diminuição da água corporal gera encolhimento de órgãos, diminuição da altura e do peso; com exceção da próstata, coração, pulmão e os demais órgãos internos diminuem de tamanho com a progressão do envelhecimento. · Alterações no Sistema Cardiovascular: o músculo cardíaco engrossa e se torna menos elástico, reduzindo a eficiência do bombeamento de sangue; também ocorre fibrose e perda de células musculares, podendo gerar arritmias; as artérias ficam mais rígidas, dificultando o fluxo sanguíneo e elevando a pressão arterial; essas alterações aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão e insuficiência cardíaca. · Alterações no Sistema Respiratório: os pulmões se tornam menos flexíveis, o que dificulta a expansão total durante a respiração; os músculos respiratórios, como o diafragma, perdem força, reduzindo a eficiência da respiração; as costelas e cartilagens tornam-se mais rígidas, limitando a expansão torácica; a superfície alveolar diminui, o que afeta a troca de oxigênio e dióxido de carbono; essas mudanças podem causar dispneia (falta de ar) e maior vulnerabilidade a doenças respiratórias, como pneumonia. · Alterações no Sistema Nervoso Central: na função intelectual entre a faixa de 20 a 30 anos, nota-se um pico de expansão; até os 80 anos identifica-se plateau [pico seguido de estabilização] e após esse período esta função sofre declínio importante; do ponto de vista anatômico, observa-se redução das circunvoluções cerebrais [têm um papel importante na função cognitiva, pois aumentam a área de superfície do cérebro e, consequentemente, o número de neurônios] e ampliação dos sulcros cerebrais e uma redução importante da função dos neurotransmissores; essas alterações impactam diretamente na plasticidade cerebral. · Alterações no Ciclo Circadiano: alterações no ciclo sono-vigília, como despertar fácil ou dificuldade em entrar no sono profundo. · Outras alterações: declínio no controle postural; declínio da sensação tátil; declínio da sensação vibratória; diminuição da noção de profundidade; diminuição da propriocepção [capacidade de perceber a posição e orientação do corpo no espaço, sem utilizar a visão]; dificuldade de adaptação em ambientes diferentes, e risco de delirium e quedas. · Alterações no Sistema Imune: a imunossenescência implica no declínio da competência imune que acompanha o envelhecimento; nesse sistema há o aumento da suscetibilidade a infecções, de autoanticorpos e imunoglobina. · Alterações no Sistema Hematológico: aumento da suscetibilidade à anemia; e níveis insuficientes de fatores do crescimento. · Alteraçõesno Sistema Osteomioarticular: redução de massa óssea e aumento da porosidade; redução da massa muscular e perda intensa de fibras musculares; redução do conteúdo de água de tendões e ligamentos, ocasionando rigidez; diminuição do colágeno; perda da resistência elástica e da capacidade de resistir à deformação das cartilagens articulares. Principais doenças do envelhecimento Osteoporose; Artrite e Artrose; Órteses e próteses; Demências. Osteoporose A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela diminuição da densidade mineral dos ossos, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Em idosos, essa condição se torna ainda mais comum e preocupante, pois as fraturas podem ter consequências graves, como perda de independência, dor crônica e até mesmo o óbito. Em mulheres, a menopausa causa uma queda nos níveis de estrogênio, hormônio essencial para a saúde óssea. Nos homens, a diminuição da testosterona com a idade também pode contribuir para a perda óssea. Com o avançar da idade, ocorrem alterações no metabolismo do cálcio e da vitamina D, nutrientes essenciais para a saúde óssea. Alguns medicamentos, como corticoides e anticonvulsivantes, podem aumentar o risco de osteoporose. Doenças como artrite reumatoide, doença de Crohn e hipertireoidismo podem acelerar a perda óssea. A falta de atividade física contribui para a perda de massa óssea. Sintomas da Osteoporose · Fraturas vertebrais (causam dor nas costas, perda de altura e deformidades na coluna); · Fraturas do quadril (são as mais graves e podem levar à incapacidade e à institucionalização); · Fraturas do punho (geralmente ocorrem após quedas). Tratamento da Osteoporose · Medicamentos: que reduzem a reabsorção óssea; que inibem a formação de células que destroem o osso; que estimulam a formação de osso novo; que complementam a dieta e ajudam a fortalecer os ossos, como o Cálcio e a Vitamina D. · Fisioterapia: fortalece os músculos e melhora o equilíbrio, reduzindo o risco de quedas. · Nutrição: dietas ricas em Cálcio e Vitamina D são essenciais para a saúde óssea. Prevenção da Osteoporose · Alimentação equilibrada: consumir alimentos ricos em cálcio (leite, iogurte, queijo) e vitamina D (peixes gordurosos, gema de ovo). · Atividade física regular: exercícios de peso, como caminhada e musculação, ajudam a fortalecer os ossos. · Evitar o fumo e o consumo excessivo de álcool: essas substâncias prejudicam a saúde dos ossos. · Controle do peso: o excesso de peso sobrecarrega as articulações e pode aumentar o risco de fraturas. · Uso adequado de medicamentos: consulte um médico sobre os possíveis efeitos dos medicamentos na saúde óssea. Artrite A artrite é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e os idosos estão entre os grupos mais vulneráveis. A degeneração natural das articulações, combinada com outros fatores, torna a artrite um desafio comum nessa fase da vida. · Desgaste natural: com o passar dos anos, a cartilagem que protege as articulações se desgasta, causando a osteoartrite, a forma mais comum de artrite. · Outras doenças: condições como a artrite reumatoide, embora possam surgir em qualquer idade, tendem a piorar com o tempo. · Uso excessivo das articulações: atividades repetitivas ao longo da vida podem acelerar o desgaste articular. · Medicamentos: alguns medicamentos, como corticoides, podem aumentar o risco de osteoporose e, consequentemente, de fraturas e artrite. Quais os tipos de artrite mais comuns em idosos? · Osteoartrite: também conhecida como Artrose, é a forma mais comum, caracterizada pelo desgaste da cartilagem. · Artrite reumatoide: uma doença autoimune que causa inflamação nas articulações. · Gota: causada pelo acúmulo de cristais de urato nas articulações. Quais os sintomas da artrite em idosos? · Dor: é o sintoma mais comum, que pode variar de leve a intensa. · Rigidez: dificuldade em movimentar as articulações, especialmente pela manhã. · Inchaço: as articulações afetadas podem ficar inchadas e vermelhas. · Calor: as articulações podem ficar quentes ao toque. · Deformidades: em casos avançados, as articulações podem sofrer deformidades. Como tratar a artrite em idosos? O tratamento da artrite em idosos visa aliviar a dor, reduzir a inflamação e melhorar a função das articulações. As opções de tratamento incluem: · Medicamentos: uso de Anti-Inflamatórios Não Esteroides, que aliviam a dor e a inflamação; uso de Corticosteroides, que reduzem a inflamação em casos mais graves; uso de Analgésicos, que aliviam a dor. · Fisioterapia: exercícios específicos ajudam a fortalecer os músculos, melhorar a flexibilidade e reduzir a dor. · Terapia ocupacional: ensina técnicas para realizar atividades diárias de forma mais confortável. · Aparelhos ortopédicos: auxiliam no alinhamento das articulações e reduzem a pressão. · Cirurgia: em casos graves, a cirurgia pode ser necessária para reparar as articulações danificadas. Como prevenir a artrite? · Manter um peso saudável: o excesso de peso coloca pressão nas articulações. · Praticar atividade física regularmente: exercícios de baixo impacto, como natação e caminhada, são benéficos. · Dieta equilibrada: Alimentos ricos em antioxidantes podem ajudar a reduzir a inflamação. · Evitar o sedentarismo: A falta de movimento pode acelerar o desgaste das articulações. Artrose A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma doença degenerativa das articulações. Isso significa que, com o passar do tempo, a cartilagem que protege as extremidades dos ossos nas articulações se desgasta, causando dor, rigidez e dificuldade de movimento. Quais as principais causas da artrose? · Envelhecimento: é o principal fator de risco, pois a cartilagem se desgasta naturalmente com o tempo. · Sobrepeso e obesidade: o excesso de peso coloca pressão nas articulações, acelerando o desgaste da cartilagem. · Lesões anteriores: fraturas, entorses e outras lesões nas articulações podem aumentar o risco de desenvolver artrose. · Uso excessivo das articulações: atividades repetitivas podem acelerar o desgaste da cartilagem. · Fatores genéticos: a predisposição genética pode aumentar o risco. Quais são os sintomas da artrose? · Dor: é o sintoma mais comum, que piora com o movimento e melhora com o repouso. · Rigidez: dificuldade em movimentar as articulações, especialmente pela manhã. · Inchaço: as articulações afetadas podem ficar inchadas e quentes. · Perda de movimento: a progressão da doença pode limitar a amplitude de movimento das articulações. · Estalidos: ao movimentar a articulação, pode ocorrer um som característico. Quais as articulações mais afetadas? · Joelhos: é uma das articulações mais comumente afetadas pela artrose. · Quadris: o desgaste da cartilagem do quadril pode causar dor e dificuldade para caminhar. · Mãos: a artrose nas mãos pode causar nódulos ósseos e deformidades. · Coluna: a artrose na coluna pode causar dor nas costas e rigidez. Como tratar a artrose? · Medicamentos: anti-inflamatórios, analgésicos e outros medicamentos para aliviar a dor e a inflamação; corticosteroides podem ser injetados diretamente na articulação para reduzir a inflamação. · Fisioterapia: exercícios específicos ajudam a fortalecer os músculos, melhorar a flexibilidade e reduzir a dor. · Aparelhos ortopédicos: auxiliam no alinhamento das articulações e reduzem a pressão. · Cirurgia: em casos graves, a cirurgia pode ser necessária para reparar as articulações danificadas. Órteses e Próteses Órteses e próteses são dispositivos médicos que desempenham um papel fundamental na reabilitação de pessoas com deficiências físicas, incluindo aquelas causadas por condições como a artrite. Eles são utilizados para corrigir deformidades, fornecer suporte, melhorar a função e aumentar a independência dos indivíduos. O que são Órteses? Órteses são dispositivos externos que são aplicados ao corpo para corrigir deformidades, imobilizar articulações, fornecer suporte e auxiliar na função. Elas podem ser feitas de diversos materiais, como plástico, metal e tecido. O que são Próteses? Próteses sãodispositivos artificiais que substituem uma parte do corpo perdida por amputação. Elas são projetadas para restaurar a função e a aparência do membro perdido. Demência A demência é um conjunto de sintomas que afetam a memória, o pensamento, a linguagem e a capacidade de realizar atividades diárias. Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum em pessoas idosas. O que causa a demência? · Doença de Alzheimer: é a forma mais comum de demência, caracterizada pela perda progressiva de células cerebrais. · Demência vascular: causada por danos aos vasos sanguíneos do cérebro, que podem ser resultado de pequenos derrames ou bloqueios. · Doença de Lewy: caracterizada pela presença de depósitos anormais de proteínas no cérebro. · Demência frontotemporal: afeta os lobos frontal e temporal do cérebro, causando mudanças na personalidade e no comportamento. · Outras causas: traumatismo craniano, infecções, tumores e deficiências nutricionais também podem causar demência. Quais são os sintomas da demência? · Perda de memória: dificuldade em lembrar fatos recentes ou informações importantes. · Problemas de linguagem: dificuldade em encontrar as palavras certas, compreender a linguagem ou seguir conversas. · Desorientação: dificuldade em se localizar no tempo e no espaço. · Alterações de comportamento: mudanças de humor, irritabilidade, apatia, agitação e delírios. · Dificuldade em realizar tarefas diárias: problemas com atividades como cozinhar, dirigir ou cuidar da higiene pessoal. Tratamento da demência · Medicamentos: para controlar os sintomas como a agitação, a depressão e os problemas de memória. · Terapia: fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia podem ajudar a manter as habilidades e a independência. · Cuidados especiais: à medida que a doença progride, pode ser necessário um cuidador para auxiliar nas atividades diárias. Cuidados de enfermagem Os cuidados de enfermagem em idosos englobam um conjunto de ações que visam promover a saúde, prevenir doenças, tratar problemas de saúde e garantir a melhor qualidade de vida possível para essa população. Devido às características do envelhecimento, como maior vulnerabilidade a doenças crônicas e a diminuição da capacidade funcional, os cuidados de enfermagem com idosos requerem conhecimentos e habilidades específicas. Promoção da saúde · Educação em saúde: orientando sobre hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática de atividade física regular e importância de check-ups médicos. · Prevenção de quedas: identificando e eliminando fatores de risco em casa e incentivando o uso de dispositivos de segurança. · Prevenção de doenças crônicas: realizando acompanhamento regular da saúde e incentivando o tratamento adequado. Cuidados com doenças crônicas · Monitoramento de doenças como hipertensão, diabetes, doenças cardíacas e respiratórias. · Administração de medicamentos e acompanhamento dos efeitos colaterais. · Educação para o autocuidado. Cuidados paliativos · Acompanhamento de pacientes com doenças crônicas avançadas, proporcionando conforto e alívio da dor. · Suporte emocional para o paciente e a família. Papel do Técnico de Enfermagem no Cuidado com Idosos O técnico de enfermagem desempenha um papel fundamental na assistência aos idosos, oferecendo cuidados diretos e contínuos que visam promover a saúde, prevenir doenças e garantir a qualidade de vida. Sua atuação é essencial, especialmente em um momento em que a população idosa cresce significativamente. Cuidados diretos · Monitoramento de sinais vitais: aferição regular da pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura e frequência respiratória. · Administração de medicamentos: seguindo as prescrições médicas e observando os efeitos colaterais. · Cuidados com feridas: realização de curativos e prevenção de infecções. · Higiene pessoal: auxílio em atividades como banho, troca de roupas e higiene bucal. · Alimentação: preparo de refeições e auxílio na alimentação de pacientes com dificuldades. Prevenção de complicações · Prevenção de úlceras por pressão: realização de mudança de decúbito regular e uso de dispositivos de proteção. · Prevenção de quedas: avaliação do ambiente e orientação sobre medidas de segurança. · Identificação precoce de sinais de infecção: monitoramento constante do estado de saúde do paciente. Promoção da autonomia · Incentivo à independência: estimulando o idoso a realizar atividades do dia a dia de forma autônoma, sempre que possível. · Orientação sobre autocuidado: ensinando técnicas para o autocuidado, como controle da glicemia e administração de medicamentos. Principais doenças do aparelho gastroenteral e geniturinário Incontinência urinária; Incontinência fecal; Infecção do trato urinário (ITU). Incontinência Urinária em Idosos A incontinência urinária é um problema bastante comum em idosos, afetando a qualidade de vida e a autoestima de muitas pessoas. Caracterizada pela perda involuntária de urina, ela pode ter diversas causas e graus de severidade. Por que a incontinência urinária é mais comum em idosos? Vários fatores contribuem para o aumento da incidência de incontinência urinária na terceira idade: · Alterações fisiológicas: com o envelhecimento, ocorrem mudanças nos músculos do assoalho pélvico, na bexiga e nos nervos que controlam a micção. · Doenças crônicas: doenças como diabetes, doenças cardíacas e Alzheimer podem afetar a bexiga e os rins. · Medicamentos: alguns medicamentos, como diuréticos e sedativos, podem aumentar a frequência urinária ou dificultar o controle da bexiga. · Obstruções: a hiperplasia prostática benigna (HPB) nos homens e prolapso de órgãos pélvicos nas mulheres podem causar incontinência. Quais os sintomas da incontinência urinária? · Perda involuntária de urina: pode ocorrer em pequenas ou grandes quantidades. · Urgência urinária: necessidade súbita e urgente de urinar. · Frequência urinária: necessidade de urinar com muita frequência. · Noctúria: necessidade de urinar várias vezes durante a noite. Tratamento da incontinência urinária O tratamento da incontinência urinária varia de acordo com a causa e a gravidade dos sintomas. Algumas opções de tratamento incluem: · Mudanças no estilo de vida: perda de peso, controle da bexiga, exercícios para fortalecer o assoalho pélvico. · Medicamentos: para controlar a contração da bexiga ou relaxar os músculos do esfíncter. · Dispositivos médicos: cateteres, absorventes e protetores para conter a perda de urina. · Cirurgia: em casos mais graves, a cirurgia pode ser indicada para corrigir problemas anatômicos ou restaurar a função da bexiga. Incontinência fecal em Idosos A incontinência fecal, caracterizada pela perda involuntária de fezes, é um problema que afeta significativamente a qualidade de vida dos idosos. Embora seja um assunto delicado, é importante abordá-lo com naturalidade, pois existem diversas opções de tratamento e cuidados que podem melhorar significativamente a condição do paciente. Por que a incontinência fecal é mais comum em idosos? · Alterações fisiológicas: o envelhecimento causa mudanças nos músculos do intestino e no sistema nervoso, afetando o controle das fezes. · Doenças crônicas: doenças como a doença de Parkinson, Alzheimer, diabetes e esclerose múltipla podem causar incontinência fecal. · Medicamentos: alguns medicamentos, como laxantes e antibióticos, podem alterar a consistência das fezes e contribuir para a incontinência. · Cirurgias: cirurgias na região anal ou pélvica podem causar danos aos músculos e nervos responsáveis pelo controle das fezes. Tipos de incontinência fecal · Incontinência fecal urgente: ocorre quando há uma perda súbita e inesperada de fezes, geralmente precedida por um forte desejo de evacuar. · Incontinência fecal por extravasamento: caracterizada por um vazamento constante de pequenas quantidades de fezes, geralmente devido à constipação crônica. · Incontinência fecal funcional: ocorre quando o idoso tem dificuldade física ou mental para chegar ao banheiro a tempo. Quais os sintomas da incontinência fecal?· Perda involuntária de fezes: pode variar de pequenas quantidades a perda total do controle. · Urgência fecal: necessidade súbita e incontrolável de evacuar. · Incontinência gasosa: perda involuntária de gases. Tratamento da incontinência fecal · Mudanças na dieta: aumentar a ingestão de fibras, evitar alimentos que causem diarreia ou constipação. · Treinamento intestinal: técnicas para ajudar a controlar os movimentos intestinais. · Medicamentos: para tratar a diarreia, a constipação ou outros problemas subjacentes. · Dispositivos médicos: absorventes especiais para conter o vazamento de fezes. · Cirurgia: em casos mais graves, a cirurgia pode ser indicada para corrigir problemas anatômicos ou restaurar a função dos músculos do esfíncter. Infecção do trato urinário (ITU) em Idosos A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções mais comuns em idosos, podendo levar a complicações sérias se não for diagnosticada e tratada adequadamente. Por que os idosos são mais suscetíveis à ITU? · Alterações fisiológicas: com o envelhecimento, ocorrem mudanças no sistema urinário, como a diminuição da força do fluxo urinário e alterações na composição da urina, que podem facilitar a colonização por bactérias. · Doenças crônicas: doenças como diabetes, doenças cardíacas e incontinência urinária aumentam o risco de ITU. · Cateterismo urinário: o uso de cateteres urinários é comum em idosos hospitalizados ou acamados, facilitando a entrada de bactérias no trato urinário. · Imunossupressão: a imunidade diminui com a idade, tornando os idosos mais suscetíveis a infecções. Quais os sintomas da ITU em idosos? · Febre: nem sempre está presente, especialmente em idosos com baixa reserva funcional. · Confusão mental: pode ser o único sintoma em idosos, especialmente em aqueles com demência. · Queda: a ITU pode causar desequilíbrio e aumentar o risco de quedas. · Perda de apetite: a infecção pode levar à perda de apetite e desidratação. · Incontinência urinária: aumento da frequência urinária, urgência para urinar e perda de controle da bexiga. · Dor nas costas ou no abdômen: pode ser um sinal de infecção nas vias urinárias superiores. Tratamento da ITU em idosos O tratamento da ITU em idosos geralmente envolve o uso de antibióticos. A escolha do antibiótico e a duração do tratamento dependerão do tipo de bactéria causadora da infecção e do estado de saúde do paciente. Prevenção da ITU em idosos · Hidratação adequada: beber bastante líquido ajuda a eliminar as bactérias através da urina. · Higiene adequada: limpar a região genital após cada micção, da frente para trás. · Evitar retenção urinária: ir ao banheiro quando sentir vontade de urinar. · Cuidados com o cateter: se o idoso utilizar cateter urinário, é importante seguir as orientações do profissional de saúde para evitar infecções. A ITU não tratada pode levar a complicações graves · Sepse: uma infecção generalizada que pode ser fatal. · Abscesso renal: acúmulo de pus no rim. · Bactérias na corrente sanguínea: pode causar infecções em outros órgãos. Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos O “Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos” tem como objetivo principal promover práticas seguras no uso de medicamentos em estabelecimentos de saúde. Aqui estão os principais pontos: Finalidade Reduzir erros de medicação e eventos adversos, promovendo a segurança do paciente. Prescrição Segura · Identificação correta do paciente (nome completo e data de nascimento). · Legibilidade e clareza na prescrição (evitar abreviaturas e nomes parecidos). · Dupla checagem para medicamentos de alto risco. · Uso de sistemas eletrônicos para evitar erros. Administração Segura · Seguir os "9 Certos" da administração de medicamentos. · Esclarecer dúvidas com o prescritor [profissional que indica os medicamentos] ou farmacêutico antes da administração. Distribuição Segura · Preferência por sistemas de dose unitária. · Evitar estocar medicamentos em excesso nas unidades de enfermagem para reduzir erros. Monitoramento · Erros de medicação devem ser registrados e notificados ao Núcleo de Segurança do Paciente. · Indicadores mensais para monitorar a taxa de erros na prescrição, dispensação e administração. O protocolo destaca a importância de educação permanente e dupla checagem para evitar erros e garantir a segurança no uso de medicamentos. Certos da Administração de Medicamentos Os 9 Certos da Administração de Medicamentos são diretrizes essenciais para garantir a segurança do paciente e minimizar erros na administração de medicamentos. Cada "Certo" representa um aspecto crucial que o profissional de saúde deve verificar antes de realizar o procedimento. 1. Paciente Certo · Verificação: Confirmar a identidade do paciente usando pelo menos dois identificadores, como nome completo, data de nascimento e número de prontuário. · Prática: Perguntar ao paciente, sempre que possível, o seu nome completo antes de administrar o medicamento, e comparar essa informação com a pulseira de identificação e o prontuário. 2. Medicamento Certo · Verificação: Comparar o nome do medicamento na prescrição com o rótulo do medicamento que será administrado. · Prática: Verificar alergias previamente identificadas. Medicamentos que possuem nomes semelhantes devem ser destacados para evitar confusões (exemplo: Dobutamina e Dopamina). 3. Dose Certa · Verificação: Verificar a dose prescrita com atenção, garantindo que o cálculo e a unidade de medida estejam corretos. · Prática: Atenção especial às doses com frações (como 0,5 ou 2,5 mg), para evitar erros de até 10 ou 100 vezes mais do que o correto. Fazer dupla checagem, especialmente em medicamentos de alta vigilância. 4. Via Certa · Verificação: Confirmar a via de administração prescrita (oral, intramuscular, endovenosa, subcutânea, etc.). · Prática: Assegurar que a via é apropriada para o medicamento. Se a via de administração não estiver clara ou o paciente tiver uma condição que impeça a administração pela via recomendada, consultar o prescritor antes da administração. 5. Hora Certa · Verificação: Garantir que o medicamento seja administrado no horário certo, conforme a prescrição médica. · Prática: Respeitar intervalos de tempo adequados entre as doses e seguir os horários estipulados para evitar picos ou quedas de concentração do medicamento no organismo, afetando a eficácia do tratamento. 6. Documentação Certa · Verificação: Registrar corretamente a administração do medicamento no prontuário do paciente. · Prática: Documentar a hora, dose, via e qualquer observação sobre a administração (como reações adversas ou se a dose foi omitida por alguma razão). O registro deve ser feito logo após a administração, evitando esquecimentos. 7. Razão Certa · Verificação: Certificar-se de que o medicamento está sendo administrado para a indicação correta, conforme a condição clínica do paciente. · Prática: Conhecer o motivo da prescrição e os efeitos esperados do medicamento. Se houver dúvidas sobre a razão, consultar o prescritor antes de administrar. 8. Forma Certa · Verificação: Confirmar se a forma farmacêutica do medicamento (comprimido, cápsula, solução injetável, pomada, etc.) é a adequada para a administração prescrita. · Prática: Adaptar a forma de administração se necessário (exemplo: triturar comprimidos para pacientes com sonda nasogástrica), garantindo que isso não afete a eficácia do medicamento. 9. Resposta Certa · Verificação: Monitorar a resposta do paciente após a administração do medicamento. · Prática: Observar sinais e sintomas para verificar se o medicamento está surtindo o efeito desejado ou se há reações adversas. É importante registrar essas observações e notificar o prescritor caso haja algo fora do esperado. Importância dos "9 Certos" Essas práticas não garantem a eliminação completa dos erros, mas sua aplicação sistemática reduz significativamente a ocorrência de incidentes relacionados à administração de medicamentos. Além disso, o cumprimentodos "9 Certos" melhora a segurança do paciente e promove uma assistência de qualidade confiável.