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REVISTA INSEPE | Belo Horizonte | Volume 5 - Número 2 | 2º trimestre de 2020 |
http://insepe.org.br/revistainsepe
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CONTABILIDADE GERAL NAS ORGANIZAÇÕES
AUTORES (AS): Luciano Coelho Pettersen, Vander Lúcio Sanches
1 INTRODUÇÃO
Pode-se afirmar que a Contabilidade é tão antiga quanto o comércio. O homem antigo já se
preocupava com acompanhar a evolução de seu patrimônio. Em 1494, o Frei Luca Bartolomeo Pacioli,
contemporâneo de Leonardo da Vinci, promoveu um dos maiores avanços na área contábil: escreveu
um livro intitulado Suma de aritmética, geometria, proportioni e proportionalitá ("tudo sobre
Aritmética, Geometria e Proporção"). Tal obra foi concebida em cinco tópicos, sendo um deles
referente à Contabilidade. Luca Acioli compilou e aprimorou a técnica que até hoje mais se utiliza no
mundo contábil: o denominado Método das Partidas Dobradas ("para cada débito deve haver, pelo
menos, um crédito de idêntico valor"). O que toda história tem mostrado é que a Contabilidade torna-
se importante à medida que há desenvolvimento econômico. Hoje, por exemplo, a profissão é muito
valorizada nos países de primeiro mundo. No Brasil, até a década de 1960, o profissional da
contabilidade era chamado de “guarda-livros”, a meu ver, título pejorativo e pouco indicador. Todavia,
com o milagre econômico na década de 1970, essa expressão desapareceu e observou-se um excelente
e valorizado mercado de trabalho para os contabilistas. A profissão de Contabilista no Brasil foi
regulamentada pelo Decreto-lei 9.295, de 27 de maio de 1946, ano em que a Universidade de São
Paulo fundou a Faculdade de Ciências Contábeis e Atuariais. A Contabilidade não é uma ciência
exata. Ela é uma Ciência Social, pois é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial.
Todavia a Contabilidade utiliza os métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal
ferramenta.
Ela é um instrumento de informação. Com a sua utilização, é possível conhecer toda a
estrutura econômico-financeira das entidades. Através de registros, essa ciência acumula e resume os
dados relacionados com o patrimônio das empresas, tornando mais fácil sua interpretação. Isso não lhe
parece uma função muito especial? Vários são os conceitos existentes sobre Contabilidade. Veja
alguns deles. Contabilidade: é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e
registro relativas à administração econômica. (I Congresso Brasileiro de Contabilistas - RJ- 1924).
Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus
usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade,
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com relação à entidade objeto de contabilização. (Pronunciamento do IBRACON aprovado pela CVM
através da deliberação 29/860) Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos,
com o fim de fornecer informações sobre a sua composição e variações, bem como sobre o resultado
econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (FRANCO, 1999).
FIXANDO: A Contabilidade é a ciência social que estuda e controla o patrimônio das entidades, para
fornecer informações a seus usuários. E seu objeto de estudo é o Patrimônio.
2 CONTABILIDADE GERAL NA ORGANIZAÇÕES
2.2 Objeto de Estudo da Contabilidade
O Patrimônio compreende todo o conjunto de bens, direitos e obrigações da entidade.
2.3 Campo de aplicação da contabilidade
O campo de aplicação da Contabilidade engloba todas as entidades que possuam patrimônio,
sejam físicas ou jurídicas, com ou sem finalidade lucrativa,de direito público ou privado. No entanto,
no caso da Contabilidade Empresarial (nosso objeto de estudo), o campo de aplicação se restringe às
empresas, entendidas aqui como entidades jurídicas com finalidade lucrativa.
2.4 Finalidades da Contabilidade
A Ciência Contábil, através do estudo e controle do patrimônio das entidades, tem como
objetivo principal ou finalidade fornecer informações às pessoas ou entidades interessadas na situação
patrimonial e econômica da entidade, bem como na aferição de sua capacidade produtiva.
2.5 Usuários da Informação Contábil
Os usurários da informação contábil são aquelas pessoas, físicas ou jurídicas, que têm
interesse na avaliação patrimonial de um entidade. Veja alguns deles:
• Sócios (acionistas/quotistas): necessitam da informação contábil, de forma concisa, para avaliar a
rentabilidade e segurança de seus investimentos.
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• Administradores, diretores e executivos: utilizam a informação contábil, de forma detalhada, com
as finalidades de controle e planejamento, visando à prática dos atos de gestão, ou seja, à tomada de
decisões.
• Governo: busca informações sobre o movimento da empresa, para viabilizar a fiscalização de
tributos.
• Concorrentes: com base nas informações geradas pela contabilidade, podem traçar e mudar
estratégias e políticas.
• Clientes: interessam pela situação de seus fornecedores, principalmente no que se refere ao
cumprimento de prazos de entrega. • Bancos, capitalistas e financeiros: utilizam a informação contábil
principalmente para avaliar a segurança de seus empréstimos e financiamentos.
• Fornecedores: buscam informações para decidirem se irão ou não fornecer mercadorias a seus
clientes.
• Empregados: tem interesse na situação patrimonial da empresa em que trabalham, para saber se essa
suporta uma negociação salarial, concessão de participação nos lucros, etc. 2.5
2.6 Técnicas Contábeis
Para que a Contabilidade possa atingir seu objetivo, ela se utiliza de algumas técnicas. São
elas:
• Escrituração: Consiste no registro, em livros apropriados (livros de escrituração), de todas as
transações que afetam o patrimônio das entidades, ou seja, de todos os fatos contábeis.
•Demonstrações Contábeis ou Demonstrações Financeira: São quadros técnicos que evidenciam a
situação patrimonial, financeira e econômica de uma entidade de forma lógica e concisa; essas
demonstrações são complementadas por nota explicativa, que tem por objetivo esclarecer alguns
detalhes não explicitados nas demonstrações.
•Auditoria: Visa à verificação da fidedignidade das informações contábeis, detectando fraudes e
erros e constatando se as informações foram ou não elaboradas em consonância com os Princípios
Fundamentais de Contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade. •Análise das
Demonstrações Contábeis ou Análise de Balanços ou Análise das Demonstrações Financeiras:
Consiste no estudo e na avaliação da situação econômica e financeira da entidade, bem como do seu
desempenho operacional, através da decomposição e comparação das demonstrações financeiras,
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interpretados sob vários aspectos, índices e quocientes calculados a partir de informações extraídas
dessas demonstrações
2.7 Aplicação da Contabilidade
A contabilidade pode ser aplicada nos seguintes ramos de atividades:
• Contabilidade Comercial
• Contabilidade Industrial
• Contabilidade Hospitalar
• Contabilidade Hoteleira
• Contabilidade Rural
• Contabilidade Ambiental
• Contabilidade de Construções Civis
• Contabilidade Eclesiástica
• Contabilidade de Seguros
• Contabilidade Social
• Contabilidade de Instituições Financeiras
• Contabilidade Pública
• Contabilidade de Clubes de Futebol
• Contabilidade de Imobiliária
• Contabilidade de Prestadoras de Serviços
Atualmente as funções do profissional em contabilidade não se restringem apenas ao âmbito
fiscal, como antigamente, quando se desenvolvia nas tesourarias das fazendas nas províncias. Hoje,
tornaram-sevitais para as empresas as informações mais precisas, estratégicas para as tomadas de
decisões. Há áreas específicas da Contabilidade carentes de profissionais habilitados tecnicamente e
principalmente que se “sintam capazes” para realizar tais funções, deixando muitas vezes o campo
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aberto para outros profissionais, com outras formações. Por isso, há necessidade de o profissional da
área estar sempre em busca de novos conhecimentos, aperfeiçoamentos na área. Por exemplo, uma
área muito recente é a Ambiental e Custos na Administração Pública. É importante salientar que
decorrente da padronização da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais, é possível notar
uma valorização no campo profissional tanto de cunho salarial como de valorização como intelectual.
Estamos vivenciando o melhor momento da profissão contábil, onde paradigmas foram quebrados. O
Contador que se especializa em Contabilidade em Gestão Ambiental abre mais um grande leque de
oportunidade, podendo atuar no Ministério Público, ou como Analistas de Custos Ambientais,
trabalhando em conjunto como os especialistas em Contabilidade Social, entre outras. O profissional
de contabilidade vem ganhando espaço e destaque no mercado de trabalho e pode ser classificado em
várias ordens como:
2.8 Campo de atuação do contabilista
Contador
É o Bacharel/Graduado no curso superior de Ciências Contábeis, com registro no Conselho
Federal de Contabilidade, está habilitado a exercer as várias atividades, como:
• Auditoria: investiga se os saldos apresentados nas Demonstrações Contábeis são fidedignas com os
Princípios Contábeis e Normas de Auditoria, se há documentação legal que sustente os lançamentos,
entre outros.
• Controladoria: responsável pela gestão de custos da entidade, planejamento estratégicos de
crescimentos, etc.
• Professor de Contabilidade: ministra aulas de contabilidade e áreas afins, dividindo com os alunos
suas experiências práticas do dia a dia.
• Analistas: temos os Analistas de Custos, Analistas das Demonstrações Contábeis, Analistas de
Créditos, Gerentes de Contas, entre outros.
• Público: pode atuar com Auditor Fiscal Federal ou Estadual ou Municipal, como Contador
Municipal, como Gestor Público de Autarquia, atuar nas Controladorias e Tribunais de Contas
municipais, estaduais ou federais, entre outros.
• Autônomos: ter seu próprio escritório, prestando serviços de contabilidade às empresas.
• Consultor Tributário: atua em planejamento e recuperação e ressarcimentos e restituições
tributárias estaduais e federais. Todas essas atividades podem ser desenvolvidas individualmente ou
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em conjunto com outra(s). Por exemplo, um contador autônomo pode atuar como Perito Judicial e ser
professor; um Controller pode ser um professor ou um Perito Judicial também ou até mesmo um
analista e assim por diante, dependendo da disponibilidade e do objetivo traçado pelo profissional.
Porém, você deve está se perguntando: Se o profissional contador vai ter tantas atividades assim, será
que desenvolverá bem o seu trabalho? Eu lhe respondo com minha experiência e com toda certeza:
SIM, é possível e pode ser feito com competência e tranquilidade, como acontece em todas as
atividades de Planejamento. O contador não tem mais como ser especializado apenas numa área. Ele
pode sim ter mais experiência por ter se desenvolvido mais numa área, mas deverá sempre conhecer o
todo da área contábil para atender melhor o seu cliente e aproveitar as oportunidade que aparecem.
Todo contador no exercício de sua profissão, entre outras coisas, deverá observar e aplicar os
Princípios e Convenções Contábeis, pois estes norteiam e dão a direção certa que todo contador deve
seguir para realmente auxiliar nas tomadas de decisões. A não observância de qualquer um desses
Princípios Contábeis poderá causar prejuízos que muitas vezes são irreparáveis, tanto financeiros
quanto de imagem da própria entidade.
2.9 Princípios Contábeis
Princípio da Entidade O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, na necessidade da diferenciação de um Patrimônio
particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, a um
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem
fins lucrativos. Por consequência, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou
proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Princípio da Continuidade A continuidade supõe alguma ligação entre o passado e o futuro,
consumos, poupança, investimentos, etc. Demonstra que a contabilidade deve ver a empresa em
movimentação constante, sem um prazo de encerramento determinado. Ninguém abre uma empresa
para sobreviver e ficar em operação por apenas 2 ou 5 anos.
Princípio da Oportunidade O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à
tempestividade (isto é, em tempo oportuno) e à integridade do registro do patrimônio e das suas
mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente
das causas que as originaram.
Princípio do Registro pelo Valor Original Os componentes do patrimônio devem ser registrados
pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expresso a valor presente na moeda do
País, ou seja, devem ser registrados em R$ (Real), no caso do Brasil.
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Princípio da Atualização Monetária Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional
devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos
valores dos componentes patrimoniais.
2.7.6 Princípio da Competência As receitas e despesas são atribuídas aos períodos de acordo com a
real ocorrência, isto é, de acordo com a data do fato gerador, e não quando são recebidos ou pagos
seus valores.
Princípio da Prudência Determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e maior
para os do passivo, sempre que se apresentarem alternativas igualmente válidas para a quantificação
das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.
2.10 Convenções Contábeis
As convenções, à luz de cada situação, dão as instruções finais para a escolha da direção a ser
seguida, restringindo ou modificando o conteúdo dos princípios, definindo mais precisamente seu
significado.
Convenção da Objetividade Para procedimentos igualmente relevantes, resultantes da aplicação dos
princípios, preferir-se-ão em ordem decrescente:
• os que puderem ser comprovados por documentos e critérios objetivos;
• os que puderem ser corroborados por consenso de pessoas qualificadas da profissão, reunidas em
comitês de pesquisa ou em entidades que têm autoridades sobre os princípios contábeis.
Convenção da Materialidade:O contador deverá sempre avaliar a influência e a materialidade da
informação, evidenciada ou negada para o usuário à luz da relação custo-benefício, levando em conta
aspectos internos do sistema contábil.
Convenção do Conservadorismo:Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio
igualmente válidos, segundo os Princípios Fundamentais, a contabilidade escolherá o que apresentar o
menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações.
Convenção da Consistência:A Contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de forma tal que os
usurários das demonstrações contábeis tenham de delinear a tendência dessa entidade com o menor
grau de dificuldade possível. 4
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2.11 Símbolo da Contabilidade
O CADUCEU é o símbolo da Contabilidade. É formado por um bastão no sentido vertical,
com duas serpentes pequenas entrelaçadas, tendo na parte superior duas asas e um elmo alado. O
bastão simboliza o poder de quem detém o conhecimento das ciências contábeis. Trata-se da espinha
dorsal do Curso de Ciências Contábeis, em que há a aplicaçãodas matérias de formação profissional.
As serpentes simbolizam a sabedoria. Estão entrelaçadas para enfatizar o elo existente entre os
atributos de natureza humana, social e profissional. Simbolizam a integração das matérias e as
atividades de formação profissional básica, específicas e complementares. As asas saem do elmo e
simbolizam a velocidade do deus Mercúrio (deus protetor do comércio, símbolo de paz e da
prosperidade). No CADUCEU elas estão inseridas no capacete. O elmo representa uma peça de
armadura antiga que cobria a cabeça, a fim de protegê-la. O elmo simboliza a ética geral e
profissional.
2.12 Livro Diário
Neste livro são registrados os fatos contábeis em partidas dobradas, ou seja, os totais
débito e crédito deverão ser sempre iguais, sendo a conta débito lançada sempre antes da
conta crédito. Suas principais características são: Obrigatório, Cronológico e Fundamental ao
processo contábil.
Em resumo, o Diário registra oficialmente todas as transações de uma empresa. Sendo
assim, é necessário que ele atenda determinadas exigências e preencha certas formalidades.
Estas formalidades têm a ver com sua apresentação exterior (formalidades extrínsecas) ou
com a escrituração (formalidades intrínsecas). O livro Diário foi instituído pelo Decreto-Lei
486 de 03/03/69 e regulamentado pelo Decreto-Lei 64.567 de 22/05/69.
-Formalidades extrínsecas:
- Ser encadernado;
- Ter suas folhas numeradas tipograficamente;
- Ser autenticado pela Junta Comercial ou repartições encarregadas do Registro do Comércio;
entidade sem fins lucrativos, deverá ser autenticado no cartório de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas;
- Conter termo de abertura e de encerramento (na primeira e última página, respectivamente)
devidamente preenchidos e autenticados.
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Exemplo de Livro Diário:
01/02/2018
Prestação de Serviços no valor de R$ 2.900,00 a vista
D- Caixa: 2.900,00 C- Receita com Prestação de Serviços: 2.900,00
Histórico: Nota Fiscal nº7725/x0 referente venda na prestação de serviços
04/02/2018
Requisição de materiais no almoxarifado no valor de R$ 2.000,00
D- Despesa com materiais: 2.000,00 C: Estoque de Materiais: 2.000,00
Histórico: Requisição nº006/x0 de materiais para serem utilizados
09/02/2018
Pagamento de despesa com aluguel no valor de R$ 500,00
D- Despesa com aluguel: 500,00 C: Caixa: 500,00
Histórico: Despesa referente aluguel no valor de R$ 500,00 NF 25/x0
17/02/2018
A empresa recebeu do Cliente A o valor de R$ 4.300,00
D- Caixa 4.300,00 C:Cliente: 4.300,00
Histórico: Recebimento de cliente A no valor de R$ 4.300,00
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2.13 Livro Razão
Em virtude de sua eficiência, ele é indispensável em qualquer tipo de empresa. Por meio do
razão é possível controlar separadamente o movimento de todas as contas. O controle individualizado
das contas é importante para se conhecer os seus saldos, possibilitando a apuração de resultados e
elaboração de demonstrações contábeis, como o balancete de verificação do razão, balanço
patrimonial, etc.
Ou seja, é o detalhamento por contas individuais dos lançamentos realizados no diário, sendo
usado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, estes lançamentos. Este livro agrega as contas
Patrimoniais e de Resultado (contas do BP e da DRE), compostas por ativo, passivo e patrimônio
líquido e por receitas, despesas e custos.
Exemplo de Livro Razão:
Caixa Cliente
SI 1.000,00 D 500,00 SI 8.800,00 E 4.300,00
B 2.900,00 F 1.800,00
E 4.300,00
8.200,00 2.300,00
5.900,00 4.500,00
2.14 Balancete de Verificação
O Balancete de Verificação é um demonstrativo contábil que reúne todas as contas em
movimento na empresa e seus respectivos saldos (saldos de débito/saldos devedores e saldos de
crédito/saldos credores). Através do balancete é possível chegar a vários resultados importantes para a
contabilidade de uma empresa num dado período de tempo, bem como elaborar outros demonstrativos
contábeis importantes, como por exemplo, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Balanço
Patrimonial (BP).
É a relação de contas extraídas do livro Razão (razonetes) da empresa, ou seja, é o conjunto de
todas as contas (patrimonias e de resultado) dos razonetes com seus respectivos saldos finais. O saldo
de cada conta é representado de acordo com sua natureza (devedora ou credora), e não apenas de
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acordo com o grupo a que pertence. Ou seja, para elaborar um balancete, cada conta será transferida
do razonete para ele, com seu respectivo saldo. Assim, se a conta no razonete apontar saldo final
devedor (lado esquerdo), este saldo será transportado para a coluna do saldo devedor do balancete. Se
a Conta apresentar no razonete saldo final credor (lado direito), este saldo será transportado para a
coluna do saldo credor do balancete.
Importante: a soma dos saldos devedores deve ser igual à soma dos saldos credores. Se houver
desigualdade, é sinal de que há erros na Contabilidade da empresa, sendo necessário recorre a
Conciliação de Contas.
Há várias maneiras de se apresentar um Balancete de Verificação. Em todos eles deve existir o
cabeçalho onde se indica o nome da empresa e a data do balancete. É possível representá- lo com os
saldos iniciais de cada conta (devedor ou credor) e com os respectivos movimentos no período
(débitos e créditos), ou simplesmente com os saldos finais das contas (devedor ou credor). Este último
caso é o mais comum e também o mais prático.
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM FEVEREIRO DE 31/07/2020
Contas com Saldos Devedores R$ Contas com Saldos Credores R$
Caixa 5.900,00 Títulos a pagar
Clientes 4.500,00 Depreciação acumulada 550,00
Despesa Antecipadas 300,00 Fornecedores 900,00
Instalações 5.500,00 Receita de serviços 13.700,00
Despesa Administrativa 1.350,00 Empréstimos 1.900,00
Despesa com materiais 4.800,00 Capital Social 4.850,00
Terrenos 1.000,00 Salário a pagar 500,00
Estoque de materiais 300,00 Lucro Acumulados 500,00
Despesa com aluguel 500,00
Despesa com depreciação 550,00
TOTAL 24.700,00 24.700,00
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2.15 Conciliação Contábil
Denomina-se "conciliação contábil" a análise dos sados das contas contábeis, e sua
respectiva movimentação, visando adequar seu saldo à efetiva realidade, promovendo ajustes
necessários na escrituração contábil. Conciliam-se as contas contábeis com os documentos e
os diversos relatórios dos demais setores que dão suporte aos lançamentos contábeis.
Nesta etapa utilizam-se planilhas de cálculos, relatórios e composição dos saldos das
contas contábeis (demonstrativos) que comprovem a correção dos saldos existentes na
contabilidade. O objetivo das conciliações é que as Demonstrações Contábeis espelhem a
realidade da entidade dentro dos Princípios, Convenções e Postulados Contábeis.
Todos os saldos existentes no Balancete ou no Balanço Patrimonial precisam estar
ajustados, para que não haja erros na análise da realidade patrimonial no fechamento do
"balanço".
Devidamente conciliados e ajustados, os saldos contábeis espelharão a
efetiva realidade patrimonial, desobrigando os sócios, os administradores e o próprio contador
de responderem com seus bens pessoais em questionamentos tributários, civis, comerciais,
penais e criminais, provando que os mesmos não agiram de forma enganosa, lesiva ou com
abuso de poderes perante terceiros
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