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História da Contabilidade
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem você estudará a história da contabilidade, principalmente no 
período do Renascimento. Uma das formas de conhecer esses procedimentos e hábitos é entender 
que eles se formaram com o tempo, ao longo da história. Estudar contabilidade é também aprender 
uma nova linguagem: a linguagem dos negócios, e, para conhecer uma nova língua, é importante 
conhecer a cultura e as influências folclóricas e sociais ao longo do tempo. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relembrar episódios importantes da história mundial.•
Identificar o desenvolvimento da contabilidade ao longo do tempo.•
Demonstrar aspectos históricos que influenciaram na contabilidade tal como é hoje.•
Desafio
Você é o gerente de uma empresa de logística que conta com estrutura sofisticada, como 
caminhões, guindastes, galpões e navios. Essa empresa é muito bem administrada, com 
planejamento e disciplina. Depois de um mês de trabalho, você está preocupado e quer saber se o 
orçamento de vendas do mês foi alcançado. Você sabe que se não conseguir alcançar as metas, terá 
que explicar o que houve e não poderá cumprir com uma série de compromissos já estabelecidos. 
Você liga para o contador da empresa e tem acesso às demonstrações contábeis do mês.
Agora, imaginemos que você está no ano de 1490. Você é o comandante de um navio mercantil. 
Para ter condições de comprar e revender mercadorias em outro país, você precisou contrair um 
empréstimo com um agiota. 
 
Explique qual a importância dos livros contábeis e que tipo de informações eles podem lhe dar para 
ajudar a verificar se vai precisar de mais um empréstimo. 
Infográfico
Veja neste infográfico a época de efervescência no comércio, nas artes e na vida social: o período 
renascentista. São navios entrando e saindo com mercadorias, caravanas circulando, um mercado 
frenético, dinheiro e riqueza sendo acumulados com os lucros desses negócios. É nesse ambiente 
que a contabilidade começa a se popularizar, graças ao trabalho do Frei Luca Pacioli.
Conteúdo do livro
A contabilidade era ensinada de geração para geração, de comerciante para comerciante, como 
uma valiosa técnica.
Acompanhe o capítulo História da Contabilidade, base teórica desta Unidade de Aprendizagem e 
leia sobre a origem da contabilidade.
Boa leitura.
CONTABILIDADE 
BÁSICA
Alexandre Saramelli
História da Contabilidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Relembrar episódios importantes da história mundial.
 � Identificar o desenvolvimento da contabilidade ao longo do 
tempo.
 � Demonstrar aspectos históricos que influenciaram na contabili-
dade tal como é hoje.
Introdução
Neste texto você estudará a história da contabilidade, principalmen-
te no período do Renascimento. Uma das formas de conhecer esses 
procedimentos e hábitos é entender que eles se formaram com o 
tempo, ao longo da história. Estudar contabilidade é também apren-
der uma nova linguagem: a linguagem dos negócios, e, para conhe-
cer uma nova língua, é importante conhecer a cultura e as influências 
folclóricas e sociais ao longo do tempo.
Primeiros passos da contabilidade
Não é possível determinar a origem da contabilidade no tempo, nem apontar 
uma pessoa ou grupo que tenha “inventado” a contabilidade. Historiadores 
afirmam que na Idade da Pedra alguns rudimentos de contabilidade já teriam 
sido praticados. Com a evolução da humanidade, torna-se necessário controlar 
bens e mercadorias. É assim que surge a contabilidade, junto com o aperfeiço-
amento das artes, da matemática, da engenharia, das línguas e da escrita
Epstein (2002, p. 12), reconhecido autor e livreiro nos Estados Unidos, 
muito ligado às artes gráficas, comentou que
[…] os antigos comerciantes do Oriente Próximo numeravam os seus 
sacos de grãos e frascos de vinho com entalhes acompanhados por 
pictogramas incisos ou demarcados sobre tabuletas de barro e de 
pedra e, presumivelmente, também de madeira. Na língua ingle-
sa, uma vintena de tais incisões ainda é chamada de um score, e os 
scorekeepers, aqueles que fazem a contagem, ainda a anotam sobre 
tabuletas. Estas incisões demarcadas, os ancestrais dos adjetivos e 
substantivos, deram origem à linguagem escrita. Com o passar do 
tempo, os pictogramas, reduzidos aos seus fonemas alfa, beta e assim 
por diante tornaram-se alfabetos, e uns quinhentos anos atrás essa 
poderosa tecnologia foi imensamente engrandecida pela invenção 
do tipo móvel, que em sua versão europeia trouxe à luz a Reforma, 
o Iluminismo, as revoluções científica e industrial e as sociedades daí 
resultantes: em outras palavras, o nosso mundo atual, e com todas as 
suas maravilhas e pesares. Os livros nos quais as histórias são guarda-
das para uso futuro podiam ser carregados aos confins do mundo e 
acabariam se transformando em mercadoria para os livreiros.
Epstein (2002) escreveu sobre o que foi a grande saga para a criação da 
linguagem escrita. Na esteira desse processo, havia interesses de negócios, 
ou seja, os comerciantes, em seu trabalho de aproximar produtores, artesãos 
e consumidores, precisavam de algum controle para suas mercadorias e es-
toques. O decorrer do tempo tornou necessário contar histórias com letras e 
símbolos, que eram guardadas em livros para serem difundidas e lidas. 
A contabilidade era ensinada de geração para geração, de comerciante 
para comerciante, como uma valiosa técnica. De acordo com Andrade (2009, 
p. 22), descobertas arqueológicas mostram que a contabilidade teria surgido 
há cerca de 4.000 a.C. na Suméria (sul da Mesopotâmia, região onde atual-
mente se encontra o Iraque) e no Antigo Egito, como uma forma simples de 
“inventariar mercadorias, identificar o seu proprietário e definir o seu valor 
de troca”. 
Andrade (2009, p. 22) comenta que, no ano de 1228, a obra Liber abaci 
(Livro do ábaco) chegou à Europa. Tratava-se de um livro cujo teor era essen-
cialmente a matemática, de autoria do matemático Leonardo Pisano (ou Leo-
nardo Fibonacci). Foi ele que introduziu os caracteres arábicos na Europa e a 
“sequência de Fibonacci” ou o “número de Fibonacci”, já apresentando alguns 
conceitos e cálculos comerciais.
Saiba mais
Os números arábicos (sobretudo os números negativos) foram amaldiçoados na Eu-
ropa durante muito tempo. Por causa da praticidade de uso – muito mais fácil que os 
caracteres romanos –, era usado secretamente pelos comerciantes. 
Você talvez já tenha notado que, em alguns relatórios, números negativos são demons-
trados entre parênteses, não com o sinal negativo na frente. Pois bem! Este é um cos-
tume comercial derivado dessa época, em que se evitava o uso de números negativos 
porque poderiam ser “maléficos”. Por exemplo, ao invés de –100,00, utiliza-se (100).
Após Liber abaci, chegou à Europa o livro Hisbah (Verificações de cál-
culos), do autor árabe Ibn Taymiyyah (ANDRADE, 2009, p. 22). Esta obra 
trazia o que se entendia como “uma busca pela segurança de práticas econô-
micas e comerciais corretas entre as comunidades muçulmanas”. O livro con-
tinha “um detalhado sistema contábil que era utilizado pelos muçulmanos, 
cujas práticas contábeis haviam sofrido influências da civilização romana e 
persa”. Hisbah descrevia, por exemplo, o sistema de contabilidade governa-
mental, “onde se registravam todas as receitas, despesas e pagamentos, du-
rante o califado de Omar, o segundo Califa do Islamismo”.
Saiba mais
Os livros Liber abaci e Hisbah, além das práticas contidas neles, eram muito restritos 
à época de sua publicação. A contabilidade era uma técnica secreta, conhecida por 
pouquíssimos homens!
Personagens históricos no desenvolvimento 
da contabilidade 
Decorridos 200 anos do conhecimento das obras Liber abaci e Hisbah, o 
monge franciscano e matemático Luca Pacioli se interessou por contabili-
dade. Pacioli viveu em Veneza, cidade-estado que era um grandecentro co-
mercial europeu no século XIV. Veneza viveu um processo muito conhecido 
na História, o Renascimento. Enquanto a Europa estava envolta em trevas 
– com relação à evolução do conhecimento –, Veneza teve grande desenvolvi-
mento e acumulação de riquezas, por conta de seu comércio frenético, o que 
fez efervescer as artes e a ciência. 
Luca Pacioli foi considerado o “pai da contabilidade moderna”. Ele buscou 
saber como os comerciantes da época controlavam seu patrimônio e percebeu 
que usavam controles sofisticados para dominar o patrimônio, os ganhos e as 
perdas. Pacioli compilou esses conhecimentos e publicou-os em 1494, no livro 
Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalitá. Esta obra 
foi tão importante para a contabilidade que chegou a ser reconhecida com a 
criação de um selo comemorativo a seus 500 anos de publicação.
Saiba mais
Luca Pacioli era amigo de Leonardo da Vinci, uma das figuras mais importantes do 
Renascimento. Acredita-se que Pacioli teria ensinado a “sequência de Fibonacci”, a Da 
Vinci, o qual a utilizou em muitas de suas obras, incluindo A última ceia e Mona Lisa.
Sá (2004, p. 135) comenta que Pacioli descreveu em detalhes quais eram 
as informações que os comerciantes deveriam registrar como ações nos livros 
contábeis: 
Todo o dinheiro em espécie de tua propriedade, que ganhares em 
qualquer época, ou que te for deixado por parentes falecidos, ou 
doados por qualquer príncipe, farás credor a ti mesmo e devedora 
a Caixa. 
Todas as joias e mercadorias de tua propriedade, que ganhaste ou 
deixadas por testamento, ou doadas, e que devem ser avaliadas cada 
uma de per si, em expressão monetária, quantas sejam, tantas regis-
trarás no Razão, fazendo-as cada uma devedoras; e dirás: por tanto 
que avalio neste dia para tal bem, no valor tal... tudo levando a teu 
crédito, de cada uma de tais referidas contas.
Observe, todavia, a exatidão de cada partida, ou seja, que nem duca-
dos faltem nos registros, mas, lembrando que coisas irrelevantes em 
valor no Razão não se registram. 
Todos os bens imóveis que possuíres, como casas, possessões, Lojas, 
deves fazer dos mesmos devedores, avaliando-os a teu modo, em 
moeda e fazendo-te credor na tua supra referida conta. Assim, cada 
possessão debitarás e avaliarás uma por uma, tudo a ti creditado. Isto 
renova a lembrança de que cada lançamento deve ter: o dia, o valor 
e o histórico ou explicação do motivo.
O que comprares, sejam mercadorias ou quaisquer outras coisas, de-
ves debitar tais mercadorias e coisas e creditar à Caixa.
Saiba mais
As informações aqui dispostas, a respeito dos primeiros passos da contabilidade, datam 
de 1490. Nessa época, não havia máquinas que facilitassem o trabalho em escritórios, 
embora alguns utilizassem ábacos (espécie de calculador manual, formado por um 
quadro com fios paralelos). O que havia para escrever era apenas papel, item difícil de 
obter. Evidentemente, já se contava com um bom nível de conhecimento e tecnologia, 
mas a população em geral sequer sabia ler e escrever.
Você percebeu que as orientações dadas por Pacioli (citadas por Sá) são 
as mesmas que utilizamos hoje? Porém, será que o trabalho descrito era real-
mente praticado pelos comerciantes da época? De acordo com historiadores, 
como Sá (2004, p. 59), e pesquisadores (como Vincenzo Masi e Joseph H. Vla-
émminck), os comerciantes naquela época praticavam mesmo a contabilidade 
(alguns casos apresentando, inclusive, impressionante nível de sofisticação). 
A inquietação de Luca Pacioli rompeu a tradição oral do conhecimento 
contábil, difundindo esta área para o mundo. Esse feito encerrou um período 
medieval da contabilidade e deu início a um período moderno. O mérito de 
Pacioli não foi o de ter criado a contabilidade – pois isto ele não fez – nem de 
ter compilado o conhecimento, mas ter oportunizado a difusão desse conhe-
cimento.
CONTABILIDADE: DO PARTICULAR 
PARA O PÚBLICO
Eugen Schmalenbach, no livro Dynamische Bilanz (O balanço dinâmico), de 
1955, relatou que até a Idade Média, a contabilidade era produzida para o 
empresário, como um assunto particular, secreto, íntimo. Nessa época, os de-
monstrativos contábeis eram apurados somente em períodos especiais, sem 
preocupação em fazer uma apuração periódica. 
O autor comenta também sobre as navegações e caravanas. Sempre que 
uma viagem chegava ao fim, era apurado um balanço contábil com o que 
havia sido ganho; descontavam-se despesas, perdas de animais, mercadorias, 
roubos e estragos, atingindo um resultado. Isso se chamava contabilidade de 
“ganhos e perdas”. 
Ganhava-se dinheiro com caravanas e navegações, pois eram viagens mo-
tivadoras e que levavam muita gente a transportar mercadorias por lugares 
perigosos, objetivando-se os lucros. Então, surgiram na Europa as rotas co-
merciais, e Veneza, neste aspecto, era um importante ponto de ligação que 
atraía pessoas de diferentes culturas e origens. 
Exemplo
Como exemplo de personagem que utilizou muito a contabilidade para manter e con-
trolar suas riquezas, Schmalenbach (1955) cita o banqueiro Jacob Fugger, que ficou 
conhecido como “o rico”. Fugger aprendeu o método das partidas dobradas, que co-
nheceu em Veneza, e desde então manteve uma contabilidade para seus negócios. 
Sabe-se que era muito organizado e mantinha uma estrutura contábil, além de uma 
estrutura gerencial e administrativa muito bem desenvolvida.
Uma atitude comum na época (e até mesmo hoje), e que Jacob Fugger 
praticava, era manter a contabilidade restrita apenas a seus interesses, ou seja, 
privada e secreta. Fugger é um exemplo de comerciante que não publicava 
seus balanços. 
Luca Pacioli começou a incentivar os comerciantes a apurar balanços 
contábeis periodicamente e divulgar esses balanços. Schmalenbach (1955, 
p. 11) conta que, para justificar o porquê de orientar esse comportamento, 
Pacioli argumentava: 
[…] é sempre uma boa coisa fechar os balanços uma vez por ano, 
particularmente para aqueles que negociam por parceiros e tercei-
ros. É como o provérbio diz: “ragio spessa, amista longa” [isto é, “uma 
contabilidade frequente favorece amizades sólidas e duradouras”].
Ou seja, o comerciante que publicava balanços ou demonstrações contá-
beis de forma rotineira e frequente conseguiria atrair potenciais investidores, 
fornecedores, clientes e pessoas em geral que se interessassem pelo negócio. 
É neste momento que se inicia, então, a contabilidade financeira, uma con-
tabilidade feita tanto para uso interno – como era comum até então – quanto 
para o chamado “usuário externo”.
Saiba mais
Jacob Fugger foi o primeiro investidor estrangeiro no Brasil. Soube do descobrimento 
das terras brasileiras por meio de seu representante comercial em Portugal, Fernão de 
Noronha, e, ainda em 1503, investiu dinheiro para a exploração do novo território.
ESCOLAS DO PENSAMENTO CONTÁBIL
O desenvolvimento da contabilidade não parou com o trabalho de Luca Pa-
cioli. Outros cientistas e contadores descobriram novos conhecimentos de 
acordo com a evolução dos costumes e da complexidade da humanidade. Veja 
a seguir um breve resumo desse desenvolvimento, que ocorreu ao longo do 
tempo por meio das chamadas escolas contábeis. As escolas foram movi-
mentos nos quais se reuniam contadores com a mesma linha de pensamento.
Escola contista
A escola contista foi o primeiro movimento que atraiu os contadores em torno 
de uma linha de pensamento comum. Segundo Andrade (2009, p. 24), que es-
tudou Hermann Júnior (1996, p. 35), é uma escola que “tal qual se depreende 
pelo seu nome, teve como ideia central a fundamentação no mecanismo das 
contas, subordinando-as aos modelos de escrituração”.
Schimidt (2008, p. 18) explica que, conforme essa escola, “a contabilidade 
deveria se preocupar especialmente com o processo de escrituração e com as 
técnicas de registro através do sistema de contas”. 
Escola personalista
A escola personalista surgiu na segunda metade do século XIX. Conforme 
Andrade (2009, p. 25),as contas deveriam ser abertas para as pessoas em sua 
materialização física ou jurídica, “entendendo-se que o dever e o haver repre-
sentariam débitos e créditos para essas mesmas pessoas”. Participaram desse 
movimento Francesco Marchi, Guseppe Cerboni e Giovanni Rossi. 
As contas contábeis apresentam uma personalidade. De acordo com Fran-
cesco Marchi, há a figura de um gestor entre o ativo e o passivo de um em-
preendimento. Assim, 
[…] a entidade seria confiada a um administrador e que esse seria 
devedor do proprietário do estabelecimento por todo o ativo que 
lhe fosse confiada administração, e, por outro lado, credor de todo o 
passivo e das contas do capital que faziam contrapartida dos ativos.
É possível você observar, então, que existe uma dinâmica ou um me-
canismo ativado a partir das decisões de um gestor ou administrador. Esse 
mecanismo traz consequências diferentes ao patrimônio de uma entidade, o 
que Francesco Marchi dividiu em três grupos:
 � Contas do proprietário – capital, lucro e perdas. A conta de “lucro e 
perdas” compreendia as contas de receitas e de despesas.
 � Contas dos agentes consignatários – dinheiro, mercadorias, bens mó-
veis, entre outros.
 � Contas dos correspondentes – devedores e credores; essas contas re-
presentavam as relações com terceiros.
Andrade (2009, p. 24) afirma que a teoria personalista foi refutada por 
Fábio Besta (nome importante na escola descrita a seguir), que 
[…] explicitou as falhas do método logismográfico, argumentando 
que a substância contábil é essencialmente econômica e não pode-
ria estar relacionada apenas pela natureza das contas que circunscre-
viam relações jurídicas entre pessoas. 
Escola neocontista ou controlista
A escola tem como maior representante Fábio Besta, que deu uma visão fun-
damentalmente econômica ao estudo da contabilidade. Como expõe Andrade 
(2009, p. 26), Besta direcionou a contabilidade para a análise da riqueza das 
entidades. Ele dividiu as contas contábeis em dois grandes grupos: 
a) Principais: correspondentes aos bens patrimoniais;
b) Derivados: relativos ao patrimônio líquido e suas variações. 
O termo “controlista” é devido ao seguinte pensamento: como essa escola 
entende que há uma visão fundamental econômica do estudo da contabili-
dade e para a análise da riqueza das entidades, entende-se que a contabilidade 
exerce um controle sobre as fases do processo de geração de riqueza de uma 
entidade.
A doutrina da escola neocontista deu lugar ao conceito de “aziendalismo”, 
promovido por Gino Zappa. 
Escola aziendalista
Gino Zappa observou que há uma interdependência entre organização, ad-
ministração e contabilidade. Assim, como aponta Andrade (2009, p. 26), 
Zappa formou uma ciência econômica aziendal que “significa, num olhar, 
uma abordagem científica da administração econômica das aziendas”. 
Saiba mais
“Azienda” é uma palavra italiana que significa “empresa” no português, mas com 
atenção ao patrimônio. Entende-se como “patrimônio” o conjunto de bens, direitos 
e obrigações, ou seja, em outras palavras, propriedades, direitos a receber e dívidas. 
Aziendas são então estruturas que podem ser administradas, gerenciadas de acordo 
com as decisões de um gestor. 
Em analogia à área militar, “azienda” seria um exército ou um batalhão equipado, com 
limitações e habilidades, tendo poder de empreender ações. Esse exército ou batalhão 
pode ser direcionado de acordo com as ordens de um general.
Escola patrimonialista
Os fundamentos da escola patrimonialista foram lançados por Vincenzo Masi 
em 1923. De acordo com Andrade (2009, p. 26), a escola patrimonialista ”co-
loca o patrimônio como o objeto de estudo da Contabilidade, observado como 
um conjunto de riquezas que, em constante circulação nas aziendas, é admi-
nistrado para o seu crescimento econômico”. 
Assim, a contabilidade estuda o patrimônio não apenas sob uma abor-
dagem para dar-lhe valor, mas também como o patrimônio é administrado, 
de forma a produzir ações e resultados. Nesse sentido, Andrade (2009, p. 26) 
aponta que essa condição patrimonial pode ser estudada sob os seguintes as-
pectos: 
 � Estático (a situação do patrimônio em dado momento);
 � Dinâmico (os resultados econômicos de sua aplicação).
Andrade (2009, p. 26) traz ainda a explicação de Hermann Júnior (1996, p. 
49), que afirma: “o patrimônio é uma grandeza real, cuja constituição íntima 
deve ser reconhecida e que se transforma e evolui sob o influxo da atividade 
humana”. A escola patrimonialista é uma das mais importantes, aplicadas e 
estudadas atualmente.
Escola americana
Na escola americana, há um foco de preocupação na questão da informação 
econômica e financeira (ANDRADE, 2009, p. 27). Devido à riqueza da eco-
nomia norte-americana, do incentivo ao mercado de capitais e da cultura nor-
te-americana, houve grande preocupação com o controle e a regulamentação 
das operações financeiras das entidades.
As outras escolas citadas neste texto fomentam uma identificação com 
pesquisadores que difundiram os movimentos que traziam uma linha de pen-
samento comum. Já nos Estados Unidos, fortes instituições cumpriram esse 
papel como associações de profissionais, como a American Association of 
Public Accountants, e grandes agências governamentais, como a Securities 
and Exchange Commision. 
NORMAS INTERNACIONAIS DE 
CONTABILIDADE
Ao longo do tempo, cada país formou normas contábeis de âmbito jurisdi-
cional, limitadas àquele país. Com a evolução dos mercados e a globalização, 
já na década de 1950 sentiu-se a necessidade da formação de normas inter-
nacionais. 
Na década de 1970, a International Federation of Accountants realizou um 
esforço para formar as primeiras normas internacionais de contabilidade, que 
seriam as International Accouting Standards (IAS). No entanto, os Estados 
Unidos mantinham forte influência nos mercados, o que, na prática, fazia das 
Normas Contábeis Norte-americanas as normas de uso internacional, porém, 
indevidamente, pois essas normas estavam preocupadas com a realidade dos 
Estados Unidos, não com a de outras jurisdições. 
Após a criação das IAS, definiu-se a criação de um órgão específico para 
a geração de normas internacionais, a International Accounting Standards 
Board (IASB), sediada em Londres. A IASB entrou em acordo com a Finan-
cial Accounting Standards Board (o departamento norte-americano respon-
sável pelas normas contábeis), sendo possível, então, a adoção das Normas 
Internacionais também nos Estados Unidos. 
Após a crise financeira internacional de 2008, o G20 (grupo que reúne os 
20 países com as maiores economias do planeta) exigiu que as Normas Inter-
nacionais fossem adotadas como uma das formas para evitar crises, como a 
de 2008 e anteriores. 
As Normas Internacionais ainda não são consideradas uma “escola” na 
literatura, mas alteraram doutrinas contábeis e trouxeram mudanças, como a 
adoção de conceitos como o fair value (“valor justo”) e a “essência sobre a 
forma”. O grande objetivo das Normas Internacionais é proporcionar hones-
tidade aos mercados.
A CONTABILIDADE E AS NORMAS 
INTERNACIONAIS NO BRASIL
Os contadores brasileiros sempre tiveram grande admiração pelas escolas 
europeias, sobretudo as italianas, como a escola patrimonialista. Entre as dé-
cadas de 1960 e 1970, o Brasil se alinhou à escola norte-americana por meio 
da publicação da Lei das Sociedades Anônimas, nº 6.404/76, cujo objetivo 
era o desenvolvimento do mercado de capitais. Essa influência da escola nor-
te-americana foi muito incentivada por grandes nomes da contabilidade, que 
denominaram esse alinhamento de revolução contábil. 
Posteriormente, o Brasil se alinhou às Normas Internacionais de Contabi-
lidade da IASB, sendo um dos primeiros países a adotar as Normas Interna-
cionais para o setor privado, entre os anos de 2008 e 2011. 
Conforme Andrade (2009, p. 27), houve o desenvolvimento de uma escola 
brasileira de contabilidade, ou a introdução de uma escola contábil brasileira 
pelo contador e pesquisadorAntônio Lopes de Sá, que formou as bases da 
escola neopatrimonialista. Lopes de Sá utilizou-se dos conhecimentos de 
Vincenzo Masi com a escola patrimonialista, mas introduziu conceitos que 
complementam o estudo do fenômeno patrimonial.
Referência
HASTINGS, D. F. Contabilidade em contexto: uma novela contábil. São Paulo: Saraiva, 
2012.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória e inter-
mediária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SCHMIDT, P. História do pensamento contábil. Porto Alegre: Bookman, 2000.
Conteúdo:
Dica do professor
O vídeo a seguir foi elaborado para apresentar a você um breve relato da história contábil. Confira!
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/68e4f726853d46e4a87a33dda2687630
Exercícios
1) O monge franciscano frei Luca Pacioli, considerado o “pai da contabilidade moderna” disse a 
seguinte frase: “Ragio Spessa, Amista Longa”. O que ele orientava aos comerciantes ao usar 
essa frase?
A) Orientava a não ter contabilidade.
B) O frei Luca Pacioli ressaltava nessa frase a necessidade de não apurar a contabilidade de 
forma frequente, apenas quando havia a necessidade de expor o patrimônio a possíveis 
interessados em realizar negócios com a entidade.
C) Essa frase não é de autoria de Luca Pacioli nem era utilizada por ele, era um ditado popular na 
época.
D) Orientava os comerciantes a manterem e publicarem uma contabilidade para atrair pessoas 
dispostas a colaborar com o negócio, o que chamou de “amizades”.
E) Luca Pacioli utilizava essa frase para comentar que os comerciantes não podem ser 
interesseiros e buscar auxílio de amigos. Mesmo que sejam pacíficos, devem evitar o 
envolvimento de terceiros no negócio.
2) O historiador José Maurício comentou, em um artigo científico apresentado em um 
importante Congresso Internacional de contabilidade e administração, que a contabilidade 
foi criada por Vincenzo Masi e pela Escola Contábil Patrimonialista. Dias depois, o próprio 
José Maurício, ao ver as gravações da sua apresentação, comentou que estava equivocado e 
disse isso porque estava pensando em outro assunto naquele momento, portanto, foi um ato 
falho! Qual foi o equívoco cometido pelo historiador?
A) O equívoco foi que a contabilidade não foi criada por Vincenzo Masi, mas por Fabio Besta.
B) O equívoco foi ter apontado um criador para a contabilidade.
C) O equívoco foi que a contabilidade não foi criada por Vincenzo Masi, mas por Giuseppe 
Cerboni.
D) Não houve equívoco por parte do historiador.
E) O equívoco foi que a contabilidade não foi criada por Vincenzo Masi, mas por Luca Pacioli.
3) Sabe-se que, dentro da escola aziendal, Gino Zappa formou uma ciência econômica aziendal 
que “significa, num olhar, uma abordagem científica da administração econômica das 
aziendas”. Qual é o conceito de “azienda”?
A) Aziendas são estruturas que podem ser administradas, gerenciadas de acordo com as 
decisões de um gestor.
B) Aziendas são empresas sem fins lucrativos.
C) "Azienda" é uma expressão separada da figura pessoal do sócio ou dono da empresa; 
representa a entidade com sua própria personalidade jurídica, que não depende de gestores 
para funcionar.
D) Aziendas são empresas rurais ou que participam do agronegócio.
E) Azienda é o mesmo que uma empresa sadia, bem administrada.
4) A auditora Regina estava conversando com Sandra, uma importante empresária que acabou 
de conhecer. Sandra comentou que o patrimônio de uma de suas empresas aumentou, 
apesar de o mercado em que atua estar em queda. Regina percebeu então que a empresária 
estava se referindo a “patrimônio” como apenas os bens que a empresa dispõe. Está correta 
essa abordagem ou é interessante que Regina explique para Sandra qual é o conceito 
correto?
A) Não há necessidade de Regina dar alguma explicação, pois entende-se que o patrimônio são 
os bens de uma entidade.
B) Não há necessidade de Regina explicar algo, pois foi uma operação atípica, para a qual não há 
nenhuma consequência ao patrimônio.
C) É necessário que Regina comente que “patrimônio” é entendido como bens, direitos e 
obrigações de uma entidade, não apenas os bens.
D) Não há necessidade de Regina explicar algo, pois não existe patrimônio nas empresas, apenas 
capitais.
E) É necessário, pois deve-se excluir do patrimônio os bens ainda não pagos totalmente.
5) A Lei no 6.404/76, das Sociedades Anônimas, introduziu no ordenamento jurídico brasileiro 
as Normas Internacionais de Contabilidade. Esta afirmação está correta?
A) Sim. A Lei no 6.404/76 introduziu no ordenamento jurídico brasileiro as Normas 
Internacionais de Contabilidade.
B) Não. A Lei no 6.404/76 inseriu no Brasil as Normas Contábeis Norte-americanas, as US 
GAAPs.
C) A afirmação está correta em parte, pois a Lei no 6.404/76 introduziu as Normas 
Internacionais relacionadas às grandes empresas, mas não as leis internacionais referentes às 
normas internacionais para pequenas e médias empresas.
D) Não, pois o Brasil não se alinhou às Normas Internacionais de Contabilidade.
E) Não. A Lei no 6.404/76 foi um alinhamento do Brasil à Escola Americana de Contabilidade.
Na prática
O que é mais importante em uma entidade?
Wanderley é um comerciante de alimentos, o que o mercado chama de “atacadista”. Sua empresa é 
bem menor em comparação a grandes grupos nacionais e multinacionais que atuam no Brasil nesse 
mesmo ramo. Ao contrário dos grandes atacadistas, Wanderley costuma ter uma rede de 
relacionamento muito sólida com micro, pequenas e médias empresas em todo o Brasil.
É possível encontrar em seu atacado, em uma quantidade razoável, doces típicos fabricados em 
Minas Gerais e produtos indígenas produzidos em tribos de índios no Centro-Oeste. A empresa é 
muito procurada por donos de bares, restaurantes sofisticados e outros negócios que procuram 
variedade e produtos de qualidade, sendo, portanto, altamente rentável, gerando muito caixa.
Porém, de acordo com a contabilidade, teria o seguinte:
Como bens e direitos intangíveis, podemos ter a marca da empresa, o local onde ela está instalada, 
os softwares que utiliza, a rede de relacionamentos com fornecedores e, principalmente, os 
métodos de trabalho que utiliza. Tudo isso são capitais financeiros, humanos, intelectuais, naturais 
e de relacionamento.
Assim, de acordo com as normas, é possível reconhecer contabilmente os valores intangíveis. O 
método das partidas dobradas é da Idade Média, mas isso não significa que a ciência contábil parou 
no tempo. Pelo contrário, há uma evolução constante para acompanhar e, em alguns casos, até 
antever as necessidades do mercado.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
História da contabilidade
No link abaixo você vai ler um pouco mais sobre a evolução e a história da contabilidade.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Normas internacionais de contabilidade
No link abaixo você vai ler um estudo sobre as normas internacionais de contabilidade aplicadas ao 
setor público.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Convergência às normas internacionais de Contabilidade 
governamental: análise e Comparação das estruturas das 
normas Brasileiras atuais e propostas
No artigo abaixo você vai ler um estudo sobre a convergências às normas internacionais de 
contabilidade em pequenas e medias empresas.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/arquivo_artigo.pdf
https://periodicos.ufpe.br/revistas/ricontabeis/article/view/7926/8003
Introdução à Contabilidade Tributária 
Apresentação
Diante do atual cenário de incertezas políticas e econômicasque vivenciamos no Brasil, é de grande 
relevância pensar em como a gestão tributária eficaz pode contribuir com as empresas e 
consequentemente com o próprio desenvolvimento do país. Neste contexto, o entendimento sobre 
legislação e contabilidade tributária é imprescindível.
Assim, esta unidade apresenta a você uma introdução à Contabilidade Tributária a partir da 
apresentação dos seguintes tópicos: breve resumo sobre contabilidade e tributos, contabilidade 
tributária e contas de maior relevância para a área tributária. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os parâmetros necessários para melhor adequação e compreensão das normas 
tributárias para fins de aplicação da contabilidade.
•
Reconhecer as legislações que regulamentam a contabilidade tributária, com o melhor intuito 
de que se possa usufruir de um Planejamento Tributário lícito.
•
Nomear as contas de maiores relevâncias para a contabilidade tributária.•
Desafio
O desafio trata sobre uma empresa do ramo agroindustrial localizada no interior do RS e 
responsável pela produção de implementos agrícolas. Atua no mercado desde o ano de 2004, 
comercializando especialmente para os três Estados do Sul do Brasil e exportando para países da 
América Latina.
A indústria é uma sociedade anônima de capital aberto, seu porte é considerado médio, possui 
cerca de 400 funcionários e fatura em média R$ 20 milhões por ano.
Atualmente, a organização não possui uma área de gerenciamento de tributos, suas atividades são 
realizadas nos setores de contabilidade, custos e recursos humanos, locais onde trabalham 
contadores e advogados com conhecimentos desatualizados em legislação tributária. Além disso, 
usam softwares desenvolvidos pela área de TI da empresa, que atendem apenas o controle de 
estoques e de notas fiscais.
Nos últimos anos a empresa recebeu multas da Receita Federal pelo atraso no envio de guias, além 
de divergência quanto a alguns tributos calculados, especialmente em relação ao ICMS e IPI.
Você é contador, possui 5 anos de experiência em empresa de consultoria tributária e foi 
contratado pela indústria para aprimorar a gestão de tributos na empresa, apresentando um 
planejamento para que ela trabalhe de modo mais eficaz.
Cabe ressaltar que o gerente de contabilidade da organização lhe informou que a empresa não 
possui dinheiro para investir em tecnologias de ponta e nem para contratação de pessoal.
Diante de tal contexto, dê sugestões de melhoria à administração tributária da empresa.
Infográfico
O Risco Brasil possui influência direta com à contabilidade tributária que é complexa, burocrática e 
que apresenta insegurança jurídica em função da quantidade de legislações e de regulamentos. 
Além do mais, a contabilidade tributária é dinâmica, exemplo disso é o advento da utilização da 
contabilidade internacional (IFRS), que alterou significativamente os demonstrativos contábeis.
Neste contexto, são indispensáveis os sistemas de controle e de profissionais capacitados. Veja o 
infográfico que apresenta a contabilidade tributária e os principais temas abordados nesta Unidade.
Conteúdo do livro
Frente à complexidade da legislação tributária nacional é fundamental o entendimento acerca de 
contabilidade tributária para que as organizações consigam sobreviver à crise e se manterem 
competitivas. Nesse contexto, esta unidade de aprendizagem aborda sobre temas vinculados à 
contabilidade e aos tributos.
Aprofunde seu conhecimento com o capítulo Introdução à Contabilidade Tributária da obra 
Contabilidade Tributária.
Boa leitura.
CONTABILIDADE 
TRIBUTÁRIA 
Ramon Alberto Cunha de Faria
Introdução à contabilidade 
tributária
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
� Identificar os parâmetros necessários para uma melhor ade-
quação e compreensão das normas tributárias para fins de apli-
cação da contabilidade.
� Reconhecer as legislações que regulamentam a contabilidade
tributária, com o melhor intuito de que se possa usufruir de um
planejamento tributário lícito.
� Nomear as contas de maiores relevâncias para a contabilidade
tributária.
Introdução
Diante do atual cenário de incertezas políticas e econômicas que 
vivenciamos no Brasil, é de grande relevância pensar em como a 
gestão tributária eficaz pode contribuir com as empresas e conse-
quentemente com o próprio desenvolvimento do país. Neste con-
texto, o entendimento sobre legislação e contabilidade tributária 
é imprescindível.
Para isso, será apresentada, neste texto, uma introdução à Contabili-
dade Tributária a partir da apresentação dos seguintes tópicos: breve 
resumo sobre contabilidade e tributos, contabilidade tributária e con-
tas de maior relevância para a área tributária.
Breve resumo sobre contabilidade e tributos
Contabilidade
É a ferramenta que fornece informações estruturalmente lógicas e de grande 
utilidade para que empresários, investidores, bancos, acionistas, fornecedores, 
clientes e a sociedade em geral vejam como anda o desenvolvimento de um de-
terminado negócio. Essas informações são essenciais para que possam tomar 
decisões eficientes. Com isso, são criados mecanismos para tomadas de deci-
sões em qualquer área de uma entidade, seja na área de vendas, compras, fa-
turamento, expedição, fiscal, financeiro, estoque (em processo de elaboração, 
semiacabado e produto acabado) etc.
Sem a contabilidade, você não tem condições de manter a continuidade de 
um negócio e nem de saber se a empresa está tendo lucro ou prejuízo. Pode 
parecer que este tema é simples, contudo ele não é. A contabilidade requer 
uma perícia nos lançamentos de todas as documentações de uma entidade, 
e não basta apenas registrar, deve-se saber a essência de determinada conta 
para que se escriture o documento corretamente, e para que as informações 
geradas pela contabilidade não sejam deturpadas.
Leasing financeiro: É um procedimento no qual se compra determinado ativo, porém 
apenas após o pagamento integral é que o bem passa para o nome do comprador 
(caso seja acertado entre as partes).
Tributos
Os tributos são designados para expressar três características de Receitas Fa-
zendárias: impostos, taxas e contribuições sociais e de melhorias.
No Brasil, para você falar sobre tributos, precisa partir da Constituição 
Federal, pois é nela que o Governo encontra competências e limites para 
tributar.
No atual sistema de estado de direito, o Governo se mantém por meio 
de tributos. Além de se manter, pelos tributos o país também presta as de-
vidas assistências sociais à população, exatamente como assegura nossa Carta 
Magna.
O Brasil, sendo um país federativo, possui a União, os Estados e os Mu-
nicípios como seu sistema federativo. Nossa Constituição Federal é bem ta-
xativa ao dar as devidas prerrogativas a cada ente federado, bem como ao dar 
autonomia e competência para instituir tributos.
Contabilidade tributária2
Contabilidade tributária
O objetivo da contabilidade tributária nos dias atuais é o de fazer o gerencia-
mento estratégico dos tributos, além de servir de base de cálculo para alguns 
deles. Antes do advento da Lei nº 11.638/2007, a contabilidade societária di-
vergia totalmente da “contabilidade fiscal” (nome designado para contabili-
dade tributaria), tendo a entidade a obrigação de fazer dois balanços distintos, 
um para o fisco e outro para fins societários (sócios, bancos, investidores, 
CVM e etc.). Isso fazia crescer ainda mais o chamado Custo Brasil.
Custo Brasil: É um conceito usado para descrever o conjunto de estruturas buro-
cráticas que dificultam e até mesmo entravam o sistema de desenvolvimento do país, 
como burocracia excessiva para se criar uma empresa no país, insegurança jurídica e 
outras; na pior modalidade está o aumento expressivo às empresas das obrigações 
acessórias.
Após a Lei nº 11.638/2007 ter alterado significativamente a Lei de Socie-
dade por Ações – 6.404/1976,ficou claro que o Brasil estava partindo para um 
resultado de informações unificadas internacionalmente. Como o fisco está 
totalmente ligado à contabilidade, ele teve que seguir o mesmo padrão, porém 
não na mesma intensidade, pois foram encontradas divergências no resultado 
apurado antes e após o advento da lei. 
Foram criadas, então, pela Lei nº 11.941/2009 outras medidas, incluído a 
que instituiu o Regime Tributário de Transição (RTT). Isso fez com que os re-
sultados das contas que mudaram sua essência na contabilidade internacional, 
não influenciassem na sistemática tributária brasileira. Surgiram, assim, vá-
rias distorções de interpretações fiscais.
Como pode o fisco interpretar uma contabilidade diferente da inter-
nacional, sendo que o Brasil já está se adaptando a esse caminho?
Essa é uma questão para você refletir com séria responsabilidade, mas que 
ficará mais clara ao decorrer dos textos que você vai ler aqui.
Como o Brasil vem ganhando cada vez mais espaço no mercado inter-
nacional, é de grande valia entender a necessidade de seuniversalizar a lin-
guagem contábil, para que seja possível a todos analisar os balanços patrimo-
3Introdução à contabilidade tributária
niais de empresas de diversos países. É necessário que todos façam a mesma 
interpretação dos fatos, pois a contabilidade é o que é em sua essência, inde-
pendentemente de qualquer ferramenta ou método de controle das aplicações 
de recursos e suas origens. Hoje, você ainda irá encontrar algumas dificul-
dades nas leituras de balanços de empresas internacionais que não aderiram 
aos Padrões de Relatórios Financeiros Internacionais (IRFS, do inglês Inter-
national Financial Reporting Standards), dificultando o acesso à informação e 
a tomada de decisões de empresas do mesmo grupo, porém sediadas e filiadas 
em países diferentes.
A contabilidade sempre foi ferramenta para gerenciamento de informa-
ções, dando a seus usuários mecanismos para a tomada de decisões. Não po-
deria ser diferente com gerenciamento dos tributos, ao qual representa um 
custo de quase 40% do preço de venda de um (determinado) produto de uma 
(determinada) empresa.
Diante de um número de percentual muito expressivo, você irá se deparar 
com a necessidade de ter uma ferramenta que controle, com muito rigor, as 
apurações dos tributos. ossos tributos mais importantes são estes:
a. Lucro apurado para fins de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL);
b. Base de cálculo do Programa de Integração Social (PIS) e da Contri-
buição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
c. Registros e controles de impostos recuperáveis e os retidos na fonte.
Contas de maiores relevâncias para a área 
tributária
A contabilidade registra as variadas contas contábeis, para mostrar valores, 
como caixa, contas a pagar, contas a receber e demais aspectos que a tornam 
uma contabilidade financeira. No entanto, para a área tributária, você deverá 
estar atento a determinadas contas contábeis, para que as empresas consigam 
obter um melhor gerenciamento de seus tributos.
A seguir, estão destacadas as contas de maior relevância para a contabi-
lidade tributária:
� Receitas de venda ou de serviços prestados: geram informações para
que se apurem os tributos, como ICMS, IPI e ISS, tendo que estar de
Contabilidade tributária4
acordo com o livro extra contábil – Livro Registro de Saída e o Livro 
de Serviços Prestados.
� Bancos conta movimento: ao qual terão de ser conciliados periodica-
mente para que não haja divergência com o extrato que o banco envia
a Receita Federal.
� Estoques: conta que merece muita atenção, pois o registro da escri-
turação do estoque tem que estar de acordo com o Livro Registro de
Entradas e o Livro de Inventário, portanto, interferindo diretamente na
área de custos da empresa.
� Impostos a recuperar: controle dos impostos recuperáveis, retidos na
fonte, como ICMS, IPI, PIS, COFINS, CSLL e IRRF, além do controle
das atualizações monetárias sobre esses ativos.
� Salários e encargos: controle dos tributos incidentes sobre a folha de
pagamento e também para entrega da GFIP, CAGED, RAIS, e-SO-
CIAL e demais obrigações, todas essas compatíveis com os valores
contabilizados.
� Fornecedores e clientes: lançamentos nessas contas têm que estar
todos evidenciadas por meio de notas fiscais, que o fisco controla, caso
haja sonegação fiscal na empresa.
Então, você pode ver que o sistema de tributação brasileiro é um compo-
nente extremamente complexo e caro para as entidades, ainda mais aquelas 
que exercem atividades em diversos estados, pois gera um dispêndio enorme 
com pessoas qualificadas para que a legislação de cada estado seja entendida. 
Isso sem contar o alto custo de gastos com sistemas de ponta para o gerencia-
mento e controle das atividades tributária.
No que tange o sistema tributário do país, a legislação trabalhista também 
está no seu rol de assuntos tratados (legislados). A legislação trabalhista visa 
à arrecadação e à sustentação do seu sistema de Seguridade Social, que é pago 
através do INSS, incidente sobre a folha de pagamento, tanto do funcionário 
como do empresário. Há, além disso, as retenções de imposto de renda na 
fonte, entre outros encargos.
Se as entidades não tiverem uma contabilidade rígida em seus padrões 
de controle, ficarão sem direção, pois pagarão um alto custo pela falta de 
controle e pelas infrações que cometerão ao decorrer dos anos, devido à má 
gestão. Por isso é muito importante entender a necessidade de a contabilidade 
estar aliada à tributação, tendo esta como seu parâmetro norteador, funcio-
nando como bússola para as entidades.
5Introdução à contabilidade tributária
OLIVEIRA, L. M. de. Manual de contabilidade tributária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Leitura recomendada
Contabilidade tributária6
Dica do professor
Você sabe o que é gestão tributária? Neste vídeo será possível entender um pouco sobre o tema, 
conhecendo seus objetivos e seus erros que devem ser evitados quando da sua aplicação.
 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/62ad755522669552cfa646ae8ca7aa1d
Exercícios
1) Em relação à contabilidade e à legislação tributária, assinale a alternativa correta: 
A) O escopo trabalhista não está no rol dos temas abordados pela legislação tributária.
B) Anterior à vigência da Lei no 11.638/2007, as empresas tinham o dever de fazer apenas um 
balanço, contemplando o fim societário e fiscal.
C) Buscando realizar ajustes tributários advindos de alterações na essência das contas contábeis, 
institui-se o RTT (Regime Tributário de Transição).
D) Na contabilidade, utiliza-se o princípio da forma sobre a essência.
E) A contabilidade tornou-se uma ferramenta de gerenciamento de informação a partir do 
advento da Lei no 11.638/2007.
2) Qual é o principal objetivo da contabilidade tributária em uma empresa? 
A) Realizar cálculos de preço de vendas e de custos dos produtos vendidos ou dos serviços 
prestados.
B) Recolher o INSS de seus funcionários.
C) Mensurar e controlar seus estoques.
D) Preencher e entregar guias como RAIS e e-SOCIAL.
E) Realizar o gerenciamento estratégico de seus tributos.
3) O Custo Brasil NÃO é composto pelo seguinte elemento: 
A) Necessidade de cumprimento de muitas obrigações acessórias por parte das empresas.
B) Insegurança jurídica.
C) Carga tributária alta.
D) Realização de reforma tributária.
E) Excesso de burocracia imposta pela legislação.
4) A respeito das contas contábeis utilizadas pela gestão tributária e o modo que contribuem 
com essa área, marque a alternativa correta: 
A) Não há necessidade de revisão periódica da rubrica bancos conta movimento.
B) As contas de receitas de vendas ou de prestação de serviços servem como base para o 
cálculo do preço de venda.
C) Os registros de conta estoques deve estar de acordocom o Livro de Saída.
D) Os lançamentos nas contas fornecedores e clientes não precisam ser evidenciados com notas 
fiscais.
E) As contas salários e encargos devem ser controladas para cálculo de tributos incidentes sobre 
folha de pagamento e para a entrega de obrigações fiscais.
5) A respeito dos temas contabilidade e legislação tributária, assinale a alternativa correta: 
A) A Constituição Federal é taxativa ao dar a prerrogativa exclusiva para a União instituir 
tributos.
B) Há ainda uma grande necessidade de investimentos em pessoas qualificadas e em sistemas de 
controle, por parte das empresas, para aprimorarem suas atividades tributárias.
C) Há adesão global em relação aos Relatórios Financeiros Internacionais - IFRS.
D) As empresas que possuem atuação em diversos Estados encontram maior facilidade em gerir 
seus tributos.
E) Os tributos são utilizados pelo governo como fontes exclusivas para programas de assistência 
social.
Na prática
O artigo "Papel do Gestor Tributário cresce em Sofisticação" foi publicado em 2016 no Jornal 
Estadão sobre o estudo denominado "Termômetro Tributário - tendências e desafios do 
profissional de impostos no Brasil" realizado pela empresa Deloitte.
A pesquisa, que contou com a colaboração de 168 profissionais da área, revela que cada vez mais o 
desafio deles é transitar entre diferentes áreas de negócios (conhecimento multifacetado), além de 
buscar o atendimento do rígido controle exercido pelas autoridades fiscais e ajustar-se com as 
mudanças recorrentes do ambiente regulatório. O conhecimento destes profissionais não se 
restringe apenas aos contábeis, aos financeiros e aos jurídicos, mas se estendem aos 
entendimentos sobre gestão de riscos e de processos.
 
 
A pesquisa destaca ainda que um dos desafios que mais cresceu para os gestores tributários foi a 
complexidade técnica da legislação, bem como aspectos relacionados à gestão de pessoas como a 
necessidade de treinamento e contratação de profissionais externos. Temas esses que foram 
abordados em nossa unidade de aprendizagem.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
TI na gestão tributária gera desafios e grandes oportunidades
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Impostos: Por que pagamos tantos?
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https://administradores.com.br/noticias/ti-na-gestao-tributaria-gera-desafios-e-grandes-oportunidades
https://www.youtube.com/embed/ogYGWnubiVk
Conceitos e definições, contabilidade 
como planejamento, controle.
Apresentação
Dentre o processo de gestão contábil e empresarial a peça contábil que se destaca é o Balanço 
Patrimonial. O objetivo do balanço é apresentar o conjunto patrimonial de uma organização, 
classificando-o em bens e direitos descrito no ativo, obrigações descritas no passivo e o valor 
patrimonial dos sócios no patrimônio líquido. 
Nesta Unidade de Aprendizagem você vai estudar o Balanço Patrimonial que é a demonstração 
contábil que tem por finalidade apresentar a situação patrimonial e financeira da empresa em 
determinada data, dentro de determinados critérios de avaliação.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os grupos e subgrupos do Balanço Patrimonial.•
Reconhecer as principais contas de um Balanço Patrimonial.•
Explicar os procedimentos para se elaborar um Balanço Patrimonial.•
Desafio
Ao longo de um exercício fiscal, que normalmente se inicia em janeiro e é concluído no último dia 
de dezembro de cada ano, a empresa apresenta inúmeras operações contábeis financeiras, como 
por exemplo: compra e venda de mercadorias, pagamentos de fornecedores, salários e 
financiamentos bancários, recebimento de valores dos clientes, realiza aquisições para o 
imobilizado e incorre em várias outras despesas para manutenção de suas atividades operacionais.
A empresa Máquinas e Equipamentos Ltda foi adquirida, recentemente, por um grupo de sócios 
que não conhecem as funções do Balanço Patrimonial, pois possuem experiência na área técnica na 
indústria.
Você como contador da empresa terá que explicar como é o processo de apuração do Balanço 
Patrimonial ao final do exercício fiscal. 
Infográfico
O infográfico a seguir mostra a equação fundamental da Contabilidade, que de forma objetiva 
implica em se apurar o que efetivamente ficará para o sócio, acionista ou proprietário, dos bens e 
direitos, após abater-se as dívidas contraídas pelo mesmo.
No Infográfico a seguir você verá como é apresentado o Balanço Patrimonial. 
 
Conteúdo do livro
Com as mudanças que foram necessárias devido ao processo de convergência da contabilidade 
brasileira aos padrões internacionais, ocorreu o surgimento no Brasil do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis e a vigência das leis n. 11.638/2007 e 11.941/2009 que alteraram a 
Lei 6.404/1976, Lei das Sociedade por Ações, que incorporaram na contabilidade brasileira diversas 
mudanças.
Neste artigo base teórica desta unidade você verá as novas estruturas para demonstrações 
contábeis, pois com a abertura da economia mundial, tanto os governos quanto as empresas, se 
viram obrigadas a se adequarem à nova realidade e novos padrões.
Boa leitura!
Clique aqui
http://reacfat.com.br/index.php/reac/article/viewFile/162/186?v=1335204028
Dica do professor
Os usuários são partes interessadas nos resultados da empresa e podem ser internos ou externos: a 
diferença está na relação que têm com a empresa. Os usuários internos são aqueles internos à 
organização e estão diretamente relacionados às atividades operacionais da organização e, dessa 
forma, têm interesse nas informações gerenciais. Já os usuários externos são aqueles de fora da 
empresa, ou seja, não se envolvem nos processos internos da organização como venda de 
produtos, controle de estoque, planejamento orçamentário, entre outros. Elaborar relatórios 
contábeis com um nível de transparência e fidedignidade adequados contribui para melhor o nível 
de confiabilidade esses usuários internos e externos. 
Nesta Dica do Professor, serão discutidas as utilidades da contabilidade para os mais diversos 
usuários internos e externos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/54036110c5980d5ca79d0037018a1be8
Exercícios
1) Podemos considerar que as duas finalidades básicas para utilização das informações 
contábeis são:
A) Controle e Planejamento.
B) Análise e Planejamento.
C) Controle e Acompanhamento.
D) Acompanhamento e Planejamento.
E) Auditoria e Controle.
2) Conhecendo a Contabilidade e todo o seu campo de estudo, podemos classificá-la como 
pertencente ao grupo das Ciências:
A) Exatas.
B) Sociais.
C) Naturais.
D) Patrimoniais.
E) Históricas.
3) Levando em consideração, todos os conceitos e definições de contabilidade, podemos 
afirmar que o objeto da Contabilidade, efetivamente é:
A) a apuração do resultado das entidades.
B) planejamento contábil das entidades.
C) o controle e o planejamento das entidades.
D) o fornecimento de informações a seus usuários de modo geral.
E) o patrimônio das entidades.
4) A Ciência Contábil, ao se definir como ciência que estuda e controla o patrimônio, tem como 
objetivo principal:
A) atender apenas os interesses de instituições financeiras e fornecedores.
B) atender os interesses das instituições sindicais.
C) respaldar as informações prestadas à Receita Federal.
D) informar a contribuição da instituição à sociedade na forma de salários e impostos.
E) prover os usuários das demonstrações contábeis com informações que os ajudem a tomar 
decisões.
5) (ESAF, 2010). Com relação às opções abaixo, temos uma única que contém uma afirmativa, 
que não corresponde à realidade da Contabilidade. Identifique-a:A) A finalidade da Contabilidade é assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer 
informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o seu resultado das 
atividades econômicas desenvolvidas pela entidade.
B) A Contabilidade pode ser conceituada como sendo “a ciência que estuda, registra, controla e 
interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não”.
C) Pode-se dizer que campo de aplicação da Contabilidade é a entidade econômico-
administrativa, seja ou não de fins lucrativos.
D) O objeto da Contabilidade é definido como o conjunto de bens, direitos e obrigações 
vinculados a uma entidade econômico-administrativa.
E) Enquanto a entidade econômico-administrativa é o objeto da Contabilidade, o patrimônio é o 
seu campo de aplicação.
Na prática
O Balanço patrimonial é a peça fundamental da Contabilidade, pois somente através dele é possível 
determinar se a empresa está tendo uma evolução patrimonial positiva ou negativa. Assim a direção 
é informada sobre a condição econômica/financeira da empresa e permite que o processo de 
tomada de decisão seja o mais adequado possível.
Na Prática você vai conhecer o exemplo de uma empresa do ramo de varejo que segue os corretos 
procedimentos na elaboração do Balanço Patrimonial.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/d751c67a-9bbb-4542-adb5-39a15aa93a17/f5d8a670-413a-4f21-adf3-76a5acca5608.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Patrimônio
A finalidade ou objetivo da contabilidade é o fornecimento de informações para a tomada de 
decisões e, dessa forma, a ciência contábil estuda o patrimônio das empresas. Assim, o objeto da 
contabilidade é justamente esse patrimônio. Veja no link a seguir um vídeo em que o Professor José 
Carlos Marion trata com mais detalhes a definição de Patrimônio.
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Contabilidade Gerencial
A contabilidade não pode ser tratada somente como o seu “fim”. Ou seja, a prática contábil não 
deve se balizar somente em realizar fechamentos de balanço, registrar eventos em livros contábeis 
ou calcular tributos. A contabilidade como “meio” é uma importante ferramenta para viabilizar 
outros campos de atuação em uma organização, como por exemplo o planejamento orçamentário e 
financeiro. O capítulo a seguir, da obra Contabilidade Gerencial de Garrison et al. (2013) apresenta 
aspectos interessantes acerca dessa função da contabilidade.
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Qual o objetivo da contabilidade? Entenda tudo sobre a 
contabilidade e importância para as empresas
Leia mais sobre Qual o objetivo da contabilidade
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https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/objetivo-da-contabilidade/
Campo de aplicação, finalidade e 
objetivos da Contabilidade
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem estudaremos o campo de aplicação, finalidade e objetivos da 
Contabilidade, que como ciência é definida como a que estuda e controla o patrimônio das 
entidades. Você verá que o campo de aplicação da Contabilidade é bastante amplo, podendo ser 
aplicado em todas as unidades administrativas e econômicas que compõem a sociedade e que esta 
tem uma finalidade clara de ser um banco de dados, armazenado e sistematizado, que permite à 
empresa uma tomada de decisões assertiva, de acordo com a evolução patrimonial das entidades. 
Desse modo, o seu objetivo é servir como suporte ao processo decisorial. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar claramente a finalidade da Contabilidade nas suas funções administrativa e 
econômica.
•
Reconhecer o seu campo de atuação, o patrimônio.•
Explicar os seus objetivos de "Controle e Planejamento".•
Desafio
A contabilidade, contrariando muitas expectativas e conclusões equivocadas, não tem como 
objetivo somente preparar informações à administração tributária para fins de recolhimento de 
tributos. Em países com mercados mais maduros (e por consequência usuários da informação 
contábil mais exigentes e experientes), a contabilidade é vista como uma parceira estratégica na 
tomada de decisões. Por esse motivo, desde a pessoa física até as grandes corporações adotam a 
contabilidade como instrumento básico e essencial para o sucesso nos negócios.
João Almeida é empresário e o principal investidor de uma empresa logística. Apesar de ter 
bastante experiência em operações, declara-se um verdadeiro “leigo” em matéria de finanças. João 
sabe que quando decidiu investir nesse negócio, alguns consultores apresentaram diversas 
planilhas com cálculos e projeções de receita e lucro, mas com grande sinceridade afirma que se 
recorda muito pouco do que tinha visto. Passado cerca de 10 anos desde o seu aporte financeiro, 
João está preocupado com o futuro dos negócios. O empresário informa que recebe as seguintes 
informações trimestralmente, mas não faz a mínima ideia de como essas informações o ajudariam a 
avaliar a saúde do empreendimento:
Dessa forma, contrata um grupo de consultores liderados por você e pede que lhe sejam 
esclarecidos os seguintes pontos na forma de um relatório sintético:
a) Quais são os propósitos e objetivos das duas demonstrações que eu, João Almeida, recebo 
trimestralmente? 
b) Como realizo a leitura desses dois quadros? Consigo chegar a alguma conclusão acerca da saúde 
financeira dessa empresa em que tenho injetado recursos? Como os relatórios podem me ajudar a 
avaliar o meu investimento?
Como narrado no caso, o Sr. João Almeida é leigo em matéria contábil. Assim, você orienta a sua 
equipe que, neste primeiro trabalho com o cliente, tente evitar ao máximo os jargões técnicos, 
análises mais robustas, cálculo de indicadores e afins. Pelo contrário, pede-se o máximo de 
simplicidade, objetividade e clareza na elaboração do relatório sintético.
Infográfico
A contabilidade não tem como objetivo somente a produção de relatórios para fins de arrecadação 
tributária. Para além dessa função, os fatos administrativos e as transações econômicas são todas 
capturadas pela contabilidade, para que informações úteis possam ser produzidas aos usuários da 
informação. 
Neste infográfico você verá os objetivos da contabilidade, no contexto do processo administrativo 
das empresas. 
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Conteúdo do livro
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a aplicação e a finalidade da Contabilidade, leia o 
material a seguir.
Boa leitura.
Fundamentos de 
Contabilidade
Vicente Eustáquio Mascarenhas
MASCARENHAS, Vicente Eustáquio.
Fundamentos de Contabilidade. 1ª ed. – Cursos de graduação. 177p.
1. Contabilidade 2. Contabilidade Geral 3. Título 
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Fundamentos de Contabilidade
24 UNIDADE 1
MÓDULO 02
Entidades com fins sociais: também 
chamadas instituições, têm por obrigação 
atender às necessidades da coletividade 
a que pertencem. Ex.: hospitais.
Fique atento!
todos nós.
informação
Abrange todas as entidades econômico-
administrativas, até mesmo as pessoas 
de direito público (União, Estados, 
Municípios).
Entidades econômico-administrativas: 
são organizações que reúnem os seguintes 
elementos: pessoas, patrimônio,titular, 
ação administrativa e fim determinado. 
Quanto ao fim a que se destinam as 
entidades econômico-administrativas 
podem ser:
Entidades com fins econômicos: são 
as empresas, visam lucro para preservar 
e/ou aumentar o patrimônio líquido. 
Ex.: empresas comerciais, industriais, 
agrícolas etc.
Entidades com fim sócio-econômico: 
intituladas instituições, visam lucro 
que reverterá em benefício de seus 
integrantes. Ex.: associações, clubes 
sociais etc.
A Contabilidade Financeira serve na 
tomada de decisões externas, bancos, 
acionistas e governo.
Finalidade da Contabilidade
A finalidade da Contabilidade é gerar 
informações e avaliações visando prover 
seus usuários com demonstrações 
e análises de natureza econômica, 
financeira, física e de produtividade, que 
possibilitem:
CONTROLE - é o processo pelo qual a 
alta administração se certifica, na medida 
do possível, de que a organização esta 
agindo de conformidade com os planos 
políticos traçados pelo dono do capital e 
pela própria alta administração. 
25UNIDADE 1
A informação contábil é útil no processo 
de controle das seguintes formas:
• COMO MEIO DE 
COMUNICAÇÃO: os relatórios 
contábeis podem ser de grande 
auxilio, ao informar a organização 
a respeito dos planos e políticas da 
administração.
• COMO MEIO DE MOTIVAÇÃO: 
a não ser que a empresa ou negócio 
seja do tipo individual, não compete 
à administração fazer ou executar 
o serviço. Isto quer dizer que a 
administração não fabrica e vende 
pessoalmente o produto. Pelo 
contrário, a responsabilidade da 
administração consiste em saber se 
o trabalho está sendo executado 
pelos outros. Isto requer, em primeiro 
lugar, que o pessoal seja contratado 
e formado na organização e em 
segundo lugar, que a organização 
seja motivada de forma que venha a 
fazer o que a administração quer que 
se faça. A informação contábil pode 
auxiliar nesse processo de motivação. 
Se for utilizada de forma inadequada, 
pode prejudicar o processo.
• COMO MEIO DE VERIFICAÇÃO: 
periodicamente, a administração 
necessita avaliar a qualidade 
dos serviços executados pelos 
empregados. A apreciação desse 
resultado pode resultar em acréscimos 
de salários, promoções e readmissões, 
ações corretivas mais variadas ou, 
em casos extremos, demissões. A 
informação contábil pode auxiliar 
esse processo de avaliação, embora 
o desempenho humano não possa 
ser julgado apenas pela informação 
contida nos registros contábeis.
Características da informação contábil:
• Útil - atende às necessidades dos 
usuários.
• Oportuna - está à disposição na 
época certa.
• Clara - é facilmente entendida 
pelo usuário.
• Íntegra - baseia-se em dados 
confiáveis.
• Relevante - aborda diretamente 
os pontos fundamentais, com 
transparência.
• Flexível - apresenta-se de várias 
formas e na linguagem do usuário.
• Completa - incorpora dados 
físicos e outros complementares à 
informação.
• Preditiva - fornece indicadores de 
tendência.
Fundamentos de Contabilidade
26 UNIDADE 1
PLANEJAMENTO - é o processo de 
decidir que curso de ação deverá ser 
tomado para o futuro da organização. 
A informação contábil, principalmente 
a partir dos planos orçamentários, é 
de grande utilidade no planejamento 
empresarial.
A Contabilidade é objetivamente um 
sistema de informação e avaliação 
destinado a prover seus usuários com 
demonstrações e análises de natureza 
econômica, financeira, física e de 
produtividade, em relação à entidade 
objeto de contabilização.
O SISTEMA DE INFORMAÇÃO é um 
conjunto de dados articulados, técnicas 
de acumulação de ajustes e edição de 
relatórios que permite:
• Tratar as informações de natureza 
repetitiva como máximo de relevância 
e mínimo de custo.
• Dar condições para, por meio da 
utilização de informações primárias, 
constantes em arquivos básicos, 
juntamente com técnicas derivantes 
da própria Contabilidade, fornecer 
relatórios de exceção para finalidades 
especificas, em oportunidades 
definidas.
O objetivo principal da contabilidade, 
portanto, é permitir a cada grupo 
principal de usuários a avaliação da 
situação econômica e financeira da 
entidade, num sentido estático, bem 
como fazer inferências sobre tendências 
futuras. Em ambas as avaliações, as 
demonstrações contábeis constituirão 
elemento necessário, mas não suficiente. 
Sob o ponto de vista do usuário 
externo, quanto mais a utilização das 
demonstrações contábeis se referir 
à exploração de tendências futuras, 
mais tenderá a diminuir o grau de 
segurança das estimativas envolvidas. 
Quanto mais a análise se detiver na 
constatação do passado-presente, mais 
acrescerá e avolumará a importância da 
demonstração contábil.
Os objetivos da Contabilidade devem ser 
aderidos, de alguma forma explícita ou 
implícita, àquilo que o usuário considera 
importante em seu processo decisório. 
A verdade da Contabilidade reside em 
ser instrumento útil para a tomada de 
decisões pelo usuário tendo em vista a 
entidade.
Toda pessoa física ou jurídica que tenha 
interesse na avaliação da situação e do 
progresso de determinada entidade, 
seja empresa, finalidades não lucrativas 
ou mesmo o patrimônio familiar. São, por 
exemplo, os acionistas de uma empresa 
27UNIDADE 1
que querem saber se ela está dando 
lucro ou prejuízo. São as instituições 
financeiras que desejam avaliar o 
patrimônio da entidade para saber se 
lhe concedem ou não um empréstimo. 
São os administradores da entidade, 
que desejam saber como se comporta 
o desenvolvimento das atividades da 
empresa e qual o resultado que está 
advindo das mesmas. É o fisco, que 
também se interessa pelo resultado da 
pessoa jurídica, para lançar os impostos 
sobre ele incidentes.
Usuários internos:
1. Proprietários;
2. Administradores de todos os níveis 
da entidade.
Usuários externos:
1. Acionistas e investidores;
2. Emprestadores em geral (bancos, 
fornecedores)
3. Entidades governamentais (fisco)
4. Outros.
Cada usuário possui um interesse 
diferenciado nas informações da 
Contabilidade. A seguir, alguns exemplos.
Sócios, Acionistas e Proprietários de 
Quotas Societárias de Maneira Geral:
Essas pessoas, interessadas primaria-
mente na rentabilidade e segurança de 
seus investimentos, que muitas vezes 
se mantêm afastadas da direção das 
empresas, necessitam de informações 
resumidas que deem respostas claras e 
concisas a suas perguntas.
Exemplo:
1. Qual a taxa de lucratividade 
proporcionada a seu investimento 
em ações ou quotas-partes da 
sociedade?
2. Será que a empresa continua a 
oferecer, a médio e longo prazo, 
perspectivas de rentabilidade e 
segurança para seu investimento?
3. Existe alguma alternativa mais 
adequada para seus investimentos?
Normalmente, relatórios elaborados 
pela Contabilidade e esclarecimentos 
prestados pela Administração por 
ocasião das assembleias ou reuniões 
de sócios realizadas algum tempo após 
o encerramento dos exercícios são 
suficientes para responder tais perguntas.
Fundamentos de Contabilidade
28 UNIDADE 1
Administradores, Diretores e Executivos 
dos mais Variados Escalões:
O interesse nos dados contábeis dessas 
pessoas atinge um grau de profundidade 
e análise, bem como de frequência, muito 
maior do que para os demais grupos. De 
fato, são eles os agentes responsáveis 
pelas tomadas de decisões dentro de 
cada entidade a que pertencem. Tais 
decisões visam principalmente ao futuro, 
mas, para se preparar para agir no 
futuro, é necessário não apenas conhecer 
detalhadamente o que aconteceu no 
passado, como também o que está 
acontecendo no momento.
Note-se que as informações fornecidas 
pela Contabilidade não se limitam, 
como julgam muitos, ao Balanço 
Patrimonial e à Demonstração do 
Resultado do Exercício. Além dessas 
demonstrações básicas e finais de 
um período contábil, a Contabilidade 
fornece aosadministradores um fluxo 
contínuo de informações sobre os mais 
variados aspectos da gestão financeira e 
econômica das empresas.
Alguns autores, chegam a distinguir dois 
grandes ramos ou ênfases pelos quais 
a Contabilidade pode desempenhar 
seu papel informativo. A Contabilidade 
29UNIDADE 1
Financeira, cujos relatórios finais 
básicos são o Balanço Patrimonial, 
a Demonstração de Resultado do 
Exercício, a Demonstração de Origem e 
Aplicação de Recursos, a Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido e 
os Fluxos de Caixa, teria maior utilidade 
ou visaria mais diretamente aos agentes 
econômicos externos à empresa, assim 
como os sócios desligados da direção, 
ao passo que a Contabilidade Gerencial, 
mais analítica, incluindo em seu campo 
de atuação também a Contabilidade 
de Custos, visaria primariamente à 
administração da empresa.
Bancos, Capitalistas, Emprestadores de 
Recursos:
Para estas entidades e pessoas, o interesse 
está na rentabilidade e segurança de 
seus investimentos, necessitam de 
informações resumidas que forneçam 
respostas claras as suas perguntas.
As perguntas são mais ou menos parecidas 
às formuladas pelos sócios, acionistas e 
proprietários de quotas societárias de 
maneira geral, com a diferença de que 
o interesse destes às vezes vai algo além 
do puro escopo de retorno, estando 
associadas também razões sentimentais, 
profissionais e de pioneirismo em seus 
investimentos.
Quando a empresa opera em prejuízo 
ou começa a operar ineficientemente, é 
muito provável que os sócios continuem 
a investir nela seus capitais na esperança 
de uma melhoria (isto é um tanto mais 
verídico à medida que existir maior 
ligação entre as figuras dos sócios e 
dos administradores, principalmente 
nas médias e pequenas empresas), 
ao passo que os emprestadores de 
recursos, cuja única finalidade é a 
rentabilidade e segurança de retorno de 
seus investimentos, serão os primeiros 
a abandonar o barco em perigo de 
naufrágio.
Basicamente, todavia, o nível, a 
quantidade e, principalmente, a 
qualidade da informação requerida são 
parecidos, com maior ênfase para os 
fluxos financeiros, no que se refere aos 
emprestadores de recursos em geral.
Governo e Economistas 
Governamentais:
As repartições e os economistas 
governamentais têm duplo interesse nas 
informações contábeis.
A INFORMAÇÃO DE NATUREZA 
ECONÔMICA: deve ser sempre enten-
dida na visão de que a Contabilidade 
tem do que seja econômico e não, 
necessariamente, do tratamento que a 
Economia daria ao mesmo fenômeno. 
Pode-se afirmar que os fluxos de receitas 
e despesas (DRE) bem como o capital 
e patrimônio, em geral, são dimensões 
Fundamentos de Contabilidade
30 UNIDADE 1
econômicas da Contabilidade, uma vez 
que os fluxos de caixa de capital de giro 
caracterizam a dimensão financeira.
A INFORMAÇÃO DE NATUREZA FÍSICA: 
constitui importante desdobramento 
na evolução contábil, pois as mais 
recentes pesquisas sobre evolução de 
empreendimentos revelam que um 
bom sistema de informação e avaliação 
não pode repousar apenas em valores 
monetários, mas deveria incluir, na 
medida do possível, mensurações de 
natureza física, tais como: quantidades 
geradas de produtos ou serviços, número 
de depositantes em estabelecimento 
bancários e outras que melhor possam 
permitir inferência da evolução do 
empreendimento por parte do usuário.
A INFORMAÇÃO DE NATUREZA DE 
PRODUTIVIDADE – compreende a 
utilização mista de conceitos valorativos 
(financeiros no sentido restrito) e 
quantitativos (físicos no sentido restrito). 
Exemplo: receita bruta per capita - 
depósitos por clientes.
AS INFORMAÇÕES DE NATUREZA 
ECONÔMICA E FINANCEIRA - 
constituem o núcleo central da 
Contabilidade. O sistema de informação 
deveria ser capaz de, com mínimo de 
custo, suprir as dimensões físicas e de 
produtividade.
Assia à videoaula com est
 
Dica do professor
A contabilidade possui um amplo campo de aplicação. Entidades com ou sem fins lucrativos podem 
fazer o uso da contabilidade para fomentar o seu processo de tomada de decisões. Não se trata 
somente de produzir informações para recolhimento de tributos, mas uma poderosa parceira para 
otimizar os processos de planejamento e controle das entidades. 
Nesta Dica do Professor apresentaremos algumas considerações sobre o campo de aplicação, 
finalidade e objetivos da Contabilidade.
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Exercícios
1) A Contabilidade é definida como a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, 
controle e registro relativo a atos e fatos da administração econômica, portanto podemos 
dizer que são objetivos da contabilidade, EXCETO:
A) Auxiliar o maior número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão financeira.
B) Apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade quanto aos 
recursos que a eles foram confiados.
C) Auxiliar os acionistas a avaliar e o desempenho dos gerentes nas suas atividades 
organizacionais e com relação aos objetivos estratégicos da empresa.
D) Fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças 
na posição financeira da entidade.
E) Disponibilizar informações e demonstrativos contábeis que permitam a análise do 
desempenho da empresa através de índices de liquidez, estrutura e rentabilidade.
2) A Contabilidade como ciência que estuda e controla o patrimônio, aplica-se a qual tipo de 
sociedade?
A) Aplica-se somente às empresas organizadas na forma de sociedades anônimas.
B) Aplica-se somente às empresas organizadas na forma de sociedades limitadas.
C) Aplica-se ás sociedades com ou sem fins lucrativos organizadas em qualquer forma de 
sociedade.
D) Aplica-se somente as sociedades com fins lucrativos organizadas na forma de sociedades 
anônimas ou limitadas.
E) Aplicar somente à sociedades sem fins lucrativos organizadas na forma de sociedades 
anônimas ou limitadas.
3) Tendo em vista a Contabilidade ser um sistema de informações, podemos afirmar que são 
seus objetivos, dentro desta perspectiva, exceto:
A) obter as informações de natureza contábil e financeira, com repetição, relevância e baixo 
custo.
B) dar condições para, por meio da utilização de informações primárias, constantes em arquivos 
básicos, juntamente com técnicas derivantes da própria Contabilidade, fornecer relatórios de 
exceção para finalidades especificas, em oportunidades definidas.
C) permitir a extração de relatórios padronizados previamente definidos e normatizados pela 
legislação contábil para os usuários externos.
D) determinar o capital intelectual das organizações, assim como determinar as necessidades de 
aprimoramento e a melhor aplicação deste capital dentro das organizações.
E) Possibilitar a montagem de relatórios gerenciais específicos, para que os usuários internos 
tenham dados e informações para tomada de decisão.
4) Podemos claramente identificar alguns grupos de usuários das informações contábeis pelo 
seu notório interesse na evolução patrimonial da empresa. Leia as alternativas abaixo e na 
sequência assinale aquela em que os itens se enquadram dentro da definição de usuário 
interno e definição de usuário externo respectivamente:
A) Bancos e Investidores.
B) Bancos e Fornecedores.
C) Fornecedores e Proprietário.
D) Administrador e Governo.
E) Administradores e Proprietários.
5) Através da Contabilidade e seus demonstrativos, os usuários da informação contábil, 
poderão tirar conclusões, sobre vários aspectos. Exceto:
A) De natureza de produtividade – através da análise conjunta e conjugada dos valores apurados 
versus indicadores físicos. Exemplo: receita bruta de vendas x número de clientes = ticket 
médio de venda.
B) De natureza econômica e financeira - formamo objetivo central da Contabilidade. O sistema 
integrado contábil, deve possibilitar, a extração ou tratativa das informações nas dimensões 
físicas e de desempenho operacional, com um esforço relativamente baixo.
C) De natureza física - importa em incorporar à informação contábil os dados físicos, pois o 
sucesso de um empreendimento deve ser medido através da análise conjunta dos resultados 
financeiros aliados à produção física esperada e/ou projetada para um determinado 
empreendimento, sob pena de não incorporarmos a necessidade de conhecer os resultados 
relativamente ao retorno esperado pelo investimento. Exemplo: Andamento físico e 
financeiro da obra, vendas por metro quadrado, rentabilidade por unidade vendida.
D) De natureza de qualidade dos investimentos – Através da evolução do patrimônio líquido, os 
investidores poderão através da análise do valor investido em ações compradas em bolsa de 
valores, comparando com a relação de valor de patrimônio líquido pelo numero de ações, 
determinar se comparativamente o valor de mercado de ações esta barato com relação ao 
valor patrimonial, o que pode indicar uma decisão de mais aquisição ou venda de ações da 
empresa.
E) De natureza patrimonial, por meio das informações contábeis, conjugadas com o relatório da 
administração é possível identificar a composição do patrimônio da entidade, evidenciando 
ainda a qualidade e a quantidade deste patrimônio. Pois as informações patrimoniais são 
identificadas por item que compõem o patrimônio seguido do seu devido valor. Possibilitando 
ainda a identificação da variação do patrimônio do período base em relação ao período 
imediatamente anterior.
Na prática
A Contabilidade pode ser considerado um “banco de dados de informações”, pois recebe as 
informações de todas as áreas que geram fatos administrativos, processados de acordo com as 
normas e práticas contábeis. Os seus resultados na forma de relatórios (Balanço Patrimonial, 
Demonstração de Resultado do Exercício, etc), são disponibilizados aos usuários na forma dos 
resultados apurados e da evolução patrimonial, e permite uma avaliação clara do desempenho 
empresarial, bem como evidencia medidas para maximizar o resultado ou reverter prejuízos. Cabe 
aos gestores, em todos os níveis, conhecer as informações que a Contabilidade oferece para 
melhorar a gestão do patrimônio. Os relatórios financeiros são um desses exemplos:
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Quais são as diferenças entre contabilidade gerencial e 
contabilidade financeira?
A seguinte matéria apresenta as principais diferenças entre a contabilidade gerencial e a 
contabilidade contábil. Indica, ainda, as principais ferramenta e utilidades de cada um destes 
modelos de contabilidade.
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A importância dos relatórios contábeis para a tomada de 
decisão
O vídeo a seguir ressalta a importância dos relatórios contábeis, como o balanço patrimonial e o 
fluxo de caixa. O destaque desses relatórios é observado sob o prisma da contabilidade gerencial.
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O que é Contabilidade: conceito, objeto e objetivo
O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio. O patrimônio, por sua vez, pode estar 
presente em entidades privadas, públicas e inclusive no cotidiano das pessoas físicas. Dessa forma, 
o escopo de atuação da contabilidade é amplo. O link a seguir irá apresentar as principais áreas do 
contador e as suas especificidades.
https://www.jornalcontabil.com.br/quais-sao-as-diferencas-entre-contabilidade-gerencial-e-contabilidade-financeira/ 
https://www.youtube.com/embed/pTNxsPz9c_8 
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https://www.jornalcontabil.com.br/contabilidade-conheca-as-principais-areas-de-atuacao-do-contador/

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