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SANEAMENTO BÁSICO: ÁGUA 
 
SANEAMENTO BÁSICO: ÁGUA 
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Faculdade de Minas 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 3 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 
CONTEXTO HISTÓRICO ................................................................................ 5 
SANEAMENTO BÁSICO: ÁGUA ..................................................................... 8 
Ciclo Hidrológico .............................................................................................. 8 
Saneamento .................................................................................................. 16 
Dados do Saneamento no Brasil ................................................................... 20 
Histórico da Gestão dos Recursos Hídricos .................................................. 23 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de 
um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz 
de oferecer serviços educacionais em nível superior. 
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua 
formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, 
técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e 
propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras 
normas de comunicação. 
Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de 
forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma 
base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no 
atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma 
das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
INTRODUÇÃO 
A quantidade de água necessária para o desenvolvimento das atividades 
humanas, tanto no processo de produção de vários tipos de produtos quanto no 
abastecimento para o consumo de água propriamente dito, vem aumentando 
significativamente ano após ano no Brasil. Em contraponto, a quantidade de água 
potável ou de água que possa ser utilizada para satisfazer esses diversos tipos de 
finalidades não aumentou. 
Uma solução para a preservação dessas águas é o investimento em 
saneamento e no tratamento do esgoto sanitário, que é realizado por meio de 
estações de tratamento de esgoto que reproduzem, em um menor espaço e tempo, 
a capacidade de autodepuração dos cursos d’água. As águas recuperadas por essas 
estações possuem uma grande variedade de aplicações, entre elas: (a) irrigação de 
campos de esportes, praças etc.; (b) usos paisagísticos; (c) descarga de toaletes; (d) 
combate a incêndios; (e) lavagem de automóveis; (f) limpeza de ruas; (g) usos na 
construção (PROSAB, 2006). Tais alternativas contribuem para a diminuição do uso 
de água potável para estes fins, além de gerar externalidades positivas sobre a saúde 
e o meio ambiente (TONETO JUNIOR, 2004:31). 
No século passado, desde a década de 1950 até o seu final, o investimento 
em saneamento básico no Brasil ocorreu pontualmente em alguns períodos 
específicos, com um destaque para as décadas de 1970 e 1980, quando existia um 
“predomínio da visão de que avanços nas áreas de abastecimento de água e de 
esgotamento sanitário nos países em desenvolvimento resultariam na redução das 
taxas de mortalidade” (Soares, Bernardes e Cordeiro Netto, 2002:1715). Nesse 
período, foi consolidado o Plano Nacional de Saneamento (Planasa), que deu ênfase 
ao incremento dos índices de atendimento por sistemas de abastecimento de água, 
mas que, em contrapartida, não contribuiu para diminuir o déficit de coleta e 
tratamento de esgoto, o que é ainda verificado atualmente. Até 2006, apenas 15% do 
esgoto sanitário gerado nas regiões urbanas dos municípios do Brasil era tratado 
(Snis, 2007). 
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Atualmente, o setor tem recebido maior atenção governamental e existe uma 
quantidade significativa de recursos a serem investidos. No entanto, esses 
investimentos devem, além de gerar os benefícios já esperados quanto à melhoria da 
qualidade da água e dos índices de saúde pública, atender aos padrões mínimos de 
qualidade, sendo definidos pela legislação específica do setor, com a finalidade de 
garantir a sustentabilidade dos mesmos. 
Nestes últimos anos, as principais normas que regulam o setor de saneamento 
estão representadas pela Lei 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais 
para o saneamento básico, e pela Lei 9.433/1997, referente à Política Nacional de 
Recursos Hídricos (PNRH). Verificam-se nestas leis algumas exigências para garantir 
a sustentabilidade dos investimentos em saneamento, mas, segundo Souza, Freitas 
e Moraes (2007), ainda existe uma predominância de conceitos preventivistas e 
omissões discursivas, além de visões ambíguas dentro de uma mesma legislação. 
Soma-se a isso o fato de que ainda não estão definidas, de maneira clara, as 
atribuições de cada esfera governamental no que se refere ao saneamento básico. 
Devido a essa indefinição, União, estados, Distrito Federal e municípios poderiam 
criar ações redundantes em alguns casos ou se tornar negligentes em outros, 
deixando a responsabilidade para um dos demais agentes envolvidos. Nesse cenário, 
a aplicação dos recursos poderia ainda ser realizada sem a adoção de uma visão 
mais global, que contemple as relações entre esses agentes, prejudicando o 
planejamento e a eficácia dos recursos aplicados. 
CONTEXTO HISTÓRICO 
A importância do saneamento e sua relevância à saúde humana remontam às 
mais antigas culturas. O desenvolvimento do saneamento sempre esteve ligado à 
evolução das civilizações, às vezes retrocedendo, outras renascendo com o 
aparecimento de outras. Essa descontinuidade da evolução do serviço está ligada, 
em grande parte, aos poucos meios de comunicação do passado. 
Avanços importantes alcançados em épocas distantes foram esquecidos 
durante séculos porque não eram conhecidos pela população. No Velho Testamento 
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existem diversas passagens vinculadas às práticas sanitárias do povo judeu como, 
por exemplo, o uso da água para limpeza: “roupas sujas podem levar a doenças como 
a escabiose”. Assim, os poços para abastecimento eram mantidos tampados, limpos 
e longe de possíveis fontes de poluição. 
 
Existem relatos do ano 2000 a.C., de tradições médicas, na Índia, 
recomendando que a água impura devia ser purificada pela fervura sobre um fogo, 
pelo aquecimento no sol, mergulhando um ferro em brasa dentro dela ou podia ainda 
ser purificada por filtração em areia ou cascalho, e então resfriada. 
Das práticas sanitárias coletivas mais marcantes na antiguidade destacam-se 
a construção de aquedutos, banhos públicos, termas e esgotos romanos, tendo como 
símbolo histórico a conhecida Cloaca Máxima de Roma. Havia em Roma nove 
aquedutos para abastecimento, com extensãoque variavam de 16 a 80 km e seção 
transversal de 0,65 a 4,65 m2. Alguns autores estimaram a capacidade total de todos 
estes aquedutos e chegaram a uma vazão de 221,9 m3.d-1 = 2,57 m3. s-1, suficiente 
hoje para abastecer uma cidade de 600.000 habitantes, admitindo-se uma demanda 
per capta de aproximadamente 300 L.d-1. 
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Entretanto, a falta de difusão dos conhecimentos de saneamento levou os 
povos a um retrocesso, originando o pouco uso da água durante a Idade Média, 
quando o consumo per capita de certas cidades europeias chegou a 1 litro por 
habitante por dia. Nessa época, houve uma queda nas conquistas sanitárias e 
consequentemente sucessivas epidemias. O quadro característico desse período é o 
lançamento de dejetos na rua. Nessa ocasião, a construção de aquedutos pelos 
mouros, o reparo do aqueduto de Sevilha em 1235, a construção de aqueduto de 
Londres com o emprego de alvenaria e chumbo e, em 1183, o abastecimento inicial 
de água em Paris, são obras que podem ser citadas. 
Somente no século passado é que se começou a dispensar maior atenção à 
proteção da qualidade de água, desde sua captação até sua entrega ao consumidor. 
Essa preocupação se baseou nas descobertas que foram realizadas a partir de então, 
quando diversos cientistas mostraram que havia uma relação entre a água e a 
transmissão de muitas doenças causadas por agentes físicos, químicos e biológicos. 
Ainda nos dias de hoje, mesmo com os diversos meios de comunicação 
existentes, verifica-se a falta de divulgação desses conhecimentos. Em áreas rurais 
a população consome recursos para construir suas casas sem incluir as facilidades 
sanitárias indispensáveis, como poço protegido, fossa séptica, etc. Assim sendo, o 
processo saúde versus doença não deve ser entendido como uma questão 
puramente individual e sim como um problema coletivo. 
No Brasil, pesquisas realizadas no início dos anos 90 pela Associação 
Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) e pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) possibilitam uma visualização do quadro sanitário do 
país, evidenciando as condições precárias a que está exposta grande parte da 
população brasileira. 
Em 1991, o Brasil possuía uma população de 152,3 milhões de habitantes, 
sendo que 77% destes viviam em áreas urbanas e apenas 23% em áreas rurais. Do 
total da população brasileira, menos de 70% dos habitantes eram atendidos por 
sistemas coletivos de abastecimento de água. Atualmente (2004), estatísticas do 
Ministério da Saúde revelam que cerca de 90% da população urbana brasileira é 
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atendida com água potável. O déficit, ainda existente, está localizado, basicamente, 
nos bolsões de pobreza, ou seja, nas favelas, nas periferias das cidades, na zona 
rural e no interior. 
Problemas recorrentes nos sistemas são devidos ao não cumprimento dos 
padrões de potabilidade pela água distribuída e a ocorrência de intermitência no 
abastecimento, comprometendo a quantidade e a qualidade da água distribuída à 
população. Além disso, o índice de perda é muito elevado principalmente em função 
de vazamentos e desperdícios. 
SANEAMENTO BÁSICO: ÁGUA 
Todas as reações nos seres vivos necessitam de um veículo que as facilite e 
que sirva para regular a temperatura devido ao grande desprendimento de calorias 
resultante da oxidação da matéria orgânica. 
A água que é fundamental à vida, satisfaz completamente a estas exigências 
e se encontra presente em proporções elevadas na constituição de todos os seres 
vivos, inclusive no homem, onde atinge cerca de 75% de seu peso. Sua influência foi 
primordial na formação das aglomerações humanas. 
O homem sempre se preocupou com o problema da obtenção da qualidade da 
água e em quantidade suficiente ao seu consumo e desde muito cedo, embora sem 
grandes conhecimentos, soube distinguir uma água limpa, sem cor e odor, de outra 
que não possuísse estas propriedades atrativas. 
Ciclo Hidrológico 
A água presente em nosso ambiente encontra-se em constante movimento. Os 
processos de transporte de massa tem lugar na atmosfera, em terra e nos oceanos. 
O conjunto desses processos é chamado de ciclo hidrológico e a energia necessária 
para seu funcionamento é de origem solar – mais precisamente, a diferença entre a 
radiação emitida pelo Sol e a refletida pela atmosfera terrestre. O insumo básico, em 
termos hídricos, constitui-se pela precipitação. 
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O homem sempre procurou entender os fenômenos do ciclo hidrológico e 
mensurar as suas fases, na medida em que se capacitava tecnologicamente. 
Entretanto, em que pese o atual conhecimento sobre o ciclo, há o caráter aleatório 
inerente ao mesmo, que nos obriga a trabalhar sempre com estatística. 
A quantidade de água livre sobre a terra atinge 1.370 milhões km3, 
correspondente a uma camada imaginária de 2.700m de espessura sobre toda a 
superfície terrestre (510 milhões de km2) ou a profundidade de 3.700m se 
considerarmos as superfícies dos mares e oceanos somados (274 milhões de km2). 
À primeira vista, o abastecimento de água parece realmente inesgotável, mas 
se considerarmos que 97% (noventa e sete) são água salgada, não utilizável para a 
agricultura, uso industrial ou consumo humano, a impressão já muda. Agrava-se 
ainda que, da quantidade de água doce existente 3% (três por cento), apenas 0,3% 
(zero vírgula três por cento), aproximadamente, é aproveitável, pois a maior parte 
encontra-se presente na neve, gelo ou em lençóis subterrâneos situados abaixo de 
uma profundidade de 800 m, tornando-se inviável ao consumo humano. 
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Em resumo, a água utilizável é um total de 98.400 km3 sob a forma de rios e 
lagos e 4.050.800 km3 sob a forma de águas subterrâneas, equivalentes a uma 
camada de 70,3 cm, distribuída ao longo da face terrestre (136 milhões de km2). 
 
Com o aumento das aglomerações humanas e com a respectiva elevação do 
consumo da água o homem passou a executar grandes obras destinadas a captação, 
transporte e armazenamento deste líquido e também a desenvolver técnicas de 
tratamento interferindo assim no ciclo hidrológico e gerando um ciclo artificial da água. 
Algumas comunidades captam água subterrânea para abastecimento público, 
mas a maioria delas se aproveita de águas superficiais que após o tratamento é 
distribuída para as residências e indústrias. Os esgotos gerados são coletados e 
transportados para uma estação para tratamento anterior à sua disposição final. Os 
métodos convencionais promovem, apenas, uma recuperação parcial da qualidade 
da água original. A diluição em um corpo receptor e a purificação pela natureza 
promovem melhora adicional na qualidade da água. Entretanto, outra cidade a jusante 
da primeira, provavelmente, captará água para abastecimento municipal antes que 
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ocorra a recuperação completa. Essa cidade, por sua vez, a trata e dispõe o esgoto 
gerado novamente por diluição. 
Esse processo de captação e devolução por sucessivas cidades em uma bacia 
resulta numa reutilização indireta da água. Durante as estiagens, a manutenção da 
vazão mínima em muitos rios pequenos depende, fundamentalmente, do retorno 
destas descargas de esgotos efetuadas a montante. Assim, o ciclo artificial da água 
integrado ao ciclo hidrológico natural é: 
- captação de água superficial, tratamento e distribuição; 
- coleta, tratamento e disposição em corpos receptores dos esgotos gerados; 
- purificação naturaldo corpo receptor; e 
- repetição deste esquema por cidades a jusante. 
 
A descarga de esgotos tratados de modo convencional em lagos, reservatórios 
e estuários, os quais agem como lagos, acelera o processo de eutrofização. A 
deterioração da qualidade da água, assim resultante, interfere no reuso indireto para 
abastecimento público e atividades recreativas. 
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Na reutilização da água surgem problemas gerados pelos sólidos dissolvidos 
que poderiam ser solucionados com métodos avançados, porém de custo muito 
elevado, de tratamento de despejos e de água do abastecimento. Tais águas conterão 
traços de compostos orgânicos, que poderão acarretar problemas de gosto e odor ou 
outros ainda piores à saúde, tornando-a imprópria para os usuários de jusante. 
Os compostos químicos mais sofisticados (como, por exemplo, os 
organofosforados, policlorados e bifenóis, usados na indústria e agricultura) causam 
preocupações, uma vez que não podem ser detectados rapidamente nas baixíssimas 
concentrações em que geralmente ocorrem. 
Como podemos notar o rápido crescimento da população e os acelerados 
avanços no processo de industrialização e urbanização das sociedades, tem 
repercussões sem precedentes sobre o ambiente humano. 
Nas Américas segundo a Organização Pan-Americana de Saúde os principais 
problemas encontrados no setor de abastecimento de água são: 
- instalações de abastecimento público ou abastecimento individual em mau 
estado, com deficiências nos projetos ou sem a adequada manutenção; 
- deficiência nos sistemas de desinfecção de água destinada ao consumo 
humano com especial incidência em pequenos povoados; 
 - contaminação crescente das águas superficiais e subterrâneos por causa de 
deficiente infra-estrutura de sistema de esgotamento sanitário, ausência de sistema 
de depuração de águas residuárias, urbanas e industriais e inadequado tratamento 
dos resíduos sólidos com possível repercussão no abastecimento de água, em área 
para banhos e recreativas, na irrigação e outros usos da água que interfira na saúde 
da população. 
Os riscos expostos anteriormente se traduzem em um meio degradado com 
águas poluídas e uma alta incidência de mortalidade por transmissão hídrica. Em 
vários países da América Latina e Caribe, as gastroenterites e as doenças diarreicas 
figuram entre as dez principais causas de mortalidade, sendo responsáveis por cerca 
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de 200.000 mortes ao ano sem incluir as causadas pela febre tifoide e hepatite e 
outras similares. 
Para abordar esses problemas a OPAS (1998), através do Programa Marco de 
Atenção ao Meio Ambiente, propõe medidas de controle e vigilância a serem 
empreendidas por Sistemas Locais de Saúde que permitam uma gestão correta da 
água cujos objetivos específicos são: 
- estabelecer um controle das instalações e uma vigilância contínua da 
qualidade das águas de abastecimento, principalmente as não procedentes da rede; 
- identificar o déficit e as prioridades no fornecimento dos serviços de água e 
de esgoto; 
- estabelecer um controle periódico dos lançamentos nos corpos d’água e 
fossas; 
- estabelecer uma vigilância e controle das piscinas e áreas para banho e 
recreativas; 
- estabelecer um sistema de previsão de danos causados por catástrofes; 
- estabelecer um controle periódico da qualidade da água para irrigação de 
hortaliças; 
- estabelecer, quando necessário, um sistema de desinfecção de água nos 
domicílios. 
Processos de Poluição da Água 
As formas de poluição da água são várias, de origem natural ou como resultado 
das atividades humanas. Existem essencialmente três situações de poluição, cada 
uma delas característica do estágio de desenvolvimento social e industrial: 
- Primeiro estágio: poluição patogênica. Neste estágio, as exigências 
quanto à qualidade da água são relativamente pequenas, tornando-se comuns as 
enfermidades veiculadas pela água. O uso de estações de tratamento de água e 
sistemas de adução podem prevenir os problemas sanitários neste estágio; 
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- Segundo estágio: poluição total. Este estágio define-se como aquele em 
que os corpos receptores tornam-se realmente afetados pela carga poluidora que 
recebem (expressa como sólidos em suspensão e consumo de oxigênio). Este 
estágio normalmente ocorre durante o desenvolvimento industrial e o crescimento das 
áreas urbanas. Os prejuízos causados ao corpo receptor e, em consequência, à 
população podem ser reduzidos com a implantação de sistemas eficientes de 
tratamento de água e de esgotos; 
- Terceiro estágio: poluição química. Este estágio é o da poluição insidiosa, 
causada pelo contínuo uso da água. O consumo de água aumenta em função do 
aumento da população e da produção industrial. Cada dia é maior a quantidade de 
água retirada dos rios e maior e mais diversa a poluição neles descarregada. 
 
Controle da Poluição da Água 
No planejamento das atividades, visando estratégias de controle da poluição 
da água, é fundamental que se considere a bacia hidrográfica como um todo a fim de 
se obter uma maior eficiência na realização dessas atividades. Dentre as principais 
técnicas encontradas podemos citar: implantação de sistemas de coleta e tratamento 
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de esgotos sanitários e indústrias; controle de focos de erosão e recuperação de rios 
objetivando o retorno ao seu equilíbrio dinâmico, através da restauração de suas 
condições naturais. 
Quanto a recuperação dos rios existem dois tipos de técnicas: não estruturais 
que não requerem alterações físicas no curso d’água e incluem as políticas 
administrativas e legais e os procedimentos que limitam ou regulamentam alguma 
atividade; e técnicas estruturais que requerem algum tipo de alteração física no corpo 
d’água e incluem reformas nas estruturas já existentes acelerando os processos 
naturais de sua recuperação. 
 
Com relação a agentes poluidores de origem industrial o problema mais 
importante parece estar centralizado nos seguintes aspectos: 
- providenciar um controle ambiental seguro, sem prejuízos dos investimentos 
econômicos; 
 - obtenção de informação técnica referente aos melhores meios de que se 
dispõe para controlar a poluição; 
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- obtenção e emprego de técnicas de combate à poluição ambiental e de 
pessoal especializado na aplicação das mesmas; 
- selecionar e adaptar as soluções de controle importadas ao conjunto de 
técnicas desenvolvidas no país. 
Para o Brasil encarar os problemas da poluição ambiental já existentes e os 
do futuro, resultantes da atividade industrial, é necessário um senso de perspectiva 
de tal modo que as medidas de controle possam fazer parte do contexto de uma 
economia planejada e de um desenvolvimento social. 
Aceitar tecnologia definida por outros países pode trazer sérios entraves aos 
investimentos nacionais e estrangeiros em vários setores industriais. É preciso estar 
sempre desenvolvendo uma tecnologia nacional de controle da poluição industrial 
fundamentada na pesquisa e desenvolvendo métodos adequados a nossa realidade, 
aliados à seleção e adaptação da tecnologia importada, paralelamente à formação e 
capacitação de pessoal técnico especializado. 
Saneamento 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle 
de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos 
nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer quesaneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo 
alcançar Salubridade Ambiental. 
Cerca de 4,5 bilhões de pessoas no mundo (mais da metade da população 
global atual de 7,6 bilhões de habitantes) não têm acesso a saneamento básico 
seguro, segundo relatório recente divulgado pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Já a quantidade de 
moradores do planeta com algum saneamento básico é de 2,3 bilhões (ONU, 2017). 
O documento das Nações Unidas indica ainda que o número de pessoas sem 
acesso à água potável em casa é de 2,1 bilhões em todo o mundo. 
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Desde 2000, quando foi lançada a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento 
do Milênio, bilhões de pessoas ganharam acesso à água potável e saneamento, mas 
esses serviços não garantem necessariamente o saneamento seguro, aquele que é 
ligado a uma rede de esgoto tratado. 
Esse quadro gera doenças que podem ser mortais para crianças e idosos. 
Todos os anos, mais de 360 mil menores morrem de diarreia, uma doença evitável. 
Já o saneamento mal feito pode causar cólera, disenteria, hepatite A e febre tifoide, 
entre outros problemas. 
Segundo ONU (2017), em 90 países, o avanço na área de saneamento básico 
é muito lento, o que leva a crer que a cobertura universal não será alcançada até 
2030, quando se encerra o prazo para cumprimento da Agenda 2030, que estabelece 
os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que 
devem ser implementados por todos os países até aquele ano. 
Dos 4,5 bilhões de pessoas sem acesso a esgoto tratado, 600 milhões têm que 
compartilhar um toalete ou uma latrina com moradores de outros lares. Já o número 
de pessoas que defecam a céu aberto é de 892 milhões. Devido ao aumento da 
população, essa situação tem crescido na África Subsaariana e na Oceania. 
Os serviços de água potável, saneamento básico e higiene são essenciais para 
que o mundo alcance o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 3: 
assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar de todos, em todas as faixas 
etárias. 
O primeiro registro de saneamento no Brasil ocorreu em 1561, quando o 
fundador Estácio de Sá mandou escavar o primeiro poço para abastecer o Rio de 
Janeiro. Na capital, o primeiro chafariz foi construído em 1744. No período colonial, 
ações de saneamento eram feitas de forma individual, resumindo-se à drenagem de 
terrenos e instalação de chafarizes (SOUSA & COSTA, 2016). 
Durante a história do Saneamento no Brasil existiram fatores que dificultaram 
o progresso ao longo dos anos. A falta de planejamento adequado; o volume 
insuficiente de investimentos; a deficiência na gestão das companhias de 
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saneamento; a baixa qualidade técnica dos projetos e a dificuldade para obter 
financiamentos e licenças para as obras alguns fatores que impediram (e ainda 
impedem) que o desenvolvimento dessa área não tenha atingido crescimento 
expressivo durante esse período. 
A partir dos anos 1940, surge a comercialização dos serviços de saneamento. 
Formaram-se assim as autarquias e mecanismos de financiamento para o 
abastecimento de água, com influência do Serviço Especial de Saúde Pública 
(SESP), hoje denominada Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) (COSTA, 1994). 
Para minimizar os problemas que surgiam ao longo dos anos, criaram-se 
diretrizes de implementação, medidas e infraestruturas para o saneamento básico no 
Brasil. Em 1971, foi instituído o Plano Nacional de Saneamento (PLANASA). Outro 
grande obstáculo que existiu durante anos foi a disputa entre governos federal, 
estadual e municipal sobre quem deveria gerenciar essas diretrizes. 
Ainda segundo (COSTA, 1994), após intensa luta, os Municípios conquistaram 
a titularidade dos serviços de saneamento, no dia 05 de janeiro de 2007, com a 
sanção da Lei Federal nº 11.445, chamada de Lei Nacional do Saneamento Básico – 
LNSB. Ela entrou em vigência a partir de 22 de fevereiro do mesmo ano e estabeleceu 
as diretrizes nacionais para o saneamento básico no Brasil. 
Atualmente o instrumento que norteia a condução das políticas públicas, metas 
e estratégias para o setor de saneamento é o PLANSAB (Plano Nacional de 
Saneamento Básico). Existem órgãos que são responsáveis pelo monitoramento 
dessas leis e diretrizes como a ANA (Agência Nacional de Águas) que é o órgão 
responsável pelo gerenciamento de recursos hídricos e o SNIS (Sistema Nacional de 
Informação sobre Saneamento) que é o maior e mais importante sistema de 
informação sobre saneamento. 
No Brasil, 83,3 % da população são atendidos com fornecimento de água 
tratada e 35 milhões de brasileiros ainda não possuem acesso a este serviço. De 
acordo com dados fornecidos pelo SNIS 2015 e o Instituto Trata Brasil, para cada 100 
litros de água tratada, 37% não são consumidas (INSTITUTO TRATA BRASIL, 2018). 
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Os dados mostram ainda que em relação a coletas e tratamentos de esgoto os 
números diminuem com relação a população atendida por esse serviço básico e 
aumentam quanto a população que não tem acesso nenhum. Segundo o 
levantamento de dados do SNIS 2015 e um estudo de Saneamento em áreas 
irregulares feito pelo Instituto Trata Brasil em 2016, cerca de 50,3% da população do 
Brasil tem acesso à coleta de esgoto, enquanto mais de 100 milhões de brasileiros 
ainda não possuem acesso a este tipo de serviço. 
A gestão de recursos hídricos está relacionada não somente a práticas e 
tecnologias diretamente ligadas à distribuição, uso e conservação de água, mas 
também a questões mais profundas de desenvolvimento nacional e representação 
política. A experiência brasileira, desde o período colonial até à recente liberalização 
econômica, demonstra vividamente essa complexidade histórico-geográfica. Durante 
a fase desenvolvimentista, caracterizada pela substituição de importações, grandes 
obras de engenharia hidráulica foram executadas como base da expansão urbana e 
agroindustrial. 
O alto custo ambiental e as insuficiências de tais iniciativas passaram a exigir 
um esforço de mitigação e regulação mais rigoroso. Segundo a Companhia Ambiental 
do Estado de São Paulo – CETESB - (2018) o Brasil vem produzindo, desde o início 
do século passado, legislação e políticas que buscam paulatinamente consolidar uma 
forma de valorização de seus recursos hídricos. A crise econômica de fins do século 
XIX e início do século XX, centrada na troca do modelo econômico – de agrário para 
industrial, exige uma maior utilização da energia elétrica para a geração de riquezas. 
Neste contexto sócio econômico foi publicado o Decreto 24.643 em 10 de Julho de 
1934, que aprovou o Código de Águas Brasileiro. 
Mesmo voltado para a priorização da energia elétrica, o Código de Águas de 
34, como ficou conhecido, inicia um trabalho de mudança de conceitos relativos ao 
uso e a propriedade da água. No transcorrer das mudanças econômicas e sociais, 
que se deram no Brasil e no mundo, abriram espaço para o estabelecimento de uma 
Política Nacional de Gestão de Águas. 
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A urbanização acelerada em todo o planeta produz inúmeras alterações no 
ciclo hidrológico e aumenta enormemente as demandas para grandes volumes de 
água, aumentando também os custos do tratamento, a necessidade de mais energia 
para distribuição de água e a pressão sobre os mananciais. 
O saneamento básico se restringe: 
 - abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com a 
proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para agarantia de condições 
básicas de conforto; 
- coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente 
segura de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e 
agrícola; 
- acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos sólidos 
(incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços, 
industrial e pública); e 
- coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações. 
Dados do Saneamento no Brasil 
Os recursos hídricos são os corpos de água que existem no planeta, desde os 
oceanos até aos rios passando pelos lagos, os arroios e as lagoas. Estes recursos 
devem ser preservados e utilizados de forma racional, uma vez que são 
indispensáveis para a existência da vida. 
O problema é que, embora na sua maioria sejam recursos renováveis, a sobre-
exploração e a contaminação que provocam diversas atividades humanas fazem que 
os recursos hídricos estejam em risco. A sua capacidade de regeneração muitas 
vezes não é suficiente face ao ritmo de uso. 
O saneamento básico, mesmo sendo um direito garantido pela Lei Nº 
11.445/2007 que diz que o acesso ao saneamento básico deve ser algo universal 
ainda é deficiente em algumas regiões do Brasil. Quando falamos em saneamento e 
tomamos como base os dados do Instituto Trata Brasil (2018), podemos observar que 
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assim como o capital financeiro, a disponibilidade de bens essenciais para a vida é 
mal distribuído. O primeiro item essencial é a água, pode se observar uma grande 
diferença na porcentagem de distribuição deste bem. Enquanto o Sudeste recebe 
quase que por completo, chegando a 91% de atendimento, o Norte fica apenas com 
metade de todo o recurso, chegando a apenas 55%. 
 
Em relação a coleta e tratamento de esgoto, esses dados também não são 
muito diferentes. Enquanto a maior parte do tratamento se concentra nas regiões 
sudeste e centro-oeste com 48,8% e 52, 62% respectivamente, o norte e nordeste 
apresentam apenas 18,3% e 36,22% respectivamente de tratamento de esgoto. 
Lançado pelo Ministério das Cidades, o Sistema Nacional de Informações 
sobre Saneamento Básico (SNIS) divulga anualmente um diagnóstico a respeito da 
situação de água e esgoto dos municípios brasileiros. Os números são cedidos por 
meio das companhias de saneamento de cada cidade e possuem dois anos de 
defasagem. 
De acordo com o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto divulgado pelo 
SNIS em fevereiro de 2018 e referente ao ano 2016, 35 milhões de brasileiros não 
têm acesso à água tratada e mais de 100 milhões não são contemplados com coleta 
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dos esgotos. Além disso, 56% dos esgotos coletados nas residências beneficiadas 
com esse sistema não são tratados, gerando um grave problema de saúde pública. 
Estimativas do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) (2013), 
indicam que seria necessário um investimento de R$ 304 bilhões para universalizar a 
água e o esgoto no Brasil até 2030. As informações para abastecimento de água 
tratada foram levantados em 5172 municípios, enquanto os dados de esgotamento 
sanitários foram coletados em 4084 municípios. 
Segundo o Instituto Trata Brasil (2018), após um estudo realizado com base 
nos dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 
(SNIS), que se referem ao ano de 2016 apenas 45% do esgoto gerado no Brasil passa 
por tratamento. Isso quer dizer que os outros 55% são despejados diretamente na 
natureza, o que corresponde a 5,2 bilhões de metros cúbicos por ano ou quase 6 mil 
piscinas olímpicas de esgoto por dia. Os números indicam que o saneamento tem 
avançado no país nos últimos anos, mas pouco. O estudo apontou que: 
● Em 2016, 83,3% da população era abastecida com água potável, o que quer 
dizer que os outros 16,7%, ou 35 milhões de brasileiros, ainda não tinham acesso ao 
serviço. Em 2011, o índice de atendimento era de 82,4%. A evolução foi de 0,9 ponto 
percentual. 
● Quanto à coleta de esgoto, 51,9% da população tinha acesso ao serviço em 
2016. Já 48,1%, ou mais de 100 milhões de pessoas, utilizavam medidas alternativas 
para lidar com os dejetos – seja através de uma fossa, seja jogando o esgoto 
diretamente em rios. Em 2011, o percentual de atendimento era de 48,1% — um 
avanço de 3,8 pontos percentuais. 
● Apenas 44,9% do esgoto gerado no país era tratado em 2016. Em 2011, o 
índice era de 37,5% — uma evolução de 7,4 pontos percentuais. 
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Histórico da Gestão dos Recursos Hídricos 
A gestão dos recursos hídricos no Brasil se baseia na necessidade de 
gerenciar o uso da água com o intuito de prevenir os conflitos gerados através da 
utilização do mesmo, tendo em vista que ao longo dos anos a problemática de 
demanda e oferta cresceu significativamente. 
No que se refere às questões urbanas, não há como negar que os municípios 
assumem um papel fundamental no estabelecimento de políticas públicas visando a 
organização da sociedade e a proteção ambiental. 
Essa competência reflete diretamente na proteção dos recursos hídricos dos 
territórios municipais. Assim, mesmo os municípios não tendo competência legal para 
legislar sobre recursos hídricos, é muito importante que implantem políticas públicas 
voltadas a preservação dos cursos de água. Essas políticas públicas englobam entre 
outras áreas, o esgotamento sanitário. 
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Segundo Porto (2012), o termo gerenciamento aplicado a recursos hídricos, 
pode ser definido como um subconjunto da governança, conceito amplo e que implica 
a existência de conjuntos de sistemas políticos, sociais, econômicos e administrativos 
que afetam, direta ou indiretamente, a administração, o uso, consumo, impacto, 
preservação e serviços, entre outros aspectos relativos a esses recursos. O 
crescimento populacional desenfreado exigiu que normas legais fossem criadas 
juntamente com sistemas de administração, com participação governamental e da 
sociedade civil. 
Historicamente no Brasil a atual estrutura da gestão dos recursos hídricos 
remete do período colonial onde em tempos de mineração de ouro em Minas Gerais 
já identificou-se a necessidade de administrar o uso da água, levando em 
consideração que o processo de extração exigia uso considerável deste recurso e 
com o tempo percebeu-se a ocorrência de conflitos relativos a demanda e que estes 
impactavam na arrecadação direta da tributação. 
FONSECA & FILHO (2006), explicam que nesse sentido, em 24 de fevereiro 
de 1720, o Conde de Assumar, tentando dar um basta à situação, emitiu uma 
provisão, conhecida como Provisão das Águas, a qual pode ser considerada um 
marco na história da gestão dos recursos hídricos no Brasil. Esse documento por sua 
vez estabelecia dentre alguns tópicos, que ninguém poderia se apropriar da água dos 
córregos sem devida licença por escrito dos guardas-mores. 
Analisando o processo de desenvolvimento econômico e expansão 
populacional do país ao longo dos anos o processo de gerenciamento teve que se 
aperfeiçoar e no tocante a principais marcos deve-se considerar o Código das Águas, 
esse foi instituído em 1934. Porto (2012) alega que ele é o instrumento legal que 
introduziu os principais conceitos de dominialidade e da relação público/privada para 
aquele recurso. Apesar disso para efeitos práticos o Código das águas não 
demonstrou significativa eficiência e aplicabilidade. 
A cada ano a problemática sobre o uso da água tomou novas proporções, o 
crescimento populacional, o êxodo rural, o advento da Revolução Industriale a 
instituição dos grandes centros urbanos, exigiu que medidas mais efetivas fossem 
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tomadas quando se trata de distribuição da água, tratamento de esgoto e controle de 
problemas de saúde resultantes da ausência do saneamento. 
Após a criação Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH) o 
estabelecimento de órgãos regulamentadores se tornou efetivo, e a expansão dos 
comitês de bacias hidrográficas se deu de maneira considerável. Outros dois 
conceitos importantes que foram validados após a implantação da PNRH é a outorga 
de Uso da Água e a cobrança pelo uso da água, estes por sua vez geram 
embasamento para conceitos de preservação de recursos atrelados ao 
desenvolvimento sustentável. 
A lei brasileira prevê como integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento 
de Recursos Hídricos – SINGERH os Comitês de Bacias Hidrográficas – CBH, órgãos 
colegiados com atribuições normativas, deliberativas e consultivas na bacia 
hidrográfica de sua jurisdição e as Agências de Águas, que funcionarão como 
secretaria executiva de um ou mais Comitês, mediante autorização do Conselho 
Nacional ou Estadual de Recursos Hídricos, tendo suas competências elencadas no 
artigo 44 da Lei 9.433/97. 
A Agência Nacional de Águas – ANA foi instituída pela Lei 9984, de 17/07/2000 
(DOU de 18/07/2000). Segundo a lei que a instituiu, trata-se de uma autarquia, com 
autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. A 
agência é dirigida por uma diretoria colegiada, composta de membros nomeados pelo 
Presidente da República (ANA, 2002). 
As atribuições da ANA são as seguintes: supervisionar, controlar e avaliar as 
ações e atividades decorrentes do cumprimento da legislação federal pertinentes aos 
recursos hídricos; a de disciplinar, em caráter normativo, a implementação, a 
operacionalização, o controle e a avaliação dos instrumentos da Política Nacional de 
Recursos Hídricos; o planejamento e a promoção de ações destinadas a prevenir ou 
minimizar os efeitos de secas e inundações, em articulação com o órgão central do 
Sistema Nacional de Defesa Civil, em apoio aos Estados e Municípios; promoção e 
coordenação das atividades desenvolvidas no âmbito da rede hidrometeorológica 
nacional; organização, implantação e gestão do Sistema Nacional de Informações 
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sobre Recursos Hídricos; fomento da pesquisa e da capacitação de recursos 
humanos para a gestão dos recursos hídricos; prestação de apoio aos Estados na 
criação de órgãos gestores de recursos hídricos. 
Os Planos de Recursos Hídricos são instrumentos de planejamento que 
servem para orientar a atuação dos gestores no que diz respeito à outorga, ao 
enquadramento, a cobrança e ao sistema de informações sobre recursos hídricos. 
Vale ressaltar que os Planos de Recursos Hídricos devem ser formulados com uma 
visão de longo prazo, embora eles sejam dinâmicos e revisados de tempos em 
tempos. 
Segundo a ANA (2002), foram elaborados Planos de Recursos Hídricos por 
bacia hidrográfica, por Estado e para o País, sendo que o plano Nacional, abrange 
todo o território nacional, estabelecendo metas, diretrizes e programas que 
possibilitem alcançar um cenário pactuado entre governo, usuários e sociedade; o 
plano Estadual, é um plano estratégico de abrangência estadual, com ênfase nos 
sistemas estaduais de gerenciamento de recursos hídricos; e, o plano de Bacias, 
também denominado de plano diretor de recursos hídricos, é o documento 
programático para a bacia, contendo as diretrizes de usos dos recursos hídricos e 
medidas correlatas. Deve conter o diagnóstico da situação, a disponibilidade hídrica 
as linhas gerais de ação para ampliar ou melhorar a utilização dos recursos hídricos. 
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O Brasil, com 14% da água do planeta, possui, entretanto, uma distribuição 
desigual do volume e disponibilidade de recursos hídricos: enquanto um habitante do 
Amazonas tem 700.000 m³ de água por ano disponíveis, um habitante da Região 
Metropolitana de São Paulo tem 280 m³ por ano disponíveis (TUNDISI, 2008). 
 
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