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Questão 1/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “A miséria e os miseráveis que haviam perdido suas habitações na derrubada violenta do cortiço [o Cabeça de Porco] tinham à disposição o morro contíguo – e as madeiras da demolição que a própria prefeitura lhes permitira recolher. Barracos de madeira já estavam disseminados no morro de Santo Antônio, ponto privilegiado da cidade, e logo estariam presentes no da Providência, nos anos que se seguiram às picaretas de Barata Ribeiro. Na vizinhança do Cabeça de Porco, surgia a ‘Favela’, apelido que seria dado ao morro da Providência pelas tropas vindas de Canudos em 1897, as quais estacionaram ali e acabaram denominando o local [com esse] nome por associação a plantas com favas, comuns tanto no morro carioca quanto nas cercanias do arraial de Antônio Conselheiro, o Belo Monte”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: GARCEZ, P. C. G. Habitação e vizinhança: limites da privacidade no surgimento das metrópoles brasileiras. In: SEVCENKO, Nicolau. História da Vida Privada no Brasil, v. 3. Organização Fernando A. Novais. São Paulo: Cia. Das Letras, 1998, p. 141. As mudanças ocorridas no final do século XIX e início do século XX na então capital do Brasil, o Rio de Janeiro, alçaram o país à modernização. Houve um verdadeiro “bota abaixo” dos casebres e cortiços da área central da cidade e, em seu lugar, foram construídas amplas avenidas, ou bulevares ao estilo parisiense. Os pobres foram empurrados para a periferia fazendo surgir as favelas cariocas. No interior do Brasil a miséria e a exploração rural, assim como o voto a cabresto, mostravam as mazelas de um país desigual. Esse cenário atravessou temas e estilos da literatura brasileira desse período entressecular. De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base Literatura Brasileira, a produção literária brasileira que antecipa o movimento modernista da década de 1920, marcada por uma produção de transição e consolidação do sistema literário brasileiro, ficou conhecida como: A Arcadismo, marcado pela produção antibarroca de Tomás Antônio Gonzaga. B Romantismo, alicerçado na produção de José de Alencar. C Romantismo, marcado pela figuração e valorização do índio brasileiro. D Realismo pela transição de uma literatura influenciada pelos padrões europeus a uma literatura de caráter e convenções nacionais. E Pré-modernismo, marcado por autores como Euclides da Cunha, que supera uma visão inicial determinista dos fatos e passa a problematizar aspectos da realidade. Questão 2/10 - Literatura Brasileira Leia o poema de Gregório de Matos: A Jesus Cristo Nosso Senhor Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado, Da vossa alta clemência me despido: Porque, quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na Sacra História: Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada; Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino Perder na vossa ovelha a vossa glória. A poesia de Gregório de Matos alcançou a síntese das duas tendências centrais da poesia barroca em língua portuguesa: o conceptismo e o cultismo. O primeiro caracteriza-se pelo desenvolvimento silogístico de uma ideia-chave; e o segundo, pelo uso de figuras de linguagem que reforçam o plano da expressão. Tendo como referência os textos e comentários acima, assim como a videoaula e a leitura do livro-base Literatura Brasileira, leia o poema de Gregório de Matos acima e depois assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as afirmativas falsas. I. ( ) A organização formal do poema aponta para a dimensão cultista da estética barroca, pois há o uso deliberado de metáforas (“ovelha desgarrada”), antíteses (ofendido/lisonjeado), entre outros recursos expressivos. II. ( ) O ato de contrição desenvolve-se segundo um raciocínio silogístico sobre o ato de pecar e o pedido de perdão. Daí a dimensão conceptista do poema. III. ( ) Na segunda estrofe, o eu-lírico estabelece a relação de dependência entre pecado e perdão: o pecado que ofende Jesus é o mesmo pecado que permite o perdão solicitado pelo eu-lírico. IV. ( ) A ironia e o jogo entre a necessidade do pecador existir para que haja a glória de Deus jamais poderia aparecer em um poema barroco. A contradição não faz parte dessa estética literária. Agora, marque a sequência correta: A V– F– V– V B F– V– V– V C V– V– V– F D F– V– F– V E F– F– V– V Questão 3/10 - Literatura Brasileira Leia o trecho de texto a seguir: “Não se trata com efeito de ser brasileiro à Chateaubriand, o que é, como vimos há pouco, aceitar uma visão de estrangeiro, inclinado a ver o exótico e, confinando a ele os escritores, negar-lhes acesso aos grandes temas universais [...]. Trata-se de descrever e analisar os vários aspectos de uma sociedade, no tempo e no espaço, exprimindo a sua luta pela autodefinição nacional como povo civilizado, ligado ao ciclo da cultura do Ocidente”. O trecho acima foi extraído das páginas finais de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido. Nessa altura do livro, o crítico vê os traços de amadurecimento de nossa literatura, o que vai tomando forma a partir do romantismo e do arcadismo. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, para Candido, a consolidação da literatura brasileira se dá com: A Machado de Assis B José de Alencar C Gonçalves Dias D Tomás Antônio Gonzaga E Castro Alves Questão 4/10 - Literatura Brasileira Leia a citação a seguir: “Enquanto nos textos de um Cláudio Manuel da Costa ou de um Gonzaga o nativismo, que aos coloridos exaltadores barrocos das grandezas do país sugeria descrições grandiloquentes para uso dos estrangeiros, torna-se pena sutil de consumo local. Nasce com os árcades, indubitavelmente sob influência das ideias da França e da América do Norte, mas como uma precisa referência aos problemas locais, aquela consciência pátria que com os românticos irá desaguar na vontade de independência”. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre o Arcadismo, é correto afirmar que: A A estética árcade no Brasil Colônia descarta as tendências neoclássicas, de origem francesa, e opõe-se às ideias Iluministas. B O Arcadismo é uma releitura do barroco brasileiro, empregando sobretudo as formas cultistas. C Um dos principais traços da estética árcade é a adesão à razão e às teses do iluminismo. D Entre as características da estética árcade, destacam-se o uso da imaginação e o emprego exagerado das alegorias. E Os poetas árcades eram realistas e extraíam do determinismo geográfico e biológico a base ideológica de seus versos. Questão 5/10 - Literatura Brasileira Leia a citação a seguir: “O início do século XIX autonomista e nacionalista constitui um desses períodos para a literatura brasileira, que havia três séculos vinha buscando um caminho seu entre a imitação e a invenção, entre a adequação e a revolta. É o momento em que a imprensa toma a si a tarefa de ‘europeizar’ o Brasil (e aqui Europa quer dizer não Portugal [...]), contribuindo de modo determinante para a formação de uma inteligência nacional”. É no século XIX e com o romantismo que o processo de consolidação do sistema literário brasileiro articula-se. Para tanto, dois eventos históricos contribuíram para que essas condições se estabelecessem por definitivo na vida brasileira. De acordo com a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, são eles: A A vinda da família real portuguesa (1808) e a Proclamação da Independência (1822). B A vinda da família real portuguesa (1808) ea Abolição da escravidão (1888). C A Proclamação da Independência (1822) e a Proclamação da República (1889). D A Proclamação da Independência (1822) e o início do Segundo Reinado (1840). E A vinda da família real portuguesa (1822) e a Proclamação da República (1889). Questão 6/10 - Literatura Brasileira Considere a seguinte citação: “Como o Brasil não passou por um período semelhante ao da Idade Média Europeia, os escritores se debruçaram sobre o indígena de modo a elaborar a figura de um herói e de um passado remoto”. Considerando a citação do livro-base e as informações da Aula 2, Videoaula do Tema 2 – Contextualizando, da disciplina de Literatura Brasileira, assinale a alternativa que apresenta a concepção de Indianismo no programa estético do romantismo brasileiro: A No Indianismo, a figura do indígena é secundária. O movimento ganha força somente pelos problemas de desnivelamento nas posições sociais. B Predominam-se, no Indianismo, as mitologias indígenas de outros países latino- americanos, sendo o contexto brasileiro menos explorado nas narrativas da época. C O indianismo não pertenceu à escola literária do Romantismo. Por essa razão, não possui características desse programa estético. D O Indianismo falhou no programa estético do romantismo porque os escritores não representavam, satisfatoriamente, o índio como elemento da identidade nacional. E O indianismo foi uma forma compensatória de encontrar um correspondente aos temas lendários e cavalheirescos da literatura romântica europeia. Questão 7/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto abaixo: “O convés, tanto na coberta como na tolda, apresentava o aspecto de um acampamento nômade. A marinhagem, entorpecida pelo trabalho, caíra numa sonolência profunda, espalhada por ali ao relento, numa desordem geral de ciganos que não escolhem terreno para repousar. Pouco lhe importavam o chão úmido, as correntes de ar, as constipações, o beribéri. Embaixo era maior o atravancamento. Macas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre outras, encardidas como panos de cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão de um navio mercante carregado de miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se os corpos seminus, indistintos. Respiravam um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono. Viam-se torsos nus abraçando o convés, aspectos indecorosos que a luz evidenciava cruelmente”. De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base Literatura Brasileira sobre o romance naturalista Bom crioulo (1898), de Adolfo Caminha (1867-1897), é correto afirmar que: A Além da temática homossexual, o romance denuncia os maus-tratos dispensados aos marinheiros engajados nas Forças Armadas Brasileiras. B o romance revela as condições precárias de certa parcela da população nordestina e o mundo violento, sem lei nem rei, do qual as personagens fazem parte. C o cortiço, onde se passa o romance, é apresentado de tal forma que surge diante dos olhos do leitor como mais uma personagem do romance. D o romance apresenta a mulher independente, caracterizada na figura de Maria das Hortaliças. E além da temática homossexual, o romance retrata os problemas da periferia do Recife e as viagens de trem pelo interior do país. Questão 8/10 - Literatura Brasileira Leia o texto abaixo: “Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e, em consequência, fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. [...] A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva”. Esse texto é um marco da crítica ao movimento modernista. Nele o autor faz a crítica da exposição da pintora Anita Malfatti, em 1917. Embora reconheça o talento da pintora, critica sua adesão aos estilos da pintura de vanguarda europeia, julgando serem formas passageiras, que não teriam espaço nem continuidade no campo das artes visuais. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, esse texto e seu autor são, respectivamente: A Aspectos da Literatura Brasileira - Mário de Andrade B Manifesto Antropofágico - Oswald de Andrade C Canaã - Graça Aranha D Instinto de Nacionalidade - Machado de Assis E Paranoia ou Mistificação - Monteiro Lobato Questão 9/10 - Literatura Brasileira Leia a passagem de texto: “O Realismo e o Naturalismo surgiram praticamente no mesmo período histórico, mantendo os mesmos princípios científicos, filosóficos e artísticos”. Considerando a passagem de texto acima e as informações da Aula 3, Videoaula do Tema 4 – Conceitualização, da disciplina de Literatura Brasileira, assinale a alternativa que indica as características da estética e da ambientação Realista e Naturalista Brasileira: A A estética era centralizada na narração dos antigos costumes europeus e a ambientação atrelava-se à realidade burguesa da época. B A estética contemporânea era predominante e o enfoque era, estritamente, na ambientação da realidade urbana. C A estética concentrou-se na narração de costumes contemporâneos e a ambientação esteve atrelada ao mundo urbano e ao mundo rural. D A estética e a ambientação eram restritas aos costumes e a realidade rural. E Apesar de terem surgido no mesmo período histórico, a estética e a ambientação Naturalista e Realista não possuem características em comum. Questão 10/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “Licenciado em Medicina na capital brasileira (1832), [...] estreara nas letras com um volume de Poesias (rio de janeiro, 1832) de nítido cunho neoclássico. Mas a viagem à Europa (1833-1837), imprescindível coroamento de todo itinerário acadêmico, pusera-o, em Paris, diante da nova realidade literária encarnada pelo Romantismo. Daí tinham saído por um lado, o manifesto programático, isto é, a revista Niterói, publicada na capital francesa, em 1836, por um grupinho de jovens intelectuais brasileiros que haviam feito [dele] seu líder”. As ideias românticas começaram a circular no Brasil recém-independente graças às vozes de intelectuais e poetas radicados, boa parte deles, em Paris. Foram as atividades desses homens que marcaram o início do Romantismo no Brasil. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é considerada como marco inicial do romantismo no Brasil a publicação do livro: A Iracema, de José de Alencar. B Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães. C Canção do exílio, de Gonçalves Dias. D O Ateneu, de Raul Pompeia. E Macário, de Álvares de Azevedo. Questão 1/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento abaixo: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos”. O trecho acima faz parte da segunda parte de Os sertões, em que Euclides da Cunha aborda as características do Homem brasileiro do ponto de vista das teorias deterministas da época. De acordo com os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, sobre o ponto de vista de Euclides da Cunha em relação a Canudos, é correto afirmar que: A Euclides da Cunha apresenta a complexidade do meio e descreve aspectos da natureza e do homem a fim de comprovar a inferioridade dos homens de Canudos.B Euclides escreve Os sertões para defender o exército brasileiro da acusação injusta de ter massacrado a população de Canudos. C Ao testemunhar os acontecimentos da guerra de canudos, Euclides da Cunha, em Os sertões, supera a perspectiva puramente determinista, que defendera até então. D Em Os sertões, Euclides da Cunha defende a superioridade dos homens do exército em relação aos sertanejos, por razões tiradas das teorias deterministas. E Euclides da Cunha tinha uma visão limitada do conflito, por isso tirou conclusões apressadas e superficiais sobre a guerra de Canudos. Questão 2/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto abaixo: “No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: – Ai! que preguiça!... e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau da paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém”. Tendo como referência as informações acima e a leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre a obra Macunaíma, de Mário de Andrade, leia as afirmativas abaixo e assinale V para as afirmativas verdadeiras e F paras as afirmativas falsas I. ( ) O “herói sem nenhum caráter”, Macunaíma, nasce indígena e negro, depois se transforma em homem louro de olhos azuis. Desde criança, na tribo, revela-se preguiçoso, malicioso e espertalhão. II. ( ) Segundo Mário de Andrade, Macunaíma é mais uma “rapsódia” do que um romance. III. ( ) Macunaíma é um herói que, partindo do Amazonas em direção a São Paulo, salva o Brasil das interferências europeias. IV. ( ) O romance usa recursos de linguagem humorística, misturados a elementos trazidos de mitos, fábulas e lendas e a registros da língua oral. Agora, marque a sequência correta: A V – V – V – F B F – V – V – V C V – V – F – V D F – V – F – V E F – F – V – V Questão 3/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “A grande noite do poeta seria, porém, a de 7 de setembro de 1868, quando recitou, com voz vibrante e, mais do que nunca, arrebatado de emoção, ‘Tragédia no mar’, que depois tomaria o nome de ‘O navio negreiro’. [...] O poema foi escrito para ser recitado em voz alta. [...] E é em voz alta que esse poema em seis movimentos, cada um deles a pedir uma inflexão diferente, trabalha em nós e nos comove e nos revolta”. Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Alberto Costa e. Castro Alves. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 98 (Coleção Perfis Brasileiros). E leia um fragmento de “O Navio Negreiro”: ‘Stamos em pleno mar… Doudo no espaço Brinca o luar – dourada borboleta; E as vagas após ele correm… cansam Como turba de infantes inquieta. ‘Stamos em pleno mar… Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro… O mar em troca acende as ardentias, – Constelações do líquido tesouro… Conhecido como poeta dos escravos, porque defendia a abolição da escravidão, Castro Alves difundiu seus versos em teatros, nas ruas e em salões literários ou íntimos. Suas apresentações provocavam forte impacto nos auditórios por que passava. Considerando os fragmentos de texto, o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, sobre a poesia de Castro Alves é correto afirmar que: A a obra de Castro Alves se desenvolveu por um grande período, e dividiu-se em três fases: amorosa, sacra e satírica. B o grande traço de sua poesia é o desalento, que transparece nos poemas em que critica a escravidão. C seus versos apresentam uma visão pessimista do futuro, o que explica a dureza e rigidez de seus versos. D a eloquência é o ponto forte de seu estilo, que expressa o entusiasmo com que via a experiência humana e a natureza. E inconformado com a escravidão, Castro Alves escreveu uma obra melancólica, que o inseriu na segunda geração romântica. Questão 4/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto: “Os parnasianos se afastavam mais da realidade pela forma; os simbolistas, pelo conteúdo”. Considerando o fragmento do texto-base acima e as informações da Aula 4, Videoaula do Tema 6 – Síntese, da disciplina de Literatura Brasileira, assinale a alternativa que indica as características do parnasianismo e do simbolismo respectivamente. A O culto à forma e sinestesia. B O contexto de mudanças do Brasil e as influências na produção literária. C As denúncias sociais e a linguagem popular. D A análise sociológica e a linguagem literária. E Subjetivismo e imitação da realidade. Questão 5/10 - Literatura Brasileira Leia o poema abaixo: “Este é o rio, a montanha é esta, Estes os troncos, estes os rochedos; São estes inda os mesmos arvoredos; Esta é a mesma rústica floresta. Tudo cheio de horror se manifesta, Rio, montanha, troncos, e penedos; Que de amor nos suavíssimos enredos Foi cena alegre, e urna é já funesta. Oh quão lembrado estou de haver subido Aquele monte, e às vezes, que baixando Deixei do pranto o vale umedecido! Tudo me está a memória retratando; Que da mesma saudade o infame ruído Vem as mortas espécies despertando”. O poema acima é do árcade Cláudio Manoel da Costa, cujos versos marcam o início da escola arcadista no Brasil. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre a estética árcade e a obra de Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que: A na poesia árcade inicial é forte a presença dos problemas citadinos e políticos de Vila Rica. B poema acima evoca a tristeza do eu lírico diante de um cenário que no passado foi lugar de um idílio amoroso. C o eu lírico canta a felicidade do reencontro amoroso e das possibilidades de um amor feliz. D as convenções árcades revelam elementos religiosos e contritos do pecador, como pode se observar na segunda estrofe do poema. E não há elementos locais no poema, característica do estilo arcadista, que adota as convenções europeias integralmente. Questão 6/10 - Literatura Brasileira Leia a passagem a seguir: “Minha vida começou a ser um mosaico de profissões; aqui onde me veem, fui mascate, agente do foro, guarda-livros, lavrador, operário, estalajadeiro, escrevente de cartório; algumas semanas vivi de tirar cópias de peças e papéis para teatro. Trabalhava com energia, mas a fortuna não correspondia à constância, e o melhor dos anos gastei-o em luta áspera e desigual. Uma compensação havia, a mais doce de todas: era o amor e o contentamento de Ângela, a igualdade do ânimo com que ela encarava todas as vicissitudes. Pouco tempo depois da nossa fuga, havia outra compensação mais: era Helena. Essa menina nasceu em um dos momentos mais tristes da minha vida”. A passagem acima é narrada por Salvador, pai de Helena, do romance homônimo. Machado de Assis foi também um grande leitor e intérprete da realidade social de seu tempo. Retratou de perto segmentos importantes e diferentes da sociedade brasileira. Considerando a passagem acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, em Helena, Machado retrata com minúcia os dilemas de qual grupo social? Assinale a alternativa correta: A Os escravos. B A classe dirigente brasileira. C Os intelectuais e artistas. D A população pobre e livre. E Os membros do clero. Questão 7/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “Não assustava ao sertanejo a imobilidade da moça; durante a corrida, apesar doestrépito do incêndio e do esforço que empregava para arrancá-la às chamas, não cessara um instante de ouvir sobre o peito a palpitação do coração de D. Flor, a princípio violenta, mas que foi moderando-se gradualmente. Conheceu que não passava isso de um simples desmaio causado pelo vapor do incêndio. Com o repouso e a inspiração do ar mais vivo e fresco, a donzela não tardaria a voltar a si. Mas se não receava já pela vida preciosa que salvara, todavia não se desvaneceu completamente a inquietação do mancebo pelas consequências que podia ter aquele susto para a saúde e tranquilidade de D. Flor”. O trecho acima foi destacado do romance O sertanejo de José de Alencar. Figura central do romance do século XIX brasileiro, o escritor cearense consolida o romance brasileiro como principal gênero literário do Oitocentos. A tradição crítica classificou as obras de Alencar em quatro frentes: romance histórico, urbano, regionalista e indianista. A partir do fragmento acima e do livro-base Literatura Brasileira, relacione as obras de José de Alencar abaixo aos seus respectivos estilos: 1) Romance urbano 2) Romance regionalista 3) Romance histórico 4) Romance indianista ( ) Iracema ( ) O sertanejo ( ) Lucíola ( ) Minas de prata Agora, marque a sequência correta: A 4, 2, 1, 3 B 1, 3, 2, 4 C 2, 3, 1, 4 D 3, 2, 4, 1 E 1, 2, 3, 4 Questão 8/10 - Literatura Brasileira Leia a passagem a seguir: “Estava no teatro lírico, onde o acaso me colocara junto de um moço com quem havia feito conhecimento na sociedade e cujo nome não me acode agora. Em falta de outro, lhe darei o de Cunha. Esperando que se levantasse o pano, corríamos ambos com o binóculo as ordens de camarotes, que se começavam a encher. É um regalo semelhante ao do gastrônomo, que antes de sentar-se à mesa belisca as iguarias que vão se ostentando aos olhos gulosos. A comparação me agrada; porque realmente nunca senti essa gula de olhar que devora com uma fome canina, como quando contemplava uma multidão de mulheres bonitas. Cada uma delas me emprestava uma forma sedutora, um encanto, um contorno para a estátua ideal que a imaginação moldava, aperfeiçoando a capricho”. É por volta de 1860 que o romance brasileiro se torna mais robusto. Os diferentes ambientes, espaços e grupos sociais do país passaram a ser mapeados por nossos romancistas. No fragmento acima selecionamos um trecho de um dos chamados romances urbanos de José de Alencar. A cena se passa num teatro, na cidade, aspecto que se percebe, por exemplo, pela palavra multidão, a qual acena para o ambiente da cidade em oposição ao ambiente rural. De acordo com a passagem acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, o trecho acima é um fragmento do romance urbano: A O Guarani. B Iracema. C Lucíola. D Til E Dom Casmurro Questão 9/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “D. Glória não conhecia S. Bernardo, e essa ignorância me ofendeu, porque para mim S. Bernardo era o lugar mais importante do mundo. — Uma boa fazenda! Não há lá essa água podre que se bebe por aí. Lama. Não senhora, há conforto, há higiene. Glória retificou a espinha, ergueu a voz e desfez o ar apoucado: — Não me dou. Nasci na cidade, criei-me na cidade. Saindo daí, sou como peixe fora da água. Tanto que estive cavando transferência para um grupo na capital. Mas é preciso muito pistolão. Promessas... — Ah! É professora? — Não. Professora é minha sobrinha. — Aquela moça que estava com a senhora em casa do dr. Magalhães? — Sim. — E como é a graça de sua sobrinha, d. Glória? — Madalena. Veja o senhor. Fez um curso brilhante... [...] Essa conversa, é claro, não saiu de cabo a rabo como está no papel. Houve suspensões, repetições, mal-entendidos, incongruências, naturais quando a gente fala sem pensar que aquilo vai ser lido. Reproduzo o que julgo interessante. Suprimi diversas passagens, modifiquei outras. [...] É o processo que adoto: extraio dos acontecimentos algumas parcelas; o resto é bagaço”. Com o romance São Bernardo, de 1934, Graciliano Ramos consolidou o que se chamou de “romance de 30”. Tendo como referência o fragmento acima, retirado da obra São Bernardo, e sua leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre o romance São Bernardo, leia as sentenças abaixo: I – Proprietário da fazenda São Bernardo, Paulo Honório é personagem e narrador do romance. Narrando em primeira pessoa, Honório conta a história quando se encontra solitário na fazenda. II – No romance, Paulo Honorário conta a história de seu casamento com Madalena, o suicídio dela e a decadência da fazenda. III – O romance tem um narrador em terceira pessoa, onisciente, que mostra ao leitor o que se passa com Paulo Honório e, ao mesmo tempo, as expectativas de Madalena sobre o casamento. IV - O romance pode ser compreendido como uma crítica ao capitalismo. Paulo Honório, por exemplo, em vários momentos sobrepõe seus interesses pessoais e financeiros aos de camaradagem e sentimentos afetivos. Estão corretas apenas as afirmativas: A I e II. B II e III. C I, II e IV. D I, III e IV. E I e III. Questão 10/10 - Literatura Brasileira Leia o fragmento de texto a seguir: “O sucesso inicial de Alencar e a primazia literária que assumiu, primazia indisputável, a que Machado de Assis se refere em páginas nítidas, tem sido explicado de muitas maneiras. Há traços, entretanto, apontados por todos os críticos e historiógrafos que se ocuparam do problema. Eles constituem, pois, como que as características do romance alencariano, no consenso geral, as explicações de seu triunfo, os motivos de sua difusão. Em primeiro lugar está, certamente, o romantismo. [...]”. Considerando o fragmento acima e os conteúdos abordados no livro Literatura Brasileira sobre as características da obra de José de Alencar, leia as afirmativas a seguir: I – Apesar de grande prosador, o romance de José de Alencar emprega mal as técnicas da escrita romanesca e falta complexidade psicológica às suas personagens. II – Desenvolveu o indianismo como forma de expressão literária ao trabalhar nos limites entre prosa e poesia em Iracema. III – A maior contribuição de Alencar, entretanto, está no aprofundamento psicológico das personagens, como Paulo, em Lucíola, que oscila entre desejo e nojo por Lúcia. IV – Em As minas de prata, Alencar praticou o romance histórico, no qual levou adiante seu programa de descoberta do Brasil. V - A escrava Isaura (1875), seu romance mais conhecido, é um libelo contra a escravidão e traz uma série de lições morais para o leitor. Estão corretas apenas as afirmativas: A I, II e III. B I, II e IV. C II, III e IV. D III, IV e V. E II, IV e V.