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A Unidade Básica de Saúde como cenário para o ensino-aprendizagem do futuro médico reflexões sobre a parceria ensino e serviço

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
Simone Bueno de Oliveira Carvalho 
 
 
 
 
 
A Unidade Básica de Saúde como cenário para o ensino-aprendizagem do futuro 
médico: 
Reflexões sobre a parceria ensino e serviço 
 
 
 
 
 
 
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE 
 
 
 
 
SOROCABA/SP 
 
2013 
 
 
 
Simone Bueno de Oliveira Carvalho 
 
 
 
 
 
 
 
A Unidade Básica de Saúde como cenário para o ensino-aprendizagem do futuro 
médico: 
Reflexões sobre a parceria ensino e serviço 
 
 
 
 
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
Trabalho Final apresentado à Banca 
Examinadora da Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo, como exigência parcial 
para obtenção do título de MESTRE 
PROFISSIONAL em Educação nas Profissões 
da Saúde, sob a orientação do(a) Prof.(a), Dr.(a) 
Lúcia Rondelo Duarte. Co-orientador: Prof. José 
Manoel Amadio Guerrero 
 
 
 
 
 
 
Sorocaba/SP 
2013 
 
 
 
 
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio 
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada à fonte. 
 
 
 
 
 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecário Responsável: Antonio Pedro de Melo Maricato CRB-8 / 6922 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C331 Carvalho, Simone Bueno de Oliveira. 
A Unidade Básica de Saúde como cenário para o ensino-aprendizagem do 
futuro médico: reflexões sobre a parceria ensino serviço / Simone Bueno de 
Oliveira Carvalho. – Sorocaba, 2013. 
 142f. ; 29cm. 
 
Dissertação (Mestrado Profissional) -- Faculdade de Ciências Médicas e 
da Saúde. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP. Programa 
de Educação nas Profissões da Saúde. 
Orientador: Duarte, Lucia Rondelo. 
 
 
1. Educação Médica. 2. Unidade Básica de Saúde. 3. Integração Ensino-
Serviço. I. Título. 
 CDD 610.711 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
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 Dedico esta dissertação à minha família, especialmente, à 
minha filha Maria Tereza e à Gisele, amigos e pacientes, que me dão força e 
coragem para continuar a me dedicar aos estudos e ao ensino. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Concluir essa dissertação representou um grande desafio. Mais do que o esforço e 
o tempo de estudo despendido, foram retirados dos momentos de lazer e do convívio familiar, 
e de dedicação à Maria Tereza e toda minha família. 
Agradeço, em especial, à grande mentora e amiga Profa. Mestre Gisele Moreira 
pela amizade, companheirismo, compreensão, ensinamento e apoio em todos os momentos. 
Não teria palavras para agradecer, portanto, minha eterna gratidão, amor e respeito. 
À Instituição de Origem, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-EERP-USP, a 
qual me despertou o prazer pelo estudo e o amor pela profissão. 
À Faculdade de Ciências Medicas e da Saúde, que me acolheu neste programa de 
Mestrado. 
Aos professores do Programa de Pós-Graduação nas Profissões da Saúde da PUC-
Sorocaba, pela dedicação e carinho em formar uma turma tão diversificada e 
multiprofissional. 
À Prof. Dra. Lucia Rondelo Duarte, pela agradável convivência, orientação segura 
e paciência, que nos permitiu chegar ate aqui. 
Ao Prof. José Manoel Amadio Guerrero, pelo auxilio, sugestões e por nos facilitar 
os caminhos junto à Secretaria Municipal da Saúde. 
À Professora Dra. Maria Helena Senger, que conhecendo e aprendi a amar e 
respeitar pela amizade e pelos ensinamentos e criticas que certamente enriqueceram nosso 
trabalho. 
Ao caro colega Prof.Dr. Ricardo Alexandre Arcêncio, colega contemporâneo, pelo 
retorno da nossa amizade e contribuições nas sugestões e correções, além da grande 
disposição em viajar ate aqui para prestigiar nosso trabalho. 
À Profa. Sonia Ferrari Peron, meus agradecimentos pela disponibilidade em ler o 
texto, atenção e amizade. 
À Profa. Mestre Maria Luiza Laiate, pela revisão e orientação da língua inglesa e 
sua prestimozidade e disponibilidade meus agradecimentos. 
À consultoria técnica do estatístico Prof. Luiz Carlos, pela analise do projeto e 
contribuições. 
 
 
Aos colaboradores, professores, alunos da 56ª turma de Formados da FCMS e 
profissionais da saúde da Prefeitura Municipal de Sorocaba, que nos ajudaram respondendo 
nosso questionário e participando da pesquisa. Sem o apoio desses atores não haveria 
pesquisa nem reflexão. 
Aos colegas de turma, que sempre ajudaram nessa batalha, Amanda Poldi, 
Amanda, Adriano, Fabio, Walter, Andreia, Cibele, Irma, Andressa, Adilson, Kethilin, Marion, 
Marilia, Fabiana, Luciana, Celisa, Juliana; enfim, após muitas lutas, conseguimos. 
Aos profissionais da FCMS, Heloisa, Cristina, Vera, Pedro, Claudia, pelo auxílio 
e paciência em ajudar nas revisões, documentos, datas e prazos, muito obrigada. 
À memória de Minha Mãe Querida “Tere”, que me trouxe ao mundo e sempre 
torceu por mim. Sei que onde estiver, estará muito feliz e sempre orgulhosa dos meus esforços 
e conquistas. Mamãe te amo eternamente. 
Ao Meu Pai “Pedro”, que fez todo o possível e o impossível para que eu pudesse 
estudar e ser feliz. Pai, sem palavras, te amo muito. 
Aos meus irmãos Kátia e Flávio, desculpem pela minha ausência, mas sempre 
estão em meu coração. 
À minha cunhada, que se tornou uma Irmã, obrigada por cuidar de todos com 
muita dedicação e amor. Ao Jê, que retornou à família, que sejam felizes. 
Aos meus sobrinhos Pedro, Guilherme, Beatriz e Daniel, que vocês nunca deixem 
de ter motivos para sonhar, e que sempre tenham garra para lutar por esses sonhos. 
A família Trilha Brasil que me aturou reclamando e que proporciona sempre 
momentos de diversão e aventura para renovação das energias. 
À minha família do coração que me recebeu com tanto carinho e aos amigos, 
presentes e ausentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Das raízes do plátano de Hipócrates brota a seiva que alimenta e vivifica os seus ramos. Suas 
folhas se renovam a cada primavera, assim como os sucessores de Hipócrates se renovam a 
cada geração. Os ideais que nela se retratam, porém permanecem vivos, a indicar os valores 
perenes da Medicina: a busca da verdade, o respeito à vida, o amor à arte médica, a 
solidariedade humana, o desejo de servir, a conduta digna, o interesse pelos que sofrem. 
 
Joffre 
 
 
 
RESUMO 
Carvalho SBO. A Unidade Básica de Saúde como cenário para o ensino-aprendizagem do 
futuro médico: reflexões sobre a parceria ensino e serviço. 
 
Introdução: A unidade básica de saúde (UBS) tem se constituído em um cenário privilegiado 
de ensino, por proporcionar ao aluno o contato precoce com a realidade social dos territórios e 
assim a experimentação do ser médico, numa perspectiva de produção social em saúde e dos 
direitos civis, levando assim a disrupturas com processos já historicamente constituídos. 
Nessa perspectiva, o aluno pode atuar como um importante interlocutor entre os serviços, a 
academia e a comunidade. Todavia, tal articulação encontra alguns “nós críticos”, 
constituindo-se em um desafio para atores e autores desse processo. Decorridos sete anos da 
reforma curricular do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
(FCMS) da PUC-SP, nos propusemos investigar como estão às relações entre as instituições,serviços de saúde e academia. Objetivos: Conhecer a percepção de docentes, discentes e 
profissionais das UBS sobre a integração ensino-serviço e identificar possíveis caminhos para 
fortalecer essa relação. Métodos: Trata-se de um estudo qualiquantitativo conduzido através 
de entrevistas com atores-chave da parceria ensino-serviço. A amostra do estudo foi 
selecionada intencionalmente, estando constituída por 14 docentes da FCMS, sendo que 
quatro docentes também são profissionais das Unidades, 36 alunos do sexto ano, concluintes 
de 2011 e 38 profissionais das seis UBS parceiras, que recebem alunos. Esses colaboradores 
responderam um questionário semi-estruturado sobre a integração ensino-serviço e sua 
evolução. As respostas discursivas foram analisadas segundo a técnica do Discurso do Sujeito 
Coletivo (DSC) e as respostas às questões fechadas foram analisadas segundo a distribuição 
de freqüência. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local. 
Resultados: Verificou-se que 73,9 % dos respondentes, a maioria de adultos jovens e 
mulheres, perceberam avanços na integração ensino-serviço nos últimos anos, “com idas e 
vindas”, pois “é um processo”, “um aprendizado que leva tempo”. As opiniões expressam 
interesses distintos entre os atores, o envolvimento da universidade no serviço, estrutura das 
unidades, integração universidade-serviço, comunicação e planejamento foram os temas mais 
fortemente evidenciados pelo grupo de participantes. No entanto os temas mais recorrentes 
foram o envolvimento da universidade, a comunicação e a estrutura da UBS. O Programa 
PET-Saúde foi reconhecido pelos colaboradores como um importante dispositivo para o 
processo de integração ensino-serviço. 
Palavras-chave: Educação Médica, Unidade Básica de Saúde, Integração Ensino-Serviço. 
 
 
ABSTRACT 
Carvalho SBO. The Basic Health Care Unit as a scenario for the teaching-learning future 
physician: discussions on the partnership of the teaching and service project. 
Introduction: The Basic Health Care Unit (BHU) has shown a privileged setting of teaching to 
provide students the early experience and the knowledge of the social reality as well as the 
integration between the service and the community and therefore the experience of being a 
physician in a perspective of health social production and of civil rights, which may lead to 
some disruptures in the established processes that have already been historically constituted. 
Hence, the student may be an important interlocutor among the service, the university and the 
community, although such link may represent a considerable difficulty due to the relationship 
among the actors and the authors of that process. As far as it has been seven years of the 
curricular reform of the School of Medicine at Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da 
PUC-SP, it would be worth researching the current relationship among the health service 
institutions and the university. Objectives: This study aims to understand the perception of the 
faculty, the students and the professionals of these units of BHU and to envision possible 
ways to strengthen this relationship. Methods: This is a qualitative and quantitative study 
carried out with interviews among the key actors of the partnership of the teaching-medical 
service integration. The sample of the study has been intentionally selected from 14 faculties 
of FCMS, among them; four are also professionals of the BHU, 36 students in the 6th grade 
who graduated in 2011 and 38 professionals of six BHU that receive the students who have 
the experience to work in it. These employees answered a semi-structured questionnaire about 
the teaching-medical service integration and its evolution. The discursive responses have been 
analyzed using the technique of the Collective Subject Discourse and the responses to the 
closed questions have been analyzed according to the frequency distribution. The research 
project has been approved by the Ethics Committee of Local Research. Results: It has been 
found that 73.9% of the respondents, the majority of them are young men and women, have 
realized an improvement in the integration of teaching and medical service recently as "it is a 
forward and a backward way" as far as "it is a process," "a learning process that takes time". 
The opinions have expressed different interests among the actors, but the issues that involved 
the university service, structure of the units, universities and medical service integration, 
communication and planning have presented higher amplitude among the groups of 
participants. However the subjects with higher strength (frequency) and amplitude were the 
university involvement and communication. The Health-PET has been considered an 
important tool for the process of teaching- medical service integration. Keywords: Medical 
Education, Basic Health Care Unit, Teaching and Medical Service Integration. 
 
 
LISTAS DE TABELAS 
 
Tabela 1 Distribuição dos colaboradores segundo categoria, idade, sexo, 
participação em projetos, (Sorocaba, 2011).............................................. 
 
41 
Tabela 2 Distribuição dos profissionais do serviço e docentes segundo a 
categoria profissional, tempo de formação, tempo de vivência ensino 
aprendizagem (Sorocaba, 2011)................................................................. 
 
 
42 
Tabela 3 Percentual de satisfação dos colaboradores da pesquisa relacionado a 
indicadores da integração docente-assistencial (Sorocaba, 2011)........... 
 
43 
Tabela 4 Frequência de respostas sobre conhecimento das Diretrizes 
Curriculares, existência de planejamento conjunto do processo 
ensino-aprendizagem e evolução da articulação ensino-serviço 
(Sorocaba, 2011).......................................................................................... 
 
 
 
44 
Tabela 5 Distribuição das ideias centrais dos discursos sobre as sugestões para 
a integração universidade-serviço segundo as categorias de 
colaboradores e frequência das expressões chave (Sorocaba, 
2011).............................................................................................................. 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABEM Associação Brasileira de Educação Médica 
ABP ou PBL Aprendizagem Baseada em Problemas 
ABS Atenção básica em saúde 
APS Atenção Primaria a Saúde 
CBPH community-based health programs “programas de saúde com base na 
 comunidade” 
CCS-UNIFOR Centro de Ciências da Saúde – Universidade Federal de Fortaleza 
CCV Centro de Ciências da Vida 
CFM Conselho Federal de Medicina 
CHS Conjunto Hospitalar de Sorocaba 
CINAEM Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação das Escolas Médicas 
CNS Conferencia Nacional de Saúde 
CONASS Conselho Nacional dos Secretários de Saúde 
CTC Comissão Técnica Científica 
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais 
DCNAS Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos da Área da Saúde 
DCNEM Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médico 
DSC Discurso do Sujeito Coletivo 
EERP Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto 
ESF Estratégia Saúde da Família 
FATEC-SO Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo - Sorocaba 
FCMS Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IDA Integração docente assistencial 
IDH-M Índicede Desenvolvimento Humano Municipal 
IES Instituições de Ensino Superior 
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
MEC Ministério da Educação e Cultura 
MRSB Movimento de Reforma Sanitária Brasileira 
MS Ministério da Saúde 
NASF Núcleo de Apoio a Saúde da Família 
 
 
OMS Organização Mundial de Saúde 
ONU Organização das Nações Unidas 
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde 
PAC Programa Agentes Comunitários 
PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde 
PAS Prática em Atenção à Saúde 
PET Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde 
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
PROMED Programa de Incentivo às Mudanças Curriculares das Escolas Médicas 
PRO-SAÚDE Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde 
PROVAB Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica 
PSF Programa de Saúde da Família 
PUC/SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
RAS Rede de Atenção à Saúde 
RBM Rede Básica Municipal 
REFORSUS Projeto de Reforço à Reorganização do SUS 
SIAB Sistema de Informação em Atenção Básica 
SUS Sistema Único de Saúde 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
TEC-Saúde Programa de Formação de Profissionais de Nível Técnico para a Área de 
 Saúde no Estado de São Paulo 
UBS Unidade Básica de Saúde 
UBSs Unidades Básicas de Saúde 
UFSCAR Universidade Federal de São Carlos 
UNESP Universidade do Estado de São Paulo 
UNISO Universidade de Sorocaba 
UNIP Universidade Paulista 
UPHZO Unidade Pré Hospitalar Zona Oeste 
USF Unidade Saúde da Família 
USP Universidade de São Paulo 
VD Visitas domiciliárias 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 15 
 
2 OBJETIVOS.............................................................................................................. 33 
 
3 MÉTODOS................................................................................................................ 33 
3.1 Tipo de Estudo.......................................................................................................... 33 
3.2 Cenários da Pesquisa................................................................................................ 33 
3.2.1 Perfil das Unidades de Saúde que compõem o cenário de escolha da pesquisa..... 33 
3.3 Sujeitos da Pesquisa................................................................................................. 36 
3.4 Coleta de Dados........................................................................................................ 36 
3.4.1 Instrumento de coleta de dados................................................................................ 36 
3.4.2 Aplicação e pré-teste do instrumento de coleta de dados......................................... 37 
3.5 Organização e Análise dos Dados........................................................................... 38 
3.6 Aspectos éticos........................................................................................................... 39 
 
4 RESULTADOS......................................................................................................... 41 
 
5 DISCUSSÃO.............................................................................................................. 51 
 
6 CONCLUSÃO........................................................................................................... 67 
 
REFERÊNCIAS................................................................................................................... 71 
APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados............................................................ 83 
APÊNDICE B – Carta aos colabores da pesquisa............................................................. 87 
APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...................................... 90 
APÊNDICE D – Quadro comparativo............................................................................... 92 
APÊNDICE E – Quadro das idéias ................................................................................... 98 
 
APENDICE F-Quadro cronograma de divulgação da pesquisa ................................... 
 
105 
ANEXO A - Comitê de Ética em Pesquisa........................................................................ 
 
107 
ANEXO B – Artigo encaminhado para revista ............................................................... 109 
 
 
 
 
 
 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A implantação das Leis de Diretrizes e Bases LDB/96 1 e as Diretrizes 
Curriculares Nacionais DCN/2001 2 para os cursos de graduação em Medicina (DCNEM) 
induziram várias mudanças, entre as quais se destaca a intenção de formação de profissionais 
melhor preparados para atender as necessidades de saúde da população e do sistema de saúde 
pública do país (Sistema Único de Saúde - SUS). 
Os cenários de ensino médico até então predominantemente hospitalocêntrico, se 
diversificaram em direção à atenção primária de saúde (APS) e a universidade passou 
progressivamente a integrar o cotidiano das Unidades Básicas de Saúde (UBSs). 
Esta pesquisa tem o propósito de conhecer a integração universidade-serviço nas 
UBSs, a partir das mudanças curriculares. 
A escolha do tema deu-se tanto pela vivência no curso de graduação em 
Enfermagem na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da Universidade de São 
Paulo (USP), como pela minha carreira profissional. 
Cursei a graduação entre 2000 e 2003, período que compreende a mobilização das 
entidades de classe a respeito da elaboração das DCN e o período imediatamente posterior a 
sua publicação. 
Naquela época, algumas escolas já iniciavam ou implementavam suas mudanças 
curriculares e a inserção dos acadêmicos de medicina, enfermagem e odontologia nas UBSs. 3-
5 
Minha formação foi assim influenciada por essa realidade e pela historia da 
instituição formadora. 6 
Tendo vivenciado a APS como acadêmica, foi natural que as escolhas posteriores 
recaíssem na mesma área. Recém formada, trabalhei por três anos, de 2004 a 2006, na 
implantação do Programa Saúde da Família (PSF) no município de Elias Fausto (SP). Esse 
período acabou tornando-se um dos mais gratificantes que experimentei como profissional, 
apesar de não ter havido contato com acadêmicos. 
Retornando a Sorocaba, minha cidade de origem, trabalhei na Unidade Saúde da 
Família (USF) Habiteto, no período de 2006 a 2008, quando tive oportunidade de conhecer 
esse movimento de inserção dos docentes e acadêmicos do curso de Medicina da Faculdade 
de Ciências Medicas e da Saúde (FCMS/PUC-SP). 
Na época, os alunos, em grupos de 20, acompanhados por um docente, 
compunham-se com a equipe do PSF, formada por um médico, um enfermeiro, quatro 
16 
 
auxiliares de enfermagem e quatro agentes comunitários de saúde (ACS) e acompanhavam a 
rotina de atendimentos na unidade e as visitas domiciliárias (VD). 
Nesse primeiro contato com alunos e docentes na UBS, percebi que eram enormes 
as oportunidades de aprender e de ensinar enquanto trabalhávamos juntos. Desde então,foi 
crescente o meu interesse pelas questões que envolvem a integração entre a universidade e os 
serviços de saúde. 
Entre 2008 a 2010, deixei o cenário da APS e atuei em um hospital de grande 
porte, no município de Campinas, onde o contato com o ensino se fazia através dos programas 
de Residências Médica e de Residência Multiprofissional. 
De volta a Sorocaba em 2010, novamente atuando na Rede Básica Municipal 
(RBM) de Saúde, interessou-me estudar as questões relacionadas à integração docente-
assistencial (IDA), pois a presença de alunos e professores dentro da unidade já era maior em 
virtude da reforma curricular em andamento na FCMS. Também pareceu maior o papel da 
UBS como um cenário de importância crescente para o ensino-aprendizagem dentro do 
contexto da reforma da educação médica e da consolidação da mudança no modelo de saúde 
público do país. 
A discussão a respeito da necessidade de mudança do modelo de atenção à saúde 
até então vigente no país remonta aos anos 60/70 do século passado, influenciado pela 
Conferência Internacional sobre Cuidados Primários em Saúde realizada em Alma Ata, União 
Soviética, em 1978. 7 
Naquela época, profissionais de saúde e líderes comunitários de muitos países 
juntaram suas forças em um movimento pioneiro “Programas de Saúde com Base na 
Comunidade” (community-based health programs – CBPH). 8 
Desde então, surgiram iniciativas baseadas na comunidade em diversos países que 
enfrentavam determinantes sociais e ambientais da saúde, questões relacionadas às estruturas 
político-econômicas e às relações de poder. Na América Latina, os métodos do educador 
brasileiro Paulo Freire 9 de desenvolvimento de consciência, foram adaptados à educação em 
saúde e à promoção da saúde. 10 
Para Mahler 11 “justiça social era uma expressão sagrada” e estava convencido de 
que o modelo biomédico 12 vigente não era capaz de resolver a maioria dos problemas 
relacionados à saúde, e que o foco na tecnologia de cura estava causando distorções nos 
sistemas de saúde de países em desenvolvimento. 
Realizada com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Fundo das 
Nações Unidas para a Infância (UNICEF), representou a preocupação desses organismos 
17 
 
internacionais com a organização dos sistemas de saúde, tanto dos países desenvolvidos como 
dos pobres e em desenvolvimento. 13 
Importante fonte de inspiração e referência para a reforma sanitária de diversos 
países nos anos 80-90, inclusive no Brasil e de muitas inovações no ensino médico, Alma Ata 
lançou um acordo de metas ou pacto, assinado pelos 134 países membros. Essa política, 
divulgada internacionalmente, ficou conhecida como “Saúde para Todos no Ano 2000” e 
propunha a APS como a chave para que essa meta fosse atingida (Alma ATA) 1978. 7 
Além da reorientação do modelo assistencial, a noção de APS divulgada em 1978 
propunha muito mais que um pacote de cuidados básicos, mas sim um sistema de saúde 
universal, estruturado como uma rede abrangente de atenção básica, integrada e resolutiva, 
concebendo a saúde como um direito humano. 14 
Referindo-se a APS, Sakellarides15, comparou-a às catedrais góticas, 
Quando, finalmente, entendemos a importância dos cuidados primários, procuramos 
construí-los à maneira das antigas catedrais góticas dos velhos burgos medievais: 
desenhadas por poucos, construídas por alguns, freqüentadas obrigatoriamente por 
todos os demais. 
 
Embora o conceito de APS proposto em Alma-Ata tenha recebido diferentes 
interpretações pelos responsáveis pelas proposições políticas e diferentes respostas 
operacionais no setor saúde, 16 em seus fundamentos destaca-se: 
[...] cuidados essenciais baseados em métodos de trabalho e tecnologias de natureza 
prática, cientificamente críveis e socialmente aceitáveis, universalmente acessíveis 
na comunidade aos indivíduos e às famílias, com a sua total participação e a um 
custo suportável para as comunidades e para os países, à medida que se 
desenvolvem num espírito de autonomia e autodeterminação. 17 
 
Em comemoração aos 30 anos de Alma Ata, a OMS, em 2008 em seu relatório 
sobre a saúde mundial renovou os princípios da APS com o lema "Agora mais do que nunca". 
18 Segundo Mendes, 17 o relatório está sustentado por sólidas evidências, especialmente no 
que se refere aos princípios e aos atributos da APS. 
No contexto nacional, à partir da década de 1970, durante o processo de abertura 
democrática, além da alta incorporação tecnológica, destacou-se o movimento sanitarista que 
influenciou a inclusão do direito à saúde na nova Constituição de 1988, abrindo espaço para a 
criação do SUS como lei constitucional. 19-21 
No Brasil, o amadurecimento dessas reflexões, durante a VIII Conferência Nacional 
de Saúde, em 1986, que contou com ampla participação popular, possibilitou 
profundo debate relacionado aos princípios do movimento chamado Reforma 
Sanitária Brasileira, culminando finalmente na redação do artigo 196 da 
Constituição de 1988, efetivando a consolidação do Sistema Único de Saúde – SUS. 
22 
18 
 
O movimento de reforma incorporou os princípios mínimos ou fundamentais da 
APS em oposição ao modelo flexeriano americano, 12 enfatizando a reorientação para um 
modelo assistencial a partir de um sistema universal e integrado de atenção à saúde, para que 
o processo saúde-doença fosse visto em todas as dimensões humanas e etapas do ciclo vital, 
com acesso universal e igualitário dos usuários aos serviços. 23 
Isto provocou um desafio, antes não vivenciado, de construir soluções de variadas 
complexidades. 23 Visando atender aos usuários em todos os níveis de atenção a saúde, 
garantindo prevenção, promoção e recuperação, o SUS foi definido como uma rede 
regionalizada e hierarquizada de serviços que possui como diretrizes descentralização, 
universalidade, equidade, integralidade, igualdade da assistência a saúde, resolubilidade dos 
serviços e participação popular. 24 
Giovanella et al. 25 defendem promoção a saúde como direito social sendo 
necessário enfrentar seus determinantes sociais e que a atenção primária deve ser encarada 
como estratégia para orientar e organizar o sistema de saúde. A organização dos sistemas de 
APS contribui para a melhoria da atenção com impactos positivos na saúde da população. 25, 26 
Na América Latina, a abordagem seletiva de atenção primária foi incentivada por 
agências multilaterais17 tornando-se hegemônica com a implantação de uma cesta mínima de 
serviços, em geral de baixa qualidade. 27 
Entretanto, alguns países como o Brasil, desenvolveram políticas para fortalecer a 
APS como estratégia para organizar os serviços e promover a equidade em saúde, renovando 
uma abordagem abrangente de APS. 28 
No Brasil, nos anos 90, a concepção de APS também foi renovada; para 
diferenciar-se da concepção seletiva de APS, passou-se a usar o termo ABS como “um 
conjunto de ações de caráter individual e coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos 
sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e 
a reabilitação.”29 Essa concepção foi adotada pelo Ministério da Saúde em 2002 e 
posteriormente a Política Nacional de Atenção Básica incorporou os atributos da APS 
abrangente propostos por Starfield.28 
Dessa maneira, o governo priorizou programas e estratégias que resultaram em 
alta resolubilidade a baixo custo, 30 entre elas o PSF. 
 Inicialmente voltado à extensão de cobertura, com foco em áreas de maior risco 
social e implantado a partir de 1994 como um programa paralelo “limitado, bom para os 
pobres e pobre como eles”, 31 aos poucos, adquiriu centralidade na agenda do governo, 
19 
 
convertendo-se em estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde e modelo de APS. 
25 
Em 2011 foi estabelecida a revisão de diretrizes e normas para a organização da 
Atenção Básica e para a Estratégia Saúde da Família (ESF), que amplia o escopo da atençãobásica e reafirma a Saúde da Família como estratégia prioritária e modelo substitutivo para 
organização da atenção básica. 32 
Indo ao encontro dos princípios do SUS, atualmente a ESF está presente em 94% 
dos municípios brasileiros com 29 mil equipes e cobertura populacional de 48%, o que 
corresponde a 92 milhões de pessoas. 25,33 
Relatório do Ministério da Saúde (MS) de 2009 e Conselho Nacional dos 
Secretários de Saúde CONASS 2006 estimavam que cerca de 80% da população brasileira, 
aproximadamente 70 milhões de usuários, utilizam os serviços de saúde pública em algum 
dos seus diferentes níveis de atenção a saúde, chegando a 100% da população brasileira em 
alguns setores. 24,34 
Somente o SUS possui serviço de vigilância em saúde, central de regulação 
médica, saúde da população indígena, ESF e tele medicina, para citar os mais importantes, 
conforme nota técnica do MS de maio de 2012. 35 
Em outras palavras, de algum modo, direta ou indiretamente, mesmo que a 
população desconheça sua importância, de alguma forma todos se utilizam dos serviços de 
vigilância. 34 
Embora existam fortes argumentos que defendam que sistemas de saúde 
estruturados na APS forte e resolutiva, têm resultados sanitários melhores, Mendes reafirma 
ser necessário avançar na perspectiva de transformar a APS, adotando-a como uma estratégia 
de reorganização do SUS, através da ESF, sem negligenciar a APS denominada tradicional. 17 
Essa ressalva, segundo o autor, deve-se ao fato de que APS tradicional – “os 
postinhos’’ - têm marcada presença em parte dos municípios brasileiros. Exemplo dessa 
afirmação é o município pesquisado, Sorocaba, que conta com 31 Unidades de Atenção 
Básica, sendo, somente cinco, Unidades com ESF. 
Apesar dos avanços, desde sua criação, o SUS enfrenta inúmeros obstáculos para 
sua efetiva consolidação como sistema universal, humanizado e de qualidade. Segundo 
Nogueira, 36 o drástico subfinanciamento é um problema crucial a ser solucionado, assim 
como o fortalecimento do modelo assistencial através da expansão da assistência básica e a 
formação de profissionais da saúde para atuar na perspectiva da APS. 
20 
 
Assim como a Conferência Mundial de Alma Ata, 7 em 1978, pode ser 
considerada um marco histórico para a saúde, o período das décadas de 70 e 80 do século 
passado ficou caracterizado como de inflexão, quando claros movimentos de transição 
paradigmática começaram a se fazer em todo mundo, em todos os campos da atuação 
humana. 
No campo da saúde, se denominou “crise da saúde”, que para Nunes, 12 
evidenciava o descompromisso com a realidade e as necessidades da população. O pacto de 
Alma Ata propôs a atenção primária com modelo de sistema de saúde em oposição ao 
americano, biomédico, tecnicista e reducionista, hegemônico desde o término da segunda 
Guerra Mundial. 
Paralelamente aos esforços dos governos na mudança de seus modelos de atenção 
à saúde, não tardou para a comunidade acadêmica, tanto nacional como internacional, 
constatar que a educação médica, também construída sobre o modelo flexneriano, não 
estavam formando profissionais com o perfil desejado, com vocação e habilidades para 
atender toda a gama de ações necessárias para a proteção à saúde. 12 
Se o modelo de atenção à saúde estava mudando, a formação dos profissionais da 
área também precisava mudar inclusive a médica, para a consolidação da mudança. 37, 38, 39,40 
Como argumentam Kemp e Edler, 41 o núcleo de reformas médicas não dependia 
somente da mudança de concepção dos médicos sobre o que seria uma boa medicina, mas sim 
de uma transformação no ensino. 
A formação precisa capacitar o profissional dentro da perspectiva para trabalhar 
em um sistema de saúde integrado, hierarquizado, de complexidade crescente que tem como 
base a atenção primaria, para torná-lo resolutivo. 
A partir do final dos anos 80, o movimento de mudança na educação médica 
multiplica-se e ganha força. A crise da saúde e a crise de identidade da corporação médica 
produzidas pela capitalização do setor contribuíram, decisivamente, para a intensificação 
desse processo de mudança. 42 O aumento indiscriminado de escolas médicas, que só no 
Brasil em 2013 chegam a 197,43 pode ser colocado como um exemplo da mercantilização do 
setor. 
Segundo Briani 39 as principais reformas curriculares se iniciaram a partir da I 
Conferência Mundial de Educação Médica em Edimburgo, na Escócia, em 1988, sendo por 
ela, claramente, influenciadas. 
Seus princípios orientaram os movimentos de transformação e inovação da 
educação médica em diversos países, inclusive no Brasil, onde as discussões se iniciaram a 
21 
 
partir da segunda metade do século XX, marcadas pelo movimento da medicina preventiva 
(anos50/60), os projetos de Integração Docente Assistencial- IDA (anos 70/80) e quatro 
acontecimentos.a 
No contexto da reforma da educação médica, em 1991 foi nomeada a Comissão 
Interinstitucional Nacional de Avaliação das Escolas Médicas (CINAEM). Considerada um 
marco histórico para educação médica no país, representou um movimento amplamente 
participativo, promovido pela Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), pelo 
Conselho Federal de Medicina (CFM) e por mais nove instituições que teve a finalidade de 
avaliar e transformar a educação médica além de fomentar o aperfeiçoamento do Sistema de 
Saúde. 36 
Em meio aos seus inúmeros projetos, oficinas e documentos, lançado em 1999-
2000, representou as contribuições da CINAEM ao debate nacional sobre as diretrizes 
curriculares para a Medicina, que acabou sendo aprovada, de acordo com Stella e Campos, 44 
com discretas modificações, em 2001. 
A reflexão sobre as implicações pedagógicas, científicas e institucionais de 
transformar o ensino médico foi fundamental para a reformulação curricular, o re-
direcionamento referente à docência médica, gestão acadêmica e incorporação técnico-
científico. 45 
Esse movimento mobilizou escolas e atores da saúde e veio ao encontro da 
necessidade de formação de profissionais com competência para atender a demanda de saúde 
da população com qualidade e resolubilidade, em todos os níveis de atenção do SUS. 24 
A transformação da educação médica proposta nas DCN representa a superação 
do modelo biomédico, dominante desde o relatório Flexner 12 de 1910, considerado tecnicista 
frente ao paradigma da integralidade. 47 
Esse novo paradigma propõe foco na saúde e não na doença, integração do ciclo 
básico com o clínico e aproximação da teoria com a prática, através da articulação entre 
universidade e sistema de saúde, em seus diferentes graus de complexidade. 48 As DCN 2 
recomendam ainda, que essa aproximação seja precoce, já no primeiro ano do curso de 
graduação em Medicina. 
 
a Quatro propostas de mudança da educação médica: "a proposta UNI" (Uma nova iniciativa na educação dos 
profissionais de saúde: união com a comunidade), da Fundação Kellogg; a "proposta Changing" (Mudando a 
educação e a prática médica: uma agenda para a ação), da OMS; a "proposta Network", da Rede de instituições 
educacionais de ciências da saúde orientadas para a comunidade; a "proposta Gestão de qualidade na educação 
médica", da OPAS. Fonte: Almeida MJ. Educação médica e saúde: limites e possibilidades das propostas de 
mudança. Interface. 1998; 2(2). http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32831998000100019 
 
 
22 
 
Considerando-se os princípios da universalidade, humanização, equidade, 
participação popular, hierarquização e regionalização, 49 o paradigma da integralidade 50 
encontrou, na rede básica de saúde, um cenário privilegiado de ensino-aprendizagem. 
A rede do sistema público de saúde apresenta pontos positivos e negativos, mas, 
mesmo com suas dificuldades, representa um campo de prática em que o aluno pode conhecer 
as reais condições de vida e saúde da população e provável mercado de trabalho após o 
términoda graduação. 51 
Nas unidades onde está implantada a ESF, devido à obrigatoriedade de 
territorialização e cadastramento da população, é possível conhecer melhor os usuários e seus 
familiares, o estilo de vida, os recursos de saneamento básico e de infraestrutura, as 
características socioeconômicas e as doenças prevalentes naquela comunidade, além das 
condições de vulnerabilidade, de recursos de acesso aos serviços públicos de saúde, educação 
e transportes, entre outros. 52 
A equipe multiprofissional básica, composta por médico, enfermeiro, técnico de 
enfermagem, dentista e agentes comunitários, deve proporcionar a essa comunidade 
previamente conhecida, um atendimento humanizado, amplo e integral, através dos diferentes 
olhares de cada um deles, com responsabilização e planejamento. 53,54 
 Apesar de implantada na maioria dos municípios, sua cobertura ainda não atingiu 
100% da população, como intenciona o MS, 55 e a equipe multiprofissional, fortemente 
ancorada nos médicos e enfermeiros, é insuficiente para dar conta da ampla gama de 
atribuições que envolvem a atenção integral à saúde. 
A convocação de outros profissionais como membros orgânicos, e não somente 
como apoiadores das equipes, como propõe a política dos Núcleos de Apoio a Saúde da 
Família (NASF), pode ser visto como uma solução de transição, pois possibilitam a 
introdução de outros profissionais de nível superior como membros orgânicos dessas equipes. 
17 
Apesar das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos da Área da Saúde 
(DCNAS), homologadas pelo Ministério da Educação (MEC) a partir de 2001, DCN, 2,55-58 
orientarem mudanças na graduação dos cursos de várias profissões da área da saúde, a 
inserção desses alunos ainda é incipiente, como é o caso de nosso município, com 
participação em pequena escala de educadores físicos, psicólogos, nutricionistas, 
fisioterapeutas e farmacêuticos e apenas para campo de estágio. Além disso, os profissionais 
dessas áreas não fazem parte da equipe básica dos serviços da APS e nem mesmo da ESF. 
23 
 
Essas Unidades de Saúde, apesar de suas dificuldades e limitações, proporcionam 
ao aluno vivência e conhecimento da realidade e integração entre o serviço e a comunidade. 
Nesse espaço, profissionais do serviço, docentes, usuários e alunos trocam saberes, modos de 
ser e de ver o mundo. 40 
A integração entre serviços e ensino contribui para melhorar a formação dos 
profissionais da saúde, aproxima teoria de prática e propicia reflexão sobre essa prática, 
levando à transformação e consolidação do modelo de atenção à saúde proposto para o SUS. 
19 
Segundo Albuquerque et al.,59 a integração ensino-serviço se dá quando ocorre o 
trabalho coletivo, pactuado e integrado de estudantes e professores dos cursos de formação na 
área da saúde com trabalhadores que compõem as equipes dos serviços de saúde. Incluem-se, 
aqui, os gestores, para garantir a qualidade de atenção à saúde individual e coletiva, formação 
profissional e desenvolvimento/satisfação dos trabalhadores dos serviços. 
As limitações para maior integração entre a universidade e os serviços dizem 
respeito, principalmente, ao fato de que nestas organizações - a universidade de um lado e os 
serviços de saúde de outro – são desenvolvidos processos de trabalho distintos. De modo qual, 
a universidade se volta mais para a produção do conhecimento, “o saber” e os serviços estão 
mais voltados para a produção da assistência em saúde, “o fazer”. O trabalho da academia: 
[...] visa atender a uma finalidade de formação de agentes que se dirigirão ao 
mercado de trabalho e de produção de conhecimentos através da atividade de 
pesquisa, que, em última instância, será ‘consumida’ pelos serviços de saúde. 
Já os profissionais de saúde constituem-se em agentes envolvidos em um processo, 
cuja finalidade primeira volta-se para o atendimento das necessidades de cura ou de 
atenção à saúde de indivíduos ou grupos, processo este constituído no limite do 
técnico e político”. 60 
 
Esse distanciamento precisa ser superado pela sensibilização dos atores 
envolvidos nesse processo através de medidas como a construção de espaços permanentes de 
diálogo. A identificação das necessidades do serviço pela universidade que resultem em 
pactos de contribuição docente/discente, a participação dos profissionais do serviço e usuários 
nas discussões sobre o processo ensino-aprendizagem, o envolvimento efetivo do professor no 
serviço, entre outras medidas, 38 devem auxiliar nesta superação. 
A integração ensino-serviço ainda encontra dificuldade em avançar, como aponta 
Moimaz et al.,61 pela dificuldade de inserção dos alunos em algumas áreas, falta de 
investimentos públicos, tanto de infra-estrutura, como de pessoal, além da mudança 
curricular. Também, o desenvolvimento docente, a diversificação dos cenários e as parcerias 
24 
 
com os serviços de saúde ainda são muito incipientes e representam desafios a serem 
enfrentados. 
Para Feuerwerker, 62 o grande desafio do ensino médico moderno é enfrentar as 
eventuais deficiências a ele relacionadas e as resistências oriundas de diversos setores, 
principalmente, quando as mudanças implicam sair do hospital, trabalhar em outros cenários e 
reorientar a formação em direção a um perfil mais geral. Nesse sentido, acrescentam-se às 
dificuldades citadas, a resistência de parte do alunado em ter sua formação profissional 
direcionada quase que exclusivamente, para o exercício profissional no SUS, como aponta 
Erdmann et al. 63 
A literatura mostra 23,24 que sem profissionais com sólida formação em APS se 
torna difícil a tarefa de reorganizar o modelo de saúde baseado na APS. Apesar das inúmeras 
dificuldades de integração, os melhores resultados têm sido alcançados com esforços mútuos, 
das instituições de ensino em conjunto com os serviços. Sem essa parceria, absolutamente 
necessária, as mudanças, que são imprescindíveis, ficam inviáveis. 
Com a finalidade de incentivar e facilitar a implementação das DCN, o MS em 
parceria com MEC e a Organização Pan-Americana da Saúde OPAS criou, a partir de 2001, 
programas de indução para incentivar, financeiramente, as escolas médicas de todo país a 
reformular seus currículos. 28 São exemplos, o Programa de Incentivo às Mudanças 
Curriculares nos Cursos de Medicina (PROMED) 64 e o Programa Nacional de Reorientação 
da Formação Profissional em Saúde (PRÓ-SAÚDE). 65 
Existem ainda outros programas governamentais, voltados ao fortalecimento da 
atenção básica e do SUS, que visam estimular a aproximação entre a academia e serviços, 
como o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-SAÚDE) 66 , o Projeto de 
Reforço à Reorganização do SUS (REFORSUS) 67 e o Programa de Valorização do 
Profissional da Atenção Básica (PROVAB).68 
Essas iniciativas demonstram a importância que o governo tem dado à 
reformulação da educação médica como forma de transformar o sistema público de saúde 
brasileiro. 
Pelas DCN o eixo do desenvolvimento curricular deve ser o das necessidades de 
saúde da população, promovendo a interação ensino, serviço e comunidade, preferencialmente 
em serviços pertencentes ao SUS. Ruiz, 69 a respeito das mudanças curriculares da graduação, 
demonstra as fragilidades, as dificuldades e a resistência em sair do Hospital e criar novos 
cenários para reorientar a formação em direção a um perfil mais geral de aprendizado. 
25 
 
 Ao repensar os cenários e as estratégias de ensino e aprendizagem, surge terreno 
fértil para a inserção de modelos que facilitam a proposta de integração, visando contribuir 
para a formação de um profissional médico capaz de dar respostas às necessidades básicas de 
saúde da população, como são as propostas do Internato Rural da Universidade Federal de 
Minas Gerais (UFMG) e do Internato Regional da Universidade Federal de Santa Maria 
(UFSM) a exemplo de Hipócratesque foi a fonte de informação sobre educação e o processo 
de ensino-aprendizado em medicina, que ensinava à sombra de uma árvore. 70 
 Na reforma curricular do curso de medicina da FCMS-PUCSP se optou pelo 
ensino de Práticas em Atenção à Saúde (PAS) em unidade de saúde do município de Sorocaba 
que praticavam a ESF. 
Sorocaba é um município de grande porte, localizado a 92 km da capital, com 
forte tendência para a economia industrial e de serviços. Segundo estimativa do Censo 2011 
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui 593775 habitantes em uma 
área de 449.122 km2. 71-73 
Sua população é predominantemente urbana, com apenas um por cento dos 
habitantes (5971) vivendo na zona rural. Os serviços de saúde estão estruturados em atenção 
plena da saúde, em todos os níveis de atenção: primária, secundária e terciária. 
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é crescente, passando 
de 0,777 em 1991 para 0,828 em 2000, considerado alto pela classificação do PNUD/2000. 72 
A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a educação, com 37,5%, seguida 
pela longevidade, com 37,5% e pela renda, com 25,0%. 
O município conta com nove universidades, sendo seis privadas, entre elas a 
FCMS-PUC/SP com o único curso de Medicina da região. Há ainda, três universidades 
públicas: Universidade do Estado de São Paulo (UNESP) - Sorocaba e Universidade Federal 
de São Carlos (UFSCAR), a Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo - Sorocaba 
(FATEC-SO). 
A infra-estrutura na área hospitalar conta com treze hospitais, sendo seis 
especializados. Os demais são hospitais gerais, como o Hospital Santa Lucinda da PUC-SP e 
o Conjunto Hospitalar de Sorocaba - CHS (Hospital Regional e Leonor Mendes de Barros) 
Estes, em conjunto, constituem o complexo hospitalar universitário ao qual se vincula o curso 
de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP. 
O Conjunto Hospitalar de Sorocaba é responsável pelo atendimento do nível 
terciário de 48 municípios do sudoeste paulista, com uma população de mais de 2.243.016 
26 
 
habitantes; 73 é referência em trauma e queimados, sendo o maior hospital público da região. 
Sorocaba abriga ainda a sede da Divisão Regional de Saúde XVI (DRS). 
Atualmente, o município de Sorocaba possui 31 UBS, das quais cinco delas 
contam com a ESF. Também possui uma rede secundária de ambulatórios e laboratórios, além 
de convênios com vários hospitais para o atendimento municipalizado. 
Através de convênio firmado entre a FCMS-PUC/SP e a Secretaria Municipal de 
Saúde (SMS) de Sorocaba é garantido o acesso de docentes e discentes dos cursos de 
Medicina, Enfermagem e Ciências Biológicas a todas as UBS e demais serviços de saúde 
municipais para a realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão. 
 Em 2003, 2004 e 2005 foi desenvolvido o projeto "Vivendo o SUS", que, em 
2006, com a reforma curricular, originou o Módulo de PAS, presente nos seis anos do curso 
de Medicina, inclusive no estágio curricular denominado internato. Esse módulo se integra 
com os outros módulos, em cada ano do curso de graduação, por meio de eixos temáticos e de 
habilidades. Com realização em vários cenários de práticas, nos diferentes níveis de atenção à 
saúde, tem como prioritário, a ESF. 29,30 
As atividades práticas realizadas pelos alunos do curso de Medicina na Atenção 
Básica compõem o Módulo de PAS desenvolvidas do 1º ao 4º anos do curso (PAS I, II, III e 
IV) e o Estágio Curricular em Saúde Coletiva I e II, no Internato, durante o 5º e 6º ano. 
O conjunto das atividades da PAS I, II, III e IV, forma um módulo vertical na 
estrutura curricular com as seguintes características: é realizado em vários cenários de 
práticas, devendo priorizar a atenção básica nos quatro primeiros anos, sem excluir os demais 
níveis de atenção; integra-se horizontalmente com as demais atividades de cada ano do curso 
por meio do desenvolvimento de um subeixo próprio. 
Utiliza ainda, diversos equipamentos pertencentes ao sistema de saúde ou outros 
equipamentos sociais, tais como unidades básicas de saúde, USF, escolas, centros 
comunitários (creches, asilos), ambulatórios, pronto-atendimentos, policlínicas e hospitais e 
emprega a estratégia metodológica da problematização, proposta no Projeto Pedagógico do 
Curso de Medicina. 
Além disso, integra-se, no 1º ano do curso, com os conteúdos de Antropologia e 
no 3º ano, com os de Introdução ao Pensamento Teológico, que são desenvolvidos nos 
cenários do módulo PAS. 
Tem continuidade vertical no Estágio Curricular do Internato da área de Saúde 
Coletiva I e II em continuidade aos módulos anteriores de PAS que transcorrem do 1º ao 4º 
anos. A Saúde Coletiva I divide seus horários com a Psiquiatria, área alocada no 
27 
 
Departamento de Medicina e pertencente à Clínica Médica I no 5º ano e a Saúde Coletiva II 
divide seus horários com a Clínica Cirúrgica II no 6º ano. 
A seguir apresentamos o plano de ensino do Estágio Curricular do Internato em 
Saúde Coletiva I e II. 
SAÚDE COLETIVA I 
EMENTA: Estudo e aplicação dos programas de atenção à saúde: criança, mulher, 
adulto, idoso. Caracterização e aplicação dos processos de Vigilância à Saúde. Elaboração do 
diagnóstico em saúde e definição de políticas locorregionais. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Promover a aprendizagem integrada ao trabalho 
cotidiano, voltada para as necessidades de saúde de pessoas e populações, à gestão do SUS e à 
participação popular em saúde, buscando a qualificação das práticas profissionais e da própria 
organização de trabalho. Conhecer noções de planejamento estratégico. Definir áreas e 
populações de risco em determinado território. Compreender os fatores que interferem na 
adesão aos tratamentos propostos. 
HABILIDADES: trabalho eficiente com os sistemas de informação em saúde: 
SIAB (Sistema de Informação em Atenção Básica); capacidade de integração de 
conhecimentos clínicos e epidemiológicos; realização de consultas médicas completas, 
indicando exames e terapêutica apropriada para cada caso atendido e de acordo com os 
Programas de Saúde; observação, coleta, registro, análise e interpretação de dados de modo 
sistemático. 
SAÚDE COLETIVA II 
EMENTA: Atendimento e Internação Domiciliar: pacientes após alta hospitalar, 
em Cuidados Paliativos ou Acamada. Desenvolvimento e participação da Educação 
Permanente para Profissionais de Saúde. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Participar do atendimento domiciliar em todas as 
suas modalidades; promover a articulação da atenção especializada hospitalar com a atenção 
dos profissionais de ESF e das UBSs; participar das atividades e processos de educação 
permanente dos profissionais de saúde. 
HABILIDADES: capacidade de manter bom relacionamento médico-paciente e 
seus cuidadores no contexto do atendimento domiciliar; capacidade de enfretamento das 
situações de mau prognóstico, do ponto de vista pessoal, familiar e social (em associação com 
a Saúde Mental). 
28 
 
Os campos de prática dos alunos do curso de Medicina da FCMS-PUC/SP se 
realizam nas UBS tradicionais e em unidades com ESF, Além de um serviço de pronto 
atendimento, a Unidade Pré Hospitalar Zona Oeste (UPHZO). 
Nos módulo de PAS I, II, III e IV, os alunos são distribuídos nas unidades de 
Aparecidinha, Sabiá, Carlos Amorim, Vitória Régia, Habiteto e Nova Sorocaba. 
Nos estágios do Internato, na área de Ginecologia/Obstetrícia (5º e 6º ano), os 
alunos frequentam o UBS Escola e a UBS Sorocaba I. Na área de Pediatria (6º ano), são 
utilizadas as cinco Unidades com ESF acima mencionadas, o UBS Escola, além da UBS 
Barcelona e da UBS Wanel Ville. 
 O PAS está organizado em sub-eixos temáticos: no 1º ano “Promoção à Saúde e 
Proteção Específica’’, no 2º ano “Diagnóstico Precoce e Tratamento Imediato’’, no 3º ano 
“Análise dos Programas de Atenção Integral à Saúde’’ e no 4º ano “Avaliação da Efetividadedo Sistema de Atenção à Saúde”. 
Dessa forma, os estudantes têm oportunidade de realizar suas práticas em diversas 
unidades de saúde, conhecer a heterogeneidade da população, conviver com as diferentes 
realidades dos bairros e seus perfis epidemiológicos, bem como interagir com equipes de 
profissionais e docentes de diversas áreas, como recomendam os relatórios do XLII 
Congresso Brasileiro de Educação Médica e o XIV Fórum de Avaliação da Educação Médica. 
74 
Esse panorama vem facilitar o processo de ensino-aprendizagem e as 
metodologias ativas aplicadas na formação dos futuros médicos, bem como possibilita a 
interação com os profissionais de saúde que passam a serem facilitadores no processo da 
educação em saúde, contribuindo como agentes de mudança no contexto da atenção a família. 
74 
Desde 2006, com a reforma curricular do curso de Medicina da FCMS da 
PUC/SP, 75 os discentes são inseridos precocemente nas UBSs. A presença marcante dos 
acadêmicos e docentes nas unidades, convivendo e trabalhando em conjunto com os 
profissionais das unidades e com a comunidade demonstra e reforça a mudança no cenário de 
ensino e a parceria entre universidade e serviço, sobretudo nos projetos de educação em 
saúde. 
Educação em saúde entendida como processo político pedagógico requer o 
desenvolvimento de um pensar crítico e reflexivo, permite desvelar a realidade e propor ações 
transformadoras que estimulam a autonomia e emancipação da pessoa enquanto sujeito 
29 
 
histórico e social capaz de propor e opinar nas decisões de saúde para cuidar de si, de sua 
família e da coletividade. 75 
O surgimento do SUS e a ênfase na atenção primária levaram as escolas médicas 
ao debate sobre a necessidade de desenvolver atividades para fora dos muros da universidade, 
compatíveis com a realidade da população. 
Decorridos dez anos da publicação das DCN/ 2001 e no sétimo ano de 
implantação do novo currículo do curso médico, com ampla inserção dos alunos na atenção 
primária, as diversas ações na interface do ensino e serviço podem solidificar a proposta 
curricular. 
Conhecer a percepção dos atores quanto à situação atual da integração ensino-
serviço nas UBS e vislumbrar possíveis caminhos para fortalecer essa integração é importante 
porque contribui com a consolidação da reforma curricular e do SUS, reforça o dever ético e 
civil de trabalhar com a concepção ampliada de saúde, assim como fortalece a RBM como 
importante campo de educação permanente em saúde, tanto para a população como para a 
formação de futuros profissionais da área da saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
2 OBJETIVOS 
 
Este estudo tem como objetivos conhecer a percepção dos alunos e docentes do 
curso de Medicina e dos profissionais sobre a integração ensino-serviço nas unidades básicas 
de saúde e identificar, na perspectiva desses atores, possíveis caminhos para fortalecer essa 
relação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
3 MÉTODOS 
 
3.1 Tipo de Estudo 
 
Trata-se de estudo transversal, descritivo, com abordagem qualiquantitativa76 e 
triangulação intermétodos. 
 
3.2 Cenários da Pesquisa 
 
O estudo foi realizado na FCMS PUC-SP, em quatro USF e duas UBS que 
recebem alunos do curso de graduação em Medicina, a saber: USF Aparecidinha, USF Sabiá, 
USF Vitória Régia, USF Carlos Amorim, UBS Sorocaba I e UBS Escola. 
 Com vistas à seleção intencional da amostra foram escolhidas as UBS 
considerando-se uma amostra não probabilística por julgamento. Dessa forma, foram 
escolhidas as quatro unidades com ESF por realizarem atendimento de atenção à saúde ampla 
e por receberem alunos do curso de Medicina há seis anos ou mais. Optou-se por incluir a 
UBS Escola por ser a unidade mais antiga a receber alunos para o estágio do internato e a 
UBS Sorocaba I que passou a receber alunos do internato após a reforma curricular. 
 “A característica chave da amostragem por julgamento é que os elementos da 
população são selecionados intencionalmente. Esta seleção é feita considerando que a amostra 
poderá oferecer as contribuições solicitadas”. 77 
Optou-se por não incluir na amostra três UBS,a unidade Nova Sorocaba por ser 
campo de atuação profissional do co-orientador e as unidades Barcelona e Wanel Ville por 
receberem alunos a menos tempo. 
 
3.2.1 Perfil das Unidades de Saúde que compõem o cenário de escolha da pesquisa 
 
Para compor o perfil das unidades de saúde apresentado a seguir foi consultado o 
Banco de Dados da SMS de Saúde de Sorocaba em planilhas e relatórios internos e também 
foram entrevistados os coordenadores nas respectivas unidades a partir do instrumento para 
este fim. 
UBS Aparecidinha - Inaugurada em 1974, utiliza a ESF em toda a sua área de 
abrangência; é campo de prática de instituições privadas de ensino superior, recebendo 
34 
 
estudantes dos cursos de Medicina e Enfermagem da FCMS-PUC/SP e de Nutrição da 
Universidade Paulista (UNIP). Em 1995 iniciou o Programa de Agentes Comunitários de 
Saúde (PACS) e, a partir de 1997, teve a sua primeira equipe de saúde da família. Atualmente, 
possui três equipes de saúde da família, que atendem uma população estimada em 10.362 
pessoas entre zona rural, urbana e industrial. Participante do PET-Saúde, conta com uma 
equipe apoiadora de cinco médicos, um dentista, sete professores universitários, técnicos 
administrativos, motorista, além de serviço de limpeza terceirizado. 
UBS Sabiá – Inaugurada em1989, iniciou a implantação da ESF em 1997, 
contando, atualmente, com duas equipes de saúde da família e mais uma equipe apoiadora, 
constituída por um enfermeiro, um dentista, dois clínicos, dois pediatras e dois ginecologistas. 
É campo de prática de instituições privadas de ensino superior e recebe estudantes dos cursos 
de Medicina e Enfermagem da FCMS-PUC/SP; a partir de 2012 passou a ser campo de 
estágio para formação de técnicos de enfermagem do Programa de Formação de Profissionais 
de Nível Técnico para a Área de Saúde no Estado de São Paulo (TEC-Saúde).b Abrange uma 
população estimada em 7.088 pessoas em zona urbana de risco social e com áreas de 
confluência de divisa de Município (Sorocaba-Votorantim). Conta com equipe apoiadora 
composta de três docentes da Medicina, três da Enfermagem superior e um do curso técnico, 
além de cinco técnicos administrativos, um motorista e quatro auxiliares de limpeza 
terceirizado. Também é participante do PET-Saúde. 
UBS Sorocaba I – utiliza modelo de atendimento tradicional de atenção básica, é 
campo de prática do curso de Medicina (graduação e residência médica em pediatria) e 
graduação em Enfermagem da FCMS-PUC/SP. Funcionando desde 1992, foi ampliada para 
ser centro de referência em atenção à saúde da criança pelas características de sua população. 
Sua equipe é composta de vinte e um médicos (pediatras e ginecologistas), quatro dentistas, 
cinco enfermeiros, vinte cinco técnicos de enfermagem, dez técnicos administrativos e seis 
docentes. Atende uma população estimada em 32.338 pessoas. 
UBS Vitória Régia – Inaugurada em 1993, utiliza ESF em parte de sua área de 
abrangência e, por esta razão, é caracterizada como unidade mista; é campo de prática de 
instituições privadas de nível superior e recebe estudantes dos cursos de Enfermagem e 
Medicina da FCMS e de graduação em Nutrição da UNIP. Suas duas primeiras equipes de 
saúde da família foram constituídas em 1996; atualmente possui quatro equipes de saúde dab
 Programa desenvolvido pelo Governo do Estado de São Paulo com a participação das Secretarias da Saúde, 
Desenvolvimento, Gestão Pública e Educação. Instituído pelo Decreto Estadual 53.848, de 19 de dezembro de 
2008. 
 
35 
 
família e uma equipe de saúde tradicional, que atendem uma população estimada em 16.463 
pessoas. Conta, ainda, com uma equipe apoiadora composta por dois clínicos, um enfermeiro, 
três técnicos de enfermagem, quatro pediatras, dois ginecologistas e um dentista, que atendem 
aos usuários residentes em áreas não cobertas pelo território da ESF. Também, atuam na 
unidade, quatro professores universitários, seis técnicos administrativos, um motorista, além 
de quatro auxiliares de serviço de limpeza terceirizado. A unidade participa dos projetos do 
PET-Saúde. 
UBS Escola – Inaugurada em 1998, através de uma parceria entre a PUC/SP e 
Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, para ser unidade escola e ter uma gestão 
compartilhada voltada para o ensino e assistência. Atualmente, utiliza o modelo de 
atendimento tradicional de atenção básica, é campo de prática da FCMS- PUC/SP e recebe 
alunos dos cursos de graduação em Medicina e Enfermagem e da Residência Médica. Sua 
equipe é composta por um enfermeiro por turno, dois médicos clínicos, três pediatras, dois 
dentistas, oito técnicos de enfermagem, um coordenador, cinco profissionais administrativos, 
dois médicos ginecologistas, seis docentes da medicina e um docente da enfermagem. Atende 
a população da região central do município, estimada em 16.659 pessoas. 
UBS Carlos Amorim – Inaugurada em 2008, utiliza ESF em toda sua área de 
abrangência; é campo de prática de instituições privadas de nível técnico e superior e recebe 
estudantes dos cursos de graduação em Medicina e Enfermagem da FCMS-PUC/SP e técnico 
de enfermagem do Estado (TEC-Saúde). Possui quatro equipes de saúde da família que 
atendem 13.970 pessoas. Participa dos projetos do PET-Saúde e conta ainda com uma equipe 
apoiadora de um médico clínico, um enfermeiro, pediatra e ginecologista, professores 
universitários, técnicos administrativos, motorista, além de serviço de limpeza terceirizado. 
Esta unidade passou, em 2010, por mudanças, com a substituição de grande parte de seus 
profissionais, em decorrência de seleção pública, refletindo na parceria com a universidade. 
Todas as UBSs do município estão padronizadas, pois contam com protocolos 
técnicos, política de capacitação de recursos humanos, equipamentos, mobiliário, suplementos 
e sistema informatizado.c 
 
 
 
 
 
c Os dados foram extraídos dos Protocolos internos da SMS do município e de políticas de governo municipal, 
dos quais se tem apenas acesso interno. 
36 
 
3.3 Sujeitos da Pesquisa 
 
Foram convidados a participar da pesquisa 100 alunos do 6º ano do curso de 
Medicina, concluintes de 2011, 25 docentes que acompanham as atividades práticas do curso 
médico nas unidades básicas de saúde e 100 profissionais das unidades de saúde acima 
mencionadas, intitulados profissionais dos serviços. 
Optamos por alunos concluintes porque viveram integralmente o processo de 
reforma curricular que ampliou os cenários de prática na atenção básica. 
Participaram da pesquisa 88 colaboradores,14 docentes ,38 profissionais da saúde 
e 36 alunos. 
 
3.4 Coletas de Dados 
 
 
3.4.1 Instrumento de coleta de dados 
 
 
 
Para a coleta de dados foi aplicado um questionário semi-estruturado 
(APÊNDICE A), com questões abertas e fechadas, que utilizou indicadores da integração 
ensino-serviço baseados em referenciais teóricos 36, 39, 40,48 que abrangem: estrutura dos 
serviços, espaços de diálogo entre ensino e trabalho, identificação das necessidades do serviço 
e cenários de prática, participação dos profissionais de serviço nas discussões educacionais, 
co-responsabilidade dos profissionais do serviço na formação dos futuros profissionais e 
satisfação dos atores na perspectiva de interação/contribuição. 
Além disso, o questionário contemplou variáveis referentes à caracterização dos 
colaboradores, conhecimento sobre as DCNEM, percepção sobre a evolução da integração 
ensino-serviço e em uma questão de livre discurso, comentários e sugestões para contribuir 
com a integração ensino-serviço. 
O questionário dividiu-se em três partes: a) caracterização dos entrevistados com 
6 questões abertas, duas fechadas, uma mista; b) opinião sobre a integração ensino-serviço -
com 2 questões abertas e 4 fechadas; c) interesse em participar de grupo focal com uma 
questão aberta e uma fechada. 
A caracterização dos colaboradores abrangeu nove variáveis, sendo três 
quantitativas e seis qualitativas. O conhecimento sobre as DCNEM consistiu em uma 
37 
 
variável qualitativa, as opiniões sobre a articulação ensino-serviço abrangeram 10 variáveis 
qualitativas. 
 
 
3.4.2 Aplicação e pré-teste do instrumento de coleta de dados 
 
A aplicação dos questionários aos alunos e professores foi realizada na FCMS-
PUC/SP. Os alunos receberam os questionários da pesquisadora durante uma aula em que se 
encontrava toda a turma reunida, na qual foi concedido um período para o preenchimento do 
instrumento, sendo devolvido ao final da mesma. Aos professores, o instrumento de coleta de 
dados foi entregue, pessoalmente, pela pesquisadora e também, na secretaria da Faculdade, 
por uma funcionária responsável, onde foram devolvidos. Os profissionais dos serviços de 
saúde receberam os questionários da pesquisadora nas unidades, após explicações sobre o 
projeto de pesquisa. A pesquisadora permaneceu em algumas unidades durante o 
preenchimento dos instrumentos e, em outras, os recolheu após um período previamente 
acordado. 
Embora o questionário favoreça coleta de dados mais ampla em curto espaço de 
tempo, não possibilita a interação entre pesquisador e pesquisado. Como instrumento de 
coleta de dados, possui limitações e representa uma aproximação ao objeto da pesquisa; pode 
ser influenciado por sentimentos e emoções do respondente, bem como os itens podem ter 
significados diferentes para cada sujeito pesquisado. 
O pré-teste do questionário foi realizado com dez colaboradores (dois docentes, 
quatro alunos e quatro profissionais) com características semelhantes às dos sujeitos da 
pesquisa. Foi verificado o tempo gasto para responder as questões bem como as opiniões e 
dúvidas sobre a apresentação do instrumento e o enunciado das questões. Os participantes 
demonstraram dúvidas sobre a sigla Instituição de Ensino Superior (IES), grupo focal, a 
formulação de uma das questões e sugeriram algumas alterações que resultaram nos seguintes 
ajustes: 
a) inclusão de uma questão sobre a participação em projetos PET-Saúde e PRÓ-
Saúde; 
b) modificação da disposição da questão sobre satisfação com os indicadores da 
articulação ensino e serviço, que inicialmente era apresentada em forma de quadro; 
c) substituição do termo IES por universidade; 
d) explicitação do conceito de grupo focal; 
38 
 
e) complementação das instruções de preenchimento para facilitar o 
entendimento. 
 
 
3.5 Organização e Análise dos Dados 
 
As respostas às questões abertas do questionário foram organizadas em um quadro, 
por questão com as expressões-chave e ideias centrais do discurso de cada colaborador. Com 
as expressões-chave de ideias centrais semelhantes, foram construídos discursos-síntese que 
expressam um discurso coletivo, segundo o método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). 76 
Para análise e interpretação dos discursos foi usada a análise de conteúdo, modalidade análise 
temática. 78 
Baseado nos pressupostos da Teoria das Representações Sociais, 79 esse método 
de organização de dados propicia elencar e articular uma série de operações sobre 
depoimentos coletados em pesquisas de opinião por meio de questões abertas. Resulta em 
depoimentos coletivos, construídos com extratosde diferentes depoimentos individuais e 
redigidos na primeira pessoa do singular, que configura a opinião de um ‘‘eu ampliado”. 76 
O DSC empregado por Lefèvre, 76 que representa os impasses na expressão do 
pensamento coletivo, busca responder a autoexpressão do pensamento ou opinião coletiva, 
respeitando a dupla condição qualitativa e quantitativa. 
 Como esse pensamento é coletivo, configura-se também como uma variável 
quantitativa com amplitude e força. Sendo assim, um desafio a ser superado para que o 
pensamento coletivo possa se auto-expressar por meio da pesquisa empírica, seria a 
constituição de um sujeito portador desse discurso coletivo. O DSC é, por isso, uma proposta 
explicita de reconstituição de um ser ou entidade empírica coletiva. 
Também é qualitativa porque cada distinta opinião coletiva é apresentada sob 
forma de um discurso. Mas a representatividade da opinião é quantitativa, porque tal discurso 
tem ademais uma expressão numérica que indica quantos depoimentos, do total, foram 
necessários para compor cada DSC e, portanto, confiabilidade estatística, considerando-se as 
sociedades como coletivos de indivíduo. Esta técnica pode ser utilizada em todos os tipos de 
pesquisa de opinião com perguntas abertas que resultem em discursos verbais ou escritos. 
A organização e análise dos dados referentes às demais questões foram realizadas 
de acordo com os seguintes passos: classificação do material segundo as variáveis e categorias 
39 
 
de respondentes, inserção e armazenamento dos dados em banco de dados Excel for Windows 
e análise de frequência simples. 
 
3.6 Aspectos Éticos 
 
 O projeto de pesquisa foi autorizado pela SMS de Sorocaba e recebeu 
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da FCMS-PUC/SP em 13/09/2011, (ANEXO A), 
de acordo com a Resolução nº196/96, 80 do Conselho Nacional de Saúde e das diretrizes e 
normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Todos os participantes do 
estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE C), 
sendo garantido o sigilo das informações obtidas dos serviços de saúde selecionados e dos 
demais participantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
 
4 RESULTADOS 
 
A. Caracterização dos colaboradores da pesquisa 
 
Tabela 1 - Distribuição dos colaboradores segundo categoria, idade, sexo, participação 
em projetos, (Sorocaba, 2011). 
Categoria nº % 
Docente 10 11.4 
Aluno 36 40.9 
Profissional do serviço 38 43.2 
Docente Profissional do serviço 04 04.5 
Idade nº % 
20 a 30 48 54.5 
31 a 40 12 13.7 
41 a 50 11 12.5 
51 ou mais 15 17.0 
Não respondeu 02 02.3 
Sexo nº % 
Feminino 53 60.2 
Masculino 35 39.8 
Participação em projetos nº % 
Sim 30 34.1 
Não 58 65.9 
 
 
 
42 
 
A tabela 1 mostra que, entre os colaboradores da pesquisa, predominaram os 
profissionais dos serviços e que 34.1% dos respondentes participam de projetos como Pró-
Saúde ou PET-Saúde. O perfil da maioria dos colaboradores é de adultos jovens e mulheres. 
 
Tabela 2 - Distribuição dos profissionais do serviço e docentes segundo a categoria 
profissional, tempo de formação, tempo de vivência ensino aprendizagem (Sorocaba, 
2011) 
Categoria Profissional nº % 
Médico 17 32.7 
Técnico de enfermagem 12 23.1 
Agente comunitário 11 21.1 
Enfermeiro 07 13.5 
Tec. Administrativo 05 09.6 
Total 52 100 
Tempo de formação* nº % 
1 a 5 04 11.1 
6 a 10 06 16.7 
11 a 15 03 08.3 
16 ou mais 23 63.9 
Total 36 100 
Tempo de vivência nº % 
1 a 3 21 40.4 
4 a 6 07 13.5 
7 a 9 05 09.6 
10 ou mais 17 32.7 
Não respondeu 02 03.8 
Total 52 100 
*Médico, Enfermeiro, Técnico de Enfermagem 
 
Verifica-se na tabela 2 que os médicos são maioria entre os respondentes bem 
como foram predominantes o tempo de formação de 16 anos ou mais (63,9%) e o tempo de 
vivência no ensino médico de 1 a 3 anos (40,4%). 
43 
 
 
 
 B. Conhecimento e opiniões sobre a articulação ensino-serviço. 
Tabela 3: Percentual de satisfação dos colaboradores da pesquisa relacionado a 
indicadores da integração docente-assistencial (Sorocaba, 2011) 
Indicadores 
Muito 
Satisfeito Satisfeito 
Pouco 
Satisfeito Insatisfeito 
Não 
respondeu 
Relacionamento entre os 
atores 
5.6 
 
57.3 
 
 36.0 
 
 0.0 
 
 1.1 
 
Identificação das 
necessidades do serviço 
 
2.2 
 
58.5 
 
 37.1 
 
 2.2 
 
 0.0 
 
Participação do serviço 
no ensino-aprendizagem 
1.1 
 
55.0 
 
 34.9 
 
 7.9 
 
 1.1 
 
Pactos de contribuição 
docente/discente 
4.4 
 
46.1 
 
 46.1 
 
 3.4 
 
 0.0 
 
Instalações físicas da 
UBS 
3.4 
 
42.7 
 
 39.3 
 
 13.5 
 
 1.1 
 
Equipamentos da UBS 0.0 44.9 40.5 13.5 1.1 
Negociação de espaços, 
horários e tecnologias 
2.2 
 
34.9 
 
 49,4 
 
 13.5 
 
 0.0 
 
 
 
As opiniões “muito satisfeitas” e “satisfeitas” (categorizadas em conjunto) que 
apresentaram maior freqüência foram o relacionamento entre os atores (62,9%), a 
44 
 
identificação das necessidades dos serviços pela universidade (60,7%), participação do 
serviço no ensino–aprendizagem (56,1%) e o pacto de contribuições docente/discente 
(50,5%). Entretanto, instalações físicas das UBS (46,1%), equipamentos (44,9%) e a 
negociação de espaços, horários e tecnologias para o desenvolvimento das atividades (37,1%) 
juntamente obtiveram menor freqüência. 
 
Tabela 4 - Frequência de respostas sobre conhecimento das Diretrizes Curriculares, 
existência de planejamento conjunto do processo ensino-aprendizagem e evolução da 
articulação ensino-serviço (Sorocaba, 2011). 
 
Diretrizes Curriculares nº % 
 
Não conhece 67 76.1 
 
Conhece 21 23.9 
 
Planejamento Conjunto nº % 
 
Não existe 44 50.0 
Existe 26 29.5 
 
Não respondeu 
 
18 20.5 
 
Integração ensino-serviço 
 
nº % 
 
Evoluiu 
 
65 73.9 
 
Não evoluiu 
 
 
23 26.1 
 
 A tabela acima revela que a proporção de colaboradores da pesquisa que 
conhecem as DCN (23,9%) sendo10 aluno (47,6%), 9 docentes (42,9%) e 2 profissionais 
(9,5%) e dos que confirmam a existência de planejamento conjunto do processo ensino-
aprendizagem (29,5%) é pequena. Porém 73,9% dos respondentes sentiram que houve 
evolução na integração ensino-serviço nos últimos anos. 
Entre os alunos, 27,8% conhecem as DCN; entre os docentes são 64,3% e entre os 
profissionais do serviço são 5,3% os que conhecem as DCN. 
 
 
 
45 
 
 
 
C. Discursos sobre planejamento conjunto do processo ensino-aprendizagem 
 
Em meio aos 26 colaboradores que afirmaram existir planejamento conjunto do 
processo ensino-aprendizagem entre a universidade e as unidades básicas de saúde, oito 
descreveram como se dá esse planejamento. Os discursos do sujeito coletivo do tema 
planejamento conjunto seguem abaixo: 
DSC Planejamento conjunto do processo de ensino-aprendizagem na UBS 
(P3, P28, P4, A20, A28, A30, D1, D2) 
a) A Universidade tem como objetivo atuar junto a UBS em suas necessidades e 
serviços oferecidos, isto exige um planejamento anterior. No inicio e final do ano a 
coordenação e equipe participam do planejamento e da avaliação em apresentação final. 
Pode ocorrer na Universidade e no centro de saúde. 
b) O Planejamento ocorre em reuniões (com a presença de docentes e discentes), 
juntamente com as equipes de saúde, com as agentes, com as enfermeiras e coordenação ou 
através de fluxograma que orienta as atividades nos diversos cenários da UBS. 
c) Há dois momentos de planejamento: um da gestão que envolve 
diretores/coordenadores em saúde com o secretario de saúde /gestores da secretaria eo 
segundo de operacionalização, que envolve professores que atuam em campo com os 
profissionais/coordenadores das UBS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 D. Discursos sobre as sugestões e comentários para contribuir com a integração 
ensino-serviço 
 
Tabela 5 - Distribuição das ideias centrais dos discursos sobre as sugestões para a 
integração universidade-serviço segundo as categorias de colaboradores e frequência 
das expressões chave (Sorocaba, 2011) 
Ideias Centrais Docente e Docente 
Profissional 
n º 
Aluno 
 
nº 
Profissional 
 
nº 
Expressões-
Chave 
nº % 
 
Envolvimento 
universidade 
3 5 3 
 
11 15.1 
Participação do aluno na 
UBS 
0 4 5 
 
09 12.3 
Comunicação 3 2 3 
 
08 10.9 
Estrutura da UBS 3 4 1 
 
08 10.9 
Conhecimento da 
realidade 
2 0 4 
 
06 08.2 
Integração universidade 
serviço 
2 1 2 
 
05 06.8 
Planejamento 2 1 2 
 
05 06.8 
Conscientização 2 2 0 
 
04 05.5 
Envolvimento do serviço 2 2 0 
 
04 05.5 
Integração como processo 2 0 1 
 
03 04.1 
Corpo docente 1 2 0 
 
03 04.1 
Ampliar agenda 0 0 2 
 
02 02.8 
Integração de protocolos 0 1 1 
 
02 02.8 
 
Objetivos de 
aprendizagem do PAS 
0 2 0 
 
02 02.8 
 
Comissão técnica 
cientifica CMS 
1 0 0 
 
01 01.4 
 
 
As ideias centrais (temas) que apresentaram as maiores proporções de expressões 
chave foram: envolvimento da universidade, participação do aluno na UBS, comunicação, 
estrutura da UBS, conhecimento da realidade. Dentre esses, envolvimento da universidade, 
47 
 
comunicação e estrutura da UBS foram temas compartilhados pelas três categorias de 
respondentes. 
Os temas (ideias centrais) dos discursos sobre as sugestões para a integração entre 
universidade e serviço foram agrupados considerando-se os indicadores adotados neste estudo 
de forma a dar visibilidade às questões estruturais, aos espaços de diálogo e espaços de 
atuação. Como a maioria dos colaboradores sentiu que houve evolução na integração ensino-
serviço, optamos por considerar os discursos das sugestões contribuições para o 
desenvolvimento desse processo, portanto indicadores em construção e os discursos dos 
comentários temas que apontam para indutores da articulação ensino e serviço. 
 
1. Discursos relacionados às questões estruturais da integração ensino-serviço 
 DSC: Estrutura UBS (DP1, A3, A13, A14, A15, DP3, D9, P33) 
a) Melhorar a estrutura da UBS ajustando para o processo de ensino-
aprendizagem com estrutura física, material, cadastros informatizados dos pacientes e espaço 
reservado para uso dos alunos e professores. 
b) Aumentar o espaço físico da unidade. 
 
DSC Integração de protocolos (P3, A11) 
Na área de gineco-obstetrícia deve ser seguido o protocolo do município e também 
deve haver protocolos de atividades e condutas clínicas 
 
DSC Corpo docente (A18, A20, DP3) 
Há necessidade de maior número de docentes envolvidos e professores com 
formação em PSF nos horários que os alunos estiverem na UBS. 
 
DSC Ampliar a agenda de atendimento dos profissionais da UBS (P1, P5) 
Precisa haver mais flexibilidade nas agendas dos profissionais para atender a 
maior procura da população, na clínica geral. 
 
 
DSC Objetivos de aprendizagem na Prática de Atenção à Saúde (A12, A16) 
Melhoria na implantação da aprendizagem baseada em problemas no que se 
refere a Pratica de Atenção a Saúde (atuação nas unidades), com estabelecimento de 
48 
 
objetivos de aprendizagem, melhor determinação de metas e distribuição de funções para os 
alunos. 
 
2. Discursos relacionados aos espaços de diálogo entre ensino e serviço 
 
DCS Comunicação (DP1, A10, A13, DP4, D10, P18, P19, P21) 
a) Melhorar a comunicação entre UBS/USF e Universidade, primeiro fazendo a 
apresentação dos profissionais e seus objetivos junto a UBS; esclarecer a UBS sobre o papel 
e a valorização do ensino para o atendimento didático-assistencial e a comunidade sobre a 
participação da universidade na UBS. 
b) Conversar não com as chefias e sim com os funcionários que realizam o 
trabalho, realizar reuniões entre professores, alunos, profissionais e clientes para esclarecer 
funções, avaliação periódica e promoção da integração ensino e serviço. 
 
DSC Comissão técnica científica no Conselho Municipal de Saúde (D2) 
Criar comissão técnica cientifica no Conselho Municipal de Saúde 
 
DSC Integração universidade-serviço (A2, D4, DP3, P31, P17) 
a) Maior integração do serviço com a instituição de ensino; maior integração 
entre os docentes e pessoal da unidade de saúde, pois mais contato poderia levar a melhoria 
para ambas as parte 
 b) A integração universidade /serviço é muito boa. Os alunos facilitam o 
atendimento com algumas famílias 
 
DCS Conscientização (A4, A8, D6, D8) 
Para maior integração, os profissionais que trabalham na Unidade devem ter 
consciência da importância do processo ensino-aprendizado e os atores (profissionais, 
docentes e discentes) têm que entender a necessidade de ajuda mútua, a importância desta 
parceria e qual o papel de cada um deles. O ganho é para todos. 
 
 
DSC Planejamento (A17, P16, D3, D7, P35) 
 a) Planejamento no inicio de cada ano com todos profissionais envolvidos. 
Elaboração do cronograma no inicio do ano/semestre letivo, comunicação prévia às 
unidades quanto ao inicio do estagio, número de alunos, professor responsável, tema a ser 
49 
 
trabalhado e objetivo para que a unidade também possa se programar para receber estes 
alunos. 
b) Reunião com coordenadores da unidade para saber os anseios da UBS, 
discutir os objetivos da integração e como poderemos ajudá-los; reuniões também com os 
funcionários técnicos para estabelecimento de meta e público alvo para o trabalho. 
 
 
3. Discursos dos espaços de atuação na integração ensino-serviço 
 
DSC Envolvimento da universidade (DP1, A3, A5, A6, A9, A19, D3, D14, 
P26, P30, P38) 
a) Maior envolvimento da universidade por meio de projetos científicos, contando 
com a participação de orientador e aluno, programação de cursos e palestras para 
sociedade, docentes atendendo consultas na UBS, criação de consultas específicas para o 
grupo da Faculdade, participação em todas as áreas da unidade como nas reuniões de 
planejamento, nas equipes de trabalhos educativos e preventivos, mutirões de especialidades. 
b) Integrar a grade teórica e prática nas atividades e programas da UBS. 
 
DSC Participação do aluno na UBS (A1, P3, A14, A18, A20, P10, P11, P12, 
P13) 
a) Os alunos devem ter mais autonomia, mais carga horária, passar mais tempo 
na UBS para conhecer melhor os profissionais e os serviços oferecidos e com o auxílio do 
professor atender para compreender na prática o funcionamento da unidade, além de ter 
maior contato com os pacientes e criação de um maior vínculo. 
b) Muitos estudantes deram a sua contribuição com seu trabalho na comunidade, 
mas muitos deixaram a desejar com trabalhos incompletos e sem resposta; portanto quando 
começar um projeto ir até o fim, dar retorno sobre o seu andamento e conquistas e quando se 
formar deixar novos alunos no comando. 
 
DSC Envolvimento do serviço (DP1, A7, A13, D5) 
a) Mais envolvimento por parte do serviço, melhorando o acolhimento e a 
assistência aos alunos pelos profissionais da UBS. 
50 
 
 b) Pequena participação da coordenação e dos funcionários da UBS Carlos 
Amorim na integração, além da ausência de médicos atendendo no período da tarde. 
 
DSC Conhecimento da realidade da comunidade/serviço (P4, DP2, D8, P27, 
P34) 
a) Os alunos deveriam conhecer o diagnóstico de saúde da UBS e compreender 
melhor a realidade do serviço/comunidade. Levantar problemas reais, somando-se ao que já 
foi feito para que todos tenham conhecimento das necessidades e busquem soluções para osproblemas, das reuniões de equipe e de planejamento para propor ações mais apropriadas e 
desenvolver mais ações junto a comunidade. 
b) Deveria haver uma integração da universidade com a necessidade local de 
cada comunidade. A universidade muitas vezes se prende a diretriz curricular sem se 
preocupar com a realidade local e o tipo de inter-relação mais adaptada aquela comunidade 
onde os alunos estão atuando. 
c) Conhecimento dos serviços prestados pela Secretaria de Saúde pelos docentes 
e a melhor forma de prestação de serviço (teoria-prática) pelos discentes. 
 
4. Discursos dos comentários sobre a integração ensino-serviço 
 
DSC Integração ensino-serviço como processo (D2, P7) 
a) Há idas e vindas, pois a integração é um aprendizado, de um lado a 
universidade aprendendo a identificar as necessidades do serviço, contribuindo através do 
envolvimento na rotina do serviço e no atendimento da comunidade e de outro lado o serviço 
entendendo que o discente vem para experimentar, aprender, aprimorar/lapidar; portanto 
vivenciar o processo leva tempo. 
b) O PET saúde foi a ferramenta mais efetiva para o aprendizado entre 
universidade/serviço. 
 
 
DSC Integração universidade-serviço (A2, D4, DP3, P31, P17) 
A integração universidade /serviço é muito boa. Os alunos facilitam o 
atendimento com algumas famílias 
 
 
51 
 
 
5 DISCUSSÃO 
 
Há certo grau de consenso a respeito de existência de uma crise da saúde no mundo 
ocidental. Crise da saúde, crise da saúde pública, crise do papel da medicina dentro 
da produção social da saúde, crise das relações entre os médicos e os pacientes, crise 
na educação dos profissionais de saúde.81 
Neste estudo, os discursos sobre a necessidade de melhorar a estrutura dos 
cenários de ensino-aprendizagem recaem principalmente na questão do espaço físico 
insuficiente ou inadequado e essa parece ser uma preocupação mais da academia do que do 
serviço. Essa questão obteve os menores índices de satisfação entre os respondentes, 
destacando-se instalações físicas das UBS (46,5%), equipamentos (45,4%) e a negociação de 
espaços, horários e tecnologias para o desenvolvimento das atividades (37,4%). 
Dentre os indicadores adotados, o espaço físico foi considerado relevante para o 
desenvolvimento das atividades conjuntas de alunos, professores e profissionais nas unidades 
básicas de saúde. 59 
Embora o perfil das UBS onde foi realizado o estudo está de acordo quanto aos 
requisitos mínimos preconizados pelo MS, baseados na população atendida, as plantas físicas 
são distintas.82 
As unidades foram construídas em diferentes épocas e suas populações alvos são 
diversas. Algumas são mais recentes e foram projetadas para o atendimento, outras foram 
adaptadas. Existem ainda aquelas que não acompanharam o crescimento populacional e 
necessitam de ampliação. 
A inadequação da estrutura física dos serviços à docência dificulta a aproximação 
entre ensino e realidade social. 83 
Em vários estudos 84-86 a inadequação do espaço físico é frequentemente lembrada 
quando se avaliam as dificuldades ou entraves à articulação ensino-serviço, pois dificulta o 
entrosamento e o diálogo entre estudantes, professores e profissionais. 
A escolha das unidades que recebem alunos considera, entre outros fatores, a 
estrutura física e pessoal das unidades e providências quanto ampliação das UBS ou 
instalação de salas para reuniões multimeios.86,87 
A necessidade de readequação física de algumas unidades ou de amenizar a 
sobrecarga dos espaços físicos de ensino com investimento de recursos é constante nesses 
estudos. Para modificar esse cenário e fortalecer a parceria entre universidade e serviço, várias 
52 
 
instituições têm investido recursos financeiros na ampliação e aprimoramento da estrutura 
física do serviço. 84-,86,88 
Em um desses trabalhos, Medeiros 87 demonstra a possibilidade de utilizar 
recursos de projetos como Pró-Saúde e PET Saúde para melhoria dos espaços de ensino-
aprendizagem. Seu estudo demonstra que a inadequação de espaço físico, acesso e 
acessibilidade nos cenários de prática para inserção de todos os atores envolvidos foram 
fragilidades vencidas com a participação nos programas de implementação de políticas que 
incentivam a inserção dos alunos no serviço. 
Para o autor, a readequação do espaço físico nas unidades teve o intuito de 
oferecer condições para um atendimento humanizado e ampliado, assim como para abrigar os 
alunos de graduação. Experiência semelhante foi relatada por Moraes 70 em seu estudo sobre a 
reorientação do ensino e da prática em enfermagem com apoio do Pró-Saúde. 
Indo além das UBS, Massote 89 visualiza a VD no âmbito da ESF como um 
cenário e um espaço importantes para o ensino-aprendizagem pois pode apresentar ao 
discente a vida latente da comunidade e resgata a importância fundamental de conhecer a vida 
do paciente antes de tomar qualquer decisão diagnóstica ou terapêutica. 90 
“De fato, as moradias, as ruas e as ruelas, a comunidade, o bairro e seus 
equipamentos sociais, sua urbanização e sua integração à cidade interagem continuamente 
com a saúde das pessoas e tornam as vidas extensão deste cenário.” A educação Médica não 
pode prescindir dessa vivência e desse espaço como estratégicos na (re) orientação do 
processo de ensinar/aprender em saúde. 91 
A integração ensino e serviço envolvem questões estruturais e conjunturais 
complexas. 92 Diante disto, são necessários momentos de reflexão sobre como articular esses 
dois contextos aparentemente desconectados: universidade e serviços, buscando ligar os 
espaços de formação aos diferentes cenários da vida real e de prestação de cuidados à saúde. 
A solução para os problemas estruturais envolve a negociação de espaços, a 
distribuição dos alunos em outras unidades da rede básica, em outros equipamentos da 
sociedade e em outras atividades como a VD, aliados a um processo permanente de 
negociação podem ser medidas importantes para otimização dos espaços físicos nos cenários 
de ensino-aprendizagem. 
As mediações são essenciais abrangendo a estrutura dos serviços, a equipe, o 
docente, o grupo de alunos e as situações criadas porque só as vivências não são suficientes. 
Os limites presentes nas estruturas de ensino e de assistência trazem condições nem sempre 
53 
 
favoráveis aos projetos institucionais, mas também trazem desafios e a necessidade de 
construção de projetos compartilhados. 83 
As diretrizes para o ensino da APS no curso médico estabelecem que essa prática 
deveria ser realizada em USF, ou similares, integradas à rede municipal, articuladas com a 
rede de atenção à saúde( RAS), com estrutura adequada para o recebimento de estudantes e 
para um efetivo processo de ensino-aprendizagem. 93 
Em nossa realidade, os alunos do curso de Medicina, em grupos de vinte são 
acompanhados por um professor nas atividades do PAS. Entre esses docentes há médicos 
sanitaristas, ou seja, com formação em saúde coletiva, mas também especialistas de diversas 
áreas como cirurgiões, ortopedistas, endocrinologistas, pediatras. O debate sobre a formação 
para o SUS, antes restrita aos docentes da área de saúde coletiva, deve incluir todos os atores 
envolvidos nesse processo considerando-se o princípio da integralidade das práticas de saúde. 
84 
Nesse contexto há um professor em construção, pois a interação com ações de 
promoção da saúde, a participação social-comunitária, a proteção e vigilância em saúde em 
articulação com a gestão local do sistema de saúde são importantes estratégias de formação 
em saúde integral na lógica do SUS. 85,94 
Ademais, o processo ensino-aprendizagem em serviço requer do docente além de 
conteúdos técnicos, políticos e éticos, a experiência, vivência e interação. “Importa a postura 
do educador como profissional, como membro da equipe, como pessoa e como docente”. 83 
Portanto a sensibilização, o compromisso e a inclusão de novosdocentes pela 
universidade precisam ser repensados, considerando-se a importância da diversificação de 
ambientes de ensino-aprendizagem para além dos muros do hospital universitário e para a 
formação em saúde integral. 
Isso passa a ser um desafio visto que a universidade não dispõe de mecanismos de 
apoio institucional que atendam essas novas necessidades. “Assim, a participação e o 
envolvimento dos docentes esbarram na consciência e no compromisso de cada docente 
perante o processo de formação dos estudantes”. 84 
Em relação à profissão do docente universitário, Anastasiou95 descreve que 
[...] a maioria dos que atuam na docência universitária, tornou-se professor da noite 
para o dia: dormiram profissionais e pesquisadores de diferentes áreas e acordaram 
professores. Por mais excelência que tragam das diferentes áreas de atuação, não há 
garantia de que a mesma tenha igual peso na construção do significado, dos saberes, 
das competências, dos compromissos e das habilidades referentes à docência. 
 
54 
 
Se os médicos não são formados para a docência quem dirá para o fazer 
pedagógico em serviço e em um modelo tecnoassistencial em transformação como a ESF. 
Já existem na literatura 83,96-99 estudos a respeito do perfil dos docentes médicos e 
propostas de reflexão sobre o processo de formação, atuação e desenvolvimento do 
profissional médico docente. Souza 97 aponta que a formação em pesquisa é um elemento 
importante para o preparo de médicos com perfil crítico-reflexivo. Tendo o docente como 
pesquisador-orientador, o aluno une teoria e prática, ensino e pesquisa, adquirindo preparação 
adequada para sua futura ação profissional. 
Estudo sobre o perfil dos docentes que desenvolvem atividades de pesquisa 
integradas às atividades pedagógicas concluiu que a participação em pesquisa é maior entre os 
docentes não médicos, que lecionam nas disciplinas do ciclo básico e que possuem dedicação 
exclusiva. Acredita-se que a menor participação em pesquisa entre docentes médicos e que 
atuam no ciclo profissional decorra principalmente da alta proporção desses docentes com 
vinculação em tempo parcial à universidade. A contratação de professores com maiores 
vínculos e a inserção da pesquisa no currículo principal podem contribuir na formação em 
pesquisa e, portanto, aprimorar a formação de médicos críticos e reflexivos. 97 
Além disso, Garcia e Silva 100 afirmam que há dificuldade em obter a adesão dos 
docentes de Medicina às reformas curriculares. Em pesquisas correlatas isso tem sido 
recorrente e explicado pela não profissionalização da função docente. Estudo sobre o perfil 
dos docentes e suas expectativas quanto à formação médica e sua participação no 
planejamento pedagógico mostrou que aspectos organizacionais e gerenciais da universidade 
impedem o envolvimento pessoal no Projeto Pedagógico. 
Porém Ferreira 101 destaca o papel transformador e emancipador que o docente 
exerce na formação de profissionais críticos e reflexivos; o papel da APS na construção do 
SUS; o papel do SUS na formação Profissional de novos sujeitos e o papel do docente na 
construção profissional de novos sujeitos. 
Esse autor considera que 
[...] o PSF parece que veio pra cuidar de populações mais carentes [...] não é 
medicina para pobres, mas é uma reorganização da visão de que as pessoas são mais 
bem cuidadas quando têm uma referência em suas vidas - visão humanística do novo 
profissional de saúde, cenário real da prática em saúde, que desenvolve nos 
estudantes competências e habilidades essenciais à sua atuação. 101 
 
Refletindo e ‘’conversando’’ com autores sobre a contribuição das Diretrizes 
Curriculares para a formação de um médico mais critico e reflexivo Melo Neto 102 concluiu 
que não poderá responder afirmativamente à pergunta. Mas, aceitando as criticas de Postman 
55 
 
e Weingartner, avalizadas por Moreira, 103 assim como não existe um ‘’sim’’ absoluto, 
também não existe um ‘’não’’ absoluto ou definitivo. Por isso, enquanto existir a 
possibilidade de diálogo, existirá a possibilidade de verdadeiras transformações. 
Em nosso estudo, 23,8 % dos colaboradores referiram conhecer as DCNs, entre 
eles nove (64,3%) dos 14 docentes participantes. No estudo de Garcia 100 em que foi estudado 
o perfil do docente, foi constatado que 44,4 % dos docentes conhecem as DCNs. 
Analisando a realidade do ensino médico e as necessidades de transformação, 
acreditamos que esse processo está em construção e a qualidade e a quantidade de docentes 
são importantes, mas antes disso precisamos refletir e investir na formação continua dos 
docentes, nas melhorias dos vínculos, remuneração e solidificação da carreira docente. A 
formação contínua implica triangulação entre conhecimentos, habilidades e atitudes – e eu 
acrescentaria – competências. 99 
Caetano 92 ao abordar o perfil docente considera que o vínculo com o serviço é 
fundamental e para isso recomenda que sejam contratados docentes com experiência 
assistencial, como constatamos em nossa pesquisa que alguns dos colaboradores docentes 
também são profissionais do serviço. Esse autor acredita que dessa forma os docentes mantêm 
um bom relacionamento com os profissionais da instituição. 
É importante ressaltar que as diretrizes para o ensino da APS na graduação em 
medicina preconizam a participação do médico especialista em Medicina da Família e 
Comunidade como docente e preceptor, em parceria com outros profissionais com vivência e 
competência em APS. 93 
Além da estrutura física das unidades básicas de saúde e do perfil do docente que 
ensina nesses serviços foram agregados na temática dos aspectos estruturais, instrumentos de 
trabalho como os protocolos utilizados no cenário da aprendizagem considerando-se que 
orientam a assistência e a gestão dos serviços. No discurso de um aluno e de um profissional 
do serviço surge a preocupação com a utilização de protocolos da rede básica de saúde. 
Os protocolos devem se agregar ao cotidiano, de forma reflexiva e crítica, 
contribuindo para o fortalecimento dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. 103 
e são considerados importantes instrumentos para o enfrentamento de diversos problemas na 
assistência e na gestão dos serviços. 
Orientados por diretrizes de natureza técnica, organizacional e política têm, como 
fundamentação, estudos validados pelos pressupostos das evidências científicas. O número de 
estudos sobre os protocolos de atenção à saúde são mais altos em relação aos de organização 
56 
 
de serviços. Têm como foco a padronização de condutas clínicas e cirúrgicas em ambientes 
ambulatoriais e hospitalares. Em sua maioria, protocolos clínicos estão baseados em 
evidências científicas, envolvem a incorporação de novas tecnologias e dão ênfase às ações 
técnicas e ao emprego de medicamentos. 105 
Dada a validade cientifica dos protocolos cabe às universidades revisar ou se 
necessário ajudar e contribuir na elaboração dos protocolos do serviço. Os discursos sobre a 
integração de protocolos que surgiu mostra uma preocupação por parte do serviço (fala do 
profissional) e por parte da universidade (fala do aluno) em padronizar e atender as 
necessidades da comunidade igualmente. 
Nos artigos consultados a respeito do cenário ensino aprendizagem na atenção 
básica ou integração ensino-serviço-comunidade, não encontramos evidências ou criticas que 
se refiram a ‘’integração de protocolos’’. Talvez os autores dos discursos sobre integração de 
protocolos estejam divergindo por desconhecer as diretrizes dos SUS e os protocolos 
Ministeriais padronizados para a atenção básica. 
As Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS) 106 de 2001 e 2002, 
além de definirem bases de prática para a atenção básica, propuseram a criação de protocolos 
para a assistência médica. De acordo com Paim 65 foram medidas centradas em padrões 
estabelecidos pela comunidade científica e nos elementosdo processo de trabalho no sentido 
de aprimorar o atendimento e aumentar a satisfação dos usuários 
Acreditamos que haja a necessidade de aprofundar conhecimentos teóricos aos 
profissionais da rede básica de saúde e aos alunos para que os instrumentos que apoiam a 
assistência (protocolos) sejam incorporados efetivamente ao cotidiano. A criação de 
comissões locais para a discussão e implantação de protocolos em serviço pode ser uma 
política favorável a integração ensino e serviço. 
 Outra preocupação, demonstrada no discurso de dois profissionais do serviço 
com a flexibilidade da agenda para atendimento médico traz à tona a realidade vivenciada 
pela atenção primária e mostra a angústia dos profissionais com a dificuldade de atender a 
demanda por consultas em clínica médica. Puccini 107 demonstra claramente os anseios dos 
trabalhadores na busca para assegurar a integralidade das ações no processo de construção do 
SUS. O equacionamento da atenção à demanda não agendada na rede básica é essencial e 
constitui um desafio ainda não superado. 
 A ausência de resposta a essa demanda, a rigidez dos programas e a não 
incorporação de forma ágil de novas necessidades em saúde resultam em desnecessária 
procura da população por unidades de urgência emergência ou de ambulatórios de 
57 
 
especialidades. Em consequência, as unidades básicas perdem sua condição de local onde se 
privilegiam o vínculo, a coordenação e continuidade dos cuidados e a credibilidade para 
realizar ações de promoção e prevenção. 
São questões estratégicas para a organização do sistema de saúde brasileiro, já 
amplamente reconhecidas, o papel, a extensão e a organização que a rede básica deve assumir. 
108 Desenvolver uma organização de serviços e uma prática comprometida com a 
integralidade do cuidado é um problema central. 107,109 
Problematizar essa realidade com os alunos propiciaria maior envolvimento dos 
mesmos no dia-dia da unidade contribuindo com conhecimentos teóricos e incorporando 
habilidades de resolução de problemas e desenvolvimento de novas formas de atendimento 
com enfoque educativo, coletivo, interativo, e em equipe. 
A concretização do princípio da integralidade requer a superação do entendimento 
da atenção primária de saúde como sinônimo de equipe mínima, simplificada, com baixa 
resolubilidade, sem trabalho em equipe multiprofissional. A Universidade pode contribuir 
para isso compartilhando atividades de ensino, pesquisa e extensão no cenário da atenção 
primária. 
Os discursos dos colaboradores desta pesquisa sobre a conscientização de todos os 
envolvidos no processo ensino aprendizagem em serviço e a dificuldade de comunicação 
entre os parceiros remetem para a necessidade de se investir no processo de construção de 
novas relações ensino-serviço-comunidade, sensibilizando-se gestores, Universidades e 
lideranças comunitárias. 110 
Como cita Mishima 60 há interesses diferentes: de um lado o servico de saúde 
(fazer) e do outro a Universidade (saber). Embora hajam interesses distintos, neste estudo a 
preocupação com a melhoria da comunicação entre a Universidade e a Unidade Básica de 
Saúde foi compartilhada por docentes, discentes e profissionais do serviço. No estudo de 
Costa 111 sobre a perpepção de alunos do 5º período do curso médico acerca da formação para 
a ESF, a falta de comunicação entre a USF e a faculdade foi um dos aspectos apontados. É 
preciso que os atores encontrem um caminho comum e o diálogo é o melhor caminho. 112 
Espera-se que as habilidades comunicacionais para o agir e refletir compartilhados 
estejam presentes no perfil humanístico do novo profissional de saúde formado segundo as 
DNC. Outrossim, o aluno atuando no cenário real da prática em saúde desenvolve 
competências e habilidades como postura profissional, comunicação interpessoal, valorização 
do contexto dos pacientes, relações éticas e trabalho em equipe. 
58 
 
 O aprendizado no cenário da APS desde o início do curso se diferencia pelos 
vínculos que os alunos estabelecem e pela formação crítico-reflexiva que desenvolvem ao 
aprender com a realidade social dos territórios, colocando-os como importantes interlocutores 
entre os serviços e academia. 
No entanto, Caldeira113 verificou em seu estudo que o grande número de 
estudantes e a alta rotatividade fazem com que eles sejam percebidos como passageiros pelos 
profissionais o que dificulta a comunicação e o estabelecimento de relações de confiança entre 
eles. 
A divulgação do projeto pedagógico para os alunos e parceiros do serviço para 
que tenham clareza dos objetivos de aprendizagem e metas que precisam ser alcançadas; o 
esclarecimento da comunidade sobre o projeto docente assistencial e a apresentação dos 
protagonistas do processo de trabalho na unidade e como se dá esse processo aos alunos é o 
que almejam os colaboradores do presente estudo. O discurso sobre os objetivos de 
aprendizagem do PAS sugere que embora o módulo do PAS seja um componente curricular 
do curso de Medicina com seus objetivos e estratégias de aprendizagem bem definidos, o 
currículo real não se materializa para alguns alunos como o currículo vigente. 
Além da divulgação do projeto pedagógico é preciso propiciar ambientes de 
diálogo, ampliar espaços de interlocução entre universidade, serviços, lideranças 
comunitárias, conselhos de saúde para que os participantes compartilhem conquistas, 
dificuldades, anseios, experiências e, sobretudo discutam o papel de cada um na formação 
profissional e na reorganização da atenção básica. 88 
A criação da CTC no Conselho Municipal de Saúde, sugerida por um docente, 
pode ser um espaço de discussão e representação das entidades e das instancias políticas 
envolvendo as Instituições de Ensino e os Serviços de Saúde. 
Há pouca participação dos alunos e da população nestas instâncias de definição 
das parcerias e principalmente na pactuação das ações. Além disso, seria muito “educativo” 
(no sentido do exercício da cidadania e da democracia) que os representantes da academia 
(gestores, docentes e discentes) participassem efetivamente do Controle Social (Conselho 
Local ou Municipal de Saúde), para ouvir os saberes e desejos da população e refletir sobre 
seu papel / projeto. 84 
 Alguns exemplos de movimento das universidades junto ao Conselho Municipal 
de Saúde são relatados como a experiência de aproximar a universidade ao Conselho para 
promover conhecimento e controle social na Universidade Federal de São João Del Rei 
(UFSJ); a participação de segmento de formação de recursos humanos da saúde no Conselho 
59 
 
Municipal de Saúde de Belo Horizonte; a realização, pelo Núcleo de Saúde Pública da 
Universidade Federal de Alagoas, de oficinas de saúde, do uso da linguagem, da dança, do 
teatro, da representação social e do imaginário, em um projeto de educação em que a 
universidade interage com os conselheiros municipais. 102, 114, 115 
 No município de Ribeirão Preto, iniciativa que mobiliza a IES e a rede pública 
para o controle social, promovendo uma real integração ensino e serviço mostra que a criação 
da CTC pode representar um grande avanço ao fomentar ações que poderão contribuir para a 
consolidação do SUS, do controle social e da integração ensino e serviço. 116 
A comunicação é fundamental em qualquer processo de ensino-aprendizagem 
assim como nas atividades de planejamento. No ensino em serviço o planejamento conjunto é 
um componente importante para a integração e tem interface com a comunicação. Em nosso 
estudo, apenas oito colaboradores dos 26 que acreditam existir planejamento conjunto do 
processo ensino-aprendizagem nas UBS descreveram como se dá esse planejamento. 
Tal planejamento deve ser construído em parceria com todos os envolvidos no 
processo (docentes, discentes, profissionais e comunidade) em consonância com os princípios 
dos SUS e as necessidades locais das unidades. O planejamentode metas e ações com a 
equipe local da UBS nas reuniões mensais das equipes e com a população nas reuniões dos 
conselhos locais e municipal seria um avanço importante. 
Albuquerque 59 aponta que os processos transformadores são matéria de reflexão 
para que novos projetos de cuidado sejam construções coletivas assim melhorando a 
assistência e a formação; também as diretrizes para o ensino médico na atenção primária em 
saúde apontam a necessidade de planejar e fortalecer o aprendizado no cenário da atenção 
primária. 
O planejamento conjunto que esperávamos encontrar nesta investigação diz 
respeito ao encontro em que todos os participantes, mediante “conversas, negociação, 
discussão‘, aprendessem e ensinassem e assim colaborassem para a construção coletiva da 
prática pedagógica de forma a atender necessidades da academia e do serviço”. 84 
A experiência da PUC de Campinas mostra a participação de docentes e discentes 
nas reuniões de equipe, do conselho local e do conselho gestor das unidades, atuando como 
cogestores. O planejamento das atividades é realizado em conjunto com representantes das 
Faculdades, coordenadores e responsáveis pelos serviços. Na Universidade Federal de Santa 
Catarina (UFSC) as atividades programáticas do componente curricular obrigatório do curso 
de Odontologia são desenvolvidas nos serviços de saúde mediante pactuação prévia e com 
ações planejadas. 117 
60 
 
Na Universidade Federal Fluminense(UFF), os docentes e alunos historicamente 
vêm participando das disputas políticas no âmbito local e regional, ocupando cargos públicos 
de importância e atuando como formuladores das propostas políticas de saúde. Mas esse 
protagonismo nasceu da articulação com a rede de serviços de saúde e de um trabalho 
interinstitucional que envolvia assistência à saúde e apoio ao movimento popular organizado 
em uma comunidade local na década de 70. 118 
 Todavia, Gil 86 em seus achados acredita que apesar da histórica trajetória de 
integração ensino-serviço no curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina( UEL) 
o caminho está longe de ser uma política consolidada para os parceiros envolvidos. A falta de 
mecanismos mais perenes tanto na universidade como nos serviços ainda fragiliza o processo 
de articulação ensino-serviço-comunidade na atenção primária. 
Segundo Souza 85 a integração ensino-serviço é vista como potencial estratégia 
colaboradora do processo de mudança de práticas na formação em saúde, apesar de haver 
grupos resistentes. O processo de mudança de práticas se desenvolve a partir da reestruturação 
curricular. A integração ensino-serviço é um dos eixos que busca solidificar a proposta 
curricular, por meio de ações diversas na interface do ensino com o serviço. 
Essa aproximação já garantida pela reforma curricular do curso de Medicina da 
FCMS-PUC/SP precisa ser estreitada como demonstra o discurso “maior integração entre os 
docentes e pessoal da unidade de saúde, pois mais contato poderia levar a melhoria para 
ambas as parte” Vale ressaltar que esse discurso é compartilhado pela academia e pelo 
serviço. Como diria Blank 119 “nesta peça do Teatro da Vida Real os atores e autores buscam 
maneiras de firmar relações entre as instituições”. 
Os colaboradores deste estudo pedem maior envolvimento da universidade por 
meio de projetos científicos contando com a participação de orientador e aluno; 
consideramos que sejam pesquisas que resultem na modificação dos cenários, nas quais os 
serviços e os trabalhadores sejam coautores dessa produção. 120,121 A valorização de saberes 
de todos os atores envolvidos aumenta o vínculo; este vínculo deve ser fortalecido e reforçado 
com todos os participantes. 
A sugestão de criação de consultas específicas para o grupo da faculdade, remete 
à separação entre quem aprende, ensina e cuida; é uma proposta interessante se essas 
consultas fizerem parte da rotina da UBS e tiverem continuidade mesmo na ausência do 
aluno. Já a proposta de integrar a grade teórica e prática nas atividades e programas da UBS 
recusa a separação. Mas como cuidar ensinando e pesquisando? Esse é o desafio que se 
coloca aos atores da articulação ensino-serviço. 
61 
 
Em geral pesquisadores, professores e estudantes frequentam os 
serviços de saúde como visitantes, como expectadores que precisam 
de alguns casos para exemplificar suas teorias, praticar suas 
habilidades, coletar materiais para pesquisas. Professor ensina, aluno 
aprende, trabalhador cuida, usuário é cuidado, pesquisador pesquisa e 
orienta aluno. 121 
 
Morais112 e Souza 85 criticam a falta de responsabilidade e co-responsabilidade 
por parte da Universidade e reforçam que é necessário compartilhar o desenvolvimento de 
ideias por parte de todos os envolvidos (profissionais, alunos e Universidade) e fortalecer o 
processo de corresponsabilização. 122 
Mas há experiências nas quais a Universidade constrói serviços para atender ao 
ensino aprendizagem contribuindo assim como parceira. 69,97 
A PUC de Campinas integrou três UBSs à universidade em um sistema de 
parceria plena; nestas unidades a IES participa com parte do mobiliário, equipamentos e 
material de consumo, transporte para atividades assistenciais e a contratação de quatro 
funcionárias (auxiliares de enfermagem) em cada unidade. Além disso, há o apoio de docentes 
Integradores Acadêmicos. O Integrador Acadêmico tem o papel de promover a integração 
ensino-serviço, multiprofissional e interdisciplinar, compatibilizando as necessidades 
pedagógicas, de pesquisa e extensão com o modelo assistencial vigente. Além disso, tem a 
função de cuidar das condições para a efetivação dos projetos pedagógicos das Faculdades do 
Centro de Ciências da Vida(FCCV), que agrega os cursos de Ciências Biológicas, Ciências 
Farmacêuticas, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, 
Psicologia e Terapia Ocupacional. 84 
A busca de “novos conceituais e práticas inovadoras" são elementos 
indispensáveis, mas não suficientes para superar o paradigma hegemônico instalado nas 
instituições de ensino. É preciso aproximação e comprometimento de todos os participantes, 
fazendo com que as mudanças cheguem às salas de aula. 97 
As novas experiências, ainda tímidas, precisam ser compartilhadas com as muitas 
escolas brasileiras e novos ensaios relatando os conhecimentos adquiridos precisam ser 
publicados. As boas experiências já divulgadas devem ser consideradas e tomadas como 
exemplo, embora existam obstáculos e dificuldades a serem superados e especificidades 
próprias de cada instituição. 
Nos serviços, a grande demanda de atendimentos é apontada como a maior causa 
de falta de tempo para que os profissionais possam dedicar atenção aos alunos. 123 
62 
 
O aprofundamento das discussões sobre o papel dos profissionais da rede básica 
no processo de formação na saúde e a importância de os serviços se tornarem co-responsáveis 
pela formação profissional se fazem necessários. 86 
Dessa forma busca-se enfrentar as resistências, pois muitas vezes o profissional 
não considera que a formação faz parte do seu trabalho ou teme que as fragilidades do serviço 
sejam identificadas. Também pode haver resistência da população à presença do aluno no 
serviço. 84 
Outro fator importante que interfere na articulação academia/serviços de saúde, 
que limitam este processo, é a rotatividade dos trabalhadores de saúde que tende a acarretar 
prejuízos nas práticas, na vinculação com as famílias atendidas e com os alunos. 112 Em nossa 
pesquisa, enfrentamos a rotatividade de profissionais e, em algumas UBS houve a troca de 
quase toda equipe. Verificamos que 40,3% dos colaboradores referiram tempo de vivência no 
ensino médico de um a três anos, portanto estão no cenário da articulação ensino-serviço há 
pouco tempo. 
No presente estudo, a participação do serviço no ensino-aprendizagem foi 
considerada pouco satisfatória(34,7%). Constatou-se nos discursos a percepção de alunos e 
docentes de que deve haver maior envolvimento do serviço no processo ensino aprendizagem, 
acolhendo adequadamente o aluno. Interessante observar que os representantes do serviço não 
compartilham essa necessidade com a academia. 
Igualmente, os docentes não compartilham com alunos e profissionais do serviço 
a percepção de que a participação do aluno na UBS deveria ser ampliada. Essas constatações 
mostram que os interesses são diferentes e que há um distanciamento entre os atores 
envolvidos. 
Em relação à participação do aluno na UBS, Gil 86 cita a falta de tempo para 
desenvolver mais atividades de intervenção com a comunidade e maior vínculo e aponta 
pouco envolvimento por parte do serviço nos problemas identificados e propostas feitas pelos 
estudantes. Esse autor identifica alguns problemas fundamentais na participação dos alunos: 
pouca adesão dos estudantes por não terem conhecimentos, habilidades e atitudes que lhes 
permitam assumir procedimentos relacionados ao cuidado diante da demanda existente nos 
serviços; os estudantes tendem a sentir que atrapalham as atividades das UBS e ficam 
frustrados com esta situação; eles sentem que perdem seu tempo e não compreendem por que 
precisam ir as UBS e o quê, de fato, têm a aprender com e nos serviços locais. 
63 
 
Reuniões conjuntas entre os segmentos parceiros e escutas mais cuidadosas das 
equipes de saúde podem ser alternativas de enfrentamento dessas questões. Uma relação 
positiva de respeito e amizade pode favorecer essa interação. 
Os resultados da nossa pesquisa coincidem com alguns dos achados de Gil 86 
como constatamos no discurso: Os alunos devem ter mais autonomia, mais carga horária, 
passar mais tempo na UBS para conhecer melhor os profissionais e os serviços oferecidos e 
com o auxílio do professor atender para compreender na prática o funcionamento da 
unidade, além de ter maior contato com os pacientes e criação de um maior vínculo. 
Todavia, o discurso os alunos facilitam o atendimento com algumas famílias 
mostra um trabalho conjunto, em que há complementaridade, portanto manifestando uma 
forma de interação da Universidade com o serviço. 
Na interface do maior envolvimento do aluno na UBS está o discurso sobre o 
conhecimento da realidade do serviço e da comunidade; os alunos deveriam conhecer o 
diagnóstico de saúde da UBS e compreender melhor a realidade do serviço/comunidade. 
Essa é uma recomendação das DCN e um dos princípios do SUS para uma medicina voltada 
para as reais necessidades da população. 
Alves 117 relata a experiência em que a inserção dos estudantes ocorre no processo 
de trabalho desenvolvido na unidade mediante participação no acolhimento aos usuários, 
reconhecimento do território através da elaboração da cartografia da unidade e visitas ao 
território. Há uma ênfase no início do curso para a exploração do ambiente, da unidade de 
saúde, dos recursos e da dinâmica da comunidade e nas séries mais avançadas destacam-se as 
atividades de planejamento, programação e avaliação. 
Como demonstra Anjos 124 em "Vivendo o SUS: uma experiência prática no 
cenário da atenção básica” os alunos do curso de Medicina da FCMS-PUC/SP trabalharam 
em duplas, em corresponsabilidade, planejaram e executaram atividades em grupos na área de 
territorialidade da unidade de saúde, tinha como meta realizar intervenções de saúde na 
família, planejar e executar ações comunitárias e de rastreamento, participar ativamente dos 
trabalhos cotidianos da unidade-base e integrar ações de saúde enfocando os centros 
comunitários locais (escolas, creches e asilos). 
O planejamento das ações precisa ser contextualizado e as atividades realizadas 
devem atender as reais necessidades do serviço/comunidade. Isso pressupõe diagnóstico, 
planejamento conjunto e avaliação; compartilhamento de produção e produto. 
Sá 125 considera importante destacar que este cenário é mutável e dinâmico, pois 
os diferentes elementos que estruturam e organizam nossa sociedade estão em constante 
64 
 
conflito, despertando a necessidade de inclusão de temas e questões contemporâneos, mesmo 
que ainda não estejam visualizados no âmbito da comunidade. 
Apesar de ser incipiente a integração-ensino-serviço em nosso meio, a 
Universidade tem procurado desenvolver ações junto a UBS e a comunidade local como 
proposto pelo módulo de Prática de Atenção em Saúde. De acordo com os objetivos de 
aprendizagem desse módulo, os alunos desenvolvem projetos de intervenção e apresentam 
seus resultados no Fórum do PAS realizado anualmente na FCMS-PUC/SP. As apresentações 
são digitalizadas e arquivadas no acervo da biblioteca. A Universidade ao promover esse 
espaço de avaliação e discussão convida profissionais das unidades de saúde, docentes e 
discentes proporcionando integração entre eles. 
O discurso há idas e vindas, pois a integração é um aprendizado, [...] portanto 
vivenciar o processo leva tempo é emblemático e se refere à articulação ensino serviço como 
processo, portanto em construção. Por isso, requer esforço conjunto da Universidade e do 
serviço, planejamento político e pedagógico e incentivo, entre outras medidas. 
Finkler 126 em seu estudo também concluiu que o processo de articulação ensino e 
serviço encontra-se incipiente e em construção, com lacunas na articulação com a gestão dos 
serviços e o controle social. Concluiu ainda que os cursos precisam avançar, em muito, nas 
alianças e ações estratégicas com base na educação permanente em saúde, a fim de que as 
novas mudanças curriculares sejam efetivamente capazes de colaborar com o aperfeiçoamento 
do SUS. Há desafios a serem superados. 
No curso de Medicina da FCMS-PUC/SP, os primeiros passos em direção às 
mudanças vieram com a reforma curricular e com muita luta por parte dos docentes 
envolvidos nesse processo. Como em todas as formas de mudança ocorre sempre alguma 
resistência, mas para que o ‘’novo’’ tenha lugar é necessário abrir espaços, ousar e desafiar. 
Para um curso médico de mais de 50 anos, tradicionalmente voltado para a área 
hospitalar, passar a introduzir todos os alunos de todos os anos nas Unidades Básicas, 
provocando inicialmente muito espanto, curiosidade, e quiçá duvidas aos atores, pois agora 
estavam em outro cenário, despidos das paredes do Grande Hospital, indo ao encontro da 
comunidade não foi pouco. Igualmente foi ousada a mudança do paradigma pedagógico ao se 
adotar como estratégia as metodologias ativas de aprendizagem. 
Segundo Morais 112 para mudar é necessário conhecer, discutir, repensar e 
reorientar. A FCMS-PUC/SP implantou as metodologias ativas e, pela problematização 
procura fazer com que os alunos conheçam o contexto social, problematizem a realidade e 
desvelem a aplicabilidade dos saberes. A Aprendizagem Baseada em Problema (ABP ou 
65 
 
PBL) desperta nos alunos uma tendência a reflexão entre o ideal e o possível para a saúde. 
Assim, para se pensar em transformar as práticas vigentes é preciso se apropriar da realidade 
concreta, social e de saúde, refletindo à luz dos ideais e propondo um novo, que deve ser 
incorporado e reproduzido por todos os envolvidos. 112 
O processo de mudança, lento por sua própria complexidade, requer agregação de 
docentes e profissionais, possibilitando-lhes experimentar, refletir e incorporar novos 
conceitos, provocando integração ensino-serviço de fato. Caetano 92 mostra a necessidade de 
repensar a prática numa proposta de criar outros possíveis caminhos para consolidação da 
IDA, que sejam úteis para os usuários dos serviços, alunos, profissionais da assistência e 
docentes. 
A incorporação dos universos da Academia e o do Trabalho perpassa por 
processos dinâmicos muito complexos, pois envolve pessoas de diferentes formações e com 
propósitos diversos. A integração real de pessoas ocorre com a aproximação, parainteragir 
com seus conhecimentos e habilidades, sejam elas adquiridas na academia, no trajeto 
profissional ou na própria experiência de vida. 127 
A articulação ensino-serviço no curso médico é incipiente, mas avança como 
responderam os colaboradores desta pesquisa. Podem ser considerados indutores dessa 
construção a reforma curricular, o ensino problematizador, os cenários de prática além dos 
muros do hospital, o convênio entre a universidade e a SMS, o PET-Saúde. 
O PET saúde surge no DSC como um instigador da integração ensino e serviços. 
Vem na forma de incentivo governamental, passa a integrar o profissional de saúde ao 
universo do ensino aprendizagem e proporciona valorização, conhecimento e troca de saberes, 
utilizando educação permanente e oportunidades de discussão dentro do ambiente da UBS. 
A elaboração de projetos em parceria tem o potencial de promover a valorização 
do profissional e o processo de ensino. Entre os colaboradores desta pesquisa 34% participam 
de algum projeto Pró-Saúde ou PET-Saúde e são várias as produções resultantes dessa 
parceria, entre elas a publicação que trata de protocolo em saúde mental pactuado na unidade 
básica de saúde. 
Um aspecto relevante do PET-Saúde é o desenvolvimento de ferramentas para 
estimular o aprendizado, pois “torna mais atrativas as praticas em saúde nas unidades locais a 
fim de aumentar a adesão dos estudantes, docentes e equipe local. ’’ 86 O PET-Saúde é 
apontado como um fator que estimula e influencia a satisfação do aluno, bem como possibilita 
a construção de opiniões conjuntas com a participação de vários cursos da área da saúde, 
contribuindo significativamente para a integração ensino-serviço. 126- 128 
66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.CONCLUSÃO 
 
 A UBS vem se mostrando um cenário fértil ao desenvolvimento do ensino-
aprendizagem e da integração ensino e serviços de saúde. Conforme as recomendações das 
DCN os novos profissionais estão sendo formados na diversidade de cenários. 
Os espaços de intersecção entre ensino e serviço são importantes para a formação 
em saúde e também para a consolidação do SUS, mas são também palcos de conflitos e 
dificuldades. Não há culpados. Embora haja interesses distintos, nem sempre são 
antagônicos.59 Cada instituição carrega a sua história de construção e inserção no modelo 
assistencial vigente e certamente há em comum o compromisso ético com a vida na prática do 
cuidado em saúde. 
 Uma articulação entre ensino e serviço mais estreita exige mediações complexas, 
pois há desigualdades e contradições na relação entre academia, serviços e comunidade. 
Pressupõe construção de projetos coletivos, responsabilidade compartilhada, espaços de 
diálogo solidário e, sobretudo, negociação. 
É necessário que haja coerência entre os projetos do serviço e da academia; os 
profissionais do serviço sintam-se corresponsáveis pela formação dos futuros profissionais e 
os docentes sintam-se parte do serviço. 59 
Diante dessa complexidade justifica-se compreender a integração ensino-serviço a 
partir da percepção de seus participantes, buscando diferenciar o que aproxima e o que 
distancia os componentes desse processo e assim apontar os avanços necessários. 
Os colaboradores deste estudo (14 docentes, 36 alunos e 38 profissionais dos 
serviços) declararam-se satisfeitos com a articulação ensino serviço em proporções que 
variaram de 35,2% a 63,6% conforme o indicador apresentado. Os menores índices de 
satisfação recaíram na infra-estrutura da UBS, negociação de espaços e horários, participação 
do serviço no ensino-aprendizagem. Entre esses atores, 73,9% perceberam avanços na 
articulação ensino e serviço nos últimos anos. 
As sugestões para contribuir com a articulação ensino-serviço resultaram em 14 
discursos do sujeito coletivo (DSC), consideradas contribuições para o desenvolvimento desse 
processo, portanto indicadores em construção e organizados de forma a dar visibilidade a 
aspectos estruturais, espaços de diálogo e espaços de atuação no encontro entre academia e 
serviço. Envolvimento da universidade no serviço, comunicação, estrutura da UBS, 
integração entre ensino e serviço e planejamento foram temas compartilhados pelas três 
68 
 
categorias de respondentes. Os temas mais recorrentes foram envolvimento da universidade, 
comunicação e estrutura física da UBS. 
Os comentários sobre a articulação ensino e serviço resultaram no discurso 
emblemático da integração ensino serviço como processo e o PET-Saúde surge como indutor 
do processo em construção. 
São limitadores do estudo possíveis vieses decorrentes da adaptação do 
instrumento de coleta de dados com base nos referencias teóricos da integração ensino e 
serviço sem proceder à validação de conteúdo, dada a premência de aplicá-lo aos alunos que 
estavam se formando. 
Também a impossibilidade de realizar o grupo focal, previsto em um segundo 
momento para conhecer a percepção dos colaboradores sobre a evolução da integração 
ensino-serviço nas unidades básicas de saúde, limitou a compreensão mais aprofundada desse 
processo em evolução. 
Este estudo destina-se aos docentes, discentes e profissionais de serviço que estão 
à frente da integração docente assistencial propiciando reflexão para que a formação dos 
futuros médicos na atenção primária seja mais efetiva, consolidando o SUS e qualificando os 
cuidados de saúde em todos os pontos e níveis da rede. Todavia, a amostra intencional e a 
singularidade do processo de integração ensino-serviço não permitem a generalização dos 
resultados. 
Vale destacar o ineditismo do estudo em nosso meio e no cenário nacional, visto 
que há carência de estudos publicados sobre a articulação ensino-serviço no curso médico na 
perspectiva dos seus participantes. Igualmente a análise das questões de livre discurso na ótica 
das representações sociais permitiu iluminar o campo social pesquisado, resgatando as 
semelhanças e diferenças entre visões dos atores envolvidos, variantes individuais das 
opiniões compartilhadas coletivamente. Pesquisas futuras incluindo a percepção dos usuários 
no quadrilátero docente, alunos, profissional, usuário seriam bem vindas, bem como estudos 
para analisar o impacto das novas propostas. 
“Processo em construção e reconstrução com idas e vindas” é talvez a melhor 
representação do caminhar conjunto que desafia a todos. Como contracenar nesse cenário (re) 
significando os processos de cuidar, de aprender, de participação conjunta. O distanciamento 
que existe emergiu nos discursos dos colaboradores deste estudo e é, sobretudo, no diálogo e 
na negociação que a distância será vencida. 
69 
 
 A disposição para o diálogo, para a solidariedade nas relações, para um projeto 
centrado no usuário são caminhos possíveis. Instrumentos e mecanismos mais perenes tanto 
na universidade como nos serviços são essenciais. 
 As políticas de infra-estrutura, incentivo, gestão, educação permanente, 
remuneração, participação são importantes, mas valores, atitudes e práticas são construídas 
nos espaços de atuação, cenários da aprendizagem, no dia a dia por docentes, estudantes, 
profissionais e usuários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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83 
 
APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados 
 
 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 
 
 
INSTRUÇÕES 
 
O questionário abaixo contém questões fechadas, mistas (abertas e fechadas) e abertas. 
Para as do primeiro tipo, solicita-se que você assinalecom X a alternativa escolhida. As do 
segundo tipo requerem que você proceda como na forma anterior e complemente respondendo 
por extenso no espaço sublinhado. As do último tipo requerem que você responda escrevendo 
por extenso nos espaços sublinhados. 
O preenchimento de todas as questões é de suma importância para a pesquisa em questão. 
 
 Grata pela colaboração 
 
 
QUESTIONÁRIO 
 
A. Caracterização do entrevistado: 
 
1-Você é: 
 Profissional da rede básica municipal ( ) Docente do curso de Medicina ( ) Aluno de 
Graduação em Medicina ( ) 
 
2-Qual a sua categoria profissional_______________ 
 
3-Qual o seu tempo de formação profissional____________ 
 
4-Sexo ( ) M ( ) F 5-Idade:_________ 
 
6-Qual o seu tempo de vivência no processo ensino aprendizagem no curso de Graduação em 
Medicina______________ 
 
84 
 
7-Em qual (s) Unidade(s) de Saúde você atua neste momento? 
________________________________________________ 
 
8- Quais foram as Unidades de Saúde que você teve a oportunidade de contar com a presença 
dos atores do processo ensino-aprendizagem (profissionais, docentes e 
discentes)?_________________________________________________________ 
 
9-Você participa ou participou de algum projeto? (PET-SAÚDE, PROMED, PRÓ-SAÚDE). 
 ( ) Sim Qual ? _______________ ( ) Não 
 
 
B. Opinião sobre a integração ensino-serviço no curso de Medicina 
 
1. Você conhece os preceitos das Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino superior nas 
áreas de saúde, principalmente os do curso médico? 
( ) Sim ( ) Não 
 
2 . Em sua opinião existe planejamento conjunto do processo de ensino-aprendizagem entre a 
universidade e as unidades básicas de saúde? 
 ( ) Sim ( ) Não Não sabe ( ) 
 
 
3. Em caso de sim, como ocorre esse planejamento? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
85 
 
4. Assinale a alternativa que corresponde ao seu grau de satisfação em relação à: 
 
4.1. Identificação das necessidades do serviço pela Universidade 
 ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( ) Insatisfeito 
 
4.2. Pactos de contribuição docente/discente no serviço 
 ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( ) Insatisfeito 
 
4.3. Negociação de espaços, horários e tecnologias 
 ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( ) Insatisfeito 
 
4.4. Participação dos profissionais do serviço no processo ensino-aprendizagem 
 ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( ) Insatisfeito 
 
4.5. Instalações físicas da unidade 
 ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( ) Insatisfeito 
 
4.6 Equipamentos existentes na unidade 
 ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( ) Insatisfeito 
 
4.7. Relacionamento entre os atores envolvidos 
 ( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( ) Insatisfeito 
 
 
5.Você sentiu alguma evolução na integração entre Universidade e serviço nos últimos anos ? 
( ) Sim ( ) Não 
 
 
6. Comente ou dê sugestões para contribuir com a integração 
Universidade/serviços_________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
86 
 
C. Interesse em participar de grupo focal 
 
(Grupo Focal é uma modalidade de pesquisa em que são coletados dados por meio de 
interações grupais. Consiste em reunir um grupo, com local e horário pré-determinado e 
combinado, para discutir um tema ou tópico sugerido pelo pesquisador. A reunião tem a 
duração aproximada de 60 min). 
 
Gostaria de participar de um grupo focal? 
( ) Sim ( ) Não 
 
Em caso de sim deixe seu contato e disponibilidade de dia e horário. 
Contato: 
Nome:______________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
Telefone ( ) ______________________ 
Dia___________________________hora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
APÊNDICE B – Carta aos colaboradores da pesquisa 
 
 CARTA AOS COLABORADORES DA PESQUISA 
 
 
 
Prezado (a) Formando (a) do Curso de Medicina 
 
 Solicitamos a sua colaboração respondendo o questionário em anexo referente ao 
projeto de pesquisa “A UBS como instituição privilegiada no processo ensino – aprendizagem 
e na integração universidade /serviço: mudanças e tendências”. 
 Trata-se de pesquisa da aluna do Mestrado Profissional, da Faculdade de Ciências 
Médicas e da Saúde da PUC/SP, Simone Bueno de Oliveira Carvalho que tem como 
objetivos: 
• Conhecer a percepção de alunos e docentes do curso de Medicina e de 
profissionais das unidades básicas de saúde sobre a integração ensino-serviço. 
• Identificar, na perspectiva desses atores, possíveis caminhos para fortalecer a 
relação entre a universidade e serviço de saúde. 
• Contribuir para a consolidação da reforma curricular e do SUS, assim como 
para a qualidade da formação de futuros profissionais. 
As opiniões dos alunos são de suma importância para o alcance dos objetivos 
propostos. Caso concorde em participar, pedimos a gentileza de devolver o questionário 
respondido e o TCLE assinado ao final da aula. 
Qualquer dúvida, os dados para contato com a pesquisadora são os que seguem: 
Enfermeira Simone Bueno de Oliveira Carvalho 
Endereço: Rua Capitão Bento Mascarenhas Jequitinhonha, 1635 
Jd.América-Sorocaba/SP Telefone (15) 7835-0972 
Agradecemos imensamente a atenção e reiteramos protestos de estima e 
consideração. 
 
Atenciosamente 
 
Simone Bueno de Oliveira Carvalho 
 
 
 
88 
 
Prezado (a) Profissional da Unidade Básica de Saúde 
 
 
Solicitamos a sua colaboração respondendo o questionário em anexo referente ao 
projeto de pesquisa “A UBS como instituição privilegiada no processo ensino – aprendizagem 
e na integração universidade /serviço: mudanças e tendências”. 
Trata-se de pesquisa da aluna do Mestrado Profissional, da Faculdade de Ciências 
Médicas e da Saúde da PUC/SP, Simone Bueno de Oliveira Carvalho que tem como 
objetivos: 
• Conhecer a percepção de alunos e docentes do curso de Medicina e de 
profissionais da rede básica de saúde sobre a integração ensino-serviço. 
• Identificar, na perspectiva desses atores, possíveis caminhos para fortalecer a 
relação entre a universidade e serviço de saúde. 
• Contribuir para a consolidação da reforma curricular e do SUS, assim como 
para a qualidade da formação de futuros profissionais. 
As opiniões dos profissionais das unidades básicas de saúde são de suma 
importância para o alcance dos objetivos propostos. Caso concorde em participar, pedimos a 
gentileza de devolver o questionário respondido e o TCLE assinado ao coordenador da 
unidade. 
Qualquer dúvida, os dados para contato com a pesquisadora são os que seguem: 
Enfermeira Simone Bueno de Oliveira Carvalho 
Endereço: Rua Capitão Bento Mascarenhas Jequitinhonha, 1635 
Jd.América-Sorocaba/SP Telefone (15) 7835-0972 
Agradecemos imensamente a atenção e reiteramos protestos de estima e 
consideração. 
 
Atenciosamente 
 
Simone Bueno de Oliveira Carvalho 
 
 
 
 
 
 
 
89 
 
 
 
 
Prezado (a) Professor(a) 
 
___________________________________ 
 
 
Solicitamos a sua colaboração respondendo o questionário em anexo referente ao 
projeto de pesquisa “A UBS como instituição privilegiada no processo ensino – aprendizagem 
e na integração universidade /serviço: mudanças e tendências”. 
Trata-se de pesquisa da aluna do Mestrado Profissional, da Faculdade de Ciências 
Médicas e da Saúde da PUC/SP, Simone Bueno de Oliveira Carvalho que tem como 
objetivos: 
• Conhecer a percepção de alunos e docentes do curso de Medicina e de 
profissionais da rede básica de saúde sobre a integração ensino- serviço. 
• Identificar, na perspectiva desses atores, possíveis caminhos para fortalecer a 
relação entre a universidade e serviço de saúde. 
• Contribuir para a consolidação da reforma curricular e do SUS, assim como 
para a qualidade da formação de futuros profissionais. 
As opiniões dos docentes que atuam nas unidades básicas de saúde são de suma 
importância para o alcance dos objetivos propostos. Caso concorde em participar, pedimos a 
gentileza de devolver o questionário respondido e o TCLE assinado na Secretaria Setorial. 
Qualquer dúvida, os dados para contato com a pesquisadora são os que seguem: 
Enfermeira Simone Bueno de Oliveira Carvalho 
Endereço: Rua Capitão Bento Mascarenhas Jequitinhonha, 1635 
Jd.América-Sorocaba/SP Telefone (15) 7835-0972 
Agradecemos imensamente a atenção e reiteramos protestos de estima e 
consideração. 
 
Atenciosamente 
 
 
Simone Bueno de Oliveira Carvalho 
 
 
 
90 
 
 
 
APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
 
A Unidade Básica de Saúde como cenário para o ensino-aprendizagem do 
profissional médico: Reflexões sobre a parceria ensino e serviço 
 
 
 Eu,_________________________________________________RG_______________ 
 
 
Concordo em participar deste estudo sabendo que responderei a um questionário 
sobre a integração entre a universidade e as unidades básicas de saúde no processo de ensino e 
aprendizagem do curso de Medicina. Além disso, estou ciente que poderei participar de um 
grupo de discussão sobre o assunto, caso eu tenha disponibilidade. 
Sei que em caso de dúvida ou intercorrência poderei recorrer à pesquisadora 
responsável Enfermeira Simone Bueno de Oliveira Carvalho, residente à Rua Capitão Bento 
Mascarenhas Jequitinhonha, 1635, Jd.América-Sorocaba/SP, através do telefone (15) 7835-
0972. Também poderei contatar, caso queira esclarecer dúvidas, o Comitê de Ética e Pesquisa 
da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUCSP, através do telefone (15) 3212-9896. 
Sei que estou livre para decidir se desejo participar ou não da pesquisa e que 
posso desistir do estudo em qualquer fase, podendo fazê-lo sem qualquer prejuízo. Recebi 
garantias de que será mantido sigilo sobre a minha identidade. 
 
Este é um documento em duas vias, uma pertence a você e a outra deve ficar arquivada com a 
pesquisadora. 
Nome_____________________________Assinatura_____________________ 
 
Testemunha _______________________Assinatura_____________________ 
 
Pesquisadora 
Responsável___________________________Assinatura___________________ 
 
Data ___/___/___ 
1ª via entrevistado 
 
 
91 
 
 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
 
A Unidade Básica de Saúde como cenário para o ensino-aprendizagem do 
profissional médico: Reflexões sobre a parceria ensino e serviço 
 
 
 Eu,_________________________________________________RG_______________ 
 
 
Concordo em participar deste estudo sabendo que responderei a um questionário 
sobre a integração entre a universidade e as unidades básicas de saúde no processo de ensino e 
aprendizagem do curso de Medicina. Além disso, estou ciente que poderei participar de um 
grupo de discussão sobre o assunto, caso eu tenha disponibilidade. 
Sei que em caso de dúvida ou intercorrência poderei recorrer à pesquisadora 
responsável Enfermeira Simone Bueno de Oliveira Carvalho, residente à Rua Capitão Bento 
Mascarenhas Jequitinhonha, 1635, Jd.América-Sorocaba/SP, através do telefone (15) 7835-
0972. Também poderei contatar, caso queira esclarecer dúvidas, o Comitê de Ética e Pesquisa 
da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUCSP, através do telefone (15) 3212-9896. 
Sei que estou livre para decidir se desejo participar ou não da pesquisa e que 
posso desistir do estudo em qualquer fase, podendo fazê-lo sem qualquer prejuízo. Recebi 
garantias de que será mantido sigilo sobre a minha identidade. 
 
Este é um documento em duas vias, uma pertence a você e a outra deve ficar arquivada com a 
pesquisadora. 
Nome_____________________________Assinatura_____________________ 
 
Testemunha _______________________Assinatura_____________________ 
 
Pesquisadora 
Responsável___________________________Assinatura___________________ 
 
Data ___/___/___ 
2ª via pesquisadora 
 
 
 
 
 
92 
 
 
APÊNDICE D – Quadro comparativo 
 
Quadro de comparativo de principais artigos no cenário ensino-aprendizagem em atenção 
básica.(foram analisados 8 artigos com os pontos positivos Negativos e principais 
contribuições) busca BIREME ,BVS,LILACS,GOOGLE ACADEMICO 
 
 
 
 
Artigo/A
utor 
Curso/ano Pontos positivos Pontos 
negativos 
Princípios e 
contribuições/conclusões 
1* 
Costa109 
Enfermagem/2
008 
_Relacionament
o interpessoal 
_autoconfiança 
_convivencia-
saber 
 
_tristeza 
_sensação de 
impotência e 
medo 
 
_Recomenda que o ensino 
de enfermagem continue 
priorizando as USF como 
cenário educativo na ABS 
_Aprendizagem 
significativa. 
2*Ferreir
a 
Medicina/2007 _Vinculo que se 
estabelece 
_Construção do 
conhecimento no 
cotidiano das 
ações de saúde 
_contribuição 
social do 
estudante 
_Aprimoramento 
das relações 
_Olhar para a 
diversidade 
 _Reconhece o caráter social 
desta Unidade como 
currículo conjugador da 
pratica. 
_ampliação do cuidado a 
partir da necessidade 
_Construção de sujeitos 
críticos e reflexivos. 
_aprender a aprender com a 
realidade. 
_formação de um olhar 
sobre o SUS. 
_Cenário Primordial. 
_Aprendizagem 
significativa. 
_ 
3*Gil Medicina/2008 _inserção 
precoce. 
Desenvolviment
o de habilidades 
voltada a 
Humanização 
_diversificação 
do cenário 
 
_baixa adesão 
e pouco 
estimulo a 
participação 
-Tornar mais atrativo as 
praticas em saúde nas 
unidades locais afim de 
aumentar a adesão dos 
estudantes,docentes e equipe 
local. 
_UBS como espaço do 
cuidado. 
4*Ferreir
a 
Medicina(doce
ntes)/ 
2010 
- Diversificação 
dos cenários de 
ensino-
aprendizagem. 
- aproxima os 
estudantes da 
vida cotidiana da 
- A formação 
profissional 
dos estudantes 
da área da 
saúde 
necessita de 
uma estrutura 
-Considera-se fundamental 
o papel exercido pela ABS 
na formação dos 
profissionais de saúde, 
notadamente profissionais 
críticos e reflexivos, 
destacando-se o papel 
93 
 
população 
e desenvolve um 
olhar crítico, 
possibilitando 
cuidar dos reais 
problemas da 
sociedade. 
-O papel docente 
na construção da 
formação 
baseada na ABS 
que permita e 
facilite o 
trânsito entre 
teoria e prática. 
- devem-se 
produzir 
interações 
positivas entre 
o agir 
tecnológico e a 
lógica das 
necessidades 
de saúde dos 
usuários, 
individuais e 
coletivas 
- sua inserção 
no processo de 
ensino-
aprendizagem 
necessita 
de 
capacitações 
permanentes 
transformador e 
emancipador 
que o docente exerce nessa 
formação. 
- o papel da Atenção Básica 
em Saúde na construção 
do SUS sob a ótica docente; 
o papel do SUS na formação 
profissional de novos 
sujeitos; o papel docente na 
construção 
profissional de novos 
sujeitos. 
- O PSF parece que veio pra 
cuidar de populações mais 
carentes [...] não é medicina 
para pobres, mas é uma 
reorganização da visão de 
que as pessoas são mais bem 
cuidadas quando têm uma 
referência em suas vidas. 
(E1P1) 
- visão humanística 
do novo profissional de 
saúde, 
- cenário real da 
prática em saúde, 
desenvolvenos estudantes 
competências 
e habilidades essenciais à 
sua atuação — como 
postura profissional, 
comunicação interpessoal, 
valorização do contexto 
dos pacientes, relações 
éticas e trabalho em equipe 
- aprendizado no cenário da 
ABS desde 
o início do curso se 
diferencia do aprendizado 
de outros 
estudantes pelos vínculos 
que os alunos estabelecem e 
pela 
formação crítico-reflexiva 
que desenvolvem ao 
aprender a 
aprender com a realidade 
em que se inserem. 
5*Souza Odontologia/2 -Parceria ensino- - a visão dos - grandes acréscimos 
94 
 
011 serviço 
-Estrutura 
curricular 
-Mudança de 
paradigma 
-Práticas 
pedagógicas 
- o contato com a 
comunidade, que 
proporciona a 
oportunidade de 
percepção do 
indivíduo, 
inserido no meio 
social, 
possibilitando a 
formação 
humanizada em 
saúde 
estudantes 
sobre os 
serviços 
públicos, 
considerando-
os de baixa 
qualidade e 
insuficientes 
- preceptores 
quanto os 
docentes 
encontram-se 
fragilizados e 
necessitam de 
formação para 
atuar de 
maneira mais 
resolutiva na 
nova lógica 
curricular. 
- A relação 
entre 
preceptores e 
docentes é 
percebida 
como a mais 
delicada 
trazidos com a formação 
aliada ao serviço é o 
conhecimento dos serviços 
públicos de saúde. 
- O processo de 
corresponsabilização deve 
ser fortalecido 
-"identificar a necessidade 
de mudança, buscar novos 
conceituais e explorar 
práticas inovadoras" são 
elementos indispensáveis, 
mas não suficientes para 
superar o paradigma 
hegemônico instalado nas 
instituições de ensino. É 
preciso aproximação e 
comprometimento de todos 
os participantes, fazendo 
com que as mudanças 
cheguem às salas de aula. 
- A integração ensino-
serviço é percebida como 
potencial estratégia 
colaboradora do processo de 
mudança de práticas na 
formação em saúde, apesar 
de haver grupos resistentes. 
-cenário privilegiado 
6*Sá 
 
 
Medicina-
Petropolis/200
8 
-experiência 
inovadora inicia 
com ambulatório 
e desenvolve 
equipes ESF em 
parceria 
Universidade e 
prefeitura 
- cenários de 
atenção básica, 
mais 
especificamente 
PSF, para 
estudantes de 
pós graduação 
de Zaragoza, da 
Espanha. 
- instituição 
introduziu esta 
questão 
ambiental e 
- A inquietude 
é a mola 
mestra da 
criatividade, e 
ainda 
estávamos 
insatisfeitos 
com os 
resultados 
obtidos. 
Modelos 
experimentais 
de inclusão de 
estudantes dos 
primeiros anos 
do curso 
médico nos 
impuseram 
demasiado 
desgaste junto 
ao corpo 
- A inserção da instituição 
no campo da atenção básica 
não 
era mais apenas um desejo, 
mas uma realidade 
- É importante destacar que 
este cenário é mutável e 
dinâmico, pois os diferentes 
elementos que estruturam 
e organizam nossa 
sociedade estão em 
constante conflito, 
despertando a necessidade 
de inclusão de temas 
e questões contemporâneos, 
mesmo que ainda não 
estejam 
visualizados no âmbito das 
comunidades 
- O desenvolvimento de 
atividades no cenário de 
95 
 
de 
sustentabilidade 
no PCSS desde o 
primeiro ano do 
curso. 
discente. Por 
ser uma prática 
experimental, 
o estudante 
não estava 
comprometido 
com o trabalho 
e, ao se 
deparar com as 
exigências 
acadêmicas das 
demais 
disciplinas, a 
primeira 
atividade 
a ser renegada 
era a prática 
nas unidades 
de Saúde da 
Família, 
pejorativament
e chamada 
pelos 
estudantes de 
“postinho”. 
os conteúdos 
abordados 
ainda 
necessitavam 
de uma boa 
lapidação em 
termos de 
volume, 
pertinência e 
cadência. 
atenção 
básica, ao contrário do que 
muitos pensam, é bastante 
complexo, mas um 
importante desafio a vencer 
para o bem da sociedade e a 
saúde das instituições de 
ensino. 
7* 
Massote 
Medicina/2011 -consulta clinica 
,atividade 
individual 
(desenvolviment
o habilidades 
teórico e pratica) 
-Integralidade 
-Discussão em 
grupo ,temas 
APS 
-VD 
proporcionando 
integração com 
ACS e 
comunidade. 
-Principal 
atividade 
(consulta 
clinica) tida 
como 
tradicional 
centrada no 
medico. 
-
Questionament
o quanto a 
efetividade 
para os 
acadêmicos( 
compreender 
-Cenário importante. 
-VD ‘’tecnologia de 
interação potencial ‘’capaz 
de contribuir no âmbito PSF 
para nova proposta de 
atendimento integral e 
humanizado. 
-Propicia ao estudante nova 
percepção do processo 
saúde doença que passa a 
ser percebido nas questões 
sociais. 
-Surpresa dos estudantes 
com a realidade 
encontrada,superando (pré) 
96 
 
-conhecimento 
dos setores e 
atividades da 
UBS,territorializ
acao ,equipes. 
-Integração entre 
disciplinas e com 
equipe. 
as limitações 
medicas ,já que 
a APS exige 
intervenções 
intercetoriais) 
-diferenças 
entre 
integração nas 
diferentes 
equipes. 
conceitos estabelecidos e 
incorporando novos valores 
. 
-Conhecimento da lógica 
organizacional da UBS. 
8*Prearo
-
Interface 
Medicina 
Botucatu/2011 
-A importância 
da diversificação 
do cenário de 
ensino. 
-Importância do 
perfil do 
supervisor em 
relação ao 
conhecimento do 
SUS. 
-Incentivo a ética 
e 
respeito=Humani
zação. 
-Importância do 
aprendizado 
centrado na 
pratica cotidiana 
em atenção 
básica. 
-o aprendizado 
dos principais 
problemas de 
saúde. 
-Problema em 
aberto,modo 
de trabalho 
medico no 
serviços de 
UBS. 
-O aluno ainda 
não possui 
total 
“autonomia’’,p
recisa ser 
estimulado. 
-Dinâmica da 
UBS=Complex
a 
-conhecimento do cotidiano. 
-O educador favorece o 
aprendizado. 
-experiências na 
comunidade como 
oportunidade para vivenciar 
a complexidade da APS. 
-Ensino APS se faz 
necessário ,,sistematização 
do conhecimento e 
avaliação continua. 
9*Carval
ho 
PUC/Sorocaba
2013 
-indicadores de 
satisfação da 
integração 
docente-
assistencial 
Positivos 
-acreditam que 
houve evolução 
na integração 
ensino-servico 
-falta de 
conhecimento 
por parte dos 
atores a 
respeito das 
DCN 
-Falta de 
planejamento 
conjunto 
-caminhando para uma 
melhoria através de 
planejamento conjunto , 
-desenvolver estratégias que 
estimule os atores a 
participação . 
-sugestoes para melhoria da 
integracao Envolvimento 
universidade, Participação 
do aluno na UBS, 
Comunicação, Estrutura da 
UBS,Conhecimento da 
realidade,Integração 
universidade 
serviço,Planejamento,Consc
ientização, 
97 
 
Envolvimento do serviço, 
Integração como processo, 
Corpo docente, Ampliar 
agenda, 
Integração de protocolos, 
Objetivos de aprendizagem 
do PAS, Comissão técnica 
cientifica CMS, 
 
 
Relação de autores dos artigos analisados no quadro acima: 
 
 
 
1*Costa LM. Aprendizagem na convivência: o estágio curricular em enfermagem. Rev 
Eletrôn. Enferm. 2008; 10(4). 
 
2*Ferreira RC, Silva RF, Aguera CB. Formação do profissional médico: a aprendizagem na 
atenção básica de saúde. Rev Bras Educ Méd. 2007; 31(1):52-59. 
 
3*Gil CRR, Turini B, Cabrera MAS, Kobatsu M, Orquiza SMC. Interação ensino, serviço e 
comunidade: desafios e perspectivas de uma experiência de ensino aprendizagem na atenção 
básica. Rev Bras Educ Méd. 2008; 32(2):230-9. 
 
4*Ferreira RC, Fiorini VML, Crivelaro E. Formação profissional no SUS: o papel da Atenção 
Básica em Saúde na perspectiva docente. Rev Bras Educ Méd. 2010; 34(2):207–15. 
 
5*Souza AL, Carcereri DL. Estudo qualitativo da integração ensino-serviço em um curso de 
graduação em Odontologia. Interface. 2011; 15(39). 
 
6*Sá PK, Miranda JC. Análise sobre o desenvolvimento de cenários em atenção básica no 
curso médico da Faculdade de Medicina de Petrópolis/FASE/RJ. Cad ABEM. 2008; 4. 
 
7*Massote AW, Belisário AS, Gontijo E. Atenção Primária como cenário de prática na 
percepção de estudantes de Medicina. Rev Bras Educ Méd. 2011; 35(4):445-53. 
 
8*Prearo AY, Rizzato ABP, Martins STF. O ensino de pediatria na atenção básica em saúde 
entre as fronteiras do modelo biomédico e a perspectiva da integralidade do cuidado: a visão 
dos médicos supervisores. Interface. 2011; 15(39):1039-51. 
 
9*Carvalho SBO. A Unidade Básica de Saúde como cenário para o ensino-aprendizagem do 
profissional médico: reflexões sobre a parceria ensino e serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
98APÊNDICE E – Ideias centrais e expressões chave 
 
 
Expressões chave da ideia central “planejamento conjunto do processo de ensino-
aprendizagem na UBS” 
 
 
Quadro 1 - Expressões chave da ideia central “planejamento conjunto do processo de 
ensino-aprendizagem na UBS” 
Sujeitos Expressões-chave 
 
 
P3 
No inicio e final do ano a coordenação e equipe participam do 
planejamento, avaliação e apresentação final. 
 
A20 Através de reuniões com as agentes e participação 
 
A28 Reuniões com equipes de saúde 
 
 
P28 
O planejamento é feito com as enfermeiras e coordenação 
 
A30 Através de fluxograma que orienta atividades nos diversos cenários que tem 
como centro a UBS. 
 
D2 Na Universidade e centro de saúde 
 
 
P4 
Sim, pois a universidade tem como objetivo atuar junto a UBS em suas 
necessidades e serviços oferecidos, isto exige um planejamento anterior 
 
D1 Há dois momentos de planejamento um de gestão, que envolve 
diretores/coordenadores em saúde com o secretario de saúde /gestores da 
secretaria e segundo: de operacionalização, que envolve os professores que 
atuaram em campo com os profissionais/coordenadores das UBS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
99 
 
 
 
Ideias centrais e expressões chave sobre as sugestões e comentários para contribuir com 
a integração Universidade e serviço 
 
Ideia central 1: Estrutura da UBS 
Sujeitos Expressões–chave 
DP1 Maior espaço físico 
A3 Espaço reservado para uso dos alunos e professores nas UBS 
A13 Termos um próprio espaço físico na UBS 
A14 Espaço físico 
A15 Salas específicas para uso somente dos alunos 
DP3 Melhorar estrutura da UBS ajustando para aprendizagem ao todo 
D9 Preparar as UBS para o processo de ensino-aprendizagem: estrutura física, 
material,pacientes (cadastros informatizados) 
P33 Primeiro aumentar o espaço físico da unidade para ter mais opções de 
especialidades medicas 
 
 
 
Ideia central 2: Envolvimento da universidade 
 
Sujeitos Expressões–chave 
DP 1 Mais envolvimento por parte da universidade 
A 3 Criação de consultas específicas para o grupo da faculdade 
A 5 Maior participação de docentes na UBS 
A 6 O ideal seria os professores atenderem consulta nas UBSs. Os médicos da UBS 
têm boa vontade, mas tem condutas desatualizadas 
A 9 Atuação mais ativa na UBS 
A 19 Por meio de projetos científicos contando com a participação de orientador e 
aluno, programação de cursos e palestras para sociedade. 
D3 Integrar a universidade nos programas da UBS, como de planejamento familiar, 
prevenção do câncer de colo e outras campanhas 
D 14 Integrar efetivamente nossa grade teórica e pratica nas atividades da UBS 
100 
 
 
P26 
A universidade participe em todas as áreas da UBS, incluindo principalmente 
nas reuniões de planejamento 
P 30 Deveria haver mais participação em equipes com trabalhos educativos e 
preventivos e se interpor em outras especialidades realizando mutirões, por 
exemplo, oftalmologia, ortopedia dermatologia 
P38 Os alunos poderiam participar dos trabalhos de equipe na realização de 
trabalhos educativos, orientação e prevenção de doenças para população 
poderiam usar a sala de espera da unidade, ir às escolas etc. 
 
 
Ideia central 3: Envolvimento do serviço 
Sujeitos Expressões–chave 
DP 1 Mais envolvimento por parte da universidade e serviço 
A 7 Melhorar a assistência aos alunos por parte dos profissionais de saúde 
A 13 Sermos melhor acolhidos pelos funcionários das UBSs. 
D5 Não há médicos atualmente atendendo no período da tarde na UBS Carlos 
Amorim. Pequena participação da coordenação da UBS e funcionários nesta 
integração (raras exceções) 
 
 
Ideia central 4: Comunicação 
Sujeitos Expressões-chave 
 DP 1 Esclarecimento à população alvo da participação da universidade 
A 10 Melhor acordo/comunicação entre UBS/USF e Universidade 
A 13 Divulgação da participação da universidade na UBS para a comunidade 
DP4 Conversar não com as chefias e sim com os funcionários que realizam o trabalho 
nas unidades 
D 10 Esclarecer na UBS o papel da universidade no ensino e valorização deste para 
atendimento didático/assistencial talvez com reuniões entre os agentes de saúde 
e os docentes/alunos na própria UBS para esclarecimento de funções 
 P18 Fazer reuniões entre os alunos, professores e os clientes da unidade básica 
P19 Reunião periódica da avaliação, promoção de meios de integração 
universidade/serviços, etc. 
 Em primeiro lugar deveria ser feito apresentação dos profissionais e dos seus 
101 
 
P21 objetivos junto a UBS, irão fazer parte do processo. (aluno/funcionário) 
 
 
 
Ideia central 5: Participação do aluno na UBS 
Sujeitos Expressões-chave 
A 1 Os alunos deveriam passar mais tempo nas UBS para conhecer melhor os 
profissionais e os serviços oferecidos, além de ter maior contato com os 
pacientes atendidos, criação de um maior vínculo. 
 
P3 
Haver mais interesse por parte dos alunos mesmo que não gostem da 
especialidade 
A 14 Mais autonomia aos alunos 
A 18 Maior carga horária dispensadas para os alunos para este fim. 
A 20 Atendimento dos alunos nas UBS para compreender na prática o funcionamento, 
sendo auxiliado pelo professor. 
 P10 Começam um projeto ou programa e ir até o fim e quando se formar já deixar 
novos alunos no comando para que não tenham que começar do zero a nova 
turma e nos dar retorno dos seus projetos e conquistas. 
P11 Começam um projeto ou programa e ir até o fim e quando se formar já deixar 
novos alunos no comando para que não tenham que começar do zero a nova 
turma e nos dar retorno dos seus projetos e conquistas 
 
P12 
Quando começar um projeto principalmente quando envolver famílias da 
comunidade ir ate o fim e dar retorno do andamento dos projetos 
 
P13 
Muitos estudantes deram a sua contribuição com seu trabalho na comunidade, 
mas muitos deixaram a desejar, trabalhos incompletos, sem resposta, deve se 
melhorar nesse aspecto 
 
Ideia central 6: Integração universidade-serviço 
Sujeitos Expressões-chave 
A 2 Maior integração do serviço com a instituição de ensino 
D4 Necessidade de maior integração entre os atores, docentes e pessoal da unidade 
de saúde 
DP3 Interação dos docentes da universidade com médicos assistenciais da UBS 
102 
 
 P31 Tenho pouco contato com esse tipo de integração, gostaríamos que tivéssemos 
mais contato, possa levar melhoria para ambas as partes 
P17 A integração universidade /serviço é muito boa. Os alunos facilitam o 
atendimento com algumas famílias 
 
 
Ideia central 7: Conscientização 
Sujeitos Expressões-chave 
A 4 Ambos têm que entender a necessidade de ajuda mútua, o problema está na parte 
burocrática. Muitos profissionais contratados pelo serviço não entendem que 
nós, alunos, queremos ajudar a melhorar. 
A 8 Consciência da importância dos fatos (processo ensino-aprendizado) dos 
profissionais que trabalham nas unidades, a maioria deles. 
 D6 Conscientização dos funcionários (auxiliares e técnicos de enfermagem, médicos 
da UBS, coordenação da unidade) da importância desta participação. O ganho é 
para todos 
D8 Para maior integração acredito que deveria haver maior conscientização dos 
atores (profissionais, docentes e discentes) da importância desta parceria e qual o 
papel de cada um deles 
 
Ideia central 8: Ampliar a agenda de atendimento dos profissionais da UBS 
Sujeitos Expressões-chave 
 P1 Precisa haver mais flexibilidade nas agendas dos profissionais para atender a 
maior procura que população isto na clinica geral.?? 
 P5 Maior flexibilidade nas agendas parte clinica para atender a população 
 
Ideia central 9: Integração de protocolos 
Sujeitos Expressões-chave 
 P3 Na parte de gineco-obstetricia deveriam conhecer e seguir o protocolo do 
município 
A 11 Protocolo de atividades e condutas clinicas 
 
 
 
 
103 
 
 
 
 
 
 
Ideia central 10: Conhecimento da realidade da comunidade/serviço 
Sujeitos Expressões –chave 
 P4 Conhecimento do diagnósticode saúde da UBS para propor ações mais 
apropriadas para a área adscrita 
DP2 Deveria haver uma integração da universidade com a necessidade local de cada 
comunidade. A universidade muitas vezes se prende a diretriz curricular sem se 
preocupar com a realidade local e o tipo de inter-relação mais adaptada aquela 
comunidade onde os alunos estão atuando. 
D 8 O levantamento dos problemas reais, somando ao que ja foi feito... para que 
todos tenham conhecimento das necessidades e busquem soluções para os 
problemas 
 P27 Participação no planejamento das ações,... inquérito vacinal, ...oficina de 
territorialização, vivenciando os problemas da comunidade e suas necessidade, 
não apenas fazedor de consulta. 
 P34 Conhecimento pelos responsáveis (docentes) dos serviços prestados pela 
Secretaria de Saúde e a melhor forma de prestação de serviço (teoria-prática) 
pelos discentes 
 
Ideia central 11: Objetivos de aprendizagem na Prática de Atenção à Saúde 
Sujeitos Expressões-chave 
A12 Melhoria na implantação da aprendizagem baseada em problemas, no que se 
refere a prática de atenção a saúde (atuação nas unidades) com estabelecimento 
de objetivos de aprendizagem 
A 16 Melhor determinação de metas /objetivos para os alunos, distribuição de funções 
 
 
 
 
 
 
 
 
104 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ideia central 12: Integração ensino-serviço como processo 
 
Sujeito Expressões chave 
D2 Há idas e vindas, com sucessos e insucessos neste diálogo,acredito que o PET 
saúde foi a ferramenta mais efetiva para o aprendizado universidade/proposta 
de atendimento. 
P7 Acredito que integração entre universidade e serviço é também um 
aprendizado, de um lado a universidade aprendendo a identificar as 
necessidade do serviço e dentro do possível contribuindo através do 
envolvimento na rotina do serviço e no atendimento da comunidade e de outro 
lado o serviço entendendo que o discente vem para 
experimentar,aprender,aprimorar/lapidar,vivenciar portanto o processo leva 
tempo. 
Ideia central 13: Planejamento 
Sujeitos Expressões-chave 
A 17 Planejamento no inicio de cada ano com todos profissionais envolvidos 
 
P16 
Elaboração do cronograma no inicio do ano/semestre letivo comunicação prévia 
às unidades quanto ao inicio do estágio, número de alunos professor responsável, 
tema a ser trabalhado, objetivos, para que a unidade também possa se programar 
para receber estes alunos 
D3 Reunião com coordenadores da unidade para saber os anseios da UBS e como 
poderemos ajudá-los 
D7 Reunião com coordenadores do serviço para discutir os objetivos da integração 
 P35 Espero que as reuniões para estabelecimento de meta e público alvo para 
trabalho, sejam também discutidos, conosco, grupos de funcionários que são só 
técnicos 
 
 
 
 
105 
 
 
 
 
Ideia central 14: Comissão técnica cientifica no Conselho Municipal de Saúde 
Sujeitos Expressões-chave 
D2 Criar Comissão técnica científica no Conselho Municipal de Saúde 
 
 
 
 
 
Ideia central 15: Corpo docente 
Sujeitos Expressões–chave 
A 18 Maior número de docentes envolvidos 
A 20 Professores com formação em PSF nos horários que os alunos estiverem na 
UBS. 
DP 3 Há necessidade mais docente 
 
 
 
 
APENDICE F-Quadro cronograma de divulgação da pesquisa 
 
 
Conselho Municipal de Saúde data a definir 
 
Conselhos Locais de Saúde que participaram da pesquisa data a definir 
 
Reunião de equipes em cada local de pesquisa data a definir 
 
Reunião com gestores na SMS data a definir 
 
 Reunião com docentes da PUC data a definir 
 
 
 
 
 
 
106 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
107 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anexo 
 
 
 
 
ANEXO A - Comitê de Ética em Pesquisa 
108 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
109 
 
 
ANEXO B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo submetido 
A Revista Trabalho, Educação e Saúde da Fundação Fio Cruz 
Aguardando apreciação editorial 
Data do envio do Artigo 
25/06/2013 
 
 
 
 
 
 
A Unidade Básica de Saúde como cenário de ensino-aprendizagem: Reflexões da 
parceria ensino e serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
110 
 
 
 
 
Artigo 
 
A Unidade Básica de Saúde como cenário de ensino-aprendizagem: Reflexões da 
parceria ensino e serviço. 
 
 
 
Autores: 
Simone Bueno de Oliveira Carvalho - Faculdade de Ciências Medicas e da Saúde da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
Rua Capitão Bento Mascarenhas Jequitinhonha, 1635 Jd. América Sorocaba-SP 
CEP 18046-692 F.15 78350972 E-mail: sicarvalho@sorocaba.sp.gov.br 
Dados profissionais: Enfermeira, Prefeitura Municipal de Sorocaba, aluna do Mestrado 
Profissional Educação nas Profissões da Saúde da Faculdade de Ciências Medicas e da Saúde 
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Sorocaba SP 
 
Lucia Rondelo Duarte - Faculdade de Ciências Medicas e da Saúde da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo 
Dados Profissionais: Enfermeira, Doutora, Professora Associada do Departamento de 
Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo 
Sorocaba SP 
E-mail: lrduarte@pucsp.br 
 
José Manoel Amadio Guerrero - Faculdade de Ciências Medicas e da Saúde da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo 
E-mail: jmaguerrero@gmail.com 
Dados profissionais: Assessor Técnico - Planejamento e Sistema de Informações da Saúde da 
Secretaria Municipal da Saúde de Sorocaba, médico da Secretaria Municipal de Votorantim e 
Professor - Prática de Atenção à Saúde (PAS) do curso de Medicina da Faculdade de Ciências 
Médicas e da Saúde da PUCSP 
 
 
 
111 
 
Responsabilidade dos Autores: 
Simone Bueno de Oliveira Carvalho: elaboração do artigo e principal pesquisadora 
Lúcia Rondelo Duarte: auxílio na elaboração e revisão do artigo 
Jose Manoel A. Guerrero: auxílio na elaboração e revisão do artigo. 
 
Dissertação de Mestrado 
O artigo é resultado de pesquisa do trabalho de conclusão de curso do Mestrado Profissional 
Educação nas Profissões da Saúde da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC/SP 
sob a orientação da Professora Lucia Rondelo Duarte e co-orientação do Professor Jose 
Manoel A. Guerrero. 
 
Comitê de Ética em Pesquisa 
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Com Seres Humanos 
da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo em 13/09/2011, protocolo Nº CAAE-0087.0.154.154-11. 
Conflito de Interesses 
Os autores declaram que não há conflitos de interesse 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
112 
 
 
 
 
Resumo 
Este artigo apresenta os resultados do estudo realizado com o objetivo de conhecer a 
percepção de docentes, discentes e profissionais das Unidades Básicas de Saúde sobre a 
integração ensino-serviço e vislumbrar possíveis caminhos para fortalecer essa relação 
decorridos sete anos da reforma curricular do curso de Medicina da Faculdade de Ciências 
Médicas e da Saúde da PUC-SP. A amostra do estudo foi constituída por 14 docentes, 36 
alunos do sexto ano e 38 profissionais de seis unidades parceiras, que responderam um 
questionário semi-estruturado sobre a integração ensino-serviço e sua evolução. As respostas 
discursivas foram analisadas segundo a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo e as respostas 
às questões fechadas foram analisadas segundo a distribuição de frequência. Verificou-se que 
73,9 % dos respondentes, a maioria de adultos jovens e mulheres, perceberam avanços na 
integração ensino-serviço nos últimos anos, “com idas e vindas”, pois “é um processo”, “um 
aprendizado que leva tempo”. As opiniões expressaram interesses distintos entre os atores, o 
envolvimento da universidade, participação do aluno na UBS, comunicação, estrutura da 
UBS, conhecimento da realidade foram temas fortemente evidenciados. O PET-Saúde foi 
reconhecido como um importante dispositivo para o processode integração ensino-serviço. 
 
 
Descritores: Educação Médica, Unidade Básica de Saúde (UBS), Integração Ensino-Serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
113 
 
 
The Basic Health care Unit (BHU) as a setting of teaching and learning. Reflections 
partnership of teaching and the medical service 
 
Abstract 
This article presents the results of the research which has been conducted in order to 
understand the perception of the faculty, the students and the professionals of these Basic 
Health Units (BHU) about the teaching- medical service integration and to envision possible 
ways to strengthen this relationship elapsed seven years of the curricular reform of the School 
of Medicine at Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP in Sorocaba (SP, 
Brazil). The sample of the study has been selected from 14 faculties of PUC-SP, 36 students 
in the 6th grade and 38 professionals of six Basic Health Units that answered a semi-
structured questionnaire about the teaching-medical service integration and its evolution. The 
discursive responses have been analyzed using the technique of the Collective Subject 
Discourse and the responses to the closed questions have been analyzed according to the 
frequency distribution. It has been found that 73.9% of the respondents, the majority of them 
are young men and women, have realized an improvement in the integration of teaching and 
medical service recently as "it is a forward and a backward way" as far as "it is a process," "a 
learning process that takes time". The opinions have expressed different interests among the 
actors, such as the commitment of the university service, participation of the student inside 
the BHU, communication, structure of the units (BHU), structure of the BHU and the 
knowledge of the reality which were themes strongly addressed. The Health-PET has been 
considered an important tool for the process of teaching- medical service integration. 
Keywords: Medical Education, Basic Health Care Unit (BHU), Teaching and Medical 
Service Integration 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
114 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
A implantação das Leis de Diretrizes e Bases LDB/96 (Brasil, 1996) e as 
Diretrizes Curriculares Nacionais DCN/2001 (Brasil, 2001) para os cursos de graduação em 
Medicina (DCNEM) induziram várias mudanças, entre as quais se destaca a intenção de 
formação de profissionais melhor preparados para atender as necessidades de saúde da 
população e do sistema de saúde pública do país (Sistema Único de Saúde - SUS). 
Os cenários de ensino médico até então predominantemente hospitalocêntricos, se 
diversificaram em direção à atenção primária de saúde (APS) e passaram progressivamente a 
integrar o cotidiano das Unidades Básicas de Saúde (UBS). 
A discussão a respeito da necessidade de mudança do modelo de atenção à saúde 
até então vigente no país remonta aos anos 60/70 do século passado, influenciado pela 
Conferência Internacional sobre Cuidados Primários em Saúde realizada em Alma Ata, União 
Soviética, em 1978 (Declaração..., 1978). 
Naquela época, profissionais de saúde e líderes comunitários de muitos países 
juntaram suas forças em um movimento pioneiro “Programas de Saúde com Base na 
Comunidade” (community-based health programs – CBPH) (Werner et al., 1997 apud 
Organização Mundial da Saúde, 2005). 
Desde então, surgiram iniciativas baseadas na comunidade em diversos países que 
enfrentavam determinantes sociais e ambientais da saúde, questões relacionadas às estruturas 
político-econômicas e às relações de poder. Na América Latina, os métodos do educador 
brasileiro Paulo Freire (1994) de desenvolvimento de consciência, foram adaptados à 
educação em saúde e à promoção da saúde (Organização Mundial da Saúde, 2005). 
115 
 
Importante fonte de inspiração e referência para a reforma sanitária de diversos 
países nos anos 80-90, inclusive no Brasil e de muitas inovações no ensino médico, essa 
política, divulgada internacionalmente, ficou conhecida como “Saúde para Todos no Ano 
2000” e propunha a APS como a chave para que essa meta fosse atingida. 
Além da reorientação do modelo assistencial, a noção de APS divulgada em 78 
propunha muito mais que um pacote de cuidados básicos, mas sim um sistema de saúde 
universal, estruturado como uma rede abrangente de atenção básica, integrada e resolutiva, 
concebendo a saúde como um direito humano (Matta e Morosini, 2009). 
No contexto nacional, a partir da década de 70, durante o processo de abertura 
democrática, além da alta incorporação tecnológica, destacou-se o movimento sanitarista que 
influenciou a inclusão do direito à saúde na nova Constituição de 1988, abrindo espaço para a 
criação do SUS como lei constitucional (Amoretti et al., 2005). 
Alguns países como o Brasil desenvolveu políticas para fortalecer a APS como 
estratégia para organizar os serviços e promover a equidade em saúde, renovando uma 
abordagem abrangente de Atenção Primária em Saúde (Starfield e Shi, 2002). 
No Brasil, nos anos 90, passou-se a usar o termo Atenção Básica em Saúde 
(ABS), definida como ações individuais e coletivas situadas no primeiro nível, voltadas à 
promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação (World Health 
Organization, 2008). Dessa maneira, o governo priorizou programas e estratégias que 
resultaram em alta resolubilidade a baixo custo (Santana e Carmagnani, 2001) entre elas o 
Programa Saúde da Família. 
Em 2011 foi estabelecida a revisão de diretrizes e normas para a organização da 
Atenção Básica e para a Estratégia Saúde da Família (ESF), que amplia o escopo da atenção 
básica e reafirma a Saúde da Família como principal estratégia para organização da atenção 
básica (Brasil, 2011). 
116 
 
Paralelamente aos esforços dos governos na mudança de seus modelos de atenção 
à saúde, não tardou para a comunidade acadêmica, tanto nacional como internacional, 
constatar que a educação médica, também construída sobre o modelo flexneriano, não 
estavam formando profissionais com o perfil desejado, com vocação e habilidades para 
atender toda a gama de ações necessárias para a proteção à saúde (Nunes, 2010). 
A partir do final dos anos 80, o movimento de mudança na educação médica 
multiplica-se e ganha força. A crise da saúde e a crise de identidade da corporação médica 
produzidas pela capitalização do setor contribuíram, decisivamente, para a intensificação 
desse processo de mudança (Feuerwerker, 1998). O aumento indiscriminado de escolas 
médicas, que só no Brasil em 2013 chegam a 197 (Nassif, 2010), pode ser colocado como um 
exemplo da mercantilização do setor. 
Segundo Briani (2003) as principais reformas curriculares se iniciaram a partir da 
I Conferência Mundial de Educação Médica em Edimburgo, na Escócia, em 1988, sendo por 
ela, claramente, influenciadas. 
Seus princípios orientaram os movimentos de transformação e inovação da 
educação médica em diversos países, inclusive no Brasil. A reflexão sobre as implicações 
pedagógicas, científicas e institucionais de transformar o ensino médico foi fundamental para 
a reformulação curricular, o re-direcionamento referente à docência médica, gestão 
acadêmica e incorporação técnico-científico (Facchini et al., 1998). 
Esse movimento mobilizou escolas e atores da saúde e veio ao encontro da 
necessidade de formação de profissionais com competência para atender a demanda de saúde 
da população com qualidade e resolubilidade, em todos os níveis de atenção do SUS (Brasil, 
2006). 
117 
 
A transformação da educação médica proposta nas DCN representa a superação 
do modelo biomédico, dominante desde o relatório Flexner (Nunes, 2010) de 1910, 
considerado tecnicista frente ao paradigma da integralidade (Almeida, 1999). 
Esse novo paradigma propõe foco na saúde e não na doença, integração do ciclo 
básico com o clínico e aproximação da teoria com a prática, através da articulação entreuniversidade e sistema de saúde, em seus diferentes graus de complexidade (Brasil, 2009). As 
DCN (Brasil, 2001) recomendam ainda que essa aproximação seja precoce, já no primeiro ano 
do curso de graduação em Medicina. 
 Considerando-se os princípios da universalidade, humanização, equidade, 
participação popular, hierarquização e regionalização (Mattos, 2006), o paradigma da 
integralidade (Farah e Mauad, 2013) encontrou, na rede básica de saúde, um cenário 
privilegiado de ensino-aprendizagem. 
Nas unidades onde está implantada a Estratégia Saúde da Família, devido a 
territorialização e cadastramento da população, é possível conhecer melhor os usuários e seus 
familiares, o estilo de vida, os recursos de saneamento básico e de infraestrutura, as 
características socioeconômicas e as doenças prevalentes naquela comunidade, além das 
condições de vulnerabilidade, recursos de acesso aos serviços públicos de saúde, educação e 
transportes, entre outros (Junqueira, 2010). 
Essas unidades de saúde, apesar de suas dificuldades e limitações, proporcionam 
ao aluno vivência e conhecimento da realidade e integração entre o serviço e a comunidade. 
Nesse espaço, profissionais do serviço, docentes, usuários e alunos trocam saberes, modos de 
ser e de ver o mundo (Piccini et al., 2000). 
A integração entre serviços e ensino contribui para melhorar a formação dos 
profissionais da saúde, aproxima teoria de prática e propicia reflexão sobre essa prática, 
118 
 
levando à transformação e consolidação do modelo de atenção à saúde proposto para o SUS 
(Trigueiro, 2002). 
Segundo Albuquerque et al. (2008) a integração ensino-serviço se dá quando 
ocorre o trabalho coletivo, pactuado e integrado de estudantes e professores dos cursos de 
formação na área da saúde com trabalhadores que compõem as equipes dos serviços de saúde. 
Incluem-se, aqui, os gestores, para garantir a qualidade de atenção à saúde individual e 
coletiva, formação profissional e desenvolvimento/satisfação dos trabalhadores dos serviços. 
As limitações para maior integração entre a universidade e os serviços dizem 
respeito, principalmente, ao fato de que nestas organizações - a universidade de um lado e os 
serviços de saúde de outro – são desenvolvidos processos de trabalho distintos. De modo qual, 
a universidade se volta mais para a produção do conhecimento, “o saber” e os serviços estão 
mais voltados para a produção da assistência em saúde, “o fazer”. 
Esse distanciamento precisa ser superado pela sensibilização dos atores 
envolvidos nesse processo através de medidas como a construção de espaços permanentes de 
diálogo. A identificação das necessidades do serviço pela universidade que resultem em 
pactos de contribuição docente/discente, a participação dos profissionais do serviço e usuários 
nas discussões sobre o processo ensino-aprendizagem, o envolvimento efetivo do professor no 
serviço, entre outras medidas (Paulus Júnior e Cordoni Júnior, 2006), devem auxiliar nesta 
superação. 
A integração ensino-serviço ainda encontra dificuldade em avançar, como aponta 
Moimaz et al. (2010), pela dificuldade de inserção dos alunos em algumas áreas, falta de 
investimentos públicos, tanto de infra-estrutura, como de pessoal, além da mudança 
curricular. Também, o desenvolvimento docente, a diversificação dos cenários e as parcerias 
com os serviços de saúde ainda são muito incipientes e representam desafios a serem 
enfrentados. 
119 
 
Para Feuerwerker (2002), o grande desafio do ensino médico moderno é enfrentar 
as eventuais deficiências a ele relacionadas e as resistências oriundas de diversos setores, 
principalmente, quando as mudanças implicam sair do hospital, trabalhar em outros cenários e 
reorientar a formação em direção a um perfil mais geral. Nesse sentido, acrescentam-se às 
dificuldades citadas, a resistência de parte do alunado em ter sua formação profissional 
direcionada quase que exclusivamente, para o exercício profissional no SUS, como indica 
Erdmann et al. (2009). 
 A literatura mostra (Brasil, 2006; Lampert, 2012) que sem profissionais com sólida 
formação em APS se torna difícil a tarefa de reorganizar o modelo de saúde baseado na 
Atenção Primária em Saúde. Apesar das inúmeras dificuldades de integração, os melhores 
resultados têm sido alcançados com esforços mútuos, das instituições de ensino em conjunto 
com os serviços. Sem essa parceria, absolutamente necessária, as mudanças, que são 
imprescindíveis, ficam inviáveis. 
 Na reforma curricular do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e 
da Saúde (FCMS) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) se optou pelo 
ensino de Práticas em Atenção à Saúde (PAS) em unidades de saúde do município de 
Sorocaba. Assim originou o Módulo de PAS, presente nos seis anos do curso de Medicina, 
inclusive no estágio curricular denominado internato. Esse módulo se integra com os outros 
módulos, em cada ano do curso de graduação, por meio de eixos temáticos e de habilidades. 
Com realização em vários cenários de práticas, nos diferentes níveis de atenção à saúde, tem 
como prioritário o campo de prática da Estratégia Saúde da Família (Santana e Carmagnani, 
2001; World Health Organization, 2008). 
Através de convênio firmado entre a FCMS-PUC/SP e a Secretaria Municipal de 
Saúde (SMS) de Sorocaba é garantido o acesso de docentes e discentes dos cursos de 
120 
 
Medicina, Enfermagem e Ciências Biológicas a todas as UBS e demais serviços de saúde 
municipais para a realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão. 
 Portanto, os estudantes têm oportunidade de realizar suas práticas em diversas 
unidades de saúde, conhecer a heterogeneidade da população, conviver com as diferentes 
realidades dos bairros e seus perfis epidemiológicos, bem como interagir com equipes de 
profissionais e docentes de diversas áreas. 
 Esse panorama além da aplicação das metodologias ativas na formação dos futuros 
médicos vem facilitar o processo de ensino-aprendizagem, bem como possibilita a interação 
com os profissionais de saúde que passam a serem facilitadores no processo da educação em 
saúde, contribuindo como agentes de mudança no contexto da atenção à família. 
Decorridos dez anos da publicação das DCN/ 2001 e no sétimo ano de 
implantação do novo currículo do curso médico da FCMS com ampla inserção dos alunos nas 
unidades básicas de saúde, o processo de articulação ensino- serviço na atenção básica foi 
instituído. 
Nessa articulação é necessário que haja coerência entre os projetos do serviço e da 
academia; os profissionais do serviço sintam-se corresponsáveis pela formação dos futuros 
profissionais e os docentes sintam-se parte do serviço (Albuquerque, 2008). 
Diante dessa complexidade é importante compreender a integração ensino-serviço 
a partir da percepção dos atores envolvidos, buscando diferenciar o que os aproxima e o que 
os distancia desse processo e assim apontar os avanços necessários. 
Este estudo teve como objetivos conhecer a percepção dos alunos e docentes do 
curso de Medicina e dos profissionais dos serviços sobre a integração ensino-serviço nas UBS 
e identificar, na perspectiva desses atores, possíveis caminhos para fortalecer essa relação. 
Percurso Metodológico 
121 
 
Tratou-se de estudo descritivo, com abordagem qualiquantitativa conduzido 
através de entrevistas com atores-chave da parceria ensino-serviço. 
A amostra do estudo foi selecionada intencionalmente, estando constituída por 14 
docentes que acompanham as atividades práticas do curso médico nas UBS, sendo que quatro 
docentes também são profissionais das Unidades, 36 alunos do sexto ano e 38 profissionais 
das equipes de saúde de seis UBS parceiras que recebem alunos, intitulados profissionais dos 
serviços. 
Esses colaboradores responderam um questionário semi-estruturado,com 
questões abertas e fechadas, sobre a integração ensino-serviço elaborado com base na 
literatura da área, que utilizou os indicadores da integração ensino-serviço: estrutura dos 
serviços, espaços de diálogo entre ensino e trabalho, identificação das necessidades do serviço 
e cenários de prática, participação dos profissionais de serviço nas discussões educacionais, 
co-responsabilidade dos profissionais do serviço na formação dos futuros profissionais e 
satisfação dos atores na perspectiva de interação/contribuição. 
Além disso, o instrumento contemplou variáveis referentes à caracterização dos 
colaboradores, conhecimento sobre as DCN, percepção sobre a evolução da integração 
ensino-serviço, o planejamento conjunto do processo ensino-aprendizagem e contribuições 
para a integração ensino-serviço. 
O pré-teste do instrumento de coleta de dados foi aplicado em colaboradores com 
características semelhantes aos sujeitos da pesquisa resultando em ajustes na versão final do 
instrumento. 
As respostas às questões de livre discurso foram organizadas em um quadro por 
questão com as expressões-chave e ideias centrais do discurso de cada colaborador. Com as 
expressões-chave de ideias centrais semelhantes foram construídos discursos-síntese que 
122 
 
expressam um discurso coletivo, segundo o método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) 
(Lefèvre, F. e Lefèvre, A. M. C., 2003). 
Baseado nos pressupostos da Teoria das Representações Sociais, 77 esse método 
de organização de dados resulta em depoimentos coletivos, construídos com extratos de 
diferentes depoimentos individuais e redigidos na primeira pessoa do singular, que configura 
a opinião de um “eu ampliado” (Lefèvre, F.; Lefèvre, A. M. C., 2003). 
O DSC empregado por Lefèvre, F. e Lefèvre, A. M. (2003) que representa os 
impasses na expressão do pensamento coletivo, busca responder a autoexpressão do 
pensamento ou opinião coletiva, respeitando a dupla condição qualitativa e quantitativa. 
A organização e análise dos dados referentes às questões fechadas foram 
realizadas de acordo com os seguintes passos: classificação do material segundo as variáveis e 
categorias de respondentes, inserção e armazenamento dos dados em banco de dados Excel 
for Windows e análise de frequência. 
 O projeto de pesquisa foi autorizado pela Secretaria Municipal de Saúde de 
Sorocaba e recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da FCMS-PUC/SP em 
13/09/2011, de acordo com a Resolução nº196/96 do Conselho Nacional de Saúde e das 
diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Todos os 
participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) 
sendo garantido o sigilo das suas identidades. 
 
Resultados e Discussão 
O perfil da maioria dos colaboradores desta pesquisa é de adultos jovens e 
mulheres. Os médicos foram maioria entre os respondentes bem como foram predominantes o 
tempo de formação de 16 anos ou mais e o tempo de vivência no ensino médico de 1 a 3 anos 
entre os profissionais que participaram do estudo. 
123 
 
Sobre a satisfação dos colaboradores em relação aos indicadores da integração 
docente-assistencial verificou-se que o relacionamento entre os atores, a identificação das 
necessidades dos serviços pela universidade, a participação do serviço no ensino–
aprendizagem e o pacto de contribuições docente/discente foram os indicadores com melhores 
índices de satisfação. Entretanto, instalações físicas das unidades, equipamentos, negociação 
de espaços, horários e tecnologias obtiveram menores índices de satisfação. 
 A proporção de colaboradores da pesquisa que conhecem as DCNs (23,9%) e dos 
que confirmam a existência de planejamento conjunto do processo ensino-aprendizagem 
(29,5%) é pequena. Porém 73,9% dos respondentes sentiram que houve evolução na 
integração ensino-serviço nos últimos anos. 
 Nas sugestões e comentários para contribuir com a integração ensino-serviço as 
ideias centrais (temas) que apresentaram as maiores proporções de expressões chave foram: 
envolvimento da universidade, participação do aluno na UBS, comunicação, estrutura da 
UBS, conhecimento da realidade. Dentre esses, envolvimento da universidade, comunicação 
e estrutura da UBS foram temas compartilhados pelas três categorias de respondentes como 
demonstra a Tabela 1. 
 Os temas (ideias centrais) dos discursos sobre as sugestões para a integração 
entre universidade e serviço foram agrupados considerando-se os indicadores adotados neste 
estudo dando visibilidade às questões estruturais (estrutura das UBS, integração de 
protocolos, corpo docente, ampliação da agenda de atendimento dos profissionais da UBS, 
objetivos de aprendizagem na Prática de Atenção à Saúde); aos espaços de diálogo 
(comunicação, comissão técnica científica no Conselho Municipal de Saúde, integração 
universidade-serviço, conscientização, planejamento) e espaços de atuação (envolvimento da 
universidade, participação do aluno na UBS, envolvimento do serviço, conhecimento da 
realidade da comunidade/serviço). 
124 
 
 Os temas (ideias centrais) dos discursos acerca dos comentários sobre a integração 
ensino-serviço abrangeram: integração ensino-serviço como processo, demonstrado pelo 
discurso: há idas e vindas, pois a integração é um aprendizado [...] portanto vivenciar o 
processo leva tempo; o PET saúde foi a ferramenta mais efetiva para o aprendizado entre 
universidade/serviço e integração universidade-serviço, demonstrado pelo discurso: a 
integração universidade /serviço é muito boa; os alunos facilitam o atendimento com algumas 
famílias. 
 Como a maioria dos colaboradores sentiu que houve evolução na integração 
ensino-serviço, optamos por considerar os discursos das sugestões contribuições para o 
desenvolvimento desse processo, portanto indicadores em construção e os discursos dos 
comentários temas que apontam para indutores da articulação ensino e serviço. 
Neste estudo, os discursos sobre a necessidade de melhorar a estrutura dos 
cenários de ensino-aprendizagem recaíram principalmente na questão do espaço físico 
insuficiente ou inadequado e essa parece ser uma preocupação mais da academia do que do 
serviço. 
Em vários estudos (Cavalheiro e Guimarães, 2011; Gil et al., 2008; Souza e 
Carcereri, 2011) a inadequação do espaço físico é frequentemente lembrada quando se 
avaliam as dificuldades ou entraves à articulação ensino-serviço, pois dificulta o entrosamento 
e o diálogo entre estudantes, professores e profissionais. 
A solução para os problemas estruturais envolve a negociação de espaços, a 
distribuição dos alunos em outras unidades da rede básica, em outros equipamentos da 
sociedade e em outras atividades como a visita domiciliária. Aliadas a um processo 
permanente de negociação essas medidas podem ser medidas importantes para otimização dos 
espaços físicos nos cenários de ensino-aprendizagem As mediações são essenciais abrangendo 
a estrutura dos serviços, a equipe, o docente, o grupo de alunos e as situações criadas porque 
125 
 
só as vivências não são suficientes. Os limites presentes nas estruturas de ensino e de 
assistência trazem condições nem sempre favoráveis aos projetos institucionais, mas também 
trazem desafios e a necessidade de construção de projetos compartilhados (Garcia, 2001). 
As diretrizes para o ensino da APS no curso médico estabelecem que essa prática 
deve ser realizada em unidades de saúde da família, ou similares, integradas à rede municipal, 
articuladas com a rede de atenção à saúde (RAS), com estrutura adequada para o recebimento 
de estudantes e para um efetivo processo de ensino-aprendizagem (Demarzo, 2009). 
Os alunos do curso de Medicina, em grupos de 20 eram acompanhados por um 
professor nas atividades do PAS (atualmente a proporção de alunos por professor é menor). 
Entre esses docenteshá médicos sanitaristas, ou seja, com formação em saúde coletiva, mas 
também especialistas de diversas áreas como cirurgiões, ortopedistas, endocrinologistas, 
pediatras. O debate sobre a formação para o SUS, antes restrita aos docentes da área de saúde 
coletiva, deve incluir todos os atores envolvidos nesse processo considerando-se o princípio 
da integralidade das práticas de saúde (Cavalheiro e Guimarães, 2011). 
Nesse contexto há um professor em construção, pois a interação com ações de 
promoção da saúde, a participação social-comunitária, a proteção e vigilância em saúde em 
articulação com a gestão local do sistema de saúde são importantes estratégias de formação 
em saúde integral na lógica do SUS (Oliveira e Dallari, 2011; Souza e Carcereri, 2011). 
Por isso, precisamos refletir e investir na formação continua dos docentes, nas 
melhorias dos vínculos, remuneração e solidificação da carreira docente. A formação contínua 
implica triangulação entre conhecimentos, habilidades e atitudes (Silva e Garcia, 2008). 
É importante ressaltar que as diretrizes para o ensino da APS na graduação em 
medicina preconizam a participação do médico especialista em Medicina da Família e 
Comunidade como docente e preceptor, em parceria com outros profissionais com vivência e 
competência em APS (Demarzo, 2009). Essa diretriz reafirma o discurso de dois alunos e um 
126 
 
docente profissional do serviço “há necessidade de maior número de docentes envolvidos e 
professores com formação em PSF nos horários que os alunos estiverem na UBS”. 
Além da estrutura física das UBS e do perfil do docente que ensina nesses 
serviços, surge no discurso de um aluno e de um profissional do serviço a preocupação com a 
utilização de protocolos da rede básica de saúde. Os protocolos devem se agregar ao 
cotidiano, de forma reflexiva e crítica, contribuindo para o fortalecimento dos princípios e 
diretrizes do SUS (Castro e Shimazaki, 2006) e são considerados importantes instrumentos 
para o enfrentamento de diversos problemas na assistência e na gestão dos serviços. Dada a 
validade cientifica dos protocolos cabe às universidades revisar ou se necessário ajudar e 
contribuir na elaboração dos protocolos do serviço. 
Acreditamos que haja a necessidade de aprofundar conhecimentos teóricos aos 
profissionais da rede básica de saúde e aos alunos para que os instrumentos que apoiam a 
assistência (protocolos) sejam incorporados efetivamente ao cotidiano. A criação de 
comissões locais para a discussão e implantação de protocolos em serviço pode ser uma 
política favorável a integração ensino e serviço. 
Os discursos dos colaboradores desta pesquisa sobre a conscientização de todos os 
envolvidos no processo ensino aprendizagem em serviço e a dificuldade de comunicação 
entre os parceiros remetem para a necessidade de se investir no processo de construção de 
novas relações ensino-serviço-comunidade, sensibilizando-se gestores, Universidades e 
lideranças comunitárias (Costa, 2008). 
Como cita Mishima (1995) há interesses diferentes: de um lado o servico de saúde 
(fazer) e do outro a Universidade (saber). Embora hajam interesses distintos, neste estudo a 
preocupação com a melhoria da comunicação entre a Universidade e a UBS foi compartilhada 
por docentes, discentes e profissionais do serviço. No estudo de Costa et al. (2012) sobre a 
perpepção de alunos do 5º período do curso médico acerca da formação para a ESF, a falta de 
127 
 
comunicação entre a USF e a faculdade foi um dos aspectos apontados. É preciso que os 
atores encontrem um caminho comum e o diálogo é o melhor caminho (Morais et al., 2010). 
A divulgação do projeto pedagógico para os alunos e parceiros do serviço para 
que tenham clareza dos objetivos de aprendizagem e metas que precisam ser alcançadas; o 
esclarecimento da comunidade sobre o projeto docente assistencial e a apresentação dos 
protagonistas do processo de trabalho na unidade e como se dá esse processo aos alunos é o 
que almejam os colaboradores do presente estudo. O discurso discente sobre sugestões para o 
PAS sugere que embora esse módulo seja um componente curricular do curso de Medicina 
com seus objetivos e estratégias de aprendizagem bem definidos, o currículo real não se 
materializa para alguns alunos como o currículo prescrito. 
Além da divulgação do projeto pedagógico é preciso propiciar ambientes de 
diálogo, ampliar espaços de interlocução entre universidade, serviços, lideranças 
comunitárias, conselhos de saúde para que os participantes compartilhem conquistas, 
dificuldades, anseios, experiências e, sobretudo discutam o papel de cada um na formação 
profissional e na reorganização da atenção básica (Brasil, 2013). 
 A comunicação é fundamental em qualquer processo de ensino-aprendizagem 
assim como nas atividades de planejamento. No ensino em serviço o planejamento conjunto é 
um componente importante para a integração e tem interface com a comunicação. 
 Em nosso estudo, apenas oito colaboradores dos 26 que acreditam existir 
planejamento conjunto do processo ensino-aprendizagem nas UBSs descreveram como se dá 
esse planejamento, mas não se referiram ao seu conteúdo. No entanto, nos espaços de diálogo, 
o discurso do planejamento pede “reunião com coordenadores da unidade para saber os 
anseios da UBS, discutir os objetivos da integração[...]; reuniões também com os 
funcionários técnicos para estabelecimento de meta e público alvo para o trabalho[...] tema a 
128 
 
ser trabalhado e objetivo para que a unidade também possa se programar para receber estes 
alunos”. 
Tal planejamento deve ser construído em parceria com todos os envolvidos no 
processo (docentes, discentes, profissionais e comunidade) em consonância com os princípios 
dos SUS e as necessidades locais das unidades. O planejamento de metas e ações com a 
equipe local da UBS nas reuniões mensais das equipes e com a população nas reuniões dos 
conselhos locais e municipal seria um avanço importante. 
O planejamento conjunto que esperávamos encontrar nesta investigação diz 
respeito ao encontro em que todos os participantes, mediante “conversas, negociação, 
discussão‘, aprendessem e ensinassem e assim colaborassem para a construção coletiva da 
prática pedagógica de forma a atender necessidades da academia e do serviço” (Cavalheiro e 
Guimarães, 2011). 
Segundo Souza e Carcereri (2011) a integração ensino-serviço é vista como 
potencial estratégia colaboradora do processo de mudança de práticas na formação em saúde, 
apesar de haver grupos resistentes. O processo de mudança de práticas se desenvolve a partir 
da reestruturação curricular. A integração ensino-serviço é um dos eixos que busca solidificar 
a proposta curricular, por meio de ações diversas na interface do ensino com o serviço. 
Essa aproximação já garantida pela reforma curricular do curso de Medicina da 
FCMS-PUC/SP precisa ser estreitada como demonstra o discurso “maior integração entre os 
docentes e pessoal da unidade de saúde, pois mais contato poderia levar a melhoria para 
ambas as partes” Vale ressaltar que esse discurso é compartilhado pela academia e pelo 
serviço. Como diria Blank (2006) “nesta peça do Teatro da Vida Real os atores e autores 
buscam maneiras de firmar relações entre as instituições”. 
Os colaboradores deste estudo pedem maior envolvimento da universidade por 
meio de projetos científicos contando com a participação de orientador e aluno; 
129 
 
consideramos que sejam pesquisas que resultem na modificação dos cenários, nas quais os 
serviços e os trabalhadores sejam coautores dessa produção (Alves et al., 2005; Fortuna et al., 
2011). A valorização de saberes de todos os atores envolvidos aumenta o vinculo; este vínculo 
deve ser fortalecido e reforçado com todos os participantes. 
A sugestão de criação de consultas específicas para o grupo da faculdade, remete 
à separação entre quem aprende,ensina e cuida; é uma proposta interessante se essas 
consultas fizerem parte da rotina da UBS e tiverem continuidade mesmo na ausência do 
aluno. Já a proposta de integrar a grade teórica e prática nas atividades e programas da UBS 
recusa a separação. Mas como cuidar ensinando e pesquisando? Esse é o desafio que se 
coloca aos atores da articulação ensino-serviço. 
Em geral pesquisadores, professores e estudantes frequentam os 
serviços de saúde como visitantes, como expectadores que precisam 
de alguns casos para exemplificar suas teorias, praticar suas 
habilidades, coletar materiais para pesquisas. Professor ensina, aluno 
aprende, trabalhador cuida, usuário é cuidado, pesquisador pesquisa e 
orienta aluno (Alves et al., 2005). 
 
Gil et al. (2008) em seus achados acredita que apesar da histórica trajetória de 
integração ensino-serviço no curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL) 
o caminho está longe de ser uma política consolidada para os parceiros envolvidos. A falta de 
mecanismos mais perenes tanto na universidade como nos serviços ainda fragiliza o processo 
de articulação ensino-serviço-comunidade na atenção básica. 
As novas experiências, ainda tímidas, precisam ser compartilhadas com as muitas 
escolas brasileiras e novos ensaios relatando os conhecimentos adquiridos precisam ser 
publicados. As boas experiências já divulgadas devem ser consideradas e tomadas como 
exemplo, embora existam obstáculos e dificuldades a serem superados e especificidades 
próprias de cada instituição. 
130 
 
Nos serviços, a grande demanda de atendimentos é apontada como a maior causa 
de falta de tempo para que os profissionais possam dedicar atenção aos alunos (Oliveira, 
2003). 
O aprofundamento das discussões sobre o papel dos profissionais da rede básica 
no processo de formação na saúde e a importância de os serviços se tornarem co-responsáveis 
pela formação profissional se fazem necessários (Gil et al, 2008). 
Outro fator importante que interfere na articulação academia/serviços de saúde, 
que limita este processo, é a rotatividade dos trabalhadores de saúde que tende a acarretar 
prejuízos nas práticas, na vinculação com as famílias atendidas e com os alunos (Morais, 
2010). Em nossa pesquisa, enfrentamos a rotatividade de profissionais e, em algumas UBS 
houve a troca de quase toda equipe. Verificamos que 40,3% dos colaboradores referiram 
tempo de vivência no ensino médico de um a três anos, portanto estão no cenário da 
articulação ensino-serviço há pouco tempo. 
Embora no presente estudo, a participação do serviço no ensino-aprendizagem foi 
considerada satisfatória por 56,1% dos respondentes, constatou-se nos discursos de alunos e 
docentes que deve haver maior envolvimento do serviço no processo ensino aprendizagem, 
acolhendo adequadamente o aluno. Interessante observar que os representantes do serviço não 
compartilham essa necessidade com a academia. 
Igualmente, os docentes não compartilham com alunos e profissionais do serviço 
a percepção de que a participação do aluno na UBS deve ser ampliada. Essas constatações 
mostram que os interesses são diferentes e que há um distanciamento entre os atores 
envolvidos. 
Reuniões conjuntas entre os segmentos parceiros e escutas mais cuidadosas das 
equipes de saúde podem ser alternativas de enfrentamento dessas questões. Sentimentos 
positivos de simpatia, respeito, amizade favorecem a cooperação e a interação. 
131 
 
Todavia, o comentário os alunos facilitam o atendimento com algumas famílias 
mostra um trabalho conjunto, em que há complementaridade, portanto manifestando uma 
forma de interação da Universidade com o serviço. 
Na interface do maior envolvimento do aluno na UBS está o discurso sobre o 
conhecimento da realidade do serviço e da comunidade; os alunos deveriam conhecer o 
diagnóstico de saúde da UBS e compreender melhor a realidade do serviço/comunidade. 
Essa é uma recomendação das DCN e um dos princípios do SUS para uma medicina voltada 
para as reais necessidades da população. 
O planejamento das ações precisa ser contextualizado e as atividades realizadas 
devem atender as reais necessidades do serviço/comunidade. Isso pressupõe diagnóstico, 
planejamento conjunto e avaliação; compartilhamento de produção e produto. 
Sá e Miranda (2008) consideram importante destacar que este cenário é mutável e 
dinâmico, pois os diferentes elementos que estruturam e organizam nossa sociedade estão em 
constante conflito, despertando a necessidade de inclusão de temas e questões 
contemporâneas, mesmo que ainda não estejam visualizados no âmbito da comunidade. 
Apesar de ser incipiente a integração-ensino-serviço em nosso meio, a 
Universidade tem procurado desenvolver ações junto a UBS e a comunidade local como 
proposto pelo módulo de Prática de Atenção em Saúde. No curso de Medicina da FCMS-
PUC/SP os primeiros passos em direção às mudanças vieram com a reforma curricular e com 
muita luta por parte dos docentes envolvidos nesse processo. Como em todas as formas de 
mudança ocorre sempre alguma resistência, mas para que o ‘’novo’’ tenha lugar é necessário 
abrir espaços, ousar e desafiar. 
Para um curso médico de mais de 50 anos, tradicionalmente voltado para a área 
hospitalar, passar a introduzir todos os alunos de todos os anos nas UBSs, provocando 
inicialmente muito espanto, curiosidade, e quiçá duvidas aos atores, pois agora estavam em 
132 
 
outro cenário, despidos das paredes do Grande Hospital, indo ao encontro da comunidade não 
foi pouco. Igualmente foi ousada a mudança do paradigma pedagógico ao se adotar como 
estratégia as metodologias ativas de aprendizagem. 
Segundo Morais et al. (2010) para mudar é necessário conhecer, discutir, repensar 
e reorientar. A FCMS-PUC/SP implantou as metodologias ativas e, pela problematização 
procura fazer com que os alunos conheçam o contexto social, problematizem a realidade e 
desvelem a aplicabilidade dos saberes. A Aprendizagem Baseada em Problema (ABP ou 
PBL) desperta nos alunos uma tendência a reflexão entre o ideal e o possível para a saúde. 
Assim, para se pensar em transformar as práticas vigentes é preciso se apropriar da realidade 
concreta, social e de saúde, refletindo à luz dos ideais e propondo um novo, que deve ser 
incorporado e reproduzido por todos os envolvidos. 
O processo de mudança, lento por sua própria complexidade, requer agregação de 
docentes e profissionais, possibilitando-lhes experimentar, refletir e incorporar novos 
conceitos, provocando integração ensino-serviço de fato. Caetano, Diniz e Soares (2009) 
mostram a necessidade de repensar a prática numa proposta de criar outros possíveis 
caminhos para consolidação da Integração Docente Assistencial que sejam úteis para os 
usuários dos serviços, alunos, profissionais da assistência e docentes. 
A incorporação dos universos da Academia e o do Trabalho perpassa por 
processos dinâmicos muito complexos, pois envolve pessoas de diferentes formações e com 
propósitos diversos. A integração real de pessoas ocorre com a aproximação, para interagir 
com seus conhecimentos e habilidades, sejam elas adquiridas na academia, no trajeto 
profissional ou na própria experiência de vida (Pereira, 2007). 
A articulação ensino-serviço é incipiente, mas avança como responderam os 
colaboradores desta pesquisa. Podem ser considerados indutores dessa construção a reforma 
133 
 
curricular, o ensino problematizador, os cenários de prática além dos muros do hospital, o 
convênio entre a Universidade e a Secretaria Municipal de Saúde, o PET-Saúde. 
O PET Saúde surge no discurso coletivo como um instigador da integração ensino 
e serviços. Vem na forma de incentivo governamental, passa a integrar o profissional de saúde 
ao universo do ensino aprendizagem e proporciona valorização, conhecimento e troca de 
saberes, utilizando educação permanente e oportunidades de discussão dentrodo ambiente da 
UBS. A elaboração de projetos em parceria tem o potencial de promover a valorização do 
profissional e o processo de ensino. Entre os colaboradores desta pesquisa 34% participam de 
algum projeto Pró-Saúde ou PET-Saúde e são várias as produções resultantes dessa parceria, 
entre elas a publicação que trata de protocolo em saúde mental pactuado na unidade básica de 
saúde. 
Um aspecto relevante do PET-Saúde é o desenvolvimento de ferramentas para 
estimular o aprendizado, pois “torna mais atrativas as práticas em saúde nas unidades locais a 
fim de aumentar a adesão dos estudantes, docentes e equipe local” (Gil et al., 2008). 
O PET-Saúde é apontado como um fator que estimula e influencia a satisfação do 
aluno, bem como possibilita a construção de opiniões conjuntas com a participação de vários 
cursos da área da saúde, contribuindo significativamente para a integração ensino-serviço 
(Finkler et al., 2011; Neumann e Miranda, 2012; Pereira, 2007). 
Considerações Finais 
O instrumento de coleta de dados utilizado neste estudo possui limitações e 
representa uma aproximação ao objeto da pesquisa; pode ser influenciado por sentimentos e 
emoções dos respondentes, bem como os aspectos abordados podem ter significados 
diferentes para cada sujeito pesquisado. Embora o questionário favoreça a coleta de dados 
mais ampla em curto espaço de tempo, não possibilita a interação entre pesquisador e 
pesquisado. 
134 
 
Vale destacar o ineditismo do estudo em nosso meio e sua importância no cenário 
nacional, visto que há carência de estudos publicados sobre a articulação ensino-serviço no 
curso médico na perspectiva dos seus participantes. 
Igualmente a análise das questões de livre discurso na ótica das representações 
sociais permitiu “iluminar o campo social pesquisado, resgatando as semelhanças e diferenças 
entre visões dos atores envolvidos, variantes individuais das opiniões compartilhadas 
coletivamente”. (Lefèvre, F.; Lefèvre, A. M. C, 2011) 
 
Pesquisas futuras incluindo a percepção dos usuários no quadrilátero docente, 
aluno, profissional, usuário seriam bem vindas, bem como pesquisas abordando a articulação 
ensino-serviço no curso de Enfermagem que interage com os estudantes de medicina nas 
unidades básicas de saúde. 
A UBS vem se mostrando um cenário fértil ao desenvolvimento do ensino-
aprendizagem e da integração ensino e serviços de saúde. Conforme as recomendações das 
DCN os novos profissionais estão sendo formados na diversidade de cenários. 
Os espaços de intersecção entre ensino e serviço são importantes para a formação 
em saúde e também para a consolidação do SUS, mas são também palcos de conflitos e 
dificuldades. Não há culpados. Embora haja interesses distintos, nem sempre são antagônicos 
(Albuquerque et al., 2008). Cada instituição carrega a sua história de construção e inserção no 
modelo assistencial vigente e certamente há em comum o compromisso ético com a vida na 
prática do cuidado em saúde. 
 Uma articulação entre ensino e serviço mais estreita exige mediações complexas, 
pois há desigualdades e contradições na relação entre academia, serviços e comunidade. 
Pressupõe construção de projetos coletivos, responsabilidade compartilhada, espaços de 
diálogo solidário e, sobretudo, negociação. 
135 
 
 O comentário “há idas e vindas, pois a integração é um aprendizado, [...] 
portanto vivenciar o processo leva tempo” é emblemático e se refere à articulação ensino 
serviço como processo, portanto em construção. Por isso, requer esforço conjunto da 
Universidade e do serviço, planejamento político e pedagógico e incentivo, entre outras 
medidas. 
 O distanciamento que existe emergiu nos discursos dos colaboradores deste 
estudo e é, sobretudo, no diálogo e na negociação que a distância será vencida. 
 A disposição para o diálogo, para relações solidárias, para um projeto centrado na 
linha do cuidado ao usuário são caminhos possíveis. Instrumentos e mecanismos mais perenes 
tanto na universidade como nos serviços são essenciais. 
As melhorias de infra-estrutura, as políticas que incentivam a participação e 
envolvimento de todos, a educação permanente são importantes, mas atitudes como 
convivência e escuta respeitosas, negociação e parcerias em projetos conjuntos são 
construídos nos espaços de diálogo e de atuação, cenários da aprendizagem, no dia a dia por 
docentes, estudantes, profissionais e usuários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
136 
 
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