Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

GEOTERAPIA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cristiano Alexandre de Andrade Neiva de Lima 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, estudaremos distúrbios dos sistemas respiratório e digestivo 
e falaremos sobre a cosmética das argilas, o produto mais utilizado atualmente 
em Geoterapia. 
Em complemento à Geoterapia, será feita uma breve apresentação de 
outras terapias naturistas que são aplicadas a fim de obter melhores resultados. 
TEMA 1 – GEOTERAPIA NO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O sistema respiratório inclui pulmões, brônquios, traqueia, faringe, laringe, 
fossas nasais e sínus. Dentre os distúrbios respiratórios que respondem muito 
bem à Geoterapia estão a rinite, a sinusite e a faringotonsilite. 
1.1 Rinite 
Conhecida também como febre do feno, a rinite é uma condição 
inflamatória da mucosa nasal. Sua forma mais comum é a rinite alérgica. A rinite 
alérgica pode ser perene (pelos de animais, ácaros, poeira) ou sazonal (pólen, 
frio, calor). Seus principais sintomas são: congestão nasal, coceira, espirros e 
coriza. Além disso, pode afetar os olhos, causar tosse, fadiga e até distúrbios do 
sono (Yamprasert et al., 2020). 
Na visão naturista, as alergias surgem primeiro com o desequilíbrio da 
alimentação, que promove o terreno propenso às alergias. Entre os alimentos 
considerados promotores de alergias estão o leite e seus derivados, açúcar e 
molhos industrializados, alimentos e sucos industrializados com aroma e 
corantes artificiais, fast food e alimentos com agrotóxicos. Outros alimentos 
alergênicos comuns são café, trigo, amendoim, banana e chocolate. Por isso, 
indica-se a remoção dos fatores alergênicos durante a crise alérgica, além dos 
tratamentos, para favorecer o equilíbrio imunológico (Boarim, 2001). 
Na Geoterapia, a aplicação local de argila na face e no abdômen auxilia 
no tratamento, visto que alergias são consideradas distúrbios de natureza que 
provêm da dieta. Realizar uma camada de 1 a 2 centímetros sobre a região 
nasal, o sínus e o abdômen, de preferência fria, de 1h a 2h. Em casos agudos, 
realizar em dias seguidos e ir espaçando conforme a melhora dos sintomas. 
Recomendações médicas atuais sugerem algo já antigo: a lavagem nasal 
com soro fisiológico, diariamente, até três vezes ao dia. Isso favorece a 
 
 
3 
recuperação da mucosa nasal e a redução do acúmulo de muco que promove a 
proliferação de bactérias (Head et al., 2018). 
Podemos utilizar a unha-de-gato (Uncaria tomentosa) como decocto na 
massa de argila, além da infusão ou do suco de manjericão e hortelã-pimenta. A 
Uncaria tomentosa, por seu efeito anti-inflamatório, pode ser usada 
internamente, pois também age sobre o sistema imunológico, afetando as 
reações alérgicas. 
A Aromaterapia se dá muito bem com a Geoterapia nos tratamentos do 
trato respiratório. Para rinite, podemos citar o óleo essencial de hortelã-pimenta 
(peppermint), lavanda e manjericão. Para a máscara de argila, basta apenas 1 
gota de cada. Os óleos também podem ser inalados por pelo menos 15 minutos 
direta ou indiretamente, de 2 a 3 vezes ao dia. 
1.2 Sinusite 
A sinusite pode ser consequência da rinite crônica ou da inflamação dos 
sínus por meio de infecção por vírus ou bactérias. As recomendações são as 
mesmas da rinite: alteração de dieta, lavagem nasal, Geoterapia local e 
abdominal. Pode-se incluir o decocto com cebola e gengibre na massa, pela 
ação anti-inflamatória e antisséptica. Em geral, o corpo se cura da sinusite entre 
1 e 2 semanas. A Geoterapia ajuda o corpo, reduzindo a dor, a inflamação e 
estimulando a desintoxicação do local, puxando as toxinas para fora. Caso os 
sintomas piorem e haja aumento de pus e febre persistente, a ajuda médica deve 
ser buscada. As bactérias e os vírus que causam a sinusite também podem 
acabar afetando ouvidos e pulmões. 
 
Créditos: Emily Frost/Shutterstock. 
 
 
4 
Podemos incluir na Aromaterapia, além dos óleos citados para a rinite, 
óleos com ação antisséptica, como os óleos essenciais de melaleuca (tea tree), 
orégano, copaíba ou eucalipto. Deve-se fazer a sua inalação 3 vezes ao dia. É 
preciso cuidado com a melaleuca, pois seu óleo é abrasivo. As peles muito secas 
e sensíveis também requerem cuidados. Utilizar uma gota para a máscara facial 
(Manual Modern Essentials, 2018). 
Na fitoterapia, pode-se utilizar a inalação de Eucalipto globulus. O decocto 
de equinácea estimula o sistema imunológico. Não deve ser utilizada por quem 
sofre de doenças autoimunes. Uma xícara de infusão de alho, 3 vezes ao dia, 
por 5 dias, tem ação febrífuga, antisséptica, antiviral e expectorante. São 
necessários cuidados com quem tem problema de sangramento (Memento 
Fitoterápico, 2016). 
1.3 Dor de garganta: faringite e tonsilite 
Apesar de serem doenças diferentes, envolvem processos inflamatórios. 
A tonsilite, antigamente chamada de amigdalite, é a inflamação das tonsilas. A 
faringite é a inflamação da faringe. Cada uma possui causas diversas. 
Créditos: logika600/Shutterstock. 
Aplica-se uma camada de argila na região da garganta e outra no 
abdômen por 1 a 2 horas, de preferência fria. O uso de infusão de calêndula, 
gengibre ralado e decocto de bardana na massa de argila pode auxiliar na 
recuperação. 
Se preferir o uso da Aromaterapia, poderá utilizar o óleo de melaleuca ou 
de orégano na massa da argila, que também pode ser inalado 3 vezes ao dia 
para reduzir a dor e a inflamação (Manual Modern Essentials, 2018). 
 
 
5 
No caso da tonsilite, é benéfico o gargarejo com água e sal. O gargarejo 
limpa as criptas das tonsilas do muco e impede a retenção de bactérias. 
Para faringite e tonsilite, é sugerido melhorar as funções do intestino; 
recomenda-se lavagem, se estiver com constipação intestinal, e semijejum com 
suco de maçã ou laranja (Boarim, 2011, v. 1). 
O extrato de própolis em forma de spray é muito utilizado para melhorar a 
imunidade e aumentar a ação antimicrobiana. Um estudo experimental in vitro 
com o extrato verde puro de própolis demonstrou um efeito superior ao do extrato 
alcoólico de própolis e ao álcool puro contra infecções de microrganismos 
estafilococos e streptococos (Vasconcelos; Rodrigues; Busatti, 2019). 
TEMA 2 – GEOTERAPIA NO SISTEMA DIGESTÓRIO 
A Geoterapia beneficia o trato digestório. Seus usos externo e interno 
estimulam a desintoxicação e a redução das inflamações. O consumo de 
alimentos ricos em corantes, pesticidas, conservantes ou alergênicos colaboram 
com o estresse do sistema nervoso e com as inflamações do trato 
gastrointestinal, e podem ocorrer, ao longo desse sistema, esofagites, gastrites, 
colites e hemorroidas. Cada uma dessas inflamações tem suas singularidades, 
e podem provocar infecções e desequilíbrios do sistema imunológico. É preciso 
que se faça um estudo detalhado de cada uma. 
2.1 Gastrite 
A inflamação das mucosas do estômago tem causas multifatoriais. Dentre 
as mais comuns, H. Pylori, consumo excessivo de estimulantes, cigarro, álcool, 
autoimunidade. Dentre os sintomas, estão: dor intensa, azia, náusea e 
estufamento. Pode haver presença de sangue nas fezes e no vômito. As 
recomendações comuns são evitar alimentos ácidos e estimulantes, como café, 
álcool e condimentos, como pimenta-presta. A gastrite, se não for tratada, pode 
se transformar em úlcera gástrica, doença mais grave em que há risco de 
hemorragia, anemias e outras comorbidades. O uso de anti-inflamatórios não 
esteroidais podem piorar as gastrites. 
A aplicação da Geoterapia é feita sobre toda a região abdominal, incluindo 
o estômago, com uma espessura de 1 a 2 centímetros, por 1 a 2 horas. O 
tratamento pode ser feito 3 vezes por semana, permitindo mais espaçamento ao 
 
 
6 
longo do tempo. Não é recomendado o uso de gengibre na gastrite severa. Pode 
ser adicionada à argila e também ser usada internamente, pois reduz a 
inflamação e estimula a cicatrização das mucosas. Como os infusosde 
Maytenus ilicifolia (espinheira-santa), Mentha piperita (hortelã-branco), 
Matricaria chamomilla (camomila) e o gel de Aloe vera, 3 vezes ao dia. Pode-se 
alternar as plantas. A água de argila também é recomendada. Um ciclo de 
tratamento é 7 dias. 
2.2 Hemorroidas 
As hemorroidas são inflamações de veias na região do reto que causam 
grande desconforto, provocando dor para evacuar, sentar e andar. São muito 
frequentes em pacientes com intestino ressecado ou com dietas ricas em 
carboidratos. Além de serem provocadas por fatores genéticos, hábitos de vida, 
como trabalhar com carregamento de objetos pesados ou levantar altos pesos 
na academia, também podem favorecer o seu aparecimento. Muitas vezes, as 
veias inflamadas ficam para fora do reto. 
Uma terapia muito simples e eficaz em casos de hemorroidas é o banho 
de assento com água quente durante 20 minutos, de 1 a 2 vezes ao dia, até 
haver melhora dos sintomas. A água dilata os vasos sanguíneos que, aos 
poucos, desinflamam e voltam ao tamanho normal. 
A argila pode ser aplicada na região por duas horas, ou pode-se dormir 
com ela. Ela promove redução da dor e da inflamação, além de estimular a 
desintoxicação. Uma aplicação no abdômen também consiste em tratamento 
para essa enfermidade. Em fases agudas, pode-se fazer uso dela 3 vezes por 
semana. 
Os decoctos de Aesculus hipocastanum (castanha-da-índia), 
Stryphnodendron adstringens (barbatimão) e Calendula oficinalis podem 
favorecer a redução dos sintomas, e podem ser incluídos no banho de assento 
e na argila. Além disso, pode-se fazer uma bolinha com a argila preparada com 
os decoctos e utilizá-la como supositório. 
Para pacientes com constipação intestinal, recomenda-se uma dieta com 
saladas verdes e fibras, como o Psyllium, além de um semijejum com mamão 
(Boarim, 2001, v. 1). 
 
 
 
7 
TEMA 3 – TROFOTERAPIA 
A Trofoterapia é um sistema de cura complementar naturista. Os seus 
estudos visam promover a saúde do organismo com dietas ricas em verduras e 
frutas cruas e à desintoxicação do corpo, para que se reduzam as inflamações. 
Também almeja a redução do consumo de alimentos de origem animal e de 
proteínas. Por isso, recomenda-se, durante os tratamentos naturais, o uso de 
jejuns ou semijejuns para auxiliar o corpo a eliminar as homotoxinas das células 
e liberar pelos aparelhos excretórios. 
Durante o tratamento de Geoterapia, o uso de Trofoterapia é um 
complemento que traz muitos benefícios para todo tipo de patologia. 
Umas das linhas de raciocínio naturista é a homotoxicologia, em que nas 
fases iniciais de intoxicação do corpo existem reações de excreção, reação 
(inflamação) e deposição, e essas são mais facilmente tratáveis por meio das 
práticas naturais, enquanto as fases posteriores, de impregnação, degeneração 
e neoplasias, são fases que já acontecem dentro das células, o que ocasiona 
crises de cura mais intensas (Bustinza; Javier, 2001). 
3.1 Dietas de desintoxicação 
Existem vários graus de dietas desintoxicantes, desde o jejum de um dia 
inteiro à base de suco de frutas ou bebida alcalinizante a semijejuns. Por 
exemplo, se o paciente não pode parar de trabalhar para fazer o jejum, é melhor 
que faça um semijejum. Há dietas muitos depurativas, indicadas para quando 
estamos em clínicas, e há outras que podemos utilizar no nosso dia a dia. O tipo 
de jejum e os vegetais e as frutas a ser consumidos são escolhidos de acordo 
com a patologia e o estágio de intoxicação. Uma das frutas coringa é a maçã, 
muito utilizada no semijejum – adotar uma refeição somente com maçã. 
O jejum pode ser feito com outras frutas, como mamão, melão e melancia. 
Frutas com teor alto de carboidrato, como a banana, não são indicadas. 
O semijejum consiste em trocar uma das refeições por apenas sucos de 
frutas, sucos de vegetais crus ou sucos alcalinizantes. Para isso, o tempo mínimo 
é de 4 dias, podendo chegar a até 15 dias. Pode-se alternar entre frutas e sucos 
de vegetais. Deve-se dar preferência a alimentos orgânicos e água de boa 
procedência (Boarim, 2001, v. 1). Atualmente, existem no mercado algumas 
águas com pH mais básico, inclusive para desintoxicação. 
 
 
8 
3.2 Bebidas alcalinizantes 
Para fazer essa bebida, você precisa de linhaça, farelo de trigo e vegetais 
de sua escolha (por exemplo, batata, beterraba, aipo e cenoura). 
Pegue 1 colher de sopa de linhaça e de farelo de trigo e deixe de molho 
em meio litro de água, da noite para o dia. 
Em uma panela, coloque de 1 a 3 legumes com casca bem lavados em 
700 ml de água e ferva por 20 minutos. Coe e guarde os vegetais para consumo. 
Misture esse caldo com a água da linhaça e beba pelo menos 250ml. 
Se optar por um semijejum no período da manhã, troque o café da manhã 
pela dieta alcalinizante até o meio-dia. Nesse ínterim, você pode utilizar infusões 
depurativas, tais como as de dente-de-leão, seguidas de infusos ou decoctos 
relacionados ao caso específico. Caso não possa ingerir a bebida alcalinizante, 
você poderá usar 100 ml de suco de couve (Boarim, 2001, v. 1). 
Nesses dias de semijejum, procure ter uma dieta rica em saladas e frutas 
e reduza ao máximo o consumo de farinhas e sal refinados, açúcar, leite e 
derivados, além de comidas, molhos e bebidas industrializadas. 
TEMA 4 – HIDROTERAPIA DE KNEIPP 
 
Créditos: zabanski/Shutterstock. 
 
 
9 
A Hidroterapia naturista é chamada de Hidroterapia de Kneipp. Essa 
modalidade, que alterna as temperaturas entre quente e frio, visa estimular o 
sistema circulatório e o linfático. O alemão Sebastian Kneipp redescobriu um 
sistema de cura com a água no século XIX. A Hidroterapia de Kneipp utiliza 
compressas, banhos, saunas e duchas, além do consumo das águas medicinais. 
Os banhos utilizados são o escalda-pés (pedilúvios), o meio banho (semicúpio), 
o banho de assento e o banho de corpo total. 
Kneipp sugere que tomar banhos quentes e demorados podem debilitar a 
saúde do corpo e que o banho deve ser rápido e de temperatura amena. Caso o 
banho seja quente, a última ducha deverá ser fria para estimular a circulação e 
a imunidade. 
4.1 Semicúpio frio 
Um dos semicúpios mais conhecidos é o banho de assento frio. Consiste 
em sentar-se em uma vasilha que cubra a parte superior das coxas até a região 
dos rins por 1 a 3 minutos, até 3 vezes na semana. Utilizado para estimular 
intestinos e combater má-digestão, azia e doenças do baixo ventre, auxilia a 
restaurar o sistema nervoso. É também utilizado como auxiliar no tratamento de 
insônia (Kneipp, 1986). 
TEMA 5 – GEOTERAPIA NA ESTÉTICA 
Em tratamentos estéticos, a argila funciona como tonificante corporal e 
auxilia na drenagem linfática quando aplicada em forma de compressas em 
áreas de concentração de gânglios, promovendo a eliminação de toxinas 
(Dornellas; Martins, 2009). 
São utilizadas como princípios ativos em máscaras devido à sua alta 
capacidade de adsorção de substâncias, como gorduras e toxinas. As argilas 
dos tipos caulinita, atapulgita, esmectita e talco são as mais utilizadas em 
composições cosméticas, devido à alta capacidade de troca iônica e a sua 
superfície e capacidade de adsorção (Carreteiro, 2012). 
Para Medeiros (2020), as ligações iônicas facilitam a entrada de minerais 
através da pele, a argila em contato com a epiderme libera a água e os íons para 
os queratinócitos (células do estrato córneo) e são absorvidas para o seu interior 
e no meio intersticial, onde ocorrem a reação química entre íons da argila e da 
 
 
10 
pele. Sendo assim, a pele libera resíduos metabólicos para o meio externo por 
meio da absorção pela argila, logo, a argila transporta os nutrientes através da 
adsorção para o meio intersticial, favorecendo a nutrição celular. 
5.1 Aromaterapia 
A Aromaterapia é o uso de óleos essenciais de plantas para auxiliar no 
bem-estar e na saúde. 
Os óleos podem ser usados interna e externamente. São muito utilizados 
em massagens,banhos e inalações. Não se deve confundir um óleo essencial 
com uma essência. O óleo essencial é extraído de plantas e tem propriedades 
terapêuticas, enquanto a essência é apenas a fragrância, sem efeito terapêutico. 
A empresa que vende óleos essenciais pode fornecer o laudo técnico para 
comprovar as porcentagens de princípio ativos. 
Apesar de serem naturais, são extremamente potentes e, para utilizá-los, 
deve-se se atentar para o uso terapêutico e para o uso cosmético. 
Para uso externo terapêutico, pode-se diluir o óleo essencial de 10 a 20%, 
enquanto no uso cosmético, de 2 a 5%. Para grávidas e crianças acima de 2 
anos de idade, deve-se usar apenas o diluído em 1%, e deve-se averiguar quais 
óleos podem ser utilizados. Tenha cuidado com óleos abrasivos, pois podem 
queimar a pele caso sejam pouco diluídos, como ocorre com os óleos essenciais 
de orégano e cravo (Manual Modern Essentials, 2019). 
Entre as ações mais conhecidas dos óleos essenciais, estão a ação 
calmante e anti-inflamatória do óleo essencial de lavanda francesa (Lavanda 
angustifolia), a ação estimulante da circulação, da atenção e de cabelos do óleo 
essencial do alecrim (Rosmarinus officinalis), a ação analgésica e anti-
histamínica do hortelã-pimenta (Menta spicata), a ação antisséptica, 
antimicrobiana e fungicida do óleo essencial de melaleuca (tea tree) e a ação 
digestiva e lipolítica do óleo essencial de limão siciliano (Manual Modern 
Essentials, 2019). 
Para as máscaras faciais e corporais, é válido utilizar óleos com as argilas, 
pois são sinérgicos. Para cada colher de sopa de argila, uma a duas gotas de 
óleo já é o suficiente. Se preferir, dilua antes em um pouco de óleo vegetal, como 
óleo de linhaça ou de amêndoas, e inclua na massa de argila, ou aplique-o após 
a máscara. Não utilize o óleo essencial puro na pele. 
 
 
11 
5.2 Máscaras faciais 
Para fazer as máscaras faciais, primeiramente precisamos descobrir o 
tipo de pele que iremos tratar. Podemos enquadrar os tipos de pele em três 
classes: pele seca, pele oleosa e pele mista. Temos também a pele acneica e a 
pele sensível. 
A pele seca tem uma camada lipídica superficial menor e é propensa à 
descamação e às linhas de propensão, enquanto a pele oleosa tende a ter as 
glândulas sebáceas mais ativadas e apresentar poros visíveis na pele; também 
tendem à acne e a dermatites seborreicas. A pele mista é a combinação de pele 
seca e oleosa, e apresenta uma região oleosa chamada de zona T, que engloba 
a testa e o nariz. Existe também um outro tipo de pele mista que surge com a 
maturidade: a zona T invertida, que vai para a mandíbula, subindo pelo nariz. 
Por fim, temos as peles sensíveis, avermelhadas, que ficam facilmente irritadas 
com alterações de clima (frio, calor), consumo de determinados alimentos e uso 
de produtos cosméticos. 
 
Créditos: Arina Gladyisheva/Shutterstock. 
 
 
12 
As máscaras faciais podem ser feitas para todo tipo de pele. A argila 
branca é a argila que tem o potencial de esfoliação mais suave, e pode ser usada 
em peles sensíveis, inflamadas e secas. Já as argilas cinzas e verdes fazem 
uma forte esfoliação e são muito secativas. As argilas mais avermelhadas e 
pretas estimulam a circulação, e são utilizadas para peles desvitalizadas. 
Para se fazer uma máscara facial, dilua a argila em água ou com o infuso 
de planta desejada ou outra substância cosmética, como vitaminas e minerais. 
A máscara de argila fica mais diluída que a argila feita para o cataplasma, e pode 
ser feita para qualquer procedimento estético. O tempo mínimo de uso é 20 
minutos. 
A máscara deve sempre ficar úmida, assim, umedeça com algodão ou 
pincel, se necessário. 
Peles secas ou sensíveis devem espaçar por mais tempo o uso das 
máscaras de argila e utilizar outras máscaras nutritivas, enquanto peles mais 
oleosas e acneicas podem fazer uso delas de uma a duas vezes por semana. 
• Primeiro: remover qualquer tipo de maquiagem. Pode-se usar um 
demaquilante ou lavar o rosto com sabonete neutro, como o de glicerina. 
A pele deve estar sem filtro solar ou qualquer outra barreira que impeça a 
argila de agir. 
• Segundo: fazer uma esfoliação suave para preparar a pele para a 
máscara. Ela pode ser feita com a própria argila que será utilizada. 
Existem outros produtos, como os cristais de quartzo, que podem ser 
utilizados para esfoliação. Enxaguar com água fria ou morna, 
suavemente. 
• Terceiro: aplicar a máscara. Pode-se aplicar a máscara sobre um tecido 
de algodão fino, como gaze ou tecido do tipo fralda, para facilitar a 
remoção, ou diretamente. Manter a máscara úmida por 20 a 40 minutos. 
• Quarto: remover a máscara com suavidade, utilizando um tecido úmido, 
e aplicar um creme hidratante ou óleo vegetal. 
Para peles secas, utilizar uma argila menos abrasiva. Pode-se adicionar 
algumas gotas de óleo de gérmen de trigo ou de linhaça ou calêndula. O óleo 
vegetal de amêndoas é um óleo neutro para todos os tipos de peles. Óleos 
essenciais de lavanda, hortelã-pimenta ou camomila romana. 
 
 
13 
Para peles oleosas ou acneicas, pode-se utilizar uma argila mais secativa, 
como a cinza ou a verde, e um óleo vegetal como o de jojoba ou o de girassol. 
Óleos essenciais de melaleuca, copaíba ou cravo. Vila y Campanya (2000), 
sugerem o sumo de meio limão. 
• Plantas calmantes para a pele: camomila, calêndula, hortelã. 
• Plantas adstringentes: cavalinha, barbatimão, hamamelis, bardana. 
• Plantas que ativam a circulação: gingko, hamamelis, alecrim. 
As máscaras de argila também podem auxiliar na redução de manchas de 
pele, principalmente a branca caulinita ou a dolomita. A aplicação deve ser 
contínua, por exemplo, semanalmente, até surgirem os resultados. A pele tem 
um ciclo para regeneração profunda de até seis meses. Na cicatrização e na 
inflamação superficial, ela se regenera em 7 a 14 dias, enquanto a regeneração 
de um ciclo da pele ocorre em 28 dias. 
Prepare uma máscara de argila nutritiva e junte-a com o suco de um 
pepino, o suco de um tomate médio e sumo de uva. Aplique e deixe, no mínimo, 
por 20 minutos (Vila y Campanya, 2000). 
5.3 Máscaras corporais 
Além das máscaras faciais, as argilas, por suas características tônicas e 
estimulantes das circulações sanguínea e linfática, podem ser utilizadas como 
coadjuvantes nos tratamentos corporais como os de redução de medidas, 
especialmente por retenção de líquidos, flacidez e celulite. 
A aplicação segue os mesmos passos da aplicação da máscara facial. 
Geralmente, as argilas vermelhas e verdes são mais estimulantes, por isso são 
aplicadas na estética corporal. A aplicação pode ser feita de uma a duas vezes 
por semana, e 10 aplicações seguem um ciclo de tratamento. 
Pode-se usar infusos e decoctos, tais como o de centelha asiática, para 
estimular o colágeno e a drenagem linfática. Cuidado com essa planta, pois ela 
pode provocar manchas se a pele ficar exposta ao Sol. Podem ser utilizados 
também a castanha-da-índia, o gingko, o fucus e o café, pois todos têm efeitos 
antioxidante e estimulante. 
5.4 Máscaras capilares 
 
 
14 
O couro cabeludo também pode se beneficiar das máscaras capilares, 
que seguem o mesmo processo das máscaras faciais e corporais. Deve-se 
deixar por pelo menos 20 minutos e depois lavar. 
O couro cabeludo pode se beneficiar do óleo vegetal de jojoba e do óleo 
essencial de alecrim. 
Atualmente, existem muito produtos estéticos à base de argila. Existem 
talcos, sabonetes, xampus e até mesmo máscaras faciais prontas para uso. 
NA PRÁTICA 
Na prática de hoje, mostraremos um vídeo de como aplicar uma máscara 
de argila em forma de compressa e, posteriormente, como fazer uma máscara 
de argila abdominal para a redução de medidas e melhora do tônus da pele. 
Recomendamos a você que, após assistir ao vídeo, aplique uma máscara 
facial e uma máscara corporal em você mesmo(a). Faça uma fria e, depois, uma 
quente. Veja senota alguma diferença e conte o que achou. 
FINALIZANDO 
Ao longo de nossos estudos, aprendemos sobre o histórico da 
Geoterapia, a classificação dos argilominerais e suas propriedades terapêuticas, 
bem como a classificação dos tipos de argilas por cores. 
Verificamos que a argila pode ser utilizada de forma interna (por exemplo, 
água de argila) e de forma externa (compressas, cataplasmas e banhos). 
Vislumbramos brevemente a aplicação da argila nos diversos sistemas do 
corpo humano, quais tipos devem ser utilizados e em quais temperaturas e 
espessuras devem ser utilizados. 
Aprendemos a utilizar a fitoterapia a favor da Geoterapia e da saúde, bem 
como os demais sistemas complementares, como a Trofoterapia, a Hidroterapia 
e a Aromaterapia. As terapias integrativas complementares trabalham em 
conjunto e, desse modo, trazem maior benefício ao indivíduo. 
Além dos benefícios curativos da terra, também trouxemos os benefícios 
cosméticos, além daqueles ao bem-estar e à autoestima. 
Deixo, em gratidão, o poema Cântico da terra de Cora Coralina: 
Eu sou a terra, eu sou a vida. Do meu barro primeiro veio o homem. 
De mim veio a mulher e veio o amor. Veio a árvore, veio a fonte. Vem 
o fruto e vem a flor. 
 
 
15 
Eu sou a fonte original de toda vida. Sou o chão que se prende à tua 
casa. Sou a telha da coberta de teu lar. A mina constante de teu poço. 
Sou a espiga generosa de teu gado e certeza tranquila ao teu esforço. 
Sou a razão de tua vida. De mim vieste pela mão do Criador, e a mim 
tu voltarás no fim da lida. Só em mim acharás descanso e Paz. 
Eu sou a grande Mãe Universal. Tua filha, tua noiva e desposada. A 
mulher e o ventre que fecundas. Sou a gleba, a gestação, eu sou o 
amor. 
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu. Teu arado, tua foice, teu machado. 
O berço pequenino de teu filho. O algodão de tua veste e o pão de tua 
casa. 
E um dia bem distante a mim tu voltarás. E no canteiro materno de meu 
seio tranquilo dormirás. 
Plantemos a roça. Lavremos a gleba. Cuidemos do ninho, do gado e 
da tulha. Fartura teremos e donos de sítio felizes seremos. 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
BOARIM, D. Manual prático de tratamentos naturais. São Paulo: Vida Plena, 
2001. v. 1. 
_____. Manual prático de tratamentos naturais. São Paulo: Vida Plena, 2001. 
v. 2. 
BUSTINZA, S. L.; JAVIER, L. A. Manual de Trofoterapia. Perú: 
EsSalud/OPAS/OMS, 2001. 
CARRETERO, M. I. Clay minerals and their beneficial effects upon human health: 
a review. Applied Clay Science, v. 21, n. 3-4, p. 155–163, jun. 2002. 
DORNELLAS, E.; MARTINS, S. O poder das argilas: Geoterapia. 1 ed. São 
Paulo, 2009. 
HEAD, K. et al. Saline irrigation for allergic rhinitis. Cochrane Database 
Systematic Reviews, v. 6, n. 6, jun. 2018. 
KNEIPP, S. A minha cura d’água: o meu sistema hidroterápico. Petrópolis: 
Vozes, 1986. 
MANUAL Modern Essentials: o principal guia introdutório para óleos essenciais. 
9. ed. Utah: Aromatools, 2018. 
MEDEIROS, G. M. da S. O poder da argila medicinal: princípios teóricos, 
procedimentos terapêuticos e relatos de experiências clínicas. Blumenau: Nova 
Letra, 2020. 
VASCONCELOS; H. G. RODRIGUES, O. S. R.; BUSATTI, H. G. N. O. Avaliação 
da eficácia antibacteriana do extrato de própolis verde em bactérias causadoras 
de infecções nas vias aéreas. Revista Eletrônica Acervo Científico, v. 3, 2019. 
VILA Y CAMPANYA, M. Manual de Geoterapia aplicada. Organización 
Panamericana de la Salud. Organización Mundial de la Salud. Programa 
Nacional de Medicina Complementária. Peru. Textos completos, 2000. 
YAMPRASERT, R. et al. Ginger extract versus Loratadine in the treatment of 
allergic rhinitis: a randomized controlled trial. BMC Complementary Medicine 
Therapies, v. 20, n. 119, abr. 2020.

Mais conteúdos dessa disciplina