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AED DIREITO PREVIDENCIÁRIO ALUNA: SARA NUNES CABRAL TURMA: C02 TEMA: Massacre do Carandiru: 30 anos de impunidade, reflexos da mídia na justiça e possível responsabilização do Brasil nos tribunais internacionais" A palestra foi sobre o massacre do Carandiru que completou três décadas depois da desastrosa ação da Polícia Militar que resultou na morte de 111 pessoas na Casa de Detenção do Carandiru, na Zona Norte de São Paulo, há condenados, mas ninguém foi punido. A batalha judicial contra os responsáveis ainda aguarda a definição final das penas impostos pelo tribunal do júri. Em 2 de outubro de 1992, presos do Pavilhão 9 iniciaram uma rebelião que foi contida de forma violenta por tropas da PM comandadas pelo coronel Ubiratan Guimarães. O episódio foi parcialmente televisionado e teve destaque internacional. A Justiça brasileira levou 17 anos para pronunciar os 116 policiais envolvidos, apenas em 2010 ficou definido que eles iriam ser julgados pelo júri popular. O caso passou brevemente pela Justiça Militar até ser encaminhado à Justiça Estadual, graças a conflito de competência julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Os palestrantes falaram como nossa justiça é falha, onde somente pobres e pretos são presos. E como a policia mata pessoas só por serem pretas, sem ter o mínimo de provas da culpabilidade do sujeito, sendo culpado apenas pela cor de pele. É impossível, ainda hoje, afastar o impacto do massacre do Carandiru na sociedade brasileira. O episódio está ligado à fundação do Primeiro Comando da Capital, facção que surgiu nas penitenciárias paulistas para combater a opressão dentro do sistema criminal e, hoje, é uma das maiores organizações criminais do mundo. Mas é exatamente sobre isso que precisamos falar: acerca de a resposta dada pelo Estado Brasileiro a uma grave e absurda e ignóbil violação de direitos humanos; da responsabilidade do sistema de justiça ao chancelar esse Massacre que dá conta simplesmente do seguinte recado: o Estado está autorizado a matar. Diante de todo esse contexto, o papel desempenhado pelo Poder Judiciário, integrante do sistema de justiça que é, deveria ser o de defesa dos direitos humanos e não de agente violador e reprodutor de violência, eis que sabidamente a negativa do reconhecimento de direitos é uma forma de violência estatal.