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Sistemas de preparo do solo Manejo do solo • É o conjunto de operações realizadas no solo, que tem a finalidade de proporcionar condições adequadas para a implantação e desenvolvimento das culturas. • Entre estas operações, podemos citar o manejo dos resíduos culturais, o preparo do solo, a semeadura, a calagem, a adubação, o controle de plantas daninhas/espontâneas, entre outras. 2 Preparo do solo • Objetivo: proporcionar condições de temperatura e de umidade para que a semente germine e, posteriormente, a planta se desenvolva. Contribui para o controle de plantas daninhas, pragas e doenças. 3 Aração (lavração) • É a operação de preparo que tem como princípio cortar e inverter a camada do solo, conforme a profundidade de trabalho. • É realizada através do implemento agrícola denominado arado, que é classificado como de tração mecânica (com levante hidráulico ou de arrasto) ou de tração animal (aiveca e pica-pau). 4 Aração (lavração) 5 Aração (lavração) • A profundidade da aração vai variar conforme a cultura a ser implantada (relacionada com o sistema radicular), com o tipo de solo e a topografia do terreno. Nesse sentido, a aração é classificada, conforme a profundidade, em: • Superficial: a profundidade de trabalho média é de 10 cm e é utilizada para o preparo de solo para implantação de culturas de pequeno sistema radicular, como as culturas anuais; • Ordinária: é a mais comum, sendo utilizada na maioria dos solos e culturas, tendo como profundidade média de trabalho entre 15 a 20 cm. • Profunda: a profundidade média de trabalho é de 25 a 30 cm. Neste tipo de aração, parte do horizonte B pode ser incorporada ao horizonte A. Além disso, a aração profunda também pode ser utilizada para romper camadas de solo compactadas. 6 Gradagem (gradeação) • É a operação de preparo do solo efetuada por grades. A gradagem, geralmente, é realizada após a aração, com objetivo de desmanchar os torrões e nivelar o terreno. • Existem dois tipos principais de grades: de dentes e de discos. As grades de discos são as mais utilizadas, e são classificadas como: • Grade leve (niveladora) • Grade pesada (aradora) 7 Subsolagem • É uma operação de preparo do solo realizada através do implemento agrícola denominado de subsolador. • Profundidade de trabalho: >30 cm. • É praticada quando se deseja uma mobilização de solo para fins de drenagem, rompimento de camada impermeável ou compactada, sem misturá-la ao solo. 8 Escarificação • É uma operação de preparo do solo realizada através do implemento agrícola denominado de escarificador, mas pode também ser realizada com grade leve. • Profundidade de trabalho: até 30 cm. A escarificação realizada na profundidade entre 5 e 15 cm é denominada escarificação leve, enquanto que a escarificação realizada na profundidade entre 15 e 30 cm é denominada escarificação pesada. • Objetivo: romper as crostas superficiais ou camadas de solo compactadas. 9 Sistema de preparo convencional • É constituído, geralmente, de uma aração e duas ou mais gradagens niveladoras para incorporar os resíduos culturais ao solo. 10 Sistema de preparo convencional • É chamado de convencional por ser o mais difundido no mundo para a maioria das culturas. • Foi trazido para o Brasil pelos imigrantes europeus. • Na Europa tinha o objetivo de revolver o solo para aquecê-lo durante a primavera, após o congelamento durante o inverno. • Objetivo: é eliminar as plantas espontâneas existentes. 11 Desvantagens • A intensa mobilização destrói a estrutura do solo (agregados); • Diminui o teor de matéria orgânica; • Causa compactação subsuperficial; • Deixa o solo descoberto durante o período inicial de desenvolvimento da cultura. Sistema de cultivo mínimo • É realizada apenas uma operação de preparo, com mínimo revolvimento do solo e semi-incorporação dos resíduos culturais. Pode ser realizada com grade leve, grade pesada ou escarificador. • Objetivo: romper crostas superficiais e controlar parcialmente as plantas daninhas. • É indispensável a presença de resíduos culturais sobre a superfície do solo, para minimizar os problemas da erosão. • O uso do escarificador contribui para aumentar a infiltração de água no solo e para romper camadas compactadas. 12 Sistema de plantio direto • É caracterizado pela implantação das culturas diretamente no solo, sem que ele tenha sofrido mobilização por qualquer tipo de implemento, com exceção das covas em que são depositados o adubo e as sementes ou as mudas transplantadas. • No sistema de plantio direto o solo deve estar coberto com a palhada de uma cultura (cobertura de solo). • O manejo da cultura de cobertura e/ou das plantas daninhas pode ser realizado com herbicidas ou rolo- faca. • A correção da acidez e da fertilidade do solo deve ser realizada anteriormente à implantação do cultivo, na profundidade indicada e de acordo com as recomendações para a região. 13 Sistemas de plantio direto Vantagens: ✓Controle da erosão hídrica; ✓Redução da evaporação de água do solo; ✓Mais água disponível no solo; ✓Maior atividade macro e microbiológica; ✓Economia de tempo e combustível; ✓Maior vida útil das máquinas; ✓Maior teor de matéria orgânica; ✓Menor amplitude térmica do solo; ✓Maior estabilidade de agregados. Desvantagens: ✓Exigência de semeadoras especiais; ✓Impossibilidade de implantação em áreas com elevada infestação de plantas invasoras; ✓Possível aumento de pragas e doenças; 14 Práticas conservacionistas no preparo de solo • As práticas agropecuárias levam à degradação dos solos, caso não sejam realizadas corretamente dentro de um manejo conservacionista, considerando a capacidade de uso dos solos. • As práticas conservacionistas visam à prevenção e recuperação dos solos agrícolas. De maneira geral, as práticas de conservação do solo devem: • proporcionar uma cobertura do solo, através de plantas vivas ou de seus resíduos culturais, durante o maior tempo possível; • maximizar a infiltração da água da chuva e/ou de irrigação no solo; • evitar o escoamento da água no sentido do declive. • A escolha das práticas é feita em função dos aspectos ambientais e socioeconômicos de cada propriedade e/ou região. Cada prática, aplicada isoladamente, previne apenas de maneira parcial os problemas, por isso o ideal é o uso simultâneo dessas práticas. • O manejo e a conservação do solo são fundamentais à manutenção da qualidade e da capacidade produtiva do solo, garantindo a utilização desse fundamental recurso natural às gerações futuras. 16 Cobertura morta • Consiste no uso de resíduos vegetais como, por exemplo: palhas em geral, maravalha, serragem, casca de arroz, bagaço de cana-de-açúcar, folhas, resíduos de roçadas, cascas, entre outros. Esses resíduos são colocados na superfície do solo, no intervalo das linhas plantadas, com a função de protegê-lo da ação dos processos erosivos. • Vantagens: • Protege o solo contra o impacto das gotas de chuva. • Faz diminuir o escoamento da enxurrada. • Aumenta o teor de matéria orgânica, que promove maior resistência do solo ao processo erosivo. • No caso da erosão eólica, protege o solo contra a ação direta dos ventos e impede o transporte das partículas. • Contribui para a conservação do solo. • Diminui a temperatura do solo. • Diminui as perdas por evapotranspiração. • Melhora a estrutura do solo (camada superficial). • Estimula a atividade microbiana do solo. 17 Cultivos em nível • Consiste em dispor, além de todas as operações de cultivo e preparo do solo, as linhas de semeadura ou plantio no sentido transversal à pendente do terreno, através do uso de curvas de nível e linhas em contorno. • Para as linhas em contorno, o ideal é que elas estejam sempre no mesmo nível, acompanhando as curvas de nível ou, quando não for possível, que estejam próximas delas, porém, sempre transversais ao sentido da declividade. 18 Culturas em faixas• O cultivo em faixas consiste em implantar, de forma alternada, dentro de uma mesma área, espécies vegetais que apresentam diferentes características, especialmente diferentes coberturas de solo. • A espessura das faixas de cultivo varia de 20 a 40 metros. • Existem três tipos de culturas em faixas: faixas de retenção, faixas de rotação e faixas conjugadas 19 Culturas em faixas • Faixas de retenção: são alternadas com as faixas de culturas, com a finalidade de reduzir a velocidade do escoamento superficial da água, devendo apresentar uma grande densidade de plantas. 20 • Faixas de rotação: a área é dividida em várias faixas em nível, nas quais o plantio das culturas é feito em rotação anual, tanto no verão como no inverno. • Faixas conjugadas: consiste na associação das duas anteriores, no qual se realiza a rotação entre as faixas de culturas e entre as faixas de retenção. Adubação verde • Trata-se da utilização de plantas em rotação, sucessão ou consorciação com as culturas comerciais, em que se mantêm os resíduos na superfície do solo, visando à proteção superficial e auxiliando na melhoria das qualidades químicas, físicas e biológicas do solo. • Exemplos de culturas leguminosas utilizadas na adubação verde: feijão- deporco (Canavalia ensiformis L.), crotalária (Crotalarea juncea L.) e caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.). • Exemplos de culturas não leguminosas utilizadas na adubação verde: azevém (Lolium multiflorum Lam.), aveia (Avena sativa L.), cevada (Hordeum vulgare L.) e capim-sudão (Shorghum sudanense L.) 21 03/02/2025 Adubação verde Vantagens • Proteção do solo; • Aumento da taxa de infiltração de água no solo; • Aumento no teor de matéria orgânica do solo; • Menores oscilações de temperatura e evaporação; • Recuperação de solos degradados; • Ciclagem de nutrientes; • Aporte de nitrogênio através da fixação biológica; • Redução da população de plantas invasoras; • Potencial de utilização múltipla na propriedade. Desvantagens • Disseminação de pragas e doenças; • Período em que o solo fica sem cultivo comercial; • Alto custo das sementes; • Problemas com relação C/N elevada. 22 Reflorestamento • É a técnica de formar novas florestas em áreas que foram desmatadas. Essa prática é realizada em áreas que não possuem mais capacidade de regeneração natural da vegetação nativa. • Atualmente, uma forma de consorciar as atividades agrícolas com o reflorestamento e a conservação do solo, consiste na adoção de sistemas agroflorestais. 23 Reflorestamento • Sistemas agroflorestais (SAFs) são formas de uso do solo que combinam a produção agrícola com a conservação ambiental. Eles são uma alternativa ao modelo de produção agrícola tradicional. • Objetivos dos sistemas agroflorestais: • Formar sistemas produtivos ecológicos mais sustentáveis, com menor uso de insumos externos; • Diversificar o cultivo da terra, com a inclusão de plantas de ciclos curto, médio e longo, além da utilização de animais; • Diminuir os riscos de mercado para o agricultor, por meio de uma maior variedade de culturas e de espécies animais com valor econômico e de fácil comercialização; • Elevar a qualidade de vida do produtor; • Melhorar e diversificar a produção de alimentos e a oferta de serviços ambientais (polinização, ciclagem de água e nutrientes, além de fertilidade do solo, entre outros). 24 Reflorestamento • Sistemas silviagrícolas: são aqueles onde são cultivadas, simultaneamente, culturas agrícolas e espécies florestais; 25 • Sistemas silvipastoris: consistem na associação de pastagens, animais e árvores em uma mesma área, proporcionando um melhor aproveitamento da área, além de auxiliar na conservação do solo. • Sistemas agrosilvipastoris: são aqueles em que, na mesma área, estão associados o cultivo agrícola, espécies florestais e a criação de animais. Controle de voçorocas • Isolamento: o objetivo é suspender os fatores que provocam o aumento da voçoroca, a fim de evitar que a enxurrada continue erodindo o seu leito e desestabilizando os seus taludes. 26 • Recuperação: A recuperação de voçorocas depende muito da relação entre custo e benefício da prática adotada. • Estabilização: é uma prática utilizada quando não pode ser feita a sua recuperação total. É uma forma de recuperação lenta, que impede o aumento do canal e promove um controle gradativo da voçoroca Mulching vertical • Essa prática conservacionista adapta-se muito bem a solos bem drenados. Consiste na abertura de sulcos, construídos em nível e com cerca de 7,5 a 9,5 cm de largura, 40 cm de profundidade, espaçados, aproximadamente, em 10 m um do outro, os quais são preenchidos com restos vegetais. 27 03/02/2025 Adicionar um rodapé Terraceamento • É uma prática conservacionista, para o controle da erosão hídrica, na qual são construídas estruturas hidráulicas, constituídas de um canal e um camalhão, transversalmente ao sentido da declividade do terreno, chamadas terraços. Através disso, o comprimento do declive é seccionado, diminuindo a ação da enxurrada. • Para o sucesso do terraceamento, é necessário: • Conhecer o solo utilizado, principalmente suas condições de infiltração e drenagem de água. • Fazer um planejamento adequado das estradas e ramais, considerando o escoamento das águas de chuva de fora da gleba. • Garantir uma manutenção adequada dos terraços. 28 Terraceamento • Finalidade: • Terraço em nível, de absorção, de retenção ou de infiltração; • Terraço em gradiente ou de drenagem. • Sentido de deslocamento de terra na sua construção: • Terraço tipo Nichols; • Terraço tipo Mangum. 29 Os terraços são classificados de acordo com três critérios: finalidade, sentido de deslocamento de terra na sua construção e amplitude da faixa de movimentação de solo na construção. Terraceamento • Quanto à amplitude da faixa de movimentação de solo na construção: • Terraço de base estreita; • Terraço de base média; • Terraço de base larga; • Terraço patamar. 30 Terraceamento 31 Referências PES, Luciano Zucuni. Conservação do solo / Luciano Zucuni Pes, Diego Antonio Giacomini. – Santa Maria : Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Politécnico ; Rede e-Tec Brasil, 2017. BERTONI, J. & LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. Livro Ceres, SP. 1985. 32 03/02/2025 Adicionar um rodapé Obrigada! gilvanira.silva92@gmail.com 33 mailto:gilvanira.silva92@gmail.com Slide 1: Sistemas de preparo do solo Slide 2: Manejo do solo Slide 3: Preparo do solo Slide 4: Aração (lavração) Slide 5: Aração (lavração) Slide 6: Aração (lavração) Slide 7: Gradagem (gradeação) Slide 8: Subsolagem Slide 9: Escarificação Slide 10: Sistema de preparo convencional Slide 11: Sistema de preparo convencional Slide 12: Sistema de cultivo mínimo Slide 13: Sistema de plantio direto Slide 14: Sistemas de plantio direto Slide 15: Práticas conservacionistas no preparo de solo Slide 16 Slide 17: Cobertura morta Slide 18: Cultivos em nível Slide 19: Culturas em faixas Slide 20: Culturas em faixas Slide 21: Adubação verde Slide 22: Adubação verde Slide 23: Reflorestamento Slide 24: Reflorestamento Slide 25: Reflorestamento Slide 26: Controle de voçorocas Slide 27: Mulching vertical Slide 28: Terraceamento Slide 29: Terraceamento Slide 30: Terraceamento Slide 31: Terraceamento Slide 32: Referências Slide 33: Obrigada!