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1 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
 
 
Objetivos 
1. Compreender a morfofisiologia dos 
Nervos Cranianos; 
2. Entender a morfofidiologia do Trono 
Encefálico; 
 
Nervos Cranianos 
Os 12 pares de nervos cranianos recebem esse 
nome porque atravessam vários forames nos 
ossos do crânio e, com uma exceção, originam-
se no encéfalo dentro da cavidade craniana. 
Os nervos cranianos fazem parte do sistema 
nervoso periférico (SNP). Cada nervo craniano 
tem uma numeração e um nome. Os números 
indicam a ordem, de anterior para posterior, na 
qual os nervos se originam no encéfalo. Os 
nomes dos nervos cranianos descrevem sua 
distribuição, estrutura ou função. 
Todos os nervos distribuem-se pela cabeça e 
pescoço, com exceção do NC X, que também 
supre estruturas no tórax e no abdome. Os 
Nervos Cranianos são denominados: 
I. Olfatório 
II. Óptico 
III. Oculomotor 
IV. Troclear 
V. Trigêmeo 
VI. Abducente 
VII. Facial 
VIII. Vestibulococlear 
IX. Glossofaríngeo 
X. Vago 
XI. Acessório 
XII. Hipoglosso 
Organização dos nervos cranianos: 
↠ Os nervos olfatório, óptico e 
vestibulococlear são totalmente nervos 
sensitivos. 
↠ Os nervos oculomotor, troclear, abducente, 
acessório e hipoglosso são exclusivamente 
nervos motores. Os corpos celulares dos 
neurônios estão localizados em núcleos no 
encéfalo. Os axônios motores que inervam 
músculos esqueléticos são de dois tipos: 
1. Axônios motores faríngeos (branquiais) 
inervam músculos esqueléticos que se 
desenvolvem a partir dos arcos 
faríngeos (branquiais) . Esses neurônios 
deixam o encéfalo via nervos cranianos 
mistos e nervo acessório. 
2. Axônios motores somáticos inervam 
músculos esqueléticos que se 
desenvolvem a partir de somitos da 
cabeça (músculos dos olhos e da 
língua). Esses neurônios saem do 
encéfalo por cinco nervos cranianos 
motores (NC III, NC IV, NC VI, NC XI 
e NC XII). Axônios motores que 
inervam a musculatura lisa, o músculo 
cardíaco e as glândulas são 
denominados axônios motores 
autônomos e fazem parte da divisão 
parassimpática do sistema nervoso. 
↠ Os nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo e 
vago são nervos tanto sensitivos como motores 
são os nervos mistos. 
Os nervos cranianos possuem núcleos 
motores e/ou sensitivos centrais dentro do 
encéfalo, e fibras nervosas periféricas que 
emergem do encéfalo e saem do crânio para 
alcançar seus órgãos efetores ou sensitivos. 
APG 8 – Nervos Cranianos e Tronco Encefálico 
 2 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
Núcleos motores dos nervos cranianos 
Os núcleos motores dos nervos cranianos 
recebem impulsos do córtex cerebral por meio 
das fibras corticonucleares (corticobulbares). 
Essas fibras originam-se das células piramidais 
na parte inferior do giro pré-central (área 4) e 
da parte adjacente do giro pós-central. 
As fibras corticonucleares descem através da 
coroa radiada e do joelho da cápsula interna. 
Atravessam o mesencéfalo, imediatamente 
medial às fibras corticospinais na base do 
pedúnculo e terminam fazendo sinapses 
diretamente com os neurônios motores 
inferiores dentro dos núcleos dos nervos 
cranianos ou indiretamente através dos 
neurônios internunciais. 
Por conseguinte, as fibras corticonucleares 
constituem o neurônio de primeira ordem da 
via descendente, o neurônio internuncial 
constitui o neurônio de segunda ordem, e o 
neurônio motor inferior representa o neurônio 
de terceira ordem. 
As fibras corticonucleares para os núcleos dos 
nervos cranianos motores em sua maioria 
cruzam o plano mediano antes de alcançar os 
núcleos. Existem conexões bilaterais para 
todos os núcleos motores dos nervos cranianos, 
exceto para a parte do núcleo do nervo facial 
que supre os músculos da parte inferior da face 
e uma parte do núcleo do nervo hipoglosso, 
que supre o músculo genioglosso. 
Núcleos motores somáticos e 
branquiomotores: 
As fibras nervosas motoras somáticas e 
branquiomotoras de um nervo craniano são os 
axônios das células nervosas situadas dentro 
do encéfalo. Esses grupos de células nervosas 
formam núcleos motores e inervam o músculo 
estriado. Cada célula nervosa com seus 
prolongamentos é designada como neurônio 
motor inferior. Dessa forma, essa célula 
nervosa é equivalente às células motoras nas 
colunas cinzentas anteriores da medula 
espinal. 
Núcleos motores viscerais gerais 
Os núcleos motores viscerais gerais formam o 
fluxo eferente da parte parassimpática da 
divisão autônoma do sistema nervoso. Incluem 
o núcleo de Edinger-Westphal (núcleo 
visceral) do nervo oculomotor, os núcleos 
salivatório superior e lacrimal do nervo facial, 
o núcleo salivatório inferior do nervo 
glossofaríngeo e o núcleo posterior do nervo 
vago. Esses núcleos recebem fibras aferentes, 
incluindo vias descendentes do hipotálamo. 
 
Núcleos sensitivos dos nervos cranianos 
Os núcleos sensitivos dos nervos cranianos 
incluem núcleos aferentes somáticos e 
viscerais. As partes sensitivas ou aferentes de 
um nervo craniano são os axônios das células 
nervosas fora do encéfalo, que se localizam 
nos gânglios dos troncos nervosos 
(equivalentes ao gânglio sensitivo do nervo 
espinal), ou que podem estar situadas em um 
órgão sensitivo, como o nariz, o olho e a 
orelha. Essas células e seus prolongamentos 
formam o neurônio de primeira ordem. Os 
prolongamentos centrais dessas células entram 
no encéfalo e terminam fazendo sinapse com 
células que formam os núcleos sensitivos. 
Essas células e seus prolongamentos formam o 
neurônio de segunda ordem. Os axônios dessas 
células nucleares cruzam, então, a linha 
mediana e ascendem até outros núcleos 
sensitivos, como o tálamo, onde fazem sinapse. 
As células nervosas desses núcleos formam o 
neurônio de terceira ordem, e seus axônios 
terminam no córtex cerebral. 
 3 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVOS OLFATÓRIOS (NC I) 
Os nervos olfatórios originam-se das células 
nervosas receptoras olfatórias na túnica 
mucosa olfatória localizada na parte superior 
da cavidade nasal, acima do nível da concha 
nasal superior. As células receptoras olfatórias 
estão dispersas entre as células de sustentação. 
Cada célula receptora consiste em uma 
pequena célula nervosa bipolar com um 
prolongamento periférico grosso, que passa 
para a superfície da membrana, e um 
prolongamento central fino. A partir do 
prolongamento periférico grosso surgem 
diversos cílios curtos, os filamentos do nervo 
olfatório, que se projetam dentro do muco que 
recobre a superfície da túnica mucosa. Esses 
filamentos que se projetam reagem a odores 
no ar e estimulam as células olfatórias. 
Os prolongamentos centrais finos formam as 
fibras do nervo olfatório. Feixes dessas fibras 
nervosas atravessam os forames da lâmina 
cribriforme do etmoide para entrar no bulbo 
olfatório. As fibras do nervo olfatório são 
amielínicas e cobertas com células de 
Schwann. 
 
Bulbo olfatório 
Essa estrutura ovoide possui vários tipos de células nervosas, das quais a maior é a célula mitral. As 
fibras nervosas olfatórias aferentes fazem sinapse com os dendritos das células mitrais e formam áreas 
arredondadas, conhecidas como glomérulos sinápticos. Células nervosas menores, denominadas 
células em tufo e células granulares, também fazem sinapse com as células mitrais. Além disso, o 
bulbo olfatório recebe axônios provenientes do bulbo olfatório contralateral por meio do trato 
olfatório.canal, o aqueduto cerebral que une o III ao IV 
ventrículo. 
A parte do mesencéfalo situada dorsalmente ao 
aqueduto é o teto do mesencéfalo; 
ventralmente ao teto estão os dois pedúnculos 
cerebrais que, por sua vez, se dividem em uma 
parte dorsal, predominantemente celular, o 
tegmento, e outra ventral, formada de fibras 
longitudinais, a base do pedúnculo. 
Em uma secção transversal do mesencéfalo, 
vê-se que o tegmento é separado da base por 
uma área escura, a substância negra, formada 
por neurônios que contêm melanina. 
Correspondendo à substância negra na 
superfície do mesencéfalo, existem dois sulcos 
longitudinais: um lateral, sulco lateral do 
mesencéfalo, e outro medial, sulco medial do 
pedúnculo cerebral. Estes sulcos marcam, na 
superfície, o limite entre base e tegmento do 
pedúnculo cerebral. Do sulco medial emerge o 
nervo oculomolor, III par craniano. 
Teto do mesencéfalo: 
Em vertebrados inferiores, o teto do 
mesencéfalo é um centro nervoso muito 
importante, relacionado com a integração de 
várias funções sensoriais e motoras. Durante 
a evolução, parte de suas funções foi assumida 
pelo córtex cerebral, diminuindo 
consideravelmente sua importância nos 
mamíferos. O teto do mesencéfalo é 
constituído de quatro eminências, os coliculos 
superiores, relacionados com a via visual, e os 
colículos inferiores, relacionados com a via 
auditiva além da chamada área pré-tetal. 
 
Colículo superior: 
O colículo superior é fonnado por uma série de 
camadas superpostas, constituídas 
alternadamente por substância branca e 
cinzenta, sendo que a camada mais profunda 
confunde-se com a substância cinzenta central. 
Suas conexões são complexas, destacando-se 
entre elas: 
a) fibras oriundas da retina, que atingem o 
colículo pelo trato óptico e braço do 
coliculo superior; 
b) fibras oriundas do córtex occipital, que 
chegam ao colículo pela radiação óptica e 
braço do coliculo superior; 
c) fibras que formam o traio teto-espinhal e 
terminam fazendo sinapse com neurônios 
motores da medula cervical. 
O colículo superior é importante para certos 
reflexos que regulam os movimentos dos 
olhos. Para esta função, existem fibras ligando 
o colículo superior ao núcleo do nervo 
oculomotor, situado ventralmente no tegmento 
do mesencéfalo. Lesões dos colículos 
superiores podem causar perda da capacidade 
 34 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
de mover os olhos no sentido vertical, 
voluntária ou reflexamente. Isto ocorre, por 
exemplo, em certos tumores do corpo pineal 
que comprimem os colículos. 
Colículo inferior: 
O colículo inferior difere estruturalmente do 
superior por ser constituído de uma massa bem 
delimitada de substância cinzenta, o núcleo do 
coliculo inferior. Este núcleo recebe as fibras 
auditivas que sobem pelo lemnisco lateral e 
manda fibras ao corpo geniculado medial 
através do braço do colículo inferior. Algumas 
fibras cruzam de um colículo para outro 
constituindo a comissura do colículo inferior. 
O núcleo do colículo inferior é uma importante 
estrutura das vias auditivas. 
Área pré-tetal: 
Também chamada núcleo pré-tetal, é uma área 
de limites pouco definidos, situada na 
extremidade rostral dos colículos superiores, 
no limite do mesencéfalo com o diencéfalo. 
Relaciona-se com o controle reflexo das 
pupilas. 
Base do pedúnculo cerebral: 
A base do pedúnculo é formada pelas fibras 
descendentes dos tratos corticoespinhal, 
cortíconuclear e corticopontino, que formam 
um conjunto compacto. Estas fibras têm 
localizações precisas na base do pedúnculo 
cerebral, sabendo-se, inclusive, a localização 
das fibras corticoespinhais, responsáveis pela 
motricidade de cada parte do corpo. 
Em vista do grande número de fibras 
descendentes que percorrem a base dos 
pedúnculos cerebrais, lesões aí localizadas 
causam paralisias que se manifestam do lado 
oposto ao da lesão. 
 
Tegmento do mesencéfalo: 
O tegmento do mesencéfalo é uma continuação 
do tegmento da ponte. 
• Substância cinzenta homóloga à da 
medula: No tegmento do mesencéfalo 
estão os núcleos dos pares cranianos III, IV 
e V. 
Núcleo do nervo troclear: O núcleo do 
nervo troclear está localizado no colículo 
inferior, ventral à substância cinzenta 
central e dorsal ao fascículo longitudinal 
medial. Suas fibras emergem da face 
dorsal, contornam a substância cinzenta 
central, cruzam com as do lado oposto e 
emergem do véu medular superior, abaixo 
do colículo inferior. O nervo troclear 
inerva o músculo oblíquo superior. 
Núcleo do nervo oculomotor: O núcleo 
do nervo oculomotor está localizado no 
nível do colículo superior e está ligado ao 
fascículo longitudinal medial. Ele é 
complexo, composto por várias partes, 
também conhecido como complexo 
oculomotor. Funcionalmente, pode ser 
dividido em uma parte somática e uma 
parte visceral. A parte somática contém 
neurônios motores que inervam músculos 
específicos, enquanto a parte visceral 
inclui o núcleo de Edinger-Westphal, 
responsável pela inervação dos músculos 
ciliar e esfíncter da pupila. Essas fibras são 
do sistema parassimpático craniano e 
controlam o diâmetro da pupila em 
resposta à luz. 
Substância cinzenta própria do 
mesencéfalo: Nessa categoria situam-se 
dois núcleos importantes, ambos 
relacionados com a atividade motora 
 35 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
somática: o núcleo rubro e a substância 
negra. 
Núcleo rubro: O núcleo rubro, chamado 
assim pela sua tonalidade rosada, é 
envolvido pelas fibras do pedúnculo 
cerebelar superior e recebe influências do 
cerebelo e do córtex cerebral. Ele 
desempenha um papel importante no 
controle da motricidade somática, 
enviando fibras para a medula através do 
trato rubroespinhal, que controla a 
musculatura distal dos membros. Além 
disso, está conectado ao complexo olivar 
inferior por meio das fibras rubro-olivares, 
contribuindo para o circuito rubro-olivo-
cerebelar. 
Substância negra: A substância negra é 
um núcleo compacto situado entre o 
tegmento e a base do pedúnculo cerebral, 
conhecido pela sua coloração escura 
devido à presença de melanina nos 
neurônios. Estes neurônios são 
dopaminérgicos, ou seja, 
utilizam dopamina como 
neurotransmissor. A 
substância negra estabelece 
conexões importantes com o 
corpo estriado, tanto através 
de fibras nigro-estriatais 
quanto estriado-nigrais, sendo 
as primeiras dopaminérgicas. 
A degeneração desses 
neurônios dopaminérgicos na 
substância negra resulta na 
redução de dopamina no 
corpo estriado, causando os 
sintomas motores da Doença 
de Parkinson. 
Substância cinzenta central 
ou periaquedutal: A 
substância cinzenta central ou 
periaquedutal é uma massa 
espessa de substância cinzenta 
que circunda o aqueduto 
cerebral. Tem papel importante na 
regulação da dor. 
• Substância branca: Na substância branca 
do mesencéfalo, a maioria das fibras 
descendentes passa pela base do pedúnculo 
cerebral, enquanto as fibras ascendentes 
percorrem o tegmento. Os feixes 
ascendentes incluem os quatro lemniscos e 
o pedúnculo cerebelar superior, que se 
cruzam no colículo inferior. Os quatro 
lemniscos se agrupam em uma faixa lateral 
do tegmento, com disposição mediolateral 
dos lemniscos medial, espinhal, trigeminal 
e lateral. 
• Formação reticular: Duas estruturas 
merecem destaque na formação reticular 
do mesencéfalo, a área tegmentar 
ventral, com neurônios ricos em 
dopamina, e os núcleos da rafe, 
continuação de estnituras de mesmo nome 
da ponte, contendo neurônios ricos em 
serotonina.Trato olfatório 
Essa faixa estreita de substância branca surge da extremidade posterior do bulbo olfatório, abaixo da 
face inferior do lobo frontal do cérebro. É constituída pelos axônios das células mitrais e em tufo do 
bulbo olfatório, e por algumas fibras centrífugas do bulbo olfatório oposto. 
 5 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
Quando o trato olfatório alcança a substância perfurada anterior, divide-se em estrias olfatórias medial 
e lateral. A estria lateral conduz os axônios até a área olfatória do córtex cerebral, isto é, áreas 
periamigdaloide e pré-piriforme. A estria olfatória medial conduz as fibras que cruzam o plano 
mediano na comissura anterior até o bulbo olfatório do lado oposto. 
As áreas periamigdaloide e pré-piriforme do córtex cerebral são frequentemente conhecidas como 
córtex olfatório primário. A área entorrinal (área 28) do giro para-hipocampal, que recebe numerosas 
conexões do córtex olfatório primário, é denominado córtex olfatório secundário. Essas áreas do 
córtex são responsáveis pelo reconhecimento das sensações olfatórias. Observe que, diferentemente 
de todas as outras vias sensitivas, a via aferente olfatória possui apenas dois neurônios e alcança o 
córtex cerebral sem fazer sinapse em um dos núcleos talâmicos. 
O córtex olfatório primário envia fibras nervosas para muitos outros centros dentro do encéfalo, de 
modo a estabelecer conexões para as respostas emocionais e autonômicas às sensações olfatórias. 
 
 
 
 
 6 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO ÓPTICO (NC II) 
As fibras do nervo óptico são os axônios das 
células do estrato ganglionar da retina. 
Convergem para o disco do nervo óptico e 
saem do olho, aproximadamente 3 ou 4 mm do 
lado nasal do seu centro, como o nervo óptico. 
 
As fibras do nervo óptico são mielinizadas, 
porém as bainhas são formadas a partir de 
oligodendrócitos, em vez de células de 
Schwann, visto que o nervo óptico é 
comparável a um trato dentro do sistema 
nervoso central. O nervo óptico deixa a 
cavidade orbital através do canal óptico e une-
se ao nervo óptico do lado oposto para formar 
o quiasma óptico. 
 
Quiasma óptico: 
O quiasma óptico se situa na junção da parede anterior e do assoalho do terceiro ventrículo. Seus 
ângulos anterolaterais são contínuos com os nervos ópticos, enquanto os ângulos posterolaterais são 
contínuos com os tratos ópticos. No quiasma, as fibras da metade nasal (medial) de cada retina, 
incluindo a metade nasal da mácula, cruzam a linha mediana e entram no trato óptico do lado oposto, 
enquanto as fibras da metade temporal (lateral) de cada retina, incluindo a metade temporal da 
mácula, passam posteriormente no trato óptico do mesmo lado. 
 
Trato óptico: 
O trato óptico emerge do quiasma óptico e segue posterolateralmente em torno do pedúnculo cerebral. 
A maioria das fibras termina fazendo sinapse com células nervosas no corpo geniculado lateral, que 
é uma pequena projeção da parte posterior do tálamo. Algumas das fibras seguem até o núcleo pré-
tetal e até o colículo superior do mesencéfalo, e estão relacionadas com os reflexos fotomotores. 
 
Corpo geniculado lateral: 
O corpo geniculado lateral é uma pequena tumefação oval, que se projeta a partir do pulvinar do 
tálamo. Consiste em seis estratos de células, com as quais os axônios do trato óptico fazem sinapses. 
Os axônios das células nervosas dentro do corpo geniculado o deixam para formar a radiação óptica. 
 7 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
Radiação óptica: 
As fibras da radiação óptica são constituídas pelos 
axônios das células nervosas do corpo geniculado 
lateral. O trato segue um trajeto posterior através 
da parte retrolenticular da cápsula interna e 
termina no córtex visual (área 17), que ocupa os 
lábios superior e inferior do sulco calcarino, na 
face medial do hemisfério cerebral. O córtex de 
associação visual (áreas 18 e 19) é responsável 
pelo reconhecimento de objetos e pela percepção 
das cores. 
Neurônios da via visual e da visão binocular: 
Os impulsos visuais são conduzidos por quatro 
neurônios até o córtex visual: (1) bastonetes e 
cones, que são neurônios receptores 
especializados na retina; (2) neurônios bipolares, 
que conectam os bastonetes e os cones com as 
células ganglionares; (3) células ganglionares, 
cujos axônios seguem até o corpo geniculado 
lateral; e (4) neurônios do corpo geniculado 
lateral, cujos axônios seguem para o córtex cerebral. 
 
No campo visual de cada olho, a metade nasal (hemicampo nasal) é projetada para a hemirretina 
temporal, enquanto a metade temporal (hemicampo temporal) é projetada na hemirretina nasal. 
Entretanto, os campos visuais de ambos os olhos se sobrepõem consideravelmente em suas metades 
nasais, permitindo a visão binocular estereoscópica central. 
No quiasma óptico, os axônios das duas metades nasais das retinas dos dois olhos cruzam a linha 
média, e são combinados com os axônios da metade temporal da retina do mesmo lado para formar 
o trato óptico. 
Os neurônios do corpo geniculado lateral projetam todo o campo visual direito no córtex visual do 
hemisfério esquerdo e o campo visual esquerdo no córtex visual do hemisfério direito. 
Os quadrantes retinianos inferiores (campo de visão superior) projetam-se na parede inferior do sulco 
calcarino, enquanto os quadrantes retinianos superiores (campo de visão inferior) projetam-se na 
parede superior do sulco. 
 
 
 8 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
Reflexos visuais: 
Diversas vias neuronais únicas exercem controle 
involuntário sobre a visão para uma função visual 
ideal, proteção e processamento cognitivo. 
 
Reflexos fotomotores direto e consensual: 
Se uma luz incidir em um olho, ocorre normalmente 
constrição das pupilas dos dois olhos. A constrição 
da pupila iluminada é denominada reflexo fotomotor 
direto; a constrição da pupila oposta, mesmo apesar 
da ausência de luz sobre aquele olho, é denominada 
reflexo fotomotor consensual. 
Os impulsos aferentes seguem pelo nervo óptico, 
quiasma óptico e trato óptico. Aqui, um pequeno 
número de fibras deixa o trato óptico e faz sinapse 
com células nervosas no núcleo pré-tetal, situado 
próximo ao colículo superior. Os impulsos são passados por axônios das células nervosas pré-tetais 
até os núcleos parassimpáticos (núcleos de Edinger-Westphal) do terceiro nervo craniano em ambos 
os lados. Neste local, as fibras fazem sinapse, e os nervos parassimpáticos seguem pelo terceiro nervo 
craniano até o gânglio ciliar na órbita. Por fim, as fibras parassimpáticas pós-ganglionares percorrem 
os nervos ciliares curtos até o bulbo do olho e o músculo esfíncter da pupila da íris. As duas pupilas 
sofrem constrição no reflexo fotomotor consensual, uma vez que o núcleo pré-tetal envia fibras para 
os núcleos parassimpáticos nos dois lados do mesencéfalo. As fibras que cruzam o plano mediano o 
fazem próximo ao aqueduto do mesencéfalo na comissura posterior. 
 
Reflexo de acomodação: 
Quando os olhos são dirigidos de um objeto distante para outro perto, a contração dos músculos retos 
mediais do bulbo do olho produz convergência dos eixos oculares; ocorre espessamento da lente para 
aumentar a sua potência refrativa por meio de contração do músculo ciliar; as pupilas se contraem 
para restringir as ondas de luz à parte central mais espessa da lente. 
Os impulsos aferentes seguem pelo nervo óptico, quiasma óptico, trato óptico, corpo geniculado 
lateral e radiação óptica até o córtex visual. O córtex visual estáconectado com o campo ocular do 
córtex frontal. A partir deste local, fibras corticais descem através da cápsula interna para os núcleos 
oculomotores no mesencéfalo. 
O nervo oculomotor segue o seu trajeto até os músculos retos mediais do bulbo do olho. Algumas das 
fibras corticais descendentes fazem sinapse com os núcleos parassimpáticos (núcleos de Edinger-
 9 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
Westphal) do terceiro nervo craniano em ambos os lados. Aqui, as fibras fazem sinapse, e os nervos 
parassimpáticos seguem por meio do terceiro nervo craniano até o gânglio ciliar na órbita. 
Por fim, fibras parassimpáticas pós-ganglionares seguem pelos nervos ciliares curtos até o músculo 
ciliar e o músculo esfíncter da pupila da íris. 
 
Reflexo corneopalpebral: 
Um toque leve na córnea ou na conjuntiva resulta 
em piscar das pálpebras. Impulsos aferentes da 
córnea ou da conjuntiva seguem um percurso pelo 
nervo oftálmico, um ramo do nervo trigêmeo, até o 
núcleo sensitivo do nervo trigêmeo. Neurônios 
internunciais conectam-se com o núcleo motor do 
nervo facial nos dois lados por meio do fascículo 
longitudinal medial. O nervo facial e seus ramos 
suprem o músculo orbicular do olho, que produz 
fechamento das pálpebras. 
 
Reflexos corporais visuais: 
Os movimentos automáticos de varredura dos 
olhos e da cabeça que são realizados durante a 
leitura, os movimentos automáticos dos olhos, da cabeça e do pescoço em direção à fonte do estímulo 
visual e o fechamento do protetor dos olhos e até mesmo a elevação do braço como forma de proteção 
constituem ações reflexas que envolvem os seguintes arcos reflexos. Os impulsos visuais seguem os 
nervos ópticos, o quiasma óptico e os tratos ópticos até os colículos superiores. Neste local, os 
impulsos são retransmitidos aos tratos tetospinal e tetobulbar (tetonuclear), e aos neurônios das 
colunas cinzentas anteriores da medula espinal e núcleos motores cranianos. 
 
Reflexo cutâneo pupilar: 
A pupila dilata-se se a pele for estimulada por um beliscão doloroso. Acredita-se que as fibras 
sensitivas aferentes tenham conexões com os neurônios simpáticos pré-ganglionares eferentes nas 
colunas cinzentas intermédias do primeiro e segundo segmentos torácicos da medula espinal. Os 
ramos comunicantes brancos desses segmentos seguem até o tronco simpático, e as fibras pré-
ganglionares ascendem até o gânglio simpático cervical superior. As fibras pós-ganglionares seguem 
através do plexo carótico interno, nervos ciliares longos e nervos ciliares curtos até o músculo 
dilatador da pupila da íris. 
 
 10 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO OCULOMOTOR (NC III) 
O nervo oculomotor desempenha uma função exclusivamente motora. 
Núcleos do nervo oculomotor: O nervo oculomotor possui dois núcleos motores: (1) o núcleo motor 
principal e (2) o núcleo acessório parassimpático. 
O núcleo principal do nervo oculomotor está localizado na parte anterior da substância cinzenta que 
circunda o aqueduto do mesencéfalo. Situa-se no nível do colículo superior. O núcleo é constituído 
por grupos de células nervosas que suprem todos os músculos extrínsecos do olho, com exceção dos 
músculos oblíquo superior e reto lateral do bulbo do olho. 
As fibras nervosas eferentes seguem anteriormente através do núcleo rubro e emergem na face 
anterior do mesencéfalo, na fossa interpeduncular. 
O núcleo principal do nervo oculomotor recebe fibras corticonucleares de ambos os hemisférios 
cerebrais. Recebe fibras tetobulbares do colículo superior e, por meio dessa via, recebe informações 
do córtex visual. Recebe também fibras do fascículo longitudinal medial, por meio do qual está 
conectado aos núcleos do quarto, sexto e oitavo nervos cranianos. 
O núcleo acessório parassimpático (núcleo de Edinger-Westphal) se situa posteriormente ao núcleo 
principal do nervo oculomotor. Os axônios das células nervosas, que são pré-ganglionares, 
acompanham as outras fibras oculomotoras para a órbita. Neste local, fazem sinapse no gânglio ciliar, 
enquanto as fibras pós-ganglionares seguem pelos nervos ciliares curtos até o músculo esfíncter da 
pupila da íris e os músculos ciliares. 
O núcleo acessório parassimpático recebe fibras corticonucleares para o reflexo de acomodação e 
fibras do núcleo pré-tetal para os reflexos fotomotores direto e consensual. 
 
Trajeto do nervo oculomotor: 
O nervo oculomotor emerge na face anterior do mesencéfalo. Segue para frente, entre as artérias 
cerebral posterior e cerebelar superior. Em seguida, prossegue na fossa média do crânio, na parede 
lateral do seio cavernoso. Aqui, divide-se em ramos superior e inferior, que entram na cavidade orbital 
através da fissura orbital superior. 
O nervo oculomotor supre os seguintes músculos extrínsecos do olho: levantador da pálpebra 
superior, reto superior, reto medial, reto inferior e oblíquo inferior do bulbo do olho. Além disso, por 
meio de seu ramo para o gânglio ciliar e os nervos ciliares curtos, o nervo oculomotor supre fibras 
nervosas parassimpáticas para os seguintes músculos intrínsecos: esfíncter pupilar da íris e músculos 
ciliares. 
Por conseguinte, o nervo oculomotor é exclusivamente motor e é responsável pelo levantamento da 
pálpebra superior; pelo movimento do olho para cima, para baixo e medialmente; pela constrição da 
pupila; e pela acomodação do olho. 
 
 11 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO TROCLEAR (NC IV) 
O nervo troclear desempenha uma função totalmente motora. 
Núcleo do nervo troclear: 
O núcleo do nervo troclear situa-se na parte anterior da substância cinzenta que circunda o aqueduto 
do mesencéfalo. Situa-se inferiormente ao núcleo do nervo oculomotor, no nível do colículo inferior. 
Após deixarem o núcleo, as fibras nervosas seguem um trajeto posterior, em torno da substância 
cinzenta central, para alcançar a face posterior do mesencéfalo. 
O núcleo do nervo troclear recebe fibras corticonucleares de ambos os hemisférios cerebrais. Recebe 
as fibras tetobulbares, que o conectam com o córtex visual por meio do colículo superior. Recebe 
também fibras do fascículo longitudinal medial, por meio do qual está conectado aos núcleos do 
terceiro, sexto e oitavo nervos cranianos. 
 
Trajeto do nervo coclear: 
O nervo coclear, que é o mais delgado dos nervos cranianos e o único a deixar a face posterior do 
tronco encefálico, emerge do mesencéfalo e decussa imediatamente com o nervo do lado oposto. O 
nervo troclear segue para frente através da fossa média do crânio, na parede lateral do seio cavernoso, 
e entra na órbita por meio da fissura orbital superior. O nervo supre o músculo oblíquo superior do 
bulbo do olho. É exclusivamente motor e ajuda a girar o olho para baixo e lateralmente. 
 
 
 12 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO TRIGÊMEO (NC V) 
O nervo trigêmeo é o maior nervo craniano e contém 
fibras tanto sensitivas como motoras. É o nervo sensitivo 
da maior parte da cabeça e o nervo motor para diversos 
músculos, incluindo os da mastigação. 
Núcleos do nervo trigêmeo: O nervo trigêmeo contém 
quatro núcleos: (1) o núcleo sensitivo principal, (2) o 
núcleo espinal, (3) o núcleo mesencefálico e (4) o núcleo 
motor. 
Núcleo sensitivo principal: O núcleo sensitivo principal 
situa-se na parte posterior da ponte, lateralmente ao 
núcleo motor. É contínuo inferiormente com o núcleo 
espinal 
Núcleo espinal: O núcleo espinal é contínuo 
superiormente com o núcleo principal na ponte e estende-
se inferiormente por toda a extensão do bulbo e naparte 
superior da medula espinal, até o segundo segmento 
cervical. 
Núcleo mesencefálico: O núcleo mesencefálico é composto de uma coluna de células nervosas 
unipolares situada na parte lateral da substância cinzenta, em torno do aqueduto do mesencéfalo. 
Estende-se inferiormente na ponte até o núcleo principal. 
Núcleo motor: O núcleo motor situa-se na ponte, medialmente ao núcleo sensitivo principal. 
Componentes sensitivos do núcleo trigêmeo: As sensações de dor, temperatura, toque e pressão da 
pele da face e mucosas seguem ao longo de axônios cujos corpos celulares estão situados no gânglio 
sensitivo trigeminal ou semilunar. Os prolongamentos centrais dessas células formam a grande raiz 
sensitiva do nervo trigêmeo. Cerca da metade das fibras divide-se em ramos ascendente e descendente 
quando entram na ponte; o restante ascende ou desce sem qualquer divisão. Os ramos ascendentes 
terminam no núcleo principal, enquanto os ramos descendentes terminam no núcleo espinal. As 
sensações de toque e pressão são conduzidas por fibras nervosas que terminam no núcleo sensitivo 
principal. As sensações de dor e temperatura passam para o núcleo espinal. As fibras sensitivas do 
nervo oftálmico, um ramo do ramo trigêmeo, terminam na parte inferior do núcleo espinal; as fibras 
do nervo maxilar terminam na parte intermediária do núcleo espinal; e as fibras do nervo mandibular 
terminam na parte superior do núcleo espinal. 
Os impulsos proprioceptivos dos músculos da mastigação e dos músculos faciais e extraoculares são 
conduzidos por fibras na raiz sensitiva do nervo trigêmeo que contornaram o gânglio trigeminal ou 
semilunar. As células de origem das fibras consistem nas células unipolares do núcleo mesencefálico. 
Os axônios dos neurônios nos núcleos principal e espinal e os prolongamentos centrais das células no 
núcleo mesencefálico cruzam agora o plano mediano e ascendem como lemnisco trigeminal para 
 13 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
terminar nas células nervosas do núcleo ventral posteromedial do tálamo. Os axônios dessas células 
seguem agora o seu trajeto pela cápsula interna até o giro pós-central (áreas 3, 1 e 2) do córtex 
cerebral. 
 
Componente motor do nervo trigêmeo: O núcleo motor 
recebe fibras corticonucleares de ambos os hemisférios 
cerebrais. Recebe também fibras da formação reticular, do 
núcleo rubro, do teto e do fascículo longitudinal medial. 
Além disso, recebe fibras do núcleo mesencefálico, 
formando, assim, um arco reflexo monossináptico. 
As células do núcleo motor dão origem aos axônios que 
formam a raiz motora. O núcleo motor supre os músculos 
da mastigação, o músculo tensor do tímpano, o músculo 
tensor do véu palatino, o músculo milo-hióideo e o ventre 
anterior do músculo digástrico. 
 
Trajeto do nervo trigêmeo: O nervo trigêmeo deixa a face anterior da ponte na forma de uma 
pequena raiz motora e uma grande raiz sensitiva. O nervo segue para a frente, deixando a fossa 
posterior do crânio e repousa sobre a face superior do ápice da parte petrosa do temporal, na fossa 
média do crânio. A grande raiz sensitiva se expande agora, formando o gânglio trigeminal em forma 
de crescente, que se localiza dentro de uma bolsa da dura-máter, denominada cavidade trigeminal ou 
de Meckel. Os nervos oftálmico, maxilar e mandibular originam-se da margem anterior do gânglio. 
O nervo oftálmico (V1) contém apenas fibras sensitivas e deixa o crânio através da fissura orbital 
superior para entrar na cavidade orbital. O nervo maxilar (V2) também contém apenas fibras 
sensitivas e deixa o crânio através do forame redondo. O nervo mandibular (V3) contém fibras tanto 
sensitivas como motoras e deixa o 
crânio através do forame oval. 
As fibras sensitivas de cada divisão 
para a pele da face suprem uma 
zona distinta, havendo pouca ou 
nenhuma superposição dos 
dermátomos (em comparação com 
a superposição dos dermátomos 
dos nervos espinais). Conforme 
assinalado anteriormente, as fibras 
motoras do nervo mandibular 
distribuem-se principalmente para 
os músculos da mastigação. 
 
 
 14 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO ABDUCENTE (NC VI) 
O nervo abducente é um pequeno nervo motor que supre o músculo reto lateral do bulbo do olho. 
 
Núcleo do nervo abducente: O pequeno 
núcleo motor situa-se embaixo do assoalho 
da parte superior do quarto ventrículo, 
próximo à linha média e abaixo do colículo 
facial. O núcleo recebe fibras aferentes 
corticonucleares de ambos os hemisférios 
cerebrais. Recebe o trato tetobulbar do 
colículo superior, por meio do qual o córtex 
visual está conectado ao núcleo. Recebe 
também fibras do fascículo longitudinal 
medial por meio do qual está conectado aos 
núcleos do terceiro, quarto e oitavo nervos 
cranianos. 
 
Trajeto do nervo abducente 
As fibras do nervo abducente seguem um 
trajeto anterior pela ponte e emergem no 
sulco entre a margem inferior da ponte e o 
bulbo. Dirige-se para frente através do seio 
cavernoso, situando-se abaixo e 
lateralmente à artéria carótida interna. Em 
seguida, o nervo entra na órbita por meio da 
fissura orbital superior. O nervo abducente é 
um nervo exclusivamente motor, que supre 
o músculo reto lateral do bulbo do olho e, 
portanto, é responsável pela rotação lateral 
do olho. 
 
 
 15 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO FACIAL (NC VII) 
O nervo facial é um nervo tanto motor como sensitivo. 
Núcleos do nervo facial: O nervo facial possui três núcleos: (1) o núcleo motor principal, (2) os 
núcleos parassimpáticos e (3) o núcleo sensitivo. 
 
Núcleo motor principal: O núcleo motor principal situa-se profundamente na formação reticular da 
parte inferior da ponte. A parte do núcleo que supre os músculos da parte superior da face recebe 
fibras corticonucleares de ambos os hemisférios cerebrais. A parte do núcleo que supre os músculos 
da parte inferior da face recebe apenas fibras corticonucleares do hemisfério cerebral oposto. 
Essas vias explicam o controle voluntário dos músculos faciais. Entretanto, existe outra via 
involuntária; é separada e controla as mudanças miméticas ou emocionais da expressão facial. Essa 
outra via constitui parte da formação reticular. 
 
Núcleos parassimpáticos: Os núcleos parassimpáticos situam-se posterolateralmente ao núcleo 
motor principal. Incluem os núcleos salivatório superior e lacrimal. O núcleo salivatório superior 
recebe fibras aferentes do hipotálamo por meio das vias autonômicas descendentes. Informações 
sobre a gustação também são recebidas a partir do núcleo do trato solitário provenientes da cavidade 
oral. 
O núcleo lacrimal recebe fibras aferentes do hipotálamo para respostas emocionais e dos núcleos 
sensitivos do nervo trigêmeo para o lacrimejamento reflexo secundário à irritação da córnea ou da 
conjuntiva. 
 
Núcleo sensitivo: O núcleo sensitivo 
constitui a parte superior do núcleo do 
trato solitário e situa-se próximo ao 
núcleo motor. As sensações gustatórias 
seguem por meio dos axônios periféricos 
das células nervosas situadas no gânglio 
geniculado no sétimo nervo craniano. Os 
prolongamentos centrais dessas células 
fazem sinapse com as células nervosas do 
núcleo. Fibras eferentes cruzam o plano 
mediano e ascendem até o núcleo ventral 
posteromedial do tálamo oposto e até 
vários núcleos hipotalâmicos. A partir do 
tálamo, os axônios das células talâmicas 
 16 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
atravessam a cápsula interna e a coroa radiada para terminar na área gustatória do córtex,na parte 
inferior do giro pós-central. 
 
Trajeto do nervo facial: 
O nervo facial é constituído por uma raiz 
motora e uma raiz sensitiva. As fibras da 
raiz motora seguem primeiro 
posteriormente em torno do lado medial do 
núcleo do nervo abducente. Em seguida, 
passam em torno do núcleo, embaixo do 
colículo facial no assoalho do quarto 
ventrículo e, por fim, seguem 
anteriormente para emergir do tronco 
encefálico. 
A raiz sensitiva (nervo intermédio) é 
formada pelos prolongamentos centrais 
das células unipolares do gânglio 
geniculado. Contém também as fibras 
parassimpáticas pré-ganglionares 
eferentes dos núcleos parassimpáticos. 
As duas raízes do nervo facial emergem da 
face anterior do encéfalo, entre a ponte e o 
bulbo. Seguem lateralmente na fossa 
posterior do crânio com o nervo 
vestibulococlear e entram no meato acústico interno, na parte petrosa do temporal. No fundo do 
meato, o nervo entra no canal do nervo facial e segue lateralmente pela orelha interna. Ao alcançar a 
parede medial da cavidade timpânica, o nervo se expande para formar o gânglio geniculado sensitivo 
e faz uma curva acentuada para trás, sobre o promontório. Na parede posterior da cavidade timpânica, 
o nervo facial curva-se para baixo, no lado medial do ádito ao antro mastóideo, desce atrás da 
pirâmide e emerge a partir do forame estilomastóideo. 
Distribuição do nervo facial: 
O núcleo motor supre os músculos da expressão facial, os músculos auriculares, o músculo estapédio, 
o ventre posterior do músculo digástrico e o músculo estilo-hióideo. 
O núcleo salivatório superior supre as glândulas salivares submandibulares e sublinguais e as 
glândulas nasais e palatinas. O núcleo lacrimal supre a glândula lacrimal. 
O núcleo sensitivo recebe fibras gustatórias dos dois terços anteriores da língua, do assoalho da boca 
e do palato. 
 17 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO VESTIBULOCOCLEAR (NC VIII) 
Esse nervo consiste em duas partes distintas, o nervo vestibular e o nervo coclear, que estão 
implicados na transmissão das informações aferentes da orelha interna para o sistema nervoso central. 
Nervo vestibular: O nervo vestibular conduz impulsos nervosos do utrículo e do sáculo, que 
fornecem informações sobre a posição da cabeça; o nervo também conduz impulsos dos canais 
semicirculares, que fornecem informações sobre os movimentos da cabeça. 
As fibras nervosas do nervo vestibular constituem os prolongamentos centrais de células nervosas 
localizadas no gânglio vestibular, localizado no meato acústico interno. Essas fibras entram na face 
anterior do tronco encefálico em um sulco entre a margem inferior da ponte e a parte superior do 
bulbo. Quando entram no complexo nuclear vestibular, as fibras dividem-se em fibras ascendentes 
curtas e descendentes longas; um pequeno número de fibras segue diretamente para o cerebelo por 
meio do pedúnculo cerebelar inferior, contornando os núcleos vestibulares. 
 
Complexo nuclear vestibular: Esse complexo é constituído 
por um grupo de núcleos situados embaixo do assoalho do 
quarto ventrículo. Podem ser reconhecidos quatro núcleos: 
(1) o núcleo vestibular lateral, (2) o núcleo vestibular 
superior, (3) o núcleo vestibular medial e (4) o núcleo 
vestibular inferior. 
Os núcleos vestibulares recebem fibras aferentes do utrículo 
e sáculo e dos canais semicirculares por meio do nervo 
vestibular, bem como fibras do cerebelo por meio do 
pedúnculo cerebelar inferior. As fibras eferentes dos núcleos 
seguem para o cerebelo por meio do pedúnculo cerebelar inferior. As fibras eferentes também 
descem, não cruzadas, até a medula espinal a partir do núcleo vestibular lateral e formam o trato 
vestibulospinal. Além disso, fibras eferentes seguem para os núcleos dos nervos oculomotor, troclear 
e abducente por meio do fascículo longitudinal medial. 
Essas conexões possibilitam a coordenação dos movimentos 
da cabeça e dos olhos, de modo que a fixação visual em um 
objeto possa ser mantida. Além disso, as informações 
recebidas da orelha interna podem ajudar a manter o 
equilíbrio, influenciando o tônus muscular dos membros e do 
tronco. 
As fibras ascendentes também seguem para cima dos núcleos 
vestibulares até o córtex cerebral, a área vestibular no giro 
pós-central, imediatamente acima do sulco lateral. Acredita-
se que essas fibras sejam retransmitidas nos núcleos ventrais 
posteriores do tálamo. O córtex cerebral provavelmente atua 
para orientar o indivíduo conscientemente no espaço. 
 18 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
Nervo coclear: O nervo coclear conduz impulsos 
nervosos relacionados com o som a partir do 
órgão espiral (de Corti) na cóclea. As fibras de 
nervo coclear são os prolongamentos centrais de 
células nervosas localizadas no gânglio espiral da 
cóclea. Entram na face anterior do tronco 
encefálico, na margem inferior da ponte, no lado 
lateral do nervo facial emergente, separadas desse 
pelo nervo vestibular. Ao entrarem na ponte, as 
fibras nervosas se dividem e um dos ramos entra 
no núcleo coclear posterior, enquanto o outro 
ramo entra no núcleo coclear anterior. 
 
Núcleos cocleares: Os núcleos cocleares anterior e posterior estão localizados na superfície do 
pedúnculo cerebelar inferior. Recebem fibras aferentes da cóclea por meio do nervo coclear. Os 
núcleos cocleares enviam axônios (fibras de neurônios de segunda ordem), que seguem medialmente 
através da ponte para terminar no corpo trapezoide e núcleo olivar. Aqui, são retransmitidos no núcleo 
posterior do corpo trapezoide e núcleo olivar superior no mesmo lado ou no lado oposto. Agora, os 
axônios ascendem por meio da parte posterior da ponte e mesencéfalo e formam um trato, conhecido 
como lemnisco lateral. Consequentemente, cada lemnisco lateral consiste em neurônios de terceira 
ordem dos dois lados. À medida que essas fibras ascendem, algumas delas são retransmitidas em 
pequenos grupos de células nervosas, coletivamente denominados núcleo do lemnisco lateral. 
Ao alcançar o mesencéfalo, as fibras do lemnisco lateral terminam no núcleo do colículo inferior ou 
são retransmitidas no corpo geniculado medial e seguem para o córtex auditivo do hemisfério 
cerebral, por meio da radiação acústica da cápsula interna. 
Trajeto do nervo vestibulococlear: As partes vestibular e coclear do nervo deixam a face anterior 
do tronco encefálico, entre a margem inferior da ponte e o bulbo. Seguem um percurso lateral na fossa 
posterior do crânio e entram no meato acústico interno com o nervo facial. Em seguida, as fibras 
distribuem-se para as diferentes partes da orelha interna. 
 
 
 
 19 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO GLOSSOFARÍNGEO (NC IX) 
O nervo glossofaríngeo é um nervo motor e 
sensitivo. 
Núcleos do nervo glossofaríngeo: O nervo 
glossofaríngeo possui três núcleos: (1) o 
núcleo motor principal, (2) o núcleo 
parassimpático e (3) o núcleo sensitivo. 
 
Núcleo motor principal: O núcleo motor 
principal situa-se profundamente na 
formação reticular do bulbo e é formado 
pela extremidade superior do núcleo 
ambíguo. Recebe fibras corticonucleares 
dos dois hemisférios cerebrais. As fibras 
eferentes suprem o músculo estilofaríngeo. 
 
Núcleo parassimpático: O núcleo parassimpático é também denominado núcleo salivatório inferior. 
Recebe fibras aferentes do hipotálamo por meio das vias autonômicas descendentes. Acredita-se 
também que receba informações provenientes do sistema olfatório por meio da formação reticular. 
Informações sobre a gustação também são recebidas do núcleo do trato solitário a partir da cavidade 
oral. 
As fibrasparassimpáticas pré-ganglionares eferentes alcançam o gânglio ótico por meio do nervo 
timpânico, um ramo do nervo glossofaríngeo, do plexo timpânico e do nervo petroso menor. As fibras 
pós-ganglionares seguem para a glândula salivar parótida. 
 
Núcleo sensitivo: O núcleo sensitivo faz 
parte do núcleo do trato solitário. As 
sensações gustatórias seguem através 
dos axônios periféricos das células 
nervosas situadas no gânglio do nervo 
glossofaríngeo. Os prolongamentos 
centrais dessas células fazem sinapses 
nas células nervosas no núcleo. Fibras 
eferentes cruzam o plano mediano e 
ascendem até o grupo ventral de núcleos 
do tálamo oposto e até uma série de 
núcleos hipotalâmicos. A partir do 
 20 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
tálamo, os axônios das células talâmicas seguem pela cápsula interna e coroa radiada para terminar 
na parte inferior do giro pós-central. 
Informações aferentes relacionadas com a sensibilidade comum entram no tronco encefálico por meio 
do gânglio superior do nervo glossofaríngeo, porém terminam no núcleo espinal do nervo trigêmeo. 
Os impulsos aferentes do seio carótico, um barorreceptor situado na bifurcação da artéria carótida 
comum, também seguem o seu trajeto com o nervo glossofaríngeo. Terminam no núcleo do trato 
solitário e são conectados com o núcleo posterior do nervo vago. O reflexo do seio carótico que 
envolve os nervos glossofaríngeo e vago auxilia na regulação da pressão arterial. 
Trajeto do nervo glossofaríngeo: O nervo glossofaríngeo deixa a face anterolateral da parte superior 
do bulbo na forma de uma série de radículas em um sulco entre a oliva e o pedúnculo cerebelar 
inferior. Segue lateralmente na fossa posterior do crânio e deixa o crânio através do forame jugular. 
Os gânglios sensitivos superior e inferior do nervo glossofaríngeo estão localizados aqui. Em seguida, 
o nervo desce pela parte superior do pescoço em companhia da veia jugular interna e da artéria 
carótida interna até alcançar a margem posterior do músculo estilofaríngeo, que ele supre. Em 
seguida, o nervo prossegue para a frente, entre os músculos constritores superior e médio da faringe, 
para emitir ramos sensitivos na mucosa da faringe e terço posterior da língua. 
 
 
 
 21 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO VAGO (NC X) 
O nervo vago é um nervo motor e sensitivo. 
Núcleos do nervo vago: O nervo vago 
possui três núcleos: (1) o núcleo motor 
principal, (2) o núcleo parassimpático e (3) 
o núcleo sensitivo. 
 
Núcleo motor principal: O núcleo motor 
principal situa-se profundamente na 
formação reticular do bulbo e é formado 
pelo núcleo ambíguo. Recebe fibras 
corticonucleares de ambos os hemisférios 
cerebrais. As fibras eferentes suprem os 
músculos constritores da faringe e os 
músculos intrínsecos da laringe. 
 
Núcleo parassimpático: O núcleo parassimpático forma o núcleo posterior do nervo vago e situa-se 
embaixo do assoalho da parte inferior do quarto ventrículo, posterolateral ao núcleo do nervo 
hipoglosso. Recebe fibras aferentes do hipotálamo por meio das vias autonômicas descendentes. 
Recebe também outras fibras aferentes, incluindo as do nervo glossofaríngeo (reflexo do seio 
carótico). As fibras eferentes distribuem-se para os músculos involuntários dos brônquios, coração, 
esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso até o terço distal do colo transverso. 
 
Núcleo sensitivo: O núcleo sensitivo é a parte inferior do núcleo do trato solitário. As sensações 
gustatórias seguem por meio dos axônios periféricos das células nervosas localizadas no gânglio 
inferior do nervo vago. Os prolongamentos centrais dessas células fazem sinapses nas células 
nervosas do núcleo. As fibras eferentes cruzam o plano mediano e ascendem para o grupo ventral de 
nú-cleos do tálamo oposto, bem como para uma série de núcleos hipotalâmicos. A partir do tálamo, 
os axônios das células talâmicas seguem pela cápsula interna e coroa radiada para terminar no giro 
pós-central. 
Informações aferentes sobre a sensibilidade comum entram no tronco encefálico por meio do gânglio 
superior do nervo vago, porém terminam no núcleo espinal do nervo trigêmeo. 
 
Trajeto do nervo vago: O nervo vago deixa a face anterolateral da parte superior do bulbo na forma 
de uma série de radículas em um sulco entre a oliva e o pedúnculo cerebelar inferior. O nervo segue 
um trajeto lateral através da fossa posterior do crânio e deixa o crânio através do forame jugular. O 
 22 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
nervo vago possui dois gânglios 
sensitivos, um gânglio superior 
arredondado, situado sobre o nervo 
dentro do forame jugular, e um gânglio 
inferior cilíndrico, situado sobre o nervo, 
imediatamente abaixo do forame. 
Abaixo do gânglio inferior a raiz 
craniana do nervo acessório une-se ao 
nervo vago e distribui-se principalmente 
em seus ramos faríngeo e laríngeo 
recorrente. 
O nervo vago desce verticalmente no 
pescoço dentro da bainha carótica com a 
veia jugular interna e as artérias carótidas 
interna e comum. 
O nervo vago direito entra no tórax e 
segue posteriormente à raiz do pulmão 
direito, contribuindo para o plexo 
pulmonar. Em seguida, prossegue sobre a face posterior do esôfago e contribui para o plexo esofágico. 
Entra no abdome através do hiato esofágico do diafragma. O tronco vagal posterior (que agora é o 
nome dado ao nervo vago direito) distribui-se pela face posterior do estômago e, por meio de um 
grande ramo celíaco, para o duodeno, o fígado, os rins e os intestinos delgado e grosso, até o terço 
distal do colo transverso. Essa ampla distribuição é efetuada por meio dos plexos celíaco, mesentérico 
superior e renal. 
O nervo vago esquerdo entra no tórax e cruza o lado esquerdo do arco da aorta e desce atrás da raiz 
do pulmão esquerdo, contribuindo para o plexo pulmonar. Em seguida, o nervo vago esquerdo desce 
sobre a face anterior do 
esôfago, contribuindo para o 
plexo esofágico. Entra no 
abdome através do hiato 
esofágico do diafragma. O 
tronco vagal anterior (que agora 
é o nome dado ao nervo vago 
esquerdo) divide-se em vários 
ramos, que se distribuem para o 
estômago, o fígado, a parte 
superior do duodeno e a cabeça 
do pâncreas. 
 
 
 
 23 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO ACESSÓRIO (NC XI) 
O nervo acessório é um nervo motor formado pela 
união da raiz craniana e raiz espinal. 
Raiz craniana: A raiz (parte) craniana é formada a 
partir dos axônios de células nervosas do núcleo 
ambígua. O núcleo recebe fibras corticonucleares de 
ambos os hemisférios cerebrais. As fibras eferentes do 
núcleo emergem da face anterior do bulbo, entre a 
oliva e o pedúnculo cerebelar inferior. 
Trajeto da raiz craniana: O nervo segue lateralmente 
na fossa posterior do crânio e une-se à raiz espinal. As 
duas raízes se juntam e deixam o crânio através do 
forame jugular. Em seguida, as raízes se separam, e a 
raiz craniana une-se ao nervo vago e distribui-se em 
seus ramos faríngeo e laríngeo recorrentes para os 
músculos do palato mole, da faringe e da laringe. 
Raiz espinal: A raiz (parte) espinal é formada a partir 
dos axônios de células nervosas no núcleo espinal, que 
está localizado na coluna cinzenta anterior da medula 
espinal, nos cinco segmentos cervicais superiores. 
Acredita-se que o núcleo espinal receba fibras 
corticospinais de ambos os hemisférios cerebrais. 
 
Trajeto da raiz espinal: As fibras nervosas emergem 
da medula espinal a meio caminho entre as raízes 
nervosasanterior e posterior dos nervos espinais 
cervicais. As fibras formam um tronco nervoso, que 
ascende até dentro do crânio, através do forame magno. A raiz espinal segue lateralmente e se une à 
raiz craniana quando atravessam o forame jugular. Depois de uma curta distância, a raiz espinal se 
separa da raiz craniana e segue um trajeto para baixo e lateralmente e entra na face profunda do 
músculo esternocleidomastóideo (SCM), que ela supre. Em seguida, o nervo cruza o trígono posterior 
do pescoço e passa embaixo do músculo trapézio, que ele supre. 
Por conseguinte, o nervo 
acessório produz 
movimentos do palato 
mole, da faringe e da laringe 
e controla o movimento de 
dois grandes músculos no 
pescoço. 
 24 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
NERVO HIPOGLOSSO (NC XII) 
O nervo hipoglosso é um nervo motor que supre 
todos os músculos intrínsecos da língua, bem como 
os músculos estiloglosso, hioglosso e genioglosso. 
 
Núcleo do nervo hipoglosso: 
O núcleo do nervo hipoglosso situa-se próximo à 
linha mediana, imediatamente abaixo do assoalho da 
parte inferior do quarto ventrículo. Recebe fibras 
corticonucleares de ambos os hemisférios cerebrais. 
Entretanto, as células responsáveis pelo suprimento 
do músculo genioglosso recebe apenas fibras 
corticonucleares do hemisfério cerebral oposto. 
As fibras nervosas do nervo hipoglosso seguem 
anteriormente pelo bulbo e emergem como uma 
série de raízes no sulco entre a pirâmide e a oliva. 
 
Trajeto do nervo hipoglosso: As fibras do nervo 
hipoglosso emergem na face anterior do bulbo, entre 
a pirâmide e a oliva. O nervo cruza a fossa posterior 
do crânio e deixa o crânio através do canal do nervo 
hipoglosso. O nervo segue para baixo e para frente 
no pescoço, entre a artéria carótida interna e a veia 
jugular interna, até alcançar a margem inferior do 
ventre posterior do músculo digástrico. Aqui, curva-
se para frente e cruza as artérias carótidas interna e externa e a alça da artéria lingual. Segue 
profundamente à margem posterior do músculo milo-hióideo, situando-se na face lateral do músculo 
hioglosso. Em seguida, o nervo envia ramos para os músculos da língua. 
Na parte superior do seu trajeto, o nervo hipoglosso recebe as fibras C1 do plexo cervical. As 
delicadas fibras nervosas cervicais acompanham meramente o nervo hipoglosso para suporte e, mais 
tarde, o deixam para suprir 
os músculos no pescoço. 
Dessa forma, o nervo 
hipoglosso controla os 
movimentos e o formato da 
língua. 
 
 25 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
Tronco Encefálico 
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula 
e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao 
cerebelo. Na sua constituição entram corpos de 
neurônios que se agrupam em núcleos e fibras 
nervosas que, por sua vez, se agrupam em 
feixes denominados tratos, fascículos ou 
lemniscos. Estes elementos da estrutura interna 
do tronco encefálico podem estar relacionados 
com relevos ou depressões de sua superfície, 
os quais devem ser identificados pelo aluno nas 
peças anatômicas com o auxílio das figuras e 
das descrições apresentadas neste capítulo. 
Muitos dos núcleos do tronco encefálico 
recebem ou emitem fibras nervosas que entram 
na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 
pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão 
no tronco encefálico. 
O tronco encefálico se divide em: bulbo, 
situado caudalmente; mesencéfalo, situado 
cranialmente; e ponte, situada entre ambos. 
 
Bulbo 
Anatomia Macroscópica: O bulbo ou medula 
oblonga tem a forma de um tronco de cone cuja 
extremidade menor continua caudalmente com 
a medula espinhal. Não existe uma linha de 
demarcação nítida entre medula e bulbo. 
Considera-se que o limite entre eles está em 
um plano horizontal que passa imediatamente 
acima do filamento radicular mais cranial do 
primeiro nervo cervical, o que corresponde ao 
nível do forame magno do osso occipital. 
O limite superior do bulbo se faz em um sulco 
horizontal visível no contorno ventral do 
órgão, o sulco bulbo-pontino, que corresponde 
à margem inferior da ponte. A superfície do 
bulbo é percorrida longitudinalmente por 
sulcos que continuam com os sulcos da 
medula. Estes sulcos delimitam as áreas 
anterior (ventral), lateral e posterior 
(dorsal) do bulbo que, vistas pela superfície, 
aparecem como uma continuação direta dos 
funículos da medula. 
Na área ventral do bulbo, observa-se a fissura 
mediana anterior, e de cada lado dela existe 
uma eminência alongada, a pirâmide, formada 
por um feixe compacto de fibras nervosas 
descendentes que ligam as áreas motoras do 
cérebro aos neurônios motores da medula, o 
que será estudado com o nome de trato 
corticoespinhal. 
Na parte caudal do bulbo, fibras deste trato 
cruzam obliquamente o plano mediano em 
feixes interdigitados que obliteram a fissura 
mediana anterior e constituem a decussação 
das pirâmides. 
Entre os sulcos lateral anterior e lateral 
posterior temos a área lateral do bulbo onde 
se observa uma eminência oval, a oliva, 
formada por uma grande massa de substância 
cinzenta, o núcleo olivar inferior, situado logo 
abaixo da superfície. Ventralmente à oliva 
emergem, do sulco lateral anterior os 
filamentos radiculares do nervo hipoglosso. 
XH par craniano. 
Do sulco lateral posterior emergem os 
filamentos radiculares, que se unem para 
fonnar os nervos glossofaringeo (IX par) e 
 26 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
vago (X par), além dos filamentos que 
constituem a raiz craniana ou bulhar do nervo 
acessório (XI par), a qual se une com a raiz 
espinhal, proveniente da medula. 
A metade caudal do bulbo ou porção fechada 
do bulbo é percorrida por um estreito canal 
continuação direta do canal central da medula. 
Este canal se abre para formar o IV ventrículo. 
cujo assoalho é, em parte, constituído pela 
metade rostral, ou porção aberta do bulbo. 
O sulco mediano posterior termina a meia 
altura do bulbo em virtude do afastamento de 
seus lábios. que contribuem para a formação 
dos limites laterais do IV ventrículo. 
Entre este sulco e o sulco lateral posterior está 
situada a área posterior do bulbo continuação 
do funículo posterior da medula e, como este, 
dividida em fascículo grácil e funículo 
cuneiforme pelo sulco intermédio posterior. 
Estes fascículos são constituídos por fibras 
nervosas ascendentes provenientes da 
medula, que terminam em duas massas de 
substância cinzenta, os núcleos grácil e 
cuneiforme, situados na parte mais cranial dos 
respectivos fascículos, onde determinam o 
aparecimento de duas eminências, o tubérculo 
do núcleo grácil mediaimente, e o tubérculo 
do núcleo cuneiforme, lateralmente. 
Em virtude do aparecimento do IV ventrículo, 
os tubérculos do núcleo grácil e do núcleo 
cuneiforme afastam-se lateralmente como os 
dois ramos de um V e gradualmente continuam 
para cima com o pedúnculo cerebelar inferior 
formado por um grosso feixe de fibras que 
fletem dorsalmente para penetrar no cerebelo. 
O pedúnculo cerebelar inferior aparece 
seccionado transversalmente ao lado do 
pedúnculo cerebelar médio, que é parte da 
ponte. 
 
Estrutura do bulbo: 
A organização interna das porções caudais do 
bulbo é bastante semelhante à da medula. 
Entretanto, à medida que se examinam secções 
mais altas de bulbo, notam-se diferenças cada 
vez maiores, até que, ao nível da oliva, já não 
existe aparentemente qualquer semelhança. 
Essas modificações da estrutura do bulbo em 
relação à da medula são devidas 
principalmente aos seguintes fatores: 
a) aparecimento de novos núcleos próprios 
do bulbo - semcorrespondentes na 
medula, como os núcleos grácil, 
cuneiforme e o núcleo olivar inferior; 
b) decussação das pirâmides ou decussação 
motora - as fibras do trato corticoespinhal 
percorrem as pirâmides bulbares e a 
maioria delas decussa, ou seja, muda de 
direção, cruzando o plano mediano 
(decussação das pirâmides), para 
continuar como tratocorticoespinhal 
lateral. Nesse trajeto, as fibras atravessam 
a substância cinzenta, contribuindo, 
assim, para separar a cabeça da base da 
coluna anterior; 
c) decussação dos lemniscos ou decussação 
sensitiva - conforme exposto no capítulo 
anterior, as fibras dos fascículos grácil e 
cuneifonne da medula terminam fazendo 
sinapse em neurônios dos núcleos grácil 
e cuneiforme, que aparecem no funículo 
posterior. Já nos níveis mais baixos do 
bulbo, as fibras que se originam nesses 
núcleos são denominadas fibras 
arqueadas internas. Elas mergulham 
ventralmente, passam através da coluna 
posterior, contribuindo para fragmentá-
la. cruzam o plano mediano (decussação 
sensitiva) e infletem-se cranialmente para 
constituir, de cada lado, o lemnisco 
medial. Estes impulsos relacionam-se 
com a propriocepção consciente, tato 
epicrítico e sensibilidade vibratória; 
 27 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
d) abertura do IV ventrículo - em níveis 
progressivamente mais altos do bulbo, o 
número de fibras dos fascículos grácil e 
cuneiforme vai pouco a pouco 
diminuindo, à medida que elas terminam 
nos respectivos núcleos. Desse modo, 
desaparecem os dois fascículos, bem 
como os correspondentes núcleos grácil e 
cuneifonne. Não havendo mais nenhuma 
estrutura no funículo posterior, abre-se o 
canal central formando o IV 
ventrículo, cujo assoalho é constituído 
principalmente de substância cinzenta 
homóloga à medula, ou seja, núcleos de 
nervos cranianos. 
 
SUBSTÂNCIA CINZENTA DO BULBO 
Substância cinzenta homóloga à da medula 
(núcleos de Nervos cranianos): 
As principais características daqueles situados 
no bulbo: 
a) núcleo ambíguo - núcleo motor para a 
musculatura estriada, de origem 
branquiomérica. Dele saem as fibras 
eferentes viscerais especiais do IX, X e 
XI pares cranianos, destinados à 
musculatura da laringe e da faringe. 
Situa-se profundamente no interior do 
bulbo; 
b) núcleo do hipoglosso - núcleo motor onde 
se originam as fibras eferentes somáticas 
para a musculatura da língua. Situa-se no 
trigono do hipoglosso, no assoalho do IV 
ventrículo, e suas fibras dirigem-se 
ventralmente para emergir no sulco 
lateral anterior do bulbo, entre a pirâmide 
e a oliva; 
c) núcleo dorsal do vago - núcleo motor 
pertencente ao parassimpático. Nele estão 
situados os neurônios pré-ganglionares, 
cujos axônios saem pelo nervo vago. 
Corresponde à coluna lateral da medula. 
Situa-se no trigono do vago, no assoalho 
do IV ventrículo; 
d) núcleos vestibulares - são núcleos 
sensitivos que recebem as fibras que 
penetram pela porção vestibular do VIII 
par. Localizam-se na área vestibular do 
assoalho do IV ventrículo, atingindo o 
bulbo apenas os núcleos vestibulares 
inferior e medial; 
e) núcleo do trato solitário - é um núcleo 
sensitivo que recebe fibras aferentes 
viscerais gerais e especiais que entram 
pelo Vil, IX e X pares cranianos. Antes de 
penetrarem no núcleo, as fibras têm 
 28 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
trajeto descendente no trato solitário, que 
é quase totalmente circundado pelo 
núcleo. As fibras aferentes viscerais 
especiais que penetram no núcleo do trato 
solitário estão relacionadas com a 
gustação; 
f) núcleo do trato espinhal do nervo 
trigêmeo - a este núcleo chegam fibras 
aferentes somáticas gerais, trazendo a 
sensibilidade de quase toda a cabeça 
pelos nervos V, VII, IX e X. Contudo, as 
fibras que chegam pelos nervos Vil, IX e 
X trazem apenas a sensibilidade geral do 
pavilhão e conduto auditivo externo. 
Corresponde à substância gelatinosa da 
medula, com a qual continua; 
g) núcleo salivatório inferior - origina fibras 
pré- -ganglionares que emergem pelo 
nervo glossofaríngeo para inervação da 
parótida 
 
Substância cinzenta própria do bulbo: 
a) núcleos grácil e cuneiforme - dão 
origem a fibras arqueadas internas que 
cruzam o plano mediano para formar o 
lemnisco medial; 
b) núcleo olivar inferior - é uma grande 
massa de substância cinzenta que 
corresponde à formação macroscópica 
já descrita como oliva. O núcleo olivar 
inferior recebe fibras do córtex cerebral, 
da medula e do núcleo rubro, este último 
situado no mesencéfalo. Liga-se ao 
cerebelo através das fibras 
olivocerebelares que cruzam o plano 
mediano, penetram no cerebelo pelo 
pedúnculo cerebelar inferior, 
distribuindo-se a rodo o córtex desse 
órgão. Sabe-se hoje que as conexões 
olivocerebelares estão envolvidas na 
aprendizagem motora, fenômeno que 
nos permite realizar determinada tarefa 
com velocidade e eficiência cada vez 
maiores quando ela se repete várias 
vezes; 
c) núcleos olivares acessórios medial e 
dorsal - estes núcleos têm basicamente 
a mesma estrutura, conexão e função do 
núcleo olivar inferior, constituindo com 
ele o complexo olivar inferior; 
 
SUBSTÂNCIA BRANCA DO BULBO 
Fibras transversais: As fibras transversais do 
bulbo são também denominadas fibras 
arqueadas e podem ser divididas em internas 
e externas: 
a) fibras arqueadas internas - formam 
dois grupos principais, de significação 
completamente diferente: algumas são 
 29 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
constituídas pelos axônios dos 
neurônios dos núcleos grácil e 
cuneifonne no trajeto entre estes 
núcleos e o lemnisco medial; outras são 
constituídas pelas fibras 
olivocerebelares que, do complexo 
olivar inferior, cruzam o pia· no 
mediano, penetrando no cerebelo do 
lado oposto, pelo pedúnculo cerebelar 
inferior; 
b) fibras arqueadas externas - originam-se 
do núcleo cuneiforme acessório têm 
trajeto próximo à superfície do bulbo e 
penetram no cerebelo pelo pedúnculo 
cerebelar inferior. 
 
Fibras longitudinais: As fibras longitudinais 
formam as vias ascendentes. descendentes e de 
associação do bulbo. 
• Vias ascendentes: São constituídas pelos 
tratos e fascículos ascendentes oriundos da 
medula, que terminam no bulbo ou passam 
por ele em direção ao cerebelo ou ao 
tálamo. A eles acrescenta-se o lemnisco 
medial, originado no próprio bulbo. Estas 
vias estão relacionadas a seguir. 
a) fascículos grácil e cuneiforme - visíveis 
na porção fechada do bulbo; 
b) lemnisco medial - forma uma fita 
compacta de fibras de cada lado do plano 
mediano. Suas fibras terminam no tálamo; 
c) trato espinotalâmico lateral - está 
situado na área lateral do bulbo, 
mediaimente ao trato espinocerebelar 
anterior; 
d) trato espinotalâmico anterior - tem no 
bulbo uma posição correspondente à sua 
posição na medula; sobe junto com o 
espinotalâmico lateral; 
e) trato espinocerebelar anterior - situa-se 
superficialmente na área lateral do bulbo, 
entre o núcleo olivar e o trato 
espinocerebelar posterior. Continua na 
ponte, pois entra no cerebelo pelo 
pedúnculo cerebelar superior; 
f) trato espinocerebelar posterior - situa-se 
superficialmente na área lateral do bulbo, 
entre o trato espinocerebelar anterior e o 
pedúnculo cerebelar inferior; 
g) pedúnculo cerebelar inferior - é um 
proeminente feixe de fibras ascendentes 
que percorrem as bordas laterais da metade 
inferior do IV ventrículo até o nível dos 
recessos laterais onde se fletem 
dorsalmenle para penetrar no cerebelo. 
As fibras que constituem o pedúnculo 
cerebelarinferior: fibras 
olivocerebelares; fibras do trato 
espinocerebelar posterior; e fibras 
arqueadas externa. 
• Vias descendentes: As principais vias 
descendentes do bulbo são as seguintes: 
Tratos do sistema lateral da medula: 
trato corticoespinhal; trato rubroespinhal 
Tratos do sistema medial da medula: 
Constituídos por fibras originadas em 
várias áreas do tronco encefálico e que 
se dirigem à medula: trato 
corticoespinhal anterior, trato 
 30 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
teloespinhal, tratos vestibuloespinhais e tratos 
reticuloespinhais. 
Trato corticonuclear: Constituído por fibras 
originadas no córtex cerebral e que terminam 
em núcleos motores do tronco encefálico. No 
caso do bulbo, estas fibras terminam nos 
núcleos ambíguo e do hipoglosso, permitindo 
o controle voluntário dos músculos da laringe, 
da faringe e da língua. 
Trato espinhal do nervo trigêmeo: 
constituído por fibras sensitivas que penetram 
na ponte pelo nervo trigêmeo e tomam trajeto 
descendente ao longo do núcleo do trato 
espinhal do nervo trigémeo, onde terminam. 
Dispõe-se lateralmente a este núcleo, e o 
número de suas fibras diminui à medida que, 
em níveis progressivamente mais caudais, elas 
vão terminando no núcleo do trato espinhal. 
Trato solitário: Formado por fibras aferentes 
viscerais, que penetram no tronco encefálico 
pelos nervos VII, IX e X e tomam trajeto 
descendente ao longo do núcleo do trato 
solitário, no qual vão terminando em níveis 
progressivamente mais caudais. 
• Via de associação: São formadas por 
fibras que constituem o fascículo 
longirudinal medial, presente em toda a 
extensão do tronco encefálico e níveis mais 
altos da medula. O fascículo longitudinal 
medial liga todos os núcleos motores dos 
nervos cranianos, sendo especialmente 
importantes suas conexões com os núcleos 
dos nervos relacionados com o movimento 
do bulbo ocular (III, IV, VI) e da cabeça 
(núcleo de origem da raiz espinhal do 
nervo acessório que inerva os músculos 
trapézio e estemocleidomastoídeo). 
Recebe, ainda, um importante contingente 
de fibras dos núcleos vestibulares, trazendo 
impulsos que informam sobre a posição da 
cabeça. Deste modo, o fascículo 
longitudinal medial é importante para a 
realização de reflexos que coordenam os 
movimentos da cabeça com os do olho, 
além de vários outros reflexos envolvendo 
estruturas situadas em níveis diferentes do 
tronco encefálico. 
 
FORMAÇÃO RETICULAR DO BULBO 
A formação reticular ocupa grande área do 
bulbo, onde preenche todo o espaço não 
ocupado pelos núcleos de tratos mais 
compactos. Na formação reticular do bulbo, 
localiza-se o centro respiratório, muito 
importante para a regulação do ritmo 
respiratório. Aí se localizam também o centro 
vasomotor e o centro do vômito. A presença 
dos centros respiratório e vasomotor no bulbo 
toma as lesões neste órgão particularmente 
graves. 
 31 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
Ponte 
Anatomia Macroscópica: Ponte é a parte do 
tronco encefálico interposta entre o bulbo e o 
mesencéfalo. Está situada ventralmente ao 
cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso 
occipital e o dorso da sela túrcica do esfenoide. 
Sua base, situada ventralmente, apresenta 
estriação transversal em virtude da presença de 
numerosos feixes de fibras transversais que 
percorrem. Estas fibras convergem de cada 
lado para formar um volumoso feixe, o 
pedúnculo cerebelar médio, que penetra no 
hemisfério cerebelar correspondente. No 
limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar 
médio emerge o nervo trigêmeo, V par 
craniano. Esta emergência se faz por duas 
raízes, uma maior, ou raiz sensitiva do nervo 
trigêmeo e outra menor, ou raiz moto do nervo 
trigêmeo. 
Percorrendo longitudinalmente a superficie 
ventral da ponte existe um sulco, o sulco 
basilar, que aloja a artéria basilar. 
A parte ventral da ponte é separada do bulbo 
pelo sulco bulbo-pontino, de onde emergem de 
cada lado, a partir da linha mediana. o VI, o 
VII e o VIH pares cranianos. O VI par, nervo 
abducente, emerge entre a ponte e a pirâmide 
do bulbo. O VIII par, nervo vestíbulo-coclear, 
emerge lateralmente, próximo a um pequeno 
lóbulo do cerebelo, denominado flóculo. O VII 
par. nervo facial. emerge mediaimente ao VIII 
par, com o qual mantém relações muito 
íntimas. Entre os dois, emerge o nervo 
intermédio, que é a raiz sensitiva do VII par, de 
identificação às vezes difícil nas peças de 
rotina. A presença de tantas raízes de nervos 
cranianos em uma área relativamente pequena 
explica a riqueza de sintomas observados nos 
casos de tumores que acometem esta área, 
levando à compressão dessas raízes e causando 
a chamada síndrome do ângulo ponto-
cerebelar. 
A parte dorsal da ponte não apresenta linha de 
demarcação com a parte dorsal da porção 
aberta do bulbo, constituindo, ambas, o 
assoalho do IV ventrículo. 
 
Estrutura do Ponte: A ponte é formada por 
uma parte ventral, ou base da ponte e uma 
parte dorsal ou tegmento da ponte. No limite 
entre o tegmento e a base da ponte, observa-se 
um conjunto de fibras mielínicas de direção 
transversal, o corpo trapezoide. 
 
Parte ventral ou base da ponte: A base da 
ponte é uma área própria da ponte sem 
correspondente em outros níveis do tronco 
encefálico. Ela apareceu durante a filogênese, 
juntamente com o neocerebelo e o neocórtex, 
mantendo íntimas conexões com estas duas 
áreas do sistema nervoso. Atinge seu máximo 
desenvolvimento no homem, onde é maior que 
o tegmento. 
As seguintes formações são observadas na 
base da ponte: 
 
Fibras longitudinais: 
a) trato corticoespinhal - constituído por 
fibras que, das áreas motoras do córtex 
cerebral, se dirigem aos neurônios 
motores da medula. Na base da ponte, o 
trato corticoespinhal forma vários feixes 
dissociados, não tendo a estrutura 
compacta que apresenta nas pirâmides do 
bulbo; 
 32 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
b) trato corticonuclear - constituído por 
fibras que, das áreas motoras do córtex, 
se dirigem aos neurônios motores 
situados em núcleos motores de nervos 
cranianos; no caso da ponte, os núcleos 
do facial, trigêmeo e abducente. As fibras 
destacam-se do trato à medida que se 
aproximam de cada núcleo motor, 
podendo terminar em núcleos do mesmo 
lado e do lado oposto; 
c) trato corticopontino - formado por fibras 
que se originam em várias áreas do córtex 
cerebral, terminam fazendo sinapse com 
os neurônios dos núcleos pontinhos; 
 
Fibras transversais e núcleos pontinhos: 
Os núcleos pontinos são pequenos 
aglomerados de neurônios dispersos em toda a 
base da ponte. Neles terminam, fazendo 
sinapse. as fibras corticopontinas. Os axônios 
dos neurônios dos núcleos pontinos 
constituem as fibras transversais da ponte, 
também chamadas fibras pontinas ou 
pontocerebelares. Estas fibras, de direção 
transversal, cruzam o plano mediano e 
penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar 
médio. 
 
 
 
Parte dorsal ou tegmento da ponte: 
O tegmento da ponte assemelha-se 
estruturalmente ao tegmento do mesencéfalo, 
com o qual continua. Apresenta fibras 
ascendentes, descendentes e transversais, 
substância cinzenta homóloga a da medula que 
são os núcleos dos pares cranianos III, V, VI 
VII e VIII, substância cinzenta própria da 
ponte além da formação reticular. 
 
 
 33 UNIDEP- Camila Paese 2º Período 07/03/2024 
Mesencéfalo 
O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o 
diencéfalo. É atravessado por um estreito

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