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O ambiente natural apresenta para aqueles que 
buscam praticar atividades corporais um variado 
campo de possibilidades. Nas vivências, mobiliza-se 
o espírito de aventura e a busca pela superação dos 
limites. A interação com os elementos naturais: água, 
terra e ar comungam com a reflexão que o respeito ao 
meio ambiente deve trazer a cada ser humano.
O PRAZER PELA AVENTURA
E O DESAFIO
Vivemos em uma sociedade de valorização do capital e do 
consumo, onde a atitude competitiva se reflete nas práticas 
corporais. Isso ocorre de modo especial no esporte, onde a 
busca da performance é procurada a qualquer custo tendo 
o sucesso como fim.
Nas atividades realizadas na natureza, procura-se 
promover no humano sentimentos que exploram sua 
imaginação e o conhecimento de seu potencial. A ludicidade 
contida nos momentos vividos na natureza, torna atraente 
o risco que essas atividades apresentam.
Quando na escola cultivamos o hábito de praticar 
atividades na natureza, estamos educando para uma melhor 
condição humana. Para isso podemos ter como objetivo:
• criar uma cultura de respeito ao meio ambiente;
• educar e ampliar o compromisso com as próximas 
gerações;
• aproximar a escola de grandes temas mundiais gerando 
consciência ecológica;
CAPÍTULO 6.0
CORPOLATRIA
ED. FÍSICA
CONTEÚDO E ORIENTADAS
• brincar na natureza como prática que humaniza;
• para os professores: exercício de criatividade e prazer.
Estatuto do Torcedor
Por Emerson Santiago
Estatuto do Torcedor é o nome popular com o qual ficou 
conhecida a Lei número 10671 de 15 de maio de 2003, 
dedicada a uma normatização mais racional das atividades 
desportivas no Brasil, com especial foco para aquele que 
é o mais popular do país, o futebol. Um pouco anterior, e 
buscando tratar de praticamente os mesmos assuntos, está 
a lei número 9615 de 1998, mais conhecida como Lei Pelé, 
que institui normas gerais para o desporto.
No Estatuto do Torcedor, temos uma espécie de 
prolongamento do Código de Defesa do Consumidor na 
área das práticas desportivas, na realização das partidas, e 
todo o procedimento e logística que tais eventos necessitam. 
Nunca é demais salientar que a lei procurou atingir toda 
modalidade de esporte que tenha acesso garantido ao 
público torcedor, mas, na prática, isso significa quase que 
totalmente abordar o assunto do ponto de vista da prática 
do futebol e de seu respectivo público.
O corpo de tal lei inovadora vai tratar então, dos mais 
diversos aspectos da relação entre torcedor. As principais 
questões são:
• a acessibilidade às informações indispensáveis para o 
acesso aos jogos;
• disponibilidade dos ingressos às partidas, não omitindo 
a abordagem da questão da meia entrada e seus 
destinatários;
• segurança necessária nos estádios;
• higiene a ser mantida em todas as dependências dos 
estádios;
• comercialização de gêneros alimentícios, sendo 
que aspectos ligados a este, como conservação dos 
mesmos, será assunto diretamente ligado ao Código de 
Defesa do Consumidor.
• assistência média para todos os presentes no evento 
esportivo em curso;
• a criação da figura do ouvidor pelo mesmo estatuto, 
incumbido de receber reclamações e sugestões por 
parte dos torcedores, dirigidas aos organizadores dos 
eventos;
• ampla informação e orientação acerca de cada ponto do 
estádio, além de pontos de atendimento aos torcedores 
para esclarecimento de qualquer informação de cunho 
mais trivial (esta última norma sendo obrigatória para 
estádios com mais de 20 mil assentos);
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Tal lei inovou ainda por trazer amplos dispositivos 
tratando da segurança nos estádios, no maior fomento às 
divisões inferiores e de base de todos os esportes de público, 
tornando-os mais competitivos, de melhor qualidade e 
capazes também de atrair um público espectador.  Notável 
também a iniciativa contida na letra da lei de garantir o 
cumprimento do princípio da publicidade aos Tribunais 
de Justiça Desportivas, órgãos, que por determinações de 
entidades como a FIFA (a organização superior do futebol 
mundial) acabam por ter um certo distanciamento das 
demais instâncias da justiça em nosso país.
O culto ao corpo, também conhecido como corpolatria, 
é geralmente influenciado pela mídia.Atualmente, os corpos 
esguios, abdômen definido, corpo bronzeado são algumas 
das sugestões para que as pessoas sigam. Mas apenas 
uma pequena parcela atinge tais objetivos. Grande parte 
das pessoas, ao perseguirem esses ideais de beleza, ficam 
pelo caminho e, muitas vezes, apelam para formas nada 
saudáveis para conseguirem seus objetivos.
MÍDIA E O CULTO À BELEZA
Há nas sociedades contemporâneas uma intensificação 
do culto ao corpo, onde os indivíduos experimentam uma 
crescente preocupação com a imagem e a estética.
Entendida como consumo cultural, a prática do culto 
ao corpo coloca-se hoje como preocupação geral, que 
perpassa todas as classes sociais e faixas etárias, apoiada 
num discurso que ora lança mão da questão estética, ora 
da preocupação com a saúde. Segundo Pierre Bourdieu, 
sociólogo francês, a linguagem corporal é marcadora pela 
distinção social, que coloca o consumo alimentar, cultural 
e forma de apresentação – como o vestuário, higiene, 
cuidados com a beleza etc. – como os mais importantes 
modos de se distinguir dos demais indivíduos.
Nas sociedades modernas há uma crescente preocupação 
com o corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo 
de cosméticos, impulsionados basicamente pelo processo 
de massificação das mídias a partir dos anos 1980, onde 
o corpo ganha mais espaço, principalmente nos meios 
midiáticos. Não por acaso que foi nesse período que 
surgiram as duas maiores revistas brasileiras voltados para 
o tema: “Boa Forma” (1984) e “Corpo a Corpo” (1987).
Contudo, foi o cinema de Hollywood que ajudou a criar 
novos padrões de aparência e beleza, difundindo novos 
valores da cultura de consumo e projetando imagens de 
estilos de vida glamorosos para o mundo inteiro.
Da mesma forma, podemos pensar em relação à televisão, 
que veicula imagens de corpos perfeitos através dos mais 
variados formatos de programas, peças publicitárias, 
novelas, filmes etc. Isso nos leva a pensar que a imagem 
da “eterna” juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, 
atravessa todas as faixas etárias e classes sociais, compondo 
de maneiras diferentes diversos estilos de vida. Nesse 
sentido, as fábricas de imagens como o cinema, televisão, 
publicidade, revistas etc., têm contribuído para isso.
Os programas de televisão, revistas e jornais têm 
dedicado espaços em suas programações cada vez maiores 
para apresentar novidades em setores de cosméticos, de 
alimentação e vestuário. Propagandas veiculadas nessas 
mídias estão o tempo todo tentando vender o que não está 
disponível nas prateleiras: sucesso e felicidade.
O consumismo desenfreado gerado pela mídia em geral 
foca principalmente adolescentes como alvos principais 
para as vendas, desenvolvendo modelos de roupas 
estereotipados, a indústria de cosméticos lançando a cada 
dia novos cremes e géis redutores para eliminar as “formas 
indesejáveis” do corpo e a indústria farmacêutica faturando 
alto com medicamentos que inibem o apetite.
Preocupados com a busca desenfreada da “beleza 
perfeita” e pela vaidade excessiva, sob influência dos mais 
variados meios de comunicação, a Sociedade Brasileira de 
Cirurgia Plástica apresenta uma estimativa de que cerca de 
130 mil crianças e adolescentes submeteram-se no ano de 
2009 a operações plásticas.
Evidentemente que a existência de cuidados com o corpo 
não é exclusividade das sociedades contemporâneas e que 
devemos ter uma especial atenção para uma boa saúde. 
No entanto, os cuidados com o corpo não devem ser de 
forma tão intensa e ditatorial como se tem apresentado nas 
últimas décadas. Devemos sempre respeitar os limites do 
nosso corpo e a nós a mesmos.
O culto ao corpo, também conhecido como corpolatria, é 
geralmente influenciado pela mídia. Atualmente,os corpos 
esguios, abdômen definido, corpo bronzeado são algumas 
das sugestões para que as pessoas sigam. Mas apenas 
uma pequena parcela atinge tais objetivos. Grande parte 
das pessoas, ao perseguirem esses ideais de beleza, ficam 
pelo caminho e, muitas vezes, apelam para formas nada 
saudáveis para conseguirem seus objetivos.
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA SOBRE A IMAGEM CORPORAL E 
OS DISTÚRBIOS / TRANSTORNOS ALIMENTARES: ANOREXIA 
E BULIMIA NERVOSA
Publicado por: Layanne de Oliveira Castro
O homem atual mudou seus conceitos de beleza (REISS, 
1993; STRIEGEL-MOORE et al., 1986 apud PHILIPPI et al., 
2004), passando a valorizar um corpo cada vez mais magro, 
atlético, torneado, musculoso, ao contrário do corpo 
renascentista e cheio de curvas do passado (PHILIPPI et 
al., 2004). O conceito de beleza na verdade é virtual. Os 
indivíduos como seres sociais sentem-se pressionados a 
corresponder ao “padrão” de beleza da sua cultura – que 
é exaustivamente apontado pela mídia -, caso contrário, 
sentem-se menos atraentes e inferiores. Algumas pessoas, 
nesse caminho, elegem o corpo como único representante 
de si mesmas e o controle do peso como forma de viver; 
não percebem o quão tirânica a beleza pode ser e, diante de 
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um universo de possibilidades como ser humano, deixam 
de acreditar em si em nome de um modelo que será sempre 
inexistente (ROSO, 1993 apud PHILIPPI et al., 2004). Essa 
pressão social pode levar algumas pessoas a desenvolverem 
alguns distúrbios alimentares, devido à busca pelo corpo 
ideal.
OS DISTÚRBIOS / TRANSTORNOS DA 
ALIMENTAÇÃO
Os distúrbios alimentares são mais frequentes do que se 
imagina. E muitas vezes são difíceis de ser diagnosticados 
pelo fato de que quem está passando pelo problema não 
admitir que precise de ajuda ou esconder da família e de 
pessoas próximas.
Os transtornos da alimentação caracterizam-se por graves 
perturbações no comportamento alimentar. A anorexia 
nervosa caracteriza-se por uma recusa a manter o peso 
corporal em uma faixa normal mínima. A bulimia nervosa 
é caracterizada por episódios repetidos de compulsões 
alimentares seguidas de comportamentos compensatórios 
inadequados, tais como vômitos auto induzidos; uso 
indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; 
jejuns; e exercícios físicos excessivos. Uma perturbação na 
percepção da forma e do peso corporal é a característica 
essencial tanto da anorexia nervosa quanto da bulimia 
nervosa (DSM-IV-TR, 1994).
O início da anorexia nervosa ocorre frequentemente 
na adolescência entre os 13 e os 18 anos. Já os sintomas 
bulímicos aparecem mais tarde, por volta dos 18 aos 40 
anos. Atingem, sobretudo, o sexo feminino, representando 
mais de 90% dos casos (BUSSE, 2004 apud NÓBREGA, 2007).
ANOREXIA NERVOSA
A percepção da imagem corporal está gravemente 
distorcida, sendo este o aspecto central do transtorno. 
A pessoa afirma-se gorda mesmo contra as evidências 
médicas e os argumentos familiares. Normalmente nega 
e oculta elementos importantes da doença (SEGAL, 1993 
apud NÓBREGA, 2007). A perda de peso é vista como uma 
conquista notável e como sinal de extraordinária disciplina, 
ao passo que o ganho de peso é percebido como um 
inaceitável fracasso do autocontrole. Associado ao quadro 
de restrição alimentar, é frequente o aumento compulsivo 
de exercícios físicos e a utilização de anorexígenos, laxativos, 
diuréticos ou vômitos provocados (NUNES, 1995; BUENO et 
al., 1996; WOODSIDE, 1995 apud NÓBREGA, 2007). A pessoa 
pode ficar vários dias sem comer nada.
Geralmente são pessoas introvertidas e com baixa 
auto-estima; têm um sentimento de insuficiência que é 
compensado pelo controle constante, rigidez na conduta 
e extremo perfeccionismo; apresentam preocupação 
excessiva com o peso e distúrbios de percepção; podem 
apresentar distúrbios emocionais como depressão 
(WOODSIDE, 1996 apud NÓBREGA, 2007).
BULIMIA NERVOSA
A bulimia nervosa é caracterizada, em sua forma típica, 
pela ingestão periódica, compulsiva e rápida de grandes 
quantidades de alimento, com pouco ou nenhum prazer, 
alternada com comportamentos próprios para evitar o 
ganho de peso, como provocar vômitos, usar laxantes e 
diuréticos ou restrição alimentar importante (WOODSIDE, 
1995 apud NÓBREGA, 2007). O diagnóstico da bulimia 
nervosa é um pouco mais tardio que o da anorexia nervosa, 
pois a pessoa, na maioria das vezes, possui o corpo normal 
e não apresenta perda de peso excessiva nem aparência 
esquelética.
IMAGEM CORPORAL E OS DISTÚRBIOS/
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Alguns autores têm investigado as razões para que 
algumas pessoas submetidas a dietas desenvolvam 
transtornos alimentares e outras não. Várias pesquisas 
afirmam que pessoas que realizam dietas restritivas e 
que enfatizam razões ideológicas mais do que o prazer de 
comer desenvolvem mais depressão, baixa auto-estima, 
maior insatisfação corporal, maior internalização do 
padrão cultural de magreza e mais sintomas de transtornos 
alimentares (LINDEMAN; STARK, 1999 apud NÓBREGA, 
2007).
A sociedade atual, com a sua valorização e o culto à 
magreza, fazendo da obesidade uma condição altamente 
estigmatizada e rejeitada, têm levado a maioria das pessoas à 
busca frenética do “corpo ideal”, predispondo os vulneráveis 
a desenvolver doenças. Os meios de comunicação são, 
provavelmente, os mais poderosos veículos utilizados pelas 
indústrias das dietas, atividade física e cirurgia plástica para 
reforçar a associação da magreza com sucesso, poder, 
autocontrole, modernidade e atratividade. Convencem o 
público de que o corpo pode ser moldado a nosso bel-prazer 
e estabelecem padrões corporais impossíveis de serem 
atingidos pela maioria (CORDÁS, 1995 apud NÓBREGA, 
2007)
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A relevância dos estudos sobre imagem corporal 
e distúrbios alimentares está em conexão com o 
desenvolvimento da identidade do ser humano e pode ser um 
ponto determinante das relações do homem com o mundo 
(TORO et al., 2006 apud LEGNANI, et al., 2012). Segundo o 
Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV, 
1994), os distúrbios alimentares podem ter consequências 
graves aos indivíduos, tanto de ordem psicológica, quanto 
fisiológica. A pessoa se recusa em manter um peso corporal 
adequado para a sua estatura, mostra medo intenso de 
ganhar peso corporal e uma distorção da imagem corporal, 
além da negação da própria condição patológica.
Hoje, existe um constante descontentamento com a 
aparência física, então é preciso saber que o diagnóstico 
de um transtorno alimentar nunca pode ser feito baseado 
exclusivamente em um único critério. A preocupação 
exagerada com a forma e o peso do corpo é somente um dos 
critérios para o diagnóstico de uma patologia envolvendo os 
transtornos alimentares (NUNES et al., 2006).
Muito se vê nas redes sociais, pessoas que possuem 
alto poder de influência, devido ao grande número de 
seguidores que possuem, fazendo publicações de corpos 
sarados ou cada vez mais magros, na maioria das vezes por 
publicidade, e nem sempre divulgam ou defendem a forma 
saudável de se alcançar esse objetivo. A mídia, assim como 
as redes sociais, acabam por influenciar na maneira como 
pessoas se alimentam e na aceitação de sua forma física.
O sexo feminino de uma maneira geral é muito vulnerável 
à aceitação das pressões sociais, econômicas e culturais 
associadas aos padrões estéticos. A sociedade rejeita, 
discrimina e reprova pessoas obesas. Perante esta situação 
muitas mulheres encontram-se insatisfeitas com seu corpo. 
O medo da obesidade faz com que um número cada vez 
maior de mulheres faça dieta, controle neuroticamente o 
peso corporal, exercite-se de maneira exaustiva e faça uso 
de laxantes, diuréticos e drogas anorexígenas (Beatty & 
Finn, 1995 apud FIATES; SALLES, 2001, p. 4).
Nas sociedades afluentes, ao mesmo tempo em que 
observamos uma oferta abundante de alimentos de alto 
teor energético e de rápido consumo, a vida cotidiana é 
cada vez mais sedentária,tornando mais penosa a tarefa 
de manter o corpo magro. Modelos e atrizes de sucesso, 
representantes dos padrões ideais de beleza feminina, 
são extremamente magras e muitas vezes apresentam 
um corpo de pré-adolescente com formas pouco definidas 
(Nunes, 1998 apud FIATES; SALLES, 2001).
A maior prevalência de risco de transtorno alimentar 
e de insatisfação com a imagem corporal entre as moças 
mesmo que este tenha apresentado um estado nutricional 
mais favorável possui causas complexas e grande influência 
cultural e histórica. A mulher do início do século passado 
deveria apresentar depósitos de gorduras, principalmente 
nas regiões dos quadris, coxas, abdômen e mamas para 
se adequar ao perfil de beleza em voga. No período pré-
industrial, marcado por uma carência alimentar, a mulher 
com tendência a obesidade representava ser uma mulher 
forte, com energia suficiente para enfrentar os períodos 
conturbados e proteger sua família (ANDRADE & BOSI, 2003; 
INAD, 2004; ALMEIDA et al.; 2005 apud LEGNANI et al., 2012).
Nos dias atuais os anúncios veiculados envolvendo 
o padrão de beleza com ênfase ao sexo feminino se 
alteraram consideravelmente (LEGNANI et al., 2012). Houve 
uma mudança cultural para o ideal de imagem corporal 
magro, desencadeada pelo movimento feminista, tentando 
contrapor à pornografia feminina, que enfatizava as partes 
“gordas”. O objetivo do movimento feminista era levar as 
mulheres ao mercado de trabalho na mesma condição 
dos homens. Assim, elas precisavam de um novo corpo 
ideal que pudessem carregar em suas mentes, e em contra 
imagem deveriam ser mais magras. Na contemporaneidade, 
no entanto, é possível observar que os padrões de beleza 
impostos são inatingíveis por muitos e as figuras de corpo, 
especialmente da mulher, são constantemente manipuladas 
por meios eletrônicos, o que se tem revelado nos altos 
índices de insatisfação corporal nos jovens (WOOLEY, 1994 
apud LEGNANI et al., 2012).
Buscando esse novo ideal de corpo e a adequação a 
nova realidade alimentar, algumas pessoas chegam aos 
extremos, como no caso dos transtornos alimentares. 
Torna-se um desafio para a ciência da nutrição, que cada vez 
mais procura acompanhar essas mudanças na alimentação 
e atualizar princípios e recomendações para uma dieta 
saudável (PHILIPPI et al., 2004, p.17 ).
NUTRIÇÃO E TRATAMENTO
Nutrição é a ciência que estuda os alimentos, seus 
nutrientes, sua ação, interação e balanço em relação à saúde 
e doença, além dos processos pelos quais o organismo 
ingere, absorve, transporta, utiliza e excreta os nutrientes. A 
alimentação é o processo pelo qual os seres vivos adquirem 
do mundo exterior os alimentos que compõem a sua dieta. 
Os nutrientes são substâncias que estão inseridas nos 
alimentos e possuem funções variadas no corpo humano. E 
a dieta pode ser entendida como um conjunto de alimentos 
que o indivíduo consome diariamente com as substâncias 
denominadas nutrientes (FISBERG et al., 2002 apud PHILIPPI 
et al., 2004).
Deve haver um equilíbrio dos alimentos em uma 
refeição para que atinja-se a sáude perfeita (STÜRMER, 
2007) defendida pela Nutrição. STÜRMER (2007) defende 
que sempre que é elaborada uma refeição, deve-se ter em 
mente as leis que regem a alimentação equilibrada:
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• Quantidade – Numa alimentação a quantidade de 
alimentos deve ser suficiente para atender o organismo 
em todas as suas necessidades.
• Qualidade – Deve conter variedade de alimentos que 
satisfaça todas as necessidades do organismo.
• Harmonia – Os diferentes nutrientes devem guardar 
equilíbrio entre si, em sua qualidade e quantidade.
• Adequação – A alimentação deve ser apropriada 
às diferentes fases e condições de vida, às variadas 
atividades, às circunstâncias fisiológicas e de doenças.
STÜRMER (2007) afirma ainda que a reeducação alimentar 
é a solução para emagrecer ou manter o peso corporal sem 
passar fome nem fazer sacrifícios físicos exagerados.
Para se considerar uma dieta adequada ou normal 
devem estar presentes alimentos variados de acordo com 
os hábitos alimentares, a disponibilidade dos alimentos e 
as necessidades nutricionais do indivíduo. O aporte calórico 
deve ser considerado, e também a inclusão de todos os 
macro e micronutrientes em quantidades e proporções 
adequadas. (PHILIPPI et al., 2004). Os alimentos devem 
ser qualitativa e quantitativamente adequados, do hábito 
alimentar, consumidos em refeições, em ambientes 
calmos, visando à satisfação das necessidades nutricionais, 
emocionais e sociais, para promoção de uma qualidade de 
vida saudável (PHILIPPI, 1999 apud PHILIPPI et al., 2004). 
O nutricionista tem como objetivo a adoção de cuidados 
nutricionais, tais como a avaliação e o monitoramento 
nutricional, que inclui dietoterapia, aconselhamento e uso 
de suplementos nutricionais específicos, se necessário; e 
a educação nutricional coma orientação para a adoção de 
práticas alimentares adequadas. (APA, 2000; ALVARENGA, 
2002 apud NÓBREGA, 2007).
O tratamento multidisciplinar é particular para cada 
paciente e abrange o estabelecimento de uma dieta para 
atingir um peso adequado e saudável, acompanhada de 
exercícios orientados, orientação familiar, focalização nas 
sensações de fome e saciedade, práticas de relaxamento 
muscular para controlar a ansiedade e treinamento em 
habilidade social (ADA, 2001 apud NÓBREGA, 2007)..
A doença figura entre os inimigos mortais da saúde e se 
caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura
Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, a 
obesidade é vista, cada vez mais, como um sério e crescente 
problema de saúde pública. O excesso de peso predispõe 
o organismo a uma série de problemas, como doença 
cardiovascular, apnéia do sono, hipertensão arterial e 
alterações na circulação.

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