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GONÇALVES ) CIVIL 3 CARLOS ROBERTO GONÇALVES DIREITO CIVIL 3 CARLOS ROBERTO RESPONSABILIDADE CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA vemos a honra de contar com trabalho que soube, com maestria, aplicar DIREITO DAS SUCESSÕES à sua vasta e reconhecida al como professor, desembargador e autor de consagradas obras. além de toda a experiência arreira, ministrou aulas de direito civil ESQUE por mais de 20 anos, noje são juizes, promotores realizar seus sonhos." COORDENADOR PEDRO Pedro Lenza LENZA ra: Concursos 875 Saraiva 19h30 ra.com.br/contato Editora Saraivaquem revelar condições de exercê-la, bem como para sus- JURÍDICA obstante, o correto lugar do direito de família é junto ao direito privado, no ramo do pender ou destituir os pais do poder familiar, quando faltarem aos deveres a to civil, em razão da natureza das relações jurídicas a que visa disciplinar. ele inerentes: CC/2002 destina um para regen o direito pessoal, e outro para a disciplina reito patrimonial da Desde logo enfatiza a igualdade dos cônjuges (art. 1.511 do reconhecimento do direito a alimentos inclusive aos companheiros e CÓDIGO terializando a paridade no exercicio da sociedade conjugal, redundando no poder fa e proibe a interferência das pessoas juridicas de direito público na comunhão de vida da observância das circunstâncias socioeconômicas em que se encontrarem os CIVIL DE 2002 tuida pelo casamento (art. 1.513), além de disciplinar regime do casamento e seus e interessados: novo diploma amplia, ainda, conceito de família, com a regulamentação da união vel como entidade familiar. da obrigação imposta a ambos os cônjuges, separados judicialmente (antes da aprovação da Emenda Constitucional n. 66/2010) ou divorciados, de contribuí- rem, na proporção de seus recursos, para a manutenção dos filhos etc. 1.6.4. Ampliação do conceito de família Acrescente-se, por fim, que há, na doutrina, uma tendência de ampliar o concei- to de família, para abranger situações não mencionadas pela Constituição Fala-se, assim, em: Família matrimonial: decorrente do Família informal: decorrente da união Família monoparental: constituída por um dos genitores com seus filhos; Família anaparental: constituída somente pelos filhos; Família homoafetiva: formada por pessoas do mesmo sexo; Família eudemonista: caracterizada pelo vínculo afetivo. A Lei n. 12.010, de 2009 (Lei da Adoção), conceitua família extensa "aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vín- culos de afinidade e 1.7. RESUMO DIREITO DE FAMILIA Lato sensu familia abrange todas as pessoas ligadas por de sangue e que procedem, CONCEITO portanto, de um tronco ancestral comum, bem como as unidas pela afinidade e pela Compreende os cônjuges e companheiros, os parentes e os afins. Família tradicional A denominada pequena familia é reduzida ao seu núcleo essencial: pai, mãe e filhos.Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 301 função social da família Rege-se direito de família pelos seguintes principios: que as alterações pertinentes ao direito de família demonstram e ressal- Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana; social da família no direito brasileiro, a partir especialmente: Princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros; PRINCÍPIOS Princípio da igualdade jurídica de todos os filhos; clamação da igualdade absoluta dos cônjuges e dos filhos; Princípio da paternidade responsável e planejamento familiar; Princípio da comunhão plena de vida, baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes; ciplina concernente à guarda, manutenção e educação da prole, com da liberdade de constituir uma comunhão de vida familiar. io de poder ao juiz para decidir sempre no interesse desta e determinar NATUREZA Predominam as normas de ordem pública, impondo antes deveres do que direitos. Não a quem revelar melhores condições de exercê-la, bem como para sus- JURÍDICA obstante, correto lugar do direito de família é junto ao direito privado, no ramo do direi- ou destituir os pais do poder familiar, quando faltarem aos deveres a to civil, em razão da natureza das relações a que visa disciplinar. ntes: CC/2002 destina um título para regen o direito pessoal, e outro para a disciplina do di- reito patrimonial da Desde logo enfatiza a igualdade dos cônjuges (art. 1.511), ma- onhecimento do direito a alimentos inclusive aos companheiros e CÓDIGO terializando a paridade no exercício da sociedade conjugal, redundando no poder familiar, vância das circunstâncias socioeconômicas em que se encontrarem os CIVIL DE 2002 e proibe a interferência das pessoas jurídicas de direito público na comunhão de vida insti- tuída pelo casamento (art. 1.513), além de disciplinar regime do casamento e seus efeitos. dos; novo diploma amplia, ainda, conceito de família, com a regulamentação da união vel como entidade familiar. igação imposta a ambos os cônjuges, separados judicialmente (antes da o da Emenda Constitucional n. 66/2010) ou divorciados, de contribuí- proporção de seus recursos, para a manutenção dos filhos etc. pliação do conceito de família te-se, por fim, que há, na doutrina, uma tendência de ampliar o concei- para abranger situações não mencionadas pela Constituição Federal. 1, em: a matrimonial: decorrente do casamento; a informal: decorrente da união a monoparental: constituída por um dos genitores com seus filhos: a anaparental: constituída somente pelos filhos; a homoafetiva: formada por pessoas do mesmo sexo; a eudemonista: caracterizada pelo vínculo 12.010, de 2009 (Lei da Adoção), conceitua família extensa para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada óximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vín- lade e /IO DIREITO DE FAMILIA Lato sensu308 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves entidade familiar (...). Este é o afeto que define a família: é afeto Os demais objetivos, embora também importantes, são secundários, não essen- ciais, como a procriação, a educação dos filhos e a satisfação sexual, já citados, aliados à atribuição de nome de um dos cônjuges ao outro, e o de ambos aos fi- lhos, bem como à legalização de estados de DO PROCESSO DE PARA O CASAMEN 2.6. RESUMO Casamento é a união legal entre duas pessoas, com objetivo de constituirem uma Reconhece-se-lhe o efeito de estabelecer "comunhão plena de vida, com base na igualdade de CONCEITO direitos e deveres dos cônjuges" (CC, art. 1.511). A união estável, reconhecida pela CF e pelo CC 3.1. DA CAPACIDADE PARA O CASAMENTO (art. 1.723) como entidade familiar, pode ser chamada de familia natural, Quando formada por somente um dos pais e seus filhos, denomina-se monoparental (CF, art. 226, § O Código Civil trata, em capítulo próprio (arts. 1.517 a 1.520), da capacidade Teoria clássica o casamento, que deve ser demonstrada no processo de habilitação, fixando em 16 Também chamada de individualista, considera o casamento uma relação puramente contratual, a idade mínima, denominada idade núbil, tanto para o homem como para a mull resultante de um acordo de vontades, como acontece nos contratos em geral. Teoria institucionalista Ordenando a matéria, novel diploma tratou separadamente da NATUREZA Também denominada supraindividualista, sustenta que casamento é uma grande instituição arts. 1.517 a 1.520, dos impedimentos nos arts. 1.521 e 1.522, e das causas sus JURÍDICA social, a ela aderindo os que se casam. sivas nos arts. 1.523 e 1.524. Teoria eclética Constitui uma fusão das anteriores, pois considera casamento um ato complexo: um contra- to especial, do direito de família, mediante qual os nubentes aderem a uma instituição pré- -organizada, alcançando o estado matrimonial. 3.1.1. Requisitos gerais e específicos Não há uma perfeita coincidência entre a capacidade genérica para os at vida civil e a capacidade específica para o casamento. Às vezes a lei reconhec bilitação aos noivos para o casamento, como aos maiores de 16 anos, embora falte a capacidade civil plena. Outras vezes, não obstante maiores e capazes, car de aptidão para o matrimônio, como sucede, por exemplo, com as pessoas já cas Idade mínima Bem andou legislador ao estabelecer uma idade mínima para o casam dada a seriedade do ato e sua repercussão na vida social, sendo realmente niente que só se permita o ingresso no matrimônio de pessoas que atingiram I desenvolvimento psíquico e intelectual. Se o enlace matrimonial se realizar sen os consortes tenham atingido aquela idade, pode-se promover a sua anulação diante iniciativa própria ou de seus representantes O Código Civil de 1916 estipulava, como idade para casar, a de 16 para as e a de 18 para os homens (art. 183, XII). O diploma de 2002 equiparou a cidade matrimonial do homem e da mulher aos 16 anos de idade em raza igualdade de direitos e deveres entre os cônjuges, prevista no § 5° do art. 22 Constituição Federal. Com a celebração do casamento cessa a incapacidado nubentes (art. parágrafo único, II). Desfeito o vínculo matrimonial pela viuvde negado pelos pais, tutor ou curador foi judicialmente de lo resentação novas razões para denegação pode justificar o pronuncia- supri- Se a morte do cônjuge ocorreu no exterior, o viúvo deverá prová-la mediante a Judiciário, para cassação do suprimento. juntada de certidão obtida no país em que se verificou o fato, vertida para o portu- essoas que necessitam de autorização especial guês por tradutor juramentado, não podendo ser suprida por justificação processada n ssitam dos incapazes de sujeitos ao poder familiar, tutela e curatela, há ainda no autorização especial para casar, sob pena de sofrerem pessoas Declaração de morte presumida (Lei O casamento dos militares está sujeito a licença de sanções de Se o assento do óbito, entretanto, não foi lavrado porque corpo desapareceu em n de n. 6.880/80). Os funcionários diplomáticos e consulares igualmente seus su- naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, ou o falecido autorização para casar (Lei n. 7.501/86). estava em perigo de vida e é extremamente provável a sua morte, tal certidão pode ser substituída por sentença obtida em declaração da morte presumida, sem decre- conhecer Declaração de duas pessoas maiores, parentes ou não, que atestem tação de ausência (CC, art. ou em justificação judicial requerida perante juiz os nubentes e afirmem não existir impedimento togado (LRP, art. 88). ção resentação dos de tal documento tem por finalidade completar e ratificar Declaração de ausência de pessoas realização contraentes e reforçar a prova da inexistência de impedimen- a Tais procedimentos não se confundem com a declaração de ausência de pessoas familiares, do casamento. Para esse fim, a lei admite que a declaração que deixam seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro, porque nesse caso não go Civil. derrogando a proibição genérica estabelecida no seja se declara a morte do ausente, e o seu cônjuge não poderá casar-se, salvo se obti- A lei não se contenta com as informações dos cônjuges art. 228, ver divórcio ou estiverem preenchidos os requisitos para a abertura da sucessão pessoais, exigindo a atestação feita por duas testemunhas de que sobre elas são os definitiva (CC, arts. 6° e 37), que dissolve a sociedade conjugal (art. 1.571, Na última hipótese, a declaração de morte presumida ocorrerá após o trânsito de eventual constar do processo de habilitação a aludida declaração não obsta à em julgado da sentença que concedeu a sucessão definitiva dos bens do ausente (art. impedimento, na forma da lei. 6°), a qual, por sua vez, tem lugar depois de decorridos dez anos da concessão da sucessão provisória (art. 37). e de do estado civil, do domicílio e da residência dos contraen- Nulidade ou anulação do casamento anterior es seus pais, se forem conhecidos Nos casos de nulidade ou anulação do casamento, será juntada certidão do trânsito em julgado da sentença. Se um dos cônjuges for divorciado, não bastará a mento, dos que recebe a denominação de destina-se certidão do trânsito em julgado da sentença que decretou o divórcio: é preciso juntar es são nubentes e deve ser assinado por eles. A declaração a uma esclarecerá perfei- certidão do registro dessa sentença no Cartório do Registro Civil em que o casamen- mar se maiores há ou menores, solteiros, viúvos ou divorciados, devendo to se realizou, porque somente com esse registro produzirá efeitos (CC, art. 10, I; Lei la filhos do primeiro casamento e os divorciados exibir certidão n. 6.515/77, art. 32). correu. sentença; se o casamento anterior de um deles foi anulado, reside Devem ainda declarar se ambos têm domicílio na localidade onde e existência lência, como se percebe, oferece condições ao oficial do registro civil em outra, que terá influência para a publicação dos proclamas. ou 3.4. RESUMO PROCESSO DE de eventuais impedimentos ou causas suspensivas. Os noivos devem requerer a instauração do referido processo no cartório de seu domicílio. Se domiciliados em municipios diversos, processar-se-á pedido perante cartório do registro civil de qualquer deles, mas edital será publicado em ambos. tidão erior de óbito do cônjuge falecido, da anulação do casamento PROCEDIMENTO oficial afixará os proclamas em lugar ostensivo de seu cartório e fará publicá-los pela ou do registro da sentença de divórcio imprensa local, se houver. É necessária a audiência do MP. A habilitação só será sub- metida ao juiz se houver impugnação (CC, art. 1.525, com a redação dada pela Lei n. deve m provar seu estado com a certidão de óbito do cônjuge 12.133, de 17-12-2009). imento por objetivo evitar o casamento de pessoas já casadas, falecido. dirimente do art. 1.521, VI. As pessoas indicadas só com poderão infra- 211 Washington de Barros Monteiro, Curso, cit., V. 2, p. 34.322 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves AUTORIZAÇÃO Decorrido o prazo de 15 dias, a contar da afixação do edital em cartório, oficial, se não houver oposição de impedimentos matrimoniais, entregará aos nubentes cer- PARA tidão de que estão habilitados a se casar dentro de 90 dias, sob pena de perda de sua CASAMENTO eficácia. Certidão de nascimento ou documento equivalente. DOS IMPEDIMENT Autorização das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra. Se o pai, tutor ou curador não autorizar o casamento, o interessado poderá requerer o suprimento judicial do consentimento, quando injusta a denegação (CC, art. 1.519). DOCUMENTOS NECESSÁRIOS Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de Declaração do estado civil, do domicilio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos. Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de 4.1. CONCEITO anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de Para que o casamento tenha existência é necessária, segundo a or ção tradicional, a presença dos elementos denominados essenciais: diferença de sexo; consentimento; e celebração na forma da lei. Faltando qualquer deles, o casamento era considerado, até há pouco tempo xistente. Todavia, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu as uniões entre do mesmo sexo (homoafetivas) como entidades familiares. Para que o casamento seja válido e regular, deve preencher outras O Código Civil não menciona os requisitos de existência jurídica do casar por entender desnecessária a sua indicação, uma vez que dizem respeito aos el tos naturais da união conjugal, sendo implícita a necessidade de sua presença. ( requisitos, porém, são expressamente exigidos e devem ser observados para a de e regularidade do casamento, pressupostos estes não somente de ordem ju como ainda de natureza puramente ética, tão grande a influência que o casar exerce nas relações de família e no meio social. Visam estes, cujo número rest -se a sete no atual Código Civil, evitar uniões que possam, de algum modo, am a ordem pública. A sua inobservância fulmina de nulidade o ato. A ideia básica é que casamento exige requisitos especiais distintos dos p postos necessários dos atos comuns da vida civil. Para que os indivíduos tenhar capacidade especial é mister que reúnam as condições impostas pela lei, que mam apresentar-se sob a forma negativa e são designadas como impediment expressão impedimento é de origem canônica e salienta o caráter excepcior regra proibitiva, uma vez que, em princípio, todos podem casar-se, segundo a regra "omnes possunt matrimonium contrahere, qui jure nonento, 11. 181, de 24 de janeiro de 1890, exigia, para que aiguns paí- Somente não o há, aduz, lelito (art. a condenação também do cônjuge sobrevivente como se coautor configurasse ou cúm- de nulidade ou de anulação, ou, em se tratando de pessoa que pode, por seu estatuto, ser divorciada, depois de passar em julgado a sentença de divórcio". amento ma Eduardo do que procede do Projeto Beviláqua a ideia Extensão da restrição haja, esposo supérstite, embora absolutamente inocente, de impe- A restrição alcança não só o autor do homicídio como também o mandante ou e ou tentativa como autor ou cúmplice, sido condenada no processo decorrente com do a autor intelectual, desde que condenado. E estende-se ao que o for por tentativa de de homicídio contra o esposo homicídio, ainda que o cônjuge alvo desse crime venha a falecer por outra causa. igência de que tenha havido condenação criminal do autor Obviamente, a proibição do casamento só se aplica após a morte deste ou a dissolu- piração que tenha do impedimento é de ordem moral, Exige-se, todavia, do crime da sociedade conjugal por outra causa, como o divórcio e a morte presumida do tinguindo-se Se ocorreu absolvição crime para a sua ausente, quando então, desfeito o impedimento decorrente do liame matrimonial, a não se configura o impedimento. ou o pres- haverá possibilidade de casamento do cônjuge supérstite, conivente ou não com o condenação, a anistia, não a graça fazem ou desaparecer a prescrição da pretensão Tendo, exe- crime praticado. Poderá ele casar validamente com qualquer outra pessoa desim- pedida, menos com 0 condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra udicial lei que se trate de condenação criminal, porquanto em civil de seu poderá ser condenado o cônjuge adúltero, não o seu processo corréu. Proibição de que os impedidos de se casar passem a viver em união estável time de pronúncia do nubente ou de inquérito policial para apu- O impedimento obsta também que os impedidos de se casar passem a viver, le- galmente, em união estável, pois o art. 1.723, § do Código Civil proclama que "a go de Civil homicídio brasileiro não considera impedimento a pronúncia união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. olicial doloso contra o cônjuge do outro, nem o fato do nuben- abrindo exceção apenas para que não incida a proibição do inc. VI no caso de a pes- em andamento para apuração do homicídio ou da de existir de soa casada se achar separada de fato ou judicialmente. te do mesmo crime processo penal. Torna-se necessária a condenação tentativa do autor Inexistência de impedimento decorrente de adultério para que subsista o impedimento matrimonial O Código Civil de 2002 não contempla o impedimento relativo ao casamento Ison a que Fachin a e Carlos Eduardo Pianovski pensam, todavia, do do cônjuge adúltero com o seu cúmplice por tal condenado, previsto no diploma matrimonial já estabelecida, operando sua ão jurídica condenação seja posterior ao casamento, retroagirão seus seguinte efeitos de 1916, merecendo por isso encômios. Como percucientemente observa Caio Mário, "sob aspecto moral, mais correto A art. no entanto, 1.548 que as causas de nulidade do casamento são aquelas quem se casa com a mulher que induziu ao erro, do que aquele que a abandona. no do Código Civil: age vida social está cheia desses exemplos, merecendo aplausos quem repara o mal. Diante cia mental; do necessário e discernimento para os atos da vida civil por parte do do entendimento mais recente no sentido de, cada vez mais, se descriminalizar o adul- tério, antecipou-se o legislador civil ao excluir dos impedimentos tal gência de 4.3. RESUMO do, mento não se realiza quando ainda não havia condenação criminal IMPEDIMENTOS há de fundamento para a sua anulação, porque inexistia transi- Impedimento é a falta dos requisitos exigidos pela lei para a validade e regularidade "condenado" sua celebração. Como assinala Pontes de o impe- do casamento (CC, art. 1.521, ! a VII). A sua inobservância fulmina o ato de nulidade. vi- n ada havemos de entender que se trata de "condenação quan- por CONCEITO Código Civil considera impedimentos apenas os dirimentes absolutos, ou seja, os que sam evitar uniões que possam ameaçar a ordem pública, resultantes de fatos impossíveis em julgado". de serem supridos. civil p. 89, nota XV, cit., p. 66. 16 Caio Mário da Silva Pereira, cit., 5, p. 87; Vicente de Faria Coelho, Nulidade. cit., p. de família, cit., V. I, p. 90; José Lamartine e Ferreira Muniz, Direito de cit., p. 183. 17 Instituições, cit., V. 5, p. 88-89.334 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Consanguinidade Não podem casar: "I os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; (...) IV os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusi- ve" (CC, art. 1.521, e IV). Afinidade - Não podem casar: os afins em linha reta" (CC, art. 1.521, II). DAS CAUSAS SUSPENS IMPEDIMENTOS RESULTANTES DO Parentesco por afinidade é o que liga um cônjuge ou companheiro aos parentes do ou- PARENTESCO tro (CC, art. 1.595). A proibição refere-se apenas à linha reta. Adoção Não podem casar: o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do tante; (...) V o adotado com filho do adotante" (CC, art. 1.521, III e V). A razão é de ordem moral, considerando o respeito e a confiança que devem reinar no seio da família. A adoção imita a família. 5.1. CONCEITO Não podem casar: IMPEDIMENTO "VI - as pessoas casadas" (CC, art. 1.521, VI). Causas suspensivas são determinadas circunstâncias ou situações cap RESULTANTE DE CASAMENTO o impedimento só desaparece após a dissolução do anterior vínculo matrimonial pela suspender a realização do casamento, se arguidas tempestivamente pelas ANTERIOR morte, anulação, divórcio ou morte presumida do ausente (CC, art. 1.571, § casa- legitimadas a fazê-lo, mas que não provocam, quando infringidas, a sua nuli mento religioso anterior não constitui impedimento. anulabilidade. O casamento é apenas considerado tornando, porér Não podem casar: "VII - o cônjuge sobrevivente com condenado por homicídio ou tentativa de homici- gatório regime da separação de bens (CC, art. 1.641, I), como sanção im IMPEDIMENTO DECORRENTE dio contra o seu consorte" (CC, art. 1.521, VII). DE CRIME dispositivo abrange somente homicídio doloso, como é da tradição do nosso direito. Não se reclama que o outro esteja conluiado com o autor do conjugicidio, mas se exige que tenha havido condenação. 5.2. REGULAMENTAÇÃO LEGAL As aludidas causas visam proteger interesses de terceiros, em geral: da prole (herdeiros) do leito anterior (evitando a confusão de patrin de sangue); do e da pessoa influenciada pelo abuso de confiança ou de autoridade pelo outro (tutela e curatela). Podem, por isso, deixar de ser aplicadas pelo juiz, provando-se a inex de prejuízo para essas pessoas (CC, art. 1.523 e parágrafo único). O Código Civil qualifica as restrições como "causas enu como conselhos: "não devem casar". A sua incidência depende, contudo, de ção tempestiva por algum dos legitimados. Se comprovadas as causas inv 0 casamento não poderá se realizar enquanto não forem afastadas. Se, po rem opostas apenas depois de celebrado o casamento, este será válido, m rará entre os cônjuges o regime da separação de bens, como já foi Ainda como sanção, aplicável à hipótese do inc. I do art. 1.523 do Códig a lei confere hipoteca "aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior" (CC, art. I.340 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Leis especiais criaram, todavia, restrições ao casamento de certas em razão de seu estado ou profissão. equiparáveis a impedimentos. Necessitam estas de autorização de terceiros, sob pena de sofrerem sanções de ordem administra- tiva, impostas por seus superiores, sem afetar a validade do matrimônio. São al- DA OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMEI cançados por essas normas regulamentares: E DAS CAUSAS SUSPENS membros do Exército, Marinha e funcionários diplomáticos e consulares. Os impedimentos do direito canônico não são reconhecidos pela lei civil. Anote-se que o art. § da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasilei- dispõe que, "realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira 6.1. DA OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração". Assim, A opósição de impedimento é a comunicação escrita feita por pesso quanto às causas suspensivas, levar-se-á em conta o estatuto pessoal. Não se mada, antes da celebração do casamento, ao oficial do registro civil perante aplicará, por exemplo, a sanção do art. 1.641, I, do Código Civil, que impõe o regime processa a ou ao juiz que preside a solenidade, sobre a existênci da separação de bens, a cônjuge estrangeiro, em cuja lei nacional inexista semelhan- dos empecilhos mencionados na te penalidade. 6.1.1. Pessoas legitimadas 5.8. RESUMO A legitimidade para a oposição dos impedimentos rege-se pelo dispost CAUSAS SUSPENSIVAS 1.522 do Código Civil, que assim dispõe: Para evitar confusão de patrimônios, não devem casar "o viúvo ou a viúva que tiver fi- CONFUSÃO DE lho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha "Os impedimentos podem ser opostos, até momento da celebração do cas PATRIMÔNIOS aos herdeiros" (CC, art. 1.523, por qualquer pessoa capaz. Para evitar confusão de sangue ("turbatio sanguinis"), não devem casar "a viúva, ou a Parágrafo Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da exis CONFUSÃO DE SANGUE mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois algum impedimento, será obrigado a declará-lo". (TURBATIO do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal" (CC, art. 1.523, Alcan- SANGUINIS) ça somente a mulher. o objetivo é evitar dúvida sobre a paternidade. A sociedade tem interesse em que não se realize o casamento de pesso Para impedir casamento de pessoas que se acham sob poder de outrem, não devem ca- as quais vigora o impedimento. Razões de ordem pública, dirigidas especia TUTELA sar "o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou so- E CURATELA brinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, proteção da família, ditaram a sua previsão e enumeração. Por essa razão é e não estiverem saldadas as respectivas contas" (CC, art. 1.523, IV). campo de titularidade para a sua arguição. A lei autoriza, com efeito, qualq soa capaz a denunciar o obstáculo ao casamento de que tenha conheciment que não comprove interesse específico no caso. Além disso, a oposição prescinde de provocação, pois o juiz, ou o of registro, que tenha conhecimento da existência de algum impedimento, se gado a declará-lo ex O não cumprimento desse dever pode acarretar-lhes não só sanções de como também de natureza indenizatória, uma vez que mento anulado por conta de impedimento conhecido e não declarado de dar ensejo a grave dano de natureza Embora não mencionada expressamente, é óbvia a legitimidade ativa356 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves ignorado essa A natureza do ato, aduz, "não permite possa ele cons- tituir-se, quando já morto um dos noivos, dadas as relações pessoais que se estabe- lecem por efeito do casamento". Loucura superveniente do mandante DAS PROVAS DO CASAMEN A loucura superveniente, como assinala Pontes de Miranda, "revoga a procu- ração. Se efetuado casamento após a volta o mandante à lucidez e. ciente da efetuação do casamento, tem relações sexuais com a pessoa com quem foi reali- zado, ou pratica qualquer ato de assentimento, sanada está a Casamento do mandante com outra pessoa Obviamente, ficará de nenhum efeito o casamento se, antes de realizado, hou- ver o mandante contraído matrimônio com outra pessoa. 8.1. INTRODUÇÃO Casamento nuncupativo Como todo negócio jurídico, casamento está sujeito a comprovação. A le O Código Civil de 2002 inovou ao prever a hipótese de procuração outorgada tabelece um rigoroso sistema de prova da sua existência, em decorrência de su pelo nubente, no casamento nuncupativo ou in articulo mortis, "que não estiver em percussão na órbita privada e dos efeitos relevantes que dele defluem, por exen iminente risco de vida" (art. 1.542, § Essa modalidade de união conjugal, dada a sua peculiaridade, deve realizar-se com as maiores cautelas, em razão da ausência a condição de cônjuge meeiro e de herdeiro legítimo; da autoridade competente. a presunção de paternidade dos filhos nele havidos; A dispensa, também, do cônjuge não enfermo, representado por mandatário, a comunhão dos bens adquiridos na sua constância; pode gerar abusos e litígios futuros, como oportunamente obtempera Caio a obrigação de prestar alimentos ao consorte; o estabelecimento de um regime de bens entre os cônjuges; 7.8. RESUMO a configuração da nulidade de outras núpcias posteriores etc. DA CELEBRACA DO CASAMENTO petição dos contraentes à autoridade competente, requerendo a designação de dia O sistema de prova instituído pelo legislador do Código Civil de a hora e local da celebração do casamento (CC, art. 1.533); como já era no diploma de 1916, é o da prova publicidade do ato nupcial, realizado a portas abertas (CC, art. 1.534); FORMALIDADES presença simultânea dos contraentes, em pessoa ou por procurador especial, das tes Num primeiro momento, só permite a lei que o casamento seja provado C ESSENCIAIS temunhas, do oficial do registro e do juiz de casamentos (CC, art. 1.535); certidão do registro. Todavia, tendo em conta a necessidade de minorar o rigor in (AD SOLEMNITA- afirmação dos nubentes de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, sob pena de ser suspensa a celebração (CC, art. 1.538 e parágrafo único); ela abre ao princípio geral estatuído, para permitir a demonstração da declaração do presidente do ato, mediante fórmula sacramental (CC, art. 1.535), de tência de casamentos realmente ocorridos, mas que, por alguma circunstância que casamento está aperfeiçoado. podem ser comprovados pelo meio inicialmente aludido, como se verá a seguir. FORMALIDADE AD Lavratura do assento no livro de registro, assinado pelo presidente do ato, pelos PROBATIONEM juges, pelas testemunhas e pelo oficial do registro (CC, art. 1.536). TANTUM 8.2. PROVA ESPECÍFICA: CERTIDÃO DO REGISTRO casamento pode ser celebrado mediante procuração, por instrumento público, que outorgue poderes especiais ao mandatário para receber, em nome do Prescreve o art. 1.543 do Código Civil que casamento celebrado no B CASAMENTO POR outro contraente (CC, art. 1.542). prova-se pela "certidão do registro" (certidão de casamento expedida com base PROCURAÇÃO Se ambos não puderem comparecer, deverão procuradores man dados constantes do assento lavrado na data de sua celebração. conforme o estatuío dato pode ser revogado só por instrumento público e terá eficácia pelo prazo de 90 dias (CC, art. 1.542, §§ 3° e art. 1.536, ou posteriormente, se se tratar de casamento religioso com efeitos civis casamento "se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, peran sistema da prova pré-constituída, como mencionado no item anterior, MOMENTO DA te juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e juiz os declara casados" pela maioria das legislações estrangeiras. REALIZAÇÃO art. 1.514). Não basta, portanto, a declaração de vontade dos contraentes, mesmo que podem arrepender-se ou sofrer oposição de impedimento (CC, arts. 1.522 e 1:538)gundo do preleciona Mário, casamento de brasileiro no exterior da pela autoridade consular brasileira. Obtido o divórcio, apresentarão no proces- e for perante celebrado o cônsul ou perante autoridade competente de acordo pode ser de habilitação ao novo casamento apenas carta de sentença e a certidão do faz perante autoridade consular, provar-se-á pela certidão com a lei casamento anterior. que autoridade as vezes de assento no Registro Civil. Se se celebrar res- Já se decidiu, inclusive no Supremo Tribunal Federal, ser admissível a transcri- 'git a local prova-se na forma da lei do lugar, segundo a velha casamento regra ção do registro no Brasil de casamento de estrangeiros, celebrado no exterior, "para possibilitar eventual averbação de sentença proferida em ação de divórcio con- qualquer das hipóteses, aduz mencionado autor, "quando os sensual, se ocorrer posterior naturalização de ambos os cônjuges, ou de apenas um S, regressar Não ao Brasil, deverá promover o registro no cartório cônjuges, do ou deles, pela lei fixando o domicílio, ou se no lugar em que o estabelecerem respec- sidir. A a inscrição far-se-á no 1° Ofício da Capital do Estado em não 8.6. CASAMENTO CUJA PROVA RESULTAR DE PROCESSO JUDICIAL dação burocrática, os porque, se não for promovido o registro nesse prazo, mera não referência ao prazo de 180 dias não tem maior consequência. que É passa- Dispõe o art. 1.546 do Código Civil que, "quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro cônjuges de o fazerem Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita aos filhos, to- ior, i não exige o registro, no Brasil, do casamento de estrangeiros dos os efeitos civis desde a data do casamento". pois Basta em princípio os atos e fatos ocorridos em outro país não celebrado Os efeitos do casamento, in casu, operam desde a data da celebração, e não oridade aos cônjuges apresentar a certidão do casamento autenticada entram no de ordem consular, para provarem seu estado Pode, porém, haver apenas a partir do registro. A regra já constava do art. 205 do Código Civil de 1916 stro prática na hipótese de o casal aqui se divorciar, não e tinha mais importância antes da vigência da atual Constituição Federal, que esta- civil, uma vez que é necessária a averbação, no registro por de ter aces- belece a igualdade entre todos os filhos (art. § 6°). Anteriormente, a retroativi- luzir ça que efeitos decretou a dissolução conjugal. Somente a partir desse registro casamentos, passa dade beneficiava os filhos já nascidos, que eram considerados legítimos desde a data perante terceiros, e os cônjuges podem casar-se da celebração do casamento. mas decisões a transcrição de assento no registro civil, se côn- O dispositivo em apreço trata das hipóteses em que, diante das dificuldades en- n estrangeiros ao se consorciarem, mesmo que casal venha a se os contradas para provar a existência do matrimônio, recorrem os cônjuges ao processo reiados Nesse caso, deve-se admitir que os cônjuges naturali- judicial. A ação declaratória se mostra adequada para esse mister. A sentença deve se casem novamente, sem a prévia averbação da estrangeiros ser inscrita no Registro Civil, com efeito retro-operante à data do casamento. tra a extinção Arnaldo do vínculo Da mesma forma se deve sentença que rescinde para a posterior conversão da separação proceder, 8.7. RESUMO daquelas providências no cartório do registro civil, bastando em DO CASAMENTO o pedido, a certidão da sentença que a separação, Especificas expedidas nos respectivos processos. A prova da separação ou do divórcio é feita com certidão com ou 0 do casamento celebrado no Brasil: certidão do registro civil do ato nupcial (CC, art. 1.543); - do casamento realizado no exterior: documento válido de acordo com a lei do onde se celebrou, legalizado pelo cônsul brasileiro do lugar. Se foi contraído perante agente consular, provar-se-á casamento por certidão do assento no registro do consu- cit., V. 5, p. 123. PROVAS lado (CC, art. 1.544). DIRETAS direto. assento Estrangeiros. Casamento contraído no Eficácia deste Supletórias Admite-se que a prova do casamento seja produzida por outros meios, "justificada a falta Carência afastada. em cartório brasileiro, Inaplicabilidade do artigo 32, § da que Lei independe Registros de ou perda do registro civil" (CC, art. 1.546, parágrafo único). Essa prova supletória faz-se, as- realizada no Pretensão da transcrição de Cerimônia Prosseguimento do feito ordenado" (RJTJSP, Lex, 124/92). de sim, em duas fases: na primeira, prova-se fato que ocasionou a perda ou a falta do regis- tro; na segunda, se satisfatória a primeira, admitidas serão outras, como testemunhas, re- sa asil. à proibição se os cônjuges ao se consorciarem eram estrangeiros. assento no Registro gistros em passaportes, certidão de nascimento de filhos etc. lizar de distinguir o brasileiro nato do naturalizado, mesmo que o casal Inocorrên- venha 778/361, 561/71, 541/103). família, p. 80. 12 776/321; STF: RT, 560/255, 594/233; 111/665.64 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Conceito A posse do estado de casados é a situação de duas pessoas que viveram como casadas (more uxorio) e assim eram consideradas por todos. Requisitos PROVA a) nomen; ESPÉCIES DE CASAMENTO INDIRETA b) (POSSE DO ESTADO DE c) CASADOS) Hipoteses a) para provar casamento de pessoas falecidas, em benefício da prole, ante a impossibilida- de de se obter prova direta (CC, art. 1.545); b) para eliminar dúvidas entre provas favoráveis e contrárias à celebração do casamento (CC, arts. 1.546 e 1.547), em vida dos cônjuges quando o casamento for impugnado. 9.1. CASAMENTO VÁLIDO O casamento nuncupativo, religioso com efeitos civis, con por procuração, desde que presentes os elementos essenciais e observados t requisitos legais, constituem formas válidas de uniões conjugais regulament lei. O putativo, embora nulo ou anulável, produz efeitos de casamento válido cônjuge de boa-fé e, por isso, não será incluído, neste trabalho, nos casos de ca to inválido. O casamento por procuração, admitido no art. 1.542 do Código Civil. mentado no item 7.7, retro, ao qual nos reportamos. 9.2. CASAMENTO PUTATIVO 9.2.1. Conceito Casamento putativo, segundo se depreende do art. 1.561 do Código C que, embora ou mesmo foi contraído de por um ambos os cônjuges. no caso, significa ignorância da existência de i mentos dirimentes à união conjugal. Para Alípio Silveira, "casamento putativo é aquele nulo ou anulável, n em atenção à boa-fé com que foi contraído por um ou ambos os cônjuges, I para o de boa-fé e os filhos, todos os efeitos civis até passar em julgado a S Esclarece o aludido autor, no tocante aos efeitos: "É certo, lado, que alguns efeitos se perpetuam, como os relativos à legitimidade havidos durante o período de validez. A essência do matrimônio putativo está na em que se encontram um ou ambos os cônjuges no momento da cel do matrimônio". Essa ficção de casamento nulo ou anulável, mas válido quanto a seus civis, encerra, segundo a tradicional: "a) indulgência para o cônjuge ou os cônjuges de376 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves 9.7. RESUMO DE CASAMENTO VALIDO Conceito É o casamento que, embora nulo ou anulável, foi contraido de boa-fé por um ou por am- DA INEXISTÊNCIA E D bos os cônjuges (CC, art. 1.561). Boa-fé, no caso, significa ignorância da existência de pedimentos dirimentes à união conjugal. INVALIDADE DO CASAMENT Efeitos Quanto aos cônjuges: são todos os de um casamento válido para o cônjuge de boa-fé CASAMENTO (CC, arts. 1.561 e 1.564). Findam, entretanto, na data do trânsito em julgado da PUTATIVO que ponha termo. Cessam, portanto, para o futuro, sendo considerados produzidos todos os efeitos que se tenham verificado até a data da sentença anulatória. No tocante aos alimentos, não são mais devidos para o futuro, porque as partes não são mais cônjuges. Assim, a mulher que reclama alimentos a eles tem direito, mas até a 10.1. CASAMENTO INEXISTENTE data da sentença Em relação aos filhos, dispõe o § do art. 1.561 do CC: "Se ambos os cônjuges estavam A denominação "Da invalidade do dada ao Capítulo VIII do Su de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos título do Título I do Livro IV do Código Civil de 2002, abrange a Constitui exceção quanto às formalidades para a validade do casamento. Pressupõe-se que tenha sido expedido o certificado de habilitação ao casamento, mas a gravidade do anulabilidade do matrimônio, ou seja, a nulidade absoluta e a relativa. É emprega CASAMENTO EM CASO DE estado de saúde de um dos nubentes impede-o de locomover-se e de adiar a cerimônia para designar o casamento realizado com um defeitó que impede a formação de V MOLÉSTIA GRAVE Nesse caso, juiz irá celebrá-lo em sua casa ou onde estiver, em companhia do oficial, culo matrimonial válido. mesmo à noite, perante duas testemunhas que saibam e escrever (CC, art. 1.539). A doutrina inclui, todavia, no gênero "casamento casamento casamento em iminente risco de vida ou nuncupativo constitui uma segunda exce- ção, pois se permite a dispensa do processo de habilitação e até a presença do celebrante. xistente, distinguindo, destarte, três espécies: casamento nulo e CASAMENTO Em razão da extrema urgência, os contraentes poderão celebrar o casamento, receben- vel. Todavia, como já foi dito item retro), o plano da existência antecede NUNCUPATIVO do um ao outro, de viva por marido e mulher, na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo da validade. Antes de verificar se o ato jurídico ou casamento são válidos, faz grau. Requer-se posterior homologação judicial (CC, arts. 1.540 e 1.541). mister averiguar se existem. Existindo, podem ser válidos ou inválidos. Com prévia certificado de habilitação será apresentado ao ministro reli É tradicional o entendimento de que, para que casamento exista, é necessá gioso, que Celebrado casamento, deverá ser promovido registro civil, dentro do prazo decadencial de 90 dias de sua celebração (CC, art. § a presença dos elementos denominados essenciais ou estruturais: diferença de sex CASAMENTO Com habilitação posterior: celebrado casamento religioso, os nubentes requererão consentimento e celebração na forma da lei. Para que seja válido, outros requisit RELIGIOSO COM registro, a qualquer tempo, instruindo pedido com certidão do ato religioso e com os são exigidos. O casamento. repita-se, pode existir, mas não ser válido. EFEITOS CIVIS documentos exigidos pelo art. 1.525 do Processada e homologada a habilitação e cer- tificada a inexistência de impedimento, o oficial fará registro, lavrando o assento. A teoria do negócio jurídico inexistente hoje, admitida em nosso direito, m mento produzirá efeitos jurídicos a partir da data de sua celebração (CC, art. 1.515). grado o Código Civil a ela não se refira, por se tratar de mero fato, insuscetível Conceito produzir efeitos jurídicos. Há apenas a aparência de um sendo implí Casamento consular é aquele celebrado por brasileiro no estrangeiro, perante autorida- a necessidade da presença dos referidos elementos de consular CASAMENTO Formalidades A teoria foi concebida no século XIX por Zachariae Von Lingenthal, em come CONSULAR Uma vez realizado, deverá ser registrado em 180 dias, a contar da volta de um ou de am tários ao Código de Napoleão escritos em 1808 na Alemanha, e mais tarde bos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicilio, ou, em sua falta, no vida por Saleilles em estudo realizado em 1911, para contornar, em matéria cio da Capital do Estado em que passarem a residir (CC, art. 1.544). casamento, o princípio de que não há nulidade sem texto legal (pas de null CONVERSÃO DA A união estável "poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companhei- UNIÃO ESTÁVEL ros ao juiz e assento no Registro Civil" (CC, art. 1.726). sans texte), pois as hipóteses de identidade de sexo, falta de consentimento e EM CASAMENTO de celebração não costumam constar dos diplomas legais. Tendo em vista que o art. 146 do aludido Código Civil francês proclama que pas de mariage lorsqu'il a point de consentement, mencionado germânico concluiu que a ausência absoluta de consentimento (que não se confuabordada em maior extensão e à qual nos reportamos. por defeito de idade, no caso dos menores de 16 anos; por falta de autorização do representante legal; 10.3. CASAMENTO IRREGULAR por erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge (arts. 1.556 e 1.557): a) erro sobre a identidade do outro cônjuge, sua honra e boa fama (inc. b) ignorância de crime ultra- Essa categoria jurídica deixou de ser considerada forma irregular de união con- CASAMENTO jante (inc. II); c) defeito físico irremediável e moléstia grave (inc. III); d) doença mental gra- jugal ao serem introduzidas em nosso direito as "causas do casamento ANULAVEL (CC, ve (inc. IV); ART A VI) previstas no art. 1.523 do Código Civil de 2002. por vício da vontade determinado pela coação; por incapacidade de manifestação do consentimento; O casamento contraído com inobservância das causas suspensivas (CC, quando realizado por mandatário, estando revogado mandato; 1.523, I a IV) não é nulo nem anulável, acarretando ao infrator apenas uma 0 quando celebrado por autoridade incompetente. casamento será considerado realizado no regime da separação de bens (CC, art É contraido com inobservância das causas suspensivas (CC, art. 1.523, a IV). Não é CASAMENTO 1.641, I). Proclama, todavia, a Súmula 377 do Supremo Tribunal Federal: nulo nem anulável, mas irregular, acarretando ao infrator apenas uma sanção: casa- IRREGULAR mento será considerado realizado no regime da separação de bens (CC, art. 1.641, "No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na cons- tância do casamento". Consagra tal súmula, portanto, a comunicação dos É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as men- 10.5. QUESTÕES cionadas causas suspensivas, provando-se a inexistência de como procla- (MP/MG/Promotor de Justiça/52° Concurso/2012) Quanto ao processo de habilitação para o casamento, é INCORRETO afirmar que: ma o art. 1.523, parágrafo único, do Código Civil a Das causas suspen- a) a habilitação será feita pessoalmente perante oficial do Registro Civil, com a audiên- sivas, item n. 5.5, retro). cia do Ministério Público. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de Finalizando este capítulo, anote-se que em nosso direito não cabe acrescentar terceiro, a habilitação será submetida ao juiz. mais um caso de nulidade ou de anulabilidade do casamento, tendo em vista a taxa- b) é dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens. tividade da enumeração legal. c) tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração es- crita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas. 10.4. RESUMO d) a eficácia da habilitação será de cento e vinte dias, a contar da data em que foi extraído CASAMENTO certificado. A invalidade do casamento, no Código Civil, abrange a nulidade e a A 2. (MP/GO/Promotor de Justiça, 2010) A respeito do processo de habilitação ao casamento, INTRODUÇÃO doutrina, contudo, inclui também no referido gênero a inexistência, pois antes de verifi car se ato ou negócio jurídico e o casamento são válidos, faz-se mister averiguar se exis marque a alternativa FALSA: tem. Existindo, podem ser válidos ou inválidos. a) controle sobre a existência de impedimentos matrimoniais na conversão da união es- tável em casamento é feito pelo juiz na medida em que pressupõe a existência da convi- Para que casamento exista, é necessária a presença dos elementos essenciais: consen- vência sem esses obstáculos, salvo ser algum deles casado, mas encontrando-se separado timento e celebração na forma da lei. casamento, atualmente, pode existir sem diferen- CASAMENTO ça de sexo, outrora apontada também como elemento essencial. A teoria do ato inexis- de fato ou judicialmente. INEXISTENTE tente é, hoje, admitida em nosso direito, malgrado CC a ele não se refira. Em razão de b) Embora no casamento nuncupativo não haja processo preliminar de habilitação, a verifi- constituir um nada no mundo jurídico, não reclama ação própria para cação da ausência de impedimentos matrimoniais é examinada pelo juiz posteriormente. c) No silêncio dos nubentes quanto ao regime patrimonial a ser adotado prevalece re- A teoria das nulidades apresenta algumas exceções em matéria de casamento. Assim, embora os atos nulos em geral não produzam efeitos, há uma espécie de casamento, gime da comunhão parcial em qualquer hipótese. CASAMENTO E putativo, que produz todos os efeitos de um casamento válido para cônjuge de d) A eficácia da habilitação será de 90 dias, a contar da data em que foi extraído certificado. A TEORIA DAS E, também, embora juiz deva pronunciar de ofício a nulidade dos atos jurídicos em ge- NULIDADES ral, a nulidade do casamento somente poderá ser declarada em ação ordinária (CC, arts: 3. (TJ/SP/Outorga de Delegações de Notas e de Registro/6° Concurso/2009) A solenidade de cele- 1.549 e 1.563), não podendo, pois, ser proclamada de bração do casamento, na sede do cartório, exige a presença de pelo menos duas testemunhas casamento nulo: a ação é declaratória de nulidade, com efeitos ex tunc; a) que não sejam parentes dos contraentes, em qualquer grau. casamento anulável: a ação é anulatória, produzindo a sentença efeitos ex nunc, não b) que não sejam parentes dos contraentes, até terceiro grau. retroagindo; c) que não sejam parentes dos contraentes, até quarto grau. AÇÕES CABÍVEIS ambas são ações de estado e versam sobre direitos Em consequência: d) parentes ou não dos contraentes. a) é obrigatória a intervenção do MP, como fiscal da lei (CPC, arts. 82 a 84); b) não se operam os efeitos da revelia (CPC, art. 320, II); 4. (TJ/MG/Juiz de Direito/2005) Em relação ao casamento religioso, Código Civil dispõe c) não existe ônus da impugnação especificada (CPC, art. 302). que, EXCETO:406 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 407 (arts. 98, II, e 30 do ADCT), sendo, em algumas unidades da Federação, próprio quando contraído por enfermo mental sem necessário discernimento para os atos da magistrado, o juiz de casamentos, o juiz de paz e até mesmo os oficiais titulares dos CASAMENTO vida civil (CC, arts. 1.548, I, e II); cartórios do registro civil, como foi dito no n. 10.1.3, retro, onde essa matéria foi NULO quando infringe impedimento (art. 1.548, II). abordada em maior extensão e à qual nos reportamos. Os impedimentos para casamento são somente os elencados no art. 1.521, VII, do CC. por defeito de idade, no caso dos menores de 16 anos; por falta de autorização do representante legal; 10.3. CASAMENTO IRREGULAR por erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge (arts. 1.556 e 1.557): a) erro sobre a Essa categoria jurídica deixou de ser considerada forma irregular de união con- CASAMENTO identidade do outro cônjuge, sua honra e boa fama (inc. b) ignorância de crime ultra- ANULÁVEL (CC, jante (inc. II): c) defeito físico irremediável e moléstia grave (inc. III); d) doença mental gra- jugal ao serem introduzidas em nosso direito as "causas suspensivas" do casamento ve (inc. IV); ART. 1.550, VI) previstas no art. 1.523 do Código Civil de 2002. por da vontade determinado pela coação; por incapacidade de manifestação do consentimento; O casamento contraído com inobservância das causas suspensivas (CC, art. quando realizado por mandatário, estando revogado o mandato; 1.523, a IV) não é nulo nem anulável, acarretando ao infrator apenas uma sanção: 0 quando celebrado por autoridade incompetente. casamento será considerado realizado no regime da separação de bens (CC, art. CASAMENTO É contraído com inobservância das causas suspensivas (CC, art. 1.523, a IV). Não é 1.641, I). Proclama, todavia, a Súmula 377 do Supremo Tribunal Federal: IRREGULAR nulo nem anulável, mas irregular, acarretando ao infrator apenas uma sanção: casa- "No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na cons- mento será considerado realizado no regime da separação de bens (CC, art. 1.641, tância do casamento". Consagra tal súmula, portanto, a comunicação dos aquestos. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as men- 10.5. QUESTÕES cionadas causas suspensivas, provando-se a inexistência de como procla- 1. de Justiça/52° Concurso/2012) Quanto ao processo de habilitação para ma art. 1.523, parágrafo único, do Código Civil a propósito, Das causas suspen- casamento, é INCORRETO afirmar que: a) a habilitação será feita pessoalmente perante oficial do Registro Civil, com a audiên- sivas, item n. 5.5, retro). cia do Ministério Público. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de Finalizando este capítulo, anote-se que em nosso direito não cabe acrescentar terceiro, a habilitação será submetida ao juiz. mais um caso de nulidade ou de anulabilidade do casamento, tendo em vista a taxa- b) é dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens. tividade da enumeração legal. c) tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração es- crita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas. 10.4. RESUMO d) a eficácia da habilitação será de cento e vinte dias, a contar da data em que foi extraído CASAMENTO INVALIDO o certificado. A invalidade do casamento, no Código Civil, abrange a nulidade e a A doutrina, contudo, inclui também no referido gênero a inexistência, pois antes de 2. (MP/GO/Promotor de Justiça, 2010) A respeito do processo de habilitação ao casamento, INTRODUÇÃO car se ato ou negócio jurídico e o casamento-são válidos, faz-se mister averiguar se exis marque a alternativa FALSA: tem. Existindo, podem ser válidos ou a) controle sobre a existência de impedimentos matrimoniais na conversão da união es- Para que casamento exista, é necessária a presença dos elementos essenciais: consen- tável em casamento é feito pelo juiz na medida em que pressupõe a existência da convi- timento e celebração na forma da lei. casamento, atualmente, pode existir sem diferen- vência sem esses obstáculos, salvo ser algum deles casado, mas encontrando-se separado CASAMENTO ça de sexo, outrora apontada também como elemento essencial. A teoria do ato inexis- de fato ou judicialmente. INEXISTENTE tente é, hoje, admitida em nosso direito, malgrado CC a ele não se refira. Em razão b) Embora no casamento nuncupativo não haja processo preliminar de habilitação, a verifi- constituir um nada no mundo jurídico, não reclama ação própria para combaté-lo. cação da ausência de impedimentos matrimoniais é examinada pelo juiz posteriormente. A teoria das nulidades apresenta algumas exceções em matéria de casamento. Assim, c) No silêncio dos nubentes quanto ao regime patrimonial a ser adotado prevalece re- embora os atos nulos em geral não produzam efeitos, há uma espécie de casamento, gime da comunhão parcial em qualquer hipótese. CASAMENTO E putativo, que produz todos os efeitos de um casamento válido para o cônjuge de d) A eficácia da habilitação será de 90 dias, a contar da data em que foi extraído certificado. A TEORIA DAS E. também, embora juiz deva pronunciar de oficio a nulidade dos atos jurídicos NULIDADES ral, a nulidade do casamento somente poderá ser declarada em ação ordinária arts 3. (TJ/SP/Outorga de Delegações de Notas e de Registro/6° Concurso/2009) A solenidade de cele- 1.549 e 1.563), não podendo, pois, ser proclamada de bração do casamento, na sede do cartório, exige a presença de pelo menos duas testemunhas casamento nulo: a ação é declaratória de nulidade, com efeitos ex tunc; a) que não sejam parentes dos contraentes, em qualquer grau.eito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 425 ômica, cria uma série de direitos e deveres que interessam diretamente às ou e do arquivamento e averbação no aludido Registro Público, entre os cônjuges, sem correspondência no diploma de 1916. Proclama o art. Código Civil: para validade perante terceiros, da sentença que "decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de empresário quem exerce profissionalmente profissão econômica organi- É que a partilha, no regime da comunhão parcial, sempre acarreta redução do para a produção ou a circulação de bens ou de serviços". patrimônio do cônjuge que exerce atividade empresarial. O registro visa dar publi- cidade à disponibilidade dos bens do empresário, após a modificação de seu esta- am excluídos desse conceito aqueles que exerçam profissão intelectual, de do civil e da consequente partilha do patrimônio anteriormente pertencente ao casal. científica. literária ou artística (CC, art. 966, parágrafo único), como o ad- o médico e o professor, por exemplo. Todavia, serão reputados empresários ganizarem fundando uma clínica ou criando um estabele- 11.5. RESUMO de ensino. DA EFICÁCIA DO CASAMENTO t. 977 do novo Código faculta aos cônjuges "contratar sociedade, entre si a constituição da família legítima (CF, art. 226); erceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão univer- a mútua assunção, pelo casal, da condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da (CC, art. 1.565); ens, ou no da separação O dispositivo aplica-se, por analo- PRINCIPAIS a imposição de deveres aos cônjuges, que passam a viger a partir da celebração (CC, art. ião autorizando os companheiros a constituírem sociedade entre si, EFEITOS DO 1.566); vista que art. 1.725 do aludido diploma estabeleceu, quanto às relações CASAMENTO a imediata vigência, na data da celebração (CC, art. 1.639, § do regime de que o regime da comunhão parcial, salvo contrato escrito. em princípio é irrevogável, podendo ser alterado mediante autorização judicial em pedi- do motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalva- egime da comunhão universal de bens dos os direitos de terceiros (CC, art. 1.639, § roibição da contratação de sociedade no regime da comunhão universal é fidelidade recíproca (CC, art. 1.566, uma vez que os bens de ambos os consortes já lhes pertencem em DEVERES DE vida em comum (coabitação), no domicílio conjugal (inc. AMBOS os mútua assistência (inc. III); e, por essa razão, a sociedade seria uma espécie de CÔNJUGES sustento, guarda e educação dos filhos (inc. IV); egime da separação obrigatória respeito e consideração mútuos (inc. V). referido regime, "a vedação ocorre por disposição legal, nos casos em que atual disciplinou somente os direitos de ambos os cônjuges, afastando as diferen- DIREITOS E casamento possam ser levantadas dúvidas ou questionamentos acerca do ças constantes do diploma anterior. A direção da sociedade conjugal será exercida, em co- DEVERES DE laboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos. Havendo ento das formalidades ou pela avançada idade de qualquer dos CADA CÔNJUGE divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consi- egimes da comunhão parcial voluntária deração aqueles interesses (CC, art. e parágrafo único). nite-se, desse modo, a sociedade empresária ou simples entre marido e mu- regimes de comunhão parcial e da separação voluntária, pois em ambos ges podem fazer suas contribuições individuais para a formação do patrimô- t. 978 do Código Civil autoriza o empresário casado "sem necessidade ga conjugal, qualquer que seja o regime de alienar os imóveis que o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus desse princípio "decorre, diretamente, da separação patrimonial entre os bens da sociedade e os bens particulares dos ainda, as inovações introduzidas nos arts. 979 e 980 do Código Civil concernentes, à obrigatoriedade da inscrição no Regis- ico de Empresas Mercantis dos "pactos e declarações428 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família a morte real ou a presumida do ausente nos casos em que a lei autoriza a após a sua regulamentação pela Lei n. 6.515, de 26 de dezembro de 1977. O re abertura de sucessão definitiva; § passou a ter a seguinte redação: a nulidade ou a anulação do casamento; e o divórcio. O casamento somente poderá ser dissolvido, nos casos expressos em lei, des haja prévia separação judicial por mais de três anos". 12.2. INOVAÇÃO INTRODUZIDA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 66/2010 Não se cogitava, portanto, do divórcio direto. A separação judicial, por A Emenda Constitucional n. 66, de 14 de julho de 2010, conhecida como "PEC de três anos, era requisito prévio para pedido de divórcio. do deu nova redação ao § 6° do art. 226 da Constituição Federal, retiran- A Constituição de 1988 tratou do assunto no § 6° do art. 226, do seguinte do do texto a exigência, para o divórcio, do requisito temporal e da prévia sepa- ração. No quadro esquemático abaixo pode-se comparar a redação anterior e a atual O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação do aludido dispositivo constitucional: cial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação ( por mais de dois anos". ANTERIOR DO DO 226 ATUAL REDACAO DO DO ART 226 Reduziu-se, assim, o prazo da separação judicial para um ano, no DA FEDERAL DA FEDERAL criando-se uma modalidade permanente e ordinária de divórcio di "§ 6° casamento civil pode ser dissolvido pelo di- "§ 6° casamento civil pode ser dissolvido pelo di desde que comprovada a separação de fato por mais de dois anos. Pode-se afi vórcio, após separação judicial por mais de um vórcio." que a separação judicial passou a ser facultativa, uma vez que os cônjuges pode ano nos casos expressos em lei, ou comprovada sepa- optar pelo divórcio direto, comprovando a separação de fato por mais de dois ração de fato por mais de dois anos." A separação judicial tinha, pois, a finalidade de ser convertida em divórcio, apó ano da separação judicial, e de permitir a reconciliação do casal, antes da sua CO A referida alteração resultou de proposta elaborada pelo Instituto Brasileiro de são em divórcio. Direito de Família IBDFAM, nos seguintes termos: A Emenda Constitucional n. 66/2010 completou ciclo evolutivo inic 6° O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio consensual ou litigioso, na com a Lei do Divórcio (Lei n. 6.515/77). Com a supressão da parte final do § forma da art. 226, a separação judicial deixou de ser contemplada na Constituição F ral, na qual figurava como requisito para a conversão, desaparecendo ainda o re A Câmara dos Deputados, todavia, acertadamente, suprimiu a parte final do sito temporal para a obtenção do divórcio, agora exclusivamente direto, por m aludido § 6° do art. 226 da Constituição Federal, que passou a ter, assim, a final, a consentimento ou litigioso. seguinte redação: O casamento pode ser dissolvido pelo divórcio". 12.2.2. Interpretação histórica, racional, sistemática e da alt Desse modo, a "PEC do Divórcio" passou a ter eficácia imediata e direta, afas- ção constitucional. Desaparecimento da separação de direito tando-se a possibilidade de eventuais limitações futuras, que poderiam advir de lei O casamento, como retromencionado, gera, a ordinária. conjugal e o vínculo matrimonial. Portanto, quando o § 6° do art. 226 da Constitu Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n. 66/2010, menciona 12.2.1. Breve escorço histórico 0 "casamento" pode ser dissolvido pelo está afirmando, ipso facto, "sociedade conjugal" e "vínculo matrimonial" podem ser dissolvidos pelo O Decreto n. 181, de 1890, que instituiu o casamento civil no Brasil, previa 0 vórcio. Não desaparece apenas o vínculo, senão também a sociedade divórcio a thoro et mensa (divórcio canônico), que acarretava somente a separação de corpos, mas não rompia o vínculo matrimonial. O Código Civil de 1916 previa 0 Desse modo, não colhe a alegação de que a separação judicial e a desquite como forma de extinção da sociedade conjugal, sem também o rompimento cial continuariam a existir enquanto não revogados os dispositivos do Código C e da Lei n. 11.441/2007 que delas tratam.do Divórcio (Lei que juiz deverá promover todos os meios para que as partes se recon- reunindo-as em sua presença, se assim considerar necessário. ciliem ou transijam, ouvindo pessoal e separadamente cada uma delas e, a seguir, SEPARAÇÃO JUDICIAL Como tal dispositivo não conflita com a Lei n. 968, de 10 de dezembro de 1949, MÚTUO uma fase preliminar de tentativa de reconciliação nas separações litigio- que sas, nem com as disposições do novo Código Civil, o juiz, em cumprimento às suas nor- mas, determina a citação do réu e a intimação do autor para comparecer a uma audiência prévia, com vistas à tentativa de reconciliação do Se esta não for obtida, o ma- gistrado procura convencer as partes a transformar a separação litigiosa em Observação do Autor: Este tópico trata da separação judicial por mútuo consent Tem a jurisprudência proclamado a inadmissibilidade da supressão da aludida to, que foi eliminada do nosso ordenamento pela Emenda Constitucional n. 66 audiência e da oportunidade para que as partes se reconciliem ou transijam, conside- Todavia, considerando que essa questão permanece controvertida, como já dito, n. rando a regra de ordem trina e na jurisprudência, havendo decisões em ambos os sentidos, trataremos do Se os cônjuges pedirem, os advogados deverão ser chamados a assistir aos to como se a ação de separação judicial continuasse existindo, até a entendimentos e deles participar (Lei n. 6.515/77, art. § O não compareci- jurisprudência. mento de qualquer das partes deve ser havido como recusa a qualquer acordo. Não obtida a reconciliação do casal, nem a convolação em separação amigável, a 13.1. REQUISITO fluir da data da audiência prévia o prazo para a contestação, ainda que começa 0 réu a ela não tenha comparecido. A separação judicial requerida por ambos os cônjuges ou por mútuo cons O capítulo do Código Civil de 2002 que disciplina a dissolução da mento é também chamada de amigável ou É procedimento conjugal não contém normas procedimentais. Impõe-se concluir, pois, que as exis- jurisdição voluntária, em que o juiz administra interesses privados. Não há lit tentes na Lei do Divórcio permanecem em vigor. pois ambos os cônjuges buscam a mesma solução: a homologação judicial do ac por eles celebrado. Preleciona Teresa Ancona Lopez que "a separação consensual é essencialm 12.7. RESUMO um acordo entre duas partes (cônjuges) que têm por objetivo dar fim à sua DA DA SOCIEDADE CONJUGAL ciedade conjugal. É, portanto, negócio jurídico bilateral, para que esse acc CONCEITO dos cônjuges. Sociedade conjugal é o complexo de direitos e obrigações que formam a vida em comum exista e seja válido, é necessária a declaração livre e consciente da vontade des partes. Todavia, para que o muttus dissensus tenha executoriedade ou gere os efe As causas terminativas da sociedade conjugal estão especificadas no art. 1.571 do CC: queridos pelas partes, necessita de um ato de autoridade, qual seja, a sua homolo CAUSAS te de um dos nulidade ou anulação do casamento. separação judicial e mor- ção através de sentença TERMINATIVAS morte que a extingue é a real, CC/2002, porém, incluiu entre as causas de dissolução A a morte presumida do ausente que se configura "nos casos em que a lei autoriza a aber- O art. 1.574 do Código Civil prescreve: da, sem decretação de ausência, para todos os efeitos, nos casos do art. e tura de sucessão definitiva" (art. Passou a admitir ainda a declaração de morte presumi- "Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem Espécies por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente hor a) separação consensual ou por mútuo consentimento dos cônjuges (CC, art. 1.574); logada a convenção". SEPARAÇÃO b) separação judicial a pedido de um dos ou litigiosa (CC, art. 1.572). JUDICIAL Efeitos em relação aos consortes A vantagem dessa modalidade é que os separandos não precisam declinar A bens separação judicial termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca e ao regime de CC: mútua (CC, art. 1.576). Permanecem, porém, os outros três deveres impostos pelo art. 1.566 do causa, o motivo da separação. O único requisito exigido, havendo consenso mútuo, assistência; sustento, guarda e educação dos filhos; respeito e consideração estarem os nubentes casados há mais de um ano. Todavia, mesmo para os que ente dem não ter sido a separação judicial eliminada do nosso ordenamento pela Emen Constitucional n. 66/2010, esse requisito deixou de existir. A propósito, proclama "Separação judicial litigiosa. Audiência Dispensa. Providência sencial a tentativa de reconciliação ou conversão da ação em Designação determinada" es- Enunciado 515 da V Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal: Federal Lex, 258/348). "Audiência prévia de conciliação. Vigência do artigo da Lei n. 968/49. Não realização que gera nulidade. Designação Lex, 250/333) Separação consensual (aspectos práticos e controvérsias). In: Família e casamento, p. 639.escritura pública. O advogado comparece ao ato e subscreve a escritura, como assistente das SEPARAÇÃO JUDICIA partes, não havendo necessidade de Com efeito, os arts. 36 e 37 do Código de Processo Civil exigem a procuração somente para que o advogado venha PEDIDO DE UM DOS CÔNJU a "procurar em juízo" o que não é o Pode o advogado, no mesmo instrumen- ser constituído procurador para eventuais necessárias, salvo em matéria de direito personalíssimo e Se os cônjuges necessitarem de assistência judiciária gratuita, por não poderem pagar advogado particular, poderão ser assistidos por defensor público, onde houver, Observação do Autor: Este tópico trata da separação judicial a pedido de um d ou, na sua falta, por advogado indicado pela OAB, em virtude da garantia constitu- juges, que foi eliminada do nosso ordenamento pela Emenda Constitucional n. 6 cional (CF, art. 134). Todavia, considerando que essa questão permanece controvertida, como já dito, trina e na jurisprudência, havendo decisões em ambos os sentidos, trataremos do to como se a ação de separação judicial continuasse existindo, até a consolida 13.4.5. Separação ou divórcio consensuais celebrados por autoridades jurisprudência. consulares A Lei n. 12.874, de 29 de outubro de 2013, introduziu dois parágrafos ao art. 14.1. ESPÉCIES da Lei de Introdução às Normas do Direito permitindo que a separação 18 Separação-sanção divórcio consensuais de brasileiros no exterior possam ser feitos pelas autoridades ou Preceitua o art. 1.572, caput, do Código Civil que "qualquer dos cônjuge. consulares desde que o casal não tenha filhos menores ou incapazes, de- rá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que i vendo constar da escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em dos bens comuns e à pensão alimentícia, bem como o acordo quanto à retomada pelo Trata-se de que pode ser pedida a qualquer tempo após a cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu ção do casamento. casamento. Embora a assistência do advogado seja indispensável, não se faz necessá- o rio que a sua assinatura conste da escritura pública. Separação-falência Aduz o § 1° que "a separação judicial pode também ser pedida se um dos 13.5. RESUMO ges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade Essa modalidade é denominada SEPARAÇÃO JUDICIAL CONSENSUAL Separação-remédio A separação requerida por ambos os cônjuges (amigável ou consensual) é procedimen- Por fim, dispõe o § 2° que cônjuge pode ainda pedir a separação CARACTERÍSTICAS to típico de jurisdição em que o juiz administra interesses privados. Não há quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após acordo por eles celebrado (CC, art. litígio, pois ambos os cônjuges buscam a mesma solução: a homologação judicial do mento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, A vantagem dessa modalidade é que os separandos não precisam declinar o motivo duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improv casados separação. único requisito exigido, havendo consenso mútuo, é estarem os nubentes da situação é de REQUISITO há mais de um ano. pois, a anexação à inicial da certidão de ca- A enumeração é taxativa, não podendo ser estendida a outras situações. samento. Enunciado 515 da Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal, todavia, proclama: "Pela interpretação da Emenda Constitucional n. Características da separação-sanção 66/2010, não há prazo de casamento para a separação consensual" A hipótese prevista no art. 1.572, é chamada de separação-sanção capítulo do Código Civil que disciplina a dissolução da sociedade conjugal não con- PROCEDIMENTO cio tém normas procedimentais. Impõe-se concluir, pois, que as existentes na Lei do um dos cônjuges atribui culpa ao outro (na modalidade de grave infração dos (Lei n. 6.515/77) continuam em vigor. o art. 34 da mencionada lei dispõe que a conjugais), aplicando-se sanções ao culpado. Estas são: perda do direito a ração consensual far-se-á pelo procedimento previsto nos arts. 1.120 a do CPC, sepa- mas tos, exceto os indispensáveis à sobrevivência (CC, arts. 1.694, § e 1.704, p acrescentando outras regras. V. ainda art. 1.124-A do CPC. único) e perda do direito de conservar o sobrenome do outro (art. 1.578). Como é a única hipótese em que se discute culpa, é também a única qu te reconvenção. Nesse caso, pode a separação ser decretada por culpa de2 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 473 14.4.4. Abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo que impliquem a prática de atos contra a natureza, os delitos sexuais, o vício da Como já dito (item 14.2.2. retro), constitui um retrocesso a inovação introduzida o inc. IV do art. 1.573 do Código Civil de 2002, exigindo a ausência do lar conju- Essa referência é meramente exemplificativa, pois é impossível elencar todos os "durante um ano contínuo" para a configuração do abandono, uma vez que atos que caracterizam a aludida infração dos deveres conjugais. Compete ao juiz, em que caracteriza o abandono pode revelar-se desde o início da separação de cada caso, tendo em vista especialmente o grau de educação e a sensibilidade do A Lei do Divórcio não previa nenhum prazo, limitando-se a exigir que a infra- outro cônjuge, bem como a repercussão do fato no ambiente social, decidir sobre fosse grave. a configuração da conduta desonrosa imputada ao cônjuge. 14.4.5. Condenação por crime infamante 14.5. RUPTURA DA VIDA EM COMUM O Código Civil de 2002 incluiu ainda, como hábil à caracterização da conduta Somente no caput do art. 1.572 do Código Civil temos separação-sanção. As duas sonrosa, a "condenação por crime infamante" (art. 1.573, V). Deve-se entender hipóteses dos §§ 1° e 2° são de porque não se discute a culpa. no tal o ilícito penal que traduz vício de personalidade por parte do seu autor, As duas modalidades de divórcio e divórcio direto) tam- ercutindo negativamente no meio social pelos propósitos vis de quem o praticou, bém são casos de bem como a separação amigável. Temos, baz de provocar a repulsa do consorte e de tornar insuportável a assim, o seguinte quadro esquemático: Em geral tais crimes são de extrema gravidade, como o estupro, a extorsão diante sequestro, o latrocínio, o tráfico de entorpecentes etc. Todavia, o estigma Separação-sanção (CC, art. 1.572, caput) infâmia pode ser encontrado em crimes de menor gravidade, punidos às vezes n penas inexpressivas, mas que demonstram mau caráter e a crueldade do agen- Espécies Ruptura da vida em comum e causam repugnância no consorte, por exemplo a prática de ato obsceno, os infligidos a filhos menores ou aos pais idosos etc. de separação ou separação-falência (CC, art. 1.572, § 4.4.6. Conduta desonrosa Separação-remédio Grave doença mental (CC, art. 1.572, § 2°) "Conduta desonrosa" é uma expressão bastante ampla, que se caracteriza pelo inportamento imoral, ilícito ou antissocial de um ou de ambos os cônjuges. Está Separação consensual is vinculada aos efeitos colaterais do casamento, qualificados como deveres im- (CC, art. 1.574) citos dos cônjuges. Incluem-se nessa expressão os casos de alcoolismo, toxicoma- 1, namoro do cônjuge com terceiro, prática de crime, contaminação com doença hérea Enfim. muitas daquelas hipóteses que eram enquadradas pela juris- Na hipótese do aludido § temos a separação por ruptura da vida em co- brasileira na categoria de injúria grave. mum, também chamada de separação-falência (espécie de O Não há um critério preestabelecido para a definição do que se compreende como tempo de separação de fato exigido é "mais de um ano", impondo-se também desonrosa, mencionada no inc. VI do art. 1.573 do Código Civil. Assim se prova da "impossibilidade da reconstituição do casamento". no entanto, "todo comportamento de um dos cônjuges, que implique Dispensa da indagação sobre a culpa de qualquer dos cônjuges anjear menosprezo no ambiente familiar ou no meio social em que vive 0 ca- Como a separação judicial fundamenta-se exclusivamente em circunstância ob- Assim se devem entender os atos degradantes como o lenocínio, o vício do jogo, 0 jetiva, qual seja, a irreversível separação de fato pelo tempo estabelecido na lei, de tóxicos, a conduta homossexual, a condenação por crime doloso, especialmente nenhuma indagação precisa ser feita a respeito de eventual procedimento culpo- SO de qualquer dos cônjuges como causa da separação. A caracterização da "ruptu- não é condicionada a nenhum outro fator material ou à violência física ou moral. "A embriagnez habitual do ainda não de violências e escândalos Não importa sequer saber quem tomou a iniciativa da ruptura da união484 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Efeitos da reconciliação quanto ao nome dos cônjuges e ao regime de bens Com a reconciliação. os cônjuges voltarão a usar o nome que usavam antes da dissolução da sociedade conjugal. O regime de bens também será o mesmo, porque o restabelecimento far-se-á nos exatos termos em que a sociedade fora constituída. Se, porém, o casal se divor- DIVÓRO ciou, poderá unir-se novamente com outro regime de bens, mas não pelo restabeleci- mento da sociedade conjugal, e sim mediante novo casamento. possível, todavia, em caso de separação judicial, a alteração do regime de bens por ocasião da reconciliação, mediante autorização judicial, se houver "pe- dido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros" (CC, art. 1.639, § 15.1. INTRODUÇÃO Preceitua o art. 101 da Lei dos Registros Públicos, aludida no item anterior, que Instituição do divórcio no país o ato de restabelecimento de sociedade conjugal será também averbado no Regis- No direito dos povos modernos, o divórcio tem ampla aceitação. tro Civil, com as mesmas indicações e No Brasil, após uma árdua batalha legislativa, foi o divórcio introduzido Reconciliação apenas de fato Emenda Constitucional 9, de 28 de junho de 1977, que suprimiu o princípi- Nesse caso, instaura-se entre o casal uma simples sociedade de fato, regendo-se indissolubilidade do vínculo matrimonial, conforme escorço histórico constante os interesses patrimoniais recíprocos pelas regras do direito das obrigações. Desse item 12.2.1, retro, ao qual nos reportamos. modo, se houver aquisição de bens nesse período, terá a mulher participação no novo Código Civil de 2002 patrimônio, ainda que apenas cuide dos afazeres domésticos. O atual Código Civil limita-se a proclamar que o divórcio é uma das causas ensejam término da sociedade conjugal, tendo o condão de dissolver o casan 14.10. RESUMO to válido (art. 1.571, IV e § O art. 1.579 do aludido diploma reproduz o text SEPARACA JUDICIALLITIGIOSA art. 27 da Lei do Divórcio, reiterando a inalterabilidade dos "direitos e deveres Separação-sanção: quando um dos consortes imputar ao outro qualquer ato que impor- pais em relação aos filhos", em decorrência quer do divórcio, quer do novo te grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum (CC, art. mento de qualquer deles. 1.572, caput). Separação-falência: se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição (§ Além disso, mencionado Codex regulava a conversão da separação em di ESPÉCIES Separação-remédio: quando outro cônjuge estiver acometido de doença mental grave, cio, dispondo no art. 1.580: manifestada após casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável (§ "Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a pode ser precedida de separação de corpos (CC, art. 1.562); ção judicial. ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, segue rito ordinário; quer das partes poderá requerer sua conversão em é obrigatória a realização de audiência prévia de conciliação; § A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges será decretada a iniciativa da ação é privativa dos cônjuges. No caso de incapacidade, serão representa- PROCEDIMENTO sentença, da qual não constará referência à causa que a determinou. dos por curador, ascendente ou irmão (CC, art. 1.576); é competente foro do domicilio da mulher (Lei n. 6.515/77, art. 52); § 2° O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no cas é admitido, depois de decretada a separação, restabelecimento da sociedade conjugal comprovada separação de fato por mais de dois anos". (CC, art. 1.577). O aludido prazo ânuo era estabelecido pelo art. 226, § 6°, da Constituição Fed A PEC do divórcio Em 13 de julho de 2010 foi promulgada pelo Congresso Nacional e publicad Diário Oficial da União no dia seguinte a denominada "PEC do conpara alastá-lo do lar conjugal, por via cautelar. E de acordo com o art. 888, VI, os contra b) litigioso (CC, art. 1.580, § do a medida também pode ser autorizada pelo juiz na pendência da ação princi- Litigioso pal, para o fim do afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do "Decorrido um ano do em julgado da sentença que houver decretado a separ dicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer tes poderá requerer sua conversão em (CC, art. 1.580, caput). Tem-se enten- 15.5. USO DO NOME DO CÔNJUGE APÓS DIVÓRCIO entanto, que a Emenda Constitucional n. 66/2010 extinguiu os prazos previstos no a DIVÓRCIO- do CC. mantido divórcio por Nesse sentido Enunciado 517 da V Jornac CONVERSÃO Já foi dito, no item retro ("O uso do nome do outro que o culpa- reito Civil do Conselho da Justiça Federal. Consensual do pela dissolução do casamento só pode continuar a usar o sobrenome que adotou Malgrado a lei não mencione o consensual, a sua admissibilidade é tranquila na práti quando do casamento se com isso concordar o outro cônjuge. Contudo, mesmo ser formulado perante juízo do domicilio de qualquer dos ex-cônjuges, ainda que havendo essa será possível mantê-lo nas hipóteses excepcionadas pelo do juízo por onde tramitou a ação de separação judicial. art. 1.578 do Código Espécies Pode ser consensual ou litigioso, sendo suficiente, em qualquer caso, a comprovação Também foi mencionado que o Código Civil não disciplinou o uso do sobrenome ração de fato por mais de 2 anos, sem qualquer indagação da causa. Predomina, no do ex-cônjuge após o divórcio. Tal uso não era permitido, salvo nas três hipóteses como já dito, o entendimento de que a Emenda Constitucional n. 66/2010 extinguiu previstos no art. 1.580 do reproduzidas no art. 1.578, I a III, do Código Civil ("I evidente prejuízo para a sua Divorcio direto consensual II manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos DIVÓRCIO procedimento adotado será o previsto nos arts. 1.120 a 1.124 do CPC, observadas a havidos da união dissolvida; III dano grave reconhecido na decisão judicial"), tras normas especificadas no art. 40, § a IV, da Lei do divórcio pode DIRETO cedido sem que haja prévia partilha de bens (CC, art. 1.581). acrescentadas ao art. 25, parágrafo único, da Lei do Divórcio pela Lei n. 8.408, de direto litigioso de fevereiro de 1992. Impõe-se, frisou-se, concluir que o tema foi exaurido no referi- 13 Seguirá procedimento ordinário (LD, art. 40, Não há necessidade de tentativa do art. 1.578, não mais subsistindo a aludida Desse modo, havendo divór- ciliação, nem se aplica a regra do art. 447 do CPC. A revelia do réu não dispensa o prova do único requisito exigido pela lei: o decurso do prazo de mais de 2 anos de se cio direto, será facultado ao cônjuge manter o sobrenome de casado. de fato. Tem-se entendido, porém, como já mencionado, que a Emenda Constitu Com a aprovação da Emenda Constitucional n. 66/2010, não poderá haver 66/2010 extinguiu os prazos previstos no art. 1.580 do CC. nenhuma repercussão de eventual culpa na manutenção ou perda do direito de usar o sobrenome de casado após o divórcio. O referido art. 1.578 deve ser tido como revogado, por incompatibilidade com a nova ordem constitucional estabelecida pela "PEC do Seja como for, o nome incorpora-se à personalidade da pessoa, sendo por isso incluído no rol dos direitos da personalidade disciplinados no Código Civil 16 a 19) e na Carta Magna (art. 5°, quando se refere à "vida privada") e amparado pelo princípio constitucional da dignidade humana (CF, art. III). Desse modo, a utilização do sobrenome de casado, após o divórcio, pelo cônju- ge, culpado ou não pelo rompimento do casamento, constitui uma faculdade deste, pois está incorporado à sua personalidade. 15.6. RESUMO DIVORCIO CONCEITO é uma das causas que ensejam término da sociedade conjugal, tendo condão de dissolver o casamento válido mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a novas núpcias.ito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 493 pedido de separação de corpos não mais tem a finalidade de legitimar a Divórcio-conversão do lar conjugal, ou para os fins de contagem do tempo para separação a) consensual (formulado por ambos os al (um ano) ou para o divórcio direto (dois anos). Doravante, assume sua ca- ESPÉCIES b) litigioso (formulado por um só dos cônjuges (CC, art. 1.580)). essencial como providência inevitável quando há ameaça ou consumação Divórcio direto cia física, psicológica ou social de um cônjuge contra outro ou contra os a) consensual; b) litigioso (CC, art. 1.580, § ra afastá-lo do lar conjugal, por via cautelar. E de acordo com o art. 888, VI, medida também pode ser autorizada pelo juiz na pendência da ação princi- Litigioso "Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação ju- ) fim do afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do casal. dicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer das par- tes poderá requerer sua conversão em (CC, art. 1.580, caput). Tem-se entendido, no entanto, que a Emenda Constitucional n. 66/2010 extinguiu os prazos previstos no art. 1.580 o USO DO NOME DO CÔNJUGE APÓS DIVÓRCIO -CONVERSÃO do CC, mantido o divórcio por conversão. Nesse sentido o Enunciado 517 da V Jornada de Di- reito Civil do Conselho da Justiça dito, no item 14.8, retro ("O uso do nome do outro que o culpa- Consensual issolução do casamento só pode continuar a usar o sobrenome que adotou Malgrado a lei não mencione o consensual, a sua admissibilidade é tranquila na prática. Pode ser formulado perante juízo do de qualquer dos ex-cônjuges, ainda que diverso casamento se com isso concordar outro cônjuge. Contudo, mesmo do por onde tramitou a ação de separação judicial. essa oposição, será possível mantê-lo nas hipóteses excepcionadas pelo Espécies do Código Civil. Pode ser consensual ou litigioso, sendo suficiente, em qualquer caso, a comprovação da sepa- ém foi mencionado que o Código Civil não disciplinou o uso do sobrenome ração de fato por mais de 2 anos, sem qualquer indagação da Predomina, no entanto, como já dito, o entendimento de que a Emenda Constitucional n. 66/2010 extinguiu os prazos juge após o divórcio. Tal uso não era permitido, salvo nas três hipóteses previstos no art. 1.580 do CC. das no art. 1.578, I a III, do Código Civil evidente prejuízo para a sua direto consensual II manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos DIVÓRCIO o procedimento adotado será o previsto nos arts. 1.120 a 1.124 do CPC, observadas ainda ou- DIRETO tras normas especificadas no art. 40, § a IV, da Lei do divórcio pode ser con- a união dissolvida; III dano grave reconhecido na decisão judicial"), cedido sem que haja prévia partilha de bens (CC, art. 1.581). ao art. 25, parágrafo único, da Lei do Divórcio pela Lei n. 8.408, de 13 Divórcio direto litigioso de 1992. Impõe-se, concluir que o tema foi exaurido no referi- Seguirá o procedimento ordinário (LD, art. 40, § Não necessidade de tentativa de recon- ciliação, nem se aplica a regra do art. 447 do CPC. A revelia do réu não dispensa o autor da 78, não mais subsistindo a aludida Desse modo, havendo divór- prova do único requisito exigido pela lei: decurso do prazo de mais de 2 anos de separação será facultado ao cônjuge manter o sobrenome de casado. de fato. Tem-se entendido, porém, como já mencionado, que a Emenda Constitucional n. 66/2010 extinguiu os prazos previstos no art. 1.580 do a aprovação da Emenda Constitucional n. 66/2010, não poderá haver repercussão de eventual culpa na manutenção ou perda do direito de prenome de casado após divórcio. O referido art. 1.578 deve ser tido gado, por incompatibilidade com a nova ordem constitucional estabelecida do omo for, o nome incorpora-se à personalidade da pessoa, sendo por isso ) rol dos direitos da personalidade disciplinados no Código Civil (arts. 16 Carta Magna (art. X, quando se refere à "vida privada") e amparado pio constitucional da dignidade humana (CF, art. III). modo, a utilização do sobrenome de casado, após o divórcio, pelo cônju- ) ou não pelo rompimento do casamento, constitui uma faculdade deste, à sua personalidade.tava de tratamento psicológico antes de voltar a ter permissão para as juiz só estará autorizado a alterar statu quo, na cautelar de apreensão, a bem dos filhos e se o autor comprovar a existência de motivos graves. Consta do processo que a mãe, ao buscar filho na creche, leve a criança tirada de Direito dos pais seus braços pelo pai, de forma violenta, depois disso, ficou durante cinco anos sem pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá e en ter informações sobre o paradeiro do menor. Durante esse período, o pai passou à companhia, segundo que acordar com o outro ou for fixado pelo juiz, como fiscalizar sua manutenção e educação (CC, art. 1.589). criança conceitos distorcidos sobre a figura materna, para obter a exclusividade do DIREITO DE VISITA Direito dos avós seu afeto, com a rejeição da mãe e a manutenção do seu paradeiro em Após A Lei n. 12.398, de 28-3-2011, acrescentou parágrafo ao art. 1.589 do CC e localizar a criança com o auxílio de programas de a mãe obteve a sua guarda art. 888 do CPC, para assegurar aos a critério do juiz, o direito de visita aos n depois do fim do relacionamento conjugal dos pais da criança ou do adolescente. provisória e teve conhecimento de que, para não ser encontrado, o pai mudava-se Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológio tendo passado pela Argentina, Paraguai e Chile, além de cidades do SÍNDROME DA criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos av Estado de São Paulo e Barra Velha, em Santa Catarina. ALIENAÇÃO pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda e vigil. PARENTAL para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manute O art. 10 da lei em apreço, que previa pena de detenção de seis meses a dois de vinculos com este (Lei n. 12.318, de 26-8-2010, art. anos para o parente que apresentasse relato falso a uma autoridade judicial ou mem- bro do conselho tutelar que pudesse "ensejar restrição à convivência da criança com 16.6. QUESTÕES o recebeu veto presidencial, sob o argumento de que a aplicação da pena 1. (MP/SP/Promotor de Justiça/89° Concurso/2012) Pelo casamento, homem e mulher traria prejuízos à própria criança ou adolescente e que a inversão da guarda ou sus- mem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encarg pensão da autoridade parental já são punições suficientes. família. Em relação à eficácia do casamento, é CORRETO afirmar: a) Qualquer dos nubentes, com a autorização expressa do outro, poderá acrescer a sobrenome do outro. 16.5. RESUMO b) A direção da sociedade conjugal será exercida pelo marido, com a colaboração d sempre no interesse do casal e dos filhos. PROTEÇÃO DA PESSOA DOS FILHOS c) São deveres do cônjuge virago: planejamento familiar, a escolha do domicílio Na separação judicial por mútuo consentimento ou no divórcio direto consensual sal, a educação dos filhos e a administração dos bens do casal. SEPARAÇÃO E observar-se-á o que os cônjuges acordarem sobre a guarda dos filhos, Mas o juiz pode d) Se qualquer dos cônjuges estiver encarcerado por mais de 180 (cento e oitenta) DIVÓRCIO DIRETO rá "recusar a homologação e não decretar a separação" se não estiverem preservados outro requererá ao juiz alvará para exercer, com exclusividade, a direção da fami CONSENSUAIS os interesses dos filhos menores e dos maiores inválidos (CC, arts. 1.574, uni administração dos bens do casal. CO, e 1.590). e) Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendim RESPEITO AO A guarda dos filhos será atribuída a quem revelar melhores condições para exercê-la do trabalho, para sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que MELHOR INTERESSE (CC, art. 1.583, A regra amolda-se ao principio do "melhor interesse da regime patrimonial. DA identificado como direito fundamental na Constituição Federal (art. § GUARDA Compreende-se por guarda unilateral "a atribuída a um só dos genitores ou a 2. (OAB/MG/Exame de Ordem/2009) Assinale a alternativa INCORRETA: UNILATERAL que o substitua" (CC, art. 1.583, § com a redação dada pela Lei n. de 2008) a) juiz não poderá deixar de decretar a separação consensual, se os cônjuges Conceito casados por mais de 01 (um) ano, ainda que sob argumento de que a art. 1.583, § do CC, conceitua a guarda compartilhada como "a responsabilização preserva suficientemente interesse de um deles, mesmo sendo eles maiores conjunta e exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mes zes, e tendo de próprio punho firmado a petição inicial em conjunto com b) Caso um dos cônjuges seja incapaz, pedido de separação judicial poderá ser F GUARDA mo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns". COMPARTILHADA Modo de estabelecimento vido por seu irmão, em representação a ele. A guarda compartilhada pode ser estabelecida mediante consenso ou determinação ju- c) cônjuge inocente na separação judicial poderá a qualquer tempo renunciar a dicial (CC, art. 1.584). Caso não convencionada na ação de separação, ou disso to de usar sobrenome do outro. lução da união estável, pode ser buscada em ação Também pode ser reque d) Da sentença que decretar divórcio, mesmo que por conversão, não constará rida por qualquer dos pais em ação própria. da separação. 3. (OAB/Exame de Ordem Em relação às regras que discipl casamento, assinale a opção CORRETA. 25 Câm. Dir. Civil, rel. Des. Nelson Schaeffer Martins. Disponível em: a) Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que haja decretado a sep Acesso em: 9 ago. 2010. judicial, é automática a conversão desta em divórcio.Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 509 A Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa xemplo, conforme publicação de 9 de agosto de 2010, manteve a por Em ações de busca e apreensão entre pais separados apenas de fato, a tendência é manter status quo, deixando-se os filhos com quem se encontram até que, no procedi- ao pai que praticara alienação parental. Decidiu-se que o pai da suspensão criança necessi- de visi- SEPARAÇÃO mento da ação de separação ou de divorcio, o juiz resolva definitivamente a situação, de- de tratamento psicológico antes de voltar a ter permissão para as DE FATO cidindo em favor do que revelar melhores condições para exercer a guarda. Segundo a jurisprudência, o juiz só estará autorizado a alterar statu quo, na cautelar de busca e onsta do processo que a mãe, ao buscar o filho na creche, leve a criança tirada apreensão, a bem dos filhos e se o autor comprovar a existência de motivos graves. us braços pelo pai, de forma violenta, e, depois disso, ficou durante cinco de Direito dos pais informações sobre o paradeiro do menor. Durante esse período, o anos sem pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá e tê-los em sua companhia, segundo que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem iança conceitos distorcidos sobre a figura para obter a exclusividade pai passou à como fiscalizar sua manutenção e educação (CC, art. 1.589). DIREITO DE VISITA calizar afeto, com a rejeição da mãe e a manutenção do seu paradeiro em Após do Direito dos A Lei n. 12.398, de 28-3-2011, acrescentou parágrafo ao art. 1.589 do CC e modificou o ovisória a criança com auxílio de programas de TV, a mãe obteve a sua guarda art. 888 do CPC, para assegurar aos a critério do juiz, o direito de visita aos netos, e teve conhecimento de que, para não ser encontrado, o pai mudava-se depois do fim do relacionamento conjugal dos pais da criança ou do adolescente. tendo passado pela Argentina, Paraguai e Chile, além de cidades do Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da tado de São Paulo e Barra Velha, em Santa Catarina. SINDROME DA criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos ou ALIENAÇÃO pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda e vigilância O art. 10 da lei em apreço, que previa pena de detenção de seis meses dois PARENTAL para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este (Lei n. 12.318, de 26-8-2010, art. para o parente que apresentasse relato falso a uma autoridade judicial a enitor", do conselho tutelar que pudesse "ensejar restrição à convivência da criança ou mem- com recebeu o veto sob o argumento de que a aplicação da 16.6. QUESTÕES ia prejuízos à própria criança ou adolescente e que a inversão da guarda ou pena sus- 1. (MP/SP/Promotor de Justiça/89° Concurso/2012) Pelo casamento, homem e mulher assu- mem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da são da autoridade parental já são punições suficientes. família. Em relação à eficácia do casamento, é CORRETO afirmar: a) Qualquer dos nubentes, com a autorização expressa do outro, poderá acrescer ao seu RESUMO o sobrenome do outro. b) A direção da sociedade conjugal será exercida pelo marido, com a colaboração da mu- PESSOA DOS FILHOS sempre no interesse do casal e dos filhos. c) São deveres do cônjuge virago: planejamento familiar, a escolha do do ca- E Na separação judicial por mútuo consentimento ou no divórcio direto sal, a educação dos filhos e a administração dos bens do casal. DIRETO "recusar que os cônjuges acordarem sobre a guarda dos filhos. Mas consensual, d) Se qualquer dos cônjuges estiver encarcerado por mais de 180 (cento e oitenta) dias, os rá a homologação e não decretar a separação" se não estiverem o juiz pode- outro requererá ao juiz alvará para exercer, com exclusividade, a direção da família e a CO, e interesses 1.590). dos filhos menores e dos maiores inválidos (CC, arts. 1.574, parágrafo preservados administração dos bens do casal. AO e) Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos IOR INTERESSE A guarda dos filhos será a quem revelar melhores condições exercê-la do trabalho, para sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o identificado como direito fundamental na Constituição Federal (art. da (CC, art. 1.583, A regra amolda-se ao princípio do "melhor interesse para regime patrimonial. GUARDA que Compreende-se por guarda unilateral "a atribuida a um só dos genitores 2. (OAB/MG/Exame de Ordem/2009) Assinale a alternativa INCORRETA: o substitua" (CC, art. 1.583, com a redação dada pela Lei n. 11.698, ou de a 2008). a) juiz não poderá deixar de decretar a separação consensual, se os cônjuges forem Conceito casados por mais de 01 (um) ano, ainda que sob argumento de que a convenção não art. 1.583, e § do CC, conceitua a guarda compartilhada como "a preserva suficientemente interesse de um deles, mesmo sendo eles maiores e capa- conjunta mo exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não responsabilização vivam sob o mes- zes, e tendo de próprio punho firmado a petição inicial em conjunto com advogado. GUARDA teto, concernentes ao poder familiar dos filhos b) Caso um dos cônjuges seja incapaz, pedido de separação judicial poderá ser promo- PARTILHADA Modo de estabelecimento vido por seu irmão, em representação a ele. A dicial guarda compartilhada pode ser estabelecida mediante consenso ou ju- c) cônjuge inocente na separação judicial poderá a qualquer tempo renunciar ao direi- (CC, art. Caso não convencionada na ação de determinação to de sobrenome do outro.516 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família A multiparentalidade consiste, pois, no fato de o filho ter dois pais ou mães re- Linha reta ascendente conhecidos pelo direito, o biológico e o socioafetivo, em função da valorização da A linha reta é ascendente quando se sobe de determinada pessoa para C filiação socioafetiva. antepassados (do pai para avô etc.). Toda pessoa, sob o prisma de sua ascend Parentesco resultante da adoção tem duas linhas de parentesco: a linha paterna e a linha materna. Essa dis O art. 227, § da Constituição Federal, proibindo designações e tratamentos discriminatórios, atribuiu aos filhos adotivos os mesmos direitos e deveres oriun- ganha relevância no campo do direito das sucessões, que adota, para partilhar a dos da filiação biológica. Essa regra foi reafirmada no art. 1.596 do Código Civil de o modo denominado "partilha in lineas". A linha ascendente, depois de bifur 2002, tendo o aludido diploma ainda unificado a adoção para menores e maiores entre os ascendentes do pai e os ascendentes da mãe, prossegue em sucessivas de 18 anos ao estatuir, no art. 1.619, com a redação dada pela Lei da Adoção (Lei n. pois cada pessoa se origina de duas. Por isso. fala-se em "árvore 12.010, de 3-8-2009), que a medida depende "da assistência efetiva do Poder Público Veja-se: e de sentença constitutiva". Parentesco espiritual Avô Avó Avô Avó Sublinhe-se que o nosso direito positivo não confere importância ao denomi- nado "parentesco (spiritualis cognatio), derivado das qualidades de padri- nho ou madrinha e afilhado, cuja existência o direito canônico sempre reconheceu, Linha Pai Linha inclusive como impedimento paterna Mãe 17.2. VÍNCULO DE PARENTESCO: LINHAS E GRAUS O vínculo de parentesco estabelece-se por linhas: reta e colateral, e a contagem Filho faz-se por graus. Parentesco em linha reta Parentes em linha reta são as pessoas que descendem umas das outras, ou, na Linha reta descendente dicção do art. 1.591 do Código Civil, são "as pessoas que estão umas para com as A linha reta é descendente quando se desce dessa pessoa para os seus de outras na relação de ascendentes e tais como bisavô, avô, pai, filho, Tal assertiva igualmente repercute no direito das sucessões, quanto ao neto e bisneto. Confira-se: de partilhar a herança in stirpes, tendo em vista que cada descendente passa a tituir uma estirpe relativamente aos seus Bisavô Efeitos importantes do parentesco em linha reta O parentesco em linha reta produz diversos efeitos importantes, merec destaque: Avô "o dever de assistir, criar e educar os filhos menores", imposto aos pais Pai art. 229 da Constituição Federal, que também atribui aos filhos maiores cargo de "ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou Filho o direito deferido aos no art. 1.694 do Código Civil, de pediren aos outros "os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível Neto a sua condição social"; a indicação dos descendentes e ascendentes, no art. 1.829, como sucess legítimos, e como herdeiros necessários, no art. 1.845:518 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família a inclusão da aludida relação no rol dos impedimentos absolutos à realiza- gerações, "até encontrar o outro parente" art. 1.594). Trata-se do sistem ção do casamento, em consequência do vínculo da consanguinidade etc. no de contagem de graus na linha colateral. Parentesco na linha colateral Assim, irmãos são colaterais em segundo grau. Partindo-se de um d São parentes em linha colateral, transversal ou oblíqua as pessoas que provêm chegar ao tronco comum conta-se uma geração. Descendo pela outra linha, de um tronco comum, "sem descenderem uma da outra". É o caso de irmãos, tios, pois de uma geração já se encontra o outro irmão. Tios e sobrinhos são colate sobrinhos e primos. Na linha reta não limite, pois a contagem do parentesco é ad terceiro grau; primos, em quarto. No caso dos primos, cada lado da escala na colateral, este se estende somente até quarto grau". Dispõe, com tagem terá dois graus. Também são colaterais de quarto grau os sobrinhos efeito, o art. 1.592 do Código Civil que "são parentes em linha colateral ou transver- tios-avós, hipóteses em que um dos lados da escala terá três graus, e o ou sal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem Veja-se: uma da outra". Importantes efeitos do parentesco na linha colateral Dentre outros efeitos do parentesco colateral, assinale-se: Tronco comum o que até o terceiro grau inclusive, impedimento para o casamento (CC, art. 1.521, IV); 2° grau Irmão Irmão Tio-avô a obrigação de pagar alimentos aos parentes necessitados extensiva aos ir- tio mãos, que são colaterais de segundo grau (art. 1.697); sobrinho grau o chamamento para suceder somente dos colaterais até o quarto grau, no Primo Primo âmbito do direito das sucessões (art. 1.839); 4° grau a adoção do princípio de que os mais próximos excluem os mais remotos (art. 1.840). Sobrinho- -neto Contagem do parentesco na linha reta A distância entre dois parentes mede-se por graus. Grau, portanto, é a distância em gerações. que vai de um a outro parente. O parentesco mais próximo na linha colateral é o de segundo grau, Na linha reta, contam-se os graus "pelo número de gerações". Geração é a entre irmãos. Não há parentesco em primeiro grau na linha colateral relação existente entre o genitor e o gerado. Assim, pai e filho são parentes em linha quando contamos uma geração ainda estamos na linha reta. Para a conta reta em primeiro grau. Já avô e neto são parentes em segundo grau, porque entre eles graus, como se observa, utiliza-se sistema segundo qual o ascendente con há duas gerações. Confira-se: é incluído na contagem stipite deempto. Irmãos germanos e unilaterais Avô Denominam-se irmãos germanos ou bilaterais os que têm mesmo mesma mãe; e unilaterais os irmãos somente por parte de mãe (uterinos) or Parentes em Pai segundo grau Parentes em te por parte do pai (consanguíneos). O Código Civil regulamenta, nos arts linha reta em 1.843, os direitos sucessórios dos irmãos germanos e unilaterais. primeiro grau Filho Linha colateral igual, desigual e dúplice A linha colateral pode ser:Família e parentesco mesmo vocábulo com o qual indica o consanguíneo correspondente, acrescentando- Observa-se do a frase in law (segundo a lei). Assim, sogro é chamado father-in-law (pai segun- exposto, cônjuge, tempera posto Pontes que de Miranda seja parente que que família cônjuge e pertence parentesco à são categorias e não é lei) e cunhado Como a afinidade é relação de natureza estritamente pessoal, cujos limites são É possível afim dos parentes consanguíneos parente do outro traçados na lei, não se estabelece entre os parentes dos cônjuges ou compa- [ualquer outro ação declaratória Basta o interesse do mesmo ainda do que se não do outro alegue nheiros, sendo que os afins de cada um não o são entre si (concunhados não são afins entre si). E, no caso de novo casamento ou união estável, os afins da primeira comu- nhão de vidas não se tornam afins do cônjuge ou companheiro da segunda. 17.3. ESPÉCIES DE PARENTESCO Perpetuidade da afinidade na linha reta O art. 227, § da Constituição Dispõe, por sua vez, o § 2° do mencionado art. 1.595 do Código Civil que, "na li- io da relação do casamento, ou por Federal proclama terem os filhos, qualificações. havidos ou a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união es- Essa regra quaisquer foi designações discriminatórias os mesmos relativas direitos e Nesse dispositivo se encontra a razão do impedimento matrimonial previsto no art. 1.521, II, do mesmo diploma, que também se aplica à união estável (art. 1.723, § dem, adotivos, portanto, os reproduzida filhos ser chamados, ipsis litteris discriminatoriamente. no art. 1.596 do Código à de legítimos, Não mais Desse modo, rompido o vínculo matrimonial permanecem o sogro ou sogra, ou a não ser em genro ou nora ligados pelas relações de afinidade. Significa dizer falecendo Parentesco natural ou civil ou companheira, por exemplo, o marido ou companheiro continua ligado à Malgrado civil, o retrotranscrito art. 1.593 do Código Civil sogra pelo vínculo da afinidade. Se se casar novamente, terá duas sogras. ma legal ou não pode conforme haver resulte de consanguinidade preceitue que o parentesco Na linha colateral, contudo, a morte ou o divórcio de um dos cônjuges ou com- panheiros faz desaparecer a afinidade. Como o impedimento matrimonial refere-se to à igualdade de direitos diferenca e proibição entre de parentesco natural ou Devem e outra civil, origem, especialmente sob apenas à linha reta (CC, art. 1.521, II), nada impede. assim, o casamento do viúvo ou os apenas de parentes. divorciado com a cunhada. todos ser Parentesco por afinidade cha- Se a dissolução da sociedade conjugal se der pela separação judicial, que não ) casamento rompe o vínculo, subsiste a afinidade entre o cônjuge separado e os parentes do con- e a união estável dão sorte. Com o divórcio e consequente rompimento do vínculo, não mais persiste a art. ge ou 1.595). companheiro Mesmo não torna-se existindo, parente in origem casu, por afinidade ao parentesco dos por parentes afinidade. do outro Cada afinidade. O casamento do cônjuge separado judicialmente com a cunhada só pode- com rá realizar-se, após a conversão da separação em divórcio (ou o do or- divórcio direto, por analogia tronco parentesco ancestral iros parentes comum, tem contam-se em linha Se para quem, como nós, entende que o divórcio-conversão foi eliminado nosso um dos reta cônjuges ou ade ser em ascendente linha reta do outro cônjuge (pais, ou estes Essa se tornam afinidade parentes com- por denamento jurídico pela "PEC do Nos casos de nulidade ou de anulabilidade, somente persistirá a afinidade se descendente (sogro, sogra, padrasto madrasta. em linha reconhecida a putatividade do casamento. Tendo em vista que o citado art. 1.595 do afins em (genro, 1° grau). nora, enteado e enteada, e no mesmo que grau são de afins filho em ou fi- 1° Código Civil de 2002 incluiu o companheiro no rol dos parentes por afinidade, não pode ele, dissolvida a união estável, casar-se com a filha de sua ex-companheira. Limitação do parentesco ao segundo clama le limita-se o § do aludido art. 1.595 do grau Código Civil 17.4. RESUMO heiro". linha colateral Cunhados aos ascendentes, em (irmãos segundo de grau. aos um descendentes e de outro cônjuge e aos que irmãos ou companheiro) parentesco do cônjuge são por ou DAS RELACOES DE PARENTESCO Em sentido estrito CONCEITO A palavra "parentesco" abrange somente definido como a relação que vin- cula entre si pessoas que descendem umas das outras, ou de um mesmo tronco. de direito de família, cit., III, § 201, p. 22. 17 Washington de Barros Monteiro, Curso, cit., 37. ed., V. 2. p.522 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Em sentido amplo Inclui o parentesco por afinidade e o decorrente da adoção ou de outra origem, como algu- mas modalidades de técnicas de reprodução medicamente assistida. Afinidade é vínculo que se estabelece entre um dos cônjuges ou companheiro e os pa- rentes do outro. Parentesco civil é o resultante da adoção ou outra origem (CC, art. 1.593). DA FILIA VÍNCULO DE Estabelece-se por linhas: reta e colateral, e a contagem faz-se por graus. PARENTESCO Parentes em linha reta são as pessoas que descendem umas das outras: avô, pai, fi- PARENTESCO lho, neto e bisneto. A linha reta é ascendente quando se sobe de determinada pessoa para EM LINHA os seus antepassados (do pai para avô etc.). É descendente quando se desce dessa pessoa RETA para os seus descendentes (CC, art. 1.591). São parentes em linha colateral, transversal ou obliqua as pessoas que de um tron- 18.1. INTRODUÇÃO PARENTESCO CO comum, sem descenderem uma da outra (CC, art. 1.592). É caso de irmãos, tios, sobri- EM LINHA nhos e primos. Na linha reta não há limite de parentesco; na colateral, este se estende so- Conceito COLATERAL mente até o quarto grau. Filiação é a relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e Grau é a distância, em gerações, que vai de um a outro parente. reta, que liga uma pessoa àquelas que a geraram, ou a receberam como se a Na linha reta, contam-se os graus pelo número de gerações (pai e filho são parentes em primeiro grau; avô e neto, em segundo grau). Todas as regras sobre parentesco consanguíneo estruturam-se a CONTAGEM Na linha colateral, a contagem faz-se também pelo número de gerações. Parte-se de um EM GRAUS noção de filiação, pois a mais próxima, a mais importante, a principal re parente situado em uma das linhas, subindo-se, contando as gerações, até o tronco comum, e descendo pela outra linha, continuando a contagem das gerações, até encontrar o outro parentesco é a que se estabelece entre pais e parente (CC, art. 1.594). Assim, irmãos são colaterais em segundo grau. Em sentido estrito, filiação é a relação jurídica que liga o filho a seu natural: resulta da consanguinidade; considerada filiação propriamente dita quando visualizada pelo lado do f ESPÉCIES DE civil: resulta de outra origem, p. ex., a adoção ou inseminação artificial heteróloga (CC, carada em sentido inverso, ou seja, pelo lado dos genitores em relação ao PARENTESCO art. 1.593); por afinidade: origina-se do casamento e da união estável (CC, art. 1.595). vínculo se denomina paternidade ou maternidade. Em linguagem jurídica. às vezes "se designa por paternidade, num sentido amplo, tanto a paternid priamente dita como a maternidade. É assim, por exemplo, que deve ser expressão consagrada na Constituição Federal art. 226, § Princípio da igualdade dos filhos A Constituição de 1988 (art. 227, § 6°) estabeleceu absoluta igualda todos os filhos, não admitindo mais a retrógrada distinção entre filiação ilegítima, segundo os pais fossem casados ou não, e adotiva, que existia no Civil de 1916. Naquela época, dada a variedade de consequências que essa C ção acarretava, mostrava-se relevante provar e estabelecer a legitimidade. Filhos legítimos eram os que procediam de justas núpcias. Quando não se casamento entre os genitores, denominavam-se ilegítimos e se classifica sua vez, em naturais e espúrios. Naturais, quando entre os pais não havia mento para o casamento. Espúrios, quando a lei proibia a união conjugal Estes podiam ser adulterinos, se o impedimento resultasse do fato de um de ambos serem casados, e incestuosos, se decorresse do parentesco próxin entre pai e filha ou entre irmão e irmã.536 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 537 Outros meios de prova, em caso de inexistência de registro Se os pais desapareceram ou faleceram sem registrar o filho, ou não procederam 18.5. RESUMO ou to registro de nascimento por algum outro motivo, bem como o desaparecimento do livro ou há algum outro obstáculo se intransponível ocorreu a destruição Filiação é a relação de parentesco em primeiro grau e em linha reta, esde que admitido em direito. da certidão do termo, pode ser utilizado qualquer outro meio de prova, para a CONCEITO que liga uma pessoa que a geraram ou a receberam como se a tivessem gerado. A CF/88 (art. 227, § estabeleceu absoluta igualdade entre todos os filhos. Prescreve, com efeito, o art. 1.605 do Código Civil: Hipóteses (CC, art. 1,597) Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: a) nascidos 180 dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; "Na ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer b) nascidos nos 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, se- modo admissível em paração judicial, nulidade e anulação do casamento; I c) havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou PRESUNÇÃO LEGAL d) havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes DE PATERNIDADE de concepção artificial homóloga; II quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos". e) havidos por inseminação artificial desde que tenha prévia autorização do marido. Efeitos Admitem-se provas periciais e testemunhais. Todas Em regra, a presunção de paternidade do art. 1.597 do CC é juris tantum, admitindo pro- complementares por escrito, dos dois requisitos Consideram-se elas, começo porém, de va em Pode, pois, ser ilidida pelo marido, mediante ação negatória de pater- nidade, que é imprescritivel (CC, art. 1.601). Não incidirá se o filho nascer antes de a con- ova proveniente dos pais, "quaisquer documentos vivência conjugal completar 180 dias. ), como cartas, autorizações para atos em benefício dos filhos, que revelem a filia- Conhecida também como ação de contestação de paternidade, destina-se a excluir a nascimento para fins de imposto de renda ou de previdência social, anotações declaração dando de conta filia- presunção legal de paternidade. A legitimidade ativa é privativa do marido (CC, art. 1.601). Só ele tem a titularidade, a do AÇÃO NEGATÓRIA iniciativa da ação, mas, uma vez iniciada, passa a seus herdeiros, se vier a falecer duran- IDEPATERNIDADE vivência Pode ser enquadrada como veemente presunção resultante de fatos certos te o seu curso. Legitimado passivamente para esta ação é o filho, mas, por ter sido efetuado regis- tractatus familiar, conhecida como "posse do estado de filho". caracterizada já a tro pela mãe, deve ela também integrar a lide, na posição de ré. tivo (quando o interessado é tratado publicamente AÇÃO DE Mesmo que o marido não tenha ajuizado a negatória de paternidade, tem sido reco- da de que a pessoa utiliza o nome de família dos pais) e como fama filho), (quando nomen a pessoa (in- IMPUGNAÇÃO DA inhecido ao filho direito de impugnar a paternidade, com base no art. 1.604 do CC, pro- PATERNIDADE vando o erro ou a falsidade do registro. reputação de filha, na família e no meio em que vive). Na de realidade, DNA, em razão do avanço da ciência e, do advento ne e de o reconhecimento forçado da paternidade ou da maternidade inde- do sitivo começo de prova por escrito ou das mencionadas veementes real. em apreço, além de obsoleto, está em desacordo com o princípio presunções. da ver- \ Lei n. 12.004, de 29 de julho de 2009, alterou a Lei n. 8.560, de e 1992, que regula a investigação de paternidade dos filhos havidos 29 fora de dezem- do ca- acrescentando-lhe o art. do seguinte Art. Na ação de investigação de todos os meios legais, bem como os legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.564 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 19.5. RESUMO d) o ato de reconhecimento de filho é nulo quando feito sob condição ou termo. e) castigo imoderado do filho pelo pai é causa de extinção do poder familiar. RECONHECIMENTO DOS FILHOS CONCEITO Constitui espécie de ato jurídico em sentido estrito, pelo qual se declara a filiação, es- 3. (MP/SC/Promotor de Justiça/XXXVII Concurso/2012) Questão: tabelecendo juridicamente parentesco entre pai, ou a mãe, e seu filho. 1. Segundo disposto na Lei n. 8.560/92, reconhecimento dos filhos havidos Voluntário (perfilhação) casamento é irrevogável e será feito: a) no registro de nascimento; b) por no registro do nascimento; pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; c) por testamento, ai incidentalmente manifestado; d) por ata de casamento; e) por manifestação II por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; e direta perante juiz, ainda que reconhecimento não haja sido objeto MODOS III por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; principal do ato que contém. IV por manifestação direta e expressa perante juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido objeto único e principal do ato que contém (CC, art. 1.609). II. Na hipótese de suposto pai que notificado judicialmente negue a alegada pate Judicial (coativo ou forçado) e a criança já tenha sido encaminhada para adoção, considerando disposto n regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento Por meio de ação de investigação de paternidade. 8.560/92), deverá representante do Ministério Público intentar ação de inve EFEITOS reconhecimento produz todos os efeitos a partir do momento de sua realização e de paternidade. retroativo (ex tunc), ou seja, retroage à data do nascimento, sendo de natureza III. Fixados os alimentos estes perdurarão até nascimento da ANULAÇÃO Será admitida a ação anulatória de reconhecimento sempre que se verificar a sua des- sando-se as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Após conformidade com a verdadeira filiação biológica (LRP, art. 113). mento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimer favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. Natureza jurídica IV. A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou Tem natureza declaratória e é (ação de estado). Trata-se de direito perso- cente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas nalissimo e indisponível (ECA, art. 27). É pressuposto para o ajuizamento da ação de pe- genitor e com grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou add tição de herança, que prescreve em 10 anos (CC, art. 205), por concernir aos efeitos patri- e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes moniais do estado da pessoa. INVESTIGAÇÃO ou guarda. Legitimidade para a ação DE PATERNIDADE V. Determinada a perícia psicológica ou biopsicossocial tendente a verificar a A legitimidade ativa é do filho (CC, art. 1.606). Se menor, será representado pela mãe ato de alienação parental, perito ou equipe multidisciplinar designada para ou tutor. Hoje, a ação pode ser ajuizada sem qualquer restrição (ECA, art. 27), isto é, por filhos adulterinos e incestuosos, mesmo durante o casamento dos pais. dade terá, nos termos da Lei n. 12.318/10, prazo de 90 (noventa) dias para ap A legitimidade passiva recai no suposto pai. Se já for falecido, a ação deverá ser dirigi- ção do laudo, prorrogável exclusivamente por autorização judicial baseada da contra os seus herdeiros. Referida ação pode ser contestada por qualquer pessoa que cativa circunstanciada. justo interesse tenha (CC, art. 1.615). a) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas. b) Apenas as assertivas I, e V estão corretas. Referida ação é reconhecida ao filho, que pode contra a mãe ou seus her- c) Apenas as alternativas III, IV e V estão corretas. INVESTIGAÇÃO DE deiros. Os arts. 1.606 e 1.616 do CC não impõem nenhuma limitação à investigação da fi- d) Apenas a assertiva está correta. MATERNIDADE liação, como fazia o art. 364 do CC/1916. Assim, pode hoje o filho, mesmo incestuoso, ação de investigação de maternidade sem qualquer restrição, seja sua mãe soltei- e) Todas as assertivas estão corretas. ra ou casada (ECA, art. 27). 4. (TJ/GO/Juiz de Direito/53° Concurso/2007) Presumem-se concebidos na casamento: 19.6. QUESTÕES a) Os filhos concebidos por inseminação artificial desde que tenh 1. (TJ/MS/ Juiz de Direito/Fundação Carlos Chagas/2010) Relações de parentesco. autorização do marido. a) As pessoas se unem em família só em razão do vínculo conjugal ou união estável. b) nascidos há pelo menos duzentos (200) dias do estabelecimento da convivência c) havidos por fecundação artificial homóloga, desde que ainda vivo marido. b) As pessoas se unem em família só em razão do parentesco por consanguinidade. d) nascidos no prazo de cinco (5) anos da concepção artificial homóloga, quando c) As pessoas se unem em família só em razão da afinidade ou da adoção. de embriões excedentários. d) parentesco é natural ou civil, conforme resulte da consanguinidade ou de outra origem. e) O parentesco é vínculo que se estabelece entre um dos cônjuges ou companheiro e 5. (OAB/MG/Exame de Ordem/AGOSTO2009) Assinale a alternativa CORRETA: os parentes do outro. a) Aos filhos do marido, a qualquer tempo, concede-se legitimidade para promo 2. (MP/SP/Promotor de Justiça/87° Concurso/2010) Assinale a alternativa CORRETA. que conteste a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher. b) A confissão pela mulher do adultério faz-se suficiente para ilidir a presunção a) na linha colateral, parentesco encerra-se no sexto grau, sendo, pois, para fins jurídi- paternidade. COS, finito. c) Mesmo morto marido, presume-se concebido na constância do b) afinidade limita-sequer our pais origem, e na necessidade de conceder a adoção e observar os procedimentos previstos no mencionado Estatuto, no too prever medidas para garantir que as adoções internacionais sejam feitas no interesse te aos menores de dezoito anos. superior da criança e com respeito a seus direitos fundamentais, assim como para a) idade mínima de 18 anos para o adotante (ECA, art. 42); prevenir o sequestro, a venda ou o tráfico de b) diferença de 16 anos entre adotante e adotado (ECA, art. 42, § Em princípio, estrangeiros e brasileiros residentes fora do país devem submeter PRINCIPAIS c) consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar; os documentos para adoção à Autoridade Central do país de acolhida, que emitirá REQUISITOS d) consentimento deste, colhido em audiência, se contar mais de 12 anos (ECA, art. 28, § e) processo judicial (CC, art. 1.623); um relatório e o encaminhará à Autoridade Central com cópia para a Au- f) efetivo beneficio para o adotando (ECA, art. 43). toridade Central Federal brasileira (ECA, art. 52, I a III). De ordem pessoal A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, do Ministério da Justiça, regula- a) Parentesco: embora chamado de civil, é em tudo equiparado ao consanguíneo (CF, art. mentou credenciamento das organizações que atuam em adoção internacional no § CC, art. 1.626). Estado Brasileiro, mediante a Portaria SDH n. de 27 de julho de 2000. b) Poder transfere-se do pai natural para o adotante. c) Nome: confere ao adotado o sobrenome do adotante, podendo determinar a modific O credenciamento das organizações é requisito obrigatório para efetuar quais- de seu prenóme (ECA, art. 47, § EFEITOS quer procedimentos perante as Autoridades Centrais dos Estados Federados e do De ordem patrimonial Distrito Federal, sendo necessário que: a) Alimentos: são devidos reciprocamente, entre adotante e adotado, pois tornam-se pa tes (CC, art. 1.694). b) Direito sucessório: o filho adotivo concorre em igualdade de condições com os filhos de estejam devidamente credenciadas pela Autoridade Central de seu país de gue, em face da paridade estabelecida pelo art. 227, § da e do disposto no § 2° do origem; 41 do ECA. tenham solicitado ao Ministério da Justiça autorização para funcionamento no Brasil, para fins de reconhecimento da personalidade jurídica; estejam de posse do registro assecuratório de caráter administrativo federal na órbita policial de investigação, obtido junto ao Departamento de Polícia Federal; persigam unicamente fins não lucrativos; sejam dirigidas e administradas por pessoas qualificadas por sua integri- dade moral e por sua formação ou experiência para atuar na área de adoção O art. 52 do Estatuto da Criança e do Adolescente, com a redação dada pela Lei n. 12.010/2009, especifica, nos §§ 3° a 15, os requisitos obrigatórios para a atua- ção de organismos credenciados. 20.10. RESUMO DA ADOÇÃO CONCEITO dentemente A adoção é negócio bilateral e solene, pelo qual alguém estabelece, irrevogável e indepen- liação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que geralmente the é de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo jurídico de fi- NATUREZA ato A adoção é negócio bilateral e solene. Todavia, a partir da CF/88, passou a constituir-se JURÍDICA titucional (CF, art. 227, § complexo, a exigir sentença judicial, destacando-se o ato de vontade e o nítido caráter ins- por 31 Paulo Luiz Netto Lôbo, Código Civil, cit., XVI, p. 185.Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 589 de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto n. 3.087, de 21 de junho de 99, está inspirada na ideia de que a adoção internacional pode apresentar a No sistema da Lei n. 12.010/2009, que alterou o ECA, a adoção compreende tanto a de crian- intagem de dar uma família permanente à criança para quem não se possa ças e adolescentes como a de maiores, exigindo procedimento judicial em ambos os casos ATUAL (ECA, art. 47; CC, art. 1.619, com a redação dada pela referida lei). Descabe, portanto, qual- contrar uma família adequada em seu país de origem, e na necessidade de DISCIPLINA quer adjetivação. Manteve-se a atribuição exclusiva do Juiz da Infância e da Juventude para ever medidas para garantir que as adoções internacionais sejam feitas no interesse conceder a adoção e observar os procedimentos previstos no mencionado Estatuto, no tocan- te aos menores de dezoito anos. perior da criança e com respeito a seus direitos fundamentais. assim como para a) idade mínima de 18 anos para o adotante (ECA, art. 42); evenir o sequestro, a venda ou o tráfico de b) diferença de 16 anos entre adotante e adotado (ECA, art. 42, § Em princípio, estrangeiros e brasileiros residentes fora do país devem submeter PRINCIPAIS c) consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar; documentos para adoção à Autoridade Central do país de acolhida, que emitirá REQUISITOS d) consentimento deste, colhido em audiência, se contar mais de 12 anos (ECA, art. 28, § relatório e o encaminhará à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Au- e) processo judicial (CC, art. 1.623); f) efetivo benefício para o adotando (ECA, art. 43). idade Central Federal brasileira (ECA, art. 52, I a III). De ordem pessoal A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, do Ministério da Justiça, regula- a) Parentesco: embora chamado de civil, é em tudo equiparado ao consanguíneo (CF, art. 227, ntou o credenciamento das organizações que atuam em adoção internacional no § CC, art. 1.626). Brasileiro, mediante a Portaria SDH n. 14, de 27 de julho de 2000. b) Poder transfere-se do pai natural para o adotante. c) Nome: confere ao adotado o sobrenome do adotante, podendo determinar a modificação O credenciamento das organizações é requisito obrigatório para efetuar quais- EFEITOS de seu prenome (ECA, art. 47, § procedimentos perante as Autoridades Centrais dos Estados Federados e do De ordem patrimonial rito Federal, sendo necessário que: a) Alimentos: são devidos reciprocamente, entre adotante e adotado, pois tornam-se paren- tes (CC, art. 1.694). b) Direito sucessório: filho adotivo concorre em igualdade de condições com os filhos de san- estejam devidamente credenciadas pela Autoridade Central de seu país de gue, em face da paridade estabelecida pelo art. 227, § da CF e do disposto no § 2° do art. 41 do ECA. tenham solicitado ao Ministério da Justiça autorização para funcionamento no Brasil, para fins de reconhecimento da personalidade jurídica; estejam de posse do registro assecuratório de caráter administrativo federal na órbita policial de obtido junto ao Departamento de Polícia Federal; ] persigam unicamente fins não lucrativos; ] sejam dirigidas e administradas por pessoas qualificadas por sua integri ade moral e por sua formação ou experiência para atuar na área de adoção ) art. 52 do Estatuto da Criança e do Adolescente, com a redação dada pela Lei 010/2009, especifica, nos 3° a 15, os requisitos obrigatórios para a atua- organismos credenciados. 0. RESUMO DA ADOCAO EITO A adoção é negócio bilateral e solene, pelo qual estabelece, irrevogável e dentemente de qualquer relação de parentesco consanguineo ou afim, um vínculo jurídico de liação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que geralmente lhe é estranha. REZA A adoção é negócio bilateral e solene Todavia21.6. RESUMO O Código Civil de 2002 não traça regras procedimentais para a extinção ou ispensão do poder familiar. Por inexistir incompatibilidade, permanecerão as do PODER FAMILIAR statuto da Criança e do Adolescente CONCEITO Poder familiar é o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pes- A suspensão do poder familiar poderá ser decretada liminar ou incidental- soa e aos bens dos filhos menores. ente, ficando o menor confiado a pessoa idônea (ECA, art. 157). A sentença que constitui um público; é irrenunciável; cretar a perda ou suspensão será registrada à margem do registro de nascimento do é indelegável; enor (art. 163). assim, o procedimento contraditório exigido no CARACTERÍSTICAS é imprescritível; 24 e os trâmites indicados nos arts. 155 a 163 do aludido é com a tutela; O art. 24 do Estatuto da Criança e do Adolescente preceitua que a "perdae é uma relação de ruspensão do pátrio poder serão decretadas em procedimento Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores (CC, art. 1.634): dirigir-lhes a criação e a O art. 155 do aludido diploma disciplina o procedimento a ser seguido, que pode exercer a guarda unilateral ou compartilhada, nos termos do art. 1.584; conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo inte- conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; se, Havendo motivo grave, poderá o juiz, ouvido o Ministério decretar QUANTO À conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanen- do pátrio poder (expressão mantida pelo ECA), liminarmente, até PESSOA DOS te para outro Município; FILHOS gamento definitivo da ficando a criança ou o adolescente confiado a pessoa nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou sobrevivo não puder exercer poder familiar; nea, mediante termo de responsabilidade. representá-los, até aos 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos Outras hipóteses de perda do poder familiar atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; O Código Penal também prevê a perda do poder familiar como efeito da reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; denação, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. 92, II). Administração dos bens: os pais são os administradores legais dos bens dos filhos. Não podem, praticar atos que ultrapassem os limites da simples administração, sem A Consolidação das Leis do Trabalho insere, no art. 437, parágrafo único, a QUANTO AOS autorização judicial (CC, art. 1.691). tituição do poder familiar como sanção aplicável aos pais que permitirem tra- BENS DOS FILHOS Usufruto: aos pais pertencem o usufruto, as rendas dos bens dos filhos menores (CC, dos filhos em locais nocivos à sua saúde ou exercício de atividades aten- art. 1.689, como uma compensação dos encargos decorrentes de sua criação e educa- ção (usufruto legal). rias à sua moral pela morte dos pais ou do filho; O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece a perda do poder familiar EXTINÇÃO DO pela emancipação; infração ao dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores (arts. 22 PODER FAMILIAR pela maioridade; ), hipótese esta já abrangida pelo art. 1.638, II, do Código Civil. (CC, ART. 1.635) pela adoção; Características da perda do poder familiar por decisão judicial, na forma do art. 1.638 do CC. Finalidade A perda do poder familiar é mas não se pode dizer que seja defi- pois os pais podem recuperá-lo em procedimento judicial, de caráter conten- Constitui sanção aplicada aos pais pelo juiz, não tanto com intuito punitivo, mas para proteger o menor. É imposta nas infrações menos graves. ), desde que comprovem a cessação das causas que a determinaram. Hipóteses legais (CC, art. 1.637) É imperativa, e não facultativa. Abrange toda a prole, por representar um a) abuso do poder por pai ou mãe; b) falta aos deveres paternos; judicial de que o titular do poder familiar não está capacitado para SUSPENSÃO DO exercício. c) dilapidação dos bens do filho; PODER FAMILIAR d) condenação por sentença Entretanto, como se deve dar prevalência aos interesses do menor, nada e) maus exemplos, crueldade ou outro ato que comprometa a saúde, segurança e mora- em caso de perda do poder familiar por abuso sexual de pai contra filha, por a lidade do filho. Caracteristicas decida-se não atingir a destituição o filho, que trabalhava com o pai e esta- a) é temporária, perdurando somente até quando se mostre necessária; prendendo ofício, sem nenhum problema de relacionamento, entendendo-se b) é facultativa; nesse caso especial, separá-lo do pai prejuízo ao invés de c) pode referir-se unicamente a determinado filho.608 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família é causa de extinção do poder familiar por decisão judicial (CC, art. 1.635, V); b) A pessoa que tenha sido criada desde tenra idade por outra pode exigir recor decorre de faltas graves, que configuram penais e são especificadas no art. mento, por sentença, de sua condição de filho adotivo. 1.638 do CC; c) A legislação vigente não possibilita a adoção do nascituro. PERDA DO PODER é permanente, pois os pais só podem recuperá-lo em procedimento judicial, de cará- FAMILIAR ter contencioso, desde que comprovem a cessação das causas que a determinaram; d) A adoção pode ser revogada nos casos em que se admite a deserdação, ou pela V de das partes. é imperativa e não facultativa; abrange toda a prole; e) A adoção post mortem produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sent o procedimento a ser seguido é disciplinado no art. 155 do ECA. 5. (OAB/VI Exame de Ordem Getulio Vargas/2012) Um famoso do artistas residente e domiciliado nos Estados Unidos, em viagem ao Brasil para o lançam cas 21.7. QUESTÕES seu mais novo filme, se encantou por Caio, de 4 anos, a quem pretende sua filiação reconhecida exclusivamente pela mãe Isabel, que, após uma longa com 1. (MP/SP/Analista de Em matéria de adoção, levando em conta, com o casal, concluiu que melhor para o filho era ser adotado, tendo em vista especialmente, as modificações introduzidas pela Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 2009, Isabel so casal possuía condições infinitamente melhores de bem criar e educar Caio. que Além o assinale a alternativa CORRETA. ficou convencida do amor espontâneo e sincero que o casal de imediato nutriu a) Por meio da família extensa ou ampliada intensificam-se os laços de afeto entre ado- menino. Ante a situação hipotética, é CORRETO afirmar que tante e adotado, muito embora a Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 2009, ainda não a) A adoção só é concedida quando for impossível manter a criança ou o adolescente tenha prestigiado as relações de parentesco estabelecidas entre adotante e os paren- sua família, razão pela qual o consentimento de Isabel é irrelevante para a apreciaçã tes do adotado. pedido do famoso casal, que será deferido caso represente melhor interesse de b) A Lei n. 2.010, de 03 de agosto de 2009, enfatizou a importância do instituto da ado- b) Independentemente da manifestação de vontade de Isabel, o famoso casal terá Ca ção, tanto que determinou a obrigatoriedade na preparação psicossocial dos adotan- dade na adoção de Caio, depois de esgotadas todas as possibilidades de pr tes, incentivando a adoção de irmãos biológicos, além de dificultar o caminho para a Caio em uma família brasileira. adoção internacional. c) Tendo em vista consentimento da mãe de Caio, o famoso casal terá prioridade c) Passou a ser admitida pela Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 2009, a adoção por pessoas adoção em face de outros casais já previamente inscritos nos cadastros de interessa em do mesmo sexo. na adoção, mantidos pela Justiça da Infância e da d) A adoção intuitu personae e a promovida por escritura pública passam a ser mecanismos d) A adoção internacional é medida excepcional; entretanto, em virtude do consentim úteis para fomentar instituto, atribuindo maior dignidade e proteção à criança e ao to de Isabel para a adoção de seu filho pelo famoso casal, este só não terá priorid adolescente. se houver casal de brasileiro, residente no Brasil, habilitado para a adoção. e) A manutenção do pretendente à adoção no seio da família biológica continua sendo prioridade legislativa; sendo inviável essa permanência, porém, deve-se recorrer em 6. de Com referência ao instituto da adoção, assina opção primeiro lugar à adoção internacional, vale dizer, àquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil. a) Toda sentença de adoção transitada em julgado produz efeitos ex tunc. b) Com o falecimento dos adotantes, restabelece-se o poder familiar dos pais 2. (TJ/SP/Juiz de Direito/178° Um só destes enunciados é verdadei- c) Cabe ao MP a função de custos legis do cadastro de adotantes e da convocação naturais criter ro em face do Estatuto da Criança e do Adolescente. Indique-o: sa dos interessados, podendo, no caso de discordância dos critérios utilizados, pro medida judicial. a) A morte dos adotantes restabelece o poder familiar dos pais naturais. d) O pedido de adoção, ainda que unilateral, não poderá ser deferido a candidato b) A adoção é irrevogável. ciliado no Brasil não cadastrado c) A adoção do menor de dezesseis anos prescinde do seu consentimento. e) A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotano d) É inadmissível deferimento de adoção a adotante falecido antes da sentença. não se exigindo forma específica para a permissão. 3. (OAB/MG/Exame de Ordem/2005) Sobre a adoção é CORRETO afirmar, EXCETO: a seguinte afirmação: 7. de Acerca do poder familiar, é INCORRE a) Somente as pessoas maiores de 18 (dezoito) anos podem adotar. b) A diferença obrigatória de idade entre o adotante e o adotado é de, no mínimo, 18 a) Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. anos. b) A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as c) Os efeitos da adoção começam a partir do trânsito em julgado da sentença, excetose adotante vier a falecer no curso do procedimento, caso em que terá força retroativa companhia os segundos. entre pais e filhos, senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em SI à data do óbito. c) Durante o casamento e a união estável, compete poder familiar aos pais; na falta d) poderá ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher, impedimento de um deles, o outro o exercerá com648 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 64 Quando se convenciona o aludido o casamento não repercute na esfe- Desse modo, "se houve eventual contribuição em dinheiro de um dos cônjuge ra patrimonial dos cônjuges, pois a incomunicabilidade envolve todos os bens pre- na reconstrução e conservação de imóvel pertencente ao outro, justo se sentes e futuros, frutos e rendimentos, conferindo autonomia a cada um na gestão No entanto, a partilha dos bens exige a prova do esforço comum em ação do próprio patrimônio. Cada consorte conserva a posse e a propriedade dos bens que própria de reconhecimento de sociedade de fato. Como adverte aresto do Superio trouxer para casamento, bem como os que forem a eles sub-rogados, e dos que cada Tribunal de Justiça, "o que não se há de reconhecer é a existência de tal sociedade um adquirir a qualquer título na constância do matrimônio, atendidas as condições apenas em virtude da vida em comum, com o atendimento dos deveres que decorran da existência do do pacto Para que esses efeitos se produzam e a separação seja pura ou absoluta, é mister expressa estipulação em pacto antenupcial. Podem os nubentes convencionar a 22.10. RESUMO separação limitada, envolvendo somente os bens presentes e comunicando os futu- DE ENTRE CONJUCES ros, os frutos e os rendimentos. Não haverá, nesse caso, diferença com o regime da Irrevogabilidade: passou-se, com CC/2002, da imutabilidade absoluta, do sistema an- comunhão parcial. terior, para a mutabilidade motivada (CC, art. 1.639, § PRINCÍPIOS No regime da separação absoluta, embora sejam marido e mulher, cada um dos Variedade de regimes: comunhão parcial, comunhão universal, separação convencio- BÁSICOS nal e legal e de participação final nos aquestos. cônjuges continua dono do que pertencia e se tornará proprietário exclusivo Livre estipulação: é licito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, "estipular, dos bens que vier a adquirir, recebendo sozinho as rendas produzidas por uns e ou- quanto aos seus bens, o que lhes aprouver" (CC, art. 1.639). tros desses bens. É lógico que, "em tal regime. a cada cônjuge compete a administra- Tanto o marido quanto a mulher podem livremente praticar todos os atos de disposição ção dos bens que lhe em tese e a rigor, só ele tem interesse de sua profissão, com as limitações estabelecidas no inc. do art. 1.647 (CC, art. 1.642). Nenhum deles, porém, pode praticar, sem autorização do outro, exceto no regime da se- Em princípio, ambos os cônjuges "são obrigados a contribuir para as despe- ADMINISTRAÇÃO paração absoluta, os seguintes atos (CC, art. 1.647): E DISPONIBILIDADE alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; sas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens". Po- DOS BENS pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; dem, no entanto, estabelecer, no pacto antenupcial, a quota de participação de cada prestar fiança ou aval; um ou sua dispensa do encargo (CC, art. bem como fixar normas sobre a fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. administração dos bens. REGIME DA das pessoas que contrairem com inobservância das causas suspensivas (CC, art. 1.523) A obrigação de contribuir para as despesas do casal estende-se hoje a todos os SEPARAÇÃO da celebração do casamento; regimes, em razão da isonomia constitucional. Não se comunicam, todavia, as LEGAL da pessoa maior de setenta anos; OBRIGATÓRIO dívidas por cada qual contraídas, exceto as que forem para compra das coisas ne- de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. (CC, ART. 1.641) cessárias à economia doméstica (CC, arts. 1.643 e 1.644). Conceito Tem a jurisprudência admitido a comunicação dos bens adquiridos na É que prevalece, se os consortes não fizerem pacto antenupcial, ou fizerem, mas for cia do casamento pelo esforço comum do casal, comprovada a existência da socie- nulo ou ineficaz (CC, art. 1.640, caput). Por essa razão, é chamado também de regime le- gal ou supletivo. dade de fato. Assim, "sob a inspiração do princípio que norteou a Súmula n. 380, a Característica respeito do concubinato, e a Súmula 377, sobre o regime da separação obrigatória, REGIME DA Caracteriza-se por estabelecer a separação quanto ao passado (bens que cada cônjuge COMUNHÃO possuía antes do casamento) e comunhão quanto ao futuro (adquiridos na constância do que veda o enriquecimento ilícito, se provado que cônjuge casado pelo regime da casamento), gerando três massas de bens: os do marido, os da mulher e os comuns. PARCIAL separação convencional concorreu diretamente, com capital ou trabalho, para a Bens incomunicáveis aquisição de bens em nome do outro cônjuge, é cabível a atribuição de direitos São os que constituem patrimônio pessoal da mulher ou do marido e encontram-se elencados nos arts. 1.659 e 1.661 do CC. àquele Bens comunicáveis São os que entram na comunhão, integrando o patrimônio comum do casal (CC, art. 1.660, V). 54 Mário da Silva Pereira, Instituições. cit., 5. p. "Não há que falar em aquestos. quando a hipótese revela que pessoa solteira adquire per de bens" An. TJRS. Ap. 598.010.791. rel. Des. Stangler Pereira. 27-8-1998 No mesmo650 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família b) no regime da comunhão parcial, aval, como a fiança, depende da concordâno Responsabilidade pelos débitos cônjuge, sob pena de anulabilidade do ato, podendo juiz supri-la se É estabelecida nos arts. 1.659, III, 1.663, § 1.664 e 1.666 do recusa. Dissolução do regime (CC, art. 1.571) c) independentemente do regime de bens, a alienação de imóveis não pode ser reali a) pela morte de um dos cônjuges; por um dos cônjuges sem autorização do outro. b) pela separação judicial; d) se um dos cônjuges for incapaz, a alienação dos bens comuns pode ser feita pelo c) pelo divórcio; independentemente de autorização judicial. d) pela nulidade ou anulação do casamento. Conceito 2. (MP/SE/Promotor de Um casal realizou pacto antenupcial É o regime em que se comunicam todos os bens, atuais e futuros, dos cônjuges, ainda que regime de bens. Mais tarde, esse pacto foi declarado nulo por defeito de forma. Nesse adquiridos em nome de um só deles, bem como as dívidas posteriores ao casamento, sal- a) vigorará regime obrigatório de separação de bens. vo os expressamente excluídos pela lei ou pela vontade dos nubentes, expressa em con- b) vigorará regime da comunhão parcial de bens. venção antenupcial (CC, art. 1.667). c) os noivos deverão realizar novo pacto antenupcial. REGIME DA Bens excluídos da comunhão COMUNHÃO d) vigorará regime da comunhão universal de bens. São os elencados nos arts. 1.668, a V, do e 1.046, § do CPC. UNIVERSAL e) casamento também será nulo. Dissolução do regime (art. 1.571) a) pela morte de um dos cônjuges; 3. (TJ/GO/Juiz de Direito/Fundação Carlos Chagas/2012) pacto antenupcial b) pela separação judicial; a) será arquivado e averbado no Registro Público de Empresas Mercantis, quando C c) pelo divórcio; juge for empresário. d) pela nulidade ou anulação do casamento. b) pode ser celebrado por instrumento particular desde que haja expressa concord Conceito dos cônjuges. É um regime misto: durante casamento aplicam-se as regras da separação total e, após c) é facultativo na celebração do casamento pelo regime da separação convencion a sua dissolução, os da comunhão parcial (CC, art. 1.672). Nasce da convenção, bens. dendo, pois, de pacto antenupcial. d) gera efeitos a partir da data em que os nubentes realizarem a sua celebração. Administração e) é necessário na celebração do casamento pelo regime da separação obrigatória de Enquanto a sociedade conjugal, cada cônjuge tem a exclusiva administração de REGIME DE patrimônio pessoal. PARTICIPAÇÃO 4. (MP/SP/Promotor de Justiça/88° Concurso/2011) Um cônjuge, casado sob o regime Responsabilidade pelas dívidas FINAL DOS munhão parcial de bens e em estado de solvência, firma contrato de fiança em fav AQUESTOS Cada cônjuge responde por suas dívidas, salvo prova de terem revertido, parcial ou to terceiro, sem a necessária outorga uxória. Pode(m) pedir a decretação de anulabilidad talmente, em benefício do outro. Se um deles solveu uma dívida do consorte com bens do seu patrimônio, valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da a) ambos os cônjuges e afiançado. dissolução, à meação do outro (CC, arts. 1.677, e 1.686). b) o cônjuge que não firmou contrato. Apuração dos aquestos c) cônjuge que firmou contrato. Será feita quando ocorrer a dissolução da sociedade conjugal, observando-se as regras d) No direito de família a regra de que os acessórios seguem principal não se dos arts. 1.674 a 1.676 e 1.683 a 1.685 do frutos civis dos bens particulares. Conceito 5. (OAB/Exame de Ordem Unificado 2009.3/CESPE/UNB/2010) João e Maria, às vésper Nesse regime, cada cônjuge conserva a plena propriedade, a integral administração casamento, firmaram documento particular, e não por escritura pública, por meio do fruição de seus próprios bens, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real livremente (CC, art. 1.687), sejam móveis ou imóveis (CC, art. 1.647). optaram pelo regime da separação de bens. Eles viveram aparentemente bem durant anos, no início de 2006, Maria requereu separação litigiosa fundamentada em p Espécies REGIME DA a) Absoluta: se os cônjuges estabelecerem, no pacto antenupcial, a incomunicabilidade de irrefutáveis, que foi julgada procedente. SEPARAÇÃO todos os bens adquiridos antes e depois do casamento. inclusive frutos e rendimentos Na situação hipotética apresentada, na fase da partilha dos bens, juiz deve CONVENCIONAL b) Relativa ou limitada: se estabelecerem a incomunicabilidade somente dos bens pre determinar a ratificação do pacto antenupcial. sentes, comunicando-se os futuros, os frutos e os rendimentos. b) aplicar as regras que tratam do regime da comunhão universal de bens. Mantença da c) declarar nulo o pacto particular e aplicar as regras do regime da comunhão Em princípio, ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na bens. proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em d) decidir pela divisão, em partes iguais, do patrimônio comum, rio no pacto antenupcial (CC, art. 1.688). forma e da data de aquisição. Unificado Getulio Mathias,odo da concepção etc.). bito por parte do suposto pai, relativa aos pagamentos efetuados, em virtude do prin- Os indícios de paternidade devem ser analisados sem muito rigor pelo juiz, cípio da irrepetibilidade dos alimentos (v. item 24.4.2.8, retro). decidir pela concessão ou não dos alimentos gravídicos, decidiu o Tribunal de Prisão civil do devedor do Rio Grande do Sul. Caso contrário, frisou o relator, diante da dificuldade Na V Jornada de Direito Civil do Conselho Federal, foi aprovado o Enunciado a comprovação do vínculo de parentesco, não se atenderá à finalidade da lei, 522, com a seguinte redação: roporcionar ao nascituro um desenvolvimento sadio. Com esse entendimento, a alu- ida Corte considerou procedente o pedido de uma gestante na ação de alimentos "Cabe prisão civil do devedor nos alimentos gravídicos estabelecidos com base na Lei ravídicos movida contra seu ex-companheiro, suposto pai do bebê. Os desembarga- n. 11.804/2008, inclusive deferidos em qualquer caso de tutela de urgência". ores aceitaram como indício de paternidade uma nota fiscal da compra de um arrinho de bebê, em nome do suposto RESUMO O Juiz não pode determinar a realização de exame de DNA por meio da coleta DOS ALIMENTOS e líquido amniótico, em caso de negativa da paternidade, porque pode colocar em ISCO a vida da criança, além de retardar o andamento do feito. Todavia, após 0 nasci- Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode CONCEITO por Têm por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou companheiro o hento com vida, o vínculo provisório da paternidade pode ser desconstituído necessário à sua subsistência. ação de exoneração da obrigação alimentícia, com a realização do referido exame Abrangem o indispensável ao sustento, vestuário, habitação, assistência médica e ins- Responsabilidade civil da mãe, em caso de dolo ou culpa grave trução (CC, art. Prescrevia art. 9° do projeto de lei que resultou na citada Lei n. 11.804/2008 Quanto à natureza a) naturais (ou necessários); ue, "em caso de resultado negativo do exame pericial de paternidade, autor res- b) civis (ou côngruos). onderá, objetivamente, pelos danos materiais e morais causados no réu". Tal dispo- Quanto à causa jurídica itivo foi vetado, uma vez que afrontava princípio constitucional do acesso à justi- a) legais (ou legítimos): devidos em virtude de uma obrigação legal, que pode decorrer do parentesco, do casamento ou do companheirismo (CC, art. 1.694); a, prevendo a obrigação da mulher gestante de indenizar o suposto pai pelo simples b) emanados de uma declaração de vontade inter vivos (obrigacionais) ou ato de havê-lo acionado judicialmente. causa mortis (testamentários); ESPÉCIES c) indenizatórios (ou ressarcitórios): resultantes da prática de ato ilícito. Entretanto, embora afastada a responsabilidade objetiva da autora da ação, resta Quanto à finalidade possibilidade de ser esta responsabilizada com base no art. 186 do Código a) definitivos: de caráter permanente, embora possam ser revistos (CC, art. 1.699); Civil, que exige, para tanto, como regra geral, prova de dolo ou da culpa em sentido b) provisórios: fixados liminarmente no despacho inicial; c) provisionais (ou ad litem): determinados em medida strito do causador do dano. O problema é que, nesse caso, qualquer grau de culpa, Quanto ao momento em que são reclamados nesmo a levíssima, pode ser considerado pelo julgador (in lege Aquilia et levissima a) pretéritos: quando pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação. Não ulpa venit) o que poderia desencorajar a mulher grávida de propor ação de ali- são devidos; b) atuais: os postulados a partir do ajuizamento da ação; hentos gravídicos, para não correr o risco de, no caso de insucesso da empreitada, c) futuros: os alimentos devidos somente a partir da sentença. ir a ser condenada a indenizar o suposto pai. Noção Afigura-se-nos, nesse caso, razoável afirmar que não se pode ser rigoroso na Decorre da lei e é fundada no parentesco (CC, art. 1.694), ficando circunscrita aos ascen- preciação da conduta da mulher gestante, sob pena de se criar uma excessiva dentes, descendentes e colaterais até segundo grau, com reciprocidade. Características estrição ao direito de postular em juízo, que constituiria um perigoso risco para a) é transmissivel (CC, art. 1.700); uem se dispusesse a exercê-lo. Deve-se aplicar o mesmo critério recomendado para OBRIGAÇÃO b) é e não solidária. Cada devedor responde por sua quota-parte (CC, art. 1.698). ALIMENTAR caso de oposição, de má-fé, de impedimentos ao casamento, comentado no item Pressupostos retro, qual seja: somente a culpa que revele uma total ausência de cautelas a) existência de um vínculo de parentesco; b) necessidade do reclamante; nínimas por parte da mulher pode justificar a sua responsabilização, afastan- c) possibilidade da pessoa obrigada; o-se as hipóteses de culpa levíssima e até mesmo da culpa leve. Somente o dolo ou d) proporcionalidade entre as necessidades do alimentário e os recursos do alimentante. ulpa grave serviriam de fundamento para a sentença condenatória. Os alimentos decorrem do dever familiar, como ocorre na relação entre os ALIMENTOS pais e os filhos menores, entre cônjuges e companheiros. dever de sustentar os filhos DECORRENTES DO menores é expresso nos arts. 1.566, IV, do CC, e 229 da CF. Cessa quando filho se eman- DEVER FAMILIAR cipa ou atinge a maioridade, podendo surgir, depois, a obrigação alimentar, de nature- TJRS, Agl Câm. rel. Des. Ricardo Moreira, in www.conjur.com.br de 21-5-2012 za genérica, decorrente do parentesco (CC, art. 1.694).712 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família a) é personalissimo; a) filhos aos pais, ou na falta destes, aos sem reciprocidade. b) é (CC, arts. 286 e 1.707); b) na falta dos filhos, aos netos e bisnetos, c) filhos, na falta dos pais, diretamente aos tios. c) é impenhorável (CC, art. 1.707); d) filhos, na falta dos pais, aos d) é incompensável (CC, arts. 373, II, e 1.707); CARACTERÍSTICAS e) é imprescritível, prescrevendo somente as prestações já fixadas; DO DIREITO A f) é intransacionável, podendo ser transacionado somente o quantum das prestações (CC, 3. A respeito dos alimentos no Código Civil em vigor, ass ALIMENTOS le a alternativa INCORRETA: art. 841); g) é atual; a) cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial pode pedir alimentos ao ou h) é ou irrestituivel; b) A obrigação de prestar alimentos pode ser transmitida aos herdeiros. i) é irrenunciável (CC, art. 1.707). c) É possível que a pessoa que necessite dos alimentos não venha a pedi-los, mas a rer cia ao direito a alimentos não é permitida. Em razão da união conjugal Cônjuge ou companheiro, durante ou após a dissolução da sociedade conjugal ou da d) Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e recursos da pessoa obrigada. união estável (CC, art. 1.694). Cessa dever com "o casamento, a união estável ou con cubinato do credor" (CC, art. 1.708), bem como com o procedimento indigno deste (pa: e) A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar alimentando, ou dar-lhe hospe PESSOAS OBRIGADAS rágrafo único). gem e sustento, deixando, assim, de prestar o necessário à sua educação, quando meno A PRESTAR Em razão do parentesco (ordem preferencial) ALIMENTOS a) pai e mãe; 4. (OAB/Exame de Ordem 2009.2/CESPE/UnB/2009) Assinale a opção CORRETA acerca encargos alimentares. b) demais ascendentes, na ordem de sua proximidade; c) descendentes, na ordem da sucessão; a) Alimentos são devidos entre cônjuges, companheiros e parentes, limitando-se, ne d) os irmãos, unilaterais ou bilaterais, sem distinção ou preferência (CC, arts. 1.696 e 1.697) caso, aos colaterais até terceiro grau. a) Ação de alimentos, para reclamá-los (Lei n. 5.478/68). c) b) A fixação dos alimentos privilegia a necessidade em detrimento da possibilidade. A transmissão da obrigação alimentícia não ocorre em relação aos herdeiros do de b) Execução por quantia certa (CPC, art. 732). dor, visto que é obrigação c) Penhora em vencimento de magistrados, professores e funcionários públicos, soldo de d) Admite-se a prestação de alimentos com caráter complementar, desde que reste militares e salários em geral, inclusive subsídios de parlamentares (CPC, art. 649, provado que os alimentos originalmente fixados não atendem integralmente às nec CC MEIOS PARA d) Desconto em folha de pagamento da pessoa obrigada (CPC, art. 734). sidades do credor. GARANTIR e) Reserva de aluguéis de prédios do alimentante (Lei n. 5.478/68, art. 17). PAGAMENTO DA PENSÃO f) Entrega ao cônjuge, mensalmente, para assegurar o pagamento de alimentos provisórios 5. (MP/BA/Promotor de Justiça/2010) Segundo os ensinamentos do mestre Paulo (Lei n. 5.478/68, art. parágrafo único), de parte da renda líquida dos bens comuns, admi- nistrados pelo devedor, se o regime de casamento for o da comunhão universal de bens. direito subjetivo aos alimentos vincula-se, umbilicalmente, aos valores de sobrevivência g) Constituição de garantia real ou fidejussória e de usufruto (Lei n. 6.515/77, art. 21). Assim, assinale a alternativa CORRETA, após a aferição da veracidade das assertivas abaix h) Prisão do devedor (Lei n. 5.478/68, art. 21; CPC, art. 733). Os alimentos côngruos ou civis limitam-se a suprir as carências fundamentais da II. Enquanto direito real, usufruto pode ser instituído visando a uma finalidade aliment pesso Só pode valer-se do rito especial da Lei de Alimentos (Lei n. 5.478/68) quem puder apre III. Como corolário de seu caráter direito subjetivo aos alimentos é incessiv sentar prova do parentesco (certidão de nascimento) ou do dever IV. Na conformidade do Código Civil em vigor, direito a alimentos, por ser inerente mentar (certidão de casamento ou comprovante do companheirismo). Quem não puder pessoa humana, é fazê-lo terá de ajuizar ação V. As obrigações derivadas de alimentos podem ser extintas mediante instituto da CO Ao despachar a inicial, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios (art. pensação. AÇÃO DE A ação revisional dos alimentos definitivos segue o mesmo rito da Lei n. 5.478/68 (art. 13) a) ALIMENTOS Na sentença, o juiz fixa alimentos segundo seu convencimento, não estando adstrito ao b) quantum pleiteado na inicial. critério para a fixação é a necessidade do alimentando c) VFFFV. a possibilidade do alimentante. d) FVFVV. débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três e) VFFVV. prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo Súmula 309) 6. (TJ/SC/Juiz de Direito/2010) Assinale a alternativa CORRETA: 24.9. QUESTÕES 1. Após homologação judicial, extingue-se poder familiar pela emancipação 1. (MP/SP/Promotor de Justiça/86° Concurso/2008) Quanto à causa jurídica, os alimentos da concessão por ambos os pais ou de um deles na falta do outro, se menor tiver (dezesseis) anos completos. Se houver discordância entre os pais na concessão ou poderão ser: da emancipação é assegurado direito de um dos genitores ou de menor recorrer a) atuais e futuros. Poder b) naturais e civis. II. Não basta adultério da mulher, com quem marido vivia sob mesmo paraal com o de nele permanecer, tornando-o a sede da família. ânimo no As pessoas devem ocupar prédio resi não embargos se excluindo à execução a ou à penhora, no entanto, constituem o meio mais adequado sendo vem ele proclamando que, se o único bem residencial do devedor Todavia, não a para a defesa do bem de família no processo de da por utilizado como residência, por estar locado, é de ser aplicada a impenhorabilidade da Lei n. A propósito, decidiu o Superior Tribunal de Justiça: linha decidiu o Superior Tribunal de Justiça que, imóvel "Em tratando de nulidade absoluta, a exemplo do que se dá com os bens absolutamente ela SO o de bem subsistência da família que passa a morar em se imóvel o alugado, está locado, impenhoráveis se (CPC, art. 649), prevalece o interesse de ordem pública, podendo ofício. ser O exe- ar- perde a sua destinação imediata que continua sendo garantia à mora- nem A propósito, dispõe a Súmula 486 da aludida Corte: guida cutado pode alegar a impenhorabilidade do bem constrito mesmo quando em já sede de embar- a em qualquer fase ou momento, devendo inclusive ser apreciada de designada praça e não tenha ele suscitado o tema em outra inclusive direito, pelo retardamen- renúncia a qualquer esde impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a sua que família". a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a terceiros, moradia gos to injustificado. do pois sem tal prejuízo omissão de eventual não significa acréscimo na verba honorária, a é em sede de embargos do devedor, deve o reconhecida Quarta não Turma habitado do mesmo Tribunal reconheceu a impenhorabilidade de bem magistrado Se a impenhorabilidade suspender o feito até que se realize a segurança do juízo, para então pelo devedor, mas por sua mãe em usufruto apreciar as demais questões de mérito erigidas pelo embargante, pronunciando-se. ao Min. desfrutar Luiz Felipe Salomão, salientou que "ao usufrutuário é concedido di- final, sobre os ônus da e o do bem alheio, percebendo-lhe os frutos e dele podendo o de econômico; dispor ao nu-proprietário remanesce tão somente a posse indireta retirar 25.4. RESUMO pode ser objeto de constrição, exceto se for bem de desse bem. Apenas os frutos podem ser penhorados. A propriedade, DO FAMILIA do bem de é uma forma de afetação do imóvel residencial dívidas posteriores a um des- A instituição especial, tornando-o o asilo da família e, assim, impenhorável por prédio, enquan- 6. Arguição da impenhorabilidade CONCEITO tino constituição, salvo as provenientes de impostos devidos pelo próprio à to sua forem vivos os cônjuges e até que os filhos completem sua tiva, impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução singular Voluntário, decorrente da vontade dos cônjuges, companheiros ou terceiro (CC, art. 1.711). do bem de família é plenamente que ou seja, contra devedor solvente ou insolvente. Ainda revel o deve- ESPÉCIES Involuntário ou legal, resultante de estipulação legal (Lei n. 8.009/90). 1.711 do CC permite aos cônjuges ou à entidade familiar a constituição do bem um de do m pública, em vista a que as normas que disciplinam o bem de família são família, art. mediante escritura pública ou testamento, não podendo da seu instituição. valor ultrapassar Ao mesmo impenhorabilidade deve ser declarada de ofício cogentes, terço do patrimônio líquido do instituidor sobre a impenhorabilidade existente ao tempo do imóvel residencial esta- BEM DE encontrar bem de família provados nos autos os requisitos que o caracterizam. Já se pelo excluiu, juiz, tempo, belecida declara em lei especial. mantidas Desse as regras modo, só haverá necessidade de sua instituição n. 8.009/90, pelos ou meios seja, VOLUNTÁRIO ada da penhora mediante provocação contida em simples peti- supramencionados o casal ou entidade familiar possuir vários imóveis, utilizados valor. e na hipótese do parágrafo único do art. 5° da Lei como residência, aos autos, sem forma nem figura de quando não desejar que a impenhorabilidade recaia sobre o de menor Dá-se a extinção do bem de família "com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade EXTINÇÃO dos filhos, desde que não sujeitos a curatela" (CC, art. 1.722). lo mesmo sentido: T., rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, j. e REsp 114.119-SP, veio ampliar o conceito de bem de família, que não depende mais de único "Bem de família. 18-12- A Lei n. 8.009/90 voluntária, mediante as formalidades previstas no Agora, residencial, resulta próprio do o qual o executado pertencente ao devedor, cujo produto da locação é destinado ao Imó- de BEM DE instituição mente da lei, de ordem pública, que tornou impenhorável o imóvel tipo de dívida civil, comer- FAMÍLIA casal, ou da entidade familiar, que não responderá por qualquer cônjuges ou pelos pais ou único da do casal ou da entidade familiar dado em locação, servindo como 796/291). fonte "Imóvel resi- reside com a entidade familiar" TACSP, RT, pagamento INVOLUNTÁRIO cial, filhos fiscal, que sejam seus proprietários e neles residam, salvo nas hipóteses pre- previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos expressamente tinua sendo família. Circunstância que não faz com que o bem perca a sua destinação de renda mediata para vistas nos arts. 2° e a VII. a de garantir a moradia familiar" 950.663, T., rel. Min. Luis Felipe Salomão, in www.conjur.com.br Gonçalves, p. 174. família. Penhora. Execução. Arguição da impenhorabilidade 38 REsp 192.133-MS, T., rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. 21-6-1999. Ricardo Arcoverde Credie, Bem de cit., p. 93. autos. Embargos à execução. Desnecessidade de oposição" que (TRF, pode Reg., se dar RT, por simples 40 775/383.742 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família Recomenda por isso o mencionado autor, embora não exigível instrumentação ritual, a troca e soma de interesses da vida em conjunto, atenção e gestos de escrita, seja formalizada a constituição da união estável "por meio de um contrato de enfim, o somatório de componentes materiais que alicerçam as convivência entre as partes, que servirá como marco de sua existência, além de pro- afetivas inerentes à entidade familiar. piciar regulamentação do regime de bens que venham a ser adquiridos no seu curso". Embora o art. 1.723 do Código Civil não se refira expressamente à coa Esclarece Zeno Veloso que, malgrado a tônica da união estável seja a informali- ou vida em comum sob mesmo teto, tal elemento constitui uma das ma dade, não se pode dizer que a entidade familiar surja no mesmo instante em que cantes características da união estável, até porque, como acentua Zeno homem e a mulher passam a viver juntos, ou no dia seguinte, ou logo após. Há que "essa entidade familiar decorre desse fato, da aparência de casamento, e es existir, aduz, uma duração, "a sucessão de fatos e de eventos, a permanência do rência é o elemento objetivo da relação, a mostra, o sinal exterior, a fachada, relacionamento, a continuidade do envolvimento, a convivência more uxorio, a no- de demonstração inequívoca da constituição de uma toriedade, enfim, a soma de fatores subjetivos e objetivos que, do ponto de vista jurí- A Súmula 382 do Supremo Tribunal Federal proclama, todavia, que "a dico, definem a comum sob o mesmo teto, more uxorio, não é indispensável à caracteriza Vários são, portanto, os requisitos ou pressupostos para a configuração da união concubinato". estável, desdobrando-se em subjetivos e objetivos, conforme quadro esquemático Se o casal, aduz Zeno Veloso, "mesmo morando em locais diferentes, a abaixo: uma relação afetiva, se o homem e a mulher estão imbuídos do ânimo firme tituir família, se estão na posse do estado de casados, e se círculo social daqu Convivência more uxorio pelo comportamento e atitudes que os dois adotam, reconhece ali uma De ordem subjetiva aparência de casamento, tem-se de admitir a existência de união maritalis: A tendência parece ser mesmo, como assinala Rodrigo da Cunha Pereira ânimo de constituir família dispensar a convivência sob mesmo teto para a caracterização da união vel, exigindo-se, porém, relações regulares, seguidas, habituais e Requisitos para a configuração da Diversidade de sexos não por todo mundo, ao menos por um pequeno aduzindo o mene união estável autor que "no direito brasileiro já não se toma elemento da coabitação como Notoriedade sito essencial para caracterizar ou descaracterizar instituto da união estável mo hoje em dia, já é comum haver casamentos em que os cônjuges vivo casas separadas, talvez como uma fórmula para a durabilidade das Estabilidade Esse tem sido, com efeito, o posicionamento do Superior Tribunal de Just De ordem objetiva Continuidade "Não exige a lei específica (Lei n. 9.278/96) a coabitação como requisito para caracterizar a união Na realidade, a convivência sob o mesmo tet ser um dos fundamentos a demonstrar a relação comum, mas a sua ausência não Inexistência de impedimentos matrimoniais de imediato, a união Diante da alteração dos costumes, além das mudanças pelas quais tem passado a sociedade, não é raro encontrar cônjuges ou panheiros residindo em locais diferentes. O que se mostra indispensável é que a Relação monogâmica se revista de estabilidade, ou seja, que haja aparência de 26.4.1.2. ânimo ou objetivo de constituir família 26.4.1. Pressupostos de ordem subjetiva O elemento subjetivo é essencial para a configuração da união 26.4.1.1. Convivência "more uxorio" outros requisitos, é absolutamente necessário que haja entre os conviventes, alé766 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família Em ação de indenização ajuizada pela esposa, separada do falecido marido, mas b) reconhecimento do filho, embora irrevogável, não implica em proibição que dele recebia pensão alimentícia, houve oposição da companheira, pretendendo o namentos em torno da filiação, arguidas em juízo. reconhecimento de seu direito de concorrer com a autora na indenização. Decidiu c) As despesas com educação, enxoval, casamento e defesa em processo-crim colacionáveis pelo herdeiro o extinto 1° Tribunal de Alçada Civil de São Paulo que a prova do companheirismo d) Na sucessão entre os colaterais os filhos de irmãos recebem por direito de era inconteste, e, assim, "a concorrência de ambas, na hipótese de indenização a ser ção, direito esse que não beneficia os netos do irmão premorto. paga pelos apelantes é medida acertada, não se podendo falar em ilegitimidade de e) A união estável, entidade familiar prevista na Carta Magna, poderá conve parte da casamento, mediante averbação de pacto. A companheira, naturalmente, tem o seu direito à pensão condicionado à não 2. (TJ/SP/Juiz de Direito/178° Concurso/VUNESP/2006) a predicação VERD constituição de nova união familiar, pelo casamento ou união estável. Nessa esteira a) Para o atual Código Civil, concubinato e união estável é a mesmissima a jurisprudência: b) As causas suspensivas do casamento (impedimentos impedientes do direito an pedem a caracterização da união estável. "Acidente de trânsito. Companheirismo. Verba devida enquanto a companheira não c) Na união estável, salvo escrito entre os companheiros, aplica-se às relaçõe se casar ou constituir nova união familiar estável. Art. 226, § 3°, da niais, no que couber, regime da comunhão parcial de bens. d) A convivência sob o mesmo teto é requisito fundamental da união estável. 26.11. RESUMO 3. (OAB/SP/127° Exame de Ordem/2006) É INCORRETO afirmar que: a) A união estável, entre o homem e a mulher, configura-se na convivência pú DA UNIAO tínua e duradoura e estabelecida com objetivo de constituição de família. É a que se constitui pela convivência pública, contínua e duradoura de um homem e b) Os conviventes devem cumprir com os deveres recíprocos de lealdade, respe CONCEITO uma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de família (CC, art. 1.723; CF, tência, e com os deveres de guarda, sustento e educação dos filhos. art. 226, § c) Pode conviver em união estável a pessoa casada, que se encontra separada judicialmente. PESSOAS CC admite, expressamente, no § 1° do art. 1.723, a união estável entre pessoas que SEPARADAS mantiveram seu estado civil de casadas, estando porém separadas de fato. d) Os direitos patrimoniais dos conviventes não podem ser regulados por contra DE FATO mas tão somente por lei. As relações pessoais entre os companheiros devem obedecer aos deveres de lealdade, RELAÇÕES respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos (CC, art. 1.724). dever 4. (TJ/MG/Juiz de Direito/2007) Para efeito da proteção do Estado, é PESSOAIS de fidelidade está implicito nos de lealdade e respeito. A coabitação não é indis- estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilita pensável à caracterização do companheirismo (STF, Súmula 382). versão em casamento (CF, art. 226, § Código Civil NÃO reconhece a união seguinte hipótese: Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações pa- trimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens (CC, art. 1.725). Assim, a) se a pessoa viúva tem filho do cônjuge falecido, e inventário dos bens do REGIME encontra encerrado. DE BENS os bens adquiridos a título oneroso na constância da união estável pertencem a ambos os companheiros, assim como a sua administração (CC, art. 1.663). b) se divorciada a pessoa, não houver sido homologada ou decidida a partilha casal. CONVERSÃO EM Visando operacionar o mandamento constitucional sobre a facilitação da conversão da c) se a pessoa casada não se achar separada de fato ou judicialmente. união estável em casamento, art. 1.726 do CC faculta aos companheiros formular reque- CASAMENTO d) se, anulado casamento da mulher, decorreu prazo de até 12 (doze) meses rimento nesse sentido ao juiz e providenciar o assento no Registro Civil. ção da sociedade conjugal. A expressão "concubinato" é hoje utilizada para designar o relacionamento amoroso envolvendo pessoas casadas, que infringem dever de fidelidade (adulterino). Configura- 5. (Defensoria Público/2007) Na união estável, com relação CONCUBINATO -se quando ocorrem "relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de ca- ventes, é CORRETO afirmar que sar" (CC, art. 1.727). Denominado "concubinato impuro", não enseja a configuração de união estável, pois o objetivo desta é a constituição de família. a) estão incluídos na ordem de vocação hereditária, com todos os direitos e deferidos aos b) há presunção juris et de jure de que os bens adquiridos de forma onerosa na 26.12. QUESTÕES da união são frutos do esforço comum. 1. (MP/MG/Promotor de Concurso/2006) Assinale a alternativa INCORRETA. c) a Lei n. 8.971/94 não quantificou prazo de convivência e fixou a competência de família para o julgamento dos litígios entre eles. a) pacto antenupcial, feito, obrigatoriamente, por escritura pública, sob pena de nuli- o direito aos alimentos foi regulamentado pela Lei n. 9.278/96. dade, é um negócio jurídico condicional, podendo adotar-se nele regime de bens diver- e) é assegurado direito real de habitação pelo Código Civil, ao772 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família Menores abandonados O legislador de 2002, ao cuidar da tutela, principalmente, com e do Adolescente Tal espécie de tutela encontra-se hoje regulamentada pelo Estatuto da órfão rico. No Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), a tutela se apresenta como uma das formas de "família devendo ser atendidas as A Lei n. 12.010, de 3 de agosto de 2009, que dispõe sobre "disposições gerais" previstas nos arts. 28 a 32. redação meros artigos do Estatuto da Criança e do adoção e 4° alte d Dispondo o referido diploma "sobre a proteção integral à criança e ao adolescen- ao supratranscrito art. 1.734 do Código Civil, do seguinte no seu teor: art. te", a sua aplicação não se restringe aos filhos de pais abastados, abrangendo tam- bém os menores abandonados. "As rem crianças sido e os adolescentes cujos pais forem desconhecidos. falecidos ou serão suspensos ou destituídos do poder familiar terão tutores ou 8.069, de incluídos em programa de colocação familiar, na forma nomeados pel 27.2. ESPÉCIES DE TUTELA 13 de julho de 1990 Estatuto da Criança e do prevista Podem ser apresentadas as seguintes: Tutela de fato Dá-se a tutela de fato ou irregular quando uma pessoa Testamentária suposto tutor de mero gestor de negócios. e por seus bens, sem ter sido Os seus atos não têm passa validade, a zelar não pelo pa Formas ordinárias Legítima te Comenta Washington de Barros Monteiro que nessa espécie não nomeação, em forma legal, mas "o suposto tutor vela pelo há propri Dativa como se efeitos estivesse legitimamente investido do ofício tutelar. Nosso menor e seus inte mera jurídicos a essa falsa tutela, que não passa, em última direito análi não Espécies gestão de negócios e como tal de tutela Tutela ad hoc do menor abandonado uma pessoa do é nomeada tutora para a prática de determinado ocorre A tutela ad hoc, também chamada de provisória ou especial, de fato ou irregular pais poder Muitas vezes, para atender interesses ato, sem Formas especiais que nomeia-lhe os pais um tutor somente para consentir no seu aos do menor. ad hoc, provisória ou especial inscreva encontram-se em local ignorado, ou para permitir por tutor exemplo o menor como seu beneficiário no instituto previdenciário. que o nom dos Também se denomina tutor "ad hoc" o curador especial quando os interesses do incapaz colidirem com os do tutor (CC, art. nomeado pelo Tutela dos índios Quanto à fonte donde defluem, três são, assim, as formas ordinárias de tutela Há, à ainda, a tutela dos índios, que o art. 4°, parágrafo único, civil, oriundas do direito mentada mete legislação Lei especial. Tal modalidade de tutela encontra-se do atualmente Código Civi dio", pela n. 6.001, de 19 de dezembro de 1973, denominada reg O e índio é exercida pela União Federal, por meio da Fundação Nacional "Estatuto do Índio do e pertencente às comunidades não integradas é incapaz (Fur dativa arts. 1.729 a 1.732). mento, sendo necessária a participação da Funai para prática desde o seu na Tutela do menor abandonado Modalidades especiais de tutela, além das três mencionadas, costumam ser Justiça requisitos do art. 9° da aludida lei, mediante solicitação vida preenchendo civil. Poderá os ser liberado da tutela da União se estiveradaptado a de qualquer à civili ato Federal, com a manifestação da Funai.A omissao quanto à apresen- sua desaprovação, poderá ensejar a destituição do tutor e ajuizamento conveniente ao menor" (CC, art. 1.765, parágrafo único). de indenização pelo Ministério Público ou outro interessado. Se o tutor preferir, porém, exonerar-se do encargo e prestar as contas de sua lespesas com a prestação de contas "serão pagas pelo (CC art. administração, ou se ocorrer qualquer das causas de cessação da tutoria previstas nos elas verificadas pelo representante do Ministério Público e julgadas pelo incs. II e III do citado art. 1.764 do Código Civil, deve o juiz, prontamente, nomear lcance do tutor, bem como o saldo contra o tutelado, "são dívidas de substituto, uma vez que a pessoa e o patrimônio do menor não podem ficar despro- uros desde o julgamento definitivo das contas" (art. 1.762). tegidos. Nas hipóteses mencionadas não desaparece o mister de zelar pela pessoa e dada pelo menor, finda a tutela pela emancipação ou pelos bens do menor, cessando apenas as funções do tutor primitivamente nomeado. duzirá efeito antes de aprovadas as contas pelo juiz, subsistindo inteira, Caso encontre dificuldade para encontrar quem possa servir pelo aludido prazo a responsabilidade do tutor" (art. 1.758). Desse modo, embora o tutelado se legal, deve o magistrado nomear, com supedâneo no art. 1.197 do Código de Proces- namente capaz pela emancipação ou maioridade, podendo praticar livre- Civil, substituto interino, até a nova indicação em caráter permanente. los os atos da vida civil, por exceção, no entanto, a quitação por ele II - Ao sobrevir escusa legítima terá eficácia antes de aprovadas as contas do tutor pelo As escusas permitidas e o modo de apresentá-las encontram-se nos arts. 1.736 a rá aos herdeiros ou representantes do tutor a responsabilidade pela 1.738 do Código Civil, já mencionados. Cogita o inc. II do dispositivo em apreço da ção das contas, "nos casos de morte, ausência ou interdição do tutor" superveniência de uma causa que, afetando a pessoa do tutor, dificulta ou impe- 1.759). de 0 exercício da tutela. É o caso, por exemplo, do tutor que, depois de se achar in- vestido na função, é acometido de grave enfermidade ou completa 60 anos de idade. CESSAÇÃO DA TUTELA Menciona Washington de Barros referindo-se à última hipótese, relação ao tutelado que, cuidando-se de causa superveniente, não poderia o tutor pleitear dispensa do o art. 1.763 do Código Civil: encargo "se tivesse tal idade quando aceitou munus; nessa conjuntura, deverá completar o biênio para o qual fora nomeado". a a condição de tutelado: III Ao ser removido om a maioridade ou a emancipação do menor; O art. 1.735 do Código Civil determina a exoneração do tutor, comprovadamen- cair o menor sob o poder familiar, no caso de reconhecimento ou te incapaz de exercer a tutela. Prescreve, por sua vez, o art. 1.766 do Código Civil que "será destituído tutor quando negligente, prevaricador ou incurso em incapa- em vista a natureza protetiva do instituto, cessa a tutela, em relação ao cidade". Também será destituído da tutela se infringir os dispositivos inerentes à lesses casos, porque não mais precisa de amparo. Com a maioridade e a proteção do trabalho do menor (CLT, art. 436, parágrafo único). presume-se dispensar este a proteção que a lei confere aos De acordo com o art. 1.194 do Código de Processo Civil, incumbe ao órgão do a tutela um sucedâneo do poder familiar, não mais se justifica a sua Ministério Público, ou a quem tenha legítimo interesse, requerer, nos casos previstos com o surgimento deste em virtude do reconhecimento, pelo pai, do filho na lei civil, a remoção do tutor, seguindo-se o procedimento dos arts. 1.195 e S. do matrimônio, ou da adoção, que transfere ao adotante o aludido poder, m meio mais eficaz e mais natural de 27.5. RESUMO relação ao tutor DA TUTELA elece, por sua vez, art. 1.764 do Código Civil as que cessam Tutela é o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar da pessoa do me- do tutor, sem que cesse a tutela: CONCEITO e administrar seus bens. Destina-se a suprir a falta do poder familiar e tem nítido ca- expirar o termo, em que era obrigado a servir ráter assistencial (CC, art. 1.728). Formas ordinárias (CC, arts. 1.729 a 1.732) é obrigado a servir somente pelo prazo de dois anos (CC, art. 1.765). a) tutela testamentária; lapso legal, assiste-lhe o direito de "requerer a exoneração do ESPÉCIES b) tutela legítima; tua art. 1.198 do Código de Processo Civil. Não o fazendo dentro dos c) tutela dativa. rigues, Direito civil, cit., V. 6, p. 409. Curso, cit., 37. ed., 2, p.794 Direito Civil 3 Esquematizado Carlos Roberto Gonçalves Formas especiais a) tutela do menor abandonado (CC, art. 1.734); b) tutela de fato ou irregular: exercida sem nomeação; c) tutela ad hoc ou provisória: para a prática de determinado ato; d) tutela dos indios (Lei n. 6.001/73). DA CURA a) aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens; b) aqueles que tiverem obrigação para com o menor, ou tiverem de fazer valer direitos con- tra este; c) aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor; os INCAPAZES d) os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente ex- DE EXERCER cluídos da tutela; A TUTELA e) os condenados por crime de furto, estelionato, falsidade, contra a familia ou os (CC, ART. 1.735) costumes, tenham ou não cumprido a pena; f) as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tu 28.1. CONCEITO torias anteriores; g) aqueles que exercerem função pública com a boa administração da Curatela é encargo deferido por lei a alguém capaz, para reger a pessoa a) mulheres casadas; nistrar os bens de quem, em regra maior, não pode fazê-lo por si mesmo. Cló os QUE PODEM b) maiores de 60 anos; a define como encargo público conferido por lei a alguém, para ESCUSAR-SE c) aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; a pessoa e administrar os bens dos maiores que por si não possam fazê-lo" DA TUTELA d) os impossibilitados por enfermidade; (CC, ART. 1.736) e) aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; As definições apresentadas não abrangem, todavia, todas as espécies de f) aqueles que já exercerem tutela ou curatela. la, algumas das quais, pela natureza e efeitos específicos, como assinala Ca a) caução real ou fidejussória (CC, art. 1.745 e parágrafo único); rio da Silva "mais tecnicamente se denominam E GARANTIA b) responsabilidade subsidiária do juiz (CC, art. 1.744, II); DA TUTELA dam da proteção aos maiores incapazes, para às vezes alcançarem menores c) responsabilidade pessoal e direta do juiz (CC, art. 1.744, nascituros". da tutela assemelha-se ao do poder familiar, mas não se lhe equipara, pois sofre algumas limitações, sendo ainda sujeito à inspeção judicial. tutor é obrigado Semelhanças entre curatela e tutela EXERCÍCIO apresentar balanços anuais e a prestar contas em sob forma contábil, de dois em DA TUTELA dois anos, de sua administração (CC, art. 1.757). A venda de imóveis pertencentes ao me- A curatela assemelha-se à tutela por seu caráter destinar nor pode ser feita mediante autorização judicial e quando houver manifesta igualmente, à proteção de Por essa razão, a ela são aplicáveis as d gem, mediante prévia avaliação judicial (CC, art. 1.750). ções legais relativas à tutela, com apenas algumas modificações (CC, art. 1.77 Em relação ao menor (CC, art. 1.763) a) pela morte: Ambas se alinham no mesmo Título do Livro do Direito de Família, dev b) pela maioridade; analogias que apresentam: c) pela emancipação; CESSAÇÃO d) pela superveniência do poder familiar, no caso de reconhecimento. DA TUTELA vigoram para curador as escusas voluntárias 1.736) e proibitória Em relação ao tutor (CC, art. 1.764) 1.735); a) ao expirar termo, em que era obrigado a servir; b) ao sobrevir escusa legítima; é obrigado a prestar caução bastante, quando exigida pelo e a c) ao ser removido. contas; cabem-lhe os direitos e deveres especificados no capítulo que trata da t somente pode alienar bens imóveis mediante prévia avaliação judicial e rização do juiz etc. Diferenças entre curatela e tutela Apesar dessa semelhança, os dois institutos não se confundem. Podem ser814 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família 815 O procedimento terá início por provocação do interessado ou do Ministério Pú- afastando o regime-regra que é o da comunhão parcial, por contrato escrito, como blico (art. 1.104) e será apensado aos autos da interdição. O juiz nomeará perito para permite o art. 1.725 do Código Civil. proceder ao exame de sanidade no interditado, e após a apresentação do laudo desig- Se o regime não for o da comunhão de bens, deverá sempre cônjuge, ou nará audiência de instrução e julgamento (art. 1.186, § Acolhido o pedido, o juiz prestar contas de sua decretará o levantamento da interdição e mandará publicar a sentença, após O curador não pode reter renda do curatelado, por conta própria, a título de trânsito em julgado, pela imprensa local e pelo órgão oficial por três vezes, com inter- remuneração. Embora o tenha direito à remuneração pelos serviços prestados, valo de dez dias, seguindo-se a averbação no Registro de Pessoas Naturais não deve ela ser feita por sua própria conta, com o valor e modo que decidir. Decidiu Pode o juiz, em face do laudo médico, autorizar o levantamento parcial da a propósito o Superior Tribunal de Justiça que a remuneração do administrador interdição, permitindo ao interdito a prática de determinados atos, em decorrência deve ser fixada em juízo e não pode ser decidida por quem gerencia os da melhora verificada em seu estado. 28.6. RESUMO 28.5. EXERCÍCIO DA CURATELA DA CURATELA Como foi dito no item n. 28.1. retro, a curatela assemelha-se à tutela por seu Curatela é encargo deferido por lei a capaz para regen a pessoa e adminis- caráter assistencial, destinando-se, igualmente, à proteção de incapazes. Por essa trar os bens de quem, em regra maior, não pode fazê-lo por si mesmo. Assemelha-se CONCEITO razão, a ela são aplicáveis as disposições legais relativas à tutela, com apenas al- à tutela por seu caráter assistencial, destinando-se, igualmente, à proteção de inca- pazes. Por essa razão, a ela são aplicáveis as disposições legais relativas à tutela, com gumas modificações (CC, art. Ambas se alinham no mesmo Título do Livro apenas algumas modificações (CC, art. 1.774). do Direito de Família, devido às analogias que apresentam. a tutela é destinada a menores de 18 anos de idade, enquanto a curatela é deferida, Vigoram para o curador: em regra, a maiores; a tutela pode ser testamentária, com nomeação do tutor pelos a curatela é sem- DIFERENÇAS ENTRE pre deferida pelo juiz; as escusas voluntárias (art. 1.736) e proibitórias (art. 1.735); TUTELA E CURATELA a tutela abrange a pessoa e os bens do menor, enquanto a curatela pode compreen- embora não mais adstrito à especialização de hipoteca legal, é obrigado a der somente a administração dos bens do incapaz, como no caso dos pródigos; prestar caução bastante, quando exigida pelo juiz (CC, art. 1.745, parágrafo úni- os poderes do curador são mais restritos do que os do tutor. co), e a prestar contas (art. os seus fins são assistenciais; tem caráter eminentemente publicista; cabem-lhe os direitos e deveres especificados no capítulo que trata da tutela; CARACTERÍSTICAS tem, também, caráter supletivo da capacidade; RELEVANTES DA somente pode alienar bens imóveis mediante prévia avaliação judicial e auto- CURATELA é temporária, perdurando somente enquanto a causa da incapacidade se mantiver; rização do juiz etc. a sua decretação requer certeza absoluta da incapacidade, obtida por meio do pro- cedimento especial de interdição (CPC, arts. 1.177 e s.). Em tais condições, "bens imóveis de interditos só podem ser alienados se houver Formas ordinárias manifesta vantagem na operação e prévia avaliação judicial, com aprovação do juiz. a) a daqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem necessário discernimento para os atos da vida civil; Conseguintemente, o curador do incapaz, parente ou estranho, somente pode dispor b) a daqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; dos bens imóveis do curatelado com observância da regra geral e absoluta do art. 1.750 c) a dos deficientes mentais, dos ébrios habituais e dos viciados em ESPÉCIES do Código Civil de 2002. As próprias permutas não escapam a essa d) a dos excepcionais sem completo desenvolvimento mental; e) a dos pródigos. O art. 1.783 do Código Civil dispensa o cônjuge curador, "salvo determinação Formas especiais judicial". de prestar contas de sua administração, quando regime de bens do a) a dos nascituros (CC, art. 1.779); casamento for de comunhão universal". Justifica-se a regra pelo fato de, no regime b) a do enfermo ou portador de deficiência física (CC, art. 1.780). da comunhão universal, haver a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas (art. 1.667), com as exceções do art. 1.668. A ressalva sobre a determinação judicial é feita para a hipótese de o juiz per- Álvaro Villaça Azevedo, Comentários, cit., V. 19. p. 492. 48 ceber côninge curador está se aproveitando, tirando vantagem indevida do STJ, T., rel. Min. Nancy Andrighi, in www.conjur.com.br de 13-4-2012. à816 Direito Civil 3 Carlos Roberto Gonçalves Direito de Família PESSOAS LEGITIMA- pais ou tutores; DAS A PROMOVER A cônjuge (ou companheiro, embora não mencionado) ou qualquer parente; c) hipótese Ministério Público somente terá legitimidade para propor a interdição de algu INTERDIÇÃO DOS de doença mental grave. Ministério Público. INCAPAZES (CC, d) defensor Nos casos ao em suposto que a interdição for promovida pelo Ministério Público, o ARTS. 1.768 E 1.769) e) A legitimidade incapaz; nos demais casos Ministério juiz no Curatela legítima me de bens instituído de um cônjuge para exercício da curatela do Público outro será depende o defen entre eles. a) o cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato; QUEM PODE SER b) na falta destes, qualquer dos pais; NOMEADO c) e, na falta destes, o descendente que se mostrar mais apto. Os mais próximos ex- 4. (TJ/RO/Juiz a) No regime de Direito/PUC-PR/2011) Assinale a única alternativa CURADOR cluem os mais remotos. (CC, ART. 1.775) Curatela dativa b) Podem atos ilícitos, os pais, da quando comunhão independentemente reverterem parcial em entram proveito de na comunhão do casal, e as os obrigações CORRETA. provenient Configura-se quando faltam as pessoas mencionadas e o juiz escolhe curador, que deve- ser pessoa idônea, podendo ser estranha à família do interdito (CC, art. 1.775, c) Para menores efeitos quando demonstrada necessidade ou evidente alienar autorização judicial, imóveis dos Basicamente aplicam-se as mesmas regras sobre exercicio da tutela, no que não de vários os imóveis de impenhorabilidade de que trata a Lei 8.009/1990, interesse da prole. EXERCÍCIO contrariarem as peculiaridades do instituto da curatela, inclusive as referentes a escu- DA CURATELA sas, nomeação do curador e cessação da curatela. d) atinge regra, a tutela cede lugar à curatela quando o tutelado esse cai no sob Registro poder de familia Em que outro tenha sido registrado, para fim, recairá sobre o de valor, ainda utilizados como residência, a impenhorabilidade se casal é a 28.7. QUESTÕES e) tutelados Os tutores tenham são obrigados a prestar contas da sua administração ainda que os pais disposto em contrário. 1. (MP/MG/Promotor de Justiça/XLVI Concurso/2006) Assinale a assertiva INCORRETA. a) A concepção é marco inicial para muitos direitos previstos em lei, antecedendo a personalidade que começa do nascimento com vida. mília 5. (TJ/PI/Juiz substituta, de Direito/CESPE/UnB/2012) No que diz respeito à colocação do menor em assinale a opção CORRETA. b) O coerdeiro preterido, em cessão de direito hereditário a terceiro, pode haver para si a quota cedida a estranho, depositando preço no prazo legal. b) a) Um Tanto dos a principais adoção quanto a tutela visam suprir a carência de c) MP pode promover a interdição de pessoa portadora de doença mental grave, con- por inteiro seu vínculo efeitos da destituição da tutela é de a representação remoção do legal. cedendo-lhe curador para cuidar de todos ou alguns de seus negócios ou bens. de pessoal e jurídico com pupilo, incluindo-se a responsabilida tutor exting ordem d) Na comunhão universal a doação antenupcial que um cônjuge fez ao outro, com cláu- c) sula de é da comunhão. cidade A tutela de pessoa maior de dezoito anos de idade será e) A habilitação para casamento torna-se ineficaz, não se realizando as núpcias no pra- d) Sempre absoluta seja previamente reconhecida por sentença deferida desde que a sua inca de 90 dias da data da extração do certificado. família substituta que a criança com mais de oito anos de idade com trânsito em julgado. to, colhido em audiência. será previamente ouvida, além de ser necessário sujeita o seu à consentime colocação 2. (MP/DFT/Promotor de Justiça/29° Concurso/2011) No que se refere à guarda, tutela e e) adoção, marque a única alternativa CORRETA: menor Dada a pode provisioriedade ser revogada, do por termo exemplo, de guarda, por comprovação a responsabilidade de negligência. do guardião sobre a) A lei concede ao tutor a possibilidade de adotar tutelado se houver entre eles víncu- lo de parentesco na linha colateral em segundo grau, desde que inexistam 6. (MP/SP/Analista a) de de A interdição é financeiras em relação ao exercício da tutela. b) tutor não poderá dispor dos bens do tutelado, a título gratuito, ainda que com auto- rização judicial, sob pena de nulidade. b) de fito proteção proteção de ao ao incapaz, maior os bens ou e menor, acompanhá-lo por meio na da prática qual medida se dos lhe nomeia judicial curador civil. COI c) Segundo as novas disposições sobre a adoção (Lei n. 12.010/09), somente quem se en- c) de ministrar-lhe os menor bens e acompanhá-lo incapaz por meio na da prática qual dos se lhe nomeia tutor atos com da vida o fito de contra previamente inscrito no cadastro de adotantes pode adotar, a não ser que a administrar-lhe proteção ao maior incapaz por meio da qual lhe atos da vida civil. criança adotanda já se encontre sob a guarda fática dos pretendentes, mantendo com destinada os bens e acompanhá-lo na prática se dos atos nomeia da curador com fito d estes vínculo de afetividade. d) Se adotante falecer no curso do processo de adoção, deverá ser declarada a perda do d) disponibilidade a agilizar de convolarem a confirmação novas da núpcias. morte presumida, garantindo vida aos cônjuges objeto, caso em que a criança ficará disponível para colocação em família substituta. e) Tratando-se de ato de liberalidade que não onera nem coloca em risco patrimônio do e) dade destinada de convolarem a agilizar a novas confirmação núpcias. da ausência, garantindo aos cônjuges a disponibili tutelado, não necessita tutor de autorização judicial para aceitar doação de imóvel ao incapaz. (MP/RJ/Promotor de Almeida, Paracambi de instaura 57 procedimento Justiça/XXXII administrativo Concurso/2011) para A verificar Promotoria a situação de do pariente da Comarca de 3. (MP/PR/Promotor de Justica/2011) Arerca da tutela e da curatela. assinale a alternativa anos, que se encontra

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