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Língua Portuguesa
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nos, CASO as drogas forem controladas e a miséria extinta.” se 
(caso) a troca dê certo = condicional
Período
Toda frase com uma ou mais orações constitui um período, que 
se encerra com ponto de exclamação, ponto de interrogação 
ou com reticências.
O período é simples quando só traz uma oração, chamada ab-
soluta; o período é composto quando traz mais de uma oração. 
Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração ab-
soluta.); Quero que você aprenda. (Período composto.)
Existe uma maneira prática de saber quantas orações há 
num período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num 
período haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as 
locuções verbais nele existentes. 
Exemplos:
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma oração)
Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções 
verbais, duas orações)
Há três tipos de período composto: por coordenação, por 
subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo 
tempo (também chamada de misto).
Período Composto por Coordenação – 
Orações Coordenadas
Considere, por exemplo, este período composto:
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos 
de infância. 
1ª oração: Passeamos pela praia
2ª oração: brincamos
3ª oração: recordamos os tempos de infância
As três orações que compõem esse período têm sentido 
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sin-
tática: elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma re-
lação de sentido, mas, como já dissemos, uma não depende 
da outra sintaticamente.
As orações independentes de um período são chamadas de 
orações coordenadas (OC), e o período formado só de orações 
coordenadas é chamado de período composto por coordenação.
As orações coordenadas são classificadas em 
assindéticas e sindéticas.
As orações coordenadas são assindéticas - OCA: quando 
não vêm introduzidas por conjunção.
Exemplo:
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. 
 OCA OCA OCA
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de Assis)
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” (Antô-
nio Olavo Pereira)
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” (Coelho 
Neto)
As orações coordenadas são sindéticas - OCS: quando vêm 
introduzidas por conjunção coordenativa. 
Exemplo:
O homem saiu do carro / e entrou na casa.
 OCA OCS
As orações coordenadas sindéticas são classi� cadas de 
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coorde-
nativas que as introduzem. Pode ser:
Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... 
mas também, não só... mas ainda. 
Saí da escola / e fui à lanchonete.
OCA OCS Aditiva
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção 
que expressa ideia de acréscimo ou adição com referência 
à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa 
aditiva.
A doença vem a cavalo e volta a pé.
As pessoas não se mexiam nem falavam.
“Não só � ndaram as queixas contra o alienista, mas até ne-
nhum ressentimento � cou dos atos que ele praticara.” (Macha-
do de Assis)
Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém, 
todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Estudei bastante / mas não passei no teste.
 OCA OCS Adversativa
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção 
que expressa ideia de oposição à oração anterior, ou seja, por 
uma conjunção coordenativa adversativa.
A espada vence, mas não convence.
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)
Tens razão, contudo não te exaltes.
Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava.
Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, por 
isso, pois, logo. 
Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
 OCA OCS Conclusiva
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que 
expressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração an-
terior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
Vives mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade. 
Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.
Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou, ou... ou, 
ora... ora, seja... seja, quer... quer. 
Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
OCA OCS Alternativa
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção 
que estabelece uma relação de alternância ou escolha com re-
ferência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coorde-
nativa alternativa.
Venha agora ou perderá a vez.
“Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de 
Assis)
“Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço muito 
caro.” (Renato Inácio da Silva) 
“A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.” 
(Luís Jardim)
Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque, 
pois, porquanto. 
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Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
 OCA OCS Explicativa
Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção 
que expressa ideia de explicação, de justi� cativa em relação 
à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa 
explicativa.
Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
“A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico 
Veríssimo)
“Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te aben-
çoo.” (Fernando Sabino)
O cavalo estava cansado, pois arfava muito.
Período Composto por Subordinação
Observe os termos destacados em cada uma destas 
orações:
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal)
Todos querem sua participação. (objeto direto)
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de causa)
Veja, agora, como podemos transformar esses termos em 
orações com a mesma função sintática: 
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada com 
função de adjunto adnominal) 
Todos querem / que você participe. (oração subordinada com 
função de objeto direto)
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração subordina-
da com função de adjunto adverbial de causa)
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma certa 
função sintática em relação à primeira, sendo, portanto, subor-
dinada a ela. Quando um período é constituído de pelo menos 
um conjunto de duas orações em que uma delas (a subordina-
da) depende sintaticamente da outra (principal), ele é classi� -
cado como período composto por subordinação. As orações 
subordinadas são classi� cadas de acordo com a função que 
exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
Orações Subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas que 
exercem a função de adjunto adverbial da oração principal 
(OP). São classi� cadas de acordo com a conjunção subordina-
tiva que as introduz:
 - Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração 
principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois 
que, visto que.
Não fui à escola / porque � quei doente.
 OP OSA Causal
O tambor soa porque é oco.
Como não me atendessem, repreendi-os severamente.
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de Sousa)
Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a ocor-
rência do que foi enunciado na principal.
Conjunções: se, contanto que, a menos que, a não ser que, 
desde que.
Irei à sua casa / se não chover.
 OP OSA Condicional
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos ofensores. 
Se o conhecesses, não o condenarias.
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de 
Andrade)
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência te-
nha êxito.
Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração 
principal, sem, no entanto, impedir sua realização. 
Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por 
mais que, mesmo que.
Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
 OP OSA Concessiva
Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que ou 
se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
Embora não possuísse informações seguras, ainda assim 
arriscou uma opinião.
Cumpriremosnosso dever, ainda que (ou mesmo quando ou 
ainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem.
Por mais que gritasse, não me ouviram.
Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com 
outro. 
Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
 OP OSA Conformativa
O homem age conforme pensa.
Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi. 
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação.
Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que 
foi expresso na oração principal.
Conjunções: quando, assim que, logo que, enquanto, sempre 
que, depois que, mal (=assim que).
Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
 OP OSA Temporal
Formiga, quando quer se perder, cria asas.
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se esva-
ziam.” (Carlos Povina Cavalcânti) 
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês 
de Maricá)
Enquanto foi rico, todos o procuravam.
Finais: Expressam a � nalidade ou o objetivo do que foi enun-
ciado na oração principal. 
Conjunções: para que, a � m de que, porque (=para que), que.
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.
 OP OSA Final
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” (Mar-
quês de Maricá)
Aproximei-me dele a � m de que me ouvisse melhor.
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = para 
que)
“Instara muito comigo não deixasse de frequentar as recep-
ções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse = para que 
não deixasse)
Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enuncia-
do na oração principal. 
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Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, visto que.
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
 OP OSA Consecutiva
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José 
J. Veiga)
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude prolon-
gar minha viagem.
Comparativas: Expressam ideia de comparação com referên-
cia à oração principal. 
Conjunções: como, assim como, tal como, (tão)... como, tanto 
como, tal qual, que (combinado com menos ou mais).
Ela é bonita / como a mãe.
 OP OSA Comparativa
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.” 
(Marquês de Maricá)
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. 
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram.
Como a � or se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz 
daquele olhar.
Observação: As orações comparativas nem sempre apre-
sentam claramente o verbo, como no exemplo acima, em 
que está subentendido o verbo ser (como a mãe é).
Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona propor-
cionalmente ao que foi enunciado na principal. 
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, 
quanto mais, quanto menos.
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
 OSA Proporcional OP
À medida que se vive, mais se aprende.
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando.
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai 
diminuindo.
Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas que, 
num período, exercem funções sintáticas próprias de substan-
tivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções integran-
tes que e se. 
Elas podem ser:
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aque-
la que exerce a função de objeto direto do verbo da oração 
principal. 
Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
O grupo quer / que você ajude.
 OP OSS Objetiva Direta
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O mestre 
exigia a presença de todos.) 
Mariana esperou que o marido voltasse.
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei. 
O � scal veri� cou se tudo estava em ordem.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É aque-
la que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração 
principal. 
Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto)
Necessito / de que você me ajude. 
 OP OSS Objetiva Indireta
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua 
viagem.) 
Aconselha-o a que trabalhe mais.
Daremos o prêmio a quem o merecer. 
Lembre-se de que a vida é breve.
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que 
exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. 
Observe: É importante sua colaboração. (sujeito)
É importante / que você colabore. 
 OP OSS Subjetiva
A oração subjetiva geralmente vem:
 - depois de um verbo de ligação + predicativo, em constru-
ções do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É 
certo que ele voltará amanhã.
 - depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-
-se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
 - depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir, ocor-
rer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e segui-
dos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos par-
ticipem da reunião.
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é 
necessária.) 
Parece que a situação melhorou.
Aconteceu que não o encontrei em casa. 
Importa que saibas isso bem.
Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É 
aquela que exerce a função de complemento nominal de um 
termo da oração principal. 
Observe: Estou convencido de sua inocência. (complemento 
nominal)
Estou convencido / de que ele é inocente.
 OP OSS Completiva Nominal
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão dele.) 
Estava ansioso por que voltasses.
Sê grato a quem te ensina.
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.” 
(Graciliano Ramos)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela que 
exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, 
vindo sempre depois do verbo ser. 
Observe: O importante é sua felicidade. (predicativo)
O importante é / que você seja feliz. 
 OP OSS Predicativa
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) 
Minha esperança era que ele desistisse.
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz. 
Não sou quem você pensa.
Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela que 
exerce a função de aposto de um termo da oração principal.

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