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Classificação dos transtornos mentais e
o cuidado integral
O olhar para além da psicopatologia na avaliação psíquica, as principais psicopatologias, o uso de
psicofármacos e o cuidado integral na saúde mental.
Profª. Caroline Moraes Soares Motta de Carvalho
1. Itens iniciais
Propósito
A compreensão dos diferentes transtornos mentais ao realizar o exame psíquico é fundamental para o
acompanhamento do usuário, permitindo que o profissional de saúde mental seja capaz de reconhecer e
ofertar uma escuta qualificada, terapêutica e pautada no cuidado integral.
Objetivos
Aplicar o exame psíquico, seguindo as técnicas da entrevista em saúde mental e da semiologia 
psiquiátrica.
Identificar os sinais, os sintomas e os psicofármacos envolvidos no cuidado aos pacientes com 
transtornos de ansiedade e transtorno de humor.
Reconhecer sinais e sintomas e os principais psicofármacos envolvidos no cuidado aos pacientes com 
transtornos psicóticos e de personalidade.
Avaliar sinais e sintomas e os principais psicofármacos envolvidos no cuidado aos pacientes com 
transtornos dismórficos corporais (TDC).
Introdução
Segundo os dados de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking mundial dos
transtornos mentais no que se refere à prevalência de transtornos de ansiedade. Diante disso, é importante
refletir sobre os motivos que colocam o Brasil nessa posição. Pesquisadores relacionam que esses índices
podem estar ligados ao modo de funcionamento da sociedade atual e ao investimento em novas técnicas que
auxiliam no diagnóstico e no tratamento dos mais variados transtornos mentais
Neste conteúdo, identificaremos as principais alterações psíquicas a serem observadas durante a realização
do exame do estado mental atual, reconheceremos os principais sinais e sintomas dos transtornos de
ansiedade, de humor, de personalidade, dos transtornos psicóticos e suas respectivas abordagens
farmacológicas. Na atuação do profissional de saúde, é fundamental compreender as características atuais do
paciente, sua trajetória e biografia, e não só conhecer os sinais e sintomas dos transtornos mentais. Dessa
forma, o diagnóstico não se baseará apenas na presença ou na ausência de um determinado sintoma, mas sim
no entendimento de como o sintoma surgiu, em qual contexto e com que intensidade e constância.
• 
• 
• 
• 
1. O exame psíquico
Avaliação do estado mental
Quando nos deparamos com pessoas em sofrimento psíquico, experimentamos uma diversidade de emoções
e sentimentos, que podem provocar em nós curiosidade, indiferença ou afastamento. Para que seja possível
oferecer uma assistência em saúde mental de qualidade, é fundamental saber realizar a avaliação do estado
mental, pois assim poderemos utilizar os instrumentos adequados para auxiliar a assistência às pessoas em
sofrimento psíquico e/ou com transtornos mentais.
Antes de abordar as etapas do exame psíquico, é importante ressaltar que cada interação é única, pois os
determinantes relacionais e socioculturais irão exigir do profissional uma abordagem apropriada para cada
paciente, tornando esse momento único, dinâmico e com relações recíprocas. Outro ponto fundamental que
antecede a realização do exame psíquico é a comunicação estabelecida durante o processo de acolhimento.
Durante esta fase, já se estabelece uma comunicação terapêutica, que é a base dos cuidados em
saúde mental.
Quando a avaliação do estado mental é iniciada, para elaboração de um planejamento assistencial, algumas
condições de normalidade e anormalidade precisam ser levadas em consideração.
Para Marcolan e Castro (2013), o conceito de normalidade em psicopatologia é controverso, pois existem
diferentes perspectivas que se complementam, tais como a normalidade como ausência de doenças, a
normalidade estática, a normalidade funcional, a normalidade como ideal, entre outras. Mas nessa
compreensão sobre normalidade, é fundamental que o profissional se atente à complexidade desse conceito
para não cair em reducionismos e preconceitos.
O propósito da avaliação do estado mental é oferecer subsídios necessários para o cuidado em saúde mental
e para a construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS), que deve ser construído por toda a equipe
multiprofissional; portanto, ao interagir com a pessoa com transtorno mental durante o acolhimento nos
serviços de saúde, o objetivo é coletar dados para garantir uma boa assistência e um direcionamento em
saúde adequado. A partir dos dados coletados é possível:
Identificar os sinais e os sintomas.
Descartar as alterações orgânicas.
Compreender como a pessoa em sofrimento psíquico se percebe e se sente nessa condição.
Orientações para o início e desenvolvimento da entrevista
O sofrimento psíquico ocorre em condições clínicas e extraclínicas; com isso, é importante adotar um roteiro
para auxiliar o profissional na abordagem ao paciente, garantindo um olhar interdisciplinar na construção do
projeto terapêutico.
• 
• 
• 
Ao iniciar a entrevista em saúde mental, é recomendado que o exame do estado mental seja cercado de
cuidados como:
1
Apresentar-se, demostrando-se acolhedor e profissional (falar seu cargo e profissão).
2
Falar menos, utilizando expressões simples, e ouvir mais, pois escutar o paciente é a prioridade na
entrevista.
3
Abordar o paciente pelo nome e respeitar sua privacidade.
4
Ficar atento às expressões verbais e não verbais durante o processo comunicativo.
5
Atentar para o conteúdo da comunicação verbal, pois a incoerência entre a comunicação verbal e a
não verbal pode ser um sinal de alteração no estado mental.
6
Procurar um equilíbrio na observação objetiva e no uso da experiência clínica para fazer as inferências
pertinentes.
7
Coletar informações relevantes como dados de identificação, história familiar, histórico psicossocial e
motivos que o levou a procurar o serviço.
O profissional deve evitar algumas atitudes e posturas inadequadas e improdutivas como posturas rígidas e
estereotipadas, atitude excessivamente neutra ou fria, reações exageradamente emotivas, comentários
valorativos, reações emocionais intensas de pena ou compaixão, respostas hostis ou agressivas. 
Entrevistas excessivamente prolixas e a realização de muitas anotações durante a entrevista podem
atrapalhar o processo de avaliação e comunicação.
Etapas do exame psíquico
No ato do exame propriamente dito, o profissional deve estar atento a diversos aspectos e funções mentais. A
seguir, serão abordadas as etapas e os componentes do exame psíquico: 
Aparência geral
Nesta etapa, são observados a higiene, a vestimenta e as condições físicas, a expressão facial , a postura
corporal e o comportamento social. Durante a interação, o profissional pode observar comportamento bizarro,
isolado, preocupado, constrangido, desconfiado ou desinibido. Nesse momento, o profissional deve descrever
de forma clara no prontuário o que reparou, para que outras pessoas que não conhecem o paciente consigam
ter a ideia clara da aparência dele. Observe o exemplo a seguir:
Mulher baixa emagrecida, com a higiene corporal preservada, porém despenteada, com vestimentas
inapropriadas para a temperatura, olhar distante, com semblante triste, aparentando ter muito mais idade do
que 40 anos.
A partir dessa descrição, é possível realizar o levantamento de hipóteses e cuidados iniciais que permitam
uma atenção especial para o caso. É importante, no entanto, não confundir as primeiras hipóteses com uma
visão já determinista e direcionada para um diagnóstico, pois devemos estar sempre abertos para novas
informações que podem mudar completamente as primeiras impressões.
Consciência
Nessa etapa, deve ser analisado se o paciente está ciente de si mesmo e do ambiente, se está acordado, vígil
e desperto. Pacientes com alteração do nível de consciência podem apresentar alterações qualitativas e/ou
quantitativas como estado confusional agudo, obnubilação da consciência, estupor e, nos casos mais graves,
coma.
Obnubilação da consciência
Trata-se de uma alteraçãocorporais identificadas.
Questão 2
Transtorno mental de ordem alimentar que comumente é confundido com o transtorno dismórfico corporal é
chamado de
A
bulimia nervosa.
B
anorexia nervosa.
C
obesidade.
D
melancolia.
E
depressão
A alternativa B está correta.
O transtorno dismórfico corporal e a anorexia nervosa possuem sintomas semelhantes: em ambos os casos
a pessoa possui dificuldade para se relacionar com outras pessoas.
5. Conclusão
Considerações finais
Como vimos, conhecer e aplicar o exame psíquico e identificar os diversos tipos de transtornos mentais e os
principais psicofármacos são etapas fundamentais para assegurar uma assistência em saúde mental de
qualidade. A identificação e a correta intervenção nos fatores que levam ao adoecimento psíquico tornarão os
serviços de saúde, e consequentemente a assistência, mais eficientes e eficazes.
O caminho a ser percorrido para a qualificação e consolidação de uma assistência em saúde mental requer do
profissional de saúde um bom conhecimento técnico, a construção do vínculo terapêutico e a comunicação
adequada.
Faz-se necessário, assim, que a formação seja pautada em aspectos éticos, no fortalecimento das políticas
públicas de saúde e no conhecimento técnico. Desse modo, será possível mudar a realidade e construir um
ciclo de renovação focado na qualidade de vida e na saúde mental da população.
Podcast
Agora, a especialista Julia Teixeira encerra o tema falando sobre as responsabilidades técnica e ética do
profissional de saúde em aplicar o exame psíquico. Além disso, identificará os diversos tipos de
transtornos mentais e os principais psicofármacos usados no tratamento.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore +
Assista:
 
Ao material Avaliação do estado mental, produzido pelo Telessaúde do Mato Grosso, que faz parte do
Telessaúde Brasil Redes.
Ao programa Ligado em Saúde, do Canal Saúde da Fiocruz, com tema Borderline, para tratar o tema do
Transtorno Borderline.
 
Leia:
 
O texto Transtorno Dismórfico Corporal: revisão da literatura, publicado na Revista Contextos Clínicos,
v. 9, n. 2, p. 240-252, jul.-dez. 2016.
Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Diagnostic and statistical manual of mental disorders 5th:
DMS-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
 
• 
• 
• 
BONFIM, G, W. et al. Transtorno Dismórfico Corporal: revisão da literatura. Contextos Clínicos, v. 9, n. 2, jul.-
dez. 2016.
 
CONRADO, L. A. Transtorno dismórfico corporal em dermatologia: diagnóstico, epidemiologia e aspectos
clínicos. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 84, n. 6, p.569-581, 2009.
 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
 
BRITO, M. J. de et al. Abdominoplasty and its effect on body image, self-esteem, and mental health. Ann Plast
Surg, v. 65, n. 1, p. 5-10, 2010.
 
FANG, A.; MATHENY, N.L.; WILHELM, S. Body dysmorphic disorder. Psychiatric Clinics of North America, v. 37,
n. 3, p.287-300, 2014.
 
LAURENCE, L. B. et al. Goodman e Gilman: as bases farmacológicas da terapêutica. Revisão e conteúdo Almir
Lourenço da Fonseca. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.
 
MARCOLAN, J. F.; CASTRO, R. C. B. R. Enfermagem em saúde mental e psiquiátrica: desafios e possibilidades
do novo contexto do cuidar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. CID 11. Classificação estatística internacional de doenças e problemas
relacionados a saúde. 2018. Consultado na internet em: 13 dez. 2021.
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Depression and Other Common Mental Disorders Global Health
Estimates. Geneva, Switzerland: WHO, 2017.
	Classificação dos transtornos mentais e o cuidado integral
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. O exame psíquico
	Avaliação do estado mental
	Orientações para o início e desenvolvimento da entrevista
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	Etapas do exame psíquico
	Aparência geral
	Consciência
	Orientação
	Desorientação temporal
	Desorientação espacial
	Desorientação autopsíquica
	Orientação temporal
	Orientação espacial
	Orientação autopsíquica
	Saiba mais
	Memória
	Memória imediata
	Memória de curto prazo
	Memória de longo prazo
	Afetividade
	Psicomotricidade
	Sensopercepção
	Pensamento
	Linguagem
	Logorreia
	Bradilalia
	Mutismo
	Ecolalia
	Verbigeração e mussitação
	Juízo crítico
	Inteligência
	Atenção
	Como realizar o exame psíquico e qual a sua importância
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Avaliação do estado mental
	Conteúdo interativo
	Orientações para o início e desenvolvimento da entrevista
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. O cuidado aos pacientes com transtornos de ansiedade e transtorno de humor
	Transtornos de humor ou transtornos afetivos
	Psicodinâmica
	Cognitivo-comportamental
	Existencial
	Curiosidade
	Depressão leve
	Depressão moderada
	Depressão grave
	Transtorno depressivo recorrente
	Distimia
	Uso de Psicofármacos nos transtornos do humor
	Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)
	Inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSN)
	Inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina (IRND)
	Antidepressivos tricíclicos (ADT)
	Inibidores da monoamina oxidase (MAO)
	Transtorno bipolar
	Transtorno bipolar tipo I
	Transtorno bipolar tipo II
	Recomendação
	Transtornos de ansiedade
	Fobia específica
	Fobia social
	Transtorno do pânico
	Agorafobia
	Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
	Transtorno de estresse pós-traumático
	Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
	Comentário
	Os transtornos de ansiedade e o uso de psicofármacos
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Os transtornos do humor ou transtornos afetivos
	Conteúdo interativo
	O transtorno bipolar
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. O cuidado aos pacientes com transtornos psicóticos e de personalidade
	Transtornos psicóticos
	Esquizofrenia – prevalência e fatores causais
	Ambientais estressantes
	Genéticos
	Bioquímicos
	Sintomas e tipos de esquizofrenia
	Fatores que melhoram o prognóstico
	Fatores que pioram o prognóstico
	Esquizofrenia simples
	Esquizofrenia paranoide
	Esquizofrenia hebefrênica
	Esquizofrenia catatônica
	Esquizofrenia indiferenciada
	Esquizofrenia residual
	Uso de psicofármacos no tratamento de psicoses
	Antipsicóticos típicos
	Antipsicóticos atípicos
	Transtornos de personalidade
	Fatores de desenvolvimento
	Fatores biológicos ou genéticos
	Fatores socioculturais
	Grupo A
	Grupo B
	Grupo C
	Transtornos de personalidade esquizoide
	Transtorno de personalidade esquizotípico
	Transtorno de personalidade paranoide
	Transtorno de personalidade antissocial
	Transtorno de personalidade borderline (limítrofe)
	Transtorno de personalidade histriônica
	Transtorno de personalidade narcisista
	Transtorno de personalidade dependente
	Transtorno de personalidade evitativa
	Transtorno de personalidade anancástico
	Os diferentes transtornos de personalidade
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Os transtornos psicóticos
	Conteúdo interativo
	Sintomas e tipos de esquizofrenia
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. O cuidado aos pacientes com transtornos dismórficos corporais (TDC)
	Fatores socioculturais e epidemiologia dos transtornos dismórficos corporais
	Características do TDC
	Atenção
	1
	2
	3
	4
	Especificações no TDC e psicofarmacologia
	Recomendação
	Diferenças entre os TDC e os transtornos alimentares
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Fatores socioculturais e epidemiologia dos TDC
	Conteúdo interativo
	Características do TDC
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referênciasda consciência, caracteriza-se pela diminuição da sensopercepção, lentidão
da compreensão e da elaboração das impressões sensoriais. 
A semiotécnica aplicada para a análise das alterações qualitativas e sindrômicas é realizada nas perguntas
sobre o que sujeito sabe de si, do tempo, do espaço e dos objetos ao seu redor.
Semiotécnica
Procedimento utilizado para identificar os sinais de uma doença durante um exame clínico.
Fazer perguntas sobre o nome completo do paciente, o número do seu celular, o ano em que estamos, o nome
do presidente e pedir para movimentar uma parte específica do corpo são muito úteis para compreender o
arranjo do campo da consciência.
A expressão fisionômica do avaliando também contribui de forma significativa na avaliação da consciência. A
partir dela é possível perceber se há sonolência, fadiga ou rebaixamento da consciência. É na expressão
fisionômica que também é possível encontrar traços de perplexidade, desinteresse, dificuldade de
compreensão e de julgamento da realidade.
Orientação
Trata-se de um complexo de funções psíquicas, a partir do qual temos consciência de cada etapa de nossa
situação real e de vida. Ao realizar a avaliação desse item, assim como ao avaliar a consciência, o profissional
deve fazer perguntas sobre o tempo, o espaço e sobre aspectos da identidade pessoal do próprio paciente. 
As alterações podem ser:
Desorientação temporal
Dificuldade em localizar-se no tempo.
Desorientação espacial
Dificuldade em localizar-se no espaço, ou seja,
o lugar em que está.
Desorientação autopsíquica
Alteração na capacidade de fornecer
informações sobre si mesmo como nome,
idade, ocupação, entre outras.
Para investigar a orientação do paciente, inicie com perguntas simples e, depois, faça perguntas mais
complexas. São perguntas simples: 
Qual é o seu nome completo?
Onde fica a sua casa?
Onde estamos?
Em que mês estamos?
Qual é a data do seu aniversário?
As perguntas mais complexas podem ser sobre o número de celular de alguém, ou sobre a forma como o
paciente chegou ao atendimento. 
• 
• 
• 
• 
• 
De modo geral, a semiotécnica da orientação deve apresentar perguntas relacionadas à orientação temporal,
à orientação espacial e, por fim, à orientação autopsíquica. Note que isso observa a lógica do
comprometimento da orientação mental de modo que indica a profundidade da desorientação do paciente.
Orientação temporal
As perguntas de orientação temporal são em
torno do dia de hoje, da semana, do mês, do
ano em que estamos, da hora aproximada, do
período do dia e das refeições realizadas.
Orientação espacial
As perguntas de orientação espacial são
aquelas que indicam o lugar onde se está, a
cidade e o bairro onde mora, o tempo gasto
para chegar onde está e a localização de alguns
objetos de sua casa ou do lugar em que se
encontra.
Orientação autopsíquica
As perguntas de orientação autopsíquica são
sobre o nome, o estado civil, a profissão e a
idade real do paciente.
Observa-se, nesse caso, a habilidade de focar na atividade mental em um determinado ponto. Quando
alterada, o paciente pode estar com hipervigilância ou hipovigilância.
Saiba mais
HipervigilânciaAumento da atenção aos estímulos ambientais e dificuldade de
concentração. HipovigilânciaDiminuição da atenção aos estímulos do ambiente. 
No caso da avaliação dessa função, pela sua complexidade, seria necessário avaliar a capacidade do sujeito
em selecionar, organizar, filtrar, inibir, alternar e sustentar uma nitidez consciente de um objeto/estímulo.
Portanto, nenhuma avaliação de atenção que se proponha para um levantamento válido e fidedigno desses
elementos pode ser considerada eficiente e exata. De qualquer forma, em um primeiro momento e como forma
de triagem, o profissional pode avaliar de forma superficial e, caso suspeite de algum problema nessa função
especificamente, utilizar testes psicológicos específicos posteriormente.
Memória
Quanto a esse quesito, observa-se a capacidade de registrar, fixar, manter, relembrar e reconhecer situações,
pessoas, objetos e fatos ocorridos, que também são acompanhados de emoções. O profissional deverá
analisar três planos da memória:
Memória imediata
Registro e reprodução de informações em
poucos segundos.
Memória de curto prazo
Fatos recentes vividos.
Memória de longo prazo
Lembranças de fatos remotos.
As principais alterações da memória são: 
 
Amnésia Incapacidade de evocar experiências passadas. 
Hipermnésia Aumento da capacidade de evocar com riqueza de detalhes. 
 
Hipertrofia da
memória 
Intensa capacidade de fixação como forma de compensar o déficit
intelectual. 
Criptomnésia Não reconhecimento das situações vivenciadas, as quais são
encaradas como algo novo. 
Confabulações Lacunas de memórias que são preenchidas com fantasias. 
Afetividade
Neste item, são analisadas modalidades da vivência afetiva das pessoas, como emoções, humor e
sentimentos. Por se tratar de uma abordagem genérica, são muitas as alterações no afeto, como euforia,
embotamento afetivo, labilidade afetiva, apatia, anedonia, ambivalência afetiva, depressão, ansiedade, fobias
e pânico. Em geral, durante o exame psíquico, avalia-se a resposta afetiva do paciente aos eventos e
informações abordadas durante a entrevista e as respostas que ele ou outros próximos a ele relatam.
Buscamos saber se tais respostas são coerentes e proporcionais com a situação desencadeante.
Em alguns casos, podemos considerar nervosismo e desconfortos que podem ser até esperados, dependendo
da situação em que o sujeito se encontre.
Existem respostas, no entanto, que passam a ser motivo de atenção por parte do clínico, como o riso intenso
fora de contexto, seguido por um choro angustiante. Esses tipos de expressão podem ser indicadores de
surtos psicóticos, depressões e outros transtornos mentais.
Psicomotricidade
Este aspecto é entendido como a vontade e disposição para agir, já que pensamos e agimos de maneira
automática, sem refletir. Assim, ao falar de psicomotricidade estamos nos referindo a atos voluntários e
involuntários. Nesse caso, destacam-se como principais alterações: 
 
Hipobulia Dificuldade de realizar ações. 
Negativismos Resistência automática às solicitações. 
Excitação
psicomotora Agitação motora. 
Inibição psicomotora Diminuição motora. 
 
Acatisia Incapacidade de permanecer sentado. 
Tiques Movimentos irregulares. 
Maneirismos e
estereotipias Repetições mecânicas e automáticas de um ato motor complexo. 
Agressividade Pode ser heteroagressivo. 
Compulsão Rituais que a pessoa reconhece como indesejáveis, porém, ela não
consegue evitar. 
Catatonia Permanecer com comportamento inexpressivo que pode ser
rompido com rompantes de agressividade. 
Analisar o nível de agitação desde o começo da avaliação é essencial para a proteção do paciente e dos que
estão à sua volta. Para isso, é importante saber se aproximar, demonstrando empatia e respeito, dando o
espaço necessário, pois em algumas ocasiões essa agitação pode ser em resposta ao desconforto que o
paciente está vivenciando no momento pela forma como está sendo enquadrado.
Sensopercepção
Neste item, são analisadas a sensação e a percepção. A sensação é um fenômeno psíquico decorrente da
ação da luz, dos sons, do calor e de outros elementos sobre os órgãos do sentido (olfato, paladar, tato, visão e
audição). Já a percepção é a maneira como tomamos conhecimento de um estímulo sensorial. Quanto a esses
aspectos, as principais alterações são: 
Pensamento
Este item é analisado a partir da fala e do comportamento do paciente. Nessa análise, serão observados o
curso do pensamento (observar a velocidade do pensamento), a forma do pensamento (observar se há
coerência no pensamento) e o conteúdo de pensamento (observar as ideias em si, a substância do
pensamento). Deve-se ter atenção especial aos delírios, que são ideias falsas acreditadas pela pessoa como
reais. Os mais comuns são: 
delírios de perseguição ou persecutório;
delírios de referência;
delírios de influência;
delíriosde ciúmes;
delírios de grandeza;
delírios místicos;
delírios de culpa e autoacusação.
Linguagem
Pode ser verbal ou não verbal e representa o meio de comunicação entre as pessoas. É a forma por meio da
qual expressamos nosso pensamento. As principais alterações são: 
Ilusão 
Percepção deformada da realidade. Por
exemplo, um cinto é percebido como uma
cobra.
Alucinação 
Percepção real de algo que não
produziu um estímulo sensorial – pode
ser auditiva, olfativa, gustativa, visual e
tátil.
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
1 Logorreia
Aumento do fluxo e do volume da linguagem.
2
Bradilalia
Diminuição do ritmo e do fluxo da linguagem, com expressão vagarosa e lenta.
3
Mutismo
Negativismo verbal.
4
Ecolalia
Repetição das últimas palavras ou sílabas da pergunta.
5
Verbigeração e mussitação
Repetição sem sentido de sons, sílabas ou palavras, em volume baixo, murmurado e monótono.
Juízo crítico
É a capacidade de autopercepção, algumas literaturas também irão chamar de consciência do eu. Trata-se do
julgamento a respeito de si mesmo e de sua condição psíquica.
Diz respeito à capacidade de adequação da realidade externa e à capacidade de separar os aspectos
pessoais subjetivos do mundo externo, ou seja, é a consciência do próprio corpo.
Inteligência
Nesta etapa da avaliação, o profissional deve avaliar o nível ou a capacidade de aprendizagem formal, levando
em consideração os aspectos culturais e sociais. O sujeito deve ser capaz de resolver problemas novos,
reconhecer de maneira correta as situações vivenciadas e encontrar soluções. Durante essa etapa da
avaliação, o entrevistador deve identificar se há sinais de retardo mental leve, moderado ou grave. 
Atenção
É a etapa do exame psíquico que requer diálogo e troca com outros profissionais da equipe. O
profissional pode solicitar a resolução de operações matemáticas simples sem uso de papel ou de
calculadora. 
Uma vez compreendidas todas as etapas do exame psíquico, é importante entender que esse exame é um
instrumento metodológico para assistência em saúde mental, pois identificar e avaliar as alterações que
podem estar caracterizando o quadro clínico do paciente são indispensáveis para uma condução adequada do
projeto terapêutico a ser implementado.
Como realizar o exame psíquico e qual a sua importância
A especialista Julia Teixeira fala sobre as diversas etapas e componentes do exame psíquico e a forma de
avaliar cada um deles. 
Conteúdo interativo
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Avaliação do estado mental
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Orientações para o início e desenvolvimento da entrevista
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Verificando o aprendizado
Questão 1
O exame psíquico, ou exame do estado mental atual, requer a observação sistemática do comportamento do
paciente, sendo um desafio para os profissionais a execução dessa etapa fundamental. São etapas
obrigatórias que devem ser avaliadas:
1. Aparência 2. Pensamento 3. Humor e afeto 4. Felicidade e amizade
De acordo com o exposto, assinale a alternativa correta.
A
Somente constam no exame de estado mental: processos de pensamento, humor e felicidade e amizade.
B
Somente constam no exame de estado mental: aparência, pensamento, humor e afeto e felicidade e amizade.
C
Somente constam no exame de estado mental: aparência, humor e afeto e felicidade e amizade.
D
Somente constam no exame de estado mental: aparência, pensamento, humor e afeto.
E
Somente constam no exame de estado mental: aparência, pensamento e felicidade e amizade.
A alternativa D está correta.
O exame psíquico tem diversas etapas que devem ser rigorosamente analisadas. Assim, a aparência e
apresentação do paciente, os processos de pensamento e os aspectos afetivos e do humor são partes do
exame do estado mental atual do paciente.
Questão 2
Uma jovem de 23 anos é levada à UPA de sua cidade por sua mãe. Ao ser entrevistada pelo profissional de
plantão, informou que tem ouvido vozes que dizem que ela é a herdeira de uma grande fortuna e que pertence
a uma família de reis e rainhas de um país que somente ela e sua família conhecem. Ela afirma que em breve
será a pessoa mais importante do mundo, basta apenas que o sol e a lua acendam ao mesmo tempo. Diante
dessa fala, o profissional que atendeu à jovem pode considerar que a paciente possui alterações em quais
etapas do exame psíquico?
A
Linguagem e pensamento.
B
Pensamento e sensopercepção.
C
Afeto e sensopercepção.
D
Linguagem e afeto.
E
Afeto e pensamento.
A alternativa B está correta.
Fazem parte da avaliação do estado mental os itens pensamento e sensopercepção. O relato sobre ouvir
vozes indica uma alteração na sensopercepção, conhecida como alucinação auditiva, enquanto a fantasia
de pertencer a uma família poderosa e herdeira de uma grande fortuna demonstra uma alteração no
conteúdo do pensamento, caracterizando assim um pensamento delirante.
2. O cuidado aos pacientes com transtornos de ansiedade e transtorno de humor
Transtornos de humor ou transtornos afetivos
O termo “humor” significa “ânimo de uma pessoa em relação a alguma coisa ou em alguma situação”. Antes de
iniciar os estudos sobre os diferentes tipos de transtornos de humor que existem, é importante lembrar que
tristeza e alegria fazem parte do cotidiano de todos nós, sendo:
No estudo sobre os transtornos de humor, a depressão e a mania são consideradas alterações patológicas do
humor, pois nesses casos a alegria e a tristeza possuem um caráter excessivo e são acompanhadas de
diversos outros sintomas psíquicos e/ou físicos. Esses estados, portanto, são caracterizados por sua natureza
desproporcional. 
Os transtornos depressivos são alterações emocionalmente graves, que persistem e que podem
variar de intensidade leve ou grave, provocando dificuldades na vida trabalhista, social e familiar,
além de alterações de ordem cognitiva, neurovegetativa e na psicomotricidade.
Nos últimos anos, estudos sobre as abordagens teóricas, os fármacos e os diversos tipos de intervenções
terapêuticas têm facilitado o acesso às informações e desmistificado o estigma sobre essa psicopatologia. Em
contrapartida, o aumento dessas informações tem provocado uma superficialidade na aproximação desse
comportamento humano. As pessoas costumam resistir em procurar um especialista e tentam se
autodiagnosticar, usando a internet como fonte de conhecimento.
Atualmente, trabalha-se com três possíveis causas para o desenvolvimento do transtorno de humor
depressivo. Sendo elas: 
Causa biológica ou genética
Causa psicológica
Eventos estressores da vida
A causa biológica ou genética está ligada às influências ambientais e químicas no cérebro da pessoa. Os
neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, são responsáveis pela regulação do humor e estão
entrelaçados ao sistema humano de resposta ao estresse.
A causa psicológica possui, pelo menos, três abordagens distintas para explicar a origem do rebaixamento do
humor. Sendo elas:
Tristeza 
Resposta natural à perda, ao luto, à derrota,
à desilusão ou aos traumas.
Alegria 
Resposta natural às situações
agradáveis, aos ganhos, às vitórias e
aos nascimentos.
• 
• 
• 
Psicodinâmica
A experiencia de vida e o desenvolvimento da
personalidade serão determinantes para o
desenvolvimento da depressão.
Cognitivo-comportamental
Os pensamentos, as imagens e o sistema de
crenças internas afetariam o comportamento da
pessoa.
Existencial
O sujeito apresenta dificuldades na busca de
significado para a sua vida.
Por último, os eventos estressores da vida, os quais estão diretamente ligados a perdas pessoais, maus-tratos
físicos e/ou sexuais, são fatores que aumentam a probabilidade de depressão.
Curiosidade
A organização Mundial da Saúde (OMS) estima ser difícil estabelecer uma prevalência para a depressão,devido ao fato de ser um transtorno muito comum. Investigações em diferentes países do mundo
afirmam que a depressão acomete aproximadamente de 3 a 11% da população. Quando analisado o
aspecto do sexo, é percebido que mulheres possuem de duas a três vezes mais chances de desenvolver
depressão. Acredita-se que essa prevalência de depressão em mulheres esteja ligada à influência das
pressões sociais, do estresse crônico e do baixo nível de satisfação com o “papel” do ser feminino
(MARCOLAN; CASTRO, 2013). 
Segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-11,
2018.), os principais sintomas que uma pessoa com depressão irá apresentar são: 
perda do prazer e do interesse;
humor deprimido; energia reduzida;
cansaço acentuado depois de esforço leve;
sono perturbado;
culpa ou diminuição da autoconfiança;
fadiga;
diminuição da libido;
diminuição, agitação ou lentificação da fala;
alteração do apetite;
dificuldade de concentração;
pensamentos ou atos suicidas.
Os transtornos depressivos apresentam três níveis: leve, moderado e grave. Todos eles implicam alterações
nas esferas do funcionamento cognitivo, comportamental, fisiológico e afetivo. Nesses três níveis, podemos
observar que as consequências na qualidade de vida e na capacidade do indivíduo de se adaptar também se
apresentam de forma gradual, sendo piores nos casos de depressão grave. Veja a seguir:
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Depressão leve
Os sintomas são identificados como os típicos do pesar normal, e as alterações cognitivas são a
preocupação com a perda, ambivalência e tendência a culpar os outros. As alterações
comportamentais são marcadas pelas crises de choro, regressão, agitação e inquietação. As
alterações de ordem fisiológicas são o da anorexia ou aumento da ingestão de alimentos, dor
torácica, insônia ou hipersonia e cefaleia. Por último, a alteração afetiva pode apresentar sentimento
de raiva, negação, culpa, ansiedade, desânimo, tristeza e desesperança.
Depressão moderada
Os sintomas associados na esfera cognitiva são retardo do pensamento, dificuldade de concentrar-
se, e pensamentos obsessivos e repetitivos. Na alteração comportamental, os movimentos físicos
ficam mais lentos, a postura fica largada, a fala mais lenta e o isolamento social é marcante, além de o
paciente apresentar condições precárias de higiene. No aspecto fisiológico, as alterações são de
anorexia ou aumento do consumo de alimentos, dores abdominais, fadiga, amenorreia, insônia ou
hipersonia e diminuição da libido. Na alteração afetiva, os sentimentos de tristeza, desânimo,
desesperança, desespero, baixa autoestima e dificuldade de sentir prazer são os principais sintomas
aparentes.
Depressão grave
Os principais sintomas de ordem afetiva são de total sentimento de desespero, impotência e menos-
valia, sentimentos de vazio, apatia, solidão, tristeza e total incapacidade de sentir prazer. Na esfera
fisiológica, os sintomas são de lentificação geral de todo o corpo, constipação intestinal, retenção
urinária, amenorreia, perda significativa de peso e diminuição da libido. Nesse tipo de transtorno ainda
podem ocorrer sintomas psicóticos, como delírios e alucinações.
Os estudos psicopatológicos ainda incluem mais dois outros tipos de transtorno depressivo. São eles: 
Transtorno depressivo recorrente
É caracterizado por episódios repetidos de
depressão com períodos de recaída e remissão,
sendo considerado um tipo de depressão
crônica.
Distimia
Condição mais comum na infância ou na
adolescência, sendo vista como parte
integrante do processo de desenvolvimento da
personalidade. Para ser considerada um
transtorno crônico, seus sintomas devem estar
presentes de forma ininterrupta por no mínimo
dois anos.
Uso de Psicofármacos nos transtornos do humor
Embora a prescrição de psicofármacos seja uma prática exclusiva do médico, é fundamental que outros
profissionais conheçam a ação dos psicofármacos usados no tratamento da depressão e de outros
transtornos mentais, as possíveis interações medicamentosas e os possíveis efeitos colaterais, pois tal
conhecimento é essencial para a realização de um acompanhamento mais integral do caso.
Os pacientes que recebem tratamento medicamentoso com antidepressivos apresentam melhora dos
sintomas de até 50%, e essa redução pode chegar a 85% quando o uso de medicamento é associado à
terapia. 
Os principais psicofármacos envolvidos no cuidado às pessoas com transtornos depressivos pertencem aos
grupos dos:
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)
Inibição seletiva e potente da recaptação de serotonina, também conhecida como inibição do
transportador de serotonina (SERT). Essa inibição promove primeiramente um aumento da
concentração da serotonina na região somatodendrítica do neurônio, e não na terminação axônica
(responsável pela neurotransmissão). Nesse caso, os principais fármacos utilizados são: Fluoxetina,
Sertralina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram e Fluvoxamina.
Inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSN)
Promovem a inibição da serotonina, assim como a inibição do transportador de noradrenalina em
menor grau. São os principais fármacos utilizados: Venlafaxina, Desvenlafaxina, Duloxetina.
Inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina (IRND)
Inibem a recaptação da noradrenalina e da dopamina pelo transportador de dopamina. O principal
fármaco utilizado é a Bupropiona.
Antidepressivos tricíclicos (ADT)
Bloqueiam as bombas de recaptação de noradrenalina ou simultaneamente de noradrenalina e
serotonina. Alguns são mais seletivos para a noradrenalina, e outros, para a serotonina. A maioria, no
entanto, inibe em certo grau tanto a recaptação de serotonina quanto a de noradrenalina. Além disso,
promovem inibição de receptores colinérgicos, histamínicos, α-adrenérgicos e dos canais de sódio
sensíveis à voltagem. Os principais fármacos utilizados são: Clomipramina, Imipramina, Amitriptilina,
Nortriptilina.
Inibidores da monoamina oxidase (MAO)
Essas enzimas são responsáveis pela degradação das principais monoaminas relacionadas à
depressão (serotonina, noradrenalina e dopamina). Sua inibição promove o aumento dos níveis
desses neurotransmissores no cérebro. Os principais fármacos utilizados são: Selegilina, Fenelzina,
Tranilcipromina.
Transtorno bipolar
De forma equivocada, muitas pessoas acreditam que o transtorno bipolar se trata da alternância entre um
estado de alegria e de irritação em um curto período. O transtorno bipolar, no entanto, é caracterizado por
alternância de episódios de depressão e mania (euforia/expansividade); dessa forma, não se trata de ficar
alegre e triste, calmo e irritado em poucos minutos. No estudo sobre as psicopatologias do transtorno bipolar,
são classificados como: 
Transtorno bipolar tipo I
Há ocorrência de episódios maníacos com ou
sem episódio depressivo maior.
Transtorno bipolar tipo II
Há pelo menos um episódio depressivo, com
episódio de hipomania (não necessariamente
mania).
Geralmente manifestando-se no início da vida adulta como um transtorno recorrente, grave, que cursa com
elevadas taxas de morbimortalidade, o transtorno bipolar traz prejuízos e custos significativos para o seu
portador e para a sociedade.
São sintomas maníacos humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável, autoestima inflada
ou mania de grandeza, necessidade de sono reduzida, necessidade excessiva de falar, fuga de ideias ou
experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados, envolvimento excessivo em atividades com
elevado potencial para consequências dolorosas. Nesses casos, a perturbação do humor é suficientemente
grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional.
Recomendação
O tratamento medicamentoso preferencial é feito com o estabilizador do humor conhecido como
Carbonato de lítio, um íon que possui como mecanismo de ação locais de transdução de sinais e
receptores de neurotransmissores. Apesar de proporcionaruma ótima resposta terapêutica, esse
psicofármaco apresenta uma janela terapêutica apertada, sendo necessário o acompanhamento rotineiro
da dosagem séria no organismo do usuário, pois uma dosagem alta pode provocar efeitos tóxicos
graves. Outros fármacos que são utilizados no tratamento do transtorno bipolar são: ácido valproico,
carbamazepina e lamotrigina. OBS.: Janela terapêuticaIntervalo na dosagem que permite administrar o
medicamento com equilíbrio entre eficácia e toxicidade de forma oportuna no organismo. 
Transtornos de ansiedade
“Ansiedade” é um termo de origem grega que significa “oprimir, sufocar”, mas também pode caracterizar-se
como algo que nos prepara para enfrentar ou fugir de um perigo real ou imaginário, não sendo
necessariamente algo ruim ou que traga prejuízos para a vida das pessoas. Sendo assim, a ansiedade pode
ser considerada normal, pois se trata de um estado emocional com componentes psicológicos e fisiológicos
adaptativos. Por outro lado, se sua intensidade é extrema e gera sofrimento intenso e por períodos muito
extensos, a ansiedade pode ser considerada patológica.
Os transtornos de ansiedade de ordem patológica provocam sofrimento intenso, afetando o pensamento e o
aprendizado, além de distorções da percepção, na memória e nas relações interpessoais, chegando a
promover algum tipo de incapacidade, mesmo que de forma temporária. Muitos dos transtornos de ansiedade
se desenvolvem na infância e tendem a persistir se não forem tratados, sendo as mulheres mais acometidas,
chegando a 30,5% contra 19,2% dos homens (MARCOLAN; CASTRO, 2013).
Há diversos tipos de transtornos de ansiedade, os quais são classificados de acordo com a sintomatologia
específica. São eles: 
fobia específica;
fobia social (ansiedade social);
transtorno do pânico;
agorafobia (ansiedade em situações como estar em ambiente fechado, ambiente aberto, multidões, em
transporte público etc.)
transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
transtorno de estresse pós-traumático;
transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
Vamos ver agora um pouco mais sobre cada um desses transtornos de ansiedade:
Fobia específica
Caracteriza-se pelo temor acentuado e persistente, excessivo ou irracional, ativado pela presença ou
pela previsão de um objetivo um específico (como andar de avião, alturas, animais, tomar uma injeção
ou ver sangue).
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• 
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Fobia social
Trata-se de um temor acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho,
especialmente quando o indivíduo é exposto a pessoas desconhecidas ou ao possível exame por
outras pessoas. O indivíduo teme agir de modo que lhe seja humilhante ou embaraçoso (ou mostrar
sintomas de ansiedade). A exposição à situação temida quase que invariavelmente provoca forte
ansiedade. O indivíduo reconhece que o temor é excessivo, e o sofrimento ou esquiva interferem na
rotina normal do indivíduo.
Transtorno do pânico
É composto de episódios descontínuos de ataques de pânico, ou seja, 15 a 30 minutos de uma
ansiedade rápida, intensa, progressiva, em que a pessoa experimenta medo acentuado, assim como
sintomas fisiológicos. Durante o ataque de pânico, sente-se uma ansiedade intensa e opressiva e
apresentam-se quatro ou mais dos seguintes sintomas: palpitações, taquicardia, sudorese, tremores,
sensação de falta de ar ou de sufocamento, sensação de engasgo, calafrios ou ondas de calor, dor ou
desconforto torácico, náuseas ou desconforto abdominal, sensação de tontura, vertigem ou desmaio, 
desrealização ou despersonalização (sentir-se distanciado de si mesmo), medo de perder o controle
ou ficar louco, medo de morrer e parestesias.
Agorafobia
Sabe-se que agorafobia é um transtorno de ansiedade que, muitas vezes, desenvolve-se após um ou
mais crises de pânico. Os sintomas podem incluir medo e evitação a lugares e situações que possam
causar sensação de pânico, aprisionamento ou impotência. Os sintomas manifestam-se pelo medo,
pela ansiedade severa ou depressão. Os tratamentos incluem psicoterapia e medicamentos.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
Caracteriza-se pela preocupação em excesso e pelo sentimento de excessiva ansiedade durante pelo
menos 50% do tempo, por seis meses ou mais. Incapaz de controlar esse foco na preocupação, a
pessoa com esse transtorno apresenta três ou mais dos sintomas a seguir: desassossego,
irritabilidade, tensão muscular, fadiga, dificuldade de pensar, alterações do sono, dificuldade de
concentração. Esse transtorno submete o indivíduo a preocupações com as circunstâncias e as
atividades diárias, deixando “os nervos à flor da pele” na maior parte do tempo e gerando
incapacidade de moderada a grave.
Transtorno de estresse pós-traumático
É um distúrbio que se manifesta em decorrência de o indivíduo ser exposto a um evento traumático,
gerando no psiquismo efeitos que normalmente podem surgir dentro dos três primeiros meses após o
trauma, com manifestações que envolvem dois dos seguintes quesitos: o indivíduo viveu,
testemunhou ou foi confrontado com um evento que envolveu morte ou ferimento sério, real ou
ameaça, ou uma ameaça à integridade física própria ou de outros; a resposta do indivíduo envolveu
medo intenso, impotência ou horror; o evento traumático é revivido; e existe uma esquiva dos
estímulos associados com o trauma e um entorpecimento da capacidade geral de resposta.
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
As obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos decorrentes, persistentes, intrusivos e
indesejados, que causam intensa ansiedade e interferem no funcionamento interpessoal, social e
profissional. A pessoa sabe que os pensamentos são excessivos e irracionais, mas acredita não ter
controle sobre eles. Já as compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa
se sente compelida a executar para diminuir ou eliminar a ansiedade ou o desconforto associado às
obsessões. Quando não é tratado, o TOC normalmente tem um curso crônico. Para algumas pessoas,
o curso é episódico e para poucos pode apresentar um curso de deterioração.
O tratamento farmacológico para os diferentes tipos de transtornos de ansiedade inclui os antidepressivos, já
abordados anteriormente, e os benzodiazepínicos, que são medicamentos que resultam em ações sobre o
Sistema Nervoso Central (SNC). Seus efeitos são: sedação, hipnose, redução da ansiedade, relaxamento
muscular, amnésia e atividade anticonvulsivante. Um dos principais problemas desses fármacos está
relacionado à sua alta capacidade de produzir dependência e abstinência em quem faz uso contínuo e
prolongado, por isso a utilização no longo prazo deve ser acompanhada de psicoterapia. 
Comentário
Tomando como base tudo o que foi abordado até aqui, é importante lembrar que o cotidiano, a incerteza
com o futuro, as perspectivas com a velhice, estão entre as principais causas dos transtornos de humor
e dos transtornos de ansiedade. Assim, é preciso refletir sobre o estilo de vida, pois isso tem nos
tornando mais ansiosos, mais depressivos, com uma sensação de vazio e uma profunda inquietação. 
Os transtornos de ansiedade e o uso de psicofármacos
A especialista Julia Teixeira fala sobre os diversos tipos de transtornos de ansiedade e especifica os
psicofármacos usados no tratamento.
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Os transtornos do humor ou transtornos afetivos
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O transtorno bipolar
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Até há pouco tempo, o transtorno afetivo bipolar era denominado de psicose maníaco-depressiva. Esse nome
foi abandonado porque esse transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos. O início desse
transtorno se dá por volta dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. Sobre o
transtorno bipolar, marque aalternativa correta:
A
O início sempre será pela fase depressiva da doença.
B
Pacientes portadores de esquizofrenia apresentam maior possibilidade de desenvolver a doença.
C
O carbonato de lítio é a medicação de primeira escolha para o tratamento dessa patologia.
D
O portador de TBH apresenta como sintomas fuga da realidade, confusão mental, delírios e alucinações.
E
É uma doença incurável que, mesmo sendo tratada, impossibilita o portador de exercer suas habilidades
sociais.
A alternativa C está correta.
Mesmo possuindo uma janela terapêutica muito estreita, o carbonato de lítio é o principal estabilizador de
humor utilizado nos casos de transtornos bipolar.
Questão 2
Um paciente apresenta pensamentos/ideias que lhe impõem rituais repetitivos como forma de exorcizar as
ideias. De acordo com as Diretrizes Diagnósticas da CID-11 (Classificação Internacional das Doenças), essa é
uma característica clínica do transtorno
A
de somatização.
B
obsessivo compulsivo.
C
doloroso somatomorfo persistente.
D
hipocondríaco.
E
dissociativo.
A alternativa B está correta.
O paciente apresenta pensamentos obsessivos e alterações comportamentais por meio de rituais, que
tendem a diminuir ou eliminar a ansiedade ou o desconforto associado às obsessões. Esses aspectos
caracterizam o transtorno compulsivo.
3. O cuidado aos pacientes com transtornos psicóticos e de personalidade
Transtornos psicóticos
Os transtornos psicóticos são um tema amplamente discutido, mas de difícil conceituação e explicação.
Pensando nisso, primeiramente é necessário entender o que é psicose. 
A psicose implica a perda do contato com a realidade. Esse estado pode ser entendido como uma síndrome
(conjunto de sinais e sintomas) que está associada a uma série de transtornos psiquiátricos diferentes. No
mínimo, psicose significa delírios e alucinações, mas em geral envolve também sintomas como discurso e
comportamento desorganizados e distorções graves da realidade.
A psicose pode ser considerada um conjunto de sintomas nos quais a capacidade mental, a resposta
afetiva e a capacidade do indivíduo de reconhecer a realidade, de se comunicar e de se relacionar
com outras pessoas estão comprometidas.
Um dos principais erros comumente cometidos pelas pessoas em relação a esse transtorno é acreditar que a
psicose e a esquizofrenia são sinônimas. A esquizofrenia apresenta sintomas psicóticos, porém vale destacar
que a psicose não está limitada apenas à esquizofrenia. Nesse sentido, a psicose pode ser dividida em: 
Esquizofrenia – prevalência e fatores causais
A esquizofrenia é um transtorno que se caracteriza por alucinações, discurso desordenado, comportamento
desorganizado ou catatônico ou sintomas negativos que perduram por cerca de seis meses ou mais, com pelo
menos um mês de delírios. É um transtorno crônico, com curso que abrange três fases:
Fase prodrômica
Fase ativa
Fase residual
Os dados epidemiológicos da esquizofrenia mostram que em todo o mundo, 2 milhões de novos casos surgem
a cada ano, sendo a prevalência similar entre homens e mulheres. Em geral, o início ocorre antes nos homens,
sendo a faixa etária de pico do início dos 15 aos 35 anos de idade. Entre 25 e 50% dos pacientes
esquizofrênicos tentam suicídio, e 10% conseguem concretizar a tentativa, contribuindo para uma taxa de
mortalidade oito vezes maior do que a população geral. A expectativa de vida de um paciente esquizofrênico
pode ser de 20 a 30 anos mais curta que a da população em geral, não apenas devido ao suicídio, mas devido
à doença cardiovascular prematura (em decorrência do estilo de vida e dos efeitos colaterais de medicação).
De causa multifatorial, o transtorno esquizofrênico é dividido em três grupos de fatores:
Ambientais estressantes
Relação pai-filho caracterizada por ansiedade intensa, comunicação com duplo vínculo, sistema
familiar fechado, limites pouco claros, interação familiar deficiente, disfunção familiar grave (família
desestruturada e ou patológica, com um ou mais de seus membros com doença mental).
Psicose orgânica 
Pode ser induzida por uso de drogas,
alterações clínicas e delírio.
Psicose não orgânica 
Está associada aos transtornos de
humor e à esquizofrenia.
• 
• 
• 
Genéticos
A probabilidade de filhos esquizofrênicos é maior se um dos pais for esquizofrênico.
Bioquímicos
Os sintomas da esquizofrenia resultam de desequilíbrios de substâncias neuroquímicas no cérebro,
como a dopamina, serotonina e noradrenalina.
Cabe ressaltar que essa divisão não deve ser realizada na prática, pois todos esses fatores, juntos e
associados, estão relacionados à esquizofrenia.
Sintomas e tipos de esquizofrenia
A esquizofrenia está associada a diversos tipos de sintomas. Os positivos, que são caracterizados por delírios,
alucinações, discurso desorganizado, comportamento desorganizado e agitação. Os negativos, que são o
embotamento afetivo, alogia, pobreza do discurso, retraimento social apático, anedonia (redução da
capacidade de sentir prazer) e avolição (redução da vontade, da motivação, do desejo); e os sintomas
cognitivos, que consistem em prejuízos da atenção e do processamento de informações. Esses sintomas se
manifestam como: 
Comprometimento da
fluência verbal Capacidade de produção de fala espontânea. 
Problemas com a
aprendizagem sequencial De uma lista de itens ou de uma série de eventos. 
Vigilância prejudicada das
funções executivas 
Dificuldades para manter e focar a atenção e a concentração,
dificuldades para estabelecer prioridades e dificuldades na
modulação do comportamento com base em pistas sociais. 
No aspecto do prognóstico da esquizofrenia, dentro das diversas formas do transtorno em cada paciente,
observamos casos de prognóstico mais favorável e casos de prognóstico muito complicado. 
Sendo assim, os fatores que influenciam o transtorno esquizofrênico são:
Fatores que melhoram o prognóstico
Início tardio e de forma aguda;
Predomínio dos sintomas positivos sobre os negativos especialmente durante a fase aguda; e
Bom sistema de apoio familiar e social.
• 
• 
• 
Fatores que pioram o prognóstico
Início precoce e insidioso;
Isolamento social;
Autismo;
Sintomas negativos (déficits de comportamento);
História familiar de esquizofrenia; e
Episódios de reagudização sintomatológica.
Agora que já conhecemos os aspectos gerais da esquizofrenia, é preciso conhecer seus diferentes tipos:
Esquizofrenia simples
Surge de forma insidiosa e progressiva com excentricidade do comportamento, incapacidade de
responder às exigências sociais e queda no desempenho global. Os sintomas negativos mais
marcantes são o embotamento afetivo e a volição.
Esquizofrenia paranoide
Tipo mais comum e que melhor responde ao tratamento. Em geral, manifesta-se de forma tardia no
portador, aparecendo por volta dos 25 ou 30 anos de idade. É considerada menos deteriorante,
possibilitando melhor manutenção de medicamentos e controle dos sintomas. Nesse tipo de
esquizofrenia, observa-se a predominância de delírios (perseguição, de grandeza, missão especial,
mudanças corporais e ciúme), alucinações auditivas bem estruturadas (vozes alucinatórias
ameaçadoras ou que lhe dão ordens), alucinações auditivas sem conteúdo verbal (assobios, zunidos,
risos) e alucinações olfativas ou gustativas, de sensações sexuais ou corporais.
Esquizofrenia hebefrênica
Caracteriza-se pelo início precoce (antes dos 20 anos) e por alterações em nível de concentração,
pouca coerência de pensamento (pensamento desorganizado, discurso incoerente), pobreza de
raciocínio, discurso infantil e cheio de divagações (afeto pueril). Os portadores desse transtorno
costumam fazer comentários fora do contexto ou se desviam totalmente do tema da conversa e
apresentam alterações afetivas dominantes, risos imotivados, caretas, maneirismo, queixas
hipocondríacas ou somáticas.
Esquizofrenia catatônica
É o tipo menos frequente. Caracteriza-se por transtornos psicomotores que dificultam ou impedem a
locomoção; com isso, é comum que os portadores passemhoras sentados na mesma posição. A falta
de fala também é frequente nesse grupo. Os portadores desse transtorno podem alternar com
atividade motora excessiva e agressiva. Além disso, apresentam estupor, com perda de toda
atividade espontânea, atingindo mímica, fala, gestual e marcha. Apresentam também excitação,
posturas, inadequadas, negativismo, mutismo, estereotipias e fala e comportamento desorganizados.
• 
• 
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• 
• 
• 
Esquizofrenia indiferenciada
Caracteriza-se por transtornos psicóticos que preenchem os critérios do diagnóstico de
esquizofrenia, porém, não apresentam características marcantes para se enquadrar em algum grupo.
Esquizofrenia residual
Estágio crônico no desenvolvimento de um transtorno esquizofrênico, no qual houve uma progressão
clara de um estágio inicial para um estágio mais tardio, caracterizado por sintomas negativos de longa
duração (embora não necessariamente irreversíveis), ou seja, várias sequelas. As sequelas podem se
manifestar no autocuidado, na autonomia, no autocontrole, no relacionamento interpessoal, no
funcionamento cognitivo e no funcionamento laboral.
Uso de psicofármacos no tratamento de psicoses
Por ser a psicose um transtorno complexo, as abordagens de tratamento devem ser multifacetadas e
multiprofissionais. Nesse contexto, os antipsicóticos são o grupo farmacológico utilizado no tratamento de
indivíduos que apresentem sintomatologia psicótica.
Sua ação é paliativa e não curativa, diminuindo ou cessando os sintomas psicóticos, o impulso agressivo e de
agitação psicomotora, assim como contribuindo com a diminuição ou o desaparecimento gradual dos quadros
de alucinação e delírio. Em mulheres, os antipsicóticos apresentam melhor resposta a menores doses, devido
à possível interferência hormonal.
Atualmente, utilizam-se dois tipos de antipsicóticos: 
Antipsicóticos típicos
Os antipsicóticos típicos possuem a capacidade de bloquear os receptores de dopamina em todo o
cérebro. Essa ação demonstrou ser responsável não apenas pela sua eficácia, mas também pela
maioria dos efeitos colaterais indesejáveis. As ações terapêuticas dos antipsicóticos convencionais
devem-se ao bloqueio de dopamina especificamente na via mesolímbica, envolvida nos sintomas
positivos da esquizofrenia. São exemplos de antipsicóticos típicos: haloperidol; flufenazina;
clorpromazina, levomepromazina, tioridazina, sulpirida, zuclopentixol, pipotiazina.
Antipsicóticos atípicos
Já os antipsicóticos atípicos atuam ao estabilizar a neurotransmissão dopaminérgica em um estado
entre o antagonismo silencioso e a estimulação completa (ação agonista), atuando como agonistas
parciais dos receptores de dopamina. São exemplos de antipsicóticos atípicos: clozapina, olanzapina,
risperidona, ziprazidona, aripiprazol, quetiapina.
Transtornos de personalidade
A personalidade pode se expressar como uma estrutura que caracteriza a forma como o sujeito encara a
realidade psicofísica e interage com o meio, manifestando-se por meio do comportamento, cujas
características são peculiares em cada pessoa (MARCOLAN; CASTRO, 2013).
Já os transtornos de personalidade são distúrbios graves do comportamento, envolvendo todas as áreas de
atuação da pessoa e resultando em considerável ruptura pessoal e social. O transtorno se caracteriza por
resposta de má-adaptação social crônica e por um estilo pessoal de vida mal-adaptado, inflexível e prejudicial
a si próprio e/ou aos conviventes. Assim, é possível entender os transtornos de personalidade como uma
acentuada modificação nos traços emocionais e comportamentais dos indivíduos. Em outras palavras, os
transtornos de personalidade se manifestam quando esses traços se tornam inflexíveis e mal-adaptados.
As principais características do transtorno de personalidade são:
atitudes e condutas marcadamente desarmônicas, envolvendo todas as áreas de funcionamento
(trabalho, família e sociedade);
padrão anormal de comportamento (constante e de longa duração); comportamento inflexível;
baixa tolerância ao estresse;
negação dos comportamentos desajustados; com isso, raramente o portador busca tratamento apesar
de os problemas sociais ou ocupacionais e as manifestações aparecem na infância ou adolescência e
permanecerem na vida adulta.
Não há uma causa específica descrita sobre os transtornos de personalidade. O que tem se adotado é a
atribuição de um conjunto de fatores associados, como constitucionais e evolutivos, biológicos, ambientais e
socioculturais. Outra possível causa pode estar relacionada com as vivências na infância e na adolescência. 
1
Fatores de desenvolvimento
No que se refere aos fatores de desenvolvimento, observa-se a incapacidade de desenvolvimento
da autonomia, com uma figura materna percebida de forma ambivalente (ora carinhosa, ora punitiva
e cheia de ódio), um ambiente doméstico caótico, pais inconstantes e impulsivos e, por fim, um
sistema familiar instável.
2
Fatores biológicos ou genéticos
Já quanto aos fatores biológicos ou genéticos, a maioria dos estudos aponta a questão da
predisposição familiar.
3
Fatores socioculturais
Por último, tem-se a etiologia dos fatores socioculturais, na qual o isolamento social pode resultar
da adoção de normas, comportamentos e sistemas de valores que diferem da cultura da maioria.
• 
• 
• 
• 
Na classificação dos transtornos de personalidade, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens
Mentais (DSM-5) existem três grandes grupos:
Grupo A
Comportamentos descritos com estranhos ou
excêntricos.
Grupo B
Comportamentos descritos como dramáticos,
impulsivos, emocionais ou erráticos.
Grupo C
Comportamentos descritos como ansiosos ou
medrosos.
No grupo A temos os seguintes tipos de transtornos de personalidade:
Transtornos de personalidade esquizoide
Caracteriza-se pelo afastamento dos contatos sociais e afetivos, pela
indiferença a elogios, críticas, emoções e aos sentimentos dos outros,
pelo padrão de distanciamento das relações sociais, pela ausência de
sentimentos carinhosos e intensos pelos outros, pela timidez, pelas
excentricidades, pela incapacidade de expressar hostilidade e
agressividade. O portador desse transtorno mostra-se introvertido,
solitário, ensimesmado, reservado, retraído, isolado, emocionalmente frio
e socialmente distante, caracterizando-se pelo retraimento social, pelo
afeto brando e constrito, pela frieza emocional, falta de amigos íntimos,
falta de interesse em ter relações sexuais, preferência por passatempos
solitários.
Transtorno de personalidade esquizotípico
Tem como característica várias excentricidades no pensamento, na
percepção, na fala e no comportamento, pensamento mágico (convicção
de que pensar equivale a fazer; ausência de relação realista entre causa
e efeito), ideação paranoide, ilusões, despersonalização (sensação de ter
perdido a própria identidade, de ser diferente), peculiaridade na escolha
de palavras, isolamento social e afeto inadequado isolado, com
pensamentos, percepções e comunicação excêntricas. As hipóteses
sobre causas são: fator hereditário (mais comum quando há parentes
esquizofrênicos), dinâmicas familiares caracterizadas por indiferença ou
formalidade, o que provoca desconforto em relação à afeição e à
intimidade pessoal, social e emocional.
Transtorno de personalidade paranoide
Possui como característica a sensibilidade excessiva a rejeições; recusa a
perdoar insultos; tendência a culpar e atribuir intenções maldosas a
outros; suspeita injustificada, hipervigilância; inveja patológica;
interpretação dos motivos das outras pessoas como uma ameaça a si
próprio; afeto restrito, evidenciado pela falta de carinho e pelo senso de
humor deficiente; desejo intenso de vingança que pode levar à violência,
mas as explosões são breves e logo o controle externo é recuperado. Há
uma possível ligação hereditária, pois observa-se maior incidência desse
transtorno quando o indivíduo possui parentes com esquizofrenia e perda
de afeição e de aprovação na infância. Estima-se que cerca de 0,5% a
2,5% da população tenha esse transtornoe não saiba.
No grupo B, temos os seguintes tipos de transtornos de personalidade:
Transtorno de personalidade antissocial
São mais comuns em homens (cerca de 3%), e em 1% das mulheres.
Geralmente, são resultado de frequente história de abuso ou negligência
por figuras parentais, ambiente familiar caótico, maus-tratos físicos, pais
impulsivos e inconsistentes, privação parental nos primeiros cinco anos
de vida. Os portadores desse transtorno apresentam padrão de violação
e desrespeito aos direitos e sentimentos das outras pessoas, ausência de
culpa ou de aprendizado com a experiência, incapacidade de manter
relacionamentos interpessoais próximos, baixa tolerância à frustração,
além disso, demonstram agressividade, são egoístas, rudes,
irresponsáveis e desleais. Observa-se também a incapacidade de se
conformar às normas sociais, de experimentar culpa e de aprender com a
experiência. Gostam do exercício do poder e da destrutividade sobre os
outros. Caracterizam-se por história de comportamento antissocial
persistente, com distúrbio de conduta evidente antes dos 15 anos e fraco
desempenho na escola ou no trabalho.
Transtorno de personalidade borderline (limítrofe)
Aproximadamente 1 a 2% da população tem esse tipo de transtorno.
Caracteriza-se pelo limite entre neurose e psicose, pela mistura de
sintomas neuróticos e psicóticos, e pela instabilidade nas emoções e no
comportamento interpessoal. É marcada por relacionamentos intensos e
instáveis, com autoimagem perturbada, sentimentos crônicos de vazio,
ideias de suicídio, comportamento impulsivo e imprevisível, relações
objetais e autoimagem extraordinariamente instáveis. É também chamado
de transtorno da personalidade emocionalmente instável. Os portadores
desse transtorno apresentam atos destrutivos repetidos,
relacionamentos interpessoais tumultuados, alterações profundas e
impróprias no humor e no afeto, dúvidas a respeito de si mesmo, de sua
identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira
profissional, e parecem estar sempre em crise. Esse transtorno pode ser
resultado de um comportamento de dependência em relação à figura
parental, como também de um relacionamento familiar hostil e
conflituoso.
Transtorno de personalidade histriônica
Caracteriza-se por um padrão de querer chamar a atenção, ser o centro
das atenções. O portador apresenta comportamento sexual sedutor,
inadequado e provocativo, com expressão superficial das emoções. Além
disso, ele preocupa-se com a aparência física e adota um discurso
excessivamente impressionista, com teatralidade, expressão exagerada
de emoções. É sugestionável e no relacionamento com os outros tende a
assumir uma postura mais íntima do que realmente é do que é.
Transtorno de personalidade narcisista
O portador desse transtorno caracteriza-se pela crença de ser
extremamente importante, exagerando conquistas e talentos. Costuma
fantasiar poder e sucesso, acredita ser especial e único, buscando se
relacionar apenas com pessoas consideradas importantes. O indivíduo
com esse tipo de transtorno espera ser sempre reconhecido e admirado
como grandioso, acreditando ter direitos especiais. Geralmente, busca
explorar os outros, pois os considera inferiores, não sente empatia, é
invejoso, arrogante e insolente.
No grupo C, temos os seguintes tipos de transtornos de personalidade:
Transtorno de personalidade dependente
Os portadores desse transtorno subordinam suas próprias necessidades
às de outrem, não possuem autoconfiança, apresentando insegurança,
passividade, falta de perseverança, dificuldade de tomar decisões no dia
a dia. É comum que outras pessoas assumam a responsabilidade pelas
principais áreas de sua vida. Apresentam comportamento submisso,
passivo e inseguro, bem como preocupação e medo de abandono. Esse
transtorno é mais comum em mulheres e filhos de pais superprotetores
que desencorajam comportamentos independentes.
Transtorno de personalidade evitativa
As principais características desse transtorno são evitação de atividades
que envolvam contato interpessoal por temor de ser alvo de crítica,
desaprovação ou rejeição. O portador desse transtorno evita se
relacionar, a não ser que tenha certeza de que será bem recebido. É
reservado, pois teme passar por algum tipo de constrangimento.
Apresenta sentimento de inadequação, autopercebendo-se socialmente
incapaz.
Transtorno de personalidade anancástico
Caracteriza-se por sentimentos de dúvida, perfeccionismo,
meticulosidade em excesso, verificação e preocupação com detalhes,
teimosia e rigidez. Podem ocorrer pensamentos ou impulsos persistentes,
mas que não são tão graves como o transtorno obsessivo compulsivo.
Costuma suscitar sentimento de cautela e preocupação com detalhes,
ordem e listas. Nesse caso, o perfeccionismo atrapalha a conclusão de
tarefas. Os portadores desse transtorno tendem ao pedantismo e às
convenções sociais. Além disso, insistem de forma exagerada que outras
pessoas se submetam exatamente à sua maneira de realizar as coisas.
No aspecto farmacológico, os transtornos de personalidade são tratados com psicoterapia além de
neurolépticos, antidepressivos, antimaníacos e ansiolíticos. É importante destacar que são tratamentos
bastantes difíceis e igualmente demorados, pois, em se tratando de mudanças de caráter, o indivíduo terá de
mudar o seu próprio "jeito de ser" para que o tratamento seja efetivo.
Os diferentes transtornos de personalidade
A especialista Julia Teixeira fala sobre os diversos grupos e tipos de personalidade.
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Vem que eu te explico!
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Os transtornos psicóticos
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Sintomas e tipos de esquizofrenia
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A esquizofrenia que se caracteriza pela presença de atitudes bizarras, afeto pueril, com início ainda na
adolescência, é a
A
hebefrênica.
B
paranoide.
C
catatônica.
D
residual.
E
simples.
A alternativa A está correta.
A esquizofrenia hebefrênica caracteriza-se por comportamentos bizarros, além de desorganização de
pensamento, afeto infantilizado (pueril), com início precoce, ainda na adolescência.
Questão 2
É um distúrbio grave do comportamento, envolvendo todas as áreas de atuação da pessoa, resultando em
considerável ruptura pessoal e social. O transtorno de personalidade, que tem como característica a
desconfiança generalizada e imotivada, manifestada por ciúme, inveja, irritabilidade e hostilidade, é conhecido
como
A
transtorno esquizoide.
B
transtorno antissocial.
C
transtorno esquizotípico.
D
transtorno limítrofe.
E
transtorno paranoide.
A alternativa E está correta.
O transtorno de personalidade paranoide tem início próximo à idade adulta e se caracteriza por
desconfiança generalizada e imotivada, em que o paciente tem comportamentos manifestados por ciúme,
inveja, irritabilidade e hostilidade.
4. O cuidado aos pacientes com transtornos dismórficos corporais (TDC)
Fatores socioculturais e epidemiologia dos transtornos
dismórficos corporais
O advento das redes sociais tem levado jovens e adolescentes a buscarem um ideal de corpo e imagem que
nem sempre é possível, o que tem gerado uma grande preocupação nos especialistas. Em geral, indivíduos
que não sofrem de TDC são capazes de reconhecer o seu defeito como mínimo ou inexistente. 
Os portadores de TDC apresentam um comportamento perceptivo “distorcido” em relação à imagem corporal
e uma preocupação com uma “anomalia imaginária” na aparência ou exagerada em relação a uma imperfeição
corporal identificada.
Tais comportamentos acarretam importantes prejuízos no funcionamento pessoal, familiar, social e
profissional. Essas pessoas se atêm a questões corporais, envolvendo uma ou mais preocupações. O nível de
distorção da autopercepção pode variar de baixo, quando a pessoa se reconhececomo “não atrativa” ou
“inadequada”, podendo aparecer níveis mais extremos, nos quais a pessoa se autopercebe como “um
monstro”, gerando enorme prejuízo e sofrimento.
Segundo Brito et.al. (2010), indivíduos com TDC podem sentir-se atraentes, entretanto, não o suficiente. Por
isso, esses pacientes, apesar de perceberem melhora após uma intervenção cirúrgica, não ficam
suficientemente satisfeitos. A crença de que "sempre poderão melhorar" pode provocar nesses indivíduos um
comportamento aditivo, em uma busca incansável por procedimentos estéticos e cirúrgicos.
Dados epidemiológicos apontam que as pessoas com transtorno dismórfico corporal buscam procedimentos
estéticos e cirurgias plásticas para corrigir um defeito percebido, chegando a uma prevalência de 24%. Muitos
pacientes buscam os consultórios de cirurgia plástica, em vez de procurar tratamento com psiquiatras ou
psicólogos, pois acreditam estar lidando com um defeito corporal, e não como um transtorno mental.
Características do TDC
O transtorno pode se manifestar, incialmente, na infância e na adolescência, pois é o momento em que se está
mais suscetível às mudanças na aparência. No caso, homens, quando diagnosticados com TDC, tendem a ter
sintomas mais graves, apresentando uma preocupação maior com o órgão genital, a constituição corporal e a
perda de cabelo, enquanto as mulheres preocupam-se mais com a aparência da pele, o peso, o quadril e as
pernas.
Atenção
É possível que alguns pacientes com TDC tenham sintomas obsessivos-compulsivos que não revelam,
pois se sentem envergonhados, o que não ocorre com a forma com a qual lidam com suas preocupações
estéticas. Além das alterações de pensamento, grande parte das pessoas com TDC apresentam
alterações da sensopercepção, como sensações táteis, que podem colaborar para o aumento dos
sintomas. 
O TDC passou a constar no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III) em 1980, como
um transtorno somatoforme atípico chamado dismorfobia (FANG et al., 2014). Atualmente, o TDC não é mais
classificado como uma das manifestações dos transtornos somatoformes, mas sim como manifestação do
chamado espectro do transtorno obsessivo compulsivo, devido aos pensamentos e comportamentos
compulsivos presentes no TDC (FANG et al., 2014).
Uma pessoa com esse transtorno tende a ser muito angustiada por seus defeitos imaginários ou por alguma
pequena anomalia física. O DSM-5 estabelece quatro critérios de diagnósticos para que o TDC seja
caracterizado: 
1
O indivíduo preocupa-se com um defeito na aparência física (que não são observáveis ou aparentam
ser mínimos para os outros) e, se uma anomalia mínima é identificada, tem preocupação
marcadamente excessiva com ela.
2
Durante o curso da doença, o indivíduo realiza comportamentos repetitivos (por exemplo, verificações
no espelho, escoriação neurótica e pedido de opinião de amigos e familiares sobre o defeito) ou atos
mentais (por exemplo, comparando a sua aparência com a dos outros) em resposta aos problemas de
aparência.
3
A preocupação deve causar estresse significativo ou prejuízo na vida social, ocupacional ou outras
áreas do funcionamento.
4
As queixas não podem ser caracterizadas como outro transtorno mental, tais como a anorexia
nervosa.
Os principais sinais e sintomas desse tipo de transtorno são: 
preocupação excessiva com determinadas partes do corpo;
dificuldade para se concentrar em outras coisas do dia a dia;
baixa autoestima;
constante averiguação de si mesmo no espelho ou fuga do espelho; e
• 
• 
• 
• 
tendência a evitar a vida social ou atividades em que a parte considerada com defeito possa ficar
exposta.
Especificações no TDC e psicofarmacologia
A dismorfia muscular é uma variação do TDC e se caracteriza pela preocupação em relação à estrutura
corporal, a qual é considerada como muito inferior ou insuficiente. Na maioria das vezes, a pessoa apresenta
mais de uma preocupação sobre a sua imagem corporal, e quando uma delas se refere à sua estrutura
muscular, é importante que seja feita a especificação por parte do profissional. A dismorfia muscular acontece
quase que exclusivamente em homens, ainda que eles apresentem uma aparência normal. 
Outras especificações importantes no diagnóstico são relativas ao nível de insight. Em outras palavras, é
importante destacar o quão ciente a pessoa se encontra sobre a não veracidade das crenças que tem sobre a
sua imagem corporal. Esse nível de insight pode variar entre bom ou razoável, passando por pobre, até chegar
a ausente ou com crenças delirantes, nível no qual o paciente está convencido de que suas crenças são
totalmente verdadeiras e se considera uma pessoa hedionda.
Muitos pacientes com TDC acreditam serem julgados pelos outros, apresentando delírios de referência. Esse
transtorno está fortemente associado a altos níveis de ansiedade, ansiedade social, humor deprimido e baixa
autoestima. Em casos extremos, a pessoa chega a realizar em si mesmo procedimentos cirúrgicos. Na maioria
dos casos, todos os procedimentos de correção que a pessoa tenta realizar não resolvem o problema, o qual
pode se manifestar na mesma região do corpo ou em um novo local.
É importante salientar que os transtornos dismórficos podem apresentar relação com os transtornos
alimentares, principalmente a anorexia nervosa, em que a pessoa possui também dificuldade para se
relacionar com outras pessoas. Os sintomas em ambos os transtornos são semelhantes, no entanto, é
importante fazer a distinção e o acompanhamento no longo prazo por uma equipe multiprofissional, já que há
grande probabilidade de abandono do tratamento nos primeiros meses.
A anorexia nervosa é caracterizada por declínio da ingestão de alimentos, manutenção da perda de
peso e alterações nas funções vitais, como: hipotensão bradicardia, taquicardia, baixa temperatura
corporal, alterações nos exames laboratoriais, além de um alto risco de suicídio.
Apesar de todo o avanço nos estudos das psicopatologias, a causa do transtorno dismórfico corporal ainda é
desconhecida, acredita-se estar relacionado com a deficiência de serotonina, ser influenciado por fatores
genéticos e pela educação da criança, em um meio em que há uma preocupação excessiva com a imagem.
• 
Recomendação
No que diz respeito ao tratamento, na abordagem psicofarmacológica ao transtorno dismórfico corporal,
é indicado o uso de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), a partir de seu diagnóstico,
tendo como critérios os manuais como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM)
e a Classificação Internacional de Doenças (CID). 
Como foi possível perceber, o transtorno dismórfico corporal ainda recebe pouca atenção na rede de atenção
psicossocial e na literatura, sendo necessário ampliar o debate e as pesquisas, para que uma melhor
assistência possa ser ofertada. 
Diferenças entre os TDC e os transtornos alimentares
A especialista Julia Teixeira fala sobre as diferenças entre os TDC e os transtornos alimentares e o adequado
acompanhamento psicoterápico e farmacológico em cada caso.
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Fatores socioculturais e epidemiologia dos TDC
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Características do TDC
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Transtorno que é caracterizado por um comportamento perceptivo distorcido em relação à imagem corporal é
o
A
transtorno de pensamento.
B
transtorno de personalidade.
C
transtorno dismórfico corporal.
D
transtorno de humor.
E
transtorno de ansiedade.
A alternativa C está correta.
O transtorno dismórfico corporal é caracterizado por um comportamento perceptivo distorcido em relação
à imagem corporal e uma preocupação com um defeito imaginário na aparência ou inquietação exagerada
em relação a imperfeições

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