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SUBSTÂNCIAS TÓXICAS EM ALIMENTOS DO DIA A DIA
ALIMENTOS CONSUMIDOS
Substâncias Químicas
Vitaminas
Minerais
Proteínas
Tóxicas
SEMENTES DE ALGUMAS FRUTAS 
Pêssegos
Cerejas
Maçãs
Amêndoas amargas
Plantas do gênero Prunus contém cianeto em seus caroços em fórma de amigdalina.
As enzimas do intestino a metabolizam, liberando cianeto de hidrogênio
Porém, o consumo de pequenas quantidades não provoca nenhum malefício. A dose letal de sementes de maçã, por exemplo, é cerca de 200 g. Ainda assim, seria necessário mastigar as sementes muito bem para que o veneno fosse liberado.
MANDIOCA BRAVA
Pode conter 1 g de cianeto a cada 1 Kg da raiz. 
na forma de linamarina e lotaustralina 
O cianeto pode ser removido por meio da moagem do vegetal ou deixando-o imerso em água de 5 horas à 3 dias. No processo de imersão, a enzima luminase, que também compõe o vegetal, transforma os glicosídeos cianogênicos em cianeto de hidrogênio, que evapora da água.
O preparo inadequado da mandioca pode gerar bócio e danos no sistema nervoso
O corpo humano é capaz de processar 1 g de cianeto a cada 24 h por meio da conversão realizada pela enzima rodanase do cianeto (-CN) em tiocianato (-SCN), que é menos tóxico e é facilmente excretado pela urina. A intoxicação ocorre quando o limite de consumo é ultrapassado e o organismo é sobrecarregado.
A toxicidade por cianeto depende da facilidade com que a ligação da unidade de cianeto (-CN) e o resto da molécula pode ser quebrada. A ligação do cianeto de hidrogênio (HCN), por exemplo, é fácil de ser quebrada e o composto é extremamente tóxico. 
CN- 
Rodanase
SCN- 
Urina
 TRATAMENTO: 
Existem muitos antídotos para envenenamentos por cianeto, mas nenhum é totalmente isento de complicações. Um exemplo é a hidroxocobalamina, uma forma da vitamina B12. Ela atua convertenado a hemoglobina em um composto similar, a meta-hemoglobina. O cianeto se liga preferencialmente ao ferro da meta-hemoglobina e não ao ferro da citocromo c oxidase. O complexo resultante é atóxico e é excretado pela urina. 
 
VANTAGEM: deixa toda a hemoglobina do corpo intocada, de modo que não há necessidade de outro tratamento.
DESVANTAGEM: muito cara e não está disponível em todo lugar.
CARAMBOLA
Possui uma substância tóxica chamada de caramboxina, semelhante à fenilalanina.
A intoxicação foi relatada pela primeira vez em 1980 na Malásia, em que se observou um efeito depressor do sistema nervoso central causado pela fruta. Posteriormente, em 1990, no Brasil, verificou-se que a fruta é extremamente tóxica à pacientes com problemas renais crônicos.
SINTOMAS DA INTOXICAÇÃO: a princípio, tem-se um quadro de soluços persistentes que aparecem de 1 à 4 horas após o consumo da fruta. Posteriormente, podem surgir: vômitos, dor lombar, fraqueza muscular, formigamento e perda da sensibilidade nos membros, insônia, agitação psicomotora, confusão mental, crise convulsiva, hipotensão arterial, insuficiência respiratória, coma, morte.
PACIENTES RENAIS:
Mais suscetíveis à intoxicação. Isto se dá porque em nefropatas a caramboxina não é devidamente excretada, uma vez que é eliminada do organismo pelos rins através da urina, ocorrendo elevação de níveis séricos, o que permite sua passagem pela barreira hematoencefálica e consequente ação sobre o sistema nervoso central. Apenas 200 ml de suco ou menos da metade de uma fruta podem provocar graves intoxicações.
 PACIENTES SAUDÁVEIS:
A caramboxina é absorvida, distribuída e excretada pela via renal, mas o consumo excessivo de carambola pode provocar nefropatias devido ao alto teor de ácido oxálico, podendo produzir insuficiência renal aguda e cálculos renais, além de sintomas neurológicos.  Consumo diário de 300 ml de suco ou a ingestão de mais de 5 à 10 peças de fruta podem causar intoxicação.
ETAPAS DA INTOXICAÇÃO:
Consumo exagerado de carambola
Deposição de oxalato nos rins
Insuficiência renal secundária à nefropatia por oxalato
Acúmulo de caramboxina no sangue
Intoxicação neurológica
 TRATAMENTO: 
O único tratamento efetivo, até o momento, para a intoxicação por carambola é a hemodiálise, que deve ser realizada com sessões diárias. Mesmo os pacientes que previamente eram saudáveis devem ser tratados com hemodiálise, caso apresentem sinais neurológicos de intoxicação pela caramboxina.
Os casos de intoxicação leve costumam melhorar após 2 ou 3 sessões de hemodiálise, enquanto os pacientes mais graves costumam precisar de pelo menos 7 dias seguidos de tratamento. E mesmo com tratamento, alguns pacientes acabam evoluindo para o óbito.
SOLANÁCEAS
 Batatas
 Berinjelas
 Tomates
 Pimentões
Possuem um glicoalcalóide tóxico chamado de solanina.
Por este motivo, as solanáceas foram consideradas espécies venenosas e motivo de desconfiança para consumidores por muitos anos.
Os alcalóides de Solanum são inibidores da colinesterase que resultam, após absorção, numa deterioração da função neural. Um inibidor de colinesterase é uma combinação química que inibe a enzima acetilcolinesterase a qual degrada a acetilcolina nas junções neuromusculares. A níveis elevados pode bloquear transmissão nervosa. 
A acetilcolina é o neurotransmissor do sistema nervoso parassimpático. Quando um inibidor de acetilcolinesterase como a solanina está presente, a acetilcolina acumula-se na junção. A presença da acetilcolina no tecido dos nervos ou nos órgãos é responsável pelos sinais neurológicos associados com o envenenamento por solanina . No entanto, predominantemente a solanina é um irritante direto do esófago e da mucosa gástrica.
Vesículas
Axônio
Neurotransmissor
Receptor
Neurônio
receptor
A dose oral fatal de solanina para um ser humano adulto é de, aproximadamente, 420 miligramas. Porém, sugere-se que doses de 2 a 5 mg de solanina por quilograma de massa corporal podem causar sintomas de intoxicação, causando principalmente desordens do foro gastro-intestinal e neurológico.
Os sintomas de intoxicação incluem: náuseas, diarreia, vômitos, cólicas, fadiga, ardor na garganta, dor de cabeça e vertigens, em alguns casos ocorre alucinações, perda de sensibilidade, paralisia, febre, icterícia, pupilas dilatadas e hipotermia. Em casos graves a pessoa pode apresentar perturbações mentais, coma e até morte.
TRATAMENTO: 
-Diminuição da exposição do organismo ao tóxico
O procedimento mais importante é o esvaziamento gástrico, através da indução do vômito usando xarope de ipecacuana ou por lavagem gástrica, seguida da administração de purgantes salinos e carvão ativado.
-Aumento da eliminação do tóxico já absorvido 
São usadas medidas depuradoras renais ou extra-renais, visam mais ao tratamento das graves complicações hepáticas ou renais.
-Administração de antídotos
Fisostigmina ou eserina (Antilirium®, Anticholium®): é o antídoto específico da solanina e dos alcalóides tropánicos. Deve-se utilizar nas formas mais graves de intoxicação.
A fim de evitar o aumento da solanina nos alimentos deve-se tomar os seguintes cuidados no armazenamento e consumo:
 Armazenar num local escuro e fresco evitando a exposição a fontes de luz e calor;
 Lavar os alimentos antes de cozinhar, retirando a pele e possíveis zonas verdes;
 Guardar em sacos pretos ou opacos;
 Evitar comer quantidades excessivas, diariamente ou com frequência;
 Escolher produtos certificados;
 Quanto mais velhas forem as batatas menor será a concentração de solanina;
 Escolher tomates maduros, os verdes contêm solanina em altas doses.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 JARDIM, Andréia Nunes Oliveira; CALDAS, Eloisa Dutra. Exposição humana a substâncias químicas potencialmente tóxicas na dieta e os riscos para saúde. Química Nova, v. 32, p. 1898-1909, 2009.
 
 HARKUP, KATHRYN. Dicionário Agatha Christie de venenos. Tradução de Camila Fernandes. Rio de Janeiro, DARKSIDE BOOKS, p. 87-95, 2020.​
 
 MEDEIROS, Igor Gabriel Araújo; DA SILVA, Cristiane Pereira. CARAMBOLA CAUSADORA DE NEUROPATOLOGIAS E NEFROPATIAS. REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS-UNIVERSO RECIFE, v. 5, n. 1, 2018. 
 
 Carambola pode fazer mal para rins e cérebro. Disponível em: https://www.mdsaude.com/nutricao/carambola-toxica/. Acesso em 11 de dez. 2021.
 
 SIMÕES, João. EVENENAMENTO POR GLICOALCALÓIDES DA BATATA (SOLANUM TUBEROSUM) EM BOVINOS.
 
A solanina -Toxicidade, seus efeitos e prevenção. Disponível em: https://www.porbatata.pt/a-solanina-toxicidade-seus-efeitos-e-prevencao/. Acesso em 12 de dez. 2021.
Solanina. Disponível em: https://paginas.fe.up.pt/~ee01100/solanina/tratamento.html. Acesso em 12 de dez. 2021. 
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