Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE LICUNGO FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM METODOLOGIA DE ENSINO Bloco II – Metodologia e os Processos de Ensino-Aprendizagem Resenha: Da obra de autoras Maria de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos. Capitulo: 3 Conhecimento Científico e ciência 5º Grupo Estudantes: 1. Salimo Silima Saona; 2. Óscar Mapulango; 3. Rosa Alberto Timóteo Nombora; 4. Maria Chocolate 5. Minerva Albertina Gonçalves Cangela. Docente: Aniceto Fernando Mapfala, PhD CONHECIMENTO CIENTIFICO E CIÊNCIA 1. CONHECIMENTO CIENTÍFICO E OUTROS TIPOS DE CONHECIMENTOS. Para melhor compreender é preciso diferenciá-lo de outros tipos de conhecimentos existentes. O autor deu um exemplo de um camponês para diferenciar o conhecimento científico de outros tipos de conhecimentos. Desde a Antiguidade, até os nossos dias, um camponês, mesmos iletrado, ou desprovido de grandes conhecimentos, sabia e sabe o momento certo da semeadora, a época da colheita, a necessidades da utilização de adubo, as providencias a ser tomas para a defesa das plantações de ervas caminhas e pragas e o tipo de solo adequado para as diferentes culturas. Tinha também o conhecimento de que o cultivo do mesmo tipo todos os anos, no mesmo local exaure o solo. Período feudal, neste período o sistema de cultivo era em faixas: duas cultivadas e uma terceira “em repouso”, alternando-as de ano para ano e nunca cultivando a mesma planta, dois anos seguidos, numa única faixa. Desde a segunda metade do século XVII, da cultura do nabo e do trevo, pois seu plantio evitava o desperdício de deixar a terra em pousio: seu cultivo revitalizava o solo, permitindo seu uso constante. Hoje, a agricultura utiliza-se de sementes selecionadas, de adubos químicos, de defensivos contra pragas e tenta-se, até, o controle biológico dos insetos daninhos. Deste exemplo o autor retira dos tipos de conhecimentos, vulgar ou popular e cientifico. Conhecimento vulgar ou popular, geralmente típico do camponês, transmitido de geração para geração por meio da educação informal e baseado em imitação e experiência pessoal; portanto, empírico e desprovido de conhecimento sobre a composição do solo, das causas do desenvolvimento das plantas, da natureza das pragas, do ciclo reprodutivo dos insetos. Conhecimento cientifico, é transmitido por intermédio de treinamento apropriado, sendo um conhecimento obtido de modo racional, conduzido por meio de procedimentos científicos. 1.1 CORRELACAO ENTRE CONHECIMENTO POPULAR E CONHECIMENTO CIENTÍFICO Os dois conhecimentos não se distinguem um de outro, nem pela veracidade nem pela natureza do objeto conhecido. O que os diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do conhecer. Saber que determinada planta necessita de uma quantidade X de água e que, se não a receber de forma natural, deve ser irrigada pode ser um conhecimento verdadeiro e comprovável, mas nem por isso científco. Para que isso ocorra, é necessário ir mais além: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo de desenvolvimento e as particularidades que distinguem uma espécie de outra. Dessa forma, patenteiam-se dois aspectos: a) A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade. b) Um mesmo objeto ou fenômeno (uma planta, um mineral, uma comunidade ou as relações entre chefes e subordinados) pode ser matéria de observação tanto para o cientista quanto para o homem comum; o que leva um ao conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular é a forma de observação. 1.2 CARACTERISTICA DO CONHECIMENTO POPULAR O conhecimento popular é o saber que possuímos sem que o tenhamos procurado ou estudado, sem que tenhamos aplicado um método e sem que tenhamos reflexo sobre algo. Para Ander-Egg (1978, p. 13-14), o conhecimento popular caracterizase por ser predominantemente: a) Superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como “porque o vi”, “porque o senti”, “porque o disseram”, “porque todo mundo o diz”. b) Sensitivo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária. c) Subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto os que adquire por vivência própria quanto o “por ouvi dizer”. d) Assistemático, pois essa organização das experiências não visa a uma sistematização das ideias, nem na forma de adquiri-las, nem na tentativa de validá-las. e) Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que esse conhecimentos sejam conhecimentos não se manifesta sempre de uma forma crítica. 1.3 QUATRO TIPOS DE CONHECIMENTO O autor cita, Trujillo Ferrari (1974, p. 11) e diz que existe quatros tipos de conhecimentos, e o conhecimento cientifico diferencia do popular no seu contexto metodológico do que propriamente ao seu conteúdo. Essa diferença ocorre também em relação aos conhecimentos filosofico e religioso (teológico). 1.3.1 CONHECIMENTO POPULAR Conhecimento Popular é também chamado de senso comum, é adquirido de forma espontânea, baseado na experiência e transmitido informalmente. Não segue um método sistemático e pode conter crenças e superstições. Nele podemos encontrar seis características: Valorativo, pois se fundamenta numa seleção operada com base em estados de ânimo e emoções. Reflexivo, porque esta limitado pela familiaridade com o objeto, não pode ser reduzido a uma formulação geral. Assistematico, pós baseia-se na organização particular das experiências próprias do sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das ideias, na procura de uma formulação geral que explique os fenômenos observados, aspecto que dificulta a transmissão, de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer. Verficavel, visto que está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito ao que se pode perceber no dia a dia. Falível e inexato, pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas. 1.3.2 CONHECIMENTO FILOSÓFICO O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação: “as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência, portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação”. Nele podemos encotrar seguintes caracteristicas: Valorativo, porque, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação. Não verificável, os enunciados das hipóteses filosóficas ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser confirrmados nem refutados. Racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados. Sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade. Infalível e exato, visto que, quer na busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da observação (experimentação). 1.3.3 CONHECIMENTO RELIGIOSO Baseado na fé, em doutrinas e textos sagrados. Não necessita de comprovação científica e é aceite como verdade absoluta pelos seus seguidores. Neste podemos encotrar seguintes caracteristicas: Valorativo, por terem sido reveladas pelo sobrenatural; Inspiracional, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas); Infalíveis e indiscutíveis, é um conhecimento sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino; Sistemático, suas evidências não são verifcáveis; e Não verificáveis, nele está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. 1.3.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO Conhecimento Científico: Obtido por meio da observação, experimentação e aplicação de métodos rigorosos, busca explicações racionais, sistemáticas e verificáveis sobre os fenómenos. O conhecimento científicose diferencia dos demais por apresentar as seguintes características: Sistemático: Organiza-se de forma lógica, seguindo regras e métodos bem definidos. Verificabilidade: Suas conclusões podem ser testadas e comprovadas por meio da observação e da experimentação. Fiável: Está sempre sujeito a revisões e correcções, pois novas descobertas podem modificar ou aprimorar o conhecimento já existente. Apesar da separação metodológica entre os tipos de conhecimento popular, filosófico, religioso e científco, no processo de apreensão da realidade do objeto o sujeito cognoscente pode penetrar nas diversas áreas. CONCEITO DE CIÊNCIA Definição de Ciência A ciência é um sistema organizado de conhecimentos obtidos por meio de métodos rigorosos, como a observação, a experimentação e a análise crítica. Seu objectivo é compreender, explicar e prever fenómenos da realidade, formulando teorias e leis que possam ser testadas e verificadas. As ciências possuem: a) Objetivo ou finalidade: preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos; b) Função: aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo. c) Objeto: que se subdivide em: Material: o que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, modo geral. Formal: o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem mesmo objeto material. CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO DA CIÊNCIA A complexidade do universo e a diversidade de fenômenos que nele se manifestam, aliadas à necessidade do homem de estudá-los para poder entendê-los e explicá-los, levaram ao surgimento de diversos ramos de estudo e ciências específicas. O Papel da Ciência A ciência desempenha um papel fundamental na explicação dos fenómenos naturais e sociais: · Fenómenos Naturais: A ciência investiga as leis que governam o mundo físico, como a gravidade, a evolução biológica e as reacções químicas. Isso permite avanços em áreas como medicina, engenharia e tecnologia. · Fenómenos Sociais: No campo das ciências humanas e sociais, a ciência busca entender o comportamento humano, as interacções sociais e os sistemas económicos e políticos. Esse conhecimento auxilia na formulação de políticas públicas e na resolução de problemas sociais. Dessa forma, a ciência contribui para o desenvolvimento da sociedade, proporcionando inovações tecnológicas, melhorias na qualidade de vida e maior compreensão do mundo ao nosso redor. Classificação e Divisão da Ciência As ciências são classificadas conforme o seu objeto de estudo e a metodologia utilizada. A divisão principal abrange quatro grandes categorias: 1. Ciências Matemáticas ou Lógico - Matemáticas · Trabalham com conceitos abstractos, raciocínio lógico e dedução. · Utilizam símbolos e fórmulas para representar relações e resolver problemas. · Exemplo: Matemática, Estatística, Lógica. 2. Ciências Naturais · Estudam os fenómenos da natureza, suas leis e funcionamento. · Baseiam-se na observação e experimentação para formular hipóteses e teorias. · Exemplo: Física, Química, Biologia, Astronomia, Geologia. 3. Ciências Humanas ou Sociais · Investigam o comportamento humano, as interacções sociais e as culturas. · Utilizam métodos qualitativos e quantitativos para análise e interpretação de dados. · Exemplo: Sociologia, Psicologia, História, Antropologia, Economia, Ciência Política. 4. Ciências Aplicadas · Utilizam os conhecimentos científicos para resolver problemas práticos e desenvolver novas tecnologias. · Aplicam princípios das ciências básicas para melhorar a vida humana e o funcionamento da sociedade. · Exemplo: Medicina, Engenharia, Direito, Administração, Tecnologia da Informação. Essa classificação ajuda a organizar o conhecimento científico e direccionar os estudos para diferentes áreas do saber. Análise Crítica O conhecimento científico se diferencia dos outros tipos de conhecimento por sua base empírica e metodológica. No entanto, isso não significa que os demais tipos de conhecimento sejam irrelevantes. O conhecimento filosófico, por exemplo, questiona os fundamentos da ciência, enquanto o religioso e o popular desempenham papéis importantes na cultura e na moralidade das sociedades. Um ponto forte da ciência é sua verticalidade Verificabilidade, permitindo revisões constantes e aprimoramento do conhecimento. No entanto, essa característica também pode ser um desafio, pois novas descobertas podem contradizer teorias aceitas anteriormente, gerando resistência na sociedade. Além disso, o avanço científico, sem um debate ético, pode levar a problemas como desigualdade no acesso à tecnologia e impactos ambientais. A divisão da ciência em categorias é útil para a organização do conhecimento, mas pode gerar uma visão fragmentada da realidade. Muitas vezes, problemas complexos exigem uma abordagem interdisciplinar, combinando ciências naturais, humanas e aplicadas. Portanto, embora a ciência seja essencial para o progresso da humanidade, é necessário equilibrá-la com outras formas de conhecimento e garantir que suas descobertas sejam utilizadas de forma ética e responsável. Por fim entendemos que o autor, procura mas destacar a importância do conhecimento cientifico em relação outros tipos de conhecimento, pondo este em melhor destaque. image1.emf