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CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ILDO DE SOUSA DIAS – RGM 29538238 RENATO PEREIRA CAMPOS – RGM 24243361 IZAIAS DE SOUZA AGUIAR – RGM 28114256 FRANCISCO DE PAULO GONÇALVES – RGM 24068420 2024 GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RESIDUOS INDUSTRIAIS TCC - TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Trabalho de Conclusão de Curso apresen- tado à Disciplina “TCC da Turma 02 ” como requisito parcial para a Conclusão do Curso Bacharel em Engenharia Ambi- ental da Cruzeiro do Sul Educacional PROFESSOR RESPONSÁVEL Prof. Gabriel Henrique de Carvalho RESUMO O presente trabalho mostra a importância da Gestão e Gerenciamento dos resíduos gerados nas indústrias, bem como os impactos negativos e positivos que esses resíduos podem causar ao meio ambiente. A maioria das indústrias Brasileira cumprem ou tentam cumprir com o seu papel perante a Legislação Ambiental, diversas delas vem aplicando em seus sistemas operacionais medidas que controle que visam não só diminuir os impactos no meio ambiente através de ações ambientais como reeducação dos próprios colaboradores, a fim de disseminar a cultura ambiental não só nas empresas como em suas casas e comunidade. Os termos reciclagem, reaproveitamento e reuso, são bastante utilizados quando se trata de gestão e gerenciamento de resíduos. A destinação final dos resíduos industriais é um ponto muito importante, pois de nada adianta a empresa realizar a separação de todos os materiais em cada setor se ao final do processo eles são misturados novamente e não tem sua destinação final correta. Não podemos esquecer do tratamento dos efluente gerados pelas indústrias, estes dejetos não podem ser despejados nos corpos d’água sem o devido tratamento. Palavras-chave: Gestão de Resíduos Industriais; Coleta Seletiva e Destinação Final Ade- quada. ABSTRACT This work presents the importance of Management and Management of waste generated in the industries, as well as the negative and positive impacts that this waste can cause to the environment. Most Brazilian industries comply or try to fulfill their role under the Environmental Legislation, several of them have been applying control measures in their operating systems that aim not only to reduce the impacts on the environment through environmental actions such as the re-education of the employees themselves, the in order to disseminate environmental culture not only in companies but in their homes and community. The terms recycling, reuse and reuse are widely used when it comes to waste management and management. The final destination of industrial waste is a very impor- tant point, since it is useless for the company to separate all materials in each sector if at the end of the process they are mixed and do not have their correct final destination. Key words: Industrial Waste Management, Selective Collection and Proper Final Desti- nation. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Caracterização e classificação dos resíduos sólidos........................................ 02 Figura 2. Sistema de Controle e Emissão de MTR On-line. .......................................... 03 Figura 3 – Sistema de Emissão de MTR On-line pelo SINIR.........................................05 Figura 4 – Hierarquia para o gerenciamento de resíduo sólidos industriais....................05 Figura 5 - Vantagens e desvantagens os Sistema de tratamento biológico.......................06 Figura 6 – Exemplos de possíveis tratamentos para resíduos industriais.........................07 Figura 7 – Programa de Minimização de resíduos...........................................................08 LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS (SE HOUVER) ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnica 02 NBR - Normas Brasileiras 02 DRTP - Declaração de Transporte de Resíduos Perigosos 03 MTR - Manifesto de Transporte de Resíduos 03 CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente 03 SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente 03 MOPP - Movimentação Operacional de Produtos Perigosos 03 CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica 03 VG - Verde Ghaia 04 CDF - Certificado de Destinação Final 04 FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente 05 PCI - Poder Calorífico Inferior 05 O2 - Oxigênio 06 CO2 - Dióxido de Carbono 06 PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos 06 SINIR - Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos 06 PH - Potencial Hidrogeniônico 06 ISO - International Organization for Standardization 06 DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio 06 DQO - Demanda Química de Oxigênio 06 CH4 - Fórmula química do metano 06 MMA - Ministério do meio Ambiente 06 SGA - Sistema de Gestão Ambiental 06 SUMÁRIO RESUMO iv ABSTRACT v LISTA DE FIGURAS vi LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS vii 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 07 2. Importância de uma Gestão de Resíduos Industriais .................................................. 08 3. Etapas do Processo de Gerenciamento de Resíduos Industriais ................................. 11 4. MTR – Manifesto de Transporte de Resíduos ............................................................ 12 4.1 MTR e Legislação .................................................................................................... 13 5. Automatização de Processos ...................................................................................... 14 5.1 Sobre as Visualizações Integradas ............................................................................ 15 5.2 Gerenciamento de Resíduos ..................................................................................... 17 6. Métodos e Técnicas de Disposição Final dos Resíduos ............................................. 18 6.1 Aterros Sanitário ....................................................................................................... 18 6.2 Incineração................................................................................................................ 19 6.3 Coprocessamento ...................................................................................................... 20 6.4 Tratamento Biológico ............................................................................................... 21 6.5 Compostagem ........................................................................................................... 23 6.6 Vermicompostagem .................................................................................................. 27 6.7 Biodigestão ............................................................................................................... 27 7. Considerações Finais .................................................................................................. 28 8. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32 1. INTRODUÇÃO Os resíduos industriais são aqueles gerados dentro das empresas (fábricas) a partir de seus processos industriais. Durante o processo (produção) são gerados restos de matérias (matéria prima) estas sobras resultantes desse processamento são chamadas de resíduos. Na área industrial eles são classificados de duas formas, entre Classe I e Classe II. Os resíduos de Classe I são denominados perigosos, por apresentarem substâncias, ca- racterísticas e/ou propriedades físico-químicas: inflamabilidade, corrosividade, reativi- dade, toxicidade e patogenicidade. No entanto os resíduos de Classe II abrangem aqueles que também possuem algumas características distintas comocombustibilidade, solubili- dade em água ou biodegradabilidade, sendo denominados Não Inertes e Inerte (Resíduos Classe II-a e Resíduos Classe II-b), conforme disposto na ABNT/NBR 10.004 – Resí- duos Sólidos Classificação. Figura 1 – Caracterização e classificação dos resíduos sólidos. Fonte: ABNT, 2004a, p.VI. A Lei 12.305/2010 que divulga a Política Nacional de Resíduos Sólidos é uma delas. Ela reúne um conjunto diretrizes sobre como deve ser feito o gerenciamento dos resíduos, abrangendo todas as etapas, desde a coleta, passando pelo armazenamento e transporte dele. Também existem outros resíduos gerados pelas indústrias e eles podem estar na forma líquida ou gasosa. Para o descarte destes, é necessário obedecer ao que diz a Política Nacional de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007) e a Lei de Crimes Am- bientais (Lei 9.605/1998). A gestão e Gerenciamento de resíduos industriais não é tão simples assim como as pes- soas pensam, leva tempo e envolve a elaboração de projetos principalmente para baixar custos da operação, o ideal é realizar a contratação de uma empresa especializada e cer- tificada para realizar o gerenciamento dos resíduos da sua planta. Toda e qualquer em- presa tem a obrigação legal de dar destinação final correta e adequada aos seus resíduos gerados em seu processo produtivo, conforme legislação vigente. 2. IMPORTÂNCIA DE UMA GESTÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS A indústria está se tornando mais responsável para implementação de melhores tecnologias e melhorias nos sistemas de gerenciamento de seus resíduos, Staniskis e Stasiskiene (2003). Segundo Khanna e Anton (2002), sistema de gestão ambiental (SGA) representa uma mudança organizacional voluntária dentro da empresa motivada pela internalização ambiental e externalização de práticas ambientais que integra ambiente e produção, as quais identificam oportunidades para reduzir a poluição e capacitam a empresa a estabelecer melhorias contínuas nos sistemas de produção e na sua performance ambiental. Todo e qualquer resíduo descartado inadequadamente tem o potencial para causar danos ao meio ambiente e gerar um passivo ambiental para a empresa que o cometeu. Podendo se enquadrar na Lei 9.605 de Crimes Ambientais. É de extrema importância ao se iniciar um projeto ou programa de gerenciamento de resíduos industriais que alguns passos sejam seguidos para que o sistema seja bem-sucedido e eficaz: a. Levantamento do inventário dos resíduos gerados na fábrica (indústria/ empresa), como por exemplo tipos de resíduos e quantidade gerada (diária, semanal e mensal) Resolução Conama Nº 313/02; b. Verificar se há interferências conforme períodos do ano (dias chuvosos etc.). c. Caracterização dos resíduos; d. Coleta, triagem e armazenamento dos resíduos; e. Transporte interno e externo dos resíduos; f. Destinação Final. A gestão de resíduos industriais representa um conjunto de ações com o objetivo de estabelecer procedimentos eficientes desde a geração até o tratamento dos resíduos por meio de algumas etapas, como: o levantamento dos inventários de resíduos gerados no processo industrial, a caracterização dos resíduos em laboratórios especializados, a segregação e acondicionamento, o transporte interno, o armazenamento, a coleta e transporte externo e, por fim, a destinação final dos resíduos. No mercado, existem tecnologias para tratamento e destinação que atendem às especificações de cada resíduo e, para exemplificar, no caso de solos contaminados com hidrocarbonetos, podem ser utilizadas a Incineração e a Blendagem. A última etapa de um processo de gestão resíduos sólidos industriais é a destinação final dos resíduos que deverá ser confirmada posteriormente pelo certificado de destinação emitido pela empresa parceira responsável por este serviço. Na gestão resíduos sólidos industriais são englobados todos os procedimentos a serem tomados a partir da geração dos resíduos até a destinação final. Devido à complexidade desta atividade, é altamente indicada a contratação de uma empresa especializada que execute todo o processo de gestão dentro da unidade fabril. Uma boa gestão de resíduos sólidos industriais deve contar com profissionais capacitados e treinados e contar com equipamentos adequados para tal fim que contribuam para a avaliação e aplicação das melhores soluções para o processo. A contratação de uma empresa com expertise em gestão resíduos sólidos industriais é uma excelente alternativa, principalmente, para empresas que tenham processos geradores de grandes volumes de resíduos. Um dos resultados da boa execução da gestão resíduos sólidos industriais é a elaboração de um inventário de resíduos e fontes geradoras consistente, com potencial de subsidiar a implantação de melhorias nos processos para reduzir os resíduos gerados. Uma empresa de gestão resíduos sólidos industriais comprometida com boas práticas ambientais poderá, também, avaliar alternativas que propiciem a valorização dos resíduos. A gestão dos resíduos sólidos nas indústrias é um importante processo que tem por objetivo estruturar os melhores procedimentos desde a geração até o tratamento e destino de materiais descartados em operações industriais. O processo de gestão de resí- duo sólido industrial envolve algumas etapas que devem ser seguidas de forma rígida para atingir melhores resultados. A gestão de resíduo sólido industrial passa primeiramente pela etapa de segre- gação na fonte, em que os resíduos são separados e acondicionados de acordo com sua especificação. Em seguida, é realizada a coleta interna e o armazenamento em local pre- viamente preparado para esta finalidade. Anteriormente à destinação final, os resíduos devem passar por análises laboratoriais para a caracterização de acordo com a Norma ABNT NBR 10.004:2004, procedimento que fornece subsídios para a determinação da melhor tecnologia de tratamento e destinação. A partir da definição do destino final e obtenção das devidas licenças, pode ser programada a coleta por transportadoras autori- zadas que serão responsáveis pelo encaminhamento dos resíduos para as unidades de tratamento preestabelecidas. Apesar de o Brasil ser um dos países que tem as melhores leis de proteção am- biental do mundo infelizmente ainda temos índices muito elevados de descarte de resí- duos industriais de forma inadequada (meio ambiente) em todo o território brasileiro, diversas empresas realizam o descarte de resíduos de forma precária e incorreta, cau- sando problemas ambientais, sociais e financeiros. Uma grande parte desses transtornos envolvendo o descarte inadequado de re- síduos industriais poderia ser evitada se as empresas adotassem um plano de gerencia- mento de resíduos sólidos industriais eficiente e responsável, e não só avaliar custos. Existem diversas empresas especializadas em Gestão de Resíduos Industriais que além gerenciar eles, faz o papel de orientar as organizações com relação ao descarte de forma correta, mas por garantir que esses materiais sejam tratados de maneira adequada, sem passivos ambientais. Plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais: o que é? Um plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais é um modelo de gestão am- biental que direciona profissionais e equipes qualificada dentro de uma determinada em- presa para tratarem e destinarem todos os resíduos sólidos produzido (sobras) de maneira correta e de acordo com seus aspectos. Esses planos são um mapa para que uma empresa saiba o que fazer com seus dejetos e encaminhe esses resíduos para o destino certo. Seja uma fonte de reciclagem, uma indústria de compostagem ou um biodigestor, elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais é uma forma de administrar esses resíduos com um pro- pósito específico. 3. ETAPAS DO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS INDUS- TRIAIS Comocomentado anteriormente o plano de gerenciamento, para ser bem-suce- dido deve ser dividido em etapas. Cada uma apresenta um diagnóstico preciso, mas que pode ser personalizado de acordo com a situação de cada empresa. Segue abaixo detalhe sobre as etapas: 1. Elaboração do plano: consiste na montagem do gerenciamento em si; 2. Elaboração da Ficha de Emergência: dentro da regulação 420 da Associação Bra- sileira de Normas Técnicas (ABNT), as empresas precisam enviar uma ficha de emergência em um envelope que autêntica a empresa como formuladora do plano e que está apta a expedir o processo; 3. Licenciamento ambiental e DRTP: para transportar a carga dos resíduos, a em- presa precisa emitir o licenciamento ambiental e obter a Declaração de Transporte de Resíduos Perigosos (DRTP) ou MTR – Manifesto de Transporte de Resíduos, conforme Resolução Conama Nº 452/12 e Decreto Nº 875; 4. Segregação em pontos de geração: a organização vai separar cada tipo de resíduo segundo as especificações descritas pela ABNT/NBR 10.004; 5. Armazenagem: os resíduos são guardados segundo sua natureza, seu destino e grau de periculosidade, conforme ABNT/NBR 12.235; 6. Registro de movimentação: é necessária a atualização dos registros dos resíduos. Tipo, quantidade e encaminhamento são alguns desses detalhes a serem informa- dos e atualizados para que os mesmos possam ser transportados do gerador (in- dústria) até o destino final, de acordo com a legislação: ABNT/NBR 14.619, De- creto Nº 96.044/ Portaria Nº 24 do Ministério do Transporte, ABNT/NBR 7500, ABNT/NBR 7501, ABNT/NBR 7503 E ABNT/NBR 9735. 7. Coleta: os materiais são recolhidos por motoristas especializados no transporte de resíduos sólidos. Para isso, eles precisam ter feito o curso de Movimentação Ope- racional de Produtos Perigosos (MOPP); 8. Destino final: é o objetivo no qual o plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais oferece e requer que seja cumprido. O material pode ser reciclado, reu- tilizado ou mesmo destruído. Estas são algumas das etapas que julgamos essenciais para que o plano funcione ade- quadamente. mas as empresas podem adotar outras ações para aperfeiçoar o programa. 4. MANIFESTO DE TRANSPORTE DE RESÍDUOS - MTR Documento é imprescindível para empresas emissoras de resíduos perigosos. Sua ausência ou preenchimento incorreto acarreta multas e sanções. O MTR (Manifesto de Transportes de Resíduos) é um instrumento obrigatório no Brasil desde 1993 (Decreto nº 875, de 19 de julho), após a realização da Convenção da Basiléia. Na ocasião, o acordo internacional buscava oficializar as diretrizes para uma ação conjunta entre as nações no gerenciamento ambiental dos chamados resíduos perigoso e coibir a movimentação ilegal deste tipo de material. Seu modelo foi internalizado e o MTR passou também a atuar dentro do território nacional para controlar o tráfego de resíduos perigosos entre os estados da federação, regulamentado pela Resolução Conama nº 452 (02 de julho de 2012. Atualmente utilizado para também combater as práticas de descarte ou comércio ilegal deste tipo de lixo altamente nocivo à natureza, o MTR se tornou um documento obrigatório. Nele, há quatro vias de um formulário submetidos ao Sistema de Manifesto de Resíduos. Entenda como o dispositivo funciona e quais as empresas que devem emitir a documentação. 4.1. MTR E A LEGISLAÇÃO Visando mitigar os potenciais danos ambientais, sociais e saúde causados por resíduos perigosos, o MTR é um dos principais recursos de fiscalização para evitar que este tipo de material seja indevidamente descartado fora dos aterros, centros de tratamento ou locais não licenciados para essa finalidade. Trata-se de uma metodologia de controle e fiscalização integrada ao Sistema de Licenciamento Ambiental Federal. Para isso, as responsabilidades pelo transporte destes materiais devem ser compartilhadas entre a empresa emissora, transportadores e receptores dos resíduos, sendo que a responsabilidade do gerador da carga perigosa para descarte dura até seu recebimento pelos especialistas na destinação final adequada. A documentação serve possibilitar o rastreio controle estadual e interestadual dos resíduos desde a fase de sua geração até o armazenamento temporário, transporte e destinação final. Funciona da seguinte maneira: – O formulário do MTR é composto de 4 vias; – Cada formulário deve ser preenchido pelo responsável da empresa geradora de resíduas perigosos informando seu CNPJ, dados cadastrais de sua licença ambiental e informações ambientais sobre a origem e características do resíduo perigoso que será descartado; – Cada formulário MTR pode receber até cinco tipos diferentes de resíduos sólidos; – Após preenchimento, uma via do MTR fica em poder da empresa emissora, uma via com responsável pelo transporte e uma terceira via com o destinatário/Receptor da carga de resíduos; – A quarta via deve retornar à empresa de origem do material contendo todas as assinaturas dos envolvidos no processo de transporte e descarte adequado de seus resíduos sólidos perigosos para posteriormente ser apresentada aos órgãos de fiscalização de acordo com sua atividade. O MTR deve ser guardado por até cinco anos pelas empresas emissoras e receptoras da carga de resíduos e por três anos pelos transportadores. 5. AUTOMATIZAÇÃO DE PROCESSOS Alguns programas de computadores permitem um gerenciamento mais assertivo do MTR e suas metodologias, além de facilitar o rastreamento dos resíduos e armazenamento de dados e informações digitalizadas. Um exemplo é o software de gestão da VG Resíduos. A ferramenta permite não apenas emissão online do MTR, mas também das fichas de emergência e CDF e controle de todos os aspectos operacionais de redução, identificação, manejo, segregação, transporte e destinação final dos resíduos provenientes do ciclo produtivo de ponta a ponta, gerando os relatórios e documentações necessárias para prestação de contas aos órgãos ambientais e fiscalizadores. Sistema de Controle de manifesto de Transporte de Resíduos – MTR on-line No Estado de Minas Gerais a emissão do MTR agora é via site da FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente. Figura 2 – Sistema de Controle e Emissão de MTR On-line. Fonte: https://mtr.meioambiente.mg.gov.br/index.jsp?page=login.jsp. https://mtr.meioambiente.mg.gov.br/index.jsp?page=login.jsp O desenvolvimento econômico tem se apoiado na utilização desenfreada dos recursos não renováveis, na devastação da biodiversidade e na emissão dos gases que contribuem para o efeito estufa (MARTINE, 2015). Ao passo em que ocorre o crescimento populacional do mundo em que vivemos, acontece também uma grande pressão sobre os recursos naturais do planeta. Nenhum país está disposto a suspender o seu trajeto rumo ao consumismo, apesar de estarmos 50% acima da capacidade regeneradora do nosso planeta (MARTINE, 2015). No âmbito empresarial do Brasil, os princípios da sustentabilidade tiveram grande impacto com o surgimento do conceito de responsabilidade social (SOUZA, 2016), que muitas vezes vêm influenciando ou até obrigando as empresas a se adequarem às transformações dinâmicas de mercado e aos padrões competitivos e de concorrência com relação aos cuidados com o meio ambiente (KRAEMER, 2005). O Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) é um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituído pela Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, devendo, portanto, disponibilizar diversas ferramentas para auxiliar na avaliação, execução, monitoramento e direcionar a formula- ção de políticas públicas para alcançar os objetivos da PNRS. Segundo a PNRS e seu Decreto Regulamentador nº 10.936, de 12 de janeiro de 2022, os municípios, Estados, Distrito Federal e a União, bem como responsáveis por planode gerenciamento de resíduos sólidos, sistemas de logística reversa e organizações de cata- dores de materiais reutilizáveis e recicláveis, deverão fornecer todas as informações ne- cessárias sobre os resíduos sob sua esfera de competência. Para permitir isso, o SINIR vem sendo aperfeiçoado ano a ano para permitir a coleta de dados direcionado aos governos municipais, estaduais e operadores privados, bem como para disponibilizar para a sociedade painéis e relatórios dos temas relacionados a resíduos sólidos no Brasil. 5.1. SOBRE AS VISUALIZAÇÕES INTEGRADAS As informações integradas ao SINIR são compostas por uma plataforma digital para apoio à formulação de políticas públicas, em nível nacional, estadual e municipal, permitindo a gestão contínua de resíduos sólidos, além da criação de diversas estratégias e muitas opor- tunidades de negócios em todo território brasileiro. A plataforma é composta de vários mapas e painéis de indicadores que apresentam diversos dados estatísticos referentes à gestão de resíduos sólidos em todo o Brasil, com base em dados coletados pelos diferentes sistemas de informação que compõem o SINIR+. As informações são compostas de dados gerados por todo território nacional, este sistema do SINIR, foi desenvolvido e gerenciado pelo MMA – Ministério do Meio Ambiente, composto de módulos de coleta de dados direcionado aos governos municipais, estaduais e operadores privados, gerando informações novas e complementares aos demais siste- mas existentes, tendo seu início da coleta de informações e dados no ano 2019. Este sis- tema é composto por três módulos que captam estes dados nos âmbitos: Municipais, Es- taduais e Federal. MTR - Manifesto de Transporte de Resíduos, criado com a finalidade de rastrear e con- trolar a geração, o transporte e a destinação final dos resíduos sólidos no Brasil; Inventário Nacional de Resíduos Sólidos, que deve ser preenchido anualmente e trata do conjunto de informações sobre a geração, tipologia, armazenamento, transporte e desti- nação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos gerados pelas indústrias loca- lizadas no país. Figura 3 – Sistema de Emissão de MTR On-line pelo SINIR. Fonte: https://mtr.sinir.gov.br/ https://mtr.sinir.gov.br/ 5.2. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS A hierarquia para implantar um programa de gerenciamento de resíduos deve obedecer a uma sequência lógica e natural, conforme definido abaixo: • Redução na fonte consiste na prevenção da geração de resíduos, através do uso de matérias primas menos tóxicas e/ou mudanças de processo; • Minimização da geração de resíduos através de modificações no processo produtivo, ou pela adoção de tecnologias limpas, mais modernas que permitem, em alguns casos, eliminar completamente a geração de materiais tóxicos; • Reprocessamento dos resíduos gerados transformando-os novamente em matérias primas ou utilizando para gerar energia; • Reutilização dos resíduos gerados por uma indústria como matéria-prima para outra indústria; • Separação de substâncias tóxicas das não tóxicas, reduzindo o volume total de resíduo que deva ser tratado ou disposto de forma controlada; • Processamento físico, químico ou biológico do resíduo, de forma a torná-lo menos perigoso ou até inerte, possibilitando sua utilização como material reciclável; • Incineração, com o correspondente tratamento dos gases gerados e a disposição adequada das cinzas resultantes; • Disposição dos resíduos em locais apropriados, projetados e monitorados de forma a assegurar que venham, no futuro, a contaminar o meio ambiente. A prioridade no gerenciamento de resíduos sólidos industriais deve obedecer a seguinte hierarquia, conforme mostra a Figura 4. Figura 4 – Hierarquia para o gerenciamento de resíduo sólidos industriais. Fonte: Dra. Marta Regina Lopes Tocchetto. 6. MÉTODOS & TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS 6.1-ATERROS A disposição de resíduos é a solução mais antiga e tradicional adotada pelo homem para dar destinação aos resíduos que gera. Os aterros podem ser divididos em duas classes sanitários, utilizados principalmente para resíduos urbanos e industriais. Além desses, ainda existem os lixões e os aterros clandestinos que proliferam nos arredores dos grandes centros urbanos de países em desenvolvimento, constituindo-se em foco de poluição e riscos à saúde pública. Os aterros sanitários e industriais permitem o confinamento seguro dos resíduos em termos de contaminação ambiental e saúde pública. Os resíduos são dispostos em camadas compactadas e cobertas por uma camada de terra que será a base para uma nova camada de resíduos. Esse tipo de aterro evita a propagação de odores, fogo e fumaça, a proliferação de animais e as atividades marginais de catação. Sua instalação deve ser feita em área adequadamente escolhida, sobre solo impermeável e afastada de corpos d’água, permitindo o controle e o tratamento dos líquidos percolados, o chorume. Os gases produzidos pela decomposição dos resíduos poderão ser aproveitados ou então queimados no próprio local. Os aterros industriais requerem projeto e execução mais elaborados que os aterros sani- tários, em razão dos tipos de materiais que deverão receber, particularmente quando se trata de resíduos perigosos. Um aterro industrial requer impermeabilização rigorosa de sua base, com materiais naturais ou sintéticos, mantas plásticas especiais, e uma cobertura impermeável para as células que já tiverem sido preenchidas, a fim de evitar a infiltração de águas de chuva e possibilitar o controle de emanações gasosas. É também importante manter uma distância de vários metros do fundo das valas do aterro até o nível do lençol freático no local. Por estes motivos é fator determinante a escolha do local para implan- tação do aterro. Os resíduos dispostos em aterro devem ser, tanto quanto possível secos, estáveis, pouco solúveis e não voláteis. Não devem ser dispostos nos aterros industriais: ácidos, bases fortes, compostos orgânicos muito solúveis e voláteis, materiais inflamáveis e explosivos e resíduos radioativos, Rocca et al (1993). Entretanto, com o emprego de técnicas espe- ciais de estabilização, encapsulamento, solidificação e vitrificação é possível dispor mui- tos desses materiais, depois de passarem por processos de tratamento que os tornam in- solúveis e estáveis. A vida útil de um aterro é função do volume de material que recebe na unidade de tempo e da densidade aparente do material. De acordo com uma visão sistêmica da natureza este deve ser concebido de forma que a sua vida útil seja prolongada, para tanto a segregação dos resíduos é fundamental. O aterro é uma solução relativamente barata, se comparadas com outras soluções como, por exemplo, a incineração e, por isso acabam penalizados se fossem pré-tratados. Por isso é conveniente conjugar o uso dos aterros com soluções que minimizem os resíduos, Roth (1996). 6.2-INCINERAÇÃO A incineração é um método de tratamento que se utiliza da decomposição térmica a uma temperatura superior a 1000º C na presença de oxigênio para volatilizar, promover a combustão e destruição de compostos orgânicos alterando sua natureza física, química e biológica. O processo objetiva: • Destruir os resíduos, energizando-os na forma de cinzas; • Reduzir drasticamente o volume de resíduo; • Gerar energia, considerando resíduos combustíveis. Esses três resultados fazem com que a incineração proporcione a minimização de resíduos, reduz periculosidade e recupera valores, gerando energia. Os compostos mais adequados ao processo são resíduos orgânicos, constituídos basicamente de carbono, hidrogênio e/ou oxigênio; resíduos que contém carbono, hidrogênio, cloro com teor inferior a 30% em peso e/ou oxigênio e resíduos que apresentam seu poder calorífico inferior, PCI, maior que4.700 kcal/kg (não necessitando combustível auxiliar para a queima). Portanto, se aplica a muitos resíduos orgânicos, não sendo aplicado para tratar resíduos inorgânicos e metais. 6.3-CO-PROCESSAMENTO É a técnica de incorporação de resíduos no processo de fabricação de clínquer (cimento), a partir do seu aproveitamento, resultando na destruição térmica eficiente e segura, sob o ponto de vista operacional e ambiental. O coprocessamento aplica-se a resíduos substitutos de matérias primas e resíduos substitutos de combustíveis. Nos Estados Unidos esta alternativa está bastante disseminada. As empresas prestadoras de serviço de incineração no Brasil, cobram valores que variam de US $1.000 a $ 3.000 a tonelada, dependendo do tipo de resíduo, enquanto a disposição em aterro pode custar US $150 por tonelada e a queima em fornos de cimento de US $100 a $ 700. Sendo assim, a incineração em fornos de cimento tem sido uma boa opção dependendo do poder calorífico dos resíduos, este processo de queima do combustível, necessários para alimentação do forno. As cinzas, por sua vez, são totalmente incorporadas ao clínquer, matéria-prima para fabricação do cimento, não havendo a necessidade de disposição em aterros. A Resolução CONAMA 264/99 define o regramento para o Licenciamento Ambiental para o Co-processamento de Resíduos em Fornos Rotativos de Clínquer, para a fabricação de Cimento (CONAMA, 1999). As restrições devem abranger basicamente os tipos de resíduos a serem co-processados, quantidade deste material e equipamento para controle e monitoramento dos processos. As mais sérias restrições referem-se à queima de materiais clorados e outros produtos com alta concentração de metais pesados, pois estes não são destruídos dentro do forno, sendo incorporados ao cimento ou dispersos na atmosfera. Perfeitas condições de co-processamento podem também ser conseguidas em fornos siderúrgicos, caldeiras de variados tipos ou fornos industriais, desde que compatibilizados ao tipo de resíduo a ser queimado. Os principais resíduos utilizáveis são borras oleosas, borrachas não cloradas, solventes, ceras, carvão ativado usado como filtro, borras ácidas, pneus, borras de tintas, resinas fenólicas e acrílicas e elementos filtrantes de filtros de óleo. Estes devem fazer parte do processo produtivo de clínquer sem provocar oscilações nas condições de operação. As pesquisas que avaliam o comportamento dos compostos orgânicos e inorgânicos no processo de fabricação do cimento têm concluído alguns pontos que ainda são controvertidos considerando a legislação brasileira: • Os compostos orgânicos são inteiramente destruídos no processo, devido a alta temperatura, na ordem de 1400o C. Esta alta temperatura é mantida por vários minutos, tempo necessário para a formação do clínquer, substância que confere as propriedades hidráulicas ao cimento. Nas análises do clínquer não são encontra- dos compostos orgânicos, o que comprova a eficiência do processo. • Os compostos inorgânicos de maior importância são os metais pesados, mas eles não são estranhos ao processo, pois estão presentes no carvão, óleo e matérias- primas fazendo parte da estrutura cristalina do clínquer, sem prejudicar a quali- dade do produto • Não existem diferenças na lixiviabilidade dos metais, entre um cimento fabricado utilizando combustíveis tradicionais e um cimento fabricado utilizando resíduos industriais como insumo alternativo. 6.4-TRATAMENTOS BIOLÓGICOS O tratamento biológico de resíduos consiste na utilização de microrganismos vivos para estabilizar ou destruir contaminantes orgânicos e inorgânicos. Estes microrganismos utilizam os resíduos como fonte de energia e de carbono. A especificidade destas tecnologias restringe significativamente a sua aplicação. A degradação dos resíduos pode ser feita em meio aeróbio ou anaeróbio. Nos processos aeróbios, o O2 é utilizado para transformar as moléculas orgânicas complexas em CO2, vapor de água e eventualmente sais inorgânicos. Este mecanismo de degradação exige a presença de fósforo e nitrogênio, bem como outros elementos que funcionam como receptadores de elétrons. O desenvolvimento de microrganismos que vão degradar as moléculas dos resíduos tóxicos exige condições bem definidas, sem as quais os microrganismos não se desenvolvem. A capacidade de degradação pode ser definida em testes de laboratório em que se determina a quantidade de oxigênio e nutrientes necessária. A viabilidade do tratamento depende da concentração de nutrientes disponíveis, nitrogênio, fósforo e enxofre bem como, outros elementos essenciais que deverão ser controlados. As quantidades de água, temperatura, oxigênio, acidez ou alcalinidade do meio, bem como a presença de microrganismos competidores deve ser avaliada e condicionada. Os microrganismos promotores da degradação podem ser administrados adicionando estirpes mais adequadas. A manipulação genética permite prever a possibilidade do desenvolvimento de microrganismos particularmente resistentes a meios adversos, mas levantam graves objeções sobre as consequências ambientais resultantes da disseminação de novas estirpes com efeitos imprevisíveis. O fornecimento de oxigênio pode ser através da injeção de ar, o que aumenta os custos do processo ou pelo revolvimento, como no caso do landfarming. Landfarming: A tecnologia é classificada como tratamento biológico, pois utiliza-se da capacidade dos microrganismos degradar a matéria orgânica. Os constituintes do resíduo, a ser tratado são biodegradados, destoxificados, transformados e imobilizados através da atividade microbiana, das propriedades físicas e químicas do solo reduzindo assim, os riscos de contaminação ambiental. O processo de landfarming é uma tecnologia de remediação biológica de solos contaminados, lodos ou material com características, cuja ação dos microrganismos gera materiais inócuos para o ambiente, ou subprodutos estabilizados que não representam perigo. Figura 5 – Vantagens e desvantagens os Sistema de tratamento biológico. Fonte: TOCCHETTO, 2007, p.126 https://mtr.sinir.gov.br/ 6.5-COMPOSTAGEM As melhores práticas para gestão de resíduos orgânicos são a compostagem, que consiste na degradação dos resíduos com presença de oxigênio. A biodigestão, processo pelo qual ocorre a degradação dos resíduos com ausência de oxigênio. E a vermicompostagem que utiliza minhocas para a compostagem. A gestão de resíduos orgânicos busca uma solução sustentável para as fontes geradoras, evitando os aterros sanitários e o incremento da poluição. Antes da aprovação de leis ambientais, como a Política Nacional de Resíduos, os resíduos orgânicos eram destinados a aterros sanitários. No entanto, surgiram maneiras mais eco eficientes para a gestão desses resíduos e uma delas é a reciclagem por meio de tratamento biológico. Conforme a PNRS os resíduos orgânicos não devem ser descartados indiscriminadamente. É necessário que os geradores se esforcem para promover uma gestão de resíduos eficiente. A gestão de resíduos orgânicos contribui para o desenvolvimento sustentável aumentando a vida útil de aterros sanitários, reduzindo a geração dos resíduos e os destinando de forma ambientalmente correta. Além disso, a gestão viabiliza as ações de triagem dos resíduos recicláveis e reutilizáveis, contribuindo assim para a redução dos níveis de poluição ambiental. Fazer gestão de resíduos orgânicos significa adotar um conjunto de ações adequadas nas etapas de coleta, armazenamento, transporte, tratamento, destinação final e disposição final ambientalmente adequada. Objetivando a minimização da produção de resíduos, visando à preservação da saúde pública e a qualidade do meio ambiente. A compostagem pode ser realizada em escala doméstica, ou seja, reaproveitandoos restos de alimentos de casa nas composteiras para consumo da própria população ou em escala industrial para a produção de fertilizante orgânico. Os resíduos orgânicos são constituídos basicamente por restos de animais ou vegetais descartados de atividades humanas. A compostagem, biodigestão e vermicompostagem apresentam como melhores práticas para gestão de resíduos orgânicos. Além disso, são soluções para escapar de multas referentes ao descarte incorreto de resíduos orgânicos. Os resíduos orgânicos se degradam espontaneamente em ambientes naturais e reciclam os nutrientes nos processos da natureza. Tipos de resíduos orgânicos não recomendados para a compostagem: Frutas cítricas: a polpa e as cascas podem alterar o PH da terra, é o caso da laranja, abacaxi, limão, entre outros; Fezes de cães e gatos: esses resíduos podem conter parasitas e vírus, que trazem riscos potenciais às minhocas e às plantas. Laticínios: qualquer derivado de leite não pode ser compostado, pois a decomposição é muito lenta, causa um mau cheiro e atrai organismos indesejáveis; Carne: a decomposição de restos de frango, peixe e carne bovina são muito longas e causa mau cheiro, além de atrair animais; Nozes pretas: as nozes contêm um composto orgânico que é tóxico para alguns tipos de plantas; Derivados de trigo: como massa, bolo. Esses itens têm decomposição lenta em comparação com os demais e ainda atraem pragas; A maioria dos tipos de papel: revistas, jornais, papéis de impressão, envelopes e catálogos são todos tratados com químicos pesados, geralmente branqueadores (que contêm cloro) e tintas que não são biodegradáveis. A reciclagem é a solução; Arroz: depois de cozido é um ótimo local para bactérias, mas péssimo para a saúde humana e das plantas; Serragem de madeira tratada: se a serragem for oriunda de algum tipo de madeira envernizada ou quimicamente tratada, os componentes químicos irão prejudicar as minhocas; Carvão vegetal: possui grandes quantidades de enxofre e ferro, que fazem mal para as plantas; Plantas doentes: plantas com fungos ou outra doença podem passar para as plantas saudáveis; Gorduras: alimentos gordurosos podem liberar substância que retardam a compostagem e prejudicam o composto; Alho e cebola: têm decomposição muito lenta e trazem mau cheiro. Acabam desacelerando todo o processo de compostagem. Resumindo todos os tipos de alimentos servem para se fazer a compostagem. A compostagem do resíduo orgânico é um processo natural de decomposição que transformar os resíduos orgânicos em adubo de primeira qualidade. Separar, reciclar e reutilizar o que é possível são soluções básicas que podemos tomar para reduzir os impactos que os resíduos orgânicos trazem ao meio ambiente. Por isso, o reaproveitamento do resíduo orgânico na compostagem é uma ótima saída para reduzir a quantidade de lixo que produzimos. A compostagem pode ser realizada em escala doméstica, ou seja, reaproveitando os restos de alimentos de casa nas composteiras para consumo da própria população. Ou em escala industrial para a produção de fertilizante orgânico. Muitas empresas perceberam que a compostagem é uma alternativa de realizar o gerenciamento dos seus resíduos orgânicos, como também, uma forma de lucrar através da venda do resto do seu resíduo orgânico para outras empresas que produzem fertilizantes orgânicos. Nesse método eficiente, empresas encontram soluções lucrativas para resolver a questão do lixo produzido pelo negócio. As empresas que são certificadas na ISO 14001 ou desejam obter a certificação devem encontrar formas legais e plausíveis para o gerenciamento de resíduos orgânicos. Utilizada no mundo inteiro, a ISO 14001, norma focada na gestão ambiental, traz soluções e requisitos para manter a empresa alinhada com as leis referentes ao tratamento e disposição adequada dos resíduos orgânicos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) determina no art. 36, inciso V, a necessidade de implantação dos municípios de um sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos como uma forma de reaproveitamento. As principais leis do país em vigor aplicáveis ao reaproveitamento de resíduos orgânicos são: Lei nº 6894, de 16 de dezembro de 1980, que determina a inspeção e a fiscalização da produção e comercialização de fertilizantes; Resolução CONAMA n. 375, de 29 de agosto de 2006, que define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário; Resolução CONAMA Nº 481, de 3 de outubro de 2017, que define critérios e procedimentos para garantir controle e qualidade ambiental do processo de compostagem de resíduos orgânicos. 6.6-VERMICOMPOSTAGEM A vermicompostagem é um tipo de compostagem. Todavia, essa técnica utiliza minhocas para degradar a matéria orgânica presente no resíduo. Por utilizar minhocas, o processo é muito mais rápido que a compostagem tradicional, pois os vermes aceleram o processo de decomposição da matéria orgânica. O substrato formado no tratamento do resíduo orgânico é o húmus de minhoca. Um fertilizante muito rico em nutrientes. O húmus é inodoro, leve, macio, solto, finamente granulado e rico em minerais que são absorvidos pelas plantas. O seu pH neutro permite que o adubo seja colocado diretamente sobre raízes das plantas sem causar danos a elas, como queimaduras. As minhocas trituram os resíduos orgânicos, liberando um muco que facilita a decomposição por micro-organismos decompositores. Assim o processo de humificação é acelerado. Além disso, promove o desenvolvimento de uma grande população de micro- organismos. Assim sendo, o vermicomposto tem uma qualidade melhor do que o composto formado na compostagem tradicional. A comercialização do húmus é muito lucrativa para as empresas. A preocupação com o meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável aumenta a procura por produtos ecologicamente correto. As organizações que ofertam esses produtos estão se destacando no mercado. 6.7-BIODIGESTÃO A biodigestão de resíduos orgânicos é um processo parecido com a compostagem, no entanto é realizado em um ambiente totalmente anaeróbio (sem presença de oxigênio). Os subprodutos formados na biodigestão são o biogás composto basicamente por metano (CH4) e o gás carbônico (CO²). Assim é possível obter energia do resíduo e produzir energia, gerando lucro. E o biofertilizante, um produto muito rico em nutrientes e considerados um adubo natural, sem produtos químicos. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho aqui apresentado teve como fundamentos a importância da Gestão do Gerenciamento de Resíduos Industriais, pois gerenciar os resíduos provenientes do processo produtivo de forma a garantir a qualidade de vida dos trabalhadores e também de toda comunidade em que ela está inserida. A gestão de resíduos sólidos é muito mais do que uma questão essencialmente para a sobrevivência da indústria mais também faz parte de um processo em que o homem deve agir como transformador e ao mesmo tempo ser responsável pela sua preservação e criar meios e técnica para frear a destruição do meio ambiente (degradação), desenvolvendo métodos e ferramentas que possibilite a produção mais limpa e menor impacto possível ao meio ambiente com sustentabilidade. Precisamos mais que nunca mudar a mentalidade e o consumismo desenfreado, os custos de produção cada vez mais caros, as empresas buscam cada vez mais a redução de custos e de despesas, porém não podem deixar de lado a parte ambiental que tão importante quanto a produção em si. Com os tratamentos e disposição final dos resíduos cada vez mais caros, os geradores devem ser incentivados a gerar cada vez menos em seus processos. Figura 6– Exemplos de possíveis tratamentos para resíduos industriais. Fonte: PHILLIPPI JR, 2005, p.297 https://mtr.sinir.gov.br/ Por este motivo a política de diminuição da geração na fonte vem sendo largamente difundida e praticada no mundo inteiro, estando diretamente relacionada com outras práticas adotadas pelas empresas, tais como: aumento de produtividade e qualidade total, dentro desta visão preventiva devemos estar atentos no gerenciamento de resíduos. Atualmente muitas empresas têm enfrentado problemas de passivos ambientais devido à disposição inadequada de seus resíduos industriais, como a legislação estabelece que o responsável pelo dano ambiental (gerador) não pode simplesmente contratar uma empresa sem se quer verificar a documentação, referencias e acompanhar de perto o processo de destinação dos resíduos, por meio de inspeções, visitas e auditorias. Por outro lado, os gerenciadores (prestadores de serviço/ terceirizados) são co-responsáveis e devem estar tecnicamente capacitados para tal atividade. (PHILIPPI JR 2002, p298) Segundo Santos, Yamanaka e Pacheco (2005, p. 23) afirma que, Todas as atividades humanas interagem, em maior ou menor grau, com o meio ambiente consumindo recursos (diretamente como a água, ou indiretamente como matéria-prima), modificando o espaço ou gerando rejeitos (resíduos sólidos, efluentes líquidos ou emissões atmosféricas). A busca por soluções na área de resíduos reflete a demanda da sociedade que pressiona por mudanças motivadas pelos elevados custos socioeconômicos e ambientais. Se manejados adequadamente, os resíduos sólidos adquirem valor comercial e podem ser utilizados em forma de novas matérias-primas ou novos insumos utilizados nos processos industriais. A implantação de um Plano de Gestão de Gerenciamento de Resíduos Industriais trará reflexos positivos no âmbito social, ambiental e econômico, pois não só tende a diminuir o consumo dos recursos naturais, como proporciona a abertura de novos mercados, gera trabalho, emprego e renda, conduz à inclusão social e diminui os impactos ambientais provocados pela disposição inadequada dos resíduos. De acordo com Carvalho (1993, p.100) afirma que: A melhor forma de tratar os resíduos é não gerar. Assim sendo, deve ser feito um estudo para avaliar as reais possibilidades de redução de geração na indústria. Em primeiro lugar, deve-se evitar os resíduos que são gerados por desperdícios, erros operacionais etc. Em segundo plano, deve-se estudar os processos e verificar se através de modificações, não é possível a minimização deles. A preocupação com os resíduos vem sendo discutida há algumas décadas nas esferas nacional e internacional, devido à expansão da consciência coletiva com relação ao meio ambiente. Assim, a complexidade das atuais demandas ambientais, sociais e econômicas induz a um novo posicionamento dos três níveis de governo, da sociedade civil e da iniciativa privada. De acordo com a legislação ambiental os governantes e população tem seu dever, cada um conforme seu grau de responsabilidade em zelar por um meio ambiente saudável e sustentável para as gerações atuais e futuras. O nosso meio ambiente é muito importante e, portanto, é responsabilidade de todos nós cuidarmos dele. A cada dia, nosso ambiente está sendo mal-cuidado. Mas podemos mudar essa situação, pois com pequenas atitudes podemos mudar essa realidade. Lembre-se que cuidar do meio ambiente não é apenas uma preocupação de poucas pessoas, mas isso deve ser feito por todos nós. Este é um trabalho grande para todos, mas fazê-lo com outras pessoas em todo o mundo vai fazer com que o trabalho fique mais fácil. Além destes fatores, as práticas de minimização têm se mostrado economicamente vantajosas, já que oferecem a possibilidade de redução de custos de destinação, associada à alteração qualitativa e quantitativa dos resíduos e obtenção de receita pela comercialização dos produtos obtidos no tratamento e/ou separação dos resíduos. Os resíduos sem gerenciamento acarretam enormes passivos ambientais, exigindo técnicas de remediação para recuperar estas áreas degradadas, acarretando gastos volumosos para resolver um problema de forma pontual. A adoção de estratégias de minimização determina uma reavaliação dos processos produtivos utilizados na empresa, bem como modificações e substituições que resultam em: • eliminação do uso de matérias-primas e de insumos que contenham elementos perigosos; • otimização das reações químicas, tendo como resultado a minimização do uso de matérias-primas e redução, no possível, da geração de resíduos; • segregação, na origem, dos resíduos perigosos dos não perigosos; • eliminação de vazamento e perdas no processo; • promoção e estímulo ao reprocessamento e à reciclagem interna; • integração do processo produtivo em um ciclo que também inclua as alternativas para destruição dos resíduos e a maximização futura do reaproveitamento. Não se considera minimização, no entanto, a concentração de resíduos apenas para reduzir seu volume, sem a correspondente redução de sua toxicidade ou alternativas de disposição no solo. Da mesma forma, como não é razoável diluir um resíduo somente para atingir concentrações inferiores aos limites legais. Dentre as providências internas que podem contribuir para reduzir a quantidade de resíduos gerados está o controle rigoroso da qualidade das matérias-primas utilizadas, a aquisição de materiais não tóxicos, maiores cuidados com o armazenamento e com a movimentação de cargas perigosas. Em especial, deve ser dada atenção aos pontos críticos que geram maior quantidade de resíduos e ao controle dos processos produtivos que apresentam baixa eficiência, gerando resíduos a mais do que estimado. O estabelecimento de estratégia de minimização segue os seguintes passos: • Seleção da equipe: a equipe deverá ter conhecimento sobre engenharia de processo e ambiental, saúde ambiental e segurança, certificação de produto e qualidade, compras, parte jurídica, finanças e a capacidade de manter bom relacionamento; • Revisão de pré-inspeção: reavaliar oportunidade/importância da minimização de resíduos e aspectos envolvidos; • Visita a unidade: checagem das informações previamente listadas; • Identificação e listagem das possíveis medidas para redução de resíduos; • Análise técnica de alternativas; • Análise econômica; • Estabelecimento de um programa de implementação e acompanhamento; • Relatório conciso com todas as informações relevantes sobre as alternativas selecionadas para implementação e os possíveis benefícios para empresa. Um programa de minimização de resíduos utiliza basicamente duas estratégias: redução na fonte e reciclagem como mostra a Figura 6 (Rocca et al , 1993). 8. REFERÊNCIAS (NAS NORMAS DA ABNT) CONAMA nº 313/02 – Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. CONAMA nº 358/05 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. CONAMA nº 481/17 – Estabelece critérios e procedimentos para garantir o controle e a qualidade ambiental do processo de compostagem de resíduos orgânicos, e dá outras providências. BRASIL. (1981). Lei nº Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 02 set. 1981. BRASIL. (2001). Ministério do Meio Ambiente (MMA). Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução CONAMA Nº 275 de 2001. Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 jun. 2001. BRASIL. (2002). Ministério do Meio Ambiente (MMA). Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).Resolução CONAMA Nº 313 de 2002. Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 nov. 2002. Figura 7 – Programa de Minimização de resíduos. Fonte: Rocca et al, 1993 BRASIL. (2017). Ministério do Meio Ambiente (MMA). Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução CONAMA Nº 481 de 2017. Estabelece critérios e procedimentos para garantir o controle e a qualidade ambiental do processo de compostagem de resíduos orgânicos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 04 out. 2017. ABNT. NBR 10.004:2004 Resíduos Sólidos – Classificação 2ª edição – Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT. Sistemas de gestão ambiental - Especificação e diretrizes para o uso, NBR ISO 14001. Rio de Janeiro, 1996. ABNT. NBR 11.174 – Armazenamento de Resíduos Inertes (II b) e Não Inertes (II a) Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT/ NBR 12.235 – Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos – Associação Brasileira de Normas Técnicas. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2005. DEZOTTI, M. Processos e Técnicas para o Controle Ambiental de Efluentes Líquidos. E-papers Serviços Editorias Ltda. 2008. Donaire, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2ed. São Paulo: Atlas; 1999; Lei 12.305 Política Nacional de Resíduos Sólidos e Lei 9.605 Crimes Ambientais Fontes: www.dinamicambiental.com.br https://saojoaquimonline.com.br/destaque/2020/03/02/entenda-o-manifesto-de- transporte-de-residuos-e-a-obrigacao-para-as-empresas/ https://www.vgresiduos.com.br/blog/qual-tipo-de-residuo-organico-pode-ser- reaproveitado-na-compostagem/ http://www.resol.com.br/cartilha11/gerenciamento_etapas.php http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/7924/1/planogerenciamentoresiduos vidracaria.pdf http://info.opersan.com.br/residuos-classe-1-ou-residuos-classe-2-qual-e-a-diferenca https://allonda.com/blog/gestao-de-residuo/o-que-e-gestao-de-residuos-industriais/ https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos https://sinir.gov.br/informacoes/sobre/0 http://www.dinamicambiental.com.br/ https://saojoaquimonline.com.br/destaque/2020/03/02/entenda-o-manifesto-de-transporte-de-residuos-e-a-obrigacao-para-as-empresas/ https://saojoaquimonline.com.br/destaque/2020/03/02/entenda-o-manifesto-de-transporte-de-residuos-e-a-obrigacao-para-as-empresas/ https://www.vgresiduos.com.br/blog/qual-tipo-de-residuo-organico-pode-ser-reaproveitado-na-compostagem/ https://www.vgresiduos.com.br/blog/qual-tipo-de-residuo-organico-pode-ser-reaproveitado-na-compostagem/ http://www.resol.com.br/cartilha11/gerenciamento_etapas.php http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/7924/1/planogerenciamentoresiduosvidracaria.pdf http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/7924/1/planogerenciamentoresiduosvidracaria.pdf http://info.opersan.com.br/residuos-classe-1-ou-residuos-classe-2-qual-e-a-diferenca https://allonda.com/blog/gestao-de-residuo/o-que-e-gestao-de-residuos-industriais/ https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos https://sinir.gov.br/informacoes/sobre/