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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA 
 
 
 
 
 
ELOÍSA MENEZES PEREIRA COÊLHO 
JOAQUIM LUCIANO DE PAULA NETO 
MURILO SILVA MELLO 
SANDRO MERCIER 
THIAGO LIMA DE OLIVEIRA 
VICTOR SAMUEL ALZEMAN 
 
 
 
 
 
PRÁTICA DE SOLDAGEM–ELETRODO REVESTIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO MATEUS 
2024 
 
 
 
ELOÍSA MENEZES PEREIRA COÊLHO 
JOAQUIM LUCIANO DE PAULA NETO 
MURILO SILVA MELLO 
SANDRO MERCIER 
THIAGO LIMA DE OLIVEIRA 
VICTOR SAMUEL ALZEMAN 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA DE SOLDAGEM–ELETRODO REVESTIDO 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso de Bacharelado em 
Engenharia Mecânica do Instituto Federal do 
Espírito Santo, campus São Mateus, como parte dos 
requisitos da disciplina de Processos de Fabricação 
I. 
Professor: Dr. Diego Mendonça Taborda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO MATEUS 
2024
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A disciplina de Processos de Fabricação I envolve o estudo dos métodos e técnicas 
utilizadas na fabricação de peças e componentes mecânicos. Ela engloba desde os processos 
convencionais, como usinagem, conformação mecânica, fundição e soldagem, até tecnologias 
mais avançadas, como manufatura aditiva (impressão 3D) e automação. 
Um desses processos é a soldagem manual que utiliza um arco elétrico para fundir o 
metal e unir as peças. Conforme a AWS (Americam Welding Society, 1995), soldagem é o 
"Processo de união de materiais usados para obter a coalescência localizada de metais e não 
metais, produzida por aquecimento até uma temperatura adequada, com ou sem a utilização de 
pressão e/ou material de adição”. O processo de soldagem eletrodo revestido pode ser 
considerado um dos mais versáteis dos processos de soldagem. Ao possuir uma variedade muito 
grande de tipos de eletrodos que vão desde os tecnologicamente mais simples até os eletrodos 
especiais para ligas específicas, além de abranger faixas de bitolas que podem ir de 1,5 mm até 
espessuras que excedem 50 mm Pinheiro (2005). O arco elétrico decompõe esse revestimento 
do eletrodo gerando, assim, uma coluna de gases entre a ponta do eletrodo e a peça. O metal 
fundido do eletrodo é transferido para a peça, formando uma poça de metal fundido protegida 
da atmosfera pelos gases de combustão do eletrodo Modenesi e Marques (2006). 
O presente trabalho tem por objetivo por meio da realização de um relatório, construir 
uma familiarização entre o arranjo e a operação do equipamento usado na soldagem manual 
com eletrodos revestidos, além de compreender os consumíveis utilizados e o processo de 
seleção dos parâmetros de soldagem, assim como a técnica de operação adequada. 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
O processo de soldagem por eletrodo, exemplificado pela Figura 1, consiste 
basicamente em manter o arco elétrico entre o eletrodo revestido e as peças a serem soldadas, 
obtendo a união entre as peças por meio do aquecimento localizado obtido pelo arco elétrico 
Modenesi e Marques (2006). Na solda por eletrodo revestido o calor gerado pelo arco funde 
simultaneamente o eletrodo e o material da peça, criando uma poça de metal fundido. O metal 
derretido do eletrodo é transferido para a peça, formando uma poça, protegendo o material 
contra a atmosfera (oxigênio e nitrogênio) pelos gases liberados durante a combustão do 
revestimento Pinheiro (2005). Além disso, o revestimento do eletrodo, ao ser consumido, 
 
 
 
estabiliza o arco, protege o metal fundido por meio de uma camada de escória e gases, e adiciona 
elementos de liga e desoxidantes à poça. A escória, gerada pela queima de componentes do 
revestimento, fornece uma proteção adicional tanto ao metal depositado quanto às gotas de 
metal fundido ejetadas, garantindo a integridade do processo, como mostrado na Figura 2. 
 
Figura 1 - Equipamento de soldagem SMAW. 
 
Fonte: Modenesi e Marques (2006). 
 
Figura 2 - Processo de soldagem com eletrodo revestido. 
 
Fonte: Modenesi e Marques (2006). 
 
Um posto de soldagem com eletrodos revestidos é composto, em geral, por uma mesa 
de soldagem, uma fonte de energia (CC ou CA) que controla o nível de corrente de soldagem, 
cabos, porta-eletrodo, eletrodos, ferramentas e materiais de segurança. A fonte de energia pode 
 
 
 
apresentar diversas variações, em termos de projeto e características operacionais, conforme o 
seu fabricante e capacidade. Contudo, esta deve ter saída do tipo corrente constante com 
capacidade e tipo de corrente adequados para os eletrodos utilizados. Os cabos, o porta-eletrodo 
e a lente de proteção também devem adequados para o nível de corrente utilizado. 
 
Figura 3 – Curva de saída tensão (V) x corrente (I) típica de uma fonte para soldagem com 
eletrodos revestidos. 
 
Fonte: Modenesi e Marques (2006). 
 
Os eletrodos revestidos são condutores metálicos que permitem a passagem de corrente 
elétrica. Constituem de uma alma metálica envolta de uma camada de materiais orgânicos ou 
minerais, o material do metal de base pode ser ou não do mesmo metal a ser soldado, uma vez 
que existem revestimentos que complementam as propriedades químicas do metal de base. 
Utilizado na soldagem de estruturas metálicas e montagem de vários equipamentos, tanto na 
oficina quanto no campo e até debaixo d’água. É um processo predominantemente manual, 
porém pode admitir alguma variação mecanizada. Os materiais soldados por esse processo são 
variados, como: aço carbono, aço de baixa liga, média e alta ligas, aços inoxidáveis, ferros 
fundidos, alumínio, cobre, níquel e liga destes materiais. 
Um dos benefícios da soldagem por eletrodo revestido é sua alta disponibilidade no 
mercado e seu baixo custo, havendo, como já dito, diferentes tipos de eletrodo dependendo do 
metal de base e do revestimento como mostrado na Tabela 1. 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1 - Tipo e faixa de corrente ilustrativa para diferentes eletrodos revestidos 
 
Fonte: DEMET – UFMG. 
 
3. PROCEDIMENTOS 
Os Materiais e equipamentos utilizados nesse experimento foram fornecidos pelo 
professor sendo realizado no laboratório de soldagens do IFES-Campus São Mateus, a partir 
do roteiro proposto, e visando cumprir os objetivos do experimento, O instrutor mostra o 
equipamento a ser utilizado demonstrando seu funcionamento e enfatizando as regras de 
segurança. Inicialmente cada grupo cortou uma barra chata de 50x150x8 mm com um uso 
de uma esmerilhadeira com um disco de corte. Após cortadas na medida proposta com o uso 
de um disco flap as peças passaram por um processo de polimento visando melhorar a 
condução elétrica da peça conforme mostra a Figura 4, para facilitar o trabalho de soldagem. 
Figura 4 - Barra chata polida e esmerilhadeira. 
 
Fonte: Autores. 
 
 
 
Com a Máquina de solda regulada conforme a Tabela 1 para um eletrodo modelo 
E6013, foram realizados testes com o objetivo de os alunos aprenderem a abrir o arco. Após 
aprender a utilizar a máquina de solda e manusear o porta eletrodo foram feitos uma série de 
testes para verificar a variação da poça de solda conforme a mudança da amperagem da máquina, 
assim como demonstra a Tabela 2 e Figura 5. 
 
Tabela 2 - Descrição de variação de amperagem por numeração da poça. 
 
 
Acervo próprio 
 
Fonte: Autores. 
 
Figura 5 - Poças por variação de ampere e interface da máquina de solda. 
 
Fonte: Autores. 
 
Essa prática possibilitou observar como a amperagem influencia na qualidade da 
solda, em seguida foram feitos cordões de solda com e sem tecimento conforme demonstra 
a Figura 6 e 7 respectivamente, alterando os tipos de eletrodos e a polaridade da solda. 
 
 
 
 
Figura 6 - Cordões de solda com tecimento. 
 
Fonte: Autores. 
Figura 7 - Cordão de solda sem tecimento. 
 
Fonte: Autores. 
4. RESULTADOS 
Alguns fatores observados ao realizar a prática de soldagem foi a importância do uso dos 
equipamentos deproteção individual, devido ao fato de que é um processo que requer muita atenção do 
operador e pode gerar um risco tanto para ele quanto para quem estiver perto. 
 
 
 
Além desses equipamentos foram apresentados os eletrodos e todos os cuidados necessários 
de manuseio operação e armazenamento, dessa forma a utilização da soldagem por eletrodo revestido 
requer uma precaução envolvendo EPI’s como a utilização de jalecos para não ocorrerem queimaduras 
por respingos, o mesmo vale para o uso de luvas, a atenção ao parceiro ao lado para que o descuido não 
interfira na integridade de outro, e principalmente a máscara, devido ao fato do eletrodo a partir do 
momento em que abre o arco, emana uma chama extremamente luminosa bastante nociva aos olhos. 
Durante o trabalho foram utilizados diversos tipos de eletrodos em que em cada um deles foi 
possível observar uma maior facilidade de controlar a velocidade da deposição de solda ou manejo do 
cordão, como no E6013 e E7018, fazendo até que o cordão ficasse fino como na Figura 7, mas outro em 
que foi mais difícil de aplicar alguma técnica de construção do cordão como o E6010 deixando-o com 
um aspecto mais engrossado, fundindo o metal base como visto na Figura 6. 
Para quem almeja se tornar um profissional na área de soldagem é necessário que a pessoa 
tenha um vasto conhecimento teórico sobre o assunto e em questões de segurança do trabalho devido às 
adversidades encontradas na área, mas, além disso, é necessário que a pessoa tenha muita dedicação, 
pois para se tornar um bom profissional com boas técnicas desenvolvidas, é conseguido através da 
experiência, e até alcançar experiência suficiente haverá dificuldades, pois as técnicas são adquiridas 
com tempo. 
 
5. CONCLUSÃO 
Durante a prática de soldagem de eletrodo revestido, seguimos as orientações do professor e 
acompanhamos o roteiro cuidadosamente, o que foi fundamental para o nosso aprendizado. Tivemos a 
oportunidade de treinar a abertura do arco elétrico e a execução do cordão de solda utilizando diferentes 
tipos de eletrodos, como E6010, E6013 e E7018. A variação da amperagem e dos tipos de tecimento 
nos permitiu observar como essas alterações influenciam diretamente na qualidade da solda. 
 
Ao longo da prática foi possível identificar dificuldades durante a execução da soldagem como a 
abertura do arco elétrico e o mantenimento do arco aberto principalmente com o eletrodo E7018, além 
de não conseguirmos fazer o cordão de solda com certos tipos de tecimento. Outra dificuldade foi 
acharmos uma amperagem ideal para a soldagem, pois mesmo seguindo a tabela de recomendação muita 
das vezes a amperagem não era suficiente para a abertura do arco, o que pode ser em decorrência da 
falta de calibragem da máquina. 
 
 
 
 
6. REFERÊNCIAS 
GIMENES JR., L., & Pinto ramalho, J. (n.d.). Tecnologias dos processos de soldagem e corte. 
 
MODENESI, P. J. Terminologia Usual de Soldagem e Símbolos de Soldagem. Apostila do 
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG. Belo Horizonte, 2001.0 
 
PEREIRA, W. A. Processos de Soldagem – Parte 2. Apostila da disciplina Fundição e Soldagem da 
Faculdade de Engenharia Mecânica da UNIRV. Rio Verde, 2000. 
 
PINHEIRO, A, C, F, B. Estruturas metálicas: Cálculos, detalhes, exercícios e projetos. 2ª ed. São 
Paulo: EdgarBlucher, 2005.

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