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Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros G LO BA L FI N A N CI A L M A N AG EM EN T - B U S5 10 - 2. 2 Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 2/13 Objetivos de Aprendizagem • Entender como os riscos financeiros são classificados e as etapas do gerenciamento de riscos. Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros Conteúdo organizado por Daniela Doms em 2018 do livro Handbook of Key Global Financial Markets, Institutions and Infrastructure, publicado em 2013 por Gerard Caprio Jr. Revisão 2021 https://player.vimeo.com/video/490034408 Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 3/13 Introdução Diante da imprevisibilidade do mercado financeiro, torna-se necessário compreender os principais riscos deste mercado, pois assim é possível gerenciá-los de maneira segura e eficiente. Para tanto, ainda que haja regulação, é preciso constante atualização de conhecimentos e informações. O gerenciamento dos riscos de investimentos financeiros envolve três fases: avaliação do desempenho, medição de riscos e estruturação de carteiras, conforme veremos a seguir. Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros No mercado financeiro há diversas opções de investimentos, e como já vimos, estes possuem riscos e incertezas. Conhecer as alternativas de investimentos e obter informações sobre eles é de fundamental importância para a gestão de riscos. De acordo com Assaf Neto (2011), os principais riscos no mercado financeiro podem ser classificados da seguinte forma: Risco de variação das taxas de juros: ocorre quando há um descasamento entre os prazos dos ativos (aplicações) e passivos (captações) ou quando uma aplicação sofre interferência da variação da taxa de juros. Risco de crédito: definido como a possibilidade do não recebimento dos valores prometidos, devido à possibilidade do devedor não cumprir suas obrigações financeiras na data prevista, tornando-se inadimplente. Risco de mercado: relacionado à oscilação do preço dos ativos e passivos negociados no mercado. Pode ser entendido como as possibilidades de perda decorrente das variações de preço do ativo no mercado. Risco operacional: possibilidade de perdas determinadas por erros humanos, falhas de sistemas, eventos externos, fraudes, entre outros. Geralmente está voltado para as pessoas, os processos e a tecnologia utilizada. Risco de câmbio: decorrente das variações cambiais quando uma aplicação é feita no exterior, devido ao descasamento de posições em moedas estrangeiras. Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 4/13 Risco soberano: restrições que um país pode impor aos fluxos financeiros, como por exemplo, determinando limites à entrada e saída de capitais ou até mesmo a suspensão. Risco de liquidez: relacionado à disponibilidade imediata de caixa diante da demanda por parte dos depositantes e aplicadores, o que pode ocorrer diante de instabilidade do mercado ou devido a informações ruins sobre uma instituição financeira. Risco legal: decorre da falta de legislação atualizada sobre um determinado assunto no mercado financeiro ou da falta de padronização jurídica e termos nos contratos financeiros entre países. Para Duarte Júnior (2005, p. 19), o processo de tomada de decisão no gerenciamento de risco é dividido em três fases, as quais compõem o programa de gerenciamento de risco: https://player.vimeo.com/video/490034850 Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 5/13 1. Avaliação de desempenho. Está relacionada ao desempenho passado. O objetivo desta fase é analisar o desempenho das carteiras administradas pela empresa tendo como ponto de comparação um determinado benchmark. A avaliação do desempenho de investimentos pode também ser utilizada como base para uma avaliação do desempenho de gestores internos de carteiras, como no caso em que dois deles, atuando nos mesmos mercados, com os mesmos mandatos e controles, são comparados entre si. 2. Medição dos riscos. Está relacionada com as exposições presentes. O objetivo desta fase é identificar e medir a exposição atual das carteiras administradas pela empresa, mapeando a exposição aos fatores de risco (tais como taxas de juros, preços de ações, probabilidade de inadimplência, concentração de crédito em setores da economia, etc.). 3. Estruturação de carteiras. Está relacionada ao posicionamento futuro. O objetivo desta fase é analisar como as carteiras devem ser posicionadas no mercado hoje, dado um conjunto de cenários para o próximo período de investimento. Mellagi e Ishikawa (2012) apontam que uma das formas de gerenciamento de risco das instituições financeiras e das empresas é a mensuração do risco através de empresas especializadas, pois essas empresas atendem aos propósitos de saber o nível de risco quando se compra um título e mostrar a qualidade de uma oferta pública de título, como por exemplo as debêntures. Os autores destacam ainda que a classificação de um título influencia no seu rendimento. Esta classificação é chamada de rating, conforme observada na Figura 1, e pode ser aplicada tanto à classificação de títulos, instituições financeiras, empresas e países, sendo capaz de distinguir investimentos seguros e os investimentos de risco ou especulativos. Sendo as principais agências internacionais de classificação de risco: Standard & Poor’s (S&P), a Fitch Ratings e a Mood’s Investor a Services. Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 6/13 Figura 1 – Dispositivos de gerenciamento de riscos Fonte: Mellagi e Ishikawa (2012, p. 226). Para realizar investimentos no mercado financeiro é imprescindível que o investidor tenha conhecimento da estrutura deste mercado, das tendências e do gerenciamento de riscos, assim será capaz de diversificar seus ativos, buscando minimizar os riscos não sistemáticos, ou seja, os riscos comuns de mercado, também chamados de riscos não diversificáveis, pois estão relacionados as condições macroeconômicas que os investidores individuais não podem controlar. Embora o risco de mercado não possa ser eliminado, é possível que este seja gerenciado, contribuindo assim para a tomada de decisão mais acertada em relação aos retornos esperados. Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 7/13 “De um modo geral, o risco total de um ativo é subdividido em uma parcela causada por eventos controláveis e uma parcela causada por eventos não controláveis. Segundo Mellagi e Ishikawa (2012, p. 208), há dois tipos de risco, segundo a literatura financeira tradicional: Risco não-sistemático: risco relacionado ao próprio desempenho do investimento. Também chamado de risco “diversificável”, devido à possibilidade de sua diluição em uma carteira (ou seja, junto com outros investimentos) e risco “do negócio”. Risco sistemático: também chamado de risco “não-diversificável”, risco de “mercado” e risco “comum”. A princípio, é um risco relacionado às condições macroeconômicas e está fora do controle do investidor individual, afetando todos os seguimentos econômicos”. Pereira (2014, p. 100). Saiba Mais É importante considerar a dinâmica e a complexidade dos mercados financeiros, bem como a rapidez das informações, proporcionada pelos avanços da tecnologia, e buscar conhecimento e atualização constante quanto aos riscos e incertezas que são associados às alternativas de investimentos, pois assim é possível adequar as expectativas em relação aos retornos e às limitações de cada tipo de investimento. Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 8/13 Em Resumo Ainda que haja regulação do mercado financeiro, as estratégias de investimentos não estão, por isso, livres dos riscos, o que exige que os investidores estejam sempre atentos aos mercados específicos, suas normas e regras, atualizando seu conhecimento e as informações, fator fundamental para assegurar decisões mais seguras e eficientes. Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/490034850Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 9/13 Referências Bibliográficas Assaf Neto, A (2011). Mercado Financeiro. 9ª Edição. São Paulo: Atlas. Duarte Júnior, A M (2005). Gestão de Riscos para Fundos de Investimentos. São Paulo: Prentice Hall. Mellagi Filho, A. Ishikawa, S (2012). Mercado Financeiro e de Capitais. 2ª Edição. São Paulo: Atlas. Pereira, A L (2014). Riscos e incertezas associados aos investimentos no mercado financeiro, Negócios em Projeção. Brasil. Disponível em: Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 10/13 ATIVIDADES DE AUTOESTUDO 1. Risco relacionado ao próprio desempenho do investimento. Também chamado de risco “diversificável”, devido à possibilidade de sua diluição em uma carteira (ou seja, junto com outros investimentos) e risco “do negócio”. A descrição acima refere-se ao: a) Risco sistemático b) Risco aleatório c) Risco não-sistemático d) Risco de liquidez Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 11/13 a) às exposições presentes. b) ao posicionamento futuro. c) aos ganhos ou prejuízos proporcionados por um investimento d) à oscilação do preço dos ativos e passivos negociados no mercado. 2. O risco de mercado está relacionado: Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 12/13 a) desempenho passado b) desempenho presente c) desempenho futuro d) desempenho do conjunto de cenários 3. No gerenciamento de riscos, a avaliação do de- sempenho refere-se ao: Classificação e Gerenciamento dos Riscos Financeiros • 13/13 Im ag en s: Sh utt er st oc k Livro de referência: Handbook of Key Global Financial Markets, Institutions and Infrastructure by Gerard Caprio Jr. (ed) Academic Press © 2013