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Aula 10 - Generalidades 
 
UNIDADE 4 – DRENAGEM URBNA 
 
 
 
 
 
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Unidade 10 – Drenagem Urbana 
 
Aula 10: Generalidades 
 
No processo de assentamento dos agrupamentos populacionais, o sistema de drenagem se 
sobressai como um dos mais sensíveis dos problemas causados pela urbanização, tanto em 
razão das dificuldades de esgotamento das águas pluviais quanto em razão da interferência 
com os demais sistemas de infraestrutura, além de que, com retenção da água na superfície 
do solo, surgem diversos problemas que afetam diretamente a qualidade de vida desta 
população. 
 
1. Introdução 
O sistema de drenagem de um núcleo habitacional é o mais destacado no processo de 
expansão urbana, ou seja, o que mais facilmente comprova a sua ineficiência, 
imediatamente após as precipitações significativas, trazendo transtornos à população 
quando causa inundações e alagamentos. Além desses problemas gerados, também 
propicia o aparecimento de doenças como a leptospirose, diarreias, febre tifoide e a 
proliferação dos mosquitos anofelinos, que podem disseminar a malária. E, para isso tudo, 
estas águas deverão ser drenadas e como medida preventiva adotar-se um sistema de 
escoamento eficaz que possa sofrer adaptações, para atender à evolução urbanística, que 
aparece no decorrer do tempo. 
Para que este objetivo seja atingido, é de fundamental importância a realização de 
pesquisas entomoepidemiológicas detalhadas, para identificação com precisão dos locais 
escolhidos pelo vetor para reprodução, de forma a orientar as ações de drenagem. 
Um sistema geral de drenagem urbana é constituído pelos sistemas de 
macrodrenagem e macrodrenagem. Sob o ponto de vista sanitário, a drenagem visa 
principalmente: 
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• Desobstruir os cursos d’água dos igarapés e riachos, para eliminação dos 
criadouros (formação de lagoas); 
• A não propagação de algumas doenças de veiculação hídrica. 
2. Conceitos 
2.1. Microdrenagem 
A microdrenagem urbana é definida pelo sistema de condutos pluviais a nível de 
loteamento ou de rede primária urbana, que propicia a ocupação do espaço urbano ou 
periurbano por uma forma artificial de assentamento, adaptando-se ao sistema de 
circulação viária. É formada de: 
• Boca de lobo: dispositivos para captação de águas pluviais, localizados nas 
sarjetas; 
• Sarjetas: elemento de drenagem das vias públicas. A calha formada é a 
receptora das águas pluviais que incidem sobre as vias públicas e que para 
elas escoam; 
• Poço de visita: dispositivos localizados em pontos convenientes do sistema de 
galerias para permitirem mudança de direção, mudança de declividade, 
mudança de diâmetro e limpeza das canalizações; 
• Tubos de ligações: são canalizações destinadas a conduzir as águas pluviais 
captadas nas bocas de lobo para a galeria ou para os poços de visita; 
• Condutos: obras destinadas à condução das águas superficiais coletadas. 
2.2. Macrodrenagem 
É um conjunto de obras que visam melhorar as condições de escoamento de forma a 
atenuar os problemas de erosões, assoreamento e inundações ao longo dos principais 
talvegues (fundo de vale). Ela é responsável pelo escoamento final das águas, a qual pode 
ser formada por canais naturais ou artificiais, galerias de grandes dimensões e estruturas 
auxiliares. A macrodrenagem de uma zona urbana corresponde à rede de drenagem natural 
pré-existente nos terrenos antes da ocupação, sendo constituída pelos igarapés, córregos, 
riachos e rios localizados nos talvegues e valas. 
Os canais são cursos d’água artificiais destinados a conduzir água à superfície livre. A 
topografia do terreno, natureza do solo e o tipo de escoamento, determinam a forma da 
seção a ser adotada, as inclinações de taludes e declividade longitudinal dos canais. 
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Apesar de independentes, as obras de macrodrenagem mantêm um estreito 
relacionamento com o sistema de drenagem urbano, devendo, portanto, serem projetadas 
conjuntamente para uma determinada área. 
As obras de macrodrenagem consistem em: 
• Retificação e/ou ampliação das seções de cursos naturais; 
• Construção de canais artificiais ou galerias de grandes dimensões; 
• Estruturas auxiliares para proteção contra erosões e assoreamento, travessias 
(obras de arte) e estações de bombeamento. 
 
As razões para a necessidade de implantar ou ampliar nos centros urbanos, as vias de 
macrodrenagem são: 
• Saneamento de áreas alagadiças; 
• Ampliação da malha viária em vales ocupados; 
• Evitar o aumento de contribuição de sedimento provocado pelo 
desmatamento e manejo inadequado dos terrenos, lixos lançados sobre os 
leitos; 
• Ocupação dos leitos secundários de córregos. 
2.3. Licenciamento Ambiental 
Para a execução de qualquer obra de drenagem, deverá ser obtida no órgão de 
proteção ambiental do município ou do estado a: 
• “I - Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, 
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e 
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condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua 
implementação;” 
• “II - Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou 
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas 
e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais 
condicionantes, da qual constituem motivo determinante;” 
• “III - Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou 
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta 
das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e 
condicionantes determinados para a operação.” 
“Parágrafo único – As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou 
sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou 
atividade”. 
2.4. Tipos de Drenagens 
Os principais tipos de drenagens são caracterizados conforme descrições a seguir. 
2.4.1. Superficial 
É utilizada mais adequadamente para terrenos planos, com capa superficial 
sustentável e subsolo rochoso ou argiloso impermeável, impede o encharcamento do 
terreno, evita a saturação prolongada do solo e acelera a passagem de água sem risco de 
erosão e acumulação de lama no leito. Consta dos seguintes serviços: 
• Preparação da superfície do terreno; 
• Melhoria dos leitos naturais das águas; 
• Construção de valas. 
2.4.2. Subterrânea 
A drenagem subterrânea tem como objetivo descer o lençol freático até um nível que 
favoreça os cultivos e garantir a estabilidade das estradas e a segurança das construções. 
A drenagem subterrânea, utilizando valas, é aplicada nos casos em que não é preciso 
descer o lençol freático mais que 1,5 m, isto porque o volume de terra a ser removido será 
proporcional ao quadrado da profundidade da vala. 
 
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2.4.3. Vertical 
É utilizada em terrenos planos quase sem declive para que a água drene, como nos 
pântanos e marisma. Estes terrenos possuem uma capa superficial encharcada por existir 
abaixo dela uma camada impermeável, impedindo, assim, a infiltração. Poder-se-á dar saída 
às águas superficiais e subterrâneas, pelos poços verticais, fincados ou perfurados, 
preenchidos com pedras, cascalho ou areia grossa, protegendo assim, a sua estabilidade. 
Deve-se tomar precauções, em decorrência deste tipo de drenagem ocasionar risco de 
contaminação das águas subterrâneas. 
2.4.4. Elevação MecânicaÉ utilizada nas seguintes situações: 
• Quando o nível da água a ser bombeada é inferior ao nível do local destinado 
a receber o líquido, uma vez que não há carga hidráulica no extremo inferior 
da área a ser drenada; 
• Quando o lençol freático do terreno é elevado, podendo-se substituir a rede 
de drenagem superficial por sistema de poços, a partir do bombeamento para 
as valas coletoras. 
2.5. Critérios e Estudos para Obras de Drenagens 
Devem ser levados em consideração os seguintes critérios. 
• Levantamento topográfico que permita: 
✓ Avaliar o volume da água empoçada; 
✓ Conhecer a superfície do pântano em diferentes alturas; 
✓ Determinar a profundidade do ponto mais baixo a drenar; 
✓ Encontrar a localização de uma saída apropriada; e 
✓ Determinar o traçado dos canais ou valas; 
• Estudo da origem da água que alimenta a área alagada, análise das 
consequências prováveis da vazão máxima e mínima, o uso da água e a 
reprodução de vetores; 
• Estudo do subsolo com ênfase na sua permeabilidade; 
• Distâncias a zonas povoadas, de trabalho ou lazer; 
• Exame da possibilidade de utilizar o material ao escavar as valas; 
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• Estudo das consequências ecológicas e da aceitação da drenagem pela 
população. 
3. Infraestrutura de Água no Meio Urbano 
A saber, os principais sistemas hídricos em ambiente urbano, uns já estudados, outros 
em estudos e alguns apenas para conhecimento, são: 
• Mananciais de águas; 
• Abastecimento de água; 
• Coleta e tratamento de águas servidas (efluentes domésticos e industriais); 
• Controle da drenagem urbana; 
• Controle de inundações ribeirinhas. 
Os mananciais de água urbana são as fontes superficiais ou subterrâneas de água para 
abastecimento humano, animal e industrial. Os mananciais superficiais são os rios e lagos 
adjacentes às comunidades. Nestes sistemas, a quantidade de água disponível varia ao 
longo do tempo e, para atender a demanda, muitas vezes é necessário construir um 
reservatório para garantir o atendimento da demanda hídrica da comunidade ao longo do 
tempo. Os mananciais subterrâneos são os aquíferos que armazenam água no subsolo e 
permitem o atendimento da demanda através de bombeamento. A água subterrânea 
geralmente é utilizada em cidades pequenas e médias, pois depende da capacidade do 
aquífero de suportar a vazão que se deseja retirar sem comprometer seu balanço de 
entrada e saída de água. 
O abastecimento de água envolve a utilização da água extraída de mananciais que é 
transportada até a estação de tratamento de água (ETA) e depois distribuída à população 
por uma rede de encanamentos. Este sistema depende de suntuosos investimentos, 
geralmente públicos, para garantir água em quantidade e qualidade adequada à população. 
O assunto é melhor aprofundado na disciplina de Instalações Hidráulicas – Água Fria e 
Quente. 
O sistema de coleta e tratamento de águas servidas, como estudado em sulas 
anteriores, é o sistema de coleta dos efluentes residenciais, comerciais e industriais, de 
transporte deste volume, tratamento numa estação de tratamento de esgoto (ETE) e 
despejo da água tratada de volta ao sistema hídrico natural. 
O controle de inundações ribeirinhas consiste em evitar que a população seja atingida 
pelas inundações naturais. Os rios nos períodos chuvosos extravasam seu leito menor e 
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ocupam o leito maior, dentro de um processo natural. Como isto ocorre de forma irregular 
ao longo do tempo, a população tende a ocupar o leito maior, ficando sujeita ao impacto 
das inundações. 
A drenagem urbana, como se sabe, envolve a rede de coleta de água precipitada sobre 
as superfícies urbanas, tratamento, que acaba acontecendo apenas nos casos em que é 
conduzida conjuntamente com as águas servidas, e o retorno aos rios. Como as cidades, 
geralmente, encontram-se assentadas em proximidades de corpos hídricos, o controle de 
inundações ribeirinhas passa a ser efetuada conjuntamente com o controle da drenagem. 
Assim como inundações ribeirinhas impactam e influenciam o controle da drenagem 
de pluviais, outros setores apresentam interfaces que, num planejamento integrado, devem 
ser consideradas. 
3.1. Inundações Ribeirinhas 
Um vale de inundação (Figura) é definido principalmente por dois leitos: O leito 
menor, que representa a seção de rio por onde as águas escoam na maior parte do tempo, 
e o leito maior, por onde o rio escoa durante as inundações. O leito menor é claramente 
definido pelas margens dos rios e o leito maior é delimitado pelo vale onde o rio meandra. 
 
As inundações ocorrem quando as águas dos rios, riachos ou galerias pluviais saem do 
leito menor de escoamento devido à falta de capacidade de transporte de um destes 
sistemas e ocupa áreas utilizadas pela população para moradia, transporte (ruas, rodovias e 
passeios), recreação, comércio, indústria, e outras atividades humanas. 
Quando a precipitação é intensa e o solo não tem capacidade de infiltrar, grande parte 
do volume escoa para o sistema de drenagem, superando sua capacidade natural de 
escoamento. O excesso do volume que não consegue ser drenado ocupa a várzea 
inundando-a de acordo com a topografia das áreas próximas aos rios. Estes eventos 
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ocorrem de forma aleatória em função dos processos climáticos locais e regionais. Este tipo 
de inundação é aqui denominado inundação ribeirinha. 
4. Planos Diretores de Drenagem Urbana 
Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDrU) tem sido cada vez mais instrumento das 
Cidades no planejamento e gestão das águas e que tem como objetivo criar os mecanismos 
de gestão da infraestrutura urbana relacionados com o escoamento das águas pluviais e dos 
cursos d’água na área urbana. Com isso, visa evitar perdas econômicas e melhorar as 
condições de saúde e meio ambiente da cidade. 
4.1. Princípios 
Os princípios essenciais para o bom desenvolvimento de um programa consistente de 
drenagem urbana são: 
a) O PDDrU faz parte do Plano de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) da 
cidade. A drenagem faz parte da infraestrutura urbana, portanto deve ser 
planejada em conjunto com os outros sistemas, principalmente o plano de 
controle ambiental, esgotamento sanitário, disposição de resíduos sólidos e 
tráfego. 
b) O escoamento durante os eventos chuvosos não pode ser ampliado pela ocupação 
da bacia, tanto num simples loteamento como nas obras de macrodrenagem 
existentes no ambiente urbano. Isto se aplica tanto a um simples aterro urbano 
como também se aplica à construção de pontes, rodovias e impermeabilização dos 
espaços urbanos. O princípio é de que cada usuário urbano não deve ampliar a 
cheio natural. 
c) O plano de controle da drenagem urbana deve contemplar as bacias hidrográficas 
sobre as quais a urbanização se desenvolve. As medidas não podem reduzir o 
impacto de uma área em detrimento de outra, ou seja, os impactos de quaisquer 
medidas não devem ser transferidos. Caso isso ocorra deve-se prever medidas 
mitigadoras. 
d) O plano deve prever a minimização do impacto ambiental devido ao escoamento 
pluvial, através da compatibilização com o planejamento do saneamento 
ambiental, controle de materiais sólidos e a redução da carga poluente das águas 
pluviais que escoam para o sistema fluvial externo à cidade. 
e) A regulamentação do PDDrU deve contemplar o planejamento das áreas a serem 
desenvolvidas e a densificação das áreas atualmente loteadas. Depois que a bacia 
ou parte dela estiver ocupada, dificilmente o poder público terá condições de 
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responsabilizar aqueles que estiverem ampliando a cheia, portanto se a ação 
pública não for realizada preventivamente através do gerenciamento, as 
consequências econômicas e sociais futuras serão muito maiores para o 
município. 
f) O controle de enchentes é realizado através de medidas estruturais e não 
estruturais, que dificilmente estão dissociadas. As medidas estruturais envolvem 
grande quantidade de recursos e resolvem somente problemas específicos e 
localizados, o que não significa que este tipo de medida seja totalmente 
descartada. A política de controle de enchentes certamente poderá chegar a 
soluções estruturais para alguns locais, mas dentro da visão de conjunto de toda a 
bacia, onde estas estão racionalmente integradas com outras medidas preventivas 
(não–estruturais) e compatibilizadas com o esperado desenvolvimento urbano. O 
controle deve ser realizado considerando a bacia como um todo e não trechos 
isolados. 
g) Valorização dos mecanismos naturais de escoamento na bacia hidrográfica, 
preservando, quando possível, os canais naturais. 
h) Integrar o planejamento setorial de drenagem urbana, esgotamento sanitário e 
resíduo sólido. A palavra-chave é a integração da drenagem com outros aspectos 
dos recursos hídricos urbanos. 
i) Os meios de implantação do controle de enchentes são o Plano Diretor Urbano, as 
Legislações Municipal/Estadual e o Manual de Drenagem. O primeiro estabelece 
as linhas principais, as legislações controlam e o Manual orienta. 
j) 1Controle permanente: o controle de enchentes é um processo permanente; não 
basta que se estabeleçam regulamentos e que se construam obras de proteção; é 
necessário estar atento às potenciais violações da legislação na expansão da 
ocupação do solo das áreas de risco; nenhum espaço de risco seja desapropriado 
se não houver uma imediata ocupação pública que evite a sua invasão; a 
comunidade deve ter uma participação nos anseios, nos planos, na sua execução e 
na contínua obediência das medidas de controle de enchentes. 
k) A educação de engenheiros, arquitetos, agrônomos e geólogos, entre outros 
profissionais, da população e de administradores públicos é vista como essencial 
para que as decisões públicas sejam tomadas conscientemente por todos. 
l) O custo da implantação das medidas estruturais e da operação e manutenção da 
drenagem urbana deve ser transferido aos proprietários dos lotes, 
proporcionalmente a sua área impermeável, que é a geradora de volume 
adicional, com relação as condições naturais. 
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m) O conjunto destes princípios prioriza o controle do escoamento urbano na fonte, 
distribuindo as medidas para aqueles que produzem o aumento do escoamento e 
a contaminação das águas pluviais. 
4.2. Estrutura 
A estrutura do Plano Diretor de Drenagem Urbana pode ser vista na Figura a seguir. Os 
grandes grupos são: dados de entrada, fundamentos, desenvolvimento, produtos e 
programas. Cada uma destas etapas é explicada a seguir. 
 
4.2.1. Dados de Entrada 
São as informações básicas necessárias para a elaboração do Plano Diretor. Estas 
informações abrangem os Planos de Gerenciamento e aspectos institucionais; cadastros 
físicos e dados hidrológicos. 
• Planos de Gerenciamento: Plano de Desenvolvimento urbano da cidade, 
Plano de Saneamento ou esgotamento sanitário, Plano de Controle dos 
Resíduos Sólidos e Plano Viário. São Planos que apresentam interface 
importante com a Drenagem Urbana. Quando os planos de Água e 
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Saneamento e Resíduos sólidos são desenvolvidos de forma integradas as 
interfaces entre estes elementos devem ser destacadas; 
• Aspectos Institucionais: Legislação municipal relacionada com o Plano Diretor 
Urbano e meio ambiente; Legislação estadual de recursos hídricos e 
Legislação federal; Gestão da drenagem dentro do município; 
• Cadastro Físico: Cadastro da rede pluvial, bacias hidrográficas, uso e tipo de 
solo das bacias, entre outros dados físicos; 
• Dados hidrológicos: precipitação, vazão, sedimentos e qualidade da água do 
sistema de drenagem. 
O ideal é que este conjunto de informações esteja informatizado através de um SIG 
(Sistema Geográfico de Informações) e banco de dados georreferenciados. 
4.2.2. Fundamentos 
São os elementos definidores do Plano, englobam os princípios, objetivos, estratégias 
e cenários; subdivisão da cidade em sub-bacias e sua compatibilização com o sistema de 
administração da mesma para a gestão da drenagem; e um diagnóstico do conjunto da 
drenagem urbana da cidade e suas interfaces. A seguir são descritos estes elementos. 
• Objetivos: um PDDrU deve buscar: (i) planejar a distribuição da água no 
tempo e no espaço, com base na tendência de ocupação urbana 
compatibilizando esse desenvolvimento e a infraestrutura para evitar 
prejuízos econômicos e ambientais; (ii) controlar a ocupação de área de risco 
de inundação através de restrições em áreas de alto risco e (iii) convivência 
com as enchentes nas áreas de baixo risco. 
• Estratégias: podem ser estabelecidas considerando o desenvolvimento do 
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e outros planos e a infraestrutura 
existente na cidade. Assim, o PDDru pode adotar estratégias quanto ao 
desenvolvimento do Plano, quanto ao controle ambiental, ou outros 
aspectos. 
O PDDrU precisa apresentar medidas para remediar os problemas já existentes em 
decorrência da urbanização, como também deve apresentar medidas para prevenção da 
ocorrência de enchentes e inundações em áreas que futuramente venham a ser 
urbanizadas. 
4.2.3. Desenvolvimento 
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Inclui medidas estruturais e não-estruturais. As principais medidas não-estruturais 
envolvem legislação e regulamentação sobre o aumento da vazão devido à urbanização e a 
ocupação de áreas de risco em regiões ribeirinhas, além da gestão dos serviços urbanos 
relacionados com as águas pluviais. O próprio Plano de Drenagem configura uma medida 
não estrutural de controle das enchentes urbanas, pois através de nova legislação ou da 
regulamentação da legislação existente busca-se introduzir os seus princípios. 
As medidas estruturais envolvem a determinação dos locais onde a drenagem não tem 
capacidade de escoamento e produz inundações para o cenário e risco escolhido. O Plano 
deve apresentar solução para evitar que eventos deste tipo ocorram. 
As etapas usuais são as seguintes: 
• Avaliação da capacidade de drenagem existente; 
• Identificação dos locais críticos, onde ocorrem inundações para o cenário e 
riscos definidos; 
• Estudo de alternativas para controle destas inundações; 
• Avaliação econômica; 
• Avaliação ambiental. 
4.2.4. Programas 
São os estudos complementares de médio e longo prazo recomendados dentro do 
PDDrU visando a melhoria do planejamento da drenagem urbana de cada cidade. Dentro 
deste contexto podem ser previstos programas relacionados com o monitoramento de 
dados necessários ao planejamento e estudos complementares, manutenção e educação. A 
sua fiscalização deve ser incorporada na gestão. 
 
Baseado e adaptado de 
FUNASA, Christopher Freire, 
Lidiane Souza. Edições sem 
prejuízo de conteúdo.

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