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AS ESTRATÉGIAS DE ENSINO BASEADO NA LITERATURA DE MONTEIRO LOBATO Izanete Santesso Declaro que o trabalho apresentado é de minha autoria, não contendo plágios ou citações não referenciadas. Informo que, caso o trabalho seja reprovado por conter plágio pagarei uma taxa no valor de R$ 199,00 para a nova correção. Caso o trabalho seja reprovado não poderei pedir dispensa, conforme Cláusula 2.6 do Contrato de Prestação de Serviços (referente aos cursos de pós-graduação lato sensu, com exceção à Engenharia de Segurança do Trabalho. Em cursos de Complementação Pedagógica e Segunda Licenciatura a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso é obrigatória). RESUMO Este projeto discorre sobre a utilização da literatura infantil de Monteiro Lobato para crianças que se encontram na fase de educação infantil, enfatizando os contos e lendas pelos conteúdos repletos de significados e de estímulo á imaginação. Demonstra-se a importância da literatura infantil como ferramenta estratégica para a formação de bons leitores. Destaca-se, ainda, o papel do professor como mediador desse processo, assim como parceria da família, para que o processo de ensino e aprendizagem seja favorecido. Quanto à metodologia adotada, optou-se pela pesquisa de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa. Conclui-se que a utilização de literatura infantil contribuiu para o desenvolvimento cognitivo, especialmente em relação a competência leitora e a escrita das crianças, além de estimular a formação do hábito de leitura. Palavras-chave: Literatura infantil, estratégias de ensino, literatura de Monteiro Lobato. ABSTRACT This article discusses the children's literature for children who are in literacy stage, emphasizing the tales and legends the content full of meanings and stimulate the imagination. It demonstrates the importance of children's literature as a strategic tool for the formation of good readers. Also noteworthy is the teacher's role as a mediator of this process, as well as the family partnership, so that the process of teaching and learning is favored. As for methodology, it was used the literature review of research with a qualitative approach. It concludes that the children's literature contributes to cognitive development, especially in Keywords: Children's literature, Teaching strategies, Monteiro Lobato literature. 1 Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de TCC. 2 Discente do curso Pedagogia 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo estimular o docente a apresentar leituras das obras de Monteiro Lobato, despertar o gosto pela leitura nas series iniciais, o docente será o mediador e o estudante o protagonista, tendo como material didático os contos do Monteiro Lobato, promover estratégias de ensino. Grande parte das crianças conhecem as histórias apenas por meio das referências contidas em livros didáticos ou em ilustrações de personagens do Sítio, mas não conhecem a fundo as aventuras completas, não experimentam a alegria e o encantamento causados pela leitura do livro e as histórias de seus personagens. Muito se fala do poder da literatura e sua influência na vida e costumes da sociedade atual. Infelizmente, hoje, as escolas não priorizam esse contato. As deficiências apresentadas na rotina diária dos, aprendizes permitem-nos identificar o baixo nível cultural e social que permeiam o aprendizado. Relevante é revivermos a prática de contar histórias para as crianças em rodas de leitura, assegurando a imaginação e contribuindo para o desenvolvimento de novas perspectivas. Dessa forma teremos cidadãos críticos, conscientes e principalmente fascinados em se auto modificarem. Na verdade, possível é mudarmos essa realidade. A partir da leitura reflexiva, o indivíduo sentir-se-á desafiado a interpretar e buscar soluções para questões corriqueiras de sua vida diária. Ninguém nasce sabendo. A escola permite acesso as diversas obras literárias, bem como a televisão e o cinema que também trazem conteúdo de grande relevância. Segundo pesquisas recentes o contado dos estudantes, em fase inicial com contos, lendas e crendices permite viajar através de um mundo imaginário, traduzido para a realidade na forma de desenhos e pequenos textos produzidos nessa fase. Na maioria dos casos, a escola acaba sendo a única fonte de contato da criança com o livro e, sendo assim, é necessário estabelecer-se um compromisso maior com a qualidade e o aproveitamento da leitura como fonte de prazer. (MIGUEZ, 2000, p. 28). A leitura proporciona a viajar há lugares, época, criar personagens, situações e soluções de conflitos irreais. o ato de contar história, no ambiente escolar encontra-se atrelado ao prazer e a fruição, não podendo ser visto tão somente como pretexto para ensinar valores, comportamentos e conteúdos escolares. Iniciado na infância, ou em fase tardia será sempre de grande relevância. O docente, leitor assíduo, apresenta aos alunos diversos gêneros textuais que atraiam a atenção, até mesmo, do mais incrédulo leitor. A escola tem um papel fundamental na vida dos alunos, assegurando, assim, o contato com os livros desde a primeira infância. Nessa faixa etária, o intuito é deixar-se levar pelas histórias, contos e fábulas, sem nenhuma pretensão em "ensinar literatura" e sim, aprender a ler e a sonhar. A contação de história não se restringe ao ambiente escolar, mas, nesse local, ela se torna uma importante ferramenta educacional que contribui para a formação plena do sujeito. Ao ver um adulto lendo, ouvir uma história contada, ou observar rimas, os pequenos começam a se interessar-se pelo mundo das palavras. É o primeiro passo para se tornarem leitores assíduos. A criança, como ser pensante, mas ainda não alfabetizado, cabe ao professor fazer a leitura, permitindo manusear os exemplares, incentivando a folhear páginas, indagarem, observar as imagens, os textos e levar as obras para casa. Ressalta-se que as crianças pequenas não têm paciência para ficar muito tempo fazendo a mesma coisa, portanto, o professor em questão, deve administrar o tempo para não sobrecarregar os pequenos, tornando a leitura um momento chato. Com o passar do tempo às crianças começam a prestar atenção em histórias mais longas. É comum em salas de educação infantil ter o cantinho da leitura, mas é preciso que esses livros estejam ao alcance das crianças, perto do chão, sem obstáculos entre as obras e leitores. Fazendo então acordo com os alunos, como quando terminarem o conteúdo da lição poderá pegar um livro para ler, ou antes, de acabar a aula deixá-los ministrar os exemplares expostos a eles. Sempre lembrando para as crianças do cuidado que se deve ter com os livros. Ler e ensinar literatura para os alunos tem que ser como uma aventura para eles, chamar atenção para a estrutura do poema, fazendo com que o leitor pense por que o autor usou esse ou aquele tipo de linguagem, com certeza a visão sobre a obra vai mudar, entendendo melhor aquele tipo de verso. Os contos são narrativas antigas e eram contados pelo povo também confundidos com mitos e não eram destinados a crianças. Os contos eram histórias de relatos contados por fatos da vida do povo simples, cheios de aventuras e conflitos. Ganharam novo estilo com o passar dos anos pelos autores Perault e irmãos Grimm. O trabalho será dividido em duas partes. A primeira parte é sobre a história do Monteiro Lobato e a segunda é sobre as estratégias dos docentes em sala de aula, tendo como apoio o livro “O poço de Visconde”. A história de Monteiro Lobato lembra que ele foi um homem, lutador, idealista e queria que a literatura no Brasil fosse reconhecida, ele escreveu para crianças durante muitos anos, sendo que as suas obras eram consideradas muito extensas na literatura infantil. Entre 1925 e 1950 foram vendidos mais de 1 milhão de exemplares de seus livros, a maior parte das pessoas das gerações passadas tiveram contato com as obras infantis de Monteiro Lobato, tendo em vista que naquela época a mídia mais poderosa era arádio. Através da sua literatura, Lobato conscientiza as pessoas sobre uma política denunciadora, envolvendo fatos políticos, econômicos e sociais, como em “O Sítio do pica-pau amarelo” e o livro “O poço do Visconde”, que relatava toda sua indignação com a exploração do Petróleo, isso faz com que sua literatura seja diferenciada dos demais autores da época. Na verdade, Lobato foi incompreendido na época, por sua ideologia, pois acreditava que no Brasil havia Petróleo, e todos desacreditavam de tal fato. Naquele tempo não era permitido falar no inexistente, ou seja, no petróleo brasileiro. Lobato em 1931, viaja aos Estados Unidos a fim de conhecer novas técnicas de exploração e produção de petróleo, volta com ideias e reúne pequenos investidores para explorar petróleo no território brasileiro. Começa a denunciar empresas estrangeiras em textos nas impressas, em palestras e conferências, passa então a incomodar o governo ea elite da época, chega a ser preso em 1941, por desmoralizar o “Conselho nacional do petróleo”, para Monteiro Lobato o Brasil seria próspero com a exploração do petróleo e passaria a ter progresso e desenvolvimento nacional. Em 1920 Lobato dedica-se a Literatura infantil, iniciando com o livro “A Menina do Nariz Arrebitado”, anos mais tarde passando a ser chamadas “Reinações de Narizinho” dando início a saga do Sítio do Pica Pau Amarelo e seus personagens. Lobato começa a pensar no Sítio de uma forma diferente, colocando nos personagens tudo o que ele gostaria de alguma forma dizer, mas não pode. Bem antes ele já vinha de alguma forma, querendo colocar vida em seus personagens, relacionados todos com o Brasil. Pois para Lobato, quem não muda a cabeça dos adultos, muda a cabeça das crianças. Através da personagem da Emilia que diz tudo o que pensa representa a voz do próprio Monteiro Lobato, na figura do Visconde de Sabugosa critica o sábio que somente acredita nos livros escritos, na figura de Dona Benta apresenta uma personagem adulta que aceita a imaginação das crianças admitindo novidades para modificar o mundo, tia Nastácia é um adulto que acredita na cultura popular, Nazinho e Pedrinho são as crianças que representam o ontem, o hoje e o amanhã abertas a mudanças e a novas experiências. Nasce então o desejo de produzir livros infantis para seus filhos e outras crianças, Lobato se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples para sua época e é considerado, juntamente com outros escritores brasileiros modernistas um dos maiores e mais importantes nomes da literatura infantil brasileira. Monteiro foi tão importante para as crianças do século XX, sua Literatura ainda é atraente para a formação dos pequenos leitores. A nova estética de Literatura infantil de Monteiro Lobato, concebe-se como arte, com a finalidade de mudar o mundo e emancipar os leitores, nota-se nos textos de Lobato, soluções comunicativas e com linguagem infantil. Percebe-se nos textos infantis do autor a capacitação do individuo pelo mundo ficcional, através da leitura dos textos de Lobato estimula os leitores a ver a realidade por meio da literatura, Monteiro apresenta problemas sociais, políticos, econômicos e culturais por meio dos personagens. Com Lobato, os pequenos leitores adquirem consciência crítica e conhecimento sobre inúmeros problemas concretos do país e da humanidade em geral. […] Sem coleiras, pensando por si mesma, a criança vê, num mundo onde não há limites entre realidade e fantasia, que ela pode ser agente de transformação (p. 53). 2 AS ESTRATEGIAS DOS PROFESSORES A contação de histórias vai além do imaginário do leitor. Contar história é uma arte e é muito antiga, há muito tempo, pessoas que se reuniam e narravam acontecimentos e histórias reais ou não, praticando essa arte, mesmo antes de terem consciência desse fato. A contação de história pode ser uma excelente ferramenta educacional, uma vez que contribui para os desenvolvimentos do ser humano. Além disso, pode contribuir como uma fonte de prazer ao abordar temáticas da vida, despertando sentimentos, a imaginação, a criatividade e osenso crítico e o gosto pela leitura. O ledor apenas lê textos, o leitor é aquele que lê compreende e identifica os significados. Para Silva (1988, p.4), na escola nem sempre há espaços para se adentrar nas propostas de textos críticos, então formam-se ledores. O docente deve realizar a construção do texto e a participação ativa e crítica do aluno, deve- se ensinar muito mais do que apenas a ler livros, preencher fichas e de utilizar a leitura para fazer provas. O professor pode proporcionar aos alunos uma variedade de leitura fazendo com que o mesmo se sinta um agente do ato de ler, formando assim verdadeiros leitores. O professor que pretende ensinar a leitura pela literatura deve se atualizar com as teorias da leitura, fazer uso da linguagem textual e da análise do discurso apresentado de acordo com o PCN (Parâmetro curricular Nacional). O ator de ler geralmente é focado no professor de Português para ensinar a discussão, e a interpretação e a produção, mas a leitura crítica e reflexiva deveria ser partilhada por todas as áreas profissionais, pois todos os professores trabalham com a linguagem e interpretação, é comum ouvir desses docentes que os alunos tem dificuldades para interpretar e responder questões de provas a de realizar ensino de livros. Koch e Elias (2006, p. 11) relatam que para estimular a leitura o professor do perceber que o processo é muito mais amplo e que exige a participação do leitor. O sentido de um texto é construído na interação texto sujeitos e não algo que prexista a essa interação. A literatura é, pois, uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, que se realizam evidentemente com bases nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do em vento comunitário. (Koch; Elias, 2006, p.11). Silva (1992) divide a leitura em três etapas pré textual, textual e pós-textual. Segundo o autor através destas etapas de leitura, são definidas um levantamento de hipóteses e uma compreensão geral do texto. 3. CONCLUSÃO Durante gerações, o homem vem sendo seduzido pelas narrativas que, de maneira simbólica ou realista, direta ou indireta, lhe falam da vida a ser vivida ou da própria condição humana. E é assim que o ser humano, desde a infância aprende a lidar com aquilo que não entende. Quando criança, a literatura, especialmente da forma presente nos contos, traz a oportunidade de reflexão e compreensão sobre o mundo que a cerca. Pelo prisma do desenvolvimento da leitura e escrita, a leitura de contos e outras narrativas presentes na literatura infantil de Monteiro Lobato, proporcionam o contato da criança com diferentes gêneros, além de motivar a formação do hábito de leitura. Isso porque a literatura infantil tem características que exploram a imaginação e o lúdico, tornando a leitura prazerosa e significativa, como vimos no livro “O poço de Visconde”, as crianças podem explorar as imagens que aparece no livro e professor, pode usá-lo como estratégias em sala de aula. A literatura de Monteiro Lobato é, sem dúvida, uma das expressões mais significativas da ânsia do ser humano em desvendar o desconhecido, de querer saber e de domínio sobre a vida, sendo esta uma característica do homem de todas as épocas. E isso fica bastante evidente nas narrativas populares, que atravessam gerações e diferentes lugares, mas que continuam despertando o interesse de crianças de todas as idades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CADEMARTONI, Lígia. O que é literatura infantil. Ed. Brasiliense. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. – Ensino de primeira à quarta série. I. Título. Brasília, 1997. ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 6°ed. Global editora 1987. LOBATO, M. O Picapau Amarelo. 34. ed. 9a reimp. São Paulo: Brasiliense, 2005. ENTIDADE.Título da publicação. Edição. Local: Editora, ano. LOBATO, M. Fabulas. São Paulo: Brasiliense, 1994.