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Os modelos de Administração Pública: Patrimonialista, Burocrático e Gerencial Os três modelos típicos de estruturas administrativas são: patrimonialista, burocrático e gerencial. É primordial ter em mente que as estruturas podem estar presentes concomitantemente na Administração Pública. Administração Patrimonialista A administração patrimonialista é fundamentada nos modelos de Estados Absolutistas originados na Europa feudal entre os séculos XV e XVIII. Baseia-se na dominação tradicional, com a manutenção do poder através da troca de favores (clientelismo), nepotismo e corrupção. Caracterizado pela ausência de carreiras administrativas, o aparelho do estado é uma extensão do poder soberano, de forma que o patrimônio público é confundido com o particular. Existem praticas do modelo patrimonialista no caso Moçambicano? Por quê? Administração Burocrática O modelo foi preconizado por Max Weber na segunda metade do Séc. XIX, surge como uma resposta ao crescente desenvolvimento do capitalismo e da democracia, sendo uma solução para combater a corrupção e o nepotismo do sistema patrimonialista. O modelo burocrático é baseado na autoridade racional-legal, com atuação da administração fundamentada em leis e no controle rígido dos processos, defende a separação entre o público e o privado. Além disso, busca tornar a Administração mais eficiente, profissional e impessoal, aproximando-se da abordagem Clássica das Teorias de Administração. São características que podemos relacionar à administração burocrática: · Hierarquia verticalizada e rígida (centralizada); · Impessoalidade nas relações (isonomia); · Controle dos processos a priori (prévio); · Foco nas normas e regulamentos (legalidade); · Padronização e previsibilidade de procedimentos; · Comunicação formal; · Racionalidade; · Enfatiza a eficiência dos processos; · Profissionalização técnica; · Meritocracia; · Especialização da administração. · Autorreferente (se concentra no processo em si e não no resultado) Apesar de o modelo burocrático ser sinônimo de lentidão e ineficiência, é preciso tomar cuidado nas provas, pois essas são consideradas DISFUNÇÕES do modelo, na teoria o modelo busca o ideal máximo de eficiência, contudo, na prática acabou trazendo diversas desvantagens, como a própria ineficiência: Resistência às mudanças; Apego às regras e regulamentos; Rigidez e falta de inovação; Dificuldade no atendimento ao público; Excesso de formalização; Fracas relações interpessoais; Lentidão nos processos; Exibição de sinais de Autoridade. Administração Gerencial O modelo de administração Pública Gerencial se iniciou no Reino Unido em 1979 como uma solução à crise do modelo Burocrático, à expansão das demandas sociais e ao novo cenário político-econômico de ideologia neoliberal, essa forma de Gestão é conhecida como New Public Management (Nova Gestão Pública). O modelo gerencial partiu de um controle baseado nos processos, para o controle com foco sobre os resultados, visando o interesse dos “clientes” (cidadãos), além de identificar as melhores práticas do setor privado para implementá-las no setor público. Viu-se a necessidade de reduzir custos e de elevar a qualidade dos serviços públicos, através da implementação das seguintes medidas: · Estruturas descentralizadas com redução das atividades estatais; · Aumento de parcerias com organizações do setor privado; · Ênfase em contratos de gestão; · Criação de agências executivas e agências reguladoras; · Maior autonomia gerencial e financeira; · Controle “a posterior” dos resultados. É importante ter em mente que o modelo não rompeu com o modelo Burocrático, pois manteve alguns de seus princípios e boas práticas, incorporando-os ao modelo Gerencial, como a meritocracia, impessoalidade, legalidade, avaliação e recompensa pelo desempenho, estrutura de carreira e capacitação, de forma que o modelo Gerencial é considerado a evolução do anterior.