Prévia do material em texto
ESTÁ PREPARADO PARA IR CONTIA A COOTNTEZA? A história de Daniel foi permeada por uma extraordinária fé depositada em Deus. Acom panhado de três amigos, ele ascendeu de capturado por Nabucodonosor, imperador da Babilônia, a o mais alto nível da administração pública. Eles não se limitaram a manter a devoção a D eus no âmbito particular. Em uma sociedade pluralista e antagônica à sua fé, se posicionaram contra a opinião geral e deram um testemunho público de grande destaque. Vivemos hoje em uma sociedade parecida que tolera a prática d o cristianismo no nível pessoal e nas atividades religiosas na igreja, mas deprecia cad a vez mais o testemunho público. E por isso que essa história tem uma mensagem tão forte para nós. Se Daniel e seus companheiros estivessem conosco hoje, estariam na vanguarda d o debate público. N ã o se importariam em ir contra a cultura d o politicamente correto para elevar o nome de seu Deus. E v o cê? Está preparado para ir contra a correnteza? CPAD JÇÕES Bíblicas Professor | Io Trimestre de 2025 Comentarista: Esequias Soares SUMARIO Em Defesa da Fé Cristã Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Lição 1 - Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja i 4 A ; “ Lição 2 - Somos Cristãos 10 Lição 3 - A Encarnação do Verbo 18 Lição 4 - Deus É Triúno 25 Lição 5 - Jesus é Deus 32 Lição 6 - 0 Filho É igual com 0 Pai 38 Lição 7 -A s Naturezas Humana e Divina de Jesus 45 Lição 8 - Jesus Viveu a Experiência Humana 52 Lição 9 - Quem É 0 Espírito Santo 59 Lição 10 - 0 Pecado Corrompeu a Natureza Humana 67 Lição 11 - A Salvação não É Obra Humana 74 Lição 12 - A Igreja Tem uma Natureza Organizacional 82 Lição 13 - Perseverando na Fé em Cristo 90 Presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil José Wellington Costa Junior Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Bezerra da Costa Diretor Executivo Ronaldo Rodrigues de Souza Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho Consultor Doutrinário e Teológico Elienai Cabral Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva Gerente Comercial Cícero da Silva Gerente da Rede de Lojas João Batista Guilherme da Silva Gerente de TI Rodrigo Sobral Fernandes Gerente de Comunicação Leandro Souza da Silva Chefe do Setor de Educação Cristã Marcelo Oliveira Chefe do Setor de Arte & Design Wagner de Almeida Editor Marcelo Oliveira Revisora Verônica Araújo Redação Setor de Educação Cristã Projeto Gráfico Leonardo Engel I Marlon Soares Diagramação e Capa Leonardo Engel Av. Brasil, 34.401 - Bangu Rio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002 Tel.: (21) 2406-7373 www.cpad.com.br o#o® Bíblicas Prezado(a) professor (a), 0 propósito deste trimestre traz uma natureza apologética. Na revista Lições Bíblicas Adultos que você tem em mãos, estudaremos as mais importantes afir mações da nossa fé, abordaremos os movimentos heréticos e históricos que procuraram negar essas afirmações, os responderemos do ponto de vista bíblico e mostraremos como esses falsos ensi nos se mostram hoje para perturbar a fé dos santos. As heresias atuais nem sempre se apre sentam como um Movimento Sistemático em que seus erros podem ser reconhecidos de maneira clara. Hoje, elas se apresentam de maneira sutil e, até mesmo, simpática. Contudo, os estudantes sérios da Bíblia, bem como da história da Igreja, sabem que esses movimentos heréticos contem porâneos repetem as mesmas heresias da antiguidade, porém, a partir de um método novo, de uma roupagem nova. De fato, não “há nada novo debaixo do sol”. Que neste trimestre o Espírito Santo nos faça discernir os ensinos heréticos contra o depósito de nossa fé! Deus te abençoe! José Wellington Bezerra da Costa Presidente do Conselho Administrativo Ronaldo Rodrigues de Souza Diretor Executivo http://www.cpad.com.br LIÇAO 1 5 de Janeiro de 2025 QUANDO AS HERESIAS AMEAÇAM A UNIDADE DA IGREJA TEXTO ÁUREO “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” (Jd 3) V_______ L I ________ / VERDADE PRÁTICA Heresias são crenças e práticas contrárias ao pensamento bíblico que distorcem os pontos principais da doutrina bíblica. _________________________) LEITURA DIÁRIA Segunda - Mt 7.15 O cuidado para não ser enganado(a) pela aparência Terça - 1 Co 11.19 As heresias podem ser internas, causando divisão na igreja Quarta - Fp 1.16 O apóstolo Paulo foi chamado para defender 0 Evangelho Quinta - Tt 1.9 Admoestando com a sã doutrina para convencer os contradizentes Sexta - Tt 3.10 Não insistir com o herege contumaz Sábado - Hb 6.1, 2 Nunca deixar de observar os fundamentos da fé cristã JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 3 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Atos 20.28-31; 1 Pedro 3.15,16; 2 Pedro 2.1-3 Atos 20 28 - Olhai, pois, por vós e por todo 0 rebanho sobre que 0 Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. 29 - Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão 0 rebanho. 30 - E que, dentre vós mesmos, se levan tarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. 31 - Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. 1 Pedro 3 15 - antes, santificai a Cristo, como Se nhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, 16 - tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo. 2 Pedro 2 1 - £ também houve entre 0 povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encober tamente heresias de perdição e negarão 0 Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. 2 -E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado 0 caminho da verdade; 3 - e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. Hinos Sugeridos: 306, 505, 559 da Harpa Cristã PLANO DE AULA 1. INTRODUÇÃO Neste trimestre, seus alunos es tudarão sobre as heresias e seitas que assolaram a Igreja Primitiva. Tais heresias assumiram uma nova roupagem no contexto da Igreja na atualidade. Diante desse malefício, é papel da Igreja rechaçar os falsos ensinamentos e combater qualquer tentativa de assolação à fé cristã. Para tratar sobre esse assunto, o co mentarista desse trimestre é 0 pastor Esequias Soares, líder da Assembléia de Deus em Jundiaí (SP), presidente da Sociedade Bíblica do Brasil, pre sidente da Comissão de Apologética da CGADB, especialista em línguas bíblicas, mestre em Ciências da Re ligião, autor dos livros “O Ministé rio Profético na Bíblia” , “Manual de Apologética Cristã” , entre outros, todos editados pela CPAD. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Identifi car as ameaças hereges que assolam a Igreja de Cristo nos últimos dias; II) 4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 Apresentar o conceito de Apologética Cristã; III) Definir o que são as heresias. B) Motivação: Não há dúvidas de que estamos vivendo dias traba lhos que antecedem a Volta de Je sus. Quanto mais se aproxima este momento, é natural que surjam fal sos mestres ensinando heresias que tentam distorcer a verdade bíblica e negar a fé verdadeira em Cristo. Pensando nisso, torna-se imperati vo que a igreja assuma um compro misso apologético com a Fé Cristã. É importante manter o nosso referen cial doutrinário em alta.eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3)’ ” (Declaração de Fé das As sembléias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.41). CONCLUSÃO A introdução do Credo de Atanásio resume a doutrina da Trindade: “Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo, deve professar a fé cristã. A qual é preciso que cada um guarde perfeita e inviolada ou terá com certeza de perecer para sempre. A fé cristã é esta: que adoremos um Deus em trindade, e trindade em uni dade; Não confundimos as Pessoas, nem separamos a substância”. O problema é que os Unitaristas separam a substância e os Unicistas confundem as pessoas, e assim creem num Deus distinto do que é apresentado pela Bíblia. 1. O que indica o termo ’echad em Deuteronômio 6.4? O termo ’echad, em Deuteronômio 6.4, indica que 0 monoteísmo judaico- - cristão não contradiz a Trindade. 2. Cite quatro evidências no Antigo Testamento em favor da Trindade. “ Façamos o homem à nossa imagem” (Gn 1.26); “ Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “ desçamos e confundamos ali a sua língua...” (Gn 11.6,7, o Espírito Santo aparece alternadamente com Javé e com 0 “Anjo de sua face” (Is 63.8-14). 3. Quais as passagens do Novo Testamento mais contundentes em favor da Trindade? A Grande Comissão (Mt 28.19), a distribuição dos dons espirituais (1 Co 12.4-6), a bênção trinitariana (2 Co 13.13), a unidade da igreja (Ef 4.4-6), a obra da salvação (1 Pe 1.2). 4. Em que consiste 0 Unicismo e quais os principais heresiarcas dessa heresia? A heresia consiste em negar a Trindade. Os principais heresiarcas repre sentantes desse movimento foram Noeto, Práxeas e Sabélio. 5. O que João 17.3 mostra em relação a salvação? Essa passagem mostra que a salvação envolve duas pessoas distintas e que conhecimento não é cognoscível, mas místico, que implica comunhão, fé, obediência, adoração. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 3 1 LIÇAO 5 2 de Fevereiro de 2025 JESUS E DEUS \ TEXTO ÁUREO “No princípio, era 0 Verbo, e 0 Verbo estava com Deus, e 0 Verbo era De u s ( J o 1.1) VERDADE PRÁTICA A divindade de Jesus está muito clara e direta na Bíblia, além de ser revelada no seu ministério terreno, na manifestação dos seus atributos e obras divinas. V j LEITURA DIÁRIA Segunda - SI 45.6,7 Quinta - Tt 2.13 A divindade de Jesus segundo 0 A divindade do Senhor Jesus salmista segundo 0 apóstolo Paulo Terça - Is 9.6 Sexta - 2 Pe 1.1 A deidade absoluta do Messias A deidade absoluta de Cristo segundo 0 profeta segundo 0 apóstolo Pedro Quarta - Jo 8.58 Sábado - 1 Jo 5.20 Jesus é 0 mesmo “Grande Eu Sou”, 0 Senhor Jesus é 0 verdadeiro do Antigo Testamento L ___________________________ Deus segundo 0 apóstolo João 3 2 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 1.1-4 ,9 -14 1 - No princípio, era 0 Verbo, e 0 Verbo estava com Deus, e 0 Verbo era Deus. 2 - Ele estava no princípio com Deus. 3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. 4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; 9 - Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo, 10 - estava no mundo, e 0 mundo foi feito por ele e 0 mundo não 0 conheceu. 11 - Veio para 0 que era seu, e os seus não 0 receberam. 12 - Mas a todos quantos 0 receberam deu-lhes 0 poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, 13 - os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus. 14 - £ 0 Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Hinos Sugeridos: 17, 41, 545 da Harpa Cristã PLANO DE AULA 1. INTRODUÇÃO A divindade de Cristo é revela da em toda a Bíblia, não apenas no Novo Testamento. Isaías, o profeta messiânico, anunciou aproximada mente em 735 a.C. a vinda miracu losa do Emanuel, cuja tradução literal é “Deus conosco” (Is 7.14). Jesus, 0 Deus encarnado, veio como o prome tido, cumprindo toda a Escritura. 2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) De monstrar na Bíblia a natureza divi na de Jesus; II) Explicar a heresia do Arianismo; III) Apresentar as impli cações do Arianismo na atualidade. B) Motivação: Jesus disse que só os que permanecessem em sua Pa lavra seriam de fato seus discípulos; e então “ conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.31,32). Sabemos que Cristo é a verdade (Jo 14.6). Por isso, é crucial conhecer mos a Palavra encarnada. C) Sugestão de Método: Apro veite as inúmeras referências bíbli cas como embasamento dessa lição para envolver a classe no decorrer da aula. Previamente, você pode co locar as referências que considera de leitura essencial para o debate em classe, separadamente, em tiras de papel e sorteá-las no início da aula para os alunos voluntários as lerem quando você solicitar. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: Para além do co nhecimento teológico sobre a di vindade de Cristo, devemos viver em coerência com os ensinamen tos dEle; seguirmos os seus passos, proclamar o Reino de Deus com o nosso viver diário. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 3 3 4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “ O Filho é Deus” , após o primeiro tópico, en fatiza a fundamentação bíblica so bre a divindade de Jesus; 2) O texto “Arianismo e o Concilio de Nicéia e de Constantinopla” , ao final do se gundo tópico, resume a origem do Arianismo e o posicionamento da Igreja para combatê-lo. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO O apóstolo João, como judeu monote- ísta instruído na sinagoga, não está apre sentando um novo Deus, mas colocando 0 Verbo dentro da divindade dos seus antepassados. O apóstolo não admitia, em hipótese alguma, outra divindade, senão só, e somente só, o Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30). ÂL Por isso, no prólogo do seu Evangelho ele descreve 0 Verbo com os atributos da deidade, aqueles que mais se destacam no seu relato do começo ao fim. I - A DOUTRINA BÍBLICA DA DIVINDADE DE JESUS 1. Jesus é Deus. O Novo Testamento é direto quanto à natureza divina de Jesus: “E o Verbo era Deus” (Jo 1.1); “Ao que Tomé lhe respondeu: — Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28); “mesmo existindo na forma de Deus, não considerou 0 ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo” (Fp 2.6, NAA); “para conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo” (Cl 2.2, NAA); “e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13, NAA); “aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1, NAA); “E nós estamos naquele que é 0 Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (l Jo 5.20, NAA). 2. Seus atributos absolutos. Os atributos são perfeições pró prias da essência de Deus. Os atributos absolutos ou inco municáveis são exclusivos da __ divindade como onipotência, eternidade, onisciência e onipresença. A onipotência significa “ ter todo poder, ser todo-poderoso”, Jesus é onipotente (Mt 28.18; Ef 1,21; Ap 1.8). Ele é eterno (Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8). “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1) indica que Ele já existia antes mesmo da criação com o Pai (Gn 1.1). A onipresença é o poder de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, Jesus é onipresente (Mt 18.20; 28.20). A onisciência é o conhecimento perfeito e absoluto que Deus possui de todas as coisas, de todos os eventos e de todas as circunstâncias por toda a eternida de passada e futura. Jesus possui esseatributo (Mt 17.27; Jo 1.47, 48; 2.24, 25; 4.17,18; 16.30; 21.17). 34 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 SINOPSE I A Bíblia dem onstra claram en te a natureza divina de Jesus Cristo, bem como seus atribu tos. AUXÍLIO DOUTRINÁRIO “ O FILHO É DEUS O Senhor Jesus Cristo é, desde a eternidade, o único Filho de Deus e possui a mesma natureza do Pai, como afirmam os credos: ‘consubs tanciai com o Pai’ , em grego, ho- mooúsion to patrí, que significa ‘da mesma substância com o Pai’ , qua lifica a unidade de essência do Pai e do Filho. Jesus disse: ‘Eu e o Pai so mos um’ (Jo 10.30). Ele é a segunda pessoa da Trindade e que foi enviado pelo Pai ao mundo. Ensinamos que o Filho se fez carne, possuindo agora duas naturezas, a divina e a humana, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Acreditamos em sua con cepção sem pecado no ventre da vir gem Maria. Negamos que tenha sido criado ou passado a existir somente depois que foi gerado por obra do Es pírito Santo. Confessamos que 0 Filho é autoexistente (Jo 5.26; 8.58) e eter no, que voluntariamente se sujeita ao Pai. Que, em obediência ao plano do Pai, morreu e ressuscitou para que o mundo fosse salvo” (Declaração de Fé das Assembléias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.43). II - A HERESIA QUE NEGA A DIVINDADE DE JESUS 1. Arianismo. Os primeiros a ne garem a divindade de Jesus foram os ebionitas, seguidos pelos monarquianis- tas dinâmicos, mas a heresia principal que abalou os fundamentos da igreja foi o Arianismo. O termo “arianismo” vem de Ário, 0 expoente dessa doutri na em Alexandria a partir do ano 318. Ele negava a divindade de Cristo e o considerava como um deus de segunda categoria. Ário rejeitava a eternidade do Verbo; embora defendesse sua existên cia antes da encarnação, recusava que fosse Ele eterno com 0 Pai, insistindo na tese de que o Verbo foi criado como primeira criatura de Deus. A palavra de ordem arianista era: “houve tempo que o Verbo não existia”. 2. Suas explicações. Ário e seus seguidores pinçavam as Escrituras aqui e acolá em busca de algumas passa gens bíblicas para dar sustentação às suas crenças. Seguem algumas delas, as mais emblemáticas: “O Senhor me criou no princípio dos seus caminhos” (Pv 8.22 - LXX); “o qual é imagem do Deus invisível, 0 primogênito de toda a criação” (Cl 1.15); “houve tempo em que 0 Filho não existia”. Outra passagem favorita era: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Com isso ignoravam todo o pensamento bíblico que defende a eternidade e a deidade de Cristo (Jo 1.1- 3). 3. Como solucionar a controvérsia? A tradução “criou” de Provérbios 8.22 da Septuaginta é opcional, pois 0 verbo hebraico nessa passagem é qãnâ, “obter, adquirir, criar”, mas 0 sentido de “criar” para “trazer à existência algo do nada” é o verbo bãrã\ como em Gênesis 1.1. O JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 3 5 texto de Colossenses 1.15 diz que Jesus é 0 primogênito de toda a criação, e não 0 primogênito de Deus. A palavra pro- totokos, “primogênito, primeiro, chefe”, foi usada pelos escritores sagrados com 0 sentido de importância, prioridade, posição, primazia, preeminência (Cl 1.15-18). Ou seja, Jesus encarnado tem a primazia na criação, é a imagem do Deus invisível porque é Deus. Conhecer a Deus (Jo 173) é 0 mesmo que conhe cer a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30). de Ário foram condenados no Conci lio de Niceia em 325. [...] O primei ro concilio ecumênico da história, convocado pelo imperador Constan- tino, teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cris- tandade. Problemas esses causados pelo arianismo” (ANDRADE, Clau- dionor. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.52,88-9). SINOPSE II Ário negava a divindade de Cristo e o considerava como um deus de segunda categoria. AUXÍLIO TEOLÓGICO “ARIANISMO E O CONCÍLIO DE NICEIA E DE CONSTANTINOPLA Arianismo foi a heresia fermen tada por um presbítero do 4° século chamado Ário. Negando a divindade de Cristo, ensinava ele ser Jesus 0 mais elevado dos seres criados. To davia, não era Deus. Por este moti vo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora um ente divino. Para fundamentar seus deva neios doutrinários, buscava desau torizar o Evangelho de João por ser 0 propósito desta Escritura, justa mente, mostrar que Jesus Cristo era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos III - IMPLICAÇÕES DO ARIA- NISMO NA ATUALIDADE 1. A Tradução do Novo Mundo. A exemplo do Arianismo, há um movi mento religioso que usa a Bíblia fora do contexto por meio de uma versão exclusiva das Escrituras, denominada de Tradução do Novo Mundo. Trata-se de uma versão tendenciosa. Veja alguns exemplos de suas falsificações: “e a Palavra era um deus” (Jo 1.1), “deus” com “d” minúsculo, visto que o texto correto é: “e a Palavra era Deus” ou “e o Verbo era Deus”. O texto sagrado declara: “grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13); “ nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1); essas passagens falam textualmente que Jesus é Deus. Entretanto, a Tradução do Novo Mundo diz: “do grande Deus e do nosso Salvador, Jesus Cristo”; “do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”. Mudaram 0 texto sagrado acrescentando um “do”, onde não existe no texto grego para desvincular a divindade de Jesus. 2. Os movimentos orientais. Nenhum deles reconhece a divindade de Jesus e para os panteístas monistas não existe Trindade e nem Jesus. O movimento Hare Krishna, por exemplo, nega a di vindade de Jesus e nem acredita que Ele 3 6 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 seja o Salvador, pois vê o Senhor Jesus como um mero guia espiritual e uma das inúmeras encarnações de Krishna. 3. Outros grupos. O Jesus do A l corão é um mero mensageiro, não é reconhecido como Deus, nem como o Filho de Deus, nem como Salvador, nem morreu e nem ressuscitou. As religiões reencanacionistas recusam a deidade absoluta de Jesus, a sua ressurreição dentre os mortos e não reconhecem a sua singularidade. O Jesus deles não passa de mais um médium ou um dos grandes mestres e filósofos. No entanto, a Bíblia nos mostra que Jesus é muito mais (Ef l.2l; Hb 7.26), é o Deus em forma humana (Rm 9.5). SINOPSE III Grupos religiosos negam a di vindade de Cristo alterando o texto sagrado. CONCLUSÃO Diante do exposto, a conclusão bí blica é que somente Deus pode salvar, somente Ele é 0 Salvador (Is 45.21). Se o Senhor Jesus não é Deus, logo não pode ser salvador, então negar a divindade de Jesus é negar a salvação. REVISANDO O CON TEÚDO 1. Como a Bíblia revela Jesus como 0 verdadeiro Deus? “ E nós estamos naquele que é 0 Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20, NAA). 2. Quais os primeiros grupos religiosos da história a negarem a divindade de Jesus? Os ebionitas, os monarquianistas dinâmicos, os arianistas. 3. Cite três passagens bíblicas adulteradas na Tradução do Novo Mundo para negar a divindade de Jesus. João 1.1; Tito 2.13; 2 Pedro 1.1. 4. Cite três grupos religiosos da atualidade que negam a divindade de Jesus. As Testemunhas de Jeová, os Hare Krishna e os muçulmanos. 5. Qual o ponto mais crucial do Arianismo? Negar a divindade de Cristo é negar a salvação (Rm 10.9). VOCABULÁRIO Monista: partidário do Monismo; concepção que remonta ao eleatismo grego, segundo a qual a realidade é constituída por um princípio único, um fundamento elementar, sendo os múltiplos seres redutíveis em última instância a essa unidade. LXX: Septuaginta JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 3 7 LIÇÃO 6 9 de Fevereiro de 2025 O FILHO E IGUAL COM O PAI a r TEXTO ÁUREO “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, 0 teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é 0 cetro do teu reino.v (Hb 1.8)VERDADE PRÁTICA O termo teológico “Filho de Deus” é título, sendo assim, a existência de Jesus é desde a eternidade junto ao Pai. V y LEITURA DIARIA Segunda - SI 8.4 O termo “filho” na Bíblia indica, muitas vezes, “a mesma espécie” Terça - Am 7.14 A expressão bíblica “os filhos dos profetas” equivale a expressão “os profetas” Quarta - Mt 23.30, 31 A palavra “filho” indica também “a mesma índole” Quinta - Jo 5.18 Jesus falava da sua divindade quando se disse Filho de Deus Sexta - Jo 16.28 Jesus como Filho refere-se à sua origem divina, à mesma essência e natureza do Pai Sábado - l Jo 4.15 Quem confessa que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele 3 8 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 10.30-38 30 - Eueo Pai somos um. 31 - Os judeus pegaram, então, outra vez, em pedras para 0 apedrejarem. 32 - Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mos trado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais? 33 - Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. 34 - Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses? 35 - Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), 36 - àquele a quem 0 Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus? 37 - Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. 38 - Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras, para que conhe çais e acrediteis que 0 Pai está em mim, e eu, nele. Hinos Sugeridos: 154, 277, 400 da Harpa Cristã PLANO DE AULA 1. INTRODUÇÃO Aproveite a oportunidade desta aula para esclarecer alguns termos teológicos que surgem em face do tema estudado, como por exem plo: Subordinacionismo, Trindade, Consubstancialidade etc. Para isso, recomendamos que você tenha e, se possível, sempre leve para a clas se um bom Dicionário Bíblico. Por meio de atividades de pesquisa, seus alunos têm a sede de conhecimen to aguçada, além de aprenderem a como utilizar ferramentas de bus ca confiáveis para melhor estudar e compreender a Palavra de Deus. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Mos trar a doutrina bíblica da relação entre Deus Pai e o Filho Unigênito; II) Refutar biblicamente a heresia do Subordinacionismo; III) Exemplifi car como o Subordinacionismo está presente na atualidade. B) Motivação: Desde os tempos mais remotos, conhecer o Criador é um anseio do coração humano. Há inúmeros registros históricos, por diversas civilizações, ao longo dos séculos, atestando isso. Jesus dis se que aprouve ao Pai ocultar dos sábios e instruídos sua grandeza e revelá-la aos pequeninos. Pois que, “ ninguém conhece o Filho, se não o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem 0 Filho quiser revelar” (Mt 11.27). Aprofundemo-nos, portanto, nes sa infinita graça e riqueza de co nhecer 0 Deus Todo-Poderoso, por JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 3 9 meio do Filho, nosso Senhor e Sal vador Jesus Cristo. C) Sugestão de Método: Previa- mente, providencie pelo menos três dicionários, de preferência bíbli cos, ou mesmo comuns da Língua Portuguesa. Dada a profundidade e complexidade do tema, sugerimos a leitura do significado de alguns termos a fim de clarificar e apro fundar o entendimento; tais como: Autoridade, Essência, Filho, Subor- dinacionismo, Trindade, Unigênito etc. Deixe tais palavras destacadas e peça que alguns voluntários as leiam em momentos-chave da lição. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: Em toda a Sagra da Escritura observamos a perfeita unidade na pluralidade de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Essa plena harmonia, igualdade de essência e autoridade entre as pes soas da Trindade, é enfatizada no Novo Testamento, funcionando, in clusive, como modelo de comunhão para a Igreja de Cristo, na qual cada membro está ligado uns aos outros. 4 - SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “ Filiação de Cristo” , logo após o primeiro tópico, dá um panorama das interpretações teológicas acerca da natureza do Fi lho de Deus; 2) O texto “A Palavra na Eternidade” , ao final do segundo tópico, aprofunda a natureza eterna de Jesus Cristo, 0 Filho de Deus. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Essa porção bíblica do Evangelho de João é uma das mais contun dentes em mostrar que o Filho é igual ao Pai. Afirmar que Jesus é o Filho de Deus, mas não o próprio Deus, é uma contradição em si mesma. O embate de Jesus com os religiosos do templo de Jeru- ^ salém revela essa verdade. É isso que a presente lição pretende mostrar e explicar com sólidos fundamentos escriturísticos. I - A DOUTRINA BÍBLICA DA RELAÇÃO DO FILHO COM O PAI 1. Ideia de filho. O conceito de filho no pensamento judaico implica a igualdade com 0 pai (Mt 23.29-31). Uma das I idéias de filho na Bíblia é I a identidade de natureza, f isso pode ser visto no para lelismo poético do salmista: “que é o homem mortal para que te lembres dele? E 0 filho do homem, para que 0 visites?” (SI 8.4). Esse paralelismo é sinonímico em que o poeta diz algo e em seguida repete 40 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 esse pensamento em outras palavras. A ideia de “homem mortal” é repetida em “filho do homem”. Outro exemplo encontramos nas palavras de Jesus: “Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas” (Mt 23.31). Isso porque os escribas e fariseus consideravam os matadores dos profetas como seus pais (Mt 23.29,30). 2. Significado teológico. Indica igualdade de natureza, ou seja, mesma substância. É 0 que acontece com Jesus, Ele é chamado Filho de Deus no Novo Testamento porque Ele é Deus e veio de Deus. Jesus mesmo disse: “eu saí e vim de Deus” (Jo 8.42); “Saí do Pai e vim ao mundo; outra vez, deixo o mundo e vou para o Pai” (Jo 16.28). Quando Jesus declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17), estava declarando que Deus é seu Pai; no entanto, os seus interlocutores en tenderam com clareza meridiana que Jesus estava reafirmando a sua deidade, pois: “dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.18). 3. 0 Filho é Deus. Filho de Deus é uma expressão bíblica para referir-se à relação única do Filho Unigênito com o Pai. A expressão “Filho de Deus” revela a di vindade de Cristo. Essa verdade está mais clara na Bíblia que 0 sol do meio-dia. Por isso, é estranho como pode haver tantos debates sobre o tema. O texto sagrado: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino” (Hb 1.8) é 0 mais crucial, pois é uma citação direta de Salmos 45.6,7. É importante prestar melhor atenção naquelas pas sagens conhecidas dos crentes: “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; 0 cetro do teu reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso, Deus, 0 teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus com panheiros” (SI 45.6,7). Que história é essa de o Deus do versículo 7 estar ungindo o Deus do versículo 6? Isso tem intrigado alguns rabinos desde a antiguidade. Mas, a Epístola aos Hebreus traz a explicação e revela que Deus nessa passagem é uma referência a Jesus. A explicação está em Hebreus 1.8, trata-se do relacionamento entre o Pai e o Filho e que a unidade de Deus é plural. SINOPSE I A doutrina bíblica m ostra a relação de unidade entre Deus Pai e seuFilho Unigênito. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO “ FILIAÇÃO DE CRISTO Três principais pontos de vista são apresentados quanto à filiação de Cristo: 1. Criação em uma época passa da. Esse foi o ponto de vista de Ário ao argumentar que Jesus Cristo foi criado em uma época passada, à semelhança de Deus Pai, e é ho- moioitsios com Ele (isto é, de subs tância similar) [...]. 2. Geração eterna. Orígenes e outros que sustentaram essa opi nião consideravam a palavra grega monogenes como derivada de gen- nao, ‘gerar’ (vários tradutores se guiram os seus passos), e traduzi ram o termo como “Unigênito” (Jo 1.14,18; 3.16,18; Hb 11.17; 1 Jo 4.9). JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 4 1 No entanto, trata-se na verdade de um derivado de genos e, portanto, significa ‘único’ ou ‘único do seu gênero’ . Por causa disso, a Bíblia Francesa o traduz como ‘Son Fils Unique’ , o que significa ‘o seu úni co Filho’ (veja NASB marg. em João 3.16,18). Em Hebreus 11.17, com re ferência a Isaque, monogenes deve significar “ único” , porque Abraão teve outros filhos (Ismael e os fi lhos de Quetura). 3. O Filho Único de Deus. Esta opinião tem 0 apoio dos argumen tos acima. Exemplos de tal uso po dem ser encontrados na expressão hebraica do Antigo Testamento: ‘filhos de...’ , que significa ‘da or dem de...’ em frases como ‘filhos dos profetas’ (1 Rs 20.35; 2 Rs 2 .3,5,7 ,15; 4 -38; 5-22 etc.); ‘filho de um dos boticários’ (Ne 3.8); ‘filhos dos cantores’ (Ne 12.28). A partir daí pode-se compreender como os contemporâneos do Senhor Jesus Cristo no Novo Testamento enten deram a sua declaração de que Ele era o Filho de Deus, significando que Ele afirmava ser igual a Deus, ou 0 próprio Deus. O Evangelho de João mostra que este é o caso” (Di cionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.802). II - A HERESIA DO SUBORDI- NACIONISMO l. Orígenes. O Subordinacionismo é toda doutrina que declara ser 0 Filho subordinado ao Pai ou um deus secun dário ou menos divino que 0 Pai. Os monarquianistas dinâmicos, ou adocio- nistas, e os arianistas são os principais representantes dessa heresia. Mas Orígenes (185-254), foi o seu principal mentor. Há, na vastíssima e complexa produção literária de Orígenes, idéias de acordo e contrárias à ortodoxia da igreja, como também idéias neoplatô- nicas e obscuras de modo que, desde a antiguidade, os estudiosos do assunto estão divididos. Ele exerceu grande influência no Oriente por mais de 100 anos. Nas controvérsias em Niceia, havia os que apoiavam Ário usando Orígenes como base; como também os que apoiavam Alexandre, opositor de Ário, também se baseando no mesmo Orígenes. Segundo seus críticos, parece que a Trindade defendida por ele era subordinacionista: 0 Filho subordinado ao Pai e o Espírito Santo subordinado ao Filho. No entanto, a Bíblia revela a igualdade das três pessoas da Trindade (Mt 28.19; 2 Co 13.13). 2. No período pré-niceno. O Subor dinacionismo foi, nos Séculos II e III, uma tentativa, ainda que equivocada, de preservar 0 monoteísmo, mas que negou a divindade absoluta de Jesus. Seus expoentes consideravam Cristo como Filho de Deus, inferior ao Pai. Eles afirmavam que o próprio Cristo declarava a sua inferioridade, e isso eles o faziam com base numa exegese ruim e numa interpretação fora do contexto de algumas passagens dos Evangelhos. 3. Métodos usados pelos subordi- nacionistas. Já estudamos, até agora, o ensino bíblico sobre Jesus como 0 verdadeiro homem e ao mesmo tempo o verdadeiro Deus. Somente Ele é assim, e ninguém mais no céu e na terra possui essa característica (Rm 1.1-4; 9-5)- No entanto, os subordinacionistas pinçam as Escrituras aqui e ali se utilizando das passagens do Novo Testamento que 42 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 apresentam o Senhor Jesus como homem e descartam e desconsideram as que afirmam ser Jesus o Deus igual ao Pai. SINOPSE II O Subordinacionism o afirm a ser o Filho subordinado ao Pai, sendo, portanto, um deus secundário. III - COMO O SUBORDINACIO- NISMO SE APRESENTA HOJE 1. No contexto islâmico. 0 Islamismo não considera Jesus como o Filho de Deus, mas como messias e profeta, e coloca Maomé acima dele. Nenhum cristão tem dificuldade em detectar o erro de doutrina (Ef 1.21; Fp 2.8-11). O Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus, isso com base numa péssima interpretação, pois significaria uma relação íntima conjugal entre Deus e Maria. O mais grave é que seus líderes afirmam que os cristãos pregam esse absurdo (Jd 10). Lamentamos dizer que até mesmo Satanás e os seus demônios reconhecem que Jesus é 0 Filho do Deus Altíssimo (Mc 5.7). A expressão “Filho de Deus” no Novo Testamento signifi ca a sua origem e a sua identidade (Jo 8.42) e não segue 0 mesmo padrão de reprodução humana. Jesus foi concebido pelo Espírito Santo (Mt 1.18, 20; Lc 1.35). 2. O movimento das Testemunhas de Jeová. Este confessa publicamente que crê na existência de vários deuses: o Deus Todo-poderoso, Jeová; depois o deus poderoso, Jesus; e em seguida AUXÍLIO TEOLÓGICO “A PALAVRA NA ETERNIDADE (1.1- 5) Os versículos l a 4 narram o es tado preexistente de Jesus e como Ele agia no plano eterno de Deus. ‘No princípio’ (v.ia) fala da existência eterna da Palavra (o Verbo). As duas frases seguintes expressam a divin dade de Jesus e sua relação com Deus Pai. Esta relação é uma dinâmica na qual constantemente são trocadas comunicação e comunhão dentro da deidade. O versículo 2 resume o versículo 1 e prepara para a ativida de divina fora da relação da deidade no versículo 3. No versículo 4 Ele é o Criador mediado. O uso da preposi ção ‘por’ informa o leitor com pre cisão que 0 Criador original era Deus Pai que criou todas as coisas pela Pa lavra. Os verbos que João usa nestes versículos fazem distinção entre 0 Criador não-criado, a Palavra (o Ver bo) e a ordem criada. Numa boa tra dução, a ARC observa esta distinção: a Palavra (0 Verbo) ‘era’ mas ‘todas as coisas foram feitas. O versículo 4 conta várias coisas para o leitor: 1) A Palavra divina, como Deus Pai, tem vida em si mesma, vida inchada (ou seja, é a fonte da vida eterna). 2) Esta vida revelou a pessoa e natureza de Deus para todas as pessoas. 3) ‘Luz’ neste ponto pertence à revelação au torizada e autêntica de Deus [...]’ ” (ARRINGTON, F. L; STRONSTAD, R. (eds.) Comentário Bíblico Pente- costal: Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.496). JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 4 3 outros deuses menores, incluindo bons e maus. Mas a fé cristã não admite a existência de outros deuses. É verdade que a Bíblia faz menção de deuses falsos. Se são falsos, não podem ser Deus (G1 4.8). Declara 0 apóstolo Paulo: “todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Co 8.6). Eis uma boa pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová: “Jesus Cristo é uma divindade falsa ou verdadeira?” Se a resposta for positiva, elas são obrigadas a reconhecer a divindade de Jesus e a Trindade; mas, se a reposta delas for negativa, elas estão admitindo que são seguidoras de um deus falso. SINOPSE III O Subordinacionism o se apre senta no contexto islâm ico e das Testem unhas de Jeová. CONCLUSÃO O termo “filho” em relação a Jesus tem sido assunto de debate teológico desde 0 período dos Pais da Igreja. A interpretação bíblica que se faz é: Jesus é Filho Unigênito não porque foi gerado, mas sim porque é da mesma substância do Pai. REVISANDO O CON TEÚDO 1. Por que Jesus é chamado “ Filho de Deus” no Novo Testamento? Jesus é chamado Filho de Deus no Novo Testamento porque Ele é Deus e veio de Deus. 2. O que revela a expressão “ Filho de Deus” em relação a Jesus? A expressão “ Filho de Deus” revela a divindade de Cristo. 3. O que é Subordinacionismo?O Subordinacionismo é toda doutrina que declara ser o Filho subordinado ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai. 4. Por que o Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus? O Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é 0 Filho de Deus, isso com base numa péssima interpretação, pois significaria uma relação íntima conjugal entre Deus e Maria. 5. Qual a pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová? Eis uma boa pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová: “Jesus Cristo é uma divindade falsa ou verdadeira?” 44 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÃO 7 16 de Fevereiro de 2025 AS NATUREZAS HUMANA E DIVINA DE JESUS TEXTO AUREO “Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, 0 qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5) VERDADE PRÁTICA Jesus é 0 eterno e verdadeiro Deus e, ao mesmo tempo, 0 verdadeiro homem. V y LEITURA DIARIA Segunda - Mt 1.23 As duas naturezas de Jesus reveladas na expressão “Emanuel” Terça - Fp 2.5-8 O Senhor Jesus possui as naturezas humana e divina em sua Pessoa Quarta - Jo 10.33 Sendo homem, Jesus afirma ser Deus, as duas naturezas em uma só Pessoa Quinta - At 20.28 Jesus, 0 Deus-Homem que nos comprou com o seu sangue Sexta - Cl 2.9 As duas naturezas de Cristo continuam para toda a eternidade Sábado - l Tm 3.16 As naturezas humana e divina em Jesus JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 4 5 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Romanos 1.1-4; Filipenses 2.5-11 Romanos 1 1 - Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para 0 evangelho de Deus, 2 - 0 qual antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras, 3 - acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, 4 - declarado Filho de Deus em poder, segundo 0 Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, — Jesus Cristo, nosso Senhor, Filipenses 2 5 - De sorte que haja em vós 0 mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 - que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. 7 - Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 8 - e, achado na forma de homem, hu milhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. 9 - Pelo que também Deus 0 exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo 0 nome, 10 - para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, í í - e toda língua confesse que Jesus Cristo é 0 Senhor, para glória de Deus Pai. i* Hinos Sugeridos: 25,154,183 da Harpa Cristã PLANO DE AULA 1. INTRODUÇÃO A lição desta semana tem como propósito reafirmar as naturezas di vina e humana de Jesus e, ao mesmo tempo, mostrar as principais heresias contrárias ao ensino doutrinário da natureza cristológica: 0 Nestorionis- mo e 0 Monofisismo. Em seguida, a lição apresenta uma perspectiva atual em que essas heresias se apresentam com uma aparência moderna. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Apresen tar 0 ensino bíblico da dupla nature za de Cristo; II) Mostrar as heresias contra esse ensino: Nestorianismo e Monofisismo; III) Identificar o perigo dessas heresias hoje. B) Motivação: Por mais que se multiplique idéias e pensamentos a respeito de Jesus, o lugar mais se guro, a fonte mais saudável para se conhecer 0 Senhor Jesus são as Sa gradas Escrituras. C) Sugestão de Método: Na pre sente lição há duas palavras que mui tos de nossos alunos não conhecem, pois fazem parte de um vocabulário técnico em Teologia: Monofisismo; Kenoticismo. Por isso, providencie um Dicionário Teológico, sugerimos 0 editado pela CPAD, destaque essas pa 4 6 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 lavras e leia juntamente com sua clas se antes de tratá-las diretamente no tópico respectivo. Assim, a sua classe poderá se familiarizar com esses dois termos técnicos da Teologia para de senvolver o assunto da presente lição. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: Conhecer bem a pessoa de Jesus Cristo tal qual re velada nas Escrituras Sagradas nos permite um relacionamento mais profundo e exitoso, ao mesmo tempo que nos protege de criar uma ima gem distorcida de nosso Senhor que nada tem a ver com revelação divina tal como se encontra na Bíblia. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A Encarnação: Deus pôde se tornar homem, sem deixar de ser Deus?” , ao final do primeiro tópi co, aprofunda 0 ensino sobre a dupla natureza de Cristo; 2) O texto “Nes- torianismo e o que a Bíblia diz” , logo após o segundo tópico, aprofunda a respeito da heresia nestoriana e a re futação bíblica a respeito dela. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Uma vez estabelecida definitivamen te a Cristologia em Niceia (325) e a Trindade em Constantinopla (381), surgem novas especu lações teológicas em torno das naturezas de Cristo: hu mana e divina. Essas con trovérsias deram origem ao Concilio de Calcedônia (451), hoje um bairro de Istambul, na Turquia. A presente lição é sobre 0 Nestorianismo e Monofisismo, dois pensamentos considerados heréticos no Concilio de Calcedônia. 1 - O ENSINO BÍBLICO DA DU PLA NATUREZA DE JESUS l. “Descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3). O apóstolo está se refe rindo aos ancestrais de Jesus. Ele veio de uma família humana de carne e ossos, que vivia entre 0 povo de Israel. A sua linhagem está registrada na introdução do Evangelho de Mateus e no capítulo 3 de Lucas. Jesus foi concebido no ventre de Maria, uma virgem de Israel, pelo Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Aí está o elo humano-divino, as duas naturezas do Senhor Jesus. 2. “ Declarado Filho de Deus em poder” (v. 4). Essa expressão indica a divindade de Jesus e isso é reforçado logo em seguida pelas palavras “Jesus Cristo, nosso Se nhor”. Mais adiante, Paulo, ao descrever os privilégios que Deus concedeu a Israel como a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e 0 culto, e as promes sas; o apóstolo conclui: “dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus ben dito eternamente. Amém!” (Rm 9.5). O JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 4 7 Senhor Jesus é um judeu, descendente de Israel e, ao mesmo tempo, é o “Deus bendito eternamente”. 3. O antigo hino cristológico (Fp 2.5,6). O texto está dizendo que embora Jesus sendo Deus, não usou as prerroga tivas da divindade durante seu ministério terreno e, mesmo que fizesse uso delas, não consideraria isso uma usurpação. O apóstolo está se referindo ao status de Cristo antes da encarnação (Jo 1.1,14). Mas enfatiza o aspecto humano (vv.7,8). O apóstolo está sendo muito claro no ensino das naturezas humana e divina em uma só Pessoa. Essa passagem é parte de um provável hino que os primeiros cristãos cantavam nos cultos e o apóstolo Paulo a inseriu nessa epístola aos Filipenses. O termo grego morphê, “forma”, usado pelo apóstolo Paulo, “sendo em forma de Deus” (v.6), indica essência imutável, portanto, Ele jamais deixou de ser Deus. SINOPSE I O Senhor Jesus é declarado “ da descendência de Davi segundo a carne” e “ Filho de Deus em poder”. II - AS HERESIAS CONTRA O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE IESUS 1. Quem foi Nestório? Ele foi bispo de Constantinopla entre 428-431. Nes tório discordava do título dado à Maria, defendido por Cirilo de Alexandria (376-444), “ mãe de Deus”, em grego theotokos, literalmente “portadora de Deus”. Ele sugeriu “receptora de Deus” ou christotokos, “mãe de Cristo”. Sim,Maria é mãe do Jesus humano (Mt 2.11, AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO “A ENCARNAÇÃO: DEUS PÔDE SE TORNAR HOMEM, SEM DEIXAR DE SER DEUS? [...] A teologia histórica e base ada na Bíblia argumentou que Deus é onisciente (sabe todas as coisas), onipotente (todo-poderoso), sem pecado e não corpóreo (sem um cor po), e que estes atributos são essen ciais e necessários para a divindade. Caracteristicamente, os seres hu manos não exibem estes atributos. Assim sendo, como pode Jesus ser, simultaneamente, plenamente divi no e plenamente humano? Seguin do estas linhas de raciocínio, alguns atacaram a doutrina da encarnação, tentando afirmar que ela é ilógica e contraditória. Esta suposta contradi ção lógica baseia-se em uma inter pretação equivocada fundamental de como a natureza humana é definida, de acordo com Thomas V. Morris em seu livro The Logic ofGod Incarnate (A Lógica de Deus Encarnado). [...] O entendimento histórico da Encarnação expressa as crenças de que Jesus Cristo é plenamente Deus - isto é, Ele possui todas as proprie dades essenciais de Deus; Jesus Cris to é também plenamente humano - isto é, Ele possui todas as proprie dades essenciais de um ser humano” (Bíblia de Estudo Apologia Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1892). 48 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 13,14, 20, 21), e não mãe de Deus, vis to que Deus é eterno (SI 90.2; 93.2; Is 40.28). A expressão adotada por Cirilo era uma contradição em si mesma. Embora a posição de Nestório fosse bíblica e teologicam ente correta, a popularidade do termo “mãe de Deus” de Cirilo impediu 0 êxito do termo e da explicação de Nestório. A preocupação dele era menos com a Mariolatria e mais com as idéias do Arianismo. 2. Nestorianismo. Nestório defendia a formulação dos pais nicenos, a divin dade de Cristo e a humanidade definida no Credo Niceno-constantinopolitano em 381. Segundo 0 pensamento nestoriano, as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, eram duas pessoas. Essa foi a acusação contra ele. A ilustração nes- toriana era a comparação de marido e mulher serem uma “uma só carne” (Gn 2.4). Essa alegada afirmação nestoriana foi considerada heresia pelo Concilio de Éfeso em 431, ele foi condenado por esse concilio que 0 declarou herege e 0 imperador o exilou. 3. Monofisismo. 0 termo vem de duas palavras gregas monos, “único”, e physis, “natureza”. Seu principal expoente foi Êutico, também conhecido como Euti- que. Essa doutrina afirma que as duas naturezas de Cristo são fundidas em uma só natureza amalgamada. 0 sentido de “ amalgamar”, não o de unir, não se trata de união, mas mistura, fusão, assim, seria uma só natureza híbrida, nem totalmente Deus e nem totalmente homem. Essa doutrina foi condenada no Concilio da Calcedônia, em 451. a) Ilustração. O bronze é uma liga de cobre e estanho, de modo que nem é cobre e nem estanho, mas outro metal; quanto a cor verde, é uma mistura das cores azul e amarela. Assim como bronze não é cobre e nem estanho; e, o verde não é azul e nem amarelo, da mesma forma, de acordo com Êutico, as naturezas de Cristo não são divina nem humana. b) Resposta bíblica. Segundo a Bíblia, 0 Senhor Jesus é perfeito quanto à di vindade e perfeito quanto à humanidade (Rm 9.5; Fp 2.5-11). 4. O Concilio de Calcedônia. Essa formulação teológica fala das duas naturezas de Cristo em uma só pessoa: “as propriedades de cada natureza per manecem intactas, concorrendo para formar uma só Pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas Pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor”. A encarnação do Verbo não é uma conversão ou transmutação de Deus em homem e nem de homem em Deus. A distinção é precisa entre natureza e pessoa, diz o documento. A união dessas duas naturezas é perma nente como resultado da encarnação. 0 documento é uma interpretação precisa das Escrituras (Is 9.5; Jo 10.30-37). SINOPSE II 0 Nestorianism o e o M onofi sism o são duas heresias con trárias ao ensino bíblico da dupla natureza de Jesus. AUXÍLIO TEOLÓGICO NESTORIANISMO E 0 QUE A BÍBLIA DIZ “Nestorianismo. É a doutrina que ensinava a existência de duas pesso JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 4 9 as separadas no mesmo Cristo, uma humana e uma divina, em vez de duas naturezas em uma só Pessoa. Nestor — ou Nestório, como aparece em outras versões — nasceu em An- tioquia. Ali, tornou-se um pregador popular em sua cidade natal. Em 428, tornou-se bispo de Constantinopla. Embora ele mesmo nunca tenha en sinado essa posição herética que leva 0 seu nome, em razão de uma combi nação de diversos conflitos pessoais e de uma boa dose de política eclesiás tica, Nestor foi deposto do seu ofício de bispo, e seus ensinos, condenados. Não há nas Escrituras a indicação de que a natureza humana de Cristo seja outra pessoa. [...] O que a Bíblia diz. O ensino bí blico a respeito da plena divinda de e plena humanidade de Cristo é claro, mediante as muitas referên cias bíblicas. O entendimento exato de como a plena divindade e a ple na humanidade se combinavam em uma só Pessoa tem sido ensinado desde o início pela igreja, mas só al cançou a forma final na Definição de Calcedônia, em 451. Antes desse pe ríodo, diversas posições doutrinárias inadequadas quanto às naturezas de Cristo foram propostas e rejeitadas. Primeiro, pelos apóstolos. Depois, pelos chamados pais da igreja” . (GILBERTO, Antônio et al. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Ja neiro: CPAD, 2008, p.126-27). III - O PERIGO DESSAS HERE SIAS NA ATUALIDADE 1. Os monofisitas. Quando a doutrina monofisista foi rejeitada juntamente com o nestorianismo, houve reação. Jacob Baradeus (500-578), um monge sírio, liderou 0 grupo monofisista e preservou a tradição siro-monofisista, conhecida como tradição jacobita. Ele e seus seguidores rejeitaram a decisão do Concilio de Calcedônia. Quem são eles hoje? São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas. É im portante conhecer a cristologia dessa tradição cristã e saber como responder seus questionamentos, e, sobretudo, conservar a fé no Jesus, 0 Deus que se fez homem 0 Emanuel, “Deus Conosco” (Mt 1.23); o Deus “que se manifestou em carne” (1 Tm 3.16). 2. O kenoticismo. Do verbo grego kenoó, significa “esvaziar” (Fp 2.7). A doutrina kenótica afirma que Jesus, enquanto esteve na Terra, esvaziou a si mesma dos atributos divinos. São duas linhas principais, 0 Verbo possuía os atributos divinos, mas escolheu não os usar; e, as prerrogativas da deidade foram usadas, mas na submissão do Pai e na direção do Espírito Santo. En tendemos que, sem atributos divinos, Jesus é menos que Deus. O kenosis é o “esvaziamento” de Cristo. Isso foi uma condição para 0 seu messiado e por isso Ele abriu mão de sua glória celeste (Jo 17.5). Jesus revelou sua na tureza divina quando esteve na Terra, Ele agiu como Deus, pois perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7-48), recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Jo 938), repreendeu a fúria do mar (Mt 8.26, 27; Mc 4.39). Somente Deus tem esse poder (SI 65.7; 89.9). 3. M ariolatria. O catolicismo ro mano adotou o termo “mãe de Deus” de Cirilo, ou seja, um pensam ento antibíblico que se desenvolveu numa teologia e perm anece até hoje por conta da sua popularidade. Com isso 50 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 aprendemos que o que parece certo e a escolha popular nem sempre repre sentam a verdade (At 8.9-11). SINOPSE III As heresias a respeito da du pla natureza de Jesus trazem im plicações para a conserva ção de nossa fé em Cristo e sua perfeita revelação. CONCLUSÃO O Concilio de Calcedônia em 451 reafirma os dois concílios anteriores, o de Niceia, em 325, e o de Constan- tinopla, em 381, ratificando os credos produzidos por esses conclaves gerais e estabeleceu definitivamente as duas naturezas de Cristo. A melhor maneira de se proteger dessas, e de outras heresias, é conhecer bem no que acre ditamos, os ensinos oficiais de nossa igreja e seus respectivos fundamentos bíblicos. Isso serve como nosso refe rencial quando nos deparamos com doutrinas inadequadas. REVISANDO O CON TEÚDO 1. Cite três passagens bíblicas que mostram diretamente as duas naturezas de Cristo, em uma só Pessoa. Romanos 1.3; 1.4; Fp 2.5,6. 2. Qual o pensamento nestoriano sobre as duas naturezas de Cristo? Segundo o pensamento nestoriano, as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, eram duas pessoas. 3. O que ensina 0 monofisismo de Êutico? Essa doutrina afirma que as duas naturezas de Cristo são fundidas em uma só natureza amalgamada, nem totalmente Deus nem totalmente homem. 4. Quais ramos do cristianismo não reconhecem o Credo de Calcedônia e mantêm ainda 0 monofismo de Êutico? São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas. 5. Mostre como Jesus agiu como Deus, estando na Terra. Jesus revelou sua natureza divina quando esteve na Terra, Ele agiu como Deus, pois perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7-48 ), recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Jo 9.38), repreendeu a fúria do mar (Mt 8.26, 27; Mc 4.39). VOCABULÁRIO Conclave: reunião sacra para se discutir algo; congresso, seminário, encontro. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 5 1 LIÇÃO 8 23.de Fevereiro de 2025 JESUS VIVEU A EXPERIÊNCIA HUMANA \ TEXTO ÁUREO “E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando 0 evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre 0 povo.” (Mt 4.23) VERDADE PRÁTICA O Senhor Jesus Cristo teve vida social — amigos, parentes —, interagia com as pessoas, e era conhecido dos vizinhos e moradores de Nazaré, onde fora criado. _________________________ / LEITURA DIARIA Segunda - Mt 4.23-25 Jesus caminhava por toda a Galileia, pregando, ensinado e curando enfermos Terça - Mc 6.2,3 Jesus e sua família eram conhecidos na cidade onde viviam Quarta - Lc 4.16 A participação de Jesus no culto nas sinagogas Quinta - Lc 5 27-30 Jesus tinha vida social como qualquer pessoa de sua época Sexta - Jo 2.1,2 Jesus participou de um casamento em Caná da Galileia, uma celebração comum da época Sábado - Jo 4.7-10 Jesus procurava interagir com as pessoas 52 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 1.43-51; M ateus 26.37,38,42 João 1 43 - No dia seguinte, quis Jesus irà Ga- lileia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Se gue-me. 44 - E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. 45 - Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. 46 - Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê. 1*1 - Jesus viu Natanael vir ter com ele e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo. 48 - Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu estando tu debaixo da figueira. 49 - Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, tu és 0 Filho de Deus, tu és 0 Rei de Israel. 50 -Jesus respondeu e disse-lhe: Porque te disse: vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás. 51 - E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em diante, vereis 0 céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre 0 Filho do Homem. Mateus 26 37 - E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entriste cer-se e a angustiar-se muito. 38 - Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. 42 - E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu 0 beber, faça-se a tua vontade. Hinos Sugeridos: 344, 465, 481 da Harpa Cristã PLANO DE AULA 1. INTRODUÇÃO A presente lição aborda a pers pectiva da experiência humana da pessoa de Jesus Cristo. Nosso Senhor teve uma vida social em que Ele in teragia com pessoas de toda sorte, iniciando em Nazaré, chegando a Jerusalém. Além da vida social, nos so Senhor tinha uma vida religiosa, pois Ele era judeu. Com isso, muitas das características humanas podem ser atestadas nas histórias de Jesus conforme reveladas na Bíblia. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Iden tificar a experiência humana no ministério de Jesus; II) Explicar as heresias que negam a humanidade de Jesus; III) Reconhecer como essas heresias se apresentam atualmente. B) Motivação: A experiência hu mana de Jesus marca uma referência para 0 desenvolvimento de nossos relacionamentos com outras pessoas. C) Sugestão de Método: Na pre sente lição há duas palavras impor tantes na Teologia, que também fa JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 5 3 zem parte de um vocabulário técnico em Teologia: Apolinarismo; Monote- lismo. Por isso, sugerimos que pro videncie um Dicionário Teológico, edi tado pela CPAD. Após destacar essas palavras, leia com sua classe antes de tratá-las diretamente no tópico respectivo. É muito importante que os alunos se familiarizem com ter mos técnicos que é bem provável que muitos nunca ouviram falar. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: A Bíblia revela que o nosso Senhor teve uma vida social e religiosa, ou seja, Ele viveu a experiên cia humana. Essa experiência de Jesus torna-se um grande parâmetro para o nosso relacionamento com as pes soas, quer do ponto de vista do Corpo de Cristo quer fora do Corpo de Cristo. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A Humanidade de Cristo” , logo após o primeiro tópi co, aprofunda o tema da experiência humana de Jesus; 2) O texto “Jesus Cristo Homem” , ao final do segundo tópico, aprofunda uma resposta bí blica aos que negam a humanidade de Jesus. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO O Senhor Jesus não viveu como ana- coreta, ou seja, como monge ou eremita em retiro solitariamente, isolado da sociedade, e nem ensinou essa > prática aos seus discípulos. Pelo contrário, a narrativa bíblica descreve que Ele teve vida social e religiosa. A presente lição pretende mostrar alguns aspectos da experiência humana de Cristo. I - A EXPERIÊNCIA HUMANA NO MINISTÉRIO DE JESUS l. Os debates com as autoridades religiosas. Os principais opositores de Jesus foram os fariseus, os saduceus e os herodianos. Esses debates revelam 0 ensino de Jesus sobre a ética, os prin cípios morais e as responsabilidades civis que temos. a) Os fariseus. O nome vem do hebraico prushim que significa “separados”, porque não concordavam com os saduceus. Defendiam a tradição acima das Escrituras (Mt 15.3, 6) e a separação do Estado da religião. Eram membros do sinédrio e tornaram-se alvo das críticas de Jesus (Mt 22.15). O apóstolo Paulo declara que o grupo dos fariseus, ao qual pertencia antes de sua conversão, era a mais severa seita do judaísmo (At 26.5; G11.14; Fp 3-5). b) Os saduceus. O nome vem de Za- doque, família que detinha 0 cargo de Sumo Sacerdote desde Salomão (íRs 2.35) até pouco antes do surgimento desses 54 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 grupos. Eram, como os fariseus, uma facção dentro do judaísmo (At 5.17), alegavam aceitar apenas os cinco livros de Moisés, 0 Pentateuco, com certa re serva, pois não acreditavam em anjos, espíritos e nem na ressurreição (At 23.8) e rejeitavam os demais livros do Antigo Testamento. Muitos deles eram sacerdotes, e exerciam fortes influências no sinédrio. Eram inimigos mortais de Jesus. Uniram-seaos fariseus, superando todos os obstáculos ideológicos a fim de somar as forças e matarem a Jesus. c) Os herodianos. Eram os apoiadores da dinastia de Herodes, uma espécie de marqueteiros, buscando convencer 0 povo para impedir um governo direto de Roma. Foram instituídos com inte resses nacionalistas e eram a favor dos impostos. O discurso de Jesus também os incomodava. Formaram conselho com os fariseus com 0 propósito de matar Jesus e, assim, livrar-se dEle (Mc 3.6). Estavam associados aos fariseus na questão do tributo (Mt 22.16; Mc 12.13). 2. A vida social e religiosa de Jesus. O Mestre participava de uma vida social intensa. A escolha dos seus discípulos como Filipe, André, Pedro e Natanael aconteceu num ambiente entre amigos (Jo 1.43-46). Os dois primeiros capítulos de Lucas apresentam um começo muito humano de Cristo, apresentando ami gos, vizinhos, parentes, como Zacarias, AMPLIANDO O CONHECIMENTO “A ENCARNAÇÃO: DEUS PÔDE SE TORNAR HOMEM, SEM DEIXAR DE SER DEUS? A resposta a esta pergunta é ‘sim’. Não apenas é possível, como aconteceu, no tempo e no espaço. Teólogos neo-ortodo- xos (pensadores do século XX, fortemente influenciados por Karl Barth) disseram que a pergunta é impossível de responder logicamente, porque a fé é um paradoxo ilógico e pode ser vista somente pelos olhos da fé. Em anos recentes, teólogos liberais negaram a realidade da encar nação, alegando que é um mito e não é verdadeira, em nenhum sentido objetivo. [...] Deste modo, eles consideraram um absurdo a declaração de que Jesus Cristo era plenamente Deus e plenamente hu mano (como tanto a Bíblia como confis sões históricas de cristãos afirmaram).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Apologética Cristã, editada pela CPAD, p.1892. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 5 5 Isabel. Os “ filhos de Zebedeu”, João e Tiago (Mt 2637), eram primos de Jesus; Zebedeu era um pescador da Galileia (Mc 1.19, 20) e marido de Salomé (Mt 27.56; Mc 15.40), irmã de Maria, mãe de Jesus (Jo 19.25). Lucas descreve o desenvolvimento físico e mental de Jesus que crescia em estatura e em sa bedoria (Lc 2.40, 52). Ele interagia com as pessoas independentemente de sua condição social e espiritual, “publicanos e pecadores” (Mt 9.10,11), “ fariseus” e “a mulher pecadora” (Lc 737- 39) e a mulher samaritana (Jo 4.9-15). 3. Características próprias do ser humano. Jesus nasceu de uma mulher, embora gerado pela ação sobrenatural do Espírito Santo. Seu nascimento, contudo, foi normal e comum como o de qualquer bebê (Lc 2.6-7). Ele sofreu, chorou e sentiu angústia (Hb 13.12; Lc 19.41; Mt 26.37); sentiu sono, fome, sede e cansaço (Mt 8.24; Jo 4.6; 19-28); Jesus morreu. A diferença é que, não ficou morto como qualquer pessoa, mas ressuscitou ao terceiro dia, passando pelo ardor da morte (1 Co 15.3-4). Ainda como homem, Ele dependia tanto da oração como também do Espírito Santo (Lc 4.1, 14; 5.16; 6.12). O Senhor Jesus Cristo, em sua experiência humana, participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza moral e espiritual (Jo 8.46; Hb 4.15). SINOPSE I Nosso Senhor viveu tanto a vida social quanto a religiosa, confirm ando assim a sua ex periência humana. AUXÍLIO DOUTRINÁRIO “A HUMANIDADE DE CRISTO As Escrituras Sagradas apresen tam diversas características huma nas em Jesus. O relato de sua infância enfoca o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: ‘E crescia Je sus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens [...]. E o menino crescia e se fortale cia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele’ (Lc 2.40,52). O profeta Isaías anunciou de antemão sobre Emanuel: ‘man teiga e mel comerá, até que ele sai ba rejeitar o mal e escolher o bem’ (Is 7-15)- Ele tornou-se homem para suprir a necessidade de salvação da humanidade” (Declaração de Fé das Assembléias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.50-51). II - HERESIAS QUE NEGAM A HUMANIDADE DE JESUS 1. Apolinarismo. Apolinário foi bispo de Laodiceia, nasceu provavelmente em 310 d.C. e morreu em 392. O Apolina rismo é a doutrina que nega que Jesus encarnado teve espírito humano. Usando a linguagem teológica de Apolinário, os elementos constitutivos do ser humano são sóma, “carne ou corpo”; a psychê, “ alma anim al” , a sede dos desejos, paixões, apetites; e, pneuma, “ alma racional”. Em relação a Jesus, dizia que Ele possuía um sõma humano e uma psychê humana, mas não um pneuma humano. Segundo Apolinário, o Verbo (Jo l.l, 14) teria ocupado o lugar da alma na encarnação, com isso negando que Jesus tivesse espírito humano. 5 6 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 2. Reação da igreja. A humanidade plena de Jesus está clara no Novo Tes tamento, que fala do corpo físico de Cristo (Lc 24.36-40; Jo 2.21; Hb 10.10) e também da alma e do espírito (Mt 26.38; Lc 23.46). Essa humanidade de Jesus é igual à nossa (Hb 2.14,17 — NTLH). A diferença é a sua impecabilidade. De modo que Ele é 0 verdadeiro homem (1 Tm 2.5). O Apolinarianismo foi declarado heresia no Concilio da Calcedônia em 451. 3. Monotelismo. É a doutrina cris- tológica do patriarca Sérgio de Constan- tinopla, que ensinava haver em Cristo uma só vontade. O termo vem de duas palavras gregas, monos, único”, e thelê- ma, “vontade, desejo”. Era uma tentativa de conciliar a teologia monofisita com o Credo de Calcedônia, que reafirmava as duas naturezas intactas, separadas e inconfundíveis em uma só pessoa, em Jesus. O Terceiro Concilio de Constanti- nopla em 681 considerou o monotelismo heresia. Reconhecemos as vontades de Cristo (Mc 14.36). É evidente que as ações de Cristo como caminhar, comer, beber, interagir com as pessoas são puramente humanas, mas são produzidas pela na tureza humana sob a direção divina. Ao perdoar pecados, era a manifestação da vontade de Cristo na natureza divina (Lc 5.20-22). Sofrônio, patriarca de Jerusalém, em 633, refutou 0 monotelismo dizendo que existe em Jesus duas vontades sendo a humana submissa à divina. SINOPSE II O Apolinarismo e o Monotelis mo são duas heresias que ne gam a humanidade de Jesus. AUXÍLIO TEOLÓGICO “JESUS CRISTO HOMEM A Bíblia ensina tanto a divinda de como a humanidade de Cristo: ‘E todo o espírito que confessa que Jesus não veio em carne não é de Deus...’ (1 Jo 4.3). O ensino da humanidade de Cristo, no entanto, não neutraliza a sua divindade, pois os Evangelhos re velam as duas naturezas: a humana e a divina. Os Evangelhos revelam atri butos característicos do ser humano em Jesus, Ele nasceu de uma mulher, embora gerado pela ação sobrenatu ral do Espírito Santo, o ato do nas cimento em si foi normal e comum como o de qualquer ser humano. Diz a Palavra de Deus: ‘E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e en volveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem’ (Lc 2.6,7)” (SOARES, Esequias. Manual de Apo- logética Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp. 85-6). III - COMO ESSAS HERESIAS SE APRESENTAM NOS DIAS ATUAIS 1. Quais países Jesus visitou quando esteve entre nós? Podemos afirmar que Jesus visitou, durante sua vida terrena, três países, Egito (Mt 2.14-15), Israel, o centro de suas atividades, e Fenícia, atual Líbano. Mas, não faltam crenças bizarras sobre a vida de Jesus. Não somente o Movimento Nova Era, mas vários grupos ocultistas costumam ensinar que Jesus esteve na índia, e os mórmons declaram JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 5 7 que Ele esteve nos Estados Unidos. A Bíblia, porém, nada disso menciona e ensina-nos a rejeitarmos as fábulas (1 Tm 4.7). Os Evangelhos não mostram um Jesus estranho em sua comunidade e muito menos um forasteiro (Mt 13.55-57; Jo 7.15, 27, 41, 42). 2. Jesus eravisto como alguém da comunidade. Essa invenção desses esotéricos contraria o relato dos Evan gelhos (Lc 4.22-24), onde o Senhor Jesus é apresentado como alguém que era natural na comunidade de seu povo, Israel, e não como um estrangeiro. Sua maneira de viver e o seus ensinos refle tem a cultura judaica, e nada há que se pareça com a cultura hindu: “Não é este 0 carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Mc 6.2,3). Ora, tal atitude do povo não se justificaria se Jesus fosse um recém-chegado da índia. SINOPSE III Ao esvaziar a experiência hu m ana de Jesus, muitos grupos ocultistas distorcem a vida e a obra de Cristo no mundo. CONCLUSÃO É nosso compromisso seguir 0 exem plo de Jesus no relacionamento com as pessoas. É importante que nunca nos esqueçamos os pontos essenciais da pre sente lição sobre a verdadeira identidade do Senhor Jesus. Ele é o Deus verdadeiro em toda a sua plenitude igual ao Pai. E como homem, em toda a sua plenitude, viveu e andou entre nós, seres humanos. REVISANDO O CON TEÚDO 1. Quais os principais opositores de Jesus com quem Ele debatia? Os fariseus, os saduceus e os herodianos. 2. Como sabemos que o Senhor Jesus teve vida social e religiosa? Ele interagia com as pessoas independentemente de sua condição social e espiritual, “ publicanos e pecadores” (Mt 9.10, 11), “ fariseus” e “ a mulher pecadora” (Lc 7.37-39) e a mulher samaritana (Jo 4.9-15). 3. O que ensinam as doutrinas apolinarianista e monotelista? O Apolinarismo é a doutrina que nega que Jesus encarnado teve espírito humano. O Monotelismo é a doutrina cristológica do patriarca Sérgio de Constantinopla, que ensinava haver em Cristo uma só vontade. 4. Quais concílios declararam heresias o Apolinarianismo e o Monotelismo? No Concilio da Calcedônia em 451 e o Terceiro Concilio de Constantinopla em 681, respectivamente. 5. Como os Evangelhos apresentam Jesus? Os Evangelhos não mostram um Jesus estranho em sua comunidade e muito menos um forasteiro (Mt 13.55-57; Jo 7.15, 27, 41, 42). 5 8 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÃO 9 2 de Março de 2025 QUEM E O ESPÍRITO SANTO? \ TEXTO ÁUREO “ Ora, este Senhor é 0 Espírito; e onde está 0 Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3.17- NAA) \_________________________ VERDADE PRÁTICA É necessário primeiro conhecer a verdadeira identidade do Espírito Santo, à luz da Bíblia, para então poder defendê-la. LEITURA DIÁRIA Segunda - SI 104.30 Quinta - 1 Co 3.16 0 Espírito Santo preserva e 0 Espírito Santo é Deus, esse mantém todas as coisas criadas mesmo Espírito habita em nós Terça - Mt 28.19 Sexta - Tt 3-5 0 Espírito Santo é igual ao Pai e 0 Espírito Santo regenera 0 ao Filho pecador Quarta - l Co 2.10 Sábado - 2 Pe 1.21 0 Espírito Santo penetra todas as 0 Espírito Santo falou por meio coisas até as profundezas de Deus L __________________________ dos profetas e apóstolos JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 5 9 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 14.16,17, 26; 16.7-14 João 14 16 - Eeu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, 1 7 - 0 Espírito da verdade, que 0 mundo não pode receber, porque não 0 vê, nem 0 conhece; mas vós 0 conheceis, porque habita convosco e estará em vós. 26 - Mas aquele Consolador, 0 Espírito Santo, que 0 Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. João 16 7 - Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, 0 Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei. 8 - E, quando ele vier, convencerá 0 mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: 9 -do pecado, porque não creem em mim; 10 - da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; 11 - e do juízo, porque já 0 príncipe deste mundo está julgado. 12 - Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não 0 podeis suportar agora. 13 - Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo 0 que tiver ouvido e vos anunciará 0 que há de vir. 14 - Ele me glorificará, porque há de rece ber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Hinos Sugeridos: 349, 387, 511 da Harpa Cristã PLANO DE AULA 1. INTRODUÇÃO O Espírito Santo é a Tercei ra Pessoa da Santíssima Trindade. Nesta lição, temos o propósito de apresentar o Santo Espírito de acor do como está revelado na Palavra de Deus, bem como pontuar sua deida- de, atributos e obras. Em seguida, veremos como, ao longo da histó ria, algumas heresias em relação ao Espírito Santo se levantaram contra 0 ensino ortodoxo. Finalmente, ve remos como essas heresias se apre sentam atualmente. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Mostrar o Espírito Santo como o Consola dor; II) Correlacionar a deidade, os atributos e a obra do Espírito Santo; III) Identificar as heresias antigas e as formas como elas se apresentam atualmente. B) Motivação: O Espírito Santo é Deus. Para nós, de tradição cristã pentecostal, é indispensável 0 co nhecimento e, ao mesmo tempo, a experimentação de uma vida guiada e dominada pelo Santo Espírito. Ter uma boa compreensão doutrinária a respeito da natureza do Espírito é fundamental para o cultivo de uma vida dependente de Deus. 6 0 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 C) Sugestão de Método: Inicie a aula desta semana relembrando a grande promessa que Jesus fez du rante o seu ministério terreno e que se cumpriu em Pentecostes confor me nos informa Atos 2: a chegada do Espírito Santo. Leia com a clas se o texto de Isaías 61.1. Diga que o Senhor Jesus foi ungido por esse mesmo Espírito para desenvolver o seu ministério na Terra (Lc 3.21,2). Esse mesmo Espírito nos capacita para desenvolvermos toda e qual quer obra para o Reino de Deus. O Espírito Santo opera em nós e por meio de nós. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: Não podemos dar ouvidos a nenhum ensino que en fraqueça a pessoalidade do Espírito Santo, seu caráter capacitador, bem como sua obra regeneradora e san- tificadora. A Terceira Pessoa da San tíssima Trindade, o divino Espírito Santo, foi-nos dado pelo Filho para nos guiar, consolar e capacitar. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Cremos no Es pírito Santo” , logo após 0 primeiro tópico, aprofunda a identidade do Espírito Santo; 2) O texto “ O Divi no Espírito Santo” , ao final do se gundo tópico, aprofunda o assunto a respeito da deidade e atributos do Espírito Santo tal qual revelados na Bíblia, a Palavra de Deus. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO A identidade do Espírito Santo é revelada nas Escrituras desde 0 livro de Gênesis até o Apocalipse. É fato que a Igreja desde os dias apostóli cos o reconhecia como Deus igual ao Pai e ao Filho. Essa deidade absoluta do Espírito Santo é revelada de maneira | direta, nos seus atributos divinos e nas suas obras e funções pertencentes a Deus. Todos nós precisamos estudar e conhecer essa verdade bíblica, pois desde a antiguidade existem heresias sobre a Terceira Pessoa da Trindade. í ilavra-Cha\ Espírito|1Santo ¥V ] É sobre isso que vamos estudar na presente lição. I - O CONSOLADOR 1. 0 outro Consolador (14.16). Jesus disse aos seus discípulos que estava voltando para 0 Pai, mas que continuaria cuidando da Igreja, pelo seu Espírito Santo, seu Paracleto, alguém como Ele, que teria 0 0 seu povo. A palavra “outro”, nesta passagem é, no grego, allos, e significa “outro”, da mesmanatureza, mesma espécie e mesma qualidade. Se JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 6 l o Espírito fosse uma força ativa, impes soal, conforme o ensino equivocado das Testemunhas de Jeová, a palavra correta para “outro” seria heteros, que significa: “outro do usual, diferente”. O Dicionário Vine afirma: “O termo allos expressa uma diferença numérica e denota ‘outro do mesmo tipo’; o termo heteros expressa uma diferença qualitativa e denota ‘outro de tipo diferente’. Cristo prometeu enviar ‘outro Consolador’ — allos, ‘outro como Ele’, não heteros (Jo 14.16)”. 2. O Paracleto (16.7). O termo se refere ao Espírito Santo, mas os dicio nários da língua portuguesa afirmam que se trata de uma pessoa que defende e protege alguém. O termo grego para- klêtos vem da preposição pará, “ao lado de, próximo”, e do verbo kaléõ, “chamar, convocar”, de modo que essa palavra significa “defensor, advogado, inter- cessor, auxiliador, ajudador. Paracleto, então, é o Consolador. O Consolador é enviado pelo Pai em nome de Jesus para ensinar os discípulos e fazer lembrar de tudo o que o Filho ensinou e para testificar dEle (Jo 15.26). 3. Seu uso no Novo Testamento. O termo “paracleto” aparece apenas cinco vezes no Novo Testamento, nos escritos joaninos, quatro vezes no Evangelho, referindo-se ao Espírito Santo (Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7). Além dEle 0 nome é aplicado ao Senhor Jesus e traduzido por “Advogado” (1 Jo 2.1). SINOPSE I O Espírito Santo é o nosso Con solador, o nosso auxiliador de todos os mom entos da vida. VV A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia também nos seus atributos divinos, como acontece com o Senhor Jesus. Ele é onipotente, as Escrituras Sagradas ensinam ser o Espírito a fonte de poder e milagres.” AUXÍLIO DOUTRINÁRIO CREMOS NO ESPÍRITO SANTO “Cremos, professamos e en sinamos que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trin dade, Deus igual ao Pai e ao Filho: ‘Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo’ (Mt 28.19). O Espírito Santo é da mesma substância, da mesma es pécie, de mesmo poder e glória do Pai e do Filho, pois é chamado de outro Consolador: ‘E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consola dor, para que fique convosco para sempre’ (Jo 14.16). O Espírito San to não é uma parte da Divindade, mas, sim, Deus em toda a sua ple nitude e, por isso mesmo, é incria- do, autoexistente e absolutamente autônomo: ‘o Espírito que provém de Deus’ (1 Co 2.12), como havia declarado o Credo de Atanásio: ‘Tal 6 2 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 vvcomo é o Pai, tal é o Filho e tal é o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho incriado, e o Espírito San to incriado... não há três incriados, mas um só incriado’ . Ele é o Espí rito eterno e existe por si mesmo. Ele pertence à mesma essência e substância indivisível e eterna do Pai e do Filho. Os homens e os an jos foram criados e dependem do Criador, mas Ele, o Espírito Santo, não depende de nada, pois Ele é o Senhor: ‘o Senhor é o Espírito’ (2 Co 3.17 - ARA)” . [...] Declaramos e ensinamos a deidade absoluta do Espírito Santo” ’ (Declaração de Fé das Assembléias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.67,68). II - SUA DEIDADE, ATRIBUTOS EOBRAS 1. Sua deidade. A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia de maneira que os nomes Deus e Espírito Santo aparecem sempre de forma al ternada, tanto no Antigo Testamento como no Novo. O Espírito Santo é Javé na vida de Sansão: “o Espírito do Se nhor possantemente se apossou dele” (Jz 15.14); no entanto, na sequência, lemos que depois de traído por Dalila, Sansão “(...) não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele” (Jz 16.20). Assim, tanto o Espírito de Javé e Javé, ou seja, o Espírito do Senhor e o Senhor são nomes divinos usados alternadamente. Fica claro, no Antigo Testamento, que o Espírito Santo é o próprio Deus. Esse tipo de linguagem na Bíblia mostra que Ele é Javé. Compare Êxodo 17.7 com Hebreus 3.7-9; Deus de Israel (2 Sm Jesus disse que o Consolador é o próprio Espírito Santo. A promessa do Senhor Jesus é ‘para que fique convosco para sempre’ (Jo. 14.16).” 23.2,3). Essa forma de apresentação é frequente na Bíblia (At 5.3, 4; 1 Co 3.16; 2 Co 3.16-18). 2. Seus atributos. A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia também nos seus atributos divinos, como acontece com 0 Senhor Jesus Cristo. Ele é onipotente (Rm 15.19), e as Escrituras Sagradas ensinam ser 0 Espírito a fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; 1 Co 12.9-11). A onipre sença é outro atributo incomunicável de Deus presente na Terceira Pessoa da Trindade, o que m ostra ser Ele onipresente (Sl 139.7-10). Ele conhece todas as coisas, até as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11); conhece o coração dos seres humanos (Ez 11.5; At 5.3-9; Rm 8.26,27) e é conhecedor do futuro (Lc 2.26; Jo 16.13; At 20.23), isso por ser Ele onisciente. Possui 0 atributo da eternidade, pois é cham ado de “Espírito eterno” (Hb 9.14). 3. Suas obras. São inúm eras as obras de Deus efetuadas pelo Espírito Santo. Ele gerou Jesus Cristo (Lc 1.35), dá a vida eterna (Gl 6.8), guia o seu povo (Sl 143.10; Is 63.14; Rm 8.14; Gl. 5.18), é 0 Senhor da Igreja (At 20.28) e santificador dos fiéis (Rm 15.16; 1 Pe 1.2). JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 6 3 0 Espírito habita nos crentes (Jo 14.17; Rm 8.11; 1 Co 3.16), é o autor do Novo Nascimento (Jo 3.5,6; Tt 3.5), da vida (Ez 37.14; Rm 8.11-13) e 0 distribuidor dos dons espirituais (1 Co 12.7-11). Essas obras são exclusivas de Deus, realizadas pelo Pai, Filho e o Espírito Santo. Essas obras divinas evidenciam que 0 Espírito Santo é Deus igual ao Pai. SINOPSE II A Bíblia revela a deidade do Espírito Santo por meio de seus atributos e obra. AUXÍLIO TEOLÓGICO O DIVINO ESPÍRITO SANTO “ O divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas. Ele tem poder próprio. É dEle que flui a vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (SI 104.30; Ef 3.16). Isso é uma evidência da deidade do Espírito Santo. Ele tem autoridade e poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia [...]. Em 1 Coríntios 2.4, na úni ca referência (no original) em que aparece o termo traduzido por ‘demonstração do Espírito Santo’ , designa-se literalmente uma de monstração operacional, prática e imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo. E isso ocorre pela poderosa ação persuasiva e convincente do Espí rito, cujos efeitos transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então, confir mando o evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (1C0 2.4,5)” (GIL BERTO, Antônio. Teologia Siste mática Pentecostal. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.175). III - HERESIAS AN TIG A S E NOVAS 1. As primeiras heresias. Não havia consenso sobre o Espírito Santo no Oriente nas primeiras décadas depois do Concilio de Niceia. Havia diversas interpretações. a) Os arianistas. Ário considerava também 0 Espírito Santo como criatu ra, embora esse tema tivesse fora das discussões na época, pois o foco dos debates estava no Filho. Eunômio, um dos arianistas mais radicais, considerava 0 Espírito Santo como a mais nobre das criaturas produzidas pelo Filho a pedido do Pai, dizia que “o Filho é o criador do Espírito”. b) Tropicianos. Eram uma seita do Egito, cujo nome vem de tropos, “fi gura”. Atanásio assim o denominou por causa da exegese figurada deles, diziam ser 0 Espírito Santo um anjo e uma criatura. c) Pneumatomacianos. Surgiram depois dos tropicianos. O termo pneu- matomachoi vem de pneuma, “espírito”, e machomai, “ falar mal, contra”, eram os “opositores do Espírito”. Eustáquio de Sebaste (300-380) foi o principal 64 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 defensor dessa heresia, o movimento negava a divindade do Espírito Santo.C) Sugestão de Método: Jamais em outro tempo se viu tanta neces sidade de combater as falsas doutri nas que desafiam a fé cristã como atualmente. Pensando nisso con verse com seus alunos a respeito de quais maneiras podemos confrontar os falsos ensinamentos com o ver dadeiro ensinamento da Palavra de Deus. Pergunte aos alunos de que forma a igreja deve se posicionar para defender a fé. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: A defesa da fé cristã não ocorre somente no campo inte lectual, por meio do conhecimen to bíblico e fidelidade à doutrina. O combate aos falsos ensinamentos se dá também por meio de uma conduta cristã ilibada, que testemunha a ver dadeira doutrina de maneira prática. Jesus endossou essa verdade ao dizer que o mundo saberia que somos seus discípulos quando observasse o nos so exemplo de amor (Jo 13.35). 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.36, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: l) O texto “Um Testemunho Coerente” , localizado depois do pri meiro tópico, aponta 0 testemunho cristão como forma de refutar os fal sos ensinamentos; 2) O texto “ Seita” , ao final do terceiro tópico, destaca maiores detalhes do termo “heresia” . COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Heresias são crenças e práticas contrárias ao pen samento bíblico, pois elas distorcem os pontos prin cipais da doutrina cristã, confrontam o Cristianismo Histórico e criam um problema para as igrejas e as famílias. As heresias da atualidade são as mesmas da antiguidade, mas com uma roupa gem nova, que foram rejeitadas pelos apóstolos e primeiros cristãos, pois “nada há novo debaixo do sol” (Ec 1.9). O presente trimestre tem por ------objetivo mostrar o referen cial doutrinário da fé cristã, levando-o(a) a reconhecer de longe as heresias. Esta primeira lição é um estudo sobre o problema das heresias nas igrejas e a nossa res ponsabilidade na defesa da fé. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 5 I - AS AMEAÇAS DOS LOBOS VORAZES 1. Os cuidados pastorais (At 20.28). Os “anciãos” mencionados no versículo 17 são chamados de bispos nessa passagem e, ao dizer que eles foram constituídos pelo Espírito Santo para “apascentardes a igreja de Deus”, mostra que eles são pastores. A função primordial do pastor é alimentar, guiar e proteger 0 rebanho (Lc 15.4-6). O Novo Testamento emprega essa metáfora ao tratar 0 relacionamen to entre pastor e rebanho na igreja. A exortação apostólica aos líderes da igreja visa proteger os irmãos e as irmãs das heresias e guiar todos na verdade do Evangelho. Esse cuidado aparece nos ensinos de Jesus (Mt 7.15-20). 2. “Depois da minha partida” (v.29). Essa expressão é uma palavra proféti ca, pois 0 apóstolo não está apenas se referindo à sua morte, mas também ao avanço dos hereges no seio da igreja depois do período apostólico, no futuro. Paulo usa uma linguagem metafórica para identificar os falsos doutrinadores, “lobos cruéis” ou “lobos vorazes” (v. 29 - Nova Almeida Atualizada - NAA). O apóstolo Pedro, depois de ensinar que 0 Espírito Santo inspirou os profetas do Antigo Testamento (2 Pe 1.19-21), mostrou que a presença do verdadeiro ensino nem sempre é suficiente para impedir a manifestação do falso. Tanto que, ao falar a respeito dos profetas legítimos dentre os hebreus, ressaltou que também havia entre 0 povo falsos profetas, como haveriam de surgir com 0 tempo, no meio da Igreja, falsos mestres (2 Pe 2.1). Na verdade, eles já estavam presentes no período apostólico (Gl 1.7; Cl 2.8; Jd 4). 3. A origem dos fa lsos m estres (v.30). Dois pontos surpreendentes, nessa parte do discurso, nos chamam a atenção; primeiro, os lobos vorazes surgem de dentro da própria igreja “dentre vós mesmos” e, segundo, “se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si”. Os discípulos deles ainda estão por aí. Entre eles estão os que se posi cionam acima das Escrituras, os quais, sem o menor pudor espiritual, usam as redes sociais para “corrigir” a Bíblia e discordar abertamente dos profetas e dos apóstolos bíblicos. Tais pessoas consideram seus discursos modernos e a mensagem da Bíblia, desatualizada, em razão disso oferecem um novo evangelho (2 Co 11.13-15). Em face disso, vemos a importância de estudar um campo da Teologia denominado de Apologética para orientar os crentes dos nossos dias. SINOPSE I Os lobos vorazes surgem de dentro do povo de Deus. Por isso, a Apologética é tão neces sária. AUXÍLIO TEOLÓGICO UM TESTEMUNHO COERENTE “O segredo da coragem e sucesso em enfrentar oposição é santificar a Cristo, como Senhor, no coração (1 Pe 3.15). Isso significa entronizar Cristo no coração como 0 Senhor supremo, que apesar de inocente sofreu pelos culpados e tem a preeminência em todas as coisas (Cl 1.18); reconhecê- -lo como santo; confiar plenamen te nas suas sábias providências com 6 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 toda a sinceridade; e amá-lo com um amor inspirado por uma teologia correta que cobre a sua morte ‘com significado expiatório’ . Sempre devemos estar prepara dos para enfrentar a zombaria dos críticos e a investigação honesta da queles que buscam a verdade. Pedro pode ter se lembrado daquela noite amarga em que negou a Cristo. A resposta a qualquer que [...] pedir a razão da esperança envolve um re lato racional das verdades básicas do Cristianismo e uma refutação con vincente das acusações falsas. Esse tipo de resposta requer mansidão e temor e uma boa consciência (v. 16). Para ser eficiente, o testemu nho deve estar baseado numa vida piedosa; deve ser apresentado com firmeza, livre de qualquer traço de rebeldia ou desrespeito para com os inquiridores, e deve vir de um cora ção que está consciente da presença divina. Nos dias de Pedro, quando os cristãos eram vistos como mal feitores e acusados de posições re ligiosas heréticas e maus costumes, sua melhor defesa não era uma ar gumentação veemente, mas um bom procedimento (conduta) em Cristo, o testemunho silencioso de uma vida santa centrada no Senhor Jesus” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.233). II - O QUE É APOLOGÉTICA? l. Definição (1 Pe 3-15)- Apologética Cristã é a defesa lógica e racional da fé cristã e de suas práticas doutrinárias. 0 termo vem do substantivo grego apolo gia, que literalmente significa “defesa, resposta”. O termo grego traduzido por “responder”, em “preparados para responder com mansidão” em 1 Pedro 3.15 é apologia, numa tradução literal é “... sempre preparados para [uma] defesa”. A versão bíblica chamada de Nova Versão Transformadora (NVT) emprega 0 verbo “ explicar”, assim: “sempre preparados para explicá-la”. A Apologética mostra que 0 cristianismo é racional, os dados da revelação podem ser explicados de maneira metódica e sistemática, portanto, aceitável. Jesus disse que devemos amar a Deus de todo o nosso coração[...] e de todo o nosso entendimento (Mc 12.30). Isso ensina que devemos amar a Deus por completo, com o corpo, as emoções e o intelecto. 2. A que defesa Pedro se refere? (v.16). Há quem argumente que essa defesa seja uma resposta a uma acu sação, visto que essa mesma palavra, apologia, aparece, nesse sentido no Novo Testam ento, como defesa de uma acusação tanto formal (At 22.1; 25.16) como informal (1 Co 9.3; 2 Co 7.11; Fp 1.7,16). 0 versículo 16 fala do bom testemunho cristão que serve para provar a inconsistência das acusações contra os crentes. Mas não parece ser esse 0 caso, porque a defesa, resposta ou explicação nessa passagem é sobre a razão da fé dos cristãos, e isso diz respeito à doutrina2. As heresias na atualidade. O gru po religioso das Testemunhas de Jeová é seguidor da antiga linha teológica dos arianistas. Seus líderes negam a divindade e a personalidade do Espí rito Santo; em sua literatura, grafam seu nome com letras minúsculas. Por exemplo, a Tradução do Novo Mundo (TNM) substitui o “Espírito de Deus” por “ força ativa de Deus” (Gn 1.2) e usa a expressão: “e todos ficaram cheios de espírito santo” (At 2.4). A expres são hebraica ruach ’êlóhim, “Espírito de Deus”, aparece 11 vezes no Antigo Testamento e somente nessa passagem é traduzida na TNM por “ força ativa de Deus”. 3. O Espírito Santo em outras reli giões. Em algumas religiões no Oriente, a noção sobre 0 Espírito Santo é confusa, mas se aproxima do pensamento antigo desses heresiarcas, “de modo que nada há novo debaixo do sol” (Ec 1.9). a) Uma crença estranha. Os in te lectu ais da relig ião islâm ica, por exemplo, se apegam às palavras do Alcorão atribuídas a Jesus: “ sou para vós 0 Mensageiro de Allah, para con firmar a Tora, que havia antes de mim, e anunciar um Mensageiro, que virá depois de mim, cujo nome é Ahmad” (61.6). Eles interpretam essa passa gem corânica como cumprimento da promessa que Jesus fez sobre a vinda do Consolador, do Paracleto. Eles confundem a palavra grega periclytós, “ renomado ao redor, ilu stre” , com paraklêtos (Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7). Assim, concluem equivocamente que Maomé é o Consolador prometido por Jesus. Convém lembrar que periklytós não é uma palavra bíblica, não aparece em lugar algum da Bíblia Sagrada, nem no Novo Testam ento grego e nem na Septuaginta. b) Resposta bíblica. Jesus disse que o Consolador é 0 próprio Espírito Santo (Jo 14.26). A promessa do Senhor Jesus é “para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). Trata-se de um ser que não morre, mas sim que vive para sempre, pelos séculos dos séculos. Jesus disse também que o Consolador “ habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17) e que, “quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim” (Jo 15.26). Assim, o Espírito Santo testifica de Cristo, o nosso Senhor. SIN OPSE III Os arianistas, tropicianos e pneum atom acianos procura ram enfraquecer ou subverter o ensino ortodoxo a respeito do Espírito Santo. CONCLUSÃO Vimos que a deidade e a personali dade do Espírito Santo estão presentes em toda a Bíblia de maneira abundante e tem sido crença da Igreja desde o princípio, por isso a relevância da defesa dessa doutrina. O Consolador é enviado pelo Pai, em nome de Jesus, para ensinar os discípulos e fazer lembrar de tudo o que 0 Filho ensinou e para testificar dEle. Não é possível uma força ativa e impessoal ser enviada em nome de alguém tendo tais atributos. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 6 5 REVISANDO O CON TEÚDO 1. A quem mais o nome “ Paracleto” é aplicado nas Escrituras além do Es pírito Santo? Além dEle o nome é aplicado ao Senhor Jesus e traduzido por “Advogado” (1 Jo 2.1). 2. Como a divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia? A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia de maneira que os nomes Deus e Espírito Santo aparecem sempre de forma alternada, tanto no Antigo Testamento como no Novo. 3. Quais os principais grupos na antiguidade que negavam a divindade do Espírito Santo? Os arianistas, tropicianos e pneumatomacianos. 4. Quem segue a linha teológica dos arianistas na atualidade? As Testemunhas de Jeová. 5. Qual resposta bíblica podemos dar em relação a crença estranha a respei to do Espírito Santo? Jesus disse que o Consolador é o próprio Espírito Santo (Jo 14.26). A pro messa do Senhor Jesus é “ para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). Trata-se de um ser que não morre, mas sim que vive para sempre. LEITU R A S PA R A A PR O FU N D AR O Espírito Santo na Bíblia É uma obra que expõe grandes verdades de tal maneira que todos podem entender e tirar proveito da instrução contida nele. Concede uma nova visão sobre o que as Escrituras ensinam sobre a pessoa do Consolador, Mestre e Guia. Abraçado pelo Espírito Seu coração está turbulento, vazio ou sem vida? Então, essa obra, que é muito mais para o coração do que para o intelecto, foi escrita para você! O autor te convida a peregrinar em uma relação mais profunda e íntima com Deus por meio do Espírito Santo. 6 6 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA “Porque todos pecaram e 0 pecado é um elemento real na destituídos estão da glória de vida de todas as pessoas desde Deus.” (Rm 3.23) 0 ventre materno. V __ __J LEITURA DIÁRIA Segunda - SI 51.5 Quinta - Ec 7.20 A corrupção humana vem desde a Não há ser humano no mundo concepção no ventre materno que não peque Terça - SI 58.3 Sexta - Rm 3.10-12 0 pecado vem desde a madre e Todos se extraviaram, não há acompanha toda a vida humana quem faça 0 bem Quarta - Is 1.6 Sábado - l Jo 3.4 0 pecado corrompeu a natureza 0 pecado significa iniquidade, humana na sua totalidade L __________________________ transgressão da lei de Deus JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 6 7 L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E Gênesis 3.1,6,75 Romanos 5.12-14 Gênesis 3 1 - Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que 0 Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 6 - E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 - Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. Romanos 5 12 - Pelo que, como por um homem en trou 0 pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. 13 - Porque até à lei estava 0 pecado no mundo, mas 0 pecado não é imputado não havendo lei. 14 - No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, 0 qual é afigura daquele que havia de vir. Hinos Sugeridos: 39,192, 491 da Harpa Cristã PLAN O DE A U LA 1. INTRODUÇÃO A realidade do pecado é o tema da lição desta semana. O ser huma no foi criado à imagem e semelhança de Deus, conforme a sua santidade e perfeição. Contudo, o advento do Pecado distorceu essa imagem e es tabeleceu graves problemas que per passam a história humana. Infeliz- mente, houve um movimento dentro da Igreja que procurou negar essa realidade pecaminosa. Podemos per ceber sua influência em nossos dias. 2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Expli car a doutrina bíblica do pecado e sua extensão; II) Mostrar a heresia que nega o advento do pecado; III) Pontuar 0 perigo dessa heresia para a vida do crente e da Igreja. B) Motivação: O problema do advento do pecado não significa que não haja esperança para 0 ser hu mano. Se ele não mergulhar em seu egoísmo, reconhecer que é um pe cador e crer no Salvador, ele encon trará plena salvação na pessoa ben dita de Jesus. Nele, nem tudo está perdido para o ser humano. C) Sugestão de Método: Com o propósito de auxiliá-lo para a pre paração de sua aula, sugerimos que, durante a semana, você leia um ca pítulo de um livro de História da Igreja a respeito de Pelágio e Agos tinho. A CPAD tem como suges tão as obras: “ História da Igreja” e “ Deus e o seu Povo” . Sugerimos a 6 8 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 leitura desse assunto em uma des sas obras para que você aprofunde o Tópico II com a classe. Leve para a aula os seus apontamentos, talvez uma porção do texto de uma dessas obras com o objetivo de enriquecer a exposição do segundo tópico. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação:Há uma necessi dade de conhecermos a nossa base doutrinária a fim de não sermos atraídos por falsos ensinamentos que não honram a Palavra de Deus. A falta de conhecimento bíblico gera graves problemas doutrinários. Consequentemente, os graves pro blemas doutrinários geram proble mas na vida cristã. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.41, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) 0 texto “A Realidade do Pecado” , ao final do primeiro tópico, aprofunda 0 assunto sobre o pecado; 2) O texto “Tentação e Queda não são coisas míticas ou alegóricas” , logo após 0 segundo tópico, aprofunda a reflexão da historicidade do pecado. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO 0 ser humano criado em santidade à imagem de Deus, foi corrompido pelo pecado de tal modo que somente em Cristo é possível a sua restauração a Deus. O capítulo 3 de Gênesis > relata como 0 pecado entrou na humanidade e, em Ro- manos 5, o apóstolo Paulo mostra a extensão dessa corrupção em todos os seres > humanos. A presente lição pretende mostrar a origem e a dimensão do pecado na humanida de e refutar, à luz da Bíblia, as principais crenças inadequadas. I - A DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO E SUA EXTENSÃO 1. O autor do pecado (Gn 3.1,2). Adão podia comer livremente de toda árvore Palavra-Chave Pecado do jardim, mas foi advertido para não comer da árvore “da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). A Bíblia nos v conta que 0 autor do pecado, a serpente que enganou Eva, é o próprio “diabo e Sata nás, a antiga serpente” (Ap ___ 12.9); o maioral dos demô- r nios (Mt 12.24; 25.41). Era originalmente o querubim ungido, perfeito em sabedo ria e formosura (Ez 28.12-15) que se rebelou contra Deus e foi expulso do céu (Is 14.12-15). Com sua queda, vieram com ele os anjos que aderiram à rebelião, e uma parte deles continua em prisão (2 Pe 2.4; Jd 6). Essa é uma possível explicação para a origem dos demônios. A intromissão da serpente JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 6 9 no jardim já era o querubim expulso agindo por meio dela. Assim, o pecado não teve a sua origem no Éden. 2. “Foram abertos os olhos de am bos” (Gn 3.7). Quando o casal comeu do fruto proibido, ambos perceberam que estavam nus, envergonharam-se e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura ime diata da comunhão com 0 Criador, é a morte espiritual, pois morte significa separação (Is 59.2). O pecado separa o ser humano de Deus. Nessa ocasião, ainda no Éden, Deus anunciou a vinda do Redentor (Gn 3.15) e, em seguida, pronunciou a sentença do casal (Gn 3.16-19) e à sua posteridade. Foi por causa dessa desobediência que 0 pecado entrou no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12). Esse desastre é conhecido como a Queda da humanidade. 3. A consequência da Queda no Éden. A Bíblia não mostra como essa transmissão do pecado de Adão passou a todos os humanos, mas afirma sua realidade: “ Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram ” (Rm 5.12). Essa é a revelação mais contundente sobre como a transgressão passou para toda a humanidade. Esse pensamento é reiterado mais adiante (v.19; l Co 15.49). 4. Extensão do pecado. O pecado se estende a todas as pessoas e corrompeu na sua totalidade, corpo, alma, espíri to (Rm 2.9; 8.10; 2 Co 7.1), intelecto e vontade (Is 1.3; Jr 17.9), consciência e razão (1 Tm 4.2; Tt 1.15). Tudo isso diz respeito à extensão, dos pés à cabeça (Is 1.5,6) e não se refere à intensidade. O ser humano está incapacitado de conhecer a Deus por seus próprios esforços. Mas a imagem de Deus, no ser humano caído, não foi erradicada, está desfigurada, mas não aniquilada (Gn 9.6; Tg 3.9). Isso inclui também o livre-arbítrio, pois os pecadores têm liberdade de escolha (Js 24.15; Jo 7.17; 2 Pe 3-5; Ap 22.17). SIN OPSE I O pecado não teve sua origem no Éden, mas em Satanás, a antiga serpente. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO REALIDADE DO PECADO “A raça humana está ligada a Deus mediante a fé na sua palavra como a verdade absoluta. Satanás, porque sabia disso, procurou des truir a fé que Eva tinha no que Deus dissera, causando dúvidas contra a palavra divina. Satanás insinuou que Deus não estava falando sério no que dissera ao casal. Noutras pa lavras, a primeira mentira proposta por Satanás foi uma forma de anti- nominianismo, negando o castigo da morte pelo pecado e apostasia. Um dos pecados capitais da humanida de é a falta de fé na Palavra de Deus. É admitir que, de certo modo, Deus não fala sério sobre o que Ele diz da salvação, da justiça, do pecado, do julgamento e da morte. A mentira mais persistente de Satanás é que 0 pecado proposital e a rebelião con 70 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 tra Deus, sem arrependimento, não causarão, em absoluto, a separação de Deus e a condenação eterna. Satanás, desde o princípio da raça humana, tenta os seres hu manos a crer que podem ser seme lhantes a Deus, inclusive decidindo por contra própria o que é bom e o que é mau. Os seres humanos, na sua tentativa de serem ‘como Deus’ , abandonam o Deus onipotente e daí surgem os falsos deuses. O ser hu mano procura, hoje, obter conheci mento moral e discernimento ético partindo de sua própria mente e desejos, e não da Palavra de Deus. Porém, só Deus tem o direito de de terminar aquilo que é bom ou mau” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.34-36). II - A HERESIA QUE N EGA O ADVEN TO DO PECADO l. O Pelagianismo. O Pelagianismo é a heresia mais antiga na história da igreja no tocante à pecaminosidade no gênero humano. O nome vem de Pelá- gio, monge erudito britânico (360-420) que se transferiu para Roma em 409. Foi contemporâneo de Agostinho de Hipona (354- 430). a) Conteúdo doutrinário. A princípio, a sua doutrina teve acolhida popular e não era considerada herética porque parecia se tratar de um assunto meramente ético e não teológico. A controvérsia não foi desencadeada com 0 próprio Pelágio, mas com Celéstio, jurista romano de origem britânica, um dos principais porta-vo zes das idéias pelagianas. A fonte da doutrina pelagiana são os escritos dos seus oponentes, não existe nada da lavra do próprio Pelágio. O que se sabe, com certeza, sobre a sua teologia se resume nisto: o ser humano não nasce em pe cado, a transgressão de Adão não afeta diretamente os outros, não existe pecado original, não existe a corrupção geral do gênero humano. Esses são alguns pontos do pensamento deles. O Pelagianismo foi condenado no Concilio de Éfeso em 431. b) Resposta bíblica. O Pecado Original é aquele que veio da Queda de Adão, a Bíblia afirma que a transgressão de Adão levou toda a humanidade ao pecado e isso é uma verdade bíblica (Rm 5.12). Esse homem pelo qual o pecado se es tendeu à toda humanidade é Adão (Rm 5.14). A evidência incontestável dessa transmissão do pecado de Adão para a sua posteridade é a morte (Rm 5.12b). A corrupção do gênero humano é um fato incontestável revelado nas Escrituras (SI 51.5; Is 1.5,6; Rm 3.10-12) e confirmado na própria experiência humana. 2. A morte de Jesus em favor dos pecadores. Por essa razão, o Alcorão nega a crucificação e a morte de Jesus. Com esse argumento, conclui que não havia necessidade de Jesus morrer pe los pecados da humanidade, por isso o Alcorão rejeita 0 sacrifício de Jesus. A cruz de Cristo sempre foi um escândalo para 0 mundo, uma ofensa para os que estão nas trevas (1 Co 1.23). SINOPSE II O Pelagianism o éa heresia que nega a realidade do advento do Pecado. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 7 1 AU X ÍLIO TEO LÓGICO “ TENTAÇÃO E QUEDA NÃO SÃO COISAS MÍTICAS OU ALEGÓRICAS A história bíblica descreve como o pecado tomou-se uma realidade na vida da humanidade quando uma criatura extraordinária e espiritu al se materializou numa ‘serpente’ (Gn 3.1-7) para enganar as mais be las criaturas da terra, 0 homem e a mulher. Essa criatura é denominada em outras passagens como ‘a anti ga serpente’ , 0 ‘Diabo’ e ‘Satanás’ (Ap 12.9; 20.2). Foi essa criatura que pecou desde o princípio e se tomou inimiga da criação de Deus e origi nou a catástrofe cósmica. [...] Tem havido a tentativa de pseu do-teólogos tornarem o relato es- criturístico da tentação e a Queda como algo alegórico. Não há qual quer linguagem figurada em Gê nesis 3 que negue 0 fato histórico relatado naquela passagem. No de senrolar da tentação, Satanás apelou aos apetites que poderiam dar a Eva 0 prazer de fazer sua própria vonta de em desobediência do Criador. Sa tanás apelou aos sentidos egoísticos de Eva e ela deu ouvidos ao tenta dor em vez de rejeitar e expulsar 0 tentador que visava levá-la a deso bedecer a Deus (Gn 3-1- 3). Satanás levou o casal a duvidar da veracida de de Deus insinuando que o Criador estaria tirando deles o direito de co nhecer coisas mais sublimes. Adão e Eva, então, pecaram e deixaram que seus corações fossem corrompidos e afetasse seus apetites naturais” (GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Ja neiro: CPAD, p.312). III - O PERIGO DESSA HERESIA PARA A V ID A DO CRENTE E DA IGREJA 1. Pensamentos pelagianistas em nossos dias. Essas idéias estão ainda hoje nas religiões reencarnacionistas que negam a Queda do Éden. O movi mento religioso denominado Ciência Cristã nega a existência do pecado; no Mormonismo, a transgressão de Adão não passou para a raça humana, cada pessoa é responsável somente pelos seus próprios pecados. Devemos conhecer bem aquilo em que nós cremos e também o ponto de vista do outro para sabermos conversar. Essas pessoas estão entre nós no dia a dia, e importa saber como identificar a teologia antibíblica delas como também apresentar o Evangelho que as conduza à salvação porque Jesus morreu por elas também (Jo 3.16; l Co 15.3; 1 Tm 1.15). E nessa missão, temos a ajuda do Espírito Santo (Lc 12.12). 2. O perigo. Quando as pessoas não conhecem bem as crenças e as práti cas de sua igreja, terminam atraídas facilmente por ensinos diferentes, que às vezes lhes parece correto, e por isso nem examinam seus fundamentos (1 Ts 5.21; 1 Jo 4.1). O analfabetismo bíblico é o drama do século que tem levado essas pessoas para o erro doutrinário. SINOPSE III Os pensam entos pelagianistas podem ser percebidos por meio das religiões reencarnacionis tas, da Ciência Cristã, do m or monismo. 72 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 CONCLUSÃO Mesmo nesse estado de corrupção total, nem tudo está perdido, há espe rança. Desde a Queda de Adão no Éden, Deus tem demonstrado seu amor e cuidado com a posteridade do primeiro casal. Deus não nos abandonou. Em seu amor e misericórdia, “nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5). REVISANDO O CON TEÚDO 1. Quem é o autor do pecado? A Bíblia nos conta que 0 autor do pecado, a serpente que enganou Eva, é o próprio “ diabo e Satanás, a antiga serpente” . 2. Qual a passagem bíblica mais contundente que mostra que herdamos a transgressão de Adão? “ Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). 3. Em que se resume o Pelagianismo? O ser humano não nasce em pecado, a transgressão de Adão não afeta dire tamente os outros, não existe pecado original, não existe a corrupção geral do gênero humano. 4. Qual a evidência incontestável da transmissão do pecado de Adão para toda a humanidade? A evidência incontestável dessa transmissão do pecado de Adão para a sua posteridade é a morte (Rm 5.12b). 5. Quais grupos religiosos representam hoje algumas das idéias do pela gianismo? As religiões reencarnacionistas, Ciência Cristã e mormonismo. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 7 3 LIÇÃO 11 16 de Março de 2025 A SALVAÇÃO NÃO É OBRA HUMANA \ TEXTO ÁUREO “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” (Tt3.5) r ~ VERDADE PRÁTICA A salvação é um ato da graça soberana de Deus pelo mérito de Jesus Cristo e não vem das obras humanas. V J L E IT U R A D IÁ R IA Segunda - SI 49.7-9 Quinta - Rm 5.1 Não há recurso humano que possa A fé em Jesus é suficiente para a salvar 0 ser humano salvação Terça - SI 146.3 Sexta - Gl 2.16 Somente em Deus há salvação Ninguém é salvo pelas obras da lei Quarta - Jo 3.16 Sábado - Jo 1.17 Jesus Cristo é 0 único Salvador do A graça e a verdade vieram por mundo L ___________________________ Jesus Cristo ____________________________Â 7 4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E Efésios 2.1-10 1 - E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2 - em que, noutro tempo, andastes, segun do o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; 3 - entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 4 - Mas Deus, que é riquíssimo em mi sericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5 - estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6 -enos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; 7 - para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. 8 - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. 9 - Não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10 - Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andás semos nelas. Hinos Sugeridos: 156, 227, 535 da Harpa Cristã PLAN O DE A U LA 1. INTRODUÇÃO A lição desta semana traz 0 ensino bíblico a respeito da salvação. Nela, reafirmamos a afirmação bíblica da salvação pela graça mediante a fé em Cristo. Isso significa que a salvação se revela por meio da graça de Deus manifestada em Cristo Jesus, nosso Senhor. Ao mesmo tempo, também analisaremos algumas visões a res peito da salvação que contradizem 0 ensino bíblico. Veremos o quanto es sas visões soteriológicas distorcidas são prejudiciais à vida cristã e que, por isso, podem trazer muitos pre juízos espirituais. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Ensinar a respeito da doutrina da salvação sob a graça de Deus; II) Elencar en sinos inadequados sobre a salvação na antiguidade; III) Correlacioná- -los aos ensinos inadequados sobre a salvação na atualidade. B) Motivação: Há ensinos a res peito da salvação que defendem uma ideia de redenção como um processo evolutivo da vida em que a ênfase recai no esforço próprio. Vemos isso nas religiões reencarnacionistas. Há também os legalistas, que atribuem a salvação à observação rigorosa da JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 7 5 lei, também mediante ao esforço próprio, como nos judaizantes. O fato é que a Bíblia nos mostra que a salvação é pura graça de Deus co municada a nós por intermédio do Espírito Santo, que nos convence do pecado, da justiça e do juízo. C) Sugestão de Método: Para in troduzir o último tópico da presentelição, sugerimos que você crie uma tabela com a presença das três vi sões sobre salvação conforme des critas na lição: Islamismo, Teste munhas de Jeová e Mormonismo. Apresente essa tabela no projetor ou diretamente na lousa. À medida que você for apresentando as visões inadequadas da salvação, apresente o contraponto bíblico conforme ex plicado no primeiro tópico. Afirme a relevância do ensino bíblico preser var a iniciativa amorosa de Deus em salvar o ser humano (Jo 3.16). 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: Somente pela gra ça de Deus é possível nos aproximar dEle, amá-lo e viver segundo a sua vontade. Para esse processo se tornar real em nossas vidas, temos o auxílio do Espírito Santo para nos conduzir de acordo com os propósitos de Deus. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.41, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Como a Morte de Jesus Pode Trazer o Perdão?” , logo após o primeiro tópico, aprofunda a obra salvífica de Cristo mediante a graça de Deus; 2) O texto “Alá É Idêntico ao Deus Pai de Nosso Se nhor Jesus Cristo?” , ao final do ter ceiro tópico, aprofunda a distinção entre Islamismo e Cristianismo. COMENTÁRIO A INTRODUÇÃO O apóstolo Paulo mostra nessa Leitu ra Bíblica em Classe o contraste entre o estado espiritual da miséria humana e a restauração à comunhão com Deus. Além disso, deixa claro a impossibilidade de qualquer pessoa angariar a salvação por meio de seu próprio esforço, e até mes mo, de desejar a salvação ou sentir a necessidade de Deus, senão por intervenção divina direta, por meio do Espírito Santo. Palavra-Chave Salvação I - A SALVAÇÃO SOB A GRAÇA DE DEUS 1. A descrição do estado espiritual humano (vv. 1-3). O relato da con- dição pecaminosa da natureza humana confirma a exten- B v são da corrupção do gênero humano, estudado na lição anterior. O apóstolo emprega algumas expressões para reforçar a dura realidade do pecado: “mortos em ofensas e pecados” (v. 1); andar “segundo o curso deste mundo” (v. 2); “segundo 0 7 6 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 vv Por ‘morte espiritual,’ a Bíblia quer dizer que a humanidade caída está separada de Deus (Is 59.2) e não significa ani- quilação espiritual total.” príncipe das potestades do ar” (v. 2.b); “do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência” (v. 2c); “andávamos nos desejos da nossa carne” (v. 3); “éra mos por natureza filhos da ira” (v. 3b). É uma triste fotografia da raça humana. 2. Mortos em ofensas e pecados (vv. l, 5). As expressões “E vos vivificou” (v. 1) e “ nos vivificou juntamente com Cristo” (v. 5) revelam a ação do Espírito Santo em favor dos pecadores, que a salvação só é possível mediante a graça de Deus, e sem ela ninguém pode ser salvo (w. 4, 5). Mas há algo que precisa ser esclarecido, as expressões “mortos em ofensas e pecados” (v. 1) e “mortos em nossas ofensas” (v. 5) não devem ser entendidas literalmente por se tratar de uma metáfora, uma das figuras de linguagem para descrever 0 estado da queda espiritual. Por “morte espiritual”, a Bíblia quer dizer que a humanidade caída está separada de Deus (Is 59.2) e não significa aniquilação espiritual total. 3. A exegese dos versículos 8-10. Essa passagem bíblica elimina qualquer interpretação ou tentativa da salvação com ajuda humana ou de qualquer esforço adicional para completar a obra de Cristo. O termo “graça” significa literalmente “favor imerecido”, 0 favor divino do qual não somos merecedores. A salvação é pela graça de Deus mediante a fé em Jesus e não vem das obras, pois não se trata de uma recompensa. Uma boa exegese esclarece que a expressão “isto é dom de Deus” se refere à salvação pela graça e não à fé. Como afirma o respeitado eru dito da língua grega, A. T. Robertson: “a graça é a parte de Deus e a fé é a nossa”. De modo, como dizia Norman Geisler, “a fé é o meio e a salvação é o fim. O meio vem antes do fim”. SIN OPSE I O ensino bíblico sobre a salva ção descreve o real estado do ser hum ano caído em pecado e ofensas. Por isso, só a graça de Deus pode salvá-lo. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO “ COMO A MORTE DE JESUS PODE TRAZER O PERDÃO? As Escrituras ensinam que toda a humanidade está manchada e cor rompida pelo pecado, tanto por cau sa do pecado de nosso antepassado, Adão (Rm 5.12- 21), como porque nós mesmos somos todos pecadores (Ef 2.1-3). Deus, como 0 justo Juiz, não pode ignorar o pecado, e não o fará, uma vez que o pecado viola a sua natureza e traz destruição para 0 mundo perfeito que Ele criou. [...] O Novo Testamento nos fala que a morte de Jesus propiciou 0 perdão, pelo menos de três maneiras. Em JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 7 7 primeiro lugar, a morte de Jesus foi um sacrifício pelos nossos pecados. Cristo cumpre o sistema de sacrifí cios do Antigo Testamento, sendo, ao mesmo tempo, sumo sacerdote e sacrifício (Hb 5-10). [...] Em segundo lugar, 0 Novo Tes tamento fala sobre a morte de Cristo como uma ‘propiciação’ pelos nossos pecados (Rm 3.21-26). Esta palavra, hilasmos, tem o significado de ‘uma oferta que satisfaz a ira de Deus pelo pecado’ , todavia, notavelmente, o próprio Deus fornece esta oferta. Quando Jesus morreu na cruz, cla mou: ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ (Mt 27.46). [...] Em terceiro lugar, e rela cionado aos dois aspectos já men cionados, a Bíblia fala sobre a mor te de Cristo como uma substituição. Jesus não veio para ser servido, mas para servir e “ dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45). Jesus “ se deu a si mesmo por nos sos pecados, para nos livrar do pre sente século mau” (G1 1.4)” (Bíblia de Estudo Apologética Cristã. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1878). II - SOTERIOLOGIAS INADE QUADAS NA ANTIGUIDADE 1. Os reencarnacionistas. Com 0 termo “soteriologia” nos referimos aos diversos ensinos religiosos inadequados sobre a salvação. O primeiro deles é a doutrina da reencarnação, tão antiga quanto a humanidade, originária do Hinduísmo, mas presente também no Budismo, no Jainismo e no Sikhismo. É defendida, pelos Hare Krishnas, kardecistas e mui tos outros. Os adeptos da doutrina da vv Sabemos da existência do mal, proveniente de Satanás, mas não admitimos que o Diabo tenha poder suficiente para medir força com Deus reencarnação têm em comum a busca da perfeição por meio de um progresso evolutivo até que esses ciclos da roda de renascimento parem de girar. Em resumo: a salvação pelo seu próprio esforço e sem Jesus. Trata-se de uma crença antibíblica (SI 78.39; Hb 9.27; Jo 9-1-3). 2. Os galacionistas. É 0 nome dado aos legalistas judaizantes opositores do apóstolo Paulo na província da Galácia (G1 1.7). Esses judeus convertidos ao Cristianismo queriam que os gentios observassem a Lei de Moisés como con dição para salvação (At 15.1). A verdade bíblica é que “pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (G1 2.16). 3. Os gnósticos. No campo soterioló- gico, eles apregoavam uma visão dualista do universo, 0 maniqueísmo. O que é isso? Fundado por Mâni (216-276), na Pérsia, atual Irã, seu ensino era que 0 “universo é composto do reino das trevas e do rei no da luz e os dois lutam pelo domínio da natureza e do próprio ser humano”. Desse modo, o ser humano, para ser salvo, precisa se libertar da prisão do mundo e de seus poderes planetários, e essa libertação só é possível por meio de um conhecimento místico, gnõsis, uma espécie de iluminação espiritual limitada aos “espirituais”. Os demais são 7 8 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO - MARÇO 2025 pessoas materiais e não podem receber esseconhecimento. De fato, sabemos da existência do mal, proveniente de Sa tanás, mas não admitimos que o Diabo tenha poder suficiente para medir força com Deus e o seu Filho, Jesus Cristo (Jó 1.12; 2.6, Mc 5.7-13). A salvação é para todas as pessoas (At 17.30; Tt 2.11). SINOPSE II As soterio logias inadequadas na A ntiguidade passam pelas reen carnacionistas, g a la cio - n istas e gn ósticas. III - AS SOTERIOLOGIAS INA DEQUADAS DE HOIE 1. O Islamismo. Segundo essa reli gião, se as boas ações superarem as más, tal pessoa irá para o paraíso (Alcorão 13.22.23). Eles ensinam ainda que Allah não ama os pecadores, mas somente os piedosos: “Allah não ama os agressores... Allah não ama a nenhum ingrato peca dor” (Alcorão 2.190, 276). Esta é uma das 24 vezes que 0 Alcorão afirma que Allah não ama os pecadores. Na concepção dos islâmicos, não há necessidade de expia- ção, logo, não existe salvação como no sistema cristão. A salvação no contexto deles é por mérito, pelas obras. Mas, à luz da Bíblia, 0 pecador recebe a vida eterna a partir do momento que passa a crer, no coração, que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos e confessa publi camente o nome de Jesus (Rm 10.9,10). 2. As Testemunhas de Jeová. A sal vação não está em Cristo, mas na orga- vv O pecador recebe a vida eterna a partir do momento que passa a crer, no coração, [...] e confessa publicamente o nome de Jesus.” nização religiosa delas, diferente do que ensina a Bíblia (Jo 14.6). Existem dois grupos de salvos, um que tem direito ao céu, restrito a 144.000, a “classe dos ungidos” ; outro grupo, a “ classe da grande multidão” e a que vai herdar a terra, segundo a teologia do movimento. Seus teólogos ensinam que as Testemu nhas de Jeová, que pertencem à “classe da grande multidão”, não são filhos de Deus, não pertencem a Cristo, não têm 0 Espírito Santo, Jesus não é 0 Mediador delas nem têm esperança de salvação. A Bíblia nos ensina que não existe cristão sem 0 Espírito Santo (Rm 8.9) e que “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome” (Jo 1.12). 3. O M ormonismo. Os mórmons creem numa salvação geral, em que os não mórmons são castigados e depois liberados para a salvação, e numa pers pectiva individual, em que a salvação é obtida pela fé em Jesus e pela obediência às leis e às ordenanças. Eles consideram ordenanças, segundo os artigos 3 e 4 das Regras de Fé, fé em Jesus, arrependi mento, batismo por imersão e imposição de mãos, mas há outros requisitos. Um deles é aceitar Joseph Smith Jr. como porta-voz de Deus. Tal ensino, no entan JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 7 9 to, diverge das Escrituras, pois elas nos ensinam que o Senhor Jesus não precisa de co-salvador. A Bíblia ensina que Ele é o único Salvador (Jo 14.6; At 4.12). A salvação não é por mérito humano, nin guém pode ser salvo pelas boas obras, mas somente pela graça, mediante a fé (Tt 3.5; Ef 2.8,9). Existe apenas uma salvação, e ela está à disposição de todos os seres humanos (Tt 2.11; Jd 3). SINOPSE III O Islam ism o, as Testem u nhas de Jeová e o M orm onism o apresentam uma doutrina da salvação inadequada em nos sos dias. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO “ALÁ É IDÊNTICO AO DEUS PAI DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO? Esta é uma pergunta difícil, es pecialmente na língua inglesa. Lin- guisticamente, quem quer que use 0 termo ‘Deus’ está basicamente di zendo a mesma coisa: estará se refe rindo ao Criador não criado do uni verso. Assim, muçulmanos, judeus, cristãos, hindus e todos os demais estão se referindo ao Senhor do uni verso quando usam a palavra ‘Deus’ . Com relação ao Islamismo, as similaridades entre Alá e Jeová são maiores, por dois motivos: (1) O isla mismo é adepto do monoteísmo, que significa “um só Deus” , exatamente como o Cristianismo e o Judaísmo, e (2) Maomé usou muitas das pesso as citadas na Bíblia, quando criou o Corão, como Noé (Surah 6.84), Jacó (Surah 2.132) e Jesus (Surah 3.45-47). As similaridades, todavia, terminam aqui. Pense no Islamismo como uma forma de “mormonismo medieval” . Como o mormonismo, o Islamismo está baseado na premissa equivo cada de que a descrição que a Bíblia apresenta de Deus e de Jesus Cristo é incorreta. Como 0 mormonismo, o Islamismo ensina que tanto o Cris tianismo como 0 Judaísmo são falsas religiões, e que 0 Islamismo, por meio do Corão, é a única fé verdadeira. [...] Em resumo, podemos afir mar 0 seguinte: o Islamismo rejeita a paternidade de Deus, a divinda de do Filho e a pessoa do Espíri to Santo. Não podemos modificar a natureza do Deus da Bíblia sem modificar 0 “ deus” que estamos apresentando. Não é o mesmo Deus” (Bíblia de Estudo Apolo- gética Cristã. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1866). CONCLUSÃO Entendemos que somente pela graça é possível chegar-se a Deus, e isso é um ato soberano de sua graça e bondade. É a misericórdia divina que leva as pessoas ao arrependimento (Rm 2.4). Graça não é mérito, e nem 0 ato de 0 pecador rece ber a dádiva divina se constitui mérito pessoal. Mas Deus disponibilizou a sua graça para todos os seres humanos e não para uns poucos escolhidos. A Bíblia ensina que a salvação é para todos. 8 0 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 REVISANDO O CON TEÚDO 1. O que a Bíblia quer dizer quando fala de “ morte espiritual” ? Por “ morte espiritual” , a Bíblia quer dizer que a humanidade caída está se parada de Deus (Is 59.2) e não significa aniquilação espiritual total. 2. O que esclarece uma boa exegese sobre a expressão, “ isto é dom de Deus” ? Uma boa exegese esclarece que a expressão “ isto é dom de Deus” se refere à salvação pela graça e não à fé. 3. Quais os três principais movimentos dos primeiros séculos cuja soterio- logia é inadequada? As reencarnacionistas, galacionistas e os gnósticos. 4. Quais as três soteriologias inadequadas de hoje? O Islamismo, as Testemunhas de Jeová e o Mormonismo. 5. O que ensinam os teólogos das Testemunhas de Jeová sobre a “classe da grande multidão” ? Seus teólogos ensinam que as Testemunhas de Jeová, que pertencem à “ classe da grande multidão” , não são filhos de Deus, não pertencem a Cris to, não têm 0 Espírito Santo, Jesus não é 0 Mediador delas nem têm espe rança de salvação. LEITU RAS PARA APROFU N DAR 0 TEO LO G IA SISTEMÁTICA EURICOBERGSTEN Teologia Sistem ática (Eurico Bergstén) O autor expressa seus conhecimentos através de um valioso ensino bíblico que faz-nos conhecer a pessoa de Deus e sua vontade para com os homens. Trata-se de um clássico manual de doutrina bíblica pentecostal que tem capacitado muitos obreiros no Brasil. Teologia Sistem ática Pentecostal Essa obra aborda temas como: Eclesiologia, Angelologia, Soteriologia e muito mais. Escrita pelos principais expoentes da doutrina pentecostal brasileira. Uma ótima fonte de aprendizado e conhecimento doutrinário. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 8 l 23 de Março de 2025 A IGREJA TEM UMA NATUREZA ORGANIZACIONAL \ TEXTO ÁUREO “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei(Tt 1.5) V__________________________ r ~ VERDADE PRÁTICA A Igreja é um organismo vivo de natureza espiritual e, ao mesmo tempo, uma organização. _________________________) L E IT U R A D IÁ R IA Segunda - At 14.23 Quinta - 1 Co 5.2-5 Uma reunião de ministério para “Comissão de Ética” na igreja de consagração de presbíteros Corinto Terça - At 15.6 Sexta - 1 Co 16.1,2 0 primeiro concilio para tratar de “Tesouraria” para cuidar das assuntos doutrinários finanças Quarta - Rm 15.25-27 Sábado - Rm 16.1,2 0 apóstolo Paulo se envolvia em Carta de recomendação e a campanhas pela ação social L __________________________ “ secretaria” da igreja ____________________________ Â 82 LIÇÕESBÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E Tito 1.1-9 1 - Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade, 2 - em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos, 3 - mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela pregação que mefoi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador, 4 - a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador. 5 - Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, esta belecesses presbíteros, como já te mandei: 6 - aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. 7 - Porque convém que o bispo seja irre preensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; 8 - mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, 9 - retendo firme afiei palavra, que é con forme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. F Í J Hinos Sugeridos: 53, 247, 482 da Harpa Cristã PLAN O DE A U LA 1. INTRODUÇÃO Nesta lição, estudaremos a pers pectiva bíblica a respeito da natu reza orgânica e organizacional da Igreja de Cristo. Esta é, ao mesmo tempo, um organismo vivo e uma organização constituída de múlti plos ministérios a fim de que a cau sa do Reino de Deus seja atendida. Por isso, a partir do ensino bíblico a respeito da natureza da Igreja, teremos a oportunidade de refletir sobre o contexto atual que muitos procuram negar a natureza orga nizacional do Corpo de Cristo como se houvesse uma impossibilidade de conjugar organismo e organização. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Analisar a atuação pastoral de Tito na Ilha de Creta; II) Reconhecer a institucio- nalidade bíblica da Igreja; III) Dia logar com a realidade atual a partir do texto bíblico. B) Motivação: A Igreja é uma instituição divina, criada por Deus e edificada por Cristo para ser um testemunho vivo do Reino de Deus dentro deste mundo. Por isso, essa instituição torna-se tanto orgânica quanto organizacional. Sua origem não é deste mundo, mas sua atua ção se encontra exatamente neste mundo. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 8 3 C) Sugestão de Método: Para in troduzir a aula desta semana, inicie perguntando o que a classe enten de sobre organismo e organização. Ouça as respostas com atenção e, em seguida, pergunte se é possível haver conciliação entre organismo e organização. Pergunte também se o organismo anula a organização ou se a organização anula o organismo. Após consolidar essa pequena ativi dade reflexiva, anuncie que a lição desta semana tem como propósito correlacionar, do ponto de vista bí blico, o equilíbrio entre organismo e organização na Igreja de Cristo. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: Organismo e orga nização não são excludentes em si. Como membros da Igreja de Cristo, devemos o equilíbrio bíblico de ser uma igreja orgânica e viva de modo que a sua organização honre a Bíblia e a natureza do Reino de Deus. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Ordem na igreja em Creta” , logo após 0 primeiro tópi co, destaca a importância da orga nização e da disciplina na Igreja; 2) O texto “A Ida de Tito para Creta” , ao final do segundo tópico, aborda a importância de uma boa liderança. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO A Bíblia apresenta a Igreja como cor po espiritual de Cristo, um orga nismo vivo com suas reuniões em torno do Senhor Jesus e suas ordenanças. Por outro lado, é também uma orga nização, congregação ou assembléia, com sua forma de governo. A presente lição ^ pretende mostrar a natureza organizacional da Igreja. I - TITO E A S IGREJAS N A ILH A DE CRETA 1. Tito (v.4). O apóstolo escreveu a Tito, estando ele em Nicópolis, na costa oeste da Grécia, ou mais provavelmente, a caminho dessa região, pois ele afirma “deliberei invernar ali”, e não “aqui”. Como as Epístolas a Timóteo, a de Tito traz importantes diretrizes para os pastores em todos os lugares e épocas. Tito é chamado de “verdadeiro fi lho” do apóstolo Paulo (1.4), expressão que o apóstolo também usa para Timóteo (1 Tm 1.2). Tito era grego (G1 2.3), convertido provavelmente em Antioquia. Seu nome não é mencionado em Atos dos Apóstolos, mas aparece nove vezes em 2 Coríntios, duas em Gálatas (2.1,3), uma em 2 Timóteo (4.10) e na epístola que lhe fora destinada, que traz o seu nome. Foi companheiro do apóstolo Paulo em suas viagens missionárias, e 8 4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 ajudou o apóstolo em Roma (2 Tm 4.10) e em Nicópolis (Tt 3.12). 2. O pastor de Creta (v. 5). Foi cons tituído pastor da ilha Creta pelo apóstolo Paulo para colocar “em boa ordem as coisas que restam” e, também, para estabelecer presbíteros de cidade em cidade. Os relatos de Atos omitem esse trecho do itinerário de Paulo. Ele passou por Creta durante a sua quarta vigem, da condição de prisioneiro com destino a Roma, num local chamado “bons portos” (At 27.8), pelo que parece não foi nessa ocasião que ele deixou Tito em Creta. 3. Creta. Em 67 a.C., Roma anexou a ilha de Creta ao seu império, unin- do-a a Cirene, no Norte da África, nos termos da Líbia, como uma só provín cia. A situação espiritual de Creta era desanimadora porque a igreja estava desorganizada, e 0 grande descuido no comportamento daqueles crentes é denunciado no capítulo 2. Parece que o relaxamento espiritual era consequência de um desleixo natural, que era carac terística dos cretenses (Tt 1.12,13). Outro problema ali é que havia judaizantes rebeldes, mercenários e provocadores de divisão (Tt 1.10-16). SIN OPSE I O apóstolo Paulo colocou Tito como pastor em Creta para cuidar das demandas organi zacionais e orgânicas da igreja. AMPLIANDO O CONHECIMENTO “CONTEXTO HISTÓRICO [...] Em sua viagem a Roma, Paulo havia visitado originalmente a ilha de Creta (a su doeste da Ásia Menor, no Mar Mediterrâneo) como prisioneiro (At 27.7,8). Posteriormente, depois de ser libertado de seu primeiro período de aprisionamento em Roma, Paulo voltou a Creta com Tito e trabalhou durante um breve período em seu ministério ali [...]. A seguir, Paulo incumbiu Tito de continuar trabalhando com os cretenses para organizar igrejas (1.5) enquanto ele continuava a viagem à Macedônia (cf. íTm 1.3). Alguns tempos depois, Paulo escreveu esta carta a Tito, instruindo-o a concluir a tarefa que ambos haviam iniciado. Paulo provavelmente enviou a carta por meio de Zenas e Apoio, que estavam viajando por Creta (3.13)” Amplie mais 0 seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal: Edição Global, editada pela CPAD, p.2280. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 8 5 AUXILIO BIBLIOLOGICO vv ORDEM NA IGREJA EM CRETA “A carta de Paulo a Tito é breve, porém é um vínculo importante no processo de discipulado, ajudando um jovem a tornar-se um líder da igreja. Ao ler esta carta pastoral, você aumentará seu conhecimento em relação à organização e à vida da Igreja Primitiva, e encontrará princípios para estruturar as igre jas contemporâneas. Mas aprende rá também como ser um líder cris tão responsável.[...] Paulo exige ordem na igreja e um viver correto em uma ilha co nhecida pela preguiça, glutonaria, mentira e maldade. Os cristãos de vem ser autodisciplinados como in divíduos e devem ser ordeiros como pessoas que formam um corpo, a Igreja. Precisamos obedecer a esta mensagem em nossos dias, quan do a disciplina não é respeitada ou recompensada pela nossa socie dade. Embora outros possam não apreciar nossos esforços, devemos viver uma vida íntegra, obedecer ao governo e falar com prudência. Devemos viver unidos e pacifica- mente na igreja e sermos exemplos vivos de nossa fé para a sociedade contemporânea” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. í.ed. Rio de Ja neiro: CPAD, 2013, pp.1718,19). II - A INSTITUCIONALIDADE BÍBLICA DA IGREJA l. A instrução paulina. A organiza ção eclesiástica a que 0 apóstolo Paulo instrui Tito não se restringe a uma Quando se fala em institucionalizar, dar caráter institucional ou de tornar institucional significa estabelecer organização.” estruturação ministerial. Estabelecer presbíteros de cidade em cidade (v. 5) e instruir os líderes durante a sua carreira apostólica (At 14.23; 20.28), o apóstolo já vinha fazendo. O Novo Testamento revela a origem e o desenvolvimento desse governo. O apóstolo menciona “os bispos e diáconos” (Fp 1.1). O con texto da epístola dá a entender que 0 relaxo e o descuido em que estavam as comunidades cristãs da ilha de Creta eram reflexo da cultura da região (Tt 1.12). Isso está além de um problema meramente ministerial. 2. Igreja como instituição. Podemos definir organismo como forma indivi dual de vida, um ser ou algo vivente. Na eclesiologia, o ensino ou estudo sobre a Igreja, significa ser a igreja um orga nismo porque é um corpo espiritual e vivo, cuja espiritualidade é gerada pelo Espírito Santo (1 Co 3.16, 17; 6.19; Ef 2.21). Ela é uma instituição divina que veio à existência pelo poder de Deus. Mas 0 nosso enfoque é a igreja como organização. Quando se fala em insti tucionalizar, dar caráter institucional ou de tornar institucional significa estabelecer organização. Na igreja isso foi acontecendo com o tempo desde os 8 6 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 dias apostólicos. O apóstolo tinha em mente uma organização da igreja. 3. O rganização. Temos no Novo Testamento alguns lampejos que nos mostram que aqueles irmãos se organi zavam. Seguem alguns exemplos a favor da organização eclesiástica: havia local e horário e ordem no culto (l Co 14.26,40), reunião de ministério para consagração de presbíteros, segundo o contexto da época de uma igreja emergente (At 14.23); foi realizado um concilio, que nós diriamos, uma convenção, para tratar de assuntos doutrinários (At 15.6). As igrejas dispunham de serviços sociais para atender as famílias economica mente fragilizadas, os capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios tratam do assunto (Rm 15.25-27); havia na igreja de Corinto 0 que hoje chamaríamos de comissão de ética (l Co 5.2-5) e também tesouraria (l Co 16.1-3). A carta de recomendação era mais como um documento, um recurso para garantir a origem e identidade das pessoas (Rm 16.1,2). SINOPSE II A Igreja é um a instituição di vin a que demanda um a orga nização institucional. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO A IDA DE TITO PARA CRETA “ Tito, um grego, era um dos cooperadores mais confiáveis de Paulo. O apóstolo Paulo enviou Tito a Corinto em várias missões especiais para ajudar a igreja em suas dificuldades (2 Co 7— 8). Paulo e Tito também viajaram juntos para Jerusalém (G1 2.3) e Creta (1.5). Paulo deixou Tito em Creta para liderar as novas igre jas que surgiram na ilha. A últi ma vez que Tito é mencionado por Paulo é em 2 Timóteo 4.10, a der radeira carta registrada de Paulo. Tito tinha habilidade de liderança, então Paulo deu-lhe a responsa bilidade de liderar, exortando-o a usar bem sua habilidade. [...] Paulo havia designado presbíte ros em várias igrejas durante suas viagens (At 14.23). Ele não pode- ria permanecer em cada igreja, mas sabia que estas novas igrejas precisavam de uma forte liderança espiritual. Os homens escolhidos deveriam liderar as igrejas ensi nando a sã doutrina, ajudando os crentes a amadurecer espiritual mente, e equipando-os para viver para Jesus Cristo apesar da opo sição” (Bíblia de Estudo Aplica ção Pessoal. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.1720,21). III - A QUESTÃO ATU AL 1. Organismo e organização. A ideia é de que a igreja deve se restringir a um local onde as pessoas se reúnem para adorar a Deus, estudar a Palavra, pregar o evangelho, orar e celebrar as orde nanças eclesiásticas. O que alguns ainda não entenderam é que essas atividades espirituais exigem uma organização. A nossa atitude é mostrar que a Bíblia nos JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 8 7 vv A nossa atitude é mostrar que a Bíblia nos apresenta a igreja como um organism o e ao mesmo tempo uma organização.” apresenta a igreja como um organismo e ao mesmo tempo uma organização. Mas nunca devemos nos esquecer de que somos cidadãos de duas pátrias, a terrestre e a celestial, e isso significa responsabilidade com as autoridades civis constituídas (Rm 13.1-7) como também com as autoridades eclesiás ticas (Hb 13.17). O ensino de Jesus é: “Dai, pois, a César 0 que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Mt 22.21). A organização da igreja além de ser uma necessidade natural é também uma exigência do Estado. 2. A experiência pentecostal. O movimento pentecostal moderno surgiu num contexto antidenominacionista e ainda hoje há os que acreditam que tal organização representa um problema à vida espiritual. Os primeiros pentecos- tais modernos desde os seus ancestrais, 0 Movimento Holiness, conhecido tam bém como Movimento de Santidade, eram contra à institucionalidade da Igreja. Charles Fox Pahram, aos 20 anos de idade, assumiu 0 pastorado de uma Igreja, em Eudora, Kansas, mas, em 1895, ele entregou a licença de pregador local, deixando o denominacionismo para sempre, de modo que se tornou itinerante independente até o fim da vida. Mas a igreja do período apostólico adotou um programa de funcionamen to logo no limiar de sua história e foi uma bênção, pois ajudou a cumprir a sua tarefa de maneira eficaz (At 6.1-7). 3. É necessário organizar. Em 1914, alguns dos pioneiros entenderam que havia chegado a hora de rever 0 senti mento antidenominacionista de Parham e de outros líderes que havia entre os pentecostais da santidade, isso para evitar um crescimento desordenado. Foi nesse contexto que foi criado 0 Concilio das Assembléias de Deus nos Estados Unidos. No Brasil não foi diferente. Diante do avanço da obra no Brasil era necessário estruturar 0 Movimento Pentecostal e criar um órgão máximo para manter a identidade e a unidade doutrinária das dessas igrejas no país e, dessa forma, trazer solução para as questões de ordem doméstica, interna e externa. Foi com base nesses ideais que os pioneiros brasileiros e suecos criaram a Convenção Geral das Assem bléias de Deus, em setembro de 1930. SIN OPSE III Organism o e Organização não são excludentes em si, m as necessárias para a m issão da Igreja. CONCLUSÃO É importante entender que organi zação e organismo não são elementos excludentes em si m esmos, mas o 8 8 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 contrário, pois isso ajuda no arranjo entre muitos organismos individuais num sistema geral. A Igreja é o povo de Deus do Novo Concerto, é uma comu nidade internacional, uma congregação supranacional de estrangeiros e pere grinos (1 Pe 2.11). Seria humanamente impossível ela cumprir a sua agenda missionária, evangelizadora, ensino da Palavra e serviço social em nosso país e no mundo sem uma estrutura organizacional. REVISANDO O CON TEÚDO 1. Por que a situação espiritual de Creta era desanimadora? A situação espiritual de Creta era desanimadoraporque a igreja estava de sorganizada, e o grande descuido no comportamento daqueles crentes é denunciado no capítulo 2. 2. O que dá a entender o contexto da Epístola a Tito? O contexto da epístola dá a entender que o relaxo e o descuido em que es tavam as comunidades cristãs da ilha de Creta eram reflexo da cultura da região (Tt 1.12). 3. Cite três exemplos bíblicos em favor da organização eclesiástica. Havia local e horário e ordem no culto (1 Co 14.26,40), reunião de ministé rio para consagração de presbíteros, segundo o contexto da época de uma igreja emergente (At 14.23); foi realizado um concilio, que nós diriamos, uma convenção, para tratar de assuntos doutrinários (At 15.6). 4. Qual a nossa atitude em relação aos que pensam ser a igreja apenas local de culto? A nossa atitude é mostrar que a Bíblia nos apresenta a igreja como um or ganismo e ao mesmo tempo uma organização. 5. Por que o programa de funcionamento, adotado pela igreja do período apostólico, foi uma bênção? A igreja do período apostólico adotou um programa de funcionamento logo no limiar de sua história e foi uma bênção, pois ajudou a cumprir a sua tarefa de maneira eficaz (At 6.1-7). JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 8 9 LIÇÃO 13 30 de Março de 2025 PERSEVERANDO NA FÉ EM CRISTO \ TEXTO ÁUREO “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que 0 dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração(2 Pe 1.19) \ ___________ _____________ r ~ VERDADE PRÁTICA A Bíblia Sagrada é 0 único instrumento moral e espiritual estabelecido por Deus para aferir a nossa conduta diante do Criador, da sociedade, da pátria e da família. _________________________) L E IT U R A D IÁ R IA Segunda - Êx 5.1 Quinta - Hb 4.12 A expressão “assim diz 0 A Palavra de Deus é poderosa para SENHOR” é 0 selo da autoridade alcançar 0 mais íntimo do ser da Bíblia humano Terça - Mc 7.13 Sexta - 1 Pe 1.25 As Escrituras Sagradas são a A validade da Palavra de Deus é Palavra de Deus para sempre Quarta - Jo 10.35 Sábado - 2 Pe 1.20,21 0 Senhor Jesus, a maior A Bíblia Sagrada foi produzida por autoridade no céu e na terra, homens movidos pelo Espírito disse que a Bíblia é inerrante L __________________________ Santo ____________________________ Â 90 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 2 Tim óteo 3.10-17 10 - Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, 11 - perseguições e aflições tais quais me aconteceram emAntioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e 0 Senhor de todas me livrou. 12 - £ também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. 13 - Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. 14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sa bendo de quem 0 tens aprendido. 15 - E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. 16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, 17 - para que 0 homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. F Í J Hinos Sugeridos: 322, 456, 505 da Harpa Cristã PLAN O DE A U LA 1. INTRODUÇÃO Ao longo deste trimestre estuda mos as principais heresias que ame açam a identidade da Igreja de Cristo, mostrando seus enganos e, frontal - mente, as respostas bíblicas que as contrapõem. Na presente lição, a úl tima deste trimestre, vamos refletir a respeito da perseverança que deve mos demonstrar com a fé que herda mos. Como cristãos, somos herdeiros do cristianismo bíblico e histórico. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Mostrar que diante das heresias é preciso ter perseverança; II) Enfatizar a necessi dade de sempre aprender com a Pala vra de Deus; III) Considerar as Escritu ras como o fundamento da vida cristã. B) Motivação: Na fé cristã, a fonte de autoridade é a Bíblia, a Pa lavra de Deus. Nesse aspecto, a Pa lavra de Deus é documento final em matéria de doutrina e valores que devem nortear a vida do crente. O que faz, do ponto de vista histórico, uma igreja não se tornar herege é a perseverança em ter a Bíblia como suficiente e autoritativa em nossas vidas. C) Sugestão de Método: Estamos encerrando mais um trimestre. An tes de iniciar a exposição desta úl tima lição, sugerimos que você faça uma breve revisão dos principais temas que estudamos ao longo do trimestre. É muito importante que JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 9 1 contextualizemos os nossos alunos a respeito do assunto geral do tri mestre. Cada lição se encontra den tro de um tema principal que é o fenômeno da nova aparência de an tigas heresias. Após a revisão, inicie o conteúdo desta semana. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: A Palavra de Deus é um guia seguro para as nossas vi das. Trata-se, portanto, de um livro que revela a vontade de Deus para a nossa. Por isso, quem tem a Bí blia como a bússola de sua vida não cairá nos caminhos heterodoxos das mais diversas heresias que atuam em nossos dias. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Tempos di fíceis para 0 cristão” , logo após 0 primeiro tópico, destaca 0 contexto de falsos ensinos contra os quais 0 cristão perseverante terá que lutar; 2) O texto “O que Significa Dizer que Deus Inspirou a Bíblia?” , ao final do terceiro tópico, aprofunda a carac terística autoritativa da Bíblia como Palavra de Deus. C O M E N TÁ R IO INTRODUÇÃO As religiões mundiais e os movimen tos dissidentes delas possuem diversos escritos sagrados. No Cristianismo, a fonte de autoridade é a Bíblia Sagrada. A autoridade bíblica deriva sua origem em Deus, 0 que nos permite chamar a Bíblia de a Palavra de Deus. Isso encerra a superioridade das Escritu ras como plena e total ga- mm rantia de infalibilidade, mas ^ não falta quem indevidamente reivindica essa mesma autoridade ou até mais que as Escrituras. I - DIANTE DAS HERESIAS É PRECISO PERSEVERANÇA 1. Os falsos mestres. As duas epístolas a Timóteo, classificadas com justiça como Palavra-Chave Perseverança “Epístolas Pastorais” juntamente com a epístola a Tito, destacam-se também pelo seu caráter apologético. São refutações às heresias contra as “fábulas ou as ge nealogias intermináveis” (1 Tm 1.4; 4.7; Tt 3.9), e a expressão, “falsamente ^ chamada ciência” (1 Tm 6.20), sem dúvida, é um combate ao pensamento gnóstico, que começou a surgir e chegou ao ápice no século 2. Irineu de Lião (135-204) combateu 0 tal sistema em sua obra Contra as Heresias. O apóstolo Paulo está combatendo dois principais grupos heréticos em sua geração: os gnósticos de sua geração, como combateu as he resias judaicas, também de sua época, os falsos “doutores da lei” (1 Tm 1.7), da “circuncisão” (Tt 1.10) e as “ fábulas judaicas” (Tt 1.14). 92 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 2. A e x p e r iê n c ia a p o s t ó l ic a (vv.10,11). 0 apóstolo elogia a perse verança de Timóteo na fé e na dou trina em tempos tão difíceis (v. 10). As perseguições são uma referência à experiência da prim eira viagem missionária juntamente com Barnabé (At 13.8-12,50; 14.5-7,19). É verdade que Timóteo se integrou à comitiva de Paulo em Listra na sua segunda viagem missionária (At 16.1-3). Isso aconteceu depois dessas perseguições,e Timóteo, nessa época, ainda não fazia parte da comitiva paulina, contudo deve ter sido testemunha ocular de algumas dessas perseguições, pois vivia na região e a sua mãe era crente, sem dúvida, membro da igreja. 3. Entendendo o “ querer” (v.12). O verbo “ querer” em “ todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” é mais que um simples desejo, mas uma resolução, ou seja, um propósito de coração, é uma vida com propósito. Sofrer pela causa do Evangelho é motivo para glorificar a Deus “porque sobre vós repousa 0 Espírito da glória de Deus” (l Pe 4.14). É isso que Deus espera de cada um de nós na atualidade. 4. Características dos enganadores (v.13). O termo usado pelo apóstolo para “enganadores” ou “impostores” é goês, uma palavra que aparece uma só vez no Novo Testamento e nenhuma na Septuaginta, usado na antiga literatura grega como “embusteiro, impostor, feiticeiro, charlatão, encantador”, então, essas pessoas denunciadas por Paulo pertencem ao campo religioso. Isso indica que 0 apóstolo está se referindo a ensinadores e doutrinadores de menti ras, a falsos mestres, em nada diferem dos falsos doutores. Nenhum deles teve futuro promissor (2 Pe 2.1-3). SIN OPSE I A perseverança na fé e na dou trina é fundam ental diante das heresias. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO “TEMPOS DIFÍCEIS PARA O CRISTÃO [...] 3.13 - Não espere que os falsos mestres e as pessoas más mudem de comportamento sozi nhos. Deixados a sós, eles irão de mal a pior. Se tiver oportunidade, corrija-os de modo que os conduza de volta à fé em Cristo. Lute pela verdade, especialmente para prote ger os cristãos mais jovens. 3.14 - Cercado pelos falsos mes tres e pelas inevitáveis pressões de um ministério crescente, Timóteo poderia facilmente ter abandonado a sua fé ou modificado a sua doutri na. Uma vez mais Paulo aconselhou Timóteo a olhar para seu passado e a permanecer nos ensinos básicos a respeito de Jesus, que são eterna mente verdadeiros. Como Timóteo, estamos cercados de falsos ensinos. Mas não devemos permitir que a nossa sociedade distorça ou colo que empecilhos à eterna verdade de Deus. Dedique diariamente um tem po para refletir sobre 0 fundamento de sua fé cristã, encontrado na Pala vra de Deus, que são as grandes ver dades que edificam sua vida” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.1715). JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 9 3 II - APRENDEN DO, SENDO IN TEIRADO E SABENDO 1. De quem Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? (v. 14). O contexto em 2 Timóteo 3.10-17 mostra que a fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo são “as sagradas letras”, as Escrituras Sagradas, que são inspiradas por Deus. Interessante que no versículo 14 0 apóstolo emprega 0 pronome relativo, “de quem”, em “ sabendo de quem 0 tens aprendido”, no plural grego, tinõn, literalmente ,“dos quais”, isso permite as seguintes traduções: “Você sabe quem foram os seus mestres na fé cristã” (NTLH); “pois conhece aqueles de quem aprendeu” (NVT); “confiar naqueles de quem você aprendeu” (NBV). Desde a infância (v. 15) seria uma referência natural à sua mãe Eunice e à sua avó Loide (2 Tm 1.5) e ao próprio apóstolo Paulo (2 Tm 2.2). 2. Permanecendo firme nas Sagra das Letras (v.15). Timóteo é exortado a permanecer firme “naquilo que apren deu” e que “acredita”, ou de “que foste inteirado” por duas razões principais: a) porque sabia de quem tinha aprendido; b) porque são as “ sagradas letras”, os escritos sagrados, a Bíblia. O que ele aprendeu de sua mãe e de sua avó era uma herança espiritual muito útil para o exercício de seu ministério sob orien tação paulina. Aprendemos com isso a importância da educação nos caminhos do Senhor desde a infância no lar (Dt 6.4-8; Pv 22.6). O ensino cristão deve começar em casa, no lar (Dt 6.6-9). A igreja, por meio da Escola Bíblica Dominical, apoia e complementa essa formação. Esse princípio vale para os nossos dias. 3. A Bíblia é divinamente inspira da. Está escrito que “ toda a Escritura é inspirada por Deus” (v.16 - NAA). O termo grego theopneustos, “ inspirada por Deus, divinamente inspirada”, vem das palavras Theos, “ Deus” , e pneo, “ respirar, soprar”. É oportuno saber a abrangência da inspiração do texto sagrado “toda Escritura” e, também, seus autores humanos, pois, “os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” ou: “movidos pelo Espí rito Santo” (2 Pe 1.21 - TB, NAA). Esse caráter especial e único da “palavra dos profetas” a torna única no gênero. Ela pode fazer qualquer pessoa sábia para a salvação em Jesus e é proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiça (vv.15-17). Nenhuma literatura no mundo possui essa prerrogativa. SINOPSE II Quem aprende da Palavra de Deus persevera e perm anece na verdade. III - TENDO A S ESCRITURAS COMO O FUNDAM ENTO l. A autoridade apostólica. A Igreja se submete inquestionavelmente à autori dade dos apóstolos do Novo Testamento. Sabemos que essa é a vontade de Deus. Se os Evangelhos de Mateus e Lucas, ou pelo menos um deles, são colocados no mesmo nível do Antigo Testamento (1 Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7), e da mesma forma as epístolas paulinas (2 Pe 3.15,16), isso é uma forma de reconhecer definitivamente o Novo Testamento como Escritura inspirada. Assim, todos os livros da Bíblia têm 0 mesmo grau de inspiração e a mesma autoridade; logo, 9 4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 vv Todos os livros da Bíblia têm o m esm o grau de in s p ira ção e a m esm a autoridade; logo, devem os dar a m esm a atenção tanto aos profetas do Antigo Testam ento como aos apóstolos do Novo.” devemos dar a mesma atenção e cre dibilidade tanto aos profetas do Antigo Testamento como aos apóstolos do Novo. 2. Abrangência. Em muitas passagens no Novo Testamento, o termo “Escritura” ou no plural, “Escrituras”, se refere ao Antigo Testamento algumas dezenas de vezes (Mt 21.42; Mc 12.10; Lc 24.27; Jo 2.22; 5.39). Mas o contexto da expressão paulina “toda Escritura é inspirada por Deus” não se restringe apenas ao Antigo Testamento e sabemos disso porque a intenção do Espírito Santo é mostrar que se trata de todos os 66 livros da Bíblia: “para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos” (2 Pe 3.2), Antigo e Novo Testamento. 3. O manual de Deus (vv. 16b,17). Além de ser valiosa para os quatro propósitos pastorais: a Bíblia é “pro veitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”, não somente para os obreiros, mas para equipar qualquer pessoa que leia as Escrituras para “ toda a boa obra” (v.17). Estaríamos à deriva no mundo sem essas palavras, pois elas nos levam à luz de Cristo (SI 119.105). SIN OPSE III Toda a Palavra de Deus é au- toritativa e regra fundamental para a nossa vida. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO “ O QUE SIGNIFICA DIZER QUE DEUS INSPIROU A BÍBLIA? Dizer que Deus inspirou a Bíblia equivale a dizer que o Espírito Santo motivou e supervisou, de forma so brenatural, aqueles que receberam as profecias e revelações apostólicas, em todo o processo de redação de seus livros escriturais. Muitos ou tros livros têm coautores, de modo que não precisamos imaginar que as Escrituras tenham que ser uma pro dução humana ou divina. As Sagra das Escrituras originaram-se, não da vontade de seus autores huma nos, mas da vontade do Deus Espí rito Santo (2 Pe 1.20,21). Os autores bíblicos afirmaram mais de três mil vezes ter recebido as suas mensa gens do Senhor. Deus, 0 Espírito Santo, “ inspirou” (soprou ou origi nou) as Escrituras, por intermédio de autores humanos (2 Tm 3.16). Deus preparou estes porta-vo zes conscientes, ativamente pro féticos e apostólicos (e seus secre tários) providencialmente, por sua hereditariedade,por seu caráter, pelo vocabulário que usavam e pelo seu estilo de escrita. No momento JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 9 5 apropriado, em todos os processos da escrita, eles foram “ inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21). Este significado técnico da inspi ração não se aplica a nenhuma su posta revelação fora da Bíblia, ou a qualquer literatura que possa, de uma maneira geral, ser considerada inspirada” (Bíblia de Estudo Apo- logética Cristã. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1930). CONCLUSÃO A Bíblia é um guia seguro para toda a humanidade, e não somente para a Igreja. Ela é a única revelação de Deus escrita para 0 ser humano e a fonte de autoridade espiritual para aferir a nossa conduta diante de Deus, da sociedade e da fam ília. Trata-se de uma orientação segura para a vida humana, a nação de Israel e a Igreja, bem como as exortações para 0 mundo, incluindo o aspecto político, social e religioso das nações. 1. Quais os dois principais grupos heréticos que 0 apóstolo Paulo combatia? O apóstolo Paulo está combatendo dois principais grupos heréticos em sua geração: os gnósticos de sua geração, como combateu as heresias judaicas, também de sua época, os falsos “ doutores da lei” (1 Tm 1.7), da “ circunci são” (Tt 1.10) e as “ fábulas judaicas” (Tt 1.14). 2. Qual a fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo? A fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo são “ as sagradas letras” , as Escrituras Sagradas, que são inspiradas por Deus. 3. Onde deve começar o ensino cristão? O ensino cristão deve começar em casa, no lar (Dt 6.6-9). 4. Qual a abrangência da inspiração do texto sagrado? Antigo e Novo Testamento. 5. Como estaríamos no mundo sem a Bíblia? Estaríamos à deriva no mundo sem essas palavras, pois elas nos levam à luz de Cristo (Sl 119.105). 9 6 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 ATOS É UMA FONTE INESTIMÁVEL PARA OS ESTUDIOSOS DO NOVO TESTAMENTOcristã. Ainda que Pedro esteja se referindo à resposta a uma acusação formal num ambiente hostil, não deixa de ser uma oportu nidade para a defesa da fé cristã, como aconteceu com o apóstolo Paulo diante de Festo (At 26.24,25) e de Agripa, na mesma audiência (At 26.27-29). 3. Por que devemos combater as he resias? (3.16). a) Para defesa própria (1 Tm 4.16) : Os cristãos devem estar informados daquilo que os vários grupos ensinam e JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 7 saber a forma de refutá-los biblicamente; b) Para ajudar os outros na compreensão da própria fé: principalmente os que rejei tam pontos fundamentais da fé cristã e, muitas vezes, de forma inconsciente, pois sabemos que existem muitas pessoas sinceras as quais buscam servir a Deus e precisam conhecer a sua Palavra (Tt 1.9). Esse debate sobre as crenças deve ocorrer de maneira respeitosa e com argumentos e fundamentação bíblica, respondendo às objeções contra a fé cristã. O êxito dessa luta é garantido quando se está nos domínios do Espírito Santo (Jo 16.13). SINOPSE II O cristão é chamado a respon der de maneira respeitosa às objeções contra a fé cristã. III - O QUE SÃO HERESIAS? 1. Seitas e heresias. A palavra hairesis no Novo Testamento grego é traduzida como “seita” (At 5.17; 15.5; 24.5; 28.22) e “heresias” (1 Co 11.19; G1 5.20; 2 Pe 2.1). É verdade que 0 Cristianismo foi também chamado de “ seita”, mas por não cristãos, pessoas que não conheciam as verdades do Evangelho de Cristo e que se opunham a Ele (At 24.5,14; 28.22). A palavra “ seita” é usada para designar as religiões heterodoxas. É um termo já desgastado, trazendo em si, muitas vezes, um tom pejorativo, por isso de vemos saber quando aplicá-lo. 2. “Hairesis” no Novo Testamento. Esse vocábulo aparece com o sentido de “ partido, espírito sectário” e nem sempre representa uma ruptura com 0 sistema convencional de determinada comunidade. Os saduceus e os fariseus eram seitas que formavam facções dentro do próprio judaísmo (At 5.17; 26.5), e a versão bíblica NAA traduz por “partido”. Paulo adverte para que não haja no seio da igreja essas divi sões (hairesis) e condena as inovações doutrinárias que causam divisão ou dissensão (1 Co 11.19; G1 5.20). 3. Heresias de perdição (2 Pe 2.1). É nessa passagem que hairesis apresenta o sentido de erro doutrinário como a “ heresia” , propriam ente dita, no campo teológico que nós conhecemos hoje. As heresias distorcem os pontos principais da doutrina cristã no que diz respeito a Deus: Trindade, o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo; ao ser humano: natureza, pecado, salvação, origem e destino; aos anjos; à igreja e às Escrituras Sagradas. O mais grave erro é quando diz respeito à Divindade e in terfere na salvação (v.ib), pois não existe salvação sem Jesus (Jo 14.6; At 4.12). SINOPSE III O apóstolo Paulo adverte acerca das divisões no seio da igreja e condena as inovações doutri nárias que causam dissensões. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO SEITA “A palavra grega hairesis tra duzida como ‘seita* em algumas versões significa literalmente ‘di- 8 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 visão’ ou ‘partido’ , sem uma co notação depreciativa. Ela era usada para falar das várias escolas filo sóficas de pensamento. E usada nesse sentido neutro a respeito dos fariseus e saduceus em Atos 5.17; 15.5. Nos últimos capítulos do li vro de Atos, onde ela é usada em relação aos cristãos, começa a apa recer um tom mais crítico (24.5; 26.5; 28.22). Em 1 Coríntios 11.19; Gálatas 5.20 e 2 Pedro 2.1, algu mas versões a traduzem como ‘he resias’ . Embora não se possa ter a certeza de que esta palavra passou a ser sinônimo de falsas doutrinas assim tão cedo, ela é usada aqui no sentido de ‘dissensão’ ou ‘opi niões destrutivas’ (Arndt. p. 23)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.1785). CONCLUSÃO Os apóstolos responderam aos opo sitores da fé cristã e lançaram a base da nossa teologia. Todos os escritos do Novo Testamento mostram essa luta acirrada contra as falsas doutrinas. É, pois, tarefa da igreja atual “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos san tos” (Jd 3). Finalizamos com a seguinte pergunta para reflexão: Estamos afazer pela verdade 0 que esses agentes da heresia fazem pela mentira? REVISANDO O CON TEÚDO 1. Nesta lição, qual a exortação apostólica aos líderes da igreja? 1. A exortação apostólica aos líderes da igreja visa proteger os irmãos e as irmãs das heresias e guiar todos na verdade do Evangelho. 2. Qual a definição de Apologética Cristã? Apologética Cristã é a defesa lógica e racional da fé cristã e de suas práticas doutrinárias. 3. Por que devemos combater as heresias? a) Para defesa própria (1 Tm 4.16): Os cristãos devem estar informados da quilo que os vários grupos ensinam e saber a forma de refutá-los biblica- mente; b) Para ajudar os outros na compreensão da própria fé: principalmente os que rejeitam pontos fundamentais da fé cristã e, muitas vezes, de forma inconsciente, pois sabemos que existem muitas pessoas sinceras as quais buscam servir a Deus e precisam conhecer a sua Palavra (Tt 1.9). 4. Onde, no Novo Testamento, hairesis tem o sentido de heresia, como erro doutrinário? 2 Pedro 2.1. É nessa passagem que hairesis apresenta o sentido de erro dou trinário como a “ heresia” , propriamente dita, no campo teológico que nós conhecemos hoje. 5. Qual a pergunta para a nossa reflexão? Estamos a fazer pela verdade o que esses agentes da heresia fazem pela mentira? JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 9 SOMOS CRISTÃOS TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA “Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.” (At 15.19) O Cristianismo é uma religião de relacionamento pessoal com 0 Cristo ressuscitado e não um conjunto de regras e ritos. V J LEITURA DIÁRIA Segunda - Mt 9.16 Quinta - Rm 3.28 0 Cristianismo Judaizante é 0 ser humano é justificado pela fé, remendo novo em vestidos velhos sem as obras da Lei Terça - At 11.26 Sexta - Gl 1.8,9 Ser cristão significa ser discípulo Paulo chama essa doutrina e seguidor de Cristo judaizante de outro evangelho Quarta - At 15.1,5 Sábado - Fp 3.5 Os judaizantes condicionavam a 0 combate à tendência judaizante salvação à observância da Lei de por uma autoridade de origem Moisés L.__________________________ judaica ____________________________ A 1 0 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Gálatas 2.1-9,14 1 - Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito. 2 -E subi por uma revelação e lhes expus 0 evangelho que prego entre os gentios e particularmente aos que estavam em estima, para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão. 3 - Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se. 4 - E isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; 5 - aos quais, nem ainda por uma hora, cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. 6 - E, quanto àqueles que pareciam ser algu ma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; 7 - antes, pelo contrário, quando vi ram que 0 evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro 0 da circuncisão 8 - (porque aquele que operou eficaz mente em Pedro para 0 apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios), 9 ~ e conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios e eles, à circuncisão;14 - Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? Hinos Sugeridos: 205, 379, 430 da Harpa Cristã PLANO DE AULA 1. INTRODUÇÃO Nesta lição, veremos 0 processo de transição entre as idéias e prá ticas judaicas para a doutrina do Evangelho da graça. Os primeiros cristãos precisaram de sabedoria divina para lidar com essa mudan ça de perspectiva introduzida pelos ensinamentos de Cristo. Eles não deveríam confundir a Lei de Moi sés com a graça. Por essa razão, os apóstolos foram desafiados a esta belecer os limites entre 0 Judaísmo e o Cristianismo, principalmente o apóstolo Paulo, a fim de que os no vos cristãos judeus e gentios rece bessem a orientação devida para o exercício da fé cristã. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) Apon tar a tendência judaizante predomi JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 11 nante entre os primeiros cristãos; II) Elencar as pressões sofridas pelos apóstolos por parte dos judaizantes que se opunham ao Evangelho da graça; III) Mostrar de que forma a doutrina judaizante se faz presente entre os cristãos atualmente. B) Motivação: Assim como no início da Igreja, os apóstolos tive ram de enfrentar ameaças à liberdade cristã, bem como distorções dos ensi namentos apostólicos. Na atualidade, os cristãos devem estar atentos às in vestidas contra a ortodoxia da fé cris tã. Há a necessidade de se fazer uma profunda reflexão sobre a qualidade da pregação que predomina no meio evangélico em nossos dias e averiguar se, de fato, tais ensinamentos são fi éis à doutrina bíblica ou se são ten tativas de desviar a fé dos indoutos. C) Sugestão de Método: A diver sidade de interpretações do concei to de Evangelho é a marca dos dias atuais. Muitos querem pregar “outro evangelho” diferente daquele in troduzido por Nosso Senhor Jesus e endossado pelo colégio apostólico. Aproveite a ocasião e inicie uma roda de conversa com seus alunos a res peito das verdades inegociáveis da fé cristã que não podem ser abandona das, sem as quais, não podemos ser identificados como cristãos. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: Em cada época a Igreja é ameaçada por tentativas diabólicas de desviá-la da verda deira fé. Que a partir do estudo fiel das Sagradas Escrituras, possamos rejeitar os falsos ensinamentos e preservar a unidade doutrinária e a ortodoxia da fé cristã. 4 - SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Outro Evangelho” , localizado depois do primeiro tópi co, ressalta a natureza do Evangelho anunciado aos galátas, isto é, um Evangelho sem misturas; 2) O texto “ Seja Anátema” , ao final do segundo tópico, endossa que todo aquele que altera a mensagem original de Cristo e dos apóstolos está sob maldição. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO A Igreja herdou dos judeus muitas idéias e práticas no campo teológico e ético, visto 1 que a jornada histórica da | Igreja começou em Jerusalém no dia de Pentecostes numa comunidade judaica. E esses pontos de interseção levaram Palavra-Chave Evangelho 1 alguns a confundir a Lei de Moi sés com a Graça. Nesta lição, veremos que Gálatas 2 é um relato de um dos debates que mostram o limite entre — f Judaísmo e Cristianismo, e os apóstolos, principalmente r Paulo, tiveram muita dificulda de de mostrar isso aos judaizantes. 1 2 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 I - PREVENINDO-SE CONTRA A TENDÊNCIA JUDAIZANTE 1. Subindo outra vez a Jerusalém (G1 2.1,2). Catorze anos depois da sua con versão a Cristo, Paulo sobe pela segunda a vez a Jerusalém. Essa segunda visita foi por revelação (v.2; At 11.27-30), não sendo uma convocação pelos apóstolos para prestação de contas. Não podemos confundir essa visita de Paulo com a sua ida ao Concilio de Jerusalém, registrado em Atos 15. Infere-se que a Epístola aos Gálatas foi escrita antes do referido Concilio, pois não há menção dele na carta, visto que 0 Concilio tratou do mesmo assunto (At 15.5,6). Somando os anos mencionados em Gálatas, podemos afirmar que essa visita aconteceu antes de sua Primeira Viagem Missionária. 2. Objetivo da reunião. É bom lembrar que essa reunião não foi um concilio nem um sínodo. É possível que essa segunda visita, por meio de revelação (v.2), tenha ligação com Ágabo, pois a missão de Paulo, pelo que parece, foi levar donativos para os irmãos pobres da Judeia (At 11.27-30). Aproveitando a ocasião, 0 apóstolo expôs o Evangelho que vinha pregando aos gentios há catorze anos (w.1,2). Ele tinha convicção de que recebeu esse Evangelho de Deus e estava consciente de que a sua subida a Jerusalém era em obediência a uma ordem divina. 3. Tito e a circuncisão (v.5). Barnabé era judeu (At 4.36) e seu nome aparece três vezes nesse capítulo (vv.1,9,13); sua presença na reunião em Jerusalém não seria um problema. Tito, no entanto, sendo grego, foi um risco que Paulo correu, mas não foi uma provocação introduzir um incircunciso no seio dos judeus. Os judaizantes queriam que Tito fosse circuncidado. Encontramos no Novo Testamento a compreensão e a tolerância de Paulo com os fracos na fé, a ponto de circuncidar Timóteo, mas ele era judeu, pois sua mãe era judia (At 16.3); no entanto, nessa reunião em Jerusalém, onde expôs 0 Evangelho que pregava aos gentios, ele não cedeu nem um pouco, “nem por uma hora” (v.5). Isso por duas razões: Tito era grego, e porque estava em jogo a verdade do Evangelho e 0 futuro do próprio Cristianismo. AMPLIANDO O CONHECIMENTO “A DEFESA DE PAULO À medida que os debates se acirravam entre gentios cristãos e os judaizantes, Paulo considerou necessário escrever às igrejas da Galácia. Os judaizantes tentavam enfra quecer a autoridade de Paulo e ensinavam um falso evangelho. Em reposta, Paulo defendeu sua autoridade como apóstolo e a verdade de sua mensagem.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, editada pela CPAD, p.1633. JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 1 3 SINOPSE I A tendência judaizante era uma am eaça à Verdade do Evange lho e ao futuro do próprio Cris tianism o. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO OUTRO EVANGELHO “ Em grego allos significa ou tro do mesmo tipo. Heteros signi fica outro de um tipo diferente. O evangelho que estes judaizantes tinham apresentado aos gálatas era um evangelho heteros: um evange lho essencialmente diferente do evangelho de Deus. Paulo disse que este evangelho: ‘Não há outro’ . Por quê? Porque o evangelho é ‘Boa- -Nova’ . Qualquer mensagem que nos diga ‘se esforce mais’ , mesmo se recebemos um livro de regras, não é absolutamente uma boa-no- va. Não importa o quanto você e eu possamos tentar, jamais seremos bons o bastante para escaparmos das cadeias do ‘presente século mau’ . Somente a graça de Deus, entrando na história, na pessoa de Jesus Cristo, e fazendo por nós o que jamais poderiamos fazer sozi nhos, é verdadeiramente o evan gelho, ‘Boas-Novas’ ” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocio- nal da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 843). II - A TENDÊNCIA JUDAIZAN- TE NO INÍCIO DA IGREJA 1. O espanto do apóstolo. Tão logo Paulo retornou de sua viagem, ficou sabendo que os irmãos da Galácia es tavam vivendo outro evangelho, e isso deixou 0 apóstolo estarrecido e atônito pela rapidez do desvio deles (Gl 1.6). 0 verbo grego metatithesthe, “deixar, abandonar, desertar, mudar de pensa mento, virar a casaca”, que o apóstoloemprega nessa passagem, era usado na antiguidade quando alguém desertava do exército ou se rebelava contra ele. Isso significa também mudança de partido político, filosofia e religião. Em outras palavras, aqueles irmãos gálatas estavam abandonando a fé. 2. Quem eram os judaizantes (v.4)? 0 termo judaizante vem do verbo grego ioudaizó, “viver como judeu, adotar costumes e ritos judaicos”, e aparece uma única vez no Novo Testamento (Gl 2.14). Eles eram os opositores de Paulo identificados também como “ falsos irm ãos” (v.4). São reconhecidos no capítulo anterior (Gl 1.7) como os que se apresentavam como enviados por Jerusalém, a igreja-mãe. Na verdade, esses homens saíram de Jerusalém por sua própria conta. Tiago negou formal mente as declarações deles, dizendo que não os havia enviado (At 15.24). Eram legalistas dentre os judeus, e por isso chamados de judaizantes. Esses judeus, convertidos ao Senhor Jesus, ensinavam que os gentios deveríam observar a Lei de Moisés como condição para salvação (At 15.1). 3. O clima de tensão (vv. 3-5). Não é necessário muito esforço para per ceber 0 quanto Paulo e Barnabé foram pressionados pelos judaizantes diante dos demais apóstolos de Jerusalém. À luz do versículo 9, parece que somente 14 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 João, Pedro e Tiago estavam presentes. Os outros apóstolos deviam estar em plena atividade missionária em outras regiões. Os judaizantes chamados de “falsos irmãos” conseguiram “furar o bloqueio” e entraram sem serem con vidados à reunião (v.4). Eram inimigos da liberdade cristã, do Evangelho, de Paulo e do próprio Cristianismo. O pior de tudo é que essas pessoas estavam infiltradas na igreja, e conseguiam até entrar em reuniões apostólicas. SINOPSE II Os judaizantes eram inim igos da liberdade cristã, do Evan gelho, de Paulo e do próprio Cristianism o. AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO SEJA ANÁTEMA “A palavra ‘anátema’ (gr. ana- thema) significa que a pessoa caiu sob a maldição de Deus, está con denada à destruição e receberá o juízo de Deus, a punição eterna e a separação permanente de Deus: l. Paulo expressa a atitude inspirada pelo Espírito Santo de ira justifica da e juízo para aqueles que tentam distorcer o evangelho original de Cristo (v. 7) e modificam a verdade revelada na Palavra de Deus. Esta mesma atitude estava evidente em Jesus Cristo (Mt 23.13), Pedro (2 Pe 2), João (2 Jo 7-11) e Judas (Jd 3-4, 12-19) e será encontrada no coração de cada seguidor de Cris to que ama e defende a verdade de Cristo revelada na Palavra de Deus. Isto se deve ao fato de o povo fiel de Deus estar convencido de que a mensagem de Cristo é as boas- - novas de salvação, indispensáveis para um mundo que está espiri tualmente perdido e separado de Deus devido aos seus caminhos pecaminosos e rebeldes (veja Rm 1.16; 10.14-15); 2. Entre os que estão condenados se incluem to dos os que pregam um evangelho contrário à mensagem que Paulo pregava, que lhe fora revelada por Cristo (w . 11-12; veja o v. 6, nota). Qualquer pessoa que acrescente algo ou remova algo da mensagem original e fundamental de Cristo e dos apóstolos (isto é, aqueles que foram pessoalmente encarrega dos por Jesus para estabelecer a sua mensagem na Igreja Primiti va) estará sob a maldição de Deus: ‘Deus tirará a sua parte da árvo re da vida’ (Ap 22.18-19); 3- Deus ordena que todos os seguidores de Jesus defendam a fé (Jd 3, nota), que tenham uma atitude de amor quando em confronto com outras pessoas (2 Tm 2.26-26) e que se separem de professores, ministros e outras pessoas na igreja que ne guem as verdades fundamentais ensinadas por Jesus e pelos após tolos (w . 8-9; Rm 16.17-18; 2 Co 6.17; At 14.4)” (Bíblia de Estudo Pentecostal - Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 2153-54). JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 1 5 III - A TENDÊNCIA JUDAIZANTE HOJE 1. O mesmo Evangelho (vv.7-9). O Evangelho é um só, não há dois. O Evangelho de Pedro e 0 de Paulo, também chamado respectivamente de Evangelho da Circuncisão e da Incircuncisão, são meras formas de apresentação, pois 0 con teúdo é o mesmo. Ambos receberam uma incumbência da parte de Deus, mas com audiências diferentes. O compromisso de Paulo era com os gentios, ele foi constituí do, por Deus, apóstolo e doutor dos gentios (l Tm 2.7; 2 Tm 1.11) para pregar aos não judeus (Rm 11.13); o de Pedro era com os judeus, mas a mensagem é a mesma. 2. O perigo da doutrina judaizante. Os apóstolos viam em tudo isso dois problemas sérios: ameaça à liberdade cristã e o perigo de o Cristianism o se tornar uma mera seita judaica. Os cristãos judaizantes alteravam o cerne do Evangelho, pois colocavam a Lei como complemento da obra que Jesus efetuou no Calvário. Era, de fato, “outro evangelho”, por isso 0 apóstolo Paulo os amaldiçoou (G11.8,9). Na verdade, quem tem o Espírito Santo vive pelo Espírito. Então, contra a tendência judaizante é preciso aprender a viver na dependência do Espírito e não da Lei, lutando contra os vícios da carne e buscando as virtudes do fruto do Espírito. 3. As práticas judaizantes atuais. Elas são basicamente a guarda do sá bado, a observância rigorosa do kashrut (termo hebraico para as leis dietéticas do judaísmo), a liturgia da sinagoga, o uso do shofar, “ trompa”, geralmente feito de chifre de carneiro; 0 uso de talit, 0 manto ou xale usado para oração; e, o uso do kippar, o solidéu que os judeus religiosos usam sobre a cabeça. a) Os judeus. Os judeus messiânicos, principalmente em Israel, seguem a tradição judaica. Isso acontece sim plesmente para preservar a identidade cultural deles e tem amparo neotesta- mentário: “É alguém chamado, estando circuncidado? Fique circuncidado” (1 Co 7.18a). Ou seja, na conversão a Cristo do judeu, ele não precisa mudar a sua tradição e cultura. b) Os não judeus. Da mesma forma: “É alguém chamado, estando incircuncidado? Não se circuncide” (1 Co 7.18b). Ou seja, ele não precisa se judaizar. É erro o não judeu adotar práticas judaicas na liturgia e no dia a dia para imitar 0 Judaísmo. Paulo conclui: “Cada um fique na vocação em que foi chamado” (l Co 7.20). SINOPSE III Contra a tendência judaizante é preciso aprender a viver na dependência do Espírito e não da Lei. CONCLUSÃO O resultado da reunião foi desfavo rável aos judaizantes. Só 0 fato de os apóstolos, sendo judeus, concordarem com a explicação sobre a especificidade de cada grupo dada por Paulo, já apon tava 0 engano desses legalistas sobre a obra salvífica em Cristo. Esse resultado serviu tanto aos gálatas como a todo o Cristianismo nesses mais de vinte séculos de história. Assim, a diferença entre os judeus messiânicos e os cristãos judaizantes atuais é que os judeus estão preservando uma cultura hereditária do seu povo e os judaizantes colocando “remendo novo em pano velho” (Mt 9.16). 16 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 REVISANDO O CON TEÚDO 1. De acordo com a lição, o que se infere da Epístola aos Gálatas? Infere-se que a Epístola aos Gálatas foi escrita antes do referido Concilio, pois não há menção dele na carta, visto que o Concilio tratou do mesmo assunto (At 15.5,6). 2. Por que Paulo não cedeu nem um pouco na circuncisão de Tito? Por duas razões: Tito era grego, e porque estava em jogo a verdade do Evangelho e o futuro do próprio Cristianismo. 3. O que significa “judaizante” ? O termo judaizante vem do verbo grego ioudaizõ, “viver como judeu, adotar costumes e ritos judaicos” , e aparece uma única vez no Novo Testamento (Gl 2.14). 4. Quem eram os judaizantes e 0 que eles queriam dos gentios? Eram legalistas dentre os judeus, e por isso chamados de judaizantes. Esses judeus, convertidos ao Senhor Jesus, ensinavam que os gentios deveriam observar a Lei de Moisés como condição para salvação (At 15.1). 5. Qual a diferença hoje entre judeus messiânicos e cristãosjudaizantes? Os judeus messiânicos, principalmente em Israel, seguem a tradição ju daica. Ou seja, na conversão a Cristo do judeu, ele não precisa mudar a sua tradição e cultura. No caso do não judeu convertido ao cristianismo, ele não precisa se judaizar. É erro o não judeu adotar práticas judaicas na liturgia e no dia a dia para imitar 0 Judaísmo. Paulo conclui: “Cada um fique na vocação em que foi chamado” (1 Co 7.20). VOCABULÁRIO Interseção: 0 encontro entre dois planos, duas linhas de idéias; cruzamento. Concilio: reunião de dignitários eclesiásticos para deliberar sobre questões de fé, costumes, doutrina ou disciplina eclesiástica. Sínodo: assembléia regular de párocos convocada pelo bispo. Solidéu: pequeno barrete usado pelos judeus (em certas ocasiões, como na sinagoga). JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 1 7 19 de Janeiro/de 2025 A ENCARNAÇAO DO VERBO TEXTO ÁUREO “E 0 Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14) VERDADE PRÁTICA A vinda do Filho de Deus em forma humana é um fato presenciado por muitas testemunhas, por isso a negação da sua historicidade não se sustenta. ______________________ ) LEITURA DIARIA Segunda - Lc 2.40,52 O desenvolvimento físico, intelectual e espiritual de Jesus Terça - Rm 1.3 O Filho de Deus nasceu da descendência de Davi segundo a carne Quarta - Rm 8.3 Deus enviou o seu Filho em semelhança da carne Quinta - Fp 2.5-8 Jesus se fez semelhante aos homens Sexta - 1 Tm 3.16 O próprio Deus se manifestou em carne Sábado - Hb 4.15 Jesus participou da natureza humana, mas viveu sem pecado entre os homens 1 8 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 1 João 1.1-3; 4 .1- 3 ; 2 João 7 1 João 1 1 - 0 que era desde 0 princípio, 0 que vimos com os nossos olhos, 0 que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida 2 - (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anun ciamos a vida eterna, que estava com 0 Pai e nos foi manifestada), 3 -0 que vimos e ouvimos, isso vos anun ciamos, para que também tenhais comu nhão conosco; e a nossa comunhão é com 0 Pai e com seu Filho Jesus Cristo. 1 João 4 1 - Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. 2 - Nisto conhecereis 0 Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 3 - e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é 0 espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo. 2 João 7 - Porque já muitos enganadores entra ram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é 0 enganador e 0 anticristo. 1# Hinos Sugeridos: 20,139, 255 da Harpa Cristã PLANO DE AULA 1. INTRODUÇÃO 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A lição desta semana tem como finalidade apresentar a doutrina bí blica sobre a humanidade de Jesus. Desde 0 início da Igreja houve tenta tivas de negar a deidade absoluta de Cristo, bem como a sua ressurreição. Esses grupos céticos tinham a pre tensão de desconstruir 0 testemu nho e a autoridade apostólica acerca de Jesus. Nesta lição, veremos como essas heresias se revelam atualmen te. Perceberemos que os movimen tos heréticos não são novidades. Por isso, importa que a igreja destes dias prossiga firme em seu compromisso de reafirmar a verdade sobre Cristo. A) Objetivos da Lição: I) Elencar as heresias que negam a corporeida- de de Cristo; II) Descrever a afirma ção apostólica da corporeidade de Je sus; III) Relacionar como as heresias que negam a humanidade e deidade de Cristo se revelam atualmente. B) Motivação: É muito impor tante que a Igreja saiba discernir quais são os objetivos e as impli cações desses grupos heréticos ao tentarem negar a verdade sobre Je sus. Não podemos contestá-los se não soubermos 0 que eles, de fato, pensam e argumentam. Conhecer o que os inimigos da fé pensam sobre JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 1 9 nós é muito importante para o exer cício da defesa da fé. C) Sugestão de Método: Des de os tempos da Igreja Primitiva, muitos grupos ou pessoas surgiram com visões distorcidas a respeito da deidade ou da encarnação de Cristo. Atualmente, as heresias continuam surgindo como forma de negar a fé em Cristo ou enganar a muitos que não conhecem as Escrituras Sagra das. Aproveite a ocasião e pergunte à classe em quais seitas ou religiões de nossos dias podemos encontrar esses falsos ensinamentos. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: Deus convida seus servos em todas as épocas a assumir o compromisso com a verdade bíbli ca que atesta a realidade da divin dade de Cristo. Desse modo, como Igreja de Cristo, que preza pela ver dade do Evangelho, devemos rea firmar com afinco a declaração de Cristo de que Ele e 0 Pai, juntamen te com o Espírito Santo, constituem uma unidade perfeita. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li ções Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A União Hipostá- tica” , localizado depois do segundo tópico, ressalta a união entre as na turezas humana e divina na Pessoa única de Jesus.; 2) 0 texto “A Teo logia Liberal e a Bíblia” , ao final do terceiro tópico, destaca o contraste entre a Teologia Liberal e a Teologia Bíblica Tradicional. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Vamos começar a apologética cris- tológica no presente trim estre com 0 tema “A Encarnação de Jesus”, uma doutrina sobre a humanidade de Cristo. 0 mesmo apóstolo João que se empenha em mostrar a deidade absoluta de Je sus se preocupa também em enfatizar que Jesus viveu entre nós, participou da natureza humana e teve corpo físico humano. A presente lição é uma apologia à sua humanidade plena. I - HERESIAS QUE NEGAM A CORPOREIDADE DE CRISTO l. O que é Docetismo? 0 ter- ^ mo vem do grego dokeo, que significa “ ter aparência”. 0 Docetismo é a mais antiga heresia da história da igreja __ e consiste em negar que Je- r sus tivesse tido corpo físico humano, sua humanidade era simplesmente uma aparência, como um fantasma. 2. O que os docetas ensinavam sobre Jesus? Os seguidores dessa he resia ensinavam muitas coisas fora das Palavra-Chave Docetismo 20 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 Escrituras e contrárias à Palavra de Deus. O nosso enfoque destaca a hu manidade de Jesus, como o verdadeiro homem. Lucas descreve um começo muito humano. Jesus teve parentes e amigos, Zacarias e Isabel (Lc 1.5), José e Maria (Lc 2.4,5), vizinhos e primos (Lc 1.36,58), pastores (Lc 2.8), Simeão, Ana (Lc 2.25,37). Isso sem contar o relato sagrado de sua infância, que enfoca 0 seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual (Lc 2.40,52). 3. O que os principais docetas di ziam sobre Jesus? Três dos principais heresiarcas negavam que Jesus Cristo tivesse vindo em carne. Cerinto negava o nascimento virginal de Jesus Cristo e ensinava o Docetismo. Ele foi con temporâneo do apóstolo João em Éfeso. Saturnino, 0 principal representante do Gnosticismo sírio, ensinava que Jesus Cristo não nasceu, não teve forma e nem corpo, foi simplesmente visto de forma humana em mera aparência. Marcião é outro heresiarca que negava ser Cristo verdadeiramente humano, mas quanto ao seu corpo, não se sabe se na opinião dele era apenas uma aparência ou de substância etérea. No entanto, a Bíblia declara de maneira direta que Jesus nas ceu, mencionando até mesmo local, em Belém da Judeia(Mt 2.1; Lc 2.11), e época, no reinado de César Augusto, imperador romano (Lc 2.1). A Bíblia fala também do corpo físico de Jesus (Jo 2.21). SINOPSE I Jesus, mesmo sendo Deus, tor- nou-se hom em e desenvolveu- -se física, intelectual e espiri tualm ente. II - A AFIRMAÇÃO APOSTÓ LICA DA CORPOREIDADE DE JESUS 1. “O que era desde o princípio” (Jo 1.1) . Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, denominados de Evangelhos Sinóticos, apresentam Jesus, ressaltando seus aspectos humanos, ao passo que João reforça o aspecto divino. Os três Evangelhos expõem Jesus exteriormente, ao passo que João 0 revela interiormente. Pode-se dizer que 0 Evangelho de João é uma interpretação de Jesus. A expressão “O que era desde 0 princípio” é uma reiteração daquilo que o apóstolo afirma na introdução do Evangelho que leva 0 seu nome: “No princípio era 0 Verbo” (Jo 1.1) , isso significa que o Verbo já existia mesmo antes da criação (Gn l.l). Mas João nunca perde de vista que “0 Verbo se fez carne”. Não se contenta apenas com isso, mas apresenta detalhes im portantes, é que o Verbo não somente se fez carne, para não deixar dúvida alguma, “ e habitou entre nós”, mas também foi visto pelas pessoas (Jo 1.14). 2. A reafirmação apostólica (v.lb). O apóstolo reitera 0 que afirm a na introdução do seu Evangelho: “o que vimos com os nossos olhos, 0 que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”. Isso pode parecer até uma redundância, “vimos com os nossos olhos”, mas 0 propósito é mostrar com muita ênfase, sem deixar dúvida alguma, que 0 Senhor Jesus veio em carne ao mundo, e que pôde ser tocado pelos que com Ele conviveram (Jo 20.27). Veja que a presença do nome de Pilatos no Credo dos Apóstolos 0 posiciona nos acontecimentos passados. Ele “ sofreu sob Pôncio Pilatos”, ou seja, padeceu nas mãos de um personagem da história, logo, o Senhor Jesus só pode também ser alguém da história (Rm 1.3). JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 2 1 3. Uma crença herética (1 Jo 4.2,3). João viveu seus últimos dias na cidade de Éfeso, que era a cidade de Cerinto, 0 doceta. Os escritos do apóstolo João, o Evangelho, as três Epístolas e o Li vro de Apocalipse, foram produzidos na última década do primeiro século. Nessa época, 0 docetismo já se difundia entre os cristãos. Por isso, o apóstolo esclarece, e de maneira direta, que todo aquele que nega que Jesus veio em carne não é de Deus (1 Jo 4.3). Veja a gravidade dessa heresia, pois se Jesus não teve corpo físico real, Ele também não morreu, e se não morreu, também não ressuscitou, se não ressuscitou, logo não há esperança de salvação (1 Co 15.1- 3,17,18). Por essa razão, o apóstolo João foi contundente contra os docetas. Os expoentes de tal crença são chamados de “enganadores” (2 Jo 7). SINOPSE II Os Evangelhos Sinóticos apre sentam Jesus ressaltando os seus aspectos hum anos, ao passo que o Evangelho de João revela o seu aspecto divino. AUXÍLIO TEOLÓGICO A UNIÃO HIPOSTÁTICA “A união hipostática descre ve a união entre as naturezas hu mana e divina na Pessoa única de Jesus. Entender adequadamente esta doutrina depende da comple ta compreensão de cada uma das naturezas e de como se constituem na única Pessoa. O ensino bíbli co acerca da humanidade de Jesus revela-nos que, na encarnação, Ele tornou-se plenamente humano em todas as áreas da vida, menos na prática de um eventual pecado. Uma das maneiras de nos con vencermos da completa humani dade de Jesus é esta: os mesmos termos que descrevem aspectos diferentes da humanidade tam bém descrevem o próprio Jesus. Por exemplo, o Novo Testamento fre quentemente usa a palavra grega pneuma (espírito) para descrever 0 espírito do homem; e a mesma palavra é empregada para Jesus. Ele mesmo aplicou a si o pneu ma, quando, na cruz, entregou o seu espírito ao Pai e expirou (Lc 23.46)” (HORTON, Stanley M. Teo logia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, PP- 324, 325) III - COMO ESSAS HERESIAS SE REVELAM HOJE 1. Quanto ao nascimento virginal de Jesus. Há movimentos que negam o nascimento virginal de Jesus, como os mórmons, a Igreja da Unificação, e ensinam que Ele não foi gerado pelo Espírito Santo. Negar a concepção e o nascimento virginal de Jesus é uma das marcas desses movimentos. É 0 ensino moderno de Cerinto e seus se guidores. A Bíblia anuncia de antemão a concepção e nascimento virginal de Jesus desde o Antigo Testamento (Is 7.14) e seu cumprimento histórico no 2 2 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 Novo Testam ento. Jesus foi gerado pelo Espírito Santo (Mt 1.18,20); 0 anjo Gabriel disse a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do A ltíssim o te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1.35). 2. Quanto à morte e à ressurreição de Cristo. O heresiarca gnóstico do Egito, Basilides, negava a crucificação de Cristo, dizia que Simão, o cirineu, transfigurou-se e foi equivocadamente crucificado, e que 0 populacho o tomou por Jesus. Assim sendo, Cristo apenas presenciou a crucificação de Simão, seu suposto sósia. O Alcorão, 0 livro sagrado dos muçulmanos e sua principal fonte de autoridade espiritual, declara que 0 Senhor Jesus não foi crucificado, que tudo não passou de uma simulação (Alcorão 4.157). Nas notas explicativas de rodapé nas edições do Alcorão, eles afirmam que um sósia de Jesus foi le vado à cruz. Isso se parece com a ideia de Basilides. Essa doutrina contraria todo o pensamento bíblico e os fatos históricos. A Bíblia ensina que Jesus morreu e ressuscitou dentre os mortos (1 Co 15.3,4). 3. Confirmação histórica. A confir mação bíblica e histórica da morte de Jesus é fato incontestável. Historiadores não cristãos, judeus e romanos, ates taram a morte de Jesus. Flávio Josefo, historiador judeu (37-100 d.C.), disse: “acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que 0 crucificassem. Os que 0 haviam amado durante a sua vida não o abandonaram depois da morte”. O historiador romano Tácito (55-117 d.C.) escreveu: “Aquele de quem levavam 0 nome, Cristo, foi executado no reinado de Tibério pelo procurador Pôncio Pila tos”. A Bíblia declara que Jesus “depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas” (At 1.3). SINOPSE III A confirm ação bíblica e h is tórica da morte de Jesus é fato incontestável. AUXÍLIO TEOLÓGICO A TEOLOGIA LIBERAL E A BÍBLIA “ Em palavras simples, a doutri na cristã ortodoxa da Bíblia postula que ela é sobrenaturalmente inspi rada por Deus e infalível e normati va em todas as questões que dizem respeito à salvação — de modo ge ral, definida como o relacionamen to de uma pessoa com Deus e 0 seu cumprimento a nível pessoal. Ela é singular dentre os livros por ser a Palavra escrita de Deus, diferente em espécie, não somente em grau, de outros livros importantes. Essa crença no status especial da Bíblia é encontrada na própria Bíblia (e.g., 2 Tm 3.16, 17; 2 Pe 1.20, 21) e ao longo da História da Igreja, desde os Pais Eclesiásticos até o pensa mento ocidental da era moderna, quando os deístas, por exemplo, começaram a questionar a inspira ção e a autoridade da Bíblia. Com parado ao consenso cristão ortodo xo de que a Bíblia é a revelação que nos foi sobrenaturalmente dada por Deus, o Cristianismo liberal trata a Bíblia como um livro humano de grande percepção e sabedoria espi ritual, mas que não é divinamen JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 2 3 te inspirado, nem singularmente normativo. [...] Os cristãos liberais são, no entanto, extremamente re lutantes em falar sobre a autori dade da Bíblia, e isso os deixa sem uma fonte ou norma objetiva para as crenças e as doutrinas cristãs” (OLSON, Roger. Contra a Teologia Liberal: Uma defesa cristã bíblica tradicional. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, PP- 54 , 55). CONCLUSÃO As expressões “o Verbo se fez carne” e “Jesus Cristoveio em carne” signi ficam uma resposta aos docetas. Os Evangelhos revelam vários atributos característicos do Jesus ser humano. Ele foi revestido do corpo físico porque o pecado entrou no mundo por um homem, e pela justiça de Deus tinha de ser vencido por um ser humano. Jesus se encarnou. Fez-se homem sujeito ao pecado, embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como homem. 1. Como o Docetismo pode ser definido? O Docetismo é a mais antiga heresia da história da igreja e consiste em negar que Jesus tivesse tido corpo físico humano, sua humanidade era sim plesmente uma aparência, como um fantasma. 2. Quais os três principais heresiarcas docetas? Cerinto, Saturnino e Marcião. 3. Qual a gravidade do Docetismo? A gravidade dessa heresia está em afirmar que Jesus não teve corpo físico real. Então, Ele também não morreu, e se não morreu, também não ressusci tou, se não ressuscitou, logo não há esperança de salvação (1 Co 15.1-3,17,18). 4. O que o apóstolo reitera na introdução do Evangelho de João? O apóstolo reitera o que afirma na introdução do seu Evangelho: “ o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” . 5. Quem, na antiguidade e atualidade, nega a crucificação do Senhor Jesus? O heresiarca gnóstico do Egito, Basilides, negava a crucificação de Cristo, dizia que Simão, 0 cirineu, transfigurou-se e foi equivocadamente crucifi cado, e que o populacho o tomou por Jesus. Atualmente, o Alcorão, 0 livro sagrado dos muçulmanos e sua principal fonte de autoridade espiritual, de clara que o Senhor Jesus não foi crucificado, que tudo não passou de uma simulação (Alcorão 4.157). 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÃO 4 DEUS É TRIÚNO \ TEXTO ÁUREO “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mt 28.19) V __________________________ VERDADE PRÁTICA Desde a eternidade Deus é Pai, Filho e Espírito Santo e essa verdade está em toda a Bíblia. _______________ J LEITURA DIÁRIA Segunda - Gn 1.1 Os primeiros vislumbres da Trindade Terça - Is 63.8-10 Javé, o Anjo de sua face e o Espírito de sua santidade são distinguíveis como três pessoas Quarta - l Co 12.4-6 O Deus Triúno presente na distribuição dos dons espirituais Quinta - 2 Co 13.13 A Santíssima Trindade presente na bênção apostólica Sexta - Ef 4.4-6 Três pessoas: Pai é Pai, Filho é Filho e Espírito Santo é Espírito Santo Sábado - l Pe 1.2 A Trindade atua na obra da salvação JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 2 5 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE M ateus 3.15-17; 28.19,20 Mateus 3 15 -Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele 0 permitiu. 16 - E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu 0 Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. 17 - E eis que uma voz dos céus dizia: Este é 0 meu Filho amado, em quem me comprazo. Mateus 28 19 - Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 - ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! Hinos Sugeridos: 185, 307, 553 da Harpa Cristã PLANO DE AULA 1. INTRODUÇÃO Embora a palavra “Trindade” não esteja escrita na Bíblia, o seu concei to é evidenciado por toda a Escritura; desde 0 início da Criação, narrado no Antigo Testamento, até a revelação das últimas coisas, presente no Apo calipse. Dessa forma sabemos que essa doutrina não é irrelevante. 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO A) Objetivos da Lição: I) De monstrar como a Bíblia apresenta a Trindade; II) Indicar as principais heresias sobre a doutrina da Trinda de; III) Explicar os perigos do Uni- cismo na atualidade. B) Motivação: Por mais elaborada e robusta que seja a explicação teológica sobre o Deus que é Pai, Filho e Espíri to Santo - diferentes, mas iguais em majestade e poder; três, porém, um -, o Criador continuará a transcender 0 entendimento da criatura. C) Sugestão de Método: Deus é transcendente; os seus pensamentos estão muito acima de nossa compre ensão, quiçá a sua essência. Por isso, ao introduzir esta aula, compartilhe com a classe essa reflexão, a partir de 1 Coríntios 13.12, mostrando que ago ra vemos em parte, mas um dia o co nheceremos como somos conhecidos. 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO A) Aplicação: Foi do agrado do Deus Todo-Poderoso se revelar aos pequeninos com todo esplendor de sua natureza triúna. Portanto, não percamos a oportunidade de nos re lacionar com o Deus Pai, com 0 nos so Salvador Jesus Cristo, o Filho, e 0 Espírito Santo Consolador. 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, en trevistas e subsídios de apoio à Li- 26 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 çôes Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O conceito do Deus Trino e Uno” , localizado de pois do segundo tópico, ressalta a distinção na unidade das três pes soas da Trindade; 2) O texto “ Nega ção ao unicismo, unitarismo e tri- teísmo” , ao final do terceiro tópico, aprofunda a explicação apresentada, refutando-a biblicamente. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO O Novo Testam ento mostra que os cristãos do período apostólico re conheciam 0 seu Deus como triúno sem precisar de formulação teológica, recurso a que a igreja mais tarde precisou recorrer para res- > ponder às idéias equivocadas sobre Deus. A Trindade é uma doutrina com sólidos fundamentos bíblicos e, mesmo sem conhecer essa terminologia, a “Trindade”, os cristãos do período apos tólico reconheciam essa verdade. I - COMO A BÍBLIA APRESEN TA A SANTÍSSIMA TRINDADE 1. A Trindade e o monoteísmo judai co-cristão. As Escrituras ensinam que 0 Deus de Israel, revelado nas Escrituras dos judeus (Dt 6.4; 2 Rs 19.15; Ne 9.6; SI 83.18; 86.10), é 0 mesmo Deus do Novo Testamento (Mc 12.29-32). a) Cada uma das três pessoas é chamada “Deus”. A mesma Bíblia que ensina haver um só Deus, e que Deus é um só, ensi na também que o Pai é Deus, 0 Filho é Deus e 0 Espírito Santo é Deus. O nome “Deus” se aplica ao Pai sozinho (Fp 2.11), da mesma forma ao Filho (Cl 2.9) e ao Espírito Santo (At 5.3,4). b) Cada uma das três pessoas é cada “Senhor”. Isso também ocorre com o Tetragrama (as quatro consoantes do nome divino Yhwh), “ Senhor”, pois aplica-se ao Pai sozinho (SI 110.1), ao Filho (Is 40.3; Mt 3.3), e ao Espírito Santo (Ez 8.1,3). No entanto, aplica-se à Trindade (Dt 6.4; SI 83.18). I c) 0 monoteísmo bíblico não | contradiz a Trindade. “Ouve, f Israel, 0 Senhor, nosso Deus, é 0 único Senhor” (Dt 6.4). Essa é a confissão de fé no Judaísmo. A palavra hebraica ’echad, tradu zida como “único”, indica uma unidade composta, é o mesmo termo usado para afirmar que marido e mulher são am bos “uma só carne” (Gn 2.24). O termo ’echad, em Deuteronômio 6.4, indica que o monoteísmo judaico-cristão não contradiz a Trindade. 2. Evidência no Antigo Testamento. Essa doutrina está implícita desde o Antigo Testamento, pois há declarações que indicam claramente a pluralidade na unidade de Deus: “E disse Deus: Façamos 0 homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26); “disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “e o Senhor disse: ... Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 2 7 a língua do outro” (Gn 11.6,7). E, não para por aí, em Isaías 63.8-14, 0 Espírito Santo aparece alternadamente com Javé e com 0 “Anjo de sua face”. 3. Revelada no NovoTestamento. A Trindade bíblica, ou seja, a Trindade em si mesma, pregada pelos cristãos, consiste em um só Deus que subsiste eternamente em três Pessoas distintas. a) A Trindade em si mesma. A base bíblica da Trindade salta à vista de qualquer leitor do Novo Testamento a começar pela Grande Comissão (Mt 28.19), na distribuição dos dons espirituais (1 Co 12.4-6), na bênção apostólica, também conhecida como bênção trinitária (2 Co 13.13), na unidade da igreja (Ef 4.4-6), na obra da salvação (1 Pe 1.2). Além das inúmeras passagens tripartidas que revelam a Trindade (Fp 3.3). b) A Trindade dos credos. A Trindade é a união de três Pessoas: 0 Pai, 0 Filho e o Espírito Santo em uma só Divinda de, iguais em poder, glória, majestade e eternidade, da mesma substância, embora distintas. SINOPSE I Embora o termo “Trindade” não esteja nas Escrituras, seu conceito e doutrina são de monstrados por toda a Bíblia. II - AS HERESIAS CONTRA A DOUTRINA DA TRINDADE São duas as principais heresias contra a Trindade: o Unicismo e o Unitarismo. Ambas são contrárias à Bíbia, condenadas pelas igrejas antigas e rejeitadas pelos principais ramos do Cristianismo. Nesta lição, trataremos do Unicismo. l. O Unicismo. Esse movimento desde a sua origem no século 3 é conhecido como monarquianismo, modalismo, patripassianismo e sabelianismo. Os principais heresiarcas representantes desse movimento foram Noeto, Prá- AMPLIANDO O CONHECIMENTO “A TRINDADE: É POSSÍVEL QUE DEUS SEJA, AO MESMO TEMPO, UM E TRÊS? A crença de que um Deus único exista eternamente em três pessoas é conhecida como a doutrina da Trindade. E esta doutrina tem um importante papel na fé cristã. Na verdade, a doutrina da encarnação — que afirma que Jesus, como Deus, tornou-se um homem, e que Ele é, portanto, plenamente divino e plenamente humano — pressupõe essa crença. Esta última doutrina está no âmago da fé cristã.” Amplie mais 0 conhe cimento, lendo a Bíblia de Estudo Apologia Cristã, editada pela CPAD, p.1535. 28 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 xeas e Sabélio. 0 Unicismo não nega a deidade absoluta do Filho e nem a do Espírito Santo, mas negam a Trindade, pois confundem as pessoas. A heresia consiste em negar a Trindade, pois ensina ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo uma única pessoa e não três pessoas distintas em uma só divindade. A Bíblia ensina o monoteísmo, ou seja, a existência de um só e único Deus eternamente subsistente em três pessoas distintas (Mt 3.16,17; 1 Pe 1.2). É como afirma o nosso Cremos em nossa Declaração de Fé. 2. A verdade bíblica. Ninguém no mundo chega à conclusão unicista simplesmente pela leitura da Bíblia, pelo contrário, salta à vista de qualquer leitor a distinção dessas três pessoas da Trindade, a começar pelo batismo de Jesus (Mt 3.16). Diversas vezes Jesus deixou claro que Ele é uma Pessoa e 0 Pai outra (Jo 8.16,17; 17.3), embora se jam Eles 0 mesmo Deus (Jo 10.30). Com frequência, Ele se dirigia ao Pai como outra Pessoa (Mt 20.23; Mt 26.39, 42); também, nos seus discursos (Jo 5.18- 23; 8.19; 10.18; 11.41, 42); e, na oração sacerdotal em João 17. Trata-se de um relacionam ento do tipo eu, tu, ele. Quando Jesus anuncia a vinda do Con solador, Ele emprega a terceira pessoa (Jo 14.16,26). A Bíblia ensina que Jesus é “0 Filho do Pai” e não o próprio Pai (2 Jo 3). Isso significa que não pode ser o próprio Pai do mesmo Filho. SINOPSE II O Unicismo e o Unitarism o são duas das principais heresias sobre a Trindade, condenadas biblicam ente. AUXÍLIO TEOLÓGICO “O CONCEITO DO DEUS TRINO E UNO Acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como certa (Ef 1.1-14; iPe 12). Fica claro que o Pai, 0 Filho e 0 Espírito Santo existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras tam bém revelam a unidade dos três membros da Deidade. As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42; 1C0 12.11). O Pai fala ao Filho, empregando 0 pronome da segunda pessoa do singular: ‘Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido’ (Lc 3.22). Declara que veio ‘não para fazer a minha vontade, mas a von tade daquele que me enviou’ (Jo 6.38)” (HORTON, Stanley. Teolo gia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.162-63). III - UNICISMO: UMA HERESIA ANTIGA NA ATUALIDADE 1. O problema. Na atualidade, exis tem alguns movimentos evangélicos pentecostais que são unicistas e ensi nam a respeito de um Deus diferente. De forma sutil e por meio da música, esses unicistas ensinam esse desvio doutrinário sobre Deus. Isso não é um JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR 2 9 mero jogo de palavras. Jesus disse que a vida eterna implica esta distinção: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Essa passagem mostra que a salvação envolve duas pessoas distintas e que esse conhe cimento não é cognoscível, mas místico, espiritual, que implica comunhão, fé, obediência, adoração. Conhecer a Deus é 0 mesmo que conhecer a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30). Jesus disse que ninguém conhece o Filho sem o Pai e vice-versa (Mt 11.27). 2. Uma reflexão bíblica. O que dizer de pessoas convertidas por meio do ministério dessas músicas unicistas? O poder é da Palavra, e não do tal movi mento, a Palavra de Deus é a semente, mesmo sendo semeada por mãos en fermas e infeccionadas, a semente vai germinar. Jesus falou sobre isso no Sermão do Monte (Mt 7.21-23). Alguns podem dizer que se sentem bem ao ouvir tais músicas. Assim, convém lembrar que ninguém está autorizado a fundar doutrinas com base em experiências humanas. As emoções caíram com a natureza humana no Éden (Jr 17.9), e não servem como instrumento aferidor da doutrina. A Bíblia é a única fonte de doutrina e não as nossas emoções, pois somos norteados pela Palavra na direção do Espírito (2 Pe 1.19; Jo 16.13). 3. A posição oficial. O Unicismo é condenado na Bíblia, considerado he resia pelas igrejas desde a sua origem e rejeitado pelos principais ramos do cristianismo e pela nossa Declaração de Fé (III.2). Temos um manifesto oficial contra 0 Unicismo e o uso de músicas de grupos unicistas em nossas igrejas. A maioria de nossa liderança tem se posicionado contra essa heresia. A im portância dessa decisão é para evitar que se adore a outro Jesus, um Jesus falso, diferente do revelado no Novo Testamento (2 Co 11.4). Mas devemos destacar que não somos contra os unicistas, mas con tra o unicismo, a doutrina desviante. Devemos manter contato respeitoso no nosso dia a dia com essas pessoas, embora discordando de suas crenças com mansidão (2 Jo 10,11). SINOPSE III O Unicismo, embora seja uma heresia antiga, tam bém está presente na atualidade. AUXÍLIO DOUTRINÁRIO “ NEGAÇÃO AO UNICISMO, UNITARISMO E TRITEÍSMO. Ne gamos o unicismo sabelianista e moderno, ou seja, que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam três modos de uma mesma pessoa divina, por que está escrito que as três pessoas são distintas. Negamos também o unitaris- mo, pois essa doutrina afirma que somente 0 Pai é Deus, negando, assim, a divindade do Filho e do Espírito Santo, ao passo que as Es crituras Sagradas ensinam a divin dade do Filho e do Espírito Santo. Também negamos o triteísmo, ou seja, que existam três deuses separados, pois a Bíblia revela a 3 0 LIÇÕES BÍBLICAS • PROFESSOR JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO 2025 existência de um único Deus ver dadeiro: ‘há um só Deus e que não há outro além dele’ (Mc 12.32); ‘to davia, para nós há um só Deus’ (1 Co 8.6). Essa doutrina monoteísta tem implicação para a salvação: “ E a vida