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SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA ESISTEMAS URBANOS DE ÁGUA E ESGOTOESGOTO SISTEMAS DESISTEMAS DE ESGOTAMENTOESGOTAMENTO SANITÁRIOSANITÁRIO Autor: Me. Fabricio Alonso Richmond Navarro Revisor : Suely de Medeiros IN IC IAR introdução Introdução Uma grande parte das atividades realizadas pelo ser humano precisa da água, principalmente as relacionadas às necessidades básicas e de sobrevivência, como limpeza pessoal e preparação de alimentos. Esse uso gera resíduos, poluindo a água; a água volta para o meio ambiente, causando degradação. Para evitar impactos negativos sobre o meio ambiente, que indiscutivelmente terão consequências na saúde, na segurança e no bem-estar das pessoas, além de condições negativas em relação às atividades econômicas e sociais, a presente unidade estuda o sistema de esgoto sanitário, que deve dar soluções para disposição e tratamento desses resíduos gerados nas atividades do ser humano. Para isso, abrangeremos os seguintes temas: Conceitos básicos dos sistemas coletores. Cálculo das vazões de esgoto e suas características. Hidráulica e critérios das redes coletoras de esgotos sanitários. Estações Elevatórias de Esgoto (EEE). Dentro dos sistemas urbanos, podemos classi�car os sistemas de esgotamento em três: Sistema de esgoto unitário ou combinado: mistura, em um único sistema, águas residuais, de in�ltração e pluviais. Sistema separador absoluto: a coleta e o transporte do esgoto sanitário e das águas pluviais são totalmente independentes. Sistema de esgotamento separador parcial: situação intermediária das comentadas anteriormente; nele, uma parte das águas pluviais é misturada com o esgoto. Nesta unidade estudaremos todos os conceitos referentes ao sistema separador absoluto, de�nido pela ABNT (1986b, p. 1) como “Conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados a coletar, transportar, condicionar e encaminhar somente esgoto sanitário a uma disposição �nal conveniente, de modo contínuo e higienicamente seguro”. Conceitos BásicosConceitos Básicos Partes de um Sistema de Esgoto Sanitário Entende-se como partes de um sistema de esgoto aqueles elementos que em conjunto conseguem o objetivo desse sistema. Eles seriam: Rede coletora : de�nida por ligações prediais, coletores e órgãos acessórios. O esgoto é coletado nas residências e prédios pelas ligações prediais, que estão conectadas aos coletores secundários; esses, por sua vez, transportam o esgoto para os coletores principais, ou coletores-tronco, para ser conduzido ao interceptor e/ou emissário, o qual levará o e�uente para a estação de tratamento antes de ser descarregado em um corpo receptor. Parte da dinâmica descrita pode ser vista na Figura 3.1. Figura 3.1 - Parte de uma rede coletora Fonte: Davi Sales Batista / 123RF. Interceptor : tubulação de esgoto que recebe outros coletores; não recebe contribuições diretas por ligações prediais. Emissário : tubulação localizada antes e depois da estação de tratamento; tem como característica conduzir o esgoto sem receber contribuição. Sifão invertido : uma das poucas partes de um sistema de esgoto que trabalha em conduto forçado; sua função é a transposição de obstáculos, como rios ou depressões. Estação Elevatória de Esgoto (EEE) : outra estrutura para transposição de obstáculos, de cotas inferiores para superiores; também funciona sob pressão. Estudaremos as EEEs com maior detalhe nesta unidade. Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) : realiza o tratamento do esgoto antes de ele ser depositado em um corpo receptor. Fazem parte da rede coletora os órgãos acessórios, que a ABNT (1986b, p. 2) de�ne em sua seção 3.9: 3.9.1 Poço de visita (PV): câmara visitável através de abertura existente em sua parte superior, destinada à execução de trabalhos de manutenção. 3.9.2 Tubo de inspeção e limpeza (TIL): dispositivo não visitável que permite inspeção e introdução de equipamentos de limpeza. 3.9.3 Terminal de limpeza (TL): dispositivo que permite introdução de equipamentos de limpeza, localizado na cabeceira de qualquer coletor. 3.9.4 Caixa de passagem (CP): câmara sem acesso localizada em pontos singulares por necessidade construtiva. Como você vai notar, neste trecho da unidade é preciso aprender muitos termos que talvez sejam novos para você, pelo que é recomendada a revisão da ABNT-NBR 9.649/1986 “Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário”, para a consolidação dos conhecimentos (ABNT, 1986b). Concepção do Sistema de Esgoto A concepção de um sistema de esgoto é realizada na fase inicial do projeto, e consiste no “conjunto de estudos e conclusões referentes ao estabelecimento de todas as diretrizes, parâmetros e de�nições necessárias e su�cientes para a caracterização completa do sistema a projetar” (TSUTIYA; ALEM SOBRINHO, 2000, p. 5). Segundo Tsutiya e Alem Sobrinho (2000), seus objetivos são: Identi�car qualquer fator interveniente no sistema de esgoto. Diagnosticar o sistema existente na situação atual e para futuras demandas. Estabelecer os parâmetros básicos. Pré-dimensionar as unidades do sistema. Escolher a melhor alternativa, segundo estudo de concepção. Estabelecer as diretrizes gerais do projeto. Estimar os serviços que devem ser realizados na fase de projeto. Parte indispensável na concepção de um sistema de esgoto é o estudo de concepção, que tem como objetivo comparar vários arranjos dos diferentes elementos de um sistema, a �m de escolher a opção com a melhor solução técnica, econômica, �nanceira e social. Para normatizar esse procedimento, há a ABNT-NBR 9.648/1986, “Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário” (ABNT, 1986a). Lembre-se da importância de acompanhar essa e outras normas, pois há diferença nos tipos de projetos. Os sistemas urbanos estudados, uma vez �nalizados, passam a fazer parte da infraestrutura pública, por isso é preciso manter certa uniformidade nos processos e nos elementos dos sistemas. No estudo de concepção devem ser realizadas várias atividades, que têm como objetivo estabelecer parâmetros de comparação entre os diferentes arranjos, concluindo-se com a de�nição pela melhor opção. As primeiras atividades do estudo pretendem estabelecer o marco de referência por meio do qual o sistema vai ser implantado, com quesitos como: Descrever a região, de�nir se são necessárias plantas topográ�cas, levantar informações como: dados dos recursos hídricos, descrição das características físicas (relevos do solo, informações meteorológicas, informações geológicas, informações �uviométricas e corpos receptores), dados demográ�cos, caracterização dos acessos, do tipo de comunicação, da mão de obra, dos materiais de construção e da energia elétrica, dados do sistema existente e de outros sistemas públicos, uso da terra e legislação. Delimitação da área do sistema de esgotamento projetado e das bacias de esgotamento dentro dessa área. Fixação do início de operação e do �m do alcance do plano. Estimar e caracterizar as populações a serem atendidas ano a ano segundo o alcance do plano do projeto, devendo estar em concordância com os estudos demográ�cos e de uso de ocupação do solo usados na projeção do sistema de abastecimento de água. Em um segundo momento, devem ser con�guradas as propostas para que sejam comparadas sob diferentes ópticas. Entre essas atividades, em cada arranjo deve-se: avaliar e caracterizar as cargas poluidoras do esgoto atual e futuras; determinar e avaliar as condições dos corpos receptores, de sua capacidade de depuração e do impacto ambiental de cada concepção; analisar o aproveitamento das instalações existentes em cada caso; prede�nir os componentes das concepções e os traçados da rede de esgoto; de�nir os critérios para custos de operação, manutenção e reparação, para a comparação econômica junto a investimentos e despesas de cada opção. Os tipos de avaliações e considerações dependerão das dimensões e características do sistema e da área, sendo a melhor opção qualitativa e quantitativa aquela que passe a ser detalhada em um projeto,para, no �nal, ser implantada e operada. Tsutiya e Alem Sobrinho (2000) colocam como ponto importante no delineamento de um sistema de esgoto a concepção do traçado da rede. Distinguem-se três tipos: Rede perpendicular : típica nas cidades próximas a um rio, e esgotam nesse sentido. Chama-se assim em razão de os coletores- troncos chegarem perpendicularmente a um interceptor que vai no sentido do rio. Rede leque : para terrenos acidentados ou tipo vale, nos quais o coletor principal vai pelo centro do vale ou depressão e os coletores secundários vão chegando até o principal, formando uma espécie de leque ou espinha de peixe. Rede radial ou distrital : usado para cidades planas; separa-se cada distrito ou setor o esgotamento, dirigindo-o desde o ponto baixo de cada distrito para outro distrito ou para a estação de tratamento. Na maioria dos casos, a de�nição do traçado da rede vai estar estreitamente relacionada à topogra�a da cidade e à sua lógica de esgotamento, a qual tem como objetivo juntar em um único ponto toda a água para tratamento, ou para ser recalcada a outro ponto onde será tratada. praticar Vamos Praticar Leia o trecho a seguir. “O �uxo de esgotos que uma tubulação lança em um poço de visita, ou outro órgão acessório, corre por canaletas situadas no fundo. Essas canaletas orientam o �uxo, possibilitando ao projetista concentrar mais ou menos vazão em determinados coletores”. TSUTIYA, M. T.; ALEM SOBRINHO, P. Coleta e transporte de esgoto sanitário . 2. ed. Rio de Janeiro: Abes, 2000. p. 17. Nesse sentido, assinale a alternativa que apresenta a sequência lógica das partes de um sistema esgoto. a) ETE; Emissário; Coletor-tronco. b) Coletor principal; ETE; interceptor. c) Ligação predial; coletor secundário; ETE. d) Coletor-tronco; coletor principal; coletor secundário. e) Ligação predial; coletor principal; coletor secundário. Como comentamos no começo da unidade, vamos estudar o sistema separador absoluto, que coleta e transporta esgoto sanitário e água de in�ltração. Mesmo assim, em certas unidades deve ser considerada uma parcela de água pluvial, devido à contribuição parasitária e a outras desse tipo. Características dos Esgotos A ABNT-NBR 9.648/1986 de�ne “esgoto sanitário” como “despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de in�ltração e contribuição pluvial parasitária” (ABNT, 1986a, p. 1). Seu estudo divide-se em dois grandes grupos, segundo suas características: esgotos domésticos e esgotos industriais . O esgoto doméstico é mais homogêneo, sendo produto das atividades realizadas em residências, comércios, prédios públicos e qualquer outro lugar no qual se realizem atividades como preparação de alimentos, higiene Vazões de EsgotoVazões de Esgoto pessoal, limpeza de roupa e outros tipos de atividades similares àquelas realizadas em uma residência. Além da água, esse tipo de esgoto contém urina, papel higiênico, fezes, comida, sabão etc. (JORDÃO; PESSÔA, 2011). O esgoto tem uma parcela de água de in�ltração, que entra no sistema via órgãos acessórios e conexões entre tubulações. Mais adiante, veremos como é feito o cálculo dessa contribuição. saibamais Saiba mais O artigo recomendado visa desenvolver o tema do saneamento básico a partir de uma perspectiva diferente do típico enfoque técnico, longe de fórmulas e cálculos, desenvolvendo modelos de planejamento baseados nos impactos no meio ambiente e na saúde pública. Trata-se de uma leitura introdutória para os interessados no tema do saneamento básico. Para saber mais, acesse o link a seguir. Fonte: Soares, Bernardes e Cordeiro Netto (2002). ACESSAR Em sua maioria, os esgotos domésticos contêm água (perto de 99,9%); a pequena fração restante é composta por sólidos orgânicos e inorgânicos, suspensos e dissolvidos, e microrganismos. Para fazer referência aos volumes de água, usamos o termo “vazões”, tipicamente com medidas em litros por segundo (l/s) ou metros cúbicos por dia (m3/d); já as características físico- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2002000600026&lng=en&nrm=iso químico-biológicas são expressas em concentrações: miligrama entre litro (mg/l) ou gramo por metro cúbico (g/m3). Outros parâmetros físicos, como temperatura, odor, cor e turbidez, estão relacionados com outros tipos de grandezas. No Quadro 3.1 são apresentados alguns parâmetros usados para a caracterização da qualidade dos esgotos domésticos e do seu potencial poluidor, base para a determinação do tratamento. Quadro 3.1 - Parâmetros de qualidade para classi�cação do esgoto Fonte: Adaptado de Nuvolari (2011). Por outro lado, o esgoto industrial tem características mais heterogêneas, pois, dependendo dos processos realizados, pode ter poluentes próprios de sua atividade (JORDÃO; PESSÔA, 2011), como, por exemplo: tintas, hidrocarbonetos e outros elementos particulares que não poderiam ser incorporados ao esgoto doméstico, pois precisam de tratamentos especiais de que as ETEs convencionalmente não dispõem. Indústrias podem despejar Parâmetros de qualidade Físicos Químicos Biológicos Temperatura Odor Cor Turbidez Sólidos Totais (ST) Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) Sólidos Suspensos Totais (SST) Matéria orgânica Matéria inorgânica: areia e minerais Nitrogênio total Fósforo pH Alcalinidade Cloretos Óleos e graxas Organismo patógenos: sapró�tos, comensais, simbiontes, parasitos, bactérias, vírus, protozoários e helmintos. Indicadores de contaminação fecal: coliformes totais e fecais, e escherichia coli . unicamente águas de banheiros e cozinhas e águas próprias do processo industrial já tratadas, sempre e quando autorizado pela prestadora de serviços local. No presente material, trataremos unicamente do esgoto doméstico Cálculo das Vazões de Esgoto O cálculo das vazões de uma rede de esgoto deve ser realizado por trecho, fazendo um acumulado dessas vazões segundo o �uxo da rede até obter a vazão de projeto, que signi�ca a vazão que será tratada na ETE. Para todos os trechos deve ser calculada a vazão inicial (Qi), no começo do projeto, e vazão �nal (Qf), no �m do alcance do plano. A ideia de considerar o início e �m do projeto tem como objetivo analisar o funcionamento da rede nas duas condições extremas: no começo do projeto, com uma população inicial (pequena), re�etindo a menor demanda do serviço, e no caso contrário, quando a população está em seu ponto máximo, com demanda máxima. Na inexistência de medições de vazão utilizáveis no projeto, a vazão inicial de um trecho da rede pode ser calculada com a seguinte expressão da ABNT (1986b): Onde: Qi: contribuição média inicial de esgoto doméstico (l/s) k2: coe�ciente de máxima vazão horária. Segundo ABNT (1986b), k2=1,5. I: contribuição de in�ltração (l/s) Qci: contribuição singular inicial (l/s) Na mesma situação, a vazão �nal de um trecho da rede pode ser calculada usando a expressão da ABNT (1986b): Qi = (k2 ⋅ ) + I + QciQi −− ∑ Onde: Qf: contribuição média �nal de esgoto doméstico (l/s) k1: coe�ciente de máxima vazão diária. Segundo ABNT (1986b) k1=1,2. k2: coe�ciente de máxima vazão horária. Segundo ABNT (1986b) k2=1,5. I: contribuição de in�ltração (l/s) Qcf: contribuição singular �nal (l/s) Qf = (k1 ⋅ k2 ⋅ )+ I + QcfQf −−− ∑ A contribuição média inicial ou �nal de esgoto doméstico é calculada de um modo parecido com a vazão média de consumo da rede de abastecimento, pois o conceito é o mesmo, mas, dessa vez, é aplicado um coe�ciente de retorno, que signi�ca quanto do que foi consumido da rede de água volta para o esgoto. A expressão geral é: Onde: reflita Re�ita Os coe�cientes de majoração k1 e k2 são multiplicados para representar o maior pico de vazão na rede no ano ( k1*k2Qm= KQm= 1,8Qm). Esse coe�ciente k pode ser diminuído para coletores principais e interceptores, pois, como citam Jordão e Pessoa: Para as grandes cidades, ou para as grandes bacias de contribuição, a variação da vazão é amortecida: instalação na qual é armazenada temporariamente a água de esgoto antes de ser recalcada. Suas dimensões devem estar alinhadas com o funcionamento do sistema de recalque para evitar a septicidade do esgoto retido; seu desenho geométrico deve evitar zonas sem circulação do �uxo, o depósito de sedimentos e a formação de vórtices (TSUTIYA; ALEM SOBRINHO, 2000). Tubulação de recalque/sucção : deve considerar a melhor solução técnico-econômica; usa-se a fórmula de Bresse para de�nir o diâmetro mais econômico (PORTO, 2006). Conjunto motor-bomba : esse elemento depende das características hidráulicas de: vazão de recalque : deve considerar as variações diárias da vazão a�uente para de�nição dos períodos de funcionamento das bombas. altura manométrica : deve considerar o envelhecimento e a perda de capacidade de transporte das tubulações, além das variações no poço de sucção. NPSH disponível : deve considerar todas as situações possíveis de funcionamento segundo as características do esgoto (TSUTIYA; ALEM SOBRINHO, 2000). Devido à importância do sistema, toda estação elevatória deve considerar um conjunto motor-bomba de respaldo com capacidade su�ciente para recalcar a vazão máxima. Para garantir seu contínuo funcionamento, deve ser instalado um gerador de emergência. Além das partes constituintes citadas, formam ainda o sistema: canal a�uente, extravasor, medidor de vazão, registros, válvulas, comportas, controle e alarme. Dimensionamento O dimensionamento está de�nido principalmente por vazões a�uentes e sua variação no dia e nos anos de funcionamento do projeto, pois, como foi dito, o projeto começa com uma vazão inicial muito menor que a vazão no �m do alcance do plano. Para o dimensionamento do poço de sucção, Nuvolari (2011) propõe a de�nição do volume útil do poço: Onde: Vu ( ): volume útil, nível máximo e mínimo de operação das bomba T (min): tempo de um ciclo (tempo de parada mais funcionamento) dado pelo fabricante Qr ( ): vazão de recalque, igual a 2 vezes a vazão máxima e�uente (Qf) para o mínimo T V u = Qr ⋅ T 4 m3 /minm3 Com esse volume útil é possível calcular o volume efetivo e, assim, corroborar a condição do tempo de detenção, que deve ser menor que 30 minutos. Faz- se isso com a fórmula (NUVOLARI, 2011): Onde: Ve ( ): volume efetivo, compreendido entre o fundo do poço, na tomada das bombas, e o nível médio de operação Td (min): tempo de detenção médio no poço de sucção Qi ( ): vazão média inicial sem nenhum fator de reforço Para a tubulação de recalque, usa-se a fórmula de Bresse (TSUTIYA; ALEM SOBRINHO, 2000), que considera o diâmetro econômico, ou seja, aquele que equilibra custos de implantação e operação: Onde: Dr (m): diâmetro de recalque Qr ( ): vazão de recalque K: coe�ciente de Bresse. Parâmetro que depende de materiais, mão de obra, custo da eletricidade etc. Recomenda-se um K entre 1,20 e 0,85 para velocidades entre 1,0 e 1,5 m/s (TSUTIYA; ALEM SOBRINHO, 2000). Mesmo assim, deve-se analisar caso a caso. A ABNT-NBR 12.208/1992 recomenda velocidades entre os limites de 0,60 e 3,00 m/s. Para a tubulação de sucção, usa-se o diâmetro superior obtido pela fórmula de Bresse, a �m de diminuir perdas de energia e problemas de cavitação. Contudo, é comum que as bombas de esgoto trabalham afogadas, sendo em muitos casos recomendado pelo fabricante um mínimo nível de afogamento para seu funcionamento, dimensão que deve ser considerada no cálculo do Td = V e Qi m3 /minm3 Dr = K Qr −−−√ /sm3 poço de sucção. Em muitos casos a bomba não tem tubulação de sucção, estando imersa no esgoto. Outras recomendações para o dimensionamento e o projeto de estações elevatórias devem ser revisadas na norma ABNT-NBR 12.208/1992 - “Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário”. Além das recomendações de dimensionamento citadas, deve-se atentar ao fato de que as EEEs precisam considerar as variações da vazão a�uente ao longo do projeto, pois elas vão recalcar a vazão inicial (Qi) e �nal (Qf); por esse motivo, a estação deve ter �exibilidade de crescer com a vazão. praticar Vamos Praticar As estações elevatórias de esgoto têm uma função muito importante na rede de esgoto, pois as paradas não programadas podem ter importantes impactos na comunidade ou no meio ambiente, com o vazamento de esgoto sem tratamento. Nesse sentido, assinale a alternativa que indica qual é uma medida de segurança para o funcionamento das EEEs. a) Utilização da fórmula de Bresse para o cálculo das tubulações de recalque. b) Utilização do diâmetro superior imediato da tubulação de recalque para a tubulação de sucção. c) Utilização de dois conjuntos motor-bomba que consigam recalcar a vazão máxima. d) Considerar tempos de detenção no poço de sucção menor que 30 minutos. e) O NPSH disponível deve considerar todas as situações possíveis. indicações Material Complementar LIVRO Esgoto Sanitário: Coleta, Transporte, Tratamento e Reúso Agrícola Editora : Blucher Ariovaldo Nuvolari ISBN : 9788521205685 Comentário : A presente recomendação de leitura traz aspectos hidráulicos, ambientais e sanitários que vão consolidar seus conhecimentos sobre os sistemas de esgotamento sanitário, abrangendo todos os estágios dos esgotos, desde sua coleta até seu tratamento e uso. WEB Desta Água Não Beberei Ano : 2015. Comentário : Infelizmente, o crescimento da população não foi acompanhado pelo crescimento e pela cultura do saneamento básico em muitos lugares do Brasil. Nesse documentário, veja os efeitos das atividades humanas sobre o meio ambiente quando não são realizados processos de saneamento básico sobre os despejos dessas atividades. Para conhecer mais, acesse o vídeo a seguir. ACESSAR https://www.youtube.com/watch?v=yErc22fBudg&t=555s conclusão Conclusão Nesta unidade conhecemos a importância dos sistemas de esgotamento sanitário, tendo em vista as características poluidoras do esgoto residencial. Compreendemos como redes coletoras, receptores, emissários, estações elevatórias e estações de tratamento trabalham em conjunto para coleta, transporte, tratamento e disposição do esgoto. Temos focado nosso estudo no cálculo e no dimensionamento de dois elementos que trabalham sob condições diferentes, nas redes coletoras, na lâmina livre, nas estações elevatórias e no conduto forçado. Em primeiro lugar, foi necessário compreender as diferentes vazões do projeto, pois elas modelam as condições iniciais do projeto, com uma menor demanda, e as condições de funcionamento crítico, ao �nal do alcance do projeto. referências Referências Bibliográ�cas ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.648 : Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986a. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.649 : Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986b. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.208 : Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1992. JORDÃO, E. J.; PESSOA, C. A. Tratamento de esgotos domésticos . 6. ed. Rio de Janeiro: Abes. 2011. NUVOLARI, A. Esgoto sanitário : coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2011. 565 p. PORTO, R. M. Hidráulica básica . 4. ed. Projeto Reenge, EESC/USP, 2006. SOARES, S. R. A.; BERNARDES, R. 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Suas dimensões devem estar alinhadas com o funcionamento do sistema de recalque para evitar a septicidade do esgoto retido; seu desenho geométrico deve evitar zonas sem circulação do �uxo, o depósito de sedimentos e a formação de vórtices (TSUTIYA; ALEM SOBRINHO, 2000). Tubulação de recalque/sucção : deve considerar a melhor solução técnico-econômica; usa-se a fórmula de Bresse para de�nir o diâmetro mais econômico (PORTO, 2006). Conjunto motor-bomba : esse elemento depende das características hidráulicas de: vazão de recalque : deve considerar as variações diárias da vazão a�uente para de�nição dos períodos de funcionamento das bombas. altura manométrica : deve considerar o envelhecimento e a perda de capacidade de transporte das tubulações, além das variações no poço de sucção. NPSH disponível : deve considerar todas as situações possíveis de funcionamento segundo as características do esgoto (TSUTIYA; ALEM SOBRINHO, 2000). Devido à importância do sistema, toda estação elevatória deve considerar um conjunto motor-bomba de respaldo com capacidade su�ciente para recalcar a vazão máxima. Para garantir seu contínuo funcionamento, deve ser instalado um gerador de emergência. Além das partes constituintes citadas, formam ainda o sistema: canal a�uente, extravasor, medidor de vazão, registros, válvulas, comportas, controle e alarme. Dimensionamento O dimensionamento está de�nido principalmente por vazões a�uentes e sua variação no dia e nos anos de funcionamento do projeto, pois, como foi dito, o projeto começa com uma vazão inicial muito menor que a vazão no �m do alcance do plano. Para o dimensionamento do poço de sucção, Nuvolari (2011) propõe a de�nição do volume útil do poço: Onde: Vu ( ): volume útil, nível máximo e mínimo de operação das bomba T (min): tempo de um ciclo (tempo de parada mais funcionamento) dado pelo fabricante Qr ( ): vazão de recalque, igual a 2 vezes a vazão máxima e�uente (Qf) para o mínimo T V u = Qr ⋅ T 4 m3 /minm3 Com esse volume útil é possível calcular o volume efetivo e, assim, corroborar a condição do tempo de detenção, que deve ser menor que 30 minutos. Faz- se isso com a fórmula (NUVOLARI, 2011): Onde: Ve ( ): volume efetivo, compreendido entre o fundo do poço, na tomada das bombas, e o nível médio de operação Td (min): tempo de detenção médio no poço de sucção Qi ( ): vazão média inicial sem nenhum fator de reforço Para a tubulação de recalque, usa-se a fórmula de Bresse (TSUTIYA; ALEM SOBRINHO, 2000), que considera o diâmetro econômico, ou seja, aquele que equilibra custos de implantação e operação: Onde: Dr (m): diâmetro de recalque Qr ( ): vazão de recalque K: coe�ciente de Bresse. Parâmetro que depende de materiais, mão de obra, custo da eletricidade etc. Recomenda-se um K entre 1,20 e 0,85 para velocidades entre 1,0 e 1,5 m/s (TSUTIYA; ALEM SOBRINHO, 2000). Mesmo assim, deve-se analisar caso a caso. A ABNT-NBR 12.208/1992 recomenda velocidades entre os limites de 0,60 e 3,00 m/s. Para a tubulação de sucção, usa-se o diâmetro superior obtido pela fórmula de Bresse, a �m de diminuir perdas de energia e problemas de cavitação. Contudo, é comum que as bombas de esgoto trabalham afogadas, sendo em muitos casos recomendado pelo fabricante um mínimo nível de afogamento para seu funcionamento, dimensão que deve ser considerada no cálculo do Td = V e Qi m3 /minm3 Dr = K Qr −−−√ /sm3 poço de sucção. Em muitos casos a bomba não tem tubulação de sucção, estando imersa no esgoto. Outras recomendações para o dimensionamento e o projeto de estações elevatórias devem ser revisadas na norma ABNT-NBR 12.208/1992 - “Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário”. Além das recomendações de dimensionamento citadas, deve-se atentar ao fato de que as EEEs precisam considerar as variações da vazão a�uente ao longo do projeto, pois elas vão recalcar a vazão inicial (Qi) e �nal (Qf); por esse motivo, a estação deve ter �exibilidade de crescer com a vazão. praticar Vamos Praticar As estações elevatórias de esgoto têm uma função muito importante na rede de esgoto, pois as paradas não programadas podem ter importantes impactos na comunidade ou no meio ambiente, com o vazamento de esgoto sem tratamento. Nesse sentido, assinale a alternativa que indica qual é uma medida de segurança para o funcionamento das EEEs. a) Utilização da fórmula de Bresse para o cálculo das tubulações de recalque. b) Utilização do diâmetro superior imediato da tubulação de recalque para a tubulação de sucção. c) Utilização de dois conjuntos motor-bomba que consigam recalcar a vazão máxima. d) Considerar tempos de detenção no poço de sucção menor que 30 minutos. e) O NPSH disponível deve considerar todas as situações possíveis. indicações Material Complementar LIVRO Esgoto Sanitário: Coleta, Transporte, Tratamento e Reúso Agrícola Editora : Blucher Ariovaldo Nuvolari ISBN : 9788521205685 Comentário : A presente recomendação de leitura traz aspectos hidráulicos, ambientais e sanitários que vão consolidar seus conhecimentos sobre os sistemas de esgotamento sanitário, abrangendo todos os estágios dos esgotos, desde sua coleta até seu tratamento e uso. WEB Desta Água Não Beberei Ano : 2015. Comentário : Infelizmente, o crescimento da população não foi acompanhado pelo crescimento e pela cultura do saneamento básico em muitos lugares do Brasil. Nesse documentário, veja os efeitos das atividades humanas sobre o meio ambiente quando não são realizados processos de saneamento básico sobre os despejos dessas atividades. Para conhecer mais, acesse o vídeo a seguir. ACESSAR https://www.youtube.com/watch?v=yErc22fBudg&t=555s conclusão Conclusão Nesta unidade conhecemos a importância dos sistemas de esgotamento sanitário, tendo em vista as características poluidoras do esgoto residencial. Compreendemos como redes coletoras, receptores, emissários, estações elevatórias e estações de tratamento trabalham em conjunto para coleta, transporte, tratamento e disposição do esgoto. Temos focado nosso estudo no cálculo e no dimensionamento de dois elementos que trabalham sob condições diferentes, nas redes coletoras, na lâmina livre, nas estações elevatórias e no conduto forçado. Em primeiro lugar, foi necessário compreender as diferentes vazões do projeto, pois elas modelam as condições iniciais do projeto, com uma menor demanda, e as condições de funcionamento crítico, ao �nal do alcance do projeto. referências Referências Bibliográ�cas ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.648 : Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986a. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.649 : Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986b. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.208 : Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1992. JORDÃO, E. J.; PESSOA, C. A. Tratamento de esgotos domésticos . 6. ed. Rio de Janeiro: Abes. 2011. NUVOLARI, A. Esgoto sanitário : coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2011. 565 p. PORTO, R. M. Hidráulica básica . 4. ed. Projeto Reenge, EESC/USP, 2006. SOARES, S. R. A.; BERNARDES, R. 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