Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>DIREITO APLICADO À</p><p>GESTÃO EMPRESARIAL</p><p>M</p><p>at</p><p>er</p><p>ia</p><p>l p</p><p>ar</p><p>a</p><p>us</p><p>o</p><p>ex</p><p>cl</p><p>us</p><p>ivo</p><p>d</p><p>e</p><p>al</p><p>un</p><p>o</p><p>m</p><p>at</p><p>ric</p><p>ul</p><p>ad</p><p>o</p><p>em</p><p>c</p><p>ur</p><p>so</p><p>d</p><p>e</p><p>Ed</p><p>uc</p><p>aç</p><p>ão</p><p>a</p><p>D</p><p>is</p><p>tâ</p><p>nc</p><p>ia</p><p>d</p><p>a</p><p>Re</p><p>de</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>E</p><p>AD</p><p>, d</p><p>a</p><p>di</p><p>sc</p><p>ip</p><p>lin</p><p>a</p><p>co</p><p>rre</p><p>sp</p><p>on</p><p>de</p><p>nt</p><p>e.</p><p>P</p><p>ro</p><p>ib</p><p>id</p><p>a</p><p>a</p><p>re</p><p>pr</p><p>od</p><p>uç</p><p>ão</p><p>e</p><p>o</p><p>c</p><p>om</p><p>pa</p><p>rti</p><p>lh</p><p>am</p><p>en</p><p>to</p><p>d</p><p>ig</p><p>ita</p><p>l, s</p><p>ob</p><p>a</p><p>s</p><p>pe</p><p>na</p><p>s</p><p>da</p><p>L</p><p>ei</p><p>. ©</p><p>E</p><p>di</p><p>to</p><p>ra</p><p>S</p><p>en</p><p>ac</p><p>S</p><p>ão</p><p>P</p><p>au</p><p>lo</p><p>.</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>(Simone M. P. Vieira – CRB 8a/4771)</p><p>Bolina, Roberto</p><p>Direito aplicado à gestão empresarial / Roberto Bolina. – 2. ed. –</p><p>São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2024. (Série Universitária)</p><p>Bibliografia</p><p>e-ISBN 978-85-396-4583-1 (ePub/2024)</p><p>e-ISBN 978-85-396-4582-4 (PDF/2024)</p><p>1.	Direito 2.	Direito	do	trabalho 3.	Direito	comercial I.	Título.</p><p>II. Série.</p><p>24-2146r CDD – 344</p><p>346.7</p><p>BISAC LAW054000</p><p>LAW014010</p><p>Índice para catálogo sistemático</p><p>1. Direito trabalhista 344</p><p>2. Direito comercial 346.7</p><p>DIREITO APLICADO À</p><p>GESTÃO EMPRESARIAL</p><p>Roberto Bolina</p><p>2a edição</p><p>Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo</p><p>Presidente do Conselho Regional</p><p>Abram Szajman</p><p>Diretor do Departamento Regional</p><p>Luiz Francisco de A. Salgado</p><p>Superintendente Universitário e de Desenvolvimento</p><p>Luiz Carlos Dourado</p><p>Editora Senac São Paulo</p><p>Conselho Editorial</p><p>Luiz Francisco de A. Salgado</p><p>Luiz Carlos Dourado</p><p>Darcio Sayad Maia</p><p>Lucila Mara Sbrana Sciotti</p><p>Luís	Américo	Tousi	Botelho</p><p>Gerente/Publisher</p><p>Luís	Américo	Tousi	Botelho</p><p>Coordenação Editorial</p><p>Verônica Pirani de Oliveira</p><p>Prospecção</p><p>Dolores Crisci Manzano</p><p>Administrativo</p><p>Marina P. Alves</p><p>Comercial</p><p>Aldair Novais Pereira</p><p>Coordenação de Arte</p><p>Antonio Carlos De Angelis</p><p>Coordenação de E-books</p><p>Rodolfo Santana</p><p>Coordenação de Revisão de Texto</p><p>Marcelo Nardeli</p><p>Acompanhamento Pedagógico</p><p>Otacilia da Paz Pereira</p><p>Designer Educacional</p><p>Nathália	Santos</p><p>Revisão Técnica</p><p>Maria José Marcos</p><p>Preparação e Revisão de Texto</p><p>Juliana Ramos Gonçalves</p><p>Projeto Gráfico</p><p>Alexandre Lemes da Silva</p><p>Emília	Corrêa	Abreu</p><p>Capa</p><p>Antonio Carlos De Angelis</p><p>Editoração Eletrônica</p><p>Stephanie	dos	Reis	Baldin</p><p>Ilustrações</p><p>Stephanie	dos	Reis	Baldin</p><p>Imagens</p><p>Adobe	Stock	Photos</p><p>Proibida a reprodução sem autorização expressa.</p><p>Todos	os	direitos	desta	edição	reservados	à</p><p>Editora Senac São Paulo</p><p>Av.	Engenheiro	Eusébio	Stevaux,	823	–	Prédio	Editora</p><p>Jurubatuba – CEP 04696-000 – São Paulo – SP</p><p>Tel.	(11)	2187	4450</p><p>editora@sp.senac.br</p><p>https://www.editorasenacsp.com.br</p><p>© Editora Senac São Paulo, 2024</p><p>Sumário</p><p>Capítulo 1</p><p>Noções preliminares</p><p>de direito, 7</p><p>1 Uma visão geral da</p><p>introdução	ao	direito, 8</p><p>2	Noção	de	direito, 9</p><p>3 Direito objetivo e</p><p>direito	subjetivo, 11</p><p>4 Poderes republicanos na CF/88:</p><p>Executivo,	Legislativo	e	Judiciário, 13</p><p>5 Órgãos Federativos: União,</p><p>estados	e	municípios, 21</p><p>Considerações	finais, 24</p><p>Referências, 24</p><p>Capítulo 2</p><p>Relação jurídica e fontes</p><p>do direito, 27</p><p>1	Relações	humanas,</p><p>sociais	e	pessoais, 28</p><p>2	Elementos	da	relação	jurídica, 29</p><p>3	Fontes	do	direito, 30</p><p>4 Costume: secundum legem,</p><p>praeter legem e contra legem, 34</p><p>5	Doutrina	e	jurisprudência, 36</p><p>6	Princípios	gerais	de	direito, 37</p><p>Considerações	finais, 38</p><p>Referências, 38</p><p>Capítulo 3</p><p>Interfaces entre direito e</p><p>economia na sociedade, 41</p><p>1 Considerações econômicas,</p><p>sociais	e	políticas, 42</p><p>2 Noções do pensamento econômico</p><p>e	a	evolução	histórico-econômica</p><p>do	mundo	ocidental, 46</p><p>3 Ordem econômica e social na</p><p>CF/88:	fundamentos	e	princípios	de</p><p>direito	econômico	no	art.	170, 51</p><p>Considerações	finais, 59</p><p>Referências, 59</p><p>Capítulo 4</p><p>Sujeitos de direito, fatos, atos</p><p>e negócios jurídicos, 61</p><p>1	Pessoas	naturais	e	jurídicas, 62</p><p>2	Capacidade	jurídica, 65</p><p>3	Domicílio, 67</p><p>4	Fatos,	atos,	negócios	jurídicos	e</p><p>defeitos	dos	negócios	jurídicos, 69</p><p>5 Noções sobre contratos</p><p>empresariais: compra e venda</p><p>mercantil, colaboração, seguro,</p><p>arrendamento mercantil e contrato</p><p>de	transporte	de	carga, 76</p><p>Considerações	finais, 79</p><p>Referências, 79</p><p>6 Direito aplicado à gestão empresarial</p><p>Capítulo 5</p><p>Teoria geral da empresa, 81</p><p>1 Conceito de empresa e</p><p>empresário: teoria da empresa</p><p>e	seus	princípios, 82</p><p>2	Registro	de	empresa	nos	órgãos</p><p>competentes	e	atos	de	registro, 88</p><p>3	Estabelecimento	empresarial, 90</p><p>4	Nome	empresarial, 93</p><p>5	Livros	comerciais, 96</p><p>Considerações	finais, 98</p><p>Referências, 99</p><p>Capítulo 6</p><p>Organização jurídica da</p><p>empresa, 101</p><p>1	Regime	jurídico	das</p><p>sociedades	empresárias, 102</p><p>2	Tipos	societários	e	características</p><p>dos tipos societários: aspectos</p><p>gerais da sociedade limitada e da</p><p>sociedade anônima, 104</p><p>3	Personalidade	jurídica</p><p>e desconsideração da</p><p>personalidade	jurídica, 114</p><p>4	Noções	de	título	de	crédito, 117</p><p>Considerações	finais, 120</p><p>Referências, 120</p><p>Capítulo 7</p><p>Crise da empresa, 121</p><p>1 Caracterização de</p><p>insolvência	empresarial, 122</p><p>2	Crise	econômica,	financeira</p><p>e	patrimonial, 124</p><p>3	Falência, 126</p><p>4	Recuperação	judicial, 134</p><p>5 Recuperação especial –</p><p>ME	e	EPP, 137</p><p>6	Recuperação	extrajudicial, 138</p><p>Considerações	finais, 140</p><p>Referências, 140</p><p>Capítulo 8</p><p>A atividade empresarial</p><p>e o CDC, 143</p><p>1 Conceitos de consumidor</p><p>e	fornecedor, 144</p><p>2	Deveres	dos	fornecedores, 149</p><p>3 Fornecimento defeituoso</p><p>ou	viciado, 150</p><p>4 Responsabilidade do</p><p>fornecedor, 152</p><p>5 Publicidade e promoção</p><p>de	venda, 158</p><p>6	A	Lei	do	Superendividamento, 161</p><p>Considerações	finais, 162</p><p>Referências, 163</p><p>Sobre o autor, 167</p><p>7</p><p>Capítulo 1</p><p>Noções</p><p>preliminares</p><p>de direito</p><p>Neste	capítulo,	serão	abordadas	de	forma	pontual	algumas	noções</p><p>preliminares do direito, as quais são muito importantes para a área de</p><p>gestão das organizações.</p><p>Primeiramente,	serão	apresentados	os	conceitos	e	as	classificações</p><p>do direito, noções que serão fundamentais à compreensão do tema e</p><p>ao	estudo	dos	demais	capítulos.</p><p>8 Direito aplicado à gestão empresarial</p><p>Na	sequência,	serão	abordadas	as	principais	particularidades	de	al-</p><p>guns temas importantes do nosso direito constitucional, como a clás-</p><p>sica divisão dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a organi-</p><p>zação	político-administrativa	do	Brasil.</p><p>O	estudo	dos	temas	constantes	deste	capítulo	é	de	suma	importân-</p><p>cia	para	o	profissional	da	área	de	gestão,	pois	lhe	permite	lidar	com	as</p><p>questões	jurídicas	rotineiramente	recorrentes	no	exercício	da	atividade</p><p>empresária.</p><p>1 Uma visão geral da introdução ao direito</p><p>Inegavelmente, a aprendizagem das noções preliminares do direito</p><p>é muito importante no processo de formação do gestor. Essas noções,</p><p>além	 de	 trazerem	 conhecimentos	 técnicos	 necessários	 à	 condução</p><p>prudente de qualquer tipo de entidade, seja ela pública ou privada, per-</p><p>mitem	que	o	gestor	tenha	uma	relação	jurídica	sadia	com	os	colabora-</p><p>dores (empregados ou não), com o Estado, com os investidores nacio-</p><p>nais	ou	internacionais,	enfim,	com	a	sociedade.</p><p>Palaia	(2020)	afirma	que	o	direito	é	importante	por	estar	relacionado</p><p>a situações que podemos encontrar a todo momento e em toda parte.</p><p>Sobre isso, o autor observa:</p><p>O	Direito	resguarda,	defende,	ampara,	protege	e	serve	o	indivíduo</p><p>em todos os momentos. Agimos ou nos abstemos de agir de algu-</p><p>ma maneira no que diz respeito ao Direito. Ele regula as relações</p><p>dos	 indivíduos	em	sociedade,	 se	apossa	do	sujeito	e	o	mantém</p><p>sob proteção, mas o considera parte da sociedade, até porque o</p><p>Direito e sociedade se pressupõem. Onde existe sociedade, existe</p><p>o Direito. (Palaia, 2020, p. 21-24)</p><p>Embora	 haja	 no	 campo	 da	 filosofia	 discussões	 acerca	 da	 relação</p><p>entre o direito e a moral, é importante ressaltar que tais conceitos apre-</p><p>sentam	distinções	que	são	muito	significativas.	Em	resumo,	enquanto	o</p><p>9Noções preliminares de direito</p><p>direito	é	exercido	de	forma	compulsória,	a	moral	pode	ser	exercida	livre-</p><p>mente	pelos	indivíduos,	ou	seja,	sem	qualquer	possibilidade	de	coerção.</p><p>A respeito da distinção entre direito e moral, Palaia (2020, p. 24-27)</p><p>afirma:</p><p>A Moral é unilateral e o Direito é bilateral. A Moral indica um de-</p><p>ver,	mas	 não	 impõe	 regras,	mas	 não	 há	 imperatividade	 de	 uma</p><p>ordem	superior	externa</p><p>que	lhe	imponha	repressão.	A	penalidade</p><p>pelo	 descumprimento	 da	 regra	 é	 apenas	 de	 consciência,	 como</p><p>o remorso ou a inquietação, que são interiores e subjetivos. Já o</p><p>descumprimento da regra de Direito implica sanção e repressão</p><p>externa e objetiva. Para o Direito, no campo por ele regido, o com-</p><p>portamento do sujeito é sempre levado em consideração tendo</p><p>em vista o comportamento do outro. De um lado, impõe-se uma</p><p>obrigação; de outro, atribui-se uma possibilidade ou pretensão. A</p><p>coercibilidade imposta pela norma, isto é, a possibilidade de cons-</p><p>tranger	alguém	a	cumprir	a	regra,	é	uma	característica	privativa	do</p><p>Direito.	As	 regras	da	Moral	 vivem	principalmente	na	consciência</p><p>individual, de maneira difusa, enquanto as regras do Direito são</p><p>formuladas	em	códigos	e	leis.</p><p>Portanto,	a	moral	é	diferente	do	direito,	uma	vez	que	a	consequência</p><p>pelo	descumprimento	de	um	dever	moral	repercute	na	consciência	ínti-</p><p>ma	do	indivíduo,	enquanto	o	descumprimento	de	uma	regra	positivada</p><p>pelo direito pode ensejar penalidades impostas pelo Estado.</p><p>Como muito bem observado por Venosa (2007, p. 6), o direito “se</p><p>constitui,	 e,	 portanto,	busca	dar	uma	 resposta	às	condutas	humanas</p><p>por meio de normas”.</p><p>2 Noção de direito</p><p>Segundo	o	dicionário	Michaelis,	a	palavra	“direito”	pode	ser	tanto	um</p><p>adjetivo	quanto	um	substantivo	masculino.	Seus	significados	são,	por</p><p>exemplo:	 “que	 segue	ou	 se	 estende	 em	 linha	 reta”,	 “diz-se	 de	 pessoa</p><p>10 Direito aplicado à gestão empresarial</p><p>íntegra,	 honrada”,	 “conforme	 os	 costumes	 e	 a	 ética;	 justo”,	 “indivíduo</p><p>que segue os bons costumes”, “autorização legal para a realização de</p><p>uma	ação”,	“ciência	das	leis	tribunais	superiores,	adaptando	as	normas</p><p>às	relações	dos	homens	em	sociedade”,	“complexo	de	leis	vigentes	em</p><p>um	país”,	 etc.	 (Direito,	 2015).	 Além	disso,	 a	 palavra	 “direito”	 pode	 ser</p><p>compreendida nas seguintes acepções:</p><p>I. Direito como norma: trata-se da acepção mais comum, uma vez</p><p>que	a	maioria	da	doutrina	jurídica	compreende	o	direito	como	lei</p><p>ou como um conjunto de leis. Segundo Palaia (2020, p. 24-27),</p><p>um exemplo de emprego desta acepção é: “o Direito brasileiro</p><p>acolhe	o	divórcio”.</p><p>II. Direito como faculdade: trata-se	 do	 reconhecimento	 de	 que	 o</p><p>sujeito tem a faculdade de agir de acordo com a lei. Por exemplo,</p><p>podemos citar o direito à propositura de uma ação de indeniza-</p><p>ção	por	danos	morais,	 conferido	ao	sujeito	que	 teve	sua	honra</p><p>abalada	pela	inscrição	indevida	de	seu	nome	nos	órgãos	de	pro-</p><p>teção ao crédito.</p><p>III. Direito como justo: trata-se da acepção relacionada ao conceito</p><p>de justiça. Por exemplo, a Constituição Federal assegura ao em-</p><p>pregado o direito de receber um salário.</p><p>IV. Direito como ciência: trata-se da acepção do direito enquanto</p><p>um	dos	ramos	das	ciências	sociais,	destinado	ao	estudo	das	leis</p><p>e	normas	jurídicas.	Por	exemplo,	cabe	ao	direito	ambiental	o	es-</p><p>tudo sobre as normas protetivas ao meio ambiente.</p><p>V. Direito como fato social: trata-se da compreensão do direito</p><p>como um fenômeno social, que interfere no desenvolvimento da</p><p>sociedade	ante	as	normas	que	regulam	sua	existência.</p><p>Para	os	fins	propostos	neste	 livro,	os	capítulos	abordarão	o	direito</p><p>positivo, que, nas palavras de Palaia (2020, p. 24-27), trata-se de “um</p><p>11Noções preliminares de direito</p><p>sistema	de	normas	jurídicas	que	em	um	determinado	momento	histó-</p><p>rico	e	em	determinado	território,	regula	as	relações	de	uma	sociedade”.</p><p>Dessa forma, apresentadas as noções essenciais, passaremos a</p><p>abordar a divisão do direito, criada pela doutrina, com o objetivo de fa-</p><p>cilitar o estudo e a compreensão das normas que integram o ordena-</p><p>mento	jurídico	brasileiro.</p><p>3 Direito objetivo e direito subjetivo</p><p>Em razão dos diversos sentidos a partir dos quais a palavra direito</p><p>pode ser compreendida, a doutrina costuma distinguir o direito objetivo</p><p>do direito subjetivo.</p><p>O	direito	objetivo	consiste	em	um	conjunto	de	normas	jurídicas	de</p><p>caráter	obrigatório	para	os	sujeitos	a	elas	vinculados.	Nesta	acepção,</p><p>adota-se a expressão latina ius est norma agendi, ou seja, o direito en-</p><p>quanto regra.</p><p>Por sua vez, o direito subjetivo consiste na faculdade conferida ao</p><p>titular	do	direito	de	exigir	algo	de	acordo	com	as	normas	jurídicas	exis-</p><p>tentes. A respeito do direito subjetivo, observam Donizetti e Quintella</p><p>(2020, p. 3):</p><p>[...] Cuida-se da faculdade de um sujeito realizar uma conduta co-</p><p>missiva (ação) ou omissiva (omissão) ou exigi-la de outro sujeito.</p><p>Do direito subjetivo dizem os romanistas: ius est facultas agendi</p><p>(direito	é	a	faculdade	de	agir).	Por	se	tratar	de	faculdade,	o	exercício</p><p>efetivo	de	um	direito	subjetivo	depende	da	vontade	do	próprio	su-</p><p>jeito; ninguém pode forçar outrem a exercer direito subjetivo.</p><p>12 Direito aplicado à gestão empresarial</p><p>3.1 Divisão do direito positivo: direito público;</p><p>direito privado</p><p>Antes de nos aprofundarmos na divisão do direito positivo, cumpre</p><p>ressaltar que ele não pode ser confundido com o direito natural. Isso</p><p>porque	o direito	natural,	também	conhecido	como	jusnaturalismo,	tem</p><p>como	premissa	a	prevalência	da	 lei	natural	sobre	as	 leis	criadas	pelo</p><p>Estado (direito positivo), por exemplo, o direito à vida.</p><p>O critério da divisão do direito em público ou privado teve origem na</p><p>legislação do Império Romano, notadamente o Institutas de Justiniano</p><p>e o Digesto de Ulpiano.</p><p>O	direito	público	consiste	no	ramo	jurídico	no	qual	predomina	o	inte-</p><p>resse público. Nas palavras de Palaia (2020, p. 29-31), “o Direito Público</p><p>é	uma	disciplina	de	relações	jurídicas	de	subordinação	em	que	o	inte-</p><p>resse público seja prevalente e imediato”.</p><p>Como exemplos de relações que envolvem o direito público, pode-</p><p>mos citar o direito do Estado de punir (direito penal) e de cobrar tributos</p><p>para	abastecer	os	cofres	públicos	e	investir	em	políticas	públicas	(direi-</p><p>to tributário).</p><p>Por outro lado, o direito privado consiste no ramo do direito objetivo</p><p>que disciplina os interesses particulares dos sujeitos, sejam eles pes-</p><p>soas	naturais	ou	pessoas	jurídicas.	Podemos	citar	como	exemplo	um</p><p>contrato	de	compra	e	venda	de	automóvel,	segundo	o	qual	tanto	o	ven-</p><p>dedor quanto o comprador possuem direitos e deveres previstos na lei.</p><p>Por	 fim,	 Palaia	 (2020)	 faz	 uma	 importante	 observação	 acerca	 da</p><p>existência	da	relação	de	direito	privado	em	situações	nas	quais	o	Estado</p><p>está presente em um dos polos. Vejamos:</p><p>Será relação de Direito Privado entre o Estado e o cidadão, por</p><p>exemplo, a realização de um contrato de fornecimento de bens por</p><p>13Noções preliminares de direito</p><p>um	particular	ao	Governo,	ou	um	acidente	de	trânsito	entre	veículo</p><p>de	uma	empresa	industrial	e	veículo	de	um	órgão	do	Estado.	Tra-</p><p>ta-se	aí	de	relações	jurídicas	de	natureza	privada,	eis	que	o	Esta-</p><p>do não está usando seu poder estatal, mas participando de uma</p><p>relação	 de	mesmo	 nível	 hierárquico	 dos	 cidadãos	 (Palaia,	 2020,</p><p>p. 35-38).</p><p>Como exemplos de normas aplicáveis às relações de direito privado,</p><p>temos	aquelas	que	são	inerentes	ao	direito	civil	(herança,	direitos	sobre</p><p>propriedade,	etc.)	e	ao	direito	empresarial	(títulos	de	crédito,	falência	e</p><p>recuperação judicial, contratos comerciais, etc.).</p><p>4 Poderes republicanos na CF/88: Executivo,</p><p>Legislativo e Judiciário</p><p>Antes de nos aprofundarmos na divisão dos Poderes, prevista na</p><p>Constituição da República Federativa do Brasil (CF) de 1988, faremos</p><p>uma	breve	exposição	histórica.	Inicialmente,	cabe	ressaltar	que	a	teoria</p><p>da	separação	dos	poderes	foi	criada	por	Aristóteles,	sendo	aperfeiçoa-</p><p>da muito tempo depois por Locke e Montesquieu. Como bem observa-</p><p>do por Lenza (2008, p. 291):</p><p>As	primeiras	bases	teóricas	para	a	“tripartição	de	Poderes”	foram</p><p>lançadas	na	Antiguidade	grega	por	Aristóteles,	em	sua	obra	Polí-</p><p>tica,	através	da	qual	o	pensador	vislumbrava	a	existência	de	três</p><p>funções distintas exercidas pelo poder soberano, quais sejam, a</p><p>função de editar normas gerais a serem observadas por todos, a</p><p>de aplicar as referidas normas ao caso concreto (administrando)</p><p>e</p><p>a	função	de	julgamento,	dirimindo	os	conflitos	oriundos	da	execu-</p><p>ção das normas gerais nos casos concretos.</p><p>Posteriormente, Montesquieu, em sua obra O espírito das leis, con-</p><p>cebeu	a	teoria	de	que	cada	Poder	tem	como	atribuição	o	exercício	de</p><p>uma	 função	 típica,	 com	 atuação	 de	 forma	 independente	 e	 autôno-</p><p>ma. Ou seja, segundo tal teoria, cabe ao Poder Executivo governar e</p><p>14 Direito aplicado à gestão empresarial</p><p>administrar a máquina estatal, observando os interesses coletivos; ao</p><p>Poder Legislativo cabe a criação das leis; e ao Poder Judiciário cabe a</p><p>resolução	dos	conflitos	de	interesses	submetidos	à	sua	apreciação,	por</p><p>meio	de	um	julgamento,	com	base	no	ordenamento	jurídico	vigente.	A</p><p>esse respeito, observa Lenza (2008, p. 291):</p><p>O	grande	avanço	trazido	por	Montesquieu	não	foi	a	 identificação</p><p>do	exercício	de	três	funções	estatais.	De	fato,	partindo	desse	pres-</p><p>suposto	 aristotélico,	 o	 grande	 pensador	 francês	 inovou,	 dizendo</p><p>que	tais	funções	estariam	intimamente	conectadas	a	três	órgãos</p><p>distintos, autônomos e independentes entre si. Cada função cor-</p><p>responderia	 a	 um	 órgão,	 não	 mais	 se	 concentrando	 nas	 mãos</p><p>únicas	do	soberano.	Tal	 teoria	surge	em	contraposição	ao	abso-</p><p>lutismo, servindo de base estrutural para o desenvolvimento de</p><p>diversos movimentos como as revoluções americana e francesa,</p><p>consagrando-se na Declaração Francesa dos Direitos do Homem</p><p>e Cidadão, em seu art. 16.</p><p>O	exercício	de	tais	atividades,	de	forma	independente	e	autônoma,</p><p>por cada um dos Poderes ensejou o surgimento do sistema dos freios e</p><p>contrapesos,	típico	de	um	Estado	democrático	de	direito,	como	o	Brasil.</p><p>Em suma, nesse sistema, um Poder pode ser controlado por outro</p><p>Poder,	evitando-se,	assim,	a	concentração	de	poder	em	um	único	órgão,</p><p>o	que	concede	maior	segurança	 jurídica	aos	 indivíduos.	Por	exemplo,</p><p>o Poder Judiciário, mediante prévia provocação (propositura de ação</p><p>judicial), pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei criada pelo</p><p>Poder Legislativo e sancionada pelo Poder Executivo.</p><p>O	Brasil	é	um	país	que	adota	a	divisão	dos	Poderes,	sendo	tal	asser-</p><p>tiva corroborada pelo artigo 2º da Constituição Federal, que determi-</p><p>na	que	“são	Poderes	da	União,	independentes	e	harmônicos	entre	si,	o</p><p>Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (Brasil, 1988).</p><p>Cabe	 ressaltar	 que,	 além	 das	 funções	 típicas	 exercidas	 por	 cada</p><p>Poder,	há	a	possibilidade	de	exercício	de	funções	atípicas.	Sendo	assim,</p><p>15Noções preliminares de direito</p><p>o Poder Legislativo tem a possibilidade de julgar (o Senado é o respon-</p><p>sável pelo julgamento do presidente da República nos crimes de res-</p><p>ponsabilidade, denominado processo de impeachment) ou de exercer</p><p>atos	 de	 natureza	 executiva	 (contratação	de	 servidores	 públicos	 após</p><p>aprovação	em	concurso	de	provas	e	títulos).	Já	o	Poder	Executivo	tem</p><p>a possibilidade de julgar (a União Federal julga os recursos administra-</p><p>tivos interpostos pelos contribuintes, com relação aos tributos de sua</p><p>competência)	e	de	exercer	atos	legislativos	(o	presidente	da	República</p><p>pode	criar	medidas	provisórias,	uma	das	espécies	normativas).	Por	fim,</p><p>o Poder Judiciário tem a possibilidade de legislar (cada tribunal pode</p><p>editar um regimento interno) e de praticar atos de natureza executiva</p><p>(contratar, mediante prévia licitação, uma empresa privada para a refor-</p><p>ma de seus prédios).</p><p>Estudada a teoria da divisão dos Poderes, passaremos agora a abor-</p><p>dar as peculiaridades de cada um deles.</p><p>4.1 Poder Executivo</p><p>Trata-se	do	órgão	cuja	função	principal,	prevista	na	CF/88,	é	o	exer-</p><p>cício	dos	atos	de	chefia	de	Estado	(somente	na	esfera	federal),	de	go-</p><p>verno e de administração. Na esfera federal, o Poder Executivo é exer-</p><p>cido	pelo	presidente	da	República.	No	âmbito	dos	estados	e	do	Distrito</p><p>Federal, o referido poder é exercido pelo governador. Na esfera munici-</p><p>pal, o Poder Executivo é exercido pelo prefeito.</p><p>O presidente da República, os governadores e os prefeitos, com seus</p><p>respectivos vices, são eleitos por meio do voto no sistema majoritário.</p><p>Ou seja, o candidato ao cargo máximo do Poder Executivo que obtiver</p><p>o	maior	número	de	votos	(no	mínimo	50%),	de	forma	simples,	vence	a</p><p>eleição	 em	primeiro	 turno.	 Caso	 contrário,	 haverá	 um	 segundo	 turno</p><p>com	os	dois	candidatos	mais	bem	votados,	alcançando	a	vitória	aquele</p><p>que conseguir atingir a metade	dos	votos	(50%)	mais	um.</p><p>https://www.politize.com.br/historia-do-voto-no-brasil/</p><p>https://www.politize.com.br/sistema-eleitoral-brasileiro/</p><p>https://www.politize.com.br/bom-candidato-o-que-e/</p><p>16 Direito aplicado à gestão empresarial</p><p>Entretanto,	no	caso	de	prefeitos,	há	uma	exceção:	nos	municípios</p><p>com	menos	de	200.000	habitantes,	vencerá	o	candidato	que	obtiver	o</p><p>maior número de votos válidos no primeiro turno, independentemente</p><p>do percentual atingido.</p><p>O	prazo	do	mandato	para	o	exercício	de	tais	cargos	é	de	quatro	anos,</p><p>permitindo-se	a	reeleição	para	um	único	período	subsequente.</p><p>Em	caso	de	 impossibilidade	de	exercício	do	cargo,	o	presidente,	o</p><p>governador	ou	o	prefeito	poderão	ser	substituídos	por	seus	respectivos</p><p>vices. Como exemplos nos quais os vices assumem os cargos princi-</p><p>pais, podemos citar os casos de morte, cassação, renúncia, doença dos</p><p>titulares do Poder Executivo, etc.</p><p>4.2 Poder Legislativo</p><p>Trata-se	do	órgão	responsável	pelo	exercício	das	atividades	típicas</p><p>de	legislar	e	fiscalizar	o	Poder	Executivo,	sendo	auxiliado	pelos	Tribunais</p><p>de Contas.</p><p>O	Poder	Legislativo	dos	estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	municípios</p><p>adota	o	sistema	unicameral,	já	que	os	respectivos	órgãos	detentores	da</p><p>competência	de	legislar	são	compostos	por	apenas	uma	casa	legislati-</p><p>va, a qual nos estados é a Assembleia Legislativa; no Distrito Federal, a</p><p>Câmara	Legislativa;	e	nos	municípios,	a	Câmara	dos	Vereadores.</p><p>Na esfera federal, o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso</p><p>Nacional,	composto	pela	Câmara	dos	Deputados	e	o	Senado	Federal.</p><p>Isso	 significa	 que	 a	Constituição	 Federal,	 ao	 prever	 o	 funcionamento</p><p>de	duas	casas	legislativas	(Câmara	dos	Deputados	e	Senado	Federal,</p><p>previstos no artigo 44), adota o sistema bicameral.</p><p>A	 Câmara	 dos	 Deputados	 é	 constituída	 pelos	 deputados	 fede-</p><p>rais, considerados representantes do povo, eleitos por meio de siste-</p><p>ma	proporcional	de	votos,	o	qual	leva	em	consideração	o	tamanho	da</p><p>17Noções preliminares de direito</p><p>população,	de	modo	que	nenhum	estado	tenha	menos	de	8	ou	mais	de</p><p>70	parlamentares.	Já	o	Senado	Federal	é	constituído	pelos	senadores,</p><p>considerados representantes dos estados e do Distrito Federal, eleitos</p><p>por meio do sistema majoritário (maior número de votos dentro do es-</p><p>tado ou Distrito Federal). Enquanto o mandato dos deputados federais</p><p>tem um prazo de 4 anos, o mandato dos senadores perdura por 8 anos,</p><p>cabendo salientar que, em ambos os casos, são eleitos pelos votos dos</p><p>respectivos	habitantes	do	estado	ou	do	Distrito	Federal.</p><p>Figura 1 – Congresso Nacional</p><p>Para que as leis sejam criadas na esfera federal, os deputados fe-</p><p>derais e senadores devem observar o processo legislativo previsto nos</p><p>artigos 59 a 69 da Constituição Federal.</p><p>Segundo o artigo 59 da Constituição Federal (Brasil, 1988), o proces-</p><p>so legislativo compreende as seguintes espécies normativas:</p><p>18 Direito aplicado à gestão empresarial</p><p>• Emenda à Constituição: consiste em alteração promovida no</p><p>corpo da Constituição Federal. Sua proposta de criação não pode</p><p>infringir direitos e garantias fundamentais, abolir a separação dos</p><p>Poderes,	a	forma	federativa	de	Estado,	etc.	Em	razão	da	relevân-</p><p>cia da matéria, a aprovação da emenda à Constituição depende</p><p>da	discussão	e	votação	em	cada	uma	das	casas	 (Câmara	dos</p><p>Deputados e Senado Federal), em dois turnos, devendo ter em</p><p>cada turno o voto de 3/5 dos respectivos membros.</p><p>• Lei complementar: trata-se de lei que regulamenta determina-</p><p>da matéria expressamente prevista pela Constituição Federal,</p><p>como a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.º</p><p>101/2000),	 que	 estabelece	 normas</p><p>os estados são caracterizados pelas capacidades</p><p>de auto-organização (por meio das leis e Constituições Estaduais) e</p><p>autogoverno	 (possuem	 os	 próprios	 Poderes	 Executivo,	 Legislativo	 e</p><p>Judiciário). Os estados são entes autônomos.</p><p>23Noções preliminares de direito</p><p>De acordo com o artigo 26 da Constituição Federal, podemos desta-</p><p>car	os	seguintes	bens	dos	estados:	“I	–	as	águas	superficiais	ou	subter-</p><p>râneas,	fluentes,	emergentes	e	em	depósito,	ressalvadas,	neste	caso,	na</p><p>forma	da	lei,	as	decorrentes	de	obras	da	União;	[...]	III	–	as	ilhas	fluviais</p><p>e lacustres não pertencentes à União” (Brasil, 1988).</p><p>A	Constituição	Federal,	em	seu	artigo	24,	prevê	a	possibilidade	de	o</p><p>estado legislar concorrentemente com a União, destacando-se as se-</p><p>guintes matérias:</p><p>I	–	direito	tributário,	financeiro,	penitenciário,	econômico	e	urbanís-</p><p>tico; […] III – juntas comerciais; IV – custas dos serviços forenses;</p><p>[…]	VI	–	florestas,	caça,	pesca,	fauna,	conservação	da	natureza,	de-</p><p>fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e</p><p>controle da poluição; […] VIII – responsabilidade por dano ao meio</p><p>ambiente,	ao	consumidor,	a	bens	e	direitos	de	valor	artístico,	esté-</p><p>tico,	histórico,	 turístico	e	paisagístico;	 […]	 IX	–	educação,	cultura,</p><p>ensino,	 desporto,	 ciência,	 tecnologia,	 pesquisa,	 desenvolvimento</p><p>e	inovação;		[…]	XI	–	procedimentos	em	matéria	processual;	XII	–</p><p>previdência	social,	proteção	e	defesa	da	saúde;	[…]	XIV	–	proteção</p><p>e	 integração	social	das	pessoas	portadoras	de	deficiência;	XV	–</p><p>proteção	à	infância	e	à	juventude	(Brasil,	1988).</p><p>Por	fim,	os	municípios	também	são	pessoas	jurídicas	de	direito	pú-</p><p>blico interno dotadas de autonomia, em razão das capacidades de au-</p><p>to-organização	 (por	meio	 da	 Lei	 Orgânica),	 de	 autogoverno	 (Poderes</p><p>Executivo e Legislativo) e de auto-administração. De acordo com o ar-</p><p>tigo 30 da Constituição Federal, podemos destacar as seguintes com-</p><p>petências	dos	municípios:</p><p>I – legislar sobre assuntos de interesse local; […] III – instituir e ar-</p><p>recadar	os	tributos	de	sua	competência,	bem	como	aplicar	suas</p><p>rendas,	 sem	prejuízo	da	obrigatoriedade	de	prestar	 contas	e	pu-</p><p>blicar	 balancetes	 nos	 prazos	 fixados	 em	 lei;	 […]	 V	 –	 organizar	 e</p><p>prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,</p><p>os	 serviços	 públicos	 de	 interesse	 local,	 incluído	 o	 de	 transporte</p><p>coletivo,	que	tem	caráter	essencial;	[…]	IX	–	promover,	no	que	cou-</p><p>24 Direito aplicado à gestão empresarial</p><p>ber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e</p><p>controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano</p><p>(Brasil, 1988).</p><p>Considerações finais</p><p>Neste	primeiro	capítulo,	foram	abordadas	as	noções	preliminares	do</p><p>direito, que são muito importantes por servirem de base ao estudo dos</p><p>demais	capítulos.</p><p>Além disso, o estudo das matérias previstas na Constituição Federal</p><p>– consistentes na divisão dos Poderes e na organização do Estado,</p><p>com as peculiaridades de cada um dos Poderes –, bem como das com-</p><p>petências	de	cada	ente	da	Federação,	é	muito	importante	para	o	estu-</p><p>dante	não	confundir	as	funções	de	cada	Poder	ou	as	competências	de</p><p>cada ente federativo.</p><p>Inegavelmente,	o	conteúdo	deste	capítulo	 tem	como	objetivo	 faci-</p><p>litar a aplicação dos conceitos de direito no dia a dia da gestão das</p><p>organizações.</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.	 Brasília:</p><p>Presidência	da	República,	1988.	Disponível	em:	http://www.planalto.gov.br/cci-</p><p>vil_03/constituicao/constituicao.htm.	Acesso	em:	23	jan.	2024.</p><p>DIREITO.	 In: Michaelis:	 dicionário	brasileiro	da	 língua	portuguesa.	São	Paulo:</p><p>Melhoramentos,	 2015.	 Disponível	 em:	 https://michaelis.uol.com.br/moderno-</p><p>portugues/busca/portugues-brasileiro/direito/. Acesso em: 23 jan. 2024.</p><p>DONIZETTI,	Elpídio;	QUINTELLA,	Felipe.	Curso de direito civil. 9. ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 2020.</p><p>LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 12. ed. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2008.</p><p>25Noções preliminares de direito</p><p>PALAIA, Nelson. Noções essenciais de direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.</p><p>E-book.</p><p>PAULO,	Vicente;	ALEXANDRINO,	Marcelo.	Direito constitucional descomplica-</p><p>do. 15. ed. São Paulo: Método, 2016.</p><p>VENOSA,	Sílvio	de	Salvo.	Direito civil: parte geral. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.</p><p>(Coleção Direito civil, v. 1.)</p>os estados são caracterizados pelas capacidades 
de auto-organização (por meio das leis e Constituições Estaduais) e 
autogoverno	 (possuem	 os	 próprios	 Poderes	 Executivo,	 Legislativo	 e	
Judiciário). Os estados são entes autônomos. 
23Noções preliminares de direito
De acordo com o artigo 26 da Constituição Federal, podemos desta-
car	os	seguintes	bens	dos	estados:	“I	–	as	águas	superficiais	ou	subter-
râneas,	fluentes,	emergentes	e	em	depósito,	ressalvadas,	neste	caso,	na	
forma	da	lei,	as	decorrentes	de	obras	da	União;	[...]	III	–	as	ilhas	fluviais	
e lacustres não pertencentes à União” (Brasil, 1988).
A	Constituição	Federal,	em	seu	artigo	24,	prevê	a	possibilidade	de	o	
estado legislar concorrentemente com a União, destacando-se as se-
guintes matérias: 
I	–	direito	tributário,	financeiro,	penitenciário,	econômico	e	urbanís-
tico; […] III – juntas comerciais; IV – custas dos serviços forenses; 
[…]	VI	–	florestas,	caça,	pesca,	fauna,	conservação	da	natureza,	de-
fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e 
controle da poluição; […] VIII – responsabilidade por dano ao meio 
ambiente,	ao	consumidor,	a	bens	e	direitos	de	valor	artístico,	esté-
tico,	histórico,	 turístico	e	paisagístico;	 […]	 IX	–	educação,	cultura,	
ensino,	 desporto,	 ciência,	 tecnologia,	 pesquisa,	 desenvolvimento	
e	inovação;		[…]	XI	–	procedimentos	em	matéria	processual;	XII	–	
previdência	social,	proteção	e	defesa	da	saúde;	[…]	XIV	–	proteção	
e	 integração	social	das	pessoas	portadoras	de	deficiência;	XV	–	
proteção	à	infância	e	à	juventude	(Brasil,	1988).
Por	fim,	os	municípios	também	são	pessoas	jurídicas	de	direito	pú-
blico interno dotadas de autonomia, em razão das capacidades de au-
to-organização	 (por	meio	 da	 Lei	 Orgânica),	 de	 autogoverno	 (Poderes	
Executivo e Legislativo) e de auto-administração. De acordo com o ar-
tigo 30 da Constituição Federal, podemos destacar as seguintes com-
petências	dos	municípios:
I – legislar sobre assuntos de interesse local; […] III – instituir e ar-
recadar	os	tributos	de	sua	competência,	bem	como	aplicar	suas	
rendas,	 sem	prejuízo	da	obrigatoriedade	de	prestar	 contas	e	pu-
blicar	 balancetes	 nos	 prazos	 fixados	 em	 lei;	 […]	 V	 –	 organizar	 e	
prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
os	 serviços	 públicos	 de	 interesse	 local,	 incluído	 o	 de	 transporte	
coletivo,	que	tem	caráter	essencial;	[…]	IX	–	promover,	no	que	cou-
24 Direito aplicado à gestão empresarial
ber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e 
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano 
(Brasil, 1988).
Considerações finais
Neste	primeiro	capítulo,	foram	abordadas	as	noções	preliminares	do	
direito, que são muito importantes por servirem de base ao estudo dos 
demais	capítulos.
Além disso, o estudo das matérias previstas na Constituição Federal 
– consistentes na divisão dos Poderes e na organização do Estado, 
com as peculiaridades de cada um dos Poderes –, bem como das com-
petências	de	cada	ente	da	Federação,	é	muito	importante	para	o	estu-
dante	não	confundir	as	funções	de	cada	Poder	ou	as	competências	de	
cada ente federativo.
Inegavelmente,	o	conteúdo	deste	capítulo	 tem	como	objetivo	 faci-
litar a aplicação dos conceitos de direito no dia a dia da gestão das 
organizações. 
Referências 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.	 Brasília:	
Presidência	da	República,	1988.	Disponível	em:	http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/constituicao/constituicao.htm.	Acesso	em:	23	jan.	2024.	
DIREITO.	 In: Michaelis:	 dicionário	brasileiro	da	 língua	portuguesa.	São	Paulo:	
Melhoramentos,	 2015.	 Disponível	 em:	 https://michaelis.uol.com.br/moderno- 
portugues/busca/portugues-brasileiro/direito/. Acesso em: 23 jan. 2024.
DONIZETTI,	Elpídio;	QUINTELLA,	Felipe.	Curso de direito civil. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 2020. 
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 12. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008. 
25Noções preliminares de direito
PALAIA, Nelson. Noções essenciais de direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. 
E-book.
PAULO,	Vicente;	ALEXANDRINO,	Marcelo.	Direito constitucional descomplica-
do. 15. ed. São Paulo: Método, 2016. 
VENOSA,	Sílvio	de	Salvo.	Direito civil: parte geral. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
(Coleção Direito civil, v. 1.)

Mais conteúdos dessa disciplina