Prévia do material em texto
00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário Autor: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 28 de Março de 2024 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Índice ..............................................................................................................................................................................................1) Reforma Tributária 3 Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 2 85 REFORMA TRIBUTÁRIA EC 132/2023 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Prezados alunos e alunas! É chegado o momento de avaliarmos as alterações promovidas pela famigerada Reforma Tributária (Emenda Constitucional 132/2023), publicada no dia 20/12/2023, e que trará uma infinidade de alterações na legislação tributária brasileira. Afinal, as alterações na CF/88 são apenas o ponto de partida para os desdobramentos na legislação infraconstitucional. Estamos estudando e acompanhando este tema desde o início dos debates no Congresso Nacional. E é importante que você saiba que nem tudo o que consta na redação da EC 132/2023 tem relevância nas provas de Direito Tributário. O meu trabalho como professor especialista em concursos públicos sempre será o de simplificar ao máximo o seu aprendizado. Portanto, não incluímos os temas que não possuem relevância no Direito Tributário, ou mesmo que ainda não estão em vigor neste momento. É fato que teremos atualizações constantes em nossos materiais em PDF e vídeo a partir de agora, mas isso não ocorre imediatamente. Seria impossível. Dessa forma, decidi trazer esta aula única, com o objetivo de trazer até vocês da forma mais célere possível as alterações da reforma tributária, considerando o que é relevante para as provas futuras! Também estou organizando muitos conteúdos sobre o tema no meu Instagram: @proffabiodutra Você está mais do que convidado a me seguir por lá! Combinado?! Um abraço e vamos para a nossa aula de atualizações! Prof. Fábio Dutra Comunidade no Telegram: https://t.me/ProfFabioDutraConcursos Instagram: @ProfFabioDutra Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 3 85 1 – ALTERAÇÕES EM ARTIGOS DIVERSOS “Art. 43. ................................................................ ............................................................................... § 4º Sempre que possível, a concessão dos incentivos regionais a que se refere o § 2º, III, considerará critérios de sustentabilidade ambiental e redução das emissões de carbono.” Comentário: Este dispositivo trata da competência da União para articular ações e políticas visando a redução das desigualdades regionais. A medida prevista no § 2º, III, se refere às isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas. Nesse contexto, o § 4º foi incluído na CF para que, sempre que possível, tais benefícios fiscais regionais devem considerar critérios de sustentabilidade ambiental e redução das emissões de carbono. “Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado, quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República ou o Presidente do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. Comentário: Este dispositivo teve sua redação alterada para apenas incluir o Presidente do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços na relação de pessoas que podem ser convocadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. “Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I – processar e julgar, originariamente: (...) j) os conflitos entre entes federativos, ou entre estes e o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, relacionados aos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V Comentário: Este dispositivo foi incluído na CF/88, para acrescentar à competência do STJ para processar e julgar os conflitos entre entes federativos, ou entre estes e o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 4 85 2 - ALTERAÇÕES ENTRE OS ARTS. 145 A 149 “Art. 145. .............................................................. ............................................................................... § 3º O Sistema Tributário Nacional deve observar os princípios da simplicidade, da transparência, da justiça tributária, da cooperação e da defesa do meio ambiente. Comentário: Neste dispositivo, foram acrescidos 5 princípios a serem observados no Sistema Tributário Nacional: • Simplicidade; • Transparência; • Justiça Tributária; • Cooperação; • Defesa do meio ambiente. O princípio da simplicidade indica o que você mesmo acabou de ler: um sistema tributário simples para o contribuinte. Isso implica simplificar a forma de apuração e recolhimento dos tributos, simplificar a interpretação da legislação tributária, facilitar o cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Já o princípio da transparência tem relação com a percepção do contribuinte acerca da carga tributária que lhe está sendo imposta. O princípio da justiça tributária lembra-nos do princípio da capacidade contributiva, afinal, tem relação com a adequação da carga tributária à capacidade econômica do contribuinte. Significa retirar o peso da carga tributária de quem não possui capacidade financeira para suportá-la. A imposição de tributos tem uma relação indissociável com os deveres do Estado e dos direitos dos contribuintes. Veja, por exemplo o caso da saúde. O art. 196, da CF/88 estabelece que a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Assim, o Estado precisa arrecadar recursos para custear o Sistema Único de Saúde. A cooperação tem sentido quando a tributação encontra-se aliada aos direitos e necessidades dos contribuintes. A reforma tributária trouxe uma série de regras visando à defesa do meio ambiente. Afinal, este passa a ser um princípio tributário a ser observado na tributação. Desse modo, para cumprir esse princípio, espera-se uma tributação extrafiscal, que contribua para a preservação do meio ambiente. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 5 85 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS “Art. 145. .............................................................. ............................................................................... § 4º As alterações na legislação tributária buscarão atenuar efeitos regressivos.” (NR) Comentário: Outro ponto de destaque é que o § 4º do art. 145 prevê que as alterações na legislação tributária buscarão atenuar efeitos regressivos. Afinal, é natural que a tributação sobre o consumo acabe por gerar uma tributação regressiva. Afinal, o mesmo valor de tributo incidente sobre uma determinada mercadoria tem um impacto muito maior no rendimento de uma pessoa menos favorecida financeiramente. Princípio dasão aquelas obrigações de fazer ou deixar de fazer, dos contribuintes com a administração tributária. Por exemplo, a obrigação de apresentar determinada declaração, para auxiliar a fiscalização e arrecadação tributária do IBS. Os critérios para as obrigações acessórias devem ser previstos em lei complementar. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 35 85 Art. 156-A. § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: I – combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que: a) serão as alíquotas uniformes em todo o território nacional, específicas por unidade de medida e diferenciadas por produto, admitida a não aplicação do disposto no § 1º, V a VII; b) será vedada a apropriação de créditos em relação às aquisições dos produtos de que trata este inciso destinados a distribuição, comercialização ou revenda; c) será concedido crédito nas aquisições dos produtos de que trata este inciso por sujeito passivo do imposto, observado o disposto na alínea “c” e no § 1º, VIII; Comentário: Trata-se da incidência do IBS sobre os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez (qualquer que seja a sua finalidade). Isto é, cabe à lei complementar dispor sobre regimes específicos de tributação monofásica do IBS. • IBS monofásico – para combustíveis e lubrificantes definidos em lei complementar. • Incidência monofásica para qualquer finalidade. • As alíquotas serão uniformes em todo o território nacional. • As alíquotas serão específicas por unidade de medida. • As alíquotas serão diferenciadas por produto. • É admitida a não aplicação da regra geral de alíquotas (fixação por cada ente federado, alíquota uniforme para todas as operações, cobrança pelo somatório da alíquota estadual e municipal do destino). • Será vedada a apropriação de créditos em relação às aquisições dos combustíveis e lubrificantes, destinados a distribuição, comercialização ou revenda. • Será concedido crédito nas aquisições dos combustíveis e lubrificantes por sujeito passivo do imposto, desde que não destinado à distribuição, comercialização ou revenda. Art. 156-A. § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: (...) II – serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde e concursos de prognósticos, podendo prever: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 36 85 a) alterações nas alíquotas, nas regras de creditamento e na base de cálculo, admitida, em relação aos adquirentes dos bens e serviços de que trata este inciso, a não aplicação do disposto no § 1º, VIII; b) hipóteses em que o imposto incidirá sobre a receita, o faturamento ou o valor total agregado do sujeito passivo, com alíquota uniforme em todo o território nacional, admitida a não aplicação do disposto no § 1º, V a VII, e, em relação aos adquirentes dos bens e serviços de que trata este inciso, também do disposto no § 1º, VIII; Comentário: Podemos ter regimes específicos de tributação para serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde e concursos de prognósticos. Em tais casos, é possível estabelecer: • Alterações nas alíquotas; • Alterações nas regras de creditamento; • Alterações na base de cálculo; • A não aplicação da não cumulatividade; Pode-se estabelecer também hipóteses em que o imposto incidirá sobre a receita, o faturamento ou o valor total agregado do sujeito passivo, com alíquota uniforme em todo o território nacional, admitida a não aplicação das regras gerais de alíquotas do IBS (§ 1º, V a VI), e, em relação aos adquirentes dos bens e serviços e também da não cumulatividade (§ 1º, VIII). A CF admite que lei complementar crie regimes específicos de tributação para: • Serviços financeiros; • Operações com bens imóveis; • Planos de assistência à saúde; e • Concursos de prognósticos Em tais casos, é possível estabelecer: • Alterações nas alíquotas; • Alterações nas regras de creditamento; • Alterações na base de cálculo; • A não aplicação da não cumulatividade; Além disso: • Admite-se a não aplicação da não cumulatividade; • Admite-se hipóteses em que o imposto incidirá sobre a receita, o faturamento ou o valor total agregado do sujeito passivo, com alíquota uniforme em todo o território nacional; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 37 85 Art. 156-A. § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: (...) III – sociedades cooperativas, que será optativo, com vistas a assegurar sua competitividade, observados os princípios da livre concorrência e da isonomia tributária, definindo, inclusive: a) as hipóteses em que o imposto não incidirá sobre as operações realizadas entre a sociedade cooperativa e seus associados, entre estes e aquela e pelas sociedades cooperativas entre si quando associadas para a consecução dos objetivos sociais; b) o regime de aproveitamento do crédito das etapas anteriores; A CF admite que lei complementar crie regimes específicos de tributação para sociedades cooperativas (opcional). Em tais casos, será definido: • Hipóteses de não incidência entre a cooperativa e o associado; • Hipóteses de não incidência entre o associado e a cooperativa; • Hipóteses de não incidência entre as sociedades cooperativas; • Regime de aproveitamento do crédito das etapas anteriores Art. 156-A. § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: (...) IV – serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos, agências de viagens e de turismo, bares e restaurantes, atividade esportiva desenvolvida por Sociedade Anônima do Futebol e aviação regional, podendo prever hipóteses de alterações nas alíquotas, nas bases de cálculo e nas regras de creditamento, admitida a não aplicação do disposto no § 1º, V a VIII; A CF admite que lei complementar crie regimes específicos de tributação para: • serviços de hotelaria; • parques de diversão; • agências de viagens e de turismo; • bares e restaurantes; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 38 85 • atividade esportiva desenvolvida por Sociedade Anônima do Futebol (SAF); • aviação regional. Em tais casos, é possível estabelecer: • Alterações nas alíquotas; • Alterações nas regras de creditamento; • Alterações na base de cálculo; • A não aplicação da não cumulatividade e das regras gerais de alíquotas do IBS; Art. 156-A. § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: (...) V – operações alcançadas por tratado ou convenção internacional, inclusive referentes a missões diplomáticas, repartições consulares, representações de organismos internacionais e respectivos funcionários acreditados; A CF admite que lei complementar crie regimes específicos de tributação para operações alcançadas por tratado ou convenção internacional, inclusive referentes a missões diplomáticas, repartições consulares, representações de organismos internacionais e respectivos funcionários acreditados. Art. 156-A. § 6º Lei complementardisporá sobre regimes específicos de tributação para: (...) VI – serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário intermunicipal e interestadual, ferroviário, hidroviário e aéreo, podendo prever hipóteses de alterações nas alíquotas e nas regras de creditamento, admitida a não aplicação do disposto no § 1º, V a VIII; A CF admite que lei complementar crie regimes específicos de tributação para: • serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário intermunicipal e interestadual, ferroviário, hidroviário e aéreo Em tais casos, admite-se: • Alterações nas alíquotas; • Alterações nas regras de creditamento; • A não aplicação da não cumulatividade e das regras gerais de alíquotas do IBS; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 39 85 Art. 156-A. (...) § 7º A isenção e a imunidade: I – não implicarão crédito para compensação com o montante devido nas operações seguintes; II – acarretarão a anulação do crédito relativo às operações anteriores, salvo, na hipótese da imunidade, inclusive em relação ao inciso XI do § 1º, quando determinado em contrário em lei complementar. Comentário: A entrada desonerada não gera o direito de crédito por parte do adquirente das mercadorias. De forma semelhante, a saída desonerada acarreta a anulação do crédito relativo às operações anteriores. Para facilitar, imagine o seguinte exemplo: uma cadeia de industrialização e circulação de mercadorias, com três elos, ou seja, indústria, atacadista e varejista. A indústria fabrica a mercadoria, vende para o atacadista que, por sua vez, a revende ao varejista. Neste caso, se houvesse uma isenção para o distribuidor, nós teríamos a seguinte consequência: 1 – a isenção não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes. Logo, o varejista não poderia se creditar com o imposto devido na operação seguinte (venda ao consumidor); 2 – a isenção acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores. Por conseguinte, o distribuidor que tenha escriturado o crédito de IBS relativamente ao produto que gerou a saída isenta, terá que anulá-lo. Não se esqueça, porém, de que, em relação à imunidade, a CF/88 autorizou que a lei complementar estabeleça regra em sentido contrário ao que acabamos de ver! Isso significa que uma lei complementar pode estabelecer a manutenção dos créditos de IBS em casos de operações imunes. Art. 156-A. (...) § 8º Para fins do disposto neste artigo, a lei complementar de que trata o caput poderá estabelecer o conceito de operações com serviços, seu conteúdo e alcance, admitida essa definição para qualquer operação que não seja classificada como operação com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos. Comentário: A definição de serviços tributáveis é o papel da lei complementar em relação ao ISS. Com a reforma tributária, essa definição é aplicável ao IBS. Assim, o legislador definirá o conceito de operações com serviços, seu conteúdo e alcance. Na definição do conceito de operações com serviços, poderá ser incluída qualquer operação que não seja classificada como operação com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 40 85 Art. 156-A. (...) § 9º Qualquer alteração na legislação federal que reduza ou eleve a arrecadação do imposto: I – deverá ser compensada pela elevação ou redução, pelo Senado Federal, das alíquotas de referência de que trata o § 1º, XII, de modo a preservar a arrecadação das esferas federativas, nos termos de lei complementar; II – somente entrará em vigor com o início da produção de efeitos do ajuste das alíquotas de referência de que trata o inciso I; Comentário: Em relação ao IBS, precisamos saber o seguinte: cada ente federativo fixará sua própria alíquota por lei específica, e que tal alíquota será a mesma para todas as operações com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Constituição. Mas o que ocorre se o ente federativo não editar a lei, fixando sua alíquota? Neste caso, resolução do Senado Federal fixará alíquota de referência do imposto para cada esfera federativa, nos termos de lei complementar. Assim sendo, qualquer alteração na legislação federal que reduza ou eleve a arrecadação do imposto deverá ser compensada pela elevação ou redução, pelo Senado Federal, das alíquotas de referência. A propósito, tais alterações que impliquem redução ou elevação na arrecadação só produzirão efeitos após o ajuste das alíquotas de referência pelo Senado Federal, para fins compensatórios. Art. 156-A. (...) § 10. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão optar por vincular suas alíquotas à alíquota de referência de que trata o § 1º, XII. Comentário: É possível que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não fixem suas alíquotas, hipótese em que será utilizada a alíquota de referência definida pelo Senado Federal. Alternativamente, os entes tributantes poderão optar por vincular suas alíquotas à alíquota de referência. Art. 156-A. (...) § 11. Projeto de lei complementar em tramitação no Congresso Nacional que reduza ou aumente a arrecadação do imposto somente será apreciado se acompanhado de estimativa de impacto no valor da alíquota de referência de que trata o § 1º, XII. Comentário: O art. 156-A, em seu § 11, prevê que qualquer Projeto de lei complementar em tramitação no Congresso Nacional que reduza ou aumente a arrecadação do imposto somente será apreciado se acompanhado de estimativa de impacto no valor da alíquota de referência, fixada pelo Senado Federal. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 41 85 Art. 156-A. (...) § 12. A devolução de que trata o § 5º, VIII, não será considerada nas bases de cálculo de que tratam os arts. 29-A, 198, § 2º, 204, parágrafo único, 212, 212-A, II, e 216, § 6º, não se aplicando a ela, ainda, o disposto no art. 158, IV, “b”. Comentário: A devolução prevista no § 5º, VIII, é a regra do cashback introduzida pela reforma tributária. São hipóteses de devolução do IBS a pessoas físicas, inclusive os limites e os beneficiários, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda. O § 12 determinou que o cashback não será considerado nas bases de cálculo: - Os limites de despesa do Poder Legislativo Municipal, estabelecidos pela CF (art. 29-A); - O limite mínimo de aplicação de recursos em ações e serviços públicos de saúde (art. 198, § 2º); - O percentual (até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida) que pode ser vinculado pelos Estados e pelo Distrito Federal a programa de apoio à inclusão e promoção social (art. 204, parágrafo único); - O limite mínimo de aplicação anual para a União (18%) e Estados, DF e Municípios (25%) da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino (art. 212). - A obrigatoriedade de aplicação anual para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da CF à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à remuneração condigna de seus profissionais, referente a instituição do Fundeb (art. 212- A, II); - A possibilidade de vinculação por parte dos Estados e do Distrito Federal de vincular a fundo estadual de fomentoà cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais (art. 216, § 6º) - O percentual de repartição do IBS a ser distribuído aos Municípios. Art. 156-A. (...) § 13. A devolução de que trata o § 5º, VIII, será obrigatória nas operações com fornecimento de energia elétrica e com gás liquefeito de petróleo ao consumidor de baixa renda, podendo a lei complementar determinar que seja calculada e concedida no momento da cobrança da operação. Comentário: A devolução prevista no § 5º, VIII, é a regra do cashback introduzida pela reforma tributária. São hipóteses de devolução do IBS a pessoas físicas, inclusive os limites e os beneficiários, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda. Essa devolução foi prevista expressamente como obrigatória nas operações com fornecimento de energia elétrica e com gás liquefeito de petróleo ao consumidor de baixa renda. Para regulamentar a matéria, a lei Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 42 85 complementar poderá determinar que o cashback seja calculado e concedido no momento da cobrança da operação. Art. 156-B. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão de forma integrada, exclusivamente por meio do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, nos termos e limites estabelecidos nesta Constituição e em lei complementar, as seguintes competências administrativas relativas ao imposto de que trata o art. 156-A: I – editar regulamento único e uniformizar a interpretação e a aplicação da legislação do imposto; II – arrecadar o imposto, efetuar as compensações e distribuir o produto da arrecadação entre Estados, Distrito Federal e Municípios; III – decidir o contencioso administrativo. Comentário: Cabe aos Estados, DF e Municípios exercer determinadas competências administrativas, por meio do Comitê Gestor do IBS, e dentro dos limites previstos na CF e em lei complementar. As competências administrativas citadas na CF podem ser resumidas: • Edição de regulamento único para o IBS; • Uniformização, interpretação e aplicação da legislação do IBS; • Arrecadação do IBS; • Compensações do IBS; • Distribuição do produto da arrecadação do IBS para os entes; • Definição do contencioso administrativo. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 43 85 Art. 156-B. § 1º O Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, entidade pública sob regime especial, terá independência técnica, administrativa, orçamentária e financeira. Comentário: Algumas informações importantes que precisamos saber acerca do Comitê Gestor do IBS: • Comitê Gestor do IBS: • Entidade pública sob regime especial; • Independência: o Técnica; o Administrativa; o Orçamentária; o Financeira. Art. 156-B. § 2º Na forma da lei complementar: I – os Estados, o Distrito Federal e os Municípios serão representados, de forma paritária, na instância máxima de deliberação do Comitê Gestor; II – será assegurada a alternância na presidência do Comitê Gestor entre o conjunto dos Estados e o Distrito Federal e o conjunto dos Municípios e o Distrito Federal; III – o Comitê Gestor será financiado por percentual do produto da arrecadação do imposto destinado a cada ente federativo; IV – o controle externo do Comitê Gestor será exercido pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios; V – a fiscalização, o lançamento, a cobrança e a representação administrativa ou judicial do imposto serão realizadas pelas administrações tributárias e procuradorias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que poderão definir hipóteses de delegação ou de compartilhamento de competências, cabendo ao Comitê Gestor a coordenação dessas atividades administrativas com vistas à integração entre os referidos entes federativos; VI – as competências exclusivas das carreiras da administração tributária e das procuradorias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão exercidas, no Comitê Gestor e na representação deste, por servidores das referidas carreiras; VII – serão estabelecidas a estrutura e a gestão do Comitê Gestor, cabendo a regimento interno dispor sobre sua organização e funcionamento. Comentário: Primeiramente, é importante saber que a lei complementar ditará as regras sobre o Comitê Gestor do IBS. Nesse sentido, a CF definiu diversas regras a serem seguidas pelo legislador. A instância máxima de deliberação do Comitê Gestor do IBS terá representação paritária dos Estados, DF e Municípios. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 44 85 Em relação à presidência do Comitê Gestor do IBS, será assegurada a alternância entre o conjunto dos Estados e o Distrito Federal e o conjunto dos Municípios e o Distrito Federal. Os recursos para financiamento do Comitê Gestor do IBS serão provenientes de um percentual do produto da arrecadação do imposto destinado a cada ente federativo. Ademais, o controle externo do Comitê Gestor será exercido pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. Em um imposto de competência privativa de um ente federado, normalmente as atividades de fiscalização, lançamento, cobrança e representação administrativa ou judicial, ficam a cargo da própria Fazenda e Procuradoria. Em se tratando do IBS, tais atividades também serão realizadas pelas administrações tributárias e procuradorias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mas em relação ao IBS, os entes poderão definir hipóteses de delegação ou de compartilhamento de competências, cabendo ao Comitê Gestor a coordenação dessas atividades administrativas com vistas à integração entre os referidos entes federativos. Mas é claro que existem atribuições privativas de determinadas carreiras da administração tributária e das procuradorias dos Estados. Em tais situações, elas também serão exercidas, no Comitê Gestor e na representação deste, por servidores das referidas carreiras. A lei complementar estabelece a estrutura e a gestão do Comitê Gestor do IBS. O regimento interno do Comitê Gestor dispõe sobre sua organização e funcionamento. Art. 156-B. § 3º A participação dos entes federativos na instância máxima de deliberação do Comitê Gestor observará a seguinte composição: I – 27 (vinte e sete) membros, representando cada Estado e o Distrito Federal; II – 27 (vinte e sete) membros, representando o conjunto dos Municípios e do Distrito Federal, que serão eleitos nos seguintes termos: a) 14 (quatorze) representantes, com base nos votos de cada Município, com valor igual para todos; e b) 13 (treze) representantes, com base nos votos de cada Município ponderados pelas respectivas populações. Comentário: Sabemos que a partição dos entes federativos na instância máxima de deliberação do Comitê Gestor é paritária. Nesse sentido, o § 3º, do art. 156, já definiu qual será a composição: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 45 85 I – 27 membros, representando cada Estado e o Distrito Federal; II – 27 membros, representando o conjunto dos Municípios e do Distrito Federal, que serão eleitos nos seguintes termos: a) 14 representantes, com base nos votosde cada Município, com valor igual para todos; e b) 13 representantes, com base nos votos de cada Município ponderados pelas respectivas populações. Art. 156-B. § 4º As deliberações no âmbito do Comitê Gestor serão consideradas aprovadas se obtiverem, cumulativamente, os votos: I – em relação ao conjunto dos Estados e do Distrito Federal: a) da maioria absoluta de seus representantes; e b) de representantes dos Estados e do Distrito Federal que correspondam a mais de 50% (cinquenta por cento) da população do País; e II – em relação ao conjunto dos Municípios e do Distrito Federal, da maioria absoluta de seus representantes. Comentário: O quórum de aprovação das deliberações no âmbito do Comitê Gestor é o seguinte: I – Para os Estados e Distrito Federal: a) maioria absoluta de seus representantes; e b) de representantes dos Estados e do Distrito Federal que correspondam a mais de 50% da população do País; e II – Para os Municípios e Distrito Federal, da maioria absoluta de seus representantes. Art. 156-B. § 5º O Presidente do Comitê Gestor deverá ter notórios conhecimentos de administração tributária.. Comentário: Há um requisito para que uma pessoa exerça o cargo de Presidente do Comitê Gestor do IBS: Requisito: ter notórios conhecimentos de administração tributária Art. 156-B. § 6º O Comitê Gestor, a administração tributária da União e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional compartilharão informações fiscais relacionadas aos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, e atuarão com vistas a harmonizar normas, interpretações, obrigações acessórias e procedimentos a eles relativos. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 46 85 § 7º O Comitê Gestor e a administração tributária da União poderão implementar soluções integradas para a administração e cobrança dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V. § 8º Lei complementar poderá prever a integração do contencioso administrativo relativo aos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V.” Comentário: Tanto o Comitê Gestor, como a administração tributária da União e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional devem compartilhar informações fiscais relacionadas ao IBS e à CBS. Tais órgãos devem ainda harmonizar normas, interpretações, obrigações acessórias e procedimentos a eles relativos. Além disso, o Comitê Gestor do IBS e a administração tributária da União poderão implementar soluções integradas para a administração e cobrança do IBS e da CBS. Por último, lei complementar poderá prever a integração do contencioso administrativo relativo ao IBS e à CBS. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 47 85 8 – INCLUSÃO DE CONTRIBUIÇÃO DO ART. 195 (CBS) “Art.195. (...) V – sobre bens e serviços, nos termos de lei complementar. (...) § 15. A contribuição prevista no inciso V do caput poderá ter sua alíquota fixada em lei ordinária. § 16. Aplica-se à contribuição prevista no inciso V do caput o disposto no art. 156-A, § 1º, I a VI, VIII, X a XIII, § 3º, § 5º, II a VI, VIII e IX, e §§ 6º a 11 e 13. § 17. A contribuição prevista no inciso V do caput não integrará sua própria base de cálculo nem a dos tributos previstos nos arts. 153, VIII, 155, II, 156, III, 156-A e 195, I, “b”, e IV, e da contribuição para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239. § 18. Lei estabelecerá as hipóteses de devolução da contribuição prevista no inciso V do caput a pessoas físicas, inclusive em relação a limites e beneficiários, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda. § 19. A devolução de que trata o § 18 não será computada na receita corrente líquida da União para os fins do disposto nos arts. 100, § 15, 166, §§ 9º, 12 e 17, e 198, § 2º.” (NR) Comentário: O art. 195, V, foi incluído pela reforma tributária, para viabilizar a instituição da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), dentro do contexto da seguridade social, substituindo as famigeradas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. Como a maior parte das regras entre CBS e IBS são semelhantes, e apenas algumas não são aplicáveis, daremos destaque às diferenças, que você precisa memorizar: I - O IBS será cobrado pelo somatório das alíquotas do Estado e do Município de destino da operação (CF, art. 156-A, § 1º, VII). Esta regra não se aplica à CBS, por ser tributo de competência da União. II – O IBS não integrará sua própria base de cálculo nem a dos tributos previstos nos arts. 153, IV e VIII, 155, II, 156, III, e 195, I, “b”, IV e V, e da contribuição para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239 (CF, art. 156-A, § 1º, IX). Esta regra não se aplica à CBS, porque o § 17, do art. 195 disciplinou regra própria: Art. 195. (...) Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 48 85 § 17. A contribuição prevista no inciso V do caput não integrará sua própria base de cálculo nem a dos tributos previstos nos arts. 153, VIII, 155, II, 156, III, 156-A e 195, I, “b”, e IV, e da contribuição para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239. Então, para resumir, a diferença é a seguinte: IBS – Calculado Por Fora - o IBS também não comporá a base de cálculo do IPI, do Imposto Seletivo, do ICMS, do ISS, das contribuições PIS/COFINS, inclusive importação, e da CBS. CBS – Calculada por Fora – a CBS Seletivo, do ICMS, do ISS, das contribuições PIS/COFINS, inclusive importação. III - O Distrito Federal exercerá as competências estadual e municipal na fixação de suas alíquotas (CF, art. 156-A, § 2º). Esta regra não se aplica à CBS, porque a CBS é de competência da União. IV – Não se aplicam à CBS as regras sobre Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CF, art. 156-A, § 4º). Esta regra não se aplica à CBS, porque a CBS é de competência da União. V – Não se aplicam à CBS as regras para a distribuição do produto da arrecadação do IBS (CF, art. 156-A, § 5º, I). Esta regra não se aplica à CBS, porque a CBS não tem suas receitas repartidas, como ocorre com o IBS. VI – Não se aplicam à CBS as regras sobre o processo administrativo fiscal do IBS (CF, art. 156-A, § 5º, VII). Esta regra não se aplica à CBS, porque a CBS é de competência da União, que tem suas próprias legislações acerca do processo administrativo fiscal. VII – Não se aplicam à CBS as regras sobre o processo administrativo fiscal do IBS (CF, art. 156-A, § 12). VIII – Não se aplicam à CBS as regras específicas do § 12 (CF, art. 156-A, § 12). A redação do art. 156, § 12º, da CF é a seguinte: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 49 85 Art. 156. (...) § 12. A devolução de que trata o § 5º, VIII, não será considerada nas bases de cálculo de que tratam os arts. 29-A, 198, § 2º, 204, parágrafo único, 212, 212-A, II, e 216, § 6º, não se aplicando a ela, ainda, o disposto no art. 158, IV, “b”. Primeiramente, é fundamental saber que a regra do cashback se aplica à CBS: a lei complementar definirá as hipóteses de devolução do imposto a pessoas físicas, inclusive os limites e os beneficiários, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda; Trata-se da devolução do imposto arrecadado anteriormente. Tal devolução é regulada em lei complementar que estabelecerá oslimites e os beneficiários (pessoas físicas), com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda. Dito isso, o § 12º basicamente determinou que o cashback não será considerado nas bases de cálculo (regra aplicável apenas ao IBS, não alcançando a CBS): - Os limites de despesa do Poder Legislativo Municipal, estabelecidos pela CF (art. 29-A); - O limite mínimo de aplicação de recursos em ações e serviços públicos de saúde (art. 198, § 2º); - O percentual (até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida) que pode ser vinculado pelos Estados e pelo Distrito Federal a programa de apoio à inclusão e promoção social (art. 204, parágrafo único); - O limite mínimo de aplicação anual para a União (18%) e Estados, DF e Municípios (25%) da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino (art. 212). - A obrigatoriedade de aplicação anual para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da CF à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à remuneração condigna de seus profissionais, referente a instituição do Fundeb (art. 212- A, II); - A possibilidade de vinculação por parte dos Estados e do Distrito Federal de vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais (art. 216, § 6º) - O percentual de repartição do IBS a ser distribuído aos Municípios. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 50 85 9 - ALTERAÇÕES NAS REPARTIÇÕES DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS “Art. 158. (...) III – 50% (cinquenta por cento) do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios ou, em relação a veículos aquáticos e aéreos, cujos proprietários sejam domiciliados em seus territórios; Comentário: A regra básica de distribuição do IPVA antes da reforma tributária era a seguinte: repartição com os Municípios de 50% do produto da arrecadação do IPVA de veículos automotores licenciados em seus territórios. Como a tributação do IPVA passou a abranger veículos aquáticos e aéreos, a regra de repartição agora envolve tais veículos, e, em relação a eles, a distribuição considera o domicílio dos seus respectivos proprietários. Imagine que uma pessoa domiciliada no Rio de Janeiro tenha um carro licenciado na Bahia e um jatinho particular que fica no hangar de Porto Alegre – RS. Neste caso, a pessoa pagaria IPVA sobre o automóvel para o Estado da Bahia, e também pagaria IPVA sobre a aeronave para o Estado do Rio de Janeiro. “Art. 158. (...) IV – 25% (vinte e cinco por cento): a) do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; b) do produto da arrecadação do imposto previsto no art. 156-A distribuída aos Estados. § 1º As parcelas de receita pertencentes aos Municípios mencionadas no inciso IV, “a”, serão creditadas conforme os seguintes critérios: Comentário: Basicamente, a redação da reforma tributária repetiu o critério já previsto para o ICMS com os Municípios (25% do produto da sua arrecadação) e transformou o “parágrafo único” para “parágrafo primeiro”, para fixar os critérios da repartição de receitas do ICMS, conforme já era previsto. Em relação à repartição do IBS com os Municípios, o art. 158, IV, “b”, prevê que 25% do produto da arrecadação do imposto distribuída aos Estados será repartido com os Municípios. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 51 85 “Art. 158. (...) § 2º As parcelas de receita pertencentes aos Municípios mencionadas no inciso IV, “b”, serão creditadas conforme os seguintes critérios: I – 80% (oitenta por cento) na proporção da população; II – 10% (dez por cento) com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico dos educandos, de acordo com o que dispuser lei estadual; III – 5% (cinco por cento) com base em indicadores de preservação ambiental, de acordo com o que dispuser lei estadual; IV – 5% (cinco por cento) em montantes iguais para todos os Municípios do Estado.” Comentário: Sabe-se que 25% do produto da arrecadação do imposto distribuída aos Estados será repartido com os Municípios. O § 2º, do art. 158, fixou os critérios para essa distribuição: I – 80% na proporção da população; II – 10% com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico dos educandos, de acordo com o que dispuser lei estadual; III – 5% com base em indicadores de preservação ambiental, de acordo com o que dispuser lei estadual; IV – 5% em montantes iguais para todos os Municípios do Estado.” “Art. 159. .............................................................. I – do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados e do imposto previsto no art. 153, VIII, 50% (cinquenta por cento), da seguinte forma: ............................................................................... Comentário: A reforma tributária passou a prever um novo imposto de competência da União, que é o imposto seletivo, incidente sobre sobre produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente (CF, art. 153, VIII). Esse imposto entra no critério de repartição de receitas, por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O percentual a ser repartido é o mesmo em relação ao IR, IPI e Imposto Seletivo: 50%. “Art. 159. .............................................................. II – do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados e do imposto previsto no art. 153, VIII, 10% (dez por cento) aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 52 85 Comentário: O imposto seletivo entra na mesma regra de repartição do IPI, ou seja, 10% do produto da arrecadação proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializado. Vale lembrar que 25% do montante que cada Estado receber deverão ser distribuídos com seus Municípios, com base nos critérios previstos no art. 159, § 3º, da CF. “Art. 159. .............................................................. III – do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observadas as destinações a que se referem as alíneas “c” e “d” do inciso II do referido parágrafo. Comentário: A repartição da CIDE-Combustíveis segue da mesma forma do que a prevista antes da reforma tributária, ou seja, 29% do produto da sua arrecadação são distribuídos para os Estados e o Distrito Federal. Ademais, desse montante que cabe a cada Estado, o § 4º, do art. 159 ainda determina a repartição de 25% a serem destinados aos seus Municípios. A alteração prevista na reforma tributáriase refere apenas à inclusão da alínea “d” entre as destinações previstas para tal repartição: • ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. • ao pagamento de subsídios a tarifas de transporte público coletivo de passageiros. ............................................................................... § 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios 25% (vinte e cinco por cento) dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, § 1º, para a parcela relativa ao imposto sobre produtos industrializados, e no art. 158, § 2º, para a parcela relativa ao imposto previsto no art. 153, VIII. ....................................................................” (NR) Comentário: Sabe-se que o IPI e o Imposto Seletivo são impostos federais, cujas receitas tributárias são repartidas em um percentual de 10% do produto da arrecadação proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializado. A reforma tributária previu a distribuição de 25% da parcela do IPI e do Imposto Seletivo arrecadado a ser destinada aos seus Municípios. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 53 85 Vamos resumir os critérios: Para o IPI – é utilizado o mesmo critério do ICMS I - 65%, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; II - até 35%, de acordo com o que dispuser lei estadual, observada, obrigatoriamente, a distribuição de, no mínimo, 10 pontos percentuais com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico dos educandos. Para o Imposto Seletivo – é utilizado o mesmo critério do IBS I – 80% na proporção da população; II – 10% com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico dos educandos, de acordo com o que dispuser lei estadual; III – 5% com base em indicadores de preservação ambiental, de acordo com o que dispuser lei estadual; IV – 5% em montantes iguais para todos os Municípios do Estado. “Art. 159-A. Fica instituído o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais e sociais, nos termos do art. 3º, III, mediante a entrega de recursos da União aos Estados e ao Distrito Federal para: I – realização de estudos, projetos e obras de infraestrutura; II – fomento a atividades produtivas com elevado potencial de geração de emprego e renda, incluindo a concessão de subvenções econômicas e financeiras; e III – promoção de ações com vistas ao desenvolvimento científico e tecnológico e à inovação. Comentário: O art. 159-A estabelece a criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais e sociais. Esse objetivo será cumprido mediante a entrega de recursos da União aos Estados e ao Distrito Federal, para as seguintes finalidades: I – realização de estudos, projetos e obras de infraestrutura; II – fomento a atividades produtivas com elevado potencial de geração de emprego e renda, incluindo a concessão de subvenções econômicas e financeiras; e III – promoção de ações com vistas ao desenvolvimento científico e tecnológico e à inovação. Lembre-se dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 54 85 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...) III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Art. 159-A. (...) § 1º É vedada a retenção ou qualquer restrição ao recebimento dos recursos de que trata o caput. § 2º Na aplicação dos recursos de que trata o caput, os Estados e o Distrito Federal priorizarão projetos que prevejam ações de sustentabilidade ambiental e redução das emissões de carbono. § 3º Observado o disposto neste artigo, caberá aos Estados e ao Distrito Federal a decisão quanto à aplicação dos recursos de que trata o caput. § 4º Os recursos de que trata o caput serão entregues aos Estados e ao Distrito Federal de acordo com coeficientes individuais de participação, calculados com base nos seguintes indicadores e com os seguintes pesos: I – população do Estado ou do Distrito Federal, com peso de 30% (trinta por cento); II – coeficiente individual de participação do Estado ou do Distrito Federal nos recursos de que trata o art. 159, I, “a”, da Constituição Federal, com peso de 70% (setenta por cento). § 5º O Tribunal de Contas da União será o órgão responsável por regulamentar e calcular os coeficientes individuais de participação de que trata o caput do § 4º.” Comentário: Da mesma forma como a regra já prevista no art. 160, da CF/88, o art. 159-A, § 1º vedou a retenção ou qualquer restrição ao recebimento dos recursos relativos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional. Em relação à aplicação desses recursos, o § 2º, previu que os Estados e o Distrito Federal priorizarão projetos que prevejam ações de sustentabilidade ambiental e redução das emissões de carbono, mas que a decisão quanto à aplicação caberá aos Estados e DF (§ 3º). Afinal, lembre-se de que há 3 finalidades para as quais tais recursos podem ser direcionados: I – realização de estudos, projetos e obras de infraestrutura; II – fomento a atividades produtivas com elevado potencial de geração de emprego e renda, incluindo a concessão de subvenções econômicas e financeiras; e III – promoção de ações com vistas ao desenvolvimento científico e tecnológico e à inovação. A distribuição dos recursos aos Estados e ao Distrito Federal será de acordo com coeficientes individuais de participação a serem calculados considerando-se o seguinte: I – população do Estado ou do Distrito Federal, com peso de 30%; II – coeficiente individual de participação do Estado ou do Distrito Federal nos recursos do FPE, com peso de 70%. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 55 85 Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional: objetivo de reduzir as desigualdades regionais e sociais. Finalidades: I – realização de estudos, projetos e obras de infraestrutura; II – fomento a atividades produtivas com elevado potencial de geração de emprego e renda, incluindo a concessão de subvenções econômicas e financeiras; e III – promoção de ações com vistas ao desenvolvimento científico e tecnológico e à inovação. É vedada a retenção ou qualquer restrição ao recebimento dos recursos relativos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional. Os Estados e o Distrito Federal priorizarão projetos que prevejam ações de sustentabilidade ambiental e redução das emissões de carbono. “Art. 161. .............................................................. I – definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, § 1º, I; ....................................................................” (NR) Comentário: Apenas foi alterada a redação do inciso I do art. 161, para substituir “parágrafo único” por “§ 1º”. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 5685 10 – ALTERAÇÕES NO ART. 167 “Art.167. (...) § 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 156-A, 157, 158 e as alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento de débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. Comentário: Apenas foi alterada a redação do § 4º do art. 167, para acrescentar o IBS (art. 156-A) e para acrescentar a alínea “f” do inciso I do art. 159, da CF (que prevê 1% adicional para o FPM), já prevista antes da reforma tributária. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 57 85 11 - ALTERAÇÕES NO ART. 177 “Art.177. (...) §4º II – (...) (...) d) ao pagamento de subsídios a tarifas de transporte público coletivo de passageiros.” (NR) Comentário: A repartição da CIDE-Combustíveis segue da mesma forma do que a prevista antes da reforma tributária, ou seja, 29% do produto da sua arrecadação são distribuídos para os Estados e o Distrito Federal. Ademais, desse montante que cabe a cada Estado, o § 4º, do art. 159 ainda determina a repartição de 25% a serem destinados aos seus Municípios. A alteração prevista na reforma tributária se refere apenas à inclusão da alínea “d” entre as destinações previstas para tal repartição: • ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; • ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; • ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. • ao pagamento de subsídios a tarifas de transporte público coletivo de passageiros. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 58 85 12 - ALTERAÇÕES NO ART. 198 Art.198. §2º (...) II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 155 e 156-A e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, I, “a”, e II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 156 e 156-A e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, I, “b”, e § 3º. Comentário: Antes de falar sobre a alteração promovida pela reforma tributária, é interessante te dizer que os arts. 196 a 200 da CF tratam do tema saúde. Veja a redação do art. 196: Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Já o art. 198, da CF/88 dispõe sobre o SUS, o seu § 2º, prevê que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre o produto da arrecadação tributária, conforme ali especificado. A alteração promovida pela reforma tributária apenas acrescenta que os percentuais serão aplicados incluindo no produto da arrecadação a soma do IBS, tanto para os Estados e DF como para os Municípios, afinal, trata-se de imposto de competência compartilhada. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 59 85 13 - ALTERAÇÕES NO ART. 212-A “Art.212-A. (...) II – os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento): a) das parcelas dos Estados no imposto de que trata o art. 156-A; b) da parcela do Distrito Federal no imposto de que trata o art. 156-A, relativa ao exercício de sua competência estadual, nos termos do art. 156-A, § 2º; e c) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os incisos II, III e IV do caput do art. 158 e as alíneas “a” e “b” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição. Comentário: Antes de falar sobre a alteração promovida pela reforma tributária, é interessante te dizer que os arts. 205 a 214 da CF tratam do tema ensino. O inciso I do art. 212-A estabelece que a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados e seus Municípios é assegurada mediante a instituição, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), de natureza contábil. A alteração proveniente da reforma tributária foi dividir o inciso II em 3 alíneas, sendo que a alínea “c” já constava na redação anterior. O acréscimo das alíneas “a” e “b” se refere à inclusão do IBS, para a constituição do fundos relacionados à educação. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 60 85 14 - ALTERAÇÕES NO ART. 225 “Art. 225. §1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) VIII – manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis e para o hidrogênio verde, na forma de lei complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir diferencial competitivo em relação a estes, especialmente em relação às contribuições de que tratam o art. 195, I, “b”, IV e V, e o art. 239 e aos impostos a que se referem os arts. 155, II, e 156-A. Comentário: O art. 225, da CF, trata do meio ambiente. A redação do caput prevê o seguinte: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê- lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. A alteração prevista na reforma tributária se refere à previsão de regime fiscal favorecido para o hidrogênio verde, ao lado dos já previstos biocombustíveis. Ademais, foi incluída a referência à CBS, entre os tributos em relação aos quais valeria o regime fiscal favorecido. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 61 85 15 - ART. 8º DA EC 132/2023– CESTA BÁSICA NACIONAL – REDUÇÃO A ZERO DE IBS E CBS Art. 8º Fica criada a Cesta Básica Nacional de Alimentos, que considerará a diversidade regional e cultural da alimentação do País e garantirá a alimentação saudável e nutricionalmente adequada, em observância ao direito social à alimentação previsto no art. 6º da Constituição Federal. Parágrafo único. Lei complementar definirá os produtos destinados à alimentação humana que comporão a Cesta Básica Nacional de Alimentos, sobre os quais as alíquotas dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, da Constituição Federal serão reduzidas a zero. Comentário: A EC 132/2023 estabeleceu a Cesta Básica Nacional de Alimentos. O objetivo é considerar a diversidade regional e cultural da alimentação do País e garantir a alimentação saudável e nutricionalmente adequada, em observância ao direito social à alimentação. E qual a relevância de seinstituir uma Cesta Básica Nacional de Alimentos? Reduzir a zero as alíquotas do IBS e da CBS. Vale lembrar que os produtos que comporão a Cesta Básica Nacional de Alimentos serão definidos em lei complementar. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 62 85 16 - ART. 9º DA EC 132/2023– REGIMES DIFERENCIADOS DE TRIBUTAÇÃO PELO IBS E CBS Art. 9º A lei complementar que instituir o imposto de que trata o art. 156-A e a contribuição de que trata o art. 195, V, ambos da Constituição Federal, poderá prever os regimes diferenciados de tributação de que trata este artigo, desde que sejam uniformes em todo o território nacional e sejam realizados os respectivos ajustes nas alíquotas de referência com vistas a reequilibrar a arrecadação da esfera federativa. Comentário: A Emenda Constitucional 132/2023 (Reforma Tributária) previu que a lei complementar instituidora do IBS e da CBS poderá prever os regimes diferenciados de tributação, em relação a determinados bens e serviços. A condição para a previsão de tais regimes é que sejam concedidos de maneira uniformes em todo o território nacional. Ademais, é necessário que se faça os respectivos ajustes nas alíquotas de referência com vistas a reequilibrar a arrecadação da esfera federativa. • IBS/CBS podem ter regimes diferenciados de tributação para determinados bens e serviços. • A concessão deve ocorrer de forma uniforme em todo o território nacional. • Deve ser realizado o ajuste nas alíquotas de referência com vistas a reequilibrar a arrecadação da esfera federativa. Art. 9º § 1º A lei complementar definirá as operações beneficiadas com redução de 60% (sessenta por cento) das alíquotas dos tributos de que trata o caput entre as relativas aos seguintes bens e serviços: I - serviços de educação; II - serviços de saúde; III - dispositivos médicos; IV - dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência; V - medicamentos; VI - produtos de cuidados básicos à saúde menstrual; VII - serviços de transporte público coletivo de passageiros rodoviário e metroviário de caráter urbano, semiurbano e metropolitano; VIII - alimentos destinados ao consumo humano; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 63 85 IX - produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda; X - produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura; XI - insumos agropecuários e aquícolas; XII - produções artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais nacionais, atividades desportivas e comunicação institucional; XIII - bens e serviços relacionados a soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética. Comentário: A lista dos bens e serviços que podem ter a tributação reduzida no âmbito do regime diferenciado é grande, mas uma coisa é fato: tais operações serão beneficiadas operações beneficiadas com redução de 60% nas alíquotas do IBS e da CBS. Regimes Diferenciados de Tributação Serviços de educação Alimentos destinados ao consumo humano Serviços de saúde Produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda Dispositivos médicos Produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura Dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência Insumos agropecuários e aquícolas Medicamentos Produções artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais nacionais, atividades desportivas e comunicação institucional Produtos de cuidados básicos à saúde menstrual Bens e serviços relacionados a soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética Serviços de transporte público coletivo de passageiros rodoviário e metroviário de caráter urbano, semiurbano e metropolitano Observações importantes previstas no art. 9º, § 13: Incluem-se nos medicamentos (V): as composições para nutrição enteral ou parenteral e as composições especiais e fórmulas nutricionais destinadas às pessoas com erros inatos do metabolismo. Incluem-se nos alimentos destinados ao consumo humano (VIII): os sucos naturais sem adição de açúcares e conservantes. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 64 85 Art. 9º (...) § 2º É vedada a fixação de percentual de redução distinto do previsto no § 1º em relação às hipóteses nele previstas. Comentário: O § 2º, do art. 9º, da EC 132/2023, prevê a vedação de fixação de percentual de redução distinto de 60%. Mas tal restrição não se aplica aos casos em que o § 3º, previu como possibilidade de isenção ou redução em 100% (ou até 100%), para determinados bens e serviços. Vejamos: Art. 9º (...) § 3º A lei complementar a que se refere o caput preverá hipóteses de: I - isenção, em relação aos serviços de que trata o § 1º, VII; II - redução em 100% (cem por cento) das alíquotas dos tributos referidos no caput para: a) bens de que trata o § 1º, III a VI; b) produtos hortícolas, frutas e ovos; c) serviços prestados por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) sem fins lucrativos; d) automóveis de passageiros, conforme critérios e requisitos estabelecidos em lei complementar, quando adquiridos por pessoas com deficiência e pessoas com transtorno do espectro autista, diretamente ou por intermédio de seu representante legal ou por motoristas profissionais, nos termos de lei complementar, que destinem o automóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi); III - redução em 100% (cem por cento) da alíquota da contribuição de que trata o art. 195, V, da Constituição Federal, para serviços de educação de ensino superior nos termos do Programa Universidade para Todos (Prouni), instituído pela Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005; IV - isenção ou redução em até 100% (cem por cento) das alíquotas dos tributos referidos no caput para atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística. Comentário: Vamos esquematizar as situações descritas no § 3º, da seguinte forma: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 65 85 Bem/Serviço Benefício Fiscal Serviços de transporte público coletivo de passageiros rodoviário e metroviário de caráter urbano, semiurbano e metropolitano; Isenção de IBS e CBS Dispositivos médicos; Redução em 100% de IBS e CBS Dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência; Redução em 100% de IBS e CBS Medicamentos; Redução em 100% de IBS e CBS Produtos de cuidados básicos à saúde menstrual; Redução em 100% de IBS e CBS Produtos hortícolas, frutas e ovos; Redução em 100% de IBS e CBS Serviços prestados por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) sem fins lucrativos; Redução em 100% de IBS e CBS Automóveis de passageiros, quando adquiridos por pessoas com deficiência e pessoas com transtorno do espectro autista, diretamente ou por intermédio de seu representante legal Redução em 100% de IBS e CBS Automóveis de passageiros, quando adquiridos por pessoas que destinem o automóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi) Redução em 100% de IBSe CBS Serviços de educação de ensino superior nos termos do Programa Universidade para Todos (Prouni) Redução em 100% da CBS Atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística Isenção ou redução em até 100% de IBS e CBS Art. 9º (...) § 4º O produtor rural pessoa física ou jurídica que obtiver receita anual inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), atualizada anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e o produtor integrado de que trata o art. 2º, II, da Lei nº 13.288, de 16 de maio de 2016, com a redação vigente em 31 de maio de 2023, poderão optar por ser contribuintes dos tributos de que trata o caput. § 5º É autorizada a concessão de crédito ao contribuinte adquirente de bens e serviços de produtor rural pessoa física ou jurídica que não opte por ser contribuinte na hipótese de que trata o § 4º, nos termos da lei complementar, observado o seguinte: I - o Poder Executivo da União e o Comitê Gestor do Imposto de Bens e Serviços poderão revisar, anualmente, de acordo com critérios estabelecidos em lei complementar, o valor do crédito presumido concedido, não se aplicando o disposto no art. 150, I, da Constituição Federal; e II - o crédito presumido de que trata este parágrafo terá como objetivo permitir a apropriação de créditos não aproveitados por não contribuinte do imposto em razão do disposto no caput deste parágrafo. Comentário: Em relação ao produtor rural pessoa física ou jurídica, será possível optar por ser contribuinte do IBS e da CBS ou não, desde que sua receita anual seja inferior a R$ 3,6 milhões (atualizada anualmente pelo IPCA). Esta regra também se aplica ao produtor integrado, conceituado na Lei 13288/2016: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 66 85 Art. 2 o Para os efeitos desta Lei, entende-se por: (...) II - produtor integrado ou integrado: produtor agrossilvipastoril, pessoa física ou jurídica, que, individualmente ou de forma associativa, com ou sem a cooperação laboral de empregados, se vincula ao integrador por meio de contrato de integração vertical, recebendo bens ou serviços para a produção e para o fornecimento de matéria-prima, bens intermediários ou bens de consumo final; A EC 132/2023 ainda autoriza a concessão de crédito ao contribuinte adquirente de bens e serviços de produtor rural pessoa física ou jurídica que não opte por ser contribuinte. Afinal, neste caso, não haveria créditos fiscais de IBS/CBS. Em relação a tais créditos presumidos, foi definido que: I - o Poder Executivo da União e o Comitê Gestor do Imposto de Bens e Serviços poderão revisar, anualmente, de acordo com critérios estabelecidos em lei complementar, o valor do crédito presumido concedido, não se aplicando o disposto no art. 150, I, da Constituição Federal; e II - o crédito presumido de que trata este parágrafo terá como objetivo permitir a apropriação de créditos não aproveitados por não contribuinte do imposto em razão do disposto no caput deste parágrafo. Art. 9º (...) § 6º Observado o disposto no § 5º, I, é autorizada a concessão de crédito ao contribuinte adquirente de: I - serviços de transportador autônomo de carga pessoa física que não seja contribuinte do imposto, nos termos da lei complementar; II - resíduos e demais materiais destinados à reciclagem, reutilização ou logística reversa, de pessoa física, cooperativa ou outra forma de organização popular. Comentário: A lógica do crédito presumido ocorre porque o adquirente de um bem ou serviço de alguém que não seja contribuinte do IBS e da CBS não tem direito ao crédito fiscal. Assim, foi estabelecido que cabe crédito presumido ao adquirente de: I - serviços de transportador autônomo de carga pessoa física que não seja contribuinte do imposto, nos termos da lei complementar; II - resíduos e demais materiais destinados à reciclagem, reutilização ou logística reversa, de pessoa física, cooperativa ou outra forma de organização popular. Art. 9º (...) § 7º Lei complementar poderá prever a concessão de crédito ao contribuinte que adquira bens móveis usados de pessoa física não contribuinte para revenda, desde que esta seja tributada e o crédito seja vinculado ao respectivo bem, vedado o ressarcimento. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 67 85 Comentário: Foi prevista a possibilidade de concessão de crédito ao contribuinte que adquira bens móveis usados de pessoa física não contribuinte para revenda, desde que esta seja tributada e o crédito seja vinculado ao respectivo bem, vedado o ressarcimento. É só pensar naquelas lojas cujo objeto seja a compra e revenda de bens móveis usados. Art. 9º (...) § 8º Os benefícios especiais de que trata este artigo serão concedidos observando-se o disposto no art. 149-B, III, da Constituição Federal, exceto em relação ao § 3º, III, deste artigo. Comentário: O art. 149-B, III, da CF/88, prevê que tanto o IBS como a CBS deverão observar as mesmas regras em relação a regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação, exceto em relação à redução em 100% da alíquota apenas da CBS, que vale para serviços de educação de ensino superior nos termos do Programa Universidade para Todos (Prouni). O regime diferenciado de tributação para os serviços de educação de ensino superior nos termos do Programa Universidade para Todos (Prouni) se aplica apenas à CBS (redução em 100% de sua alíquota). Art. 9º (...) § 9º O imposto previsto no art. 153, VIII, da Constituição Federal não incidirá sobre os bens ou serviços cujas alíquotas sejam reduzidas nos termos do § 1º deste artigo. Comentário: O art. 9º, § 9º, da EC 132/2023, prevê que o IS não incidirá sobre os bens ou serviços cujas alíquotas sejam reduzidas nos termos do § 1º deste artigo (a relação dos bens e serviços que possuem redução de alíquotas ou isenção encontra-se neste dispositivo).. Art. 9º (...) § 10. Os regimes diferenciados de que trata este artigo serão submetidos a avaliação quinquenal de custo-benefício, podendo a lei fixar regime de transição para a alíquota padrão, não observado o disposto no § 2º, garantidos os respectivos ajustes nas alíquotas de referência. § 11. A avaliação de que trata o § 10 deverá examinar o impacto da legislação dos tributos a que se refere o caput deste artigo na promoção da igualdade entre homens e mulheres. Comentário: Na prática, tais regimes diferenciados podem retornar à alíquota padrão, por meio, é claro, de um regime de transição. Isso pode ocorrer se, após avaliação quinquenal, for constatado que o custo- benefício de sua concessão não atende aos objetivos propostos. Em tais casos, são garantidos os respectivos ajustes nas alíquotas de referência. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 68 85 ==b57b6== Esta avaliação quinquenal deverá examinar o impacto da legislação do IBS e da CBS na promoção da igualdade entre homens e mulheres. Art. 9º (...) § 12. A lei complementar estabelecerá as operações beneficiadas com redução de 30% (trinta por cento) das alíquotas dos tributos de que trata o caput relativas à prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, desde que sejam submetidas a fiscalização por conselho profissional. Comentário: Veja que a EC 132/2023 estabeleceu quedeterminados serviços terão redução de 30% das alíquotas do IBS e da CBS. Trata-se de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, desde que sejam submetidas a fiscalização por conselho profissional. Desta relação de atividades, podemos destacar que se aplica a médicos, dentistas, arquitetos, advogados etc. Atenção! Médicos, dentistas, arquitetos, advogados entre outros profissionais liberais com atividades submetidas ao conselho profissional terão 30% de redução nas alíquotas do IBS e da CBS. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 69 85 17 - ART. 10 DA EC 132/2023– SERVIÇOS FINANCEIROS E OPERAÇÕES COM BENS IMÓVEIS O primeiro passo para entender as definições do art. 10, da EC 132/2023, é se lembrar que o art. 156-A, § 6º, II, prevê regimes específicos de tributação para os serviços financeiros e para as operações com bens imóveis: Art. 156-A. § 6º Lei complementar disporá sobre regimes específicos de tributação para: II – serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde e concursos de prognósticos, podendo prever: a) alterações nas alíquotas, nas regras de creditamento e na base de cálculo, admitida, em relação aos adquirentes dos bens e serviços de que trata este inciso, a não aplicação do disposto no § 1º, VIII; b) hipóteses em que o imposto incidirá sobre a receita, o faturamento ou o valor total agregado do sujeito passivo, com alíquota uniforme em todo o território nacional, admitida a não aplicação do disposto no § 1º, V a VII, e, em relação aos adquirentes dos bens e serviços de que trata este inciso, também do disposto no § 1º, VIII; Desse modo, o art. 10 esclarece o que seriam os serviços financeiros que teriam os regimes específicos de tributação: Art. 10. Para fins do disposto no inciso II do § 6º do art. 156-A da Constituição Federal, consideram- se: I - serviços financeiros: a) operações de crédito, câmbio, seguro, resseguro, consórcio, arrendamento mercantil, faturização, securitização, previdência privada, capitalização, arranjos de pagamento, operações com títulos e valores mobiliários, inclusive negociação e corretagem, e outras que impliquem captação, repasse, intermediação, gestão ou administração de recursos; b) outros serviços prestados por entidades administradoras de mercados organizados, infraestruturas de mercado e depositárias centrais e por instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, na forma de lei complementar; Ainda em relação aos serviços financeiros, ainda foi estabelecido o seguinte: Art. 10. (...) § 1º Em relação às instituições financeiras bancárias: I - não se aplica o regime específico de que trata o art. 156-A, § 6º, II, da Constituição Federal aos serviços remunerados por tarifas e comissões, observado o disposto nas normas expedidas pelas entidades reguladoras; II - os demais serviços financeiros sujeitam-se ao regime específico de que trata o art. 156-A, § 6º, II, da Constituição Federal, devendo as alíquotas e as bases de cálculo ser definidas de modo a manter, em caráter geral, até o final do quinto ano da entrada em vigor do regime, a carga tributária decorrente dos tributos extintos por esta Emenda Constitucional incidente sobre as operações de crédito na data de sua promulgação, e a manter, em caráter específico, aquela incidente sobre as operações relacionadas ao fundo de garantia por tempo de serviço, podendo, Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 70 85 neste caso, definir alíquota e base de cálculo diferenciadas e abranger os serviços de que trata o inciso I deste parágrafo, não se lhes aplicando o prazo previsto neste inciso. § 2º O disposto no § 1º, II, em relação ao fundo de garantia do tempo de serviço, poderá, nos termos da lei complementar, ser estendido para outros fundos garantidores ou executores de políticas públicas previstos em lei. Já em relação às operações com bens imóveis, foi esclarecido o disposto a seguir: Art. 10. Para fins do disposto no inciso II do § 6º do art. 156-A da Constituição Federal, consideram- se: (...) II - operações com bens imóveis: a) construção e incorporação imobiliária; b) parcelamento do solo e alienação de bem imóvel; c) locação e arrendamento de bem imóvel; d) administração e intermediação de bem imóvel. Veja que acabaram entrando nesse rol de “operações com bens imóveis” as construtoras e incorporadoras, por exemplo. Também entraram as imobiliárias, ou seja, empresas que trabalham com administração e intermediação de bem imóvel. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 71 85 18 - ARTS. 16 DA EC 132/2023– REGRA TRANSITÓRIA SOBRE ITCMD Em relação ao ITCMD, o art. 16, da EC 132/2023 estabeleceu regra transitória, até que ocorram as adequações trazidas pela reforma tributária. Art. 16. Até que lei complementar regule o disposto no art. 155, § 1º, III, da Constituição Federal, o imposto incidente nas hipóteses de que trata o referido dispositivo competirá: I – relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal; II – se o doador tiver domicílio ou residência no exterior: a) ao Estado onde tiver domicílio o donatário ou ao Distrito Federal; b) se o donatário tiver domicílio ou residir no exterior, ao Estado em que se encontrar o bem ou ao Distrito Federal; III – relativamente aos bens do de cujus, ainda que situados no exterior, ao Estado onde era domiciliado, ou, se domiciliado ou residente no exterior, onde tiver domicílio o sucessor ou legatário, ou ao Distrito Federal. Comentário: As regras do art. 155, § 1º, III, já constavam da redação da CF/88, antes mesmo da reforma tributária, e se referem à tributação de casos envolvendo doador com domicilio ou residência no exterior, ou de cujus que possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior. Em tais situações, o ente competente para a tributação seria definido por meio de lei complementar. Em relação ao tema, o STF (Tema 825 da repercussão geral) já fixou a tese da impossibilidade de os estados e o Distrito Federal instituírem o ITCMD nas doações e heranças no exterior sem a edição de lei complementar. Assim, a EC 132/2023, estabeleceu uma regra que já permitirá a tributação desses casos, antes mesmo da lei complementar, ou seja: Em se tratando de bens imóveis e respectivos direitos → o ITCMD compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal; Em se tratando de doador com domicílio ou residência no exterior: a) o ITCMD compete ao Estado onde tiver domicílio o donatário ou ao Distrito Federal; b) se o donatário tiver domicílio ou residir no exterior, o ITCMD compete ao Estado em que se encontrar o bem ou ao Distrito Federal; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 72 85 Em se tratando de bens do de cujus, ainda que situados no exterior → o ITCMD compete ao Estado onde era domiciliado, ou, se domiciliado ou residente no exterior, onde tiver domicílio o sucessor ou legatário, ou ao Distrito Federal. Art. 17. A alteração do art. 155, § 1º, II, da Constituição Federal, promovida pelo art. 1º destaSimplicidade Princípio da Transparência Princípio da Justiça Tributária Princípio da Cooperação Princípio da Defesa do Meio Ambiente Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 6 85 “Art.146............................................................... ............................................................................... III–....................................................................... ............................................................................... c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas, inclusive em relação aos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V; d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso dos impostos previstos nos arts. 155, II, e 156-A, das contribuições sociais previstas no art. 195, I e V, e § 12, e da contribuição a que se refere o art. 239. Comentário: Esses dois papéis atribuídos à lei complementar já eram previstos antes da reforma tributária. O que ocorreu foi apenas a adequação com a nova realidade, em que temos a inclusão dos novos tributos IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Cabe destacar que, em razão das regras de transição do modelo antigo de tributação com PIS/COFINS e sua substituição pela CBS (retirada do § 12), a alínea “d” será alterada em 2027, para a seguinte: “Art.146............................................................... ............................................................................... III–....................................................................... ............................................................................... d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso dos impostos previstos nos arts. 155, II, e 156-A e das contribuições previstas no art. 195, I e V. E, em 2033, com a saída do ICMS, a redação do dispositivo será a seguinte: “Art.146............................................................... ............................................................................... III–....................................................................... ............................................................................... d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 156-A e das contribuições sociais previstas no art. 195, I e V. §1º........................................................................ ............................................................................... § 2º É facultado ao optante pelo regime único de que trata o § 1º apurar e recolher os tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, nos termos estabelecidos nesses artigos, hipótese em que as parcelas a eles relativas não serão cobradas pelo regime único. § 3º Na hipótese de o recolhimento dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, ser realizado por meio do regime único de que trata o § 1º, enquanto perdurar a opção: I – não será permitida a apropriação de créditos dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, pelo contribuinte optante pelo regime único; e Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 7 85 II – será permitida a apropriação de créditos dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, pelo adquirente não optante pelo regime único de que trata o § 1º de bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, e de serviços do optante, em montante equivalente ao cobrado por meio do regime único.” (NR) Comentário: A Reforma Tributária acrescentou os §§ 3º e 4º ao art. 146, relativamente ao Simples Nacional, para adequá-lo à tributação pelo IBS e CBS. A primeira regra a saber é que a empresa optante pelo Simples Nacional poderá também fazer opção por apurar e recolher o IBS e a CBS dentro do Simples Nacional ou não. Se a opção for pelo recolhimento por fora do Simples, tais tributos não serão cobrados juntamente com os demais tributos incluídos na sistemática do Simples, devendo ser recolhidos em separado. Por outro lado, se o contribuinte fizer opção pelo recolhimento por meio do regime único (Simples), enquanto mantiver tal opção, se sujeitará às seguintes regras: 1 – O contribuinte optante pelo Simples não poderá se apropriar de créditos de IBS e CBS; 2 – O adquirente não optante pelo Simples de produtos do contribuinte optante pelo Simples Nacional poderá se apropriar de créditos de IBS e CBS, desde que em montante equivalente ao cobrado por meio do regime único. A industrial Alfa é optante pelo Simples Nacional e fez opção também por recolher o IBS e a CBS dentro do Simples Nacional. Em determinado período, a empresa Alfa adquiriu insumos da empresa Ômega, industrializou seus produtos e os vendeu para a empresa comercial Beta (não optante pelo Simples Nacional) mercadorias por ela produzidas. Neste caso, temos as seguintes conclusões: - A empresa Alfa não pode se apropriar de créditos de IBS e CBS nas aquisições de insumos; - A empresa Beta pode se apropriar de créditos da aquisição realizada, desde que nos mesmos montantes recolhidos pela empresa Alfa. “Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio, a expansão e a melhoria do serviço de iluminação pública e de sistemas de monitoramento para segurança e preservação de logradouros públicos, observado o disposto no art. 150, I e III. ....................................................................” (NR) Comentário: O art. 149-A da CF/88 foi incluído no texto constitucional pela EC 39/2002, passando a prever a competência dos Municípios e DF para instituição da COSIP. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 8 85 Com a reforma tributária, sua redação foi alterada, não modificando a competência tributária dos entes para instituí-la, mas expandido a definição dos serviços a serem custeados pelas referidas contribuições: custeio, a expansão e a melhoria do serviço de iluminação pública e de sistemas de monitoramento para segurança e preservação de logradouros públicos. “Art. 149-B. Os tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, observarão regras comuns em relação a: I – fatos geradores, bases de cálculo, hipóteses de não incidência e sujeitos passivos; II – imunidades; III – regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação; IV – regras de não cumulatividade e de creditamento. § 1º Os tributos de que trata o caput observarão as imunidades previstas no art. 150, VI, não se aplicando a ambos os tributos o disposto no art. 195, § 7º. Comentário: O art. 149-B foi acrescido ao texto constitucional pela reforma tributária, trazendo diretrizes para o IBS e a CBS. De início, cabe destacar que ambos os tributos se submeterão a regras comuns em relação a: I – fatos geradores, bases de cálculo, hipóteses de não incidência e sujeitos passivos; II – imunidades; III – regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação; Outro ponto que deve ser frisado são as imunidades tributárias previstas no art.Emenda Constitucional, aplica-se às sucessões abertas a partir da data de publicação desta Emenda Constitucional. Comentário: A redação anterior do art. 155, § 1º, II, da Constituição Federal, era que o ITCMD seria devido da seguinte forma: Art. 155. (...) § 1º (...) II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; Com a reforma tributária, a redação passou a prever que o ITCMD compete ao Estado onde era domiciliado ode cujus, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal. Ou seja, não há mais a possibilidade de se tramitar o inventário em outro local que não aquele onde era domiciliado o de cujus. Em relação a este ponto, o art. 17, da EC 132/2023 previu que será aplicada apenas às sucessões abertas a partir da data de publicação desta Emenda Constitucional (20/12/2023). Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 73 85 19 - REGRAS IMPORTANTES DO ADCT A reforma tributária prevê diversas regras de transição para a substituição do atual modelo de tributação para a incidência dos novos tributos. Historicamente, em provas de Direito Tributário, regras de cálculo não costumam ser exigidas. Portanto, a seguir, abordaremos as principais regras, tendo em vista a maior probabilidade de cobrança em provas de Direito Tributário. Base de Cálculo do IBS e da CBS na Fase de Transição “Art. 133. Os tributos de que tratam os arts. 153, IV, 155, II, 156, III, e 195, I, “b”, e IV, e a contribuição para o Programa de Integração Social a que se refere o art. 239 não integrarão a base de cálculo do imposto de que trata o art. 156-A e da contribuição de que trata o art. 195, V, todos da Constituição Federal.” Comentário: O art. 133 do ADCT trata do impacto dos demais tributos nas bases de cálculo do IBS e da CBS. É uma regra temporária, afinal, há tributos que serão extintos após a fase de transição da reforma tributária. A regra trata do IPI, do ICMS, do ISS, e das contribuições PIS/COFINS, inclusive na incidência sobre importação. A regra é bem clara: tais tributos não deverão compor a base de cálculo do IBS e da CBS. Não se incluem na base de cálculo do IBS e da CBS: o valor do IPI, do ICMS, do ISS e das contribuições PIS/COFINS. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 74 85 Zona Franca de Manaus e Áreas de Livre Comércio “Art. 92-B. As leis instituidoras dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, da Constituição Federal, estabelecerão os mecanismos necessários, com ou sem contrapartidas, para manter, em caráter geral, o diferencial competitivo assegurado à Zona Franca de Manaus pelos arts. 40 e 92- A, e às áreas de livre comércio existentes em 31 de maio de 2023, nos níveis estabelecidos pela legislação relativa aos tributos extintos a que se referem os arts. 126 a 129, todos deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. § 1º Para assegurar o disposto no caput, serão utilizados, isolada ou cumulativamente, instrumentos fiscais, econômicos ou financeiros. Comentário: O art. 40, do ADCT estabeleceu que seria mantida a Zona Franca de Manaus (ZFM) om suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, prazo que foi renovado pelo art. 92 (acrescendo 10 anos) e pelo art. 92-A (acrescendo mais 50 anos ao prazo fixado). O art. 92-B foi incluído para assegurar que a ZFM continue tendo o seu diferencial competitivo assegurado no ADCT, mesmo após a reforma tributária, com a inclusão do IBS e da CBS. Ou seja, as leis instituidoras desses tributos deverão estabelecer mecanismos para manter, em caráter geral, o diferencial competitivo assegurado à Zona Franca de Manaus. “Art. 92-B. (...) § 2º Lei complementar instituirá Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Estado do Amazonas, que será constituído com recursos da União e por ela gerido, com a efetiva participação do Estado do Amazonas na definição das políticas, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e a diversificação das atividades econômicas no Estado. Comentário: O Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Estado do Amazonas será instituído por meio de lei complementar. Tal fundo será constituído com recursos da União e por ela gerido, com a efetiva participação do Estado do Amazonas na definição das políticas, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e a diversificação das atividades econômicas no Estado. “Art. 92-B. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 75 85 (...) § 3º A lei complementar de que trata o § 2º: I – estabelecerá o montante mínimo de aporte anual de recursos ao Fundo, bem como os critérios para sua correção; II – preverá a possibilidade de utilização dos recursos do Fundo para compensar eventual perda de receita do Estado do Amazonas em função das alterações no sistema tributário decorrentes da instituição dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, da Constituição Federal. Comentário: A mesma lei complementar que instituir o Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Estado do Amazonas deverá : I – estabelecer o montante mínimo de aporte anual de recursos ao Fundo, bem como os critérios para sua correção; II – prever a possibilidade de utilização dos recursos do Fundo para compensar eventual perda de receita do Estado do Amazonas em função das alterações no sistema tributário decorrentes da instituição do IBS e da CBS. “Art. 92-B. (...) § 4º A União, mediante acordo com o Estado do Amazonas, poderá reduzir o alcance dos instrumentos previstos no § 1º, condicionado ao aporte de recursos adicionais ao Fundo de que trata o § 2º, asseguradas a diversificação das atividades econômicas e a antecedência mínima de 3 (três) anos. Comentário: Trata-se da redução dos instrumentos fiscais, econômicos ou financeiros utilizados para manter o diferencial competitivo da ZFM. Essa redução ficará condicionada ao aporte de recursos adicionais ao Fundo, ficando asseguradas a diversificação das atividades econômicas e a antecedência mínima de 3 anos. “Art. 92-B. (...) § 5º Não se aplica aos mecanismos previstos no caput o disposto nos incisos III e IV do art. 149- B da Constituição Federal. Comentário: O art. 149-B da CF/88 estabelece regras únicas para a CBS e para o IBS em relação a vários aspectos de suas incidências. O que o § 5º, do art. 92-B quis dizer é que não são aplicáveis as regras de regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação (inciso III), ou de não cumulatividade e creditamento (inciso IV) aos casos da ZFM, por já possuírem regras específicas. “Art. 92-B. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 76 85 (...) § 6º Lei complementar instituirá Fundo de Desenvolvimento Sustentável dos Estados da Amazônia Ocidental e do Amapá, que será constituído com recursos da União e por ela gerido, com a efetiva participação desses Estados na definição das políticas, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e a diversificação de suas atividades econômicas. § 7º O fundo de quetrata o § 8º será integrado pelos Estados onde estão localizadas as áreas de livre comércio de que trata o caput e observará, no que couber, o disposto no § 3º, I e II, sendo, quanto a este inciso, considerados os respectivos Estados, e no § 4º.” Comentário: A lei complementar instituirá Fundo de Desenvolvimento Sustentável dos Estados da Amazônia Ocidental e do Amapá que será constituído com recursos da União e por ela gerido, com a efetiva participação desses Estados na definição das políticas, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e a diversificação de suas atividades econômicas. Tal fundo será integrado pelos Estados onde estão localizadas as áreas de livre comércio. Regras de Transição para o IBS e para a CBS O art. 124 do ADCT estabelece que a transição para o IBS e para a CBS atenderá aos critérios estabelecidos nos arts. 125 a 133 (o art. 133 trata da base de cálculo) do ADCT: “Art. 124. A transição para os tributos previstos no art. 156-A e no art. 195, V, todos da Constituição Federal, atenderá aos critérios estabelecidos nos arts. 125 a 133 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.” Parágrafo único. A contribuição prevista no art. 195, V, será instituída pela mesma lei complementar de que trata o art. 156-A, ambos da Constituição Federal." Atenção! Vamos abordar as regras mais relevantes para a sua prova! Transição em 2026 (IBS-Teste e CBS-Teste): "Art. 125. Em 2026, o imposto previsto no art. 156-A será cobrado à alíquota estadual de 0,1% (um décimo por cento), e a contribuição prevista no art. 195, V, ambos da Constituição Federal, será cobrada à alíquota de 0,9% (nove décimos por cento). § 1º O montante recolhido na forma do caput será compensado com o valor devido das contribuições previstas no art. 195, I, "b", e IV, e da contribuição para o Programa de Integração Social a que se refere o art. 239, ambos da Constituição Federal. § 2º Caso o contribuinte não possua débitos suficientes para efetuar a compensação de que trata o § 1º, o valor recolhido poderá ser compensado com qualquer outro tributo federal ou ser ressarcido em até 60 (sessenta) dias, mediante requerimento. § 3º A arrecadação do imposto previsto no art. 156-A da Constituição Federal decorrente do disposto no caput deste artigo não observará as vinculações, repartições e destinações previstas na Constituição Federal, devendo ser aplicada, integral e sucessivamente, para: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 77 85 I - o financiamento do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, nos termos do art. 156- B, § 2º, III, da Constituição Federal; II - compor o Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiro-Fiscais do imposto de que trata o art. 155, II, da Constituição Federal. § 4º Durante o período de que trata o caput, os sujeitos passivos que cumprirem as obrigações acessórias relativas aos tributos referidos no caput poderão ser dispensados do seu recolhimento, nos termos de lei complementar." Comentário: No ano de 2026 começará o IBS-Teste e a CBS-Teste, ou seja, tais tributos serão cobrados, para fins de teste, mas o montante recolhido pelos contribuintes poderá ser compensado com o valor devido das contribuições PIS/COFINS, inclusive sobre importação. Neste ano, as alíquotas de teste seriam 0,1% para o IBS e 0,9% para a CBS. Tributo Fase da Transição IBS Teste CBS Teste Transição em 2027-2028: "Art. 126. A partir de 2027: I - serão cobrados: a) a contribuição prevista no art. 195, V, da Constituição Federal; b) o imposto previsto no art. 153, VIII, da Constituição Federal; II - serão extintas as contribuições previstas no art. 195, I, "b", e IV, e a contribuição para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239, todos da Constituição Federal, desde que instituída a contribuição referida na alínea "a" do inciso I; III - o imposto previsto no art. 153, IV, da Constituição Federal: a) terá suas alíquotas reduzidas a zero, exceto em relação aos produtos que tenham industrialização incentivada na Zona Franca de Manaus, conforme critérios estabelecidos em lei complementar; e b) não incidirá de forma cumulativa com o imposto previsto no art. 153, VIII, da Constituição Federal." "Art. 127. Em 2027 e 2028, o imposto previsto no art. 156-A da Constituição Federal será cobrado à alíquota estadual de 0,05% (cinco centésimos por cento) e à alíquota municipal de 0,05% (cinco centésimos por cento). Parágrafo único. No período referido no caput, a alíquota da contribuição prevista no art. 195, V, da Constituição Federal, será reduzida em 0,1 (um décimo) ponto percentual." Comentário: A partir de 2027, a CBS passa realmente a ser cobrada, mas o IBS continua sendo utilizado a título de teste. Ademais, o Imposto Seletivo (IS) é também implementado. As contribuições PIS/COFINS, inclusive sobre importação, são extintas. Ademais, o IPI terá suas alíquotas reduzidas a zero, exceto em relação aos produtos que tenham industrialização incentivada na Zona Franca de Manaus, conforme critérios estabelecidos em lei complementar, e não poderá incidir de forma cumulativa com o IS. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 78 85 Tributo Fase da Transição IBS Teste CBS Implementada IS Implementado IPI Alíquotas Zeradas (com exceção) PIS/COFINS Extintas Transição em 2029-2032: "Art. 128. De 2029 a 2032, as alíquotas dos impostos previstos nos arts. 155, II, e 156, III, da Constituição Federal, serão fixadas nas seguintes proporções das alíquotas fixadas nas respectivas legislações: I - 9/10 (nove décimos), em 2029; II - 8/10 (oito décimos), em 2030; III - 7/10 (sete décimos), em 2031; IV - 6/10 (seis décimos), em 2032. § 1º Os benefícios ou os incentivos fiscais ou financeiros relativos aos impostos previstos nos arts. 155, II, e 156, III, da Constituição Federal não alcançados pelo disposto no caput deste artigo serão reduzidos na mesma proporção. § 2º Os benefícios e incentivos fiscais ou financeiros referidos no art. 3º da Lei Complementar nº 160, de 7 de agosto de 2017, serão reduzidos na forma deste artigo, não se aplicando a redução prevista no § 2º-A do art. 3º da referida Lei Complementar. § 3º Ficam mantidos em sua integralidade, até 31 de dezembro de 2032, os percentuais utilizados para calcular os benefícios ou incentivos fiscais ou financeiros já reduzidos por força da redução das alíquotas, em decorrência do disposto no caput." Comentário: No período 2029-2032, o IBS terá o seu aumento escalonado ao longo dos anos, e o ICMS e ISS terão as suas alíquotas reduzidas de forma escalonada também. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 79 85 Tributo Fase da Transição IBS Aumento Escalonado ICMS/ISS Redução Escalonada CBS Implementada IS Implementado IPI Alíquotas Zeradas (com exceção) Regra a partir de 2033: "Art. 129. Ficam extintos, a partir de 2033, os impostos previstos nos arts. 155, II, e 156, III, da Constituição Federal." Comentário: A partir de 2033, o IBS será integralmente implementado, ao passo que o ICMS e o ISS serão definitivamente extintos. Tributo Fase da Transição IBS Implementado ICMS/ISS Extintos CBS Implementada IS Implementado IPI Alíquotas Zeradas (com exceção) Alíquotas de Referência Fixadas pelo Senado Federal (CBS e IBS) "Art. 130. Resolução do Senado Federal fixará,para todas as esferas federativas, as alíquotas de referência dos tributos previstos nos arts. 156-A e 195, V, da Constituição Federal, observados a forma de cálculo e os limites previstos em lei complementar, de forma a assegurar: I - de 2027 a 2033, que a receita da União com a contribuição prevista no art. 195, V, e com o imposto previsto no art. 153, VIII, todos da Constituição Federal, seja equivalente à redução da receita: a) das contribuições previstas no art. 195, I, "b", e IV, e da contribuição para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239, todos da Constituição Federal; b) do imposto previsto no art. 153, IV; e c) do imposto previsto no art. 153, V, da Constituição Federal, sobre operações de seguros; II - de 2029 a 2033, que a receita dos Estados e do Distrito Federal com o imposto previsto no art. 156-A da Constituição Federal seja equivalente à redução: a) da receita do imposto previsto no art. 155, II, da Constituição Federal; e Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 80 85 b) das receitas destinadas a fundos estaduais financiados por contribuições estabelecidas como condição à aplicação de diferimento, regime especial ou outro tratamento diferenciado, relativos ao imposto de que trata o art. 155, II, da Constituição Federal, em funcionamento em 30 de abril de 2023, excetuadas as receitas dos fundos mantidas na forma do art. 136 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; III - de 2029 a 2033, que a receita dos Municípios e do Distrito Federal com o imposto previsto no art. 156-A seja equivalente à redução da receita do imposto previsto no art. 156, III, ambos da Constituição Federal. § 1º As alíquotas de referência serão fixadas no ano anterior ao de sua vigência, não se aplicando o disposto no art. 150, III, "c", da Constituição Federal, com base em cálculo realizado pelo Tribunal de Contas da União. § 2º Na fixação das alíquotas de referência, deverão ser considerados os efeitos sobre a arrecadação dos regimes específicos, diferenciados ou favorecidos e de qualquer outro regime que resulte em arrecadação menor do que a que seria obtida com a aplicação da alíquota padrão. (...) Comentário: As alíquotas de referência do IBS e da CBS serão fixadas por meio de Resolução do Senado Federal, observando-se a forma de cálculo e os limites previstos em lei complementar. O art. 156-A, § 1º, XII, da CF/88, prevê que, em relação ao IBS, cada ente poderá estabelecer sua própria alíquota para o IBS. Se não fixá-la, utilizará a alíquota de referência fixada pelo Senado. Uma informação muito importante é que as alíquotas de referência serão fixadas no ano anterior ao de sua vigência, não se aplicando o princípio da noventena (anterioridade nonagesimal). - A regra é o próprio ente fixar a sua alíquota de IBS. - Caso não estabeleça suas alíquotas, será utilizada a alíquota de referência fixada pelo Senado Federal, nos termos de lei complementar. - As alíquotas de referência serão fixadas no ano anterior ao de sua vigência, não se aplicando o princípio da noventena (anterioridade nonagesimal). Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 81 85 Regra de Distribuição do IBS "Art. 131. De 2029 a 2077, o produto da arrecadação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios com o imposto de que trata o art. 156-A da Constituição Federal será distribuído a esses entes federativos conforme o disposto neste artigo. § 1º Serão retidos do produto da arrecadação do imposto de cada Estado, do Distrito Federal e de cada Município apurada com base nas alíquotas de referência de que trata o art. 130 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, nos termos dos arts. 149-C e 156-A, § 4º, II, e § 5º, I e IV, antes da aplicação do disposto no art. 158, IV, "b", todos da Constituição Federal: I - de 2029 a 2032, 80% (oitenta por cento); II - em 2033, 90% (noventa por cento); III - de 2034 a 2077, percentual correspondente ao aplicado em 2033, reduzido à razão de 1/45 (um quarenta e cinco avos) por ano. § 2º Na forma estabelecida em lei complementar, o montante retido nos termos do § 1º será distribuído entre os Estados, o Distrito Federal e os Municípios proporcionalmente à receita média de cada ente federativo, devendo ser consideradas: I - no caso dos Estados: a) a arrecadação do imposto previsto no art. 155, II, após aplicação do disposto no art. 158, IV, "a", todos da Constituição Federal; e b) as receitas destinadas aos fundos estaduais de que trata o art. 130, II, "b", deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; II - no caso do Distrito Federal: a) a arrecadação do imposto previsto no art. 155, II, da Constituição Federal; e b) a arrecadação do imposto previsto no art. 156, III, da Constituição Federal; III - no caso dos Municípios: a) a arrecadação do imposto previsto no art. 156, III, da Constituição Federal; e b) a parcela creditada na forma do art. 158, IV, "a", da Constituição Federal. § 3º Não se aplica o disposto no art. 158, IV, "b", da Constituição Federal aos recursos distribuídos na forma do § 2º, I, deste artigo. § 4º A parcela do produto da arrecadação do imposto não retida nos termos do § 1º, após a retenção de que trata o art. 132 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, será distribuída a cada Estado, ao Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 82 85 Distrito Federal e a cada Município de acordo com os critérios da lei complementar de que trata o art. 156- A, § 5º, I, da Constituição Federal, nela computada a variação de alíquota fixada pelo ente em relação à de referência. § 5º Os recursos de que trata este artigo serão distribuídos nos termos estabelecidos em lei complementar, aplicando-se o seguinte: I - constituirão a base de cálculo dos fundos de que trata o art. 212-A, II, da Constituição Federal, observado que: a) para os Estados, o percentual de que trata o art. 212-A, II, será aplicado proporcionalmente à razão entre a soma dos valores distribuídos a cada ente nos termos do § 2º, I, "a", e do § 4º, e a soma dos valores distribuídos nos termos do § 2º, I e do § 4º; b) para o Distrito Federal, o percentual de que trata o art. 212-A, II, será aplicado proporcionalmente à razão entre a soma dos valores distribuídos nos termos do § 2º, II, "a", e do § 4º, e a soma dos valores distribuídos nos termos do § 2º, II, e do § 4º, considerada, em ambas as somas, somente a parcela estadual nos valores distribuídos nos termos do § 4º; c) para os Municípios, o percentual de que trata o art. 212-A, II, será aplicado proporcionalmente à razão entre a soma dos valores distribuídos nos termos do § 2º, III, "b", e a soma dos valores distribuídos nos termos do § 2º, III; II - constituirão as bases de cálculo de que tratam os arts. 29-A, 198, § 2º, 204, parágrafo único, 212 e 216, § 6º, da Constituição Federal, excetuados os valores distribuídos nos termos do § 2º, I, "b"; III - poderão ser vinculados para prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita previstas no art. 165, § 8º, para pagamento de débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia, nos termos do art. 167, § 4º, todos da Constituição Federal. § 6º Durante o período de que trata o caput deste artigo, é vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios fixar alíquotas próprias do imposto de que trata o art. 156-A da ConstituiçãoFederal inferiores às necessárias para garantir as retenções de que tratam o § 1º deste artigo e o art. 132 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias." Comentário: A informação mais importante do art. 131, do ADCT, não é tão clara, e é inferida a partir da leitura do § 6º, combinado com o § 1º: durante o período de 2029 até 2077, fica vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios fixar alíquotas próprias do IBS em percentual inferior às alíquotas de referência. Ou seja, isso significa que até 2077 o patamar mínimo da alíquota do IBS será a alíquota de referência fixada pelo Senado Federal (nos termos de lei complementar), para que seja viabilizada a transição de rateio de recursos. Veja que o § 1º prevê que serão retidos do produto da arrecadação do imposto de cada Estado, do Distrito Federal e de cada Município apurada com base nas alíquotas de referência. E é a partir dessa retenção que será feito o rateio de recursos, para não haver prejuízo na arrecadação do ente tributante durante o período de transição (até 2077). Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 83 85 Assim, o § 6º prevê que durante esse período as alíquotas dos entes não podem ser inferiores às necessárias para garantir as retenções de que tratam o § 1º deste artigo (alíquotas de referência). - A regra é o próprio ente fixar a sua alíquota de IBS. - Caso não estabeleça suas alíquotas, será utilizada a alíquota de referência fixada pelo Senado Federal, nos termos de lei complementar. - As alíquotas de referência serão definidas como patamar mínimo para o IBS durante o período de transição (2029 a 2077). Regras de Utilização de Créditos de IPI, PIS/COFINS, Inclusive Sobre Importação "Art. 135. Lei complementar disciplinará a forma de utilização dos créditos, inclusive presumidos, do imposto de que trata o art. 153, IV, e das contribuições de que tratam o art. 195, I, "b", e IV, e da contribuição para o Programa de Integração Social a que se refere o art. 239, todos da Constituição Federal, não apropriados ou não utilizados até a extinção, mantendo-se, apenas para os créditos que cumpram os requisitos estabelecidos na legislação vigente na data da extinção de tais tributos, a permissão para compensação com outros tributos federais, inclusive com a contribuição prevista no inciso V do caput do art. 195 da Constituição Federal, ou ressarcimento em dinheiro." Comentário: Sabe-se que, a partir de 2027, as contribuições PIS/COFINS serão extintas e o IPI terá suas alíquotas majoritariamente zeradas. Nesse momento, certamente haverá muitos contribuintes com saldos de créditos acumulados, inclusive créditos presumidos. Assim, o art. 135, prevê que a lei complementar disciplinará a forma de utilização dos créditos, permitindo haver sua compensação com outros tributos federais, inclusive com a CBS, ou ressarcimento em dinheiro. Será possível realizar a compensação de créditos de PIS/COFINS e IPI com outros tributos federais, inclusive com a CBS, ou seu ressarcimento em dinheiro. O tema será disciplinado em lei complementar. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 84 85150, VI e no art. 195, § 7º. Imunidades do art. 150, VI, da CF: São imunidades tributárias que outrora se aplicavam apenas a impostos, e agora se estendem ao IBS (que é um imposto), mas também a CBS, pela redação do dispositivo. Imunidade do art. 195, § 7º: Embora o texto mencione isenção, é sabido se tratar de imunidade tributária. Ocorre que tal imunidade se aplica a contribuições de seguridade social, e a redação do art. 149-B deixa claro não ser aplicável ao IBS e à CBS. Observe a redação das imunidades previstas no art. 150, VI, da CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 9 85 a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) entidades religiosas e templos de qualquer culto, inclusive suas organizações assistenciais e beneficentes; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013) REGRAS COMUNS PARA IBS E CBS Art. 149-C. O produto da arrecadação do imposto previsto no art. 156-A e da contribuição prevista no art. 195, V, incidentes sobre operações contratadas pela administração pública direta, por autarquias e por fundações públicas, inclusive suas importações, será integralmente destinado ao ente federativo contratante, mediante redução a zero das alíquotas do imposto e da contribuição devidos aos demais entes e equivalente elevação da alíquota do tributo devido ao ente contratante. § 1º As operações de que trata o caput poderão ter alíquotas reduzidas de modo uniforme, nos termos de lei complementar. § 2º Lei complementar poderá prever hipóteses em que não se aplicará o disposto no caput e no § 1º. § 3º Nas importações efetuadas pela administração pública direta, por autarquias e por fundações públicas, o disposto no art. 150, VI, "a", será implementado na forma do disposto no caput e no § 1º, assegurada a igualdade de tratamento em relação às aquisições internas. Fatos Geradores, Bases de Cálculo e Sujeitos Passivos Hipóteses de Não Incidência e Imunidades Regimes Específicos, Diferenciados ou Favorecidos de Tributação Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 10 85 Comentário: Dentro do art. 149-C, da CF/88, há algumas regras referentes à destinação do IBS e da CBS. A regra estabelece que nas operações contratadas pela administração pública direta, por autarquias e por fundações públicas, inclusive suas importações, o IBS e a CBS serão integralmente destinados ao ente federativo contratante. Ou seja, se um Estado contratar uma determinada prestação de serviço, sobre tal operação haverá incidência do IBS e da CBS, e este Estado receberá todo o valor tributado. A sacada é você entender como será feita essa distribuição apenas ao ente contratante. Veja: a distribuição será realizada mediante redução a zero das alíquotas do imposto e da contribuição devidos aos demais entes e equivalente elevação da alíquota do tributo devido ao ente contratante. O § 1º afirma que essas operações poderão ter alíquotas reduzidas de modo uniforme, nos termos de lei complementar. Do mesmo modo, a lei complementar também poderá prever hipóteses em que não se aplicará tal regra de destinação integral ao ente contratante (art. 149-C, § 2º). Vimos acima que a regra também se aplica às importações realizadas pelas administração pública direta, por autarquias e por fundações públicas. Mas neste caso já existe uma imunidade, que é a imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, “a”, da CF/88. Nesta situação, o § 3º estabelece que será implementado na forma do caput e do § 3º, assegurada a igualdade de tratamento em relação às aquisições internas. O objetivo é evitar o favorecimento de determinados fornecedores em detrimento de outros. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 11 85 3 - ALTERAÇÕES NAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR “Art.150 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI– instituir impostos sobre: (...) b) entidades religiosas e templos de qualquer culto, inclusive suas organizações assistenciais e beneficentes; ............................................................................... § 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público e à empresa pública prestadora de serviço postal, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Comentário: A reforma tributária promoveu alteração na redação da imunidade religiosa, tornando-a mais ampla. Afinal, anteriormente, o dispositivo mencionava apenas “templos de qualquer culto”, e agora fala em entidades religiosas e templos de qualquer culto. Ademais, também incluiu suas organizações assistenciais e beneficentes. “Art.150............................................................... ............................................................................... § 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público e à empresa pública prestadora de serviço postal, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. ............................................................................... Comentário: O § 2º, do art. 150, estende a imunidade recíproca, prevista para os entes federados, às suas respectivas autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público. Com a reforma tributária, tal dispositivo também passou a prever expressamente algo que já foi sedimentado na jurisprudência do STF: a aplicação da imunidade recíproca à empresa pública prestadora de serviço postal, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 12 85 NOVAS REGRAS DE IMUNIDADES Imunidade Religiosa Como era: Como ficou: • Templos de qualquer culto • Entidades religiosas; • Templos de qualquer culto; • Inclusive suas organizações assistenciais e beneficentes Imunidade Recíproca Como era: Como ficou: • Entes federados; • Autarquias; • Fundações; • Entes federados; • Autarquias; • Fundações; • Empresa pública prestadora de serviço postal. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 13 85 4 - ALTERAÇÕES NOS IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO Vamos analisar a partir de agora o imposto incluído na competência tributária da União, por meio da EC 132/2023 (Reforma Tributária): Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) VIII - produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, nos termos de lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) Sabe-se que os impostos de competência da União foram listados no art. 153 (e no art. 154), da CF. Além da competência já prevista atualmente, a União poderá instituir outro imposto, previsto no art. 153, VIII, que incidirá sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, nos termos de lei complementar. Trata-se do imposto conhecido como seletivo. Agora vejamos as regras constitucionais aplicáveis a esse imposto federal: “Art.153............................................................... ............................................................................... § 6º O imposto previsto no inciso VIII terá finalidade extrafiscal e: I - não incidirá sobre as exportações nem sobre as operações com energia elétrica e com telecomunicações; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) II - incidirá uma única vez sobre o bem ou serviço; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) III - não integrará sua própria base de cálculo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) IV - integrará a base de cálculo dos tributos previstos nos arts. 155, II, 156, III, 156-A e 195, V; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) V - poderá ter o mesmo fato gerador e base de cálculo de outros tributos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) VI - terá suas alíquotas fixadas em lei ordinária, podendo ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) VII - na extração, o imposto será cobrado independentemente da destinação, caso em que a alíquota máxima corresponderá a 1% (um por cento) do valor de mercado do produto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) Vamos analisar inciso por inciso nos próximos parágrafos: Não incidirá sobre as exportações nem sobre as operações com energia elétrica e com telecomunicações; Antes de resumirmos, temos, ainda, uma previsão no art. 9º, § 9º, na EC 132/2023, importante para o Imposto Seletivo: Art. 9º. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 14 85 (...) § 9º O imposto previsto no art. 153, VIII, da Constituição Federal não incidirá sobre os bens ou serviços cujas alíquotas sejam reduzidas nos termos do § 1º deste artigo. Três imunidades previstas para esse imposto são: Não incidirá sobre exportações; • Não incidirá sobre operações com energia elétrica e com telecomunicações. • Não incidirá sobre os bens ou serviços cujas alíquotas sejam reduzidas em razão de regimes diferenciados de tributação para o IBS e para a CBS. Vale ressaltar que este imposto pode incidir sobre operações relativas a derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Incidirá uma única vez sobre o bem ou serviço; Trata-se de imposto monofásico. Isto é, diferentemente da lógica do IPI ou do ICMS, por exemplo, esse imposto não é plurifásico. Cada produto sofre apenas uma incidência independentemente de quantos elos tenha a sua cadeia de industrialização e circulação. Não integrará sua própria base de cálculo; Esta regra implica dizer que o seu cálculo é realizado por fora. Ou seja, o valor do imposto não integra a sua própria base de cálculo. Integrará a base de cálculo dos tributos previstos nos arts. 155, II, 156, III, 156-A e 195, V; Por outro lado, o referido imposto compõe a base de cálculo do ICMS, do ISS, do IBS e da CBS. Isso significa que, na apuração desses tributos, deve-se incluir o valor calculado a título desse imposto federal. Poderá ter o mesmo fato gerador e base de cálculo de outros tributos; Existe uma regra na CF/88, que estabelece que a União poderá criar novos impostos (impostos residuais), desde que não tenham fatos geradores ou bases de cálculo dos demais impostos. Evidentemente, tal regra é aplicável ao legislador infraconstitucional. O imposto sobre produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente não se submete a esta regra, podendo ter o mesmo fato gerador e base de cálculo de outros tributos. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 15 85 Terá suas alíquotas fixadas em lei ordinária, podendo ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem; Embora a CF tenha estabelecido que este imposto seja instituído por meio de lei complementar, as suas alíquotas podem ser fixadas por meio de lei ordinária. Ademais, as alíquotas podem ser específicas ou ad valorem. Alíquotas específicas são fixadas em reais, de acordo com a unidade de medida adotada pela lei. Por exemplo, R$ 1,00 por unidade de um produto, ou R$ 2,00 por cada Kg de outro produto. A unidade de medida poderia ser qualquer uma fixada em lei. Já as alíquotas ad valorem são fixadas em percentuais, tais como já estamos acostumados: 10% sobre o valor de uma mercadoria, por exemplo. O Imposto Seletivo deve obedecer: • ao princípio da anterioridade anual; • ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena); • ao princípio da irretroatividade; Na extração, o imposto será cobrado independentemente da destinação, caso em que a alíquota máxima corresponderá a 1% (um por cento) do valor de mercado do produto.” Veja que a reforma tributária previu que o campo de incidência desse imposto abrange: • Produção; • Extração; • Comercialização; • Importação; Todas essas operações, quando envolvendo bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, estarão sujeitas ao referido imposto. Ocorre que na operação de extração, o imposto será cobrado independentemente da destinação, caso em que a alíquota máxima corresponderá a 1% do valor de mercado do produto. REGRAS CONSTITUCIONAIS DO IMPOSTO SELETIVO Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 16 85 Na extração, o imposto será cobrado independentemente da destinação, caso em que a alíquota máxima corresponderá a 1% do valor de mercado do produto. Terá suas alíquotas fixadas em lei ordinária, podendo ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem; Poderá ter o mesmo fato gerador e base de cálculo de outros tributos; Integrará a base de cálculo dos tributos ICMS, do ISS, do IBS e da CBS; Não integrará sua própria base de cálculo; Incidirá uma única vez sobre o bem ou serviço; Não incidirá sobre as exportações nem sobre as operações com energia elétrica e com telecomunicações; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 17 85 5 - ALTERAÇÕES NOS IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS ESTADOS Art.155. Art. 155. Compete aos Estados e ao DistritoFederal instituir impostos sobre: (...) §1º. O imposto previsto no inciso I: (...) II – relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde era domiciliado o de cujus, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; Comentário: A reforma tributária alterou a redação do inciso II, do § 1º, do art. 155, da CF, que se refere à competência para tributar o ITCMD sobre bens móveis, títulos e créditos, em se tratando de heranças. Em relação à competência para tributar as doações, nada foi alterado. A redação anterior estabelecia que o ITCMD era devido ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento. Ocorre que muitas vezes o inventário é realizado extrajudicialmente, e o herdeiro poderia escolher o Estado onde realizaria o inventário. A partir de agora, considera-se como Estado detentor da competência para tributação aquele onde era domiciliado o de cujus (falecido). Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) §1º. O imposto previsto no inciso I: (...) VI – será progressivo em razão do valor do quinhão, do legado ou da doação; VII – não incidirá sobre as transmissões e as doações para as instituições sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública e social, inclusive as organizações assistenciais e beneficentes de entidades religiosas e institutos científicos e tecnológicos, e por elas realizadas na consecução dos seus objetivos sociais, observadas as condições estabelecidas em lei complementar. ............................................................................... Comentário: A reforma tributária incluiu os incisos VI e VII ao § 1º, do art. 155, da CF, estabelecendo duas regras importantes para este imposto: uma regra de progressividade e uma imunidade tributária. A jurisprudência do STF é pacífica em relação à possibilidade de o ITCMD ser tributado de forma progressiva, mesmo que não houvesse autorização no texto constitucional para tanto. Ocorre que, com a reforma tributária, a regra da progressividade agora é expressa e vinculante: perceba que a redação do dispositivo não fala em “poderá ser progressivo”, mas sim que “será progressivo”. O inciso VII ao § 1º, do art. 155, da CF, estabelece uma imunidade, ao afirmar que o ITCMD não incidirá sobre as transmissões e as doações para as instituições sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública e social, inclusive as organizações assistenciais e beneficentes de entidades religiosas e institutos científicos Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 18 85 e tecnológicos, e por elas realizadas na consecução dos seus objetivos sociais, observadas as condições estabelecidas em lei complementar. Por se tratar de imunidade tributária, em respeito ao art. 146, II, da CF/88, foi delegada à lei complementar o estabelecimento das condições para a fruição do benefício fiscal. NOVAS REGRAS DO ITCMD Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e os arts. 153, I e II, e 156-A, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica e serviços de telecomunicações e, à exceção destes e do previsto no art. 153, VIII, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. ............................................................................... Comentário: A reforma tributária alterou a redação do art. 155, § 3º, da CF. A nova redação estabelece que, à exceção do II, IE, ICMS e do IBS, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações. Ademais, à exceção do II, IE, ICMS, IBS e do imposto sobre produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Bens móveis, títulos e créditos: domicílio do de cujus ou do doador. Bens imóveis: continua sendo local da situação do bem. Será progressivo. Não incidirá sobre as transmissões e as doações para as instituições sem fins lucrativos com finalidade de relevância pública e social. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 19 85 Na redação original, o texto constitucional apenas estabelecia que, à exceção do II, IE e ICMS, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. • Únicos impostos a incidirem sobre energia elétrica e telecomunicações: II, IE, ICMS e IBS. • Únicos impostos a incidirem sobre operações relativas a derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País: II, IE, ICMS, IBS e do Imposto Seletivo (imposto sobre produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente). Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) § 6º (...) II – poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo, do valor, da utilização e do impacto ambiental; Comentário: A reforma tributária alterou da redação do art. 155, § 6º, II, da CF/88, definindo que o IPVA poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo, do valor, da utilização e do impacto ambiental. Na redação anterior, as alíquotas poderiam se diferenciar apenas de acordo com o tipo e a utilização do veículo. Portanto, temos os seguintes critérios que permitem a alteração de alíquotas do IPVA: • Tipo; • Valor; • Utilização; • Impacto ambiental. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) § 6º (...) III – incidirá sobre a propriedade de veículos automotores terrestres, aquáticos e aéreos, excetuados: a) aeronaves agrícolas e de operador certificado para prestar serviços aéreos a terceiros; b) embarcações de pessoa jurídica que detenha outorga para prestar serviços de transporte aquaviário ou de pessoa física ou jurídica que pratique pesca industrial, artesanal, científica ou de subsistência; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 20 85 c) plataformas suscetíveis de se locomoverem na água por meios próprios, inclusive aquelas cuja finalidade principal seja a exploração de atividades econômicas em águas territoriais e na zona econômica exclusiva e embarcações que tenham essa mesma finalidade principal; d) tratores e máquinas agrícolas.” (NR) Comentário: A reforma tributária incluiu o inciso II ao art. 155, § 6º, da CF, prevendo que o IPVA incidirá sobre a propriedade de veículos automotores terrestres, aquáticos e aéreos. Anteriormente, a incidência do referido imposto era restrita aos veículos terrestres. Foram estabelecidas algumas imunidades para alguns tipos de veículos, conforme resumimos abaixo: • aeronaves agrícolas e de operador certificado para prestar serviços aéreos a terceiros; • embarcações de pessoa jurídica que detenha outorga para prestar serviços de transporte aquaviário ou de pessoa física ou jurídica que pratique pesca industrial, artesanal, científica ou de subsistência; • plataformas suscetíveis de se locomoverem na água por meios próprios, inclusive aquelas cuja finalidade principal seja a exploração de atividadeseconômicas em águas territoriais e na zona econômica exclusiva e embarcações que tenham essa mesma finalidade principal; • tratores e máquinas agrícolas. NOVAS REGRAS DO IPVA Poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo, do valor, da utilização e do impacto ambiental Incidirá sobre a propriedade de veículos automotores terrestres, aquáticos e aéreos, com exceções. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 21 85 6 - ALTERAÇÕES NOS IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS “Art.156............................................................... ............................................................................... §1º........................................................................ ............................................................................... III – ter sua base de cálculo atualizada pelo Poder Executivo, conforme critérios estabelecidos em lei municipal. ....................................................................” Comentário: A reforma tributária incluiu o inciso III ao art. 156, § 1º, da CF, prevendo que o IPTU pode ter sua base de cálculo atualizada pelo Poder Executivo, conforme critérios estabelecidos em lei municipal. A própria Constituição Federal passou a estabelecer a possibilidade de atualização da base de cálculo pelo Poder Executivo (decreto municipal), dentro dos critérios previstos na lei municipal. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 22 85 7 – INCLUSÃO DO IMPOSTO DE COMPETÊNCIA COMPARTILHADA ENTRE ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS (IBS) Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. Comentário: O art. 156-A, da CF/88, proveniente da reforma tributária, trouxe o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), ao qual a CF estabelece a competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. O IBS foi criado para substituir o ICMS e o ISS. O IBS é um imposto utilizado para remodelar a tributação brasileira, seguindo os moldes do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). O IBS será de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios, mas será instituído por meio de uma lei complementar nacional. Primeiramente, cabe destacar o que consta na redação no § 1º, do art. 156-A, da CF, que o IBS será informado pelo princípio da neutralidade, cujo objetivo é interferir ao mínimo no sistema econômico, evitando distorções nos preços em razão da incidência tributária. § 1º O imposto previsto no caput será informado pelo princípio da neutralidade e atenderá ao seguinte: I – incidirá sobre operações com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços; II – incidirá também sobre a importação de bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou de serviços realizada por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja sujeito passivo habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; III – não incidirá sobre as exportações, assegurados ao exportador a manutenção e o aproveitamento dos créditos relativos às operações nas quais seja adquirente de bem material ou imaterial, inclusive direitos, ou serviço, observado o disposto no § 5º, III; IV – terá legislação única e uniforme em todo o território nacional, ressalvado o disposto no inciso V; V – cada ente federativo fixará sua alíquota própria por lei específica; VI – a alíquota fixada pelo ente federativo na forma do inciso V será a mesma para todas as operações com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Constituição; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 23 85 VII – será cobrado pelo somatório das alíquotas do Estado e do Município de destino da operação; VIII – será não cumulativo, compensando-se o imposto devido pelo contribuinte com o montante cobrado sobre todas as operações nas quais seja adquirente de bem material ou imaterial, inclusive direito, ou de serviço, excetuadas exclusivamente as consideradas de uso ou consumo pessoal especificadas na lei complementar, e as hipóteses previstas nesta Constituição; IX – não integrará sua própria base de cálculo nem a dos tributos previstos nos arts. 153, IV e VIII, 155, II, 156, III, e 195, I, “b”, IV e V, e da contribuição para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239; X – não será objeto de concessão de incentivos e benefícios financeiros ou fiscais relativos ao imposto ou de regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação, excetuadas as hipóteses previstas nesta Constituição; XI – não incidirá nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; XII – resolução do Senado Federal fixará alíquota de referência do imposto para cada esfera federativa, nos termos de lei complementar, que será aplicada se outra não houver sido estabelecida pelo próprio ente federativo. XIII – sempre que possível, terá seu valor informado, de forma específica, no respectivo documento fiscal. I – incidirá sobre operações com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços; Comentário: Este imposto incidirá sobre as operações com bens materiais ou imateriais, ou ainda sobre a prestação de serviços. Não há dúvidas que o objetivo dessa redação foi maximizar o campo de incidência desse imposto, abrangendo inúmeros negócios jurídicos. A definição de operações com bens materiais pode ser exemplificada de uma forma muito simples: venda de mercadorias, por exemplo. A definição de prestação de serviços também é evidente. O que não foi especificado pelo texto constitucional são as operações com bens imateriais (inclusive direitos), havendo a necessidade de normas para detalharem o campo de incidência, mas é claro que um software, por exemplo, é um bem material. II – incidirá também sobre a importação de bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou de serviços realizada por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja sujeito passivo habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; Comentário: A incidência do IBS alcança as operações de importação de bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou de serviços, seja tal operação realizada por pessoa física ou jurídica, ainda que seja uma operação eventual, ou seja, mesmo que não haja habitualidade. O dispositivo ainda informa que a incidência ocorrerá independentemente da finalidade da importação. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 24 85 Vamos a alguns exemplos: - A empresa XPG importa uma mercadoria para o seu consumo próprio: há incidência de IBS. - A empresa XPG importa uma mercadoria para revenda: há incidência de IBS. - Fulano, pessoa física, importa um computador para o seu trabalho em home office: há incidência de IBS. III – não incidirá sobre as exportações, assegurados ao exportador a manutenção e o aproveitamento dos créditos relativos às operações nas quais seja adquirente de bem material ou imaterial, inclusive direitos, ou serviço, observado o disposto no § 5º, III; Comentário: Foiconcedida imunidade do IBS para exportações, ficando, ainda, assegurado ao exportador a manutenção e o aproveitamento dos créditos relativos às operações nas quais seja adquirente de bem material ou imaterial, inclusive direitos, ou serviço. Ou seja, digamos que uma empresa adquira mercadorias no mercado interno para exportação. Neste caso, fará jus a crédito de IBS na aquisição das mercadorias, e não precisará pagar IBS na exportação (em razão da imunidade). Mesmo assim, a empresa poderá manter os créditos de IBS. A expressão “observado o disposto no § 5º, III” quer dizer que a lei complementar definirá a forma e o prazo para ressarcimento de créditos acumulados pelo contribuinte. Afinal, imagine o caso de uma empresa que compre mercadorias e que as exporte em sua totalidade. Tal empresa acumulará um volume significativo de créditos de IBS. Por essa razão, a lei complementar definirá regras para ressarcimento. IV – terá legislação única e uniforme em todo o território nacional, ressalvado o disposto no inciso V; Comentário: A reforma tributária passou a prever o IBS, para que tal imposto uniformizasse a complexa legislação do ICMS, já que cada Estado legislava suas próprias regras sobre tal imposto. Com o IBS, a diretriz da CF é que terá legislação única e uniforme em todo o território nacional. A diferença pode se dar em razão da alíquota própria a ser aplicada por cada ente federativo, conforme inciso V. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 25 85 V – cada ente federativo fixará sua alíquota própria por lei específica; Comentário: Embora a legislação do IBS seja única e uniforme em todo o território nacional, cada ente federativo poderá fixar sua própria alíquota de IBS, por meio de lei específica. VI – a alíquota fixada pelo ente federativo na forma do inciso V será a mesma para todas as operações com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Constituição; Comentário: Sabe-se que cada ente federativo poderá fixar sua própria alíquota de IBS, por meio de lei específica. Vale ressaltar que esta alíquota será a mesma para todas as operações com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços, ressalvadas as exceções constitucionais. Isso significa que é a CF que definirá as exceções, não tendo o ente federado competência para diversificar a alíquota como bem entender. O art. 156-A, § 6º, da CF, define diversos regimes específicos de tributação, com alíquotas diferenciadas. VII – será cobrado pelo somatório das alíquotas do Estado e do Município de destino da operação; Comentário: Sabe-se que cada ente federado fixará sua própria alíquota do IBS e o cálculo do imposto será pelo somatório das alíquotas do Estado e do Município de destino da operação. VIII – será não cumulativo, compensando-se o imposto devido pelo contribuinte com o montante cobrado sobre todas as operações nas quais seja adquirente de bem material ou imaterial, inclusive direito, ou de serviço, excetuadas exclusivamente as consideradas de uso ou consumo pessoal especificadas na lei complementar, e as hipóteses previstas nesta Constituição; Comentário: O IBS é um imposto não cumulativo, ou seja, permite-se compensar o imposto devido pelo contribuinte com o montante cobrado sobre todas as operações nas quais seja adquirente de bem material ou imaterial, inclusive direito, ou de serviço. Para entender essa lógica, é fundamental compreender que o IBS é um imposto plurifásico, ou seja, incide várias vezes em uma cadeia de industrialização e circulação de mercadorias (não só mercadorias, evidentemente), até que estas cheguem nas mãos dos consumidores finais. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 26 85 Vamos imaginar uma cadeia produtiva, com os elementos inseridos no esquema a seguir: Veja que ocorre a circulação de mercadorias em três momentos, havendo, por conseguinte, três incidências de IBS, por conta da incidência plurifásica do imposto. Digamos que a indústria venda seus produtos pelo preço de R$ 100,00 ao distribuidor, que, por sua vez, revende ao estabelecimento varejista por R$ 200,00. Este, por fim, revende ao consumidor final os produtos pelo preço de R$ 300,00. Suponhamos, ainda, que a alíquota de IBS seja de 10% em todos os casos. Vejamos como seria a incidência cumulativa do ICMS: INCIDÊNCIA CUMULATIVA INCIDÊNCIA ALÍQUOTA PREÇO DE VENDA IMPOSTO DEVIDO Incidência 1 10% R$ 100,00 R$ 10,00 Incidência 2 10% R$ 200,00 R$ 20,00 Incidência 3 10% R$ 300,00 R$ 30,00 TOTAL: R$ 60,00 Perceba que no total foi recolhido R$ 60,00 de IBS, pois nada do que foi pago nas etapas anteriores pôde ser compensado. Bom, vejamos, então, como funciona a incidência não cumulativa: INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA INCIDÊNCIA ALÍQUOTA PREÇO DE VENDA IMPOSTO DEVIDO Incidência 1 10% R$ 100,00 R$ 10,00 Incidência 2 10% R$ 200,00 20,00 – 10,00 = R$ 10,00 Incidência 3 10% R$ 300,00 30,00 – 20,00 = R$ 10,00 TOTAL: R$ 30,00 Percebe-se que, o que foi tributado na etapa anterior, pôde ser compensado na etapa seguinte da cadeia, produzindo, ao final, o mesmo imposto que incidiria caso houvesse apenas uma única etapa (a última), pois R$ 300 x 10% = 30,00. Entendido? Então, quando o distribuidor, por exemplo, adquire as mercadorias, ele tem o direito de se creditar do valor que já foi pago de IBS pela indústria. No momento da revenda, ele deve debitar o valor total, recolhendo apenas a diferença. Esse é o mecanismo de débitos e créditos. Agora que você entendeu a lógica da não cumulatividade que recai sobre o IBS, veja que existem algumas situações que impedem a apropriação dos créditos de IBS: a CF estabeleceu que são excetuadas 1 2 3 Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 27 85 exclusivamente as consideradas de uso ou consumo pessoal especificadas na lei complementar, e as hipóteses previstas nesta Constituição. A regra é a apropriação de créditos na aquisição de bem material ou imaterial, inclusive direito, ou de serviço; Foram excetuadas exclusivamente: • As aquisições consideradas de uso ou consumo pessoal especificadas na lei complementar; e • As hipóteses previstas nesta Constituição IX – não integrará sua própria base de cálculo nem a dos tributos previstos nos arts. 153, IV e VIII, 155, II, 156, III, e 195, I, “b”, IV e V, e da contribuição para o Programa de Integração Social de que trata o art. 239; Comentário: Esta regra implica dizer que o seu cálculo é realizado por fora. Ademais, o texto constitucional estabeleceu que o IBS também não comporá a base de cálculo do IPI, do Imposto Seletivo, do ICMS, do ISS, das contribuições PIS/COFINS, inclusive importação, e da CBS. Faz-se necessário entender que o dispositivo constitucional quis dizer com não integrará sua própria base de cálculo. Vamos entender a diferença da tributação por dentro e por fora. Veja comigo um exemplo: Determinada empresa vende um celular por R$ 1.000,00, incidindo hipoteticamente 20% de IBS sobre a operação. Cálculo por dentro: Nesse caso, o valor do IBS é de R$ 200,00, sendo que este já está embutido no valor total da operação. Ou seja, R$ 800,00 é o valor do celular e R$ 200,00 equivale ao montante devido a título de ICMS. Cálculo por fora:Se o imposto não integrar a sua própria base de cálculo (tributação “por fora”), conforme determina a CF em relação ao IBS, o valor devido seria de R$ 800,00 x 20% = R$ 160,00, pois incidiria apenas sobre a mercadoria, que custa R$ 800,00. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 28 85 Vamos resumir essa análise, e incluir também a base de cálculo da CBS: IBS – Calculado Por Fora - o IBS também não comporá a base de cálculo do IPI, do Imposto Seletivo, do ICMS, do ISS, das contribuições PIS/COFINS, inclusive importação, e da CBS. CBS – Calculada por Fora – a CBS Seletivo, do ICMS, do ISS, das contribuições PIS/COFINS, inclusive importação. X – não será objeto de concessão de incentivos e benefícios financeiros ou fiscais relativos ao imposto ou de regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação, excetuadas as hipóteses previstas nesta Constituição; Comentário: A CF/88 vedou a concessão de incentivos e benefícios financeiros ou fiscais relativos ao IBS, ou ainda o estabelecimento de regimes específicos, diferenciados ou favorecidos de tributação. As únicas ressalvas são as previstas no texto constitucional. XI – não incidirá nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; Comentário: Como o IBS também incide sobre a prestação de serviço de comunicação, o texto constitucional aplicou a este imposto a imunidade sobre o serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita. Como exemplo, podemos citar o serviço de TV aberta. XII – resolução do Senado Federal fixará alíquota de referência do imposto para cada esfera federativa, nos termos de lei complementar, que será aplicada se outra não houver sido estabelecida pelo próprio ente federativo. Comentário: Sabe-se que cada ente poderá estabelecer sua própria alíquota para o IBS. Dessa forma, o texto constitucional prevê que resolução do Senado Federal fixará alíquota de referência do imposto para cada esfera federativa, nos termos de lei complementar, que será aplicada se outra não houver sido estabelecida pelo próprio ente federativo. Ou seja, a resolução do Senado Federal deverá observar a forma de cálculo e os limites previstos em lei complementar. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 29 85 Atente-se ainda ao que prevê o art. 130, § 1º, do ADCT, no sentido de que as alíquotas de referência serão fixadas no ano anterior ao de sua vigência, não se aplicando o princípio da noventena (anterioridade nonagesimal). Outra informação importante extraída do art. 131, §§ 1º e 6º do ADCT, é que haverá um período de transição que durará de 2029 até 2077. Em tal período, haverá mecanismos de rateio de arrecadação tributária, para fins de preservar a arrecadação dos entes, em face da nova sistemática de tributação. Nesse período, fica vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios fixar alíquotas próprias do IBS em percentual inferior às alíquotas de referência. - A regra é o próprio ente fixar a sua alíquota de IBS. - Caso não estabeleça suas alíquotas, será utilizada a alíquota de referência fixada pelo Senado Federal, nos termos de lei complementar. - As alíquotas de referência serão fixadas no ano anterior ao de sua vigência, não se aplicando o princípio da noventena (anterioridade nonagesimal). - As alíquotas de referência serão definidas como patamar mínimo para o IBS durante o período de transição (2029 a 2077). XIII – sempre que possível, terá seu valor informado, de forma específica, no respectivo documento fiscal. Comentário: Priorizando a transparência da tributação, sempre que possível, o IBS terá seu valor informado, de forma específica, no respectivo documento fiscal. Art. 156-A. § 2º Para fins do disposto no § 1º, V, o Distrito Federal exercerá as competências estadual e municipal na fixação de suas alíquotas. Comentário: Como se sabe, o art. 147, da CF prevê a competência tributária cumulativa do Distrito Federal, para instituir impostos estaduais e municipais. Assim sendo, em relação ao IBS, o Distrito Federal exercerá as competências estadual e municipal na fixação de suas alíquotas. Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 30 85 Art. 156-A. § 3º Lei complementar poderá definir como sujeito passivo do imposto a pessoa que concorrer para a realização, a execução ou o pagamento da operação, ainda que residente ou domiciliada no exterior. Comentário: O art. 156-A, § 3º, prevê a possibilidade de lei complementar definir como sujeito passivo do imposto a pessoa que concorrer para a realização, a execução ou o pagamento da operação, ainda que residente ou domiciliada no exterior. Art. 156-A. § 4º Para fins de distribuição do produto da arrecadação do imposto, o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços: I – reterá montante equivalente ao saldo acumulado de créditos do imposto não compensados pelos contribuintes e não ressarcidos ao final de cada período de apuração e aos valores decorrentes do cumprimento do § 5º, VIII; II – distribuirá o produto da arrecadação do imposto, deduzida a retenção de que trata o inciso I, ao ente federativo de destino das operações que não tenham gerado creditamento. Comentário: Primeiramente, vamos esclarecer o que é o Comitê Gestor do IBS: O Comitê Gestor do IBS é abordado no art. 156-B, da CF/88. Trata-se de entidade pública sob regime especial, terá independência técnica, administrativa, orçamentária e financeira. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão de forma integrada, exclusivamente por meio do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, nos termos e limites estabelecidos nesta Constituição e em lei complementar, as seguintes competências administrativas sobre o IBS: I – editar regulamento único e uniformizar a interpretação e a aplicação da legislação do imposto; II – arrecadar o imposto, efetuar as compensações e distribuir o produto da arrecadação entre Estados, Distrito Federal e Municípios; III – decidir o contencioso administrativo. O § 4º, do art. 156-A, da CF/88, prevê que, fins de distribuição do produto da arrecadação do IBS, o Comitê Gestor: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 31 85 I – reterá montante equivalente ao saldo acumulado de créditos do imposto não compensados pelos contribuintes e não ressarcidos ao final de cada período de apuração e aos valores decorrentes do cumprimento do § 5º, VIII; O Comitê Gestor do IBS fará a retenção do saldo de créditos do IBS que não tiverem sido compensados pelos contribuintes, e que não forem ressarcidos ao final de cada período de apuração, e também dos valores relativos ao cashback. O art. 156, § 5º, VIII, da CF/88, prevê a possibilidade de devolução do IBS a pessoas físicas de baixa renda, nos termos estabelecidos em lei complementar. II – distribuirá o produto da arrecadação do imposto, deduzida a retenção de que trata o inciso I, ao ente federativo de destino das operações que não tenham gerado creditamento. A distribuição dos recursos arrecadados com o IBS serão destinadas ao ente de destino das operaçõesque não tenham gerado creditamento. Afinal, se gerar creditamento, o contribuinte ainda poderá fazer uso desse crédito. Vamos entender melhor as regras dos incisos I e II! Primeiramente, você precisa se lembrar que o IBS é um imposto não cumulativo, ou seja, a cada operação de venda de mercadorias, por exemplo, para outra empresa que vá comercializá-las ou industrializá-las, haverá creditamento pelo adquirente. E se há escrituração de créditos de IBS, significa que em algum momento essa pessoa vai compensá-lo ou pedir ressarcimento. Isso significa que nem todo valor de IBS arrecadado pode ser distribuído imediatamente, pois se for relativo a uma operação como a que descrevi acima, deverá ser feita a devolução posteriormente. Só configura realmente uma receita quando um consumidor final compra a mercadoria, porque ele não irá compensar créditos ou pedir ressarcimento, pois em tal operação não há escrituração desse crédito. Em suma: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 32 85 Inciso I – Estabelece que deve ser retido pelo Comitê Gestor os valores que um dia deverão ser devolvidos ao contribuinte (na forma de compensação, ressarcimento ou cashback); Inciso II – Deverá ser distribuído os valores que restarem sem obrigatoriedade de devolução posterior. Agora eu tenho certeza que você entendeu! :) Art. 156-A. § 5º Lei complementar disporá sobre: I – as regras para a distribuição do produto da arrecadação do imposto, disciplinando, entre outros aspectos: a) a sua forma de cálculo; b) o tratamento em relação às operações em que o imposto não seja recolhido tempestivamente; c) as regras de distribuição aplicáveis aos regimes favorecidos, específicos e diferenciados de tributação previstos nesta Constituição; Comentário: A lei complementar disporá sobre as regras para a distribuição do produto da arrecadação do IBS, estabelecendo, entre outros aspectos: a) a sua forma de cálculo; b) o tratamento em relação às operações em que o imposto não seja recolhido tempestivamente; c) as regras de distribuição aplicáveis aos regimes favorecidos, específicos e diferenciados de tributação previstos nesta Constituição; Art. 156-A. § 5º Lei complementar disporá sobre: (...) II – o regime de compensação, podendo estabelecer hipóteses em que o aproveitamento do crédito ficará condicionado à verificação do efetivo recolhimento do imposto incidente sobre a operação com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços, desde que: a) o adquirente possa efetuar o recolhimento do imposto incidente nas suas aquisições de bens ou serviços; ou b) o recolhimento do imposto ocorra na liquidação financeira da operação; III – a forma e o prazo para ressarcimento de créditos acumulados pelo contribuinte; Comentário: Cabe à lei complementar disciplinar o regime de compensação do imposto (créditos e débitos). Ao regulamentar a matéria, a lei complementar poderá também estabelecer as hipóteses em que o aproveitamento do crédito ficará condicionado à verificação do efetivo recolhimento do imposto incidente sobre a operação com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos, ou com serviços. Ou seja, em tais situações, o adquirente só poderá se creditar se houver o efetivo recolhimento por parte do contribuinte. Vale lembrar que tais situações dependerão das seguintes condições: Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 33 85 a) o adquirente possa efetuar o recolhimento do imposto incidente nas suas aquisições de bens ou serviços; ou b) o recolhimento do imposto ocorra na liquidação financeira da operação; Outro ponto a ser destacado é que a lei complementar definirá a forma e o prazo para ressarcimento de créditos acumulados pelo contribuinte. Art. 156-A. § 5º Lei complementar disporá sobre: (...) IV – os critérios para a definição do destino da operação, que poderá ser, inclusive, o local da entrega, da disponibilização ou da localização do bem, o da prestação ou da disponibilização do serviço ou o do domicílio ou da localização do adquirente ou destinatário do bem ou serviço, admitidas diferenciações em razão das características da operação; Comentário: Como o ente de destino da operação é o beneficiário do produto da arrecadação do IBS, é fundamental que haja clareza em sua definição. Por tal motivo, cabe à lei complementar a definição do destino da operação. Nessa definição, a lei complementar poderá defini-lo, inclusive, como sendo o local da entrega, da disponibilização ou da localização do bem, o da prestação ou da disponibilização do serviço ou o do domicílio ou da localização do adquirente ou destinatário do bem ou serviço, admitidas diferenciações em razão das características da operação. Art. 156-A. § 5º Lei complementar disporá sobre: (...) V – a forma de desoneração da aquisição de bens de capital pelos contribuintes, que poderá ser implementada por meio de: a) crédito integral e imediato do imposto; b) diferimento; ou c) redução em 100% (cem por cento) das alíquotas do imposto; Comentário: Inicialmente, cabe destacar que os bens de capital são bens utilizados na produção de outros bens, como exemplo, o maquinário de uma fábrica. A lei complementar disciplinará a forma de desoneração do IBS em relação à aquisição de bens de capital pelos contribuintes. Esta desoneração poderá ser implementada de diversas formas: a) crédito integral e imediato do IBS; Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos, Fábio Dutra 00.1 - Aula Extra (Somente PDF) Receita Federal (Auditor Fiscal) Direito Tributário www.estrategiaconcursos.com.br 01660762600 - IZABELLA GOMES DE SOUZA 34 85 b) diferimento do pagamento do IBS; ou c) redução em 100% das alíquotas do imposto; Art. 156-A. § 5º Lei complementar disporá sobre: (...) VI – as hipóteses de diferimento e desoneração do imposto aplicáveis aos regimes aduaneiros especiais e às zonas de processamento de exportação; VII – o processo administrativo fiscal do imposto; VIII – as hipóteses de devolução do imposto a pessoas físicas, inclusive os limites e os beneficiários, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda; IX – critérios para as obrigações tributárias acessórias, visando sua simplificação. Comentário: A lei complementar também tem outros papéis importantes, como os que serão a seguir descritos: As hipóteses de diferimento e desoneração do imposto aplicáveis aos regimes aduaneiros especiais e às zonas de processamento de exportação; Como o IBS incide sobre as operações de importação, cabe à lei complementar definir as situações em que poderá ocorrer diferimento do seu pagamento, ou mesmo a sua desoneração, aplicáveis aos regimes aduaneiros especiais e às zonas de processamento de exportação. O processo administrativo fiscal do imposto; O processo administrativo fiscal (PAF) estabelece os órgãos de julgamento administrativo, as regras para impugnação e recursos administrativos, para que os contribuintes possam contestar as eventuais autuações fiscais. As hipóteses de devolução do imposto a pessoas físicas, inclusive os limites e os beneficiários, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda; Esta é a sistemática do “cashback”, ou seja, devolução do imposto arrecadado anteriormente. Tal devolução é regulada em lei complementar que estabelecerá os limites e os beneficiários (pessoas físicas), com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda. Critérios para as obrigações tributárias acessórias, visando sua simplificação. As obrigações acessórias