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Livro Didático Digital Desenho Técnico Topográfico em CAD Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria POLLYANNA THAÍS TAVARES BATISTA NUNES GLAUCO ANTONIO DIAS FILHO AUTORIA Pollyanna Thaís Tavares Batista Nunes Possuo graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2004), especialização em ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2008), mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2011) e curso-técnico- profissionalizante em CONSTRUÇÃO CIVIL pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (1999). Tenho experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Construção Civil. Conte comigo! Glauco Antonio Dias Filho Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e engenheiro de cálculo estrutural e de instalações prediais. Executou obras de pequeno e grande porte, como residenciais multifamiliares verticais e horizontais, e também projetou os complementares de alguns. Gosto de transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz por poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Levantamento Topográfico ..................................................................... 10 Conceituando a Técnica de Topografia ........................................................................... 13 Levantamento Planimétrico ...................................................................20 Operações Topográficas ............................................................................................................ 21 Ângulos, Orientação e Distâncias Calculadas na Topografia ..........................26 Nivelamento Topográfico ........................................................................30 Representação do Relevo.........................................................................................................35 Desenho Topográfico .................................................................................40 Sistema de Coordenadas ......................................................................................................... 40 Escalas ....................................................................................................................................................44 Grandezas ............................................................................................................................................ 48 7 UNIDADE 02 Desenho Técnico Topográfico em CAD 8 INTRODUÇÃO O estudo topográfico consiste na análise e na coleta de informações das características dos solos dos mais variados tipos de terrenos localizados nas mais diversas regiões. Esses estudos servem como base para a investigação do comportamento e dos efeitos que as alterações aplicadas possam causar ao ambiente em questão. Tudo isso auxilia no desenvolvimento de projetos relacionados às obras de construção civil. Para auxiliar no estudo dos solos, são utilizados levantamentos topográficos, que são implementados visualmente por meio de desenhos técnicos direcionados. O AutoCAD é uma ferramenta de desenho assistida por computador que auxilia na construção de projetos como esse, apresentando recursos que viabilizam a mensuração e o dimensionamento precisos, o cálculo de ângulos, áreas e volumes, e a criação de desenhos bi e tridimensionais. Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo! Desenho Técnico Topográfico em CAD 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Entender os fundamentos da topografia e sua importância nas áreas científica e tecnológica. 2. Realizar levantamentos planimétricos. 3. Elaborar nivelamento topográfico. 4. Projetar e digitalizar desenhos topográficos. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Desenho Técnico Topográfico em CAD 10 Levantamento Topográfico OBJETIVO: Ao longo deste primeiro capítulo, será desenvolvido um estudo conceitual dos fundamentos que introduzem a topografia. Assim, serão abordados os fatores históricos que precederam o surgimento dessa técnica. Ao término deste capítulo, você deverá ser capaz de entender os conceitos básicos relacionados à topografia e sua importância nas áreas científica e tecnológica, bem como a relevância dessa técnica para os mais diversos setores da Engenharia. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!. Se analisarmos um livro de história que conta como aconteceu a evolução dos povos e da sociedade, podemos observar que a sociedade primitiva era constituída por povos que não possuíam uma residência fixa: os nômades. Eram grupos da pré-história que viviam em constante mudança de residência. De tempos em tempos, de acordo com as suas necessidades, procuravam outras regiões em que pudessem estabelecer moradia temporária e conseguir fontes de alimentos, sendo as principais caça, pesca e extração de vegetais. Figura 1 – Representação dos povos nômades na atividade de caça Fonte: Pixabay Desenho Técnico Topográfico em CAD 11 Ao longo do tempo, a escassez de fontes de alimentos despertou a necessidade de os povos estabelecerem uma residência fixa, por meio da qual fosse possível trabalhar em prol do controle e da produção das suas próprias fontes de alimentos. Foi nesse contexto que surgiram as atividades de pecuária e agricultura. O novo formato de residência levou a sociedade a desenvolver um formato próprio de organização, que refletiu diretamente nas atividades de agricultura e agropecuária. Assim, o homem precisou aprender a demarcar as áreas em que seriam desenvolvidos esses trabalhos e aquelas que seriam direcionadas para moradia. Por consequência, diversas ferramentas foram criadas para auxiliar nesses processos, quando se datam os primeiros instrumentos de topografia. EXPLICANDO MELHOR: De acordo com a História, os povos egípcios, ao longo do antigo império egípcio, cerca de 4.000 anos a.C., foram os primeiros a desenvolver e utilizar métodos de demarcação da topografia. O Egito é uma região plana, estabelecida às margens do rio Nilo. Uma vez por ano, acontecem as enchentes do rio que inundam diversas áreas de terra. Na fase em que o nível da água do rio diminui, as terras antes inundadasficam cobertas por uma espécie de lodo fertilizante, fruto da inundação do rio. Percebendo como aconteciam as mudanças de nível da água do rio, os povos egípcios foram se estabelecendo ao longo das áreas que o circundavam, mas que não eram atingidas pelas inundações. As áreas fertilizadas pelo rio em que era possível realizar o plantio também foram estabelecidas e demarcadas com marcos e cercados. Assim, esses terrenos férteis eram divididos em fazendas. Um problema recorrente que acontecia nessa fase era a destruição de todas as demarcações das fazendas quando o nível da água do rio subia. Os proprietários desses terrenos não sabiam ao certo onde iniciava e finalizava a sua área para semeadura. Foi então que surgiu a ciência da topografia. Os geômetras da época desenvolveram essa tecnologia para Desenho Técnico Topográfico em CAD 12 definir formalmente como seriam mensuradas as áreas de cada fazenda. Para tanto, foi criado um sistema de medidas padrão, denominado Toesa, um sistema padrão de marcos em regiões onde o rio não alcançava – chamado linha poligonal – e que utilizava apenas medidas lineares de distância. Figura 2 – Exemplo de demarcação da região ao redor do rio Nilo Fonte: Botelho, Francischi Júnior e Paula (2018). O Egito foi uma das primeiras civilizações a desenvolver instrumentação de topografia, mas não foi o único, já que Mesopotâmia, China, Grécia e Roma também utilizaram métodos de demarcação topográfica. De forma geral, para a época, esses processos eram eficientes, mas ainda assim, em relação aos instrumentos mais atuais, esses métodos rudimentares apresentavam baixa precisão. Ao longo do tempo, a técnica evoluiu e novas ferramentas mais precisas foram implementadas até chegar ao formato de levantamento topográfico adotado atualmente. Em paralelo à evolução da técnica, também foram descobertas variadas aplicações para a técnica, que, além de simplesmente demarcar um terreno, era utilizada para questões de orientação, segurança, guerras, construção, sobrevivência, entre outras. Desenho Técnico Topográfico em CAD 13 Conceituando a Técnica de Topografia Em grego, topo significa terra, lugar ou região; e grafia significa descrição ou ato de descrever. Dessa maneira, conceitualmente, topografia significa descrição do lugar. Por meio da técnica de topografia, é possível realizar a mensuração e os cálculos de distâncias e angulações horizontais e verticais com alta precisão, o que a torna primordial para aplicações em Engenharia Civil, Mecânica, Eletrotécnica e de Minas. DEFINIÇÃO: De acordo com Doubek (1989), a topografia tem como foco estudar os mecanismos que podem representar graficamente porções de terrenos. “A Topografia tem por objetivo o estudo dos instrumentos e métodos utilizados para obter a representação gráfica de uma porção do terreno sobre uma superfície plana” (VEIGA; ZANETTI; FAGGION, 2012, p. 1). Para Espartel (1987), a topografia dimensiona as áreas de um terreno da Terra. A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a curvatura resultante da esfericidade terrestre. (VEIGA, ZANETTI; FAGGION, 2012, p. 1) A topografia consiste em uma ferramenta de estudo de áreas e terrenos por meio do uso de conceitos geométricos que permite a medição, o levantamento e a detalhada descrição da forma de um terreno. Essas informações possibilitam e precedem o desenvolvimento de diversas atividades, como delimitação de áreas, levantamento para construções civis, usos agronômicos, entre outras. O levantamento topográfico consiste na medição e coleta de dados referentes a angulações, distâncias, desníveis e medidas lineares e angulares que viabilizam o cálculo de áreas, volumes, coordenadas etc. Desenho Técnico Topográfico em CAD 14 Para tanto, é necessário ter conhecimento sobre instrumentação, técnicas de medição, métodos de cálculo e estimativa de precisão (KAHMEN; FAIG, 1988; VEIGA; ZANETTI; FAGGION, 2012). Nesse sentido, a Norma Técnica Brasileira NBR 13.133 define o levantamento topográfico como o: conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à sua exata representação planimétrica numa escala predeterminada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equidistância também predeterminada e/ou pontos cotados. (ABNT, 1994). O estudo da topografia é dividido em duas ênfases: a topologia e a topometria. A topologia se concentra nas formas exteriores dos terrenos e em todas as leis que orientam as configurações superficiais da Terra. Já a topometria está relacionada às técnicas de medição dos ângulos, das distâncias e dos desníveis característicos de cada terreno. A topometria é dividida em planimetria, planialtimétrica e altimetria. Fluxograma 1 - Subdivisão da topografia Topografia Topologia Topometria Planimetria Altimetria Planialmetria Fonte: Elaborado pelos autores (2022). Desenho Técnico Topográfico em CAD 15 A planimetria considera as dimensões e coordenadas planimétricas do terreno. Assim, não se considera fatores de elevação e relevo dos terrenos. Figura 3 – Planimetria Velódromo Olímpico Fonte: Wikimedia Commons A altimetria considera as dimensões e coordenadas altimétricas, ou seja, tudo que se relaciona aos fatores de elevação, como relevo. Desenho Técnico Topográfico em CAD 16 Figura 4 – Representação de altimetria em montanha ilustrativa Fonte: DIAMETRO Serviços Florestais (2010). A planialtimétrica considera tanto as dimensões e coordenadas planimétricas como as altimétricas. A coleta de todas as informações necessárias para o levantamento topográfico e para a construção da planta topográfica é feita, de acordo com Brinker e Wolf (1977), por meio de um trabalho dividido em 5 etapas gerais: • Etapa 1 – Tomada de Decisão. • Etapa 2 – Aquisição de Dados. • Etapa 3 – Cálculos. • Etapa 4 – Mapeamento. • Etapa 5 – Locação. Desenho Técnico Topográfico em CAD 17 Na prática, inicialmente, o levantamento topográfico é feito a partir do processo prévio de tomada de decisão, por meio do qual são estabelecidos os métodos de levantamento que serão implementados bem como os equipamentos, as posições e os pontos que serão levantados, ou seja, é realizado um planejamento para o desenvolvimento da atividade e as ferramentas que serão utilizadas. Em seguida, inicia-se o trabalho de campo no qual são feitas as aquisições de dados por meio de medições e dimensionamentos. Então, os dados são processados e os cálculos, elaborados a partir das medidas obtidas. Desse modo, determina-se áreas, volumes, coordenadas etc. Com os dados e cálculos em mãos, pode-se elaborar as representações gráficas e os mapeamentos. Por fim, é feita a locação dos pontos. Assim, os pontos são materializados, tornando possível locar ou indicar a posição dos pontos de interesse. Relevância da técnica Como se sabe, o estudo da topografia precede diversos tipos de projetos de engenharia para os quais o terreno em que o plano será implementado necessita ser bem analisado e corretamente adequado às necessidades do que foi projetado. Os dados de um levantamento topográfico podem se fazer presentes em diversas etapas de processos de desenvolvimento de projetos de engenharias, podendo compor desde as fases de planejamento e a análise do terreno até as fases de execução e verificação do comportamento real do local em detrimento às modificações estabelecidas, conforme afirmam os autores Veiga, Zanetti e Faggion (2012). Em diversos trabalhosa Topografia está presente na etapa de planejamento e projeto, fornecendo informações sobre o terreno; na execução e acompanhamento da obra; realizando locações e fazendo verificações métricas; e finalmente no monitoramento da obra após a sua execução, para determinar, por exemplo, deslocamentos de estruturas. (VEIGA; ZANETTI; FAGGION, 2012, p. 4) As técnicas de levantamento topográfico podem e devem ser aproveitadas em diversos tipos de projetos: na construção de edifícios; no projeto de estradas, pontes, viadutos, túneis subterrâneos, portos de navios e terraplanagem; no planejamento de cidades; em projetos de Desenho Técnico Topográfico em CAD 18 reflorestamento, irrigação e drenagem; na construção de hidrelétricas e barragens; na locação de obras e bases de maquinários; na construção de subestações e linhas de transmissão de energia, entre muitos outros. EXEMPLO: Em projetos de construção civil, a topografia fornece informações de todo o levantamento planimétrico do terreno em que a construção será iniciada, ou seja, todas as informações das distâncias e coordenadas horizontais e verticais. Isso possibilita a alocação correta de aterramento, fundamental para a fundação, e que durante a execução da construção sejam controlados os níveis, prumadas e alinhamentos, entre outras finalidades. Outro exemplo da importância de levantamento topográfico é a sua utilização em projetos de recuperação de áreas degradadas. De acordo com Testoni e Backes (2009), por meio do estudo topográfico de um setor, é possível caracterizar os danos ambientais causados e seus efeitos para o ambiente. A falta da mata ciliar, a erosão e o assoreamento dos rios são exemplos de fatores que podem ser analisados por um estudo topográfico. De acordo com Loch (2000), as plantas topográficas são ferramentas indispensáveis em qualquer projeto de engenharia que necessite ser estabelecido em um terreno e a planta é a primeira e insubstituível peça de estudo. Nenhum projeto de construção de obras civis ou militares pode dispensar o prévio levantamento topográfico. Aliás, esta é uma exigência não apenas de caráter técnico, mas também ecológico e ambiental. É sobre as plantas topográficas que se estudam os terrenos e sobre estas que se elaboram os projetos. (TESTONI, 2009, p. 54) Diante disso, pode-se mensurar a relevância dessa ferramenta tão antiga na atualidade em uma sociedade cada vez mais tecnológica, que avança na construção de obras mais avançadas e complexas. Desenho Técnico Topográfico em CAD 19 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Ao longo deste capítulo, nós estudamos que os povos egípcios foram os primeiros a desenvolver e utilizar métodos de demarcação da topografia, por meio de um sistema de medidas padrão denominado Toesa, que consistia em um sistema padrão de marcos em regiões onde o rio não alcançava, denominado linha poligonal. A topografia é uma técnica de mensuração e cálculos de distâncias e angulações horizontais e verticais de terrenos com alta precisão, o que a torna primordial para aplicações em Engenharia Civil, Mecânica, Eletrotécnica e de Minas. Para tanto, faz-se necessário ter conhecimento sobre instrumentação, técnicas de medição, métodos de cálculo e estimativa de precisão. A topografia é dividida em duas ênfases: a topologia e a topometria. A topometria é dividida em planimetria, planialtimétrica e altimetria. O levantamento topográfico e a construção da planta topográfica são desenvolvidos por meio de um trabalho dividido em: tomada de decisão, aquisição de dados, cálculos, mapeamento e locação. As plantas topográficas são ferramentas indispensáveis em qualquer projeto de engenharia que necessite ser estabelecido em um terreno. Segundo Loch (2000), a planta é a primeira e insubstituível peça de estudo. Desenho Técnico Topográfico em CAD 20 Levantamento Planimétrico OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender e utilizar corretamente os elementos básicos e necessários para a construção de uma planta topográfica planimétrica, os conceitos fundamentais e os elementos essenciais para a construção de uma representação gráfica, e os tipos de levantamentos planimétrico, ângulos, distâncias e orientações características desse tipo de levantamento. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!. O levantamento planimétrico, no geral, está relacionado com todas as medições ao longo do plano (x, y) em relação ao plano topográfico estabelecido. Assim, os procedimentos desenvolvidos nessa fase de estudo não consideram fatores relacionados ao relevo. A representação gráfica tem como base todos os aspectos que estão na extensão do terreno, como localização, posição, orientação, angulações e distâncias. Inicialmente, em um levantamento topográfico do tipo planimétrico, altimétrico ou planialtimétrico, pontos conhecidos como de apoio são determinados e, então, com base neles, são coletados os demais parâmetros. A NBR 13.133 regulamenta que os pontos de apoio servem para amarrar o levantamento topográfico ao terreno e devem, portanto, ser corretamente distribuídos ao longo de toda a extensão. Ainda, de acordo com essa norma, os demais parâmetros necessários para o levantamento podem ser obtidos por meio de uma série de operações topográficas, que permitem que, a partir dos pontos de apoio topográfico, sejam determinadas posições planimétricas e/ou altimétricas. Para os pontos que foram levantados estrategicamente ao longo da extensão do terreno, são atribuídas coordenadas. No caso da planimetria, essas coordenadas são identificadas ao longo do plano x e y, consistindo, Desenho Técnico Topográfico em CAD 21 assim, em coordenadas planas. Esses valores projetados são função da distância relativa entre os vértices de um alinhamento e o azimute, ou rumo. DEFINIÇÃO: Alinhamento topográfico consiste em um segmento de reta entre dois pontos extremos que apresenta sentido, extensão e orientação definidos. Rumo consiste no menor ângulo que se estabelece entre a linha Norte-Sul e o alinhamento em questão. Esse ângulo pode variar de 0 a 90° e precisa ser indicado no quadrante em que é feito o alinhamento. O azimute é o ângulo que se forma entre o Norte e o alinhamento. No caso, é medido em sentido horário, tendo como referência o Norte, e pode sofrer variação de 0 a 360°.. Operações Topográficas As operações topográficas clássicas para o levantamento planimétrico são poligonação, irradiação, interseção e ordenadas. A seguir, abordaremos conceitualmente as características de cada um desses mecanismos. Poligonação O método da poligonação é amplamente utilizado. Por meio dele, são determinadas as coordenadas planas. Desse modo, os pontos de apoio planimétricos são determinados por poligonação. De maneira geral, a poligonal é formada por um conjunto de linhas estabelecidas consecutivamente, para as quais são determinados comprimento e direção. Para a construção da poligonal, utiliza-se o método do caminhamento, em que o contorno da área é percorrido e, ao longo desse caminho, são definidos pontos e medidos os respectivos ângulos, lados e orientação-base. Esses dados dão suporte para a Desenho Técnico Topográfico em CAD 22 obtenção de coordenadas de referência inicial que subsidiam o cálculo de todas as coordenadas dos pontos constituintes da poligonal. De acordo com a NBR 13.133, as poligonais podem ser classificadas de acordo com a ordem de determinação de seus pontos, como: poligonal principal, poligonal secundária e poligonal auxiliar. Assim, uma poligonal principal identifica os pontos de apoio de primeira ordem, enquanto a poligonal secundária se apoia na poligonal principal e determinaos pontos de apoio secundários (Figura 6) e a poligonal auxiliar se baseia nos pontos planimétricos, sendo utilizada para coletar os pontos de detalhes relevantes, que dependem da escala e do nível de detalhamento do levantamento. As poligonais podem ser construídas em três formatos: abertas, fechadas ou amarradas. Na poligonal aberta, as linhas da poligonal não se fecham, ou seja, não há um retorno ao ponto de partida do caminhamento e não intersecta pontos já estabelecidos de coordenadas já identificadas. Figura 5 – Poligonal aberta Fonte: Borges (2017). A poligonal é fechada quando há o retorno do caminhamento da poligonal para o ponto de início, ou seja, o ponto de partida com coordenadas já estabelecidas é também o ponto de finalização da construção da poligonal. Esse mecanismo apresenta a vantagem de garantir a verificação da ocorrência de possíveis erros de fechamento da poligonal. Desenho Técnico Topográfico em CAD 23 Figura 6 – Poligonal fechada Fonte: Borges (2017). A poligonal amarrada possui os pontos com coordenadas de partida e de fechamento conhecidas, mas a diferença é que utilizam dois pontos de partida distintos e conhecidos e finalizam em dois pontos de coordenadas conhecidas. Figura 7 – Poligonal amarrada Fonte: Borges (2017). Desenho Técnico Topográfico em CAD 24 Vale salientar que, para a construção da poligonal, ao menos um ponto precisa ter suas coordenadas previamente conhecidas, bem como sua orientação. Irradiações O método de irradiação é utilizado para levantamento de áreas pequenas e relativamente planas. O ponto de início do processo de irradiação é uma linha de referência, que já deve ser conhecida e serve para a medição de um ângulo e de uma distância exata. Assim, assemelha- se a um sistema de coordenadas polares. De forma geral, por meio desse método, o equipamento de medição é mantido fixado sobre um ponto e a varredura dos elementos é feita no entorno desse ponto, para medir direções e distâncias. Interseções No método de interseção, são obtidas as coordenadas planimétricas de um ponto, tendo como referência dois outros pontos de coordenadas conhecidas e as medidas angulares. Analise a figura a seguir. Figura 8 – Interseção Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 173). Desenho Técnico Topográfico em CAD 25 No método de interseção, as coordenadas de A(Xa,Ya) e de B(Xb,Yb) são previamente conhecidas e a partir delas são determinados os ângulos α e para posterior cálculos das coordenadas C(Xc,Yc). Ordenadas O método das ordenadas visa ao levantamento de alinhamentos curvos e auxilia o uso do método de poligonação. Alinhamentos auxiliares são traçados e, com base neles, são levantadas ordenadas para a aquisição do alinhamento. A figura a seguir exemplifica o método das ordenadas. Observe que, para cada ponto, há um valor de x e de y. Os pontos de 1 a 6 foram identificados a partir de distâncias em x no alinhamento auxiliar e de distâncias em y mensuradas com base em linhas perpendiculares ao alinhamento. Figura 9 – Ordenada Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 132). Desenho Técnico Topográfico em CAD 26 Ângulos, Orientação e Distâncias Calculadas na Topografia Ângulos A construção de levantamentos topográficos se baseia em fundamentos trigonométricos e geométricos. Isso explica o fato de serem coletados dados referentes a ângulos e distâncias nos métodos planimétricos apresentados anteriormente. Em topografia, a goniologia é o ramo responsável pelos estudos referentes aos ângulos da topografia. Como já se sabe, os ângulos são medidos em graus ou radianos. Os ângulos medidos são divididos em: ângulos horizontais e ângulos verticais. Os ângulos horizontais podem classificados de acordo com a forma de leitura. Assim, podem ser de três tipos: diretos (interno e externo); deflexões (esquerda e direita); e de orientação (rumo e azimute). Os ângulos verticais podem ser: nadiral; de inclinação; e zenital. Para a medição desse parâmetro, utiliza-se o instrumento goniômetro. Fluxograma 2 - Relação de ângulos calculados na topografia Direitos Deflexão De orientação Nadiral De inclinação Zenital Ângulos da Topografia Horizontal Vertical Fonte: Elaborado pelos autores (2022). Desenho Técnico Topográfico em CAD 27 Os ângulos horizontais são obtidos a partir de um ponto da topografia em uma poligonal e medidos entre as projeções de dois alinhamentos. Na figura a seguir, podemos observar como esses ângulos horizontais podem ser lidos. O ângulo direto é definido externo ou interno de acordo com a poligonal. Assim, se for feita leitura internamente à poligonal, o ângulo é dito interno, já se for feita a leitura externamente, o ângulo é externo. Em relação à deflexão, tem-se que ela se relaciona à orientação da leitura, se é feita no sentido horário ou anti-horário. O ângulo é considerado rumo se variar de 0 a 90° em relação ao Norte e azimute se, em referência ao Norte, sofrer variação de 0 a 360°. Figura 10 – Ângulos da topografia Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 138). Orientação das plantas Uma etapa de grande importância em um levantamento topográfico é o posicionamento correto e a adoção adequada da orientação das plantas. Por meio desse mecanismo, é possível identificar com precisão o posicionamento da poligonal construída e do alinhamento topográfico em relação à superfície da Terra, levando-se em consideração o Norte magnético ou Norte verdadeiro da Terra. Essa orientação relaciona a Desenho Técnico Topográfico em CAD 28 direção da poligonal ou do alinhamento em relação ao Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Noroeste e Sudoeste. Distâncias A medição de distâncias topográficas é feita a partir de elementos lineares. Em topografia, existem algumas distâncias que são primordiais: a distância horizontal (DH), a distância vertical (DV), a distância natural (DN) e a distância de inclinação (DI). Figura 11 – Distâncias da topografia Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 53). DH é a distância entre dois pontos ao longo do plano x, y, perpendicular ao eixo zênite-nadir, sendo a distância topográfica útil. DV é a distância que fica perpendicular à DH, sendo paralela ao eixo zênite-nadir. Entre os tipos de DV, é possível citar: nível, cota e altitude. DI é a distância que une dois pontos os quais DH e DV são diferentes de zero. A DN é a distância natural dada ao longo do terreno. Desenho Técnico Topográfico em CAD 29 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que o levantamento planimétrico, no geral, está relacionado a todas as medições ao longo do plano (x, y) e não considera fatores relacionados ao relevo. A NBR 13.133 regulamenta que os pontos de apoio servem para amarrar o levantamento topográfico ao terreno e devem, portanto, ser corretamente distribuídos ao longo de toda a extensão. As operações topográficas clássicas para levantamento planimétrico são poligonação, irradiação, interseção e ordenadas. A construção de levantamentos topográficos se baseia em fundamentos trigonométricos e geométricos, o que explica o fato de serem coletados dados referentes a ângulos e distâncias. Os ângulos medidos são divididos em: ângulos horizontais e ângulos verticais. Os ângulos horizontais podem classificados de acordo com a forma de leitura. Assim, podem ser de três tipos: diretos (interno e externo), deflexões (esquerda e direita) e de orientação (rumo e azimute). Os ângulos verticais podem ser: nadiral, de inclinação e zenital. A orientação possibilita identificar com precisão o posicionamento da poligonal construída e do alinhamento topográfico em relação à superfície da Terra, levando-se em consideração o Norte magnético ou Norteverdadeiro da Terra. Por fim, a medição de distâncias topográficas é feita a partir de elementos lineares. Desenho Técnico Topográfico em CAD 30 Nivelamento Topográfico OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender e utilizar corretamente alguns elementos básicos que são necessários para a construção de uma planta topográfica altimétrica, pois permitem a construção fidedigna de uma representação gráfica de elementos de relevo, a saber: ponto cotado e curvas de nível. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!. Assim como o levantamento das coordenadas no plano (x, y) fornece dados relacionados à planimetria de um terreno, o levantamento de coordenadas ao longo do eixo z fornece informações relativas à altimetria de um terreno. A altimetria é a parte do estudo topográfico que contempla todos os elementos que se estabelecem ao longo de distâncias verticais em relação ao solo de um terreno, estando diretamente interligada às características do relevo presente sobre o terreno em estudo. Durante o processo de levantamento altimétrico, alguns parâmetros específicos são identificados em uma superfície. São eles: diferença de nível, diferença de cotas e altitudes. De forma geral, ao se estabelecer um ponto de referência, pode-se calcular diferenças de cotas e altitudes relativas a esse ponto, sendo esse processo conhecido como nivelamento. Todos esses dados, uma vez coletados e adequadamente tratados, fornecem informações suficientes para a construção de plantas, cartas e mapas tridimensionais. Desenho Técnico Topográfico em CAD 31 DEFINIÇÃO: As distâncias obtidas ao longo de um eixo vertical que interliga um ponto a um plano de referência são denominadas cota, ou nível aparente. A distância entre um ponto na superfície da Terra e o plano de referência altimétrica (nível do ar) é denominada altitude, ou nível verdadeiro. Figura 12 – Distâncias de cota e altitude Fonte: Engenharia Civil (2020). Considerando os valores da cota ou da altitude de um ponto e a diferença relativa de nível desse ponto e de outro ponto, é possível calcular a altitude ou a cota do segundo ponto. SAIBA MAIS: No Brasil, existe um órgão específico que estabelece as altitudes do país, que é a Rede Altimétrica Brasileira, controlada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desenho Técnico Topográfico em CAD 32 DEFINIÇÃO: Por definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas, a altimetria consiste em um: Levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas relativas a uma superfície de referência dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhe, pressupondo- se o conhecimento de suas posições planimétricas, visando à representação altimétrica da superfície levantada. (ABNT, 1994, p. 3) Métodos de nivelamento A determinação das alturas relativas a uma superfície de apoio pode ser desenvolvida por meio de diferentes métodos, cada um apresentando um grau relativo de precisão, ou seja, os valores de precisão variam alguns centímetros ou mesmo submilímetros. Assim, suas aplicações variam de acordo com a finalidade do projeto em execução. Os métodos são: nivelamento geométrico, nivelamento trigonométrico e nivelamento taqueométrico. Nivelamento geométrico O método de nivelamento geométrico apresenta maior precisão nos valores de altitudes e cotas obtidas por diferença de níveis relativos entre pontos. De acordo com a ABNT, o nivelamento é feito por meio de leituras correspondentes àquelas visadas horizontais em miras dispostas verticalmente nos pontos de estudo. Nivelamento que realiza a medida da diferença de nível entre pontos no terreno por intermédio de leituras correspondentes a visadas horizontais, obtidas com um nível, em miras colocadas verticalmente nos referidos pontos. (ABNT, 1994, p. 3) Desenho Técnico Topográfico em CAD 33 Figura 13 – Nivelamento geométrico Fonte: Coelho Júnior, Neto Rolim e Andrade (2014). O processo de nivelamento geométrico é feito por meio do uso de níveis ópticos ou digitais, que determinam o nível de precisão da leitura topográfica realizada. De acordo com a NBR 13.133, a precisão dos níveis é função do desvio-padrão de 1 km de duplo nivelamento, sendo possível observar essa classificação no quadro a seguir. Quadro 1 – Classificação dos níveis quanto à precisão Classificação Desvio-padrão Baixa precisão >± 10 mm/km Média Precisão ≤± 10 mm/km Alta precisão ≤± 3 mm/km Precisão muito alta ≤± 1 mm/km Fonte: Elaborado pelos autores com base em ABNT (1994). Nivelamento trigonométrico O método de nivelamento trigonométrico é resultado do cálculo das distâncias ao longo do eixo vertical. Por meio de cálculos trigonométricos, é estabelecida uma relação trigonométrica entre os ângulos e distâncias medidos. Nivelamento que realiza a medição da diferença de nível entre pontos no terreno, indiretamente, a partir da determinação do ângulo vertical da direção que os une e da distância entre estes, fundamentando-se na relação trigonométrica entre o ângulo e a distância medidos, levando em consideração a altura do centro do limbo Desenho Técnico Topográfico em CAD 34 vertical do teodolito ao terreno e a altura sobre o terreno do sinal visado. (ABNT, 1994, p. 4) Figura 14 – Nivelamento trigonométrico Fonte: Coelho Júnior, Neto Rolim e Andrade (2014). Nivelamento taqueométrico O nivelamento taqueométrico é um nivelamento trigonométrico por meio do qual as distâncias são identificadas taqueometricamente e a altura do sinal é visada pelo fio médio da luneta do teodolito sobre uma mira colocada no ponto de determinação. Nivelamento trigonométrico em que as distâncias são obtidas taqueometricamente e a altura do sinal visado é obtida pela visada do fio médio do retículo da luneta do teodolito sobre uma mira colocada verticalmente no ponto cuja diferença de nível em relação à estação do teodolito é objeto de determinação. (ABNT, 1994, p. 4) Desenho Técnico Topográfico em CAD 35 Representação do Relevo Na representação do relevo de um terreno altimetricamente são utilizados dois procedimentos: a representação por pontos cotados e a representação por curvas de nível. Pontos cotados Uma vez coletados todos os pontos e feitos os respectivos cálculos de altura relativos a esses pontos, as coordenadas são distribuídas nas plantas próximas a cada ponto e são identificadas a cota e a altitude. Por meio da representação de pontos cotados, ortogonalmente são projetados os pontos do terreno sobre o plano de referência, como apresenta a figura a seguir. Figura 15 – Pontos cotados Fonte: Coelho Júnior, Neto Rolim e Andrade (2014). A altura dos pontos é expressa em metros. Curvas de nível A representação altimétrica por meio de curvas de nível se dá pela junção de pontos de igual altura por meio de curvas planas, que resultam da interseção da superfície física com o plano de referência, ou seja, é como se o terreno fosse observado por meio da vista superior. A aparência é que todos os elementos constituem o mesmo plano, só que cada nível representa uma altura distinta. Desenho Técnico Topográfico em CAD 36 Segundo Coelho Júnior, Neto Rolim e Andrade (2014), a curva de nível é uma linha imaginária que representa o relevo: Curva de nível é uma forma de representação do relevo, a partir de linhas imaginárias que unem pontos de igual altura no terreno (cota ou altitude) e equidistantes entre si, representadas em uma planta/carta/mapa. (COELHO JÚNIOR; NETO ROLIM; ANDRADE, 2014, p. 138) Convencionalmente, as seções horizontais devem ser equidistantes numericamente. Assim, a distância de uma curva de nível para a outra deve ser a mesma em todo o desenho. Figura 16 – Representação de curvas de nível em um terreno ilustrativo Fonte: Coelho Júnior, Neto Rolim e Andrade (2014). De acordo com a NBR 13.133, o uso daescala e da equidistância deve estar de acordo com o quadro a seguir: Quadro 2 – Escalas e equidistâncias de curvas de nível Escala Equidistância 1:500 a 1:1000 1 m 1:2000 2 m 1:5000 5 m 1:10000 10 m Fonte: Elaborado pelos autores com base em ABNT (1994). Desenho Técnico Topográfico em CAD 37 As curvas de nível precisam ser desenhadas de tal maneira que consigam representar com fidelidade o terreno que está sendo levantado topograficamente. Quanto menor a equidistância utilizada, melhor representado será o relevo. De maneira geral, as curvas de nível são formadas por divisores de água, talvegues, gargantas, contrafortes, entre outros elementos. Os talvegues são as linhas que representam recolhimento de água, curvas com menores valores de cotas apontadas para curva de cotas maiores. Os divisores de água são a linha que divide o sentido de escoamento da água e servem, no geral, para delimitar as bacias. Elevações, curvas e elementos de maiores valores de cota apontando para curvas de menor valor de cota representam divisores de água. Figura 17 – Representação de curvas de nível em um terreno ilustrativo Fonte: Coelho Júnior, Neto Rolim e Andrade (2014). Figura 18 – Representação de curvas de nível em um terreno ilustrativo Fonte: Coelho Júnior, Neto Rolim e Andrade (2014). Desenho Técnico Topográfico em CAD 38 Existem algumas características das curvas de nível que são essenciais em uma planta altimétrica. São elas: • O formato das curvas deve ser suave com ângulos constantes e sem ângulos bruscos. • Curvas de nível diferentes nunca devem se tocar, uma vez que representam diferentes altitudes. • À medida que o afastamento de uma curva para outra se eleva, mais plano está se tornando o relevo; e quanto mais juntas, maior a diferença de nível. • Outra característica é que as curvas de nível são segmentos contínuos. Assim, nunca haverá uma interrupção de uma curva. • A espessura dos traços das curvas de nível pode variar, como forma de facilitar a leitura e a identificação de cada curva. As curvas podem ser classificadas como mestras, quando são mais espessas, ou intermediárias, quando são mais finas. Além dessas, há as auxiliares. Todas essas características servem para a construção de uma planta altimétrica de fácil leitura e compreensão. Por isso, são regras gerais que devem ser de conhecimento de profissionais da área. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Desenho Técnico Topográfico em CAD 39 Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que o levantamento de coordenadas ao longo do eixo z fornece informações relativas à altimetria de um terreno, visando determinar as alturas relativas a uma superfície de referência dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhe. Durante o processo de levantamento altimétrico, alguns parâmetros específicos são identificados em uma superfície. São eles: diferença de nível, diferença de cotas e altitudes. Os métodos são: nivelamento geométrico, nivelamento trigonométrico e nivelamento taqueométrico. Na representação do relevo de um terreno altimetricamente são utilizados dois procedimentos: a representação por pontos cotados e a representação por curvas de nível. Curva de nível é uma forma de representação do relevo, a partir de linhas imaginárias que unem pontos de igual altura no terreno. Desenho Técnico Topográfico em CAD 40 Desenho Topográfico OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender e utilizar corretamente alguns elementos básicos que são necessários para a construção de uma planta topográfica. São componentes que permitem a construção fidedigna de uma representação gráfica de elementos superficiais terrestres, como sistemas de coordenadas, escalas, unidades de medidas e mecanismos de orientação geográfica. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!. Diversas técnicas e ferramentas matemáticas são utilizadas para fazer a correta representação dos elementos reais aferidos em um levantamento topográfico para valores correspondentemente representativos no papel. Ferramentas como sistemas de coordenadas, escalas, unidades de medidas e orientação geográfica são conhecimentos essenciais para a materialização desses documentos. Nesse sentido, nosso capítulo embasará essas informações, que serão de suma importância para a construção da planta topográfica nas unidades subsequentes. Sistema de Coordenadas O levantamento topográfico tem por finalidade determinar as coordenadas relativas de pontos referentes a um dado terreno. Essa determinação é expressa em um sistema de coordenadas. O plano topográfico local é a referência utilizada para a aquisição das medidas topográficas de um terreno, em que são obtidos os ângulos e as distâncias horizontais. A representação gráfica de um levantamento topográfico consiste em um sistema de coordenadas plano local de acordo com o terreno levantado. Desenho Técnico Topográfico em CAD 41 DEFINIÇÃO: Um plano topográfico é uma superfície plana sobre a qual é feita a representação do terreno, que consiste em um plano horizontal que tangencia o esferoide da Terra no ponto em que será desenvolvido o levantamento topográfico. Neste plano, devem estar situados os pontos topográficos em estudo. É definido por um plano (x, y) no qual estão posicionados os pontos do levantamento topográfico.. Figura 19 – Representação do plano topográfico Fonte: Andrade (2016). No geral, são utilizados dois sistemas básicos de coordenadas para definição tridimensional dos pontos levantados: o sistema de coordenadas cartesianas e o sistema de coordenadas esféricas. Sistema de coordenadas cartesianas De maneira conceitual, o sistema de coordenadas cartesianas se caracteriza no espaço bidimensional pelo conjunto de retas x e y (Figura 20), formando um sistema de eixos ortogonais no plano perpendiculares entre si. Já no espaço tridimensional, tem como característica ser formado por um conjunto de retas x, y e z (Figura 20), formando os eixos coordenados, geralmente, mutuamente perpendiculares entre si, ou seja, com um ângulo de 90° no ponto em que se tocam. Desenho Técnico Topográfico em CAD 42 Figura 20 – Representação de eixos ortogonais x e y Fonte: SnappyGoat (2022). Um ponto no eixo ortogonal plano é definido por meio de uma coordenada no eixo x, conhecida matematicamente como abscissa, e uma coordenada no eixo y, conhecida matematicamente como ordenada. A notação geral de um ponto é representada por: P(x,y) ou P=(x,y). Figura 21 – Representação de eixos ortogonais x, y e z Fonte: SnappyGoat (2022). A notação geral de um ponto nesse tipo de sistemas é representada por: P(x,y,z) ou P=(x,y,z). Desenho Técnico Topográfico em CAD 43 Sistema de coordenadas esféricas No sistema de coordenadas esféricas, um ponto é representado por meio de coordenadas r e , esféricas. A coordenada r representa a distância relativa entre um ponto até a origem do sistema de coordenadas. A coordenada α representa o ângulo entre o semieixo x>0 e a projeção do ponto no plano xy. No caso da Figura 8, a projeção do ponto P é o ponto P’. Por fim, o ângulo α representa a angulação entre a o segmento que vai do ponto P até a origem do sistema de coordenadas e o semieixo z>0. É possível estabelecer uma relação entre o sistema de coordenadas cartesianas e o sistema de coordenadas esféricas por meio de um vetor posicional expresso a seguir: FÓRMULA: Figura 22 – Representação do sistema de coordenadas esféricas Fonte: UFRGS (2020). Desenho Técnico Topográfico em CAD 44 Escalas As plantas topográficas, mapas e imagens aéreas e de satélites constituem uma limitada representação de uma porção da superfície da Terra, ou seja, o tamanho apresentado nesses componentes é normalmente inferiorao tamanho real dos elementos que estão representando. Assim, caso os elementos que indiquem proporção, tamanho relativo, entre outros, não sejam indicados nessas representações gráficas, essas se constituem apenas como meras ilustrações, não apresentando utilidade para a interpretação e estudos mais aprofundados. Uma forma de atribuir utilidade a esses produtos é indicando e conhecendo as relações de tamanho real e tamanho gráfico, o que é possível por meio do uso das escalas. A escala é uma ferramenta capaz de auxiliar em diversos aspectos, como controlar a quantidade de dados exibidos e o tamanho do gráfico para a produção; calcular o custo de reprodução, a legibilidade de ampliação ou redução de um mapa existente, a extensão regional das informações apresentadas, o grau e a natureza da generalização realizada, a adequação de uma base disponível para uma finalidade específica, entre outros. DEFINIÇÃO: Escalas podem ser definidas como uma relação entre valores medidos em um desenho e os valores reais correspondentes ao terreno. De acordo com a NBR 8.196, a escala fornece a relação proporcional da dimensão linear do elemento apresentado em desenho e da sua dimensão real. Desenho Técnico Topográfico em CAD 45 A escala de uma planta é representada pela relação a seguir. FÓRMULA: Em que: M é o denominador da escala; d é a distância do desenho; D é a distância do terreno. EXEMPLO: Considere um desenho com 1 cm de comprimento. Sabe-se que o terreno mede 100 m e que a escala utilizada é de 1:10.000. Podemos observar isso por meio do uso da equação a seguir. Lembre-se de que a unidade de centímetro deve ser transformada em metro. De maneira geral, duas condições devem ser respeitadas na utilização de escalas: 1ª As relações entre os todos os lados do elemento devem apresentar a mesma razão de escala. 2ª Não devem ser estabelecidas alterações para os ângulos do elemento em relação ao objeto gráfico e o objeto real. Notação A representação numérica de uma escala pode seguir duas notações, com uso de barra (/), no formato de fração; ou dois pontos (:), no formato de proporção: 1ª 1/10; 1/100; 1/1000. 2ª 1:10; 1:100; 1:1000. Desenho Técnico Topográfico em CAD 46 Classificação das escalas É possível relacionar o elemento real e a sua representação gráfica quanto ao tamanho relativo que apresenta um em relação ao outro. Nesse sentido, a escala pode ser considerada natural, de ampliação ou de redução. 1. Natural: quando o tamanho real do objeto é equivalente ao tamanho graficamente representado. Exemplo: d=D D/d=1 e escala é de 1:1. 2. Redução: quando o tamanho real do objeto é maior que seu tamanho graficamente representado. Exemplo: D/d=100 e a escala é de 1:100. 3. Ampliação: quando o tamanho real do objeto é menor que seu tamanho graficamente representado. Exemplo: D/d=0.01 e a escala é de 100:1. Tipos de escala Uma vez calculada e estabelecida a escala de uma representação gráfica, é possível reproduzi-la no documento de duas formas distintas: numérica ou gráfica. • Escala numérica: uma escala do tipo numérica apresenta a relação entre o tamanho real e gráfico dos elementos no formato de proporção. É composta pelo módulo da escala que equivale a quantas vezes o tamanho real do objeto é ampliado ou reduzido. Notação: E=M:1 (ampliação) ou E=1:M (redução). • Escala gráfica: a escala do tipo gráfica apresenta uma barra dividida em partes iguais nas cores preta e branca, representando a relação de tamanho real e gráfico. Desenho Técnico Topográfico em CAD 47 Figura 23 – Representação de escala gráfica Fonte: Coelho Júnior, Neto Rolim e Andrade (2014). SAIBA MAIS: No quadro a seguir são apresentados alguns valores de escalas comumente utilizados em alguns tipos de projetos. Quadro 3 – Alguns valores padrão de escalas Projeto Escala Detalhamento de terrenos urbanos 1:50 Lotes pequenos e edifícios 1:100 e 1:200 Loteamento urbano 1:500 e 1:1000 Propriedades rurais 1:1000; 1:2000; 1:5000 Cartas de municípios 1:50000; 1:100000 Mapas de estados, países e continentes 1:200000; 1:10000000 Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 37). Desenho Técnico Topográfico em CAD 48 Grandezas As grandezas lineares e angulares são basicamente as medidas utilizadas em topografia, mas são utilizadas também medidas de superfície e de volume. Unidades de medidas lineares No desenvolvimento de levantamentos topográficos, convencionou- se que a unidade de medida padrão a ser utilizada seria o metro (m) e seus múltiplos para medidas lineares. Quadro 4 – Unidades múltiplos e submúltiplos do metro Múltiplos Unidade Submúltiplos Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro km hm Dam m dm cm mm 1000 100 10 1 0,1 0,01 0,001 Fonte: Elaborado pelos autores (2022). Unidade de medida de superfície A medição de áreas agrárias é feita usando o hectare (ha), sendo que 1 hectare é equivalente a 10.000 metros quadrados. Outras unidades podem ser utilizadas, como o alqueire, mas como o seu valor varia em algumas regiões, é necessário ter muita atenção. Quadro 5 – Unidades múltiplos e submúltiplos do metro quadrado Múltiplos Unidade Submúltiplos Quilômetro2 Hectômetro2 Decâmetro2 Metro2 Decímetro2 Centímetro2 Milímetro2 km2 hm2 Dam2 m2 dm2 cm2 mm2 1000000 10000 100 1 0,01 0,0001 0,000001 Fonte: Elaborado pelos autores (2022). Unidade de medida de volume A medição de volumes pode ser dada por meio do litro (L) ou do metro cúbico (m3), sendo este o padrão. [1 litro = 0,001 m3]. Desenho Técnico Topográfico em CAD 49 Unidades de medidas angulares As medidas angulares são dadas em graus (°) e seus múltiplos. Figura 24 – Círculo trigonométrico representando variados ângulos Fonte: Wikimedia Commons Todas essas unidades são utilizadas durante o processo de levantamento topográfico para a mensuração dos mais variados parâmetros relacionados à altimetria e à planimetria. Vale salientar que conhecer as técnicas de conversão de uma unidade para a outra é de suma importância, pois pode ser comumente encontrada em problemas práticos dos projetos. Desenho Técnico Topográfico em CAD 50 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que diversas técnicas e ferramentas matemáticas são utilizadas para fazer a correta representação dos elementos reais aferidos em um levantamento topográfico para valores correspondentemente representativos no papel. A representação gráfica de um levantamento topográfico consiste em um sistema de coordenadas plano local de acordo com o terreno levantado. No geral, são utilizados dois sistemas básicos de coordenadas para a definição tridimensional dos pontos levantados: o sistema de coordenadas cartesianas e o sistema de coordenadas esféricas. Outra ferramenta são as escalas que estabelecem uma relação entre valores medidos em um desenho e os valores reais correspondentes ao terreno. De acordo com a NBR 8.196, a escala fornece a relação proporcional da dimensão linear do elemento apresentado em desenho e da sua dimensão real. A escala pode ser considerada natural, de ampliação ou de redução, numérica ou gráfica. Além disso, tem-se que em topografia são utilizadas grandezas lineares e angulares como unidades de medida. No geral, o metro é a principal unidade linear, mas existem outras variações que podem ser utilizadas. Desenho Técnico Topográfico em CAD 51 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13133: Execução de levantamento topográfico. Rio de Janeiro: ABNT, 1994. ANDRADE, A. M. Conceitos fundamentais. Unaí: Geotecnologias Aplicadas – GeoTec UFVJM, 2016. Disponível em: https://drive.google. com/file/d/14zh4VoW_6wWN4BeLZ8BYFQ9zSsnif0Jt/view. Acesso em: 17 fev. 2022. BORGES, A. C. TopografiaAplicada à Engenharia Civil. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2017. BOTELHO, M. H. C.; FRANCISCHI JÚNIOR., J. P.; PAULA, L. S. ABC da topografia. São Paulo: Blucher, 2018. BRINKER, R. C.; WOLF, P. R. Elementary Surveying. 6. ed. New York: Harper & Row, 1977. CARVALHO, E. A; ARAÚJO, P. C. As formas de representação do terreno. Natal: EDUFRN, 2007. COELHO JÚNIOR, J. M.; NETO ROLIM, F. C.; ANDRADE, J. S. C. O. Topografia Geral. Recife: EDUFRPE, 2014. DIAMETRO Serviços Florestais. CURVAS de nível, 2010. 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Desenho Técnico Topográfico em CAD _Hlk96002645 _GoBack Levantamento Topográfico Conceituando a Técnica de Topografia Levantamento Planimétrico Operações Topográficas Ângulos, Orientação e Distâncias Calculadas na Topografia Nivelamento Topográfico Representação do Relevo Desenho Topográfico Sistema de Coordenadas Escalas Grandezas