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J U S N AT U R A L I S TA S 
E C O N T R AT U A L I S M O 
M O D E R N O S : 
T H O M A S H O B B E S , 
J O H N L O C K E E 
J E A N - J A C Q U E S R O U S S E A U
A N A C A R O L I N A A C O M 
ana.acom@unioeste.br
C O N T R AT U A L I S M O
• Pensar o Contratualismo a partir dos filósofos modernos é 
pensar as origens do próprio estado moderno ou pelo menos, o 
modo como estes filósofos construíram suas teorias a respeito 
do ‘pacto’ que organiza a vida social e política. 
• O estágio dos homens anterior ao Contrato Social, composto 
apenas pelas leis naturais, dá se o nome de Estado de Natureza. 
Nesse sentido, cabe a realização de um pacto para se alcançar 
um estado de bem-estar social, ou seja, busca-se um Estado 
Civil, onde todos teriam seus direitos naturais garantidos através 
de governo de um Soberano. 
• O Estado Civil será a antítese do estado de natureza; e a 
formação das teorias contratualistas fundamentam o poder 
Estatal.
• Há uma discussão ao longo da história da filosofia que pretende 
responder a seguinte questão: o ser humano, pelo próprio fato 
de possuir uma natureza humana, é possuidor de direitos? 
• Isto é, será que a posse de uma natureza humana implica, por si 
só, a atribuição de direitos àqueles que possuem tal natureza? 
Responder a essas perguntas é responder sobre a existência (ou 
inexistência) de um Direito Natural. Os que defendem que, de 
fato, há um direito natural, decorrente da própria natureza 
humana, defendem algum tipo de jusnaturalismo. 
• Essa discussão é um ponto central na Filosofia Política dos 
filósofos contratualistas modernos. Nela, a existência de certos 
direitos naturais explicará e justificará a existência do Estado, 
que é estabelecida através do contrato social. 
• Para os filósofos, ditos modernos, que pensaram o 
Contratualismo, temos uma oposição à Aristóteles onde o 
homem é na sua essência um ser social. 
• Para o filósofo grego, já haveria desde os primórdios da 
humanidade formações sociais e políticas.
T H O M A S H O B B E S
• ESTADO DE NATUREZA X ESTADO CIVIL 
(civilidade ou das constituições do estado moderno ) 
• O ser humano busca sair do primeiro através do 
estabelecimento do Estado Civil
T H O M A S H O B B E S
• Aspectos da Natureza Humana: 
• "A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do 
corpo e do espírito que, embora por vezes se encontre um homem 
manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do 
que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isso em 
conjunto, a diferença entre um e outro homem não é 
suficientemente considerável para que qualquer um possa com 
base nela reclamar qualquer benefício a que outro não possa 
também aspirar, tal como ele. Porque quanto à força corporal o 
mais fraco tem força suficiente para matar o mais forte, quer por 
secreta maquinação, quer aliando-se com outros que se encontrem 
ameaçados pelo mesmo perigo” (Leviatã, capítulo XIII). 
• Todos os homens, no estado de natureza, seriam mais ou menos iguais 
em capacidades: 
• “Dessa igualdade de capacidade entre os homens resulta a igualdade de 
esperança quanto ao nosso Fim. Essa é a causa de que, se os homens 
desejam a mesma coisa e não possam desfrutá-la por igual, tornam-se 
inimigos e, no caminho que conduz ao Fim (que é, principalmente, sua 
sobrevivência e, algumas vezes, apenas seu prazer) tratam de eliminar ou 
subjugar uns aos outros.” (Leviatã, Parte I, cap. XIII) 
• Instaura-se, assim, uma situação de desconfiança mútua, pois é 
“permitido ao homem aumentar seu domínio sobre seus semelhantes, 
uma vez que isso é necessário à sua sobrevivência”.
• Portanto, não há indivíduo humano que seja tão forte e perspicaz que 
possa alcançar alguma espécie de invulnerabilidade em relação a possíveis 
agressões ou que esteja imune de ser subjugado por outros indivíduos. 
• O ser humano, por natureza, visa saciar seus desejos e alcançar seus 
objetivos. Dentre os desejos, o maior deles é preservar a própria vida. 
Nesse caso, o ser humano faz de tudo para assegurar que isso ocorra. 
Sendo esse o maior dos desejos, podemos determinar, por contraste, o 
maior dos medos: é o medo da morte violenta. Nesse caso, o ser humano 
faz de tudo para evitar que isso ocorra.
Genocyber (1992 – 1993)
• Supondo que não há um Estado Civil organizando e controlando as relações entre os 
indivíduos, como seriam essas relações? Ou seja, como seria, segundo Hobbes, o 
Estado de Natureza? Como se relacionariam os indivíduos humanos, cuja natureza é 
aquela que expomos anteriormente, neste Estado de Natureza? 
• No Estado de Natureza, além da igualdade de capacidades característica da natureza 
humana, há uma igualdade de liberdade, pelo fato de haver uma liberdade total: há o 
poder de tudo fazer e de tudo ter. Usando da Astúcia e da Força, o indivíduo tem o 
direito de fazer tudo o que lhe apetece. Como vimos, o que mais lhe apetece é 
preservar a sua vida e evitar a morte violenta. Desse modo, cada um tem o direito de 
empregar os meios que julgar necessários para alcançar tal objetivo.
• Esse direito à liberdade total, limitada apenas pela própria 
capacidade do indivíduo, caracteriza o direito natural para 
Hobbes, conforme afirma no capítulo XIV do Leviatã: 
• “O direito de natureza (...) é a liberdade que cada homem 
possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, 
para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua 
vida; e, consequentemente, de fazer tudo aquilo que seu 
próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios 
adequados a esse fim.”
• Esse Direito (por natureza) é liberdade. Diferente da “Lei” que para 
Hobbes é uma restrição a essa liberdade, impõe limites às ações dos 
indivíduos. 
• Direito e Lei para Thomas Hobbes não são sinônimos. 
• No estado de natureza há maior liberdade: há liberdade para tudo, 
incluindo os corpos uns dos outros. E é nessa situação que cada um 
visa saciar seus desejos e objetivos. Evidentemente, o mundo possui 
recursos limitados e, muitas vezes, há conflito entre o que uma pessoa 
quer e o que outra pessoa quer. Pode ocorrer que, para alguém 
alcançar aquilo que quer, outro alguém precise perder o que tem.
• “Assim, existem na natureza humana três causas principais de discórdia: 
Competição, Desconfiança e Glória.” (Leviatã, Parte I, cap. XIII,) 
• A competição leva os homens a se atacarem para alcançar algum benefício. Faz 
com que a violência seja necessária para tomar para si a posse de pessoas 
(mulheres e crianças inclusas) e animais. No caminho da autopreservação, Hobbes 
concedia que qualquer atitude – inclusive se apropriar de outras pessoas – era 
algo esperado. 
• A desconfiança vem em decorrência da ânsia para preservar sua segurança e 
defender seus bens. 
• A glória é desejada porque dela advém a reputação. Aqui também a força é 
usada, só que dessa vez por motivos menos graves: 
• “um sorriso de escárnio, uma opinião diferente da sua, ou qualquer sinal de 
subestima, direta ou indiretamente, de forma a macular sua Decência, seus 
Amigos, sua Nação, sua Profissão ou Nome de Família.” (Leviatã, Parte I, cap. XIII)
• Lembrando da “igualdade na fragilidade” que é compartilhada por todos, pela qual não é muito difícil o 
mais fraco matar o mais forte, um cenário de desconfiança generalizada surge: será que aquela pessoa 
pretende me atacar, a fim de obter alguma coisa? Será que não seria melhor atacá-la antes, a fim de evitar 
que me ataque? 
• Situação de permanente desconfiança e medo, principalmente o da morte violenta, incluindo uma 
tendência de atacar antes de ser atacado. Trata-se, então, de um cenário de guerra de todos contra todos 
(se não for uma “guerra real”, é uma “guerra iminente”). 
• Citação de Hobbes a Plauto: “o homem é o lobo do homem” 
• Estado de Natureza - situação de conflito, desconfiança e medo generalizado. 
•  Como o maior desejo do ser-humano é preservar a própria vida, ele procurará maximamente obter isso. E 
como o maiordos medos é a morte violenta, fará de tudo para evitar isso. No Estado de Natureza, sua vida 
está em constante ameaça. Desse modo, a razão indica o seguinte caminho: sair desse Estado de Natureza. 
É desejável sair dessa situação a fim de obter aquilo o que mais quer. 
• Como o Estado de Natureza é onde há liberdade total para tudo fazer, fica claro que sair dessa situação 
implica uma limitação dessa liberdade. E é isso o que ocorre a partir do estabelecimento de um Estado Civil.
Homem Lobo Do Homem (2020) - Álvaro Baldini Piuco
• Primeiro preceito que trata da lei 
natural e do Direito Natural, expresso 
no Capítulo XIV da primeira parte do 
“Leviatã”: 
• “É um preceito ou regra geral da razão: 
que todo homem deve esforçar-se pela 
paz, na medida em que tenha 
esperança de consegui-la, e caso não a 
consiga pode procurar e usar todas as 
ajudas e vantagens da guerra. “
• O dever de se esforçar para alcançar a paz, expresso na parte inicial, diz respeito à lei natural, na 
medida em que “restringe a liberdade”, com o intuito de obter aquilo que se pretende (que é a paz). 
•  A parte final do preceito, que cita o direito de usar todas as ajudas e vantagens da guerra, trata do 
Direito Natural, pois indica que o indivíduo pode utilizar de todos os meios para preservar a sua 
integridade. Portanto, deve-se buscar a paz, mas, se preciso for, pode-se utilizar a guerra (ou 
qualquer meio necessário) para resguardar a vida. 
•  Um segundo preceito também pode ser obtido a partir do que foi dito: se todos assim fizerem, é 
racional e desejável renunciar ao direito a todas as coisas, à liberdade total, isto é, ao próprio Estado 
de Natureza. É por isso que, pelo medo da morte violenta, e buscando maximizar as chances de 
preservar as suas vidas, os seres-humanos abrem mão da sua liberdade total, do poder de tudo fazer 
e, através de um PACTO SOCIAL, estabelecem o Estado Civil.
• Nesse caso, conforme afirma Hobbes no Capítulo XIV 
do “Leviatã”, ocorre uma limitação da liberdade total, 
que é abarcada pelo Direito Natural, e uma 
transferência da mesma a um “um poder comum 
situado acima dos contratantes, com direito e força 
suficiente para impor seu cumprimento” 
• Estado Civil surge a partir de um contrato social, um 
pacto que abrange a todos os indivíduos, no qual 
abre-se mão do direito de tudo fazer e fica 
estabelecida a existência do Soberano, que é dotado 
de poder coercitivo, em relação ao qual todos os 
outros cidadãos serão súditos. 
•  Soberano, empregando os poderes do Estado, como 
o monopólio da violência: deve garantir a ordem, de 
modo a assegurar que as promessas e os pactos 
sejam cumpridos, e deve assegurar a vida dos 
súditos. 
•  Serão punidos aqueles que desobedecerem o que 
foi estabelecido pelo Estado, na figura da lei 
estabelecida pelo Soberano. Através da coerção, do 
medo, que se buscará garantir a ordem e se efetivar a 
justiça. John Michael Wright’s Charles II (around 1671-76)
• Diz Hobbes, no Capítulo XV do Leviatã: 
•  “[…] a justiça é a vontade constante de dar a cada um o 
que é seu. Portanto, onde não há o seu, isto é, onde não há 
propriedade, não pode haver injustiça. E onde não foi 
estabelecido um poder coercitivo, isto é, onde não há 
Estado, não há propriedade, pois todos os homens têm 
direito a todas as coisas.”
• Portanto, a justiça pressupõe que haja instituição de um Estado e o 
estabelecimento de leis que atribuam o que pertence a cada pessoa 
(e apenas à ela), pois no Estado de Natureza todos têm direito a 
tudo. Por isso que só cabe falar de justiça e injustiça a partir da 
instituição de um Estado Civil. E é isso que Hobbes afirma no 
Capítulo XV do Leviatã: 
• “Onde não há Estado nada pode ser injusto. De modo que a 
natureza da justiça consiste no cumprimento dos pactos válidos, mas 
a validade dos pactos só começa com a instituição de um poder civil 
suficiente para obrigar os homens a cumpri-los, e é também só aí 
que começa a haver propriedade”
• Hobbes apresentou suas ideias primeiro 
em sua obra Do cidadão (1642) e 
depois em Leviatã (1651), em que 
compara o Estado a uma criação 
monstruosa do ser humano, destinada a 
por fim à anarquia e ao caos das 
relações humanas. O nome Leviatã 
refere-se ao monstro bíblico citado no 
Livro de Jó (40-41), onde é assim 
descrito. 
• O seu corpo é como escudos de bronze 
fundido [...] Em volta de seus dentes está 
o terror [...] O seu coração é duro como 
a pedra, e apertado como a bigorna do 
ferreiro. No seu pescoço está a força, e 
diante dele vai a fome [...] Não há poder 
sobre a terra que se lhe compare, pois 
foi feito para não ter medo de nada.
• Para Hobbes, o soberano pode ser um 
rei, um grupo de aristocratas ou uma 
assembléia democrática. O 
fundamental não é o número de 
governantes, mas a determinação de 
quem possui o poder ou a soberania. 
Esta pertence de modo absoluto ao 
Estado, que, por meio das instituições 
públicas, tem o poder para promulgar 
e aplicar as leis, definir e garantir a 
propriedade privada e exigir 
obediência incondicional dos 
governados, desde que respeite dois 
direitos naturais intransferíveis: o 
direito à vida e à paz, pois foi por eles 
que o soberano foi criado. O soberano 
detém a espada e a lei; os governados, 
a vida e a propriedade dos bens.
• Estabelecimento do contrato social que deu origem ao Estado (Leviatã). 
• [...] conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de 
homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a 
uma só vontade [...] é como se cada homem dissesse a cada homem [...] transfiro 
meu direito de governar-me a mim mesmo a este Homem, ou a esta Assembleia 
de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de 
maneira semelhante todas as suas ações. Feito isto, à multidão assim unida numa 
só pessoa se chama Estado [...] É esta a geração daquele grande Leviatã [...] ao 
qual devemos [...] nossa paz e defesa. Pois graças a esta autoridade que lhe é 
dada por cada indivíduo no Estado, é-lhe conferido o uso de tamanho poder e 
força que o terror assim inspirado o torna capaz de conformar as vontades de 
todos eles, no sentido da paz em seu próprio país, e da ajuda mútua contra os 
inimigos estrangeiros. É nele que consiste a essência do Estado, a qual pode ser 
assim definida: uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos 
recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a 
ela poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar 
conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum. Àquele que é portador 
dessa pessoa se chama Soberano, e dele se diz que possui poder soberano. 
Todos os restantes são súditos. (Leviatã)
• Pandemia da Covid-19 
• Leviatã sanitário (Maristella Svampa) - (Leviatán climático de Geoff Mann y Joel 
Wainwright) 
• Estados de exceção para controle de pessoas 
• Pessoas confinadas para evitar o contágio 
• Estados intervindo em benefícios 
• China - controle tecnológico - tele-vigilância
J E A N - J A C Q U E S R O U S S E A U ( 1 7 1 2 - 1 7 7 8 )
• Em sua obra Do Contrato Social, 
publicada em 1762, situa duas 
etapas determinantes do processo 
de transição do estado de natureza 
para o estado civil 
• início da sociedade civil com a 
instituição da propriedade privada 
e, segundo, como simultâneo ao 
aparecimento das desigualdades 
sociais. 
•
R O U S S E A U • Estado de Natureza, Contrato Social, Estado Civil 
• O conceito de Estado de Natureza tem a função 
de explicar a situação pré-social na qual os 
indivíduos existem isoladamente. Duas foram as 
principais concepções do Estado de Natureza: 
• de Hobbes (no século XVII), Estado de Natureza, 
em que os indivíduos vivem isolados e em luta 
permanente, vigorando a guerra de todos contra 
todos. Nesse estado, reina o medo, 
principalmente, o da morte violenta. Para se 
protegerem uns dos outros, os humanos 
inventaram as armas e cercaram as terras que 
ocupavam. Mas sempre haveráalguém mais forte 
que vencerá o mais fraco e ocupará as terras 
cercadas. A vida não tem garantias; a posse não 
tem reconhecimento e, portanto, não existe; a 
única lei é a força do mais forte, que pode tudo 
quanto tenha força para conquistar e conservar.
• Na concepção de Rousseau (no século XVIII), no Estado de Natureza, 
os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que 
a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo 
gesto, o grito e o canto, numa língua generosa e benevolente. Esse 
estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a 
forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um 
terreno e diz: “É meu”. A divisão entre o meu e o teu, isto é, a 
propriedade privada, dá origem ao Estado de Sociedade.
E S TA D O D E N AT U R E Z A
• A definição da natureza humana é um equilíbrio perfeito entre o que se quer e o que se 
tem. O homem natural é um ser de sensações, somente. O homem no estado de natureza 
deseja somente aquilo que o rodeia. Então, os desejos do homem no estado de natureza 
são os desejos de seu corpo. 
• Seus desejos são suas necessidades físicas 
• Estado de natureza: é um lugar positivo que não necessariamente precisaria ser superado 
com um contrato social, pois o homem é naturalmente bom.
POR ROUSSEAU
• O “bom selvagem”: o homem ainda não foi corrompido pelo 
desejo da propriedade. Vivia da subsistência na natureza. 
• “Bom” não corresponde à moral, mas ao neutro – o homem 
simplesmente existia sem desejar nada. 
• O homem é um ser isolado, pois sendo autossuficiente não 
formava comunidades. É o absoluto oposto da sociedade, 
corrompida. 
• a felicidade humana se constituía plenamente, em razão do 
fato de que, nesta fase, encontrava - se o ‘bom selvagem’, este 
que possuía o ‘amor de si’, isto é, um instinto de auto 
conservação, altruísmo e piedade perante os seus 
semelhantes. Em suma, todos tem direitos e são soberanos de 
si mesmos. 
• O segundo momento do estado de natureza em Rousseau é 
caracterizado pela mutabilidade, o homem se aperfeiçoa 
visando o progresso 
• comunicação humana através da linguagem. 
• Conforme as interações se intensificam, nasce a propriedade, 
neste momento surge a desigualdades sociais e políticas, visto 
que é delimitada uma propriedade que pertence a um e não a 
todos. 
• os homens perdem sua liberdade natural, modificando, assim, 
seus valores naturais. 
• Necessidade do Pacto Social que fez surgir a Sociedade Civil
C O R R U P Ç Ã O
• Para Rousseau, é a Sociedade que corrompe o humano. 
• É o surgimento da propriedade privada que causa a desigualdade 
e a desarmonia, visto que, uma vez estabelecida a propriedade 
privada, alguns indivíduos possuem certos bens, que “são deles”, 
enquanto outros estão privados desses bens, pois “não são deles”. 
Com isso, surge a desigualdade na sociedade.
P R O P R I E D A D E
• A questão da propriedade na raiz do contrato - processo, de formação da 
sociedade civil 
• O verdadeiro fundador da sociedade foi o primeiro homem que, tendo cercado um 
terreno, lembrou-se de dizer ‘isto é meu’. 
• Origem numa usurpação, desencadeará inexoravelmente uma série de problemas. 
Esta situação passa a ser a origem de desigualdades que tornariam a sociedade 
nascente atravessada por conflitos insuperáveis. 
• Deu-se assim um pacto entre os ricos ou proprietários, que convenceram os não 
proprietários de que seria vantajoso também para eles um contrato em que todos 
se comprometessem em respeitar e proteger os bens adquiridos por cada um dos 
contratantes. 
• O que aconteceu então foi uma espécie de pacto no qual alguns tiraram proveito da 
ingenuidade e pretensa astúcia de outros, fazendo-os acreditar que participavam da 
fundação de uma sociedade legítima.
• "O primeiro que, tendo cercado um terreno, se lembrou de 
dizer: Isto é meu, e encontrou pessoas bastantes simples 
para o acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade 
civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e 
horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, 
arrancando as estacas ou tapando os buracos, tivesse 
gritado aos seus semelhantes:"Livrai-vos de escutar esse 
impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são 
de todos, e a terra de ninguém !". (Discurso sobre a Origem 
da Desigualdade entre os Homens, 1753)
C O N T R AT O
• Contrato Social Existente como uma contundente crítica de Rousseau à burguesia de sua 
época. 
• O homem tem o instinto natural, e seu instinto é suficiente. Esse instinto é individualista, 
ele não induz a qualquer vida social. Para viver em sociedade, é preciso a razão ao 
homem natural. A razão, para Rousseau, é o instrumento que enquadra o homem, nu, ao 
ambiente social, vestido. Assim como o instinto é o instrumento de adaptação humana à 
natureza, a razão é o instrumento de adaptação humana a um meio social e jurídico. 
• Ao se manter as desigualdades, mostra que o Contrato Social é ineficaz. 
• Homem adquire novas “necessidades”. Através do convívio social o homem torna-se um 
ser degradado e decompõe suas estruturas.
• O contrato social tem por objetivo enfrentar essa desigualdade. Para Rousseau, 
a função do Estado é restabelecer a igualdade entre os indivíduos, pois o Estado 
deve ser pautado de acordo com a Vontade Geral, que é a Vontade Coletiva, a 
vontade do povo. É a Vontade Coletiva que deve orientar a formulação das 
Leis, por exemplo. Portanto, defende Rousseau, a igualdade estaria 
restabelecida nos processos decisórios do Estado, pois cada indivíduo participa 
da Vontade Geral.
C O N T R AT O 
S O C I A L
N O V O C O N T R AT O 
P R O P O S T O
• O contrato ideal: já não se trata daquele pacto entre ricos que forjava um contrato 
ilegítimo entre as partes. Sugerido, então, é que os associados formem um único 
corpo que defenda a cada um dos indivíduos que o formam. Esse corpo seria o 
soberano e sua vontade, que deve ser sempre a única visada, é a vontade geral. 
• Rousseau propõe um Contrato Social através do racionalismo, utilizando as leis 
naturais e a essência humana, de maneira que tal contrato pudesse ser realizado 
mediante uma transformação política e educacional.
• Vontade Geral: Procurando 
uma forma de proteger a si e 
o bem de todos sem ofender 
a liberdade individual, 
Rousseau propõe a alienação 
de todos os direitos 
particulares em favor da 
comunidade. A propriedade, 
que é cedida individualmente 
para o todo, é constituída 
para produzir para o coletivo. 
Os cidadãos livres renunciam 
à vontade própria em prol da 
vontade comum (vontade 
geral). 
• Se o pensarmos pelo aspecto 
jusnaturalista (direito natural): 
ele repõe na natureza humana 
a garantia e os recursos para a 
salvação do homem. 
• O efeito principal é dar origem a uma nova “entidade”, um 
“corpo moral e coletivo” que não é um simples agregado de 
homens, mas o “corpo político”. Deixando os princípios de 
individualidade de lado para adotar um real senso de 
comunidade política. 
• Situação oposta aos ricos que fazem contratos para manter a 
paz e propriedade, mas apenas para assegurarem suas 
propriedades, os pobres perderam tudo, inclusive liberdade 
• Novo contrato, garantiria igualdade, vontade geral 
• Este pacto social legítimo tende a desfazer as chamadas 
desigualdades convencionais (institucionalizadas) e 
restabelece a liberdade, transformando a liberdade natural em 
liberdade civil.
• Para Rousseau, o soberano é o povo, entendido como vontade geral, pessoa moral 
coletiva livre e corpo político de cidadãos. Os indivíduos, pelo contrato, criaram-se 
a si mesmos como povo e é a este que transferem os direitos naturais para que 
sejam transformados em direitos civis. Assim sendo, o governante não é o 
soberano, mas o representante da soberania popular. Os indivíduos aceitam perder 
a liberdade civil; aceitam perder a posse natural para ganhar a individualidade civil, 
isto é, a cidadania. Enquanto criam a soberania e nela se fazem representar,são 
cidadãos. Enquanto se submetem às leis e à autoridade do governante que os 
representa chamam-se súditos. São, pois, cidadãos do Estado e súditos das leis.
• O cidadão, enquanto ente político, é responsável por estabelecer as 
leis e os princípios do Estado. Consequentemente, é responsável por 
efetivar a justiça, pela livre participação nos processos decisórios – a 
vontade geral. 
•   E, como o indivíduo estará agindo enquanto cidadão, sua 
preocupação deverá ser o bem comum, e não apenas o bem 
individual e particular. 
• O Estado existe para preservar a liberdade civil e restabelecer a 
igualdade entre os indivíduos, através da participação na Vontade 
Geral.
E M Í L I O O U D A E D U C A Ç Ã O 
• Emílio, ou Da Educação (francês: Émile, ou De l'éducation) é um 
tratado sobre a natureza da educação e sobre a natureza do homem. 
Rousseau considerou o "melhor e mais importante" de todos os seus 
escritos. 
• Devido a uma seção do livro, Emilio foi banido em Paris e Genebra e 
foi queimado publicamente em 1762, o ano de sua primeira 
publicação. 
• Durante a Revolução Francesa, a obra serviu de inspiração para o que 
se tornou um novo sistema nacional de educação. 
• Aborda questões políticas e filosóficas fundamentais sobre a relação 
entre o indivíduo e a sociedade: como, em particular, o indivíduo 
pode reter o que Rousseau via como bondade humana inata, mas 
permanecer parte de uma coletividade corruptora. 
• frase de abertura: "Tudo é certo em saindo das mãos do Autor das 
coisas, tudo degenera nas mãos do homem". Rousseau procura 
descrever um sistema de educação que permitiria que o homem 
natural que ele identifica em O Contrato Social sobrevivesse à 
sociedade corrupta. Ele emprega o dispositivo romancista de Emilio e 
seu tutor para ilustrar como um cidadão tão ideal poderia ser 
educado. Emilio dificilmente é um guia parental detalhado, mas 
contém alguns conselhos específicos sobre como criar filhos. 
• É considerado por alguns como a primeira filosofia da educação na 
cultura ocidental a ter uma séria reivindicação de completude e como 
um dos primeiros romances de formação"
I N F L U Ê N C I A S
Maria Antonieta (2006) de Sofia Coppola
B O M S E LVA G E M
Caramuru. Poema Épico do 
Descobrimento da Bahia é de Frei 
Santa Rita Durão, 1781. Conta a 
história de Diogo Álvares Correia, o 
"Caramuru", um náufrago português 
que viveu entre os Tupinambás. 
Moema (1866), Victor Meirelles. Ela retrata a personagem homônima do poema épico Caramuru (1781)
I-Juca-Pirama é um poema Indianista brasileiro escrito pelo 
poeta Gonçalves Dias (1851) 
O poema relata a história de um guerreiro tupi sobrevivente 
e fugitivo da destruição na costa que cai aprisionado por 
uma tribo antropófaga dos Timbiras e que deve ser 
sacrificado conforme o rito. 
“Meu canto de morte, guerreiros, ouvi: 
Sou filho das selvas, nas selvas cresci, 
Guerreiros, descendo 
Da tribo Tupi." (112-117) 
Entretanto, a cena que se segue é um pedido de clemência 
em virtude de ser o último sobrevivente da sua tribo e ter 
ainda a responsabilidade de cuidar do velho pai, velho e 
cego. Depois do seu canto os Timbiras não querem mais 
sacrificá-lo. 
Quando descobre que o filho não terminou o ritual nem 
tampouco matou os seus agressores decide que devem ir à 
tribo terminar o ritual. 
 
“Tu choraste em presença da morte? 
Na presença de estranhos choraste? 
Não descende o covarde do forte: 
 Pois choraste, meu filho não és.” (370-374).
Iracema (1884), por José Maria de Medeiros
R E V O L U Ç Ã O 
F R A N C E S A
J O H N L O C K E ( 1 6 3 2 - 1 7 0 4 )
• Considerado o pai do liberalismo, defenderá a propriedade, 
liberdade e vida 
• Principal obra a ser tratada 
SEGUNDO TRATADO SOBRE O GOVERNO CIVIL 
publicada em 1690
• John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês – 
aliás, o principal representante do empirismo 
(teoria, que afirmava que o conhecimento 
seria essencialmente determinado pela 
experiência, tanto de origem externa, 
nomeadamente nas sensações, quanto na 
ordem interna, isto é, a partir das reflexões). 
• Mente tábula rasa - ideias da sensação - 
ideias da reflexão 
• Foi um dos principais defensores da teoria 
contratualista (contrato social). 
• Locke “transportou” suas teorias sobre o 
conhecimento humano para o campo 
sociopolítico. Para ele, assim como não 
existem ideias inatas, também não deveria 
existir poder inato (ou de origem divina), 
como defendiam os adeptos do absolutismo 
monárquico.
E S TA D O D E N AT U R E Z A 
E M J O H N L O C K E
• Ao contrário de Hobbes, Locke pode ser visto como otimista em 
relação à natureza humana e ao convívio entre os indivíduos, 
considerando como princípio básico da existência da sociedade o 
entendimento racional entre os homens. Locke se contrapõe tanto 
à concepção de Hobbes de um soberano absoluto quanto à dos 
defensores dos direitos divinos dos reis. 
• São dois os tratados acerca do governo civil, da autoria de John 
Locke. O primeiro consiste numa refutação da tese aventada por 
Robert Filmer, no livro “Patriarca” (1680), segundo a qual a origem 
do poder dos reis provém da circunstância de que correspondem à 
descendência de Adão.
• Revelando sua preocupação em proteger a liberdade 
do cidadão, defendia que o poder social deveria 
nascer de um pacto entre as pessoas. Por sua vez, as 
leis deveriam expressar as normas estabelecidas pela 
própria comunidade, que escolheria, através do mútuo 
consentimento dos indivíduos, a forma de governo 
considerada mais conveniente ao bem comum.
• "A única maneira pela qual uma pessoa qualquer 
renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da 
sociedade civil consiste em concordar com outras 
pessoas em juntar-se e unir-se numa comunidade para 
viverem com segurança, conforto e paz". (Locke, 
Segundo tratado sobre o governo, p. 71.)
• No pensamento político de Hobbes e Rousseau, a propriedade 
privada não é um direito natural, mas civil. Em outras palavras, 
mesmo que no Estado de Natureza (em Hobbes) e no Estado 
de Sociedade (em Rousseau) os indivíduos se apossem de 
terras e bens, essa posse é o mesmo que nada, se não existem 
leis para garanti-las. A propriedade privada é, portanto, um 
efeito do contrato social e um decreto do soberano. 
• Locke propõe a teoria da propriedade privada como direito 
natural.
E S TA D O
• Para evitar problemas é que o Estado teria sido criado. sua função seria a 
de garantir a segurança dos indivíduos e de seus direitos naturais, como 
a liberdade e a propriedade, conforme expõe Locke em sua obra 
Segundo tratado sobre o governo. 
• Diferentemente de Hobbes, Locke concebe a sociedade política como 
um meio de assegurar os direitos naturais e não como o resultado de 
uma transferência dos direitos dos indivíduos para o governante e as 
instituições de governo. Assim nasce a concepção de Estado liberal, 
segundo a qual o Estado deve regular as relações entre os indivíduos 
e atuar como juiz nos conflitos sociais. Mas deve fazer isso garantindo 
aquilo que precede a própria criação do Estado: as liberdades e os 
direitos individuais, tanto no que se refere ao pensamento e à sua 
expressão quanto à propriedade e à atividade econômica.
• Cap.II, § 4: 
"Para compreender corretamente o poder político e traçar 
o curso de sua primeira instituição, é preciso que 
examinemos a condição natural dos homens, ou seja, um 
estado em que eles sejam absolutamente livres para decidir 
suas ações, dispor de seus bens e de suas pessoas como 
bem entenderem, dentro dos limites do direito natural, sem 
pedir a autorização de nenhum outro homem nem 
depender de sua vontade."
• Redação da Declaração de 
Independência dos Estados 
Unidos em 1776 (c. 1900) – Jean 
Leon Gerome Ferris. A tarefa de 
escrever essa declaração foi 
delegada a uma comissão formada 
por cinco membros, entre os quais 
se destacaram Benjamin Franklin 
(1706-1790), Thomas Jefferson 
(1743-1826) e John Adams 
(1735-1826).o Estado liberal de 
Locke foi uma de suas principais 
fontes de inspiração, o que 
contribuiu para uma das maiores 
características desse país até hoje: 
o liberalismo político e econômico.
• O “direito natural” para Locke designa uma validade anterior à formação do Estado, ou 
seja, uma categoria de direito que se refere a todos, na medida em que se materializa no 
chamado "estado de natureza”. 
• O direito natural se configura em um atributo do ser racional, e essa concepção perpassa 
uma fundamentação metafísica, pautando os direitos em decorrência da existência de 
Deus. 
• Para Locke, a lei da natureza é o desejo de Deus para o gênero humano. 
• A faculdade da razão do homem, ela em si, já é um dom de Deus, que o capacita para 
perceber sua retidão. 
• Ao colocar essa lei da natureza na prática política, permanece vaga e geral, ou, 
inevitavelmente dogmático.
• Todo homem, por isso, “pelo direito que tem de preservar o 
gênero humano em geral... tem o direito de punir o ofensor e 
ser o executor da lei da natureza” (LOCKE, cap II. §11) 
• Se todo homem “tem o poder executivo da lei da natureza” em 
suas próprias mãos para manter a vida, a liberdade e os bens. 
Cada um é juiz de si próprio e daquilo que lhe ofende. 
• Temos um modelo totalmente parcial e frágil de justiça social. 
• Estado de natureza 
IDEAL (liberdade teórica) X REAL (todos juízes, poderiam julgar 
em causa própria) 
• Inconveniência de viver no Estado de Natureza e a necessidade 
do contrato social, que define o que é justo de modo imparcial.
• Tomando a não violação desses Direitos como uma lei natural, todos nascem 
iguais perante a lei. Sendo assim, qual seria o papel do Estado? 
•  O Estado deve garantir esses direitos. Ou seja, deve proteger e servir ao 
indivíduo, de modo a garantir que aquilo que lhe é naturalmente próprio não 
seja violado: deve preservar a propriedade, mediar possíveis conflitos e 
proteger os demais direitos. 
C O N T R AT O S O C I A L
• Contrato de associação: a sociedade política só existe se os 
homens concordaram em desistir de seus poderes naturais e erigir 
uma autoridade comum para decidir disputas e punir ofensores. 
Concessão generalizada com intuito de se deixar o estado natural 
• Todos renunciam seus poderes em benefício da coletividade ainda 
no estado de natureza 
• Depois escolhe-se a forma de governo, ou sociedade política, que 
irá reger o Estado Civil. 
• Segundo a concepção de Locke, a sociedade resulta de uma 
reunião de indivíduos, visando garantir suas vidas, sua liberdade e 
sua propriedade, ou seja, aquilo que pertence a cada um. 
• É em nome dos direitos naturais do homem que o contrato social 
entre os indivíduos que cria a sociedade é realizado, e o governo 
deve portanto comprometer-se com a preservação destes direitos. 
O poder é então delegado a uma assembleia ou a um soberano 
para exercer essa função em nome da união voluntária e 
consentida entre os indivíduos. A legitimidade desse poder reside, 
em sua origem, no consentimento dos indivíduos que o 
constituíram, e que podem portanto retirá-lo daqueles que não 
governam no interesse da maioria ou que ameaçam a liberdade e 
os direitos dos indivíduos.
• No Segundo tratado (cap. VIII), diz Locke a propósito da 
constituição e legitimação do Estado: 
• "E, assim, cada indivíduo, ao consentir com os outros em 
formar um corpo político com um governo, coloca-se a si 
próprio sob a obrigação em relação a todos os demais 
membros dessa sociedade de se submeter à determinação 
da maioria e de aceitar suas decisões. Caso contrário, esse 
pacto original, pelo qual ele e os outros formam uma 
sociedade, não significaria nada, e não seria um pacto se 
ele permanecesse tão livre e tão sem obrigações quanto 
quando se encontrava no estado de natureza."
• O Estado pode se utilizar dos meios que possui, incluindo a 
força. Nesse sentido, o contrato social é estabelecido para 
proteger os Direitos Naturais. Portanto, em Locke, a 
Liberdade, naturalmente própria a cada ser humano, é 
mantida e garantida no Estado Civil. 
• O Contrato Social em Locke cria uma estrutura de 
segurança onde a liberdade teórica é restringida, mas a 
liberdade real se fortalece, conservando a vida e a 
propriedade.
T E O R I A L I B E R A L D E L O C K E
• O Estado deve existir para proteção da vida, liberdade e propriedade  
• A lei não é incompatível com a liberdade; ao contrário, é indispensável 
a ela, pois o objetivo de uma lei não é abolir ou restringir, mas 
preservar e ampliar a liberdade. Pois a liberdade deve ser livre de 
restrição e violência por parte dos outros, o que não pode existir onde 
não há lei.
• A sociedade e o Estado nascem do 
direito natural, que coincide com a razão, 
a qual diz que, sendo todos os homens 
iguais e independentes, “ninguém deve 
prejudicar os outros na vida, na saúde, na 
liberdade e nas posses". São portanto 
"direitos naturais" o direito a vida, o 
direito a liberdade, o direito a 
propriedade e o direito a defesa desses 
direitos. 
• O fundamento da gênese do Estado, 
portanto, é a razão e não, como em 
Hobbes, o instinto selvagem. 
• Reunindo-se em uma sociedade, os 
cidadãos renunciam unicamente ao 
direito de se defenderem cada qual por 
conta própria, fortalecendo os outros 
direitos.
• O Estado tem o poder de 
fazer as leis (poder 
legislativo), de as impor e 
fazer com que sejam 
cumpridas (poder executivo). 
Os limites do poder do 
Estado são estabelecidos por 
aqueles mesmos direitos dos 
cidadãos para cuja defesa 
nasceu. 
• Os cidadãos mantêm o 
direito de se rebelarem contra 
o poder estatal, quando este 
atua contrariamente as 
finalidades para as quais 
nasceu. E os governantes 
estão sempre sujeitos ao 
julgamento do povo.
P R O P R I E D A D E
• Para Locke, o principal objetivo dos homens se associarem em sociedades 
políticas “é a preservação de sua propriedade” (§.85). 
• A propriedade privada, é uma necessidade humana legítima e um direito 
natural que parte do estado de natureza, sendo um bem necessário para a 
conservação entre direito à vida e direito à liberdade. 
• Deus forneceu-nos a terra sem restrições. Aquele que a transforma com seu 
trabalho, recebe o direito a possuí-la. 
• O trabalho legitima a propriedade. 
• O que distingue se aquela maçã é minha? 
• O trabalho: colocou uma distinção no que impus minhas mãos, imprimi algo 
de meu e o tornei meu. O trabalho cria a propriedade, e o mesmo princípio 
se aplica à terra e aos bens móveis; a terra se torna propriedade de um 
homem quando ele a cercou e a cultivou. 
• A liberdade esta portanto 
não no "querer", e sim no 
poder de agir e de abster-se 
da ação. 
• No plano político, Locke 
teorizou o constitucionalismo 
liberal. A sociedade e o 
Estado nascem do direito 
natural, que é racional, e o 
governo tem o poder 
legislativo e executivo, mas 
continua sempre sujeito ao 
juízo do povo. 
• Por fim, para Locke o Estado 
não deve intervir nas 
questões religiosas: a fé não 
pode ser imposta, e é 
necessária a tolerância 
religiosa.
• Locke teve por missão unificar o ponto de vista da elite e proporcionar encaminhamento diferente à luta 
fratricida vivenciada pelo país. Obtido tal resultado, com a chamada Revolução Gloriosa de 1688. 
• Resumidamente, depois da morte de Elisabete I, em 1603, a reintrodução do catolicismo, através da Casa 
Real, veio a constituir uma possibilidade efetiva. 
•  Desde que Henrique VIII rompeu com o Papa, em 1534, e criara a Igreja Anglicana, ocorrera a conversão para 
o protestantismo da imensa maioria da população. Num ambiente destes, representava uma temeridade, de 
parte da Casa Real, dispor-se a enfrentar a ira popular tentando reaproximar-se do Papa. 
•  Foi precisamente o que fez Carlos I, cujo reinado iniciou- se em 1625. Casou-se com uma católica, irmã do rei 
da França (Luís XIII) o que lhe daria suporte militar. A partir de 1629, deixou de convocar o Parlamento e 
instaurou governo pessoal. Em 1640 iniciou-seno país a guerra civil, da qual o monarca saiu derrotado. Carlos 
I foi decapitado em 1649, extinguiu-se a monarquia e o poder passou a ser exercido pelo Parlamento.
Morte ao Rei (2003) - 73'
• Essa experiência fracassou completamente. A 
prática mostrou que o Parlamento não conhecia 
precisamente sua função. Além disto, entendeu-
se que os anglicanos não deviam fazer-se 
representar, manifestando o entendimento de 
que a composição do órgão devia ter uma base 
religiosa. Temerosos de que o país entrasse em 
colapso, os parlamentares resolvem entregar o 
poder a Oliver Cromwell (1599-1658), que se 
destacara no curso da guerra civil, revelando 
extrema competência militar. 
•  Cromwell tornou-se Lorde Protetor e logo se deu 
conta da impossibilidade de governar com o 
Parlamento existente. Dissolveu-o e constituiu um 
outro, por nomeação pessoal, integrado por 
gente de sua confiança. De fato, governou como 
um ditador. 
• Ao falecer, restaurou-se a monarquia em 1660. 
Assumiu o filho do rei decapitado, com o título de 
Carlos II (reinou até 1685), sendo substituído por 
Jaime II, abertamente católico e que iniciou 
esforços para restabelecer a convivência com o 
Papa.
• Em1688, Guilherme de Orange levou tropas para a Inglaterra e forçou Jaime II a fugir para França com sua 
esposa, Maria de Módena, após ver suas próprias tropas voltaram-se contra sua figura real. Jaime II exilou-se na 
França, local onde permaneceu pelo resto de sua vida. 
• Maria Stuart e Guilherme de Orange foram então coroados rainha e rei da Inglaterra. Essa transição de poder 
“pacífica”, isto é, sem o derramamento de sangue, ficou registrada na história inglesa como Revolução Gloriosa. 
• A Revolução Gloriosa é um marco na história da Inglaterra e também do mundo. Primeiramente, se 
considerarmos a revolução aqui abordada dentro do contexto da Revolução Inglesa, perceberemos que se trata 
da primeira revolução burguesa da história. A mobilização da burguesia tinha como objetivo combater os 
privilégios da nobreza típicos do feudalismo e do absolutismo, que impediam o desenvolvimento econômico 
burguês. No século seguinte, novas revoluções burguesas aconteceram — como a Revolução Francesa.

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