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· Reconhecer o campo de atuação da Ciência Econômica. • A Economia explora o comportamento dos merca‑ dos financeiros, incluindo taxas de juro e de câmbio e preços de ações. • O assunto examina as razões pelas quais algumas pessoas, ou países, têm rendas elevadas, enquanto ou‑ tros são pobres; avança com a análise de formas para a redução da pobreza sem prejudicar a economia. • Estuda os ciclos econômicos – as flutuações no crédi‑ to, desemprego e inflação – bem como as políticas para suavizar seus efeitos. • A Economia estuda o comércio e as finanças interna‑ cionais, bem como os impactos da globalização, e analisa, em especial, os temas espinhosos relaciona‑ dos com a abertura das fronteiras ao comércio livre. • Questiona como as políticas governamentais podem ser usadas para atingir objetivos importantes, tais como um rápido crescimento econômico, o uso efi‑ ciente de recursos, o pleno emprego, a estabilidade dos preços e uma distribuição de renda justa. A Economia é o estudo da forma como as socieda‑ des utilizam recursos escassos para produzir bens e serviços que possuem valor para distribuí‑los entre in‑ divíduos diferentes. · Identificar a divisão do estudo dessa ciência. Macroeconomia e microeconomia Microeconomia é o ramo da economia que trata do comportamento de entidades individuais como os mercados, as empresas e as famí‑ lias Macroeconomia é o desempenho de forma global da economia. · Descobrir o dilema fundamental da economia. Escassez é o problema econômico fundamental de se ter desejos humanos praticamente infinitos em um mundo de recursos limitados. Ele postula que a sociedade tem meios de produção e recursos insuficientes para atender aos desejos e necessidades de todos os seres humanos. · Explicar e classificar os fatores de produção no sistema econômico. 1. A terra: recursos naturais e/ou tudo que vem da natureza. O uso sustentável desse grupo de recursos que provêm da terra (como água, minérios, combustíveis fósseis e outros) deve estar no centro do debate de qualquer alternativa de produção, visto que, se não são eficientemente utilizados, criam mais custos no futuro, devido ao aumento da escassez. 2. O trabalho: é o tempo despendido pela mão de obra para a realização da produção de determinado bem ou serviço. É tido como o fator mais importante, pois, por mais que as máquinas façam muita coisa nos dias atuais, tem sempre um cérebro humano por trás de toda a parafernália tecnológica. Aqui é muito importante a capacitação constante da mão de obra, para que ela possa ser bem utilizada no processo produtivo. 3. O capital: se refere às máquinas e aos equipamentos que servirão para a produção de outros bens. Logo, esses bens duráveis que servem à produção de outros (computadores, máquinas a laser, fornos, tratores e tantos outros) são chamados de bens de capital. · Descrever os diferentes tipos de bens utilizados/produzidos no sistema econômico. seu caráter: livres ou econômicos; sua natureza: de capital ou de consumo; sua função: intermediários ou finais. .No setor primário, temos os bens que provêm da terra e/ ou de áreas rurais, como da agricultura, da pecuária e do extrativismo. No setor secundário, são produzidos bens da indústria, refinados e com um valor agregado maior. setor terciário, está ligado principalmente à prestação de serviços (como advogados, consultorias, professores e outros) e à comercialização de bens provenientes dos outros setores. Bens de capital: são utilizados para a produção de outros bens, como máquinas, equipamentos e computadores usados na produção. De acordo com Troster e Mochón (2002), podem também ser chamados de bens de investimento, visto que visam a satisfazer a sociedade no médio e no longo prazo com bens de consumo. Bens de consumo: os bens de consumo podem ser divididos entre bens duráveis (como eletrodomésticos e automóveis) ou bens não duráveis (como alimentação e sabonetes). Ainda, no que se refere à sua função, os bens podem ser bens intermediários, que são aqueles que serão transformados em outros bens para posterior consumo, e bens finais, que já sofreram essas transformações e estão prontos para chegar ao consumidor final, conforme Troster e Mochón (2002). · Perceber o funcionamento da economia por meio do modelo de fluxo circular. : as empresas ofertam bens e serviços (mercado real) para as famílias, que, por sua Princípios econômicos fundamentais 7 vez, pagam por esses bens e serviços (mercado nominal). Por outro lado, as famílias ofertam mão de obra e outros fatores de produção para as empresas (mercado real), que pagam por meio de salários, juros, aluguéis e outros para essas mesmas famílias (mercado nominal) de bens e serviços: empresas vendem e famílias compram; de fatores de produção: famílias vendem e empresas compram; nominal ou monetário: abrange todo valor monetário (em dinheiro) que passa pelo fluxo, desde pagamentos de produção até de bens e serviços; real: refere-se a tudo o que é palpável na economia, como bens, serviços e mão de obra. · Definir o que são mercados competitivos. As estruturas de mercado podem ser de concorrência perfeita ou imperfeita. Exemplos de estruturas de concorrência imperfeita são: monopólio, concorrência monopolística e oligopólio. Já a concorrência perfeita, refere-se a um mercado em que o número de compradores e de vendedores é elevado, de modo que nenhum deles consegue influenciar o preço praticado. Outra característica do mercado competitivo, é a produção de bens homogêneos, ou seja, bens que são produzidos e são substitutos entre si, de modo que nenhuma empresa do mercado tem o poder de elevar o seu preço acima do que é praticado, pois os consumidores podem imediatamente demandar produtos dos concorrentes, por um valor mais competitivo. Assim, ao elevar o preço, o negócio pode ficar comprometido, levando, inclusive, à falência, uma vez que a demanda cai, prejudicando a lucratividade. A estrutura oligopolista é caracterizada pelos consumidores não apresentarem qualquer poder de barganha que seja capaz de influenciar os preços finais, pois existem poucos grandes produtores para muitos consumidores. As barreiras à entrada são um dos principais motivos para alta concentração dessas empresas. Outra grande característica desse mercado é a prática de preços similares, que são combinados entre si, de modo a que não haja concorrência via preços, resultando em ganhos para todos. Pode-se citar como exemplo dessa estrutura as empresas de telefonia móvel. · Reconhecer a Lei da Demanda. A demanda, que também pode ser chamada de “procura”, está relacionada ao desejo do consumidor de adquirir determinados bens ou serviços no mercado. O desejo aqui tratado significa apenas a intenção do agente econômico em consumir o produto, e não a efetivação do consumo, satisfazendo a sua necessidade. A lei da demanda ocorre quando os preços e as respectivas quantidades que são ofertados pelos produtores influenciam diretamente o desejo de consumir, ou seja, quanto maior for o preço do bem, menor será a quantidade que o consumidor deseja adquirir, coeteris paribus. Qdx = f(Px) Onde: Qdx (quantidade demandada do bem X) é função de Px (preço do bem X) Efeito substituição: significa que o preço dos bens concorrentes pode levar os consumidores a substituírem alguns produtos por outros que apresentarem características muito similares. Quando o preço do bem X subir, a sua demanda pode cair, pois ele pode ser substituído por outro bem Y, que satisfaz o consumidor do mesmo modo, mas cujo preço é mais atraente. Em geral, trata-se de produtos que são encontrados em mercado de concorrência perfeita e que não apresentam diferenciação significativa para fidelizar o cliente. Efeito renda: está relacionado à capacidade financeira do consumidor. Quando o preço do bem X sobe, o poder de compra ou salário real do consumidor cai, fazendo com que a demanda por este produto diminua. Qdx = f [P(x), P(y), R, G, E] Onde: [Qdx] – a quantidade demandada por um bem X é função: do preço desse bem [Px]; do preçode outro bem y [Py]; da renda do consumidor [R]; do gosto do consumidor [G]; da expectativa futura do consumidor [E]. · Identificar as variáveis que afetam a demanda por um produto (bem ou serviço). Preço do produto concorrente ou substituto: é aquele bem que apresenta características muito similares a outro, de modo que os dois podem ser perfeitamente substituídos um pelo outro quando o preço não se mostrar atrativo para o consumidor. Por exemplo, a margarina e a manteiga: quando o preço da manteiga aumenta, diminui o interesse do consumidor pelo produto, que o substitui pela margarina. Preço do bem complementar: são aqueles bens que dependem um do outro para o consumo, como a massa (para macarronada) e o queijo ralado. Quando o preço do queijo ralado, por exemplo, diminui, aumenta a sua demanda e também a da massa, pois está mais barato fazer macarronada. Renda: para compreender como o nível de renda pode influenciar a demanda por um produto, é preciso destacar a existência de bens normais, bens inferiores, bens superiores (ou de luxo) e bens de consumo saciado. Os bens normais são aqueles que quando a renda sobe, a demanda por eles também se torna maior, como a carne. Já os bens inferiores apresentam queda na sua procura, pois devido a sua inferioridade, o consumidor pode adquirir outro de melhor qualidade, como passar da carne de segunda para a carne de primeira. Com relação aos bens superiores, um aumento no nível de renda leva a 72 Lei da demanda e variáveis uma subida na demanda, pois com mais poder de compra é possível adquiri-lo, por exemplo, um automóvel de boa marca. Quanto aos bens de consumo saciado, são aqueles que mesmo que a renda suba, seu consumo permanecerá igual, pois são essenciais para a vida do consumidor, por exemplo, o arroz. Gosto (ou hábito) e preferência do consumidor: o gosto, o hábito e a preferência do consumidor são influenciados pela cultura local e pela publicidade e propaganda, que impactam diretamente sobre o consumo de determinados bens ou serviços, de modo positivo ou negativo. Expectativa do consumidor: a expectativa do consumidor em relação ao preço futuro e à renda futura influencia a intensidade do seu consumo atual. Se a expectativa for negativa, significa que há um pessimismo em relação à economia, o nível de emprego e salários, bem como a repercussão sobre os preços de mercado, resultando em um consumo · Explicar a Lei de Oferta. A lei da oferta (de um bem ou serviço), refere-se ao fato de que quanto mais elevado for o preço de um bem ou serviço, maior será a disposição do empresário em disponibilizar o seu produto para os consumidores, coeteris paribus. Qox = f(Px) Onde: Qox (quantidade ofertada do bem X) é função de Px (preço do bem X). · Identificar as variáveis que afetam a oferta de um produto (bem ou serviço). Qox = f [P(x), P(I), T, E] Onde: [Qox] — a quantidade ofertada por um bem X é função: do preço desse bem X [Px]; do preço dos insumos produtivos [PI]; da tecnologia [T]; da expectativa futura do empresário [E]. Preço dos insumos: os insumos são todos os elementos utilizados no processo produtivo para a fabricação de um bem ou serviço, podendo ser a mão de obra, as matérias-primas, etc. Na produção de um celular, por exemplo, os insumos são o plástico, o vidro, a mão de obra. Quando o preço dos insumos aumenta, o empresário é estimulado a reduzir a sua produção, uma vez que a sua lucratividade cai. De modo contrário, quando os preços dos insumos reduzem, há uma maior margem de lucro, portanto, o empresário oferta mais quantidades do bem no mercado. Tecnologia disponível: quanto maior e melhor for a tecnologia disponível no mercado em que o empresário atua, maior tende a ser a sua produtividade, ou seja, maior é a eficiência produtiva. Isto ocorre porque ao utilizar mais tecnologia alcança-se uma maior agilidade na produção, com os mesmos custos. Assim, há uma maior oferta do bem, aumentando a lucratividade do empresário. De modo contrário, quanto mais baixa for a tecnologia empregada, menor tende a ser a quantidade ofertada, pois a produtividade é menor. Entrada de novos concorrentes: a entrada de novos concorrentes no mercado influencia a oferta de mercado de forma positiva, pois há mais quantidade de produtores produzindo o mesmo bem. Em mercados de concorrência perfeita e monopolística, praticamente não há barreiras para entrada de novos concorrentes, ou seja, os custos para abrir um Lei de oferta e variáveis 5 negócio não são elevados e a burocracia é baixa. Por isso, a oferta desse tipo de produto é maior no mercado, fazendo com que o empresário não tenha capacidade de influenciar os preços praticados. Expectativa do empresário em relação aos custos futuros: o empresário também é influenciado pelas suas próprias expectativas de mercado com relação aos custos futuros. Se a sua expectativa for negativa, significa que ele possui receio de que os custos dos seus insumos se elevem no mercado, fazendo com que a sua lucratividade caia. Assim, de modo a não ser prejudicado, os seus investimentos no próprio negócio são baixos, reduzindo também a quantidade ofertada do seu produto. Por outro lado, se a sua expectativa de mercado for positiva, significa que ele acredita em uma redução dos custos dos insumos relativos ao seu processo produtivo, fazendo com que ele aumente os investimentos em sua empresa, impactando positivamente na oferta de mercado. · Analisar graficamente as mudanças na Lei de Oferta. ...... · Reconhecer e calcular a elasticidade-preço da demanda. O estudo da elasticidade pertence à subárea da microeconomia, pois está relacionado à sensibilidade de um produto em relação a variações no seu preço ou no salário do consumidor. Portanto, tem grande importância para as tomadas de decisões dos empresários em relação ao planejamento futuro. Na macroeconomia, o estudo das elasticidades também se revela muito importante. Ele é usado, por exemplo, para avaliar o impacto do aumento da taxa de juros básica sobre o consumo e os investimentos. Um dos principais conceitos é o da elasticidade-preço da demanda. Ela mede a sensibilidade da demanda de um bem X em relação a variações no seu preço, coeteris paribus (mantendo as demais variáveis constantes). O Epd = variação percentual em Qd / variação percentual P Epd = Elasticidade (E) do preço (p) da demanda (d) Qd = Quantidade (Q) demandada (d) P = Preço A demanda elástica ocorre quando a quantidade demandada de um bem X é maior do que a alteração no seu preço: │Epd│ > 1 Ou, por exemplo: Epd = −1,5 Nesse caso, quando │Epd│ > 1, se refere a produtos que apresentam uma grande sensibilidade em relação ao preço. Quando este cai, a demanda aumenta mais que proporcionalmente. Contudo, quando o preço aumenta, a procura pelo produto cai consideravelmente Com relação à demanda inelástica, ocorre quando modificações percentuais nos preços de determinados produtos levam a variações percentuais inferiores nas suas quantidades demandadas: │Epd│no seu preço. Epo= variação percentual Qo / variação percentual em P. Onde: Epo = Elasticidade (E) do preço (p) da oferta (o) Qo = Quantidade (Q) ofertada (o) P = Preço A oferta elástica ocorre quando a quantidade ofertada de um bem X é maior do que a alteração no seu preço: Epo > 1 Ou, por exemplo: Epo = – 1,5 Nesse caso, quando Epo > 1, se refere a produtos que apresentam uma grande sensibilidade em relação ao preço. Quando este cai, a oferta cai mais que proporcionalmente. Contudo, quando o preço aumenta, a oferta se eleva consideravelmente Com relação à oferta inelástica, ocorre quando modificações percentuais nos preços de determinados produtos levam a variações percentuais inferiores nas suas quantidades ofertadas: │Epo│praticam valores mais competiti198 Concorrência perfeita e oligopólio vos. Assim, se o empresário decide elevar o preço, o negócio pode inclusive ficar comprometido, podendo ir à falência. Afinal, nesse caso a demanda cai, prejudicando a lucratividade. Outra característica própria da concorrência perfeita se refere ao número elevado de atuantes no mesmo segmento. Esses atuantes incluem tanto vendedores quanto compradores. Isso faz com que nenhuma empresa consiga influenciar o preço que é praticado no mercado. Considera-se, portanto, que o preço é dado, devido à alta competitividade. Ou seja, se diz que as empresas são tomadoras de preços. Assim, entre as principais características dessa estrutura está a aceitação dos preços. · Listar as características de um oligopólio. Na concorrência perfeita, os produtos são caracterizados como homogêneos. Na concorrência imperfeita, por outro lado, os produtos são heterogêneos. Ou seja, há pelo menos uma mínima diferenciação que pode infl uenciar na tomada de decisão do consumidor. A heterogeneidade significa que os bens produzidos não são substitutos entre si. Ou seja, possuem características diferentes, que permitem diferen200 Concorrência perfeita e oligopólio ciação de mercado entre empresas do mesmo segmento. Esse fato possibilita que o empresário possua um maior poder de barganha na formação do seu preço. Na concorrência imperfeita, uma vez que o cliente é conquistado, dificilmente outro concorrente irá atraí-lo. Isso ocorre pois existe uma ou mais características que fidelizam esse cliente, fazendo inclusive com que ele pague um valor superior ao cobrado pelos demais produtores. Assim, se o empresário de uma barraca de cachorro-quente decide tornar o seu produto gourmet, diferenciando o sabor dele, poderá elevar o seu preço. Como você deve imaginar, haverá clientes que não se importam de pagar um preço maior por um produto diferenciado, de melhor qualidade. O resultado disso é uma lucratividade mais elevada. A concorrência imperfeita apresenta diferentes tipos de estrutura, entre as quais se encontra o oligopólio. Nesse mercado, diferentemente do que ocorre na concorrência perfeita, apenas um pequeno número de empresas detém a maior fatia de clientes do segmento. O número de vendedores é inferior, o que lhes permite um maior poder de barganha em relação à formação de preços frente a um mercado de muitos compradores. Dado o menor número de empresas ofertantes, a quantidade de produto é inferior à da concorrência perfeita. Desse modo, você pode considerar que os consumidores ficam condicionados à qualidade e aos preços praticados nesse mercado. Esses consumidores, por se apresentarem em grande quantidade, não possuem influência na formação dos preços a serem praticados. Caso haja consumidores que não se interessam por determinado produto a um nível de preços qualquer, haverá outros demandantes. Estes são em um número muito maior do que as quantidades do bem disponíveis no mercado · Explicar como as firmas decidem sair ou entrar no mercado competitivo e no oligopólio. As barreiras estão relacionadas aos obstáculos e entraves que as empresas podem ter que enfrentar para entrar no mercado ou deixar de atuar nele. Existem alguns setores em que essas questões são maiores e outros em que são menores. Ou seja, há maiores ou menores barreiras. Em síntese, quanto mais elevadas forem essas barreiras, menos competitiva será a estrutura de mercado. Então, os oligopólios se encaixam nessa situação, pois há um número reduzido de grandes empresas competindo. As barreiras à entrada se referem às dificuldades que uma empresa tem em começar a atuar no mercado, que podem incluir: Patentes. Acordos de licenciamento. Acesso exclusivo aos recursos naturais. Fiscalizações governamentais. Deficiência de conhecimento técnico específico ao segmento em que se pretende atuar. Restrições a grandes financiamentos. Elevados montantes de recursos para produzir em determinado segmento. Grandes empresas que atuam em larga escala estabelecidas em determinados setores. Atualmente, os governos buscam proporcionar ao consumidor um mercado competitivo, diminuindo as barreiras à entrada ou à saída. Isso ocorre pois assim os benefícios são maiores em termos de preço e qualidade. Onde há maior concorrência, há maiores esforços por parte das organizações em termos de melhoria da qualidade dos insumos utilizados no processo produtivo, visando a um produto final de qualidade. Também há a adoção de preços mais atraentes ao consumidor, visando a aumentar a fatia de mercado. Existem leis que limitam atitudes abusivas de preços, por exemplo. Contudo, por vezes se torna difícil a identificação de atitudes, por parte das empresas, que prejudicam a concorrência de mercado. A evolução dos meios tecnológicos constitui um dos fatores que têm reduzido cada vez mais as barreiras à entrada no mercado. Há uma maior quantidade de informações disponíveis em relação ao que é preciso saber para atuar no mercado ou deixá-lo. Além disso, diversas ferramentas têm reduzido as barreiras burocráticas, facilitando a entrada ou a saída em determinados segmentos] · Definir monopólio. Monopólio é um termo que tem origem grega. Mono significa “um” e polein, “vender”. Ele consiste em uma das principais estruturas de mercado. Tem como principal característica a ausência de concorrentes. A concorrência ocorre quando há disputa entre as várias empresas atuantes no mesmo segmento, com o intuito de atrair fatias maiores de clientes e, portanto, obter lucros mais elevados. O fato de não haver concorrentes leva esse tipo de empresa a obter o poder total sobre a quantidade a ser ofertada e o nível de preços a ser praticado. · Explicar as razões para o surgimento do monopólio. Você viu que o monopólio ocorre quando há apenas uma fonte de oferta. Ou seja, quando existe apenas um produtor em determinado segmento de mercado. É possível dizer que não há produtos substitutos próximos, pois não existe Monopólio e concorrência monopolista 213 concorrência. Quando ela existe, as concorrentes detêm apenas uma mínima fatia do mercado, enquanto apenas uma empresa o domina. Numa estrutura monopolista, a entrada ou a saída das empresas do mercado não são livres. Portanto, como você deve imaginar, existem barreiras tanto à entrada quanto à saída. As barreiras estão relacionadas aos obstáculos e entraves que as empresas podem ter de enfrentar para entrar no mercado ou deixar de atuar nele. Existem alguns setores em que essas questões são maiores e outros em que são menores. Ou seja, há maiores ou menores barreiras. Quanto mais elevadas forem essas barreiras, menos competitiva será a estrutura de mercado, como é o caso do monopólio. Com relação às barreiras à entrada, estas se referem às dificuldades que uma empresa tem em começar a atuar no mercado. Essas dificuldades podem incluir: Patentes. Acordos de licenciamento. Acesso exclusivo aos recursos naturais. Fiscalizações governamentais. Deficiência de conhecimento técnico específico ao segmento em que se pretende atuar. Restrições a grandes financiamentos. Elevados montantes de recursos para produzir em determinado segmento. Grandes empresas que atuam em larga escala estabelecidas em determinados setores. Porém, as empresas não enfrentam obstáculos apenas quando pretendem entrar em determinado segmento de mercado. Dependendo da estrutura de mercado escolhida, é possível que se tenha um conjunto de barreiras de tal modo que o industrial opte em não atuar nela. Tais barreiras podem ser de diversas naturezas. Há as de ordem econômica, estratégica ou até mesmo emocional. Utilizar o argumento de que a rentabilidade está sendo muito baixa, insuficiente para a recuperação do capital investido, ou inclusive negativa, pode não ser o suficiente para o encerramento das atividades. Novamente, empresas oligopolistas se enquadram nessa situação. Já para as que pertencem ao mercado competitivo, as facilidades em deixar o mercado são maiores. As principais barreiras à saída podemser: Ativos especializados, que apresentam baixo valor de liquidação ou elevados custos ao se realizar a conversão ou transferência. 214 Monopólio e concorrência monopolista Elevados custos de saída. Por exemplo: as indenizações aos funcionários e até mesmo fornecedores, que devem ser realizadas para o encerramento das atividades. A possibilidade de prejudicar a imagem de parceiros de negócio, inclusive de negócios em paralelo que envolvem o próprio nome da empresa. Acesso ao mercado de capitais, em que pode haver aplicações com prazo de maturidade posteriores à data de encerramento. Isso leva a um resgate antecipado e, consequentemente, há o risco de perda de parte ou de todo o capital investido. Restrições impostas pelo governo. Obrigações contratuais. Por exemplo: o período contratado pelo aluguel do estabelecimento, ou de contratação dos produtos de determinado fornecedor, em quantidade e/ou prazo definido. Barreiras emocionais. Por exemplo: a necessidade versus o orgulho de ter de encerrar as atividades. Apesar de a maioria dos governos defenderem a livre concorrência, como no caso brasileiro, é possível verificar a existência de monopólios. Desse modo, a ação governamental em relação às políticas de defesa da concorrência é de extrema importância. Estas podem coibir e reprimir abusos no mercado, como a concorrência desleal, a utilização indevida das invenções, marcas e nomes comerciais. Enfim, a ideia é limitar tudo que possa induzir o consumidor ao erro ou, simplesmente, causar prejuízos a ele. Portanto, a defesa da concorrência está diretamente relacionada à defesa do bem-estar da população. · Diferenciar as estruturas de mercado e estratégias de preços entre o monopólio e a concorrência monopolista. A concorrência monopolista pertence a essa estrutura. É possível dizer que a possibilidade de diferenciação do produto, mesmo que pequena, o retira da estrutura de concorrência perfeita (em que os produtos são homogêneos, substitutos perfeitos). Porém, não é possível considerar essa concorrência um monopólio, pois os demais produtos no mercado são heterogêneos, mas substitutos próximos. Então, a concorrência monopolista se encontra numa posição intermediária a estas duas estruturas. Além disso, diferentemente do oligopólio (cujo número de empresas com grande poder de mercado é menor), o número de empresas é grande. Logo, existe um nível de concorrência significativo. O que determina o seu poder em relação à formação do preço do produto é o grau de diferenciação do mesmo. Isso quer dizer que existe um número alto de empresas no mesmo segmento, produzindo e vendendo bens iguais. Porém, as características podem ser alteradas de modo a agregar maior valor ao produto e, portanto, elevar a capacidade de diferenciar o seu preço. · Definir eficiência técnica e eficiência econômica. Eficiência técnica (ou tecnológica): está relacionada aos aspectos físicos da produção de um bem ou serviço. Uma técnica de produção é eficiente quando não existe outra capaz de produzir a mesma quantidade de produto por meio da utilização de uma quantidade inferior de fatores de produção. O objetivo, nesse caso, é obter a máxima produtividade dos fatores de produção Eficiência econômica: ela se refere a aspectos financeiros para a produção de um bem ou serviço. O maior objetivo passa a ser a máxima lucratividade (ou menor custo de produção), em vez da máxima produtividade. Para isso são considerados os custos dos fatores de produção utilizados, e não a quantidade dos insumos empregados. · Identificar as principais diferenças entre fator de produção fixo e fator de produção variável. Fatores de produção primários: os fatores de produção que são considerados primários se referem a fatores naturais. Isso quer dizer que a sua existência não depende de qualquer processo de produção anterior, existindo naturalmente, por si só. Você pode considerar como exemplo o fator terra e o fator mão de obra. Fatores de produção secundários: diferentemente dos fatores de produção primários, os fatores de produção secundários são resultado de um processo de produção anterior, ou seja, não surgiram naturalmente. Você pode considerar as máquinas e os equipamentos como exemplos. 172 Fator fixo e fator variável Outra forma de classificar os fatores de produção é dividi-los entre fatores fixos e fatores variáveis. A distinção entre os mesmos é meramente temporal, como você verá a seguir. Fatores fixos: os fatores de produção são considerados fixos quando não é possível modificar as quantidades utilizadas no curto prazo. Isso ocorre mesmo que haja alteração nas quantidades produzidas do bem ou serviço. Quando a produção aumenta, a quantidade do fator fixo não se eleva. Da mesma forma, quando a produção cai, não é possível reduzir a quantidade utilizada do fator fixo. Você pode considerar como exemplo o edifício/estrutura física da firma. Fatores variáveis: já os fatores de produção variáveis, como o próprio nome diz, são aqueles cuja quantidade utilizada se altera conforme as alterações na produção do bem ou serviço. Quando a produção aumenta, a quantidade de fatores de produção variáveis também se eleva. Mas quando a produção se reduz, a quantidade de fatores variáveis utilizados também cai. Um exemplo disso é o fator mão de obra. Y = f(X1, X2) Onde: Y = quantidade de produto X1 = fator variável X2 = fator fixo · Reconhecer o conceito econômico de curto e de longo prazo com base nos fatores de produção. A teoria da produção considera dois períodos de tempo em suas análises: o curto prazo e o longo prazo. Quando alguns fatores de produção são considerados fixos e outros são considerados variáveis em uma função de produção, você está diante de uma situação de curto prazo. Quando considerar o curto prazo, você deve saber que esse é o período de tempo em que existe pelo menos um fator de produção fixo. Já uma situação de longo prazo ocorre quando todos os fatores de produção passam a ser variáveis. Nesse caso, não existe qualquer fator de produção fixo: Y = f(X1, X2) Como você deve imaginar, passar de uma situação de curto prazo para uma situação de longo prazo envolve planejamento. É mais difícil, em um curto prazo, aumentar a quantidade do fator fixo, uma vez que este envolve questões financeiras mais complexas. Ou seja, ele exige um maior montante financeiro e, portanto, deve ser analisado com maior cuidado. Esse horizonte de tempo pode ser maior ou menor dependendo do ramo de atividade ou da própria estrutura da empresa. Uma indústria automobilística terá um maior tempo para planejar o aumento dos seus custos fixos do que uma padaria. Isso pois os custos fixos representam montantes financeiros bem diferentes nos dois casos. Assim, o curto prazo para a primeira será maior do que para a segunda empresa Os rendimentos constantes de escala se referem à variação da produção total em proporção à variação da quantidade de fatores de produção utilizada. Considere este exemplo: se a quantidade física de todos os fatores produtivos envolvidos no processo de produção aumentar em 30% e se a produção também aumentar 30%, significa que ocorreram rendimentos constantes de escala. Os rendimentos decrescentes de escala (ou deseconomias de escala) fazem com que o resultado da variação do produto seja menos que proporcional à variação na utilização dos fatores de produção empregados no processo. Considere este exemplo: se uma firma aumentar a quantidade de fatores de produção empregada no seu processo de produção em 25% e o resultado dessa variação for um aumento de 20% na quantidade produzida, significa que ocorreu deseconomia de escala. · Distinguir a produtividade média e a produtividade marginal do fator de produção empregado. Não se deve confundir produtividade marginal (PMg) com produtividade média (PMe): esta se refere à quantidade total produzida dividida pelo número de trabalhadores (insumo variável), enquanto a produtividade marginal se refere à quantidade adicional de produto devido ao aumento de uma unidade do insumo variável. PMg=variação da produção total/acréscimo de uma unidade de mão de obra PMe= produto total/numero de trabalhadores(mão de obra) · Calcular a produtividade média e marginal de um fator de produção definido. · Definir a lei dos rendimentos marginais decrescentes. […] uma empresa obtém cada vez menos produto adicional à medida que acrescenta unidades adicionais de um fator, mantendo fixos os outros fatores de produção. Ou seja, mantendo constantes todos os demais fatores produtivos, o produto marginal de cada unidade de fator de produção se reduzirá com o aumento da quantidade utilizada deste fator. É importante destacar que, da mesma forma como utilizamos como exemplo o fator variável trabalho, pode-se também verificar a produtividade marginal e média de outros fatores de produção individualmente e, assim, buscar melhorar o uso de outros insumos na produção de bens e serviços específicos. · Calcular o custo total de produção para uma empresa em mercado competitivo. Os custos de uma empresa estão relacionados aos recursos fi nanceiros que são utilizados no processo de produção de certa quantidade de bem ou serviço. A empresa buscará sempre maximizar o seu lucro. Um dos caminhos para isso é a minimização dos custos. Os Custos Totais (CT) são todos os recursos financeiros aplicados no processo produtivo em uma organização. Eles podem ser divididos entre Custos Fixos Totais (CFT) e Custos Variáveis Totais (CVT), sendo expressos da seguinte forma: CT = CVT + CFT Essa fórmula mostra que os custos totais são o somatório de todos os custos fixos e de todos os custos variáveis envolvidos. Nela, se considera o processo de produção de uma determinada quantidade de produto em certo período de tempo. Assim, quanto maiores forem os custos fixos e variáveis totais, maiores serão os custos totais do processo produtivo dessa empresa. Os custos fixos totais são representados pelos recursos financeiros relacionados aos fatores de produção que são fixos. Os fatores fixos são aqueles com que o empresário terá que arcar ao fim de um determinado período de tempo, independentemente do volume de produção. Quando a produção cai, os custos fixos não caem. Da mesma forma, quando a produção sobe, os custos fixos não vão subir, considerando o curto prazo. São exemplos de custo fixos totais: Aluguel dos equipamentos e das instalações. Impostos. Depreciação. Salários dos serviços de limpeza. Salários da segurança e vigilância Já os custos variáveis totais estão relacionados à utilização de recursos financeiros referentes ao uso de recursos produtivos variáveis. Esses recursos são aqueles que se modificam conforme alterações nas quantidades produzidas. Se aumentar a produção, maior será a necessidade de matérias-primas e maior poderá ser a utilização de energia elétrica, por exemplo. De modo contrário, se a produção cair, o uso desses recursos variáveis também cairá. São exemplos de custos variáveis totais: Matérias-primas. Folha de pagamento dos funcionários. Água. Energia elétrica. Existem outros custos variáveis, dependendo do ramo de atividade. Os que você acabou de ver são apenas alguns exemplos. Considerando que os custos variáveis se alteram conforme a produção, a função de custos totais pode ser definida de modo alternativo da seguinte forma: CT = CFT + Cu · QT Onde: Cu = Custo unitário QT = Quantidade Total produzida · Determinar o custo-padrão de uma empresa em mercado competitivo O Custo Total Médio (CTMe) se refere ao quociente entre o custo total, considerando os custos fixos e variáveis, e as quantidades produzidas. Ele revela qual o custo total por unidade produzida. Pode ser representado pela fórmula: CTMe= CT/Q O Custo Fixo Médio (CFMe) é o quociente entre o custo fixo total e a quantidade total produzida. Ele revela qual o custo unitário apenas pela Custos de produção 147 utilização dos recursos de produção que são fixos. Pode ser representado pela seguinte fórmula: CFMe = CFT/Q O Custo Variável Médio (CVMe) é dado pelo quociente entre o custo variável total e a quantidade produzida. Ele representa o custo de cada unidade produzida considerando apenas a utilização de recursos produtivos variáveis. A fórmula pode ser dada da seguinte forma: CVMe= CVT/Q · Verificar o custo do aumento da produção em uma unidade para empresas em mercado competitivo Antes de você observar um exemplo de análise de custos de uma empresa hipotética conforme diferentes escalas de produção, precisa se familiarizar com um novo conceito. O Custo Marginal de produção (CMg) se refere ao custo de aumentar a escala de produção e analisar o impacto no custo unitário. Ele é representado pela seguinte fórmula: CMg = delta CT/ delta Q · Determinar a receita total de uma empresa em mercado competitivo. Então, o montante recebido de Receita (R) é função do Preço (P) do bem (x) e das respectivas Quantidades (Q) efetivamente vendidas. A função Receita é dada pela seguinte fórmula: R (x) = P (x) · Q (x) · Calcular o break even point de uma empresa em mercado competitivo. Essas movimentações correspondem às entradas de recursos por meio das vendas, bem como às saídas de recursos pelos custos envolvidos no processo de produção. A lucratividade depende do nível de receitas e de custos. Ela pode ser representada matematicamente da seguinte forma: LT(x) = RT(x) − CT(x) Onde o Lucro Total (LT) da empresa pela produção de um bem ou serviço (x) resulta da arrecadação da Receita Total (RT) pela venda do produto (x), menos os Custos Totais (CT) envolvidos no processo de produção desse bem ou serviço. Para encontrar o break even point, você deve seguir estes passos: 1. Calcular os custos totais da empresa: Custo Total = Custo Fixo + Custo Variável 2. Identificar a receita total: Receita Total = Preço × Quantidades vendidas 3. Sabendo que o ponto de equilíbrio se dá no ponto onde RT = CT, tem-se: Preço × Quantidades vendidas = Custo Fixo + Custo Variável 4. Para encontrar o ponto de equilíbrio, você precisa considerar os custos variáveis médios, dados por: ou CV = CVme · Q Substituindo na definição: P · Q = CF + CVme · Q Isolando o custo fixo: P · Q − CVme · Q = CF Ou seja, Q(P − CVme) = CF 5. Finalmente, você deve calcular o ponto de equilíbrio: Essa fórmula revela que quantidade deve ser vendida para a empresa pagar todos os seus custos. Nesse ponto, o lucro é zerado, conforme você pode ver · Reconhecer a importância do custo marginal e da receita marginal, como indicadores de tomada de decisão econômica. Por meio da relação entre a Receita Marginal (RMg) e o Custo Marginal (CMg), é possível que o produtor decida qual a quantidade ideal a ser produzida. Nesse sentido, seu intuito é alcançar seu maior objetivo, a maximização do lucro. A receita marginal se refere ao acréscimo da receita total ao se vender uma unidade adicional do produto: Já o custo marginal está relacionado à variação da produção total ao se produzir uma unidade a mais do bem ou serviço. Ele é dado pela seguinte fórmula: O ponto de produção ideal se dará quando a receita marginal se igualar ao custo marginal: RMg = CMg Suponha que a receita marginal seja maior que o custo marginal: RMg > CMg Nesse caso, a entrada de recursos financeiros – ou seja, a receita pelas venda de cada unidade – gera cada vez mais lucro, fazendo com que o em164 Ponto ótimo de maximização dos lucros presário esteja disposto a aumentar a sua produção até o ponto em que a RMg se iguale ao CMg. Agora, suponha um nível de produção em que o custo marginal supere a receita marginal: RMgalocativa — procura equilibrar a produção de bens e serviços com a demanda dentro de uma economia. Função estabilizadora — manutenção da estabilidade de preços para que haja investimentos produtivos e financeiros dentro da economia, sem grandes riscos para a sociedade. Atuam em: bens e serviços — que vão determinar a produção total de uma economia e os níveis gerais de preços da mesma; mercado de trabalho — que vão determinar o nível geral de emprego e os salários médios de uma economia; mercado monetário — que vão determinar a taxa de juros e também pode influenciar os níveis gerais de preços; mercado de títulos — que determinam o valor destes e, de certa maneira, a taxa de juros da economia (como a taxa Selic); 2 Principais agregados macroeconômicos mercado de moeda estrangeira (divisas) — que vão determinar a taxa de câmbio dentro de um país. · Analisar as diferentes óticas da contabilidade da riqueza gerada Pib sobre otica de despesa Consumo privado (C) — refere-se a todos os bens e serviços adquiridos pelas famílias, sejam estes duráveis (como geladeiras), não duráveis (como roupas) e serviços de transportes, por exemplo. Investimento (I) — aqui estamos nos referindo aos investimentos produtivos de uma economia. Podem ser investimentos fixos de empresas (como maquinários, construção de fábricas) e investimentos fixos imobiliários (compra de imóveis por parte das famílias). Consumo ou compras do governo (G) — aqui citamos todas as compras de bens e serviços realizadas pelo governo municipal, estadual e federal. O governo gasta para manter a máquina pública e também para oferecer bens públicos, como estradas e equipamentos militares. É importante deixar claro que as transferências para a previdência e a assistência social não entram nesse cômputo de gastos do governo. Isso ocorre porque as Principais agregados macroeconômicos 5 transferências não têm contrapartidas de bens e serviços — elas são pagas com o dinheiro dos contribuintes da própria previdência ou de contribuições e impostos constitucionalmente próprios para esse fim. Exportações líquidas (NX) — as exportações líquidas consistem nas exportações — bens e serviços que são vendidos para o exterior em valores monetários — menos as importações — bens e serviços que são comprados pelo país analisado. Logo, NX = X (exportações) – N (importações). Claramente, qualquer país prefere exportar (vender) mais a importar (comprar) e, assim, ter um saldo positivo no comércio internacional. Y (PIB) = C + I + G + NX Pib sobre otica de produção No PIB de um país sob a ótica da produção, são contabilizados todos os bens e serviços fi nais novos produzidos no território nacional, em valores monetários, em um determinado período de tempo, conforme Samuelson e Nordhaus (2012). Embora tenha suas especifi cidades por países, basicamente é este o conceito “puro” de PIB Suponha que o país fictício Fictício produza apenas feijão e arroz. O PIB desse país vai ser a soma das receitas de feijão e arroz em um determinado período de tempo; ou seja: PIB total 2015 = receita total de feijão + receita total de arroz Se atribuirmos valores e preços para feijão e arroz (como se fosse a quantidade real produzida e o correspondente preço de venda), fica assim: PIB total 2015 = (preço × quantidade de feijão) + (preço × quantidade de arroz) Logo, supondo os valores a seguir, temos: PIB total 2015 em unidades monetárias (UM) = (2 × 200) + (3 × 400) PIB total 2015 (UM) = 400 + 1.200 PIB total 2015 (UM) = 1.600 O país Fictício teve um PIB total em 2015 de 1.600 unidades monetárias. Nota: as unidades monetárias (UM) podem ser expressas em qualquer moeda, dependendo do país. No Brasil, por exemplo, temos o real (R$). · Verificar a relação entre o PIB real e o bem-estar econômico. Como vimos no cálculo do PIB real, este é de grande valia para a avaliação do bem-estar econômico de uma nação, visto que tira os efeitos das mudanças de preços e, assim, facilita a verifi cação da real produção formal de uma economia. E, se há produção, a tendência é que haja mais empregos e, por consequência, maior possibilidade de renda para a população. · Reconhecer as funções da moeda em uma economia. Instrumento ou meio de troca — significa que a moeda pode ser trocada por qualquer bem ou serviço, por ter aceitação geral. Denominador comum monetário ou unidade de valor — essa função mostra que todos os bens podem ser convertidos em unidades monetárias, como o real, no Brasil, o que facilita a contabilidade dos valores monetários. A moeda se torna um padrão de medida. Reserva de valor — essa função tem a ver com o fato de que, se uma pessoa tiver dinheiro guardado, terá como adquirir bens e serviços no futuro. No que se refere a essa função, especificamente, ela só tem validade em uma economia estabilizada, sem inflação, pois senão a moeda pode perder seu poder de compra. · Identificar os instrumentos de política monetária do governo. Crescimento da produção nacional — esse objetivo quase todos os países têm, principalmente quando há desemprego e/ou a mão de obra é subutilizada. Além disso, o crescimento da produção nacional faz com que cresça a renda do país, estimulando mais ainda os investimentos em recursos e melhorias produtivas (como novas tecnologias e treinamento de mão de obra). 6 Principais funções da moeda: política monetária Estabilidade de preços — manter o nível de preços estabilizados ajuda a estimular os investimentos no país e também o consumo da população, que não precisa ter medo de mudanças bruscas de preços no curto prazo. Distribuição de renda socialmente justa — objetiva diminuir a desigualdade de renda entre as classes sociais do país. Dificilmente é obtida no curto prazo, pois requer melhorias em fatores como educação, saúde e outros. Principal instrumento para controlar é taxa selic. · Diferenciar o processo de criação e de impressão de moeda na economia. Quem detém o monopólio da emissão de moeda no Brasil, como vimos, é o Bacen, mas a oferta de moeda se dá por meio deste e dos bancos comerciais que fazem a multiplicação monetária. Ao fazer a intermediação financeira, emprestando para outras pessoas o dinheiro que foi depositado nele, o banco está criando moeda bancária ou escri tural, pois esse dinheiro será multiplicado no mercado. O Bacen tem controle sobre isso, por meio, principalmente, do mecanismo de aumentos ou diminuições de reservas compulsórias, podendo, assim, respectivamente diminuir ou aumentar a quantidade de moeda em circulação na economia, conforme lecionam Samuelson e Nordhaus (2012). · Reconhecer o papel do setor público na economia. O governo atua também no sentido de tentar equilibrar os mercados financeiros, de onde provém o dinheiro para o financiamento da economia, e os mercados produtivos, de onde surgem o que se produz em termos de bens e serviços em uma economia, dando origem ao emprego e ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Função alocativa: refere-se ao fornecimento de bens públicos que a iniciativa privada, por algum motivo, não oferece e também ao provimento de recursos públicos, como serviços de educação e saúde, que atendam às necessidades da sociedade. Função distributiva: está ligada à distribuição de renda dentro da sociedade. O governo deve trabalhar de forma a fazer ajustes que permitam que prevaleça uma distribuição de renda considerada justa pela sociedade. Em tese, essa função visa a diminuir as disparidades de renda entre os cidadãos de um país ou região. Função estabilizadora: conforme Giambiagi e Além (2011, p. 10), “[...] tem como objetivo a política econômica visando a um alto nível de emprego, à estabilidade dos preços e à obtenção de uma taxa apropriada de crescimento econômico”. · Identificar os instrumentos de política fiscal. Essas políticas fiscais, que são as políticas de receitas (tributos) e gastos do governo, servem para estimular ou inibir os gastos do setor privado em consumo e em investimento e, assim, ajudar a alcançar alguns dos objetivos governamentais antesmencionados, conforme Vasconcellos e Garcia (2014). Política tributária --Para atender à população no que se refere às suas funções, o governo precisa cobrar impostos, tarifas e multas, que são suas principais fontes de receitas, para, assim, obter recursos que teoricamente servirão para fi nanciar suas ações. Política de gastos -- As políticas de gastos se referem às despesas e aos custos que o setor público tem para manter a máquina pública em funcionamento. São exemplos de gastos públicos os gastos com previdência social, funcionalismo público, subsídios governamentais, prédios públicos, empresas estatais, administração pública, juros da dívida pública, infraestrutura, justiça, educação, saúde e segurança, entre outros, conforme explicam Samuelson e Nordhaus (2012). · Analisar a utilização da política fiscal expansionista e contracionista. As políticas fi scais expansionistas estão ligadas ao aumento dos gastos do governo, de modo a aumentar o consumo na economia e, por consequência, a produção nacional (PIB) e o emprego no país ou região. São feitas por meio do aumento dos gastos do governo e/ou da diminuição da carga tributária, conforme Vasconcellos e Garcia (2014). Essas políticas expansionistas são nitidamente originárias da era keynesiana. Já as políticas fiscais contracionistas tendem a fazer o contrário, ou seja, são restritivas e tendem a diminuir os gastos do governo e/ou aumentar a carga tributária, diminuindo o consumo na economia para diminuir a inflação (aumento do nível geral de preços) · Reconhecer a dinâmica da taxa de câmbio. Quando um país tem relações com outros países, entram em pauta as moedas desses respectivos países. Como fazer comércio com tantas moedas diferentes? É difícil ter que comparar o poder de compra de um país com o de outros países, em termos monetários. Nesse contexto, entra a taxa de câmbio, Identificação interna do documento SDUU3LEO79-YMMFWK1 que nada mais é do que o preço da moeda internacional convertido para a moeda nacional, conforme Samuelson e Nordhaus (2012). Se, por exemplo, um país deseja comprar máquinas da China, seria necessário ter o valor das máquinas em moeda chinesa — o renminbi — para pagar o fabricante. Para convencionar e facilitar o comércio internacional, o mercado exterior estipula o valor das mercadorias em dólares americanos, que é uma moeda de aceitação geral. Além disso, é mais fácil mensurar o valor em uma única moeda na economia, e não em mais de uma, conforme apontam Troster e Mochón (2002). Assim, para comprar máquinas da China, pode-se obter o valor delas em dólares e comparar com os valores ofertados por outras nações, para, assim, fazer uma compra mais racional. · Identificar os impactos da flutuação cambial na política econômica do governo. Supondo agora que estamos diante de uma economia em que há taxas flutuantes de câmbio; se o mercado interno de divisas oscilar demais, como o governo pode ou tende a interferir para não afetar muito a economia nacional? De acordo com Dornbusch e Fischer (2009), os bancos centrais podem atuar, nesse caso, como compradores e vendedores de moedas estrangeiras. Ou seja, eles possuem reservas (estoques de dólares) e podem dispor das mesmas para ofertar e também demandar moeda estrangeira no mercado de câmbio nacional, influenciando e/ou equilibrando o valor dessa moeda na economia interna. Segundo os mesmos autores, quando o governo intervém dessa forma em um mercado de câmbio flutuante, chamamos de flutuação suja ou flutuação administrada, pois, nesse caso, não apenas os agentes tradicionais atuaram comprando e vendendo moedas, mas também o governo. Mas como a taxa de câmbio influencia a economia? Em uma economia aberta, em que pode haver comércio exterior de bens e serviços, o câmbio pode influenciar em tudo. Vamos explicar: mesmo que você não exporte ou importe bens e serviços, sua empresa pode sofrer concorrência de bens importados. Ainda, os bens que você compra dentro do país podem ficar mais caros devido à exportação (a maior oferta externa pode diminuir a oferta interna) e aos preços nos mercados internacionais. No que se refere às importações, quanto menor o câmbio, menor o valor que será pago em moeda nacional. Ou seja, o câmbio baixo com nossa moeda 6 Variáveis que afetam exportações e importações Identificação interna do documento SDUU3LEO79-YMMFWK1 apreciada favorece quem importa bens e serviços. Sobre as exportações, pode- -se observar o oposto: quanto maior o câmbio, maior tende a ser a quantidade de bens e serviços exportados. Taxa de câmbio e inflação Como mencionamos antes, quando a moeda internacional está com seu preço alto no mercado interno, a tendência é um aumento nas exportações do país, já que o exportador pode conseguir auferir maior renda com as vendas internacionais. Mas será que isso vale para todos os bens e serviços de um país? Bem, isso depende dos preços desses bens e serviços em dólares em relação aos preços e câmbios internacionais. Assim, é necessário encontrar a taxa de câmbio real de cada tipo de bem ou serviço, para que se possa fazer essa comparação de melhora ou não do comércio exterior. Bens nacionais com preços altos relativos aos internacionais podem perder mercado mesmo que a taxa de câmbio esteja favorável a eles. · Apontar as variáveis que afetam as exportações e as importações. Diversidade dos recursos naturais: o comércio internacional pode ser impulsionado pela diversidade de fatores de produção encontrada em outros países. Essa diversidade de recursos facilita a produção de bens e serviços diversificados e, talvez, mais acessíveis, em termos monetários. Diferenças de gostos: as demandas são diferentes em cada país, e pode ser que um país não tenha em abundância o que a sua população deseja, mas outro tenha. Um exemplo relacionado ao Brasil é a venda de carne de aves: a Ásia consome grande parte das partes de cartilagens das aves que os brasileiros desprezam, como os pés e as pernas, pagando preços razoáveis. Variáveis que afetam exportações e importações 9 Identificação interna do documento SDUU3LEO79-YMMFWK1 Diferenças nos custos: esse é um grande argumento do comércio internacional — poder importar um produto com um custo baixo devido ao outro país ter mão de obra barata, ou mesmo porque produz em grande escala, ou, ainda, no caso de países com possibilidades de impostos mais baixos. A mobilidade da produção, com cada parte de um produto sendo montada em um país diferente, por meio de acordos comerciais, pode ser uma vantagem para quem produz em grande escala. Políticas comerciais Acordos multilaterais — geralmente entre vários países de uma região, como um bloco econômico. Assim, os países participantes do bloco podem pagar impostos de importação mais baixos, ou até nulos, de outros países de dentro do bloco, dependendo dos bens e serviços que entraram no acordo. Nesse caso, os países participantes devem ter muita diplomacia e poder político para negociar. Acordos bilaterais — acordos entre apenas dois países, em que estes negociam tarifas entre si e beneficiam ambas as produções com alguns tipos de bens e serviços. Nesse caso, a distância geográfica entre os países às vezes nem importa para um acordo (a menos que o produto seja perecível). Barreiras tarifárias: referem-se às barreiras diretas à importação de outros países, visto que dificilmente há barreiras à exportação (já que os países, em geral, querem vender mais). As principais barreiras tarifárias são os impostos para importação (que, em geral, são um percentual sobre o preço do bem) e as quotas de importação (que determinam quanto se pode importar de cada bem). Elas dependem do tipo de bem e de onde ele vem, pois, devido aos acordos comerciais, os valores podem variar, conforme Troster e Mochón (2012). Barreiras não tarifárias: são as mais utilizadas pelos países na atualidade, pois não parecem barreiras, mas, sim, proteção ao mercado consumidor interno do país que está importando. Vão desde barreiras técnicas e sanitárias até barreiras ambientais.